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7 GAZ ETA D E MATEMATICA

Alguns teoremas sobre limites de sucessões


por M. A. Fernandes Costa

A Gazeia de ífalemâtica, «jornal dos estudantes — A) > 0 e x ^ - ^ s / k + x „ < . ^ è portanto


das escolas superiores», prestará a estes um bom ser- K 1 1 + t >aj„ e a c „ + t < í , isto è, a sucessão é crescente e
viço sempre que possa facilitar-lhes o estudo de limitada. E , por ser lim ac,[+.| = lim x„, a sucessão
algum eapitulo importante das Matemáticas. converge para \ =
Eis por que julgamos de interesse reunir aqui Semelhantemente se provaria que, quando a,>-Ë ; a
alguns resultados da teoria dos limites, fundamental sucessão é decrescente e tende também para % .
na Análise moderna. Basta recordar que a teoria das
sucessões está na base da doutrina das séries e que Por exemplo, 4- V i - f V 2 + ••• = 2 > vi
sto ser
estas surgem a cada passo nas matemáticas aplicadas. aqui tq—•v'B e 2.
Neste artigo encontram-se, além de observações
várias sobre técnica de cálculo, alguns teoremas que, Exemplo 3.
embora pouco divulgados, são extremamente úteis e Seja a sucessão definida pela lei de recorrência
fáceis de apreender.
+ by„ I (ay„ + b) (y, - « * > 0 , ê > 0 ) .

Mostramos que ela é crescente. De facto, a diferença


1. Sucessões monótonos. a
— y»= -r(yi—ay.~l>) tem einal contrário
Começamos por dar vários exemplos de como se ay„ 4 - b
pode tirar partido do conhecido ao do trinémio entre parênteses. Ora, feitos os cálcu-

T E O E E M A I — Ê convergente toda a sucessão monótona los , verifica-se que ( * ) -


limitada (superiormente quando crescente, inferiormente \<*y„ + o/
quando decrescente) ; nma sucessão monótona não limi- — <xj/(1 , — ft); aquele trinómio tem pois o sinal de
tada tende para o infinito {'). ?/?—a'Jt—fr——í>< 0.
A sucessão será portanto convergente ou tenderá
'Exemplo 1,
para + o o . Se existir limite finito y , este será for-
A sucessão de t. g. a ( a > J ) é monótonadecres- çosamente raiz da equação y — a ^-by j (ay+b). Como
1
cente e ^ a> 1 para todos os valores de n\ por con-
n esta admite soluções reais, a raiz positiva — (a +
sequência Mas, se fosse />-X, ter-se-ia
az>l" p a r a todos os valores de n, o que é absurdo, 4- \/a ! -f-4aí>) é o limite da sucessão dada.
visto que í"-+oo. Deverá pois ser í = l - De modo
Exemploo ; 4.
Sendo >0, 6;>0 e fazendo
análogo se provaria que y ^ a - r i com 0<a<cl.
a, — — (a + b) a-, - y K - i + *„-i)
Exemplo 2. 2 e, em geral,
Considere-se a sncessão em que cada termo está È, = |/Õ6 b, - b„_t,
ligado ao anterior pela relação
mostrar que a, e b„ tendem monotonamente p a r a um
fc.+»- v^m^T; (*>0) mesmo limite (média aritmo-geométrica de a e 6) .
designando por £ a raiz positiva da equação rf—x+k
e supondo tem-se x] — X) — i.' < 0 , donde
xl — x, + x^ e -(/CTX) deduz
Analogamente, se for x„<zí, »J+j— »£ =—(xjj —x„— -se a H > b n . Ora é fácil provar

([) Pura » Afl 'Donitr&Qfio vpja-sa, p òx ex., J. V. Gonçalves, que, sendo u «C t>, se tem u ( u + v) v e uc
tfüv < v , Daqui resulta — 4-(>„_,') < a„_, e
Curto de Jlgtòra Superior, 3.* ed. vol- [, ]tg. '•'<'>-
8 GAZETA DE MATEMÁTICA

ô„_i < V « „ - f i „ - í ) ou seja a „ < a , _ , e b, > b„_,. 2. Sucessão e n q u a d r a d a .


