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NOVO HAMBURGO
2009
CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUALIDADE AMBIENTAL
MESTRADO EM QUALIDADE AMBIENTAL
Novo Hamburgo
2009
CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUALIDADE AMBIENTAL
MESTRADO EM QUALIDADE AMBIENTAL
Novo Hamburgo
2009
Água que na nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão.
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão.
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeia e
Matam a sede da população.
Na bacia hidrográfica do Rio dos Sinos existe um grande parque industrial instalado,
voltado para a cadeira coureiro calçadista. As empresas utilizam água desta bacia
nos seus diferentes processos produtivos e também como corpo receptor de seus
efluentes. Em função disto à bacia apresenta altas taxas de contaminação. Neste
contexto é de fundamental importância o desenvolvimento de tecnologias que
proporcionem as empresas tratarem seus efluentes, com métodos capazes e
eficientes para remover a carga poluidora, que diminuirá a contaminação da bacia.
Esse trabalho teve como objetivo estudar, a aplicação da eletrocoagulação ao
tratamento de efluente galvânico. Os parâmetros investigados foram: potencial
aplicado, pH inicial do efluente, material do eletrodo. Os resultados indicam que o
material do eletrodo e o pH têm influência significativa na remoção. A melhor
remoção para o cobre e níquel foi encontrada quando se utilizou eletrodo de
alumínio, em pH 7 e 6V. Para o zinco o melhor resultado encontrado foi quando se
empregou eletrodo de ferro com pH 7 e 6 volts. Os resultados demonstram que as
maiores eficiências de remoção encontradas foram de 99,4%, 99.4% e 99,5% para
os íons níquel, cobre e zinco, respectivamente. Cabe ainda salientar, que os valores
encontrados da concentração dos metais estudados no efluente tratado possibilitam
o reuso do efluente no processo industrial.
At the basin hidrográfica from the River of the Bells exists um ample industrial park
installed, lap for the leather footwear. The companies are using water of this basin on
their different processes fruitful and also as a body receiver as of your efluentes. Well
into feature hereof at the basin he presents upswing fees as of contaminated. In this
context is as of basal amount of money the development of technologies than it is to
provide the companies handle your effluent, along expedients able to and all-'round
for removing the bulk polluting, than it is to he will be decreasing the one
contaminated from the basin. That chore he had as an examine, the application from
the electrocoagulation to the handling as of effluent galvanic. The parameters
investigated have been: potential diligent pH he initiates from the effluent, hardware
from the electrode. The results indicate that the equipment from the electrode and
the one pH they have influence significant at the removal. Finest removal for its
copper and nickel he went encountered when you it uses electrode as of aluminium,
well into pH 7 and 6V. For its zinc finest creature encountered he went when you he
employed eletrodo as of iron along pH 7 and 6 lap. The results they demonstrate as
the greater efficiencies as of removal encountered have been as of 99,4%, 99.4%
and 99,5 % for the íons nickel , copper and zinc , respectively. It still fits to point out,
that the joined values of the concentration of metals studied in the effluent one
treated reuse make possible it of the effluent one in the industrial process.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13
3 METODOLOGIA........................................................................................... 51
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 65
13
1 INTRODUÇÃO
O mundo globalizado exige cada vez mais indústrias eficientes na aplicação
de novas tecnologias e em processos voltados à preservação do ecossistema,
entretanto, a busca pela eficiência industrial e a lógica atual é meramente
econômica e ditada pelas regras do mercado. Por outro lado, mesmo que a meta
principal seja a econômica, o aumento na eficiência dos processos industriais gera
reduções da carga poluidora emitida ou armazenada, o que é benéfico para a
preservação ambiental. Também é importante observar que para realizar qualquer
mudança no processo industrial, é preciso conhecer e dominar cada etapa do
processo produtivo, identificar os fatores que geram essas cargas poluidoras e
propor ajustes para reduzir esses resíduos. Porém, é fundamental minimizar esse
potencial poluidor.
