Você está na página 1de 53

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

MATEUS TEIXEIRA HERCULANO

PRODUTIVIDADE EM ALVENARIA DE VEDAÇÃO DE BLOCOS CERÂMICOS:


ANÁLISE COMPARATIVA

Fortaleza - Ceará
2010
i

MATEUS TEIXEIRA HERCULANO

PRODUTIVIDADE EM ALVENARIA DE VEDAÇÃO DE BLOCOS CERÂMICOS:


ANÁLISE COMPARATIVA

Monografia apresentada à disciplina de Projeto


de Graduação do curso de Engenharia Civil da
Universidade Federal do Ceará como parte dos
requisitos para obtenção do grau de Engenheiro
Civil.

Orientador: Prof. Alexandre Araújo Bertini

FORTALEZA
2010
H464p Herculano, Mateus Teixeira
Produtividade em alvenaria de vedação de blocos cerâmicos: análise
comparativa / Mateus Teixeira Herculano. – Fortaleza, 2010.
52 f. il.; color. enc.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Araújo Bertini


Monografia (graduação) - Universidade Federal do Ceará, Centro de
Tecnologia, Depto. de Engenharia Estrutural e Construção Civil, Fortaleza,
2010.

1. Alvenaria 2. Vedação (Tecnologia) I. Bertini, Alexandre Araújo


(orient.) II. Universidade Federal do Ceará – Graduação em Engenharia
Civil. III. Título

CDD 620
ii
iii

Ao meu pai, José Herculano,


um exemplo a se seguir.
iv

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me guiado sempre no caminho certo.

Ao meu pai, por ter sido uma referência de homem tanto como pai, como
engenheiro civil e por ter me dado forças para sempre seguir com meus objetivos.

A minha mãe, por todos os dias que me mandava estudar e me levou até onde
estou agora, além do carinho e amor que me deu.

Aos meus irmãos, pelos momentos de diversão e companheirismo que trazem a


minha vida.

A minha namorada, Lídia da Paz, pelos momentos de compreensão durante a


execução deste trabalho.

Aos meus amigos, Ronaldo de Freitas, Wedla Godinho e Isabel Soares, por me
trazerem descontração.

Aos meus colegas e amigos da faculdade, Luter Caio, Fernando Vecchio, Renato
Gadêlha e Stephanie Mikaela, por partilharem comigo sua amizade.

Ao vôlei, pelo prazer proporcionado durante toda a minha vida escolar.

Finalmente agradeço ao meu orientador Prof. Alexandre Araújo Bertini, aos


engenheiros Reymard Sávio e José Márcio pela contribuição na elaboração deste trabalho.

OBRIGADO!
v

RESUMO

O serviço de elevação de alvenaria de vedação em blocos cerâmicos é o foco deste estudo de


análise comparativa entre obras. O tema foi escolhido devido à preocupação com a alta
variedade da produtividade da mão-de-obra encontrada em obras de construção civil na
cidade de Fortaleza-CE, e que influencia diretamente no sucesso das empresas no mercado.
Este trabalho tem como objetivo analisar o serviço de elevação de alvenaria de vedação de
três empreendimentos residenciais na cidade de Fortaleza-CE. Nesta perspectiva, um estudo
de caso com visitas em obras na cidade de Fortaleza-CE foi realizado para a obtenção de
dados em relação à índices de produtividade no serviço e elevação de alvenaria de vedação e
então uma análise comparativa afim de encontrar o melhor procedimento construtivo entre
obras estudadas, mostrando enfim que a fiscalização sistemática do serviço é um fator
essencial para aumentar a eficiência da mão-de-obra.

Palavras-chave: alvenaria de vedação, blocos cerâmicos, produtividade.


vi

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Processo de transformação na construção civil ...................................................... 7


Figura 2.2 – Processo de transformação dos esforços para alvenaria de vedação...................... 7
Figura 2.3 – Detalhe de equipamentos e etapa da elevação de alvenaria ................................. 12
Figura 2.4 – Planta simples....................................................................................................... 16
Figura 2.5 – Planta complexa ................................................................................................... 16
Figura 2.6 – Colher de pedreiro meia cana ............................................................................... 17
Figura 2.7 – Colher de pedreiro ................................................................................................ 17
Figura 4.1 – Armazenamento de materiais antecipadamente na obra 1 ................................... 23
Figura 4.2 – Alvenarias de vedação e estrutural da obra 2 ....................................................... 26
Figura 4.3 – Tipos de tijolos utilizados (cerâmico e maciço) nos pavimentos tipo da obra 3 . 29

Gráfico 4.1 – Gráfico das R.U.P.’s diárias, cumulativas e média da obra 1 ............................ 24
Gráfico 4.2 – Gráfico das R.U.P.’s diárias, cumulativas e média da obra 2 ............................ 27
Gráfico 4.3 – Gráfico das R.U.P.’s diárias, cumulativas e média da obra 3 ............................ 30
vii

LISTA DE TABELAS

Tabela P.1 – Tabela padrão ...................................................................................................... 21


Tabela A.2 – Dados coletado da obra 1 .................................................................................... 39
Tabela A.3 – Dados coletado da obra 2 .................................................................................... 40
Tabela A.4 – Dados coletado da obra 3 .................................................................................... 41
viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

PIB Produto Interno Bruto


SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil
SEINFRA Secretaria da Infraestrutura
CNI Confederação Nacional da Indústria
R.U.P. Razão Unitária De Produção
R.U.P.d Razão Unitária De Produção Diária
R.U.P.cum Razão Unitária De Produção Cumulativa
EPI Equipamento de Proteção Individual
ix

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
1.1 Problemática ................................................................................................................ 1
1.2 Justificativa .................................................................................................................. 3
1.3 Objetivos ...................................................................................................................... 4
1.3.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 4
1.3.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 4
1.4 Estrutura do trabalho .................................................................................................... 5
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 6
2.1 Produtividade ............................................................................................................... 6
2.1.1 Conceito .............................................................................................................. 6
2.1.2 Gestão do serviço de alvenaria ........................................................................... 7
2.1.3 Estudo da produtividade ..................................................................................... 8
2.2 Mão-de-obra................................................................................................................. 9
2.3 Capacitação de mão-de-obra ...................................................................................... 10
2.4 Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos ............................................................... 11
2.5 Acompanhamento e fiscalização................................................................................ 12
2.6 Uniformização dos dados ........................................................................................... 13
2.7 Fatores influenciadores da produtividade .................................................................. 15
3 METODOLOGIA............................................................................................................. 19
3.1 Seleção das obras ....................................................................................................... 19
3.2 Técnica da coleta ....................................................................................................... 19
3.3 Tratamento e análise dos dados. ................................................................................ 20
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................. 22
4.1 Estudo de Caso 1........................................................................................................ 22
4.1.1 Descrição da obra ............................................................................................. 22
4.1.2 Descrição do serviço de alvenaria .................................................................... 23
4.1.3 Resultados......................................................................................................... 24
4.2 Estudo de Caso 2........................................................................................................ 25
4.2.1 Descrição da Obra ............................................................................................ 26
x

4.2.2 Descrição do serviço de alvenaria .................................................................... 27


4.2.3 Resultados......................................................................................................... 27
4.3 Estudo de Caso 3........................................................................................................ 28
4.3.1 Descrição da obra ............................................................................................. 28
4.3.2 Descrição do serviço de alvenaria .................................................................... 29
4.3.3 Resultados......................................................................................................... 30
4.4 Análise geral dos resultados ...................................................................................... 31
5 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 33
5.1 Sugestões para futuros trabalhos................................................................................ 33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 35
APÉNDICE A – Tabela de R.U.P.d e R.U.P.cum da obra 1 .................................................... 39
APÉNDICE B – Tabela de R.U.P.d e R.U.P.cum da obra 2 .................................................... 40
APÉNDICE C – Tabela de R.U.P.d e R.U.P.cum da obra 3 .................................................... 41
1

1 INTRODUÇÃO

Do ponto de vista econômico, a indústria da construção civil sempre assumiu


papel preponderante no desenvolvimento nacional. Essa importância econômica é
representada por sua participação no Produto Interno Bruto (PIB). Conforme Coêlho (2003), a
construção civil concorre com um percentual aproximadamente igual 16% no total das
indústrias. Este setor está em constante crescimento, com a criação de novas empresas,
originando assim um acentuado aumento da competitividade no mercado.
De acordo com Coêlho (2003) este fato tem levado as empresas construtoras a
uma agilização mais eficaz, quanto ao modo de gerenciamento em seus canteiros de obras,
como forma de alcançar uma redução de perdas e um diferencial competitivo na função
produção.
O bom desempenho de uma empresa está associado à eficiência produtiva. A
busca por maior eficiência é considerada por Bornia (1995) como uma das principais
preocupações da empresa moderna, uma vez que o mercado não se encontra disposto a
absorver as suas ineficiências.
Conforme Coêlho (2003), a melhoria da qualidade dos serviços e produtos tem
sido uma das alternativas utilizadas pelas empresas, procurando uma resposta a esta
competitividade.

