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SÉRIE METALMECÂNICA - MECÂNICA

MONTAGEM
DE SISTEMAS
ELÉTRICOS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretoor Adjunto de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretoor Adjunto de Educação e Tecnologia

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SÉRIE METALMECÂNICA - MECÂNICA

MONTAGEM
DE SISTEMAS
ELÉTRICOS
© 2015. SENAI – Departamento Nacional

© 2015. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

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SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Gerência de Educação e Tecnologia - GEDUT

FICHA CATALOGRÁFICA

S491m
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional
Montagem de sistemas elétricos / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. - Brasília : SENAI/DN, 2015.
237 p. : il. ; 30 cm. - (Série metalmecânica. Mecânica)

Inclui índice e bibliografia


ISBN 978-85-7519-935-0
1. Sistemas de energia elétrica . I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina II. Título
CDU: 621.316

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 -  Planejamento..................................................................................................................................................22
Figura 2 -  Meios de transporte.....................................................................................................................................26
Figura 3 -  Exemplo de diagrama multifilar..............................................................................................................34
Figura 4 -  Exemplo de um diagrama unifilar...........................................................................................................35
Figura 5 -  Painel elétrico.................................................................................................................................................47
Figura 6 -  Diagrama unifilar industrial.......................................................................................................................48
Figura 7 -  Alicate................................................................................................................................................................52
Figura 8 -  Chave de fenda..............................................................................................................................................52
Figura 9 -  Trena...................................................................................................................................................................53
Figura 10 -  Estilete............................................................................................................................................................53
Figura 11 -  Chave de boca.............................................................................................................................................53
Figura 12 -  Serra manual e lima ..................................................................................................................................53
Figura 13 -  Bolsa de ferramentas para eletricista..................................................................................................57
Figura 14 -  Parafusadeira elétrica................................................................................................................................58
Figura 15 -  Multímetro analógico................................................................................................................................64
Figura 16 -  Multímetro digital.......................................................................................................................................65
Figura 17 -  Detalhamento do botão seletor do multiteste digital..................................................................65
Figura 18 -  Volt-amperímetro tipo alicate................................................................................................................66
Figura 19 -  Uso de wattímetro para leitura de uma fase em motor elétrico...............................................67
Figura 20 -  Relação do número de espiras e tensão de um transformador.................................................69
Figura 21 -  Terrômetro.....................................................................................................................................................71
Figura 22 -  Megômetro...................................................................................................................................................71
Figura 23 -  Tacômetro......................................................................................................................................................72
Figura 24 -  Função Seno.................................................................................................................................................75
Figura 25 -  Exemplo de uma tensão alternada com onda dente de serra..................................................76
Figura 26 -  Exemplo de uma tensão alternada com onda senoidal..............................................................77
Figura 27 -  Exemplo de tensão alternada com onda quadrada X período..................................................78
Figura 28 -  Princípio de geração de energia elétrica corrente alternada......................................................80
Figura 29 -  Geração da tensão em corrente alternada........................................................................................81
Figura 30 -  Comportamento da tensão em corrente alternada.......................................................................81
Figura 31 -  Exemplo de três ondas senoidais em um sistema trifásico.........................................................82
Figura 32 -  Distribuição de rede trifásica no Brasil................................................................................................83
Figura 33 -  Circuito puramente resistivo..................................................................................................................84
Figura 34 -  Circuito puramente indutivo..................................................................................................................84
Figura 35 -  Circuito puramente capacitivo..............................................................................................................85
Figura 36 -  Filtros de frequência capacitivo e indutivo.......................................................................................86
Figura 37 -  Etiqueta de eficiência energética..........................................................................................................88
Figura 38 -  Solução eletrolítica.....................................................................................................................................89
Figura 39 -  Superaquecimento em condutor.........................................................................................................91
Figura 40 -  Sistema de distribuição de energia elétrica......................................................................................92
Figura 41 -  Exemplo de percurso de corrente elétrica.........................................................................................94
Figura 42 -  Esquema de aterramento TN-S..............................................................................................................95
Figura 43 -  Esquema de aterramento TN - C - S......................................................................................................96
Figura 44 -  Esquema de aterramento TN - C...........................................................................................................96
Figura 45 -  Esquema TT...................................................................................................................................................97
Figura 46 -  Esquema IT, sem aterramento na alimentação................................................................................97
Figura 47 -  Esquema IT, com alimentação aterrada através de uma impedância.....................................98
Figura 48 -  Haste de aterramento com cunha........................................................................................................99
Figura 49 -  Condutor rompido.................................................................................................................................. 104
Figura 50 -  Condutores elétricos.............................................................................................................................. 105
Figura 51 -  Quedas de tensão admissíveis entre as cargas............................................................................. 113
Figura 52 -  Plugues industriais.................................................................................................................................. 117
Figura 53 -  Duto flexível............................................................................................................................................... 118
Figura 54 -  Eletrodutos plásticos.............................................................................................................................. 118
Figura 55 -  Eletrocalha e bandeja............................................................................................................................. 119
Figura 56 -  Fusível de vidro e fusível diazed......................................................................................................... 121
Figura 57 -  Disjuntor termomagnético.................................................................................................................. 122
Figura 58 -  Curva de disparo de disjuntor............................................................................................................. 123
Figura 59 -  Reles de sobrecarga................................................................................................................................ 125
Figura 60 -  Disjuntor motor........................................................................................................................................ 126
Figura 61 -  Reles de sobretensão............................................................................................................................. 127
Figura 62 -  Chaves de retenção e botoeira........................................................................................................... 129
Figura 63 -  Sinalizadores.............................................................................................................................................. 130
Figura 64 -  Sinalizadores sonoros............................................................................................................................. 131
Figura 65 -  Reles de comando................................................................................................................................... 132
Figura 66 -  Contatores.................................................................................................................................................. 134
Figura 67 -  Formas de ligação estrela e triângulo.............................................................................................. 135
Figura 68 -  Circuito de força e comando para partida direta......................................................................... 136
Figura 69 -  Partida direta com reversão simples................................................................................................. 137
Figura 70 -  Partida estrela-triângulo....................................................................................................................... 138
Figura 71 -  Compensadora......................................................................................................................................... 139
Figura 72 -  Rampa de aceleração de uma soft starter....................................................................................... 141
Figura 73 -  Forma de onda modulada por largura de pulso senoidal........................................................ 142
Figura 74 -  Gerador........................................................................................................................................................ 143
Figura 75 -  Exemplo de gerador com turbina...................................................................................................... 144
Figura 76 -  Motor de indução.................................................................................................................................... 146
Figura 77 -  Motor trifásico........................................................................................................................................... 148
Figura 78 -  Esquema de ligação do transformador trifásico........................................................................... 150
Figura 79 -  Auto transformador................................................................................................................................ 150
Figura 80 -  Desenho de um transformador trifásico a óleo............................................................................ 152
Figura 81 -  Princípio de funcionamento de sensores indutivos.................................................................... 159
Figura 82 -  Sensor óptico............................................................................................................................................ 159
Figura 83 -  Padrão de funcionamento dos sensores tipo NTC e TPC.......................................................... 161
Figura 84 -  Sensor de temperatura.......................................................................................................................... 162
Figura 85 -  Princípio de funcionamento do encoder........................................................................................ 163
Figura 86 -  Encoder incremental.............................................................................................................................. 164
Figura 87 -  Conversor de frequência....................................................................................................................... 165
Figura 88 -  Ligação de potência do inversor........................................................................................................ 169
Figura 89 -  Ligação dos bornes de controle......................................................................................................... 170
Figura 90 -  Partes do inversor e formas de onda de entrada e saída.......................................................... 171
Figura 91 -  CLP................................................................................................................................................................ 172
Figura 92 -  Digrama de blocos de um sistema de controle de uma automação industrial................ 174
Figura 93 -  Diagrama de blocos de um CLP......................................................................................................... 176
Figura 94 -  Digrama de blocos da composição do hardware de um CLP.................................................. 176
Figura 95 -  Diagrama de blocos do ciclo de varredura de um CLP............................................................. 178
Figura 96 -  Simbologia utilizada para indicar contatos e peças de contato com comandos
diversos............................................................................................................................................................................... 184
Figura 97 -  Simbologia utilizada para indicar dispositivos de comando e de proteção...................... 185
Figura 98 -  Exemplo de prumada elétrica............................................................................................................. 188
Figura 99 -  Detalhe de leiaute impresso................................................................................................................ 189
Figura 100 -  Legenda de um projeto..................................................................................................................... 190
Figura 101 -  Planta de força........................................................................................................................................ 191
Figura 102 -  Diagrama de força e comando......................................................................................................... 191
Figura 103 -  Projeto de iluminação.......................................................................................................................... 193
Figura 104 -  Triângulo do fogo.................................................................................................................................. 202
Figura 105 -  Tetraedro do fogo.................................................................................................................................. 202
Figura 106 -  Relação de harmonia com o meio ambiente.............................................................................. 210
Figura 107 -  Ações de melhoria do meio ambiente.......................................................................................... 211
Figura 108 -  Tecnologias limpas................................................................................................................................ 213
Figura 109 -  Aquecimento global............................................................................................................................ 213
Figura 110 -  Poluição ambiental............................................................................................................................... 214
Figura 111 -  Despejo de água contaminada no rio........................................................................................... 217
Figura 112 -  Poluição de corpo hídrico e solo pela ação humana................................................................ 217
Figura 113 -  Esquema do diagrama de causa e efeito...................................................................................... 225
Figura 114 -  Cálculo do percentual de ocorrências........................................................................................... 226
Figura 115 -  Percentual de ocorrência das irregularidades............................................................................ 227
Figura 116 -  Ciclo do PDCA......................................................................................................................................... 230

Quadro 1 - Matriz curricular............................................................................................................................................18


Quadro 2 - Vantagens e desvantagens entre diferentes modalidades logística.........................................27
Quadro 3 - Entidades responsáveis por recomendar e instituir normas nacionais e internacionais...37
Quadro 4 - Comparação das simbologias normalizadas entres as entidades internacionais
(Grandezas elétricas fundamentais)............................................................................................................................39
Quadro 5 - Comparação das simbologias normalizadas entres as entidades internacionais
(Símbolos de uso geral)....................................................................................................................................................40
Quadro 6 - Comparação de simbologias normalizadas entres as entidades internacionais..................42
Quadro 7 - Comparação das simbologias normalizadas entres as entidades internacionais para
bobinas de comando e relés..........................................................................................................................................43
Quadro 8 - Seções mínimas admitidas pela NBR5410....................................................................................... 107
Quadro 9 - Cores dos sinalizadores e suas especificações............................................................................... 130
Quadro 10 - Exemplo de planilha APR..................................................................................................................... 199
Quadro 11 - Tabela de classe de extintores de incêndio................................................................................... 205
Quadro 12 - Planejamento com 5W1H.................................................................................................................... 223
Quadro 13 - Listagem de situações de acordo com sua frequência e ordem de prioridade............... 226
Quadro 14 - Relação das ocorrências e seu percentual..................................................................................... 227
Quadro 15 - Pontuação pela matriz GUT................................................................................................................ 228
Quadro 16 - Exemplo de aplicação do PDCA........................................................................................................ 232

Tabela 1 - Comparativo entre respostas entre multímetro digital e True-RMS.............................................68


Tabela 2 - Condutividade de materiais.................................................................................................................... 105
Tabela 3 - Modelos de instalação............................................................................................................................... 109
Tabela 4 - Modelos de instalação............................................................................................................................... 109
Tabela 5 - Fatores de correção de temperatura.................................................................................................... 110
Tabela 6 - Fator de agrupamento.............................................................................................................................. 111
Tabela 7 - Fator de queda de tensão........................................................................................................................ 113
Tabela 8 - Queda de tensão (V/A km) para os fios e cabos de 750 V............................................................ 115
Tabela 9 - Seção do condutor neutro....................................................................................................................... 116
Tabela 10 - Seção do condutor de proteção.......................................................................................................... 116
Tabela 11 - Constituição do motor elétrico trifásico........................................................................................... 148
Tabela 12 - Potência nominal de motores monofásicos e trifásicos............................................................. 151
Tabela 13 - Unidade de armazenamento da memória X espaço ocupado na tabela............................. 179
Tabela 14 - Exemplo de priorização dos problemas pela matriz GUT.......................................................... 229
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................17
2 Planejamento operacional .........................................................................................................................................21
2.1 Organização do trabalho .........................................................................................................................21
2.1.1 Definição das etapas de trabalho .......................................................................................22
2.2 Noções sobre logística ..............................................................................................................................25
2.2.1 Logística .......................................................................................................................................25
2.3 Ferramentas de informática ....................................................................................................................29
2.3.1 Desenho assistido por computador (CAD para elétrica) ............................................29
2.3.2 Simuladores de circuitos elétricos industriais ................................................................30
3 Desenho técnico e normas técnicas ......................................................................................................................33
3.1 Representação de esquemas elétricos ................................................................................................33
3.1.1 Diagrama unifilar e multifilar de redes elétricas industriais ......................................34
3.1.2 Diagrama unifilar e multifilar de circuitos elétricos industriais de força e de
comando ................................................................................................................................................34
3.2 Normas ...........................................................................................................................................................36
3.2.1 Normas para desenhos elétricos industriais ...................................................................37
3.2.2 Simbologia ..................................................................................................................................38
3.3 Representação de esquemas de automação.....................................................................................44
3.4 Representação de linguagens de programação, conforme norma IEC 61131-3 .................45
3.4.1 Texto estruturado - ST ............................................................................................................45
3.4.2 Lista de instruções – IL ............................................................................................................45
3.4.3 Diagrama ladder – LD ..............................................................................................................46
3.4.4 Diagramas de blocos de função – FBD..............................................................................46
3.4.5 Grafset – SFC ...............................................................................................................................46
3.5 Leitura, interpretação de projeto de instalações elétricas industriais......................................47
4 Ferramentas e equipamentos ...................................................................................................................................51
4.1 Ferramentas manuais e elétricas para o eletricista..........................................................................51
4.1.1 Tipos................................................................................................................................................51
4.1.2 Características ............................................................................................................................54
4.1.3 Aplicações de ferramentas ....................................................................................................54
4.1.4 Manuseio .....................................................................................................................................54
4.1.5 Cuidados e conservação .........................................................................................................55
4.2 Equipamentos elétricos ............................................................................................................................57
4.2.1 Aplicações ....................................................................................................................................58
4.2.1.1. Manuseio .................................................................................................................................58
4.2.2 Cuidados e conservação .........................................................................................................59
5 Instrumentos de medição...........................................................................................................................................63
5.1 Tipos, características e aplicações de instrumentos de medidas elétricas .............................63
5.1.1 Multímetro...................................................................................................................................63
5.1.2 Volt-amperímetros tipo alicate.............................................................................................66
5.1.3 Frequencímetro..........................................................................................................................66
5.1.4 Wattímetro....................................................................................................................................67
5.1.5 Instrumentos True RMS (conceitos).....................................................................................67
5.1.6 Transformador para medição (TC e TP)..............................................................................68
5.1.7 Medidor de aterramento.........................................................................................................70
5.1.8 Megôhmetro................................................................................................................................71
5.1.9 Tacômetro.....................................................................................................................................72
6 Eletrotécnica.....................................................................................................................................................................75
6.1 Circuito em corrente alternada...............................................................................................................75
6.1.1 Tensão em corrente alternada...............................................................................................76
6.1.1 Resistivo.........................................................................................................................................83
6.1.2 Indutivo.........................................................................................................................................84
6.1.3 Capacitivo.....................................................................................................................................85
6.1.4 Impedância..................................................................................................................................86
6.2 Conservação e racionalização de energia...........................................................................................87
6.3 Efeitos da corrente elétrica.......................................................................................................................88
6.3.1 Eletrolítico.....................................................................................................................................89
6.3.2 Calor (efeito joule).....................................................................................................................89
6.4 Sistemas de distribuição de energia elétrica.....................................................................................91
6.5 Normas, isolação e aterramento.............................................................................................................92
7 Montagem de sistemas elétricos........................................................................................................................... 103
7.1 Instalação elétrica..................................................................................................................................... 103
7.1.1 Condutores elétricos.............................................................................................................. 104
7.1.2 Bitola, capacidade de condução, tipos, aplicações e dimensionamento........... 104
7.1.3 Tomadas industriais e plugues........................................................................................... 117
7.1.4 Tipos de instalação................................................................................................................. 117
7.2 Dispositivos de proteção........................................................................................................................ 119
7.2.1 Fusíveis........................................................................................................................................ 120
7.2.2 Disjuntores termomagnéticos........................................................................................... 121
7.2.3 Relé térmico de sobrecarga................................................................................................ 125
7.2.4 Disjuntor - motor..................................................................................................................... 126
7.2.5 Relés de subtensão e sobretensão................................................................................... 127
7.2.6 Relés de falta de fase............................................................................................................. 128
7.2.7 Relés de sequência de fases................................................................................................ 128
7.3 Dispositivos de comando, controle e sinalização......................................................................... 128
7.3.1 Chaves e botoeiras com ou sem retensão..................................................................... 128
7.3.2 Sinalizadores óticos e sonoros........................................................................................... 129
7.3.3 Relés de comando, de interfase, de tempo................................................................... 131
7.3.4 Contatores auxiliares............................................................................................................. 133
7.4 Dispositivos de manobra de motores............................................................................................... 134
7.4.1 Motores elétricos trifásicos comandados por chaves manuais de múltiplas
velocidades.......................................................................................................................................... 134
7.4.2 Motores elétricos trifásicos comandados por chaves magnéticas....................... 135
7.4.3 Partidas eletrônicas................................................................................................................ 140
7.5 Máquinas elétricas.................................................................................................................................... 143
7.5.1 Geradores.................................................................................................................................. 143
7.5.2 Motores elétricos.................................................................................................................... 145
7.5.3 Transformador.......................................................................................................................... 149
8 Automação..................................................................................................................................................................... 155
8.1 Componentes eletroeletrônicos.......................................................................................................... 156
8.1.1 Sensores capacitivos ............................................................................................................ 158
8.1.2 Sensores indutivos ................................................................................................................ 158
8.1.3 Sensores óticos ....................................................................................................................... 159
8.1.4 Sensores magnéticos ............................................................................................................ 160
8.1.5 Sensores temperatura .......................................................................................................... 160
8.1.6 Sensores ultrassom ............................................................................................................... 162
8.1.7 Sensores de carga .................................................................................................................. 162
8.1.8 Encoder ...................................................................................................................................... 163
8.2 Dispositivos de automação................................................................................................................... 164
8.2.1 Soft starter e conversor de frequência............................................................................ 165
8.3 Controlador lógico programável (CLP)............................................................................................. 172
8.3.1 Sistema de comando ............................................................................................................ 172
8.3.2 Sistema de controle .............................................................................................................. 173
8.3.3 Conceitos de controlador lógico programável ........................................................... 175
8.3.4 Histórico .................................................................................................................................... 175
8.3.5 Aspectos de hardware: fonte de alimentação, cpu, memórias, interfaces de
entradas e saídas (analógicas e digitais) e outros periféricos .......................................... 176
8.3.6 Vantagens da utilização do controlador programável para processos de
automação .......................................................................................................................................... 179
9 Projeto.............................................................................................................................................................................. 183
9.1 Análise de projetos elétricos................................................................................................................. 183
9.2 Estudo de caso........................................................................................................................................... 192
10 Segurança no trabalho............................................................................................................................................ 197
10.1 Organização do local de trabalho ................................................................................................... 198
10.2 Manuseio de materiais e equipamentos........................................................................................ 200
10.3 Campanhas de segurança e CIPA .................................................................................................... 200
10.4 Prevenção e combate a incêndio: PPCI ......................................................................................... 201
11 Qualidade ambiental............................................................................................................................................... 209
11.1 Qualidade de vida: homem e o meio ambiente.......................................................................... 209
11.2 Impactos ambientais e aquecimento global................................................................................ 213
11.3 Prevenção à poluição ambiental...................................................................................................... 216
12 Ferramentas da qualidade..................................................................................................................................... 221
12.1 Ferramentas da qualidade: 5W1H; Ishikawa; Diagrama de Pareto; GUT;
Brainstorming ................................................................................................................................................... 222
12.1.1 5W1H ....................................................................................................................................... 223
12.1.2 Diagrama de Ishikawa......................................................................................................... 224
12.1.3 Diagrama de Pareto............................................................................................................. 225
12.1.4 GUT............................................................................................................................................ 228
12.1.5 Brainstorming........................................................................................................................ 229
12.2 Ciclo PDCA................................................................................................................................................ 230
12.2.1 Custo/benefício..................................................................................................................... 234
12.2.2 Desempenho do produto.................................................................................................. 234
12.2.3 Atendimento ao cliente..................................................................................................... 235

Referências........................................................................................................................................................................239
Minicurrículo dos autores............................................................................................................................................247
Índice...................................................................................................................................................................................251
Introdução

Neste livro, você estudará as normas vigentes para projetos e montagens elétricas indus-
triais, componentes, equipamentos e instrumentação de medidas elétricas aplicados direta-
mente em circuitos industriais.
Inicialmente serão apresentadas as condições de planejamento necessárias à execução de
uma montagem elétrica. Você terá a oportunidade de perceber que o sucesso de um trabalho
depende de diversos fatores, como, por exemplo, conhecimento técnico, uma boa equipe de
trabalho e ter os materiais e ferramentas necessários para o serviço a sua disposição.
Você sabe que, em se tratando de montagem de sistemas elétricos, para várias pessoas
poderem trabalhar juntas, focadas em um mesmo objetivo ou para entender o que está sendo
feito por diferentes pessoas em diferentes momentos, é necessário manter padrões de traba-
lho e seguir um sistema de símbolos que formam uma linguagem própria aos que trabalham
com eletricidade?
Neste livro, você conhecerá um pouco mais sobre simbologia de desenho técnico industrial.
Além disto, terá a oportunidade de estudar as formas de representar esquemas considerando
a automação.
Serão estudadas as ferramentas e equipamentos, bem como, a forma como devem ser ma-
nuseados, cuidados e conservados, uma vez que, as ferramentas manuais e os equipamentos
elétricos são as extensões do braço do técnico no seu trabalho diário.
Você terá a oportunidade de estudar o que é, e como funciona a corrente alternada, visto
que, a maior parte dos equipamentos na indústria atuam em corrente alternada e a parte de
comando destes equipamentos funciona em corrente contínua.
Este livro trará informações que irão complementar os conhecimentos sobre condutores e
aplicações. Nele você estudará diferentes formas de acionamento, como partida direta e estre-
la-triângulo. estudará também os dispositivos de comando, controle e sinalização, como, por
exemplo, botoeiras, relés, e contatoras, que compõem as partidas de motores. Também serão
apresentados os sensores e os respectivos tipos encontrados nas atividades de trabalho do téc-
nico em Eletromecânica. Você aprenderá acerca do uso de softwares de simulação de conjunto
de partidas elétricas e conhecerá um pouco mais sobre máquinas elétricas e suas principais
características.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
18

Serão estudados os instrumentos de medição. Com estes instrumentos você poderá complementar o
conhecimento básico, necessário para realizar uma montagem industrial. Assim, conhecendo mais sobre
instrumentação, será possível verificar se as montagens elétricas estão sendo feitas de acordo com as es-
pecificações de projeto.
Serão ampliados os objetos de estudo, incluindo tópicos de automação. Você estudará diferentes tipos
de sensores, suas características e aplicações. Além disso, você estudará dispositivos de automação, mais
especificamente alguns equipamentos eletrônicos que permitem realizar partidas de motores elétricos,
conhecidos como soft starter e conversores de frequência. Em seguida, serão apresentados os conceitos
básicos de controladores eletrônicos conhecidos como CLPs.
De posse de informações você irá alinhar os conhecimentos obtidos para analisar projetos elétricos, e
desenvolver um trabalho seguro e responsável, com qualidade para o homem e o meio ambiente.
Esses são conteúdos importantes, portanto, estude com atenção.
Bons estudos.

Técnico em Eletromecânica
CARGA HORÁRIA
MÓDULOS UNIDADES CURRICULARES CARGA HORÁRIA
DO MÓDULO
Fundamentos Elétricos 100h
Básico 300h
Fundamentos Mecânicos 200h
Montagem de Sistemas Elétricos 100h
Específico I Montagem de Sistemas Mecânicos 100h 300h
Montagem de Sistemas de Controle e Acionamentos 100h
Manutenção de Sistemas Elétricos 100h
Específico II Manutenção de Sistemas Mecânicos 100h 300h
Manutenção de Sistemas de Controle e Acionamentos 100h
Desenvolvimento de Projetos de Sistemas
Específico III 300h 300h
Eletromecânicos
Total 1200h
Quadro 1 - Matriz Curricular
Fonte: SENAI DN
Planejamento Operacional

Uma forma assertiva para alcançar um objetivo é fazer um bom planejamento. Se você tem
bem definido o seu objetivo, comece este planejamento fazendo um roteiro com a definição
das etapas da atividade que você vai realizar para alcançar seu propósito. Algumas questões
sempre aparecem e devem ser observadas com cuidado. Por exemplo, que recursos são ne-
cessários para alcançar o objetivo? Todos estes recursos estão a disposição? Se faltar algum
recurso, como consegui-lo? Qual a melhor forma de organizar materiais e recursos humanos?
Quanto tempo vai levar a montagem elétrica? Conseguir as respostas para estas e outras per-
guntas durante o planejamento permite antecipar problemas e buscar suas soluções, além de
evitar perdas de tempo e dinheiro.
Dentre os objetivos desse capítulo relaciona-se:
a) determinar as etapas de montagem dos sistemas elétricos, considerando as fases do
processo, prazos, recursos materiais e humanos;
b) determinar a sequência lógica das atividades a serem desenvolvidas na montagem de
sistemas elétricos;
c) identificar, no planejamento, a estrutura, as características e as responsabilidades das
equipes de trabalho envolvidas.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para compreender algumas definições simples,
mas essenciais à organização do trabalho e à apreensão dos conceitos de logística. Além disso,
durante o curso, fará uso de uma das melhores ferramentas para o apoio do planejamento: as
ferramentas de informática.
Assim, acompanhe, a seguir, a organização necessária para a realização de montagens elé-
tricas.

2.1 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Organização permite o desenvolvimento de uma atividade para alcançar os resultados es-


perados de forma rápida, sem trabalhos desnecessários e com qualidade.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
22

Para realizar a montagem elétrica, o técnico precisa ser organizado com suas ferramentas e, principal-
mente, estar em sincronismo com os outros membros da equipe e outros setores da empresa.

2.1.1 DEFINIÇÃO DAS ETAPAS DE TRABALHO

Antes de você fazer uma montagem elétrica, outras etapas devem ter sido realizadas. Estas etapas es-
tão relacionadas a algumas perguntas. O que você vai fazer? Como você vai fazer? Quando? Com quem?
Quanto tempo tenho para fazer a atividade? Quanto vai custar? Estas são algumas questões que precisam
ser respondidas antes de fazer uma montagem elétrica. Na verdade, não é complicado. É como estudar. É
necessário ter tempo, espaço, materiais, concentração e tranquilidade para aprender. Comece pelo mais
simples: organize sua atividade.

Thinkstock ([20--?])

Figura 1 -  Planejamento

Acompanhe, a seguir, as diferentes fases do planejamento.


a) Fase de execução
Antes de você realizar uma montagem elétrica, é necessário executar o planejamento. Primeiro ob-
serve o que você vai fazer. Vai montar uma máquina? Vai instalar um motor novo? Quando você souber
exatamente o escopo do produto1, é possível fazer o planejamento para obter o resultado desejado. Você
consegue imaginar como você fará a montagem? Tente mentalmente fazer esta montagem. Consegue
organizar em etapas esta montagem? Caso você consiga, está no caminho certo. Caso não, procure obter
mais informações sobre o que vai ser feito, o que você deve fazer e como fazer. Não tenha dúvidas quanto
ao trabalho.

1 Escopo do produto: Especifica o que vai ser entregue, seja um sistema, equipamento ou componente. É delimitado pelas especifi-
cações e detalhamentos.
2 PLANEJAMENTO OPERACIONAL
23

A partir deste ponto, definirá os detalhes do planejamento, organizando tudo o que precisa ser pre-
parado para garantir o sucesso da montagem. Se você possui uma pessoa ou uma equipe que atuará na
coordenação dos trabalhos, deve integra-lo(s) no planejamento. Se houver outras pessoas com experiên-
cia em montagem elétrica que possam contribuir com informações importantes nesta fase, convide-as
a participar. Toda experiência e informação que permita definir e dar suporte ao planejamento deve ser
considerada.
b) Pontos críticos
Na análise do planejamento, procure tudo o que possa causar problemas ou atrasos na atividade. Veri-
fique sempre se o local da execução do trabalho é um ponto de risco para as pessoas envolvidas na ativi-
dade, seja pela altura do local, valores altos de tensão ou locais de difícil acesso. Faça um levantamento de
todas as possibilidades de problemas e riscos que possam existir. Todo tipo de risco deve ser considerado:
físico, químico ou mesmo acidental.
Verifique a disponibilidade dos materiais que você utilizará. Alguns podem ser de fácil aquisição, outros
podem demorar muito tempo para chegar até você. Verifique o que você necessitará e planeje ter a sua
disposição na hora da montagem. Se faltar material durante o trabalho, você pode não concluir no tempo
estipulado.
Com o tempo você conseguirá identificar o que usualmente pode quebrar ou estragar durante a mon-
tagem. Procure montar um histórico para prever um estoque mínimo de reposição rápida para tais tipos
de ocorrência.
Ter o profissional que conhece tecnicamente o que precisa ser feito e como deve ser feito é um fator que
ajuda e deve ser considerado. Prepare a sua equipe de trabalho para o que será executado, assim, você e os
demais vão produzirão com eficiência e eficácia.
c) Previsão de tempo
Estimar o tempo necessário para a execução do trabalho é importante para prever a entrega dos mate-
riais necessários, e quantas pessoas serão necessárias. Se a montagem for considerada de grande porte, é
melhor administrar o tempo de execução por etapas, verificando, durante a execução, se o tempo previsto
será cumprido. Se a instalação já é existente e a montagem acontece em um ambiente cuja produção
normal não vai parar por conta desta montagem, a análise do tempo deve ser feita com cuidado. Conte
quantas pessoas irá necessitar para fazer o serviço neste período. Negocie antecipadamente com os outros
setores da empresa os dias certos para a montagem.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
24

d) Previsão de recursos
Sabendo o que vai ser feito, os riscos envolvidos e a previsão de tempo para a execução, você consegui-
rá prever os recursos que serão necessários, tais como:
1) recursos humanos: pessoas especializadas, contratação de terceiros;
2) listas de materiais: com detalhamento dos materiais existentes e dos que precisam ser comprados;
3) ferramentas: se estão todas à disposição e em condições de uso. Não raro outras pessoas pegam as
ferramentas emprestadas e nem sempre se lembram de devolvê-las;
4) EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) e EPC’s (Equipamentos de Proteção Coletiva): se existem
riscos, você precisa de EPI’s. Verifique se estão em ordem;
5) máquinas, equipamentos e instrumentos: verifique o que, além das ferramentas manuais, você uti-
lizará. Talvez necessite de um instrumento de medição. Verifique se está em condições de uso, se há
necessidade de manutenção.

Fique sempre de olho nas suas ferramentas e instrumentos de medição. Eles devem
FIQUE estar preparados para dar suporte à atividade, com a devida proteção. Verifique
ALERTA sempre o IP (Grau de Proteção. A sigla IP vem do termo em inglês International
Protection.

e) Orçamentos
Terminada a fase de previsão dos recursos, você fará o levantamento dos valores dos materiais a com-
prar e da mão de obra a ser contratada. Na maior parte das empresas, são necessários pelo menos dois
orçamentos, tanto dos materiais quanto da mão de obra contratada. O ideal são três referências de preços
de diferentes fornecedores para comparação do serviço ou material.
f ) Checklist de máquinas e equipamentos
Antes de finalmente iniciar as atividades do dia ou da semana, tenha sempre à mão uma lista com todos
os itens que você já reconheceu como sendo importantes para a sua atividade. Nesta lista, você incluirá,
principalmente os materiais, as ferramentas, EPI’s / EPC’s e os instrumentos. Verifique se estes itens estão
presentes, para evitar surpresas e ter que parar uma tarefa por falta de material. Sempre que possível,
verifique como está a organização dos materiais e outras condições de trabalho da próxima etapa, dia ou
semana. Lembre-se de sempre verificar o andamento do processo, antecipando problemas. Dependendo
das condições, monte um cronograma de acompanhamento.
Nas seções seguintes, você irá estudar noções de logística. Prossiga em seus estudos.
2 PLANEJAMENTO OPERACIONAL
25

2.2 NOÇÕES SOBRE LOGÍSTICA

Logística pode não ser um tópico muito comum no estudo de eletromecânica. Porém, a logística está
presente em diferentes momentos do processo: na definição de fornecimento de materiais (rapidez na
entrega), valores agregados nos custos do serviço de transporte, entre outros. Estas sempre são questões
que ajudam a definir etapas no planejamento do trabalho.
Na sequência, você terá a oportunidade de aprender alguns conceitos básicos de logística e diferentes
formas ou tipos de transporte. São conhecimentos gerais que, na verdade, já são aplicados cotidianamente.

2.2.1 LOGÍSTICA

A seguir, serão apresentados alguns aspectos relevantes a respeito da logística.


a) Visão geral de Logística
Inicialmente, a palavra logística lembra transporte e distribuição de materiais. O que está certo, mas
ela é muito mais do que isso. Todo fluxo de materiais e de informações são gerenciadas pela Logística.
Conseguir gerenciar seus recursos de forma eficiente, procurando bons parceiros para fornecimento de
materiais, tecnologia, com rapidez de atendimento, traz recursos e lucros.

A logística sempre fez parte da história da humanidade e pode ser vista,


CURIOSI infelizmente, nas guerras. Na antiguidade, as guerras podiam ser longas e em
DADES lugares distantes, o que obrigava os líderes militares a planejar o transporte das
armas, homens, munição e alimentos.

b) Principais aspectos
1) Produtos são todos os bens que tenham características físicas e concretas, podendo ser bens de
consumo e de produção.
2) Bens de produção ajudam na transformação da matéria-prima em produto final. Equipamentos,
máquinas, instalações, prateleiras, computadores, empilhadeiras, são exemplos de bens de produção.
3) Bens de consumo são os produtos destinados ao consumidor final, como automóveis, eletrodomés-
ticos, comida, roupas. Podem ser duráveis, semiduráveis ou perecíveis.
4) Serviço é tudo o que não tem atribuição física. Alguns serviços são atividades especializadas, oferta-
das por empresas dedicadas ao transporte, à limpeza e à armazenagem.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
26

c) Meios de transporte de carga


Classificam-se as modalidades ou modais de transporte da seguinte forma: rodoviário, ferroviário, aé-
reo, aquaviário ou marítimo e dutoviário.

Thinkstock ([20--?])
Figura 2 -  Meios de transporte

1) Rodoviário – Tipo de transporte convencional, onde se faz uso de caminhões, carretas, carros e mo-
tos. É uma forma de transporte acessível, em algumas regiões é o único transporte possível. Oferece
grande risco de segurança para a carga, por conta de acidentes e roubos. É considerado de custo
alto, pela necessidade de investimento na frota de veículos e também por conta de pedágios.
2) Ferroviário – Comparado com a modalidade rodoviária, as ferrovias são consideradas uma solução
para os problemas de trânsito e de segurança. A capacidade de carga do trem supera a dos camin-
hões, e isso compensaria o alto investimento inicial da sua instalação no decorrer do tempo de uso.
Porém, a malha ferroviária no país é pequena e impede o seu bom aproveitamento.
3) Aéreo – É uma modalidade de custo alto, e justifica o seu uso no caso da urgência da entrega de
produtos leves e de maior valor. Muito usado para o transporte de produtos eletrônicos e utilizado
em casos emergenciais, como transplantes de órgãos.
4) Aquaviário Chamado de marítimo, quando o transporte é feito por navios em oceanos, ou hi-
droviário, por embarcações pelos rios. Os hidroviários podem ser subdivididos e fluviais (rios) e la-
custres (lagos). Esta modalidade é considerada vantajosa, por permitir o transporte pelos oceanos de
grandes cargas, e de, por conta da bacia de rios no país, alcançar locais inacessíveis por outros meios.
Após o investimento inicial das embarcações e construção de pontos de embarque/desembarque,
os custos são considerados baixos.
5) Dutoviário Esta modalidade permite o transporte de combustíveis líquidos (gasolina, álcool), gases
(gás natural) e determinados sólidos (minérios) a longas distâncias. É uma forma de transporte con-
siderada segura, porém o transporte é lento e a manutenção é cara. Segundo Castiglioni (2014),
pode-se fazer uma comparação de vantagens e desvantagens entre as diferentes modalidades de
transporte.
2 PLANEJAMENTO OPERACIONAL
27

O quadro, a seguir, demonstra que, quanto maior o valor atribuído para a característica de cada moda-
lidade, maior a excelência.

MODALIDADE CAPACIDADE VELOCIDADE FLEXIBILIDADE CUSTO


Rodoviário 2 2 5 3
Ferroviário 4 3 2 4
Aéreo 2 5 3 1
Marítimo 5 1 2 5
Dutoviário 3 2 1 2
Quadro 2 - Vantagens e desvantagens entre diferentes modalidades logística
Fonte: Adaptado de Castiglioni (2014)

d) Custos
Reduzir os custos com a logística é um desafio para as empresas, pois os clientes querem cada vez mais
um serviço de qualidade pagando cada vez menos. O transporte da mercadoria é apenas um dos itens do
custo total na logística. Deve-se considerar também a armazenagem, processos de pedidos e estocagem. O
custo com transporte é considerado o mais importante, pois pode fazer com que a empresa decida ter sua
própria forma de transporte ou terceirizar o serviço. Uma forma de fazer a divisão dos custos é pela relação
com a operação: custo direto ou indireto. O custo direto relaciona-se com a função produtiva, a deprecia-
ção do veículo, remuneração de capital, salário de motoristas e ajudantes, cobertura de risco, combustível,
lubrificação, pneus, licenciamento. O custo indireto está relacionado ao uso de departamento pessoal, ad-
ministração, vendas.

CASOS E RELATOS

O acompanhamento da execução da obra faz a diferença


Pablo tem uma empresa de montagens elétricas industriais. Ele fechou negócio com uma empresa
(contratante), que vende galpões de armazenamento de mercadorias, para realizar o serviço de
montagem elétrica destes galpões. Os galpões podem ter tamanhos diversos para atender a ne-
cessidade do cliente final. Toda vez que a empresa contratante vende um novo galpão, Pablo re-
cebe as informações sobre as suas dimensões, e verifica o escopo do produto que ele vai fornecer,
que neste caso é prestação de serviços de montagem elétrica.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
28

A contratante envia para Pablo o projeto elétrico, a lista de material elétrico e o cronograma de
realização da obra. Este é o momento de verificar as condições de trabalho, e baseado nisto, ele
estipula quantas pessoas serão necessárias na obra para execução da montagem.
No próximo trabalho de montagem a obra fica a mais de 1200 Km de distância da cidade de Pablo.
O trabalho considera a construção de quatro galpões com 790 m², e 7 metros de altura. Cada um
com uma sala, um escritório, e iluminação seguindo um padrão de distribuição uniforme no local
de armazenamento.
A equipe irá viajar e permanecer no local até o fim dos trabalhos. Como é um local distante ele
enviará um supervisor e mais três montadores experientes, os demais auxiliares serão contratados
localmente.
Pablo calculou as despesas de transporte até o local da obra, os valores de hospedagem e alimen-
tação da sua equipe, e reservou mais um valor para os auxiliares locais.
Foi estimado que a partir da entrada da equipe de montagem elétrica decorreria um período de 30
dias até que tudo estivesse terminado. Definidos os detalhes finais com a contratante, Pablo assina
o contrato e acompanha os preparativos da obra.
Como manteve este acompanhamento junto a contratante, ele descobriu que a obra atrasou por
conta da chuva intensa no local da obra e que os trabalhos da equipe dele iam demorar mais 15
dias para começar. Como haviam outros trabalhos de montagem elétrica em andamento, enviou
o supervisor e os montadores para outro trabalho, previsto para demorar 10 dias. Enquanto isso,
pesquisou na internet empresas de prestação de serviço próximas da obra. Mesmo não sendo sua
responsabilidade o atraso nos trabalhos, a data final de entrega da obra ia ser mantida, e ele pre-
cisaria de mais auxiliares ou mesmo montadores experientes. Chegado o momento certo a equipe
de Pablo viajou ao local da montagem dos galpões, e outros profissionais contatados pela internet
já aguardavam para a montagem elétrica. Pablo mostrou iniciativa, organização, planejamento, e
comprometimento. Desta forma evitou que sua equipe ficasse parada por muito tempo sem tra-
balho, e providenciou o apoio necessário para a entrega do serviço dos galpões no prazo.

Os valores de fretes, tarifas de transporte são importantes e é preciso considerar a relação custo/be-
nefício para se ter o material desejado. Algumas vezes, para se ter o material a tempo para a execução da
atividade e não comprometer a produtividade, é preciso pagar mais caro por isso. A Logística é um tema
que pode focar no transporte de cargas e também na forma de distribuição de produtos. Outro tema atual
é a chamada Logística Reversa, para a gestão dos lixos e resíduos gerados pela população e indústria. Para
cada um dos casos, existe uma legislação específica.
2 PLANEJAMENTO OPERACIONAL
29

Pela necessidade de gerenciar, de modo sustentável, os resíduos gerados pela


SAIBA população, desde 12 de agosto de 2010, pela Lei 12.305/10, foi instituída a
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que definiu os princípios, objetivos e
MAIS instrumentos, bem como diretrizes, relativas à gestão e ao gerenciamento de resíduos
sólidos, incluídos os perigosos, em âmbito nacional.

Na próxima seção, você estudará as ferramentas da informática utilizadas na logística.

2.3 FERRAMENTAS DE INFORMÁTICA

As ferramentas de informática estão presentes no planejamento da sua atividade. Você necessitará con-
sultar catálogos técnicos pela internet, fazer pesquisa de preços nos sites ou realizar solicitações a forne-
cedores por e-mail. Dentro das empresas, são usados softwares de controle de estoque, custos e gerencia-
mento.
Existem softwares no mercado para instalação elétrica, com integração CAD2/CAE3 e outros usados para
simulação de conjunto de partidas elétricas. Conhecer pelo menos um software de instalação elétrica é
importante, uma vez que, a partir do momento que você conhece um deles, você vai conseguir aprender
outros, pois atualmente todos são feitos com algumas bibliotecas de símbolos, que seguem a normaliza-
ção nacional ou internacional.
Esses softwares são práticos quando se precisa fazer a documentação de projetos.

2.3.1 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR (CAD PARA ELÉTRICA)

O uso de softwares para Projeto de Instalações Elétricas monofásica, bifásica ou trifásicas tem trazido um
aumento de qualidade e é uma exigência legal que as empresas tenham os diagramas unifilares atualiza-
dos. Todo o projeto é composto por componentes e fiação ao invés de linhas e blocos como no CAD puro,
com integração CAD/CAE. Muitos cálculos podem ser realizados por estes softwares seguindo as Normas
Brasileiras. Estes cálculos permitem dimensionamento da fiação, cálculo luminotécnico, dimensionamento
de eletrodutos, diagrama unifilar e lista de materiais.

2 Sigla de Computer Aided Design ou Desenho Auxiliado por Computador. É o nome genérico para softwares usados para desenvol-
vimento de desenhos e projetos técnicos.
3 Sigla de Computer Aided Engineering ou Engenharia Auxiliada por Computador. É um sistema de auxílio ao software CAD para
execução de cálculos de engenharia.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
30

2.3.2 SIMULADORES DE CIRCUITOS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS

Hoje existem alguns softwares de circuitos elétricos industriais que permitem a simulação de projetos
industriais, desde a construção de diagramas dos projetos até a simulação dos mesmos. É possível en-
contrar simuladores gratuitos na Internet com interfaces intuitivas, que permitem simular desde partidas
diretas até partidas com drivers como soft starter e inversores de frequência.
Eses softwares normalmente utilizam as normas da IEC - International Electrotechinical Comission
(Comissão Eletrotécnica Internacional) para a simbologia dos componentes. Em alguns, é possível escolher
qual norma deverá ser utilizada.

SAIBA Um software de simulação que permite construir circuitos industriais é o CADe Simu.
Para obter este simulador, acesse: http://saladaeletrica.blogspot.com.br/p/cade-
MAIS simu_16.html

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você pôde estudar que a eficiência e organização são consideradas características
de um bom profissional. O planejamento traz a primeira grande oportunidade para o sucesso de
qualquer trabalho. Quer seja um planejamento formal e documentado ou feito rapidamente, ele
precisa cumprir alguns requisitos. Primeiro você precisa saber o que vai fazer. Ter um projeto ou
desenho técnico em mãos auxilia para poder prever materiais e serviços necessários ao trabalho.
Se você conseguir fazer uma lista de recursos e o cronograma de atividades, as chances de sucesso
aumentam.
Você também estudou que precisa se antecipar, identificando os pontos críticos do serviço, e se
munindo de precauções para que não tenha problemas ou acidentes por conta de situações de
risco. O tempo é um fator precioso, e, neste caso, o cronograma de execução é fundamental. Outras
definições também são importantes, como, por exemplo, quando será feita a montagem, quem irá
fazê-la, se todos os materiais foram providenciados.
O Planejamento Organizacional vai fazer parte de todas as atividades propostas em montagens
elétricas e deve ser aplicada em todas as suas propostas de trabalho. Para que a padronização seja
eficiente e de fácil entendimento para todos os envolvidos os conhecimentos a seguir são essen-
ciais. No próximo capítulo, você vai conhecer conceitos de desenho técnico e normas técnicas que
compõem os diagramas, projetos e documentos gerais presentes em montagens elétricas.
Desenho Técnico e Normas Técnicas

Existem diversos padrões normativos que regem o desenvolvimento de projetos elétricos e


projetos de linguagens de programação. A representação dos esquemas elétricos e de esque-
mas de automação necessita da padronização de símbolos. Assim, a identificação destes sím-
bolos normatizados é necessária para o bom desenvolvimento do projeto elétrico. Para manter
esta padronização no âmbito internacional, existem diversas entidades, comissões que ditam
este padrão, dependendo de cada região.
Todo projeto eletromecânico necessita de um projeto elétrico. Só esta informação já justifi-
ca realizar os estudos com atenção e cuidado, pois a execução da montagem depende da sua
correta interpretação, e consequentemente a atualização da documentação segue o mesmo
padrão.
Você já se perguntou quanto a essas normas, já imaginou como seria o planejamento e
execução de um projeto elétrico sem elas?
Neste capítulo, serão tratados os desenhos técnicos e as normas pertinentes que ditam as
representações elétricas e interpretação de esquemas elétricos para fins de leitura, análise e
interpretação de projetos eletromecânicos.

3.1 REPRESENTAÇÃO DE ESQUEMAS ELÉTRICOS

Circuito elétrico é um conjunto de componentes que possibilitam ou restringem a passa-


gem de corrente elétrica. Um sistema elétrico é um conjunto de circuitos elétricos relaciona-
dos, desenvolvidos para uma finalidade. Uma instalação elétrica é o sistema elétrico físico, ou
seja, é o conjunto de componentes elétricos associados e coordenados entre si (NAHVI, 2014).
Um sistema elétrico é formado por componentes elétricos que podem conduzir corrente
elétrica. Em uma instalação elétrica, podem existir componentes elétricos que não conduzem
corrente, dentre eles existem os condutos, caixas e estrutura de suporte.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
34

Em um projeto elétrico, os diagramas unifilares e multifilares representam a instalação elétrica e, para


que os projetos sejam interpretados de maneira correta, foram criadas normas internacionais e nacionais
que ditam as melhores práticas no desenvolvimento de projetos elétricos.

3.1.1 DIAGRAMA UNIFILAR E MULTIFILAR DE REDES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS

Existem quatro tipos de diagramas elétricos industriais, conforme lista a seguir:


a) diagrama funcional;
b) diagrama multifilar;
c) diagrama unifilar;
d) diagrama trifilar.

