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PROPULSÃO AZIMUTAL
Belém - 2022
Copyright © Aélcio de Jesus Monteiro dos Santos e Júlia Martins
Lira de Albuquerque (Orgs), 2022
Vários autores.
Bibliografia.
ISBN 978-65-00-49289-7
22-118676 CDD-620
Índices para catálogo sistemático:
1. Engenharia 620
Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
Sumário
APRESENTAÇÃO ........................................................... 7
PREFÁCIO ..................................................................... 13
1 PROPULSOR AZIMUTAL E SUA MANUTENÇÃO
PREVENTIVA ......................................................................... 15
2 SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO EM PROPULSORES
AZIMUTAIS ............................................................................ 31
3 MANUTENÇÃO CORRETIVA E CORRETIVA
PLANEJADA PARA EQUIPAMENTO DE PROPULSÃO
AZIMUTAL ............................................................................. 53
4 CONFIGURAÇÃO DO SISTEMA HIDRÁULICO DE
UM PROPULSOR AZIMUTAL............................................... 65
7 PROPULSOR AZIMUTAL E SEU SISTEMA
SUPERVISÓRIO ................................................................... 119
8 ENGRENAGENS APLICADAS AO SISTEMA DE GIRO
DOS AZIMUTAIS. ................................................................ 147
9 SISTEMA MECÂNICO DE TRANSFERÊNCIA DE
MOVIMENTO DE UM PROPULSOR AZIMUTAL .............. 163
10 MANUTENÇÃO PREDITIVA DO PROPULSOR
AZIMUTAL ........................................................................... 179
APRESENTAÇÃO
9
sofisticados de supervisão de funcionamento e operação dos
diversos sistemas.
No oitavo capítulo os autores apresentam um assunto muito
importante mais pouco explorado no meio marítimo, as
engrenagens responsáveis pelo movimento de translação dos
propulsores proporcionando com isso um aumento de velocidade
na mudança de rumo e uma maior manobrabilidade às embarcações
aplicadas em operações que operam em sistemas de
posicionamento dinâmico, pois devido a esse grau de liberdade que
os azimutais operam, são obtidas resposta mais rápida do propulsor
em direção ao vetor que deve ser anulado para que a embarcação
permaneça na mesma posição.
No nono capítulo os autores fazem uma análise do sistema e
do fluxograma hidráulico que controla o governo de uma
embarcação. Ao longo do artigo vê-se o detalhamento do sistema
que vai desde a bomba de deslocamento positivo e débito variável
que debita óleo aos motores hidráulicos e estes transferem energia
necessária para movimentação dos propulsores. Observa-se no
artigo complexas considerações sobre os elementos mecânicos
componentes do sistema como a bomba utilizada para garantir
maior pressão, o motor hidráulico garantidor do torque necessário,
bem como os dispositivos necessários à realização a rotação
azimutal.
No décimo capítulo é apresentada uma revisão bibliográfica
sobre a manutenção preditiva aplicada aos sistemas de propulsão
azimutal. São apresentados padrões e espectros de vibração onde
se pode identificar com antecedência a falha de um propulsor. São
explorados padrões preestabelecidos de Normas internacionais
para avaliar, preditivamente, falhas elétricas que os sistemas podem
apresentar. Por fim, os autores apresentam a aplicação da tribologia
(análise de óleo na detecção de falhas) na manutenção preditiva dos
propulsores azimutais.
Resumindo, os verdadeiros autores desta obra, sob diversos
pontos de vistas, produziram um importante material que veio
atender o anseio de todo comunidade, inclusive a acadêmica; e
10
demonstraram que com garra, união e esforço conjunto é possível
produzir conhecimento e contribuir para a formação de excelentes
profissionais da Marinha Mercante Brasileira.
11
12
PREFÁCIO
O homem sempre buscou evoluir na construção e adaptação
de equipamentos de sua utilização, objetivando sempre que sua
eficiência seja preconizada, assim como redução de custos e
aumento da eficácia do equipamento. Com a grande alta da
exploração de petróleo no mundo, houve uma preocupação
mundial com o desenvolvimento de propulsão e outros sistemas de
posicionamento das embarcações. Neste contexto, configura-se a
aplicação da propulsão azimutal, sendo ainda muito recente em
que, por volta de 1950, John Becker Schottel começou a implantar
o Z-drive e, desde então, o sistema propulsor em 360° só vem
evoluindo, passando de embarcações de pequeno porte para
grandes embarcação com AB acima de 3000 ton e 6400 kw de
potência, acompanhado do aprimoramento hidrodinâmico das pás,
uma melhor distribuição energética com a utilização das malhas de
controle, redução da cavitação, vibração e ruídos, além da
considerável redução nos índices de agressão ao meio ambiente.
Sendo a manutenção produtiva total uma ferramenta
importante e que busca a eficiência máxima do sistema de
produção, verificou-se que um plano de manutenção bem
elaborado é fundamental para o sucesso de uma embarcação.
Trabalhar preditivamente e preventivamente irá implicar em se
fazer, no pior cenário previsto, manutenção corretiva planejada,
evitando a atividade corretiva não planejada e obtendo a excelência
operacional com as ações de prevenção e melhoria contínua com a
garantia do aumento da confiabilidade dos equipamentos.
A partir deste cenário, reconheceu-se a importância de
aprofundar os conhecimentos sobre este tipo de propulsão e seus
componentes como uma maneira de formar um embasamento
teórico sobre o assunto na língua portuguesa. Com este objetivo em
vista, a turma do curso de aperfeiçoamento para oficiais de
máquinas do Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar,
durante seus estudos para avanço de sua certificação como chefes
13
de máquinas da Marinha Mercante brasileira no ano de 2022,
elaborou uma coletânea de dez artigos científicos, como trabalho
de conclusão de curso. Os temas abordam o sistema de lubrificação,
o sistema hidráulico, a aplicação de engrenagens no sistema de
rotação do propulsor, sistema mecânico de transferência de
movimento, o sistema supervisório de operação e monitoramento,
manutenção preventiva, preditiva e corretiva, desempenho em
posicionamento dinâmico e em navegação, aplicação da ferramenta
de “troubleshooting” como recurso para a segurança operacional.
Espera-se que o conhecimento deixado nesta obra contribua
para a formação dos futuros operadores dos cursos de máquinas e
náutica nos centros de instrução e sirva como pontapé para estudos
posteriores. No mais, ficam os votos de bons ventos e bons mares
aos leitores!
14
1 PROPULSOR AZIMUTAL E SUA
MANUTENÇÃO PREVENTIVA
Eduardo Arthur Almeida Sales do Canto
Manuelle de Oliveira Bastos
Sheyla Dayane Figueiredo Viana
Aélcio de Jesus Monteiro dos Santos
RESUMO
15
1.1 INTRODUÇÃO
16
ABS, o Nautical System NS5 que vem sendo amplamente utilizado
a bordo de embarcações mercantes.
