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E-mail: paulorogerio@claretiano.edu.br
Paulo Rogério da Silva
Batatais
Claretiano
2021
© Ação Educacional Claretiana, 2020 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação
Educacional Claretiana.
300.1 S582f
ISBN: 978-65-88553-52-7
CDD 300.1
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Filosofia das Ciências Sociais
Versão: dez./2021
Formato: 15x21 cm
Páginas: 471 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 13
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS............................................................................. 20
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE................................................................ 31
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 32
5. E-REFERÊNCIA................................................................................................... 32
Conteúdo
Contexto histórico do surgimento das Ciências Sociais. Divisão e organiza-
ção das Ciências Sociais. Métodos das Ciências Sociais. Liberalismo moral de
Mandeville. Liberalismo econômico de Adam Smith. Divisão do trabalho. Lei
da oferta e da procura. Os perigos das democracias modernas segundo Toc-
queville. Augusto Comte e o positivismo. Sociologia como Física Social. Leis
dos três estágios. Estática e dinâmica social. Sociologia funcionalista segun-
do Durkheim. Fatos sociais. Regras do método sociológico. Divisão do traba-
lho social. Sociedade mecânica e sociedade orgânica. Alienação do trabalho
em Karl Marx. Materialismo histórico-dialético. Luta de classes. Valor de uso
e valor de troca das mercadorias. Mais-valia e acúmulo do capital. Método
compreensivo segundo Weber. Os tipos ideais. Os três tipos de poder. Os ti-
pos de ação social. Racionalização das esferas de mundo. Ética protestante
e o espírito do capitalismo. Horkheimer e o materialismo interdisciplinar. A
legitimidade e o papel da pesquisa empírica na Teoria Crítica. O conceito de
campo e os ritos de instituição segundo Bourdieu. A relação do conceito de
campo com o aspecto discursivo. Educação como alquimia social. Formação
do Estado brasileiro patrimonialista. A formação da elite restrita. Burocracia
centralizadora. Cooptação política.
Bibliografia Básica
ARON, R. As etapas do pensamento sociológico. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
DURKHEIM, É. As regras do método sociológico. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Martins
Fontes, 2007.
MARX, K. O Capital: Crítica da Economia Política. Livro primeiro: o processo de
produção do capital. Trad. Regis Barbosa e Flávio R. Kothe. São Paulo: Nova Cultural,
1996. Volume I, tomo 1. (Os Economistas).
9
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Bibliografia Complementar
COMTE, A. Metodologia das Ciências Sociais. In: MORAES FILHO, E. (Org.). Comte:
Sociologia. São Paulo: Ática, 1983. p. 73-103.
HORKHEIMER, M. A presente situação da Filosofia Social e as tarefas de Instituto de
Pesquisas Sociais. Trad. Carlos Eduardo Jordão e Isabel Maria Loureiro. Praga: Estudos
Marxistas, São Paulo, n. 7, p. 121-132, mar. 1999.
LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no
Brasil. 2. ed. São Paulo: Alfa-Omega, 1975.
SCHUMPETER, J. Capitalismo, socialismo e democracia. Trad. Luiz Antônio de Oliveira
Araújo. São Paulo: Unesp, 2017.
SMITH, A. A riqueza das nações: investigação sobre a sua natureza e suas causas.
Introdução de Edwin Cannan. Trad. Luiz João Baraúna. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
v. 1. (Os Economistas).
WEBER, M. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. Trad. José Marcos Mariani
de Macedo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
______. A “objetividade” do conhecimento na Ciência Social e na Ciência Política –
1904. In: ______. Metodologia das Ciências Sociais: Parte 1. Trad. Augustin Wernet. 4.
ed. São Paulo: Cortez Editora/Editora Unicamp, 2001. p. 107-154.
______. Economia e sociedade: fundamentos da Sociologia compreensiva. Trad. Régis
Barbosa e Karen Elsebe Barbosa. Brasília: Universidade de Brasília, 1999. v. 1.
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos,
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se-
lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados
em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é
imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos,
não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu-
ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade
e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató-
rios, para efeito de avaliação.
E-Referências
BOURDIEU, P. As Ciências Sociais e a Filosofia. Trad. José Luiz Fiorin. Educação
& Linguagem, ano 10, n. 16, p. 19-36, jul./dez. 2007. Acesso em: <https://www.
metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/EL/article/viewFile/124/134>. Acesso
em: 29 nov. 2019.
CANO, I. Nas trincheiras do método: o ensino da metodologia das Ciências Sociais no
Brasil. Sociologias, Porto Alegre, ano 14, n. 31, p. 94-119, set./dez. 2012. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/soc/v14n31/05.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2019.
CARVALHO, J. M. Mandonismo, coronelismo, clientelismo: uma discussão conceitual.
Dados, Rio de Janeiro, v. 40, n. 2, 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S0011-52581997000200003&script=sci_arttext>. Acesso em: 29 nov. 2019.
KINCAID, H. Filosofia das Ciências Sociais: temas atuais. Trad. Alexandre Braga Massella.
Tempo Social e Revista de Sociologia da USP, v. 26, n. 2, p. 19-37, nov. 2014. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/ts/v26n2/v26n2a02.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2019.
1. INTRODUÇÃO
Bem-vindo à obra Filosofia das Ciências Sociais. Todos nós
vivemos em sociedade, independentemente do quanto gosta-
mos do relacionamento social. Até mesmo aquele que optou
pelo isolamento –um ermitão, por exemplo – não está separa-
do da sociedade: o isolamento do indivíduo não significa o iso-
lamento da sociedade. É nesse horizonte de compreensão que
as palavras do poeta inglês John Donne (1572-1631) encontram
sentido:
Nenhum homem é uma ilha completa em si mesma; todo ho-
mem é um pedaço do continente, uma parte do todo. Se um
torrão for lavado pelo mar, a Europa fica menor [...]. A morte
de cada homem me diminui, porque sou parte da humanidade.
E, por isso, nunca perguntes: por quem os sinos dobram; eles
dobram por ti (DONNE, 1987, p. 126, tradução nossa).
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados.
1) Alienação: “Situação caracterizada por algum tipo de
separação ou fragmentação. Em Psicologia, a expres-
são é utilizada como sinônimo de perda da identida-
de individual, que se manifesta na separação entre o
indivíduo e a realidade. Em Sociologia, o conceito de
alienação foi estudado particularmente por Karl Marx.
Segundo este, no sistema capitalista o trabalhador se
separa do objeto que ajudou a fabricar. Esse objeto se
transforma em mercadoria e, uma vez no mercado,
passa a dominar o trabalhador. Dessa forma, este se
aliena daquilo que produziu. A alienação surge, assim,
em um determinado momento do processo de desen-
volvimento histórico das sociedades humanas. Ela se
manifesta também sob a forma de perda de consciên-
cia e de afastamento do ser humano das atividades co-
munitárias para encerrar-se em si mesmo, abandonan-
do a ação política” (OLIVEIRA, 2010, p. 277).
2) Autoridade: “Num plano abstrato, é a capacidade de
uma pessoa se fazer obedecer por outras sem precisar
apelar para a força física. Do ponto de vista político,
é a pessoa, ou o grupo, que detém a prerrogativa de
mandar e se fazer obedecer. Pode ser também o re-
presentante do poder público que tem por finalidade
fazer respeitar as normas e leis de um Estado ou de
uma comunidade” (OLIVEIRA, 2010, p. 278).
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAUMAN, Z. Aprendendo a pensar com a Sociologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010.
BOURDIEU, P. Coisas ditas. Trad. Cássia Silveira e Denise Pegorin. São Paulo: Brasiliense,
1990.
COSTA, C. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 4. ed. São Paulo: Moderna,
2010.
DONNE, J. Selected prose. Edited with an introduction and notes by Neil Rhodes.
London: Penguin Books, 1987.
OLIVEIRA, P. S. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2010.
5. E-REFERÊNCIA
CANO, I. Nas trincheiras do método: o ensino da metodologia das Ciências Sociais no
Brasil. Sociologias, Porto Alegre, ano 14, n. 31, p. 94-119, set./dez. 2012. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/soc/v14n31/05.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2019.
Objetivos
• Compreender o campo de estudo das Ciências Sociais.
• Contextualizar o surgimento das Ciências Sociais como resposta às trans-
formações culturais, políticas e econômicas decorrentes das Revoluções
Industrial e Francesa.
• Promover uma distinção entre Ciências Sociais e Sociologia.
• Apresentar as áreas autônomas que compõem o conjunto das Ciências So-
ciais (Antropologia, Ciência Política e Sociologia).
• Conhecer os principais métodos aplicados nas Ciências Sociais: méto-
do comparativo-funcionalista, método compreensivo e materialismo
histórico-dialético.
Conteúdos
• Origem do campo de estudos das Ciências Sociais.
• Divisão e organização das Ciências Sociais.
• Breve introdução das áreas das Ciências Sociais: Antropologia, Ciência Po-
lítica e Sociologia.
• Método de pesquisa das Ciências Sociais.
1. INTRODUÇÃO
Pelo fato de, normalmente, as pessoas considerarem
“Ciências Sociais” e “Sociologia” como uma única coisa, um dos
primeiros objetivos desta unidade é justamente conhecermos
as principais áreas que formam o conjunto das Ciências Sociais:
Antropologia, Ciência Política e Sociologia. No entanto, indepen-
dentemente de suas especificidades, um aspecto permanece
como um objeto de estudo comum a elas: as sociedades em suas
semelhanças e diferenças.
A vida em sociedade é um elemento que caracteriza a na-
tureza humana. A evolução do gênero humano ocorre numa ín-
tima relação com o coletivo e, consequentemente, com o social.
No entanto, “coletivo” não seria o mesmo que “social”? Não. Co-
letividade é algo próprio da natureza de muitos animais, porém
sociabilidade – enquanto significação e conveniência das normas
grupais estabelecidas – é próprio da cultura humana.
O fato é que o ser humano não nasce social, mas se torna
socializável por meio de um processo de interação com outros
indivíduos já socializados. Para esse processo damos o nome de
socialização. Embora qualquer indivíduo – em situações adequa-
das – tenha condições razoáveis de aprender qualquer costume,
essa aprendizagem só ocorre satisfatoriamente a partir do seu
contato com o mundo social. Por isso, estudar os modos de so-
cialização de uma cultura, comparando-os aos padrões sociais
de outras, torna-se um ponto de partida importantíssimo para
as Ciências Sociais.
Nesse sentido, a unidade abordará os principais aspectos
históricos que acompanharam o processo de surgimento das
Ciências Sociais, bem como as propostas de intervenção dos
Antropologia
A Antropologia estuda as semelhanças e diferenças cultu-
rais entre os diversos agrupamentos humanos, bem como a ori-
gem e a evolução das culturas. Ou seja, se, por um lado, a Antro-
pologia busca compreender como os seres humanos – em suas
respectivas culturas – podem levar vidas tão diferentes umas das
Ciência Política
A Ciência Política – se a tomarmos genericamente como
área voltada à reflexão do fazer político – antecede o Período
Moderno e tem as suas raízes na Antiguidade grega. Autores
como Platão e Aristóteles, por exemplo, escreveram obras dedi-
cadas a esse assunto. Na Antiguidade tardia, isto é, no período
romano, temos também autores que refletiram sobre aspectos
fundamentais da Filosofia Política, como Cícero, Marco Aurélio,
Sêneca, entre outros. Na Idade Média, autores como Santo Agos-
tinho e Tomás de Aquino abordaram questões sobre a relação
entre indivíduo e governo político. No entanto, mesmo existindo
um conjunto de teorias já consolidadas na tradição filosófica, até
o final da Idade Média, nenhuma delas se caracterizou especifi-
camente como “Ciência Política”.
Somente com Maquiavel a política ganhou o status de au-
tônoma, podendo, enfim, ser estudada como área separada de
qualquer limitação moral ou religiosa. O interesse não está em
descrever a prática do governante como resultado de uma mo-
ral religiosa, mas compreender a prática política a partir daquilo
que ela representa: a administração do poder soberano. Esse as-
pecto inaugura a área da Ciência Política, que, nos séculos sub-
sequentes, ganhou notabilidade com autores como Jean Bodin,
Thomas Hobbes, John Locke, Jean-Jacques Rousseau, Montes-
quieu e outros.
Mas afinal, do que se ocupa a Ciência Política? Qual é o
seu objeto de estudo? A Ciência Política ocupa-se em pesqui-
sar as formas de poder na sociedade, bem como a formação e o
desenvolvimento das diferentes maneiras de governo. Enquanto
método, sua atuação é variada, podendo se constituir a partir da
observação de instituições, como o Estado, até o modo como as
Soberania
Com relação à ideia de soberania do poder, como um dos
elementos caracterizadores do Estado Moderno, torna-se impor-
tante mencionar três pensadores: Maquiavel, Bodin e Hobbes.
Maquiavel, em sua obra O príncipe, tem lugar especial
nesse processo justamente por tentado distinguir o exercício da
soberania do governante como característica especificamente
estratégica e política, desligada, por sua vez, de qualquer mora-
Despersonalização do poder
Para perceber historicamente o processo de despersona-
lização, deve-se voltar aos Estados absolutistas e entender duas
Despatrimonialização do poder
Para que a compreensão do processo de abstração do Esta-
do moderno seja de fato completa, torna-se necessário elaborar
uma pequena reflexão sobre uma terceira temática muito próxi-
ma da despersonalização do poder: a despatrimonialização.