3.1.2 DIAGRAMA UNIFILAR E MULTIFILAR DE CIRCUITOS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS DE FORÇA E


DE COMANDO

O diagrama multifilar é a representação do sistema elétrico de maneira gráfica, contendo todos os seus
condutores e os detalhes relacionados aos condutores e aos componentes, representados através das sim-
bologias indicadas pela norma.
Aline da Silva Regis (2015)

Figura 3 -  Exemplo de diagrama multifilar


Fonte: do Autor (2015)
3 DESENHO TÉCNICO E NORMAS TÉCNICAS
35

Conforme mostrado na figura anterior, o diagrama multifilar do circuito elétrico de força de um motor
elétrico apresenta os detalhes dos condutores, assim como os detalhes dos componentes elétricos usados
na instalação elétrica. Conforme mostrado, o circuito apresenta as três fases envolvidas, os três fusíveis,
contator de força, relé térmico e o circuito de comando através dos contatos dos botões de comando.
O diagrama unifilar também é uma representação do sistema elétrico de maneira gráfica. No entanto,
neste tipo de diagrama as informações são compactas. Este tipo de diagrama é o mais utilizado em proje-
tos prediais e residenciais, devido à quantidade de informações necessárias. É impossível descrever todos
os equipamentos em uma planta baixa, tornando inviável a utilização de esquemas multifilares para estes
segmentos. A figura a seguir, mostra um exemplo de diagrama unifilar do mesmo circuito de força do dia-
grama multifilar anterior.

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 4 -  Exemplo de um diagrama unifilar


Fonte: do Autor (2015)

Conforme mostrado na figura anterior, percebe-se nitidamente que, com a utilização do diagrama uni-
filar, o circuito elétrico ficou mais compacto, mas apresentou um detalhamento inferior, se comparado ao
multifilar.
Na sequência, estude as principais normas que regem a estruturação de sistemas elétricos em âmbito
nacional e internacional.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
36

3.2 NORMAS

As normas nacionais e internacionais determinam as diretrizes para diversas áreas de atuação. Nesta
seção, serão tratadas as principais normas pertinentes a projetos elétricos, comparando as principais sim-
bologias brasileiras (ABNT) com a internacional (IEC), com a alemã (DIN), e com a norte-americana (ANSI),
visando facilitar a interpretação de diagramas elétricos. As principais normas brasileiras (ABNT) utilizadas
para o desenvolvimento de projetos elétricos serão listadas a seguir. (SENAI/ES e CST, 1996)
a) NBR 5410:2004 - Instalações elétricas de baixa tensão.
b) NBR 5419:2005 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas.
c) NBR 9050:2004 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.
d) NBR 13570:1996 - Instalações elétricas em locais de afluência de público – Requisitos específicos.
e) NBR 14039:2005 - Instalações elétricas de media tensão de 1,0kV a 36,2kV.
f ) NBR 17240:2010 - Execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio.
g) NBR NM 313:2007 - Elevadores de Passageiros – Requisitos de segurança para construção e insta-
lação – requisitos particulares para a acessibilidade das pessoas, incluindo pessoas com deficiência.

FIQUE As normas podem ser canceladas, revisadas e atualizadas. Por isso, é importante
ALERTA sempre consultar o órgão responsável pela elaboração e publicação das normas que
estão sendo utilizadas no projeto.

Uma das principais normas utilizadas é a norma NBR 5410:2004, mas existem diversas outras normas
complementares que regem temas específicos.
No âmbito internacional, existem diversos padrões a serem seguidos.
3 DESENHO TÉCNICO E NORMAS TÉCNICAS
37

O quadro, a seguir, mostra o significado da sigla e a descrição detalhada de cada uma delas.

SIGLA SIGNIFICADO DESCRIÇÃO


Dita as regras de todas as áreas técnicas do país. São oficializadas pelos
órgãos governamentais (federais, estaduais e municipais) e pelas em-
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas presas dos setores envolvidos. Compõem-se de Normas (NB), Termi-
nologia (TB), Simbologia (SB), Especificações (EB), Método de ensaio e
Padronização. (PB).
É uma comissão formada por representantes de todos os países indus-
IEC International Electrotechinical Comission trializados. As recomendações da IEC, normalmente são aderidas ou
adequadas às normas nacionais dos países pertencentes à comissão.
Associação de Normas Industriais Alemãs. São sempre alinhadas a outro
DIN Deutsche Industrie Normen
padrão, a VDE.
Instituto de Normas dos Estados Unidos, que publica recomendações e
ANSI American National Standards Institute
normas em praticamente todas as áreas técnicas.
Quadro 3 - Entidades responsáveis por recomendar e instituir normas nacionais e internacionais
Fonte: do Autor (2015)

Conforme apresentado no quadro anterior, existem diversas entidades responsáveis por recomendar
e/ou instituir as normas técnicas internacionais ou nacionais. Estas 4 entidades são as principais utilizadas
para ditar as normas técnicas pelo setor industrializado no Brasil (SENAI/ES; CST, 1996).

3.2.1 NORMAS PARA DESENHOS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS

A NBR 5410 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão (última edição da norma, de 2004) é a principal norma
brasileira para desenvolvimento de projetos elétricos industriais. Sua execução foi baseada em uma norma
internacional, denominada IEC 60364 - Electric lnstallations of Buildings. Esta norma citada é a norma apli-
cada a todas as instalações elétricas cuja tensão nominal é igual ou inferior a 1.000 V em corrente alternada
(CA), ou a 1.500 V em corrente contínua (CC).
A NBR 5410 indica as normas técnicas a serem aplicadas nos projetos elétricos. Esta padronização é
necessária para garantir o entendimento do desenvolvimento técnico do projeto, desde a sua concepção
até a sua aplicação. Todas as instalações novas devem seguir a NBR 5410, assim como todas as reformas de
instalações existentes.
Segundo ABNT, a NBR 5410: 2004 aborda, praticamente, todos os tipos de instalações de baixa tensão,
como:
a) edificações residenciais e comerciais em geral;
b) estabelecimentos institucionais e de uso público;
c) estabelecimentos industriais;
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
38

d) estabelecimentos agropecuários e hortigranjeiros;


e) edificações pré-fabricadas;
f ) reboques de acampamento (trailers);
g) locais de acampamento (campings);
h) marinas e locais análogos;
i) canteiros de obras, feiras, exposições e outras instalações temporárias.
Existem outras duas normas, a NBR 13570 – Instalações Elétricas em Locais de Afluência de Público:
Requisitos Específicos e a NBR 13534 – Instalações Elétricas em Estabelecimentos Assistências de Saúde:
Requisitos para Segurança. Estas duas normas complementam a NBR 5410, para atribuir os parâmetros nos
relativos campos de aplicação.

SAIBA Para conhecer mais normas relacionadas aos desenhos elétricos, consulte a página da
MAIS ABNT: http://www.abnt.org.br/

Você conhece a simbologia aplicada na elaboração de projetos elétricos? Ela é o conteúdo da próxima
seção. Acompanhe.

3.2.2 SIMBOLOGIA

A simbologia em um projeto elétrico busca estabelecer símbolos gráficos que possibilitem uma padro-
nização e, desta forma, sejam compreendidos por todos os envolvidos. Cada componente utilizado deve
representar a natureza elétrica e as simbologias devem estar de acordo com as abreviaturas das principais
normas nacionais e internacionais de construção e instalação de componentes e órgãos dos sistemas elé-
tricos (SENAI/ES; CST, 1996).
Para o desenvolvimento de um diagrama elétrico, é necessário seguir estas simbologias ditadas pelas
normas. Durante a escolha de qual entidade será seguida para o desenvolvimento do padrão, deve-se levar
em conta para onde este projeto será encaminhado. Outro fator importante é manter o padrão dentro de
um mesmo projeto, tentando utilizar a mesma entidade em todas as simbologias utilizadas.
3 DESENHO TÉCNICO E NORMAS TÉCNICAS
39

A figura, a seguir, mostra uma comparação das simbologias entre as entidades para grandezas elétricas
fundamentais.

Quadro 4 - Comparação das simbologias normalizadas entres as entidades internacionais (Grandezas elétricas Fundamentais)
Fonte: Adaptado de SENAI/ES e CST (1996)

Conforme mostrado no quadro anterior, a indicação de tensão, frequência, quantidade de polos, tipo
de corrente, dentre outros, ao serem descritas nos projetos elétricos, sofrem alteração, dependendo do
padrão internacional utilizado. A seguir, serão mostrados mais três exemplos de símbolos constantes nas
normas técnicas, baseadas em diversas entidades internacionais.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
40

A seguir, serão mostrados mais três exemplos de símbolos constantes nas normas técnicas, baseadas
em diversas entidades internacionais.

SIGNIFICADO ABNT DIN ANSI JIS IEC

Terra

Massa

Polaridade positiva

Polaridade negativa

Tensão perigosa
(Obstáculo geral 1)

Ligação delta ou triângulo

Ligação Y ou estrela

Ligação estrela com neutro


acessível

Ligação zigue-zague

Ligação em V ou triângulo
aberto
Quadro 5 - Comparação das simbologias normalizadas entres as entidades internacionais (Símbolos de uso geral)
Fonte: Adaptado de SENAI/ES e CST (1996)
3 DESENHO TÉCNICO E NORMAS TÉCNICAS
41

SIGNIFICADO ABNT DIN ANSI JIS IEC

Resistor

Resistor de derivações

Indutor, enrolamento, bobina

Indutor com derivações

Capacitor

Capacitor com derivações

Capacitor eletrolítico

Ímã permanente

Diodo semicondutor

Diodo zener unidirecional e


bidirecional

Fotorresistor com variação inde-


pendente da tensão

Fotorresistor com variação de-


pendente da tensão

Fotoelemento

Gerador “hall”

Centelhador (de pontas)

Para-raios

Acumulador, bateria, pilha

Mufla terminal ou terminação


MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
42

Mufla junção ou emenda reta

Mufla ou emenda de derivação


simples
Mufla ou emenda de derivação
dupla

Par termoelétrico

Quadro 6 - Comparação de simbologias normalizadas entres as entidades internacionais


Fonte: Adaptado de SENA/ES e CST (1996)

SIGNIFICADO ABNT DIN ANSI JIS IEC

Bobina eletromagnética,
geral

Bobina eletromagnética, de
enrolamento único

Bobina eletromagnética, de
dois enrolamentos

Relé de subtensão

Relé com retardo para voltar


ao repouso

Relé com retardo prolongado


para voltar ao repouso

Relé com retardo para operar

Relé com retardo para operar


e para voltar ao repouso

Relé polarizado
3 DESENHO TÉCNICO E NORMAS TÉCNICAS
43

SIGNIFICADO ABNT DIN ANSI JIS IEC

Relé com remanência

Relé com ressonância

Relé térmico ou bimetálico

Relé eletromagnético de
sobrecarga

Relé eletromagnético de
curto-circuito
Quadro 7 - Comparação das simbologias normalizadas entres as entidades internacionais para bobinas de comando e relés
Fonte: Adaptado de SENAI/ES e CST (1996)

Os quadros anteriores mostram vários exemplos de simbologias de projetos elétricos baseados em di-
versos padrões internacionais. Conforme pode ser verificado, o padrão ABNT baseia suas indicações, prin-
cipalmente, no padrão internacional IEC.

CASOS E RELATOS

Montagem de circuitos usando as normas


João começou a fazer um curso técnico em eletromecânica e alguns meses depois conseguiu um
emprego na área de manutenção de uma pequena empresa. Algumas semanas depois de ter sido
efetivado, a empresa recebeu a visita de um auditor do ministério do trabalho. Esse auditor pediu
para ver todas as documentações das máquinas, tanto as técnicas quanto as de segurança.
Por sorte, João estava estudando exatamente o capítulo que falava das normas relacionadas às
instalações elétricas e havia pesquisado e lido muitos documentos relacionados às normas. Assim,
quando a empresa foi auditada, ele pode mostrar seus conhecimentos, respondendo às perguntas
de forma correta. Com isso, o auditor ficou satisfeito e a empresa não teve que responder nenhum
processo ou pagar multa.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
44

No desenvolvimento de projetos elétricos, é indispensável a utilização de normas para que se tenha


bons resultados. Estes resultados estão relacionados à interpretação destes diagramas de maneira clara
e objetiva e, principalmente, adequado a um padrão onde, em qualquer local, o mesmo possa ser lido e
interpretado. Na sequência de seu estudo, você verá as representações dos projetos de automação, assim
como as normas que ditam suas linguagens específicas.

3.3 REPRESENTAÇÃO DE ESQUEMAS DE AUTOMAÇÃO

Há muito tempo, procura-se estabelecer um padrão para programação de Controladores Lógicos Pro-
gramáveis (CLP). Para tanto, no final da década de 70, foi criado um grupo de trabalho com o objetivo de
definir normas técnicas de apresentação e formatos de programação. Esta comissão foi denominada Inter-
national Electro-technical Comission – IEC.

Antes do CLP (Controlador Lógico Programável), na indústria automobilística, os


CURIOSI carros eram fabricados por máquinas controladas por contatores, botões e sensores
DADES montados em painéis grandes. Para mudar o modelo do carro produzido precisava
mudar todo o painel. Com o CLP, a mudança do modelo do carro fabricado ocorre
no programa do CLP, raramente ocorrendo mudanças físicas da máquina.

Esta comissão analisou projetos completos de CLP’s (inclusive hardware), instalação, testes, documenta-
ção, programação e comunicações, designando oito frentes de trabalho para desenvolver diferentes partes
do padrão para CLP’s.
Apenas no início da década de 90, a IEC publicou a norma IEC 61131, que estabelece padrões para Con-
troladores Lógicos Programáveis. Esta norma ficou dividida em partes (PAREDE; GOMES, 2011), que são:.
a) 61131-1 - Informações gerais
b) 61131-2 - Requisitos de hardware
c) 61131-3 - Linguagens de programação
d) 61131-4 - Guia de orientação ao usuário
e) 61131-5 – Comunicação
f ) 61131-6 - Comunicação via Fieldbus
g) 61131-7 - Programação utilizando Lógica Fuzzy
h) 61131-8 - Guia para implementação das linguagens
A seguir, será tratada uma destas partes, que abordará especificamente as linguagens de programação.
3 DESENHO TÉCNICO E NORMAS TÉCNICAS
45

3.4 REPRESENTAÇÃO DE LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO, CONFORME NORMA IEC 61131-3

No ano de 1993, foi publicada a IEC 61131-3. Esta parte da norma passou a estabelecer um padrão glo-
bal para programação de CLPs (Controladores Lógicos Programáveis). Desta forma, buscou-se criar uma
plataforma padrão de programação, possibilitando diversas maneiras de se programar. No entanto, esta
passou a ser usada em diversas marcas de CLP e implementadas por programadores de diferentes áreas.
Segundo Parede e Gomes (2011), atualmente a “IEC 61131-3 é o único padrão global para programação
de controle industrial que consiste na definição da linguagem que é a Função gráfica de Sequenciamento
(SFC), Lista de Instrução (IL) e Texto Estruturado (ST), Diagrama de Blocos de Funções (FBD) e Diagrama
Ladder (LD).”
Caro estudante, a seguir você terá a definição de cada uma destas linguagens de programação.

3.4.1 TEXTO ESTRUTURADO - ST

É uma linguagem textual de alto nível, que permite uma programação estruturada. Este tipo de lingua-
gem permite a utilização de sub-rotinas para executar diferentes partes de uma função de controle.
O padrão de programação é semelhante à linguagem de programação Pascal1, ditada na ISO 7185. Este
tipo de linguagem é ideal para desenvolvimento de programações que exijam tomadas de decisões, lógi-
cas de implementação de algoritmos, cálculos matemáticos complexos e na utilização em sub-rotinas ou
definições de ações de outras linguagens de programação. (LEWIS, 1998).

3.4.2 LISTA DE INSTRUÇÕES – IL

A linguagem de Lista de Instruções (IL) define auxiliares de memórias para representar operações lógicas
booleanas2 e comandos de transferência de dados.
O padrão de programação é semelhante à linguagem assembly, utilizada nos microprocessadores e
microcontroladores. A linguagem em lista de instrução (IL) apresenta características distintas em relação
às demais linguagens. As principais vantagens estão na diminuição do tempo de execução do programa
devido à correspondência dos comandos assembly do Controlador Lógico Programável e uma documenta-
ção mais compacta. (LEWIS, 1998).
A desvantagem da utilização da linguagem em Lista de IL, está relacionada ao conhecimento básico
em linguagem de programação assembly, familiarização com os comandos e dificuldade na alteração de
códigos já criados.

1 Linguagem de programação que faz uso de código estruturado. Criada em 1970 por Niklaus Wirth, recebeu este nome em home-
nagem ao físico Blaise Pascal.
2 As operações lógicas booleana básicas são AND, OR e NOT e representam operações de chaveamento em circuitos elétricos. As
variáveis envolvidas nestas operações podem assumir sempre dois estados: aberto/fechado, ligado/desligado, on/off, 0/1.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
46

3.4.3 DIAGRAMA LADDER – LD

A linguagem Ladder é uma linguagem gráfica que tomou como referência a lógica de circuito para relés,
utilizada em controles automatizados eletromecânicos. Este tipo de lógica possui bastante familiaridade
para os eletricistas industriais e, por este motivo, se tornou a linguagem de programação mais utilizada.
(LEWIS, 1998).
O diagrama Ladder é baseado nas lógicas de contatos, existentes nos projetos elétricos em geral. Os
conceitos básicos da lógica booliana são utilizados para o desenvolvimento de programações em diagra-
ma Ladder. Os gráficos representam contatos e bobinas de maneira parecida ao exposto em um projeto
elétrico.
Outro conceito fundamental para este tipo de programação está relacionado às lógicas de circuito des-
critas como lógica “E”, “OU”, E/OU”, dentre outras.

3.4.4 DIAGRAMAS DE BLOCOS DE FUNÇÃO – FBD

O diagrama de blocos de função (FDB) é uma linguagem gráfica também baseada nos circuitos lógicos
que são semelhantes às portas lógicas da eletrônica digital. (LEWIS, 1998)
As principais características da programação por diagramas de blocos de função (FDB) está relacionada
à indicação de seu uso para controles discretos e sequenciais. Outros fatores importantes deste tipo de
linguagem é a facilidade de interpretação do diagrama e a possibilidade de encapsular algoritmos dentro
do bloco criado.

3.4.5 GRAFSET – SFC

A linguagem de programação Grafset (SFC) é uma representação gráfica do comportamento da parte


de comando de um sistema automatizado.
O Grafset descreve o comportamento sequencial de um sistema a partir da estruturação das ações do
sistema, organizando-se internamente as necessidades deste sistema e decompondo o problema de con-
trole em partes gerenciáveis, que possibilitam a visão global do problema. (LEWIS, 1998)
3 DESENHO TÉCNICO E NORMAS TÉCNICAS
47

A linguagem Grafset se caracteriza pela facilidade de representação, interpretação e diagnóstico das


avarias do sistema.
Na próxima seção, você estudará a leitura e interpretação de projetos de instalações elétricas industriais.

3.5 LEITURA, INTERPRETAÇÃO DE PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS

Os projetos de instalações elétricas industriais são feitos com o uso da simbologia padrão da ABNT, ou,
na ausência, com uso de simbologia internacional. Sempre é bom buscar a legenda do desenho, porque o
projeto pode seguir a padronização atual, ou uma padronização mais antiga, que esteja em desuso. Como
você estudou neste capítulo, mais de um símbolo pode representar o mesmo dispositivo ou elemento.
Para fazer a montagem de um sistema elétrico, é necessário seguir o desenho do circuito. Este desenho
deverá apresentar todos os componentes necessários ao sistema, englobando todas as informações que
vão possibilitar a montagem, com segurança, economia, rapidez e de forma que o sistema funcione corre-
tamente.
Como existem muitas informações envolvidas, mesmo em um sistema pequeno, muitas vezes um sis-
tema é representado de várias formas diferentes, usando diagrama unifilar e multifilar. A figura, a seguir,
mostra um painel elétrico montado.
Thinkstock ([20--?])

Figura 5 -  Painel elétrico


MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
48

Para se chegar neste resultado, o instalador precisou interpretar um esquema parecido com a figura
abaixo, onde se vê a representação de um circuito usando o diagrama unifilar.

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 6 -  Diagrama unifilar industrial
Fonte: Adpatado de ZAMORA ET AL (2000)

O exercício da prática de leitura, da interpretação e da montagem traz o conhecimento e a experiência


para um profissional. Por isso, é importante ler e estudar as normas, além de fazer as montagens elétricas
com atenção e cuidado.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você teve a oportunidade de estudar que, para realizar a leitura ou interpretação
de desenhos industriais, é necessário conhecer a simbologia técnica adotada como padrão para
projetos elétricos. Já existe uma padronização nacional e internacional para poder manter uma
ordem lógica e organizacional nos projetos elétricos industriais. A ABNT regulamenta todos os
padrões nacionais. Quando a ABNT não contempla uma simbologia ou padrão para um equipamento
ou para um tipo de instalação, deve-se buscar a regulamentação internacional. Da mesma forma,
para a programação de equipamentos como o CLP também já existe uma padronização que
orienta métodos e padrões que facilitam o entendimento dos processos e programações entre os
profissionais.
3 DESENHO TÉCNICO E NORMAS TÉCNICAS
49

Para quem está começando a trabalhar na área técnica, pode parecer que a quantidade de padrões
usados é muito grande, mas, com a prática, estes mesmos símbolos vão se tornar comuns e cada
vez mais fácil vai ser a relação destes com os elementos do projeto que representam. E mais, será
mais fácil para você entender as informações contidas em manuais e catálogos técnicos. Siga
adiante nos seus estudos, com dedicação!
Ferramentas e Equipamentos

Imagine-se trabalhando em uma empresa que presta serviços de instalação elétrica, ou que
você faz parte da equipe de manutenção de uma indústria. A qualquer momento, você pode
ser chamado para atender a uma situação programada ou a uma ocorrência emergencial. Se
for uma atividade programada, você pode organizar o seu material antecipadamente. Mas,
numa situação emergencial, você precisa ter à mão uma seleção de ferramentas e equipamen-
tos para atender aos chamados de trabalho. Você já estudou anteriormente, em fundamentos
elétricos, as principais ferramentas manuais e elétricas do técnico em eletromecânica. Você
sabe quais destas devem estar sempre à disposição para seu serviço.
Neste capítulo você vai rever e aprender um pouco mais sobre estes materiais. Leia o texto
com atenção pois do uso correto destas ferramentas e materiais depende também o bom re-
sultado da montagem.

4.1 FERRAMENTAS MANUAIS E ELÉTRICAS PARA O ELETRICISTA

As ferramentas podem ser simples, manuais, ou com acionamento elétrico, sendo que exis-
tem muitas no mercado. Mas, quais devem ser usadas na montagem elétrica de eletromecâni-
ca?
Para fazer um serviço de qualidade é essencial escolher a ferramenta adequada e aplicá-la
corretamente. Além disso é muito importante guardar as ferramentas de forma que a sua vida
útil não seja diminuída.
A seguir, observe com atenção os cuidados que se deve ter para conservar e manter as
ferramentas, para depois poder verificar os equipamentos essenciais no trabalho do técnico
em eletromecânica.

4.1.1 TIPOS

Existem hoje no mercado diversos modelos e marcas de ferramentas manuais, específicas


para cada ocasião, constituídas dos mais variados tipos de materiais e formas, com o intuito de
facilitar a vida de profissionais que as utilizam.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
52

Para o trabalho com eletricidade, são necessárias algumas ferramentas básicas, como, por exemplo:
chaves de fenda, alicates, fita métrica (trena), chave de boca, lima, serra manual e alguns equipamentos
eletrônicos para testes de tensão e corrente.
Essas ferramentas não possuem preços elevados, e os usuários em geral podem fazer um kit para a utili-
zação profissional ou para pequenos consertos domésticos. Observe algumas ferramentas básicas.
a) O alicate é muito utilizado para fazer emendas, cortar cabos e colocar conectores. Os mais utilizados
pelos eletricistas são: o alicate universal, o alicate de corte, o alicate de bico e o alicate de crimpar
terminais.

Thinkstock ([20--?])

Figura 7 -  Alicate

b) As chaves de fenda possuem a função de apertar e desapertar parafusos com cabeça tipo fenda.
Existe uma diversidade de tamanhos e comprimentos encontrados para esta ferramenta, mas o for-
mato inicial é sempre o mesmo. Ela é fabricada geralmente com a cabeça em plástico (extremidade
pela qual se segurar a ferramenta) e o corpo em metal. Há chaves de fenda com a ponta imantada,
que ajuda a segurar os parafusos na hora de colocá-los.
Thinkstock ([20--?])

Figura 8 -  Chave de fenda

c) A trena (ou fita métrica) - é utilizada para medir alguma altura, comprimento ou qualquer outro
ponto que precisa ser medido. As unidades de medida que ela apresenta são: milímetros, centímetros
e polegadas.
4 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
53

Thinkstock ([20--?])
Figura 9 -  Trena

d) O estilete é uma ferramenta muito utilizada pelos eletricistas, também conhecido como lâmina,
é utilizado na decapagem de fios. É preciso tomar muito cuidado durante a utilização dessa ferra-
menta, para não causar ferimentos nas mãos.

Thinkstock ([20--?])
Figura 10 -  Estilete

e) As chaves de boca geralmente são utilizadas para apertar porcas e parafusos em barramentos elé-
tricos, localizados em indústrias de médio e grande porte.
Thinkstock ([20--?])

Figura 11 -  Chave de boca

f) A lima e a serra manual são utilizadas para o corte e o acabamento em eletrodutos. Podemos uti-
lizar a serra também para o corte dos barramentos de cobre de um painel elétrico.
Thinkstock ([20--?])

Figura 12 -  Serra manual e lima


MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
54

CURIOSI O padrão chave cruzada, ou Philips, surge no século 20 com um formato mais
prático. Seu formato permite a aplicação de menos força no manuseio do parafuso
DADES do que a chave de padrão fenda e evita que a chave escorregue durante a
instalação.

Na seção, a seguir, observe que as características de cada ferramenta devem ser consideradas.

4.1.2 CARACTERÍSTICAS

Geralmente, as ferramentas utilizadas em eletricidade são robustas e difíceis de serem danificadas. Estas
condições só serão corretas, caso a utilização das ferramentas seja de forma adequada e sem adaptações,
seguindo sempre as recomendações dos fabricantes, com exceção dos equipamentos eletrônicos de tes-
tes, como, por exemplo, um multímetro, equipamento que requer certo conhecimento para seu uso.
Observadas as singularidades de cada ferramenta, esteja atento às suas aplicações.

4.1.3 APLICAÇÕES DE FERRAMENTAS

O eletricista executa diversas atividades utilizando as ferramentas manuais, dentre as principais estão:
o aperto de parafusos, que é realizado com uma Chave de Fenda ou Philips; o corte de cabos, realizado
através do Alicate Universal ou Alicate de Corte; a decapagem de fios, utilizando estiletes ou decapadores
de cabos; a colocação de conectores, valendo-se do Alicate de Crimpar.

4.1.4 MANUSEIO

O manuseio das ferramentas manuais deve ocorrer conforme orientação do fabricante, sempre utilizan-
do os EPI’s exigidos.
Algumas orientações para o uso de ferramentas manuais:
a) Não alterar as características originais da ferramenta, pois poderá gerar falhas em seu funcionamen-
to e no seu desempenho, além de perder a garantia fornecida pelo fabricante. Podendo ser gerado
um grande risco a segurança quando se faz uma alteração.
4 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
55

b) Sempre utilize a ferramenta adequada à tarefa. Não aceite ferramentas inadequadas para o serviço,
pois isso pode acarretar em algum dano ao equipamento, ferramenta ou ameaça à sua integridade
física.
c) Nunca utilize artifícios em suas ferramentas, como, por exemplo, prolongadores para obter um maior
torque.
d) Não exponha suas ferramentas ao calor excessivo, pois poderá comprometer a estrutura molecular
do material utilizado para a fabricação dela, ocasionando deformidades ou até mesmo quebra.
e) Após a utilização, sempre limpar bem as ferramentas e, caso for possível, protegê-las com uma cam-
ada de óleo lubrificante.
f ) Caso você encontre em uma ferramenta uma trinca, ruptura ou desgaste excessivo, a ferramenta
deve ser substituída imediatamente.
g) Nunca transporte ferramentas em seus bolsos, pois você pode sofrer lesões. Utilize sempre caixas de
ferramentas, ou bolsas próprias para este tipo de equipamento.

FIQUE Nunca apoiar a peça ou componente em seu corpo quando for utilizar uma chave
de fenda, chave Philips ou lâmina de corte. A ferramenta poderá deslizar e causar um
ALERTA ferimento.

A seguir, você estudará os cuidados e a conservação das ferramentas.

4.1.5 CUIDADOS E CONSERVAÇÃO

As ferramentas manuais devem ser guardadas em locais específicos, de fácil localização e sempre orga-
nizadas. Manter as partes móveis lubrificadas e principalmente manter os equipamentos limpos. Ao pegar
uma ferramenta em um determinado local, você deve retorná-la ao ponto de onde a tirou e na mesma
condição em que estava antes do uso.
Cada ferramenta possui uma especificação, ou seja, não usar ferramentas especificadas para uma fun-
ção em outra. Por exemplo, um alicate universal, por ser pesado como um martelo, para pregar um prego
em algum lugar. Isto causará algum dano ao ferramental, e depois de algum tempo, ele ficará inutilizável.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
56

CASOS E RELATOS

Ferramentas adequadas
Diogo era um rapaz muito interessado em ferramentas e montagens elétricas. Certa vez, resolveu
fazer um painel elétrico para acionamento das lâmpadas externas de sua casa.
Com este plano em mente, foi até a caixa de ferramentas de seu pai e pegou uma chave de fenda
para prender a caixa plástica, onde ficaria a parte elétrica na parede.
Como a chave era pequena em relação ao tamanho do parafuso, Diogo danificou a ponta da fer-
ramenta, de tanto forçá-la para que o parafuso fosse apertado.
Em seguida, seu pai foi verificar o que Diogo estava fazendo e constatou que ele havia cometido
o erro de usar um equipamento impróprio para a situação. Com esta constatação, o pai de Diogo
explicou ao filho que ele deve pegar a ferramenta adequada para cada situação, e que, neste caso,
ele deveria ter utilizado uma chave de fenda maior, ao invés de forçar a pequena.
A partir desse dia, Diogo começou a tentar entender melhor o uso e aplicação de cada ferramenta
antes de utilizá-la.

Sempre antes de utilizar alguma ferramenta, é preciso analisar os seguintes pontos:


a) Falha da qualidade do material ou má seleção: toda a ferramenta necessita de uma inspeção antes
do seu uso, sendo o trabalhador que irá a utilizá-la o responsável por isso. Ele também deve conhecer
perfeitamente a ferramenta que irá utilizar e identificar qualquer problema que possa impedir o seu
uso.
b) Falta de ferramenta adequada e improvisação: o usuário da ferramenta deve analisar cuidadosa-
mente a tarefa que irá realizar e, a partir daí, verificar as ferramentas necessárias para este objetivo,
evitando sempre improvisos.
c) Mau estado de conservação ou falta de limpeza: isso acarreta em um mau funcionamento da ferra-
menta, ou até mesmo sua inutilização. Ferramentas danificadas podem provocar acidentes.
d) Armazenamento inadequado: as ferramentas devem possuir um espaço próprio para o condiciona-
mento, locais que permitam fácil localização, limpeza e transporte seguro.

FIQUE Nunca entregue a ferramenta arremessando-a a um colega, pois isso pode causar-lhe
ALERTA sérios ferimentos.
4 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
57

Na figura, a seguir, observe um exemplo de bolsa de ferramentas utilizada por eletricistas.

Thinkstock ([20--?])
Figura 13 -  Bolsa de ferramentas para eletricista

CURIOSI A caixa de ferramentas mais completa do mundo foi criada por Henry O. Studley,
em 1900. Ele criou uma caixa contendo 300 ferramentas perfeitamente encaixadas.
DADES Fechada, ela possui dimensões de 100 X 50 cm.

Você teve a oportunidade de estudar as ferramentas manuais e elétricas para o eletricista, a partir de
agora, nas próximas seções, estudará os equipamentos elétricos.

4.2 EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

Atividades complexas e repetitivas exigem o uso de equipamentos elétricos ao invés de ferramentas


manuais, que trazem agilidade e rapidez na execução de montagens.
Assim como com as ferramentas, o uso destes equipamentos deve ser exclusivo para as atividades de
montagem elétrica. Você deve saber o que vai fazer, para providenciar os equipamentos corretos ao tra-
balho. E, uma das maiores preocupações é o uso correto destes equipamentos, pois normalmente eles
são usados em sistemas alimentados com energia elétrica. Neste caso, você está exposto a acidentes de
trabalho.
Preste atenção nas orientações existentes nos manuais dos fabricantes com relação a manutenção, cui-
dados e conservação dos seus equipamentos. Os manuais afirmam que os equipamentos necessitam estar
em perfeitas condições de uso para a correta execução das atividades a que são destinados.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
58

4.2.1 APLICAÇÕES

Um eletricista não utiliza uma grande variedade de equipamentos elétricos no seu dia a dia. Os mais
utilizados são:
a) furadeira - para fazer furos em painéis;
b) multímetro - para medições elétricas, como a tensão nas tomadas, verificar se tem tensão em algum
ponto antes de efetuar algum reparo ou instalação;
c) chaves teste - com a mesma finalidade do multímetro, porém com um funcionamento mais simples;
d) parafusadeira elétrica – usada eventualmente, facilita o dia a dia de quem necessita parafusar e de-
saparafusar muitos parafusos.

Thinkstock ([20--?])

Figura 14 -  Parafusadeira Elétrica

Conhecidas as funções dos equipamentos mais utilizados na eletromecânica, acompanhe, na próxima


seção, a importância do manuseio adequado.

4.2.1.1. Manuseio

Devemos manusear as ferramentas de forma adequada, pois, conforme explicado anteriormente, elas
são utilizadas em locais onde pode haver energia elétrica. Assim, é preciso respeitar a NR10 em relação aos
procedimentos de segurança e o uso adequado de cada equipamento que está sendo utilizado.
Algumas regras que devem ser seguidas para o correto manuseio das ferramentas e equipamentos
elétricos:
a) usar a ferramenta apropriada para cada tipo de serviço;
b) examinar, antes de iniciar o trabalho, se a ferramenta não apresenta fios partidos ou está sem isolação,
mau contato nos terminais e se tem dupla isolação;
c) não usar ferramentas que apresentem superaquecimento, faiscamento ou choque elétrico;
4 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
59

d) não usar ferramentas elétricas molhadas e/ou com as mãos molhadas e, quando estiver trabalhando
em pisos úmidos, e se necessário, use luvas de borracha e/ou estrado isolante, e/ou tapete de bor-
racha;
e) evitar que os fios entrem em contato com óleo, graxa, água, superfícies quentes ou substâncias
químicas;
f ) não utilizar ferramentas elétricas que gerem faíscas, onde houver gases, explosivos, ou vapores in-
flamáveis;
g) não sobrecarregar a ferramenta elétrica, além da capacidade do motor;
h) segurar, sempre que possível, as ferramentas com ambas as mãos.

4.2.2 CUIDADOS E CONSERVAÇÃO

Geralmente, este tipo de equipamento vem com uma bolsa ou case plástico para seu armazenamento.
Portanto, após o uso, deve-se guardar o equipamento conforme indicado no manual de instruções.
Alguns cuidados especiais com equipamentos elétricos:
a) eles devem possuir proteção contra choques elétricos, ou seja, isolação dupla, tomadas de três pinos
e interruptor;
b) evitar o uso em locais que possuam áreas alagadas, ou úmidas, lembrando de sempre utilizar luvas
e botas apropriadas para este tipo de situação;
c) não carregar a ferramenta pelo fio e nunca desconectá-la da tomada puxando pelo fio;
d) sempre desligar da tomada a ferramenta que não estiver em uso, inclusive quando necessitar trocar
um acessório.
Pode-se também citar algumas das principais causas de acidentes no uso de ferramentas manuais e
elétricas, que são:
a) falta de conhecimento e/ou treinamento do usuário;
b) método de trabalho incorreto e/ou não seguindo as recomendações do fabricante;
c) improvisação de ferramentas, ou seja, utilizando uma ferramenta para uma determinada finalidade
em outra que não se adequa a ela;
d) falta de concentração durante a atividade;
e) falta de organização, conservação e uso de ferramentas danificadas;
f ) não utilizar os EPI’s exigidos;
g) não efetuar um planejamento antes de iniciar a atividade.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
60

SAIBA Para conhecer mais ferramentas manuais e elétricas, acesse o site:


MAIS http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/industrial-eletrotecnica/2192-el013

Faça uma breve revisão do que foi estudado neste capítulo lendo o recapitulando abaixo.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você teve a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre algumas ferramentas
e equipamentos elétricos utilizados pelos técnicos em eletromecânica. Pôde observar a importân-
cia de se definir, selecionar e organizar as ferramentas e equipamentos necessários à montagem
de máquinas e equipamentos. Conheceu o necessário para montar uma bolsa de ferramentas,
contendo as principais ferramentas que você utilizará no seu trabalho e os cuidados necessários,
uso adequado e conservação dos equipamentos, entre outras coisas, para sua própria segurança.
Você pôde estudar que sempre existe uma ferramenta adequada para cada tipo de operação e
sua substituição, de forma incorreta, e o improviso podem causar acidentes pessoais e danos aos
equipamentos e máquinas.
Como as ferramentas fazem parte da vida profissional de um Técnico em Eletromecânica, é impor-
tante conhecê-las e cuidar delas, pois elas tornarão seu trabalho mais fácil e com qualidade.
Instrumentos de Medição

Os instrumentos de medição elétrica não são uma novidade. São utilizados para verificação
de grandezas elétricas. Você sabe, portanto, a importância do uso correto destes dispositivos. É
necessário ter sempre em mãos, ao realizar uma montagem elétrica, um bom multiteste. Como
você vai verificar se o valor de tensão que vai alimentar um equipamento é o correto sem o
instrumento de medição correto? O que pode acontecer se você selecionar a escala errada no
instrumento de medição? O técnico deve dominar, o uso dos instrumentos de medição. Afinal,
eles são seus “parceiros” de trabalho.
Nas próximas seções, você terá novas orientações sobre os instrumentos de medição elé-
trica. Então, vamos lá. Você necessitará deles, tanto para fazer um bom trabalho, como para
garantir a sua segurança.

5.1 TIPOS, CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES DE INSTRUMENTOS DE MEDIDAS


ELÉTRICAS

Com o uso do instrumento de medida adequado para cada situação, você consegue desco-
brir se um sistema está recebendo o valor correto de tensão e corrente, se a frequência em uso
está correta, se o sistema de aterramento está eficaz, consegue até mesmo verificar o número
de rotações por minuto de um motor elétrico. Todas estas informações são necessárias para
verificar se a montagem elétrica que você faz está correta, ou se precisa de ajustes. Siga adiante
e conheça melhor os instrumentos de medidas elétricas.

5.1.1 MULTÍMETRO

O multímetro é considerado um instrumento obrigatório em qualquer atividade do técni-


co em eletromecânica. Sem este instrumento é improvável que o técnico consiga realizar seu
trabalho com profissionalismo e competência. Tem a função de realizar medidas, tais como
corrente, tensão, resistência, dentre outras.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
64

Dentre os dois tipos de multímetros disponíveis no mercado, os analógicos e os digitais, os mais utili-
zados são os digitais pela sua robustez e pela diversidade de tipos de medições que podem ser realizadas
com ele.

Os multímetros são importantes aliados da segurança no trabalho. Como eles, você


SAIBA pode verificar a existência de tensão elétrica nos pontos de montagem e manutenção
e evitar acidentes graves. Saiba mais sobre segurança elétrica no site da Fluke, uma
MAIS empresa fabricante de equipamentos de medição elétrica: http://www.fluke.com/
fluke/brpt/training/safety/default.htm

Em um multímetro básico, encontramos os seguintes tipos de medidas:


a) tensão AC e DC;
b) corrente AC e DC;
c) resistência;
d) teste de Diodos;
e) teste HFE (para utilização com transístores);
f ) teste de continuidade.
Nas figuras, a seguir, você encontra o multímetro analógico e o multímetro digital.
Thinkstock ([20--?])

Figura 15 -  Multímetro analógico


5 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
65

Thinkstock ([20--?])
Figura 16 -  Multímetro digital

Uma das considerações que devem ser seguidas, é de que se a montagem é executada ainda que par-
cialmente, com circuitos energizados, todas as medidas preventivas dispostas na Norma Regulamentadora
NR-10 devem ser seguidas. A Norma Internacional IEC 61010 indica as quatro categorias de instrumentos
e suas principais aplicações, conforme o nível de tensão em cada local de trabalho. Vale sempre a pena
lembrar que é fundamental antes de conectar as ponteiras do multiteste no local a ser medido, confirmar o
tipo de medida que será realizada (tensão, corrente etc.) e o valor máximo possível para ela. Assim, deve-se
direcionar a chave seletora do equipamento e selecionar a opção correta. Caso tenha selecionado a posi-
ção incorreta, o equipamento de medição poderá ser danificado.
Por exemplo, na imagem, a seguir, será realizada a medição de uma tensão contínua (DC), com o valor
máximo de 20 V.
Thinkstock ([20--?])

Figura 17 -  Detalhamento do botão seletor do multiteste digital

Atualmente, devido ao avanço da tecnologia, é possível encontrar estes importantes equipamentos a


um preço acessível. Assim, não existe mais desculpa para que todos da área técnica possam ter um equipa-
mento desse tipo em sua caixa de ferramentas.
Na sequência, você estudará o Volt-amperímetro tipo alicate. Acompanhe.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
66

5.1.2 VOLT-AMPERÍMETROS TIPO ALICATE

Este equipamento é voltado mais para a área de atuação elétrica industrial, pois possui as funções bási-
cas de um multímetro comum, mas com uma grande vantagem em relação a ele. O volt-amperímetro tipo
alicate possui um sensor de corrente em seu corpo. Isso possibilita medir grandes correntes (ou pequenas),
sem ter que interromper o circuito. Ou seja, é somente necessário que o alicate envolva o condutor em que
se deseja medir a corrente.
Na figura, a seguir, é possível observar que as garras do equipamento funcionam como o núcleo de um
transformador de corrente, em que o primário é o condutor que está sendo medido, e o secundário é uma
bobina enrolada, localizada dentro do alicate Volt-Amperímetro.

Thinkstock ([20--?])

Figura 18 -  Volt-amperímetro tipo alicate

5.1.3 FREQUENCÍMETRO

O frequencímetro, como o próprio nome sugere, tem a única função de medir a frequência1 de um sinal
onde ele esteja ligado. A sua unidade de medida é o Hertz (Hz).
Há frequencímetros analógicos e digitais, cuja escolha é realizada dependendo da aplicação.
Agora, analise outro instrumento de medidas elétricas, que é o wattímetro.

1 É uma grandeza física associada a movimentos de característica ondulatória que indica o número de execuções (ciclos, oscilações)
por unidade de tempo.
5 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
67

5.1.4 WATTÍMETRO

Este equipamento tem como função medir a potência consumida e/ou dissipada pelo equipamento ou
circuito que ele esteja medindo. Para o seu funcionamento, é necessário ter a medição da tensão e corrente
simultaneamente.
Um wattímetro ideal é capaz de medir tensão sem qualquer desvio de corrente, e medir corrente sem
introduzir queda de tensão em seus terminais.
Observe, a seguir, conexões de um wattímetro quando instalado para monitorar o consumo de uma
fase em um motor trifásico.

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 19 -  Uso de wattímetro para leitura de uma fase em motor elétrico
Fonte: do Autor

Você sabe o que é valor RMS? Ou quais são os instrumentos True RMS? Na próxima seção, você encon-
trará a respostas para estas questões. Siga em frente.

5.1.5 INSTRUMENTOS TRUE RMS (CONCEITOS)

O valor RMS (root mean square, ou raiz média quadrada), ou valor eficaz de uma onda de tensão ou
corrente elétrica, é o valor com a qual a onda fornece energia a um equipamento. A fórmula matemática
calcula o valor efetivo (ou valor de aquecimento) de qualquer forma da onda, ou seja, é possível medir
tanto uma senóide, como uma onda quadrada, sem problemas.
O valor RMS AC é equivalente ao valor de aquecimento contínuo DC de uma determinada forma da
onda (tensão ou corrente). Exemplificando, no caso de um forno elétrico com um consumo de 20KW quan-
do ligado a uma rede de 240 v AC rms, tem-se a mesma quantidade de energia dissipada (20KW), ligando-o
em uma rede de 240 v DC.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
68

True RMS é uma característica que alguns multímetros possuem e significa RMS verdadeiro. Se o multí-
metro faz a medição RMS verdadeiro, significa que é possível medir, de forma confiável, qualquer forma de
onda, seja senoidal, meia onda, onda completa, quadrada, triangular ou dente de serra. Quando o multí-
metro não tem a função true RMS, as medições feitas em ondas diferentes da senoidal irão apresentar um
erro.

CURIOSI A equação para o cálculo do valor eficaz usa uma operação matemática chamada de
DADES integral, que calcula a área abaixo de uma forma de onda. Observe a demonstração
desta equação. 1
𝐹𝐹

𝑋𝑋∆= √ ∫(𝑥𝑥(𝑡𝑡))2 𝑑𝑑𝑑𝑑


𝑇𝑇
0

A seguir, observe a tabela na qual é realizada a comparação das medições entre os multímetros True
RMS e os comuns (resposta média).

Aline da Silva Regis (2015)

Tabela 1 - Comparativo entre respostas entre Multímetro Digital e True-rms


Fonte: do Autor

O próximo equipamento a ser apresentado é o transformador para medição. Acompanhe.

5.1.6 TRANSFORMADOR PARA MEDIÇÃO (TC E TP)

Este tipo de equipamento é utilizado para monitorar um alto valor de corrente (TC) e tensão (TP). Estes
valores são tão altos, que não é possível conectar os instrumentos de medição diretamente.
O transformador de potencial (TP), conforme explicado anteriormente é usado como medidor de ten-
são no circuito.
5 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
69

A instalação deste equipamento pode ser interna ou externa, e irá depender da necessidade do cliente,
que é responsável pela alimentação do equipamento que está realizando as medições. A relação entre
espiras pode ser representada da seguinte forma:

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 20 -  Relação do número de espiras e tensão de um transformador
Fonte: do Autor

Como se utiliza o TP para alimentar equipamentos de baixo consumo, a corrente de saída (secundário)
é extremamente baixa.
Algumas características que necessitamos verificar em um TP:
a) tensão primária nominal e relação nominal;
b) nível de isolamento;
c) frequência nominal;
d) carga nominal;
e) classe de exatidão;
f ) potência térmica nominal.
O transformador de corrente (TC), conforme explicado anteriormente, pode ser usado como medidor
de corrente no circuito. Ele tem a função de reduzir os valores para que se tornem possíveis de serem me-
didos/monitorados pelo sistema de medição.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
70

O circuito do primário do TC é ligado em série, com a alimentação de uma instalação/equipamento que


se deseja monitorar. O circuito secundário é responsável por alimentar as bobinas do aparelho de medição,
como, por exemplo, um amperímetro, um wattímetro ou um medidor de energia elétrica.

FIQUE Antes de qualquer operação com TC´s, deve-se primeiro aplicar um curto-circuito no
ALERTA secundário através de um condutor de baixa impedância ou de chave apropriada.

Algumas características que precisam ser verificadas em um TC:


a) corrente nominal e relação nominal: deve ser escolhido de acordo com a corrente máxima do cir-
cuito ao qual será inserido;
b) nível de isolamento;
c) frequência nominal;
d) carga nominal;
e) classe de exatidão;
f ) fator de sobrecorrente nominal (somente para TCs de proteção);
g) fator térmico nominal;
h) corrente térmica nominal;
i) corrente dinâmica nominal.
Na sequência, analise a importância do medidor de aterramento.

5.1.7 MEDIDOR DE ATERRAMENTO

O medidor de aterramento, ou terrômetro, auxilia na instalação de sistemas de aterramento. Para que o


sistema de aterramento funcione conforme o necessário, deve-se ter o valor de resistência máxima para o
sistema, e este valor é medido através do medidor de aterramento.
5 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
71

Observe, a seguir, um exemplo de um medidor de aterramento.