Desta forma, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo
de apresentar o planejamento e controle da manutenção preventiva
de um sistema de propulsão azimutal, mostrando a sua eficiência,
uma vez que, a ausência desse tipo de manutenção nesse tipo de
sistema de propulsão provoca elevado custo de reparos, altas taxas
de falha e baixa disponibilidade do equipamento, fatores esses que
acabam influenciando na competitividade e lucros das empresas do
setor naval.
18
Figura 02 – Rebocador com propulsão azimutal girando em
torno do próprio eixo
19
Figura 03 - Podded propeller.
20
e assim, evitar paradas não programadas para reparos destes
equipamentos.
Com o intuito de aumentar a vida útil dos itens físicos e
controlar a periodicidade da manutenção de equipamentos, são
utilizados sistemas de planejamento e controle da manutenção.
Para Monchy (1987), a função do planejamento é atribulada e
delicada, pois os seus trabalhos são variados e a noção de urgência
é mais freqüente. Ainda citando Monchy (1987), os problemas a
serem resolvidos pelo planejamento da manutenção são: as paradas
dos maquinários, prazos das restrições, acompanhamento dos
trabalhos subcontratados e suprimentos de peças de reposição.
Ainda citando Kardec e Nascif (2009), entre os anos de 1950
e 1970, período conhecido como pós Segunda Grande Guerra,
houve uma grande evolução da mecanização e da complexidade das
instalações industriais. Com isso surge o conceito da manutenção
preventiva, que nessa época versava em intervenções nos
equipamentos feitas em intervalos fixos.
Para Xenos (1998, p.24) as vantagens do uso da manutenção
preventiva são: diminuição da frequência de falhas, aumento da
disponibilidade dos equipamentos e diminuição das interrupções
inesperadas dos equipamentos. Logo, pelo fato de se ter o domínio
das paradas dos equipamentos, essa manutenção acaba obtendo um
melhor custo-benefício.
Portanto, sem uma boa manutenção preventiva, as falhas
tendem a aumentar, as paradas passam a ser mais frequentes, e com
isso o custo total aumenta, principalmente para as embarcações
mercantes, onde uma parada operacional desencadeia enormes
prejuízos.
22
Todas essas ações preventivas são executadas em períodos
pré-determinados e recomendadas segundo o cronograma de
manutenção disponível no manual do equipamento.
Abaixo serão descritas algumas manutenções periódicas do
sistema de propulsão azimutal tipo LMT da Wärtsilä, de acordo
com rotinas diárias, mensais, trimestrais, semestrais e anuais,
recomendadas por esse fabricante.
Na rotina diária destes propulsores, devem-se verificar as
condições gerais, como o nível de óleo; observar se há existência
de vazamentos de água, ar e óleo nas conexões, mangueiras e redes;
avaliar se ruídos ou vibrações encontram-se anormais; verificar se
os elementos filtrantes encontram-se obstruídos, através dos
indicadores visuais ou de pressões; checar temperatura da água de
resfriamento e pressões de óleo do sistema; monitorar a pressão e
nível de óleo do tanque de gravidade.
As manutenções mensais são voltadas para a lubrificação e
testes, neste intervalo devem ser lubrificados, com graxa
específica, os acoplamentos e o freio do atuador, bem como devem
ser realizados testes de controle local do sistema de propulsão.
No intervalo trimestral, necessita-se realizar inspeções
quanto ao desgaste, danos e instalações de redes, mangueiras e
conexões. Devem ser coletadas amostras de óleo para análise de
contaminação e viscosidade por um laboratório credenciado, e
através do resultado dessas análises é possível determinar a
necessidade da troca do óleo hidráulico do sistema.
Nas manutenções semestrais, é recomendada a inspeção para
detectar possíveis vazamentos de ar na membrana do freio do selo,
além de ser realizada a limpeza do motor elétrico da bomba de óleo
e limpeza do painel de ar de controle, troca do filtro e teste dos
disjuntores dos motores elétricos.
Anualmente é feita inspeção quanto ao desgaste, dano e
instalações do disco de acoplamento flexível, unidade da bomba de
lubrificação, acoplamento de engrenagem, unidade de
direcionamento da propulsão. São também realizadas inspeções
quanto a sinais de corrosão das ligações elétricas e segurança do
23
disco de freio. Recomenda-se a inspeção e o ajuste, quando
necessário, da pressão de ar do tanque de gravidade de óleo, bem
como deve-se realizar também o teste das válvulas, sensores,
switches e alarmes do sistema de lubrificação e governo do
propulsor.
Abaixo segue a tabela das manutenções periódicas.
24
Um dos softwares de manutenção amplamente utilizado em
empresas de navegação é o Nautical Systems NS5, desenvolvido
pelo grupo ABS e possui a função de gerir e rastrear as
manutenções executadas, além de viabilizar e controlar ativos,
localização, data da compra de materiais, estoque, histórico de
falhas e índice de eficiência.
Esse sistema utiliza um servidor de computador central, e
cada embarcação possui uma cópia do banco de dados instalado em
um servidor local, ou seja, os computadores do passadiço e sala de
controle acessam o banco de dados instalado localmente através de
uma rede LAN. Com este software é possível realizar o controle de
inventário da embarcação, compras, pedido de peças e
suprimentos, planejamento e cronograma de manutenção, registro
de manutenção não planejada, cronograma de levantamento de
defeitos e classe, entre outras funcionalidades que o programa
oferece.
REFERÊNCIAS
28
THURLER, Pedro Ceccon. Análise de histórico de
manutenção e reparo de rebocadores portuários. 2017. 98f.
Monografia (Engenharia Naval e Oceânica) – Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
29
30
2 SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO EM
PROPULSORES AZIMUTAIS
Érika Vanessa Fernandes Portal da Silva
Luiz Alex Moraes Sacramento
Paulo Otávio Ribeiro Carvalho
Antônio Cordeiro
RESUMO
31
2.1 INTRODUÇÃO
32
lubrificante acaba realizando funções secundárias de particular
importância para o conjunto mecânico.
Entre as funções secundárias desempenhadas pelo óleo
lubrificante, podem ser destacadas: resfriamento, vedação,
limpeza, amortecimento de choques e proteção contra ataques
químicos.
O sistema de lubrificação propicia o perfeito funcionamento
dos mancais do eixo azimutal e os de escora e sustentação do
propulsor. O mancal do eixo azimutal é do tipo fechado com um
alojamento cheio de óleo e conta com um selo deslizante que evita
vazamentos para o mar. Acima do alojamento, pode ser encontrado
uma tampa com ventilação, um tubo de enchimento e uma vareta
para controle de nível de óleo. Os mancais do propulsor, tanto o de
escora quanto os de sustentação (localizado na ponta do motor
elétrico perto do hélice), têm lubrificação por salpico e banho de
óleo, com alojamento parcialmente cheio de óleo. A saída de óleo
dos mancais é ligada a uma bomba que, por meio da tubulação que
passa pela junta deslizante, envia o óleo para a Unidade de
Tratamento de Óleo (OTU) para ser filtrado e resfriado, depois
retornando aos mancais. A energia que alimenta a bomba de
lubrificação é enviada ao propulsor por meio de um anel deslizante
na junta. Todo o procedimento é controlado por sistema de
automação.
