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Ano Fourvière

2015-2016

Itinerário
de peregrinacão
por meio de
experiências

2014|2015 2015|2016 2016|2017


Elaboracão: Comissão de Irmãos para a
animação comunitária do
Bicentenário.

Edita: C
 onferência Marista Espanhola
C/ Xaudaró, 23, 1.º
28034 Madrid
( 913 34 48 86
7 913 34 48 96
8 www.maristas.es
30 Junho 2015
Itinerário de peregrinação
ANO FOURVIÈRE
APRESENTACÃO

MOTIVAÇÃO
Este próximo ano letivo, estamos todos convidados a entrar no espírito de Fourvière a partir da nossa
realidade marista de hoje.
Podemos escutar ou ler as palavras do Ir. Emili Turú (Texto ou vídeo do Ir. Emili Turú na apresentação
do Bicentenário, parte “Fourvière”).
Desde o início que os primeiros maristas imaginam a Sociedade de Maria como uma grande árvore
com diferentes ramos: religiosos sacerdotes, religiosos irmãos, religiosas e leigos. (…) Reconhecemos com
agradecimento que o Espírito Santo fez florescer entre nós a vocação laical marista. Milhares de leigos e
leigas de todo o mundo são chamados a viver o Evangelho à maneira de Maria, segundo a tradição do P.
Champagnat e dos primeiros Irmãos.
As origens da Sociedade de Maria lembram-nos que nós, religiosos e leigos, estamos associados para
a missão e somos chamados a oferecer o rosto mariano da Igreja, com a nossa maneira peculiar de ser
e de construir a Igreja.
O nosso último Capítulo Geral convidava-nos a uma nova relação entre irmãos e leigos, para servir
melhor a apaixonante missão que a Igreja nos confia.
O próprio Capítulo dizia: Contemplamos o nosso futuro marista como uma comunhão de pessoas no
carisma de Champagnat. Permaneçamos, então, abertos à criatividade do Espírito Santo, que nos pode
levar, porventura, por caminhos totalmente inesperados.

O que é que te oferecemos com este folheto?


DOCUMENTO 1 – Apresentamos três grupos de textos, de distintos autores, centrados em alguns
conteúdos nucleares do Ano Fourvière:
2 Associados para a missão marista (A),
2 Chamados a construir o rosto mariano da Igreja (B) e
2 Uma nova relação entre Irmãos e Leigos (C).
No fim de cada bloco, algumas perguntas para ajudar a aprofundar quer a reflexão pessoal quer o
diálogo comunitário.

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DOCUMENTO 2 – Um esquema de celebração comunitária para RECONHECER COM GRATIDÃO E
PERMANECER ABERTOS AO ESPÍRITO SANTO. Se for possível, sugere-se que seja realizada uma celebração
conjunta com leigos maristas. Esta pode ser feita em qualquer momento do ano, segundo o ritmo da
comunidade.

DOCUMENTO 3 – Apresentamos algumas propostas na linha experiencial característica dos


itinerários preparatórios para o Bicentenário. Incluímos também uma avaliação pessoal e comunitária
do presente itinerário. Como no itinerário MONTAGNE, as diferentes partes que apresentamos não são
necessariamente sequenciais, permitindo adaptações locais ou provinciais.

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DOCUMENTO 1

PARA A REFLEXÃO PESSOAL E COMUNITÁRIA


Apresentamos três textos para a reflexão pessoal e comunitária que apresentam distintas dimensões
da comunhão de pessoas no carisma de Champagnat. O primeiro texto (A) é do Ir. Charles Howard, da sua
circular sobre o Movimento Champagnat da Família Marista. O segundo texto (B), com o título “Chamados
a construir o rosto mariano da Igreja” tem duas partes: alguns parágrafos de João Paulo II aos religiosos e
às religiosas dos Institutos da família marista (2001) e uma parte da Circular do Ir. Emili Turú “Deu-nos o
nome de Maria”. O terceiro texto (C) sobre a nova relação entre Irmãos e Leigos relembra-nos partes do
documento do XXI Capítulo Geral e da II Assembleia de Missão Marista (Nairobi, 2014). No final de cada
texto encontraremos algumas perguntas para a reflexão pessoal e comunitária.