Julio Cesar Borchers (2015)


Figura 21 -  Terrômetro
Fonte: Adaptado de Megabrás (2015)

Você sabe como são medidos valores de resistências muito altas? Acompanhe.

5.1.8 MEGÔHMETRO

O megôhmetro tem como função medir valores de resistências muito altas, os quais os multímetros
não conseguem efetuar. O multímetro utiliza uma bateria de 9 V para realizar os testes, mas o megôhmetro
trabalha entre 500 até 15.000 V, ou seja, é possível medir valores de resistências muito além do que um
multímetro é capaz.
O megôhmetro funciona da seguinte maneira: ele é capaz de gerar uma tensão entre 500 a 15.000 V,
com isto, ele consegue gerar uma corrente no componente em teste, como, por exemplo, um motor (medi-
do entre a carcaça e o bobinado). Ele realiza a leitura desta corrente, e calcula qual a resistência entre estes
dois pontos. Este equipamento é amplamente utilizado na medição de isolação de motores, transformado-
res e painéis. Com ele, é possível determinar se há alguma fuga de corrente para a carcaça do equipamento.
Julio Cesar Borchers (2015)

Figura 22 -  Megômetro
Fonte: Adaptado de Minipa (2015)
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
72

Agora, conheça o instrumento que mede o número de rootações por minuto de um eixo de motor, por
exemplo.

5.1.9 TACÔMETRO

É um instrumento que mede o número de rotações por minuto (RPM) de algo que esteja sendo rotacio-
nado, por exemplo, um eixo de um motor.
Pode-se utilizar este equipamento através do contato ou opticamente, sendo empregado em uma vasta
gama de aplicações.
A seguir, observe um modelo de tacômetro digital, que pode ser utilizado através de contato ou opti-
camente.

Julio Cesar Borchers (2015)

Figura 23 -  Tacômetro
Fonte: Adaptado de Minipa (2015)

O uso correto de seus instrumentos de medição inclui mantê-los sempre em boas condições de uso.

CASOS E RELATOS

Eficiência energética
Rodrigo, gerente da EMPRESA A, contratou uma empresa de montagens elétricas para instalar as
máquinas para a linha produção do novo galpão. Conforme as normas da EMPRESA A as ferramen-
tas e equipamentos usados em instalação e manutenção elétrica deveriam ser vistoriadas antes de
seu uso. Mas a empresa contratada não seguiu as regulamentações e fez a instalação usando suas
ferramentas e equipamentos sem os testes.
5 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
73

Ao término da montagem, os equipamentos foram testados, mas nem todos ligaram. Um dos
montadores pegou um multiteste e foi verificar a medição de tensão da alimentação
Rodrigo que estava acompanhando os testes ficou curioso para saber o que aconteceu de errado.
Decidiu acompanhar de perto os testes e antes do montador fazer a medição de alimentação, que
era de 380 Volts trifásico, notou que uma das ponteiras do multímetro estava com a isolação do
cabo danificada. Imediatamente Rodrigo chamou a atenção do montador, chamou o supervisor
da empresa contratada e interrompeu os testes. O supervisor, pediu desculpas a Rodrigo, e buscou
outro medidor. Mesmo assim, Rodrigo pediu uma inspeção de todos os medidores da empresa
contratada antes de liberar a continuação dos testes.
A partir deste fato, Rodrigo exige agora que toda contratada assine um termo de responsabilidade
para realização de testes de suas ferramentas e instrumentos de medição.

Agora, finalize o estudo deste capítulo com a leitura do Recapitulando.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você pôde estuda r os principais instrumentos de medidas elétricas utilizados pelos
Técnicos em Eletromecânica. Foram reforçadas informações destes instrumentos e apresentadas
as características importantes que são usadas na escolha de cada um deles. Você estudou que
deve sempre lembrar-se de observar as referências e condições de trabalho para poder selecionar
o instrumento correto para as medições.
O multiteste é o instrumento de medição mais usado pelo eletromecânico. As condições de uso
deste valioso instrumento deve ser checado sempre antes de cada atividade. Tenha sempre ele
por perto. Além disso, foi reforçada a necessidade de cuidar muito bem de seus instrumentos de
medição, pois a qualidade do seu serviço depende, em parte, deles.
Eletrotécnica

Você já dever ter observado uma lâmpada que é acionada por um interruptor. Você coloca
o botão em uma posição e a lâmpada acende. Depois você coloca o botão na outra posição e
a lâmpada apaga. Esse é um circuito elétrico simples, mas que possui características que são
compartilhadas com circuitos muito mais complexos, como circuitos de transmissão de ener-
gia e os circuitos que fazem os televisores funcionar.
Neste capítulo, você terá a oportunidade de estudar alguns elementos de circuito e como
eles se comportam quando são aplicados em corrente alternada. Também estudará como a
eletricidade é produzida e os seus efeitos, algumas formas de conservação de energia e as nor-
mas que regem as instalações elétricas.
Portanto, leia com atenção o conteúdo relacionado aos circuitos elétricos usados nas mon-
tagens dos sistemas eletromecânicos.

6.1 CIRCUITO EM CORRENTE ALTERNADA

Os circuitos em corrente alternada são aqueles que utilizam tensões e correntes cuja for-
ma de onda tenha valor médio igual a zero. Isso significa que o valor da tensão e da corrente
varia no tempo, normalmente de acordo com uma função seno. Este tipo de circuito é muito
utilizado na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Nas indústrias, a corrente
alternada é usada para acionamento da maioria dos motores, em sistemas de aquecimento e
iluminação. Nos equipamentos de controle, a corrente alternada é transformada em corrente
contínua, que pode ser manipulada mais facilmente pelos controladores

A: v1_1 400.0 V
300.0 V
200.0 V
Aline da Silva Regis (2015)

100.0 V
0.000 V
-100.0 V
-200.0 V
-300.0 V
-400.0 V
0.000ms 10.00ms 20.00ms 30.00ms 40.00ms 50.00ms 60.00ms 70.00ms 80.00ms 90.00ms
Figura 24 -  Função Seno
Fonte: do Autor (2015)
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
76

6.1.1 TENSÃO EM CORRENTE ALTERNADA

Tensão em corrente alternada, como diz o nome é uma tensão que tem sua polaridade e seu valor ao
longo do tempo modificada. Há diferentes maneiras de se obter uma tensão em corrente alternada, po-
dendo ser senoidal, quadrada, triangular e outras. Entre essas formas de onda a mais importante e que será
abordada é a tensão com onda senoidal. Note que ao longo de um período a linha de tensão está passando
pelo zero e busca seu limite que pode ser tanto positivo quanto negativo. (ALBUQUERQUE,2007).
Existem conceitos relacionados a tensão em corrente alternada a serem entendidos. Veja os mais im-
portantes abaixo:
Tensão de Pico - A amplitude máxima, positiva ou negativa, que a tensão alternada pode atingir é de-
nominada Tensão de pico - (Vp).
Tensão de Pico a Pico - É a amplitude total, entre os valores máximos positivo e valor máximo negativo

’’ൌʹǤ’

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 25 -  Exemplo de uma tensão alternada com onda dente de serra


Fonte: do Autor (2015)
6 ELETROTÉCNICA
77

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 26 -  Exemplo de uma tensão alternada com onda senoidal
Fonte: do Autor (2015)

Período - O tempo que a função precisa para repetir o ciclo chama-se Período (T). Essa definição de
período serve para qualquer tipo de onda, Observe a figura a seguir.
Frequência - A quantidade de ciclos que se conclui em um segundo chama-se frequência.

1
ൌ 
𝑇𝑇

Sendo:
F= Frequência em Hertz1 (Hz) ou Ciclos/Segundos
T= Tempo (Segundo)

1 Mede o número de ciclos (repetições) por segundo executados pela onda. É medida em Hertz (ciclos/segundo).
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
78

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 27 -  Exemplo de tensão alternada com onda quadrada x período
Fonte: do Autor (2015)

Equação da onda senoidal - Os gráficos da tensão senoidal nos domínios temporal e angular podem
ser representados de maneira matemática, como é mostrado logo abaixo (ALBUQUERQUE,2007):

V(t) = V𝑝𝑝 . Sen(ω. t) e V(t) = 𝑉𝑉𝑃𝑃 . sen(θ)

Sendo:
V(t) = Valor de tensão no instante T (em V)
V(ϴ) = Valor de tensão no ângulo ϴ (em V)
Vp= Valor de pico ou amplitude máxima da tensão (em V).
ω= Frequência Angular(em rd/s).
Frequência Angular - A velocidade Angular ou Frequência angular, representada pela letra ω (ômega).
Já a variação do ângulo ϴ está relacionada ao sinal em função do momento. Então pode se dizer que:

2. π
ω=
T
ou

ω = 2. π. f
6 ELETROTÉCNICA
79

Exemplificando:
Tensão de Pico (Vp) = 5 Vp
Tensão de Pico a Pico (Vpp)= 2. Vpp = 2. 5 volts = 10 Vpp
Ciclo completo = 0,25 segundos

1
Frequência =

Ou seja

1
𝐹𝐹 = = 4𝐻𝐻𝐻𝐻
0,25 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆

A frequência angular é representada desta forma, ω =2.π.f = 2.π.4= 8.π. rd/s


Para obter o valor da tensão pega-se um tempo qualquer e se sabe com exatidão qual a tensão nesse
exato momento. Vamos calcular a tensão no tempo de 1,7 e 0,19 segundos.
Calculo de tensão em 1,7 segundos:

V(t) = Vp. Sen(8. π. 1,7)


V(t) = 5. Sen(8. π. 1,7) = 2,93 volts

Calculo de tensão em 0,19 segundos:

V(t) = 5. Sen(8. π. 0,19) = −4,99 𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣

Valor Eficaz
Em sinais alternados senoidais, há um conceito de grande relevância denominado valor eficaz. Encon-
tra-se tanto o termo corrente eficaz (Ief.) ou Irms, como tensão eficaz (Vef ) ou Vrms2. Estes valores de tensão e
corrente equivalem ao valor de potência transferida por estas duas grandezas alternadas comparadas a
potência transferida por tensão e corrente contínuas.

2 Significa root mean square ou raiz média quadrática.


MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
80

Matematicamente diz-se que é a Corrente/Tensão de Pico (Vp) dividido pela √2 ou Corrente/Tensão


de Pico a Pico dividido por 2. √2

311 𝑉𝑉𝑉𝑉
𝑉𝑉𝑟𝑟𝑚𝑚𝑚𝑚 = = 219 𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉
√2
𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 622
𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 = = = 219 𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉
2𝑥𝑥√2 2. √2

Para saber mais sobre tipos de onda, de vibração, amplitude e comprimento de onda.
SAIBA Acesse : http://educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/ondas--b-tipos-de-onda-de-
MAIS vibracao-amplitude-e-comprimento-de-onda.htm

• Comportamento da Tensão em Corrente Alternada


Por que a tensão nas residências tem variação do positivo ao negativo? Conforme estudado em Fun-
damentos Elétricos, a variação do campo magnético em uma bobina desenvolve uma corrente elétrica,
princípio de lei de Faraday. Como mostra a seguir na Figura 23.

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 28 -  Princípio de geração de energia elétrica corrente alternada


Fonte: do Autor (2015)
6 ELETROTÉCNICA
81

Conforme sugere a Lei Faraday e figura acima, há um campo magnético que está influenciando um
condutor, polo sul e polo norte de um ímã, gerando assim uma tensão alternada. Partindo desse princípio,
começa-se a compreender o princípio da geração da energia elétrica. Ainda observando a figura acima, é
evidenciado que há dois momentos, o momento onde o elemento está muito próximo dos polos magné-
ticos e o momento em que o elemento está muito distante dos dois polos. Será que é isso que faz a tensão
ter o ponto mínimo e máximo em uma tensão de corrente alternada? Sim, isso explica por que o sistema
de distribuição elétrica usa a corrente alternada, por que nossos geradores tem esse comportamento como
sugere a figura abaixo. E também explica porque a tensão passa do positivo para o negativo em alguns
momentos.


N S

N S 30º

N S 90º

N S 150º
Aline da Silva Regis (2015)

N S 180º

Figura 29 -  Geração da tensão em corrente alternada


Fonte: do Autor (2015)

Período

ω b
90º
120º 60º
150º 30º
Vm
Vm A 180º 210º 240º 270º 300º 330º 360º =wt
180º
30º 60º 90º 120º 150º
Aline da Silva Regis (2015)

210º 330º Vm

240º 300º
270º
T π/2 π 3π/2 2π

Figura 30 -  Comportamento da tensão em corrente alternada


Fonte: do Autor (2015)
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
82

Na figura anterior, há uma representação da tensão da senóide em fasores1.


Cálculo de valores instantâneos (ALBUQUERQUE, 2007):
Vp= 311 volts
ϴ= 0 °= v(ϴ) = Vp . Sen 0° = 0
ϴ= 30 ° = v(ϴ) = Vp . Sen 30°=-0,5. 311 V = 155,5 V
ϴ= 60 ° = v(ϴ) = Vp . Sen 60° = 0,866 .311 V = 269,3 V
ϴ= 90 ° = v(ϴ) = Vp . Sen 90° = 311 V
ϴ= 120 ° = v(ϴ) = Vp . Sen 120° = 0,866. 311 V = 269,32 V
Em um sistema monofásico, um circuito que se comporta como demonstrado, em uma residência, por
exemplo, é chamado de fase. Mas, como é possível um sistema trifásico nas redes de distribuição de ener-
gia? O conceito é o mesmo. Basta ter 3 geradores que trabalhem defasados em 120 graus. Os engenheiros
sabendo que um eixo tem 360 graus o dividem em 3 (R, S e T), formando assim 120 graus. Desta forma,
sempre haverá uma fase que terá a tensão máxima e mínima em momentos diferentes, uma fase comple-
mentando a outra. Desta maneira, quando for ligado um motor trifásico, por exemplo, não haverá momen-
to em que ele ficará mais fraco ou mais forte, o motor funcionará em regime constante devido à qualidade
da sua alimentação. Como mostra a figura logo abaixo.

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 31 -  Exemplo de três ondas senoidais em um sistema trifásico


Fonte: do Autor (2015)

No Brasil, temos dois valores de tensão 127 V e 220 V. Esses valores são relativos ao sistema monofásico.
Para saber o valor de tensão do sistema trifásico basta multiplicar a tensão monofásica por raiz de 3.

1 Representação de uma grandeza como tensão alternada indicando amplitude, frequência e fase.
6 ELETROTÉCNICA
83

127 V monofásico - 127 V . √3 = 220 V trifásico


220 V monofásico - 220 V . √3 = 380 V trifásico

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 32 -  Distribuição de rede trifásica no Brasil


Fonte: do Autor (2015)

A seguir, conheça um circuito resistivo.

6.1.1 RESISTIVO

Pode-se definir como um circuito resistivo aquele que se utiliza somente de componentes resistivos em
sua montagem, como, por exemplo, chuveiros, lâmpadas incandescentes, fornos etc. Alimentando este
tipo de circuito com uma tensão alternada (CA), a tensão e a corrente estão em fase, sendo que elas podem
ser relacionadas de acordo com a lei de Ohm:

ൌǤ ‘— ൌȀ


MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
84

Em um diagrama fasorial2, pode-se comprovar que a tensão e a corrente estão em fase uma com a outra.

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 33 -  Circuito puramente resistivo
Fonte: do Autor (2015)

Você conhece um circuito indutivo? Acompanhe.

6.1.2 INDUTIVO

Um circuito é considerado indutivo quando a tensão está adiantada em relação à corrente. Ou seja, a
tensão está adiantada 90° em relação à corrente.
Pode-se verificar isso a seguir, no diagrama fasorial de um circuito puramente indutivo3:
Aline da Silva Regis (2015)

Figura 34 -  Circuito puramente indutivo


Fonte: do Autor (2015)

2 Representação gráfica da tensão e corrente alternadas usando fasores.


3 Circuito que contém somente elementos indutivos, sem elementos resistivos ou capacitivos.
6 ELETROTÉCNICA
85

O transformador monofásico doméstico é um bom exemplo de um circuito puramente indutivo (des-


prezando a resistência do fio). Além desse componente, os transformadores industriais, motores elétricos
e aquecedores que utilizam indutores são equipamentos que provocam a defasagem da corrente em re-
lação à tensão.
A seguir, conheça um circuito capacitivo.

6.1.3 CAPACITIVO

Um circuito é considerado puramente capacitivo quando a tensão está atrasada em 90° em relação à
corrente.
Isso é verificado facilmente no diagrama fasorial abaixo, de um circuito puramente capacitivo:

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 35 -  Circuito puramente capacitivo


Fonte: do Autor (2015)

Nas indústrias, é preciso sempre verificar se o circuito esta dentro das normas da distribuidora de ener-
gia, pois, caso muitos motores estejam ligados à rede, ter-se-á um circuito indutivo. Para isso, é necessária a
instalação de banco de capacitores para correção do fator de potência. Caso isso não seja feito, a distribui-
dora de energia irá cobrar uma multa, pois seu circuito estará fora dos valores toleráveis.

SAIBA Para saber mais sobre os limites do fator de potência e as multas em caso de
valores abaixo do mínimo, consulte a concessionária de energia elétrica da sua
MAIS região
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
86

Você conhece a definição de impedância, no contexto eletromecânico? A seguir, você conhecerá mais
este conceito.

6.1.4 IMPEDÂNCIA

Impedância é a oposição do circuito em relação à circulação da corrente quando submetido à uma fon-
te de tensão. Esta medida é realizada em Ohms.
O valor da impedância do circuito irá variar de acordo com os valores de frequência e tipo de compo-
nentes que o circuito compõe.
Em um circuito resistivo, a impedância (Z) será sempre a mesma. O circuito resistivo é um circuito pura-
mente dissipativo, ou seja, convertem a energia em calor somente. Nos circuitos indutivos, a resistência do
circuito (impedância) irá aumentar de acordo com o aumento da frequência, ao contrário de um circuito
capacitivo, em que a resistência em relação à passagem de corrente diminui quando se aumenta a frequ-
ência.
Como exemplos bastante utilizados atualmente, cita-se os divisores de frequências utilizados em caixas
de som que possuem alto-falantes dedicados para altas frequências, médias e baixas. Eles têm a função de
permitir a passagem de determinadas frequências para cada alto-falante.
Por exemplo, um tweeter é utilizado para propagar ondas sonoras de alta frequência. Neste caso, é co-
locado um capacitor em série com ele, assim as ondas de alta frequência não têm dificuldades em passar
pelo componente, ao contrário das ondas de baixa frequência.
Já um subwoofer tem a função de propagar ondas de baixa frequência. Para o uso do subwoofer, é pre-
ciso colocar um indutor em série com ele, pois, fazendo desta maneira, as ondas de baixa frequência não
têm dificuldade em passar pelo indutor, ao contrário das de altas frequências.

Capacitor

Amplificador Tweeter

Indutor
Nelson Viana Junior (2015)

Amplificador Subwoofer

Figura 36 -  Filtros de frequência capacitivo e indutivo


Fonte: Adaptado de Eletrônica e tudo mais (2008)
6 ELETROTÉCNICA
87

Na indústria, e principalmente nos sistemas de distribuição de energia, são utilizados os circuitos RLC.
Estes circuitos são associações de resistores, indutores e capacitores e são utilizados para filtrar ruídos elé-
tricos.
Esses ruídos são ondas elétricas com frequências diferentes da frequência padronizada. Assim, os cir-
cuitos RLC têm a sua impedância sintonizada de forma a deixar passar apenas a frequência utilizada na
rede, que no Brasil é 60 Hz.

6.2 CONSERVAÇÃO E RACIONALIZAÇÃO DE ENERGIA

Hoje em dia, com o crescimento populacional e a facilidade de crédito, há um grande aumento no


consumo de energia. Consequentemente, as tarifas de energia estão cada vez mais elevadas e a disponibi-
lidade energética escassa.
A energia elétrica é essencial nos dias de hoje, tanto para as indústrias, como para os consumidores resi-
denciais. Para que não haja racionamentos e aumentos excessivos nas tarifas, deve-se otimizar o consumo
de energia. Com isto, além da economia, ao mesmo tempo as pessoas estarão ajudando o meio ambiente.
As indústrias atuais estão começando a passar essas ideias para os produtos que estão lançando no
mercado, ou seja, produtos mais eficientes em relação ao consumo. Mas, o que significa eficiente? Diz-se
que um produto é mais eficiente que outro quando consome menos energia elétrica para fazer o mesmo
trabalho.
As empresas que fabricam motores elétricos estão investindo nessa questão da eficiência energética.
Um exemplo é chamado motor de alto rendimento. Este tipo de motor, pode reduzir as perdas de energia
em até 40%.
Outro exemplo de racionalização de energia são os eletrodomésticos em geral. É possível verificar essa
questão nos aparelhos que possuem o selo da Procel, que indica, de forma fácil, sua eficiência.

FIQUE Procure sempre adquirir equipamentos que contenham o selo Procel A. Assim,
você poderá se certificar que ele é a melhor opção em relação à eficiência
ALERTA energética.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
88

A seguir, observe um exemplo do selo Procel.

Energia ( Elétrica )
Tipo de equipamento
REFRIGERADOR

Fabricante Nome do fabricante


ABCDEF
Marca XYZ (LOGO) Marca comercial ou
Logomarca
Tipo de degelo ABC/Automático
Indicação do modelo
Modelo / tensão (v) IPQR/220
Mais eficiente

A
B
A Indicação da eficiência
energética do equipamento

C
D
E
F
G
Menos eficiente

CONSUMO DE ENERGIA (kwH/MES)


(adotado no teste clima tropical)
XY,Z Indicação do consumo de
energia, em KWh/Mês
Volume do compartimento (/) 000
Volume do compartimento do congelador (/) Informações adicionais sobre
000
o produto

Julio Cesar Borchers (2015)


Temperatura do congelador (Cº) -18
Regulamento específico para uso da Etiqueta nascional de consumo de energia
Linha de refrigeradores e assemelhados - RESP/001-REF
Instruções de instalação e recomendações de uso, leia o Manual
do aparelho. Assinaturas do INMETRO
PROCEL PROGRAMA NACIONAL DE
CONSERVAÇÃO DE ENERGIA ELETRICA INMETRO e parceiros.
IMPORTANTE: A REMOÇÃO DESTA ETIQUETA ANTES DA VENDA ESTÁ
EM DESCORDO COM O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Figura 37 -  Etiqueta de eficiência energética


Fonte: Adaptado de INMETRO (2015)

SAIBA Maiores informações sobre o selo Procel e a etiqueta de eficiência energética pode ser
MAIS encontrada em http://www.inmetro.gov.br/

Na sequência, serão apresentados os efeitos da corrente elétrica e os cuidados que se deve ter ao utilizá-
la.

6.3 EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA

A corrente elétrica deve ser utilizada de forma cuidadosa, pois produz tanto efeitos desejáveis quanto
indesejáveis. Pode-se citar como um efeito desejável a produção de calor para aquecimentos de ambien-
tes, movimentação de motores e iluminação.
6 ELETROTÉCNICA
89

Nas seções seguintes será apresentado o efeito eletrolítico e o efeito Joule. Sendo que o Efeito Joule
quando considerado o meio pelo qual a corrente elétrica é distribuída, pode ser prejudicial e você verá, nos
capítulos seguintes, a importância do dimensionamento de cabos na montagem elétrica.

6.3.1 ELETROLÍTICO

Este efeito acontece quando uma corrente percorre uma solução eletrolítica, ocorre uma reação quí-
mica, que depende da solução e dos materiais em contato com ela. Esta característica é muito utilizada
hoje em dia em processos de tratamento de superfície, como os processos de cromagem e niquelação, por
exemplo.

Solução

Karolina Machado Prado (2015)


Bastões

Figura 38 -  Solução eletrolítica


Fonte: Adaptado de Geocities (2011)

Observe a seguir, o efeito Joule.

6.3.2 CALOR (EFEITO JOULE)

O efeito Joule é muito conhecido na Física. É uma lei que possui esse nome em homenagem ao físico
James Prescott Joule (1818 – 1889).
Essa lei da física expressa a relação entre o calor gerado e a corrente elétrica que percorre o condutor
por um determinado tempo.
Todo o condutor possui uma resistência elétrica, mesmo mínima, mas que não pode ser desconsidera-
da.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
90

A lei de Joule é expressa pela seguinte equação:

ൌ ʹšš–

Onde:
Q = é a quantidade de calor pela corrente em um determinado espaço de tempo.
I = é a corrente que percorre o circuito em um determinado tempo.
R = é a resistência elétrica do condutor.
t = é o tempo que a corrente elétrica percorreu o condutor.
Um exemplo em que o efeito Joule gera preocupação está relacionado a distribuição de energia. Devi-
do à dissipação de calor estar ligada diretamente à corrente que passa no condutor, à resistência e ao tem-
po, há, com uma tensão baixa, uma alta corrente para transportar a mesma quantidade de energia. Assim,
conforme a lei de Joule, ocorre uma grande dissipação de calor nos cabos de transmissão.
Para que isso não ocorra, eleva-se a tensão através de transformadores. Com isso, reduz-se a corrente e
o efeito Joule.
Pode-se comprovar tudo isso, utilizando a equação:

ൌš 

Onde:
P = potência dissipada
U = tensão (queda sobre o condutor)
I = Corrente
O efeito Joule é comumente conhecido como efeito térmico, e esta designação é comum quando acon-
tece aquecimento de um condutor pela passagem dos elétrons livres contra os átomos dos condutores.
Quanto maior a circulação de elétrons livres (leia-se maior corrente), maior o calor gerado, pois há um au-
mento das colisões entre os elétrons e átomos.
6 ELETROTÉCNICA
91

Este efeito é muito utilizado em sistemas como, por exemplo, aquecedores de ambiente e chuveiros
elétricos. Acompanhe.

Julio Cesar Borchers (2015)


Figura 39 -  Superaquecimento em condutor
Fonte: Adaptado de Geocities (2011)

Para o dimensionamento de condutores é necessário sempre estar atento à máxima corrente suportada
pelo condutor a ser utilizado. Caso for utilizada uma corrente superior a esta, ter-se-á um aquecimento ex-
cessivo, podendo causar o derretimento da camada isolante e até um incêndio onde ele estiver instalado.
Verifique a norma NBR 5410 para saber qual a temperatura de trabalho dos condutores.
A seguir, você terá a oportunidade de estudar os sistemas de distribuição de energia elétrica. Prossiga
em seus estudos.

6.4 SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Pode-se considerar como um sistema de distribuição de energia elétrica tudo que está sendo utilizado
para a distribuição da energia gerada por uma usina (hidroelétrica, por exemplo) aos clientes, sejam eles
industriais ou residenciais.

CURIOSI A maior parte da energia gerada no Brasil vem de Hidroelétricas. A usina


DADES de Itaipu, localizada na divisa do Brasil com o Paraguai, é a segunda maior
hidroelétrica do mundo em termos de potência instalada.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
92

O sistema de distribuição é composto por inúmeros componentes: transformadores, cabos elétricos,


postes, subestações, chaves fusíveis, dentre outros.
A seguir, segue um exemplo de um sistema de geração de energia juntamente com o sistema de distri-
buição.

B
Rede de transmissão
C
Distribuição

D A
Dispositivos de
automação da Geração
distribuição Usina
E

Julio Cesar Borchers (2015)


Hidroelétrica
Consumidores F
Comerciais Consumidores
e Industriais residenciais

Figura 40 -  Sistema de distribuição de energia elétrica


Fonte: Adaptado de Fotovoltaiconorditalia (2015)

Você conhece as normas que regem a isolação e aterramentos em montagens de sistemas elétricos?
Elas são o conteúdo da próxima seção. Acompanhe.

6.5 NORMAS, ISOLAÇÃO E ATERRAMENTO

No trabalho com eletricidade, deve-se seguir algumas normas. As mais utilizadas são: NR 10, NBR 13570,
NBR 5410. A primeira é uma norma regulamentadora que tem força de lei, ou seja, ela pode ser usada em
um julgamento de um processo trabalhista. As outras duas são normas técnicas, que determinam os requi-
sitos para execução ou projeto de determinadas operações ou instalações. Estas três normas são apenas
alguns exemplos, pois existem outras que devem ser consultadas de acordo com o trabalho a ser realizado.
Em caso de dúvidas sobre os procedimentos a serem executados, sempre estas normas devem ser consul-
tadas, além de realizar a atividade seguindo as instruções.
A NR 10 tem como objetivo a segurança em instalações e serviços em eletricidade. A NBR 13570 trata
dos requisitos de instalações elétricas em locais de afluência de público e a NBR 5410 regulamenta as
instalações elétricas de baixa tensão. Esta última é muito usada como ponto de partida para os projetos
elétricos.
6 ELETROTÉCNICA
93

Os equipamentos utilizados para realizar o trabalho na área da eletricidade devem todos possuir uma
isolação, para que, caso haja algo energizado, o indivíduo não tome algum choque elétrico, ou seja, é uma
proteção vital para o eletricista.
O capítulo sobre proteção para garantir a segurança, da norma NBR 5410 (2004) aborda a proteção bá-
sica e dá exemplos de isolação básica, uso de barreira ou invólucro e limitação de tensão.
Segundo a ABNT (2004), proteção básica relacionada a instalações elétricas destina-se a impedir o con-
tato direto com partes energizadas, também chamadas de partes vivas, consideradas perigosas em con-
dições normais. No Anexo B, a NBR 5410 define o que são os meios de proteção básica, deixando claro o
conceito de isolação:

As partes vivas devem ser completamente recobertas por uma isolação que só pos-
sa ser removida através de sua destruição. Distinguem-se, nesse particular, os com-
ponentes montados em fábrica e os componentes ou partes cuja isolação deve
ser provida, completada ou restaurada quando da execução da instalação elétrica:
a) para os componentes montados em fábrica, a isolação deve atender às prescrições
relativas a esses componentes;

b)para os demais componentes, a isolação deve ser capaz de suportar as solicitações


mecânicas, químicas, elétricas e térmicas às quais possa ser submetida. As tintas,
vernizes, lacas e produtos análogos não são considerados, geralmente, como provendo
uma isolação suficiente para garantir proteção básica. (ABNT,2004, p186).

Juntamente com a isolação, tem-se mais um item para a segurança do equipamento: o aterramento. O
aterramento é uma medida de proteção que visa evitar a existência de eletricidade em pontos onde ela
não deveria estar. Por exemplo, se um cabo de um motor for friccionado com a carcaça de uma máquina
e sua isolação se abrir, o material condutor vai entrar em contato com a carcaça. Se esta máquina estiver
aterrada, os dispositivos de proteção deverão atuar e desligar a energia. No entanto, se a carcaça da má-
quina não estiver aterrada ou se o aterramento não foi feito adequadamente, a máquina continuará em
funcionamento com a carcaça energizada. Se uma pessoa encostar na carcaça da máquina, poderá levar
um choque elétrico.
Portanto, o aterramento e todos os condutores que fazem parte do sistema de aterramento não devem
conduzir corrente em condições normais de operação. Por isso, eles são conhecidos como condutores de
proteção elétrica (PE).
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
94

De acordo com Tello (2007), os sistemas de aterramento possuem um ou mais eletrodos de aterramento
fixos na terra. Estes eletrodos são interligados entre si e também são interligados com os equipamentos
que se deseja aterrar. Existe uma outra situação que é conhecida como equipotencialização. A equipo-
tencialização é a ligação de vários pontos diferentes ao mesmo potencial. Esse potencial não precisa ser,
obrigatoriamente, o aterramento. A NBR 5410 (2004) indica que a equipotencialização pode ser feita por
razões funcionais. Por exemplo, alguns equipamentos de comunicação e informática precisam da equipo-
tencialização para funcionar. Mas, a mesma norma também admite o aterramento por razões combinadas
entre proteção e funcionalidade. Para isso, o condutor deverá ser dimensionado como se fosse um condu-
tor de proteção.

O condutor terra não possui carga, portanto seu potencial é zero, já o


CURIOSI neutro nem sempre tem potencial é zero, pois no momento em que ligamos
DADES qualquer dispositivo a corrente passa pela fase e é transferido para o
condutor neutro, fechando o circuito.

Observe, na figura abaixo, que a corrente que entra é igual a corrente que sai, por isso não é recomen-
dado fazer aterramento com o neutro.

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 41 -  Exemplo de percurso de corrente elétrica


Fonte: do Autor (2015)
6 ELETROTÉCNICA
95

Conforme Tello (2007), as principais normas que tratam dos sistemas de aterramento são:
1) NBR 7117 (2012) - Medição da Resistividade Elétrica do Solo pelo Método dos Quatro Pontos
(Wenner).
2) IEEE Std 142 - 1991 Recomendações Práticas para Aterramento de Sistemas de Energia Industrial
e Comercial: Apresenta recomendações e orientações para aterramento de sistemas, de equipamentos,
para proteção contra descargas atmosféricas e estáticas.
3) IEEE Std 1050 - 2004 Guia para Aterramento de Instrumentação e Equipamentos de Controle em
Usinas de Geração de Eletricidade: desenvolvido para identificar métodos de aterramento de instru-
mentação e controle e níveis adequados de proteção pessoal e de equipamentos e imunidade ao ruído
elétrico em estações de geração.
4) ANSI/IEEE Std 81.1 - 1983 Guia para Medição de Resistividade da Terra, Impedância de Aterra-
mento e Potencial de Superfície da Terra em Sistemas de Aterramento: Descreve a técnica de medir
resistência e impedância de aterramento e diversas outras grandezas envolvidas nos sistemas de ater-
ramento.
A mesma norma de instalações elétricas em baixa tensão mostra os tipos de esquemas de aterramento
admitidos. Nas figuras, a seguir, é possível ver todos os tipos de aterramento que estão de acordo com a
NBR 5410.
Esquema TN - S: o condutor neutro e o de proteção são separados.

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 42 -  Esquema de aterramento TN-S


Fonte: Adaptado de ABNT (2004)
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
96

Esquema TN - C - S: as funções de neutro e proteção são combinadas em parte do circuito.

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 43 -  Esquema de aterramento TN - C - S
Fonte: Adaptado de ABNT (2004)

Esquema TN - C: as funções de neutro e proteção são combinadas durante todo o circuito.

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 44 -  Esquema de aterramento TN - C


Fonte: Adaptado de ABNT (2004)
6 ELETROTÉCNICA
97

Esquema TT: um ponto da alimentação diretamente aterrado e as massas da instalação ligadas a um


condutor de proteção distinto.

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 45 -  Esquema TT
Fonte: Adaptado de ABNT (2004)

Esquema IT: neste esquema, todas as partes vivas são isoladas da terra ou um ponto de alimentação é
aterrado através de uma impedância.
O esquema IT admite várias possibilidades. A seguir, serão apresentadas duas dessas possiblidades.
Aline da Silva Regis (2015)

Figura 46 -  Esquema IT, sem aterramento na alimentação


Fonte: Adaptado de ABNT (2004)
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
98

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 47 -  Esquema IT, com alimentação aterrada através de uma impedância
Fonte: Adaptado de ABNT (2004)

É muito importante observar as possibilidades de aterramento e utilizar o método adequado. Um dos


problemas citados por Tello (2007, p. 190) são as conexões múltiplas entre neutro e terra.

A menos que existam outros sistemas, a única ligação do neutro para a terra será
realizada na entrada de serviço. O neutro e o terra deverão ser mantidos separados
em todos os painéis e caixas de junção. Realizar ligações dos neutros a terra resulta
em caminhos paralelos a corrente de carga de retorno onde um caminho se comporta
como condutor de terra. Isto pode causar falsa operação dos dispositivos de proteção.
Também, durante uma condição de falta, a corrente de falta se dividirá entre o condutor
de terra e de neutro, o que pode prejudicar a operação dos dispositivos de proteção (um
problema sério).

Portanto, não se deve ligar o terra do chuveiro ao neutro.


Os circuitos de aterramento geralmente são feitos com barras de cobre cravadas no chão, conforme
imagem a seguir:
6 ELETROTÉCNICA
99

Nelson Viana Junior (2015)


Figura 48 -  Haste de aterramento com cunha
Fonte: : Adaptado de Intelli (2015)

Os itens de isolação e aterramento estudados nesta seção são muito importantes, pois fazem parte das
medidas de segurança e servem para proteger a vida das pessoas. Sempre que você for fazer alguma ati-
vidade envolvendo eletricidade, siga os procedimentos de segurança.

CASOS E RELATOS

Os dispositivos de proteção e o aterramento.


Jonas trabalhava com manutenção e montagem elétrica em uma empresa de fabricação de car-
ros. Em um determinado dia, foi chamado para consertar uma máquina que estava dando choque
no operador. Toda vez que o operador encostava na carcaça da máquina, recebia uma pequena
descarga elétrica e depois a máquina era desligada. Jonas descobriu que o dispositivo de proteção
à corrente diferencial-residual estava desarmando. E, o choque acontecia, porque um cabo estava
em contato com a carcaça da máquina. O estranho era que a máquina só era desligada depois
que o operador levava um choque. Então, Jonas percebeu que a máquina não estava aterrada
adequadamente. O condutor de proteção estava conectado ao eletrodo de aterramento de forma
precária, sem a utilização de um terminal. Jonas colocou um terminal olhal no condutor de pro-
teção e o parafusou no eletrodo, de forma que ficasse bem preso. Isso foi suficiente para resolver o
problema do choque e da parada da máquina.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
100

Agora que você leu o Casos e Relatos, revise o conteúdo estudado neste capítulo lendo o recapitulando.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você pôde estudar tensão e corrente alternada, como são geradas e suas principais
características. Os conceitos básicos relacionados com estes dois sinais alternados devem estar
claros e compreendidos antes de prosseguir nos seus estudos, pois serão aplicados nos capítulos
seguintes. Estudou como as características resistivas, indutivas e capacitivas interferem na relação
entre tensão e corrente alternadas.
Compreendeu que a geração de energia elétrica que no Brasil acontece, principalmente, por
usinas hidrelétricas, e o sistema de distribuição sua forma de distribuição é composto por geração,
transmissão, distribuição e consumidores.
Por último, estudou alguns itens das normas que regem os sistemas elétricos, principalmente os
que tratam da isolação e do aterramento. Finalizando o assunto, foi apresentado um resumo sobre
os diferentes sistemas de aterramento com seus esquemas de aterramento.
Montagem de Sistemas Elétricos

A eletricidade é amplamente utilizada em nosso dia a dia através da alimentação dos mais
diversos equipamentos, como lâmpadas, motores e aparelhos eletrônicos. De maneira geral,
é possível afirmar que todos os elementos que consomem energia elétrica e possuem fina-
lidades específicas estão ligados a um sistema elétrico. Você já refletiu sobre quantos destes
elementos estão presentes em nosso cotidiano? Já reparou o transtorno que uma falha na dis-
tribuição de energia elétrica pode acarretar?
Um sistema elétrico deve ser muito bem projetado, buscando prever todas as necessidades
para suprir as cargas elétricas com segurança, ao mesmo tempo em que deve ser analisado
o melhor custo-benefício em uma instalação. Assim, o projeto elétrico terá uma boa eficácia,
sem custos desnecessários, pois, como em várias situações do cotidiano, busca-se, na indústria,
optar por produtos que tenham qualidade e supram as necessidades com um valor financeiro
viável.
Desta forma, há uma preocupação que vem desde as concessionárias de energia até os
projetistas das instalações elétricas que é o fornecimento de eletricidade de forma adequada e
segura. Mas, como fazer isto? É o que veremos a seguir!

7.1 INSTALAÇÃO ELÉTRICA

Os dispositivos elétricos são todos os elementos que compõem um sistema elétrico, dentre
os quais se destacam os condutores que transportam a eletricidade, os dispositivos de prote-
ção que regulam o fornecimento de energia elétrica, os dispositivos de comando e manobra
que controlam os circuitos elétricos e as cargas, que desempenham as mais variadas funções.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
104

7.1.1 CONDUTORES ELÉTRICOS

Os elementos responsáveis por transportar a energia para um dispositivo elétrico são os condutores
elétricos. A eletricidade é conduzida através de elétrons livres do material condutor e, devido ao princípio
do efeito Joule1, quanto maior for a intensidade da corrente elétrica, mais aquecimento será gerado.
A partir do que foi exposto, é possível afirmar que é muito importante estudar as propriedades dos con-
dutores. Dessa forma, é necessário dimensionar os condutores corretamente, a fim de se evitar aquecimen-
tos demasiados, causando perdas elétricas, redução da vida útil do material e deterioração das camadas
isolantes.
Um condutor mal dimensionado pode causar acidentes, como choques elétricos e até incêndios.

Thinkstock ([20--?])

Figura 49 -  Condutor rompido

A seguir, serão apresentadas as características dos condutores elétricos. Acompanhe.

7.1.2 BITOLA, CAPACIDADE DE CONDUÇÃO, TIPOS, APLICAÇÕES E DIMENSIONAMENTO

Os condutores elétricos são utilizados na alimentação de circuitos e se dividem basicamente em três


tipos: fios, cabos e barramentos. Os fios são constituídos de apenas um condutor maciço, geralmente com
aspecto cilíndrico, enquanto os cabos possuem diversos condutores entrelaçados entre si. Pode-se afirmar,
ainda, que um cabo é um conjunto de fios. Já os barramentos são condutores maciços e rígidos, com seção
transversal retangular, usados em funções específicas, onde permanecem estáticos, como, por exemplo,
em quadros de distribuição de energia.
Outra forma de classificar os condutores é através de sua isolação2. Quando há apenas um condutor e
sua isolação, este é denominado de condutor unipolar. Já para o caso de vários condutores (ou fios) não
isolados entre si e com uma isolação externa, tem-se um cabo unipolar.

1 É o fenômeno físico onde uma parcela da corrente elétrica é dissipada em forma de energia térmica (calor).
2 É o conjunto de materiais não condutores, utilizados com o intuito de isolar eletricamente um meio.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
105

Existe ainda o caso de dois ou mais cabos unipolares envoltos por uma camada com a função proteção
mecânica chamado de cabo multipolar, muito utilizado em ambientes externos.

Thinkstock ([20--?])
Figura 50 -  Condutores elétricos

De posse desse conhecimento, leia o Fique Alerta.

FIQUE Na prática, é comum as pessoas usarem as expressões fio rígido e cabo flexível.
Isso se deve ao fato de que, se comparado com um fio de mesma bitola, o cabo é
ALERTA constituído de fios bem mais finos, que garantem uma flexibilidade maior.

Uma característica que todos condutores elétricos tem em comum é a alta condutividade. Esta pro-
priedade representa a capacidade que um material tem em conduzir corrente. Os condutores elétricos
mais utilizados são de alumínio (na transmissão e distribuição de energia) ou de cobre (principalmente
em aplicações prediais e industriais, além de dispositivos elétricos em geral). A seguir, observe a tabela de
condutividade de alguns materiais, que representa valores inversos ao da resistividade3.
MATERIAL CONDUTIVIDADE [(Ω X m)-1]
Prata 6,8 x 107
Cobre 6,0 x 107
Ouro 4,3 x 107
Alumínio 3,8 x 107
Ferro 1,0 x 107
Germânio 2,1
Silício 4,6 x 10-4
Vidro 1,0 x 10-11
Borracha 1,1 x 10-15
Tabela 2 - Condutividade de materiais
Fonte: do Autor (2015)

3 É a oposição à passagem de corrente elétrica imposta por um material.


MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
106

Note que os primeiros materiais (prata, cobre, ouro, alumínio e ferro) possuem alta condutividade e,
portanto, são ótimos condutores. Já o germânio e o silício apresentam valores pequenos, ora apresentam
propriedades condutoras, ora não conduzem eletricidade, sendo considerados semicondutores. Por fim, o
vidro e a borracha têm valores muito baixos de condutividade, logo são isolantes.

CURIOSI Os elementos semicondutores são largamente utilizados na eletrônica na fabricação


DADES de componentes como diodos e transistores.

A definição do material a ser utilizado em um condutor elétrico leva em consideração diversos fatores,
dentre os quais se destacam o custo e a densidade do material.
Os condutores elétricos possuem dimensões padronizadas, definidas pelas áreas de suas seções trans-
versais conhecidas por bitolas. As principais seções nominais dos condutores encontradas no mercado são:
0,5 mm2, 0,75 mm2, 1,5 mm2, 2,5 mm2, 4,0 mm2, 6,0 mm2, 10 mm2, 16 mm2, 25 mm2, 35 mm2, 50 mm2, 70
mm2, 95 mm2, 120 mm2, 150 mm2, 185 mm2 e 240 mm2. Quanto maior for a bitola do condutor, maior será
sua capacidade de condução de energia elétrica.
A escolha da seção nominal mais adequada para uma determinada aplicação deve levar em considera-
ção a capacidade de condução elétrica de um condutor, que pode variar de acordo com a temperatura e
o tipo de instalação. Assim, é necessário seguir a NBR4 5410, da Associação Brasileira de Normas Técnicas,
que tratam dos critérios para seleção da seção nominal do condutor. Resumidamente, serão apresentados
os três principais critérios, sendo que o maior valor de seção obtido é o que deverá ser usado.
O critério da seção mínima determina quais as seções nominais mínimas dos condutores fase em deter-
minadas aplicações por razões mecânicas, garantindo uma maior segurança para as instalações elétricas.
Assim, no dimensionamento de um condutor, já é possível descartar bitolas de tamanho inferior aos casos
apresentados por este critério, mesmo que a capacidade de condução de corrente seja superior à carga.
Pode-se destacar que a norma admite uma seção mínima de 1,5 mm2 para condutores de cobre e 10
mm2, para condutores de alumínio em circuitos de iluminação e 2,5 mm2 , para condutores de cobre e 10
mm2 , para condutores de alumínio em circuitos de força, ou seja, em circuitos de tomada de corrente e na
alimentação de equipamentos em geral.
A tabela, a seguir, adaptada com base na própria tabela fornecida na NBR 5410, define as situações de
circuitos a serem dimensionados.

4 Norma Brasileira Regulamentadora.


7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
107

SEÇÃO MÍNIMA DO CON-


TIPOS DE LINHA UTILIZAÇÃO DO CIRCUITO
DUTOR (mm2)/ MATERIAL
1,5 Cu5
Circuitos de Iluminação
16 Al6
2,5 Cu
Condutores e cabos isolados Circuitos de força
16 Al
Circuitos de sinalização e circui-
Instalações fixas em geral 0,5 Cu
tos de controle
10 Cu
Circuitos de força
16 Al
Condutores nus
Circuitos de sinalização e circui-
4 Cu
tos de controle
Para um equipamento especí- Como especificado na norma
fico do equipamento
Linhas flexíveis com cabos isolados Para qualquer outra aplicação 0,75 Cu
Circuitos a extrabaixa tensão
0,75 Cu
para aplicações especiais.
Quadro 8 - Seções mínimas admitidas pela NBR5410
Fonte: Adaptado de ABNT (2004)

Vale ressaltar também que existem exceções para os circuitos de sinalização e controle destinados a
equipamentos eletrônicos e em cabos multipolares flexíveis contendo sete ou mais veias7, onde é admitida
uma seção mínima de 0,1 mm2.
O critério da máxima capacidade de condução de corrente considera aspectos um pouco mais aprofun-
dados e se preocupa basicamente com o aquecimento gerado pelo efeito Joule, pois, caso seja utilizado
um condutor de seção com capacidade de condução inferior à corrente da carga, haverá um sobreaque-
cimento, com a possibilidade da ocorrência de acidentes. Para definir a bitola do condutor a partir desta
norma, é preciso analisar o tipo de instalação e o número de condutores no circuito, para, então, consultar
uma tabela da NBR 5410 que define qual é capacidade de condução de corrente para cada situação. Com
base na corrente da carga projetada, é possível comparar os valores e definir a situação mais adequada.
Os tipos de instalação mais comuns foram levantados e analisados para construção da norma, podendo
ser resumidos em nove categorias, conforme listado a seguir.
A1 - Condutores isolados embutidos em parede termicamente isolante.
A2 - Cabo multipolar embutido em parede termicamente isolante.
B1 - Condutores isolados em eletrodutos sobre paredes.