Comumente podemos encontrar em um sistema de
lubrificação equipamentos que garantam seu bom funcionamento,
e que operam de maneira independente aos outros sistemas a bordo
e com redundância para em casos de emergência operacional e/ou
manutenção.
Os componentes básicos de um sistema de lubrificação são
tubulações, bombas de circulação, tanques de armazenamento e
gravidade, resfriadores, filtros, pontos de coleta de amostra, e
unidade de tratamento de óleo (unidade CJC), além do óleo
lubrificante.
33
2.2 CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DE
PROPULSORES AZIMUTAIS COM HÉLICE DE PASSO
FIXO
34
seu desenho, podendo suas particularidades ser melhor
compreendidas se explicadas posteriormente.
35
Figura 1 — Transmissão de força motriz tipo Z-drive
38
2.3 CIRCUITO BÁSICO DE LUBRIFICAÇÃO
40
óleo que será utilizado nas partes móveis assistidas por lubrificação
forçada.
Durante a operação, a caixa de engrenagens inferior pode
estar completamente imersa em óleo ou somente até a altura do eixo
horizontal, dependendo da concepção do fabricante.
42
A maior diferença no conjunto mecânico é a existência de
um sistema, movido por óleo hidráulico, utilizado para variação do
ângulo das pás, ou passo do hélice.
Neste tipo de propulsor, devido à continua disponibilidade de
óleo a alta pressão, é comum que sejam unificados os circuitos do
óleo lubrificante e do óleo hidráulico utilizado na variação do
passo.
Uma bomba hidráulica movida por motor elétrico
normalmente é utilizada para gerar alta pressão no óleo utilizado
para alterar o ângulo das pás do hélice. O óleo hidráulico a alta
pressão pode também ser convenientemente utilizado para acionar
motores hidráulicos que atuem no sistema de direcionamento
(steering) do propulsor azimutal.
O óleo hidráulico utilizado no sistema de lubrificação é
proveniente de uma válvula de alívio instalada na linha de alta
pressão, sendo direcionado aos mancais, rolamentos e engrenagens,
conforme necessário, circulando percorrendo caminho similar ao
discutido anteriormente, nos propulsores de passo fixo.
44
2.4.2 Unidade de tratamento offline (filtro CJC)
46
interno deles lubrificado pelo próprio óleo da caixa de engrenagens,
podendo existir camadas de graxa entre retentores mais externos.
Devido à localização do selo na parte mais inferior do
propulsor azimutal, abaixo do casco da embarcação, é possível que
se encontre na praça de máquinas, em uma localização acima do
conjunto mecânico do thruster, um tanque de óleo de pequeno
volume, pressurizado ou não com auxílio de ar comprimido,
utilizado para reduzir a diferença de pressão experimentada pelos
retentores entre o meio interno e externo, prolongando sua vida útil.
Este tanque também facilita o monitoramento de vazamentos pelo
eixo propulsor.
47
ambientais as quais o navio será exposto (áreas de calor e frio
intenso possuem suas particularidades). Viscosidade também é
observada devido sua importância em relação a selagem do eixo
propulsor, fim evitar a contaminação do sistema por água ou perda
de óleo para o meio ambiente.
A escolha do lubrificante adequado para o sistema de
lubrificação deve seguir alguns requisitos como viscosidade de
acordo com a norma ISO 3448, ASTM D-2422: ISO VG68 (em
áreas subtropicais é admitida a viscosidade ISO 100 VG, e pode ser
aprovado seu uso também em áreas frias em caso obedeça a taxa
de viscosidade comparável a ISO 68 VG).
48
h) manter bombas, redes e conexões limpos para facilitar a
identificação de vazamentos de lubrificante;
i) eliminar todo e qualquer vazamento no sistema;
l) se o resfriador for circulado por água do mar, manter limpo
ralo da bomba de água salgada;
l) colher amostra de óleo dos sistemas de lubrificação com a
periodicidade indicada;
m) realizar troca do óleo quando requerido;
n) manter engraxados os pontos que são requisitados.
REFERÊNCIAS
50
PALEN, J. W., Exchanger Design Handbook, Ed. G. F.
Hewitt, Begell House, 2008.
51
52
3 MANUTENÇÃO CORRETIVA E CORRETIVA
PLANEJADA PARA EQUIPAMENTO DE
PROPULSÃO AZIMUTAL
André Luis Do Nascimento
Fábio Costa Dos Santos
Vagner Oliveira Da Silva
Maryson Silva
RESUMO
53
transmissão Z-drive. Hoje em dia as propulsões azimutais estão
disponíveis no mercado com potência de até 6190 KW.
54
3.1 INTRODUÇÃO
55
equipamentos e da qualidade dos processos, sem investimentos
adicionais.
56
de peças ou substituição do próprio equipamento. A Manutenção
corretiva pode ser dividida em duas classes:
57
Figura 1 – Azimutal em docagem de 5 anos
58
Serão feitos 2 estudos de cada caso nestes cinco anos
referenciando as manutenções que este artigo se propõe em uma
determinada embarcação. Entretanto, se faz mandatório
contextualizar as manutenções preventivas e corretivas planejadas
que deverão ser feitas em uma docagem de Classe a cada cinco anos
na propulsão azimutal: Checagem e substituição dos selos dos
eixos dos propulsores, selos dos tubos de manobra e selos do eixo
de entrada; Checagem da condição das engrenagens através das
portas de visita; Efetuar limpeza e pintura das partes mergulhadas
do azimutal de acordo com o tratamento de pintura recomendado
pelo fabricante do equipamento; Substituir anodos de zinco do
azimutal; Checar função dos pressostatos dos filtros hidráulicos e
bomba hidráulica.
59
Figura 3 – Azimutal instalado em uma embarcação
3.4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
63
64
4 CONFIGURAÇÃO DO SISTEMA
HIDRÁULICO DE UM PROPULSOR
AZIMUTAL
Aroldo Ranier Bezerra de Macêdo
Júlia Martins Lira de Albuquerque
Márcio Estumano Bastos
Aélcio de Jesus Monteiro dos Santos
RESUMO
65
4.1 INTRODUÇÃO
66
4.2 CONFIGURAÇÃO DO SISTEMA HIDRÁULICO DA
PROPULSÃO AZIMUTAL
68
4.3.1 Unidade de potência hidráulica (HPP)
a) Tanque
Sua função primária é armazenar o óleo hidráulico.
b) Filtro de retorno
Sua função primária é manter a devida condição limpa do
óleo. Pode ter uma válvula de by-pass a ser acionada numa situação
em que o filtro esteja contaminado por impurezas. Em alguns
sistemas, esse elemento pode ser montado numa configuração de
filtro duplex, o que permite que a manutenção seja realizada em um
filtro enquanto o outro continua a filtrar o óleo com o equipamento
em operação.
c) Bombas
Sua função primária é prover óleo hidráulico aos demais
componentes do sistema. Essa unidade é composta por uma bomba
de deslocamento variável, motor elétrico e painel elétrico, através
do qual é possível selecionar sua operação remota ou local.
d) Trocador de calor
Sua função primária é manter o óleo em sua temperatura
operacional. É composto por tubulações de entrada e saída de óleo,
tubulações de entrada e saída de água doce, elementos de troca de
calor e uma válvula de by-pass para protegê-lo contra pressões
excessivas.