1.1 Problemática

A sobrevivência de uma empresa no mercado depende de uma somatória de


fatores, tais como: produtividade e qualidade da mão-de-obra, da qualidade do seu produto e o
cumprimento de prazos. Dentre estes fatores destacam-se os problemas geralmente
recorrentes do prazo de entrega dos serviços, causados por projetos mal detalhados,
incompatibilização entre projetos complementares, programação físico-financeira incorreta,
solicitações de mudanças após o início dos serviços, despreparo da mão-de-obra e falhas na
execução.
Assim como para Bornia (1995), Sabbatini (1991) cita que a eficiência nos
processos produtivos deve ser uma meta a ser atingida pelas empresas, a fim de assegurar a
lucratividade, garantindo sua permanência no mercado.
Segundo Mori et al (2001), quando o foco é recursos humanos, a sua forma de
controle mais difundida na construção civil é a medida de produtividade do trabalho. Além de
2

fornecer informações para a elaboração do planejamento financeiro do empreendimento e da


programação físico-financeira, a quantificação da produtividade do trabalho apresenta-se
como uma ferramenta imprescindível para melhoria do processo, auxiliando as decisões
gerenciais e facilitando a detecção de gargalos.
Há alguns anos vem-se estudando métodos para aumentar a produtividade, no
intuito de diminuir os atrasos na execução de serviços, levando a um pequeno progresso em
relação a outros tipos de indústria que cresceram em até 200% enquanto a construção civil
alcançou apenas cerca de 40% (SOUZA, 2006).
Para Carraro et al (1998), a gestão eficaz dos recursos físicos envolvidos na
construção civil, especialmente a mão-de-obra, está entre os principais desafios que esta
indústria enfrentará no terceiro milênio. Entre estes parâmetros, o da má produtividade
merece destaque, uma vez que os gestores das obras não costumam ter conhecimento sobre a
quantidade de mão-de-obra necessária que se despende para produzir determinado serviço,
resultando assim nos poucos ou ausentes parâmetros para se basearem em atitudes corretivas
de eventuais problemas.
Segundo Oliveira et al (1993) apud Coêlho (2003), “é essencial para a gestão de
qualidade que haja uma mensuração da produtividade de uma empresa da construção civil,
visto que são dados importantes para os gerenciadores tomarem decisões, bem como ações de
melhoria da qualidade e produtividade da construtora”.
A mão-de-obra, por ser um dos recursos mais utilizados nas obras de construção,
passa a ter uma grande importância quando se fala em produtividade e qualidade final.
Conforme Marder (2001), dos serviços de mão-de-obra mais solicitados, o serviço
de vedações verticais em alvenaria representa entre 6% e 10% do custo total da construção de
edifícios habitacionais e comerciais e pode chegar até a 17% em prédios populares. Dos
custos totais deste serviço, cerca de 50% é representada pela mão-de-obra, por isso deve
existir uma preocupação com o desempenho do trabalho.
A capacitação e treinamento da mão de obra, o layout do canteiro, a antecipação
de problemas construtivos, a compra programada de materiais a serem aplicados, a busca pela
eficiência na gestão dos trabalhos e fornecimentos são providências cruciais para elevar a
produtividade da mão-de-obra.
3

1.2 Justificativa

Segundo Picchi (1993), a indústria da construção civil sempre apresentou um


atraso, quando comparada a outros ramos de indústria como, por exemplo, a indústria metal
mecânica e a indústria têxtil, em se falando de gerenciamento, em particular, à racionalização
e incremento de produtividade dos processos produtivos. Porém estudos mais avançados
foram feitos de algumas décadas para os tempos atuais.
Os estudos realizados em relação à melhoria dos resultados na indústria da
construção civil, mais especificamente no sub-setor edificação, chegaram a um grande
avanço, contudo, eles geralmente são pontuais e geralmente direcionados à inserção de novos
materiais no mercado como o uso do gesso, painéis de vedação pré-fabricados de concreto,
distanciadores plásticos, e outros.
Estes estudos não mostram com clareza parâmetros ou índices que possam ser
utilizados de uma maneira geral como tabelas de insumos. A insuficiência de dados além dos
parâmetros publicados em tabelas oficiais como os sistemas da Secretaria da Infraestrutura
(SEINFRA), do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil
(SINAPI) e tabela PINI nos remetem à necessidade de estudos mais determinantes.
De acordo com Coêlho (2003), o empenho pela qualidade obriga os sistemas
organizacionais de produção a se capacitarem com modelos de execução otimizadores,
identificando desde o princípio os desperdícios de esforços, através da correta prática de um
determinado serviço.
Dias (1992) ressalta que a mão-de-obra na construção civil possui um peso
considerável no orçamento de uma obra, representando entre 25 a 40% do custo do produto
final. Fazendo assim que o insumo seja o mais utilizado na construção, sendo justificável a
necessidade de que haja mais investimentos na área.
Embora a elevação de alvenaria seja um serviço realizado há milhares de anos,
Araújo et al (2000) diz ser identificável que ainda existam grandes variações na produtividade
da mão-de-obra responsável por este serviço. Diferentes desempenhos são encontrados ao se
comparar obras distintas, carecendo-se de um melhor entendimento quanto ao
estabelecimento da produtividade em cada diferente situação possível.
O autor Souza (2000), acredita que a mensuração da produtividade da mão-de-obra
seja uma tarefa de extrema relevância, servindo de base para todas as discussões sobre a
melhoria da construção. Acredita, ainda, que tais indicadores possam suprir um problema
4

bastante significativo nos atuais sistemas de certificação de empresas, qual seja a falta de
avaliação do desempenho das mesmas.
Neste sentido, a problemática do serviço de mão-de-obra deve ser estudada no
canteiro de obras, observando-se todos os fatores que possam influenciar direta ou
indiretamente na produtividade.
Assim, se faz indispensável que estudos em campo para efeito de comparação de
obras em Fortaleza sejam realizados para se encontrar uma solução em se falando de
produtividade da mão-de-obra no serviço de elevação da alvenaria de vedação de blocos
cerâmicos. Este estudo tem como direcionamento a determinação dos fatores que influenciam
positiva e negativamente o serviço pesquisado.
O trabalho de elevação de alvenaria de vedação com blocos cerâmicos em obras
de concreto armado será o objeto de estudo do trabalho sendo focada a produtividade da mão-
de-obra.

1.3 Objetivos

São apresentados a seguir os objetivos abordando tanto a temática geral do


trabalho como as específicas do universo do tema.

1.3.1 Objetivo geral

Analisar o serviço de elevação de alvenaria de vedação de três empreendimentos


residenciais na cidade de Fortaleza-CE.

1.3.2 Objetivos específicos

Para que o objetivo principal do trabalho seja atingido faz-se necessário que as
etapas abaixo sejam efetuadas:

a) iniciar um banco de dados de três obras visitadas em relação a valores de


produtividade da mão-de-obra no serviço de alvenaria para uso acadêmico;
b) identificar os fatores que podem influenciar nos índices de produtividade encontrados;
c) analisar comparativamente as obras em relação a seus índices de produtividade e
fatores influenciadores.
5

1.4 Estrutura do trabalho

O trabalho está dividido em seis capítulos e anexos que são apresentados seguindo
o seguinte roteiro:
O primeiro capítulo é a introdução, que trata da contextualização do problema, a
justificativa para a escolha do tema, a caracterização do objeto de estudo e os objetivos geral e
específicos.
Na segunda parte do trabalho são mostrados em um referencial teórico,
explicações e conceitos de alguns autores sobre serviço de alvenaria de vedação, o conceito de
produtividade e a importância de seu estudo, a gestão do serviço de alvenaria, uma breve
explanação sobre a mão-de-obra, o acompanhamento e fiscalização de serviços, a capacitação
da mão-de-obra, o indicador utilizado para o estudo em questão, além de serem destacados
alguns fatores que pode influenciar na produtividade do serviço.
O terceiro capítulo enfoca a metodologia utilizada na apropriação dos dados, além
de demonstrar como foi realizado o tratamento dos dados.
Na quarta parte do trabalho são descritas características gerais das obras
escolhidas para o presente estudo e citados os resultados obtidos pela coleta e tratamento dos
dados.
No capítulo quinto são apresentadas análises a partir dos gráficos e tabelas
gerados dos dados que foram coletados em campo.
O último capítulo aborda as considerações finais do estudo e aponta a obra de
melhores resultados, os fatores mais determinantes e recomendações para novos trabalhos
acerca do tema.
Por fim, apêndices exibem as tabelas criadas e usadas para a coleta dos dados.
6

2 REFERENCIAL TEÓRICO

No capítulo a seguir apresentaremos explanações e considerações sobre tópicos


importantes que cercam o tema do trabalho para que o seu entendimento seja completo. A
produtividade que se deve estudar, assim como seu conceito e gestão do serviço de elevação
de alvenaria, a mão-de-obra empregada, o acompanhamento dos serviços, o treinamento que é
dado à mão-de-obra e também a alvenaria, parte do objeto de estudo, uma uniformização dos
dados que serão coletados e analisados, além dos fatores que supostamente influenciam no
referido serviço.

2.1 Produtividade

Em se falando de produtividade deve ser citada uma definição para que se possa
ter um breve conhecimento do conteúdo. Após este conceito uma explanação da gestão em
relação ao serviço de elevação de alvenaria é feita para que se direcione ainda mais o tema do
trabalho. Logo após esta explanação foi feita um estudo acerca da importância do estudo da
produtividade.

2.1.1 Conceito

A produtividade é a relação entre o resultado útil de um processo produtivo e a


utilização dos fatores de produção, ou seja, a quantidade de produto por unidade de fator
produtivo, geralmente o fator trabalho (GOMES, 2009).
Kellogg (1981) apud Souza (2006) considera a produtividade relacionada à
construção civil como uma relação entre o produto gerado por cada homem em um tempo de
uma hora. Esta definição pode ser transformada para um modo mais geral, sendo uma nova
definição, a relação entre as saídas e as entradas de um processo produtivo.
Como demonstra a Figura 2.1, logo abaixo, estas entradas, na construção civil, são
os materiais, os equipamentos e a mão-de-obra, onde com um processo produtivo são
transformadas em saídas que por sua vez seria o produto final da construção, a obra (SOUZA,
2006).
7

Figura 2.1 – Processo de transformação na construção civil


(FONTE: CARRARO, 1998)

Com a ajuda da figura acima, pode-se encontrar uma modificação, mais próxima a
realidade do trabalho como mostrada na Figura 2.2 em relação à produtividade da mão-de-
obra no serviço de elevação de alvenaria de vedação.