Quer dizer, a„ é decrescente e b„ crescente; e, por
ser a„ >• b„ , a primeira sucessão ê limitada inferior- Recorre-se frequentemente ao teorema seguinte para
mente o a segunda limitada superiormente. I-iogo, esclarecer a natureza duma sucessão:
ambas são convergentes : <i„-»a, satisfazendo Tkorema IV — Se v„ e w„ tenderem para o mestio
a. e 3 às condições « = — (* + P)> P = l/«f) i de qual- limite (finito, ou + o o ou ~co) e, de certa orden em
diante, un estiver compreendido entre v„ e w„, tenderá
quer das quais se deduz ser a = p . u„ para o mesmo limite.
Dão-se a seguir alguns teoremas que constituem Com efeito, convergindo u„ e w„ para o mesmo
titil complemento do teorema I. limite v, ter-se-á | v ] < S para n > p e |iu„ —
Teokkma I I — Se, para n n 0 , for un > 0 e u„ H .,^ — w ] < S para n>q-, e, se u„ estiver co.npreentlido
entre vn e w„ para « > m , é óbvio que também
u„ (X :> 1 ) , então url-»- + oo.
| «„—v | <; S a partir da maior das ordens m, p e q.
Com efeito, A demonstração è análoga se u,: o ion tendem con-
juntamente para + oo ou —co , No primeiro caso,
«n > X > X5 u„_} > •.. > X"--, , por es., virá ?;„ > 4 e iv„ >- a para e n>q,
e 1. "-".-* + <*=, respectivamente; e se tt„ se acbar enquadrado por
v„ e )«„ a partir da ordem m, será «„ > A quando
CoholIsio — Sendo u„ 5" O e. lim unH_] / u„ , n exceda a maior daquelas ordens.
Exemplo 8.
Porque, a partir de certa ordem, / w „ > í — i > 1 . O resultado anterior é imediatamente aplicável à
Teorema I I I — Sendo, para n n0 , | u a f l sucessão de t. g.
I ^ Ia I u n
1
(0 < |1 < 1) , então 0. +
S/n* + 1 s/re5 + 2 »« + 2» 1 '
Demonstração análoga à anterior. 5
pois (2«4-1) / / n « + 2 n + í < v„ < (2ti-I-1) / / n + l ;
Corolário — Se lim u„+! / u„=/, rum — 1 < Í < 1 , e cada uma das sucessões entre as quais u„ tlca en-
então u,-MJ. quadrada tende para 2.
Exemplo 5. Exemplo 9.
Considere-se a sucessão M„-=n' xn (xqfc0) , onde r 1
é um inteiro qualquer. H +
/íi-t-1 <Jn (« + l j \/(n + 1) ( n + 2)
Como ii, + i / n„ — [ — \ x-t- x , ti, +oo se 1

a; > - 1 e li,-« 0 se 0 ae <; 1 . Se a; = 1 , «„ + oo. +


1/ ( 2 » — 1 ) 2 t i
Supondo agora x * c O , idêntico critério mostra que
I u„ | n' \ ü 1" tendo para -f- oo se | x | 1 e para Por ser n j \/ n (n + 1) > vn > n j / ( 2 h —1) 2 n ,
zero se | x | «C 1 . A sucessão ó pois oscilante infinita
se —1 e converge para zero se - l < i < 0 , tenderá u„ para um limite entre 1 e — . Com efeito,
2
Exemplo 6. n l y n {n + 1) — 1 , n j t / ( 2 r e - l ) 2n 1/2 o é
decrescente, visto que
Para a sucessão a , = i " / » I tem-se ií n + ,/« B =
(n + 1) - > 0 , e o corol. do teor, III mostra logo í
^n f.i-M = ' —
que u„ O qualquer que seja x.
V n (n + 1)
Exemplo 7. 1 1
m ( m — 1) - • • ( » ( — 1 )
i/y«{2íi + í) 1/72 n + ííTa^rr 2)
a;*, Se m for inteiro,
v / 4 ( 2 n + 1) — j / 2 n + 2 ~ \/Zn
>0,
"• — O para n>m e lim ün = 0 . Não sendo m inteiro, \/ (2n 4- 2 ) ( 2 n -t- 1 ) 2 »
«n+í / u„=at! (m—») / (ji-f 1) -r — x e portanto é ainda
lim u„«=0 se [ x \ < 1 . como facilmente se verifica.
9 GAZ E T A D E MATEMATICA