70
f) Bloco de válvulas de contrabalanço
A principal função do bloco é prevenir a cavitação nas
unidades hidráulicas de transmissão. Sua função secundária é
prevenir o movimento descontrolado do propulsor como uma
consequência de possíveis cargas negativas. É formado por
válvulas de contrabalanço pilotadas, que permitem um movimento
de leme suave e controlado e previnem movimentos inesperados
causados por forças externas; válvula de segurança, que impede o
acúmulo de uma pressão excessiva de óleo; e válvulas de retenção,
que controlam a distribuição do fluxo de óleo dentro do bloco de
válvulas. A representação deste bloco pode ser verificada na Figura
2.
75
Uma vez que o comando manual é acionado, não há controle
sobre a velocidade de leme. É estimado que o “thruster” rotacione
aproximadamente 15 graus por segundo.
O procedimento de operação de emergência deve ter
instruções claras fixadas no compartimento e no passadiço e deve
ser verificado e testado todas as vezes antes do navio suspender,
uma vez que esteja atracado no porto, e pelo menos uma vez a cada
três meses, de acordo com o que é estabelecido no capítulo 5,
referente à segurança da navegação, da Convenção Internacional
para Salvaguarda da Vida Humana no Mar (SOLAS).
76
4.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
77
78
5 PROPULSOR AZIMUTAL: DESEMPENHO EM
POSICIONAMENTO DINÂMICO E EM NAVEGAÇÃO
RESUMO
O objetivo deste trabalho é evidenciar a proeminência do
azimutal em operações de Posicionamento Dinâmico (DP) e em
navegação. Para isso são feitos comparativos dos resultados
práticos com de outros trabalhos relativos ao tema. No primeiro
caso demonstra-se através de testes a eficiência de um azimutal em
anular a resultante das forças que agem sobre uma embarcação do
tipo Super AHTS (Anchor Handling, Tug and Supply) em três
cenários propostos. No segundo caso, comparam-se o consumo de
óleo combustível durante a navegação de embarcações do tipo DM
(diesel-mecânica) e do tipo DE (diesel-elétrica), a fim de confirmar
o impacto no consumo, ocasionado pelas múltiplas transformações
de energia mecânica e elétrica que os diferentes sistemas
apresentam. Os resultados confirmaram a eficiência do azimutal
em DP, e a maior perda de energia na aplicação de propulsão
principal.
79
5.1 INTRODUÇÃO
A exploração de petróleo em águas mais profundas conferiu
às embarcações a necessidade de utilizar um sistema para manter a
posição e o aproamento mesmo nas condições mais adversas. O
sistema de posicionamento dinâmico (DP) possui elevado grau de
proficiência, e entre os diversos motivos destacam-se os avanços
tecnológicos da propulsão azimutal.
Com o desígnio de examinar a eficiência energética em
termos de potência demandada pelo Azimutal em posicionamento
dinâmico, tem-se como objetivo perscrutar a premissa a seguir:
a) O azimutal torna a embarcação mais eficiente em
posicionamento dinâmico.
Em contrapartida, embarcações com o sistema de propulsão
principal diesel-elétrico apresentam menor eficiência de consumo
de combustível durante a navegação. Objetiva-se verificar a
seguinte premissa com embasamento em medições por sistema de
telemetria:
b) Embarcações com propulsão diesel-elétrica são menos
eficientes durante a navegação quando comparadas ao sistema
propulsivo convencional diesel- mecânico.
No decorrer do artigo são apresentados os fundamentos
básicos do DP para uma correta análise e compreensão dos
resultados medidos, além da eficiência energética dos diferentes
sistemas propulsivos abordados para comparação no modo de
navegação.
80
complexa de sensores (posição, aproamento, atitude, e monitoração
ambiental), atuadores (leme e propulsores), gerenciados por
computadores centrais responsáveis por executar os algoritmos de
controle e gerar uma resposta contrária das forças (vide Figura 1)
que atuam sobre a embarcação.
Figura 1 - Movimentos Livres.
82
Figura 3 - Curva de capabilidade
83
Figura 4 - Subsistemas do posicionamento dinâmico
84
Filtro Kalman. O diferencial é que o filtro Kalman consegue prever
movimentos futuros, assim antecipa a reação do sistema.
O subsistema de geração é responsável também pela
distribuição de energia para o sistema de posicionamento dinâmico.
Por fim, o subsistema de propulsão é responsável pelo
controle dos propulsores para que a embarcação mantenha a
posição. Os propulsores podem ser do tipo: azimutal, linha de eixo
e propulsores em túneis.
Fonte: Wärtsilä
85
Figura 6 - Propulsão diesel mecânico
Fonte: Wärtsilä
Fonte: Wärtsilä
86
desempenho em anular a força resultante calculada pelo sistema de
controle. O cenário “Bow desabilitado” foi criado para a análise da
eficiência do Azimutal sem o auxílio do Bow thruster, e
posteriormente ser comparado com o cenário “Azimutal
desabilitado”, que avalia o sistema sem o auxílio do Azimutal.
Os cenários e descrições dos testes são apresentados na
Tabela 1. É importante destacar que em todos os cenários a
embarcação respeita os limites da curva de capabilidade, mesmo
naqueles em que há algum thruster desabilitado.
87
Figura 8 - Posição dos propulsores na embarcação AHTS
88
Tabela 2 - Especificações técnicas do azimuth thruster
ROLLS ROYCE AZIMUTH THURSTER TCNS 92/62-220 SWING-UP
PRIME MOVER
89
Tabela 3 - Especificações técnicas do bow thruster
ROLLS ROYCE TUNNEL THURSTER 2400 DPN FP
PRIME MOVER
90
5.4.1.1 Resultados dos testes em DP
Os testes foram realizados com o AHTS no modo de
operação em que a propulsão principal é diesel-elétrica (motor
híbrido em funcionamento), e conforme observado nos apêndices
A, C e E de interface gráfica do operador DP. A embarcação foi
posicionada nos três cenários para sofrer influência do vento
diretamente na proa em bombordo (vetor resultante na cor verde,
direção 025°), forçando o Azimutal e/ou o Bow a agirem para
manter a posição e propiciar a obtenção dos resultados. No
momento dos testes foram registradas as telas do supervisório do
sistema de gerenciamento de energia, apêndices B, D e F para
computarem as demandas de potência instantâneas de todos os
thursters. Observam-se na Tabela 4 os resultados dos três cenários
bases.