Figura 2.2 – Processo de transformação dos esforços para alvenaria de vedação


(FONTE: CARRARO, 1998)

2.1.2 Gestão do serviço de alvenaria

Souza (2006) diz ser arriscado tomar decisões com base em mitos, em que
gestores têm obsessão por dizer que a baixa produtividade no serviço de elevação de alvenaria
é devido à indolência da mão-de-obra. Na verdade se deve ter um estudo para saber se o
problema seria na própria hierarquia superior da obra, nos projetos e nos fornecedores de
materiais, sendo mais fácil colocar a culpa nos operários da base da hierarquia.
Um fato citado por Souza (2006) em que em uma obra visitada por ele, localizada
na periferia de São Paulo, foi mal gerenciada, levou a uma péssima produtividade do serviço
de elevação de alvenaria de vedação gerando um gasto na ordem de quase 200% na mão-de-
obra, em relação a outras obras da construção formal.
Araújo (2000) constata ainda que elevar valores pagos aos operários não se
traduzirá em um incremento proporcional de produtividade, apenas aumentará os custos desse
recurso, podendo inviabilizar empreendimentos. Uma das saídas adotadas diz respeito ao
8

investimento na melhoria da gestão da mão-de-obra, visando melhorias na produtividade para,


assim, reverter possíveis ganhos aos trabalhadores.
Heineck e Ferreira (1994) alegam que uma medida de organização da gestão de
uma empresa para se chegar à qualidade da produtividade é a avaliação do consumo de mão-
de-obra nas atividades do canteiro.
Esta avaliação do consumo de mão-de-obra pode trazer benefícios como
mencionados por Carraro (1998) apud Araújo (2000):
a) previsão do consumo da mão-de-obra;
b) previsão da duração dos serviços;
c) avaliação e comparação dos resultados;
d) desenvolvimento/aperfeiçoamento de métodos construtivos.
As diferentes maneiras de medição da produtividade vêm trazendo resultados
comparativos errados, até em grande escala. Por exemplo, se um operário está levantando
uma alvenaria de vedação em um empreendimento usando juntas verticais precisará de mais
tempo para que termine o serviço em relação a outro operário que está levantando alvenaria
sem as mesmas juntas. Outro exemplo mais comum é o uso de equipamentos mais
sofisticados, como mesa para apoio dos tijolos e da argamassa, na altura ideal para que haja
mais velocidade no serviço.
Estas e outras diferenças não devem ser omitidas na hora de se medir a
produtividade em diferentes obras.

2.1.3 Estudo da produtividade

Para Lordsleem et al (1999), o sub-setor é caracterizado, ainda hoje, por um


elevado índice de desperdícios seja de recursos materiais, humanos, energéticos, financeiros
ou temporais. Na construção civil, mais especificamente no caso de mão-de-obra, este
desperdício pode chegar a 30% do custo total da edificação.
Como afirma Sabbatini (1983) apud Lordslemm et al (1999), o desperdício de
recursos é conceituado como uma produtividade destacadamente inferior, quando comparada
à de outros segmentos industriais.
De acordo com Carraro et al (1998), entre problemas crônicos existentes na
construção civil, a má produtividade merece destaque, uma vez que os gestores das obras não
costumam ter conhecimento sobre a quantidade de mão-de-obra que se demanda para
9

produzir determinado serviço, e conseqüentemente, não possuem parâmetros para buscarem


atitudes corretivas caso seja verificado algum problema.
Neste sentido, Póvoas et al (1999) cita que o estudo da produtividade oferece
condições para melhorar a execução dos serviços, seja induzindo a racionalização da mão-de-
obra, dos materiais e dos equipamentos, como na organização do canteiro e na estrutura
organizacional adotada.
Dentro de um período de tempo, medidas de produtividade podem ser usadas para
se comparar as performances dos serviços da empresa. Como a produtividade é uma medida
relativa, para que seja significativamente útil, deve ser comparada a algo. Isso permite a medir
a melhoria da produtividade, ou mesmo impactos de introdução de novos processos,
equipamentos ou similares motivadores dos trabalhadores (SABBATINI, 1991).

2.2 Mão-de-obra

A mão-de-obra da construção civil apresenta peculiaridades distintas dos outros


setores econômicos e industriais segundo um levantamento realizado pelo Serviço Social da
Indústria – SESI, no ano de 1991 (MARDER, 2001), tais como:
a) Na construção civil a população trabalhadora é de predominância masculina (98,56%).
Isto é explicado pelas próprias características do processo produtivo que se utiliza da
força física para a realização de tarefas;
b) Já com relação à idade, há uma concentração maior de trabalhadores nas faixas etárias
de 19 a 25 anos (26,86%) e 26 a 35 anos (30,78%);
c) Em relação à distribuição dos entrevistados conforme o estado civil, 62% dos
operários é casado. Com o fato de a maioria ser casado, conclui-se que muitos
possuem dependentes e responsabilidades decorrentes de uma família.
Ainda segundo Marder (2001), uma grande rotatividade é gerada no setor da
construção, e pode ser atribuída às relações de trabalho empreendidas. Vários são os fatores
que contribuem para elevar este índice:
a) o processo de seleção – favorecendo a necessidade do momento pode nem haver
seleção;
b) o nível de integração do trabalhador nas unidades produtivas;
c) treinamento – realizado em poucas empresas;
d) salários – geralmente muito baixos;
e) condições de trabalho nos canteiros – a existência ou não de EPI’s;
10

f) o relacionamento entre supervisores e operários – muito pouca ou não existe.


Esta alta rotatividade pode trazer prejuízos para a empresa e uma instabilidade
social para os trabalhadores.
Outra característica negativa da mão-de-obra do setor, segundo Oliveira (1197) é
o alto índice de absenteísmo, sendo que os dados da pesquisa revelam que 50% das faltas
ocorrem por motivo de saúde, sendo que 8,5% dessas recaem sobre doenças profissionais e
6,75% por queixas de fraqueza e cansaço. Alguns fatores que contribuem com absenteísmo
são: o quadro de carência agudo apresentado pela mão-de-obra, cujas condições de vida
predispõem a diversas doenças; as precárias condições de trabalho existentes na maioria dos
canteiros de obra, aumentando a probabilidade de riscos ocupacionais e o baixo nível
tecnológico, que leva a adoção de técnicas de produção rudimentares, aumentando os riscos
de acidentes e a fadiga decorrente do esforço físico necessário para a execução das tarefas

2.3 Capacitação de mão-de-obra

A falta de qualificação profissional foi apontada como o principal problema para


as empresas da área de construção civil, segundo pesquisa divulgada em julho de 2010 pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o levantamento, a pouca
qualificação é preocupação para 62% das empresas (DIÁRIO POPULAR, 2010).
Mutti (1995) apud Campos Filho (2004) fala que o motivo da produtividade no
setor da construção habitacional estar abaixo da média e seu custo ainda muito alto é, entre
outros fatores, o da falta de mão-de-obra capacitada. Além disso, o mercado exige cada vez
mais organização e agilidade em qualquer tipo de serviço, onde quem é mais treinado pode ter
uma oportunidade melhor de crescimento.
Segundo Holanda et al (2003) apud Campos Filho (2004) o treinamento da mão-
de-obra é pouco incentivado pelas empresas, por causa do alto investimento inicial e devido a
elas não pensarem no futuro que isso lhes traria, assim como a carência de programas
adequados ao mesmo. Em decorrência disto, boa parte da mão-de-obra na construção civil
ainda é desqualificada e formada por pessoas sem conhecimento suficiente para compreender
as etapas de execução dos novos processos construtivos, os quais requerem conhecimento da
representação gráfica e o domínio de um saber-fazer, relativo ao processo de trabalho, que
envolve habilidade no exercício das atividades e sua interferência decisiva na definição de
como executar as tarefas.
11

Uma pesquisa realizada por Souza et al (2004) na qual houve a capacitação da


mão-de-obra em três subempreiteiras, obteve resultados positivos em relação à mesma,
incluindo os citados a seguir:
a) conscientização dos operários frente à segurança do trabalho;
b) limpeza do local após os serviços;
c) delegação das responsabilidades;
d) maior produtividade em diversos serviços.
Para Aragão (2009), os trabalhadores precisam compreender que buscando uma
melhor qualificação poderão ampliar as oportunidades de trabalho, alargando, também, as
possibilidades de uma melhor remuneração, o que leva a melhorias na qualidade de vida.

2.4 Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos

Segundo Rodrigues (2010) a alvenaria é o conjunto de elementos da construção


civil, resultantes da união de blocos justapostos unidos com argamassa, ou não, destinados a
suportar principalmente esforços de compressão ou simplesmente a vedação de uma área.
A alvenaria de vedação é definida por muitos autores como a alvenaria que não é
dimensionada para resistir às ações além do peso próprio. Esta vedação vertical protege o
edifício de agentes externos como chuvas e ventos, além de dividir ambientes internos
promovendo segurança e conforto dentro de um sistema estruturado. Este processo de
fechamento de vãos de paredes é utilizado na maioria das edificações (THOMAZ, 2001).
Conforme Lima (2006) as alvenarias podem ter tamanhos variados, a partir da
quantidade de furos ou mesmo suas espessuras, 4, 6, 8 e 10 furos, ou espessuras de 8 cm, 10
cm, 15 cm e até 20 cm, entre outras. Elas podem ser revestidas com algum tipo de proteção ou
mesmo ficarem aparentes.
A partir de uma pesquisa realizada por Lima (2006) ficou evidente que o tijolo
cerâmico vazado é o mais utilizado atualmente nos canteiros de obra na cidade de Fortaleza-
CE sendo ele de domínio público há muitos anos. Este tipo de tijolo possui uma densidade
média de 1300 kg/m³ sendo assentado com mão-de-obra convencional. Suas faces passam por
vitrificação fazendo com que a argamassa tenha melhor aderência. Possuem variação
volumétrica baixa ao absorver e expelir água e fácil manuseio, mas tem como inconveniente a
necessidade de quebra do material. Um metro quadrado deste elemento deve ser feito com 25
unidades de um tijolo.
12

De acordo com Souza (2006), o operário que trabalha no serviço de elevação de


alvenaria de vedação precisa completar as seguintes etapas para gerar o seu produto de
maneira mais correta e conforme o projeto de arquitetura:
a) iniciar o serviço pelos cantos destacando a primeira fiada depois de colocado em
posição o escantilhão;
b) subir então a alvenaria pelos cantos sempre com o uso do prumo de pedreiro para o
alinhamento vertical;
c) nivelar com o uso de uma linha de nylon esticada entre os dois cantos já levantados,
para que se tenha um bom alinhamento horizontal como mostrado na Figura 2.3;
d) com a argamassa, o tijolo é assentado com sua face rente à linha, sempre batendo com
a colher de pedreiro para que se faça o alinhamento final;
e) após mais ou menos 1,50m de alvenaria, pode-se incluir andaimes para que se
continue a elevação em um segundo plano (nível mais alto).