Exemplo 10. Uni procedimento semelhante ao adoptado na de-


H
monstração de V permite resolver com facilidade
Seja a sucessão de t. g. vu — »„ , onde u „ - » a > 0 .
m u i t a s questões relativas a limites.
Provemos que v„ 1 . Com efeito, a p a r t i r de certa
h Por exemplo, se u „ - + a > - O f log t ií„ tende para o
ordem, a — í < u„ <C a + S , e p o r t a n t o ^ a — S > í R 1
valor finito logi a , e lim / t ^ - l i m ô " ' " ' " o
í l / í t + S , conforme a j l ; ora, como se viu no Ex. eomo so viu no Ex. 10. Outro e x e m p l o :
1 , c a d a u m a das sucessões e n q u a d r a n t e s tende p a r a
Exemplo 13.
X.
• T r a t a - s e pois duma generalização do resultado
Iog(«-!-1)
uu=- (n + e , visto que log «„«
tog n
Exemplo 11.
log n -I- [log (n 4-1) — lo;; «] log (1 + l/n)
3 • 5 • 7 ••• ( 2 n + I )
- 0 porque, p a r a « > 3 , • , - I +—-. ** 1 -
2 . 5 - 8 . . . (3m-1) log n log n
3 / 9\ . . 2»+l 9
u . < —- I — I (tiois _ < — vp a r a n > 3) . A d i a n t e se encontrarão mais exemplos desta técnica.
2 VlO/ 3n-l 10 ' TeoiiEiíÀ VI — S e u„ 0 , e n„ v , l,
tem-se (1 + n„)'» e'.
3. Alguns limites relacionados com o número e
K fundamental o s e g u i n t e teorema, que constitui a D e facto, pode escrever-se
u m tempo generalização dos conhecidos teoremas
sobre o limite da potência e o limite da exponencial.

TEOHEMA V — Se O, - M > 0 e D„-+V, então / 1 \ *»n


e, como l / « „ - * o o , sabe-se (l) que 1 4 - - - — )
U„ - • U* .
\ * / N* /

l^i
r
'i Em vista de V, tem-se p o r t a n t o Üm (1 4- »„)'" =
Com efeito, lim u„ = lira 6 ""fc"« — lim 6"»'"»">> —
Evidentemente, se ti„ v„ - * -j- w , (1 u,,)"» —• ° ° ;
— b" '"»i.*— b'^ •= a*. quando i(„ v„ -*• — oo, (1 -f«,,)"» 0.
Claro que, sendo u fíniío e —»• l J—1 owo° , «„''« -»
COROLÁRIO — Se x„-»s e ti„-rca, lim ( l + xn/Ua)u" —e*.
' ; se u , - n » , também « C » o o , desde que É uma generalização da célebre fórmula de JoÃo
•!o
tin não t e n d a p a r a zero ou — o o , etc. BSufOOUI,

l í a , porém, muitos casos que o teorema não escla-


Exemplo 14.
rece, como seja o de
se k = 1

Í
e
lim (1 -1- l / n ) " - e = 2,71828-.. 1 se kcl
E sabido que (1-t-l/n)" se aproxima do sen limite + oo so A- > 1
por valores crescentes ( ! ) , c i r c u n s t â n c i a de que mui-
Exemplo 15
tas vezes se pode lançar m ã o :
Exemplo 12. (1-1 —
n
^ n —t 1 . Com efeito, a sucessão é decrescente, pois Exemplo 16.
l i m (1 + J/Iog n)LS«<"+<> = e1™i«gw^iwio»i._ci (Ex. 13)
n+J n
>J n + l c\/ ii implica ( n 4 - l ) " < «"+' , ou seja (1 +
• f l / n ) " < ji ; e esta condição verifica-se necessaria- Exemplo 17.
mente para » ^ 3 , visto q u e (1 + 1/«)" tende Cres-
ta lim u a — 1 ) = log a , com | IÍ„ | - * oo .
centemente p a r a e < 3 . Como ^ n > 1 , deverá exis-
Com efeito, pondo (a''"!! —1), b a s t a n o t a r
t i r um limite ( 1 , Ora, se fosse Í > 1 , ter-se-ia
que (1 +xju,,)"» = <!, donde e1™*» <=a , o u s e j a l i m x„—
n ; > / n , condição que s e n ã o pode verificar p a r a valo-
— log a .
res de n suficientemente grandes, visto que í"/n —» m
4-co ( I I ) . Em p a r t i c u l a r , log a = lim n ( \ / a — 1) .

<') lírid., p i e . 17. (') [Md., 10.