No contexto mundial existe uma preocupação em preservar a natureza e
acima de tudo os recursos hídricos e a reutilização, pela indústria, da água no
processo industrial que contribui de forma efetiva na preservação dos corpos
receptores. Neste sentido é importante tratar os efluentes com tecnologias capazes
de atingir parâmetros de descarte estabelecidos, mas também que possua
características que permitam que a água possa ser reusada.
Pelas leis brasileiras e internacionais, o manejo e o tratamento dos resíduos
industriais são de responsabilidade das fontes geradoras, mesmo assim algumas
empresas ainda tratam com descaso o meio ambiente. O fato mais preocupante é
que ainda hoje se percebe que resíduos industriais são dispostos de forma
inadequada, ocasionando a contaminação do solo, ar e dos recursos hídricos.
Considerando-se a biodiversidade e o porte do parque industrial brasileiro, pode-se
afirmar que, em termos ambientais, a quantidade e a qualidade dos resíduos
gerados assumem importância considerável no processo de degradação do meio
ambiente, assim sendo há uma necessidade da aplicação de novas tecnologias que
possam reduzir os índices de poluição industrial segundo Rodrigues, (2002). É
necessário buscar novas tecnologias que possibilitem a recuperação
/reaproveitamento dos resíduos no processo produtivo, diminuindo, assim, a
quantidade de resíduo industrial gerado.
Diante disto, é evidente a necessidade do desenvolvimento de pesquisas que
abordem novas tecnologias, que permitam que o sistema industrial se desenvolva
14
nas soluções, que ocorrem pela aplicação da diferença de potencial elétrico, através
do ânodo. Como consequência da eletrocoagulação espécies catiônicas são
produzidas pelo ânodo, reagindo com as espécies presentes no efluente, e
precipitando na forma de hidróxidos.
Este trabalho tem como objetivo investigar a aplicação da eletrocoagulação
ao tratamento de efluente galvânico e avaliar sua eficiência na remoção de íons
metálicos.
16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
pelos processos industriais. Se uma parte desses sais não for eliminada, o esquema
de reúso não será sustentável, para isso é necessário calcular a quantidade de
água que é colocada de volta no processo durante o trabalho (REBHUN et. al.,
1988).
Uma forma de eliminar a concentração dos sais dissolvidos na água de reúso
é promover o descarte de parte dessa água, de modo que o restante seja renovado
com adição de água com baixo teor de sal. Também se podem concentrar essas
águas recuperando os sais e posteriormente revendê-los a indústria fabricante.
Entre as técnicas avançadas de tratamento estão a separação por
membranas que são excelentes alternativas para esse tipo de problema.
Este tratamento com resina de troca iônica possibilita a obtenção de água com alto
grau de pureza.
As resinas podem ser classificadas como:
Resinas Orgânicas Naturais:
• Quitina: É um polímero linear de elevado peso molecular, que existe nas
paredes celulares de alguns fungos e na crosta de crustáceos.
• Chitosan: É um polímero natural derivado da quitina, obtido pela hidrólise
desta, é utilizado como um polímero quelante de metais.
• Ácido algínico: É um componente da estrutura das algas marrons, é um
polímero forte e ao mesmo tempo flexível. Pode ser ou não solúvel em água.
• Celulose: A celulose natural tem propriedades de troca iônica devido aos
grupos carboxilas que tem na sua estrutura.
Resinas Inorgânicas:
Naturais:
• Alumino silicatos (zeolitas)
• Argilas minerais
• Feldspatos
Sintéticas:
• Óxidos metálicos hidratados (óxido de titânio hidratado)
• Sais insolúveis de metais polivalentes (fosfato de titânio)
• Sais insolúveis de heteropoliácidos (molibdofosfato amônico).
• Zeolitas sintéticas.
duas soluções é conhecida como pressão osmótica de equilíbrio. (MIERZWA et. al.,
2005).
Se uma pressão hidráulica superior á pressão osmótica de equilíbrio for
aplicada do lado da solução mais concentrada, a água passa a fluir através da
membrana, da solução concentrada para a diluída (MIERZWA et. al., 2005).