5 Símbolo do elemento químico Cobre, de número atômico 29, muito usado em condutores de eletricidade, encanamentos e em
ligas metálicas como latão com zinco.
6 Símbolo do elemento químico Alumínio, de número atômico 13, usado em veículos, cabos elétricos, utensílios de cozinha, emba-
lagens, entre outros.
7 Condutores isolados que formam o cabo multipolar. Podem ter diferentes cores sendo normalizada a cor azul claro para condutor
neutro, verde e verde/amarelo para condutor de proteção.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
108

B2 - Cabo multipolar em eletroduto sobre parede.


C - Cabos unipolares ou cabo multipolar sobre parede.
D - Cabo multipolar em eletroduto enterrado.
E - Cabo multipolar ao ar livre.
F - Cabos unipolares justapostos ao ar livre.
G - Cabos unipolares espaçados (no mínimo de um diâmetro) ao ar livre.
A classificação dos tipos de instalação procura definir o comportamento térmico dos circuitos para cada
situação, sendo que a capacidade de condução de corrente aumenta conforme se avança na letra que cor-
responde a cada instalação.
Após a definição do tipo de instalação, é necessário levantar informações de quantos condutores car-
regados existem no circuito, ou seja, em quantos condutores é conduzida a energia elétrica em condições
normais. Considera-se que os condutores fase e neutro conduzem usualmente a corrente elétrica e que os
condutores de proteção (terra) são usados esporadicamente caso se necessite escoar corrente elétrica do
sistema. Com as informações citadas anteriormente, é possível consultar as tabelas de máxima capacidade
de condução de corrente para cada condutor, onde o valor a ser escolhido deve ser maior que a corrente
de projeto.
A seguir, serão analisados resumidamente os principais casos com condutores de cobre.

MÉTODOS DE INSTALAÇÃO
SEÇÕES
NOMI- A1 A2 B1 B2 C D
NAIS NÚMERO DE CONDUTORES CARREGADOS
(mm2)
2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3
0,5 7 7 7 7 9 8 9 8 10 9 12 10
0,75 9 9 9 9 11 10 11 10 13 11 15 12
1 11 10 11 10 14 12 13 12 15 14 18 15
1,5 14,5 13,5 14 13 17,5 15,5 16,5 15 19,5 17,5 22 18
2,5 19,5 18 18,5 17,5 24 21 23 20 27 24 29 24
4 26 24 25 23 32 28 30 27 36 32 38 31
6 34 31 32 29 41 36 38 34 46 41 47 39
10 46 42 43 39 57 50 52 46 63 57 63 52
16 61 56 57 52 76 68 69 62 85 76 81 67
25 80 73 75 68 101 89 90 80 112 96 104 86
35 99 89 92 83 125 110 111 99 138 119 125 103
50 119 108 110 99 151 134 133 118 168 144 148 122
70 151 136 139 125 192 171 168 149 213 184 183 151
95 182 14 167 150 232 207 201 179 258 223 216 179
120 210 188 192 172 269 239 232 206 299 259 246 203
150 240 216 219 196 309 275 265 236 344 299 278 230
185 273 245 248 223 353 314 300 268 392 341 312 258
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
109

240 321 286 291 261 415 370 351 313 461 403 361 297
300 367 328 334 298 477 426 401 358 530 464 408 336
Tabela 3 - Modelos de instalação
Fonte: Adaptado de Corfio (2014)

MÉTODOS DE INSTALAÇÕES
CABOS MULTIPOLARES CABOS UNIPOLARES
Dois con- Três Três condutores carregados, no mesmo plano
Dois Três
dutores condutores Espaçados
Seções nomi- condutores condutores
carregados, carregados, Justapostos
Horizontal Verical
nais dos condi- carregados carregados
justapostos em trifólio
tores (mm2) E E F F F G G

ou ou De

De

0,5 11 9 11 8 9 12 10
0,75 14 12 14 11 11 16 13
1 17 14 17 13 14 19 16
1,5 22 18,5 22 17 18 24 21
2,5 30 25 31 24 25 34 29
4 40 34 41 33 34 45 39
6 51 43 53 43 45 59 51
10 70 60 73 60 63 81 71
16 94 80 99 82 85 110 97
25 119 101 131 110 114 146 130
35 148 126 162 137 143 181 162
50 180 153 196 167 174 219 197
70 232 196 251 216 225 281 254
95 282 238 304 264 275 341 311
120 328 276 352 308 321 396 362
150 379 319 406 356 372 456 419
185 434 364 463 409 427 521 480
240 514 430 546 485 507 615 569
300 593 497 629 561 587 709 659
Tabela 4 - Modelos de instalação
Fonte: Adaptado de Corfio (2015)
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
110


A NBR 5410 trata de vários casos mais específicos que não foram citados. Este material
SAIBA apresenta apenas um resumo da norma. Para conhecer todos os casos tratados pela
MAIS norma, leia a ABNT NBR 5410: 2004.

Para as tabelas anteriores, foi considerado que a temperatura nos condutores é de 70°C e a temperatura
ambiente é de 30°C para instalações não subterrâneas (ambiente) e 20°C para instalações subterrâneas
(solo), que são valores comumente utilizados.
Para outros casos, deve-se considerar um fator de correção de temperatura, já que o aquecimento mo-
difica a capacidade de condução do condutor, como apresentado a seguir.

TEMPERATURA (°C ) AMBIENTE SOLO


10 1,22 1,10
15 1,17 1,05
20 1,12 1,00
25 1,06 0,95
30 1,00 0,89
35 0,94 0,54
40 0,87 0,77
45 0,79 0,71
50 0,71 0,63
55 0,61 0,55
60 0,50 0,45
Tabela 5 - Fatores de correção de temperatura
Fonte: Adaptado de ABNT (2004)

Os valores tabelados na tabela anterior devem ser divididos com o valor da capacidade de condução de
corrente desejada para que seja realizada a correção. Repare que, para temperaturas de 30°C (ambiente)
e de 20°C (solo), o fator é unitário, já que a tabela baseou-se nestes valores. Já para temperaturas abaixo
disso, o fator de correção irá aumentar a capacidade de condução e, para temperaturas acima, ocorre o
contrário, confirmando que o aquecimento nas instalações elétricas reduz a capacidade de condução dos
condutores.

CURIOSI Sobrecarga e curto-circuito estão entre as principais causas de incêndio devido ao


DADES aquecimento excessivo e/ou derretimento da isolação em condutores de instalações
elétricas dimensionadas incorretamente.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
111

Existe ainda o fator de correção de agrupamento, que também pretende corrigir os valores de capacida-
de de condução devido à temperatura do meio, e também devido as decorrentes de outros circuitos, que
compartilham do mesmo conduto, já que a corrente elétrica gera calor.
Observe estes valores na tabela a seguir

NÚMERO DE CIRCUITOS OU DE CABOS


FORMA DE AGRUPAMENTO DOS CONDUTORES MULTIPOLARES
1 2 3 4 5 6 7 8

Em feixe: ao ar livre ou sobre superfície; embutidos; em


1,00 0,80 0,70 0,65 0,60 0,57 0,54 0,52
conduto fechado

Camada única sobre parede, piso, ou em bandeja não


1,00 0,85 0,79 0,75 0,73 0,72 0,72 0,71
perfurada ou prateleira
Camada única no teto 0,95 0,81 0,72 0,68 0,66 0,64 0,63 0,62
Camada única em bandeja perfurada 1,00 0,88 0,82 0,77 0,75 0,73 0,73 0,72
Camada única sobre leito, suporte, etc. 1,00 0,87 0,82 0,80 0,80 0,79 0,79 0,78
Tabela 6 - Fator de agrupamento
Fonte: Adaptado de ABNT (2004)

Para se obter a corrente elétrica no projeto de uma instalação, é necessário dividir a potência do circuito
pela sua tensão nominal, segundo a fórmula da potência elétrica.

V
’= 
P

FIQUE Existe três tipos de potência: ativa, que é medida em watt (W); reativa, que é medida
em volt-ampere reativo (Var); e aparente ou total, que é medida em volt-ampere
ALERTA (VA), que é a soma vetorial das duas primeiras.

Caso seja necessária alguma correção no fator de temperatura ou agrupamento, é possível fazê-la atra-
vés da relação a seguir, sendo FCT o valor do fator de correção de temperatura e FCA o valor do fator de
correção de agrupamento.

𝑙𝑙𝑝𝑝
’ʹ = 
FTC.FCA
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
112

Lembrando que é possível sempre utilizar a relação apresentada anteriormente, pois, caso não haja
correção de temperatura e/ou agrupamento, o fator será unitário e não modificará o numerador.

CASOS E RELATOS

Perigo de incêndio
Após um ano de muitos estudos, Rodrigo foi aproveitar as férias na casa de sua avó, que mora
em outra cidade. Ele quer seguir os passos do seu pai, que é engenheiro eletricista. Por isso,
acompanhou a readequação das instalações elétricas que estava sendo realizada em toda a
residência. Os serviços estavam sendo realizados pelo próprio pai do garoto, que informava todos
os problemas à medida que eram encontrados.
Ao observar os cabos que foram substituídos, Rodrigo se espantou ao reparar que em algumas
regiões ao longo do condutor a isolação estava danificada e com aspecto de derretimento. Seu
pai explicou que isso ocorreu devido ao aquecimento causado pela corrente elétrica e que, se os
cabos não fossem readequados, um acidente poderia acontecer, já que os condutores ficariam nus.
Antes de ir embora, a avó do menino perguntou o que havia sido feito na casa. Ele informou que
a instalação era muito antiga e os cabeamentos elétricos estavam inadequados, pois possuíam
bitolas que não supriam as cargas que estavam sendo alimentadas.

Por fim, há o critério da queda de tensão, que leva em consideração a distância entre a fonte de energia
e a carga, pois, quanto maior for o comprimento do condutor, maior serão as perdas ôhmicas8, causando
uma redução no valor da tensão fornecida.
Este princípio é facilmente entendido, analisando-se a Segunda Lei de Ohm, também conhecida por
fórmula da resistência, já que o condutor é um resistor de resistência muito baixa. Observe a relação:

𝐿𝐿
𝑅𝑅 = 𝑝𝑝.
𝐴𝐴
Sendo:
R: resistência elétrica do condutor Ω;
ρ: resistividade do material Ω.m;
L: comprimento do condutor m;
A: área da seção do condutor m2.

8 Dissipação de potência em forma de calor devido à resistência elétrica que resulta na redução da eficiência de um elemento.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
113

A resistividade do material é uma propriedade que possui valores tabelados e caracteriza, através de
uma constante, o quanto um material se opõe à corrente elétrica, ou seja, quanto menor a resistividade,
melhor é o condutor.
Verifique que o comprimento do condutor é diretamente proporcional à resistência elétrica. Assim, para
longas distâncias, as perdas passam a ser significativas, causando prejuízos na alimentação das cargas de-
vido à queda de tensão resultante da potência dissipada. Para se evitar isso, deve-se aumentar a seção dos
condutores, já que a área é uma grandeza inversamente proporcional à resistência elétrica. Em resumo, é
possível afirmar que, quanto maior a bitola de um condutor, maior será a sua capacidade de condução de
corrente, devido à menor resistência.
A queda de tensão geralmente é mensurada em percentagem e, pela NBR 5410, os valores máximos são
definidos segundo a tabela mostrada a seguir.

TIPO DA INSTALAÇÃO ILUMINAÇÃO E TOMADAS OUTROS USOS


Instalações alimentadas diretamente
por um ramal de baixa tensão, a partir
5% 5%
de uma rede de distribuição pública de
baixa tensão.
Instalações alimentadas diretamente por
subestação transformadora, a partir de 7% 7%
uma instalação de alta tensão.
Instalações que possuam fonte própria. 7% 7%
Tabela 7 - Fator de queda de tensão
Fonte: Adaptado de ABNT (2004)

As imagens a seguir definem detalhadamente os limites tolerados para os casos de alimentação em


baixa e alta tensão.

2% 2% 2%

Quadro Quadro Quadro Quadro


Iluminação Cargas Cargas
Terminal Terminal Terminal Terminal

2% 2%
4%
4%
7% Quadro 7%
2% 2% Geral

3%
Nelson Viana Junior (2015)

Quadro Substação
Geral
3%

Alimentação em BT Alimentação em AT

Figura 51 -  Quedas de tensão admissíveis entre as cargas


Fonte: Adaptado de ABNT (2004)
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
114

Para realizar o dimensionamento pelo critério da queda de tensão, é necessário saber o material do
condutor pelo qual serão passados os condutores (característica magnética), a quantidade de fases, o fator
de potência9 (FP), o limite da queda de tensão, conforme citado anteriormente (%V), e o comprimento do
condutor em quilômetros (L), além de conhecer a corrente de projeto (Ip) e a tensão nominal (V). A partir
da análise dessas informações, é possível consultar uma tabela dada em V/A.km, que definirá o valor de
seção nominal mais adequado para o condutor.
Assim, é necessário calcular a máxima queda de tensão admissível para o condutor através do produto
limite definido em porcentagem com a tensão nominal do circuito, como mostra a relação:

∆V = %V. V

Com a máxima queda de tensão, dada em volt (V), divide-se este valor com o produto da corrente de
projeto pelo comprimento do condutor para se obter a relação em V/A.km.

∆𝑉𝑉
K=
𝐼𝐼𝐼𝐼. 𝐿𝐿

K: queda de tensão - V/A.km;


ΔV: Máxima queda de tensão permitida - V;
Ip: corrente de projeto - A;
L: comprimento do fio - km.

Com o valor de K, que representa a queda de tensão, pode-se comparar qual é a bitola que supre a carga
desejada, de acordo com as características da instalação elétrica.
A seguir, observe a tabela mencionada:

MANEIRAS DE INSTALAR
Eletroduto/ calha
Eletroduto/ calha (material não magnético)
(material magnético)
Seções nomi- Sistema monofásico e trifásico Sistema monofásico Sistema trifásico
nais (mm2)
Fator de Potência
0,8 0,95 0,8 0,95 0,8 0,95
1,5 23,00 27,40 23,30 27,60 20,20 23,90
2,5 14,00 16,80 14,30 16,80 12,40 14,70

9 É a razão da potência ativa, dada em watt (W), pela potência aparente, dada em volt-ampere (VA). Costuma-se considerar FP = 0,8
para circuitos de tomadas de força e FP = 0,95 para circuitos de iluminação.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
115

MANEIRAS DE INSTALAR
4 9,00 10,50 9,00 10,60 7,80 9,15
6 5,90 7,03 6,03 7,05 5,26 6,15
10 3,50 4,13 3,62 4,21 3,16 3,66
16 2,30 2,73 2,33 2,69 2,03 2,34
25 1,50 1,72 1,51 1,71 1,33 1,49
35 1,12 1,25 1,12 1,25 0,98 1,09
50 0,86 0,95 0,85 0,94 0,76 0,82
70 0,64 0,67 0,62 0,67 0,55 0,59
95 0,50 0,51 0,48 0,50 0,43 0,44
120 0,42 0,42 0,40 0,41 0,36 0,36
150 0,37 0,35 0,37 0,34 0,31 0,30
185 0,32 0,30 0,30 0,29 0,27 0,25
240 0,29 0,25 0,26 0,24 0,23 0,21
300 0,27 0,22 0,24 0,21 0,21 0,18
400 0,24 0,20 0,22 0,18 0,19 0,15
500 0,23 0,19 0,20 0,17 0,17 0,14
Tabela 8 - Queda de tensão (V/A km) para os fios e cabos de 750 V
Fonte: Adaptado de Corfio (2014)

Para encontrar o valor da bitola do fio através da tabela 5 é necessário seguir alguns passos:
1 - Escolher o tipo de condulete: eletroduto ou calha magnético ou não magnético;
2 - Escolher o fator de potência: circuitos com motores, fator de potência 0,8. Circuitos sem motores,
fator de potência 0,95.
3 - Com o valor de K, entre na tabela na coluna correspondente aos itens acima, escolha a queda de
tensão logo abaixo do valor de K e vá até a coluna da esquerda. Este será o valor da bitola recomendada.
Exemplo: Sistema de iluminação monofásico (fator de potência 0,95) instalado em eletroduto plástico
que pode ter uma queda de tensão K=18,5 V/A.km. O valor da tabela logo abaixo de 18,5 é K=16,8 V/Akm.
Neste caso, a bitola deverá ser de 2,5 mm2.

Existem fabricantes de condutores elétricos que fornecem informações importantes


SAIBA em relação ao dimensionamento em seus sites oficiais, como a Corfio e a SIL,
MAIS disponíveis, respectivamente, em: <http://www.corfio.com.br/pt/area_tecnica> e
<http://www.sil.com.br/dúvidas>.

Com a definição da seção nominal do condutor fase, é possível determinar qual deverá ser a bitola do
neutro, que, pela NBR 5410, não deve ser comum a mais de um circuito, pois isso causaria uma sobrecarga
no condutor e obrigaria que fosse utilizada uma seção nominal maior, além do uso de emendas em exces-
so.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
116

Basicamente, a bitola do condutor neutro deverá ser a mesma dos condutores fase para circuitos mo-
nofásicos, bifásicos e em alguns trifásicos. No caso de circuitos com três fases, em que esteja prevista a
presença de harmônicas10 de corrente, o neutro sempre terá a mesma seção nominal que a fase.
Para os demais casos de circuitos trifásicos, utiliza-se a tabela a seguir para definir a bitola mínima do
neutro. Repare que, para seções abaixo de 25 mm2 de seção transversal na fase, é usado o mesmo tamanho
para o neutro.

SEÇÃO DO CONDUTOR FASE (mm2) SEÇÃO DO CONDUTOR NEUTRO (mm2)


Até 25 Mesma seção da fase
35 25
50 25
70 35
95 50
SEÇÃO DO CONDUTOR FASE (mm ) 2
SEÇÃO DO CONDUTOR NEUTRO (mm2)
120 70
150 70
185 95
240 120
Tabela 9 - Seção do condutor neutro
Fonte: Adaptado de ABNT (2004)

Na definição do condutor de proteção, também conhecido por terra, utiliza-se a tabela a seguir.

SEÇÃO DO CONDUTOR FASE (mm2) SEÇÃO DO CONDUTOR DE PROTEÇÃO (mm2)


Até 16 Mesma seção da fase
Entre 16 e 25 16
Acima de 35 Metade da seção da fase
Tabela 10 - Seção do condutor de proteção
Fonte: Adaptado de ABNT (2004)

É importante salientar que existem outros critérios de dimensionamento que levam em consideração
aspectos de proteção contra sobrecarga, curto-circuito e contatos indiretos. No entanto, para efeito di-
dático, estes assuntos não serão aprofundados neste livro, já que foram estudados os principais métodos
utilizados.
Outro fato bastante importante é que é necessário evitar o sobredimensionamento dos condutores de-
vido aos aspectos econômicos, pois, quanto maior a seção nominal, mais caro será o condutor, e espaciais,
já que bitolas maiores ocuparão mais espaço nos condutos.

10 São correntes indesejadas, geradas por cargas não lineares que circulam no circuito e resultam em uma deformação da tensão
elétrica.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
117

7.1.3 TOMADAS INDUSTRIAIS E PLUGUES

As tomadas e plugues industriais são sistemas de conexões elétricas bem mais robustas que as conven-
cionais, suportando correntes que geralmente vão de 16 a 63 A, mas podem atingir magnitudes de até 200
A. São considerados pontos de energia elétrica e compreendem a uma transição entre os condutores que
fornecem eletricidade aos circuitos.
De modo geral, considera-se que as tomadas são elementos instalados em locais fixos, como um painel
ou parede. Já os plugues estão relacionados a condutores externos, geralmente com proteção mecânica
adicional, e podem ser móveis, o que possibilita a interrupção no fornecimento de energia de forma sim-
ples.
A composição das tomadas e plugues industriais se dá basicamente pelos seus terminais, onde é reali-
zada a conexão com os condutores, e sua carcaça plástica, que pode possuir blindagem, isoladores e veda-
ções. Por segurança e praticidade, os elementos possuem padrões de cores que definem a tensão máxima
aplicada e conexões de até 5 pólos, que são ligados aos terminais carregados e ao terra. A posição do terra,
que é diferente dos demais polos, define a compatibilidade entre as conexões. As tomadas industriais pos-
suem tampas de segurança, para evitar o contato físico e, consequentemente, choques elétricos.

Thinkstock ([20--?])

Figura 52 -  Plugues industriais

Na sequência, estude os tipos de instalação.

7.1.4 TIPOS DE INSTALAÇÃO

Os dutos elétricos tem a função de manter os condutores organizados, protege-los contra danos mecâ-
nicos, evitando que pessoas pisem neles e que máquinas sejam arrastadas ou colocadas sobre eles. Exis-
tem diversos tipos de dutos: eletrodutos plásticos rígidos e flexíveis, para instalações aparentes ou embuti-
das. Eletrocalhas metálicas, que são usadas em instalações aparentes e podem ser perfuradas ou não.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
118

A escolha de cada tipo de duto depende da aplicação, da quantidade e seção dos condutores. Por exem-
plo, em uma casa normalmente se utilizam eletrodutos plásticos flexíveis, conhecidos como gargantas. A
figura abaixo apresenta um eletroduto flexível.

Thinkstock ([20--?])
Figura 53 -  Duto flexível

Para escritórios ou lojas, pode-se utilizar os eletrodutos plásticos rígidos. Existem modelos com seção
circular e com seção retangular. Estes últimos são conhecidos como canaletas do sistema X.
A figura abaixo está mostrando um exemplo de instalação embutida usando eletrodutos plásticos.
Thinkstock ([20--?])

Figura 54 -  Eletrodutos plásticos

Para aplicações industriais, normalmente se utilizam eletrocalhas e bandejas metálicas. Esse tipo de
duto tem a vantagem de ser aberto, o que facilita a movimentação dos condutores, caso seja necessário
trocá-los ou fazer alguma alteração nos circuitos.
As eletrocalhas e bandejas metálicas são utilizadas em instalações onde é necessário fazer a passagem
de vários cabos multipolares ao mesmo tempo. Este tipo de conduto não é utilizado em casas, lojas ou
escritórios pois interfere na estética do ambiente.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
119

Thinkstock ([20--?])
Figura 55 -  Eletrocalha e Bandeja

A norma NBR5410, no item 6.2.11, apresenta as prescrições para instalação. Neste capítulo, a norma fala
sobre os tipos de dutos, indicando a obrigatoriedade dos eletrodutos plásticos serem não-propagantes de
chama. E também da proibição de utilização de elementos que não sejam fabricados para utilização em
circuitos elétricos, como mangueiras.
Nesta mesma norma existem as prescrições para utilização de bandejas, leitos, prateleiras, suportes ho-
rizontais. Nestes casos, pode-se utilizar somente cabos unipolares ou multipolares. Isso significa que não
se pode colocar condutores isolados neste tipo de duto, como por exemplo apenas 1 fase de um circuito.
Essa prescrição é necessária para garantir a segurança, pois a isolação dos condutores pode ser facilmente
danificada no momento da passagem dos fios, permitindo a fuga de corrente para o duto. A fixação dos
dutos não pode danificar a isolação dos cabos. Para estes dutos, os condutores devem ser instalados em
apenas 1 camada e nos percursos verticais, o esforço de tração dos cabos não pode provocar deformação
ou rompimento dos mesmos.
Em relação as canaletas e perfilados, a norma NBR5410 permite a instalação de condutores isolados,
cabos unipolares e multipolares. Mas para condutores isolados, é necessário que a canaleta ou perfilado
não seja perfurado e tenha tampa que só pode ser retirada com a utilização de uma ferramenta.
A seguir, estude os dispositivos de proteção, importantes para segurança dos circuitos elétricos.

7.2 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO

Os dispositivos de proteção são elementos responsáveis pela segurança em circuito elétrico, protegen-
do os componentes elétricos e as pessoas envolvidas através da interrupção da corrente, caso haja algum
distúrbio elétrico.
Existem diversos dispositivos de proteção, cada um com sua finalidade e especificação para possíveis
anomalias no circuito elétrico. Dentre estes, é possível destacar: o fusível, o disjuntor termomagnético, o
relé térmico, o disjuntor motor e os relés de proteção. A seguir, serão apresentados estes elementos, com
maiores detalhes.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
120

7.2.1 FUSÍVEIS

Os fusíveis são dispositivos de proteção amplamente utilizados na proteção de circuitos elétricos, devi-
do ao baixo custo de aplicação e à simplicidade na estrutura de seus componentes. A principal função dos
fusíveis é a proteção contra curtos-circuitos nos sistemas elétricos, além de atuarem contra sobrecargas de
acordo com sua corrente nominal, evitando incêndios, danos na instalação e preservando a integridade
dos transeuntes.
Em aplicações industriais, define-se o fusível como um dispositivo de proteção que contém um condu-
tor chamado elemento fusível, que atravessa um corpo isolante preenchido com material granulado extin-
tor (geralmente areia de quartzo), para interromper arcos elétricos. Este elemento fusível é ligado no início
do circuito através de contatos específicos e tem suas dimensões projetadas de forma que seja capaz de se
fundir com o aumento de temperatura devido à alta corrente que atravessa o condutor (efeito Joule), ou
seja, se o fusível estiver conectado em um circuito cuja corrente elétrica seja maior que seu valor nominal,
ocorrerá a atuação do componente através da fusão do seu elemento fusível, que cessará o fornecimento
de energia elétrica. Para isso, é necessário que o elemento fusível possua seu ponto de fusão11 menor que
o material do condutor.

FIQUE É importante destacar que, se o fusível atuar, não será possível reutilizá-lo, visto que
seu condutor interno (elemento fusível) fundiu, sendo necessária a sua substituição
ALERTA no sistema elétrico.

Há três categorias de fusíveis que definem suas características de interrupção no circuito elétrico: retar-
dado, rápido e ultrarrápido.
Os fusíveis retardados são usados em sistemas em que haja sobrecargas de pequena duração ao longo
do funcionamento do circuito ou a corrente de partida possua um valor bem superior de quando se está
em regime permanente12.
Os fusíveis rápidos são empregados em aplicações mais simples, onde não há variações de corrente ou
estas alterações sejam desprezíveis. Caso ocorra um pico de corrente que ultrapasse o valor máximo do
fusível, o elemento irá atuar.
Por fim, os fusíveis ultrarrápidos são utilizados em circuitos muito sensíveis, como nos casos em que
há componentes eletrônicos e outros elementos delicados, interrompendo a corrente antes de atingir tais
partes no sistema.
Vale ressaltar que, em uma situação de curto-circuito, todos os fusíveis deverão ter um desempenho
semelhante, atuando instantaneamente, devido à alta temperatura resultante da magnitude da corrente
atravessando o elemento.

11 Processo em que um material em estado sólido passa para o estado líquido.


12 Estado em que as grandezas físicas são consideradas inalteradas ao longo do tempo.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
121

Além da resposta de atuação, para dimensionar um fusível, é necessário saber a corrente nominal, a
corrente de curto-circuito13, a tensão nominal e a capacidade de ruptura14 do dispositivo. Estas especifica-
ções devem ser selecionadas de acordo com as necessidades de projeto, impostas pelo comportamento
do circuito.
Pode-se destacar os fusíveis tipo D (diazed) e NH, pela ampla utilização destes na indústria. O primeiro
tem sua aplicação voltada de maneira mais geral, podendo ser encontrado inclusive em instalações re-
sidenciais. Além disso, pode ser de efeito rápido ou retardado, dependendo da aplicação. Já para o caso
do tipo NH, existe aplicações mais específicas, pois este fusível tem maior capacidade e suporta níveis de
tensão mais elevados, sendo indicado para circuitos que possuam picos de corrente. Financeiramente, é
comum serem utilizados fusíveis do tipo D até os valores de corrente disponíveis no mercado e, acima dis-
to, serem utilizados fusíveis do tipo NH, já que suportam níveis maiores de corrente.

Thinkstock ([20--?])

Figura 56 -  Fusível de vidro e fusível diazed

Geralmente, os fusíveis que não possuem o elo visível são dotados de elementos sinalizadores que in-
dicam se o dispositivo atuou ou ainda está em condições de uso. No fusível diazed, existe um sistema cujo
indicador é visualizado através da tampa (parte transparente), desprendendo-se pela queima do fusível,
além ainda de possuir cores características que indicam a sua corrente nominal.

7.2.2 DISJUNTORES TERMOMAGNÉTICOS

Os disjuntores termomagnéticos são os elementos de proteção mais comuns em circuitos elétricos,


geralmente instalados em série com os condutores fase em um quadro de distribuição. Os equipamentos
modernos possuem a expressão “termomagnético”, devido à maneira que ocorre a interrupção do circuito,
podendo ser um disparo térmico (proteção contra sobrecarga) ou disparo eletromagnético (proteção con-
tra curto-circuito).

13 Corrente máxima em que o fusível irá atuar ao percorrer um circuito elétrico.


14 Corrente máxima que pode ser interrompida pelo fusível com segurança. Geralmente é dada em kA (kilo-ampere).
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
122

A finalidade dos disjuntores é semelhante à dos fusíveis, ou seja, proteger as instalações e os equipa-
mentos elétricos contra situações anormais de corrente. No entanto, os disjuntores possuem a vantagem
de poderem ser rearmados manualmente após uma falha, sem necessidade de descarte. Esta característica
possibilita outra função para o disjuntor: realizar manobras no circuito. Desta forma, o disjuntor também
funciona como um interruptor15, podendo desativar a alimentação elétrica para manutenções.
Pode-se afirmar que o funcionamento do disjuntor termomagnético se dá pelo monitoramento da cor-
rente elétrica na instalação através do disparo de um gatilho acionado por uma lâmina bimetálica16 ou por
uma bobina, dependendo da anormalidade ocorrida. Para o caso do disparo térmico, há um tempo de
resposta proporcional à intensidade de corrente em excesso (acima da corrente nominal) e ocorre com o
aumento de temperatura no bimetal, causado pela sobrecarga, que enverga a lâmina até tocar no gatilho.
Já o disparo eletromagnético acontece por meio de um atuador magnético formado basicamente por um
conjunto pino-bobina. A corrente elétrica circulando na bobina gera um campo magnético criando, assim,
um verdadeiro eletroímã, que movimenta um pino acoplado dentro dos enrolamentos da bobina. Quando
a intensidade de corrente é muito elevada (curto-circuito), o pino toca o gatilho do disjuntor, fazendo com
que haja a interrupção instantânea de energia no circuito.

CURIOSI A atuação térmica dos disjuntores visa proteger principalmente a isolação dos
DADES condutores, que podem derreter a partir de certa temperatura.
Thinkstock ([20--?])

Figura 57 -  Disjuntor termomagnético

15 Dispositivo utilizado na abertura e fechamento de circuitos elétricos.


16 Lâmina formada pela união de duas placas constituídas de metais com coeficientes de dilatação diferentes, que se curva ao ser
aquecida.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
123

Em resumo, quanto maior for a intensidade de corrente acima do limite, mais rápido um disjuntor ter-
momagnético atuará de forma que, a partir de um certo nível de corrente, a atuação deverá ser instantânea,
pois será considerado um curto-circuito. Assim, foram criados gráficos que demonstram o desempenho
dos disjuntores em relação aos seus desarmes, classificando-os de acordo com a intensidade de corrente
no disparo instantâneo, ou seja, a partir de um determinado valor acima da corrente nominal considera-se
um curto-circuito no sistema. De forma simplificada, estes são classificados em tipo B (3 a 5 vezes a corrente
nominal para o disparo instantâneo), tipo C (5 a 10 vezes a corrente nominal para o disparo instantâneo)
e tipo D (10 a 20 vezes a corrente nominal para o disparo instantâneo). Para o disparo térmico, as curvas
respeitam uma região de atuação dentro dos limites de no mínimo 13% e no máximo 45% de sobrecarga,
que determinam o tempo que o disparo levará para ocorrer, podendo durar de alguns segundos até vários
minutos (geralmente no máximo 60 minutos).

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 58 -  Curva de disparo de disjuntor


Fonte: Adaptado de Rigo (2015)

Costuma-se empregar os disjuntores da seguinte forma:


• Tipo B: cargas resistivas e cabos longos;
• Tipo C: iluminação fluorescente, tomadas, aplicações gerais;
• Tipo D: motores, transformadores.
Na linha horizontal, encontra-se a sobrecarga de corrente, a linha sombreada, nas curvas anteriores,
mostra o limite mínimo de atuação do dispositivo (13% de sobrecarga) e a atuação garantida (45% de so-
brecarga). Para valores de corrente maiores, o tempo de disparo será menor e, para níveis de curto-circuito,
a atuação é instantânea.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
124

Além de saber o tipo (curva de disparo) do disjuntor de acordo com a aplicação do circuito elétrico, é
preciso levar em conta sua corrente nominal, para dimensioná-lo corretamente. Pode-se tomar por base os
seguintes valores de corrente nominal: 5 A, 10 A, 15 A, 20 A, 25 A, 30 A, 35 A, 40 A, 50 A e 60 A. No mercado,
porém, são encontrados valores que variam um pouco, como os casos de 6 A, 16 A, 32 A e 63 A, correntes
nominais muito comuns e utilizados por alguns fabricantes.
Ainda vale ressaltar que um disjuntor pode ser caracterizado pelo número de fases que monitora,
podendo ser unipolar (possui apenas uma manopla) ou multipolar (possui duas ou mais manoplas
acopladas). Por exemplo, em circuitos bifásicos, utilizam-se disjuntores bipolares e, em circuitos trifásicos,
usam-se disjuntores tripolares. Existe também o disjuntor tetrapolar, que possui passagem para três fases
e um neutro.
O dimensionamento prioriza a integridade da isolação dos condutores na instalação contra o aqueci-
mento excessivo gerado por situações de sobrecarga ou curto-circuito. A norma prevê que os dispositivos
de proteção devam atuar em até uma hora (ou em até duas horas, para dispositivos maiores) sob condições
de sobrecarga, protegendo, desta forma, os condutores da instalação contra excessivo aquecimento.

FIQUE O dimensionamento correto dos disjuntores previne diversos acidentes. Uma


prática muito comum consiste na troca de disjuntores por outros de corrente
ALERTA nominal maior, quando ocorrem muitos desarmes.

Levando em conta o que foi apresentado até agora sobre disjuntores, fica fácil entender os dois critérios
de dimensionamento de disjuntores:

ͳǤ  ≤ 𝐼𝐼𝑁𝑁 ≤ 𝐼𝐼𝑍𝑍 
ʹǤ
≤ 1,45. 𝐼𝐼𝑍𝑍 
Sendo:
IP: corrente de projeto do circuito (corrente da carga);
IN: corrente nominal do disjuntor;
IZ: capacidade de condução de corrente;
IG: corrente de atuação garantida do disjuntor (1,45×IN).
Estas condições estabelecem que a corrente nominal do disjuntor deverá ser maior que a corrente do
projeto, para que não haja atuação desnecessária, pois, nesse caso, não ocorrerá sobrecarga, e, ao mesmo
tempo, seja suficiente para proteger o condutor.
Você sabe o que é relé térmico de sobrecarga? Então, leia o texto a seguir.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
125

7.2.3 RELÉ TÉRMICO DE SOBRECARGA

O relé térmico de sobrecarga, também chamado apenas de relé térmico, ou ainda relé de sobrecar-
ga, é um dispositivo de proteção utilizado para assegurar a integridade de equipamentos elétricos, cujos
componentes podem deteriorar com o aumento da temperatura, que é provocado por transformadores e
motores.
O superaquecimento de um equipamento ocorre principalmente devido a sobrecargas, pico de
corrente de longa duração, falta de fase, esforços mecânicos elevados e excesso de variações de tensão e
frequência na rede. Se as temperaturas elevadas prejudicarem o funcionamento do circuito ou danificarem
seus elementos, o relé de sobrecarga é recomendado para proteção destes equipamentos.
O relé térmico funciona a partir do princípio de dilatação de um par de lâminas metálicas conectadas
em cada fase do sistema, que aciona um gatilho de desarme do circuito elétrico. Assim como na atuação
térmica dos disjuntores, o bimetal do relé de sobrecarga aquece devido ao efeito Joule, com a temperatura
proporcional à intensidade da corrente. Como o material de cada lâmina tem um coeficiente de dilatação
térmica diferente do outro, o conjunto se curva, por estarem unidos entre si.
Basicamente, o relé térmico é constituído pelo mecanismo de disparo associado ao conjunto de bime-
tais, que são conectados ao circuito através dos terminais elétricos do dispositivo. No entanto, há outras
funções que auxiliam na proteção e comando do sistema.
O relé térmico pode possuir contatos auxiliares, normalmente aberto e/ou fechado, que são ampla-
mente utilizados na construção de circuitos de sinalização ou de comando, como no caso de acionar uma
lâmpada em caso de falha ou interromper um sistema, caso haja superaquecimento do equipamento.
Pode-se ainda encontrar um botão de regulagem que determina o nível da corrente nominal do circui-
to, um botão de rearme manual e um botão de seleção de função que determina se o rearme do sistema
será manual ou automático. Em vários modelos, os dois últimos botões citados são acoplados, funcionan-
do de forma conjunta, sendo que o botão de rearme manual trava na função automática e o rearme ocor-
rerá assim que o bimetal resfriar, além de diminuir a temperatura do equipamento.
Julio Cesar Borchers (2015)

Figura 59 -  Reles de sobrecarga


Fonte: Adaptado de WEG (2015)
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
126

A seguir, será apresentado o dispositivo de proteção denominado disjuntor - motor. Acompanhe.

7.2.4 DISJUNTOR - MOTOR

Pode-se dizer que o disjuntor-motor é um dispositivo de proteção aprimorado, projetado para atender
circuitos com cargas que necessitem de proteções específicas, como é o caso dos motores, nos quais a
corrente de partida é alta e o sistema está sujeito a picos de corrente, falta de fase, curtos-circuitos, entre
outros efeitos que podem causar danos às instalações e aos equipamentos.
O disjuntor-motor funciona de maneira similar ao disjuntor termomagnético, mas é um elemento com
elevada capacidade de interrupção e, por esse motivo, é utilizado em instalações com risco de curtos-
circuitos de elevada magnitude, podendo ser ajustado para tolerar a corrente de partida de motores
com diferentes correntes nominais. Além disso, este dispositivo de segurança assegura o sistema contra
sobrecargas através de disparadores térmicos com características e regulagens semelhantes ao do relé
térmico de sobrecarga. Desta forma, o disjuntor-motor substitui o uso do disjuntor eletromagnético (ou do
fusível) e do relé térmico, tendo as mesmas funções em apenas um equipamento, além de se tornar uma
solução simples e compacta em um sistema com motor elétrico.

A instalação de um disjuntor-motor deve ser bem analisada economicamente,


FIQUE pois um disjuntor eletromagnético e um relé térmico, em uma instalação,
ALERTA podem custar bem mais barato, além de cumprir os mesmos requisitos que
um disjuntor-motor.

Além dos ajustes de corrente nominal, o disjuntor-motor também possui uma manopla ou um botão
que permite seu acionamento, possibilitando o rearme em caso de atuação, ou desligamento manual, per-
mitindo a abertura do circuito elétrico para manutenções, por exemplo.
Julio Cesar Borchers (2015)

Figura 60 -  Disjuntor motor


Fonte: Adaptado de WEG (2015)
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
127

Na sequência, conheça os relés de substensão e sobretensão.

7.2.5 RELÉS DE SUBTENSÃO E SOBRETENSÃO

Entre os dispositivos que garantem a qualidade da energia elétrica que alimenta os sistemas elétricos,
os relés de subtensão e sobretensão merecem destaque por limitarem os níveis de tensão elétrica na rede,
protegendo os equipamentos contra defeitos no funcionamento, queimas e outros danos. Geralmente,
são especificados os limites dos valores de tensão elétrica através de ajustes dados em porcentagem em
relação ao valor desejado. Normalmente, os relés de subtensão são ajustados para atuarem em –7% do
valor da tensão nominal e os relés de sobretensão têm a regulagem definida para acionarem com +5% do
valor da tensão nominal.
No passado, os relés eram muito volumosos e possuíam apenas uma única função. Hoje, porém, estes
elementos possuem diversas funções em um mesmo invólucro. Assim, atualmente são utilizados frequen-
temente relés que protejam o sistema elétrico contra surtos de tensão, abaixo e acima da nominal, em um
mesmo dispositivo.
Os relés de subtensão e sobretensão monitoram a rede de alimentação através de um circuito eletrô-
nico associado a um comparador de nível da tensão elétrica. O ajuste é realizado através de seletores que
determinam o valor máximo e mínimo de tensão. Quando é detectado um valor fora da faixa determinada,
o relé de saída é desenergizado, invertendo seus contatos e desligando o sistema elétrico.
A maioria dos relés retorna ao seu estado normal quando o nível de tensão estiver adequado. Caso pos-
sua um contato auxiliar, é possível ativar sinalizadores indicando a anomalia na rede.
Thinkstock ([20--?])

Figura 61 -  Reles de sobretensão

Você sabe qual é o tipo de dispositivo de proteção mais utilizado em instalações elétricas? Acompanhe.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
128

7.2.6 RELÉS DE FALTA DE FASE

O relé de falta de fase é um dispositivo de proteção usado nas instalações elétricas com a função de mo-
nitorar sistemas trifásicos contra queda de uma das fases, evitando problemas como sobrecarga e aqueci-
mento dos equipamentos. Existem modelos de relés que também realizam a supervisão do nível de tensão
no condutor neutro.
Por meio de seletores, determina-se o valor mínimo da tensão que o relé de falta de fase aceitará. Caso
um circuito eletrônico interno detecte que a amplitude de uma das fases está abaixo do valor ajustado, o
relé de saída será desenergizado e desligará o sistema.
A seguir, serão estudados os dispositivos de comando, controle e sinalização. Prossiga em seus estudos.

7.2.7 RELÉS DE SEQUÊNCIA DE FASES

O relé de sequência de fase é um dispositivo de proteção destinado a proteger sistemas trifásicos con-
tra a inversão da sequência de fases, sendo de grande importância para aplicações onde seja necessário
respeitar a ordem das fases, como em motores trifásicos, quadros elétricos, chaves de partida, subestações,
cabines primárias etc.
Caso a sequência de fases alimentando o sistema não esteja correta, o relé de saída não será energizado
e o circuito ficará aberto, sendo normalizado apenas quando a ordem das fases estiver adequada.
A seguir, serão estudados os dispositivos de comando, controle e sinalização.

7.3 DISPOSITIVOS DE COMANDO, CONTROLE E SINALIZAÇÃO

Os operadores e usuários dos sistemas elétricos interagem com circuitos de potência como motores,
máquinas elétricas e outros equipamentos, através de dispositivos de comando, controle e sinalização. Por
meio destes elementos, é possível enviar informações para o sistema, para que seja realizado um processo,
indicando como, quando e de que forma um aparelho irá funcionar. Os sinais enviados pelos dispositivos
de comando podem ser interpretados por circuitos de controle que definem o efeito no sistema elétrico,
dependendo do seu estado atual. Pode-se verificar a situação e os processos através dos dispositivos de
sinalização, que demostram, por indicações sonoras e visuais, o comportamento do sistema. Estes disposi-
tivos serão detalhados através de exemplos encontrados na indústria.

7.3.1 CHAVES E BOTOEIRAS COM OU SEM RETENSÃO

As botoeiras são chaves auxiliares que são acionadas manualmente. Tem a função de interromper um
circuito de comando. Tem suas cores definidas conforme a função a que são destinadas:
a) verde ou preto: ligar, acionar;
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
129

b) vermelho: desligar, parar, botão de emergência;


c) amarelo: iniciar uma ação de retorno ou liberar de uma condição perigosa;
d) azul ou branco: realizar uma função diferente das outras cores.
Quando a chave é de impulso ou sem retensão, esta permanece acionada enquanto pressionada. Inter-
namente, podem ter dois tipos de contato: NA (normalmente aberto) e NF (normalmente fechado).

Thinkstock ([20--?])
Figura 62 -  Chaves de retenção e botoeira

Quando a chave é de retenção ou trava, seu retorno para a posição inicial acontece somente com um
novo acionamento.
Agora, conheça os sinalizadores óticos e sonoros.

7.3.2 SINALIZADORES ÓTICOS E SONOROS

Os dispositivos de sinalização são responsáveis por indicar o estado de um sistema, a situação de um


processo ou ainda advertir os usuários em caso de falhas ou riscos.
Os sinalizadores óticos são indicadores luminosos protegidos por uma carcaça plástica ou acrílica, que
indicam visualmente um evento de acordo com sua cor. Geralmente a iluminação é proveniente de LED’s
ou lâmpadas incandescentes, podendo estar associado a dispositivos rotativos (giroflex), conforme sua
aplicação.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
130

Thinkstock ([20--?])
Figura 63 -  Sinalizadores

Geralmente os sinalizadores são instalados em quadros elétricos, na carcaça de máquinas ou em locais


que privilegiem a visualização dos dispositivos.
Assim como nos botões, as cores dos sinalizadores são padronizadas, a fim de definir suas funções. Con-
fira essas especificações no quadro, a seguir:

COR FUNÇÃO APLICAÇÕES TÍPICAS


Temperatura excede os limites de segu-
Vermelho Condições anormais, perigo ou alarme rança
Aviso de paralisação
Indicação de que a máquina está pronta
Verde Condição de serviço segura
para operar
O valor de uma grandeza aproxima-se de
Amarelo Atenção, cuidado
seu limite
Circuitos sob tensão, funcionamento Máquina em movimento
Branco
normal Esteira transportando
Sinalização de comando remoto
Azul Informações especiais, exceto as acima
Sinalização de preparação da máquina

Quadro 9 - Cores dos sinalizadores e suas especificações


Fonte: do Autor (2015)

Os sinalizadores sonoros geralmente atuam em conjunto com os visuais (óticos) e servem para alertar o
usuário sobre alguma ação no sistema como, por exemplo, o início ou fim de um processo e uma eventual
falha. Por esse motivo, alguns modelos de dispositivos contemplam as duas funções (sonora e visual) em
um mesmo elemento.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
131

Thinkstock ([20--?])
Figura 64 -  Sinalizadores sonoros

Os principais exemplos de sinalizadores sonoros são os bipes e as sirenes, possuindo tons, intensidade
e potência sonora (medida em dB17) de acordo com sua aplicação: tarefas rotineiras geralmente possuem
sons suaves, apenas indicando a ação, enquanto situações de emergência recebem ruídos intensos e de
volume alto.
Saiba como funcionam os relés de comando, de interface e de tempo.

7.3.3 RELÉS DE COMANDO, DE INTERFASE, DE TEMPO

Para acionar equipamentos com segurança, pode-se fazer uso de dispositivos como os relés. Estes dis-
positivos permitem ligar/desligar indiretamente máquinas e equipamentes sem uso de chaves liga/desliga
de acionamento direto. Os contatores auxiliares permitem o controle de máquinas e equipamentos, tam-
bém conhecidas como cargas do sistema. A seguir, serão apresentados relés de comando, de interfase, de
tempo e contatores auxiliares, acompanhados das suas especificações.
Relés de comando e de interface
Os relés de comando possuem funções parecidas com as dos contatores, realizando manobras no cir-
cuito com base no sinal elétrico que é enviado para o componente. Porém, estes dispositivos podem ser
eletromecânicos ou eletrônicos e geralmente trabalham com níveis de tensão menores, além de serem
menos robustos e utilizados em aplicações mais específicas nos circuitos. No entanto, a grande vantagem
do relé de comando em relação ao contator é que o sinal elétrico de entrada (comando) é independente
da saída.
Assim, pode-se utilizar o relé de comando para enviar sinais de comando com correntes muito peque-
nas, se comparadas ao circuito principal, isolar o circuito de comando da carga ou ainda realizar o controle
de processos com tipos de tensão diferentes.

17 Unidade utilizada na medida da intensidade do som


MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
132

A1 A2

+ -

NÍVEL

Emerson Rodrigo Ceolin (2015)


CNC

MIN MAX
12 14 A2

Figura 65 -  Reles de comando


Fonte: Adaptado de SAFETYCAMP (2015)

Os relés de interface são elementos utilizados em aplicações industriais de comando, manobra e si-
nalização, sendo largamente utilizados em quadros elétricos pela estrutura simples, compacta e prática.
Seus componentes garantem maior proteção ao dispositivo, onde as conexões elétricas são realizadas fa-
cilmente através de um módulo apropriado, agilizando e prevenindo danos em eventuais substituições.
Por exemplo, em um CLP pode ser utilizado um relé de interface para criar uma separação entre o CLP e os
circuitos externos. Assim, se algum problema ocorrer, o CLP será protegido pelo relé.
Relés de tempo
Os relés de tempo, também chamados de temporizadores, são dispositivos que controlam a abertura e
o fechamento de circuitos a partir de intervalos de tempo definidos previamente, realizando manobras em
sistemas onde há necessidade de controle com base no tempo de seus processos ou em etapas sequen-
ciais.