12 G A Z E T A D E MATEMATICA

E interessante verificar a l g u m a s propriedades dos


Teohkha I X — Se u„ 1 e c o , un i con-
logaritmos a p a r t i r desta i g u a l d a d e . Por es-,
« n vergente se o for (u,,-,) v„.
:
log (t/a) — lim n ( t f l / ã - 1) - lim - n (tf a —1) De facto, (w>1 — J) —^ 0 e lim [1 + («„ — 1)]»,, =
H
: lim / a » — log a ; -e>«> ( V I ) . Claro que, se {«,. —1) +«.,
n
log 1 «= lim n (tf 1 - 1) — 0 ; também u„ ; mas, quando ( a „ ~ l ) ti, — oo,
" <• _
-> 0.
l o g o i = lim [ti ( t / íi — 1)V l> + n (tf b — 1)] =
Exemplo 21.
— l o g t t + l o g í ; etc.
Na sucessão de t. g. [log (« + l)/log n]", tem-se
Exemplo 18.
log (n + 1) - log 11
( " , - ! ) «„ :log n " -
Calcular o limite de " „ = n log — (1 - f - .
— log (1 4-l/n}" / log n - + 0 ,
u„ - log | 1 + - ^ - (.«"»—I) j . Por sua vez, e p o r t a n t o lim [log (n + 1) / log n]" = c?' = l .

4. Alguns Teoremas particulares.


E s t e p a r á g r a f o é consagrado a alguns teoremas de
P o r t a n t o , lim u„— — log x . g r a n d e utilidade p r á t i c a . E m b o r a , por comodidade,
aqui se apresentem num encadeado lógico, fazendo
f u n d a m e n t a l m e n t e depender a demonstração de e a d a
Vamos a g o r a esclarecer a l g u n s casos que. o teorema
um deles da demonstração dos precedeutes, faz-se
V deixa obscuros.
notar que qualquer das proposições mencionadas pode
Teohkha VII — Se u„ + oo e i)„ 0 , w„*n 1 ser p r o v a d a independentemente, a p a r t i r da própria
eaeo «„ !'„ se conserve limitado. definição de limite.
Com efeito, tem-se então Teqjiemà X - Convergindo a„ para a, também
'm log ti„
log u„ = v„ log it„ - v„ t „ ' 0, — (a,-í a 2 -f —)-a„) — s„ converge para o mesmo limite,
li
visto que log (/„/«„ -» 0 {') . Pondo or, = a+E„ (i„ 0) , o teorema fica demons-
Exemplo 19. trado desde que se prove que En = — (&, + s.j-t-'"-1-
100 - w
P a r a a sucessão de t. g. (^u) " ""' vem:
+ t„) -v 0 . Ora, dado 5 arbitrariamente
pequeno,
log a „ - l o g fl-2/tt)- -log»-^log (1 —2/«)100"-» 1
existirá uma ordem p p a r a além da q u a l E„ •< •—
Ta o ;
e, fazendo [8, + ^ - ! | vem
- L log e" — 0 .
—)<i + »i-t + - — ( 1'h-i I + * » + kl)
E v i t a v a - s e este cálculo notando que unv„ = log (1 — n n
—a/»)"va^.log«u-±'»I'a-0; u„i>„ 6 pois limitado e
a sucessão está nas condições do teor. anterior. < —
n
+ n- ( l w l + — + w >
Recorde-se também a sucessão do Ex. 13. C K'l n + 3 (» - p) / 2 n < X / n 4- 6 / 2 <
Ta < 5 / 2 + 5 / 2 = 5,
Teohema VIIT — Se u „ - * + 0 e v „ - » 0 , u„ - » 1 desde p a r a n superior ao maior dos números p e 2 ÍT/S;
que v„/u„ seja limitado.
q. e, d.
*•« vn Exemplo 22.
N a verdade, log u„ = — (u, • log i O -+• 0 (').
u.
lim (1 + 1 / 2 + . . . l / « ) / » = lim l / n = 0 .
Exemplo 20.