Para falar desse tema, torna-se impossível não resgatar al-
gumas reflexões de Max Weber que, entre outras coisas, afirma
que a despatrimonialização tem seu ponto de identificação com
o Estado moderno a partir do momento em que há a completa
separação entre patrimônio ou funções estatais e os seus admi-
nistradores ou titulares:
O Estado moderno controla os meios totais de organização po-
lítica, que na realidade se agrupam sob um chefe único. Nenhu-
ma autoridade isolada possui, pessoalmente, o dinheiro que
Sociologia
As Ciências Sociais, como um todo, sempre se mantive-
ram atentas à tarefa de compreender e interpretar os fenôme-
nos sociais a partir de uma ótica científica. Essa tarefa, como já
observado, foi acompanhada por inúmeras mudanças de ordem
cultural, política, econômica e tecnológica, especialmente em
decorrência das novas demandas do capitalismo como modo de
produção vigente.
A Sociologia surgiu justamente desse processo de desa-
gregação do mundo feudal e consolidação do capitalismo, com
o objetivo de compreender as transformações sociais, políticas,
econômicas e culturais que ocorreram nas sociedades ocidentais
entre os séculos 18 e 19:
O século XVIII constitui um marco importante para a história
do pensamento ocidental e para o surgimento da sociologia.
As transformações econômicas, políticas e culturais que se ace-
leram a partir dessa época colocarão problemas inéditos para
os homens que experimentavam as mudanças que ocorriam no
ocidente europeu (FERNANDES, 1977, p. 11).
Método comparativo-funcionalista
Esse método compreende uma adaptação do método ex-
perimental das Ciências da Natureza para as Ciências Sociais. As-
sim como o método experimental tenta, a partir de repetidas
observações sob determinadas condições, chegar à elaboração
de leis que permitem regular e prever a ocorrência de fenôme-
nos, o método comparativo também trabalha com a ideia de que
os fenômenos sociais são “coisas” separadas e independentes
das consciências individuais e, por isso, podem ser observados e
pesquisados objetivamente.
Esse método foi fortemente divulgado pela análise fun-
cionalista de Émile Durkheim, que, segundo essa tese, afirmava
que todas as práticas sociais possuem uma função na sociedade.
Com isso, um fenômeno social só existe na medida em que pos-
sui alguma função para o coletivo, como é o caso, por exemplo,
das instituições sociais, que desempenham papéis fundamentais
para a coletividade. Nessa análise, o método sociológico é orga-
nizado em duas partes: primeiramente, observa os fenômenos
particulares de uma sociedade, levando em consideração que
podem ser pesquisados; depois, por meio de comparações, con-
fronta os diferentes sistemas sociais, classificando-os de acordo
com seu nível de complexidade.
Método compreensivo
Diferentemente de Durkheim – que encarava os fenômenos
sociais como coisas objetivas e externas, passíveis de serem ob-
servadas –, Weber afirmava que o fenômeno social depende dos
valores subjetivos interiorizados pelos sujeitos. Por se tratar de um
fenômeno social específico, seu estudo exige um método total-
mente diferente daquele que ocorre nas Ciências da Natureza.
Vídeo complementar–––––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar 1.
• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique na aba Videoaula,
localizado na barra superior. Em seguida, busque pelo nome da disciplina para
abrir a lista de vídeos.
• Caso você adquira o material, por meio da loja virtual, receberá também um
CD contendo os vídeos complementares, os quais fazem parte integrante do
material.
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4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Leia o texto a seguir:
[…] grandes mudanças que ocorreram na história da humanida-
de, aquelas que aconteceram no século XVIII – e que se esten-
deram no século XIX – só foram superadas pelas grandes trans-
formações do final do século XX. As mudanças provocadas pela
revolução científico-tecnológica, que denominamos Revolução
Industrial, marcaram profundamente a organização social, alte-
rando-a por completo, criando novas formas de organização e
causando modificações culturais duradouras, que perduram até
os dias atuais (DIAS, 2004, p. 124).
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) e
2) b
5. CONSIDERAÇÕES
Em síntese, esta unidade apresentou três temas básicos,
sendo o primeiro o contexto de mudanças culturais, políticas e
econômicas que ocorrerem nas sociedades ocidentais nos sécu-
los 18 e 19 e que motivaram o surgimento das Ciências Sociais.
Após essa etapa, a unidade passou a tratar do campo de
estudo das Ciências Sociais e as áreas que formam o seu estu-
do e pesquisa (Antropologia, Ciência Política e Sociologia). Por
fim, enfatizou os principais métodos sociológicos desenvolvidos
pelos principais representantes das Ciências Sociais (Durkheim,
Weber e Marx).
Esperamos que esta leitura incite outras pesquisas com-
plementares, pois o convite para o aprofundamento de questões
relacionadas ao conhecimento da sociedade não é somente uma
orientação acadêmica, mas um exercício pleno de cidadania.
6. E-REFERÊNCIAS
Sites consultados
BBC. As Consequências da Revolução Industrial – Criando Maravilhas – EP2. 2003.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=rW4CR_WM-AA>. Acesso em:
13 nov. 2019.
BRASIL. Decreto 89.531, de 5 de abril de 1984. Regulamenta a Lei nº 6.888, de 10 de
dezembro de 1980, que dispõe sobre o exercício da profissão de sociólogo e dá outras
providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 9 abr. 1984.
Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1980-1987/decreto-
89531-5-abril-1984-439813-retificacao-18478-pe.html>. Acesso em: 13 nov. 2019.
CANO, I. Nas trincheiras do método: o ensino da metodologia das Ciências Sociais no
Brasil. Sociologias, Porto Alegre, ano 14, n. 31, p. 94-119, set./dez. 2012. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/soc/v14n31/05.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2019.
COTIAS, L. E. Surgimento da Sociologia. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=QCHIFsMphQ0>. Acesso em: 13 nov. 2019.
ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA EDUCATIONAL CORPORATION. A Revolução Industrial.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=DmvL6vy_6Qg>. Acesso em: 13
nov. 2019.
HISTORY CHANNEL. Revolução Francesa – Documentário – History – Parte I. 2005.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=IVfsFeYKM-s>. Acesso em: 13
nov. 2019.
______. Revolução Francesa – Documentário – History – Parte II. 2005. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=ba_puXAqhC8>. Acesso em: 13 nov. 2019
______. Revolução Francesa – Documentário – History – Parte III. 2005. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=LkjFG6Bbno8>. Acesso em: 13 nov. 2019
ILB – INSTITUTO LEGISLATIVO BRASILEIRO; UNILEGIS – UNIVERSIDADE DO LEGISLATIVO
BRASILEIRO. Introdução a Ciência Política 1_10. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=9MnsnFBqQKE>. Acesso em: 13 nov. 2019
______. Introdução a Ciência Política 2_10. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=vtaPOEdEIbs>. Acesso em: 13 nov. 2019.
LIMA, J. C.; CORTES, S. M. V. A Sociologia no Brasil e a interdisciplinaridade nas
Ciências Sociais. Civitas, Porto Alegre, v. 13, n. 3, p. 416-435, set./dez. 2013.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANGELI. Tirinha. Folha de S.Paulo, São Paulo, 8 jun. 2000.
ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à Filosofia. 6. ed. São
Paulo: Moderna, 2016.
BENEDICT, R. Padrões de cultura. Trad. Ricardo A. Rosenbusch. Petrópolis: Vozes, 2013.
(Coleção Antropologia).
BOAS, F. Diário de viagem de Franz Boas (23 dez. 1883). In: CASTRO, C. (Org.).
Antropologia cultural: Franz Boas. Trad. Celso Castro. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. p.
7-23.
BODIN, J. Los seis libros de la República. Trad. Pedro Bravo Gala. Madri: Tecnos, 1997.
BRAUN, R. Taxation, sociopolitical structure, and state-building: Great Britain and
Brandenburg-Prussia. In: TILLY, C. (Org.). The formation of national States in Western
Europe. New Jersey: Princeton University Press, 1975, p. 243-327.
DIAS, R. Introdução à Sociologia. São Paulo: Persons Prentice Hall, 2004.
ESMEIN, A. Cours elémentaire D’Histoire Du Droit Français. 11. ed. Paris: Librairie de la
Société du Recueil Sirey, 1912.
Objetivos
• Compreender a proposta liberal de Bernard Mandeville a partir de sua Fá-
bula das abelhas.
• Conceituar os principais elementos caracterizadores do liberalismo clássi-
co de Adam Smith.
• Analisar as críticas traçadas por Alexis de Tocqueville sobre os perigos da
centralização do poder nas democracias modernas.
Conteúdos
• Mandeville e a Fábula das abelhas.
• Bases sociológicas do liberalismo clássico.
• Liberalismo econômico de Adam Smith.
• Adam Smith e a metáfora da “mão invisível”.
• A divisão do trabalho.
• Tocqueville e a democracia moderna.
• A centralização do poder nas democracias modernas.
• O despotismo democrático.
6) Como material introdutório, também sugerimos que você assista aos se-
guintes vídeos:
• THE OPEN UNIVERSITY. 60 segundos de aventuras na economia – A mão
invisível. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=sToHBs-
LCNS0>. Acesso em: 14 nov. 2019.
• UNIVERSITY OF AMSTERDAM. A Fábula das Abelhas. Disponível em: <ht-
tps://www.youtube.com/watch?reload=9&v=2_x2bqa4jKs>. Acesso em:
14 nov. 2019.
UNIDADE 2 – OS PRECURSORES DO LIBERALISMO CLÁSSICO
1. INTRODUÇÃO
Nesta unidade, você terá a oportunidade de conhecer as
origens do liberalismo clássico com base em três autores: Ber-
nard Mandeville, Adam Smith e Alexis de Tocqueville. Enquanto
os dois primeiros trabalham com os princípios que orientaram
o liberalismo econômico, o último autor volta-se mais para uma
análise das democracias modernas e os perigos que rondam as
suas propostas.
Trata-se de autores úteis para compreendermos as origens
das áreas que futuramente constituíram as chamadas “Ciências
Sociais”. Por mais que as análises dos autores da unidade este-
jam enviesadas por temas estritamente econômicos ou políticos,
não podemos, no entanto, deixar de mencionar que foram justa-
mente tais áreas (Economia e Política) que ofereceram as princi-
pais transformações nos séculos 18 e 19, levando ao surgimento
de análise científica e objetiva acerca dos fenômenos sociais.
Boa leitura!
Sem dúvida alguma, A fábula das abelhas foi uma das lei-
turas mais discutidas ao longo do século 18, tornando-se um es-
tandarte da burguesia nascente. Mesmo tendo sofrido inúmeras
edições, alterações e complementos, o núcleo fundamental da
mensagem da obra já havia sido publicado anonimamente pela
primeira vez em 1705, com o poema intitulado A colmeia des-
A divisão do trabalho
Ao pesquisar sobre condições e critérios para o aumento
da produtividade, Adam Smith chegou à conclusão de que estão
intimamente ligados à divisão do trabalho:
o maior aprimoramento das forças produtivas do trabalho, e a
maior parte da habilidade, destreza e bom senso com os quais
o trabalho é em toda parte dirigido ou executado, parecem ter
sido resultados da divisão do trabalho (SMITH, 1996a, p. 65).
Otimização do tempo
Uma segunda vantagem decorrente da divisão do trabalho
diz respeito ao melhor aproveitamento do tempo de produção.
Um trabalhador que faz mais de uma função no processo de pro-
dução, além de perder tempo na passagem de uma tarefa para
outra, retarda o ritmo de produção por simplesmente dividir a
sua atenção e foco em mais de uma atividade: “A vantagem que
se aufere economizando o tempo que geralmente se perderia no
passar de um tipo de trabalho para o outro é muito maior do que
à primeira vista poderíamos imaginar” (SMITH, 1996a, p. 68).
Smith apresenta, como exemplo, o caso do tecelão, que
perde muito tempo ao passar frequentemente do tear para
o campo, e vice-versa (SMITH, 1996a, p. 68-69). A divisão das
funções obriga o trabalhador a ter uma maior concentração no
próprio ato produtivo, diferentemente daquele que a fragmenta
em diversas atividades: “ao começar o novo trabalho, raramente
ela se dedica logo com entusiasmo; sua cabeça ‘está em outra’”
(SMITH, 1996a, p. 69). A avaliação do próprio método produtivo
é mais bem contemplada nos casos em que há uma atenção vol-
tada para um único objeto ou ação:
As pessoas têm muito maior probabilidade de descobrir com
maior facilidade e rapidez métodos para atingir um objetivo
quando toda a sua atenção está dirigida para esse objeto único,
do que quando a mente se ocupa com uma grande variedade
de coisas (SMITH, 1996a, p. 69)
O uso de máquinas
Por fim, segundo Smith, o aumento da produção pode ser
maior ainda com a utilização de máquinas adequadas, segundo
a especialização de cada função: “em terceiro – e último lugar
– precisamos todos tomar consciência de quanto o trabalho é
facilitado e abreviado pela utilização de máquinas adequadas”
(SMITH, 1996a, p. 69).