Tabela 4 - Resultados dos propulsores
Resultante Carga (kW)
Cenário
Força Ângulo Azimutal Bow Todos os Total do
(ton) (graus) Propulsores PMS
91
Tomado como parâmetro o cenário denominado “íntegro”,
no qual o Azimutal e o Bow trabalham em conjunto, obtém-se um
comparativo com os demais cenários da potência instantânea
demandada pelos thrusters, e assim, interpretar sua ação de
anulação do vetor de força média igual a 7 toneladas-força (direção
350°) visto nos três casos. Percebe-se que nas colunas de
“Resultante de Força” e “Ângulo da Resultante”, todos os cenários
apresentam valores aproximados, o que permite tais comparações
de thrusters. As Potências instantâneas somadas pelos thrusters
laterais (bow e dois stern thrusters), azimutal e propulsores
principais são computadas na coluna denominada “Todos os
Propulsores”. A coluna “Carga Total do PMS” compreende toda
carga instantânea consumida pelas cargas da embarcação.
Destaca-se que no cenário “Bow Desabilitado”, o Azimutal
é demandado em apenas 406 kW, enquanto no cenário “Azimutal
Desabilitado” o Bow necessita de 521 kW para condições
similares, ou seja, 28,32% a mais de potência para anular a
resultante de 7 toneladas-força na embarcação. O reflexo na carga
total no PMS é de aumento de 19,87%, e a carga em todos os
thrusters incluindo a propulsão principal, cresce em 18,0%.
Portanto, verifica-se a maior eficiência em termos de consumo de
energia elétrica e, por conseguinte, de combustível, quando utiliza
o Azimutal. Entre os cenários “íntegro” e “Bow Desabilitado”,
observam-se na coluna de “Carga Total no PMS” valores próximos,
o que corrobora com a vantagem de eficiência operacional do
Azimutal em relação a um Bow tunnel thruster.
As vantagens de desempenho do Azimutal se justificam pela
sua capacidade em girar 360° em torno do próprio eixo, de maneira
que se contrapõe na mesma direção das forças exógenas atuantes.
O tunnel Bow por sua vez é fixo, fazendo com que dispenda de
maior potência para auxiliar a anulação da força resultante
decomposta. Os cenários foram criados para possibilitar a
comprovação e sustentação da hipótese da notoriedade do azimutal,
porém, enfatiza-se que o tunnel thruster é indispensável para a
operação, uma vez que possui custos de aquisição e manutenção
92
menores que o Azimutal. Por meio dos resultados evidencia-se que
em DP uma embarcação que possui azimutal apresenta melhor
desempenho em termos de eficiência de energia.
A DM 9-10 12,8
B DM 9-10 11,98
C DM 9-10 12,51
D DM 9-10 11,73
E DE 9-10 15,0
F DE 9-10 14,0
93
embarcações consideradas, constatou-se a veracidade da premissa
“b”. Barcellos (2012) está em linha com as variações de consumo,
ou seja, a maior perda das conversões de energia em um DE,
confere a um DM uma navegação mais econômica.
Não foram considerados para a comparação: condições
ambientais, fator de correção para os diferentes cascos, a última
realização de limpeza de casco, idade da embarcação e nem a
última docagem. O trabalho limitou-se a comparar os consumos
médios obtidos entre embarcações de mesma arqueação bruta em
atividades similares e pertencentes à mesma frota.
5.5 CONCLUSÃO
Expostos com objetividade os aspectos gerais do azimutal,
enfatizou-se sua proeminência e desempenho, assim como sua
integração no sistema propulsivo, seja como retrátil na proa,
encarregado de manter a posição e o aproamento de embarcações
durantes as manobras, seja como propulsão principal. Comprovou-
se sua eficiência durante o posicionamento dinâmico, e muito
embora, menos econômico para a navegação, se mostra superior
em eficiência e manobrabilidade.
No âmbito global considerando o tempo elevado em
operações em DP para as embarcações DE, a melhor opção
propulsiva principal é com o azimutal. O resultado do trabalho
permite ainda a compreensão da quase unânime escolha de sistemas
híbridos para AHTS, pois as elevadas perdas de uma propulsão
puramente DE implicaria em uma maior potência instalada de
propulsão, e os custos se elevariam frente à opção mecânica.
Este artigo oportuniza novas pesquisas correlacionadas,
sugere-se para melhores análises, o registro dos parâmetros
elétricos dos thrusters, a análise do tempo de resposta dos diferentes
sistemas, bem como a representação dos vetores de força
decompostos, e assim identificar os propulsores responsáveis pela
anulação. Para o estudo de consumo em navegação, podem-se
94
aplicar fatores de correção para efetuar comparações mais precisa
e conclusões que auxiliem a maior eficiência da navegação e menor
emissão de gases nocivos.
REFERÊNCIAS
BARCELLOS, R. O sistema híbrido de propulsão como
uma alternativa viável aos sistemas diesel-elétrico e diesel-
mecânico. [S.1.]: 24º Congresso Nacional de Transporte
Aquaviário, Construção Naval e Offshore, 2012.
COSTA, Eraldo. Familiarização Icon DP. Rolls Royce
(Para Oficiais de Máquinas) Ver. 3, 2019.
ROLLS-ROYCE. Rolls-Royce Azimuth Thrusters:
Aquapilot Control System Service Manual. 2011. Finlândia:
Rauma, 2011.
ROLLS-ROYCE. Rolls-Royce ICON DP:
Capability/Wind plots REV. C. 2008. Finlândia: Rauma, 2008.
WARTISILA. Marine Products. Dispelling the myth of
high losses in modern electrically enhanced propulsion systems
Disponivel em:
https://www.Wärtsilä.com/insights/article/dispelling-the-myth-of-
high-losses-in-modern-electrically-enhanced-propulsion-systems
Acesso em: junho 2022.
95
APÊNDICE A – GUI (Interface Gráfica do Usuário) Sistema
Íntegro
96
APÊNDICE C – GUI (Interface Gráfica do Usuário) Sistema Bow
Desabilitado
97
APÊNDICE E – GUI (Interface Gráfica do Usuário) Sistema
Azimutal desabilitado
98
6 TROUBLESHOOTING: A IMPORTÂNCIA NA
SEGURANÇA OPERACIONAL
RESUMO
99
6.1 INTRODUÇÃO
6.2 DESENVOLVIMENTO
103
Tabela 2 - DEFEITOS DA UNIDADE DE
PROPULSÃO GERAL
PROBLEMA POSSÍVEIS CAUSAS SOLUÇÕES
Nível excessivo de A unidade de propulsão não Reparar a unidade
óleo de lubrificação está estanque; entrada de água de propulsão.
na unidade de na unidade de propulsão
propulsão
104
PROBLEMA POSSÍVEIS CAUSAS SOLUÇÕES
Continuação: Parafusos de fixação na Aperte os parafusos
Unidade de entrada de energia soltos de fixação com o
propulsão emite torque de aperto
ruídos anormais especificado.
durante a operação
Hélice danificado Reparar a unidade
de propulsão.
Corpos estranhos entre a Remova os corpos
hélice e a caixa de estranhos. Se
engrenagens subaquática necessário, reparar a
unidade de
propulsão.