CURIOSI Os relés de tempo podem apresentar os dois tipos citados em um mesmo


DADES dispositivo, como é o caso do relé de tempo estrela-triângulo, utilizado em
partida de motores elétricos.

A partir de um sinal de comando, o relé de tempo inicia a contagem do intervalo definido através de um
seletor, em geral na parte frontal da sua carcaça, que pode durar alguns segundos ou até vários minutos,
dependendo da capacidade do modelo. Após o término do tempo, o relé realiza a ação definida, que pode
ser o fechamento ou abertura dos contatos NA e NF. Os modos de operação do dispositivo é que vão definir
como será realizada a ação: quando for do tipo retardo na energização, a comutação dos contatos ocorrerá
ao fim do tempo selecionado; e se for do tipo retardo na desenergização, a comutação ocorrerá instanta-
neamente, voltando ao estado inicial após o término da contagem do tempo.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
133

Na sequência, serão apresentados os contadores auxiliares.

7.3.4 CONTATORES AUXILIARES

Os contatores são dispositivos que fazem manobras nos sistemas elétricos a fim de se realizar a aber-
tura ou fechamento de um circuito de maneira não manual. Os contatores possuem contatos que podem
ser normalmente abertos (NA) ou normalmente fechados (NF) e são utilizados nos circuitos de comando
e de potência. Desta maneira, é possível afirmar que a função de um contator é semelhante ao das chaves
e botoeiras, com a diferença básica que o usuário não tem contato direto com o dispositivo. As operações
ocorrem de acordo com o circuito projetado, isso acarreta em um maior controle e segurança para o siste-
ma, sobretudo em elementos e máquinas que exigem grandes correntes e manobras rápidas.
Seu princípio de funcionamento é eletromagnético, sendo realizado através da alimentação de uma
bobina acoplada a um núcleo ferromagnético fixo, cuja energia utilizada neste processo provém de um
sinal elétrico que comanda o acionamento do contator. Enquanto a bobina é alimentada, o núcleo fixo é
mantido magnetizado e atrai um segundo núcleo, que é móvel e possui contatos acoplados, responsáveis
por realizar a abertura ou o fechamento dos circuitos. Quando a alimentação da bobina é interrompida,
uma mola repele os contatos, deixando-os no estado inicial.
Em resumo, o sistema de acionamento do contator se baseia em dois estados: repouso e bobina energi-
zada. Quando não é enviado nenhum sinal elétrico ao contator, os contatos permanecem em repouso (NA
ou NF), mas, quando a bobina é alimentada, o núcleo móvel é atraído por um verdadeiro eletroímã que faz
com que os contatos sejam invertidos, ou seja, os NA são fechados e os NF são abertos. Esta caraterística
faz com que o contator seja um elemento de grande importância na automação e controle de processos,
além de garantir segurança aos equipamentos, pois os acionamentos ocorrem de acordo com o estado do
próprio circuito.
Os contatos de um contator podem ser de dois tipos: principais (geralmente três NA) ou auxiliares (NA
ou NF). Os contatos principais são mais robustos e suportam maiores correntes, porque são responsáveis
pelo acionamento das cargas, sendo utilizado no chamado circuito principal ou de potência, onde é reali-
zada a ação final ou trabalho propriamente dito.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
134

Já os contatos auxiliares têm a função de comutar os circuitos auxiliares e desempenham papéis impor-
tantes no processo, como comando, sinalização e intertravamento18. Observe.

Thinkstock ([20--?])
Figura 66 -  Contatores

Agora que você estudou os dispositivos de comando, controle e sinalização, chegou o momento de
analisar os dispositivos de manobra de motores.

7.4 DISPOSITIVOS DE MANOBRA DE MOTORES

O motor elétrico precisa de um conjunto de componentes elétricos e eletrônicos que permitam o seu
acionamento e controle do seu funcionamento. Estes conjuntos são normalmente conhecidos como con-
junto de acionamentos elétricos. Existem diferentes tipos de conjuntos de acionamentos elétricos para
atender aos diferentes tipos de motores, e aplicações. A definição do conjunto de partida adequado para
cada motor em uma aplicação depende do tamanho do motor e consequentemente da corrente de refe-
rência (corrente nominal), e do tipo de aplicação e forma de uso deste motor.
A seguir, conheça os diferentes tipos de motores elétricos.

7.4.1 MOTORES ELÉTRICOS TRIFÁSICOS COMANDADOS POR CHAVES MANUAIS DE MÚLTIPLAS


VELOCIDADES

Alguns motores permitem diferentes velocidades em um mesmo eixo, com uma mesma tensão, sendo
a variação pela potência e corrente para cada rotação. São os chamados motores de enrolamento separa-
dos e motor do tipo Dahlander.
Este tipo chave manual de múltiplas velocidades é aplicado em situações em que se deseja mudanças
discretas de velocidades, normalmente faz-se uso de duas velocidades.

18 Manobra realizada por contatos auxiliares, que tornam um circuito dependente de outro por meio da abertura ou fechamento
dos circuitos, com base no funcionamento do contator.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
135

Apesar de se justificar o uso em aplicações específicas como talhas, elevadores e correias transportado-
ras, aos poucos as chaves manuais de múltiplas velocidades estão perdendo espaço no mercado para os
conversores de frequência.

7.4.2 MOTORES ELÉTRICOS TRIFÁSICOS COMANDADOS POR CHAVES MAGNÉTICAS

Todos os motores elétricos de corrente alternada funcionam através de bobinas, sendo que cada bobi-
na tem duas pontas. Quando os motores são trifásicos, é necessário no mínimo uma bobina para cada fase.
Então, os motores terão no mínimo 6 terminais. Isso permite que o motor seja ligado em duas formas:
estrela ou triângulo

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 67 -  Formas de ligação estrela e triângulo


Fonte: do Autor (2015)

O motor sempre é projetado para trabalhar com a ligação triângulo, que também corresponderá a me-
nor tensão. Esses valores de tensão e as formas de ligação são apresentados na placa de identificação do
motor.
Dar partida a um motor significa aplicar tensão e corrente nele de forma a iniciar e manter o seu movi-
mento. Na indústria, existem diversas formas de dar partida a um motor, dependendo do tipo do motor e
da sua aplicação na máquina ou no processo.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
136

A partida direta é a maneira mais simples de acionamento de motores elétricos, sendo recomendada
sua utilização sempre que possível, por fornecer o melhor desempenho do equipamento. Desta forma, o
motor fornece seu torque completo desde o início do processo, mas isso exigirá um esforço da instalação
elétrica, devido ao pico na corrente de partida, que pode atingir valores entre 5 a 10 vezes a corrente no-
minal.
Assim, para ter um motor elétrico operando com o conjugado (torque) nominal na partida, é necessário
observar o dimensionamento dos condutos e dispositivos de acionamento devido à sobrecarga momen-
tânea, obrigando que seja projetada uma infraestrutura elétrica mais robusta, além da queda de tensão
no sistema elétrico, o que pode interferir no funcionamento de outros equipamentos. Por esse motivo,
existem limitações na aplicação da partida direta em motores, apesar de fazer com que seus componentes
operem sob as condições de projeto.
Em geral, usa-se a partida direta no acionamento de motores trifásicos de até cinco CV, mas, dependen-
do do caso, determina-se que a potência máxima seja de dez CV.
Após esse valor, o superdimensionamento da instalação elétrica tornará o projeto inviável por questões
financeiras, se comparada com outros tipos de partida e pela consequente queda de tensão na rede.

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 68 -  Circuito de força e comando para partida direta


Fonte: do Autor (2015)

Para realizar a inversão no sentido de rotação de um motor trifásico, basta trocar um par de fases nos
terminais, mantendo a terceira fase conectada na mesma posição. Esse processo pode ser realizado com
qualquer par de fases, fazendo com que o campo magnético gerado no estator do motor mude de sentido
e, consequentemente, inverta o sentido de giro do rotor.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
137

Para se evitar esforços mecânicos excessivos e picos de corrente, recomenda-se executar um processo
de frenagem antes de realizar a reversão de um motor, fazendo uma nova partida no estado de repouso.

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 69 -  Partida direta com reversão simples
Fonte: Autor (2015)

Além da reversão de motores, existem diversas aplicações onde a frenagem é importante, como no
posicionamento em esteiras, por exemplo. Isso porque, o rotor tende a continuar em movimento, devido à
propriedade da inércia, mesmo após a interrupção da alimentação, parando apenas devido ao atrito, o que
pode levar vários segundos. Entre os principais sistemas de frenagem, destacam-se a eletromagnética, a
injeção de corrente contínua e por contracorrente19.
A frenagem eletromagnética ocorre pela atuação de imãs (ou eletroímãs) que induzem uma corrente
parasita no rotor por meio da aplicação de um campo magnético. Essas correntes provocam uma força que
se opõe ao movimento do rotor, causando a frenagem do motor. Geralmente, utilizam-se sistemas que po-
sicionam os imãs próximos ao rotor durante o processo de parada, ou ainda o chamado freio de Foucault,
que gera as correntes parasitas através da energização de eletroímãs.
A frenagem por injeção de corrente contínua, como o próprio nome diz, é realizada pela interrupção
da alimentação em corrente alternada e substituída por corrente contínua. Este processo faz com que o
campo magnético do estator, que era variável para gerar o movimento, seja interrompido e, gerando um
campo magnético constante em seu lugar, realiza a frenagem do motor de maneira proporcional à inten-
sidade da corrente aplicada.

19 Corrente que se opõe ao sentido de uma corrente referencial


MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
138

Por fim, a frenagem por corrente é bastante simples, consistindo num processo similar ao da reversão
de motores. Assim, há uma inversão do campo magnético através da troca de um par de fases por um de-
terminado período até que o rotor estacione. Como dito anteriormente, esse sistema de frenagem pode
causar desgaste e picos de corrente no sistema elétrico, tendo seu uso limitado pela potência do motor.

CURIOSI Para determinar a velocidade do rotor, utiliza-se um equipamento chamado,


DADES tacômetro que serve para medir o número de rotações por unidade de tempo.

A partida estrela-triângulo é um método muito comum na indústria para amenizar o pico de corrente
na partida de motores elétricos e se baseia na utilização de um valor de tensão menor nas bobinas do mo-
tor no início do processo, quando parte do repouso, provocando uma consequente redução na corrente
elétrica.

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 70 -  Partida estrela-triângulo


Fonte: do Autor (2015)

Inicialmente, as bobinas são alimentadas na topologia estrela, sendo que, para operar de acordo com o
projeto, a topologia deve ser em triângulo (alimentação em tensão nominal). Lembre-se de que as bobinas
do motor sempre são projetadas para a menor tensão, que é a tensão da ligação triângulo. Isso faz com
que a tensão nas bobinas seja de 1/√3 da tensão nominal na partida e, após o motor atingir pelo menos
90% da sua velocidade nominal, ocorrerá a manobra que faz a ligação em triângulo, aumentando o torque
do motor.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
139

Caso o motor não atinja um valor de velocidade próximo da nominal, a


FIQUE mudança de estrela para triângulo causará um pico de corrente alto, parecido
ALERTA com o da partida direta, o que não justificaria o uso da partida estrela-
triângulo.

A corrente de partida do motor será reduzida a cerca de 1/3 do seu valor do que seria em partida di-
reta, amenizando proporcionalmente o pico de corrente, fato que possibilita utilizar o método da partida
estrela-triângulo em motores de potências maiores.
No entanto, deve-se verificar algumas condições para a utilização desse tipo de partida. É essencial que
o motor trifásico tenha seis terminais, para que seja possível realizar as topologias (estrela e triângulo) com
a possibilidade de aplicação dos dois níveis de tensão. Além disso, o motor deve partir a vazio, já que o
conjugado estará reduzido e só após atingir a velocidade nominal, em triângulo, aplica-se a carga plena.
A partida compensada é um método no qual é possível partir com carga nominal acoplada ao motor,
o que faculta o uso de níveis de tensão intermediários e reduz consideravelmente os picos de corrente,
porém é necessário um espaço físico maior e exige um custo maior de aplicação.
O processo de partida consiste na utilização de um transformador que reduz a tensão das bobinas do
motor, com base no número de espiras que é alimentada, determinando o nível de tensão em porcenta-
gem em relação à nominal (tap).
Como a tensão aumenta gradualmente, há uma redução nos picos de corrente proporcional ao tap
que for conectado, permitindo a partida de motores de potência elevada. Quando o motor estiver com
velocidade próxima à nominal, aplica-se 100% da tensão nominal no motor, o que permite a operação de
projeto. Aline da Silva Regis (2015)

Figura 71 -  Compensadora
Fonte: Adaptado de Moraes (2013)
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
140

A partida série-paralelo é outro método que reduz o pico da corrente de partida no motor com a apli-
cação da metade da tensão no início do processo e, depois de atingir uma velocidade próxima da nominal,
aplica-se a tensão total. Este tipo de partida é utilizado apenas em casos específicos, onde os motores
possuem no mínimo nove terminais e permitem receber a alimentação em quatro níveis de tensão. Desta
forma, pode-se realizar dois tipos de ligação: triângulo série-paralelo e estrela série-paralelo.
Na partida série-paralelo, aplica-se, em um primeiro momento, a tensão da rede com a topologia série
nas bobinas, que suporta até o dobro da tensão imposta, acarretando numa corrente bem menor, devido
à impedância dos enrolamentos. Depois do acionamento, faz-se a comutação para a topologia paralelo,
mantendo a mesma tensão e fazendo com que as bobinas operem sob condições nominas.
A diferença entre as topologias triângulo, série-paralelo e estrela série-paralelo, está na ligação que
cada um permite operar em dois dos quatro níveis disponíveis no motor. É importante destacar que, como
a corrente de partida ficará bastante reduzida na partida série-paralelo, a carga plena deve ser aplicada
somente no estado nominal de operação. Por isso, deve-se impor que o motor parta a vazio neste caso.
Agora, conheça as partidas eletrônicas.

7.4.3 PARTIDAS ELETRÔNICAS

Além das partidas eletromagnéticas, existem as partidas eletrônicas, que ficaram acessíveis depois da
evolução da tecnologia dos semicondutores e dos transistores. Estes acionamentos eletrônicos possibili-
tam diversas vantagens em relação às partidas convencionais. Porém, a implantação de um equipamento
eletrônico, como uma soft start ou um conversor de frequência, exige uma análise minuciosa de acordo
com as necessidades do usuário, para justificar os custos aplicados que são relativamente bem mais eleva-
dos.
A partida suave, também chamada soft starter, é utilizada no acionamento de motores elétricos quando
se deseja realizar um arranque com uma aceleração controlada, sem mudanças abruptas de tensão, como
ocorrem nas partidas direta, estrela-triângulo, compensada e série-paralelo. Dessa forma, o conjugado do
motor não fornecerá trancos no sistema, devido ao controle da corrente de partida, que evita picos no seu
valor, reduzindo os esforços mecânicos e aumentando a vida útil do motor.
O funcionamento da partida suave se baseia no controle da alimentação elétrica por meio de um cir-
cuito eletrônico de potência, que realiza o ajuste na tensão de saída, gerando uma corrente de partida
gradual, com variações muito pequenas ou desprezíveis.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
141

Esse controle é configurado previamente pelo operador para determinar o comportamento do aciona-
mento do motor, as chamadas rampas de aceleração e desaceleração.

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 72 -  Rampa de aceleração de uma soft starter
Fonte: Adaptado de Fernandes (2014)

As rampas da soft starter são geradas através de elementos chamados tiristores, responsáveis por de-
terminar o chaveamento da tensão de saída, cujo valor eficaz varia gradualmente até a tensão nominal,
realizando a partida suave.
O valor da tensão inicial pode ser ajustado, podendo ser igualado ao nível de tensão capaz de movimen-
tar a carga, o que reduz o tempo de aceleração. Já a parada do motor pode ser realizada por inércia ou pela
rampa de desaceleração. Caso necessite de controle na parada, a soft starter reduz gradualmente a tensão
até um valor mínimo.
Além do arranque suave, a soft start ainda pode possuir diversas outras configurações através do seu
circuito eletrônico. Alguns modelos apresentam ajustes, como limitação de corrente, modo de economia
de energia e proteções contra anomalias na rede elétrica.
Outro equipamento muito utilizado na indústria para o acionamento eletrônico de motores é o conver-
sor de frequência, que possui funções e tecnologias mais aprimoradas do que o soft starter, possibilitando
o controle da velocidade e do conjugado do motor.
O conversor de frequência controla a rotação de um motor de corrente alternada a partir da alteração
da frequência da tensão de alimentação, cujas grandezas são diretamente proporcionais. Portanto, quanto
maior for a frequência da tensão aplicada no motor, maior será o valor da rotação no rotor. Este processo é
realizado por meio de um circuito retificador, que simula uma corrente alternada através do chaveamento
de transistores, que são posicionados estrategicamente na saída do conversor. A frequência de chavea-
mento no circuito determina qual será a frequência da tensão de alimentação da carga.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
142

No item (a) da figura abaixo, observa-se as três ondas senoidais de referência, defasadas entre si de 120º.
Estas três ondas são comparadas a uma onda portadora triangular. Considerando um ponto referencial
médio contínuo, considera-se como saídas as ondas do item (b). O final, obtém-se uma tensão de linha
como apresentada no item (c).

VR(A) VR(B) VC
VR(C)

(a)

VA

VB

VC

(b)

VAB
Nelson Viana Junior (2015)

(c)

Figura 73 -  Forma de onda modulada por largura de pulso senoidal


Fonte: Adaptado de Ahmed (2000)

Então, assim como o soft starter, o conversor de frequência também possui as funções de partida suave,
com a possibilidade de configuração das rampas de aceleração e desaceleração, controlando continua-
mente a rotação do motor e o seu torque.
O controle de um conversor de frequência pode ser do tipo escalar ou do tipo vetorial. O controle es-
calar é utilizado em situações onde há a necessidade de manter o torque nominal constante no motor
mesmo variando sua velocidade, não devendo ser utilizado em aplicações críticas ou que exijam precisão.
O controle vetorial, por sua vez, é usado quando se necessita de precisão na regulação da velocidade do
motor com alta dinâmica de resposta e dispondo torque linear com oscilações baixas, mesmo com varia-
ção de carga.
Na sequência, você terá a oportunidade de estudar as máquinas elétricas.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
143

7.5 MÁQUINAS ELÉTRICAS

Os dispositivos elétricos e eletroeletrônicos de proteção, e outros estudados neste capítulo são usados
para permitir a funcionalidade de máquinas elétricas. São consideradas máquinas elétricas os geradores,
transformadores e motores elétricos. Nas indústrias, a máquina elétrica mais utilizada é o motor elétrico.
Entender o funcionamento do motor elétrico é essencial para o técnico em eletromecânica. Neste livro é
feita uma apresentação inicial do motor elétrico com os conhecimentos básicos necessários para o seu
entendimento.
Os transformadores e autotrasformadores são equipamentos constantes em toda empresa, em peque-
no ou em maior porte. É importante conhecer os seus principais conceitos e características.
Você vai estudar conceitos básicos de geradores. Geradores são necessários para manter sistemas es-
senciais, inclusive nas situações de falha de fornecimento de energia. Normalmente não atuam na empresa
inteira, mas apenas em setores considerados vitais nas situações de emergência.

7.5.1 GERADORES

Os geradores elétricos são máquinas dedicadas a transformar energia mecânica em energia elétrica. No
Brasil, é normal o uso de quedas de águas para produção de energia elétrica, chamadas de energia poten-
cial. Basicamente, é a água que entra em um tubo no ponto mais alto e, no seu final, ponto mais baixo, a
água encontra as pás de uma turbina, movendo-a. Essa turbina é projetada para conseguir maior rotação
possível dentro do seu próprio eixo a partir da força da água. Desta forma, consegue mover o gerador co-
nectado ao eixo da turbina, que tem a finalidade de transformar todo o movimento mecânico da turbina
em energia elétrica. Além de a energia ser limpa e renovável, seu rendimento tem alto índice, chegando a
transformar cerca de 80 a 90% da energia mecânica em energia elétrica útil.
Thinkstock ([20--?])

Figura 74 -  Gerador
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
144

Há dois tipos de geradores: dínamo, para produzir corrente contínua; e alternador, para produzir corren-
te alternada. Os dois modelos têm o mesmo princípio, necessitando de um imã em seu rotor, podendo ter
2,4, 6, ou mais polos. Esse rotor entra em movimento, que faz uma variação no campo magnético das bobi-
nas do estator, fornecendo, assim, energia elétrica. O que define se a energia que está sendo produzida é a
corrente alternada ou corrente contínua, é o tipo de contato das escovas, sendo um anel para o alternador,
ou coletor para um dínamo.
Você já estudou sobre o princípio eletromecânico de funcionamento do gerador de corrente alternada
no capítulo sobre eletrotécnica, contudo, vale a pena ainda reforçar que o gerador de corrente alternada
tem seu rotor girando com tais imãs influenciando as bobinas do seu estator com seu campo magnético,
hora a tensão estará positiva e hora negativa, dependendo do instante em que se meça a tensão. Por isso,
afirma-se que a corrente ou a tensão é alternada.
A figura 29, no capítulo Eletrotécnica, apresenta o funcionamento do gerador alternador. Perceba que
o movimento giratório do gerador cria o formato senoidal da onda de tensão.
Quando há esse movimento 60 vezes em um segundo, tem-se a frequência 60 Hz. Se o movimento for
feito 50 vezes em um segundo, a frequência da tensão é 50 Hz.

alternado
entrada
saida de energia

caixa d´agua
roda
trilha
co

peltron
r
re
a i
su
po

registro
rt
e

ão
ulaç
tub Julio Cesar Borchers (2015)

parafuso chumbador

Figura 75 -  Exemplo de gerador com turbina


Fonte: Adaptado de Alterina (2015)

No Brasil, das 18 horas às 21 horas, o KWh fica mais caro que nos outros horários, isso porque a rede está
sendo solicitada por chuveiros, eletrodoméstico e iluminação, sem contar com a iluminação pública, che-
gando a quase triplicar a conta nesse horário para as empresas. Os empresários, sabendo disso, recorrem
muitas vezes à instalação de geradores a diesel, à gasolina ou a gás. Essa decisão depende do momento
econômico, ou seja, do valor de cada combustível em relação ao custo do KWh20. Mas, a lógica é simples: é
preciso comprar o gerador que produza o KWh mais barato possível.
Nas empresas, o gerador funciona da seguinte maneira: conecta-se o eixo do gerador no eixo do motor
à combustão, chegando no horário programado, o sistema desliga a rede e liga o gerador automaticamen-
te, de maneira simultânea, muitas vezes imperceptível. Existem vários fabricantes desse sistema no Brasil.

20 Unidade de medida de energia, utilizada normalmente para medir a energia elétrica fornecida pelas concessionárias de energia.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
145

Em casos de fundições, os geradores podem ser usados apenas para emergência, em caso de queda
de energia. Normalmente, os geradores alimentam bombas que refrigeram os altos-fornos. Caso haja uma
falha nesse sistema, poderá acontecer a queima de um alto-forno, ocasionando uma grande quebra de
produção. Por isso, em alguns casos, mesmo que o sistema entre automaticamente, não é recomendado
deixar o gerador fazer a manobra sem a supervisão de um profissional.
Acompanhe agora como funcionam os motores elétricos.

7.5.2 MOTORES ELÉTRICOS

Segundo Franchi (2008, p.17), “O motor elétrico é um dispositivo que transforma energia elétrica em
mecânica, em geral, energia cinética, ou seja, num motor, a simples presença da corrente elétrica, seja
contínua ou alternada, garante movimento em um eixo, que pode ser aproveitando de diversas maneiras,
dependendo da aplicação do motor.”
Estima-se que a disposição de motores elétricos em máquinas e equipamentos chegam a consumir cer-
ca de 70 a 80% da energia elétrica, ou seja, energia elétrica transformada em energia mecânica para todo
o tipo de finalidade imaginável. É um assunto de grande relevância econômica, uma vez que o comércio
de motores em todo o mundo pode chegar a dezenas de bilhões de dólares por ano (FRANCHI, 2008). Na
década de 80, a indústria brasileira produziu aproximadamente três milhões de unidade por ano. Avalia-
-se que o motor acima de 20 CV chegou a mais de 80 milhões de unidades. Sabendo que normalmente o
rendimento desses motores é de 80%, fica evidente o que se perde de energia nesse tipo de transformação.
(FRANCHI, 2008).
A seguir, serão apresentados os deferentes tipos de motores elétricos.
a) Motores DC – Conhecidos por ter grande precisão de posicionamento e velocidade, usado em
grande escala, quando existe essa necessidade. “O torque é diretamente proporcional à intensidade
do fluxo magnético nas bobinas de campo e tem seu valor mais alto na velocidade mais baixa, por-
tanto o motor de corrente contínua com controle de velocidade por reostato de campo é consid-
erado uma máquina de potência mecânica constante, já que o torque é proporcional à corrente nas
bobinas de campo.” (BONACORSO; NOLL, 2009, p.31).
b) Motores AC – Estima-se que 90 % dos motores são do tipo indução de gaiola (FRANCHI, 2008). Em
motores de corrente alternada, o fluxo magnético do estator é gerado pelas bobinas de campo, que
se alternam devido à frequência da rede, como apresentado anteriormente ao se tratar dos gera-
dores.
Então, internamente seu campo fica mudando frequentemente, hora positivo, hora negativo.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
146

Thinkstock ([20--?])
Figura 76 -  Motor de indução

c) Motor Síncrono – O motor gira em sincronia, ou na mesma frequência da corrente do estator. “O ro-
tor é constituído por um imã permanente ou bobinas alimentadas em corrente contínua mediante
anéis coletores.” (BONACORSO; NOLL, 2009, p.32).
Vantagem dos Motores Síncronos em relação aos motores de indução:
1) motores síncronos fornecem força mecânica e têm a particularidade de corrigir o fator de potência.
2) possuem rendimentos superiores aos motores à indução, quando se trabalha com fator de potência
unitário. (FRANCHI,2008).
c) Motor Assíncrono ou de Indução: São motores que têm o induzido em curto-circuito, em formato
de “gaiola de esquilo”. O campo do estator induz campo magnético ao induzido, que, por sua vez,
resiste ao campo magnético do estator. Ocorre que o induzido começa a girar em uma velocidade
inferior à frequência da corrente do estator, perdendo a sincronia, chamada de escorregamento,
expressada pela letra “S”. (BONACORSO; NOLL, 2009). Os motores trifásicos mais usados são os as-
síncronos, gaiola de esquilo, conhecido pela sua robustez, custo, facilidade de inversão de fases.
(FRANCHI, 2008). E sua velocidade se comporta conforme expressão:

120𝑥𝑥 𝐹𝐹
ൌ 
𝑁𝑁ú𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝

Sendo:
P = números de polos;
F= Frequência da rede.

Equação para estimar o Escorregamento S

ൌ•Ǧ
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
147

Onde :
N= Velocidade Nominal em Rpm
Ns = velocidade síncrona em Rpm
S = Escorregamento

SAIBA Para ampliar seus conhecimentos sobre motores elétricos acesse o site: <http://www.
MAIS brasilescola.com/fisica/eletricidade-acionamento-motores-eletricos.htm>.

O que levar em consideração no momento da escolha de um motor? Para tirar o que há de melhor
desses motores, é necessário observar alguns fatores, como: fonte de alimentação, condições ambientais,
exigência de carga, condições de serviços, consumo, manutenção e controlabilidade (FRANCHI, 2008).
a) Fonte de alimentação: Qual a tensão que será aplicada no motor? Qual frequência?
b) Condições ambientais: Em que tipo de ambiente esse motor vai ser instalado? No tempo? Tem poe-
ira? Ambiente agressivo? A temperatura é alta?
c) Exigências da carga e condições de serviço: Qual a potência solicitada? Qual o RPM? Quanto tem-
po ficará ligado? Qual o tipo de esforço mecânico?
d) Consumo e manutenção: É fácil adquirir peças para tal motor? Há assistência técnica disponível? O
motor é confiável?
e) Controlabilidade: É necessário precisão no torque? É necessário troca de velocidade? Precisa de
controle na hora da partida?
f) Constituição de um Motor Trifásico
g) Um motor elétrico é basicamente constituído de circuito magnético estático, bobinas e rotor.
(FRANCHI,2008).
h) Circuito magnético: composto por chapas especiais que se chamam ferromagnéticas empilhadas e
isoladas entre si, ou seja, o estator.
i) Bobina: são fios esmaltados, enrolados dentro das cavas do estator. É a bobina responsável em fazer
o campo magnético que induzirá o rotor.
j) Rotor: é formado pelas mesmas chapas ferromagnéticas que constituem o motor. Tem condutores
internos que estão curto-circuitados, sendo projetados de maneira que sofram indução do estator.
O rotor deve ter a distância mais próxima possível do estator, denominado de entreferro. Assim,
diminui-se a corrente em vazio, que conduz as perdas e colabora para o aumento do fator de potên-
cia. Um motor trifásico funciona como se fosse um transformador, seu estator funciona como se
fosse o enrolamento primário e o rotor se comporta como o secundário do transformador em curto-
circuito. No momento da energização, exige-se uma corrente 7 vezes maior que a corrente nominal.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
148

À medida que o rotor se move, começa a diminuir a diferença entre o campo girante da velocidade o
campo magnético. Desta forma, a corrente começa a se aproximar da corrente nominal.

9
2 10
8

11

Karolina Machado Prado (2015)


5
7
6 4
12
3 1

Figura 77 -  Motor trifásico


Fonte: Adaptado de Franchi (2008)

ESTATOR ROTOR OUTRAS PARTES


1-Carcaça 7-Eixo 4-Tampa
2-Núcleo de Chapas 3-Núcleo de Chapas 5-Ventilador
8-Enrolamento Trifásico 12-Barras e anéis de curto-circuito 6-Tampa defletora
9-Caixa de Ligação
10-Terminais
11-Rolamentos
Tabela 11 - Constituição do motor elétrico trifásico
Fonte: Adaptado de Franchi (2008)

Rendimento de um Motor Trifásico


De acordo com Franchi (2008), “Rendimento é a relação entre a potência ativa fornecida pelo motor e a
potência ativa solicitada pelo motor à rede”. Essa relação pode ser expressa matematicamente da seguinte
forma:
Ƞ= Potência ativa fornecida pelo motor/potência solicitada pelo motor à rede.
Ƞ = Psaída/Pentrada.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
149

Devido à propriedade dos materiais, entre ferro ou espessuras das chapas aplicadas na fabricação do
motor, poderá haver alteração em seu rendimento, ou seja, quanto mais nobre for os materiais aplicados,
melhor será o rendimento do motor.
Cálculo de Potência de um Motor Trifásico
Este cálculo define a real potência absolvida pelo motor trifásico. Serve para qualquer tipo de esquema
de ligação. (FRANCHI, 2008).

ൌ Ǥ Ǥ𝜑𝜑. ƞ. 1,73

Sendo:
P = Potência Nominal;
VI = Tensão entre duas fases;
Ƞ= Rendimento;
COSφ = Fator de potência do motor.
Normalmente, estes dados são encontrados na placa de identificação do motor.
Você sabe como funcionam os transformadores? Acompanhe.

7.5.3 TRANSFORMADOR

Normalmente o transformador é composto por dois enrolamentos, formando o enrolamento primário


e o enrolamento secundário, isolados entre si e enrolados no mesmo núcleo.
Funciona da seguinte forma, uma corrente alternada circula por um dos enrolamentos e cria, em seu nú-
cleo, um campo magnético alternado, induzindo, assim, uma força eletromotriz no segundo enrolamento
por causa da ajuda do seu núcleo de ferro, que é comum aos dois enrolamentos. Desta forma, consegue-
-se obter uma diferença de potencial nos terminais do enrolamento secundário. Sendo assim, é possível
transmitir potência do enrolamento primário para o secundário. Dando ainda a aptidão de poder usar
qualquer enrolamento como primário ou secundário. Mas, cuidado ao usar esse ampliador, pois a potência
consumida de um transformador deve ser inferior à potência fornecida. Caso contrário, haverá aquecimen-
to e depois a queima. Isso acontece devido às perdas térmicas em estrutura. Estas perdas são expressas de
maneira matemática como I2 x R dos enrolamentos primário e secundário.
Mesmo havendo tais perdas, consegue-se, com esse dispositivo, um rendimento superior a 90%, po-
dendo alcançar 99%, em grandes instalações. Lembrando que, para poder usufruir de todos os benefícios
que um transformador, é necessário alimentá-lo com uma fonte de tensão alternada. Como o princípio da
indução depende da variação do campo magnético, o transformador não funciona em corrente contínua.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
150

Primário Secundário
Ligação Triângulo Ligação Estrela
F F

127 V

220 V
220 V
13,8kv
13,8kv

Karolina Machado Prado (2015)


127 V
F
F
13,8kv

127 V

220 V
F F

Figura 78 -  Esquema de ligação do transformador trifásico


Fonte: do Autor (2015)

Auto Transformador:
De acordo com Sadiku, Alexander e Musa (2014, pg 58), o auto transformador, também conhecido
como autotrafo, é um transformador com apenas 1 enrolamento. Suas vantagens são menor peso e tama-
nho. Por isso é normalmente utilizado em eletrodomésticos e computadores. Sua principal desvantagem
é que ele não proporciona o isolamento elétrico que o transformador de 2 enrolamentos possui. A figura
abaixo mostra a simbologia esquemática de um autotransformador.

230 V

Primário 120 V
Aline da Silva Regis (1016)

Secundário

0V 0V
Figura 79 -  Auto transformador
Fonte: do Autor

Conforme pode ser visto na figura acima, o segundo enrolamento do autotrafo é derivado diretamente
do primeiro. Assim é possível fazer a mudança no valor da tensão. Ou seja, se a derivação for feita exa-
tamente na metade do enrolamento, então a tensão de saída será a metade da tensão de entrada. Se a
derivação for feita em 80% do primeiro enrolamento, a tensão de saída será 80% da tensão de entrada e
assim por diante.
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
151

Em algumas literaturas, essas derivações são conhecidas como tap.


Alguns circuitos de partida de motores ainda utilizam o autotransformador para diminuir a tensão no
momento da partida. Esse tipo de partida tem algumas desvantagens que são o tamanho do painel neces-
sário, pois o autotransformador ocupa muito espaço e o aquecimento. Quando há um autotransformador
partindo um motor somente é possível fazer 2 ou 3 partidas, pois o autotrafo aquece e pode entrar em
curto.

Transformadores de Múltiplos Enrolamentos


De acordo com Fitzgerald (2006, p. 94), “São transformadores com três ou mais enrolamento, conheci-
dos como transformadores de múltiplos enrolamentos ou de múltiplos circuitos, são usados frequente-
mente para interconectar três ou mais circuitos que podem ter tensões diferentes”. Frequentemente são
encontrados transformadores com um primário e múltiplos secundários em circuitos eletrônicos de Cor-
rente Contínua de saída, podendo ter uma vastidão de aplicações em eletrônica. Custa menos que ter dois
ou mais transformadores com o mesmo propósito. Outro fato é que, quando um projetista faz ou planeja
um circuito, o peso e o espaço ocupado é algo de grande relevância.
Requisitos para Transformadores para redes aéreas de distribuição – ABNT 5440
Aqui serão demostrados alguns detalhes da norma que devem ser respeitado quando se trata transfor-
madores para rede aérea, tanto para rede trifásica quanto para rede monofásica.
Para transformadores maiores, deverá ser consultada outra norma.

MONOFÁSICO KVA TRIFÁSICO KVA


5 15
10 30
15 45
25 75
37,5 112,5
50 150
75 225
100 300
Tabela 12 - Potência nominal de motores monofásicos e trifásicos
Fonte: Adaptado de ABNT (2004)

Transformadores de grandes instalações são diferentes de transformadores usado em eletrônica. Por


terem grandes potências e trabalhar grandes tensões, necessitam de refrigeração e cuidados com os iso-
lamentos.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
152

Existem dois tipos de transformadores: o transformador a óleo e o transformador a seco. Ambos podem
ser trifásico ou monofásico. O transformador a seco é feito para suportar o fornecimento de energia sem
qualquer refrigeração em condições normais. Já o transformador a óleo usa o óleo justamente para refri-
gerá-lo. O óleo é especial e de tempos em tempos precisa ser feito uma análise para saber se ele está aten-
dendo a seu regime de trabalho. E, com essa mesma análise, os especialistas conseguem visualizar taxa de
carbono crescente, que pode ser usado para determinar o final da vida útil do componente. Isso permite à
equipe de manutenção da empresa providenciar a troca do equipamento antes da falha. Qualquer isolante
aplicado nesses equipamentos devem atender a requisitos mínimos da NRB 5440 e do IEC 60085:2012.
Os óleos usados são (ABNT 5440):
a) Óleo mineral do tipo A (base naftênica) ou do tipo B (base parafínica), de acordo com as resoluções
vigentes da ANP- Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustível.
b) Óleo vegetal, de acordo com a NBR 15422.
A seguir, observe as especificações de um transformador trifásico a óleo.

13
1 Det. A

3 5
11 x0 x1 x2 x3 E
D
12
A

7
6
B

4
9

8
S
10 H1 H2 H3
x0 x1 x2 x3
Detalhe A
2
F
G

C C

8 8
S S
Nelson Viana Junior (2015)

10 H1 H2 H3 10 H1 H2 H3

2 2
F F F F
G
G

Figura 80 -  Desenho de um transformador trifásico a óleo


Fonte: Adaptado de ABNT (2004)
7 MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
153

Observe a legenda.
1) Bucha de alta tensão
2) Bucha de baixa tensão
3) Alça de suspensão
4) Suporte para fixação ao poste
5) Acionamento externo do comutador
6) Placa de identificação
7) Dispositivo de aterramento
8) Radiadores
9) Estrutura de apoio
10) Marcação dos terminais externos AT
11) Marcação dos terminais externos BT
12) Placa de identificação (alternativa)
13) Dispositivo de alivio de pressão
S área para locação das buchas AT
Antes de prosseguir, faça uma revisão dos conhecimentos estudados neste capítulo lendo o recapitu-
lando.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você pôde estudar os tipos de fios, cabos e instalações utilizados nas montagens
elétricas de circuitos e máquinas. Além disso, também pôde identificar os equipamentos de
comando, como contatores, botoeiras e temporizadores, e os equipamentos de proteção, como
fusíveis, disjuntores, relés de sobrecarga, sobre tensão e falta de fase. Entendeu a importância de
se seguir procedimentos e normas quanto às instalações e à montagem dos circuitos.
Também compreendeu como funcionam os geradores, transformadores e motores, que são
máquinas elétricas presentes em todos os tipos de indústrias e que farão parte do seu dia a dia
como técnico. Além disso, você conheceu as formas de dar partida em um motor elétrico e quais
suas vantagens e desvantagens.
Continue com os estudos.
Automação

A automação é tão presente nas nossas vidas que já não é mais uma novidade. Por exemplo,
em muitas residências é comum existir um portão eletrônico. Se você observar, este é um siste-
ma de automação simples e nele você tem os principais elementos de sistemas de automação
das indústrias. Quando você aciona o controle remoto para abrir o portão, este vai emitir um
sinal para o controle central que vai ligar um motor elétrico. O portão então se move até que
um sensor fim de curso indique que o portão deve parar. Após uma contagem de tempo, ou
após o acionamento do controle remoto, o portão vai fechar se movendo até que encontre
outro sensor fim de curso. Cada funcionamento de portão tem suas particularidades, mas de
forma geral o sistema tem de estar energizado, deve ter dispositivos eletrônicos como senso-
res, controladores e finalmente os atuadores.
A automação presente nas indústrias possui os mesmos elementos citados. Claro que para o
ambiente industrial a variedade de elementos aumenta. Os recursos tecnológicos disponíveis
para automação permite inclusive falar em níveis de automação ou níveis de automatismo.
Você pode ter um processo ou máquina com funcionamento manual, semi-automático ou au-
tomático. Em um processo manual o operador necessita estar presente e interferir toda vez
que for necessário. A presença do homem acontece o tempo inteiro. Os mecanismos de acio-
namento dos motores e máquinas são robustos e normalmente baratos. Em um nível de fun-
cionamento semi-automático parte do processo manual é substituído por dispositivos e outra
parte necessita da ação direta do homem para seu completo funcionamento. Em um sistema
completamente automatizado o homem normalmente acompanha o que acontece, mas não
precisa fazer nada além de apertar o botão que liga o sistema.
Este capítulo fará introdução ao estudo de componentes eletromecânicos como sensores, e
dispositivos de controle automáticos. Os sensores são elementos que fazem a identificação de
condições em processos e máquinas industriais, e estas informações são enviadas aos contro-
ladores, que enviam sinais elétricos para outros dispositivos atuadores, interferindo em proces-
sos sem a interferência imediata do homem.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
156

Neste capítulo você estudará os componentes eletrônicos gerais. São componentes que permitem
melhorias no desempenho de máquinas e equipamentos permitindo conseguir vantagens diversas como
fator de ganho com diminuição de tempo de produção, redução de falhas em processos, diminuição de
recurso e aumento da lucratividade. Então, para iniciar seus estudos, serão apresentados os componentes
utilizados na automação.

8.1 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS

Para que uma máquina ou processo seja automatizado, muitas vezes são necessárias informações ge-
radas durante o processo. Para atender esta necessidade, existem os componentes eletroeletrônicos co-
nhecidos como sensores. No universo da automação, são utilizados diversos tipos de componentes nos
projetos, sendo os sensores alguns dos principais.
Para saber a temperatura de um ambiente ou equipamento, para medir a pressão em uma tubulação,
para realizar a seleção de materiais em um processo produtivo, você precisa conhecer sobre sensores. Além
disso, deve saber os diferentes tipos, suas características e aplicações.
Partes destes parâmetros podem ser configuradas internamente nos controladores de processos de
automação.
Entre os tipos de componentes eletromecânicos destacam-se:
a) sensor indutivo – seu princípio de funcionamento se baseia em um campo eletromagnético gerado
por uma bobina no seu interior que detectam a proximidade de peças metálicas, sem precisar de
contato do sensor com a peça.
b) sensor capacitivo – dois eletrodos criam no sensor capacitivo um campo elétrico que detectam
materiais diversos, sendo indicado para materiais não condutores.
c) sensor óptico – este sensor tem seu funcionamento baseado na transmissão e recepção de luz in-
fravermelha. O objeto a ser detectado aciona o sensor refletindo ou interrompendo esta luz.
d) sensor sonar – conhecido também como ultrassônico, este sensor emite e recebe ondas sonoras.
O tempo entre o envio e recepção do som indica a proximidade do objeto ao sensor. Pode detectar
qualquer tipo de material.
e) sensor magnético – são sensores ativados com a presença de campos magnéticos, podendo ser
usados em sistemas de contagem, verificação da velocidade de rotação de eixos.
f) sensor de temperatura – os sensores de temperatura mais comuns são os termopares, que utilizam
dois condutores metálicos diferentes em que um dos condutores se dilata em virtude da variação de
temperatura a que está submetido. Uma corrente circula pelo sensor proporcionalmente a diferença
de temperatura entre os termopares.
g) chaves fim de curso – sensor eletromecânico que é acionado quando um objeto toca o sensor, en-
viando um sinal elétrico para um sistema de controle.
h) termostato – dispositivo que serve para manter uma temperatura dentro de um limite entre uma
8 AUTOMAÇÃO
157

temperatura mínima e uma temperatura máxima. Um sensor de temperatura envia um sinal para um
interruptor elétrico que liga ou desliga um equipamento que vai aquecer ou resfriar até alcançar um
padrão de temperatura desejada.
i) pressostato – dispositivo utilizado para controlar a pressão de equipamentos e processos industri-
ais. Necessita de um sensor de pressão, um ajuste de set-point , e uma chave de duas posições (ab-
erto/fechado). Existem pressostatos do tipo fixo ou ajustável, de contato SPDT e DPDT, e pressotato
diferencial.
Os sensores industriais estão presentes em praticamente todas as instalações industriais. São respon-
sáveis, por exemplo, pela identificação de posicionamentos de peças e registro de grandezas como tem-
peratura e pressão. Entender o funcionamento dos sensores permite compreender certas condições de
instalação que garantem seu funcionamento.
Os sensores industriais podem ser classificados segundo o tipo de sinal que geram: digital ou analógico.
Sinal digital - 0 sinal digital faz uso de apenas dois estados: alto e baixo. Pode-se considerar estes dois
estados como com tensão/sem tensão, valores alto/baixo, aberto/fechado, ligado/desligado, 1/0, on/off.
Sinal analógico – O sinal analógico permite o uso de infinitos de valores, dentro de uma especificação
de um valor máximo e mínimo.
Os sensores alimentam outros dispositivos que fazem o controle de equipamentos e de sistemas auto-
matizados. Quando se trata da montagem e instalação de sensores elétricos deve-se sempre observar as
recomendações dos manuais de instalação. Os cabos dos sensores não devem ser instalados junto de ca-
bos de força que fazem a alimentação dos motores de máquinas e equipamentos. Os sensores analógicos
que geram e transmitem sinais analógicos aos controladores industriais, são mais propensos a interferên-
cias eletromagnéticas geradas pelos cabos de força, podendo causar ruídos e consequentemente erros na
transmissão do sinal analógico.
Segundo Capelli (2007, p. 176), quanto a forma de interligação dos sensores aos diferentes circuitos da
instalação, destacam-se os seguintes padrões:
a) Conexão a dois fios – este sensor interrompe ou estabelece a alimentação da carga, dependendo da
sua especificação e instalação como normalmente aberto (NA) ou normalmente fechado (NF);
b) Conexão a três fios – possui dois fios de alimentação nas cores marrom (+) e azul (-), e um fio preto
que fornece o sinal para o controlador, e possui contatos normalmente aberto tipo PNP ou NPN e
normalmente fechado tipo PNP ou NPN;
c) Conexão a quatro fios – possui dois fios de alimentação e um de sinal, como na conexão a três fios, e
mais um quarto fio para contatos do tipo reversível.
d) Ainda segundo Capelli (2007, p 179), além destas opções, pode-se ter a caracterização das saídas
positivas e negativas:
e) Saída positiva – o circuito do sensor tem um terminal negativo fixo e o sinal de saída é um terminal
positivo que atua por chaveamento.
f ) Saída negativa – o circuito do sensor tem um terminal positivo fixo e o sinal de saída é um terminal
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
158

negativo que atua por chaveamento.


O que são sensores capacitivos? Acompanhe.

8.1.1 SENSORES CAPACITIVOS

Os sensores capacitivos são projetados para trabalhar gerando um campo eletrostático. Ele detecta as
mudanças neste campo, que ocorrem quando algo entra em sua área de detecção. O sensor capacitivo é
constituído internamente por uma ponta capacitiva, um oscilador, um retificador de sinal, um circuito de
filtragem e um circuito de saída.

Para conhecer melhor o funcionamento dos sensores capacitivos, visite


SAIBA o site: Digel: http://www.digel.com.br/novosite/index.php?option=com_
MAIS content&view=article&id=68:o-que-e-um-sensor-capacitivo&catid=42:tecnicos&Item
id=69

Quando não há objeto no campo eletrostático, o oscilador está inativo; quando o objeto se aproxima,
ocorre uma mudança na capacitância do circuito, atingindo um valor predeterminado, que irá ativar o osci-
lador e consequentemente o circuito de saída, indicando detecção do objeto. Este tipo de sensor é usado
para detectar materiais não metálicos, como peças plásticas, líquidos ou grãos.
Agora, conheça os sensores indutivos.