A utilização das máquinas serve para auxiliar o trabalhador
no que diz respeito à avaliação de sua própria tarefa. De acordo
com Smith, é comum para aqueles trabalhadores que desempe-
nham uma única função melhorar cada vez mais seus métodos.
Como resultado, os próprios trabalhadores comuns acabam in-
ventando máquinas e instrumentos que potencializam mais ain-
da a produção:
Grande parte das máquinas utilizadas nas manufaturas em que
o trabalho está mais subdividido constituiu originalmente in-
venções de operários comuns, os quais, com naturalidade, se
preocuparam em concentrar sua atenção na procura de méto-
dos para executar sua função com maior facilidade e rapidez,
estando cada um deles empregado em alguma operação muito
simples (SMITH, 1996a, p. 69).
Troca e autointeresse
Segundo Adam Smith, a divisão do trabalho é um processo
lento e gradual da organização socioeconômica humana que, em
sua origem, não se apresenta como um resultado ocasional ou
da própria acumulação da riqueza por si mesma. Pelo contrário,
a divisão do trabalho diz respeito a uma necessidade puramente
humana: “a propensão a intercambiar, permutar ou trocar uma
coisa pela outra” (SMITH, 1996a, p. 73). Logo, a propensão para
trocar e permutar – o verdadeiro motivo para a divisão do traba-
lho – é próprio da natureza humana:
De qualquer maneira, essa propensão encontra-se em todos os
homens, não se encontrando em nenhuma outra raça de ani-
mais, que não parecem conhecer nem essa nem qualquer ou-
tra espécie de contratos. […] Ninguém jamais viu um cachorro
fazer uma troca justa e deliberada de um osso por outro, com
um segundo cachorro. Ninguém jamais viu um animal dando
a entender a outro, através de gestos ou gritos naturais: isto é
meu, isto é teu, estou disposto a trocar isto por aquilo (SMITH,
1996a. p. 73).
A questão aristocrática
Pela ênfase dada aos temores de Tocqueville quanto aos
perigos do igualitarismo, alguns autores posteriores procuraram
destacar um forte traço aristocrático presente em seu pensa-
mento político. Isso se deve não somente por uma opção pessoal
em favor dos governos aristocráticos, mas por perceber uma cer-
ta incompatibilidade, segundo os moldes das democracias euro-
peias, em conciliar, num mesmo plano político, os conceitos de
igualdade e liberdade. Sua argumentação chega ao ápice dessa
postura ao afirmar, por exemplo, que a centralização do poder
estaria mais apta a se concretizar em sociedades democráticas
do que nas aristocráticas (TOCQUEVILLE, 1977). E isso se deve
pelo menos por dois motivos:
• Porque nas sociedades democráticas as diferenças in-
dividuais são anuladas em prol da igualdade coletiva.
Nesse caso, trocam-se as diferenças individuais da aris-
tocracia pelo anonimato da igualdade democrática. As-
sim, para Tocqueville, a centralização do poder estaria,
de fato, mais próxima da democracia:
os povos democráticos muitas vezes odeiam os depositários
do poder central; mas sempre amam esse poder por ele mes-
mo. […] A centralização será o governo natural (TOCQUEVILLE,
1977, p. 516).
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material.
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4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) (FUVEST) “Um comerciante está acostumado a empregar o seu dinheiro
principalmente em projetos lucrativos, ao passo que um simples cavalhei-
ro rural costuma empregar o seu em despesas. Um frequentemente vê seu
dinheiro afastar-se e voltar às suas mãos com lucro; o outro, quando se se-
para do dinheiro, raramente espera vê-lo de novo. Esses hábitos diferentes
afetam naturalmente os seus temperamentos e disposições em toda espé-
cie de atividade. O comerciante é, em geral, um empreendedor audacioso;
o cavalheiro rural, um tímido em seus empreendimentos” (SMITH, Adam.
A Riqueza das Nações, Livro III, capítulo 4).
Neste pequeno trecho, Adam Smith:
a) mostra as vantagens do capitalismo comercial em face da estagnação
medieval.
b) defende a lucratividade do comércio contra os baixos rendimentos do
campo.
c) critica a preocupação dos comerciantes com seus lucros e dos cava-
lheiros com a ostentação de riquezas.
d) contrapõe lucro à renda, pois geram racionalidades e modos de vida
distintos.
e) expõe as causas da estagnação da agricultura no final do século 18.
“Embora [Lord] Acton nunca tenha publicado um livro, ele escreveu vá-
rios artigos que refletiram seu apaixonado interesse sobre a história da
liberdade, tolerância religiosa e governo constitucional. De acordo com
Acton, não podemos entender a história da civilização ocidental se não
conseguirmos avaliar o conflito eterno entre a liberdade e o poder. A ideia
de liberdade, ele disse, ‘é a unidade, a única unidade da história do mundo,
e o princípio único de uma filosofia da história’” (SMITH, George H. Lord
Acton e a História da Liberdade. Portal do Libertarianismo).
O texto sugere que Lord Acton:
a) defendia que o liberalismo precisava tomar o poder para tornar os ho-
mens livres.
b) defendia a ideia de liberdade como sendo aquilo que dá unidade e
sentido para a história humana.
c) acentuava o combate entre poder e liberdade, defendendo que a to-
mada do poder era o principal objetivo da “história da Liberdade”.
d) defendia que o poder não poderia corromper o homem, já que suas
características virtuosas eram inabaláveis.
e) defendia a liberdade apenas no nível político e, no nível econômico, a
intervenção maciça do Estado.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões
autoavaliativas propostas:
1) d
2) b
5. CONSIDERAÇÕES
Esta unidade apresentou alguns aspectos básicos do Libe-
ralismo clássico, desde a sua concepção mais moralizada (Man-
deville) e econômica (Adam Smith), até a sua vertente mais poli-
tizada (Tocqueville).
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Bernard Mandeville. Disponível em: <http://www.zam.it/biografia_Bernard_
Mandeville>. Acesso em: 14 nov. 2019.
Figura 2 Adam Smith. Disponível em: <https://www.algosobre.com.br/biografias/
adam-smith.html>. Acesso em: 14 nov. 2019.
Figura 3 Alexis de Tocqueville. Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/
educacao/historia/tocqueville-e-o-fascinio-da-democracia,883275001e69ccedb5ce15
eff360b29eqxqt6z7o.html>. Acesso em: 18 nov. 2019.
Sites pesquisados
AMORIM, M. L. A. Educação e modernidade: uma contribuição às discussões sobre o
mal-estar. Revista Mal-Estar e Subjetividade, Fortaleza, v. 2, n. 1, p. 17-44, mar. 2002.
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/malestar/v2n1/03.pdf>. Acesso em:
18 nov. 2019.
BRITO, A. R. T. As abelhas egoístas: vício e virtude na obra de Bernard Mandeville. 2006.
Tese (Doutorado em Filosofia) – Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas, Departamento de Filosofia, São Paulo, 2006. Disponível
em: <http://filosofia.fflch.usp.br/sites/filosofia.fflch.usp.br/files/posgraduacao/
defesas/2006_docs/2006_tese_ari_tank.pdf>. Acesso em: 18 nov. 2019.
CRISTIANO, J. Iluminismo: Adam Smith e a mão invisível. 2015. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=CgoYwzoVNhs>. Acesso em: 14 nov. 2019.
______. Revolução Industrial, Divisão do Trabalho e Adam Smith. 2013. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=ix5jUPyx99g>. Acesso em: 14 nov. 2019.
FONSECA, E. G. A fábula das abelhas. Braudel Papers, São Paulo, n. 5, p. 3-14, 1994.
Disponível em: <http://pt.braudel.org.br/publicacoes/braudel-papers/downloads/
portugues/bp05_pt.pdf>. Acesso em: 18 nov. 2019.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à Filosofia. 6. ed. São
Paulo: Moderna, 2016.
BOBBIO, N. Teoria Geral da Política: a filosofia política e as lições dos clássicos. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2000.
COSTA PINTO, L. A. Sociologia e desenvolvimento: temas e problemas de nosso tempo.
9. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986.
GOULD, S. J. The structure of evolutionary theory. Massachusetts: Harvard Press, 2002.
MANDEVILLE, B. La fabula de las abejas: o los vicios privados hacen la prosperidad
pública. Trad. José Ferrater Mora. Madrid: Fondo de Cultura Económica, 1997.
REALE, G.; ANTISERE, D. História da Filosofia: de Spinoza a Kant. Trad. Ivo Storniolo.
São Paulo: Paulus, 2007. v. 4.
SMITH, A. A Riqueza das Nações: investigação sobre a sua natureza e suas causas.
Introdução de Edwin Cannan e tradução de Luiz João Baraúna. São Paulo: Editora Nova
Cultural, 1996a. v. 1. (Os Economistas).
______. A Riqueza das Nações: investigação sobre a sua natureza e suas causas.
Introdução de Edwin Cannan e tradução de Luiz João Baraúna. São Paulo: Editora Nova
Cultural, 1996b. v. 2. (Os Economistas).
TOCQUEVILLE, A. A democracia na América. Trad. Neil Ribeiro da Silva. São Paulo: Ed.
USP, 1977.
Objetivos
• Conhecer os fundamentos do positivismo sociológico de Augusto Comte.
• Apresentar as leis dos três estágios de Comte como elemento central da
noção de progresso social.
• Compreender o objeto e o método da Sociologia enquanto Física Social.
• Conhecer o modo como Comte organizou a Sociologia (estática social e
dinâmica social).
• Refletir sobre os fundamentos da sua proposta da religião da humanidade.
• Conhecer a proposta metodológica de Émile Durkheim, em especial as re-
gras que orientam o trabalho do cientista social.
• Caracterizar o que são os fatos sociais.
• Apresentar a divisão do trabalho social como critério demarcador de uma
coesão social (solidariedade mecânica e orgânica).
• Distinguir a normalidade e a patologia dos fatos sociais.
• Refletir sobre a questão sociológica do suicídio e suas tipologias (egoísta,
altruísta, anômico e fatalista), segundo Durkheim.
Conteúdos
• O positivismo sociológico de Comte.
• As leis dos três estágios em Augusto Comte.
• Sociologia como “Física Social”.
• Objeto e método da Sociologia.
1) Não se limite a apenas ler esta obra. Pesquise e busque em sites, livros e
revistas materiais complementares sobre os temas abordados.
3) Esta unidade apresenta autores que pensaram sobre os critérios que de-
marcaram cientificamente o objeto e o método da Sociologia nascente
como área autônoma. Nesse sentido, para compreender adequadamente
esse processo, torna-se interessante visitar a área de Filosofia da Ciência,
de modo a conhecer mais detalhadamente as características de um mé-
todo científico.
1. INTRODUÇÃO
A Sociologia, como já observamos na Unidade 1, nasceu
como uma resposta às inúmeras transformações culturais, políti-
cas e econômicas a partir do século 18, estabelecendo-se como
área autônoma no século 19. Como qualquer outra ciência, a
Sociologia também não surgiu do acaso, mas precisou ser siste-
matizada por autores que tiveram o cuidado de formalizar um
objeto de estudo e uma metodologia de pesquisa. É justamente
de tais autores que trataremos nesta unidade: Augusto Comte e
Émile Durkheim.
É importante notar, neste momento, que Comte e Dur-
kheim utilizam o termo “Sociologia” – e não “Ciências Sociais”.
A justificativa é estritamente cronológica: como apresentado na
primeira unidade, o termo “Ciências Sociais” é recente, e tem
objetivo não de sufocar áreas de pesquisa social já consolidadas
(Antropologia, Ciência Política e Sociologia), mas agregá-las em
uma macroárea comum, com o intuito de possibilitar um diálogo
mais profícuo. Logo, em vista do contexto sociológico de ambos
os autores (Comte e Durkheim), tal sistematização não se apre-
senta apenas como desconhecida, mas também desnecessária.
A unidade está organizada em duas partes. Na primeira,
apresentaremos a proposta positivista de Augusto Comte e sua
preocupação em elaborar uma área de estudo voltada especifi-
camente para o conhecimento das diversas sociedades ao longo
da história. Na segunda parte, o foco estará nas principais contri-
buições de Émile Durkheim, que, dando seguimento ao projeto
de Comte, estabeleceu solidamente um campo de pesquisa, ob-
jeto e método para a Sociologia. Além disso, também conhecere-
mos algumas de suas teorias a respeito dos modos de integração
1º) Comparação entre as diversas par- 1º) Comparação das diferenças existen-
tes de cada organismo determinado. tes entre as partes constitutivas de uma
mesma sociedade e identificação das
diferenças mais simples de sociedades
2º) Comparação entre os sexos.
distintas.