Contudo esse processo tem como desvantagens: não ser adequado para o
tratamento de efluentes com material em suspensão.
A membrana pode sofrer ataque químico por espécies presentes na solução a
ser tratada e as substâncias com baixa solubilidade podem precipitar na superfície
das mesmas. Alguns compostos orgânicos de baixo peso molecular e gases
dissolvidos, não são removidos e o concentrado gerado pode trazer problemas de
destino final.
Sol. Diluída
Sol. Conc.
C A C A C A
Concentrada
Alimentação
Em condições alcalinas:
Em condições ácidas:
Em condições alcalinas:
Em condições ácidas:
A reação no cátodo:
2.5.2 Condutividade
O sal (NaCl) geralmente é empregado para aumentar a condutividade da
água ou do efluente a ser tratado. Além de sua contribuição iônica em transportar a
carga elétrica, observou-se que os íons do cloreto poderiam significativamente
reduzir o efeito adverso de outros ânions tais como HCO3−, SO42−.
A existência dos íons de bicarbonato ou de sulfato conduz à precipitação de
íons de Ca2+ ou de Mg2+ que dá forma a uma camada isolante na superfície dos
eletrodos. Esta camada isolante aumenta muito o potencial entre os eletrodos e o
resultado é uma diminuição significativa na eficiência da corrente.
Recomenda-se conseqüentemente, que entre os ânions presentes na
solução, deve haver 20% de Cl- para assegurar uma operação normal da
eletrocoagulação no tratamento de água.
A adição do NaCl conduziria também à diminuição no consumo de potência
por causa do aumento na condutividade. Segundo Mansours et. al. (2006),
relataram que a condutividade da solução afeta a tensão da célula e que
experimentos feitos em efluentes com cloreto de sódio aumentam a condutividade, e
mostraram uma diminuição no valor da tensão elétrica da célula e
consequentemente no consumo de energia. A presença do íon cloreto em solução
diminui a camada de passivação e desse modo aumenta a eficiência da
eletrocoagulação na remoção do poluente devido ao ataque do íon cloreto na
superfície do metal. Além disso, o cloro eletroquimicamente gerado é eficaz para
desinfetar a água (GUOHUA, 2004).
2.5.3 Efeito do pH
O desempenho do processo de eletrocoagulação é dependente do pH da
solução sendo que a mesma afeta a eficiência de corrente e a solubilidade dos
hidróxidos metálicos.
Geralmente é observado que a eficiência de corrente do alumínio é maior em
condições ácidas e alcalinas que em condições neutras. O desempenho do
tratamento depende do tipo de poluente, com melhores remoções próximas ao pH
7. O consumo de energia, no entanto, é alto no pH neutro devido à variação da
condutividade. Quando a condutividade é alta, o efeito do pH não é significante
Chen et. al. (2004). Geralmente, o pH do meio tende a aumentar durante o processo
38
Savas et. al. (2007) devido à evolução de hidrogênio no cátodo. Segundo Kobya
(2006), uma das maiores vantagens da eletrocoagulação é sua capacidade de
neutralizar o pH do efluente, caso esteja abaixo de 7.
Para um aumento do pH em um efluente ácido, o incremento do pH acredita-
se ser devido à liberação de CO2 e pelo borbulhamento de hidrogênio, devido à
formação de precipitados aniônicos com o AI+3.
A diminuição do pH em condições alcalinas pode ser resultado da formação
de precipitados de hidróxidos com outros cátions Chen et. al. (2004). É
recomendável que o pH seja controlado na faixa de 6,5 a 7,0, perto do pH neutro
usando eletrodos de alumínio onde são obtidas as maiores velocidades de reação.
A velocidade de reação diminui em pH ácido, ocorrendo também um aumento da
corrosão, não sendo recomendável do ponto de vista econômico (WIENDLI, 1985).
O efeito do pH e dos potenciais eletroquímicos na fase da solução assim
como as reações interfaciais deve estar claramente compreendidos para o
desempenho das técnicas de EC (MOLLAH, 2004).