Corpos estranhos na área do Remova os corpos
hélice e do túnel estranhos. Se
necessário, reparar a
unidade de
propulsão.
Rolamentos ou rodas dentadas Reparar a unidade
com defeito de propulsão.
105
Tabela 3 - LINHA DO SISTEMA – RUÍDOS ANORMAIS
PROBLEMA POSSÍVEIS CAUSAS SOLUÇÕES
Cavitação no Filtro entupido Substitua o filtro.
sistema hidráulico Corpos estranhos na linha de Lave a linha do
sucção sistema.
Vazamento na linha de Selar os
sucção; o ar está sendo vazamentos.
aspirado
Demasiadas curvas na linha Reinstale a linha
de sucção de sucção ou use
um diâmetro
nominal maior.
Linha de sucção muito longa Encurtar a linha de
sucção; melhorar o
roteamento da
linha rígida.
Linha rígida danificada ou Repare ou
linha de mangueira dobrada substitua a linha
na linha de sucção rígida, substitua a
linha da
mangueira e, se
necessário,
melhore o
roteamento da
linha rígido e da
linha de
mangueira.
Válvula parcialmente Certifique-se de
fechada na linha de sucção que o óleo pode
fluir através da
válvula (ex:
verificar posição;
limpar a válvula).
106
PROBLEMA POSSÍVEIS CAUSAS SOLUÇÕES
Continuação: Óleo errado Verifique o óleo
Cavitação no utilizado; observar
sistema hidráulico as especificações
do óleo.
A velocidade da bomba Verifique a
hidráulica é muito alta velocidade do
motor hidráulico
(observe o
diagrama do
circuito hidráulico).
Formação de Nível de óleo muito Verifique o nível
espuma ou ar preso baixo do óleo e
no óleo preencha-o, se
necessário.
Reservatório foi Verifique o local
instalado no lugar errado de instalação e
realize a
mudança do
reservatório, se
necessário.
Óleo errado Verifique o óleo
utilizado;
observar as
especificações
do óleo.
Purga inadequado Coloque a linha
de ventilação
corretamente e
purgue a linha do
sistema.
Vazão de entrada e Filtro entupido Substitua o filtro.
saída muito
altas/muito baixas
107
PROBLEMA POSSÍVEIS CAUSAS SOLUÇÕES
Vibração mecânica Desbalanceamento entre Verifique o
motor hidráulico e bomba alinhamento e o
hidráulica acoplamento;
verificar o desgaste
e reparar ou
substituir, se
necessário.
Vibração na linha rígida Verifique as peças
de fixação e aperte
ou melhore a
situação de
instalação.
Linha rígida instalada de Melhore o
forma errada roteamento da linha
rígida.
Bomba hidráulica danificada Repare ou substitua
ou defeituosa a bomba hidráulica.
Motor hidráulico danificado Reparar ou
ou defeituoso substituir o motor
hidráulico.
Válvula de alívio de pressão Verifique a
instável (batendo) configuração e
ajuste, se
necessário, ou
substitua a válvula
de alívio de
pressão.
Válvula de retenção Substitua a válvula
danificada ou defeituosa de retenção.
Parafusos de fixação no Aperte os parafusos
suporte do motor soltos de fixação.
Bomba hidráulica danificada Repare ou substitua
ou defeituosa a bomba hidráulica.
108
Tabela 4 - LINHA DO SISTEMA - NENHUMA
PRESSÃO DE ALIMENTAÇÃO OU PRESSÃO DE
ALIMENTAÇÃO INSUFICIENTE
109
PROBLEMA POSSÍVEIS CAUSAS SOLUÇÕES
111
Tabela 6 - LINHA DO SISTEMA - NENHUM ÓLEO
ALIMENTANDO O ATUADOR
112
Tabela 7 - TECNOLÓGIA DE MEDIÇAO E
CONTROLE
113
PROBLEMA POSSÍVEIS CAUSAS SOLUÇÕES
Sinal de ponto zero Sobrecarga mecânica Substitua o
muito alto ou muito equipamento de
baixo medição e controle.
Curva característica Sobrecarga mecânica Recalibrar o
do sinal não linear equipamento de
medição e controle.
Sinal de entrada Linha de sinal interrompida ou Verifique a linha de
ausente no defeituosa sinal.
equipamento de
medição e controle
114
Com a finalidade de dar sustentabilidade e importância a essa
ferramenta e trazê-la de forma prática, será descrito um caso real
presenciado por um oficiai de máquinas oriundos do curso de
aperfeiçoamento de máquinas que utilizando dessa ferramenta e de
conhecimentos adquiridos pela prática e experiência, conseguiu
identificar e atuar agilmente baseado no troubleshooting,
preservando a segurança de seus tripulantes e evitando danos mais
graves ao equipamento.
115
6.4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
116
Shottel. 2013. Service Manual Rev.2, 2013-01-28. Shottel,
Spay, Alemanha.
117
118
7 PROPULSOR AZIMUTAL E SEU SISTEMA
SUPERVISÓRIO
Renato Mendonça Machado
Fernando Dantas de Santana Junior
Ruany da Costa Andrade
Marcelo Nunes
RESUMO
119
resulta na necessidade de desenvolver sistemas de alerta mais
inteligentes com recursos sofisticados de gerenciamento de alarme.
120
7.1 INRODUÇÃO
122
7.3 SISTEMA SUPERVISÓRIO
7.3.1 Motivação
124
7.3.2 Estado da arte
127
7.3.4.1 Sistemas de alarme e alertas de embarcação marítima
128
Figura 2 – Estrutura de um sistema de monitoramento e controle
de alertas
129
7.3.4.2 Gerenciamento de alarme e sistemas de alarme
inteligente
a) AGRUPAMENTO DE ALARMES:
Os alertas são agrupados para que um alerta de um
determinado grupo possa exibir vários eventos de iniciação de um
sistema. Desta forma, outros alertas do mesmo grupo não são
necessários para exibição para o operador.
b) PRIORIZAÇÃO DE ALARMES:
Os alertas são priorizados de acordo com seu nível de
importância e criticidade. Alertas com prioridade mais alta são
130
preferíveis a alertas de prioridade mais baixa, o que facilita o
trabalho do operador.
c) PRATELEIRAS DE ALARME:
Uma função com a qual o operador pode impedir
temporariamente um alerta de incômodo seja exibido.
d) SUPRESSÃO DE ALARME:
Um critério lógico é usado para suprimir um alerta que não
deveria ter ocorrido mesmo que a medição do processo tenha
excedido um limite de alarme. Isso é benéfico, por exemplo, se os
alertas forem indicados de sistemas que estão fora de serviço.
1) ALARME DE EMERGÊNCIA:
Alarme indicando que perigo imediato para a vida humana
ou para o navio e suas máquinas existem e que medidas imediatas
devem ser tomadas.
2) ALARME:
O alarme é uma alta prioridade de um alerta, indicando uma
condição que requer atenção e ação imediata, para manter a
navegação e a operações seguras do navio.
131
3) AVISO:
Indicando condição que não requer atenção ou ação imediata.
