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Orientação Política
“Alegres por
causa
da esperança”
(Rm 12,12)
Os cristãos e as
Eleições 2018
Regional Sul 2
ÍNDICE
Premissa ....................................................................................................... 2
PARTE 1 | PREOCUPAÇÕES
Crise ética ..................................................................................................... 3
Ameaças à democracia ................................................................................. 4
Corrupção ..................................................................................................... 5
Descrédito na política e nos políticos ............................................................ 6
Acirramento da polarização .......................................................................... 7
Sinais de esperança ....................................................................................... 8
PARTE 2 | A IGREJA E AS ELEIÇÕES
Papa Francisco aos políticos católicos da América Latina ........................... 10
Cartilhas e debates ...................................................................................... 12
Lei Contra a corrupção eleitoral .................................................................. 12
Lei da “FICHA LIMPA” .................................................................................. 13
Incentivo aos leigos e leigas na vida pública ................................................ 14
Desafiados a uma maior participação católica ............................................ 15
PARTE 3 | ELEIÇÕES 2018 E ALTERAÇÕES NA LEI ELEITORAL
Principais funções dos futuros eleitos ......................................................... 16
O que significa a palavra candidato? ........................................................... 18
Voto num candidato a deputado e elejo outro ............................................ 19
Votos nulos ou brancos não anulam a eleição ............................................. 20
De onde sairá o dinheiro para as campanhas eleitorais? ............................. 21
PARTE 4 | CORRESPONSABILIDADE PELO BRASIL
Orientações sobre a responsabilidade do voto ........................................... 22
Antes das eleições ...................................................................................... 22
Fake News ................................................................................................... 24
Durante as eleições .................................................................................... 25
Vote em quem ............................................................................................ 25
Não vote em quem ...................................................................................... 26
Denuncie a compra de votos ....................................................................... 28
Depois das eleições .................................................................................... 31
PRECISAMOS DE BONS POLÍTICOS
Políticos que
anteponham o bem
comum aos seus
interesses privados.
1 Mensagem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ao Povo de Deus, 56ª Assembleia
Geral, Aparecida (SP), 19 de abril de 2018.
2 Documento de Aparecida, n. 395.
4
PREOCUPAÇÕES
PARTE 1 - PREOCUPAÇÕES
CRISE ÉTICA espaço contaminado pela cor-
A ética é a opção pelo caminho rupção, onde interesses pessoais
do bem e a prática desse cami- e corporativistas têm prevaleci-
nho3. Ela regula os relaciona- do sobre o bem da coletividade.
mentos entre as pessoas e as E isso é o oposto do que prescre-
instituições e é a base da vida ve a Constituição Federal:
social. Para o bem da sociedade, “É dever de todo servidor pú-
é necessário que todos sejam blico obedecer os princípios
justos, honestos e respeitosos de legalidade, impessoalidade,
com seus semelhantes. moralidade, publicidade e efici-
Mas, no Brasil, está se intensifi- ência” (cf. Art. 37).
cando uma crise ética! Noticiá- Em texto publicado em 2017, a
rios regionais e nacionais apre- CNBB orientou: “A superação da
sentam-se repletos de relatos de grave crise vivida no Brasil exige
corrupção, particularmente no o resgate da ética na política, que
mundo político e empresarial. A desempenha papel fundamental
corrupção é uma doença grave e na sociedade democrática. Urge
contagiosa, que estimula práticas um novo modo de fazer política,
de transgressão alicerçado nos valores da hones-
na sociedade. tidade e da justiça social”4.