8.1.2 SENSORES INDUTIVOS

Os sensores indutivos são componentes capazes de detectar a aproximação de um objeto metálico,


não necessitando do contato físico entre eles. São altamente imunes à vibração e a choques mecânicos.
Dependendo da sua construção, pode-se utilizá-los imersos em óleo, por exemplo.
Como este tipo de sensor trabalha pelo princípio da indução eletromagnética, pode-se comparar seu
funcionamento com o de um transformador. O sensor possui um oscilador internamente e uma bobina
que, juntos, formam um campo eletromagnético fraco. Quando um objeto metálico entra nesse campo
fraco, pequenas correntes são induzidas na superfície deste objeto. Devido a esta interferência, parte do
campo magnético produzido pelo sensor passa para o objeto, que faz com que haja uma queda na am-
plitude da oscilação gerada pelo oscilador interno, causando uma queda de tensão no circuito. Quando o
circuito de detecção do sensor percebe esta queda de tensão, ele muda o estado de saída, avisando que
um objeto metálico foi detectado.
8 AUTOMAÇÃO
159

A seguir, pode-se verificar o funcionamento deste tipo de sensor

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 81 -  Princípio de funcionamento de sensores indutivos


Fonte: Adaptado de Barra (2009)

Conheça agora os sensores óticos.

8.1.3 SENSORES ÓTICOS

Os sensores óticos trabalham com a detecção da luz. Eles têm a vantagem de serem muito mais rápidos
que os sensores mecânicos, pois não possuem partes móveis. Estes sensores podem ser dos mais variados
formatos e de diferentes funções, como, por exemplo, fim de curso e encoder.
Emerson Rodrigo Ceolin (2015)

Figura 82 -  Sensor óptico


Fonte: Fonte: Adaptado de Tectronix (2015)
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
160

FIQUE É importante observar o ambiente onde o sensor será aplicado, pois vibrações e
ALERTA poeira podem interferir no seu funcionamento.

Na sequência, estude os sensores magnéticos.

8.1.4 SENSORES MAGNÉTICOS

Os sensores magnéticos possuem a finalidade de medir campos magnéticos, fluxo magnético e perme-
abilidade magnética. Eles trabalham baseados no efeito Hall, não possuem partes móveis, têm uma mar-
gem ampla de temperaturas de trabalho, boa repetitividade e frequência de funcionamento relativamente
alta.
Os sensores magnéticos possuem uma variedade de aplicações, sendo algumas:
a) detecção de objeto através de plásticos;
b) detecção de objetos em ambientes de alta temperatura;
c) medição de corrente em um condutor.
Conforme já citado anteriormente, os sensores magnéticos baseiam seu funcionamento no efeito Hall,
que nada mais é que uma consequência da força que se exerce sobre uma carga elétrica em movimento,
quando se encontra submetida a uma ação de um campo elétrico e um campo magnético.
Assim, é possível afirmar que o sensor de efeito Hall é um dispositivo de estado sólido, que forma um
circuito elétrico. Quando este passa através de um campo magnético, o valor de tensão do circuito varia de
acordo com a intensidade deste campo.
E, na sequência, saiba o que são sensores de temperatura.

8.1.5 SENSORES TEMPERATURA

Os sensores de temperatura apresentam variação de acordo com a temperatura do local onde está o
componente.
8 AUTOMAÇÃO
161

Existem diversos tipos de sensores de temperatura, sendo os principais: NTC, PTC, Tipo J, Tipo K. Os
sensores do tipo NTC funcionam da seguinte maneira: conforme a temperatura aumenta, a resistência do
componente diminui. Nos sensores do tipo PTC, o funcionamento é ao contrário, ou seja, conforme a tem-
peratura aumenta, a resistência também aumenta.
O gráfico a seguir, demonstra o comportamento destes dois componentes.

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 83 -  Padrão de funcionamento dos sensores tipo NTC e TPC
Fonte: do Autor

Nas indústrias, são utilizados, em grande quantidade, os sensores dos tipos J e K, que possuem um fun-
cionamento um pouco diferente, quando comparados aos sensores do tipo NTC e PTC.
Ao invés de variarem a resistência, eles geram uma tensão sobre seus terminais, que depende do mate-
rial do sensor. Através desta tensão fornecida pelo sensor, o controlador de temperatura poderá realizar os
cálculos e determinar a temperatura do local.
Os sensores de temperatura são amplamente utilizados hoje em dia. Quando houver a necessidade de
controle de temperatura, sempre haverá um destes para que ocorra o controle desejado.

CURIOSI Os sensores de temperatura são empregados em muitos equipamentos usados


DADES no nosso dia a dia, tais como refrigeradores, condicionadores de ar, aparelhos de
micro-ondas, carros e computadores.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
162

Emerson Rodrigo Ceolin (2015)


Figura 84 -  Sensor de temperatura
Fonte: Adaptado de Exacta (2015)

Na figura acima, você observa um exemplo de sensor de temperatura utilizado atualmente.


Chegou o momento de conhecer os sensores de ultrassom.

8.1.6 SENSORES ULTRASSOM

Este sensor possui a função de detectar objetos não muito pequenos em determinada distância, que é
definida por cada modelo de sensor. Geralmente é utilizado para efetuar cálculos de distância, pois possui
exatidão.
O sensor ultrassônico funciona da seguinte maneira: um oscilador gera uma frequência (em torno de
42MHz) e a emite na direção em que o sensor está apontado. Estas ondas são ultrassônicas, na ordem de
alguns centímetros. Após a sua emissão, elas são refletidas pelo objeto que está em seu caminho, fazendo-
-as retornarem ao sensor. Através do cálculo do tempo de envio e o recebimento do sinal, pode-se obter a
distância exata em que o objeto se encontra.
Este tipo de sensor é amplamente utilizado em estacionamentos automotivos. A seguir, conheça os
sensoriais de carga.

8.1.7 SENSORES DE CARGA

Os sensores de carga medem a força mecânica produzida sobre eles. Em muitos casos, ele mede uma
pequena deformação causada pela força. Assim que a quantidade de deslocamento por tração ou com-
pressão é determinada, a força correspondente é calculada pelo circuito de medição instalado juntamente
ao sensor.
Este tipo de sensor é amplamente utilizado em circuitos de balanças.
8 AUTOMAÇÃO
163

8.1.8 ENCODER

Um encoder é capaz de converter movimentos lineares ou angulares em pulsos elétricos ou informações


binárias, com as quais é possível medir a velocidade ou a posição de um eixo. A seguir, observe a represen-
tação básica de um encoder.

Placa
eletrônica

Receptor
Máscara óptico

Fonte
emissora Disco
de luz codificado

Julio Cesar Borchers (2015)

Caixa
de modelagem
Figura 85 -  Princípio de funcionamento do encoder
Fonte: Adaptado de Mecatrônica Atual (2013)

Os encoders são separados em dois grandes grupos: os encoders incrementais e os absolutos. Os enco-
ders incrementais enviam pulsos conforme a rotação do disco onde há a codificação que está sendo lida
pelo sensor.
Já os encoders absolutos possuem uma codificação própria, ou seja, só existe uma codificação para cada
posição do disco.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
164

Observe a imagem.

INCREMENTAL

ABSOLUTE

FONTE FONTE
DE LUZ DE LUZ

Julio Cesar Borchers (2015)


DISCO DISCO

EIXO EIXO
SENSORES SENSORES

CONDIÇÃO CONDIÇÃO
ELETRÔNICA ELETRÔNICA
5 BITS 5 BITS

Figura 86 -  Encoder Incremental


Fonte: Adaptado de Saber Eletrônica (2015)

Assim, no encoder incremental, a frequência dos pulsos determina a velocidade, e a quantidade dos
pulsos determina a posição a partir de um ponto de referência. No encoder absoluto, a velocidade também
é determinada através dos pulsos, o que muda é como a posição é determinada. Como há codificações di-
ferentes a cada posição, a determinação se dá pela leitura dos sensores. É através da tabela de codificações
que se sabe exatamente a posição da peça.
Os encoders são importantes na indústria, pois graças a eles há equipamentos como CNCs, braços ro-
bóticos etc.
Na sequência, você estudará os dispositivos de automação. Acompanhe.

8.2 DISPOSITIVOS DE AUTOMAÇÃO

Alguns equipamentos de automação usam circuitos eletrônicos elaborados, que permitem o controle
de máquinas e processos industriais. Você estudará dois dispositivos usados no acionamento de motores
elétricos: soft starter e conversor de frequência. Ambos são destinados ao acionamento de motores, mas o
conversor de frequência consegue ainda ser usado para controlar motores cuja velocidade varia no decor-
rer do seu uso. Este dispositivo, tem se tornado mais e mais comum na indústria por permitir um retorno
financeiro no quesito economia de energia.
Outro dispositivo comum na indústria é o Controlador Lógico Programável ou CLP. Ele é encontrado no
mercado em diferentes tamanhos e preços. Nesta seção, você conhecerá conceitos e características deste
importante equipamento.
8 AUTOMAÇÃO
165

8.2.1 SOFT STARTER E CONVERSOR DE FREQUÊNCIA

Com a grande utilização de motores nos processos industriais, há a necessidade de criar novos métodos
de partida e controle de velocidade para eles, que sejam mais eficientes e a partir dos quais se possa obter
um controle maior sobre o funcionamento do motor.
A partir dessa necessidade, foram criados os Soft starters e inversores de frequência, amplamente utili-
zados.
O Soft Starter, expressão do inglês, que significa partida suave, possui a função de dar partida no motor
suavemente, de acordo com as configurações necessárias. Com a utilização deste equipamento é possível
eliminar as partidas clássicas, como, por exemplo, partidas estrela-triângulo.
No inversor de frequência, é possível ter a mesma funcionalidade do soft starter, mas a diferença se
encontra após a partida do motor com o inversor, o que possibilita controlar a rotação do eixo com mais
eficiência, confeccionar rampas de aceleração e desaceleração, conforme os sinais de entrada, entre outras
características que serão descritas a seguir.

Conceitos de funcionamento do inversor de frequência


É possível afirmar que um inversor de frequência tem como principal finalidade controlar ou variar a
frequência enviada ao motor. Com este controle-variação acrescentado, há enormes vantagens nos equi-
pamentos atuais. Obtém-se, nesta variação de frequência, a variação da rotação.

L
P R J
Karolina Machado Prado (2015)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011 12

Figura 87 -  Conversor de frequência


Fonte: Adaptado de Weg Automação (2015)

Na sequência, estude a variação de frequência.


MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
166

Variação de frequência
Para entender o funcionamento de um inversor, é necessário primeiramente saber como funciona o
motor a ser acionado. O motor trifásico roda seu eixo de acordo com a frequência de sua alimentação, que,
no caso da rede elétrica brasileira, é de 60Hz.
Caso aumentar a frequência da sua alimentação, ocorre também um aumento na velocidade de giro do
eixo, e, caso reduzir a frequência, há uma redução na velocidade de rotação do eixo do motor.
Mesmo possuindo uma rede de alimentação alternada de 60Hz como alimentação do inversor, é possível
variar a frequência que ele envia ao motor, podendo mudar, por exemplo, de 5Hz até 300Hz. Estes valores
serão programados para que o motor tenha o desempenho desejado ao equipamento onde está instalado.
Cada modelo de inversor tem suas características próprias, ou seja, sempre é necessário verifica-las antes
de adquirir um inversor adequado ao caso.

Inversores de frequência tipo PWM


A topologia Pulse-width modulation (PWM), em português “Modulação por largura de pulso”, é uma das
mais utilizadas atualmente para a construção deste tipo de equipamento. O inversor do tipo PWM realiza
o controle da frequência e da tensão da saída a qual o motor é conectado. A tensão de saída possui uma
amplitude constante, e é através do chaveamento por largura do pulso que se tem o controle da tensão
média.
Este tipo de inversor pode trabalhar desde pequenas potências até altas potências, ou seja, abrange a
maioria dos casos nas indústrias. Somente em casos específicos, há de se utilizar algum outro equipamento
em seu lugar.
O inversor do tipo PWM é projetado para a utilização de motores trifásicos de indução padrão, tornan-
do-o de fácil instalação em algum local onde já exista um motor. Por exemplo, quando há uma esteira com
um sistema de partida Estrela-Triângulo, e facilmente se quer tirar esse sistema e instalar um inversor neste
motor, pode-se ter um controle de velocidade desta esteira, sem ter que realizar grandes modificações.
Importante destacar que estas instalações devem obedecer às instruções do manual do equipamento.
Com este tipo de acionamento (PWM), é possível ter até uma economia de energia, pois a retirarada do-
sistema de polias reduzi o consumo do motor, que atuará com uma rotação menor, conforme mencionado
anteriormente, no exemplo da esteira.
8 AUTOMAÇÃO
167

Controle escalar
O controle escalar de um inversor de frequência se baseia no princípio fundamental de funcionamento
do inversor. Este princípio é fundamentado no seguinte funcionamento: é colocada no motor uma deter-
minada tensão/frequência com a intensão de manter a relação tensão/frequência constante, ou seja, o
motor trabalha com fluxo praticamente constante.
Este tipo de controle é utilizado geralmente onde não se necessita de rápidas respostas a comandos de
torque. O controle de velocidade do motor é realizado em malha aberta, ou seja, não possui nenhum sen-
sor que lê a rotação do motor, e o controle da rotação é determinado através da função do escorregamento
do motor, que irá variar de acordo com a carga.
Os inversores de controle escalar são os mais utilizados, pois funcionam de forma simples, uma vez que
a grande maioria das aplicações não exige alta precisão ou rapidez no controle de velocidade.

Controle vetorial
O controle vetorial, ao contrário do escalar, permite um alto grau de precisão e rapidez no controle do
torque e da velocidade do motor. O sistema de controle do inversor decompõe a corrente do motor em
dois vetores. O primeiro produz o fluxo magnetizante, o outro o torque do motor. Assim, é possível ter um
controle separando o torque e o fluxo magnético, além do controle vetorial através de malha aberta (“sen-
sorless”) e malha fechada (“com realizamentação”).
O circuito e a malha aberta possuem um funcionamento muito mais simples que o de malha fechada,
pois não possui sensores para realizar a realimentação do circuito. A grande desvantagem do circuito
sensorless é o trabalho em baixas rotações, pois irá apresentar limitações de torque, em altas rotações, e
terá a resposta praticamente idêntica ao circuito de malha fechada.
No circuito com realimentação, é necessário instalar um encoder para enviar a informação de RPM ao
inversor e controlar com a maior exatidão possível a velocidade e o torque do motor, inclusive em rotação
zero.

Critérios de aplicação e dimensionamento


Quando se utiliza um inversor de frequência, é importante observar alguns pontos sobre o tipo do mo-
tor, o tipo da carga e como esse acionamento será feito. De acordo com a WEG (2015), uma grande fonte de
problemas é o mau dimensionamento do acionamento e a aplicação incorreta dos tipos de acionamento.
Para dimensionar um tipo de acionamento, deve-se conhecer o torque1 requerido pela carga.

1 É uma força de torção agindo em um eixo. É a força necessária para girar um eixo.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
168

O torque (T) é calculado pela equação:

ൌ Ǥ”
Sendo:
T: Torque (Nm);
F: força (N);
r: distância (m).
A partir do torque, é necessário definir a potência requerida pela carga, que será calculada pela equação:

2.𝜋𝜋.𝑇𝑇.𝑛𝑛
ൌ 
60
Sendo:
P: potência (W);
n: velocidade do eixo (rpm).
Além dessas grandezas, também é necessário verificar algumas características do ambiente onde o mo-
tor e o sistema de acionamento com inversor de frequência será aplicado. De acordo com Mecatrônica
Atual (2013), é importante observar a temperatura ambiente, a dimensão do painel ou cofre, uso de conta-
tor na entrada ou na saída do inversor, ruído eletromagnético, harmônicos criados pelo inversor, proteção
elétrica (disjuntor, fusível, relé térmico), grau de proteção, quantidade de entradas e saídas digitais ou ana-
lógicas, recursos programáveis e tipos de comunicação.

CASOS E RELATOS

Solução de Eficiência Energética para Aeração de Silos de Armazenagem de Grãos


Em uma cooperativa agropecuária do Paraná, existia um problema de consumo de energia no
sistema de aeração de silos de grãos. Uma empresa fabricante de equipamentos de automação fez
uma proposta de automação desse sistema, colocando sensores de temperatura e de umidade, um
inversor no motor utilizado e tornando todo o sistema controlado por um controlador de aeração.
Com estes equipamentos, foi possível reduzir em 90% a energia consumida no silo. O retorno do
investimento se deu em três meses.
8 AUTOMAÇÃO
169

Os inversores de frequência podem ser aplicados, na maioria dos casos, onde é necessário variar a ve-
locidade da carga. Alguns exemplos são: esteiras, bombas hidráulicas, sistemas de ventilação e sucção.
Sistemas de refrigeração também têm mostrado grandes vantagens na aplicação de inversores, pois eles
promovem a economia de energia.

Ligações
Para fazer a ligação elétrica de um inversor, é muito importante consultar o manual do fabricante. Nele
você encontrará informações sobre a tensão de alimentação e os bornes de ligação. Na figura a seguir, você
pode observar um exemplo de circuito de ligação de um inversor trifásico.

L
P R J
0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011 12

R S T U V W PE W V U
PE PE
Karolina Machado Prado (2015)

PE Q1 T
R

S
T Blindagem

Rede Disjuntor

Figura 88 -  Ligação de potência do inversor


Fonte: Adaptado de Weg Automação(2015)

Já a figura seguinte mostra um tipo de ligação dos bornes2 de controle. Neste caso, existe um botão para
selecionar o sentido horário e anti-horário, um botão para reset e um botão girar e parar.

2 São terminais de conexão que unem fios ou cabos por meio de parafusos
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
170

Além disso, também há um potenciômetro, usado para variar a velocidade.

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 89 -  Ligação dos bornes de controle
Fonte: Adaptado de Weg Automação (2015)

Parametrização e configuração
Para fazer a parametrização de um inversor, é importante ter em mãos o manual do usuário. Neste ma-
nual, você encontrará os parâmetros e as formas de configuração específicas do inversor.
A maioria dos inversores possuem os seguintes parâmetros:
a) tempo de aceleração: define o tempo para o inversor sair de 0 até a frequência nominal;
b) tempo de desaceleração: define o tempo para o inversor sair da frequência nominal e desacelerar
linearmente até 0;
c) referências multi-speed: o multi-speed é usado para configurar até 8 velocidades diferentes fixas,
pré-programadas;
d) frequência mínima e frequência máxima: define os valores mínimo e máximo da frequência de
saída quando o inversor é habilitado;
e) tensão de saída máxima: define a curva tensão/frequência (V/F) usada no controle escalar.

Funções especiais dos inversores


Alguns inversores de frequência possuem funções especiais para controle de aplicações específicas.
Um dos mais conhecidos é o controle PID:
a) Controle PID: é um tipo de controle muito comum na indústria e utiliza a lógica Proporcional, Inte-
gral e Derivativa. O inversor faz o controle de velocidade, calculando a diferença entre a velocidade
escolhida e a velocidade real. Para isso, é necessária a instalação de um sensor de velocidade, como
8 AUTOMAÇÃO
171

um encoder. Normalmente existem vários parâmetros para serem configurados antes da utilização
do controle PID. Consulte o manual do inversor para saber como usar este tipo de controle.

Características gerais dos inversores


Em geral, os inversores estáticos indiretos de frequência com tensão imposta PWM são os mais empre-
gados para controlar a velocidade nos motores elétricos trifásicos (WEG, 2015).
Eles são constituídos por três partes principais:
a) Ponte de diodos: retificador trifásico de onda completa, transforma a tensão alternada em tensão
contínua (DC).
b) Link DC ou filtro: banco de capacitores, utilizados para diminuir a ondulação da tensão na saída do
retificador.
c) Transistores IGBT: esta é a parte que dá nome ao equipamento. Este circuito é formado por seis
transístores ligados de forma a gerar três ondas PWM senoidais. Na prática, a tensão não é senoidal,
apenas a corrente. É nesse momento em que é possível variar a frequência do sinal, permitindo a
variação da velocidade do motor.

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 90 -  Partes do inversor e formas de onda de entrada e saída.


Fonte: Adaptado de WEG (2015)

Alarme de defeitos
Para facilitar a manutenção dos equipamentos, muitos inversores possuem alguns alarmes para erros e
falhas mais comuns. Observe:
a) Sobrecorrente na saída: normalmente causada por curto-circuito entre duas fases ou entre fase e
terra. Também pode acontecer se houver uma capacitância muito elevada, ligada à saída do inver-
sor.
b) Sobretensão no circuito intermediário: tensão de alimentação muito acima da nominal do inver-
sor. Inércia da carga muito elevada.
c) Sobretemperatura no dissipador: corrente de saída muito alta, ventilador com defeito ou sujo,
temperatura ambiente muito elevada (> 40 C).
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
172

d) Erro externo: normalmente causado pela falta ou abertura de uma entrada digital, que foi program-
ada para gerar o erro.
Na próxima seção, você terá a oportunidade de estudar sobre as máquinas CLPs. Prossiga em seus es-
tudos.

8.3 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)

Os CLPs são de grande importância no dia a dia das indústrias e atualmente, com a era das automações
residenciais, estes equipamentos estão entrando também nos lares.

Thinkstock ([20--?])

Figura 91 -  CLP

Conheça como funciona um sistema de comando. Acompanhe.

8.3.1 SISTEMA DE COMANDO

Um sistema de comando possui grandezas físicas que podem ser controladas, isto é, pode ser alterados
seus valores intencionalmente. Para tanto, existem limitações, como a restrição da energia que afeta os fe-
nômenos da natureza. Desta forma, a maioria das variáveis que envolvem o meio ambiente (clima) podem
ser medidas, mas não controladas, devido à ordem de grandeza da energia envolvida.
Segundo Gane e Sarson (2005), sistema é definido como um conjunto de elementos inter-relacionados
que atuam para atingir um objetivo. Assim um sistema é constituído por entradas e saídas processadas.
No início da industrialização, os sistemas de comandos utilizavam, nos processos industriais, princi-
palmente a mão de obra operacional. Os sistemas de produção eram compostos apenas por pessoas que
desenvolviam funções sequenciais, tornando-se, muitas vezes, especialistas em determinadas tarefas da
produção.
8 AUTOMAÇÃO
173

Com o avanço dos sistemas de comando, a industrialização foi crescendo e passou a utilizar máquinas
para controlar a produção seriada. Estas máquinas, normalmente, eram específicas para uma aplicação,
dificultando, muitas vezes, ou impedindo, seu uso em outras etapas da produção, mesmo que tivesse ca-
racterísticas muito parecidas.
Com o crescimento do setor industrial, tornou-se necessária a valorização do profissional. Foram de-
senvolvidos sistemas de comandos que buscam facilitar o trabalho, realizando tarefas mais pesadas e em
ambientes perigosos, restando ao homem supervisioná-los.
Com o avanço da eletrônica, diversos componentes foram desenvolvidos para proporcionar o controle
dos processos industriais, como sensores, atuadores, dentre outros.
Conheça como funciona um sistema de controle. Acompanhe.

8.3.2 SISTEMA DE CONTROLE

A palavra controle indica o ato de dominar, fiscalizar, supervisionar ou manter o equilíbrio. Nas áreas
de tecnologias, os sistemas de controle assumem um papel primordial de decisão dentro dos processos
existentes.
Existem diversos sistemas de controle. Dentre eles, pode-se destacar dois, presentes no dia a dia da
indústria: o controle manual e o controle automático, que também podem ser subdivididos em controle
discreto ou controle de processos (GEORGINI, 2000).
O controle manual é o termo dado ao sistema de controle no qual as operações são realizadas por uma
pessoa. Esta participa do processo avaliando as grandezas físicas envolvidas, baseadas em seu conheci-
mento, além de operar, de maneira manual, algum dispositivo de acionamento ou controle.
O controle automático é o termo dado às ações operacionais parciais, ou em sua totalidade, realizadas
por um equipamento, de maneira frequente e sequencial. Pode-se citar dois tipos de sistemas de controle
automático: o controle automático por realimentação e o sistema de controle por programa.
O sistema de controle por realimentação pode ser definido como um sistema no qual um equipamento
tem ação direta em um elemento de controle, baseado nas informações de realimentação geradas pelo
sistema, como sensores, controladores, entre outros.
Um dispositivo de automação é um elemento que, segundo as informações recebidas, desempenha
ações predefinidas, levando em conta seu ambiente. As ações são desempenhadas segundo um procedi-
mento preciso, que depende das informações fornecidas e calculadas ou parâmetros predefinidos.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
174

Alguns autores usam o conceito apresentado no diagrama de blocos representado na figura, a seguir,
para identificar as partes que integram um sistema de controle de uma automação industrial.

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 92 -  Digrama de blocos de um sistema de controle de uma automação industrial.
Fonte: do Autor (2015)

Conforme mostrado na figura anterior, um sistema de controle automático pode ser dividido em quatro
etapas principais, denominadas como: sinais, controles, comandos e trabalhos, assim como as etapas
complementares de interfaces com o operador, IHM e as tecnologias de redes industriais existentes para
comunicação dos dispositivos. Neste sistema, os dispositivos de sinais são os sensores usados para medir
as grandezas físicas do sistema ou processo.
Os dispositivos de controle são os dispositivos que têm a função de controlar as ações do equipamento
ou processo, como, por exemplo, controladores lógicos programáveis, computadores, microcontroladores,
lógicas de intertravamentos, entre outros.
Os dispositivos de comando normalmente são os dispositivos que realizam o interfaceamento3 entre o
dispositivo de comando e o dispositivo de trabalho. Como exemplo, pode-se citar um contator de força de
uma máquina, um inversor de frequência, uma softstart, uma válvula direcional pneumática ou hidráulica,
dentre outros.

3 Meio ou forma de comunicação entre diferentes meios ou sistemas de comunicação.


8 AUTOMAÇÃO
175

Os dispositivos de trabalho são os que transformam algum tipo de energia em energia mecânica. Como
exemplos, têm-se um motor elétrico, atuadores4 pneumáticos e hidráulicos, dentre outros.
A seguir, você estudará os conceitos dos controladores lógicos programáveis, assim como as vantagens
e desvantagens de sua utilização.

8.3.3 CONCEITOS DE CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL

O Controlador Lógico Programável (CLP) é um dispositivo microprocessador voltado para utilização na


indústria, sendo capaz de receber, armazenar e enviar informações para a máquina. Para Capelli (2007), o
CLP é um dispositivo microprocessador concebido para o ambiente industrial, sendo altamente versátil no
modo programação.
Entre suas principais funções, destacam-se as: relações lógicas, matemáticas, números inteiros e biná-
rios, ponto flutuante (reais), operações trigonométricas, aritméticas, transporte, armazenamento de dados,
comparação, temporização, contagem e sequenciamento (CAPELLI, 2007).
Acompanhe, a seguir, o surgimento do Controlador Lógico Programável.

8.3.4 HISTÓRICO

Segundo Prudente (2007), o primeiro Controlador Lógico Programável (CLP) apareceu no final dos anos
60. Ele foi desenvolvido devido à necessidade de aumentar a produção dentro do segmento automobilís-
tico e, então, a General Motors, em 1968, deu início à sua concepção. Esta necessidade é devida à dificul-
dade que a empresa tinha de alterar seus processos de fabricação e, por consequência, mudar a lógica de
controle dos painéis de comando.
Sempre que havia a necessidade de mudança na linha de montagem, havia a necessidade de desenvol-
vimento de novos painéis elétricos de comando, causando um custo operacional e tempos para mudança
elevados.
Para esta execução, foi desenvolvido um conjunto de hardware e software que atendia as necessidades
da empresa, substituindo as lógicas de intertravamento dos circuitos a relés. Esta criação atendeu não so-
mente a indústria automobilística, mas toda a indústria manufatureira.
Conheça como funciona um CLP. Acompanhe.

4 Elementos geralmente mecânicos que produzem movimentos, atendendo a comandos manuais, elétricos, eletroeletrônicos ou
mecânicos.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
176

8.3.5 ASPECTOS DE HARDWARE: FONTE DE ALIMENTAÇÃO, CPU, MEMÓRIAS, INTERFACES DE


ENTRADAS E SAÍDAS (ANALÓGICAS E DIGITAIS) E OUTROS PERIFÉRICOS

Um CLP possui hardware muito próximo a um computador convencional. A principal diferença está
relacionada aos componentes utilizados. Esta condição pode ser verificada na figura, a seguir.

Aline da Silva Regis (2015)


Figura 93 -  Diagrama de blocos de um CLP
Fonte: do Autor (2015)

Conforme mostrado na figura anterior, o CLP possui memórias de armazenamento, alimentação, pro-
cessador e uma interface de entrada e saída. Realizando uma comparação com um computador, pode se
verificar que a alimentação dos dois sistemas antecedem imediatamente ao processador. As memórias de
armazenamento RAM, EPROM, dentre outras, existem nos dois sistemas. As interfaces de um computador
podem ser descritas com as seriais, USB, dentre outras. (GEORGINI, 2000).
O conjunto de hardware é composto por um interface de entrada, uma unidade de processamento e
uma interface de saída. A figura a seguir, mostra um diagrama de blocos desta composição.
Aline da Silva Regis (2015)

Figura 94 -  Digrama de blocos da composição do hardware de um CLP


Fonte: do Autor (2015)
8 AUTOMAÇÃO
177

Conforme mostrado na figura anterior, o hardware de um CLP é composto de um conjunto de entradas,


que realizam a interface entre os controladores e os equipamentos a serem controlados. Nesta interface
de entradas, a máquina informa ao controlador as condições dos dispositivos através de sensores digitais
ou analógicos.
A unidade de processamento está relacionada às memórias de armazenamento das informações, assim
como o desenvolvimento das programações que visam gerar condições para o acionamento das saídas.
Estas condições são atribuídas, dependendo da necessidade do processo (GEORGINI, 2000).
A interface de saída executa as ações definidas pela unidade de processamento. É nesta interface que o
controlador informa ao equipamento ou processo qual o movimento que deve ser realizado.
Os sinais de entrada e saída dos CLPs podem ser digitais ou analógicos. Existem diversos tipos de módu-
los de entrada e de saída que se adequam às necessidades do sistema a ser controlado.
Um CLP sempre trabalha com lógica digital, ou seja, com uma sequência binária, que pode estar no
formato tipo bit, byte, word, double word, dentre outros, de acordo com o tipo da CPU.
As entradas analógicas necessitam ser transformadas para que o CLP as reconheça. Esta transformação
é dada através de conversores A/D, que convertem um sinal de entrada analógica, por exemplo, um sinal
de transdutor de pressão, vazão, dentre outros, em um valor digital. Cada CLP possui um módulo de en-
trada ou saída analógica com características de conversão diferente, mas realizando sempre as mesmas
ações. Nas saídas analógicas, existem conversores D/A, ou seja, um valor binário é transformado em um
sinal analógico.

Para conhecer um pouco mais sobre os CLPs, consulte um fabricante de


SAIBA equipamentos. Uma das referências do mercado é a Siemens, que é uma empresa
MAIS alemã. Acesse em: http://w3.siemens.com.br/automation/br/pt/automacao-e-
controle/automacao-industrial/simatic-plc/s7-cm/pages/default.aspx

Na unidade de processamento, há um processador responsável pelo controle do ciclo de varredura do


controlador lógico programável.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
178

Este ciclo de varredura realiza algumas etapas como inicialização, leitura das entradas, verificação do
programa e a atualização das saídas, conforme o diagrama de blocos mostrado na figura, a seguir.

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 95 -  Diagrama de blocos do ciclo de varredura de um CLP


Fonte: do Autor (2015)

Conforme mostrado na figura anterior, o ciclo de varredura do processador de um CLP realiza a iniciali-
zação do mesmo. Esta inicialização executa operação pré-programadas no controlador, como:
a) verifica o funcionamento eletrônico;
b) verifica o estado das chaves principais (RUN, STOP, PROG e outros);
c) verifica a configuração interna e compara com os circuitos instalados;
d) verifica a existência de um programa de usuário;
e) emite um aviso de erro, caso algum dos itens acima falhe.
Na sequência do ciclo de varredura, é verificado o estado das entradas do CLP. Esta ação é transferida
para as memórias do CLP, gravando esta informação em uma tabela de imagem das entradas. Esta tabela é
usada pelo programa do usuário no momento da execução do programa de controle. Ele compara o resul-
tado desta tabela e, assim, executa o resultado das programações realizadas. (PRUDENTE, 2007).
O resultado da programação também é armazenado na memória de saídas para que somente neste
momento, as saídas físicas sejam executadas. Desta forma, percebe-se que o CLP só executa as saídas após
o ciclo de varredura acontecer. O tempo de execução deste ciclo de varredura depende das características
de cada controlador.
8 AUTOMAÇÃO
179

A unidade de armazenamento em memória pode ser verificada no quadro a seguir.

UNIDADE DE ARMAZENAMENTO ESPAÇO OCUPADO NA TABELA


Bit 0 ou1
Byte 8 Bits
Word (Palavra) 16 Bits ou 2 Bytes
Double Word (Palavra dupla) 32 Bits ou 4 Bytes ou 2 Words
Tabela 13 - Unidade de armazenamento da memória X espaço ocupado na tabela
Fonte: do Autor (2015)

Conforme mostrado no quadro anterior, a unidade de armazenamento de uma tabela de imagem pode
ser ocupada desde um bit até uma double word. (SILVEIRA; SANTOS, 2004).
Mais adiante, neste livro, você terá mais detalhes desta verificação da unidade de armazenamento e
a forma que os controladores lógicos programáveis se utilizam das tabelas de imagem, assim como a ve-
rificação dos bits, bytes, words e double words. Assim, você terá mais detalhes dos tipos de memórias dos
controladores.
Conheça as vantagens dos controladores programável. Acompanhe.

8.3.6 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO CONTROLADOR PROGRAMÁVEL PARA PROCESSOS DE


AUTOMAÇÃO

Há diversas vantagens na utilização de um controlador programável para processos programáveis. Os


controladores programáveis se destacam principalmente pela flexibilidade que a utilização dos mesmos
propicia aos processos automatizados.
O fácil monitoramento das variáveis do processo é outro fator determinante para utilização de um con-
trolador. Desta forma, o tempo de reparo durante uma determinada manutenção corretiva ou até mesmo
na análise de uma melhoria do equipamento é minimizado e, principalmente, mais assertivo. Com esta fácil
gestão das falhas, consegue-se maior produtividade aos processos controlados por CLP.
A possibilidade de realizar os intertravamentos das lógicas utilizando diversos contatos, sem a preocu-
pação do limite de contatos do dispositivo/componente do painel elétrico, também traz ao processo maior
autonomia com baixo custo.
Atualmente, outro fator determinante na escolha dos controladores está relacionado ao baixo custo
de investimento. Há vários casos em que desenvolver um painel puramente eletromecânico, ou seja, com
utilização de contatores auxiliares para realizar os intertravamentos necessários, custa mais caro que a
compra de um CLP.
A facilidade de programação dos softwares utilizados pelos controladores também é um fator impor-
tante, assim como a velocidade de resposta dos mesmos. Desta forma, a seguir, serão apresentadas algu-
mas vantagens da utilização de um controlador:
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
180

a) flexibilidade;
b) fácil gestão das falhas;
c) grande número de contatos;
d) baixo custo;
e) observação online do funcionamento;
f ) velocidade de operação;
g) facilidade de programação.
Normalmente, as desvantagens da utilização de um controlador em um sistema automatizado estão
relacionadas à mudança de tecnologia gerada. O ser humano muitas vezes é contrário às mudanças. Outro
fator determinante é a complexidade da aplicação a ser desenvolvida, assim como a necessidade de ex-
pansão que o sistema desenvolvido possa exigir. Ou seja, muitas aplicações não necessitam da maioria das
vantagens indicadas anteriormente, para que se possa ter um bom desenvolvimento e o custo inicial da
implantação acaba sendo superior à utilização do sistema eletromecânico (GEORGINI, 2000).
Agora que você já verificou os conceitos dos controladores lógicos programáveis, terá subsídio para dar
continuidade ao estudo e a realização de um projeto de sistemas elétricos.

RECAPITULANDO

Você estudou neste capítulo diferentes componentes eletroeletrônicos usados em automação


industrial. Estes componentes interferem em máquinas e processos industriais, possibilitando
o funcionamento destes com diminuição da intervenção humana durante sua execução. Os
componentes eletroeletrônicos apresentados fazem a identificação de elementos e condições
diversas nas máquinas ou no sistema industrial como posicionamento de peças, valores de
temperatura, valores de pressão, entre outros. São componentes de entrada de informação que
geram parâmetros usados para a tomada de decisão nos diferentes controladores ou dispositivos
eletroeletrônicos de automação.
Os dispositivos de automação são programados pelo homem e usados para acionar e controlar
motores, para controlar máquinas, equipamentos e processos.
Neste capítulo você viu os principais parâmetros para configuração destes dispositivos. Estas
informações serão aproveitadas neste e em outros capítulos.
Projeto

Você, como técnico em eletromecânica, vai poder trabalhar em vários setores da indústria.
Vamos lá, escolha mentalmente um setor da sua preferência. Não importa em qual deles seja:
manufatura, automobilística, alimentício. Agora imagine que você está trabalhando em uma
empresa deste setor e é chamado para fazer a instalação de uma máquina nova. O seu super-
visor entrega a você vários desenhos, projetos. Alguns das instalações atuais; e outros, da má-
quina nova a ser instalada. Ele entrega a você a responsabilidade de avaliar a instalação elétrica
da indústria a partir do quadro de força e comando (CCM) e dizer no final do dia as mudanças
necessárias, anotando nos desenhos entregues a você as suas sugestões.
Não é nenhuma novidade para você o uso de desenho de projeto, mas você agora precisa
analisar vários projetos. Precisa entender o projeto e fazer sugestões nos desenhos de projetos.
Uma forma de fazer este trabalho é entender como se faz um projeto elétrico.
Ao final deste capítulo você terá subsídio para empreender a análise de projetos elétricos,
mas fique atento, amplie seus conhecimentos e obtenha mais informações de como fazer este
trabalho.
Muito bem! Então, siga adiante nos estudos.

9.1 ANÁLISE DE PROJETOS ELÉTRICOS

Esta seção irá apresentar uma forma detalhada de como analisar um projeto elétrico, bem
como conhecer todas as etapas, as informações e os documentos que compõem o conjunto
completo de um projeto elétrico.
Para elaborar qualquer modelo de projeto, é de extrema importância fazê-lo com base nas
normas técnicas vigentes, que, no Brasil, são de responsabilidade da ABNT (Associação Brasi-
leira de Normas técnicas). Todo projeto, seja ele predial ou industrial, deverá ser representado
de maneira bem clara e padronizada, facilitando assim, a sua interpretação. As tabelas, a seguir,
mostram diversos símbolos utilizados para elaborar projetos elétricos, que seguem o padrão
da ABNT e de alguns dos mais importantes órgãos internacionais (DIN, ANSI e IEC).
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
184

Você já estudou neste, livro, algumas simbologias normatizadas. Dando prosseguimento a apresen-
tação destas simbologias, você tem mais duas figuras, mostrando exemplos de simbologia utilizada pelo
técnico em eletromecânica em projetos industriais.

SIGNIFICADO ABNT DIN ANSI EIC


Fechador
(noramalmente
aberto)
Abridor
(normalmente
fechado)

Comutador

Comutador em
interrupção

Temporizado: no
fechamento na
abertura

Fechador de
comando
manual
Abridor por
comando
excêntrico
Fechador com
comando por
bobina
Fechador com
comando por
sw
mecanismo
mecânico
Abridor com
Julio Cesar Borchers (2015)

comando por
pressão
Fechador com
comando por
temperatura

Figura 96 -  Simbologia utilizada para indicar contatos e peças de contato com comandos diversos
Fonte: Adaptado de Cidral Júnior (2010)
9 PROJETO
185

SIGNIFICADO ABNT DIN ANSI EIC

Tomada e plug

Fusível

Fusível com
indicação de lado
ligado a rede

Seccionador -
fusível tripolar

Lâmpada ou
barra de conexão
reversora

Seccionador
tripolar

Seccionador
tripolar
sob carga

Disjuntor

Seccionador -
disjuntor

Contator
Julio Cesar Borchers (2015)

Disjuntor tripolar
com relé térmico
e magnético

Figura 97 -  Simbologia utilizada para indicar dispositivos de comando e de proteção:


Fonte: Adaptado de Cidral Júnior (2010)

Na elaboração de um projeto elétrico de uma indústria, é muito importante que o projetista, além de
conhecer toda a simbologia mostrada anteriormente, conheça as características funcionais da indústria na
qual está sendo elaborado o projeto elétrico (MAMEDE, 2010).
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
186

LEVANTANDO INFORMAÇÕES
Buscando elaborar o melhor projeto possível, é necessário buscar algumas informações a respeito do
projeto que o profissional está desenvolvendo. Essas informações terão que ser as mais verdadeiras possí-
veis. Para isso, é necessário buscá-las junto ao dono da empresa e, principalmente, com o pessoal respon-
sável pela produção.
Nesta etapa, é necessário fazer um levantamento da previsão de carga instalada na indústria, da locação
dos pontos e das influências externas a que a instalação ficará exposta. Mas, há algumas informações e
documentos que necessitam ser obtidos junto ao responsável pela empresa.
a) Projeto arquitetônico – É necessário ter em mãos, para esclarecer algumas dúvidas durante a ex-
ecução do projeto elétrico, o projeto arquitetônico completo, contendo plantas baixas, planta de
situação, vistas e cortes dos prédios. Estas plantas devem ter a possibilidade de se identificar as áreas
industriais, depósitos, áreas administrativas e todas as dependências que compõem a planta indus-
trial.
b) Projeto industrial – Neste projeto, deve-se indicar de forma bem clara o local em que deverão ser in-
stalados todos os equipamentos pertencentes à empresa e onde deverá ser o ponto de alimentação
elétrica para tais equipamentos.
c) Projeto estrutural – O projeto estrutural deverá conter todas as indicações das posições em que se
encontram as colunas, vigas, fundações, dutos, e tudo mais que for referente à estrutura que poderá
ter alguma influência na elaboração do projeto elétrico.
d) Fluxo de produção – Deverão ser levantadas, junto ao responsável pela produção, as informações
referentes ao funcionamento das máquinas, simultaneidade de motores e outras informações que
se julgam necessárias para definir a demanda de carga prevista para o projeto.
e) Cargas a serem instaladas – Levantar, junto ao fabricante ou através dos manuais que acompanham
o equipamento, todas as informações (tais como potência, corrente nominal, corrente de partida,
tensão, fator de potência elétrica) necessárias para dimensionar de forma correta a carga necessária
para a instalação.
f ) Planos de expansão – Esta informação é de grande importância, pois conhecendo o plano de expan-
são futuro da empresa, você tem a possibilidade de já elaborar um projeto que atenda essa expan-
são.
9 PROJETO
187

ASPECTOS IMPORTANTES A SEREM SEGUIDOS NA ELABORAÇÃO DE UM PROJETO


Na elaboração de um projeto elétrico, o projetista tem que observar alguns pontos que deverão ser
contemplados no projeto:
a) Segurança das pessoas que serão envolvidas pelo projeto – Este é o ponto mais importante do pro-
jeto, pois o projetista tem que observar o que se pede na NR 10.
b) Flexibilidade – Neste ponto, o projetista tem que levar em consideração que novos equipamentos
podem ser instalados e que pode haver a necessidade de realocação dos equipamentos já instala-
dos.
c) Confiabilidade – Nesta etapa, devem ser analisadas as interrupções temporárias e permanentes ad-
mitidas em equipamentos ou linhas de produção. O sistema não precisa ter 100% de confiabilidade,
pois isso acarretaria um custo muito elevado. (WALENIA, 2010).
d) Manutenção – Ainda na fase de projeto, deve-se pensar na facilidade que o equipamento pode ofer-
ecer para a manutenção, a facilidade do acesso à máquina, aos equipamentos ou componentes.
PRINCIPAIS DESENHOS QUE COMPÕEM UM PROJETO ELÉTRICO.
Já vimos anteriormente a simbologia utilizada na elaboração de um projeto elétrico e também alguns
aspectos importantes que o projetista terá que analisar antes de iniciar o projeto. Agora, você conhecerá
o conjunto de todos os desenhos, que possuem uma grande importância, pois ajudam a executar uma
interpretação correta do projeto elétrico já acabado.
a) Prumada elétrica.
b) Planta baixa com esquema elétrico.
c) Diagrama unifilar.
d) Diagrama Multifilar.
e) Detalhes de caixas de passagem.
f ) Detalhes do ramal de ligação de energia elétrica.
g) Detalhes do ramal de entrada de energia elétrica.
h) Detalhes dos acionamentos de máquinas elétricas, pneumáticas, hidráulicas.
i) Esquemas de ligação entre quadro geral de medidores e barramento de equipotencialização1.
j) Detalhes sobre o quadro geral de medidores.

1 Condutor de proteção elétrica, o fio terra, usado para proteção de equipamentos e pessoas. Usado também para unificar os ele-
trodos de aterramento criando um sistema único.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
188

FIQUE Prumada elétrica é um desenho elétrico que mostra toda a instalação, contendo:
quadro de entrada de energia, alimentador geral, quadro geral, caixas de passagem
ALERTA etc.

A figura a seguir, mostra um exemplo de prumada elétrica.

QF-CM
CASA MAQ.
Letra
K Nome Início Término
Codigo
QL-401 QL-402 QL-403 QL-404
Caixa
A Ramal Alimentador Subterrâneo Concess.
CP-05 4º .PAV Seccion
G L(Típico) B Alimentador Geral de Baixa Tensão
Caixa
QGBT
K Seccion
QL-301 QL-302 QL-303 QL-304
C Alimentador do Centro de Medidores QGBT CM-01
CP-04 3º .PAV
G F D Alimentadores dos QL's 101 a 104 CM-01 CP-02
QL-201 QL-202 K QL-203 QL-204
E Alimentadores dos QL's 201 a 204 CM-01 CP-03
CP-03
2º .PAV
F E F Alimentadores dos QL's 301 a 304 CM-01 CP-04
G K
QL-101 QL-102 QL-103 QL-104
G Alimentadores dos QL's 401 a 404 CM-01 CP-05
CP-02
1º .PAV H
Alimentador do Quadro Geral do
CM-01 QG-C
F E Condominio
G D
QBGT CM-01 K I
Alimentador do Quadro Terminal -
QGC QL-CS
CS QL-CT Térreo
CP-01QG-C

Emerson Ceolin (2015)


TÉRREO Alimentador do Quadro Terminal -
J QGC QL-CS
Subsolo
I
K J Alimentador do Quadro Terminal - Casa
K QGC QF-CM
G QL-CS de Máq
A B C F
D E H L
Alimentadores dos Quadros Terminais CP-01 a CP- QL-101 a QL-
dos Apartamentos (Típico) 05 404

Figura 98 -  Exemplo de prumada elétrica


Fonte: adaptado de Paulus; Ballarin Jr.; Cadurim (2012)

Estes desenhos são montados em folha no formato A2, A1 ou A0, apresentando legenda e campos com
os nomes dos desenhos. Esta folha é chamada de prancha ou leiaute impresso. (CIDRAL, 2010).
A prancha ou leiaute impresso é o projeto mais consultado pelos profissionais que estão executando a
instalação. Com isso, é muito importante que todas as informações contidas no projeto sejam bem visíveis
e em linguagem de fácil interpretação.
9 PROJETO
189

Conforme notamos na figura a seguir, que é um pedaço deste documento chamado de leiaute
impresso, são apresentadas informações detalhadas de cantos, fixações e outros detalhes que
esclarecem dúvidas frequentes durante a montagem e permitem a padronização dos trabalhos

Terminal aéreo de alumínio


Terminal 7/8 x 1/8 x 600mm
Aéreo
Alumínio
Parafuso inox R/S
4.2 x 32mm
Porca inox 1/4 Bucha nylon nº6
Barra
chata
Barra-chata
de aluminio
Parafuso inox
1/4 x 7/8

Nota

Nota

Matheus Felipe Goedert (2015)


Nota: a equalização dos trilhos do elevador devem ser feitas no nível do subsolo e a
20m de altura novamente, ou no 7º pavto.
Figura 99 -  Detalhe de leiaute impresso
Fonte: do Autor (2015)

Outra questão muito importante é o preenchimento, com todas as informações solicitadas, da legenda.
Nela constarão informações referentes ao Responsável técnico do projeto, ao desenhista e também há um
campo que apresenta a aprovação do projeto, além de outros campos que deverão ser preenchidos.