Figura 2.3 – Detalhe de equipamentos e etapa da elevação de alvenaria


(FONTE: JCMUG, 2010)

2.5 Acompanhamento e fiscalização

A fiscalização é a forma de atuação pela qual são alocados recursos humanos e


materiais com o objetivo de avaliar a gestão dos recursos públicos. Esse processo consiste
basicamente em capturar dados e informações, analisar, produzir um diagnostico e formar um
juízo de valor (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2010).
A fiscalização aqui explicitada não é aquela na qual o agente de órgão público
verifica se o andamento da obra está de acordo com os projetos, especificações e orçamento
contratado, e sim o acompanhamento e avaliação do serviço de mão-de-obra, de forma a sanar
irregularidades e obstáculos.
Não apenas o engenheiro da obra deve fazer o papel de fiscal dos serviços. O
mestre de obras ou estagiários devidamente capacitados, são capazes de antever problemas na
execução dos serviços e indicar soluções ou procedimentos mais eficazes.
13

Para Soares et al (2001) a busca da qualidade, durante a etapa da fiscalização de


obras, implica na necessidade de identificar e eliminar as possíveis falhas no processo
construtivo. Muitas falhas de execução não são detectadas pela equipe de fiscalização, assim,
restam as opções de reparo do fato gerador de improdutividade e desperdícios ou conviver
com o erro, que afeta diretamente a qualidade do produto.
Ainda para Soares et al (2001) estes responsáveis pela fiscalização do andamento
correto do serviço devem dispor previamente de conhecimento das definições originárias das
fases de projeto, especificações, orçamentos e cronogramas físico-financeiros de execução
dos objetos licitados e contratados. Deve-se impor a hipótese de que etapas anteriores ao
processo de fiscalização foram desenvolvidas baseadas em critérios de qualidade.
Segundo Franco (2001), o responsável comanda a produção, determina a melhor
forma de organizar o trabalho, fiscaliza e impede demoras. Aos operários resta a execução da
obra. É função do responsável pela fiscalização, observar de forma sistemática e contínua:
a) Instalação do canteiro, distribuição de materiais e equipamentos;
b) Locação da obra;
c) Composição das equipes de trabalho;
d) A correta elevação das alvenarias e locação das esquadrias;
e) O comprometimento dos componentes das equipes;
f) O estoque regular de materiais e equipamentos necessários ao serviço.
A fiscalização e acompanhamento dos trabalhos permitem a detecção antecipada e
resolução de problemas da obra, trazendo benefícios em relação ao prazo e custo do
empreendimento.
Conforme Monteiro (2010) “Se a fiscalização, seja em obras públicas ou privadas,
não for eficiente, haverá problemas não só com os custos dos empreendimentos, mas também
com os resultados obtidos”.

2.6 Uniformização dos dados

Uma análise detalhada comparando resultados entre índices de produtividade


encontrados deve ser feita com bastante atenção. Estes dados devem ser tratados em algum
método já conhecido para este tipo de pesquisa. A uniformização dos resultados deve ser feita
para que seja entendida por diversos setores da construção civil, principalmente os ligados
diretamente na gestão no canteiro de obra.
14

Esta uniformização seria a transformação em uma unidade chamada R.U.P.


(Razão Unitária de Produção) utilizada por Souza (2006), sendo uma dos mais comuns e
fáceis de utilizar. Contudo faz-se necessário um bom conhecimento da sua fórmula e
exatamente o que ela pede, para que não se compare R.U.P’s de diferentes produtividades em
relação a equipamentos diferenciais nem condições diferentes para o cálculo.
Conforme apresentado anteriormente na Figura 2.2, a R.U.P. representa a razão
entre o esforço humano em homens x hora e a quantidade mensurável de serviço gerado por
este esforço, segundo a Equação 2.1:

R.U .P. = H .h / QS (2.1)

Este valor encontrado é medido em Hh/m2 ou homens-hora por metro quadrado.


Souza (2006) ressalta a importância da existência de regras para as mensurações
como: uma definição de que- cargos os operários estão sendo avaliados; a quantificação das
horas de trabalho; e a quantidade de serviço realizado. Outro fator também seria a definição
do período de tempo para as mensurações.
Souza (2006) explica que em relação à escolha dos homens trabalhadores (mão-
de-obra), existem as categorias que serão feitas com restrições para que não haja um
distanciamento muito grande durante os estudos entre obras a serem comparadas:
a) nível hierárquico – Oficial e ajudante;
b) especialização – Qual sua função na equipe;
c) serviço realizado – Será a alvenaria de vedação;
d) processos – De transporte, de movimentação, e processamento final;
e) organização – Como será feita a organização da equipe.
Em se tratando das horas de trabalho, serão contadas apenas aquelas nas quais os
operários estão disponíveis, excluindo assim as horas em que eles não estão em canteiro de
obra, e não descontando períodos onde o motivo do não andamento do serviço seja causado
por outros fatores que não a mão-de-obra, como exemplo a falta de materiais. Deve-se anotar
a entrada e a saída do operário e o tempo de paralisação do mesmo, assim como fatores
inconvenientes como a falta de equipamentos e materiais ou até dificuldades da realização do
serviço, para que seja explicada uma suposta variação de produtividade.
A quantificação do serviço para o trabalho em questão será feita com a medição
da área levantada em metros quadrados da alvenaria, não computando a área de vãos.
O período para se medir o andamento do serviço é bastante importante, pois se
deve ter noção de que, se medindo semanalmente, pode ter ocorrido uma paralisação do
15

serviço por um dia completo, enquanto em outra obra o mesmo não ocorreu. Então esta etapa
deve ser bem escolhida e observada para que se minimizem possíveis erros.
Marder (2001) cita a existência de dois tipos de R.U.P calculadas em períodos
diferentes. A R.U.P.d que é calculada a cada dia de trabalho, e a R.U.P.cum calculada a partir
dos valores de homem-hora e quantidades de serviços relativos ao período que vai do
primeiro dia em que se estudou a produtividade até o dia em questão. A R.U.P. diária é a
maneira mais comum e precisa de se comparar resultados em obra, pois nela serão anotados
os efeitos influenciadores dos serviços diariamente. Já a R.U.P. cumulativa demonstra
tendências em longo prazo de desempenho de serviço, amenizando efeitos causados pelos dias
anormais em relação à execução do serviço.
Marder (2001) também discorre que, diferentemente dos valores diários, que
apresentam situações pontuais, os valores cumulativos apresentam uma tendência da obra e
demonstram a ocorrência de problemas administrativos e gerenciais, evidenciados pela baixa
produtividade apresentada.

2.7 Fatores influenciadores da produtividade

A produtividade do serviço de alvenaria de vedação pode ser facilmente


encontrada com diferentes valores, em obras semelhantes. Esta variedade pode ser grande,
mas é sempre influenciada por alguns fatores que contribuem na formação, movimentação e
comercialização do produto final. Estes fatores podem ser facilmente divididos em categorias
como:

a) características do produto:

Segundo Oliveira (1991) o efeito de repetição e aprendizagem, conhecido também


como treinamento em uma tarefa, conduzem a um melhor desempenho, ou seja, aumento da
produtividade. Entre as razões que explicam este efeito, podem ser citadas: familiarização do
trabalho; melhoria na coordenação das equipes e equipamentos; desenvolvimento de melhores
métodos de execução, entre outros.
Para Araújo et al. (2000), a caracterização geométrica das alvenarias, a partir da
planta baixa pode ser também um fator decisivo na produtividade do serviço. Paredes lineares,
como na Figura 2.4, em geral, são executadas com maior velocidade e ganhos de
produtividade em relação a paredes não lineares ou com mais ligações como na Figura 2.5.
16

Figura 2.4 – Planta simples


(FONTE: PLANTASEPROJETOSDECASAS, 2010)

Figura 2.5 – Planta complexa


(FONTE: PLANTASEPROJETOSDECASAS, 2010)

b) materiais e componentes:

De acordo com Marchioro et al (2004) uma densidade variável na mesma obra


dos bloco cerâmico pode vir a trazer uma menor produtividade, por causa da lentidão
decorrente do transporte e seu assentamento na parede a ser executada.
17

c) equipamentos e ferramentas:

Para Araújo et al (2000), equipamentos mais sofisticados como mesa para


alvenaria no nível do levantamento ou mesmo colher de pedreiro meia cana (Figura 2.6) em
substituição a colher convencional (Figura 2.7) facilitam no aumento da velocidade de
execução do serviço.