Apresentado por razões de precaução para conscientizar sobre as
condições alteradas que não são imediatamente perigosos, mas
podem se tornar se nenhuma ação for tomada.
4) CUIDADO:
Trazendo a consciência de uma condição que não justifica
um alarme ou condição de advertência, mas ainda requer atenção
fora da consideração comum da situação ou da informação dada.
132
A lista de sinais é formada por um engenheiro de automação
e utilizada pelo sistema de automação do fabricante quando o
sistema de automatização é programado e implementado. Os sinais
contêm várias informações, como uma etiqueta ou ID do
equipamento, nome/descrição do equipamento, limites de alarme e
assim por diante. Um exemplo de alguns sinais de alerta de uma
lista de sinais de E/S é dado na Figura 3.
134
Figura 5 – Grupos Principais do Grupo SFI “SFI Group System
Main Groups”
1) Geral do navio:
Para detalhes que não são nenhuma função específica a
bordo, por exemplo, em geral, arranjo, lançamento ou doca seca.
2) Casco:
Proteção do casco, superestrutura e material da embarcação.
135
3) Equipamentos para carga:
Equipamentos e máquinas de carga, incluindo sistemas para
volume da embarcação, sistemas de carga/descarga, guinchos de
carga e escotilhas.
4) Equipamento do navio:
Equipamento e maquinaria específicos do navio, por ex. Para
navegação, manobra, ancoragem, comunicação ou pesca.
REFERÊNCIAS
139
DESAI-PATIL; VIRENDRA; ABHISHEK A.; Bhushan
R.; MAHAJAN; SUSHMITA B. A Review of Azimuth Thruster.
Indian Journal of Medical Ethics 2, 2015. p. 38-41.
140
FOONG, O. M.; SULAIMAN, S. B.; RAMBLI, D. R. B.
A.; ABDULLAH, N. S. B. ALAP: Alarm Prioritization System For
Oil Refinery. Proceedings of the World Congress on Engineering
and Computer Science. U.S.A.: San Francisco, 2009. v. 2.
141
hat%20it%20is%20Oct%20 2013_Web.pdf>. Acesso em: 11 de
junho 2022.
144
<https://www.royalcaribbeanpresscenter.com/fact-
sheet/31/symphony-of-the-seas/>. Acesso em: 03 de junho de
2022.
146
8 ENGRENAGENS APLICADAS AO SISTEMA
DE GIRO DOS AZIMUTAIS.
Danilo de Lima Saraiva Filho
Fernando José da Silva Júnior
Renato Soares Marinho
Washingon Cordovil
RESUMO
147
8.1 INTRODUÇÃO
150
8.2.3 Azimutal do tipo azipod ou podded
151
8.3 SISTEMA DE ENGRENAGENS
d02 z2 ω1 f1 n1 MT2
i= d = = = = = M
01 z1 ω2 f2 n2 T’1
Onde,
I relação de transmissão
d01 diâmetro primitivo do pinhão
d02 diâmetro primitivo da coroa
z1 número de dentes do pinhão
z2 número de dentes da coroa
ω1 velocidade angular do pinhão
ω2 velocidade angular da coroa
f1 frequência do pinhão
f2 frequência da coroa
n1 rotação do pinhão
n2 rotação da coroa
MT’1 torque do pinhão
MT’2 torque da coroa
152
Logo, temos que:
153
8.3.1.1 Lei fundamental de engrenamento
154
8.3.1.3 Folga de engrenamento
155
É possível prevenir o adelgaçamento e a interferência
evitando-se utilizar engrenagens com um número de dentes
reduzidos. Ao utilizarmos o pinhão com um número grande de
dentes, os mesmos devem ser pequenos em comparação ao seu
diâmetro e à medida que a quantidade de dentes é reduzida para um
diâmetro fixo do pinhão, os dentes serão maiores. O dedendo, em
algum ponto, irá exceder a distância radial entre a circunferência
de base e a de referência ocasionando a interferência. Afim de
evitarmos a interferência, o número mínimo de dentes do pinhão é
calculado pela seguinte fórmula:
Nmin = 2 / sen2 Φ
Onde:
156
Figura 06: Interferência e adelgaçamento dos dentes abaixo da
circunferência de base.
157
Tabela 02: Equivalência e composição
Composição %
SAE/AISI Villares DIN
C Ni Cr Mo Mn Si P S
1020 VT-20 C-22 0,20 --- --- --- 0,30 --- 0,04 0,05
1040 VT-40 --- 0,40 --- --- --- 0,70 --- 0,04 0,05
1050 VT-50 C-53 0,50 --- --- --- 0,70 --- 0,04 0,04
3145 --- --- 0,45 1,45 0,75 --- 0,90 0,30 0,04 0,04
3150 --- --- 0,50 1,50 0,75 --- 0,90 0,30 0,04 0,04
4320 VM-20 --- 0,20 1,80 0,50 0,25 0,60 0,30 0,04 0,04
4340 VM-40 --- 0,40 1,80 0,05 0,25 0,70 0,30 0,04 0,04
8620 VB-20 21NiCrMo2 0,20 0,60 0,50 0,20 0,80 0,30 0,04 0,04
8640 VB-40 --- 0,40 0,60 0,50 0,20 0,90 0,30 0,04 0,04
Onde:
D – Diâmetro da esfera
Di – Diâmetro da impressão
F – Carga em kgf
158
A tabela abaixo mostra alguns valores de ensaios de alguns
aços utilizados na fabricação de engrenagens.
159
frequência de 60 Hz, com relação de engrenagem 11/36 com saída
de velocidade no propulsor de 1.190 rpm. Com a utilização dos
dados obtidos através da especificação do projeto elaborado pelo
fabricante, torna-se possível conhecer melhor as características da
engrenagem utilizada, contudo os fabricantes não fornecem os
dados por manter em segredo industrial. Na figura a seguir
podemos identificar o sistema de engrenagem para realização do
giro de 360º em torno do seu eixo vertical.
REFERÊNCIAS
161
[tradução técnica: João Batista de Aguiar, José Manoel de Aguiar].
– 8. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: AMGH, 2011
162
9 SISTEMA MECÂNICO DE TRANSFERÊNCIA
DE MOVIMENTO DE UM PROPULSOR
AZIMUTAL
Bruno Ricardo Arantes Martins
Robson Couto Rocha
Nivaldo Ferreira Vidal
Aélcio De Jesus Monteiro Dos Santos
RESUMO
163
9.1 INTRODUÇÃO
Fonte: schottel.de
164
elétrica, como são os modelos Azipod que fazem tanto a propulsão
quanto a manobrabilidade por intermédio de motores elétricos.
Contudo, apesar de se variar a fonte inicial de energia
motora, a sequência lógica de sistemas mecânicos é muito similar
em qualquer que seja o modelo. Todos eles contam com
composições de eixos, acoplamentos e engrenagens para tornar
viável a transmissão. Razão pela qual esse trabalho tem como
principal foco estudar a transmissão de movimento de modo a
entender o fluxograma de transferência de energia que começa em
um motor e termina no propulsor, sendo esses conhecimentos
aplicáveis em qualquer que seja o modelo de propulsão azimutal.