A – ASSOCIADOS PARA A MISSÃO


Ir. Charles Howard, Movimento Champagnat da Família Marista, uma graça para todos nós, 1991.

A assimilação da nova concepção de Igreja vai ser um processo lento por uma série de razões. As
mudanças são assimiladas lentamente pelas pessoas; temos necessidade, portanto, de paciência e re-
conhecer que vários fatores entram em jogo. Conhecemos todos situações em que o pastor está satis-
feito em ter um rebanho dócil e contente. Acabo de ler uma alocução de um padre que considera que
“muitos católicos continuam ainda profundamente individualistas na sua concepção religiosa. Leigos há
que têm estima muito reduzida pela sua vocação e missão como a Igreja as entende. Percebem a sua
missão, sobretudo, no sentido pessoal e individual mas não «comunitário” ou «eclesial”; é a razão por
que dão mais apreço à salvação do que à missão. O espirito do Vaticano II não afetou suficientemente
a atitude fundamental de muitos membros do clero nem a da grande massa dos laicos. A Igreja não é
entendida na sua função de comunhão nem na sua função profética de arauto e serva, mas antes como
uma instituição e como a guardiã dos sacramentos”.

(…)

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Nutrimos no passado, e ainda nutrimos, em diferentes graus, sentimentos e atitudes de ambição
e de resistência que impedem os leigos de assumirem o papel que lhes cabe de direito na Igreja. Há
mudanças que se produzem, com as inevitáveis tensões que as acompanham. Temos de nos indagar qual
é a conversão que se espera de nossa parte. Como respondemos a esse apelo claramente expresso pela
Igreja? De que maneira somos obstáculo, talvez, a esse apelo? Repito, a minha intenção não é de idealizar
a situação. Vivemos num mundo imperfeito e todos somos imperfeitos. Conheço Irmãos que fizeram esforços
meritórios para dar maior responsabilidade aos professores civis, por exemplo, às vezes com resultados muito
satisfatórios, outras, não. Posso assinalar escolas que se tornaram melhores quando os leigos acharam o seu
lugar, em todos os níveis (ensino, administração, tomada de decisões. Por outro lado, existem lugares em
que foram desenvolvidos grandes esforços visando integrar plenamente o pessoal leigo e que não tiveram o
resultado esperado por diversas razoes, inclusive por motivos salariais, falta de compromisso sério por parte
de alguns professores ou devido ao exercício arbitrário da autoridade de alguns Irmãos.
(…)
Chegámos a um momento muito importante da história da Igreja, um momento de renascimento, de
volta às práticas da Igreja primitiva na qual os leigos tinham lugar importante na missão da Igreja. Um dos
apelos mais urgentes atualmente é o de promover esse renascer, com tacto e delicadeza, com coragem
e largueza de vistas. Sem isso, a Igreja do futuro, que todos amamos, o Povo de Deus, o Corpo de Cristo,
ficarão diminuídos e teremos contribuído para isso.
(…)

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Para todos os cristãos, religiosos ou leigos, assim como para a Igreja, a missão é única, é a missão de
Jesus Cristo: cumprir a vontade do Pai, realizar a unidade entre o Pai e a humanidade e a unidade entre
os homens todos. Os nossos membros leigos participam nessa missão de maneira idêntica. O Espírito
Santo enriquece a Igreja com diversos dons, dons para diferentes serviços. A vida religiosa é uma dádiva
concedida a alguns membros da Igreja; o casamento é outro, e o celibato um terceiro. Esses dons e
funções variadas na Igreja, são complementares. A vida do leigo, por exemplo, oferece possibilidades de
serviço que não pode oferecer a vida religiosa.

(…)

Não posso deixar de pensar que essa caminhada que iniciamos marca um momento especial da história,
com a perspectiva da redescoberta do papel do leigo na Igreja, que não somente virá para robustecê-Ia
nos seus esforços para a «nova evangelização”, mas a ajudará a tornar-se mais simples, mais conforme o
Evangelho. Se isso acontecer, seremos mais aptos para edificação de uma nova sociedade, aquilo que o
papa João Paulo II chama a virtude cristã da solidariedade, desenvolvendo assim a “civilização do amor”.
Esse compromisso requer corações abertos e generosos, a exemplo de Champagnat, homens e mulheres
cheios de alegria apostólica, ardorosos ao serviço do Reino.