A impunidade
vem só acentu- As suas
ar essa doença. atitudes
O âmbito da são justas e
política tem se honestas?
revelado um
AMEAÇAS À DEMOCRACIA
Democracia significa que o Quando o Poder Executivo se
poder de governar pertence serve da máquina adminis-
ao povo, conforme se lê na trativa ou negocia a liberação de
Constituição Federal: “Todo o po- emendas parlamentares em vista
der emana do povo, que o exer- de interesses particulares, tam-
ce por meio de representantes bém age de forma antidemocrá-
eleitos ou diretamente”5. Conse- tica! Os recursos públicos devem
quentemente, a democracia re- ser usados para o bem comum e
quer o exercício do governo em não para privilegiar alguns.
vista do povo, do bem comum. Também a compra de
Desse modo, práticas ilícitas ou votos é uma ameaça
corruptas por parte de gover- à democracia. Mais
nantes no Legislativo e no Exe- do que dinheiro vivo,
cutivo constituem uma ameaça muitas vezes, usa-se
frontal à democracia. É contra- o poder de influência
ditório ser representante do para gerar votos.
povo, do bem comum, e forjar Assim, tem sido comum políticos
leis ou governar em benefício que atuam em esferas mais altas
próprio ou do seu grupo. subornarem prefeitos e vereado-
res em municípios, como cabos
Por exemplo: eleitorais. Oferecem benefícios
O loteamento do Congresso públicos (que não lhes perten-
Nacional em algumas ban- cem), para serem disponibiliza-
cadas que aglutinam parlamen- dos à população, gerando, des-
tares em vista de reivindicações sa forma,
específicas, é antidemocrático! votos para
SINAIS DE ESPERANÇA
“Alegres por causa da esperança” A Lei da “Ficha Limpa” (que tor-
(Rm 12,12) é o título desta carti- na inelegível por oito anos um
lha. Trata-se da esperança cristã, político corrupto) tem sido efeti-
que nos faz acreditar num futuro va, barrando um grande número
com mais ética e justiça. de candidatos não idôneos aos
cargos públicos.
A população está ansiosa por
mudanças consistentes no âm- A sociedade civil está se orga-
bito político e econômico e quer nizando para além das eleições
uma renovação geral. As eleições 2018: grupos autônomos, ONGs,
de outubro poderão revelar uma observatórios sociais etc, apoia-
nova geração de parlamentares. dos pela lei da transparência,
estão se fortalecendo como
A crise na qual o Brasil mergu-
mecanismos de anticorrupção,
lhou parece ter levado muitos
sobretudo na esfera municipal,
cidadãos a não mais acreditar
para exercer, voluntariamente,
na força do voto. No entanto, há
controle dos gastos públicos.
o despertar da consciência de
muitas pessoas e instituições re- Enfim, o grande protagonista
ferente à necessidade de acom- das mudanças que o Brasil pre-
panhar efetivamente o manda- cisa é o povo, é você!
to dos políticos.
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A IGREJA E AS ELEIÇÕES
Papa Francisco
aos políticos
católicos da
América Latina*
A política é um serviço inestimá- aspirações das pessoas, das famí-
vel de dedicação para a consecu- lias e dos grupos intermediários,
ção do bem comum da socieda- em geral, não poderiam se rea-
de. Ela é, antes de tudo, serviço; lizar plenamente, porque viria a
não é serva de ambições indivi- faltar o espaço organizado e civil
duais, de prepotência de facções no qual viver e trabalhar [...].
e de centros de interesses [...]. Sentimos necessidade de reabi-
É claro que não se deve contra- litar a dignidade da política. Se
por o serviço ao poder — nin- penso na América Latina, como
guém quer um poder impotente! não observar o descrédito popu-
— mas o poder deve estar orde- lar no qual caíram todas as instân-
nado para o serviço a fim de não cias políticas, a crise dos partidos
degenerar [...]. políticos, a ausência de debates
políticos de valor que visem pro-
Estai certos de que a Igreja Ca-
jetos e estratégias a nível nacio-
tólica louva e aprecia o trabalho
nal e continental que vão além
de quantos se dedicam ao bem
da politicagem! [...] Faltam tam-
da nação e tomam sobre si o
bém a formação e o intercâmbio
peso de tal cargo, a serviço dos
de novas gerações políticas. Por
homens [...].
isso, os povos olham de longe e
O ponto de referência funda- criticam os políticos e os veem
mental desse serviço, que requer como uma corporação de profis-
constância, engajamento e inte- sionais que cuidam dos próprios
ligência, é o bem comum, sem o interesses ou os denunciam com
qual os direitos e as mais nobres raiva, por vezes sem as devidas
12
10
A IGREJA E AS ELEIÇÕES
CARTILHAS E DEBATES
A Conferência Nacional dos Bis- para governar ou legislar nas
pos do Brasil sempre se mani- mais diferentes esferas do poder.