(Een i)
Note-se, de passagem, que este resultado p e r m i t e
1,
concluir (VII)
tf i + i /a + +1/« .
{') " T o o d o n d o tp l u C U l t ò o u l & n d o n - u pflrrt ?.oi"u. " ' iieitug-
ittorofl uvoliiuni ihíiLh rApJdumuiLt« r|iin :j'ia"qr."r [ ' o : i f i n d o s
Deixa-se assim ver quão útil pode ser a associação
ri'' fii>r;1voi I A r i U T i " ^ » - - i ld., 7'.. destes diferentes teoremas no cálculo de limites.
11 G A Z E T A D E MATEMATICA

Exemplo 23. Exemplo 26.

lim — ( 1 + l / 2 + / 3 4- + \/n) = « /n +1 1 n-t-1


tl hm i / t g — log - =
y n n n
~ lim l/~n = 1 . (Ex. 12) „ /' 1 , nTT / n hl + 1 \
Observe-se que a reciproca de X nem sempre é
verdadeira; pode «„ convergir som quo a„ tenlia
1 1 x 1 , n+2 ( 1 , fl+t\
limite : por ex., com = — [1 — (— 1 )*] , «„ -*• — . lim t g — — - l o g — — : f t g — l o g
ft + 1 Ji + 1 \ n n j
Podo também demonstrar-se, de forma análoga, que I I / 1 v
*„ * 00 quando u„ -*• + 0 0 : nesta hipótese, uma tg—— — log 1 + -)
"« + 1 n " \ n+tj
ordem q existirá a partir da qual >• i , por maior lim — - 1
t 1 / IV' 1 " 1
• t g — log H -
que seja 4 . Então, s„ > i (a 1 H f - a , ) + 4 (n—í)/"'; » + 1 71 \ nJ
n
Fazendo n - n a , « 2 . 1 membro tende para a ; o limite Tkohema X I V - Se —— — • C , também — C
de s„ só pode pois ser porque é forçosamente Vh~V„ V„
, superior a A e este é arbitrariamente grande. (u„ , vn -s- 0 0 ) .
O teorema é portanto verdadeiro quer seja a finito
ou infinito. Quando — «„) e (!•'„+, — v„) convirjam, o teo-
rema resulta imediatamente de XII. No entanto, para
T e o r e m a X I — 6'c b „ ^ - b , lambem r „ — \/bt b s - • - b„
abranger todos os casos, há que fazer uma demons-
-» b (b finito ou + 00) .
tração directa.
Supondo C finito, uma ordem m existirá a partir
Pois que log r„ = — (log f>i+log bt-i f-logí>„) —
n da qual
— log A ( X ) .
C — E < (u„+1 - u,) I (e,, , - ! ' , ) < C + 6,
T e o r e m a X I I — Se c„ — c „ _ [ A , também c„/n A
(A finito ou infinito). ou seja

De facto, pondo c„ — c„_, = a„, vem r:n = a ) H 1-a ('Vn — '-'») (O - !) < ur+, - u, c (O + S) (<Vh - Vr);
e o teorema reduz-se a X. dando a p os valores TO , m + 1 } —1 e somando,
T r a n s i u XIII - Se u„ / u,!_| -s-B , também (/u„ -+B vem
(B > 0 , finito ou in finito). K - <Ü (C - E) C t t . - «„, < (C + 8) (o„ - r j ,
Com efeito, log log m„_j - * log lí , e portanto donde
lvn + (1 - vm 11-„) (C - 6) < «JI v„ <
(log t<B)/n —log y i'„ log B .
Podia também ter-se recorrido a XI, notando que
Ora, quando n aumenta indefinidamente, t„ —> 00 ,
lim v ti„ = lim \ / u, — •— ••• —— — lim - — . «„/«„->-0, vmjv„ -*• O5 «„/?'„ tem pois o seu limite
V «1 u , u„„, «„_, compreendido entre C—6 e C - f E . Por ser 3 arbi-
Este teorema, cuja recíproca (tal como a dos ante- trário, fica demonstrada a tese.
riores) pode não se verificar, é dos de mais larga A justificação é análoga 110 caso de limito infinito.
aplicação.
Exemplo 37.
Exemplo 24.
lim (1* + 2" + + «») / n t + l =
lim V^í* j p l i u (cf. Ex. IS). - Hm (a 4 1)' I U» + l ) » « - Mt+1] =
Exemplo 25. n* + l:nk~l + • • • 1
>1
(k > 0 ) .
k +1
lim l / ( » + l ) ( « + S j l i " 2 » / n = lim y<»-J-I) — (w-í-«)/ftB —
Exemplo 28.
- l i m (2n-t-l) (271+ 2) n" j(n-|-l)"+1 =
— lim ( 2 n + l ) (2n-1-2) / (n + l ) * •
= (XIII)
- lira n n /(ra-|-l)"—4/e . log n '
12 GAZ E T A D E MATEMATICA