PERGUNTAS:
1. Passados 25 anos desde que foram escritas estas palavras do Ir. Charles, que passos é que demos
no chamamento da Igreja a viver a missão a partir da comunhão de todo o povo de Deus?
2. Quais são os dons com que os leigos contribuem para a tua missão marista?
3. Como vês a missão marista hoje, sob o ponto de vista da comunhão de Irmãos e Leigos?
4. Como e onde é que vives com mais profundidade o encontro entre Irmãos e Leigos?

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B – CHAMADOS A CONSTRUIR O ROSTO MARIANO DA IGREJA
João Paulo II, Aos religiosos e religiosas dos Institutos da família marista, 2001.

Hoje, compete a vocês manifestar, de maneira original e específica, a presença da Virgem Maria na vida
da Igreja e dos homens. Cabe a vocês, por isso, desenvolver a atitude mariana, que se caracteriza por uma
vida de disponibilidade alegre aos apelos do Espírito Santo, por uma confiança inquebrantável n a
Palavra do Senhor, por uma caminhada espiritual relacionada com os diversos mistérios
da vida de Cristo, pela atenção maternal às necessidades e aos sofrimentos dos homens,
especialmente dos humildes.
(…)
Ao pôr-se rapidamente a caminho pelas montanhas da Judeia para visitar a prima
Isabel, não nos ensina Maria a liberdade espiritual? Com efeito, importa não se deixarem
absorver pela gestão da herança do passado, mas discernir o que convém abandonar,
dentro do espírito de pobreza, mas sobretudo com essa liberdade evangélica que torna
as pessoas disponíveis aos apelos de Deus.
(…)
Maria entregou-se totalmente ao Senhor, confiando plenamente na Palavra
de Deus. Como não lhes ensinaria ela a permanecer na força dessa Palavra,
a escolher, como a outra Maria, a melhor?

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Ir. Emílio Turú, Circular «Deu-nos o nome de Maria», 2012.

Como bem sabemos, na origem da Sociedade de Maria encontra-se a inspiração de Jean-Claude


Courveille, que disse tê-la recebido de Maria, no Puy. Em 1815 explica o seu projeto a alguns dos seus
companheiros no Seminário de Santo Irineu - Colin, Champagnat, Déclas, Terraillon - os quais, em seguida, se
entusiasmam com a ideia que acaba por se concretizar na promessa de Fourvière, aos pés da Virgem Negra.
Fazia parte, realmente, do sonho desses doze sacerdotes recém-ordenados a construção de uma Igreja
mariana? Para Courveille era claro que se tratava de colaborar na renovação da Igreja; do mesmo modo
que noutro momento histórico essa missão foi confiada à Sociedade de Jesus, disse ele; neste momento,
corresponde à Sociedade de Maria. Jean-Claude Colin, porém, é muito mais contundente: A Sociedade de
Maria deve reiniciar uma nova Igreja. Não o digo em sentido literal, o que seria uma blasfémia. Porém, num
certo sentido, sim, devemos reiniciar uma nova Igreja.
Esses primeiros Maristas tinham consciência de que o Projeto era parte da missão de Maria: dar Cristo à
luz e estar com a Igreja, no seu nascimento (Água da Rocha, 11). É claro que Champagnat também participava
plenamente desse projeto, mas, como em tantas outras ocasiões, à sua maneira. Como homem prático que
era, deseja que os ideais se concretizem. De que maneira irá ele contribuir para a renovação da Igreja?
Segundo os cronistas, repetia uma e outra vez nas suas reuniões com os companheiros da Sociedade de
Maria: Necessitamos Irmãos! A sua maneira de construir uma Igreja diferente, renovada, de rosto mariano,
concretiza-se por meio da fundação dos Pequenos Irmãos de Maria.