Essadki et. al.(2007), estudaram o efeito do pH inicial na remoção de DQO e
turbidez de um efluente de indústria têxtil. Os testes mostraram que o pH inicial
ótimo foi entre 7,0 e 8,0.
2.5.4 Temperatura
Embora a eletrocoagulação exista em torno de 100 anos, o efeito da
temperatura nesta tecnologia foi investigado há pouco tempo.
Um aumento adicional na temperatura resulta em uma diminuição da
eficiência da eletrocoagulação. O aumento da EC com a temperatura foi atribuído à
atividade aumentada na destruição da película do óxido de alumínio na superfície do
eletrodo. Quando a temperatura é demasiadamente elevada, há um encolhimento
dos poros grandes do gel Al(OH)3 tendo por resultado flocos mais compactos que
sejam mais prováveis para depositar na superfície do eletrodo. Similar a eficiência
da corrente, o consumo de potência dá também um máximo em valor ligeiramente
mais baixo da temperatura. 35ºC, para tratar a água residual contendo óleo. Isto é
explicado pelos efeitos opostos da temperatura na eficiência da corrente e pela
condutividade da água residual, logo um consumo de energia mais baixo, com
aumento da temperatura podem causar efeitos negativos sobre a eficiência da
39
corrente fazendo com que esta diminua, e um extensivo resfriamento pode ser
necessário para manter a célula na temperatura ambiente (GUOHUA, 2004).
Segundo Mameri et. al. (1998), concluíram que o aumento da temperatura
ocasiona um aumento da mobilidade das moléculas na solução, e
consequentemente, um aumento da condutividade elétrica. De acordo com
Daneshvar et. al. (2004), o aumento da temperatura da solução contribui na
eficiência de remoção dos íons produzidos devido ao aumento das colisões entre os
íons e o coagulante formado.
Alta temperatura aumenta a atividade das moléculas na solução.
Conseqüentemente, a condutividade elétrica e a corrente eletrolítica serão
aumentadas com o aumento da temperatura da solução (SHEN et. al., 2006).
Shen et. al. (2006) estudaram o efeito da variação da temperatura na
remoção de cor. A remoção de cor e a corrente elétrica são aproximadamente
proporcionais à temperatura, quando a temperatura sobe, a corrente elétrica se
eleva. A proporção de corrente elétrica para a degradação de corante para reações
laterais mantêm-se constante. Isto é, a degradação do corante e a evolução de
oxigênio são aceleradas com aumento da temperatura.
2.5.5 Tempo
Segundo Daneshvar et. al. (2007), quando o tempo de eletrólise aumenta, a
concentração de íons e seus flocos de hidróxidos aumentam.
Conforme estudos um aumento no tempo de eletrólise de 2 a 6 minutos
produz uma eficiência de remoção de cor de 15,5% para 98,9%.
Essadki et. al. (2007), também estudaram o efeito do tempo de operação na
remoção de DQO e turbidez. A redução em torno de 83% mostrou-se independente
da densidade de corrente. Em conseqüência, o objetivo pode ser conseguido na
escala inteira de densidade de corrente, porém o tempo mínimo para a remoção de
DQO é maior que 80% e diminuiu de 36 minutos para 9 minutos quando a corrente
aumentou de 1ª para 6ª.
Vantagens Desvantagens
Requer equipamento simples e de fácil Os eletrodos precisam ser
operação, em que a corrente e o potencial substituídos regularmente, caso
43
interrompida pelo alto custo energético da época e devida que na mesma época
deu-se o inicio do desenvolvimento de tratamento de esgoto por lagoas (WIENDL,
1998).
Chen-Lee et. al. (2006), investigaram a utilização da eletrocoagulação ao
tratamento de águas residuais do polimento químico mecânico do cobre. Verificaram
que a técnica foi eficaz na remoção de íons de cobre. O lodo gerado apresentava
um teor de água superior a 80%.