festou sobre questões políticas. Além disso, a formação da cons-
Basta acompanhar a vida políti- ciência política dos leigos não
ca em nosso País para constatar fica restrita aos períodos elei-
a contribuição da Igreja, em vista torais. No dia a dia das comuni-
da implantação e do aperfeiçoa- dades cristãs se realizam pales-
mento da democracia e a lisura tras, fóruns com a participação
das instituições. de especialistas e lideranças so-
A Igreja Católica bre temas e realidades da vida
adotou a prática sociopolítica, econômica, jurídi-
de elaboração de ca e cultural.
textos e cartilhas,
Destacam-se, pela importância
a fim de cons-
de sua missão, os “Grupos de Fé
cientizar os elei-
e Política” espalhados pelo Bra-
tores sobre a res-
sil, e as “Escolas de Fé e Políti-
ponsabilidade do
ca”, como o Centro Nacional de
voto. O objetivo é ajudar o povo
Fé e Política Dom Hélder Câmara
a formar uma consciência cida-
(CEFEP), em âmbito nacional, e
dã e dialogar sobre o processo
tantas outras, em âmbito regio-
político em nossos municípios e
nal e diocesano.
estados.
Há, também, iniciativas envol- Lei contra a corrupção
vendo comunidades, paróquias eleitoral
e dioceses, na perspectiva da
promoção de debates entre can- Na Igreja Católica tem crescido,
didatos, no intuito de conhecer nos últimos anos, o empenho de
melhor as pessoas e programas moralizar as campanhas políti-
daqueles que se apresentam cas. A elaboração da Lei 9.840,
14
A IGREJA E AS ELEIÇÕES
18
ELEIÇÕES 2018 E ALTERAÇÕES NA LEI ELEITORAL
ou distritais e outros cargos pú- revisora.
blicos. Apresenta projetos à As- É de competência do Senado Fe-
sembleia ou à Câmara Legislativa deral fiscalizar o presidente, o vi-
para aprovação das prioridades ce-presidente e os ministros.
orçamentárias no âmbito da saú-
de, da educação, da segurança O Senado legisla sobre temas de
etc. interesse nacional e vigia a apli-
cação dos recursos públicos.
Sanciona ou não as leis aprova-
das pelos deputados estaduais Cada um dos 26 Estados e o Dis-
trito Federal elege três senado-
ou distritais, edita decretos, de-
vendo prestar contas à Assem- res. A cada quatro anos renova-
bleia ou à Câmara Legislativa que-se uma parte deles. Em 2014,
as julga com o auxílio dos tribu-cada Estado elegeu um senador
nais de contas. e, em 2018, elegerá dois, sempre
mantendo três senadores por Es-
O mandato do governador é de tado e pelo Distrito Federal.
quatro anos, podendo ser reelei-
to para mais um período. O senador tem mandato de oito
anos e não há limites para a ree-
SENADOR leição.
O senador tem a missão de repre- DEPUTADO FEDERAL
sentar os interesses do Estado de
sua origem nas questões políticas Os deputados federais são repre-
nacionais. sentantes do povo e
O Senado Federal são eleitos conforme
é a casa revisora o número de eleito-
das leis apresen- res de cada Estado e
tadas pela Câma- do Distrito Federal.
ra dos Deputados, mas também Os projetos, em regra, iniciam-se
pode propor projetos e, se isso na Câmara dos Deputados e são
ocorre, a outra casa passa a ser revisados pelo Senado.
15 Para esse item nos apoiamos na cartilha: Eleições 2010: O Chão e o Horizonte, Centro de
Pastoral Popular, Brasília, 2010, pp. 38-39.
Cartilha de Orientação Política 21
PARTE 3
ideário partidário.