CASOS E RELATOS

Elaborando um Projeto
Quando começou a trabalhar na empresa como eletricista de manutenção, Humberto achava que
sabia muita coisa sobre projetos elétricos. Para ele, elaborar um projeto era simplesmente fazer
o desenho de um circuito elétrico, para saber onde cada equipamento seria ligado. Após o seu
superior dar a ele a tarefa de fazer o projeto para um galpão no qual seriam instaladas 3 máquinas,
Humberto achou estranho o prazo para a entrega do projeto.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
190

O seu chefe tinha lhe dado 3 semanas. Quando ele disse que poderia fazer o projeto em um dia,
foi a vez do seu chefe estranhar. Então ele disse: “Você sabe que o projeto não é simplesmente um
desenho do circuito, não é? Nós precisamos atender às normas técnicas e às normas de segurança.
Então, o projeto precisa ter todos os documentos.” Foi então que Humberto começou a pesquisar e
descobriu que fazer um projeto é uma tarefa muito mais complexa e que deve ser feita com muito
cuidado.

Nelson Viana Junior (2015)

Figura 100 -  Legenda de um projeto


Fonte: Adaptado de Cidral Júnior (2010)

É comum, nos projetos industriais, a planta de situações estar dividida em três projetos separados:
1) Projeto com a planta de iluminação;
2) Projeto com a planta de força;
3) Projeto com a planta de alimentadores.
9 PROJETO
191

A figura, a seguir, mostra um exemplo de um projeto de uma planta de força.

AT3

AT1 AT1 AT2


10,0

AT1 AT2
QD-A
AT3

AT4 AT5 AT6 AT7 AT8


01”
ANEXO

Julio Cesar Borchers (2015)


AT4 AT4 AT5 AT4 AT5 AT6 AT8

AT4 AT5 AT6 AT8


AT7

Figura 101 -  Planta de força


Fonte: Adaptado de Walenia (2010)

Plantas de força também são representadas através de diagramas dos diversos quadros que compõem
o conjunto da instalação.
Na indústria, devido à sua complexidade, são utilizados diversos diagramas, entre eles estão: de força,
de comando, de bornes, como mostra a figura a seguir.

F2

F1 F4
So

S1 K2 K1
K2
K1 K2 K3
K1
K1 K3
H1
K1
clit K1 K3
Julio Cesar Borchers (2015)

K3 K2 d1 K1
MIT
N 1 2 3 4 5 6 7

Figura 102 -  Diagrama de força e comando


Fonte: Adaptado de Walenia (2010)

Na seção seguinte, você terá a oportunidade de se apropriar dos conhecimentos referentes aos docu-
mentos que compõem um projeto elétrico.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
192

DOCUMENTOS DE UM PROJETO
Dentre os principais documentos que compõem um projeto elétrico pode-se citar: memorial descritivo,
ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) e a listagem de material.
O memorial descritivo é elaborado em forma de texto, deve conter esquemas representativos e os
termos técnicos compatíveis, além de especificar os detalhes para a execução da obra. Este documento
poderá ser utilizado para análise em auditorias e processos judiciais, apurando possíveis falhas de quem
projetou e de quem executou a obra.
A ART é um documento que atribui responsabilidade legal ao Profissional em relação ao trabalho a ser
executado. Contém dados do Projetista e do Cliente, como endereço, CPF, nome completo, data de início
do serviço, data de término do serviço, valor da obra, valor do profissional (honorários), descrições do
serviço a ser prestado, código do trabalho a ser executado pelo profissional, quantidades e grandeza do
trabalho a ser executado.

Todo projeto, seja ele elétrico ou não, tem um responsável técnico. Para poder
SAIBA responder tecnicamente por um projeto, este profissional deve estar cadastrado no
MAIS sistema CONFEA/CREA. Para mais informações, consulte o CREA da sua região ou o
CONFEA: <www.confea.org.br>

Acompanhe agora um estudo de caso.

9.2 ESTUDO DE CASO

Você sabe que uma das atribuições de um técnico em eletromecânica é a leitura e interpretação de
desenhos técnicos e projetos elétricos. Você pôde estudar os principais diagramas elétricos industriais de
força e comando, os diagramas unifilares e multifilares. As principais normas internacionais e nacionais
foram citadas, e neste capítulo conheceu novos símbolos normatizados. Agora, vamos consolidar estes
conhecimentos, comentando uma situação comum relacionada com as atividades do técnico em eletro-
mecânica. Nem sempre quem faz a montagem desenvolve o projeto de instalação.
Veja neste estudo de caso como é importante a padronização da simbologia elétrica, para que todos
consigam entender o que e como a montagem deve ser feita.
Projeto Incompleto
João (nome fictício) estava elaborando um projeto elétrico para um cliente. Este cliente lhe forneceu
todas as informações acerca do funcionamento do fluxo de produção, das máquinas que seriam instaladas,
da previsão de carga e também forneceu todas as plantas necessárias para que ele elaborasse o projeto.
Com todas as informações em mãos, João logo terminou a execução do projeto.
9 PROJETO
193

Concluída esta etapa de elaboração, a empresa logo contratou uma outra empresa para executar a
instalação elétrica da indústria. Logo que José, responsável pela equipe que iria efetuar a instalação elétri-
ca, recebeu o projeto de iluminação, começou a observar e a analisar todas as informações que estavam
presentes no projeto.
João ficou calado, observando José analisar por completo aquele projeto. Na sequência, João pergun-
tou se havia alguma informação que José não havia compreendido.
A figura, a seguir, mostra o projeto de iluminação que seria efetuado na empresa

-L10- -L10- -L10-


-L10- -L10- -L10-
-L6-
-L10-
38x38

MEZANINO
-L1- -L4- -L6-
38x38

-L5-
-L1- -L4- -L10-
38x38 38x38

-L5- -L6-
38x38
Nota: Sobre o mezanino
-L6- deverão ser Instaladas
-L2- -L3-
luminárias LIR2110 em
BARACÃO função do baixo pé direito
caso este não seja
-L1- -L2- -L3- -L4- -L10- instalado poderão ser
38x38 38x38 -L5- -L6- usadas luminárias RIP.
38x38
-L5-

-L1- -L4-
-L5- -L6-
38x38
-L6-
-L1- -L2- -L3- -L4- -L10-
38x38 38x38

-L5- -L6-
38x38
-L2- -L3- -L5- -L8- -L9-
-L3- -L4- -L10- 38x38
38x38 QL -L5- -L6- -L8- -L9-
QL
100x50 QDG
16,0
-L1- -L2- -L8- -L9- 16,0
38x38 01” 01.1/2” QD
Julio Cesar Borchers (2015)

QL
100X50
Vestiário Vestiário 16,0
-L1-
-L1- -L2- -L7- Almox. Refeitório
100x50
-L7- -L7- -L7- -L7-
-L7-

Figura 103 -  Projeto de iluminação


Fonte: Adaptado de Walenia (2010)

José falou que analisou o projeto por completo e que já havia entendido corretamente quais as posi-
ções em que ele iria montar a infraestrutura com perfilados e eletrocalhas, e que já sabia a posição correta
em que iria instalar as luminárias, mas que o projeto havia uma informação que ele não havia encontrado.
Curioso, João quis saber qual era a informação faltante e recebeu a seguinte resposta: “Poderíamos melho-
rar este projeto, apresentando a potência das lâmpadas que serão instaladas, além de informar, ao lado de
cada circuito, o condutor que deverá ser utilizado para alimentar as luminárias que compõem cada circui-
to.” João recebeu esta informação, analisou um pouco e concordou com a sugestão de melhoria que havia
recebido.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
194

Na ausência de informações de projeto, os responsáveis pelo projeto devem ser chamados para a com-
plementação das informações. Caso você não encontre ou não consiga falar com eles deve consultar a
norma correspondente ao tipo de projeto e montagem e conversar com seu superior, apresentando suges-
tões para correção e/ou complementação do projeto. Todo projeto possui um responsável legal, que deve
providenciar uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), junto ao CREA2.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você pôde estudar om sobre desenho e normas técnicas. Aprendeu os
passos necessários para a análise de projeto e recebeu orientações que permitem auxiliar o
desenvolvimento de um projeto elétrico, sempre com a orientação de um responsável técnico.
Conheceu um pouco mais a simbologia utilizada em projetos, a documentação e, principalmente,
as plantas que compõem o conjunto completo de um projeto elétrico.
Outras informações são necessárias para trabalhar com projetos. Você estudou as ferramentas,
equipamentos, dispositivos e diferentes formas de montagem elétrica. A experiência na prática
da montagem o ajudará a internalizar os conhecimentos e desenvolve a habilidade de analisar um
projeto elétrico, entendendo seu funcionamento e propondo melhorias.

2 Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, faz a fiscalização do exercício das profissões da área tecnológica em âmbito
regional.
Segurança no Trabalho

10

Todos os trabalhos com eletricidade acabam expondo os trabalhadores a riscos e perigos.


Como você bem sabe, a corrente elétrica é perigosa e está presente praticamente em todos os
locais de trabalho. Em uma simples tomada, por exemplo, ela fica lá o tempo todo, somente
esperando um descuido de alguém para dar aquele choque. E, quem não tomou um choque
elétrico ou conhece alguém que não tomou um choque elétrico? Já parou para pensar por
que isso acontece? Normalmente as pessoas são submetidas a pequenos choques elétricos em
suas residências, onde ficam mais a vontade e menos despreocupados com o que cerca. No
trabalho a vigilância aumenta.
Você terá a oportunidade de consolidar uma questão importantes: sua segurança. Trabalhar
com segurança começa bem antes do trabalho da montagem elétrica. Como foi estudado no
início deste livro, tudo começa com o planejamento, identificando o objetivo final do trabalho
e relacionando o passo a passo de execução até alcançar este objetivo. Mas o foco agora é bus-
car condições de trabalho sem comprometer a integridade das pessoas envolvidas na monta-
gem. Para isso, você vai aprender sobre análise de risco, uma ferramenta usada para atividades
com montagens elétricas.
Neste capítulo é estudada a importância da organização, acrescentando a busca de elemen-
tos de segurança para evitar possíveis acidentes de trabalho. Você verá que para ter um traba-
lho seguro, os materiais devem seguir as especificações técnicas e os requisitos de segurança
indicados em projetos técnicos e atender a legislação vigente.
Será estudado acerca da prevenção e combate a incêndio. Você aprenderá quais são as clas-
ses de incêndio e tipos de extintores. Verá que cada tipo de extintor é usado para apagar fogo
em materiais específicos, como, madeira, óleo e metais combustíveis.
As empresas promovem campanhas para divulgação das medidas de segurança adotadas
para que se tenha um ambiente seguro de trabalho. Promovem campanhas de divulgação in-
ternas para conscientização da segurança e a saúde do trabalhador. Além disso, a Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), composta por representantes dos trabalhadores e
da empresa mantém o propósito da continuidade do acompanhamento destas e outras ações.
Bons estudos.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
198

10.1 ORGANIZAÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO

Quando você tem um local próprio, uma sala, por exemplo, fica fácil mantê-lo organizado. Mas, quando
a atividade é desenvolvida em outro local, como mantê-lo organizado para você e para as outras pesso-
as? Uma palavra chave para isso é o planejamento, que já foi estudado anteriormente. Contudo, existem
ferramentas que podem ajudar a organizar o local de trabalho visando à segurança. Uma delas é a Análise
Preliminar de Risco (APR).
Geralmente, as empresas normalizam uma planilha chamada APR como padrão de trabalho. Existem
alguns modelos diferentes para esta planilha. No entanto, a seguir, serão apresentados dados que devem
constar nesta planilha:
a) definição da atividade;
b) definição da pessoa responsável pela atividade;
c) descrição da atividade;
d) definição das etapas de desenvolvimento;
e) identificação dos riscos em cada etapa (físicos, químicos, ergonômicos, fauna/flora, acidentais);
f ) quais os efeitos destes riscos para as pessoas;
g) com que frequência os incidentes ou acidentes acontecem;
h) grau de gravidade ou periculosidade de cada risco relacionado (baixa, média, alta);
i) medidas preventivas e/ou recomendações para evitar os riscos1 e perigos2 identificados na etapa.

1 Capacidade de algo causar lesões ou danos às pessoas.


2 Situação de risco capaz de causar lesões ou danos às pessoas por ausência de medidas de controle.
10 SEGURANÇA NO TRABALHO
199

Observe, a seguir, um exemplo de planilha APR.

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS E PERIGOS


OPERAÇÃO: TROCA DE LUMINÁRIA NA LATERAL DO GALPÃO
EQUIPE DE TRABALHO: TURNO A
RESPONSÁVEL: ZÉ DA SILVA
RECOMENDAÇÕES E CON-
ETAPA RISCO OU PERIGO EFEITO POSSÍVEL
TROLE
... ... ... ...
Confirmação de desligamento
Queimadura
do alimentador.
Parada cardíaca
Choque elétrico Teste de ausência de tensão
Parada respiratória
Uso de EPIs relacionados na
Queda
Subida do eletricista no poste Ordem de serviço
para manutenção de ilumi- Posicionar a escada correta-
nação mente
O eletricista se posicionar de
Queda Fratura
maneira segura.
Uso de EPIs relacionados na
Ordem de serviço
... ... ... ...
Quadro 10 - Exemplo de planilha APR
Fonte: do Autor

Partindo destas observações, você vai saber o que fazer, quais materiais você vai precisar visando à sua
segurança. Em trabalhos com eletricidade, esta organização faz parte da garantia de o que você usa está
fácil de ser localizado e em perfeitas condições de uso. Isto pode garantir a sua segurança.

FIQUE O preenchimento da APR é de responsabilidade do líder da equipe, mas todos os


envolvidos diretamente na atividade devem ajudar a elaborá-la. A responsabilidade
ALERTA pela segurança é de todos.

A seguir, você aprenderá um pouco mais sobre manuseio de matérias e equipamentos.


MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
200

10.2 MANUSEIO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

Dando continuidade a organização do seu local de trabalho, observe atentamente os seus materiais.
Estão organizados, fáceis de localizar? Você sabe se eles estão em boas condições de trabalho? Se puder
faça uma lista dos equipamentos que possuam isolação elétrica para evitar choque, e que precisam ser
testados periodicamente para garantir a isolação. Inclua nesta lista ferramentas manuais, equipamentos,
instrumentos de medição e equipamentos de proteção individual. Relacione para cada um a categoria de
proteção, a periodicidade de testes de isolamento com datas da última e da próxima verificação e a refe-
rência do tempo de vida útil de cada um deles. Verifique outros itens que você e sua equipe considerem
importantes e inclua na lista. Mantenha-a em um lugar acessível e faça a verificação com a periodicidade
adequada para a sua atividade. Crie mais de uma lista se for preciso, uma para ser verificada diária e outra
semanalmente, por exemplo.
É importante que você observe os itens de segurança mesmo quando não está executando um ser-
viço. Por exemplo, quando você está guardando os materiais e fazendo limpeza, é importante que você
verifique se existem materiais inflamáveis ou tóxicos, materiais que não podem cair no solo, pois causam
contaminação, como os óleos lubrificantes, ou materiais que são pesados demais e não devem ser carrega-
dos por uma pessoa, mesmo que você consiga carregá-los. Sempre que algum material for muito pesado,
utilize um carrinho ou algum outro equipamento. O seu corpo pode conseguir carregar peso durante um
certo tempo da sua vida, mas, em algum momento, ele vai ser lesionado e pode não voltar ao normal.
Na sequência, estude sobre as campanhas de segurança e atente para a importância delas.

10.3 CAMPANHAS DE SEGURANÇA E CIPA

Segurança é uma questão de hábito e deve ser observada diariamente. Algumas empresas tem pessoas
responsáveis em diferentes setores para orientar e atuar de forma direta junto aos demais trabalhadores.
A CIPA é uma comissão existente em muitas empresas que tem a função de atuar para a prevenção de
acidentes e doenças relacionadas a saúde do trabalhador. E de forma a reforçar a importância das ações de
prevenção e divulgação dos resultados dos esforços conjuntos de empresa, empregados e terceiros, são
realizadas as SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho.
Educação em Prevenção de acidentes - GEPA/CIPA
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) procura prever acidentes e doenças que possam
aparecer por causa do trabalho, para garantir a integridade física dos trabalhadores. A CIPA é regulamenta-
da pelo artigo 163 da Consolidação das Leis do Trabalho e pela Norma Regulamentadora 5 (NR-5).
A CIPA é composta por representantes da empresa e dos empregados, seguindo critérios definidos pela
legislação, em quantidade de pessoas que garanta a representatividade dos membros da empresa. A Co-
missão tem diversas atribuições, por exemplo:
a) identificar riscos de processos de trabalho;
b) elaborar planos de trabalho de ação preventiva;
10 SEGURANÇA NO TRABALHO
201

c) verificar o cumprimentos das metas estabelecidas nos planos de trabalho de ação preventiva;
d) verificar regularmente ambientes e condições de trabalho para identificar riscos;
e) divulgar informações sobre saúde e segurança no trabalho.
As empresas que devem constituir a CIPA são:
a) empresas públicas e privadas;
b) sociedades de economia mista;
c) órgãos de administração direta e indireta;
d) instituições beneficentes, associações recreativas;
e) cooperativas e outras empresas com trabalhadores de registro pela CLT.

SAIBA Para saber mais sobre a CIPA, sempre faça consulta nas fontes oficiais de informação.
MAIS Para saber mais sobre a NR 5, consulte esta e outras normas regulamentadores em:
mte.gov.br

Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho - SIPAT


A SIPAT pretende conscientizar os funcionários da empresa sobre a importância da prevenção de aci-
dentes e doenças no trabalho. Ela pode envolver competições esportivas, gincanas, ginástica em grupo,
apresentações de teatros, palestras técnicas, e outras formas de envolver os colaboradores e até seus fami-
liares a interagirem com as atividades, numa forma lúdica de aprendizado.
Esta atividade, que é prevista na NR 5, deve prever atividades durante um tempo mínimo de 20 horas
(por turno), e deve ser realizada anualmente.
Existem riscos que podem ser evitados. A próxima seção trará um estudo sobre prevenção e combate
a incêndio.

10.4 PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO: PPCI

Você já esteve em uma situação onde precisou intervir para conter ou apagar uma chama, fogo ou in-
cêndio? Sabe o que fazer em uma situação de incêndio? Calma. Ninguém deseja ou espera que você atue
como bombeiro de uma hora para outra. Mas, é interessante e importante saber alguma coisa, o básico
sobre o assunto.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
202

Por exemplo, para que haja o fogo, são necessários três fatores: o combustível, o calor, e o oxigênio
(também chamado de comburente). Estes três elementos formam o que é conhecido como triângulo do
fogo, apresentado na figura, a seguir. Se um destes elementos faltar, não tem fogo. Portanto, pode-se pen-
sar que, para acabar com o fogo, basta eliminar um destes elementos. Para eliminar ou reduzir o oxigênio,
pode-se cobrir o que está pegando fogo com um cobertor ou manta (abafamento).
Para eliminar ou reduzir o que está servindo de combustível, deve-se cortar o fornecimento de combus-
tível ou separar o que pode queimar do que já está queimando (Isolamento).

SÓLIDOS
OXIGÊNIO
LIQUIDOS
CO ACIMA DE 13%
EL

GASOSOS
Tí V

M
BU
US

RE
MB

NT

Julio Cesar Borchers (2015)


CO

CALOR

ENERGIA INICIAL QUE


PROVOQUE CALOR
Figura 104 -  Triângulo do fogo
Fonte: Adaptado de 16BCI (2015)

Quando o fogo aumenta a ponto de conseguir se manter ou se expandir, diz-se que existe uma reação
em cadeia. O fogo gera mais calor, aquece mais o combustível que, combinado com o oxigênio, gera mais
calor, que aquece mais combustível, e assim forma uma reação em círculo, ou reação em cadeia. A esta
nova situação é chamada de Reação em cadeia, como na figura abaixo, e estes quatro elementos configu-
ram o Tetraedro do Fogo.

Combustível Reação Comburente


Comburente
quimica
Co em cadeia
mbu
stív
Karolina Machado Prado (2015)

el
or
Cal
Calor

Reação quimica
em cadeia

Figura 105 -  Tetraedro do fogo


Fonte: Adaptado de Bombeirosemergência (2015)

Os combustíveis são diferenciados pela forma como interagem com o fogo, sendo organizados em clas-
ses:
10 SEGURANÇA NO TRABALHO
203

a) Classe A – Este combustível deixa resíduo depois que queima, diz-se que queimam de dentro para
fora. Ex.: Madeira.
b) Classe B – Este combustível não costuma deixar resíduo, diz-se que queimam na superfície. Ex.:
Líquidos inflamáveis e graxos.
c) Classe C – Este combustível está presente em equipamentos energizados. Ex.: máquinas energiza-
das.
d) Classe D – Este combustível queima a altas temperaturas e o incêndio neles só pode ser combatido
com uso de materiais específicos, pois os comuns pode causar explosão e vapores tóxicos. Ex.: Sódio,
Potássio, Magnésio.

O que fazer em caso de incêndio? Mantenha a calma, desligue a chave de


CURIOSI eletricidade, ligue para o corpo de bombeiros, comunique a brigada de incêndio,
retire o máximo de material combustível de perto do fogo, combata com material
DADES adequado e, se houver potencial para isto, não deixe que o fogo tome conta de sua
saída, saia sempre pela escada de emergência. Acesso em: 15/04/2015.

Para combater os incêndios, é comum usar extintores de incêndio. Os extintores são classificados se-
gundo o produto usado para apagar a chama, os chamados agentes extintores. Para cada tipo de com-
bustível, é usado um tipo de agente extintor específico. Conheça os tipos de extintores mais comuns e
confira a relação dos tipos de combustíveis com o respectivo extintor no quadro, a seguir, que relaciona os
Agentes Extintores com tipos de materiais combustíveis.
a) Extintor à água: usado na forma de jato de água, neblina de alta velocidade, neblina de baixa ve-
locidade.
b) Extintor com espuma: extintores portáteis usam espuma química e extintores maiores usam es-
puma mecânica, que promove primeiro o abafamento e depois o resfriamento.
c) Extintor de CO2: é um gás que não alimenta a combustão e não conduz eletricidade.
d) Extintor de Pó químico: Usa normalmente o bicarbonato de potássio, mas pode ser encontrado
com o agente extintor específico para a extinção do fogo de um determinado combustível.

Você sabia? O extintor de incêndio usado nos veículos é o tipo ABC, pois com
CURIOSI ele é possível apagar o fogo de estofamentos, painéis e combustíveis. Quando a
DADES obrigatoriedade do uso desse extintor entrou em vigor, em janeiro de 2015, as lojas
não conseguiam suprir a demanda de extintores.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
204

Observe na tabela a seguir os agentes extintores considerados em diferentes classes de fogo de extinto-
res. Observe que para cada tipo de material combustível é necessário um agente extintor diferente.

CLASSE DE FOGO AGENTES EXTINTORES


MATE-
RIAL PÓ QUÍMI- FORMA DE
SÍMBOLO DE IDENTIFICAÇÃO ÁGUA ESPUMA CO2 OBSERVAÇÃO
COMBUS- CO AÇÃO
TÍVEL

Esfriamento,
Papel, interrupção
madeira, SIM SIM da reação N.A.
tecidos em cadeia,
sufocamento.

Gasolina,
Interrupção Não usar água
óleo,
da reação em forma de
outros SIM SIM
em cadeia, jatos, somente
líquidos
sufocamento. neblina.
inflamáveis

Não usar água


Butano, em forma de
propano, jatos, somente
Interrupção
outros neblina. Não
da reação em
gases usar água e nem
cadeia, Sufo-
espuma.
camento
SIM
Interrupção
da reação
Equipa-
em cadeia,
mentos e
sufocamento.
instalações
elétricas
10 SEGURANÇA NO TRABALHO
205

Não usar extin-


Metais
tor comum.
combus- Absorção de
Selecionar o
tíveis, SIM calor e, sufo-
produto ad-
magnésio, camento.
equado para
sódio
cada metal.

Quadro 11 - Tabela de classe de extintores de incêndio


Fonte: do Autor (2015)

Agora que você conhece as especificações dos agentes extintores leia o Casos e Relatos e perceba o
quanto faz diferença saber proceder em casos de incêndio.

CASOS E RELATOS

Combatendo um incêndio
Marcos é um eletricista muito respeitado na sua empresa, pois suas montagens são feitas com
cuidado e, quando ele prestava um serviço de manutenção, o trabalho sempre era feito de forma
rápida e eficaz. No entanto, ele não conhecia muito bem os procedimentos para combater incên-
dios. Depois de fazer um curso técnico, Marcos acabou passando por uma situação de risco. Um
colega fechou um curto-circuito e incendiou um transformador da empresa. Apesar do susto, Mar-
cos conseguiu lembrar que a primeira medida era desligar a energia. Rapidamente, ele desligou os
disjuntores e chaves que alimentavam aquele circuito.
O setor da empresa ficou às escuras e Marcos chamou os bombeiros. Mas, no caminho, ele encon-
trou um extintor de incêndio do tipo C. Enquanto os bombeiros não chegavam, Marcos usou o
extintor para iniciar o combate ao incêndio. Apesar de ter esvaziado o extintor, ele não conseguiu
eliminar totalmente o fogo. Lembrou que, quando um extintor estivesse vazio, ele deveria ser colo-
cado deitado, pois a primeira coisa que o bombeiro vai fazer é pegar aquele extintor, e aquele não
poderia estarem pé. Então, Marcos deitou o extintor e depois saiu da sala, pois ele ouviu a sirene
dos bombeiros e não queria ficar preso pelo fogo. Em pouco tempo, os bombeiros especializados
apagaram o fogo. Marcos continuou sendo um ótimo profissional, agora com mais uma experiên-
cia de vida.

Você está chegando ao final de mais um capítulo, revise os principais assuntos abordados lendo o
Recapitulando.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
206

RECAPITULANDO

Neste capítulo você pôde estudar que a montagem elétrica, deve sempre ser cercada de segu-
rança. Trabalhar com segurança é responsabilidade de cada um dos envolvidos em qualquer ativi-
dade. Quando se trabalha em equipe, você precisa considerar que a ação de cada um acarreta
em consequências para todos. Este capítulo reforçou a necessidade de todos os envolvidos na
montagem elétrica participarem e se comprometerem com o trabalho desde o seu planejamento
até a entrega final. Você viu que no planejamento da montagem se identificam os perigos e riscos
do trabalho e antecipam-se as medidas de segurança do trabalhador. Aprendeu que existem ferra-
mentas específicas para documentar as avaliações dos riscos do trabalho e poder realizar o acom-
panhamento dos trabalhos. Estudou que as empresas precisam criar formas de disseminar boas
práticas de segurança.
A legislação brasileira regulamenta a necessidade de conscientização e preparo de colaboradores
da empresa no acompanhamento e vigilância das ações e medidas necessárias para o trabalho
seguro, a partir do tipo de atividade exercida e número de trabalhadores. A Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA) atua como grupo vigilante na empresa. A Semana Interna de Pre-
venção de Acidentes (SIPAT) é um momento importante para reforçar o conceito de segurança na
cultura do trabalho e deve ser valorizado e prestigiado por todos.
Você estudou que para poder atuar em uma situação de combate a incêndio, precisa-se conhecer
um pouco sobre extintores de incêndio. Você foi apresentado aos diferentes tipos de extintores,
com diferentes agentes de extinção de incêndio, e que cada um tem uma aplicação específica,
dependendo do tipo de material em combustão.
Cuide de sua saúde e integridade, pois ela é o seu bem maior.
Qualidade Ambiental

11

Nunca se falou tanto em preservação do meio ambiente, não acha? Seja no trabalho, na
televisão, na escola, a humanidade tem se preocupado muito com este tema. Isso se deve à
gravidade dos problemas ambientais gerados pela deterioração do meio ambiente.
Mas afinal, o que é preservação? Em se tratando de meio ambiente, pode-se entender como
cuidado, prevenção, além dos demais sinônimos para este termo. Mas, o que se deve preser-
var? O meio ambiente é tudo o que nos rodeia, ele vai desde os recursos naturais (água, flora,
fauna, ar, solo etc.), até o meio artificial (as cidades, empresas, indústria), do qual as pessoas
dependem para sobreviver.
Logo, torna-se fundamental sua preservação, uma vez que estamos inseridos neste meio.
A preservação do meio ambiente se tornou ato normativo. As empresas são cobradas por
legislações cada vez mais rígidas e controladas.
Assim sendo, nas próximas seções, você estudará a importância do meio ambiente na vida
do ser humano. Envolvendo conteúdos referentes à relação do homem com o meio ambiente,
à necessidade da qualidade de vida nos dias atuais, aos problemas ambientais envolvendo a
poluição, aos impactos do aquecimento global, a algumas formas de preservação e ao que
você poderá fazer para contribuir com a questão ambiental durante as suas atividades de mon-
tagem de sistemas elétricos.

11.1 QUALIDADE DE VIDA: HOMEM E O MEIO AMBIENTE

Ao iniciar os estudos sobre a relação entre homem e meio ambiente, é importante lembrar e
compreender que o ser humano faz parte do meio em que vive, e não está, portanto, separado
dele, embora o homem contemporâneo tenha esquecido disso (FONTERRADA, 2004).
Pode-se entender o meio ambiente como tudo o que existe em nossa volta. Embora essa
abordagem seja um tanto técnica, a Legislação nos esclarece que meio ambiente é o “[...] con-
junto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que per-
mite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.” (BRASIL, 1990).
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
210

A relação entre o ser humano e o meio ambiente se dá de várias formas, sejam elas de ordem política,
educacional, econômica, cultural, artística e social. No entanto, são relações bem complexas (FONTERRA-
DA, 2004), até mesmo conturbadas, pois, entre todas estas ordens, existem conflitos de interesse, poluição,
uso desenfreado de recursos naturais, desrespeito e falta de conscientização perante a natureza.
Ao buscar na história, sempre ocorreram mudanças no meio, e estas se tornaram ainda maiores desde o
surgimento do homem. Mas, é importante entender que, tais mudanças, nem sempre foram destruidoras
do meio natural.
Ao longo do tempo, o homem adaptou o meio às nossas necessidades, mas não o explorou numa escala
que gerasse alarde mundial como hoje (MARTINS, 2007).

CURIOSI Você sabia? Foi a partir da Revolução industrial que a exploração ambiental se
intensificou e o meio ambiente passou a ser degradado (AQUINO, 1982; CARVALHO,
DADES 2003).

Mas porque chegamos a este impasse?


Fonterrada (2004) relata que o ser humano passou por diversas transformações ao longo do tempo:
mudanças de pensamento, comportamento e concepção de mundo. Um pouco antes da Revolução in-
dustrial, por volta do século XVI, o homem passou a se ver como centro do universo (antropocentrismo),
dando lugar para o humanismo.
Com o passar dos séculos, no século XIX, uma visão individualista (espelhada pelo Romancismo) e uma
sociedade industrial preocupada com sua condição, fez crescer as cidades do mesmo modo que a produção
de máquinas. Ocorreram às guerras, surgiram mais fábricas, a agricultura se expandiu e, consequentemen-
te, aumentaram os problemas (FONTERRADA, 2004; ZORZAL, 2013), sejam eles, sociais ou ambientais. É a
partir daí que o homem se volta para o coletivo, tentando resgatar a relação que os antepassados tinham
com o meio ambiente antes da Revolução Industrial, que era uma relação de mais respeito e harmonia.
Thinkstock ([20--?])

Figura 106 -  Relação de harmonia com o meio ambiente


11 QUALIDADE AMBIENTAL
211

SAIBA Para saber mais sobre o histórico das questões ambientais, acesse: <http://www.
MAIS ufcspa.edu.br/ufcspa/institucional/politicas_gestaoambiental.pdf>.

Pelas razões apresentadas anteriormente é que as pessoas, em geral, buscam uma melhor qualidade
de vida, pois a sociedade se vê como uma grande defensora das causas sociais e da preservação do meio
ambiente, no sentido de almejar mudanças políticas, públicas e de padrões produtivos nas empresas, que
visem à melhoria, quando se trata de ecoeficiência.

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Figura 107 -  Ações de melhoria do meio ambiente

Ao analisar o sentido da expressão “qualidade de vida”, você percebe que ela possui muitos significados.
Representa, desde possuir um ambiente com condições sanitárias satisfatórias e uma vida tranquila, com
bens materiais que atendam às necessidades, até obter tudo o que o meio ambiente é capaz de proporcio-
nar de melhor, como, recursos naturais suficientes, boa educação, segurança, bem estar, beleza, harmonia
etc. (KEINERT; KARRUZ, 2002).
Atualmente, as empresas buscam, melhorar a qualidade de vida de seus colaboradores e vizinhança,
controlando seus processos, principalmente para reduzir a poluição. Isso se deve não somente pela cons-
cientização dos empresários, mas também devido à firme cobrança que as legislações vigentes estabele-
cem às empresas.
Portanto, é imprescindível, em razão da poluição tristemente visível, que todos façam algo a respeito.
Ações pessoais que envolvam, por exemplo, a economia de água, como fechar a torneira enquanto se
escova os dentes é simples e fácil de fazer. Outro exemplo é reaproveitar os materiais recicláveis para a
confecção de objetos para usos diversos.
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
212

Empresas e prestadores de serviço podem contribuir para o futuro sustentável do planeta e do desen-
volvimento incluindo a ecoeficiência1 em suas atividades produtivas, nas estratégias de negócio e de ino-
vação, adotando medidas desta natureza, desde a matéria-prima até o produto final. (IEL, 2011).
Porém, como isso é possível? Veja que, ao buscar os componentes necessários para a montagem dos sis-
temas elétricos, sua atenção deverá estar voltada para a busca de equipamentos com certificados de qua-
lidade e que demonstrem a segurança do produto e a sua contribuição ambiental. Além disso, precisa dar
preferência a materiais que apresentem selo de economia de energia ou produção ecoeficiente, ou seja,
que o processo de produção deste material respeite as normas ambientais e seja ecologicamente correto.
Se, por exemplo, você escolher componentes e materiais certificados e que garantam a economia do
sistema, que gerem menos ruído no equipamento, certamente você estará contribuindo para o meio am-
biente e para a qualidade de vida dos seus usuários. Sem contar que podem ser implementadas ações para
destinação adequada dos resíduos gerados no processo de montagem.
Deste modo, torna-se mais fácil ganhar a confiabilidade nos serviços e melhorar a qualidade de vida,
repensar seus processos, adotando novas tecnologias e materiais que respeitem o meio ambiente, exigin-
do, de seus fornecedores, atitudes que preservam o meio ambiente, como, por exemplo, licenciamentos
ambientais e cumprimento das legislações ambientais.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil já apoiava em 2001 a


CURIOSI utilização dos produtos ecológicos e o desenvolvimento de pesquisas com as
empresas que oferecem produtos e serviços ecoeficientes. Os primeiros itens da
DADES classificação destes produtos envolve o uso de matérias-primas naturais renováveis,
extraídas de forma sustentável e o reaproveitamento e a reciclagem das matérias-
primas sintéticas por processos de tecnologia limpa (OLIVEIRA, 2002).

O uso de Tecnologias Ambientalmente Saudáveis, ditas tecnologias limpas, por exemplo, é outro inte-
ressante modo de buscar uma relação mais equilibrada com o meio ambiente. Exemplos destas tecnolo-
gias são a energia solar e eólica, que poluem menos e usam recursos de modo sustentável.

1 Criar mais valor com menos impacto.


11 QUALIDADE AMBIENTAL
213

Além disso, direcionam as organizações a se aproximarem de um desenvolvimento ecologicamente


correto, contribuindo para a economia mundial, proteção ambiental e redução da pobreza (PHILIPI, 2001
apud OLIVEIRA, 2002).

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Figura 108 -  Tecnologias limpas

Você já se questionou quanto as causas do aquecimento global e os impactos ambientais em decorrên-


cia dele? Estes serão os assuntos tratados na próxima seção. Prossiga em seus estudos.

11.2 IMPACTOS AMBIENTAIS E AQUECIMENTO GLOBAL

De acordo com a teoria do aquecimento global, se as condições climáticas continuarem como estão, os
especialistas preveem um aumento na temperatura do planeta para o final deste século, podendo gerar
mudanças nos padrões meteorológicos, como chuvas em áreas desérticas e secas em áreas produtivas. Os
agentes causadores deste efeito são os gases emitidos na atmosfera, resultantes de processos industriais
e do escapamento dos automóveis. Dentre os mais mencionados, estão o dióxido de carbono, oriundo da
queima de combustíveis fósseis (LEÃO, 2000), e o metano, que é vinte vezes mais nocivo que o dióxido de
carbono. (ALMEIDA; PEREIRA, 2010).
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Figura 109 -  Aquecimento global


MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
214

As pesquisas mostram que as modificações causadas ao meio ambiente (como a poluição) promoveram
alterações no balanço energético e hídrico da natureza, produzindo alterações significativas nas proprie-
dades químicas e físicas da água, da atmosfera e até mesmo do solo. Essas alterações ambientais se mani-
festam como desequilíbrios, impactos e degradação2 do ambiente em geral, podendo ser até irreversíveis
(GONÇALVES, 1992 apud COSTA; GIUDICE, 2012).
Mas afinal, o que são impactos ambientais?
A legislação vigente conceitua impacto ambiental como “[...] qualquer alteração das propriedades físi-
cas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante
das atividades humanas [...]”, que afetam a saúde, a segurança, o bem-estar da população, as atividades so-
ciais e econômicas, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, a biota e a qualidade dos recursos
naturais. (BRASIL, 1986).
Apesar de existirem impactos ambientais positivos, como, por exemplo, a recuperação de áreas de-
gradadas e matas ciliares, o reflorestamento, a limpeza de rios, a reciclagem e impactos naturais, como
erupções vulcânicas. O problema se deve aos impactos negativos, os exercidos pela ação humana, como a
contaminação dos rios e do solo, pelo lixo, rejeitos domésticos e industriais. Além desses, ainda há a polui-
ção do ar por emissões de poluentes industriais (COSTA; GIUDICE, 2012) e o uso de recursos naturais sem
controle, que é o caso da água e da energia etc.
Thinkstock ([20--?])

Figura 110 -  Poluição ambiental

A grande questão é que, pela primeira vez, a humanidade está influenciando nas condições ambientais
em vários lugares do planeta e isso se intensificou no século passado. Mas, o maior obstáculo à redução dos
gases do efeito estufa é a natureza fundamental das atividades que promovem o desmatamento, a geração
de energia e a industrialização (LEÃO, 2000).

2 Refere-se à deterioração.
11 QUALIDADE AMBIENTAL
215

Na busca de soluções, especialistas sugerem a adoção de práticas que visem o alcance de maior efici-
ência energética, combinando esforços para preservar e reduzir o consumo de combustíveis fósseis, man-
tendo os níveis de emissão de gases como estão nos próximos cem anos. Além de investimento mais em
pesquisas e na busca por alternativas que economizem energia, que optem por energias renováveis, como
a eólica, a solar, geotérmica.
De modo geral, são necessárias mudanças tecnológicas na geração de energia nuclear a fim de torná-la
mais segura. É necessário aumentar o uso de gás natural, pois substitui o petróleo em alguns casos e reduz
drasticamente o desmatamento, pois as florestas servem como esponja para absorver o CO2 (LEÃO, 2000) e
auxiliam na regulação climática.
Logo, nossas práticas deverão ser condicionadas a buscar a preservação, com vistas à sustentabilidade
ambiental. Portanto, é necessário revisar as práticas de consumo e produção, identificando fontes de des-
perdício e também reduzindo seus custos. Utilizar racionalmente os recursos naturais responde adequada-
mente à busca pela qualidade ambiental e melhoria da qualidade de vida, ao mesmo tempo em que pode
significar redução de despesas. (UFCSPA, 2009).
Por exemplo, na área de montagem de sistemas elétricos, uma prática interessante que vem sendo
utilizada e que pode ser considerada como uma iniciativa para preservar o recurso natural - “energia” - é a
utilização de acionamento de partida econômicos em motores. Existem motores que, quando acionados,
consomem mais energia do que os demais e para reverter este quadro existem dois tipos de partida econo-
mizam energia, uma delas é a chamada partida suave, ou soft starter, que atua apenas na partida e, portan-
to, economiza energia apenas neste ponto, a segunda é o inversor de frequência, que, além de promover a
economia de energia durante a partida, proporciona a redução de energia durante todo o funcionamento
do motor.

CASOS E RELATOS

A eficiência energética aplicada a vários ramos da indústria


Dentre os setores que mais se destacam no mercado e oferecem possibilidades de criação de pro-
jetos ecoeficientes, estão os setores: energia (devido ao impacto ambiental que provoca), petro-
químico (gestão dos resíduos e eficiência energética), automobilístico (devido às exigências dos
fabricantes quanto a ISO 14001, desafio por novas tecnologias: como baterias para carros híbridos,
elétricos, fibras de carbono etc.) e construção civil (gestão dos resíduos e qualidade nos edifícios).
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
216

A eficiência energética, neste caso, é entendida e aplicada a projetos que reduzam os valores gas-
tos com energia na indústria e, até mesmo em empresas menores, projetos de conscientização ou
sensibilização do público a respeito dos impactos da geração e consumo de energia. No Brasil, te-
mos as hidrelétricas com grande impacto ambiental. Como exemplo de empresa que já atua no de-
senvolvimento de projetos de otimização energética existe a ESCO (sigla em inglês para empresa
de otimização energética). Ela desenvolve, instala e financia projetos de fornecimento de energia
com custo reduzido, sendo remunerada por meio dos ganhos de eficiência do projeto.
Os desafios no setor petroquímico também se relacionam à eficiência energética, já que consome
muita energia. Mas, além de projetos que fomentem este aspecto, há a possibilidade de criar pro-
jetos para a redução do impacto ambiental do setor, causado pela emissão de agentes químicos
na natureza. Um exemplo que pode ser citado é o da BASF, empresa alemã que desenvolveu uma
ferramenta de avaliação da ecoeficiência da produção e quanto ao uso dos recursos naturais. Nesta
análise, foram feitas avaliações comparativas entre o processo, produtos ou serviços da empre-
sa, levando em conta todo o seu ciclo de vida. Os critérios utilizados na análise baseiam-se nas
ISO 14040 e a 14044, além dos aspectos econômicos. No Brasil, esta metodologia foi usada pela
Fundação Espaço Eco, com a participação do SESI e SENAI, em São Bernardo do Campo – SP (IEL,
2011).

Na sequência, leia sobre a prevenção à poluição ambiental.

11.3 PREVENÇÃO À POLUIÇÃO AMBIENTAL

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente - MMA (2005), dentre os maiores problemas enfrenta-
dos, não somente neste país, mas no mundo moderno, estão: a poluição, com maior destaque para o lixo; a
fome, pobreza e miséria, promotoras da desigualdade social, que contribui para a violência e a criminalida-
de. Logo, todo o lixo gerado, após o evento da industrialização, e o aumento e concentração populacional
nas grandes cidades, tornou-se um problema.
A Poluição foi definida pela legislação brasileira como uma espécie de degradação da qualidade am-
biental resultante de atividades humanas. (BRASIL, 1981).
Os tipos mais comuns de poluição são: a poluição atmosférica, por liberação de gases tóxicos e poluen-
tes dos processos fabris; da água e do solo, pelo lançamento de resíduos em córregos e terrenos baldios e
o assoreamento3, sendo que um influencia o outro, pois a natureza é interligada por vários ecossistemas
que funcionam em ciclos.

3 É a obstrução do corpo hídrico (rio, baía, lagoa, etc.) pelo acúmulo de substâncias minerais (solo, argila, areia, etc.) ou orgânicas
(lodo) que diminuirão a profundidade e a velocidade de sua correnteza.
11 QUALIDADE AMBIENTAL
217

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Figura 111 -  Despejo de água contaminada no rio

Thinkstock ([20--?])

Figura 112 -  Poluição de corpo hídrico e solo pela ação humana

Até poucas décadas atrás, a preocupação com a poluição gerada pelas atividades industriais e suas
consequências para o meio ambiente era exclusiva de organizações ambientais. Visto que a sociedade e
as indústrias, acostumadas a focar no lucro e não no bem-estar social, passam a tratar estas questões com
mais seriedade a partir da promulgação de leis e fiscalização, as quais passaram a exigir o controle dos re-
jeitos gerados nos processos industriais. (BARCELLOS, 2005).
Para entender um pouco melhor acerca do controle da poluição, é importante ressaltar que este contro-
le tem acompanhado duas direções principais: a abordagem tradicional e a preventiva.
A primeira abordagem, conhecida desde a década de 80, objetiva reparar o que foi feito de errado,
como, por exemplo, tratar os efluentes gerados pelas pessoas e indústria (SANTOS, 2005), as formas de
reparação por indenização (NALINI, 2008) e as forma de recuperação, que podem incluir a reconstituição
da condição original do meio.
Já na abordagem preventiva, o objetivo é evitar o “mal”, ou seja, utilizar a educação da comunidade e
dos envolvidos no processo produtivo, por meio da conscientização das pessoas para diminuírem o volu-
me de lixo, e a alteração de processos industriais e conseguentemente reduzirem seus rejeitos. Trata-se de
uma abordagem de gerenciamento ambiental (SANTOS, 2005).
Existem também as alternativas de reaproveitar os resíduos, ou reciclar e até mesmo eliminar a sua ge-
ração. Por essa razão, o conceito de quatro “R” surgiu: Repensar, Reduzir, Reciclar e Reutilizar (VALLE, 2002;
MMA, 2005).
MONTAGEM DE SISTEMAS ELÉTRICOS
218

Algumas soluções de controle e prevenção, utilizadas pelas organizações, serão apresentadas a seguir.
a) Reduzir os resíduos - é uma abordagem preventiva que busca diminuir o volume gerado e o conse-
quente o impacto ambiental. Geralmente utilizam a conscientização ambiental para tal feito.
b) Eliminar os resíduos – em casos extremos, pode-se eliminar completamente o resíduo como meio
de prevenir sua geração.
c) Reaproveita ou reutilizar – trata-se de uma abordagem corretiva, que pretende trazer o resíduo
para ser usado para outro fim, ou inteirá-lo novamente ao ciclo do processo produtivo, como sub-
stâncias ou produtos extraídos dos resíduos depois que foram gerados, por exemplo, o reuso da
água, que após tratada, pode ser usada nas torres de resfriamento.
d) Reciclar - é uma abordagem também corretiva, que visa reaproveitar algum material inutilizado, a
fim de reintegrá-lo novamente no processo produtivo, agora, para produção de um novo produto,
por exemplo, resíduo de papel de escritório para a fabricação de resmas de papel reciclável, garrafas
plásticas (pet) para a fabricação de roupas, bancos etc.
e) Tratamento de poluentes - é uma abordagem técnica de caráter corretivo, que altera as caracterís-
ticas do resíduo após ser gerado, neutralizando seus efeitos nocivos (VALLE, 2002).

Dentre as atitudes que você poderá desenvolver nas suas atividades de montagem
FIQUE de sistemas elétricos, é se atentar para descartar adequadamente os resíduos que
ALERTA você gerar durante o processo de montagem. Por exemplo, as embalagens de papel
e plástico de componentes e as aparas de fiação podem ser recicladas.

Exemplos de tratamento para resíduos sólidos são: a incineração e a extração de substância, como, por
exemplo, os metais. Para o tratamento de poluentes líquidos, são usados os processos de tratamento por
estações de tratamento conhecidas como ETE, com tratamentos biológicos (lodos e filtros biológicos etc.) e
os processos físico-químicos (filtração, sedimentação, oxidação química etc.). MMA (2009). Já o tratamento
da poluição do ar, mencionados pela Electo (2000), requer o uso de filtros nas saídas das chaminés, como o
filtro tipo manga e lavadores de gases.
É importante ressaltar que uma alternativa muito utilizada por alguns processos fabris é substituir a
matéria-prima geradora de um determinado poluente nocivo por uma menos nociva, ou até mesmo uma
substância livre de toxicidade.
Os Sistemas de gestão ambiental (NBR ISO 14001), por exemplo, auxiliam nos controles de poluição e de
tratamento com procedimentos e planejamentos, eles consideram a prevenção da poluição e conservação
de recursos naturais (energia e água) em novos projetos, bem como enriquecer o processo de conscienti-
zação ecológica no mercado, com selos verdes e normas (VALLE, 2002).
11 QUALIDADE AMBIENTAL
219

Uma indústria verde tem suas atividades especializadas e dirigidas para a geração e desenvolvimen-
to de processos, serviços, programas e equipamentos antipoluentes, que visam reduzir ou até eliminar a
poluição. Como exemplo, podemos citar os catalisadores4, reciclagem de lixo ou resíduos, tratamento de
efluentes, licenciamento ambiental, etc. (OLIVEIRA, 2002).