Observaram uma maior eficiência de remoção para os íons de cobre quando
se empregou um potencial de 30 V, tempo de 30 min e pH entre 8 a 9. A eficiência
de remoção para o cobre foi de 99,9%. Observaram também que a redução da
turbidez, utilizando ânodo de alumínio foi maior que a do ferro.
Nathalie et. al. (2006), utilizaram a eletrocoagulação na remoção de metais
pesados (Cd, Cr, Cu, Ní, Pb, e Zn) de solos ácidos lixiviados. A EC foi comparada
com a precipitação por processos químicos. No final de ambos os processos, o
desempenho da eletrocoagulação para parâmetros de lançamento do efluente do Cr,
Cu, Pb e Zn estavam acima dos limites permitidos, porém a remoção do níquel e
cádmio atingiram os parâmetros permitidos para descarte. O tratamento por
precipitação química não atingiu os limites permitidos para lançamento do efluente.
Segundo Golder et. al. (2007), a remoção do cromo numa solução aquosa
pela eletrocoagulação e a eficiência da densidade de corrente aplicada na
dissolução do eletrodo de ferro foi de 100%. Os parâmetros investigados incluem:
tempo de reação, densidade de corrente, pH e concentração inicial do cromo. A
dissolução total do ferro durante o processo da EC com diferentes condições de
operação foi à seguinte: pH 5, tempo de reação 60 minutos e o potencial aplicado foi
de 3,5 a 4,0 volts. Nesta pesquisa foi concluído que em pH elevado a co-
precipitação e precipitação química levam a uma maior remoção do cromo.
Casqueira et. al. (2006), estudaram a aplicação da eletrocoagulação numa
solução de zinco, foi investigado a eficiência e influência dos seguintes parâmetros
como: pH, concentração da solução, tensão, e densidade de corrente. Os resultados
obtidos mostraram que a EC é capaz de produzir resultados satisfatórios na
remoção de zinco em 90% dentro da faixa de valores investigada, porém melhores
resultados foram obtidos, utilizando-se um potencial de 15 volts, pH 7 resultando em
96% de eficiência.
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Jiang et. al. (2002), utilizaram a eletrocoagulação para tratar água do Rio
Tamisa, na Inglaterra. Para esse estudo usaram eletrodos de alumínio e dois
reatores de fluxo contínuo: um com fluxo horizontal e outro com fluxo ascendente.
Foram aplicadas as seguintes densidades de corrente: 20A/m², 30A/m², 50A/m² e
tempos de detenção entre 3 e 16h. Foi concluído que a eletrocoagulação removeu
20% a mais de matéria orgânica dissolvida que a coagulação convencional para as
mesmas doses de Al (III), e que o reator em fluxo ascendente foi mais eficiente que
o de fluxo horizontal.
Murugananthan et. al. (2004), usaram a eletrocoagulação para remover íons
de sulfatos, sulfetos e sulfitos num efluente de curtume e água sintética. Foram
utilizados ânodos de ferro e alumínio e eletrodo insolúvel de titânio. Verificou-se que
ânodo de ferro e alumínio foi mais eficaz para a remoção de sólidos suspensos,
sulfeto, sulfito e sulfato. A eletrocoagulação foi eficaz na remoção de sólidos
suspensos. Durante a suspensão coloidal foram coaguladas e lançadas
simultaneamente bolhas de hidrogênio geradas no catódo. Simultaneamente ocorre
à precipitação, coagulação e flotação durante a eletrocoagulação. O efeito do pH,
atual densidade de corrente e a concentração inicial dos poluentes foram estudados
e os resultados avaliados. A remoção de íons sulfito e sulfato são explicados pelo
potencial zeta.
No trabalho apresentado por Kobya et. al. (2006), e Chen et. al. (2000),
quando testados sob as mesmas condições, os resultados para DQO, turbidez e
sólidos suspensos foram melhores para eletrodos de alumínio que ferro.
Feng et. al. (2007), aplicaram a eletrocoagulação na remoção da DQO,
amônia, carbono orgânico, sulfeto e cor em águas de curtume, esses parâmetros
foram tratados utilizando eletrodos de ferro e alumínio.