Figura 2.6 – Colher de pedreiro meia cana


(FONTE: SCANMETAL, 2010)

Figura 2.7 – Colher de pedreiro


(FONTE: USINAFORTALEZA, 2010)
18

d) mão-de-obra:

A composição da equipe é importante para que haja uma melhor utilização do


tempo e esforços de todos os trabalhadores envolvidos no serviço. Por exemplo, utilizar o
dobro de operários para execução de uma parede não quer dizer que a velocidade ira dobrar
(SANTOS et al., 2006). Outro fator é a da quantidade de serventes em relação à de operários,
onde a quantidade daqueles devem ser menor que destes.

e) organização da produção:

Marchiori et al (2004) também comenta que a existência ou não de um projeto de


alvenaria e de procedimentos pode chegar a resultados diferentes em relação à produtividade
de alvenaria de vedação.
Segundo Brandli (2001) apud Marder (2001) o layout do canteiro de obra
influencia também na produtividade do serviço a ser executado. Uma correta distribuição dos
vários equipamentos e setores de armazenamento e produção no canteiro além de seus
dimensionamentos em tamanhos e quantidades, otimiza a produção com ganho de tempo,
limpeza, velocidade na execução de serviços e sua qualidade, sem que haja um aumento de
custo considerável.
19

3 METODOLOGIA

Aqui são explicitadas considerações para a efetivação do trabalho e os passos da


metodologia.
O tipo de pesquisa utilizado foi a de levantamento de dados a partir de obras de
empreendimentos residenciais. A técnica de coleta de dados foi a partir de observação do
serviço de elevação da alvenaria dos serviços de e preenchimento de tabelas de R.U.P.d e
R.U.P.cum. A pesquisa que deu origem a este trabalho é de natureza quantitativa, embora
dados qualitativos também tenham sido utilizados para que os resultados fossem
complementados. A estratégia de pesquisa utilizada foi o estudo de caso.

3.1 Seleção das obras

A seleção das obras foi segundo a conveniência do pesquisador e teve os seguintes


critérios:
a) empreendimento residencial;
b) localização em Fortaleza-CE;
c) com estrutura reticulada em concreto armado em execução;
d) serviço de elevação da alvenaria de vedação sendo realizado nos pavimentos.

3.2 Técnica da coleta

A cada obra visitada foi previamente solicitado a autorização do engenheiro


responsável para que o pesquisador tivesse livre acesso ao canteiro de obras, bem como
disponibilidade para a coleta dos dados necessários para o trabalho.
Foi obtida, com o engenheiro responsável, a planta baixa virtual do pavimento
tipo. Na mesma ocasião foi observado e anotado em um caderno o pavimento onde teria inicio
a coleta. O pavimento escolhido necessariamente deveria ter o serviço de elevação da
alvenaria não iniciado para facilitar as mensurações futuras.
A planta baixa virtual foi tratada, de forma a deixar visível apenas a alvenaria e as
esquadrias. Foram impressas várias cópias do material para futuras coletas com data em
aberto para anotação dos dias da apropriação.
Inicialmente foi previsto um número de trinta (30) visitas para cada obra, porém
para cada obra foi obtido um número diferente de visitas dependendo da disponibilidade de
20

tempo do pesquisador. Para a obra 1 foram realizadas 30 visitas, já para a obra 2 foram
realizadas 25 visitas e para a obra 3 um total de 22 visitas. E cada visita com uma média de
duas horas de duração.
Foi estipulado um horário em que diariamente foram cumpridas visitas e
quantificações obtidas com a utilização de trenas e contagem de fiadas elevadas, incluindo a
fiada da marcação, e então anotados os resultados nas plantas impressas e datadas. Foram
multiplicadas as quantidades de fiadas com os comprimentos das paredes para se encontradar
as áreas executadas no período.
Para apropriação dos termos “H” e “h” da Equação 2.1 foi obtida a folha de ponto
com o mestre de obras. Através dela foi anotada a quantidade de operários e as horas
trabalhadas para a realização do serviço no dia sendo calculada com a multiplicação do termo
“H” com o termo “h”.
Foi considerado para o termo “H“, ou quantidade de operários, somente a equipe
de produção oficial, neste caso, os pedreiros.
Já para o termo “h” da Equação 2.1 foram consideradas as horas trabalhadas pelos
operários e as horas não trabalhadas nas quais eles estavam disponíveis para o serviço.
O registro de ocorrências foi realizado com observações e questionamentos dos
operários e do mestre de obras acerca de supostos obstáculos para a realização do serviço em
questão.
Para fins desse trabalho foi considerado que as informações obtidas com o mestre
de obras são suficientemente precisas e confiáveis para a coleta das informações sobre
homens-hora utilizados no serviço de cada obra.

3.3 Tratamento e análise dos dados.

Para o iniciar o tratamento das informações apropriadas foi desenvolvido com o


auxilio do programa Excel uma planilha virtual padrão (Tabela P.1) que seria usada para se
anotar as entradas de dados, assim como automaticamente (por meio de fórmulas nas células)
obter as saída de dados, que seriam a R.U.P.d e também a R.U.P.cum. A tabela padrão é
exposta a seguir:
21

Tabela P.1 – Tabela padrão

Produtividade (m²)
Hh Qs R.U.P.d R.U.P.cum OBS:
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10

Hh = Hora homem Qs = Quantidade de serviço (m²)

De posse dos dados coletados de cada obra o preenchimento da planilha foi


iniciado, obtendo assim automaticamente na coluna de saída R.U.P. da tabela o índice
procurado a partir da fórmula Hh/Qs na célula em destaque.
Assim, com as tabelas devidamente preenchidas a criação de gráficos que exibiam
a curva R.U.P. além da reta R.U.P. média para cada obra, evidenciando os picos formados
pelos fatores influenciadores observados.
A partir das curvas encontradas nos gráfico gerados pelo programa Excel foram
realizadas interpretações juntamente com os fatores influenciadores encontrados, ligando-os
para que se então se tenha resultados em relação aos índices de produtividade de cada obra.
Então estes índices foram comparados, tanto em relação a R.U.P. média como
para o desvio padrão alem de serem feitas comparações a cerca de fatores influenciadores no
intuito de encontrar a melhor obra a partir dos dados apropriados.
22

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Uma breve descrição das obras foi realizada para melhor visualização e analise
das mesmas. Descrição esta acerca de pontos importantes como tipo de edificação e áreas
construídas totais e de alvenaria; tipos de blocos empregados; equipamentos utilizados;
transportes verticais e horizontais; armazenamento de materiais; composição da equipe, entre
outros.
Citar características de cada obra se faz importante, pois podem também ajudar
em uma analise feita posteriormente.
Uma demonstração dos resultados encontrados após o tratamento de tabelas e
gráficos gerados pelas planilhas eletrônicas, a partir dos dados coletados, é realizada neste
capítulo a fim de que seja feita uma consideração final acerca do tema estudado.

4.1 Estudo de Caso 1

A Obra 1 será explicitada em termos de descrição do empreendimento,


características a cerca do serviço de alvenaria e analise dos resultados.

4.1.1 Descrição da obra

Uma edificação residencial com 18 pavimentos mais dois subsolos. Estava ainda
em fase de execução da estrutura que por sua vez era reticulada em concreto armado e a
alvenaria de vedação em elevação. A obra possui um total de área construída de 15.833 m²
com área de alvenaria por pavimento de 510 m².
Uma grande variação de tamanhos de blocos cerâmicos na obra foi encontrada.
Havia blocos de (08x20x20)cm (usados nas duas primeiras fiadas), (10x10x20)cm,
(10x20x20)cm e também de (14x20x20)cm (usados para fechamento da escada e elevador).
A cada pavimento se encontrava uma betoneira pequena (120 L) onde um
servente encarregado do andar a operava. A argamassa industrializada utilizada na betoneira
do pavimento foi utilizada para fiadas a partir do terceiro bloco, enquanto uma argamassa
feita no térreo e transportada pelo elevador foi utilizada nas duas primeiras fiadas e no
encunhamento.
23

O transporte vertical dos materiais como tijolo, argamassa e vergas era realizado
com o auxilio de um elevador único para todo o edifício, já o transporte horizontal, com
carrinhos de mão.
Os blocos cerâmicos, assim como os sacos de argamassa industrializada, eram
entregues a obra em paletes pequenos armazenados primeiramente no pavimento térreo.
Os materiais gerais (areia, cimento, aço, brita) foram armazenados no piso térreo,
após sua construção, pois era um local coberto e com bastante ventilação, além de oferecer
bastante espaço para o movimento dos operários. Os materiais foram transportados até o local
de uso antecipadamente, como mostra a Figura 4.1. Se a equipe de alvenaria estava no
pavimento nº 7 os pavimentos nº 8 e nº 9 já estariam sendo carregados com os blocos e os
sacos para argamassa industrial.
Os equipamentos utilizados para a execução do serviço de elevação da alvenaria
pelos pedreiros foram: prumo, nível, trena de 5 metros, escantilhão, mangueira de nível,
colher de pedreiro, linha nylon, andaimes, planta baixa plastificada do pavimento tipo e
equipamentos de proteção individuais (EPI’s).
As equipes de elevação de alvenaria eram constituídas por seis pedreiros e três
serventes por pavimento.

Figura 4.1 – Armazenamento de materiais antecipadamente na obra 1


(FONTE: AUTOR)

4.1.2 Descrição do serviço de alvenaria

A empresa contratada para construir a obra 1 possui um sistema de otimização


para a execução da elevação da alvenaria que é chamado de pacotes de atividades. Esses
24

pacotes de atividade foram gerados a partir de dados anteriormente coletados em obras


concluídas em relação à produtividade da mão-de-obra e seus equipamentos.
O pacote de atividades da execução da alvenaria na obra de um pavimento foi
projetado para ser concluído em 13 dias contando com outras atividades além da marcação e
elevação da alvenaria, sendo a etapa da fixação realizada posteriormente. Este pacote era
supervisionado eventualmente por um encarregado do serviço. Com o pacote completo o
pagamento era realizado.
Esta equipe do serviço de alvenaria de vedação se dividia ainda para realizar os
serviços de fôrma e concretagem de pilaretes e vigotas das varandas do pavimento, instalação
de eletrodutos e caixas elétricas, limpeza do local e eventualmente ajudavam na concretagem
das lajes.
O serviço de limpeza era realizado à medida que a elevação estivesse sendo
concluída, sendo o entulho das alvenarias e materiais carregados até a abertura de um
elevador por onde seriam jogados. Um container de lixo estava estacionado no pavimento do
subsolo que seria transportado para dar fim ao entulho.