A nossa maneira de ser e de construir Igreja


Construir uma Igreja de rosto mariano é algo a que são convidados todos os cristãos. Mas nós, como
maristas, somos convidados a manifestar de maneira original e específica a presença de Maria na vida da
Igreja e dos homens, tal como no-lo recordou João Paulo II.
Em que consiste essa maneira original e específica de ser?
Como disse antes, Champagnat quis que nossa simples existência na Igreja fosse já uma contribuição
profética, sendo Pequenos Irmãos de Maria, quer dizer, religiosos que não participam da estrutura hierárquica
da Igreja, mas que aspiram a viver o Evangelho à maneira de Maria. Ambas as palavras são importantes:
Pequenos Irmãos e Maria, e ambas recolhem o que somos chamados a ser, como disse o Ir. João Batista, o
conhecido biógrafo do Fundador, num retiro que dirigiu aos Irmãos em 1862: Qual é o nosso espírito? Qual o
meio particular que o nosso Fundador nos deu para chegar à caridade perfeita? O nome que levamos nos diz
qual é o nosso espírito. Essa é a originalidade da nossa vocação, isso é o que especifica a nossa contribuição

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à Igreja e à sociedade, não somente pelo que fazemos, mas também pela maneira como o fazemos e pelo
que somos. A nossa existência na Igreja e na sociedade tem sentido em si mesma, sem necessidade de
recorrer à nossa função específica.
O mesmo vale para milhares de leigos e leigas - em todo o mundo - que se sentem identificados com
o carisma, como eu mesmo pude comprovar, ao longo destes dez últimos anos, nos cinco continentes.
Algumas pessoas sentem que Deus as chama a viver a sua vida cristã com as características maristas, e
então falamos de vocação laical marista; noutros casos, a adesão dá-se mais no nível de alguns aspetos da
espiritualidade ou no campo da missão.
Não somos nenhuma multinacional de serviços educacionais, nem uma ONG internacional; somos uma
comunidade eclesial com características próprias, onde experimentamos a alegria do dom recebido do
Espírito Santo e sentimos a responsabilidade de oferecer a nossa peculiar contribuição.
Queremos aprofundar um pouco as características desse rosto mariano da Igreja que nos sentimos
impulsionados a construir. Com grande liberdade de espírito, visto que, como já se sublinhou anteriormente,
tanto os Irmãos como as pessoas leigas, por não sermos membros da hierarquia, não somos chamados a
atuar como agentes da instituição, mas como profetas no meio do Povo de Deus.
Recordemos que, para muitas pessoas com as quais nos relacionamos de maneira habitual, a única
possibilidade de contato com a Igreja é através de nós: que maravilhosa oportunidade de oferecer uma
Igreja de rosto mariano!

PERGUNTAS:
1. Como te parece que estamos a responder ao chamamento do Papa de manifestar de forma
original e específica a presença de Maria na vida da Igreja e dos homens?
2. A maneira de Champagnat de “construir uma Igreja diferente, renovada, de rosto mariano,
concretiza-se através da fundação dos Pequenos Irmãos de Maria”. Como é que é a tua/nossa
maneira de concretizar hoje uma Igreja de rosto mariano?
3. Lembra-te de todos aqueles com quem te relacionas de modo habitual e cuja única possibilidade
de contacto com a Igreja vai ser através de ti. Que Igreja é que lhes estás a apresentar?

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C – UMA NOVA RELAÇÃO ENTRE IRMÃOS E LEIGOS

XXI Capítulo Geral, 2009.

Reconhecemos e apoiamos a vocação do leigo marista. Acreditamos que seja um convite do Espírito
a viver uma nova comunhão de irmãos e leigos maristas juntos, contribuindo para uma maior vitalidade
do carisma marista e da missão no nosso mundo. Acreditamos que estamos perante um “Kairós”, uma
oportunidade-chave para partilhar e viver com audácia o carisma marista, formando todos juntos uma
Igreja profética e mariana.
• A Assembleia Internacional da Missão em Mendes permitiu, a irmãos e leigos, viver uma experiência
de comunhão e, juntos, sentimos o chamamento para revitalizar as nossas vidas e a nossa missão
marista: “Um coração, uma missão”.
• Acolhemos com satisfação o novo documento: “Em torno da mesma mesa”, como uma fonte de
reflexão e discernimento durante os próximos anos.
• Apostamos em processos e experiências de formação conjunta, de irmãos e leigos, que garantam
uma boa formação e ajudem a ser fiéis às intuições do nosso fundador.
• Apoiamos o Movimento Champagnat da Família Marista e outras expressões novas de vida e de
pertença marista que estão surgindo, em diferentes formas, em diversas partes do mundo. Ao
mesmo tempo, sentimos a necessidade de levar para a frente processos que permitam a todos os
maristas ser corresponsáveis pela vida, espiritualidade e missão.