Organização da Sociologia
Segundo Comte, a Sociologia – ou Física Social – é com-
posta por duas partes: estática social e dinâmica social. Para o
autor, a Sociologia precisa compreender não somente o proces-
Estática social
Segundo Comte, os elementos da estática social – isto é,
da “ordem” e coesão das sociedades – são, pelo menos, cinco:
religião, governo, linguagem, família e propriedade. Noutras
palavras, a estática estudaria justamente aquelas condições de
existência e sociabilidade comuns a todas as sociedades e em to-
dos os tempos. Na obra Catecismo positivista, Comte argumenta
sobre tais elementos da estática social com relação à religião:
“o dogma fundamental da religião universal consiste, portanto,
na existência constatada de uma ordem imutável a que estão
sujeitos os acontecimentos de todo gênero” (COMTE, 1978a, p.
143-144).
O pressuposto fundamental da estática reside, portanto,
na elaboração de leis que justificariam a existência de elementos
de coesão dos diferentes grupos sociais ao longo da história, sem
os quais se tornaria impossível a conservação de qualquer corpo
social. Esse aspecto fica evidente no seguinte trecho do Catecis-
mo positivista:
Dinâmica social
Por sua vez, a dinâmica social tenta compreender de que
forma as sociedades evoluem ao longo da história. Ou melhor,
tenta descobrir de que maneira os cinco elementos da estática
(religião, governo, linguagem, família e propriedade) se desen-
volvem e evoluem no tempo. De acordo com Comte, as leis da
dinâmica social são basicamente reduzidas a duas – a lei da evo-
lução teórica e a lei do impulso prático:
Leis dinâmicas parecem dever ser ao número de três, a fim de
corresponder exatamente aos diversos elementos estáticos da
natureza humana, o sentimento, a inteligência e a atividade. No
entanto, é necessário antes reconhecer que elas se reduzem
necessariamente a duas, uma para a evolução teórica, outra
para o impulso prático (COMTE, 1957, p. 78, tradução nossa).
A religião da humanidade
Apesar de Comte identificar a religião como o estágio mais
primário do desenvolvimento da humanidade, ele não se con-
Coercitividade
A coercitividade é a força exercida sobre os indivíduos que
os obriga, por meio do constrangimento ou da lei, a seguir um
Exterioridade
A exterioridade está relacionada a padrões exteriores aos
indivíduos e que, por isso, existem independentemente de suas
vontades ou adesões conscientes. Ao nascer, o indivíduo já é in-
serido em um contexto de inúmeras regras, leis e normas que é
coagido a aceitar para fazer parte da família e da sociedade. Inde-
pendentemente de gostar ou não das regras impostas, elas con-
tinuarão a existir mesmo sem o seu consentimento. Como exem-
plo disso, temos os papeis sociais aprendidos pela educação:
Quando desempenho minha tarefa de irmão, de marido ou de
cidadão, quando executo os compromissos que assumi, eu cum-
pro deveres que estão definidos, fora de mim e de meus atos,
no direito e nos costumes. […] Do mesmo modo, as crenças e as
práticas de sua vida religiosa, o fiel as encontrou inteiramente
prontas ao nascer; se elas existiam antes dele, é que existem
fora dele. […] Eis aí, portanto, maneiras de agir, de pensar e de
sentir que apresentam essa notável propriedade de existirem
fora das consciências individuais (DURKHEIM, 2007, p. 1-2).
Generalidade
Tal característica diz respeito a situações e fatos que são
realizados coletivamente e que são comuns a todos os membros
de um grupo – ou de sua maioria. Por isso, além de serem coer-
civos e externos, os fatos sociais precisam também ser “gerais”,
isto é, envolver os hábitos de muitos indivíduos, bem como se
difundir e se repetir de maneira satisfatória e assídua:
Um pensamento que se encontra em todas as consciências par-
ticulares, um movimento que todos os indivíduos repetem nem
por isso são fatos sociais. Se se contentaram com esse caráter
para defini-los, é que os confundiram, erradamente, com o que
se poderia chamar de suas encarnações individuais. O que os
constitui são as crenças, as tendências e as práticas do grupo
tomado coletivamente (DURKHEIM, 2007, p. 6-7).
Estado normal
Considera-se como “normal” aquele fato social que já se
encontra generalizado pela sociedade e, por isso, desempenha
alguma função importante, seja para evolução ou para adapta-
ção da vida social. Nesse sentido, para o autor, a recorrência e a
generalidade de um fato social implicam necessariamente uma
funcionalidade social. Ou seja, a finalidade de um fato social im-
pacta diretamente o consenso coletivo de sua função:
A função de um fato social não pode ser senão social, isto é, ela
consiste na produção de efeitos socialmente úteis. Certamente
pode ocorrer, e acontece de fato, que, por via indireta, o fato
social sirva também ao indivíduo. Mas esse resultado feliz não é
sua razão de ser imediata. Podemos, portanto, completar a pro-
posição precedente, dizendo: A função de um fato social deve
sempre ser buscada na relação que ele mantém com algum fim
social (DURKHEIM, 2007, p. 112).
Estado patológico
Considera-se como “patológico” aquele fato social que põe
em risco a harmonia, o acordo e o consenso coletivo e, por isso,
se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social e pela
moral vigente. Nesse sentido, por serem excepcionais, temporá-
rios e observados apenas em uma minoria, os fatos patológicos
não são consensuais (DURKHEIM, 2007).
Todavia, deve-se notar que o normal ou o patológico não
está relacionado à aceitação individual, mas ao consenso de uma
espécie de “consciência coletiva”. A sociedade é algo externo,
maior e anterior aos indivíduos. Ou seja, embora a sociedade
seja composta por consciências individuais, observa-se que, em
todo e qualquer grupo, existem formas padronizadas de conduta
e pensamento, formando assim o “tipo psíquico da sociedade”
(DURKHEIM, 2007):
Há em nós duas consciências: uma contém apenas estados que
são pessoais a cada um de nós e nos caracterizam, ao passo
que os estados que a outra compreende são comuns a toda a
sociedade. A primeira representa apenas nossa personalidade
individual e a constitui; a segunda representa o tipo coletivo e,
por conseguinte, a sociedade sem a qual ele não existiria (DUR-
KHEIM, 1999, p. 79).
Isso não quer dizer que Durkheim aceite o crime como algo
positivo, mas sim que ele possui uma função social passível de
ser pesquisada de forma quantitativa e estatística. Esse aspecto
retoma uma exigência metodológica já mencionada: os fatos so-
Solidariedade mecânica
Segundo Durkheim, trata-se daquela solidariedade que
predominava nas sociedades pré-capitalistas. Nesse tipo de so-
lidariedade, como o nível de divisão do trabalho era baixo, o elo
de coesão entre os indivíduos ocorria por meio da família, da re-
ligião, da tradição e dos costumes, permanecendo independen-
tes e autônomos em relação à divisão do trabalho.
Como a interdependência mútua não existe – pelo fato de
os indivíduos exercerem as mesmas funções –, a estrutura social
passa a ser regulada unicamente por uma autoridade moral co-
letiva (consciência coletiva), que exerce o seu poder de coerção
Solidariedade orgânica
De acordo com Durkheim, seria aquela solidariedade típica
das sociedades capitalistas, as quais, por meio da especialização
e divisão do trabalho, tornariam os indivíduos mais interdepen-
dentes: “A solidariedade depende estreitamente da atividade
funcional das partes especializadas” (DURKHEIM, 1999, p. 410).
É justamente essa interdependência que garante uma coesão
social maior, substituindo assim os costumes, tradições e laços
consanguíneos:
Aqui, pois, a individualidade do todo aumenta ao mesmo tem-
po que a das partes; a sociedade torna-se mais capaz de se mo-
ver em conjunto, ao mesmo tempo em que cada um de seus
elementos tem mais movimentos próprios. Essa solidariedade
se assemelha a que observamos entre os animais superiores.
De fato, cada órgão aí tem sua fisionomia especial, sua autono-
mia, e, contudo, a unidade do organismo é tanto maior quan-
to mais acentuada essa individuação das partes. Devido a essa
analogia, propomos chamar de orgânica a solidariedade devida
à divisão do trabalho (DURKHEIM, 1999, p. 108-109).
Suicídio egoísta
Para Durkheim, o suicídio egoísta é aquele resultante de
uma integração social frágil. Ou seja, nesse caso, a falta de in-
tegração social levaria o indivíduo a buscar em si mesmo aquilo
que não consegue mais obter na coletividade. Ocorre, portanto,
a perda dos princípios ou noções de integração social, resultando
no reconhecimento de regras de conduta apenas pessoais:
Mas a sociedade não pode desintegrar-se sem que, na mesma
medida, o indivíduo se desligue da vida social, sem que seus
fins próprios se tornem preponderantes sobre os fins comuns,
sem que sua personalidade, em suma, tenda a se colocar acima
da personalidade coletiva. Quanto mais os grupos a que per-
tence se enfraquecem, menos o indivíduo depende deles e, por
conseguinte, mais depende apenas de si mesmo para não reco-
nhecer outras regras de conduta que não as que se baseiam em
seus interesses privados. Se, portanto, conviermos chamar de
egoísmo esse estado em que o eu individual se afirma excessi-
vamente diante do eu social e às expensas deste último, pode-
remos dar o nome de egoísta ao tipo particular de suicídio que
resulta de uma individuação descomedida (DURKHEIM, 2000,
p. 258-259).
Suicídio altruísta
Segundo Durkheim, o suicídio altruísta resulta de uma for-
te integração social. Se a causa do suicídio egoísta era a falta de
integração social, no caso do altruísta o problema é inverso: de-
corre do excesso de integração social. Ou seja, esse tipo de suicí-
dio ocorre no interior de grupos coesos, nos quais se consideram
Suicídio anômico
Para o autor, o suicídio anômico está relacionado à fraca
regulação exercida pela sociedade. A anomia (do grego, a + no-
mos, que significa “privado de leis”) diz respeito a uma situação
social na qual as leis ou as normas coletivas não são mais eficazes
para a regulação da vida dos indivíduos. Na anomia, os indiví-
duos perdem, portanto, as suas referências sociais e, por isso,
decepcionam-se com a coletividade, resultando em atentados
contra a própria vida:
É preciso que uma força reguladora desempenhe para as
necessidades morais o mesmo papel que o organismo para as
necessidades físicas. Isso significa que essa força só pode ser
moral. […] Os homens não consentiriam em limitar seus dese-
jos se se julgassem no direito de ultrapassar o limite que lhes
é designado. Só que eles não podem ditar a si mesmos essa
lei de justiça, pelas razões que mencionamos. Portanto, devem
recebê-la de uma autoridade que respeitem e diante da qual se
inclinem espontaneamente. Só a sociedade, seja diretamente
e em seu conjunto, seja por intermédio de um de seus órgãos,
está em condições de desempenhar esse papel moderador,
pois ela é o único poder moral superior ao indivíduo, e cuja su-
perioridade este último aceita (DURKHEIM, 2000, p. 315).
Suicídio fatalista
Assim como o suicídio egoísta (por falta de integração so-
cial) se opõe totalmente ao suicídio altruísta (por excesso de in-
tegração social), segundo Durkheim, parece existir também – po-
rém, nas devidas proporções – um outro tipo de suicídio oposto
ao anômico, chamado pelo autor de “fatalista”. Suas diferenças
são perceptíveis: enquanto o suicídio anômico se caracteriza
pela falta de regulação dos padrões morais, o fatalista estaria re-
lacionado ao excesso de alguma regulação moral praticada pelo
indivíduo. Ou seja, a rigidez e inflexibilidade das normas morais
podem, em algumas situações, causar desconfortos pessoais
que motivam, inclusive, a prática do suicídio:
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––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
www.scielo.br/pdf/rsocp/v17n34/a21v17n34.pdf>.
Acesso em: 19 nov. 2019.
Ainda sobre o pensamento de Augusto Comte, estudamos
as bases do método positivista e sua importância para o início da
Sociologia. Para conhecer mais sobre o assunto, acesse:
• BRANDÃO, A. R. P. A postura do Positivismo com rela-
ção às Ciências Humanas. Theoria – Revista Eletrônica
de Filosofia, v. 03, n. 6, p. 80-105, 2011. Disponível em:
<http://www.theoria.com.br/edicao0611/a_postura_
do_positivismo.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2019.
• SCHNEIDER, S.; SCHMITT, C. J. O uso do método compa-
rativo nas Ciências Sociais. Cadernos de Sociologia, Por-
to Alegre, v. 9, p. 49-87, 1998. Disponível em: <http://
nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/docs/o_uso_me-
todo_comparativo.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2019.
Os conceitos de estática e dinâmica social foram funda-
mentais para a sistematização da Sociologia como ciência autô-
noma. Para aprofundar seus estudos nessa temática, recomen-
damos os artigos:
• BENOIT, L. O. Comte, leitor de Aristóteles: considerações
relativas à “estática social” positivista. Revista Archai: as
origens do pensamento ocidental, n. 4, p. 113-120, jan.
2010. Disponível em: <https://digitalis-dsp.uc.pt/bits-
tream/10316.2/24505/1/archai4_artigo13.pdf>. Aces-
so em: 19 nov. 2019.
• LACERDA, G. B. Elementos estáticos da teoria política de
Augusto Comte: as pátrias e o poder temporal. Revis-
ta de Sociologia e Política, Curitiba, 23, p. 63-78, nov.
2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsocp/
n23/24622.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2019.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) A Sociologia surgiu em um período em que o fazer científico encontrava-
-se influenciado por algumas teses desenvolvidas durante o século 19.