4.1.3 Resultados

Observando o Gráfico 4.1 gerado a partir Tabela A.2 encontrou-se R.U.P. média
de 1,56 Hh/m2 com um desvio padrão de 0,89 Hh/m2. Encontraram-se também picos de 4,75
Hh/m2 e 4,00 Hh/m2 na curva. A curva da R.U.P.cum se encontra bem abaixo da reta
formada pela R.U.P. média.

Gráfico 4.1 – Gráfico das R.U.P.’s diárias, cumulativas e média da obra 1


25

A R.U.P.cum bem abaixo da R.U.P. média mostra como seria o caminho da


produtividade sem interrupções, demonstrando uma grande diferença entre os índice
evidenciando problemas em demasia para o serviço de elevação de alvenaria de vedação.
Uma análise a partir dos os resultados da obra 1 pode explicar os picos, tanto
como por fatores naturais, o falecimento de um operário (onde a obra parou em luto por um
dia e em ritmo menos produtivo nos dias seguintes, quando se notou que os operários
trabalharam com menor motivação) e devido à quebra do elevador de carga.
Algumas observações acerca do serviço de execução realizado nesta obra podem
ser feitas mostrando-se assim fatores que, de alguma forma, influenciaram na variação da
produtividade:
a) as vergas na obra eram transportadas para o pavimento apenas no dia em que seriam
usados, porém em alguns dias o transporte vertical foi parado para manutenção,
atrasando o envio destes materiais e da argamassa preparada no pavimento térreo
resultando em pequenos atrasos na obra e congestionamentos do elevador;
b) a comunicação entre os pavimentos e os encarregados da obra era feita por
radiotransmissores com a intenção de agilizar os transportes e fornecimento de
materiais e resolver problemas mais facilmente, mas muitas vezes verificou-se a não
utilização do aparelho por parte dos operários, perdendo-se assim totalmente a sua
funcionalidade;
c) erro na leitura da planta baixa do pavimento tipo, fato que ocorreu duas vezes,
alterando a localização de esquadrias, com perda de tempo para a demolição das
prumadas executadas, retirada de vergas e nova execução conforme projeto;
d) o número de andaimes foi insuficiente para atender concomitantemente a todas as
equipes e, como conseqüência, alguns trabalhadores temporariamente executaram
outras tarefas como limpeza do local e retirada de entulhos;
e) a execução de passagens e instalação de caixas elétricas e eletrodutos pela equipe de
elevação da alvenaria pode ter demandado um tempo considerável talvez pelo fato de
não ter existido nenhum treinamento para este serviço.

4.2 Estudo de Caso 2

Para a obra 2 serão feitas também uma breve descrição do empreendimento, do


serviço de alvenaria ali encontrado e resultados a cerca dos índices coletados e tratados.
26

4.2.1 Descrição da Obra

A obra é uma edificação residencial, com estrutura em concreto armado e possui


18 pavimentos mais coberta. Cada pavimento se constituía de quatro apartamentos. A área
total construída da edificação era de 6.600 m² sendo cada pavimento com 301 m² de alvenaria.
O bloco cerâmico utilizado foi de (09x19x19)cm, e também blocos de concreto de
(19x9x39)cm para o fechamento de escadas e elevador, funcionando ainda como
contraventamento da estrutura, como mostra a Figura 4.2.
Toda a argamassa de assentamento utilizada na obra para o serviço de elevação da
alvenaria foi misturada no térreo e então transportada quando necessário.
O transporte vertical dos tijolos e vergas (feitas in loco no térreo) era realizado
com elevador (guincho de carga) além da argamassa com o auxilio de jericas que por sua vez
também eram utilizados como transporte horizontal.
Os blocos cerâmicos e outros materiais eram entregues a obra e estocados
manualmente.
A armazenagem dos materiais encontrados na obra, como o tijolo cerâmico, era
feito no piso térreo para então ser transportado para o pavimento onde deveria ser executada a
alvenaria pelo elevador de carga.
Para a realização do serviço de alvenaria de vedação foram utilizados os seguintes
equipamentos: Prumo de nível, trena de 5 metros, escantilhão, mangueira de nível, colher de
pedreiro, linha de nylon, andaimes, planta baixa do pavimento tipo e EPI’s.
A equipe direta era formada por dois pedreiros e um servente, sendo o serviço
realizado por apartamento.

Figura 4.2 – Alvenarias de vedação e estrutural da obra 2


(FONTE: AUTOR)
27

4.2.2 Descrição do serviço de alvenaria

Para a obra 2 não existiam pacotes de atividades com período de término por
andar por equipe nem mesmo um banco de dados de índices de produtividade da mão-de-obra
na alvenaria de vedação, possuindo apenas o cálculo da produção do pedreiro por apartamento
sendo assim feito o pagamento quinzenal. Da mesma maneira que a obra 1 a etapa do
encunhamento foi realizado posteriormente.
A equipe trabalhava quase que estritamente para a elevação de alvenaria de
vedação do pavimento, com exceção de alguns dias em que foram deslocados para realizar
outras atividades na obra.
O resíduo dos materiais era disposto em vários setores por pavimento para então
serem carregados e transportados com o auxilio das jericas até o nível térreo e posteriormente,
novamente lançados no caminhão basculante para transporte final.
A equipe era supervisionada pelo mestre de obras que era sempre solicitado
quando era observado algum problema como falta de materiais ou mesmo erros na elevação
da alvenaria.

4.2.3 Resultados

No que se refere à análise da segunda obra, com o auxilio da Tabela A.3, o


Gráfico 4.2, logo abaixo, mostrou um resultado da média da R.U.P. de 1,41 Hh/m2 com
desvio padrão de 0,71 Hh/m2, existindo picos de 3,48 Hh/m2, 2,82 Hh/m2 e 2,46 Hh/m2.
Para a R.U.P.cum, ainda há uma variação considerada em relação a R.U.P. média.

Gráfico 4.2 – Gráfico das R.U.P.’s diárias, cumulativas e média da obra 2


28

No Gráfico 4.2 a curva da R.U.P.cum abaixo da R.U.P. média resultando na


existência de problemas considerados na situação em que o serviço se encontrava.
Na obra 2 os picos foram observados quando o mestre de obras deslocou a equipe
para o pavimento térreo, para execução de outros serviços.
Verificou-se a inexistência de qualquer fiscalização presente no local, quer por
estagiário ou técnico em edificações.
Para esta obra algumas observações podem ser discorridas:
a) deslocamentos de equipes de produção de alvenaria para execução de outros serviços,
como remanejamento de materiais, auxilio na concretagem de lajes e verificações de
compatibilização do projeto de arquitetura com o executado;
b) a insuficiência no fornecimento de água na obra, causou interrupção na produção de
argamassas e provocou novo atraso na execução do serviço;
c) paralisação do elevador de materiais para conserto do motor, ocasionou
desabastecimento de tijolos e argamassas nos pavimentos, gerando acúmulo de
materiais a serem elevado aos pavimentos com sobrecarga do equipamento.

4.3 Estudo de Caso 3

Da mesma forma, par a obra 3, será feita uma descrição do empreendimento e do


serviço de alvenaria, além de citados os resultados.

4.3.1 Descrição da obra

A obra é de um edifício residencial de 21 pavimentos mais um subsolo e pilotis.


Estava em fase de construção da estrutura do pavimento 18º, porém já elevando a alvenaria
nos pavimentos 13º, 14 ºe 15º.
A edificação possuía uma área total construída de 7.520 m² sendo 264 m² de área
de alvenaria de vedação por apartamento.
Os blocos cerâmicos eram utilizados exclusivamente para a vedação dos
pavimentos e eram de (09x19x19)cm. Já na escada e caixa do elevador, foram utilizados
blocos de concreto de (19x19x39)cm para uso como contraventamento, assim como tijolos
maciços para a vedação de shafts (Figura 4.3).
29

O transporte horizontal dos tijolos e argamassa no local era feito com jericas e
carros-de-mão. O transporte vertical, por sua vez, era realizado por um elevador de carga e de
pessoas.
Os blocos cerâmicos eram entregues na obra em paletes grandes e então
estocados.
A armazenagem dos materiais situava-se no térreo, tanto de blocos cerâmicos
quanto dos materiais para a argamassa. Quando era solicitado o serviço para o pavimento,
estes materiais iam aos poucos sendo transportados à medida que fossem necessários, devido
às dimensões reduzidas e o pouco espaço para a armazenagem local. Uma betoneira no
pavimento térreo misturava as argamassas que eram então colocadas em jericas, e
transportadas pelo elevador até o pavimento em que seriam utilizadas.
O serviço de alvenaria nesta obra foi feito com o auxilio de alguns equipamentos
como: Prumo de nível, trena de 5 metros, escantilhão, mangueira de nível, colher de pedreiro,
linha de nylon, andaimes, planta baixa do pavimento tipo e EPI’s.
A equipe do serviço de alvenaria de vedação era composta por dois pedreiros e
um servente por apartamento.