165
Figura 2 - Esquemático de um SRP
166
Para os fins a que se destina este artigo, focaremos apenas
nos componentes que dizem respeito à transmissão que são:
bombas de óleo; eixo propulsor; eixo de transmissão de força e
motor do governo.
167
9.4 FUNCIONAMENTO
168
No exemplo da ilustração anterior, um tambor de cilindro
com um cilindro é adaptado com um pistão. A placa de
deslizamento é posicionada a um certo ângulo. A sapata do pistão
corre na superfície da placa de deslizamento.
169
Figura 6 – Mecanismo de funcionamento Bomba de pistão
axial
170
Outros tipos de bombas de pistão são as bombas de eixo inclinado
e as de pistão radial.
O disco de comando (Swashplate), é um disco, normalmente
de prata, que controla o movimento dos pistões, seu princípio de
funcionamento se dá através de um servo-pistão que impõe
rotações em torno do eixo imaginário que passa pelo centro do
disco e é paralelo à sua superfície, enquanto que o eixo da bomba
impõe rotação no disco em torno de si mesmo. A inclinação angular
imposta pelo servo pistão é a variável fundamental que permite
controlar o volume de descarga de óleo, podendo ser aumentada ou
diminuída dentro do seu escopo definido pelo fabricante de modo
a atender a demanda de pressão e vazão no circuito hidráulico.
O movimento cíclico de inclinação do disco de comando,
onde estão conectados os deslizadores, faz com que os pistões
trabalhem harmonicamente e de forma síncrona, de modo que parte
dos cilindros estejam em ponto morto superior e a outra parcela
esteja em ponto morto inferior, garantindo uma vazão constante e
sem excesso de vibrações mecânicas na descarga da bomba. Parte
do óleo succionado pela bomba, é destinado às interfaces do bloco
de cilindros, deslizadores e prato de comando com finalidade de
refrigerar o circuito e manter a lubrificação.
173
● Distribuição de óleo nas linhas do eixo: Um eixo separado
transporta a caixa de distribuição de óleo e eixos intermediários
adicionais podem ser dispostos entre o eixo do hélice e o eixo da
caixa de distribuição de óleo;
174
entanto, o ponto A' foi derivado do ponto A', que, com a lâmina na
configuração do projeto, estava em um raio r1 (r1 < r). Da mesma
forma com o ponto C′, pois este se originou do ponto C″ em um
raio r2 (r2 < r). Consequentemente, a seção helicoidal A′BC′ de raio
r torna-se uma seção composta contendo elementos de todas as
seções de projeto originais em raios dentro do intervalo r a r2
assumindo r1 > r2. Essas distorções são ainda mais acentuadas pela
distribuição radial do ângulo de passo da lâmina, causando uma
torção efetiva das bordas dianteira e traseira da seção. Um
argumento semelhante se aplica ao caso em que o ângulo de
inclinação é aumentado em relação ao valor do projeto. Este último
caso, no entanto, é normalmente de natureza bastante trivial do
ponto de vista da seção de definição, uma vez que as mudanças de
tom nessa direção raramente excedem 4-5°.
175
Abaixo seguem algumas vantagens e desvantagens entre o
propulsor de passo controlado (PPC) e o propulsor de passo fixo
(PPF):
Fonte: Controllable Pitch Propeller (CPP) Vs Fixed Pitch Propeller (FPP) (marineinsight.com)
176
Agora, vejamos algumas desvantagens:
REFERÊNCIAS
178
10 MANUTENÇÃO PREDITIVA DO
PROPULSOR AZIMUTAL
Katia Cristina Dias Almada
Carlos Alberto Ramos do Nascimento
Mateus Porfirio Montani
Maryson Silva
RESUMO
179
10.1 INTRODUÇÃO
181
descobertas através da taxa de variação das forças dinâmicas
geradas.
183
É portátil, mais resistente ao meio ambiente, tem maior
capacidade de memória e maior autonomia. Pois possui quatro
canais e entrada triaxial simultânea com entrada de tacômetro
separada que permitem uma coleta de dados mais rápida e mais
abrangente, sem aumentar o tempo de coleta.
Tal processador de dados é robusto e de alta velocidade,
capturando medições dinâmicas (de vibração) e estáticas (de
processos), dentro e fora de rotas, de várias fontes.
184
móveis do Sistema Azimutal. Desta forma, fazendo-se uma análise
preditiva vibracional, é possível fazer com que o armador do navio
possa fazer paradas de manutenções programadas.
185
Figura 3: Posição dos Sensores
1 = Motor NDE Axial
2 = Motor DE Radial
3 = Caixa de engrenagens axial
4 = Radial da Caixa de Engrenagens
5 = Motor NDE Radial/ Sensor 21053
6 = Radial da Caixa de Engrenagens 2/
Sensor 21054
186
Figura 4- Modelo de relatório de vibração
10.3.1 Termografia
188
Figura 5: Base de um fusível com discrepância na temperatura.
189
Figura 6: Painel do conversor de frequência ABB AC 6000
Fonte: ABB
190
Figura 7: Exemplo de um vazamento aceitável no banco de
capacitores.
Fonte: IEEE43
192
Tabela 3- Acompanhamento da resistência de isolamento de um
thruster azimutal
Fonte: ABB
193
10.4 ANÁLISE DE ÓLEO (TRIBOLOGIA)
194
A amostra flui no analisador através de uma célula de
medição. A absorção de luz infravermelha é medida quando o óleo
flui entre a fonte infravermelha e o detector.
O teor de água é medido usando dois comprimentos de ondas
diferentes. Um deles (canal de medição) é absorvido pela água e o
outro (canal de referência) não é absorvido.
A seleção de comprimentos de onda infravermelhos é
realizada com filtros de passagem estreita colocando na frente do
detector de cada canal. Os sinais de medição dos detectores são
amplificados nos pré-amplificadores e então alimentados na
unidade de processamento eletrônico onde o teor de água é
calculado.
O teor de água no óleo pode ser medido em todos os óleos de
base mineral, segundo manual do equipamento.
195
Tabela 4: Amostra de óleo lubrificante para determinação de teor
de água
Fonte: www.directindustry.com
196
10.4.2 Como coletar amostras de óleo
1. Remova o cap de
proteção.
2. Enrosque a mangueira
de medida de pressão no
ponto de medida enquanto
o Aquamaster estiver
funcionando e lave com
óleo vindo do sistema, para
um recipiente.
3. Lave um recipiente
limpo com óleo.
4. Recolha o óleo no
recipiente
(aproximadamente 1 litro).
197
7. Se a amostra for
analisada a bordo:
8. Compare a amostra com
óleo novo, visualmente e
pelo cheiro.
9. Se a cor ou cheiro
mudou claramente, ou de
tem impurezas, troque o
óleo.
198
5. Conecte a mangueira para retirar a amostra.
199
10.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
200
REFERÊNCIAS
202
203