Herbert Spencer, Charles Darwin e Auguste Comte, por exemplo, tiveram
grande importância para o pensamento sociológico. O primeiro, por apli-
car às Ciências Humanas o evolucionismo, mesmo antes das teses revolu-
cionárias sobre a seleção das espécies do segundo. Com relação a Comte,
houve a influência de seu “espírito positivo” na formação dos muitos inte-
lectuais do período.
Sobre as ideias de evolução e progresso e seu impacto no pensamento
sociológico, podemos afirmar que:
a) A ideia de progresso, apesar de ter grande influência na área das Ciên-
cias Naturais, não teve impacto decisivo na constituição da Sociologia.
b) A ideia de evolução foi uma das palavras de ordem do período, mas
a Sociologia rejeitou a sua adoção, assim como qualquer comparação
entre seus efeitos no reino natural e no mundo social.
c) A explicação sociológica procurou, desde o seu início, afastar-se de
qualquer forma de determinismos, fossem biológicos ou geográficos,
pois se contrapunha fortemente às explicações de cunho evolucionista.
d) Em sua busca por constituir-se como disciplina, a Sociologia passou
pela valorização e incorporação dos métodos das ciências da nature-
za, utilizando metáforas organicistas, assim como conferindo ênfase à
noção de função.
e) Como tentativa de explicação da sistematização da Sociologia nos sé-
culos 14 e 15, tais autores buscaram refundar nas ciências um ideal
renascentista de sociedade, considerando o homem como artífice de
si mesmo.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) d.
2) b.
3)
5. CONSIDERAÇÕES
Esta unidade apresentou a origem da Sociologia como área
autônoma do pensamento. A partir das contribuições de Augus-
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Augusto Comte. Disponível em: <https://www.infoescola.com/biografias/
auguste-comte/>. Acesso em: 18 nov. 2019.
Figura 2 Émile Durkheim. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/
durkheim-fato-social.htm >. Acesso em: 18 nov. 2019.
Figura 4 Solidariedade e Consciência. Disponível em: <https://digofreitas.com/hq/
outros-18-solidariedade/>. Acesso em: 19 nov. 2019.
Sites pesquisados
ALVES, C. Positivismo no século XIX. Disponível em: <http://en-fil.net/ed1/conteudo/
archives/ed001_Claudia.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2019.
PAIS, J. M. Das regras do método, aos métodos desregrados. Tempo Social: Revista de
Sociologia da USP, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 85-111, maio 1996. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/ts/v8n1/0103-2070-ts-08-01-0085.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2019.
PINHEIRO, A. Sociologia – Émile Durkheim – Parte 1/2. 2015. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=q67s-UgkLSE>. Acesso em: 18 nov. 2019.
______. Sociologia – Émile Durkheim – Parte 2/2. 2015. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=-Hm1MnaT2GM>. Acesso em: 18 nov. 2019.
PINHO, A. Durkheim – Suicídio. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=wj3tdcqLaoA>. Acesso em: 18 nov. 2019.
PINTO, H. A última religião (Documentário sobre Positivismo no Brasil). 2015.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=aHpG-cr1eMg>. Acesso em: 18
nov. 2019.
RENNÓ, P. Émile Durkheim, fatos sociais e suicídio. 2018. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=L-A8u46YUss>. Acesso em: 18 nov. 2019.
SCHNEIDER, S.; SCHMITT, C. J. O uso do método comparativo nas Ciências Sociais.
Cadernos de Sociologia, Porto Alegre, v. 9, p. 49-87, 1998. Disponível em: <http://
nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/docs/o_uso_metodo_comparativo.pdf>. Acesso
em: 19 nov. 2019.
SOCIOLOGIA ANIMADA. Auguste Comte – Lei dos três estados. 2018. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=0bBUri0eC-0>. Acesso em: 18 nov. 2019.
TEIXEIRA, R. R. Três fórmulas para compreender “O suicídio” de Durkheim. Interface:
Comunicação, Saúde, Educação, v. 6, n. 11, p. 143-52, ago. 2002. Disponível em:
<https://repositorio.observatoriodocuidado.org/jspui/bitstream/handle/145/2/icse.
S1414-32832002000200021.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2019.
UNIVESP. Clássicos da Sociologia: Émile Durkheim. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=SMaxxNEqk7U>. Acesso em: 18 nov. 2019.
______. Na Íntegra – Raquel Weiss – Émile Durkheim. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=BeK3FDE_Iy0>. Acesso em: 18 nov. 2019.
VARES, S. F. Solidariedade mecânica e solidariedade orgânica em Émile Durkheim:
dois conceitos e um dilema. Mediações, Londrina, v. 18, n. 2, p. 148-171, jul./dez.
2013. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/
download/17317/13807>. Acesso em: 19 nov. 2019.
______. Os fatos e as coisas: Émile Durkheim e a controversa noção de fato social.
Ponto e Vírgula, São Paulo, PUC-SP, n. 20, p. 104-121, jul./dez. 2016. Disponível em:
<https://revistas.pucsp.br/index.php/pontoevirgula/article/viewFile/31168/21605>.
Acesso em: 19 nov. 2019.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARON, R. As etapas do pensamento sociológico. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
BACON, F. Novum Organon: verdadeiras indicações acerca da interpretação da
natureza. In: ______. Novum Organon; Nova Atlântida. Trad. notas de José Aluysio
Reis de Andrade. São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Os Pensadores).
COMTE, A. Catecismo Positivista. In: ______. Curso de filosofia positiva; Discurso sobre
o Espírito Positivo; Discurso preliminar sobre o Conjunto do Positivismo; Catecismo
Positivista. Trad. Miguel Lemos. São Paulo: Abril Cultural, 1978a, p. 117-318. (Os
Pensadores).
______. Curso de filosofia positiva. In: ______. Curso de filosofia positiva; Discurso
sobre o Espírito Positivo; Discurso preliminar sobre o Conjunto do Positivismo;
Catecismo Positivista. Trad. José Arthur Giannotti. São Paulo: Abril Cultural, 1978b, p.
1-39. (Os Pensadores).
______. Discurso sobre o Espírito Positivo. In: ______. Curso de filosofia positiva;
Discurso sobre o Espírito Positivo; Discurso preliminar sobre o Conjunto do Positivismo;
Catecismo Positivista. Trad. José Arthur Giannotti. São Paulo: Abril Cultural, 1978c, p.
41-94. (Os Pensadores).
______. Discurso preliminar sobre o Conjunto do Positivismo. In: ______. Curso de
filosofia positiva; Discurso sobre o Espírito Positivo; Discurso preliminar sobre o
Conjunto do Positivismo; Catecismo Positivista. Trad. José Arthur Giannotti. São Paulo:
Abril Cultural, 1978d, p. 95-115. (Os Pensadores).
______. Introdução Geral ao Estudo da Lógica, ou Matemática. Extraído da Síntese
Subjetiva de Augusto Comte, traduzido, anotado por Luiz Bueno Horta Barbosa. Rio de
Janeiro: Tipografia Jornal do Commercio, 1933.
______. Metodologia das Ciências Sociais. In: MORAES FILHO, E. (Org.). Comte:
Sociologia. São Paulo: Ática, 1983a, p. 73-103
______. Sociologia: conceitos gerais e surgimento. In: MORAES FILHO, E. (Org.). Comte:
Sociologia. São Paulo: Ática, 1983b, p. 53-72
______. Sociologie: texte choisis. Paris: Presses Universitaires de France, 1957.
______. System of Positive Polity. London: Longmans Green, 1875a. v. 1.
______. System of Positive Polity. London: Longmans Green, 1875b. v. 2.
______. System of Positive Polity. London: Longmans Green, 1876. v. 3.
______. System of Positive Polity. London: Longmans Green, 1877. v. 4.
Objetivos
• Apresentar as críticas do sistema marxista ao idealismo hegeliano; aos eco-
nomistas clássicos; ao socialismo utópico; à esquerda hegeliana.
• Compreender as bases filosóficas e sociológicas do materialismo histórico.
• Refletir sobre os conceitos de meios de produção, força produtiva, modo
de produção e relações de produção.
• Contextualizar o materialismo dialético na obra de Marx.
• Apresentar o capital e seu sistema de acumulação.
• Compreender o comunismo e o significado da “ditadura do proletariado”.
• Conceituar algumas insuficiências das categorias marxistas.
Conteúdos
• Críticas do sistema marxista ao idealismo hegeliano; aos economistas clás-
sicos; ao socialismo utópico; à esquerda hegeliana.
• Materialismo histórico: infraestrutura e superestrutura.
• Conceitos de meios de produção, força produtiva, modo de produção e
relações de produção.
• Materialismo dialético.
• A luta de classes como motor da história.
6) Como material introdutório, também sugerimos que você assista aos se-
guintes vídeos:
• FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO. Adam Smith e Karl Marx: Liberalismo e
Socialismo. Globo Ciência. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=QOmFyRpTvFM&t=19s>. Acesso em: 19 nov. 2019.
• RAGO FILHO, A. A crítica do idealismo em Marx e Engels. IV Curso Li-
vre Marx-Engels. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=juhXSI3Jb7k>. Acesso em: 19 nov. 2019.
• GHIRALDELLI, P. Chega de ler Marx de modo errado! Disponível em: <htt-
ps://www.youtube.com/watch?v=OhyvthbhvWU>. Acesso em: 19 nov.
2019.
• UNIVESP. Clássicos da Sociologia: Karl Marx. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=2DmlHFtTplA>. Acesso em: 19 nov. 2019.
• PRADO, E. Curso: O capital, de Marx – Aula 01. 2017. Disponível em: <htt-
ps://www.youtube.com/watch?v=4uo_wkYMK_s>. Acesso em: 19 nov.
2019.
• PAULANI, L. Curso: O capital, de Marx – Aula 02. 2017. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=T9x0gFHuON4>. Acesso em: 19 nov.
2019.
• CARCANHOLO, M. Curso: O capital, de Marx – Aula 03. 2017. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=6JYKsqECnoI>. Acesso em: 19
nov. 2019.
• GRESPAN, J. Curso: O capital, de Marx – Aula 4. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=u-YgbuJB7Ck&index=1&list=PLHiE8QPap5vQ
kpEnx192YpqOnAdbSY2Cb>. Acesso em: 19 nov. 2019.
1. INTRODUÇÃO
Segundo Oliveira (2010, p. 273), o
filósofo, cientista social, economista e re-
volucionário Karl Heinrich Marx (Figura 1)
nasceu em Trier, Alemanha, em 5 de maio
de 1818. Estudou na Universidade de Ber-
lim, interessando-se principalmente pelas
ideias do filósofo Georg Friedrich Hegel.
Formou-se pela Universidade de Jena em
Figura 1 Karl Marx.
1814.
Em 1843, transferiu-se para Paris, na França. Lá conheceu
Friedrich Engels, um radical alemão de quem se tornaria amigo
íntimo e com quem escreveria vários ensaios e livros. Influencia-
do por ideias socialistas, de 1845 a 1848 viveu em Bruxelas, Bél-
gica, onde participou de organizações clandestinas de operários
e exilados (OLIVEIRA, 2010, p. 273).
Em 1847, redigiu com Engels o Manifesto do Partido Comu-
nista. Em 1848, quando eclodiram movimentos revolucionários
em vários países europeus, Marx voltou à Alemanha, onde edi-
tou a Nova Gazeta Renana, primeiro jornal diário francamente
socialista e que procurava orientar as ações do proletariado ale-
mão. Com o fracasso da revolução, Marx e Engels fugiram para
Londres, Inglaterra, onde viveram pelo resto da vida (OLIVEIRA,
2010, p. 273).
Em 1864, fundaram a Associação Internacional dos Tra-
balhadores – depois denominada Primeira Internacional – com
o objetivo de lutar pelos direitos dos trabalhadores em todo o
mundo. Em 1867, Marx publicou o primeiro volume de sua obra
mais importante, O capital, no qual faz uma crítica radical ao
III. Comunistas refor- Defendem a teoria da terceira via e criticam toda revolução
mistas bolchevista como sendo uma falsificação do verdadeiro
socialismo. Criticam a estatização e sugerem uma democra-
(Alexander Dubcek e tização dos processos políticos que leve a uma socialização
outros) democrática dos meios de produção.
A infraestrutura
Esse nível está relacionado à base econômica e adminis-
trativa que reúne e orienta todas as condições materiais da vida
social. Ou seja, significa o modo pelo qual os seres humanos
se organizam na divisão do trabalho social para a produção da
riqueza, condicionando assim produção ideológica da socieda-
de (superestrutura): “a totalidade dessas relações de produção
constitui a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre
a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual
correspondem formas sociais determinadas pela consciência”
(MARX, 2008, p. 47).
Nesse caso, Marx caracteriza a infraestrutura a partir de
três fatores fundamentais:
• Forças produtivas: são as condições materiais de toda a
produção, que englobam tantos os elementos naturais
(clima, solo, água, matérias-primas etc.), como os técni-
cos (ferramentas, instrumentos, máquinas etc.) e os hu-
manos (mão de obra trabalhadora), sendo estes identi-
ficados por Marx como o principal elemento das forças
produtivas. O desenvolvimento da produção dependerá
da combinação e do uso desses diversos elementos, for-
mando, assim, de maneira correspondente, uma rela-
ção de produção específica (MARX, 1996a).