Figura 4.3 – Tipos de tijolos utilizados (cerâmico e maciço) nos pavimentos tipo da obra 3
(FONTE: AUTOR)

4.3.2 Descrição do serviço de alvenaria

A empresa construtora da obra 3 possuía um banco de dados em relação ao


serviço de mão-de-obra da alvenaria de vedação, porém um pequeno número de edificações
foi analisado. Novamente foi visto que o serviço de fixação para finalização da alvenaria de
30

vedação era realizado posteriormente, sendo considerados apenas os serviços de marcação e


de elevação das paredes da obra estudada.
Toda a equipe de alvenaria de vedação era encarregada de fazer a limpeza do
local. Estes operários eram responsáveis ainda do corte das aberturas e instalação dos
eletrodutos e caixas elétricas nas alvenarias.
Como na obra 2 a limpeza dos pavimentos era feita com o ajuntamento dos
materiais inservíveis, para então serem carregados até o elevador por jericas e carros-de-mão
onde seriam transportados até o pavimento térreo e então lançados no caminhão o
desembarque final.
Os funcionários, principalmente os pedreiros, recebiam instruções do engenheiro
de como se comportar em seu trabalho em relação à organização, limpeza do local, o
transporte de materiais, entre outros fins, para que o tempo de ocupação fosse bem
aproveitado.
A equipe executora da alvenaria de vedação era constantemente supervisionada
pelo mestre de obras e estagiário, sendo eles os responsáveis pelo suprimento de materiais ou
mesmo informações acerca de outras necessidades do serviço.

4.3.3 Resultados

A obra 3 demonstra uma R.U.P. média de 1,15 Hh/m2 e desvio padrão de 0,28
Hh/m2, bastante baixo, demonstrando maior constância de produtividade. Apresentou apenas
um pico no Gráfico 4.3 de 2,15 Hh/m2 calculada com a ajuda da Tabela A.4. Em relação a
R.U.P. cum pode-se observar que está bem próxima a R.U.P. média.

Gráfico 4.3 – Gráfico das R.U.P.’s diárias, cumulativas e média da obra 3


31

No que se refere ao Gráfico 4.3, que mostra a R.U.P.cum bastante próxima a


curva da R.U.P média pode-se concluir que os problemas que existiram no serviço de
elevação de alvenaria de vedação não foram suficientemente relevantes, ou foram resolvidos
de maneira rápida e efetiva.
Os picos do Gráfico 4.3 referente à obra 3 foram gerados após um curto circuito
na rede elétrica e quebra da betoneira.
A partir de informações obtidas com o mestre de obras e estagiário foi constatado
que nesta última obra os operários eram mais bem selecionados na contratação. Estes eram
expostos antes do inicio do serviço às possíveis dificuldades que poderiam enfrentar, além de
uma apresentação do projeto. Um encarregado (estagiário), além do mestre de obras, se
deslocava regularmente entre os pavimentos, verificando se o serviço estava sendo feito
corretamente e a necessidade de fornecimento de material. Pelos dados mostrados no Gráfico
4.3, é fácil notar que os funcionários da obra obtiveram uma boa produtividade, não havendo
grande variação entre os dias coletados.
Interferências que merecem ser citadas e que influenciaram na produtividade
foram:
a) rotatividade na equipe, ocasionadas por faltas provocadas por doença, ou solicitações
de ausência temporárias, bem como problemas familiares de operários da equipe
quando no caso um filho de um empregado foi acidentado;
b) problemas na rede elétrica da obra por curto circuito, com falta parcial de energia no
canteiro;
c) quebra da betoneira de produção das argamassas, obrigando a mistura manual dos
componentes.

4.4 Análise geral dos resultados

Alguns fatores são exclusivos de cada obra pesquisada, como por exemplo: o
falecimento de um operário na obra 1, que fez com que o serviço atrasasse bastante; já na obra
2 a falta de água para a mistura de argamassa obrigou a interrupção do serviço por demasiado
tempo; fatores como saúde física e problemas familiares foram detectados apenas na obra 3.
Estes inconvenientes provocam um aumento de R.U.P. em cada obra, tanto gerados pelos
operários como também pela organização, planejamento e gestão do canteiro de obra.
Tecnologias construtivas ou mesmo desenvolvimento de modos alternativos,
foram encontrados em todas as obras como, por exemplo, o radiotransmissor utilizado na obra
32

1, os reservatórios de água nos pavimentos da obra 2 e mesmo a capacitação de operários


substitutos feita na obra 3, não foram suficientes para que a obra se desenvolvesse da melhor
maneira em todos os dias.
Uma analise em relação as R.U.P.’s médias dos gráficos demonstra que a obra 3
obteve melhores resultados. Além do fato de a R.U.P. cumulativa ser mais próxima da R.U.P.
média na obra 3. Este resultado pode ser causado por uma diferença encontrada nas obras em
se tratando de fiscalização e acompanhamento dos serviços. A obra 3, de mais baixa (ou
melhor) R.U.P. pode ter obtido o melhor desempenho durante a pesquisa devido a uma
fiscalização sistemática do serviço de elevação de alvenaria, levando a uma melhor e mais
constante execução da alvenaria. Uma explanação prévia feita pelo engenheiro para os
encarregados (mestre de obras e estagiário local) deste serviço em questão foi realizada, para
evitar descontinuidades causadas por desconhecimento do projeto, dúvidas ou demolições
desnecessárias, bem como falhas na produção por desperdício ou desabastecimento de
material.
33

5 CONCLUSÃO

A realização deste trabalho permitiu analisar a produtividade da mão-de-obra no


serviço de alvenaria de vedação de três obras, levando-se em conta os fatores que podem ter
influenciado nos índices encontrados. A partir dos dados apropriados e posterior analise
realizada, observou-se que a obra 3 apresentou melhor R.U.P. média.
Diante do exposto, conclui-se que não há grandes diferenças entre os índices de
R.U.P. das obras visitadas, entretanto a variação ocorre, o que pode levar à mudanças nos
resultados finais dos empreendimentos quando se avaliam os tópicos prazo da obra e custo
final. Estes resultados são decisivos para um bom desempenho e afirmação em um mercado
tão competitivo quanto a construção civil no Ceará e mesmo no Brasil.
Verificou-se que uma fiscalização atenta e em sintonia com os encarregados da
obra, é um fator estratégico para a obtenção de melhores resultados.
Constatou-se que fosse abastecimento realizado sempre que necessário de
materiais nas frentes de serviço é fundamental para garantir um bom desempenho das equipes,
juntamente ao planejamento das novas frentes de trabalho.
A pesquisa demonstra a necessidade de uma política de treinamento da mão-de-
obra, inclusive da fiscalização, incentivos para a qualificação dos operários e finalmente a
necessidade de uma fiscalização sistemática dos trabalhos realizados para identificação e
correção de problemas de forma a evitar o retrabalho ou recorrências.

5.1 Sugestões para futuros trabalhos

Concluindo, fica o desejo de que esta monografia tenha contribuído para a


comunidade acadêmica, motivando outros estudos que possam completar informações aqui
mencionadas, assim como valorizar a área da construção civil.
Com o que foi visto e analisado acima, sugere-se para novos trabalhos:
a) aplicar a metodologia mostrada em outros canteiros de modo a se obter um universo
maior de comparação para avaliação da produtividade;
b) ampliar o banco de dados acerca dos índices de produtividade das obras em Fortaleza;
c) analisar mais criteriosamente os fatores influenciadores mais determinantes;
34

d) aplicação desta metodologia em obras da mesma empresa, descobrindo assim mais


divergências entre métodos, processos e equipamentos influenciadores de variações
dos índices de produtividade.
35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAGÃO, R. L. A importância de uma equipe multidisciplinar em obras da construção


civil. Monografia (graduação em Engenharia de Produção Civil) – Faculdade Brasileira,
Espírito Santo, 2009.

ARAÚJO, L. O. C. Método para a previsão e controle da produtividade da mão-de-obra


na execução de fôrmas, armação, concretagem e alvenaria. Dissertação (mestrado) –
Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 2000.

ARAÚJO, L. O. C.; SOUZA. U. E. L. Fatores que influenciam a produtividade da


alvenaria: detecção e quantificação. In: VIII ENCONTRO NACIONAL DE
TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO. Salvador, 2000. Anais. Salvador, ENTAC,
2000.

BORNIA, A. C. Mensuração das perdas dos processos produtivos: uma abordagem


metodológica de controle interno. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) -
Universidade Federal de Santa Catarina, 1995.

CAMPOS FILHO, A. S.. Treinamento à distância para mão-de-obra na construção civil.


Dissertação (mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 2004.

CARRARO, F. SOUZA, U. E. L. Monitoramento da produtividade da mão-de-obra na


execução da alvenaria: um caminho para otimização do uso de recurso. Trabalho
apresentado ao congresso latino-americano de Tecnologia e gestão na produção de edifícios,
São Paulo, 1998.

COÊLHO, Ronaldo Sérgio de Araújo. Método para estudo da produtividade da mão-de-


obra na execução de alvenaria e seu revestimento em ambientes sanitários. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Mecânica) – Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade
Estadual de Campinas, 2003.

DIÁRIO POPULAR. Falta de mão-de-obra qualificada é o maior problema. Disponível


em: <http://www.diariopopular.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?id=2&noticia=24471
>. Acesso em: 06 de outubro. 2010.

DIAS, S. R. B. M.; HELENE, P. R. L.. O fator humano – motivação do trabalhador da


construção civil. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP – Departamento de
Engenharia de Construção Civil. São Paulo: USP, 1992.
36

FRANCO, E. M. Gestão do Conhecimento na Construção Civil: Uma Aplicação dos


Mapas Cognitivos na Concepção Ergonômica da Tarefa de Gerenciamento dos
Canteiros de Obras. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal
de Santa Catarina. Florianópolis, 2001.

GOMES, C.. Antecedentes do capitalismo. Ed. Edições Ecopy, 2009.

HEINECK, L. F.; FERREIRA, J. C. Tempos improdutivos, auxiliares e produtivos na


construção civil – uma avaliação de sua ordem de grandeza, causas e possibilidades de
redução dentro de programas de produtividade na indústria da construção civil. UFSC.
Florianópolis: Ed. UFSC, 1994.

JCMUG. Disponível em: < http://jcmug.sites.uol.com.br/Manual/Parede.htm>. Acesso em: 22


de outubro. 2010.