Para a DQO a melhor eficiência foi obtida com 32% em 30 min. o tempo de
contato com os eletrodos de ferro, densidade de 348 A / m². A remoção da DQO foi
obtida com 45% de eficiência em 30 min. de contato com os eletrodos de Alumínio
na EC. Em outras palavras, o processo da EC leva em conta uma maior eficiência
na remoção do sulfato em 95%, e a concentração aumentada até 1.300 mg/L de
sulfato se deve ao fato de estar próximo dos coagulantes. Os resultados das
análises de lixiviados revelaram que a EC é mais eficiente na remoção DQO e de
lamas produzidas, com densidade aplicada de 524 A/m².
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Marraciano et. al. (1987), utilizaram como eletrodo uma espuma metálica
porosa de níquel e como configuração do reator, fluxos de eletrólito e corrente
paralelos. Observaram que, por apresentar uma grande área específica, este tipo de
eletrodo pode ser atrativo para muitos tratamentos eletroquímicos de soluções
diluídas, porém, a retenção de bolhas dentro da estrutura limita a área superficial
específica útil. O desempenho da eletrocoagulação por inibição da corrosão impede
à dissolução do metal e a transferência do elétron, limitando desse modo a adição
do coagulante à solução.
Xueming et. al. (2002), avaliaram a tensão e a distância entre os eletrodos
quando uma voltagem é aplicada nos ânodos de sacrifício que produzem Al³+ ou
Fe²+ gerando coagulantes que desestabilizam partículas dispersas nas águas
residuais. Tanto a análise teórica como os experimentos demonstraram que o pH da
água e a vazão tiveram pouco efeito sobre a eletrocoagulação. A voltagem depende
dos tipos de eletrodos e da distância entre os mesmos, da condutividade e
densidade de corrente. Os modelos obtidos podem ser utilizados para calcular a
voltagem necessária no processo da eletrocoagulação
Essadki et. al. (2007), estudaram o efeito do tempo de operação na remoção
de DQO e turbidez que foi em torno de 83%, verificaram que independente da
densidade de corrente, o tempo mínimo para remoção de DQO é maior que 80% e
diminuiu de 36 minutos para 9 minutos quando a corrente aumentou de 1A para 6 A.
Esta mudança ocorre porque os efeitos eletrostáticos dependem da distância entre
os eletrodos, assim, quando a distância aumenta, o movimento dos íons produzidos
será mais lento e teriam maior oportunidade de produzir e agregar flocos. Além
disso, estes flocos são capazes de adsorver mais moléculas (DANESHVAR et. al.,
2004).
Crespilho et. al. (2004), estudaram a aplicabilidade da eletrocoagulação no
tratamento de efluentes de uma indústria de processamento de coco, avaliando a
redução nos valores de turbidez, cor, sólidos totais, Carbono Orgânico Total (COT),
metais e óleos e graxas, fixando as seguintes variáveis: temperatura do efluente
bruto, diferença de potencial aplicada, tempo de tratamento, vazão de entrada,
volume do efluente tratado e tempo de retenção. Observaram o efeito do pH no
processo de eletrocoagulação com e sem inversão de polaridade utilizando cinco
eletrodos de alumínio sendo três ânodos e dois cátodos. Foram estudados os
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seguintes valores de pH: 5,6, 5,9, 7,3 e 9,0. Sendo que o pH do efluente bruto
apresentava um valor de 4,9. A redução de cor foi superior a 98% para experimentos
realizados de pH 5.9 e 7,3. Os valores de turbidez foram reduzidos acima de 93%,
óleos e graxas acima 32 de 96% para sólidos totais e acima de 60% para todos os
valores de pH.
Durante o tratamento observamos que algumas partículas (geralmente metais
pesados) não conseguem flotar com o auxílio das bolhas e decantam.