Superestrutura
Nível que constitui o caráter político e ideológico da socie-
dade, condicionado, por sua vez, pelos modos de produção da
infraestrutura: “os homens são os produtores de suas represen-
tações, de suas ideias e assim por diante, mas os homens reais,
ativos, tal como são condicionados por um determinado desen-
volvimento de suas forças produtivas” (MARX; ENGELS, 2007, p.
94). Além disso, a superestrutura também serve para justificar
a conservação do status quo e do modo de produção. Por ter
justamente essa dupla função, a superestrutura é formada basi-
camente por dois elementos:
• Estrutura político-jurídica: representada pelo Estado e
pelo Direito (leis), que, na opinião de Marx, estariam a
serviço da classe dominante: “as ideias da classe domi-
nante são, em cada época, as ideias dominantes, isto é,
a classe que é a força material dominante da sociedade
é, ao mesmo tempo, sua força espiritual dominante”
(MARX; ENGELS, 2007, p. 47).
• Estrutura ideológica: representada pela forma como
os indivíduos se organizam a partir de uma consciência
social (crenças religiosas, literatura, artes, filosofia, teo-
rias científicas etc.). Nesse sentido, segundo Marx, as
expressões culturais refletem a ideologia da classe do-
minante, transformando-se em instrumentos de domi-
nação e justificação da ordem social existente: “A classe
que tem à sua disposição os meios da produção mate-
rial dispõe também dos meios da produção espiritual”,
de forma que “a ela estão submetidos aproximada-
mente ao mesmo tempo os pensamentos daqueles aos
quais faltam os meios da produção espiritual” (MARX;
ENGELS, 2007, p. 47).
A luta de classes
Outro conceito importante no pensamento de Marx é o de
“classes sociais”. De acordo com Marx, os direitos inalienáveis
defendidos pelo liberalismo clássico não resistiram às evidências
das desigualdades sociais provocadas pelo modo de produção
capitalista, que dividiu os homens entre proprietários e não pro-
prietários dos meios de produção. Para justificar a transformação
dos modos de produção da sociedade capitalista, Marx identifica
na luta de classes o motor dialético da história das sociedades
anteriores:
A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história
das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu,
senhor feudal e servo, mestre de corporação e companheiro,
em resumo, opressores e oprimidos, em constante oposição,
têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarça-
da; uma guerra que terminou sempre ou por uma transforma-
ção revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das
duas classes em conflito (MARX; ENGELS, 2005, p. 40).
Marx tem noção de que esse problema não pode ser re-
solvido dentro do campo sensível – isto é, pela simples troca de
produtos, que já se mostrou contraditória –, mas a partir de um
terceiro elemento abstrato e não sensível: “esse algo em comum
não pode ser uma propriedade geométrica, física, química ou
qualquer outra propriedade natural das mercadorias” (MARX,
1996a, p. 167). Pelo contrário, “o valor de troca só pode ser o
modo de expressão, a ‘forma de manifestação’ de um conteúdo
dele distinguível” (MARX, 1996a, p. 166).
Ou seja, o elemento comum e de equivalência de valor
precisa ser abstraído das características materiais presentes nas
mercadorias trocadas. Isso quer dizer que ele não se fundamen-
ta nem na necessidade, nem na utilidade dos produtos:
O conceito de “mais-valia”
A questão que orienta o conceito de “mais-valia” é justa-
mente a seguinte: o que pode efetivamente fazer um capitalista
lucrar? A princípio, alguém poderia supor que o simples aumento
de preço de venda do produto poderia responder a essa questão.
No entanto, essa hipótese pode trazer alguns inconvenientes:
• O aumento repentino de um preço de venda aumentará
a concorrência, uma vez que outros capitalistas também
desejarão lucrar com o produto mais caro. Isso lotará o
mercado com produtos semelhantes e prejudicará a lei
da oferta e da procura. O resultado será a queda dos
preços.
• O aumento repentino de um preço de venda também
incentivará o aumento repentino do preço de outros
produtos. Esse sistema pode funcionar por um tempo,
mas, se persistir, pode desorganizar a economia como
um todo.
Por isso, segundo Marx, o lucro do capitalista não decorre
da compra e venda de mercadorias, mas da maneira como ex-
propria o trabalhador no momento da produção. É nesse senti-
do que entra em cena o conceito de “mais-valia”. Observe como
Marx descreve esse processo:
Tomemos o exemplo do nosso fiandeiro. Vimos que, para re-
compor diariamente a sua força de trabalho, esse fiandeiro pre-
cisava reproduzir um valor diário de 3 xelins, o que realizava
com um trabalho diário de 6 horas. Isso, porém, não lhe tira a
capacidade de trabalhar 10 ou 12 horas e mais, diariamente.
Mas o capitalista, ao pagar o valor diário ou semanal da força de
Vídeo complementar–––––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar 4.
• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique na aba Videoaula,
localizado na barra superior. Em seguida, busque pelo nome da disciplina para
abrir a lista de vídeos.
• Caso você adquira o material, por meio da loja virtual, receberá também um
CD contendo os vídeos complementares, os quais fazem parte integrante do
material.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Leia o texto a seguir:
O conjunto das forças produtivas e das relações sociais de produção forma
o que Marx chama de a infraestrutura de uma sociedade que, por sua
vez, é a base sobre a qual se constituem as demais instituições sociais.
Segundo a concepção materialista da história, na produção da vida social,
os homens geram também outra espécie de produtos que não têm forma
material e que vêm a ser as ideologias políticas, concepções religiosas,
códigos morais e estéticos, sistemas legais, de ensino, de comunicação, o
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) c
2) b
5. CONSIDERAÇÕES
Esta unidade apresentou algumas categorias fundamentais
do pensamento de Marx. Trata-se de um sistema complexo que
merece ser estudado com atenção e foco. Por isso, sugerimos
que sua leitura não pare por aqui; que ela continue a partir das
referências bibliográficas apresentadas e das sugestões de leitura
feitas no decorrer da unidade e no Conteúdo Digital Integrador.
Na próxima unidade, abordaremos o pensamento de outro
autor importante: Max Weber. Com ele poderemos, inclusive, re-
finar a nossa crítica ao pensamento marxista, de modo a conce-
ber tanto seus erros, como seus acertos.
6. E-REFERÊNCIAS
Figura
Figura 1 Karl Marx. Disponível em: <https://www.infoescola.com/biografias/karl-
marx/>. Acesso em: 21 nov. 2019.
Sites consultados
ATTA MÍDIA E EDUCAÇÃO. Karl Marx – documentário Filósofos e a Educação. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=lG65HHIM6Ws>. Acesso em: 19 nov. 2019.
SÃO PAULO (Estado). Encontro do século – Smith e Marx. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=WnZs9xrDM0k>. Acesso em: 19 nov. 2019.
SEMERARO, G. A concepção de “trabalho” na filosofia de Hegel e de Marx. Educação
e Filosofia, Uberlândia, v. 27, n. 53, p. 87-104, jan./jun. 2013. Disponível em: <http://
www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/14991/12680>. Acesso
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UNIVESP. Clássicos da Sociologia: Karl Marx. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=2DmlHFtTplA>. Acesso em: 19 nov. 2019.
ZAGO, L. H. O método dialético e a análise do real. Kriterion, Belo Horizonte, n. 127, p.
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pdf>. Acesso em: 22 nov. 2019.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Martins Fontes, 2000.
______. O marxismo de Marx. 3. ed. Trad. Jorge Bastos. São Paulo: Arx, 2005.
______. O ópio dos intelectuais. Trad. Yvone Jean. Brasília: Universidade de Brasília,
1980.
COTRIM, G.; FERNANDES, M. Fundamentos da Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2013.
ENGELS, F. Engels to Conrad Schmidt – in Berlin. London, 5 August 1890. In: MARX, K.;
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______. Engels to Eduard Bernstein – in Zurich. London, 2-3 November 1882. In:
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______. Engels to Paul Lafargue – at Le Perreux. Bellevue Hotel, Folkestone, 27 August
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______. Reply to the editors of the Sächsische Arbeiter-Zeitung. To the editors of the
Sozialdemokrat, London, September 7, 1890. In: MARX, K.; ENGELS, F. Collected Works:
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FREITAG, B. Habermas e a Teoria da Modernidade. Revista Perspectivas, São Paulo, n.
16, p. 37-38, 1993.
______. O capital: Crítica da Economia Política. Volume III, tomo 2. Livro Terceiro: o
processo global da produção capitalista. Trad. Regis Barbosa e Flávio R. Kothe. 2. ed.
São Paulo: Abril Cultural, 1986b. (Os Economistas).
______. Prefácio à crítica da economia política. In: Marx, K; ENGELS, F. Textos 3. São
Paulo: Edições Sociais, 1977.
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã: crítica da mais recente filosofia alemã em
seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em seus
diferentes profetas. Trad. Rubens Enderle, Nélio Schneider e Luciano Cavini Martorano.
São Paulo: Boitempo, 2007.
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto comunista. Trad. Álvaro Pina. São Paulo: Boitempo,
2005.
OLIVEIRA, P. S. Introdução à Sociologia. São Paulo, Ática, 2010.
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L.; OLIVEIRA, M. Um toque de clássicos: Durkheim,
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REALE, G.; ANTISERE, D. História da Filosofia: do Romantismo ao Empiriocriticismo.
Trad. Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2007. v. 5.
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THAVES, B. Frank e Ernest. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 19 fev. 1997.
VICENTINO, C.; DORIGO, G. História Geral e do Brasil. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2013.
v. 1.
Objetivos
• Compreender a abrangência da metodologia proposta por Max Weber.
• Entender os tipos ideais como síntese metodológica do materialismo mar-
xista, do positivismo comteano e do idealismo hegeliano.
• Conhecer os tipos de dominação legítima e suas especificidades, segundo
Weber.
• Apresentar o conceito de ação social e as tipologias em torno desse con-
ceito: ação racional referente a fins, ação racional referente a valores, ação
afetiva e ação tradicional.
• Conceituar os tipos de racionalidade de acordo com Weber.
• Pontuar o desenvolvimento das sociedades modernas como um processo
de desencantamento ou racionalização das esferas de valor da sociedade
medieval.
• Refletir sobre o surgimento do sistema capitalista como um processo de
múltiplas influências que se motivaram mutuamente, como no caso da
lógica do capital, que encontrou refúgio ideológico na moral protestante.
Conteúdos
• Metodologias das Ciências Sociais.
• Os tipos ideais como tentativa de superação das limitações de marxismo,
idealismo e positivismo.
• Tipos de dominação legítima: poder tradicional, carismático e legal.
1) Não se limite em apenas ler esta obra. Pesquise e busque, em sites, livros
e revistas, materiais complementares sobre os temas abordados.
1. INTRODUÇÃO
Segundo Oliveira (2010, p. 273):
Nascido em Erfurt, na Turíngia, Alemanha, em abril de 1864,
o sociólogo e cientista político Max Emil Maximilian Weber foi
professor de Economia nas universidades alemãs de Freiburg
e Heidelberg e é considerado um dos fundadores clássicos da
Sociologia. Dotado de espírito investigativo particularmente
aguçado e de grande erudição, criou uma nova disciplina, a
Sociologia da Religião, no âmbito da qual desenvolveu estudos
comparados entre a história econômica e a história das dou-
trinas religiosas. Weber foi também um dos primeiros cientis-
tas sociais a chamar a atenção para o fenômeno da burocracia,
não só no Estado moderno, mas também ao longo da História.
De acordo com ele, a Sociologia deveria estudar o sentido da
ação humana individual, que deve ser buscado pelo método da
interpretação e da compreensão. Weber preocupava-se ainda
com a responsabilidade social dos cientistas sociais e defendia
a busca da neutralidade na vida acadêmica e na investigação
científica. As teorias de Weber exerceram grande influência so-
bre as Ciências Sociais a partir da década de 1920. Em uma de
suas obras mais conhecidas, procurou demonstrar a existência
de uma estreita ligação entre a ética protestante e a ascensão
do capitalismo. Suas principais obras são: A ética protestante e
o espírito do capitalismo (1905) e Economia e sociedade, publi-
cada postumamente em 1922.
campo das Ciências Sociais aquilo que outros autores, como Ga-
lileu e Newton, fizeram com relação às Ciências Naturais e Exa-
tas: apresentar uma base metodológica sólida que possibilitasse
uma eficiente aproximação e descrição do objeto de pesquisa,
no caso, dos fenômenos sociais.
Ultrapassando todo e qualquer tipo de proposta unilateral
(idealismo, marxismo e positivismo), Weber constrói um pen-
samento que se baseia não na simples potencialização de uma
esfera da realidade (seja do objeto pesquisado ou do sujeito
cognoscente), mas na combinação de fatores sociais, políticos,
econômicos, religiosos, culturais e axiológicos que, por sua vez,
formam os inúmeros tecidos da sociedade, mais especificamen-
te, no que diz respeito ao conhecimento da sociedade.
Para tanto, esta unidade tem como objetivo apresentar as
principais contribuições de Weber com relação aos aspectos que
formaram seu método compreensivo, e também realçar elemen-
tos significativos da pesquisa sociológica.