LIMA, A. T. M. Caracterização da tecnologia construtiva para a execução de alvenaria


nas edificações da cidade de Fortaleza. Monografia (graduação em Engenharia Civil) –
Universidade Federal do Ceará, 2006.

LORDSLEEM, A. C; SOUZA, U. E. L. Produtividade da mão-de-obra no serviço de


alvenaria de vedação. In: Simpósio Brasileiro de Gestão da Qualidade e Organização do
Trabalho, 1º, Recife, 1999.

MARCHIORI, F. F.; SOUZA. U. E. L. Aprimoramento do orçamento convencional: a


utilização do conceito de produtividade variável na atividade de alvenaria. Atas do
Congresso Nacional da Construção – Construção 2004: Repensar a Construção. Portugal,
2004.

MARDER, S. T. A produtividade da mão-de-obra no serviço de alvenaria no município


de Ijuí. Monografia (graduação em Engenharia Civil) – Universidade Regional do Noroeste
do Estado do Rio Grande do Sul, 2001.

MONTEIRO, M. Obras ágeis e com qualidade. Disponível em: <


http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/obras-ageis-e-com-qualidade/>. Acesso
em: 28 de novembro. 2010.

MORI, L. M.; JUNGLES, A. E. Produtividade da mão-de-obra na produção de alvenaria.


IV Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura – ENTACA. Maringá, Paraná.
2007.
37

OLIVEIRA, C. S. P. As principais características da mão-de-obra da construção civil que


interferem na filosofia da qualidade. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção –
ENEGEP. Santa Maria. Rio Grande do Sul, 1997.

OLIVEIRA, R. R.; DALL’OGLIO, S.; HAMERSKI, A.; MARTINI, C. E. Estudo de fatores


que afetam a produtividade em obras repetitivas. Congresso Latino-Americano de
Tecnologia e gestão na produção de edifícios. São Paulo, 1998

PICCHI, F. A. Sistemas da qualidade: uso em empresas de construção de edifícios. Tese


(Doutorado em Engenharia Civil e Urbana) - Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo. São Paulo, 1993.

PLANTASEPROJETOSDECASAS. Disponível em: <http://plantaseprojetosdecasas.spac


eblog.com.br/83039/PLANTA-BAIXA-DE-UM-PAVIMENTO-95-03-ms2>. Acesso em: 15
de setembro. 2010.

PÓVOAS, Y. V.; SOUZA, E. L.; JOHN, V. M. Produtividade no assentamento de


revestimentos cerâmicos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GESTÃO DA QUALIDADE E
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO. Anais... Pernambuco: UFPe, 1999.

RODRIGUES, E. Técnicas das construções. Disponível em:


<www.ufrrj.br/institutos/it/dau/profs/edmundo/Cap%EDtulo4-Alvenaria.pdf>. Acesso em: 24
de junho. 2010.

SABBATINI, F. H. Desenvolvimento de métodos, processos e sistemas construtivos.


Versão abreviada da tese de doutorado. São Paulo, EPUSP, 1991.

SANTOS, Â. M. R.; BARBOSA, J. A.; MAGGI, P. L. O. Medida de produtividade da


mão-de-obra no serviço de alvenaria com blocos cerâmicos para aplicação em
planejamento pelo método das linhas de balanço. Trabalho apresentado ao congresso
latino-americano, Unijuí, 2006.

SCANMETAL. Disponível em: <http://www.scanmetal.com.br/equipamentos.php?opcao=Co


lher%20Meia-Cana%20e%20Palheta&foto=248&filtro=>. Acesso em 26 de outubro. 2010.

SOARES, D. R.; SPOSTO, R. M.. Proposta de metodologia para sistema de gestão da


qualidade – SGQ, em órgão de execução de obras militares, com enfoque na fiscalização
de obras. In: Simpósio brasileiro de gestão da qualidade e organização do trabalho no
ambiente construído, 2. Anais... Fortaleza: ANTAC, 2001.
38

SOUSA, D. S. V.. Metodologias construtivas, Abordagem da locação à entrega da obra –


Apostila – Engenharia Civil, UFC. Consultec Júnior, 2006.

SOUZA, T. F. A. P.; GUIDUGLI FILHO, R. R.; ANDERY P. R. P.. Impacto do sistema de


gestão da qualidade de empresas construtoras na prestação de serviços à Prefeitura de
Belo Horizonte: um estudo de caso. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção –
ENEGEP. Santa Catarina, 2004.

SOUZA, U. E. L. Como aumentar a eficiência da mão-de-obra. São Paulo: PINI, 2006.

SOUZA, U. E. L. Como medir a produtividade da mão-de-obra na construção civil. In:


Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. Anais do ENTAC 2000 -
modernidade e sustentabilidade. Salvador, 2000.

THOMAZ, E. Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção. São Paulo: PINI,


2001.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - TCU. Cartilha “Recomendações Básicas para a


Contratação e Fiscalização de Obras de Edificações Públicas”. Disponível em
<www.tcu.gov.br>. Acesso em: 29 de novembro. 2010.

USINAFORTALEZA. Disponível em: <http://www.usinafortaleza.com.br/produto/detalhe


s/16/argamassa_para_assentamento/ab50>. Acesso em: 24 de outubro. 2010.
39

APÉNDICE A – Tabela de R.U.P.d e R.U.P.cum da obra 1

Tabela A.2 – Dados coletado da obra 1

produtividade (m2)
Hh Qs R.U.P.d R.U.P.cum OBS:
1 48 35,40 1,36 1,36
2 32 35,00 0,91 1,14
3 40 41,70 0,96 1,07
4 40 26,48 1,51 1,15 Assentamento de vergas nas aberturas das janelas
5 32 36,38 0,88 1,10
6 40 62,80 0,64 0,98
7 32 29,40 1,09 0,99
8 32 22,00 1,45 1,02
9 40 25,05 1,60 1,07 Equipe instalando eletrodutos e caixas
10 40 29,76 1,34 1,09
11 32 26,14 1,22 1,10
12 40 8,42 4,75 1,18 Elevador em manutenção
13 48 26,00 1,85 1,23 Forma e concretagem de vigotas (por parte da equipe)
14 48 38,00 1,26 1,23
15 48 59,98 0,80 1,18
16 48 33,05 1,45 1,20
17 48 52,93 0,91 1,17
18 48 42,11 1,14 1,17
19 48 26,99 1,78 1,19 Assentamento de vergas nas aberturas das janelas
20 48 28,42 1,69 1,21 Equipe instalando eletrodutos e caixas
21 48 29,68 1,62 1,23
22 48 25,33 1,89 1,25
23 24 6,00 4,00 1,27 Falecimento de um operário
24 40 14,00 2,86 1,30 Equipe instalando eletrodutos e caixas
25 48 40,91 1,17 1,30
26 48 60,91 0,79 1,26
27 16 10,38 1,54 1,26 Forma e concretagem de vigotas (por parte da equipe)
28 40 35,65 1,12 1,26
29 32 16,95 1,89 1,27 Limpeza do local por pedreiro e servente
30 32 23,62 1,35 1,27

Hh = Hora homem Qs = quantidade de serviço (m²)


40

APÉNDICE B – Tabela de R.U.P.d e R.U.P.cum da obra 2

Tabela A.3 – Dados coletado da obra 2


produtividade (m2)
Hh Qs R.U.P.d R.U.P.cum OBS:
1 16 19,18 0,83 0,83
2 16 10,20 1,57 1,09
3 16 18,65 0,86 1,00
4 16 15,70 1,02 1,00
5 16 25,63 0,62 0,90
6 16 10,20 1,57 0,96
7 16 8,50 1,88 1,04
8 16 6,50 2,46 1,12 A equipe auxiliou em outras atividades da obra
9 16 4,60 3,48 1,21 Falta de água para mistura de argamassa
10 16 15,60 1,03 1,19
11 16 17,50 0,91 1,16
12 16 16,80 0,95 1,14
13 16 10,70 1,50 1,16
14 16 12,50 1,28 1,17
15 16 18,65 0,86 1,14
16 16 20,40 0,78 1,11
17 16 13,00 1,23 1,11
18 16 5,68 2,82 1,15 A equipe auxiliou em outras atividades da obra
19 16 10,00 1,60 1,17
20 16 16,40 0,98 1,16
21 16 18,00 0,89 1,14
22 16 14,32 1,12 1,14
23 16 13,10 1,22 1,14
24 16 12,00 1,33 1,15
25 16 6,50 2,46 1,18 Transporte dos materiais feito pelos oficiais

Hh = Hora homem Qs = quantidade de serviço (m²)


41

APÉNDICE C – Tabela de R.U.P.d e R.U.P.cum da obra 3

Tabela A.4 – Dados coletado da obra 3

produtividade (m2)
Hh Qs R.U.P.d R.U.P.cum OBS:
1 16 16,54 0,97 0,97
2 16 13,50 1,19 1,07
3 16 11,50 1,39 1,16 Problemas familiares de um membro da equipe
4 16 13,67 1,17 1,16
5 16 15,00 1,07 1,14
6 16 14,59 1,10 1,13
7 16 11,23 1,42 1,17 Falta de um oficial da equipe
8 16 14,56 1,10 1,16
9 16 15,65 1,02 1,14
10 16 12,65 1,26 1,15
11 16 16,48 0,97 1,13
12 16 15,36 1,04 1,12
13 16 12,98 1,23 1,13
14 16 15,98 1,00 1,12
15 16 14,68 1,09 1,12
16 16 15,77 1,01 1,11
17 16 10,56 1,52 1,13 Falta de energia no canteiro
18 16 18,56 0,86 1,11
19 16 7,44 2,15 1,14 Quebra da betoneira
20 16 16,48 0,97 1,13
21 16 17,86 0,90 1,12
22 16 18,60 0,86 1,10

Hh = Hora homem Qs = quantidade de serviço (m²)

Você também pode gostar