Progressivamente, a região externa da camada vai se adensando tanto pelo escape
dos gases que se formaram inicialmente e transportaram as partículas como
também pela ação do seu próprio peso (WIENDL, 1998). Assim, esta camada
dificulta a liberação das novas quantidades de gases formados na eletrocoagulação
e a mesma deve ser retirada. Fisicamente, constata-se ser bastante rígida e
consistente a estrutura formada pelas impurezas arrastadas pelos gases da
eletrólise. (WIENDL, 1998).
51
3 METODOLOGIA
Os testes foram realizados com efluente coletado numa empresa de
galvanoplastia de Novo Hamburgo. O efluente escolhido para a realização dos
experimentos foi o do piso antes de qualquer tratamento químico. A escolha deste
efluente foi devido a sua complexidade e dificuldade de tratamento pelo processo
convencional. Todos os ensaios foram realizados em duplicata.
O reator utilizado nos ensaios é da M.S Filter®, confeccionado em polietileno,
suas dimensões são de 400 mm de comprimento, 220 mm de largura e 340 mm
altura. A figura 8 apresenta o reator utilizado.
Como ânodo, se utilizou eletrodos de alumínio e/ou ferro. Nos ensaios foram
utilizados (6) eletrodos de alumínio, (6) de Ferro e a mistura dos dois materiais (3 de
Al e 3 Fe). Esses eletrodos têm dimensões de 220 mm de largura e 300 mm de
comprimento e 2 mm de espessura. As placas foram separadas por espaçadores
(0,5 mm cada). Os eletrodos possuem vários furos feitos aleatoriamente para
passagem da solução. A figura 10 apresenta os eletrodos empregados de ferro e
aluminio utilizado nos ensaios.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo são apresentados os resultados e discussões dos ensaios de
eletrocoagulação. Segundo Heidmann et. al. (2008), o processo de
eletrocoagulação, é influenciado por muitos parâmetros, tais como: concentração do
poluente, pH inicial, condutividade da solução, material dos eletrodos, densidade de
corrente aplicada e tempo de contato com o eletrodo. No trabalho de Koparal et. al.
(2002) o mesmo avaliou a tensão aplicada e não a densidade de corrente. Neste
trabalho optamos por avaliar o potencial aplicado.
Na apresentação dos ensaios foi utilizada a seguinte simbologia:
3Fe+3Al: utilização de 3 eletrodos anódicos de ferro e 3 eletrodos anódicos
de alumínio.
6Al: utilização de 6 eletrodos de alumínio como ânodos.
6Fe: utilização de 6 eletrodos de ferro como ânodos.
pH 7, pH 5, ajuste do pH da amostra para 7 e 5.
6V, 4V: ajuste da tensão de 6 e 4 volts.
Combinando a simbologia descrita acima, segue um exemplo.
6Fe+pH7+6V: ensaio realizado com 6 eletrodos anódicos de ferro, amostra
em pH 7 e tensão de 6 volts.
Durante os ensaios percebeu-se a corrosão do eletrodo anódico e bolhas de
gás que se desprendem de ambos os eletrodos. Observou-se ainda, que no ânodo
ocorre a formação de pequenos flocos que flotam em direção à superfície do reator.
Este fato foi observado nos experimentos realizados por Wiendl (1998). Na EC
utilizando eletrodos de ferro observou-se um escurecimento do efluente tratado
maior que o observado quando se empregou eletrodos de aluminio. O efluente inicial
e o tratado com eletrodos de alumínio estão representados na figura 13, onde se
percebe alta turbidez no efluente inicial e o efluente final clarificado.
Figura 13 - Efluente inicial e tratado por EC.