Irmãos e leigos, partilhamos a responsabilidade de procurar novas vocações maristas. O grito de


Marcelino Champagnat, “Precisamos de irmãos!” continua a interpelar-nos hoje. Que cada um de nós,
irmãos e leigos maristas, se atreva a convidar os jovens a serem irmãos maristas ou leigos maristas.

Mensagem da I Assembleia Internacional da Missão Marista, Mendes, 2007.

MARISTAS DE CHAMPAGNAT EM MISSÃO PARTILHADA


Como maristas de Champagnat, acreditamos que Deus nos chama a partilhar vida e missão, em
corresponsabilidade, homens e mulheres, num espírito de confiança, compreensão e respeito mútuo.

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VOCAÇÃO
1. Acreditamos que Deus chama a irmãos e a leigos para seguir e partilhar o carisma de Marcelino de
diferentes formas, segundo as vocações de cada um.
2. Sentimo-nos chamados a promover uma nova pastoral vocacional marista e uma formação conjunta
para aprofundar a nossa vocação comum e as nossas vocações específicas.
3. Desejamos suscitar novas formas de vinculação ao carisma marista, de tal forma que leigos e irmãos
possam escutar o chamamento a viver as suas respetivas identidades.
4. Necessitamos articular o futuro da vocação laical marista e as suas estruturas organizativas.

MISSÃO
1. Estamos chamados a trabalhar juntos de uma maneira radical para anunciar o Reino de Deus a
todas as crianças e jovens, especialmente aos mais pobres, criando espaços para: partilhar vida,
desenvolver diferentes formas de vida comunitária; o discernimento; a gestão; a tomada de
decisões.
2. Necessitamos criar novas estruturas e processos para fortalecer a nossa corresponsabilidade no
respeito pela diversidade, tradição e costumes de cada cultura.
3. Para partilhar a missão necessitamos tomar decisões conjuntas, criando novas instâncias de
representação em todos os níveis Provinciais, Regionais e da Administração Geral.
4. Desejamos estabelecer canais de comunicação para construir comunhão aprendendo das diferentes
experiências de missão partilhada, dos novos projetos e do trabalho em rede.

Mensagem da II Assembleia Internacional da Missão Marista, Nairobi 2014.


Prestes a celebrar o bicentenário do Instituto Marista, juntos imaginamos um novo relato em que
a profecia, a mística e a comunhão sejam as características nas quais nós nos reconheçamos e que nos
reconheçam como Maristas de Champagnat.
(…)
O nosso sonho é que, Maristas de Champagnat, sejamos reconhecidos como homens e mulheres que
vivem a COMUNHÃO porque:
- Respondemos à chamada de Jesus Cristo para viver o Evangelho à maneira de Maria.
- Constituímos uma família carismática formada por novas e diversas expressões comunitárias.
- Desenvolvemos processos e estruturas de acompanhamento das vocações maristas que geram
novas maneiras de vinculação e pertença dentro do carisma marista.

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- Criamos novas estruturas que promovem - Existem redes internacionais,
de maneira efetiva a participação, a interculturais e intercongregacionais de
corresponsabilidade e a tomada de decisão. comunidades com destacado caráter
itinerante e missionário.

PERGUNTAS:
1. De Mendes até Nairobi, até hoje, até à tua comunidade ou obra…, que mudanças podemos
assinalar?
2. A partir da tua experiência, achas que podes dizer que a comunhão entre Irmãos e Leigos gera
uma maior vitalidade do carisma marista?
3. Na tua cidade, obra educativa ou comunidade, quais são os traços característicos da relação
entre Irmãos e Leigos Maristas?