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você pôde estudar como era a relação do homem com o meio ambiente antes das
degradações ambientais começarem e como esta relação de respeito, dentre outras alternativas
de preservação podem servir para melhorar a qualidade de vida, tanto no trabalho quanto no dia
a dia.
Observou também o quanto a poluição ambiental afeta a relação com o meio ambiente e quali-
dade de vida.
Também teve a oportunidade de identificar os riscos do aquecimento global e dos impactos ambi-
entais que contribuem para o desequilíbrio ambiental, as medidas que as empresas e a sociedade
vêm tomando para reverter este quadro e as formas de preservação ambiental que, tanto você,
quanto qualquer outro profissional pode desempenhar. Estas informações servem de base para
a sua contribuição com a qualidade ambiental ao desempenhar suas atividades de montagem de
sistemas elétricos.

4 São substâncias que alteram a velocidade de uma reação química.


Ferramentas da Qualidade

12

Nas organizações, a qualidade constitui um processo contínuo de melhorias, carregado de


lições que são usadas para otimização dos serviços e produtos, a fim de manter os clientes atu-
ais, resgatarem os perdidos e conquistar novos clientes.
A qualidade em serviços, por exemplo, vai focar no modo como estes serviços são execu-
tados e como poderão ser melhorados em questões de montagem, engenharia, manutenção,
planejamentos etc.
E, para atingir estas expectativas e atestar que o produto que você ajuda a desenvolver na
sua empresa, ou o serviço que você executa no seu cliente, são de ótima qualidade, são utili-
zados meios para planejar as atividades e controlar o desempenho do processo, capazes de
oferecer a busca pelos melhores resultados. Dentre estes meios, existem as metodologias e as
ferramentas da qualidade.
Estes são os métodos e as ferramentas da qualidade, usados como técnicas e instrumentos
de análise e organização de dados, que servem para a solução de problemas, planejamento,
tomada de decisões, melhorias etc. Cada qual com sua função.
Dentre as ferramentas mais utilizadas em qualidade, há o Diagrama Ishikawa (ou Diagrama
de causa e efeito), Fluxograma, Histograma, Listas de Verificação, Brainstorming, Diagrama de
Pareto, Diagrama de Dispersão, mas existem também metodologias e ferramentas de planeja-
mentos que são usadas em gerenciamento, administração, gestão da qualidade e muitas ou-
tras áreas, que são o Ciclo do PDCA, 5W1H e a Matriz GUT, entre outros.
Mas, porque estudar as ferramentas da qualidade? Por dois fatores principais: um deles é
que, em se tratando de produção, montagem, manutenção ou qualquer outra forma de pres-
tação de serviço, o colaborador é peça fundamental no processo de implantação de qualquer
metodologia que busca melhorias ou excelência em qualidade. É neste momento que o traba-
lhador é convidado a participar da solução de problemas e buscar por resultados. E, o outro
fator fundamental é que você poderá facilitar suas atividades, utilizando tais ferramentas, que
oferecem a oportunidade de planejamento e melhoria do processo, seja ele de montagem
ou instalação, pois elas lhe auxiliarão a se organizar mais e a planejar suas tarefas, poupando
tempo e dinheiro.
FUNDAMENTOS ELÉTRICOS
222

No entanto, neste capítulo, você estudará apenas algumas ferramentas e métodos que serão mais úteis
e importantes para a atividade de montagem de sistemas elétricos. Dentre eles, estão: o Ciclo do PDCA, o
Brainstorming, o 5W1H, o Diagrama de Ishikawa, Diagrama de Pareto e a Matriz GUT.
Além disso, terá a oportunidade de estudar também como o planejamento poderá auxiliá-lo quanto
ao desempenho do produto, na relação custo/benefício e no atendimento ao cliente, fatores essenciais na
busca pela qualidade dos seus serviços.

12.1 FERRAMENTAS DA QUALIDADE: 5W1H; ISHIKAWA; DIAGRAMA DE PARETO; GUT;


BRAINSTORMING

As ferramentas da qualidade começaram a ser criadas no século passado, mas tiveram seu auge de cria-
ção a partir da década de 50, para o controle de qualidade, e sua utilização vem se intensificando ao longo
do tempo. Os criadores de algumas das ferramentas que serão apresentadas nesta seção e dos princípios
que nortearam a qualidade nas organizações foram:
a) Joseph Juran, estabeleceu a trilogia: planejamento, melhoramento e controle da qualidade e tam-
bém contribuiu com a Administração Estratégica da Qualidade;
b) Kaoru Ishikawa, reforçava o uso de sete ferramentas da qualidade e criou o Diagrama de causa e
efeito;
c) Walter Andrew Shewhart, o pai do controle estatístico de qualidade e idealizou o PDCA;
d) William Edwards Deming quem divulgou o Ciclo do PDCA, foi reconhecido também por aplicar mé-
todos estatísticos e ferramentas de melhoria dos processos, projetos, produto, vendas e testes, nos
Estados Unidos e Japão;
e) Philip Crosby introduziu a ideia “DEFEITO ZERO”;
f ) Armand V. Feigenbaum foi um importante personagem da qualidade na General Eletric (GE) em
Nova Iorque, ele trouxe o conceito de Qualidade Total e escreveu o livro sobre o conceito de TQC -
Controle Total de Qualidade (SEWARD; DOANE, 2014), e outros.
De acordo com Joseph Juran, considerado por muitos como um dos “gurus” da qualidade e, por outros,
como o “pai da qualidade”, a melhoria da qualidade de qualquer processo, produto ou serviço começa
no momento em que você reconhece essa necessidade de melhoria de algo. Em seguida, você precisa
estabelecer o que deverá ser feito, transformando isto numa oportunidade para o envolvimento de outros
colegas. E, para tanto, você deverá planejar as suas atividades para atingir a melhoria desejada e é neste
momento que entram em foco as ferramentas de qualidade, as quais auxiliam a organizar dados e informa-
ções diversas e a controlar e monitorar os resultados.
Na sequência, será apresentado o plano 5W1H. Acompanhe.
12 FERRAMENTAS DA QUALIDADE
223

12.1.1 5W1H

Planejar significa observar o que deverá ser feito, para elaborar ações que serão aplicadas para auxiliar
as pessoas envolvidas na busca por bons resultados. O planejamento constitui um componente funda-
mental para qualquer tipo de organização ou tarefa que necessitamos desenvolver.
O plano de ação é um instrumento que define ações, geralmente em curto e médio prazo, a serem
tomadas após coleta e análise de dados observados. É muito utilizado na gestão, para estabelecer o rumo
dos projetos de implantação.
O 5W1H é um tipo de plano, em forma de lista de verificação, que organiza as ideias e ações de ma-
neira lógica e objetiva. O arranjo desta ferramenta é realizado por meio da estruturação de seis perguntas
básicas (GIRÃO et al., 2009), que são: “O quê? Quem? Quando? Onde? Por quê? e Como?”. Existe também o
5W2H, que nada mais é do que a mesma sequência de questões-chave, no entanto, acrescenta a questão
“Quanto?”, destacando o custo da ação (LIN; LUH, 2009).
Aguiar (2006) descreve que o objetivo desta ferramenta é fornecer um cronograma de planejamento da
execução e/ou de monitoramento de trabalhos ou projetos, contendo medidas a serem executadas. Como
exemplo, o autor elucida que, se uma empresa de telefonia fixa tem como meta reduzir as reclamações
relativas a interferências por radiofrequência em suas redes em 50% até dezembro de 2016, as medidas
recomendadas envolvem a mudança de placas de assinantes do tipo A para B e instalação de filtros supres-
sores. O resultado do planejamento pode ser visualizado no quadro, a seguir:

1 2 3 4 5 6
Medidas Responsável pela Local a ser implan- Procedimentos
Prazo de Conclusão Justificativa
Propostas execução tado adotado
O que (fazer)? Quem (Fará)? Quando? Onde? Porque (fazer)? Como (fazer)?
(What) (Who) (When) (Where) (Why) (How)
Evitar propagação
da radiofrequência
Retirar a placa A e
Trocar placa A pela rede para
José M. 06/2016 Supervisão instalar a B em seu
pela B redizir a interfer-
lugar
ência na placa dos
assinantes
Instalar filtros Evitar que a Instalar filtros
supressores da radi- Antônio M. 10/2016 Supervisão radiofrequência se nas linhas dos
ofrequência propague pela rede assinantes
Quadro 12 - Planejamento com 5W1H
Fonte: Adaptado de Aguiar (2006)

Como pode ser observado neste quadro, os dados são organizados de uma maneira objetiva e clara. O
primeiro item a ser observado é o What?, ou “O que?”. Este item representa a ação a ser tomada ou o que
deverá ser feito para corrigir determinado problema ou situação. É importante estabelecer pelo menos um
responsável por cada tarefa, como pode ser observado no segundo item “Quem?”.
FUNDAMENTOS ELÉTRICOS
224

Existe um prazo a ser cumprido. Por esta razão, é interessante estabelecer uma data, e isso deve ser
descrito de preferência em números, como pode ser observado no item três “Quando?”. Do mesmo modo,
existe um local onde a medida será implantada, por isso, a necessidade do item quatro “Onde?”. Os respon-
sáveis pelo planejamento deverão justificar à direção ou aos seus superiores o “por que?” da medida ser
tomada e, por fim, o “como?” esta medida será implantada. Trata-se de um planejamento básico e simples,
no qual todos os indivíduos envolvidos com uma determinada situação a ser resolvida poderão participar
e se ajudar mutuamente.
Este plano de ação poderá ser criado para situações simples e de média complexidade, mas em con-
dições de média a alta complexidade a sugestão é o uso do PDCA. Por exemplo, se você e seus colegas
desejam planejar as ações para estimar custos dos componentes de montagem de um sistema elétrico,
poderão utilizar o 5W2H, no entanto, se desejarem corrigir algum problema do projeto de montagem, você
precisará utilizar o PDCA. Ambos os instrumentos poderão ser construídos com o auxílio do Brainstorming,
que será apresentado nas seções seguintes.

12.1.2 DIAGRAMA DE ISHIKAWA

Aguiar (2006) explica que o Diagrama de causa e efeito é usado para organizar a relação que existe entre
as causas e os efeitos (ou problema) a serem trabalhados. O autor acrescenta que esta ferramenta é capaz
de dispor, de maneira gráfica, esta relação.
E de que maneira isso é feito? Esta ferramenta serve para controlar os processos. É necessário que se
faça uma análise das causas que geram transtornos nos processos, e isso poderá ser organizado por cate-
gorias, conforme seguem os exemplos a seguir.
a) Material - se há algum problema (efeito), as possíveis causas estarão ligadas aos materiais utilizados.
Logo, deverão ser listados os problemas relacionados a estes materiais, por exemplo: ferramentas ou
dispositivos defeituosos ou irregulares e problemas com a matéria-prima.
b) Método - entenda que o efeito indesejado pode estar ligado ao fato de que a metodologia empre-
gada não foi adequada. Logo, você deverá listar as possíveis faltas desta metodologia de trabalho
que podem ter contribuído para o problema, por exemplo, ausência de procedimento, não cumpri-
mento de requisitos normativos etc.
c) Máquina – as causas do problema poderão se relacionar com um defeito na máquina ou equipa-
mento utilizado no processo.
d) Medida ou Medições - o efeito indesejado pode conter causas relacionadas com a medição inad-
equada por instrumentos de medida ou calibração etc.
e) Mão de obra - as causas podem estar relacionadas com os fatores humanos, como a execução de um
procedimento inadequado, ou falta de pessoal suficiente ou treinado etc.
f) Meio ambiente - se existe um problema, certamente poderá ter sido resultado de um dimensiona-
mento inadequado do ambiente ou espaço, leiaute dos equipamentos, poderá também estar rela-
cionado ao meio externo, como a poluição etc.
12 FERRAMENTAS DA QUALIDADE
225

A Figura, a seguir, representa um exemplo da estrutura de um diagrama de causa e efeito. É importante


você se lembrar do cabeçalho, para sinalizar o local que você está analisando.

Diagrama de Ishikawa - análise de causas e efeito


Empresa:
Setor ( Equipamento): Data:
Responsável pelo Setor:
Técnico Responsável pela análise:

Material Método Máquina


Falha elétrica
Queima
Falha mecânica repetitiva
de motor

Nelson Viana Junior (2015)


de
máquinas
Medições Mão de obra

Causas Descrição do Efeito

Figura 113 -  Esquema do diagrama de causa e efeito


Fonte: Adaptado de Aguiar (2006).

Como você pode observar, algumas das possíveis causas da queima repetitiva do motor é a falha elé-
trica, como causa direta, e a falha mecânica como subcausa, dentro da categoria “máquina”. Se você con-
tinuar com a análise desta categoria, certamente encontrará mais causas, do mesmo modo, se analisar as
demais categorias.
Conheça agora a ferramenta denominada Diagrama de Pareto.

12.1.3 DIAGRAMA DE PARETO

Também conhecido como Gráfico de Pareto, trata-se de uma ferramenta gráfica que organiza os dados
em ordem decrescente, de acordo com suas prioridades, ou seja, com base na frequência de sua ocorrên-
cia. É uma ferramenta de grande valia à tomada de decisões, estabelecendo uma reação entre utilidade e
importância (GUPTA; SRI, 2012).
Seu princípio estabelece uma relação de percentual entre causas e efeitos das várias situações que po-
dem ser encontradas no dia a dia para resolver. Pareto determina que cerca de 80% das consequências de
uma determinada situação vem de 20% de suas causas.
A análise feita por ele tem por objetivo identificar as principais causas geradoras de problemas, esta-
belecer a medida da quantidade de ocorrências de cada causa e classificá-las em ordem de prioridade, ou
seja, a partir das causas que apresentarem o maior número de ocorrências até a que apresenta o menor
número. O método também pode ser utilizado para priorizar uma lista de problemas a serem solucionados
(LUCINDA, 2010).
FUNDAMENTOS ELÉTRICOS
226

Esta ferramenta deverá ser estabelecida em forma de gráfico, e geralmente se utiliza o Software Excel
para alinhar os dados em forma decrescente (em razão de sua frequência) e realizar os cálculos, como meio
de facilitar a execução da ferramenta e projetar o gráfico de barras. Deste modo, será possível detectar os
erros do processo e suas possíveis causas.

Vilfredo Pareto desenvolveu o Diagrama na Itália, inspirado em Juran. Ele verificou


CURIOSI que 80% das receitas são produzidas por 20% da população. Por exemplo: 80% das
queixas dos clientes surgem de 20% dos produtos. Mas esta representação de 80:20
DADES é generalizada, pois, na verdade, o número que mais se aproxima do real é 75:25 ou
85:15 (PRAZERES, 1996; GUPTA; SRI, 2012).

Mas, como se constrói o diagrama de Pareto?


Primeiramente, você deverá determinar os problemas, perdas ou defeitos que ocorrem no seu processo
de trabalho, os quais deseja investigar e priorizar para a resolução. Em seguida, você deverá separá-los por
categoria e fazer uma listagem (lista ou folha de verificação) dos aspectos que você escolheu investigar.
Realize a contagem de ocorrências de cada situação. No Excel, você deverá colocar, em ordem decrescente
de frequência, estas categorias, como mostra o quadro, a seguir:

CATEGORIA - ERROS NA MONTAGEM DE SISTEMA ELÉTRICO DE MÁQUINA


Razões/ causas/ aspectos Nº de frequência/ ocorrencias % Unitário
Problema/ falha na rede elétrica 9 5º
Motor em curto-circúito 10 4º
Fiação com rachaduras 20 1º
Ventoinha com defeito 14 2º
Montagem e ligação elétrica errada 12 3º
Total 65 5
Quadro 13 - Listagem de situações de acordo com sua frequência e ordem de prioridade
Fonte: do Autor (2015)

Num segundo momento, liste os aspectos em ordem decrescente e calcule as ocorrências, como mostra
o exemplo, a seguir.

º á
% á = 100
º
Figura 114 -  Cálculo do percentual de ocorrências
Fonte: do Autor (2015)
12 FERRAMENTAS DA QUALIDADE
227

O cálculo representa a relação que existe entre o número de frequências de um aspecto individual e o
total de ocorrências no período. Logo, se você dividir o valor do primeiro aspecto encontrado pelo número
total de ocorrências, ou seja, 20 dividido por 65, o valor será de aproximadamente 0,31, e se multiplicar por
100, encontrará 31%.

CATEGORIA - ERROS NA MONTAGEM DE SISTEMA ELÉTRICO DE MÁQUINA


Razões/ causas/ aspectos Nº de frequência/ ocorrências % Unitário
Problema/ falha na rede elétrica 20 31
Motor em curto-circúito 14 22
Fiação com rachaduras 12 18
Ventoinha com defeito 10 15
Montagem e ligação elétrica errada 9 14
Total 65 100
Quadro 14 - Relação das ocorrências e seu percentual
Fonte: do Autor (2015)

Note que o quadro anterior apresenta os aspectos em ordem decrescente, permitindo a organização de
dados para a elaboração do Diagrama no software Excel.

Aline da Silva Regis (2015)

Figura 115 -  Percentual de ocorrência das irregularidades


Fonte: do Autor (2015)

Note que a soma dos três maiores percentuais corresponde a 71% de todos os erros apontados. Logo,
será necessário que primeiramente se dê atenção aos primeiros três aspectos para tomada de ações em
busca de solucionar tais problemas. Após solução destes problemas, 71% da relação de erros na monta-
gem do sistema elétrico da máquina será resolvido.
FUNDAMENTOS ELÉTRICOS
228

Essa interpretação é válida para muitos estudiosos da área. Para Seward e Doane (2014), três dos pro-
blemas apontados corresponderão cerca de 70 a 80% de todos os problemas e, portanto, deverão ter o
primeiro enfoque para sua solução.
É importante você saber que a classificação das causas ou problemas possibilitará à empresa direcionar
seus recursos e esforços para solucionar tais problemas que causem maior impacto no seu cliente, trazen-
do, deste modo, com o menor esforço, os melhores resultados possíveis (LUCINDA, 2010).
Outra ferramenta para solucionar problemas é o GUT. Acompanhe.

12.1.4 GUT

Geralmente as empresas possuem vários problemas a serem solucionados de uma única vez. E, neste
instante, o tempo se torna o maior vilão, pois quais problemas serão resolvidos primeiro?
Sem contar com os custos inerentes às correções destes problemas, uma vez que a necessidade por
recursos humanos e materiais é comum nesse momento. (LUCINDA, 2010).
Para auxiliar os envolvidos na gestão da organização e você na priorização de tarefas ou problemas a
serem resolvidos nas atividades de montagens de sistemas elétricos, a Matriz GUT apresenta-se como uma
ferramenta simples e eficiente.
Esta Matriz tem por finalidade selecionar problemas e desafios, escaloná-los e priorizar as tomadas de
decisões. Baseia-se nos parâmetros: Gravidade, Urgência e Tendência (GOMES, 2006; LUCINDA, 2010). Estes
indicadores ou parâmetros são:
a) Gravidade - reflete no impacto do problema sobre clientes, resultados, processos, assim como os
efeitos que surgirão em longo prazo;
b) Urgência - analisa o tempo necessário ou disponível para corrigir os problemas;
c) Tendência - demonstra o comportamento evolutivo da situação atual (GOMES, 2006).
Como pode ser observado, cada uma das letras desta ferramenta representa um indicador e uma pon-
tuação, que vai de 0 (zero) a 5 (cinco) (LUCINDA, 2010), como podemos observar no quadro, a seguir:

GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA PONTOS


Agravamento em curto prazo
Gravíssimo É necessária uma ação imediata 5
ou vai piorar rapidamente
Muito grave Com alguma urgência Agravamento em curto prazo 4
Grave O mais cedo possível Agravamento em médio prazo 3
Pouco grave Pode esperar um pouco Agravamento em longo prazo 2
Não vai piorar ou pode até
Sem gravidade rotina ou sem pressa 1
melhorar
Quadro 15 - Pontuação pela matriz GUT
Fonte: Adaptado de Lucinda (2010)
12 FERRAMENTAS DA QUALIDADE
229

A montagem da Matriz GUT consiste em classificar o problema ou a situação a ser melhorada por meio
da pontuação dos indicadores G, U e T. Por exemplo, o problema A apresenta a pontuação quatro para G
(gravidade), três para U e cinco para T (Quadro 3). No final da classificação, os pontos de cada problema
serão multiplicados e aquele que apresentar maior valoração será o primeiro a ser resolvido, conforme a
exemplificação do Quadro, a seguir:

PROBLEMAS GRAVIDADE - G URGÊNCIA - U TENDÊNCIA - T (TOTAL (GxUxT


A 4 3 5 60
B 5 3 5 75
C 2 2 2 8
Tabela 14 - Exemplo de priorização dos problemas pela matriz GUT
Fonte: Adaptado de Lucinda (2010)

Como pode ser observado no quadro anterior, a situação que apresentou maior valoração foi a B (75),
tornando-se a primeira situação a ser resolvida. Na sequência, a condição que deverá sofrer solução é o
problema A e por último o C, com a menor pontuação.
Portanto, na dúvida em priorizar alguma tarefa sua, em meio a tantas situações a serem resolvidas, você
poderá fazer uso desta Matriz, que certamente lhe será útil e confiável.
Você sabe o que é Brainstorming? Acompanhe, a seguir.

12.1.5 BRAINSTORMING

O Brainstorming significa tempestade cerebral ou de ideias (RICARDI, 2014).


Este método consiste em um processo de interação entre um determinado grupo, no qual os indivíduos
expõem várias ideias de maneira livre, sem críticas e no menor período de tempo possível. Estas ideias são
listadas por cada integrante, que irá expô-las assim que solicitado pelo mediador (RICARDI, 2014).
É isto mesmo, é necessário um mediador que oriente o grupo em caso de dúvida e que também auxilie
o grupo a ordenar as ideias mais eficazes para a solução de algo.
O Brainstorming é muito utilizado em reuniões, com o objetivo de desenvolver equipes de trabalho para
reduzir os custos e aumentar as receitas. É uma técnica que suspende os julgamentos. Durante as reuniões,
o mediador do processo esclarece a importância da quantidade de ideias que deverão ser expostas de
maneira livre, porém, mediadas por ele, que estará explicando como esta ferramenta funciona. As ideias
são selecionadas com base em alguns critérios e direcionadas, a fim de se chegar às ideias mais viáveis para
implementação. (RICARDI, 2014).
Aguiar (2006) menciona que esta técnica serve para descobrir as causas dos problemas ou anomalias
nos processos, usando o conhecimento que as pessoas possuem sobre determinado assunto.
Portanto, poderá ser utilizada em qualquer situação, inclusive se existir algum problema que você pre-
cise solucionar e necessite de ideias de seus colegas de montagem de sistemas elétricos.
FUNDAMENTOS ELÉTRICOS
230

É neste momento que esta técnica poderá ser útil a você e a seus colegas. É simples, em caso de cons-
tatar algum problema a ser resolvido na empresa ou em suas atividades de montagem, reúna um grupo
(seus colegas), explique a eles qual problema você deseja que eles auxiliem a solucionar e explique como
funciona o Brainstorming, deixando claro que todas as ideias compartilhadas ali não serão julgadas, de
maneira a fazer alguém se sentir desconfortável. Todas as ideias serão mediadas por você e serão analisa-
das pelo grupo, para verificar quais serão mais eficazes para o momento, deixando as demais para serem
utilizadas num outro período. Esta é a verdadeira missão do Brainstorming.
Conheça agora como está organizado o ciclo PDCA.

12.2 CICLO PDCA

Na atualidade, o mercado vem exigindo das empresas uma melhoria continuada de seus processos e
produtos. Visto que sua sobrevivência depende de sua capacidade em atender as necessidades e exigên-
cias dos seus clientes (AGUIAR, 2006; CAMPOS; HERBERT, 2006). Deste modo, a qualidade se tornou um
fator significativo e fundamental na decisão do consumidor frente a algum produto ou serviço, impulsio-
nando às empresas, tanto no mercado nacional, quanto no internacional, a aperfeiçoarem seus modos de
produção. (FEIGENBAUM, 1994).
A gestão surgiu com o intuito de alcançar bons resultados em qualquer empreendimento ou serviço por
meio de planejamentos. Portanto, para acompanhar as constantes mudanças que ocorrem externamente
(mercado) e internamente (nos processos produtivos, recursos etc.), as empresas necessitam implantar
metodologias que as ajudem a enfrentar os desafios que encontrarão. E, um exemplo disso é o PDCA.
O PDCA é uma metodologia utilizada para o “controle de processo” e é executado por meio do Ciclo do
PDCA, que tem como objetivo analisar situações que deverão ser resolvidas por meio do estabelecimento
de objetivos e metas (ROBLES; BONELLI, 2012), ou seja, planejamento das ações.
Nelson Viana Junior (2015)

Figura 116 -  Ciclo do PDCA


12 FERRAMENTAS DA QUALIDADE
231

O Ciclo do PDCA está relacionado à melhoria contínua dos processos e podem ser usados, tanto para
as resoluções de problemas encontrados ou na manutenção da qualidade, para o planejamento e geren-
ciamento de melhorias e inovações de alguns processos ou produtos (AGUIAR, 2006). Portanto, poderá ser
utilizado para planejar as ações de montagem de sistemas elétricos.
O Ciclo do PDCA é constituído de quatro etapas: planejar (Plan), executar (Do), verificar (Check) e atuar
corretivamente (Action) (AGUIAR, 2006; ROBLES; BONELLI, 2012), como explicado a seguir.
a) Na etapa do Planejamento - P, os autores explicam que são estabelecidas as diretrizes de controle e
metas, ou seja, são identificados os problemas ou melhorias desejáveis a controlar/gerenciar.
b) A fase de Execução - D refere-se à efetivação do planejamento, isto é, à execução das tarefas previstas
na etapa anterior de planejamento (P) e coleta de dados úteis para atingir as metas. (AGUIAR, 2006;
ROBLES; BONELLI, 2012).
c) Para Aguiar (2006), a etapa de Verificação - C relaciona-se com a utilização dos dados da fase de ex-
ecução (D) para avaliar os resultados, ou seja, comparação dos resultados com as metas planejadas.
d) E a última fase é a Ação Corretiva - A, na qual o indivíduo identifica desvios no processo e busca cor-
reções decisivas para a não reincidência do problema (ROBLES; BONELLI, 2012).

SIGLA ORDEM ETAPAS DO PDCA DESCRIÇÃO


Descreve o problema centrla a
Identificação do problema ou
1 ser solucionado ou a melhoria a
melhoria
ser proposta
Descreve as caracterisiticas do
fenômeno, desdobrando o
2 Observações problema (ou melhoria) maior
em problemas menores (ou
melhorias menores)
P(Plan)
Descreve as causas relacio-
nadas a este desdobramento,
3 Análise
focado no problema central (ou
melhoria central)
Descrever as contramedidas
do problema (ou melhoria),
4 Plano de ação
ou seja, as metas e ações
necessárias para sua solução
Executar o plano de ação esta-
D(Do) 5 Ação belecido na etapa 4 e relatar os
resultados
FUNDAMENTOS ELÉTRICOS
232

SIGLA ORDEM ETAPAS DO PDCA DESCRIÇÃO


Confirmar a efetividade das
ações implementadas. Relatar
Verificação
se o bloqueio das causas foi
efetivo ou não.
C(Check) 6
Se “sim” - relatar. Se “não” - o
Ciclo orienta que se volte para
Foi efetivo?
a etapa 2, em Plan e sse inicie
novamente as análises
Eliminar definitivamente as
7 Padronizar causas e usar as ações para
padronização do processo.
Revisar as etapas anteriores,
A(Action)
concluir a análise de todo
8 Concluir o processo e sugerir como
planejamento para os trabalhos
futuros.
Quadro 16 - Exemplo de aplicação do PDCA
Fonte: Adaptado de Campos (1994); Aguiar (2006)

O quadro anteriormente apresentado elucida como as metas e ações deverão ser propostas a partir
de um problema central e os meios necessários para a execução deste plano. Lembrando que, se algo der
errado no meio do caminho, você poderá retornar ao item 3 para análise da situação.

CASOS E RELATOS

PDCA aplicado à economia de energia elétrica em motores de uma empresa de Aço


Uma empresa do ramo metalúrgico, de produção de aços, detectou a necessidade de reduzir o
consumo de energia elétrica no setor de laminação de tiras a quente, pois se tornou muito onero-
so. Segundo os gestores da empresa, a energia é um recurso indispensável e merece atenção, pois
seu custo influenciará no custo final do produto. Para tanto, eles escolheram o PDCA para planejar
a análise do processo, como apresentado a seguir:
P - Planejar:
1 – Identificação do problema - ocorre desperdício de energia elétrica.
12 FERRAMENTAS DA QUALIDADE
233

2 – Observação – o funcionamento dos motores foi acompanhado junto ao fluxo de produção e


foi evidenciado o acionamento a vazio (sem produção) na maioria das linhas, em 341 motores. Este
acionamento desnecessário ocorre antes, durante, e após o processamento do material. Logo, o
desperdício ocorre sempre que a linha está funcionando, gerando perda financeira. Em virtude do
acionamento a vazio, do pico da corrente dos motores no momento da reversão dos equipamen-
tos para o processamento do material (com frequência de 22 mil vezes/mês durante 1,3 segundos)
e dos eixos e rolamentos dos rolos das mesas do laminador serem submetidos a altas rotações, a
perda energética se intensificou, fora o desgaste de eixos, parafusos, e o risco de ruptura e projeção
destes componentes.
3 – Análise – as causas-raízes dos problemas elencados estão diretamente ligadas à filosofia do
projeto original, no qual não se levou em conta a conservação de energia, houve também a não
contemplação destes efeitos negativos na manutenção do projeto e também as práticas operacio-
nais que permitiram o acionamento a vazio e o consumo excessivo de energia.
4 – Plano de ação – revisar e reformular o projeto original; melhorar a lógica eletroeletrônica para
eliminar o acionamento a vazio e desenvolver novas práticas operacionais por meio de conscienti-
zação de operar em segurança e economizar energia.
- D – Executar:
5 - Execução do Plano de ação – a estratégia de execução foi considerar a aplicação do plano de
ação sem afetar a qualidade e produtividade, nem os equipamentos, gerar menor custo possível e
divulgar a todos as melhorias operacionais e de manutenção.
- C – Checar:
6 - Verificação da efetividade do plano – bloqueio efetivo com redução do consumo de energia
elétrica de 1,75% do total consumido inicial e de 16,66% atual (somada a contribuição das insta-
lações de novos equipamentos).
A – Ação:
7 – Padronização e 8 Conclusão - foi feita a redução de energia de 88,2 MW/Hh mês, foram realiza-
das as modificações nos desenhos elétricos de acordo com padrões técnicos e atualizadas as práti-
cas operacionais e de conscientização. Analisando tecnicamente o projeto elétrico e eletrônico,
como também as práticas operacionais, concluiu-se que foi possível bloquear as causas fundamen-
tais do problema (LIMA, 1993).
A – Ação: Padronização e 8 Conclusão - foi feita a redução de energia de 88,2 MW/Hh mês, foram
realizadas as modificações nos desenhos elétricos de acordo com padrões técnicos e atualizadas as
práticas operacionais e de conscientização. Analisando tecnicamente o projeto elétrico e eletrôni-
co, como também as práticas operacionais, concluiu-se que foi possível bloquear as causas funda-
mentais do problema (LIMA, 1993).
FUNDAMENTOS ELÉTRICOS
234

12.2.1 CUSTO/BENEFÍCIO

Um dos fatores críticos que podem afetar a qualidade da produção é a expectativa do mercado. E, as
variáveis que o afetam envolvem diretamente o equilíbrio entre a qualidade e o custo, assim como a ca-
pacidade de gerar um determinado produto com a tecnologia disponível e os trabalhadores com custo
aceitável. É neste momento que a atenção da gerência deve se voltar para o projeto, a fim de compreender
os processos e atividades envolvidos, respeitar procedimentos para satisfazer as necessidades pelas quais
o projeto foi empreendido e, deste modo, satisfazer o cliente e alcançar a melhoria contínua. (MELO, 2001).
Do mesmo modo, você deverá estar atento ao projeto, aos recursos e aos custos envolvidos no processo
de montagem de sistemas elétricos. E, para tanto, você deverá contemplar a relação custo/benefício ao pla-
nejar suas atividades. Compreender quais materiais irá utilizar, se serão de qualidade e qual o custo deles.
Por essa razão, torna-se fundamental planejar as suas tarefas e cumpri-las com qualidade, com o intuito de
garantir o bom desempenho do sistema e, portanto, evitar o retrabalho e custos desnecessários.
É importante que você entenda que, no âmbito da produção com qualidade, o custo final do que for
produzido será impactado por todos os custos do projeto. Certamente, se algo for produzido sem levar
em conta a qualidade das tarefas e o que foi mencionado anteriormente, o custo final de seu trabalho será
impactado pelos custos operacionais de manutenção, devoluções de produtos, reclamações, recall1 etc.
É neste momento que entra em ação análise, inclusive a de custo/benefício, que pode ser definida pelas
metodologias e ferramentas da qualidade, auxiliando-o na melhoria do processo de montagem.
Mas, como você poderia estimar os custos de suas tarefas para evitar perdas desnecessárias, como a
perda de material, e satisfazer seus clientes, evitando o retrabalho? Certamente você deverá estar atento
ao planejamento de suas tarefas e a algumas regras de qualidade que são mostradas neste capítulo. O pla-
nejamento das suas tarefas poderá ser realizado com o uso do 5W1H ou submetido ao Ciclo do PDCA. Com
este método, você consegue determinar os problemas a serem solucionados e a planejar adequadamente
suas ações para corrigir tais problemas, visto que poderá analisar perdas de energia e estimar redução de
custos. Pois, para economizar, é necessário planejar, assim se evitará retrabalho, perda de tempo e tensões
desnecessárias.

12.2.2 DESEMPENHO DO PRODUTO

Do ponto de vista dos controles de qualidade, os conceitos que norteiam o desempenho estão relacio-
nados à conformidade do produto final, com os padrões normatizados. No entanto, se observado do ponto
de vista sistêmico, obviamente não será o único indicativo relacionado. O desempenho do produto final
depende também de atitudes, envolvendo o planejamento de ações, para evitar qualquer irregularidade
durante o processo.

1 Tipo de solicitação de devolução de determinado lote de produtos que não estava adequada.
12 FERRAMENTAS DA QUALIDADE
235

A ANEEL (2012) explica que desempenho é o comportamento de um produto em uso. Quanto pior o
desempenho do produto, maior a probabilidade de reincidência de problemas. Assim, não conformidade
é o grau de desigualdade entre o produto e os padrões pré-estabelecidos, e se combate com qualidade,
com metodologias da qualidade, dentre elas, o planejamento.
Em outras palavras, se o seu trabalho for executado desordenadamente, sem o menor controle, será que
o resultado final de seu serviço será de qualidade? Será que o seu produto apresentará um bom desempe-
nho?
O desempenho do produto pode ser alterado em virtude de alguma variação ou deterioração na produ-
ção que foi detectada. Logo, se aperfeiçoarem e controlarem os processos e fizerem as devidas correções, o
desempenho que o produto demonstrar durante os testes de uso poderá demonstrar sua inalterabilidade
ou melhorar ainda mais. Por isso, a importância do controle de qualidade e do planejamento.
Existe uma técnica de identificação de problemas de desempenho de produtos. Ela consiste na realiza-
ção de um trabalho de campo com o apoio da assistência técnica e usuários para o desmonte do produto
ao final de sua vida útil, para analisar e identificar quais os maiores problemas de desempenho do produ-
to. A partir daí, pode-se buscar soluções para tais problemas. Por exemplo, se uma correia (de um deter-
minado sistema) deslizar sobre a polia quando há solicitações de grande intensidade, ocasionando mau
funcionamento do produto. Constatado o fato, pode-se reprojetar o sistema de transmissão, para evitar o
deslizamento. (IMAI, 2014). E, esse problema poderá ser identificado pelo PDCA.
As características da qualidade do produto correspondem à voz da empresa (engenharia) ou do pres-
tador de serviço (técnicos responsáveis), ou, por outro ângulo, consiste nos atributos do produto, que tem
como objetivo atender aos requisitos dos clientes, ou seja, corresponde às especificações e às expectativas
deste cliente. Acompanhe.

12.2.3 ATENDIMENTO AO CLIENTE

Não se pode negar que o grande diferencial no mercado, neste século, é a excelência no atendimento
ao cliente. No entanto, é muito comum isso não ocorrer nas organizações, seja no comércio, na prestação
de serviços, bem como na indústria. (FERNANDES, 2010).
Infelizmente, o que mais se ouve são reclamações por mau atendimento, como, por exemplo, uma abor-
dagem mal realizada, ou com rispidez, mau humor ou até muita intimidade, demora no atendimento, ou a
falta de sensibilidade do atendente em saber ouvir. E um atendimento com alguma destas características
distancia clientes, de fornecedores e prestadores de serviço num piscar de olhos. (FERNANDES, 2010).
O cliente é, portanto, qualquer pessoa que lida diretamente com o produto, incluindo os que o de-
senvolvem, chamados de clientes internos, e os que lidam com o produto final já acabado são os clientes
externos. (CARVALHO; PALADINI, 2012).
Portanto, não se deve esquecer que, em se tratando de clientes, é preciso considerar os clientes internos
da organização, que são os colaboradores, direção, terceiros, fornecedores etc.
FUNDAMENTOS ELÉTRICOS
236

Mas, quem será o seu cliente afinal? Certamente, você já faz ideia de que o cliente é alguém que contra-
ta os seus serviços de montagem. Mas, veja que, se você estiver em uma empresa, onde você é contratado
para trabalhar como um empregado regular, 44 h semanais, e um setor interno de sua empresa solicita os
seus serviços de montagem e instalação elétrica, o que você pensa? Que este é o “seu cliente”, é claro.
Portanto, a sua concepção de cliente se altera, pois poderá ser um setor da empresa em que você traba-
lha, poderá ser um cliente de uma empresa terceirizada que trabalha dentro da sua empresa. Não importa,
o atendimento deverá ser exemplar do mesmo modo em que seria se fosse um cliente externo.

Pesquisas indicam que um cliente satisfeito indica o serviço ou produto para 2


FIQUE amigos. Mas, um cliente insatisfeito falará mal do serviço ou produto para até 10
ALERTA pessoas. Então, ter um cliente insatisfeito pode espalhar uma fama ruim da empresa,
do prestador de serviço ou do produto.

Mas, no que consiste então um excelente atendimento ao cliente? Isso é o cliente quem determina.
Portanto, é imprescindível ouvir o que ele tem a dizer.
É importante doar 50% do seu tempo para ouvi-lo, sem se esquecer de observar o que ele está dizendo.
(FERNANDES, 2010).
Portanto, é fundamental dar atenção especial a algumas regras simples, porém, essenciais para o bom
atendimento. Boa parte das pesquisas revela que é de suma importância dar atenção aos seguintes itens:
a) utilizar um cumprimento cortês, agradável e educado;
b) ouvir o que o cliente tem a dizer;
c) procurar ser flexível e entender as necessidades do cliente;
d) não deixar o cliente esperando muito tempo;
e) orientar adequadamente o cliente;
f ) buscar soluções ou alternativas, a fim de satisfazer o cliente. (FERNANDES, 2010).
12 FERRAMENTAS DA QUALIDADE
237

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você pode estudar a importância da qualidade e de suas ferramentas para
organizar e planejar as tarefas da rotina de trabalho de montagem de sistemas elétricos, em busca
de melhores resultados.
Observou também que as principais ferramentas e métodos usados na qualidade para atingir este
fim foram o 5W1H, os Diagramas de Ishikawa e de Pareto, o PDCA, Brainstorming e a Matriz GUT, os
quais podem gerar melhorias e ótimos resultados no processo de trabalho.
E, por fim, passou a compreender que todas estas ações em busca da qualidade durante a execução
de nosso trabalho vão refletir no custo final do que for produzido, no desempenho desse produto
ou sistema e, também, na satisfação de nosso cliente, seja ele interno ou externo.
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MINICURRÍCULO DOS AUTORES

ANDERSON DA COSTA RUWER:


Engenheiro Eletrônico (com ênfase em Hardware) na Universidade FEEVALE, Novo Hamburgo - RS
ano de conclusão 2010. Trabalhou como técnico em eletrônica na Calçados Azaléia SA, Indústria
de embalagens Strosack e Teseo do Brasil; e como técnico de distribuição na AES Sul distribuidora
gaúcha de energia. Trabalhou como Engenheiro Trainee na Britânia/Philco eletrodomésticos.
Atualmente trabalha no SENAI/SC como professor titular de eletrônica industrial e robótica. Como
profissional autônomo, desenvolve máquinas e equipamentos industriais, como impressoras 3D.

ANDRE GUILHERME GENBAROWSKI


Engenheiro Eletricista com ênfase em Automação pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(2013). Possui experiência na prestação de serviços de automação industrial, no desenvolvimento
de projetos de segurança eletrônica e na implantação de cabeamento estruturado. Leciona
disciplinas nas áreas de automação, eletrotécnica e eletrônica no SENAI/SC Joinville desde 2014.

CELSO DE OLIVEIRA ARAUJO


É técnico em eletrotécnica pela instituição CEDUP de Joinville, e técnico em Eletrônica pela
mesma instituição. Graduado em Manutenção Industrial pela SOCIESC, atua a 16 anos como
eletricista de manutenção e ministra aulas de Montagem de sistemas elétricos, Manutenção de
Sistemas elétricos e Projetos de Sistemas Elétricos, no SENAI Joinville, para o Curso Técnico em
Eletromecânica.

FERNANDA SCOPEL DE OLIVEIRA


Engenheira Ambiental pela UNIVILLE. Especialista em Direito Socioambiental pela PUCPR. Atua
no licenciamento ambiental de indústrias de pequeno porte, análises ambientais físico-químicas
e avaliação de impactos ambientais; assessoria em saúde e segurança do trabalho em empresas
de pequeno e médio porte; professora dos cursos técnicos de Segurança do trabalho, Automação,
Química, Eletrotécnica, Suporte e manutenção em informática, para disciplinas de segurança e
saúde no trabalho, qualidade e meio ambiente do SENAI Joinville; professora do curso Superior
de Tecnologia em Fabricação mecânica do SENAI Joinville, para disciplinas de segurança e saúde
no trabalho e meio ambiente; e conteudista do SENAI Joinville.
GEOVANE VIEIRA
Mestre em Engenharia de Processos pela Universidade da Região de Joinville (2010). Possui
graduação em Tecnologia em Processos Industriais (Eletromecânica) pela Universidade da Região
de Joinville (2007). Instrutor da Faculdade de Tecnologia (FATEC) SENAI Joinville, onde leciona
disciplinas focadas na área de Automação e Mecatrônica como Controlador Lógico Programável
(CLP), Sistema de Supervisão, Acionamentos Eletromecânicos, Redes Industriais, Fundamentos da
Automação Industrial, Instrumentação, Pneumática, Hidráulica, dentre outras. Também trabalha
na Mexichem Brasil, detentora das marcas Amanco, Plastubos, Bidim e Doutores da Construção.
Tem experiência na área de Automação, Robótica, Mecatrônica, com ênfase em Automação de
processos de transformação de Plásticos e Borrachas (injeção, Extrusão e Sopro), Manutenção
Industrial e desenvolvimento de Processos.

JOÃO MATEUS SILVEIRA


Graduado em Engenharia de Produção Mecânica da Universidade da Região de Joinville do
Estado de Santa Catarina em 2012 e Tecnólogo formado em Tecnologia em Processos Industriais
pela parceria da Universidade da Região de Joinville com o SENAI no ano de 2004. Atuou na
indústria por 13 anos, primeiramente como eletricista de manutenção, profissional de Assistência
Técnica e em Planejamento e Controle de Manutenção. Atualmente está exercendo o cargo de
Especialista de Eletrometalmecânica no SENAI Joinville.

KATIA HAYASHI
Engenheira Eletricista pela Universidade do Estado de Santa Catarina (1996) e graduada em
Formação Pedagógica para Form. da Ed. Profissional pela Universidade do Sul de Santa Catarina
(2008). Atualmente, é Especialista em Automação Industrial da SENAI - Departamento Regional
de Santa Catarina. Tem experiência como docente titular de Eletrônica Digital, Eletrônica Básica,
Eletricidade Básica, Eletrotécnica, Circuitos Elétricos, nos Cursos Técnicos de Automação Industrial
e de Mecatrônica.
ÍNDICE

A
Ambiente 110, 147, 212, 216, 242, 243, 244, 251
Aterramento 95, 244, 251

B
Brainstorming 222, 229, 251

C
Calor 89, 251
Checklist 24, 251
CIPA 197, 200, 201, 206, 251
Cliente 192, 235, 251
CLP 46, 47, 50, 132, 164, 172, 175, 176, 177, 178, 179, 251
Comburente 202, 251
Combustível 152, 204, 251
Controle 18, 95, 167, 170, 222, 241, 248, 251
Corrente 76, 80, 90, 121, 137, 151

D
Desempenho 234, 251
Desperdício 215, 232, 233, 251
Diagrama Multifilar 187, 251
Diagrama Unifilar 31, 36, 37, 49, 50, 187, 251

E
Encoder 163, 164, 251
Escalar 142, 167, 170, 251
Extintores de incêndio 203, 205, 206, 251

F
Fluxo de produção 186, 192, 233, 251

G
Gestão ambiental 218, 251
H
Hardware 247, 252

I
Incêndio 201, 252
Indústria verde 219, 252
Inversores de frequência 32, 165, 166, 169, 170, 252

L
Licenciamento 29, 212, 219, 252

M
Multímetro 63, 64, 65, 68, 252

O
Organização 21, 252

P
Padronizada 87, 106, 130, 183, 252
Parametrização 170, 252
Pareto 221, 222, 225, 226, 237, 252
PDCA 221, 222, 224, 230, 231, 232, 234, 235, 237, 252
Perigos 31, 42, 93, 129, 173, 197, 198, 199, 206, 252
Planos de expansão 186, 252
Planta Baixa 37, 187, 252
Potência 114, 148, 149, 151, 252
Programação 44, 252
Projeto 29, 183, 186, 189, 190, 192, 193, 239, 243, 244, 252
Projeto Arquitetônico 186, 252
Projeto Estrutural 186, 252
Projeto Industrial 186, 252
Prumada elétrica 187, 188, 252
PWM 166, 171, 252

Q
Quadro geral 187, 188, 252
Qualidade 209, 222, 252
R
Ramal de entrada 187, 253
Ramal de ligação 187, 253
Resíduos 29, 253
Riscos 25, 26, 129, 197, 198, 199, 200, 201, 206, 219, 253

S
Segurança 38, 187, 197, 200, 244, 247, 253
Sensores 158, 159, 160, 162, 241, 244, 253
SIPAT 200, 201, 206, 253
Soft Starters 242, 253

T
Tensão 37, 40, 76, 79, 80, 149, 253
Torque 168, 253
Transformador 68, 149, 253
True RMS 67, 68, 253

V
Vetorial 111, 142, 167, 253
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Waldemir Amaro
Gerente

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA

Mauricio Cappra Pauletti


Diretor Técnico

Cleberson Silva
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Anderson da Costa Ruwer


Andre Guilherme Genbarowski
Celso de Oliveira Araujo
Fernanda Scopel de Oliveira
Geovane Vieira
João Mateus Silveira
Katia Hayashi
Elaboração

Katia Hayashi
Revisão Técnica

Lucineia Dacoregio
Morgana Machado Tezza
Coordenação do Projeto

Aírton Júlio Reiter


Design Educacional

Maristela de Almeida Pereira Martins


Revisão Ortográfica e Gramatical

Aline da Silva Regis


Emerson Ceolin
Julio Cesar Borches
Karolina Machado Prado
Nelson Viana Junior
Ilustrações, Tratamento de Imagens

Thinkstock
Banco de imagens
Ellen Cristina Ferreira
Patricia Marcilio
Diagramação

Carmen Marcia Geisler Vasel


Sara Costa de Oliveira
Apoio Técnico de Avaliação

Patrícia Correa Ciciliano


CRB-14/752
Ficha Catalográfica

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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