A desvantagem é que esse siste-
ma favorece os políticos profis-
sionais que estimulam a candi-
datura de pessoas famosas, para
Após apurar os votos, cada par- trazerem votos para seu partido.
tido soma a votação de todos os
seus candidatos mais os votos
Votos nulos ou brancos não
anulam a eleição
para a legenda e, conforme o
exemplo, a cada 180.000 votos Circula pelas redes sociais a in-
elege um deputado. formação de que quando os vo-
A distribuição das vagas conquis- tos nulos e brancos ultrapassam
tadas é feita conforme a votação 50%, a eleição é anulada. Nesse
individual. Os candidatos mais caso, deveriam se apresentar ou-
votados do partido ganham as va- tros candidatos e se realizar nova
gas, ficando os seguintes mais vo- eleição. Isso é falso! É uma inter-
tados como 1º, 2º e 3º suplentes. pretação errada da lei eleitoral.
É devido a isso que o eleitor vota Sobre isso, veja o vídeo explicati-
num candidato e acaba ajudando vo, escaneando o QR Code.
a eleger outro, pois vota primei- Voto nulo
ro no partido e depois na pessoa. NÃO ANULA A
A vantagem das eleições propor- ELEIÇÃO
cionais, conforme acima descri- (Tribunal Regional
www.goo.gl/PsXcoQ Eleitoral - RJ)
to, é que nenhum voto válido se
perde, a não ser que o partido Votar nulo ou branco é como a
não consiga a quantidade de vo- atitude de Pilatos, que lavou as
tos do quociente eleitoral. Ainda mãos. A melhor forma de pro-
que o candidato em que o eleitor testar contra os corruptos é vo-
votou não seja eleito, ele ajudará tar num bom candidato e depois
a eleger alguém que é do mesmo acompanhar e fiscalizar os eleitos.
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ELEIÇÕES 2018 E ALTERAÇÕES NA LEI ELEITORAL
FIQUE ATENTO!
O termo Fake News significa “notícias falsas” e con-
siste na divulgação de informações falsas ou detur-
padas, boatos e mentiras nos meios de comunica-
ção, especialmente nas redes sociais. Essas notícias
proliferam rapidamente e atrapalham o debate público.
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CORRESPONSABILIDADE PELO BRASIL
DURANTE AS ELEIÇÕES
Vote com consciência, pensando no bem de todos.
Não vote só por obrigação, mas para exercer a cidada-
nia. Apoie o bom candidato.
VOTE EM QUEM...
7 PECADOS
CAPITAIS DO ELEITOR
30
CORRESPONSABILIDADE PELO BRASIL
MODELO DE DENÚNCIA
______________________________________
Assinatura
VOCÊ É CORRESPONSÁVEL
PELO BRASIL!
CORRESPONSABILIDADE PELO BRASIL
Colaboração:
Padre Paulo Renato Campos, Assessor Político da CNBB.
Celia Marquesini, Membro do Movimento Político pela Unidade do Movi-
mento dos Focolares. Possui experiência de serviços prestados à Assembleia
Legislativa do Paraná.
Márcia Corrêa, Teóloga e Mestranda em Bioética com experiência no âmbito
político e assessora do Regional Sul 2 da CNBB.
Odaril José da Rosa, Missionário Leigo, Teólogo e Coordenador da Dimensão
Missionária da Igreja do Paraná e Assessor do Regional Sul 2 da CNBB.
Oscar Fürstenberger, Membro do Conselho Nacional do Laicato do Brasil
(CNLB), e professor aposentado da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR).
Tales Falleiros Lemos, Assessor do Centro Nacional de Fé e Política “Dom Hél-
der Câmara”, Membro da comissão de articulação do CNLB, Guarapuava (PR).
15 de agosto
Data limite para o registro de candidatos pelos partidos políticos e
coligações.
20 de agosto a 06 de outubro
Propaganda eleitoral com material gráfico e promoção de
caminhada, carreata, passeata ou carro de som que transite pela
cidade divulgando jingles ou mensagens de candidatos.
31 de agosto a 04 de outubro
Início da propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão.
07 de outubro
Eleições em primeiro turno.
28 de outubro
Eleições em segundo turno, se houver.
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Fone: (41) 3224-7512 - secretaria@cnbbs2.org.br