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DOCUMENTO 2

ORAÇÃO – CELEBRAÇÃO COMUNITÁRIA


Sugere-se à comunidade que convide Leigos para a celebração. Para além disso, se contarmos com
a sua presença, sugere-se que alguns deles, juntamente com alguns Irmãos, preparem a celebração com
as adaptações adequadas. (Como elementos de decoração do espaço, entre outros, sugere-se que se
considere a hipótese de um ou dois ícones: do Pentecostes e da Visitação).

RECONHECER COM GRATIDÃO E PERMANECER ABERTOS AO ESPÍRITO SANTO


1. Reconhecemos com gratidão que o Espírito Santo fez florescer entre nós a vocação laical marista.

CANTO: O SENHOR VOS DARÁ O ESPÍRITO SANTO


O SENHOR VOS DARÁ O ESPÍRITO SANTO Ele renovará vossa alegria
JÁ NÃO TEMAIS, ABRI O CORAÇÃO, Como irmãos celebrareis a paz,
DERRAMARÁ O SEU AMOR. (Bis) Abri os vossos corações
Para a liberdade
Ele transformará as vossas vidas
vos dará a força para amar
não percais vossa esperança
Ele vos salvará.
Ele transformará todas as penas
como filhos vos acolherá
abri os vossos corações
para a liberdade.

Fortalecerá todo o cansaço,


se quiserdes conseguir a paz.
Brotará sempre um louvor
Ele vos falará.

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1 Cor, 12, 1-7
A respeito dos dons do Espírito, irmãos, não quero que fiqueis na ignorância. Sabeis que, quando
éreis pagãos, vos deixáveis arrastar, irresistivelmente, para os ídolos mudos. Por isso, quero que saibais
que ninguém, falando sob a acção do Espírito Santo, pode dizer: «Jesus seja anátema», e ninguém pode
dizer: «Jesus é Senhor», senão pelo Espírito Santo.
Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; há diversidade de serviços, mas o Senhor é o
mesmo; há diversos modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A cada um é dada
a manifestação do Espírito, para proveito comum.

“Em torno da mesma mesa”


78. A força do espírito de família congrega todos aqueles que vivem o carisma marista como uma nova
família de seguidores de Cristo à maneira de Maria. A mesa de La Valla é um símbolo do relacionamento
que nos une.

79. A comunhão entre leigos e irmãos contempla e enriquece nossas vocações específicas e os
diferentes estados de vida. Não só há lugar na mesa para todos, como também precisamos estar um ao
lado do outro.

80. Essa partilha exige tempos em comum. As pessoas reúnem-se ao redor da mesa para conversar, rir
e estar juntas. É preciso buscar esses momentos e espaços de comunicação em profundidade, encontros
de qualidade que nos unam no essencial. Assim, compreenderemos as diferentes formas de pensar e
agir, aceitando os próprios limites e os dos outros em um clima de autêntica fraternidade.

97. A comunhão não se limita à missão. Jesus nos convida a beber juntos da água viva, a orar, a
partilhar a espiritualidade com o coração. Precisamos continuar a desenvolver estruturas que estimulem
essa dimensão, como retiros para leigos e Irmãos, experiências de formação conjunta e vitalidade
carismática ou outras formas de apoio.

99. À medida que caminharmos juntos, surgirão novas formas de relacionamento, cada vez mais
profundas, que pedirão novas estruturas que acolham e impulsionem a vitalidade. Juntos também
podemos pensar como queremos que seja a casa, ampla e ensolarada, do futuro marista.

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AÇÃO DE GRAÇAS PARTILHADA

TODOS (juntos ou em dois coros) em fraternidade;


Obrigado Jesus, vivendo, com um só coração,
por nos chamares a seguir-Te a mesma missão.

Obrigado Maria, Obrigado a todos,


pela tua presença terna e próxima. Irmãos e leigos maristas,
por me ensinarem que podemos ser mais felizes
Obrigado Marcelino, quando sabemos trabalhar e amar:
por me contagiares com a tua paixão trabalhar pelo que se ama
e permitires que me junte ao teu projeto. e amar o trabalho que se faz.
Amén.
Obrigado Irmãos,
por partilharem o vosso tesouro,
e nos convidarem a sonharmos juntos,

Permaneçamos, então, abertos à criatividade do Espírito Santo,


que nos pode levar, porventura, por caminhos totalmente
inesperados.