56
99,7%
100,0% 96,7%
94,7%
90,0% 87,4%
80,0% 76,9%
70,8%
70,0%
63,2%
60,0%
% REDUÇÃO
50,0%
40,0%
28,5%
30,0%
20,0% 17,5%
10,0%
0,0%
3Fe+3Al pH 7 6V 6Al pH 7 6V 6Fe pH 7 6V
CARACTERÍSTICA DO EXPERIMENTO
87,3%
90,0%
83,5%
80,0% 77,1%
70,0%
60,0%
% REDUÇÃO
50,0%
40,0%
27,0%
30,0%
20,0%
13,2%
10,0%
0,0%
3Fe+3Al pH 7 4V 6Al pH 7 4V 6Fe pH 7 4V
CARACTERÍSTICA DO EXPERIMENTO
99,3%
100,0%
94,5%
92,8%
90,0% 86,5%
77,4%
80,0%
70,0%
62,2%
60,0%
% REDUÇÃO
50,0% 46,1%
40,0%
30,6%
30,0% 27,4%
20,0%
10,0%
0,0%
3Fe+3Al pH 5 6V 6Al pH 5 6V 6Fe pH 5 6V
CARACTERÍSTICA DO EXPERIMENTO
99,4%
100,0%
94,0%
90,0%
80,0%
75,6%
68,7% 69,7%
70,0%
60,0%
% REDUÇÃO
50,0%
38,6%
40,0%
30,0% 26,2%
20,0% 18,0%
10,2%
10,0%
0,0%
3Fe+3Al pH 5 4V 6Al pH 5 4V 6Fe pH 5 4V
CARACTERÍSTICA DO EXPERIMENTO
Figura 18 - Percentual de remoção dos íons cobre para todas as condições ensaiadas.
80,0% 75,6%
69,7%
70,0%
63,2%
% REDUÇÃO
60,0%
50,0% 46,1%
40,0%
28,5% 27,0%
30,0%
20,0%
10,2%
10,0%
0,0%
6V
4V
6V
4V
6V
4V
6V
4V
6V
4V
6V
4V
H7
H7
H5
H5
H7
H7
H5
H5
H7
H7
H5
H5
lp
lp
lp
lp
lp
lp
lp
lp
ep
ep
ep
ep
6A
6A
6A
6A
3A
3A
3A
3A
6F
6F
6F
6F
e+
e+
e+
e+
3F
3F
3F
3F
CARACTERÍSTICA DO EXPERIMENTO
90,0%
76,9% 77,1%
80,0%
68,7% 70,8%
70,0%
62,2%
% REDUÇÃO
60,0%
50,0%
40,0%
30,6% 27,4%
26,2%
30,0%
17,5% 18,0%
20,0%
13,2%
10,0%
0,0%
6V
4V
6V
4V
6V
4V
6V
4V
6V
4V
6V
4V
H7
H7
H5
H5
H7
H7
H5
H5
H7
H7
H5
H5
lp
lp
lp
lp
lp
lp
lp
lp
ep
ep
ep
ep
6A
6A
6A
6A
3A
3A
3A
3A
6F
6F
6F
6F
e+
e+
e+
e+
3F
3F
3F
3F
CARACTERÍSTICA DO EXPERIMENTO
80,0%
77,4%
70,0%
% REDUÇÃO
60,0%
50,0%
38,6%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
V
V
76
74
56
54
76
74
56
54
76
74
56
54
H
H
H
lp
lp
lp
lp
lp
lp
lp
lp
ep
ep
ep
ep
6A
6A
6A
6A
3A
3A
3A
3A
6F
6F
6F
6F
e+
e+
e+
e+
3F
3F
3F
3F
CARACTERÍSTICA DO EXPERIMENTO
63
5 CONCLUSÕES
Neste trabalho foi estudada a viabilidade de aplicação da eletrocoagulação
para tratamento de efluentes galvânicos, utilizando eletrodos de ferro e alumínio.
Tempo de ensaio relativamente baixo (45 min.) foi suficientes para alcançar a
eficiência máxima permitida pelo processo em função das condições experimentais,
tanto para eletrodos de ferro quanto de alumínio.
A taxa de remoção para todos os íons sofre influência sigficativa do pH,
potencial aplicado e do material do eletrodo usado. O emprego de eletrodos de
alumínio resulta em um efluente tratado sem cor, enquanto para eletrodos de ferro, o
efluente tratado apresenta uma cor verde amarelada. Para remoção do cobre,
níquel e zinco o melhor resultado encontrado foi com eletrodos de alumínio a pH 7 e
6 volts.
65
REFERÊNCIAS
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