Poder tradicional
O primeiro tipo de dominação, o poder tradicional, não
está fundamentado na submissão a um superior escolhido pro-
fissionalmente ou na obediência ao conjunto de regras que re-
gem uma instituição, mas na autoridade patriarcal do senhor e
no respeito a valores e costumes tradicionais que o consagraram
naquele determinado grupo social.
Poder carismático
Já o segundo tipo de dominação não se concretiza nem
pela qualificação profissional (poder legal), nem pelo status so-
cial (poder tradicional), mas pela capacidade do líder, por meio
de atributos pessoais e excepcionais, de despertar nos domina-
dos sentimentos e empatias que formem uma espécie de devo-
ção pessoal.
Nesse caso, o processo da submissão acontece entre líder
e apóstolo (seguidor): o quadro administrativo é formado pelos
seguidores que, perante o arrebatador profetismo, heroísmo ou
demagogismo do líder, sentem-se atraídos em seguir suas orien-
tações. A forma hierárquica acontece de modo totalmente pes-
soal, voltada para o poder de convencimento do líder:
Poder legal
Por fim, o terceiro tipo de dominação tem como carac-
terística principal a própria burocracia e o estabelecimento da
dominação e do poder segundo um conjunto de regras ou leis
racionais, juridicamente reconhecidas e instituídas.
Nesse caso, o tipo de submissão se dá pelo processo exis-
tente entre superior (chefe) e funcionário: o quadro administrati-
vo é formado por funcionários nomeados por um chefe segundo
as competências administrativas de cada um. A forma hierárqui-
ca estabelece-se de modo impessoal, isto é, pela obediência não
ao superior, mas à regra instituída. Veja:
Dominação legal em virtude do estatuto. Seu tipo mais puro é
a dominação burocrática. Sua ideia básica é: qualquer direito
pode ser criado e modificado mediante um estatuto sancio-
nado corretamente quanto à forma. A associação dominante
é eleita e nomeada, e ela própria e todas as suas partes são
empresas. […] O quadro administrativo consiste de funcionários
Figura 3 Burocracia.
A esfera religiosa
Para Weber, a “ação social” da esfera religiosa implica, ao
mesmo tempo, tanto uma “ação racional referente a valores”,
como uma “ação afetiva”, pois, ao definir como valor funda-
mental os “bens de salvação”, tal ação não possibilita apenas a
organização da conduta em vista desse benefício exterior, mas
também uma satisfação interna pela busca por um “estado de
espírito permanente”.
Do ponto de vista da “forma de organização”, Weber – par-
tindo de uma perspectiva evolutiva – observa na esfera religiosa
uma dinâmica racional que supera (sublima) os princípios mági-
cos da redenção e as políticas de parentesco para alcançar um
modelo estrutural de matriz pública e, a partir dele, chegar a
concepções religiosas de caráter ético-fraternal.
Enfim, do ponto de vista do “tipo de racionalidade”, a es-
fera religiosa manifesta um contexto de tensão entre raciona-
lidade material e formal: seguindo a sua própria lógica interna
(Eigengesetzlichkeit), a esfera religiosa passa a ser configurada
por uma ética universalista que, em conflito com a racionalidade
material dos interesses pessoais, desenvolve uma racionalidade
A esfera econômica
Segundo Weber, a “ação social” da esfera econômica ma-
nifesta-se por uma “ação racional referente a fins”, pois seu inte-
resse se orienta segundo o valor da “aquisição” e do “lucro” (por
meio do cálculo).
Do ponto de vista da “forma de organização”, a esfera eco-
nômica é controlada pelo “mercado”, que, orientado por uma
legalidade própria (Eigengesetzlichkeit), possibilita um espaço
competitivo para a valoração dos preços monetários, como tam-
bém, por consequência, institucionaliza uma economia racional
e uma empresa objetiva.
Do ponto de vista do “tipo de racionalidade”, percebe-se
o predomínio de uma racionalidade tanto “material” como “for-
mal”; ou seja, a função do mercado não é apenas negociar e ad-
quirir o lucro por intermédio de vínculos pessoais, mas também
institucionalizar meios racionais e impessoais para que o lucro
seja cada vez mais eficiente:
A esfera política
Assim como na esfera econômica, a “ação social” da esfera
política também é marcada por uma “ação racional referente a
fins”, pois sua principal finalidade “é a manutenção (ou a reor-
ganização) interna e externa do poder” (WEBER, 2006a, p. 329)
– visto aqui como o “valor” principal pelo aparato político.
Do ponto de vista da “forma de organização”, a esfera polí-
tica é controlada pelo Estado, uma vez que, seguindo suas lega-
lidades próprias, utiliza-se de meios coercitivos externa e inter-
namente para manter o “monopólio da violência legítima”, ou
seja, o êxito do poder por meio de “correlações de forças e não
do ‘direito’ ético” (WEBER, 2006a, p. 329).
A esfera política, enfim, implica racionalidade tanto “mate-
rial” como ‘formal’: material porque está orientada ao campo de
determinados interesses – no caso, “a regulação interna e exter-
na do poder” –; e formal por conta de sua crescente impessoali-
dade burocrática:
a máquina burocrática do Estado e o homo politicus racional
nela inserido, tal como o homo oeconomicus, executam as suas
tarefas objetivamente, “sem levar em conta a pessoa”, sine ira
A esfera estética
A ação social da esfera estética – bem como da erótica –
possui algumas peculiaridades que a distinguem das demais es-
feras. Segundo Weber,
se a ética religiosa da fraternidade vive em estado de tensão
com as regras intrínsecas da ação exercida no mundo com fina-
lidade racional [econômica e política], pois a tensão não é me-
nor em relação àquelas forças intramundanas da vida, que, por
sua natureza, são inteiramente de caráter a-racional ou anti-
-racional. Sobretudo, tratando-se das esferas estética e erótica
(WEBER, 2006a, p. 337).
A esfera erótica
De acordo com Weber, a “ação social” da esfera erótica
é regida fundamentalmente por uma “ação afetiva”, pois, as-
sim como a esfera estética, sua conduta de vida está orientada
à satisfação pessoal de caráter extracotidiano – isto é, alheio à
racionalização do cotidiano ou qualquer sistematização ética.
Dada a sua referida extracotidianidade, a esfera erótica propor-
ciona uma “forma de organização” baseada em relações sociais
“efêmeras” e “instáveis”, cujo valor buscado é a experiência do
prazer.
A esfera intelectual
Por fim, com relação à “ação social” da esfera intelectual,
percebe-se tanto uma “ação referente a fins” como uma “ação
racional referente a valores”: se, por um lado, o intelecto criou
uma aristocracia não fraternal – uma comunidade científica –
pautada numa lógica de ação para fins no campo da própria ati-
vidade científica (posse da cultura), por outro, percebe-se tam-
bém uma ação orientada a valores, pois a dedicação aos bens
culturais acabou transformando a tarefa científica numa espécie
de missão sagrada, numa vocação.
Do ponto de vista da “forma de organização”, a esfera po-
lítica orienta-se por organizações próprias, como “universidades
e laboratórios”, organizadas sistematicamente a partir de uma
distribuição específica de recursos – para aqueles que atuam na
esfera – em vista de uma pretensa “verdade” decorrente da pos-
se dos bens culturais (WEBER, 1968, p. 19-20).
Do ponto de vista do “tipo de racionalidade”, a mesma ten-
são percebida entre “racionalidade material” e “racionalidade
formal” nas esferas da economia e da política também integra
Estilização da Formal e
Estética Ação afetiva Belo
vida irracional
Relações Material e
Erótica Ação afetiva Prazer
efêmeras irracional
Ação referente
a fins e racional Universidades e Material e
Intelectual Verdade
referente a laboratórios formal
valores
Com isso, o trabalho deixa de ser visto como algo que ex-
plora o homem, mas como instrumento que o dignifica moral-
mente e o eleva economicamente:
quanto mais posses, tanto mais cresce – se a disposição ascé-
tica assim resistir a essa prova – o peso do sentimento da res-
ponsabilidade não é só de conservá-la na íntegra, mas ainda
de multiplicá-la para a glória de Deus através do trabalho sem
descanso (WEBER, 2004, p. 155).
Essa é a tese que Weber tenta provar por meio dos pró-
prios representantes puritanos. No discurso de John Wesley, por
exemplo, aparece uma ideia bem interessante:
não nos é lícito impedir que as pessoas sejam laboriosas e fru-
gais; temos que exortar todos os cristãos a ganhar tudo quanto
puderem, e poupar tudo quanto puderem; e isso na verdade
significa: enriquecer (WESLEY apud WEBER, 2004, p. 160).
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periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/down-
load/25424/22339>. Acesso em: 25 nov. 2019.
Max_Weber_Acao_Social_Relacao_Social.pdf>. Acesso
em: 25 nov. 2019.
• GARCEZ, E. F. Weber, Schutz e a busca de “sentido” na
ação social: uma análise comparativa. Em Tese, Floria-
nópolis, v. 11, n. 1, p. 63-90, jan./jun. 2014. Disponível
em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/arti-
cle/viewFile/1806-5023.2014v11n1p63/28682>. Aces-
so em: 25 nov. 2019.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Segundo Max Weber:
A ação social (incluindo omissão ou tolerância) orienta-se pelo compor-
tamento de outros, seja este passado, presente ou esperado como futuro
c) Os fatos sociais não são coisas, e sim acontecimentos que precisam ser
analisados.
d) A ação social possui um sentido que orienta a conduta dos atores
sociais.
e) O tipo ideal é uma construção teórica abstrata que permite a análise
de casos particulares.
f) O sociólogo deve investigar o sentido das ações que não são orienta-
das pelas ações de outros.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) e
2) c
5. CONSIDERAÇÕES
Após toda a reflexão promovida, alguns elementos preci-
sam enfim ser concluídos no tocante a Max Weber. O primeiro
deles é que a metodologia weberiana de maneira alguma pos-
sui o status secundário com relação ao seu pensamento teórico.
Pelo contrário, percebe-se uma íntima correlação conceitual en-
tre método e teoria em Weber, a ponto de ser possível afirmar
que só é viável entender os conceitos teóricos weberianos re-
correndo aos seus critérios metodológicos. Emerge, então, com
toda força criativa que convém, a sua genial formulação de tipos
ideais como viés metodológico por excelência de sua pesquisa.
O segundo elemento é que o esforço de Max Weber em
delinear os tipos ideais demonstra sua inventividade em não re-
duzir seus conceitos teóricos em máximas totalizantes: não há
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Max Weber. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/
introducao-teoria-max-weber.htm>. Acesso em: 22 nov. 2019.
Figura 3 Burocracia. Disponível em: <http://www.cartunista.com.br/burocracia.gif>.
Acesso em: 25 nov. 2019.
Sites pesquisados
BARRETO, M. A “dominação” de Max Weber pelos seus manuscritos inacabados (1911–
1913). Sociologia & Antropologia, Rio de Janeiro, v. 4, n. 2, p. 587-593, out. 2014.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sant/v4n2/2238-3875-sant-04-02-0587.
pdf>. Acesso em: 25 nov. 2019.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CALVINO, J. As Institutas ou Tratado da Religião Cristã. Trad. Waldyr Carvalho Luz. São
Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1989. v. 3.
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COHN, G. Crítica e resignação: Max Weber e a teoria social. São Paulo: Martins Fontes,
2003.
TENBRUCK, F. H. The problem of thematic unity in the works of Max Weber. British
Journal of Sociology, v. 31, n. 3, p. 316-351, set. 1980.
TRAGTENBERG, M. Educação e burocracia. Organizado por Evaldo A. Vieira. São Paulo:
Unesp, 2012. (Coleção Maurício Tragtenberg).
______. Introdução à edição brasileira. 4.ed. In: WEBER, M. Metodologia das Ciências
Sociais: Parte 1. Trad. Augustin Wernet. 4. ed. São Paulo: Cortez Editora/Editora
Unicamp, 2001. p. XI-L.
VELHO, O. Mais realistas do que o rei: ocidentalismo, religião e modernidades
alternativas. Rio de Janeiro: Topbooks, 2007.
WEBER, M. A “objetividade” do conhecimento na Ciência Social e na Ciência Política –
1904. In: ______. Metodologia das Ciências Sociais: Parte 1. Trad. Augustin Wernet. 4.
ed. São Paulo: Cortez Editora/Editora Unicamp, 2001. p. 107-154.
______. A objetividade do conhecimento nas Ciências Políticas e Sociais. In: ______.
Sobre a Teoria das Ciências Sociais. São Paulo: Editora Moraes, 1991. p. 1-74.
______. A ciência como vocação. In: ______. Ensaios de Sociologia. Introdução e
organização de Hans H. Gerth e C. Wright Mills. Trad. Waltensir Dutra. Revisão Técnica
de Fernando Henrique Cardoso. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1982a. p. 154-183.
______. A ética protestante e o espírito do capitalismo. Trad. M. Irene de Q. F.
Szmrecsányi e Tomás J. M. K. Szmrecsányi. 14. ed. São Paulo: Pioneira, 1999a.
______. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. Trad. José Marcos Mariani de
Macedo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
______. A política como vocação. In: ______. Ensaios de Sociologia. Introdução e
organização de Hans H. Gerth e C. Wright Mills. Trad. Waltensir Dutra. Revisão Técnica
de Fernando Henrique Cardoso. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1982b. p. 97-153.
______. A Psicologia Social das religiões mundiais. In: ______. Ensaios de Sociologia.
Introdução e organização de Hans H. Gerth e C. Wright Mills. Trad. Waltensir Dutra.
Revisão Técnica de Fernando Henrique Cardoso. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1982c. p.
309-346.
______. Burocracia. In: ______. Ensaios de Sociologia. Introdução e organização de
Hans H. Gerth e C. Wright Mills. Trad. Waltensir Dutra. Revisão Técnica de Fernando
Henrique Cardoso. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1982d. p. 229-282.
______. Ciência e política: duas vocações. Trad. Leônidas Hegenberg e Octany Silveira
da Mota. 2. ed. São Paulo: Cultrix, 1968.
______. Consideração intermediária. In: ______. Sociologia das religiões e Consideração
intermediária. Trad. Paulo Osório de Castro. Lisboa: Relógio D’Água, 2006a. p. 317-358.
Objetivos
• Apresentar as bases metodológicas do materialismo interdisciplinar segun-
do Max Horkheimer.
• Conceituar o materialismo interdisciplinar como um método dialético e
tensional, cuja proposta é superar os reducionismos provocados tanto pela
Filosofia, como pela Ciência.
• Compreender as bases metodológicas da pesquisa social empírica segundo
a Teoria Crítica.
• Refletir sobre o papel e a legitimidade da pesquisa empírica na Teoria
Crítica.
• Entender o conceito de “campo” e os seus respectivos ritos de instituição e
naturalização das diferenças históricas.
• Compreender o conceito de “capital cultural” e a maneira como as esco-
las utilizam a classificação escolar para a oficialização das desigualdades
sociais.
Conteúdos
• Materialismo interdisciplinar segundo Max Horkheimer.
• Papel e legitimidade da pesquisa empírica para a Teoria Crítica.
• Conceito de “campo”, “ritos de instituição” e “discurso” segundo o pensa-
mento de Pierre Bourdieu.
• Conceito de capital cultural.
• A classificação escolar como meio legitimador da desigualdade social.
1. INTRODUÇÃO
É evidente que, a partir de meados do século 20, o contex-
to social passou por diversas e sérias transformações em muitos
de seus setores, como – lembrando de Max Weber – ciência, mo-
ral, arte, economia, política e, por que não também, religião, Di-
reito, Filosofia etc. Enfim, é notável uma mudança estrutural do
público e do privado, permeada por relações administrativas e
estratégicas que colonizam focos de cultura e emancipação para
fins econômicos.
No âmbito dessa argumentação de raiz marxista, surgiu,
na década de 30, a chamada “Teoria Crítica” como proposta de
diagnóstico das sociedades por meio do conceito de “emancipa-
ção”, objetivando, com isso, superar o que Adorno e Horkheimer
chamaram de “crise da razão”, isto é, aquele modelo de raciona-
lidade que não se comportava mais como sinal de esclarecimen-
to, mas como elemento de conformidade e de manutenção do
status quo.
Não restam dúvidas de que a Teoria Crítica tornou-se co-
nhecida tanto no Brasil como no mundo. Mas, apesar da sua po-
pularidade – especialmente com relação àquelas temáticas que
giram em torno dos conceitos de “razão instrumental” e “indús-
tria cultural” –, observa-se que a questão da pesquisa empírica
tem sido frequentemente relegada a um plano secundário nas
atuais produções sobre a Teoria Crítica.
Isso é um fenômeno interessante, considerando a centra-
lidade da pesquisa social empírica para Horkheimer, já presente
no seguinte trecho do seu discurso inicial de tomada de posse
como diretor do Instituto de Pesquisa Social, em 1931:
Tendo em vista essa possibilidade, igualmente importante para
a filosofia e para a pesquisa empírica, e não porque me pro-
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material.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
cle/viewFile/1984723816322015337/pdf_97>. Acesso
em: 27 nov. 2019.
• THIRY-CHERQUES, H. R. Pierre Bourdieu: a teoria na prá-
tica. RAP – Revista de Administração Pública, Rio de Ja-
neiro, v. 40, n. 1, p. 27-55, jan./fev. 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rap/v40n1/v40n1a03.pdf>.
Acesso em: 27 nov. 2019.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Observe com atenção o trecho a seguir:
A especialização caótica não é superada pelas más sínteses dos resultados
empreendidos pela pesquisa especializada, enquanto, de outro lado, o ob-
jetivo de uma empiria imparcial não pode ser alcançado por aqueles que
procuram reduzir a nada o elemento teórico: ocorre ao invés disso que a
filosofia – ou seja, a intenção teórica dirigida ao universal, ao “essencial”
– deve estar em condições de solicitar e animar as pesquisas particulares
e, ao mesmo tempo, ser suficientemente aberta para se deixar por sua
vez influenciar e transformar pelo progresso dos estudos concretos (HOR-
KHEIMER, 1999, p. 128).
A preocupação com o método das Ciências Sociais, por parte Escola de
Frankfurt, especialmente por Adorno e Horkheimer, resultou em muitos
projetos de pesquisas que levaram em consideração uma visão dialética
da realidade. Foi nesse sentido que Horkheimer apresentou uma metodo-
logia que mais tarde ficou conhecida como “materialismo interdisciplinar”.
Sobre o assunto, assinale a alternativa correta.
a) O materialismo interdisciplinar leva em consideração uma visão espe-
cializada das áreas, que devem servir aos interesses da Filosofia.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) e
2) d
5. CONSIDERAÇÕES
Esta unidade apresentou aspectos básicos das Ciências So-
ciais na ótica de alguns autores do século 20: Horkheimer, Ador-
no e Bourdieu. Os dois primeiros compartilham uma abordagem
semelhante, sendo conhecidos como representantes da Teoria
Crítica. Já o terceiro diverge dessa abordagem, apresentando ou-
tros conceitos.
No entanto, o que todos esses autores têm em comum é
a maneira como se mantêm aptos no tratamento metodológico
das Ciências Sociais. É evidente que, em muitos momentos, todos
eles escreveram sobre filosofia, política, educação, antropologia
etc.; porém, ao abordar questões sociológicas, pesquisaram-nas
no âmbito próprio das Ciências Sociais. Por esse motivo, as con-
tribuições de Adorno, Horkheimer e Bourdieu são importantes:
não são palavras apenas de filósofos que prestam serviços às
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Theodor Adorno. Disponível em: <https://www.escritas.org/pt/estante/
theodor-w-adorno>. Acesso em: 26 nov. 2019.
Figura 2 Max Horkheimer. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/biografias/
max-horkheimer.htm>. Acesso em: 15 out. 2018.
Figura 3 Pierre Bourdieu. Disponível em: <https://www.companhiadasletras.com.br/
autor.php?codigo=00054>. Acesso em: 27 nov. 2019.
Sites pesquisados
ANTUNES, D. C. De Frankfurt à Califórnia: há continuidade nas pesquisas empíricas
da Escola de Frankfurt entre 1929 e 1950? In: SEMINÁRIO DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM FILOSOFIA DA UFSCAR, 6., São Carlos, set. 2010. Anais… 2010. Disponível em:
<http://www.ufscar.br/~semppgfil/wp-content/uploads/2012/05/Deborah-Christina-
Antunes-De-Frankfurt-%C3%A0-Calif%C3%B3rnia-h%C3%A1-continuidade-nas-
pesquisas-emp%C3%ADricas-da-Escola-de-Frankfurt-entre-1929-e-1950.pdf>. Acesso
em: 26 set. 2019.
______. Por um conhecimento sincero no mundo falso: Teoria Crítica, pesquisa social
empírica e The authoritarian personality. Tese (Doutorado em Filosofia) – Centro de
Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2012.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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sinais: modelos críticos 2. Trad. Maria Helena Ruschel. Petrópolis: Vozes, 2005a. p.
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BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. Michel Lahud e Yara Frateschi
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POLLOCK, F. (Ed.). Gruppenexperiment: ein Studienbericht. Pref. Franz Böhm. Frankfurt
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Objetivos
• Compreender a formação do Estado brasileiro como episódio singular e
próprio à experiência da colonização portuguesa.
• Esclarecer dois equívocos que precisam ser evitados: a comparação da de-
mocracia brasileira com a democracia grega antiga e a comparação entre
as formações dos Estados brasileiro e europeu.
• Traçar algumas características do Estado patrimonialista.
• Apresentar alguns aspectos do patrimonialismo segundo Max Weber e au-
tores brasileiros.
• Promover uma reflexão sobre o processo de formação do Estado brasileiro
a partir de uma elite restrita.
• Conhecer aspectos relevantes da burocracia centralizadora do Estado
brasileiro.
• Apresentar o fenômeno da cooptação política, do coronelismo e outros
aspectos relacionados (voto de cabresto e mandonismo) presentes na his-
tória do Brasil.
Conteúdos
• Diferenças entre a democracia grega antiga e a moderna.
• Distinções entre a formação do Estado brasileiro e o modelo de Estado
europeu.
• Conceito de patrimonialismo e sua aplicação no Brasil.
• Função das elites na formação do Estado brasileiro.
• Cooptação política e coronelismo.
• Mandonismo e voto de cabresto.
1. INTRODUÇÃO
Uma das melhores maneiras de compreender a estrutura
nevrálgica de um determinado Estado é questionando no que
se baseia sua soberania política. No entanto, temos aqui um
dilema, pois, para isso, torna-se imprescindível lançar mão dos
processos histórico-sociais e políticos que de fato constituíram a
soberania daquele Estado.
Nesse sentido, o objetivo desta unidade é esclarecer o
complexo processo que formou o Estado brasileiro, cujo desen-
volvimento não foi claro, e ainda não o é para muitos brasilei-
ros, que, ao falar sobre o assunto, cometem frequentes e graves
equívocos que comprometem ou reduzem a singularidade políti-
ca do país a meros conjuntos de frases veiculadas. Nesse sentido,
a unidade tentará percorrer três etapas:
• Em primeiro lugar, procuraremos desmistificar dois
equívocos sobre a natureza do Estado brasileiro: a com-
paração da democracia brasileira com a democracia
grega antiga e a comparação do Estado brasileiro com
o europeu.
• Em segundo lugar, caracterizaremos o estilo burocrático
patrimonialista que se fez presente no processo de for-
mação do Estado brasileiro.
• Em terceiro lugar, abordaremos aspectos pontuais da
política brasileira, como a formação de elite restrita, bu-
rocracia centralizadora e cooptação política.
Bom estudo!
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––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
anpuh.org/resources/anais/27/1390337697_ARQUI-
VO_Apontamentos.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2019.
• CARVALHO, J. M. Mandonismo, coronelismo, cliente-
lismo: uma discussão conceitual. Dados – Revista de
Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 40, n. 2, 1997. Dispo-
nível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0011-52581997000200003&lng=en&nrm
=iso&tlng=pt>. Acesso em: 28 nov. 2019.
• MARTINS, P. E. M.; MOURA, L. S.; IMASATO, T. Corone-
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nal brasileiro contemporâneo? Revista O&S, Salvador,
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• OLIVEIRA, J. F. Origens, desenvolvimento e aspectos do
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p. 74-84, jan./jun. 2017. Disponível em: <https://dial-
net.unirioja.es/descarga/articulo/6263040.pdf>. Aces-
so em: 28 nov. 2019.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Observe com atenção o texto abaixo:
Em sociedade de origens tão nitidamente personalistas como a nossa, é
compreensível que os simples vínculos de pessoa a pessoa, independen-
tes e até exclusivos de qualquer tendência para a cooperação autêntica
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) b
2) e
5. CONSIDERAÇÕES
A grande pergunta que se pode fazer é a seguinte: o que
se pode esperar de uma formação política com tais qualidades e
características?
A impressão que se tem é a de que o Estado brasileiro é
fruto de um determinismo cuja origem se encontra nas caravelas
portuguesas. No entanto, acreditar que tudo já estava resolvido
e traçado na pré-história do Estado brasileiro é, sem dúvida algu-
ma, empobrecer o processo de formação política do Brasil.
É evidente que as influências foram, em parte, determi-
nantes para a formação de uma elite restrita e de caráter cen-
tralizador e patrimonialista; no entanto afirmar que o Brasil está
fadado ao fracasso e ao atraso porque a colonização portugue-
sa, num determinado momento de sua história, não celebrou o
pacto das revoluções burguesas e, por isso, não desenvolveu um
Estado racional-legal aos moldes da Inglaterra e da França sem
dúvida alguma é optar por um discurso reducionista.
Quem garante que a matriz racional-legal europeia neces-
sariamente deve ser considerada a única alternativa capaz de
oferecer uma solução adequada à construção de um Estado polí-
tico? Obviamente a política burocrático-patrimonialista também
não é a melhor opção, porém querer compreender os fracassos
6. E-REFERÊNCIAS
Figura
Figura 2 Os donos do poder. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/laerte/>.
Acesso em: 30 out. 2018.
Sites pesquisados
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