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UM SONHO
Carmel Luck, Província de Sydney;
Assembleia internacional da Missão Marista, Mendes 2007.
Encontro-me numa encruzilhada.
Jesus está em mim,
Caminha Maria, a meu lado,
E conduz-me Champagnat.
A estrada da direita parte de l’Hermitage.
É um caminho sólido e bem traçado.
De um lado, vão os irmãos;
Do outro, os leigos.
Champagnat mostra-me o caminho, à esquerda.
É uma vereda tosca, descuidada, inçada;
Mas, nela vejo os irmãos
E leigos caminhando juntos.
Escuto estas palavras:
“Juntos, irmãos e leigos, por esta nova estrada,
Convido-os a caminhar.
Crianças beiram suas margens.
Gritam, reclamam e anseiam
Por conhecer o amor a Jesus, que está em vocês.
Juntos, embora distintos, com coração exultante,
Passo apressado, com sentido de objetividade,
De urgência e de inquietação,
Com sentimento e emoção, convido-os,
Irmãos e leigos, a caminhar juntos,
Por trilha nova,
Caminho por fazer. Sempre juntos.”.
Preces partilhadas
(Refrão: Amai-vos como eu vos amei)

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Com Maria, Maristas novos para uma “nova terra”
Maria, tu és companheira de caminho e principal inspiradora de nossa peregrinação rumo ao Bicentenário marista.
VEM, VEM CONOSCO, VEM CAMINHAR, SANTA MARIA VEM (2).
Bem-vinda sejas, hoje, aos nossos corações e às nossas casas! A tua abertura, a tua fé e a tua liberdade
são convites para que também os nossos corações se abram ao Espírito, dom do teu Filho Jesus.
VEM, VEM CONOSCO, VEM CAMINHAR, SANTA MARIA VEM (2).
Irmãos e leigos, maristas de Champagnat, nós queremos mudar.
Olhamos para ti, modelo e companheira, para viver a nossa vocação de seguimento de Cristo, com a
alegria, a sensibilidade, o amor e a energia que manifestavas ao educar Jesus.
VEM, VEM CONOSCO, VEM CAMINHAR, SANTA MARIA VEM (2).
Tu nos convocas e reúnes, de todos os lugares do mundo, para formar uma comunidade internacional
que leva teu nome e quer ser sinal de comunhão na Igreja e no mundo.
VEM, VEM CONOSCO, VEM CAMINHAR, SANTA MARIA VEM (2).
Ao contemplar-te, mulher cheia de fé, sentimos que tuas iniciativas e intuições nos impulsionam, como a
Marcelino, a ser Boa-nova para as crianças e jovens pobres de hoje, em “novas terras”.
VEM, VEM CONOSCO, VEM CAMINHAR, SANTA MARIA VEM (2).
Cheios de confiança dizemos, como Champagnat: “Se o Senhor não construir a casa…” e proclamamos:
“Tudo fizeste entre nós”. Magnificat!
VEM, VEM CONOSCO, VEM CAMINHAR, SANTA MARIA VEM (2).
Contigo, María, vamos hacia al Padre, / unidos a Jesús y en el Espíritu de Amor. Amén.
VEM, VEM CONOSCO, VEM CAMINHAR, SANTA MARIA VEM (2).

CANTO: CONFIAI, RECORREI Nossa vida é como o trigo


CONFIAI, RECORREI Que morrendo forma o pão
CONFIAI NA BOA MÃE Amassado pela entrega
COMO O PADRE CHAMPAGNAT O amor e a verdade
CONFIAI, RECORREI E tu só ó minha mãe
E SE O NOSSO AMOR LHE FALTA Vais comigo sem parar
NUNCA DEIXA ELA DE AMAR. Sendo o exemplo da vida
E a força ao caminhar.

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DOCUMENTO 3

PROPOSTAS DE EXPERIÊNCIAS “FOURVIÈRE” E AVALIAÇÃO

A. PROPOSTAS DE “EXPERIÊNCIAS FOURVIÈRE”


O que significa hoje reviver a experiência de Fourvière? Como é que podemos dar passos na construção
do rosto mariano da Igreja? Como podemos ser homens de comunhão e viver a mística do encontro a que nos
desafiou o Papa Francisco por ocasião do Ano da Vida Consagrada?
As propostas que apresentamos são diversificadas. Algumas de tipo mais pessoal, outras mais de âmbito
comunitário. A realidade pessoal e comunitária local pode sugerir outras propostas. O importante é pôr-se em
caminho, abertos ao Espírito e aos outros.

EXPERIÊNCIA 1: DIA DE PORTAS ABERTAS


Em comunidade, preparamos um programa para um Dia de Portas Abertas. Através de diferentes
atividades, partilhamos a nossa vocação de Irmãos com jovens e leigos. De acordo com a realidade local,
a iniciativa pode dirigir-se ao centro educativo marista mais próximo, à paróquia ou até ao âmbito da
diocese.

EXPERIÊNCIA 2: ACOMPANHAR UM(A) LEIGO(A) MARISTA


Durante o ano podemos dispor-nos a acompanhar um(a) leigo/a marista: conhecê-lo/a, felicitá-lo/a
no Natal e no seu aniversário, convidá-lo a visitar a comunidade, conhecer a sua experiência marista,
partilhar a nossa com ele… A Direção ou as Equipas de Pastoral/Animação podem ajudar-nos a concretizar
esta proposta.

EXPERIÊNCIA 3: ENCONTRO(S) COMUNITÁRIO(S) COM GRUPOS DE LEIGOS MARISTAS


No centro educativo marista mais próximo podemos convidar um grupo de leigos maristas (uma
fraternidade, um grupo de espiritualidade, a Direção, os catequistas, os animadores…) para participarem
nalgum encontro durante o ano letivo. O objetivo é conhecermo-nos, partilharmos e aprofundarmos a
nossa vivência do carisma marista.

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EXPERIÊNCIA 4: E NCONTRO COM COMUNIDADES DE OUTROS RAMOS MARISTAS
OU DE OUTRAS CONGREGAÇÕES
“A comunhão e o encontro entre diferentes carismas e vocações é um caminho de esperança”.
Queremos dar vida a este desafio do Papa Francisco feito no Ano da Vida Consagrada? Além disso, como
bem sabemos, este desafio está muito em sintonia com o que nos pediu Marcelino no seu testamento
espiritual. Com certeza que à nossa volta há outras comunidades religiosas que não conhecemos muito
bem. Porque não cumprimentá-las no princípio do ano letivo, no Natal ou na Páscoa ou por ocasião da
festa do seu fundador? Ou convidá-las a celebrar connosco a festa de Marcelino ou outra festa marista?

EXPERIÊNCIA 5: P
 ARTICIPAR EM PROCESSOS DE FORMAÇÃO CONJUNTA COM
IRMÃOS E LEIGOS
Nas nossas Províncias encontramos certamente algum processo de formação conjunta para Irmãos
e Leigos (itinerários, retiros, ...). A terra nova à qual nos convidou o último Capítulo Geral pode ser
representada pelo sairmos da nossa zona de conforto para participar nestes processos. Encontrarmo-nos
é fundamental para nos conhecermos e valorizarmos reciprocamente.

B. AVALIAÇÃO PESSOAL DA ATIVIDADE


Relembrar o objetivo: Fortalecer a nossa experiência de relação com os leigos maristas para servir
melhor a nossa missão. Sugerimos algumas perguntas para a avaliação final (mas essas podem ser
utilizadas também nalguma avaliação periódica durante o ano letivo).
• De que forma é que esta experiência me ajudou (ou me está a ajudar) na minha vocação de Irmão?
• Que dificuldades encontrei? São dificuldades interiores ou exteriores? O que é que posso fazer para
as ultrapassar?
• Em que é que avancei?
• Como progredi na minha relação com os leigos? (em qualidade e/ou em quantidade)

C. PARTILHA COMUNITÁRIA
Podem-se adaptar as perguntas da avaliação pessoal e também acrescentar:
• Podemos dar algum tipo de continuidade ao caminho do Ano Fourvière?

19
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Conferência Marista Espanhola

20
Provincia
CONFERÊNCIA Ibérica
MARISTA ESPANHOLA
Xaudaró, 23 - 1º • 28034 MADRID
www.maristas.es

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