.. 'og(re + 1) + Togíi + 4 log 2 A demonstração 6 a n á l o g a à de]XIV. E m vista da


•= I i m **
l o g n + . . . + log 2 hipótese, a p a r t i r de certa ordem m ter-se-á (£>„ —
,. log (n 4- 2) „ —Vm) O - - s ) «,+f <{X-f-S) (àt— bl+í); somando
„ lim L (XIV) - 1 . (ef. Ex. 13) a e s t a s a s correspondentes d e s i g u a l d a d e s p a r a
log{» + 1 ) v
' K
'
p4-1 ,p+2 ,n~l, obtém-se {f>„— fi„) (X — S)<_at~
Teobema XV — Sendo b„ > 0, {b, -fbi-(-... + b„)-* —a„ < <x+3> (bp—b„), ou seja
-*oo e A„ —• a., então ajb, 4- (1 - bjb,) (X - 3) < ajb, c
b. A , 4- bj A , 4- h b„ A„ < (X + 3) (1 4- bjbw) + ajbc ,
hm — —— .. a..
b, 4- b 2 + f- b„ condição que deve verificar-se qualquer que seja n .
f
Fazendo então n-->• oo , vem X—S < ar/bt < ; X4-3 .
Com efeito, como 2 >< A, oo , está-se na hipótese A p a r t i r da ordem m, a„!br acha-se pois compreen-
i
dido e n t r e X —8 e Í 4 - S , e por isso ap/bp - t i , q. e. d.
do teorema precedente, e
• i d Tbobeha X V I I — Se a , - > a e b„ b ,
a, b, -t- ••* -f- a„ b„
— • ab
lim n
a, b„ 4- a , b„_, 4- *•• 4- a„ b,
2»* 2 ^ 2 * . e - * ab .
n
A primeira p a r t e do teorema resulta imediatamente
liin lim A„+1 = s . de X .
Quanto à s e g u n d a sucessão, pondo o . - o + i , o
Exemplo 21).
termo g e r a l escreve-se
sen í 4- sen — 4- ••> 4- sen — È, 4- 6, 4- ••• 4- K 'I 4- ti 6„_, 4- •*• 4- t„
2 n a — 1 .
lim n n
1 + - T + - - + -
2 n O r a o primeiro termo tende p a r a ab (X) e o se-
sen 0 1 sen (í/2) 1 sen (Oln) gundo, cujo módulo ó inferior a — +
j + ... + n M*»l + l*»l '*' +
0 ' 2 8/2 n O/n 4- |t I ( | | x max. \b{] , tende p a r a zero.
lim (i
, I 1 Exemplo 31
1 + + ... + _
2 Tl D a d a s as somas a l t ~n 1 4-KsH h"« e i , " 1 » ! +
sen (í/n) 4-t'H |-i>„, e calculados os valores io„ = uj t>„4-
6 . lim = 0•
í n -f-«4®„_iH e c,™ hííf„, & fácil
Exemplo 30. verificar que c„ - = u i b „ + iij È>„_, -j i-u,bi=vt +
i r l s. sen 0 +
— 2 1 sen
« 1 4-
eI
sen — —
+ UÍ<V-I + ' * , + '-«»i o c ( 4 - C i H rc„ = í>„4-a s

L 2 n J
9 D a q u i resulta que, se as series 2 ">e 2 v
» fo
"
— lim 1
— V *. sen
~r " rem convergentes («„ — u , v„ u) , então {c, + c s +
t i
+ ---+c„)/n uv (XVII), Por conseguinte, se 21"»
Y f sen (8/fc)
for convergente, a sua soma tt) = lim k>„ ó, em v i s t a de
í n ( « X 1) , i/ft
lim • X, i g u a l a uv (teorema de Aíiel).
ti" 2
2*
EXERCÍCIOS
0 sen (í/n) a
— hm - •= — . I. Mostrar que a"/» 4 4-» se a > 1 o que
2 6/rt 2 ê " n * 0 ee | f c | < l .
Teorema X V I - .9e a n - t 0 , b„ ^ 0 e • •X, 2- E s t u d a r , p a r a os diferentes valores de x, as
sucessões
towtíiem — - t i . .
13 G A Z E T A D E MATEMATICA

j1 ( 1 - a / n ) ( 1 -b/n)| (a + b)(2,
(ar + m)/(ü"-' + 2 n) 1 (x-x*'»)/( 1 + x? "+1} . Í/»i+l/(n + J)H-.*-+l/(2»)W0, 1/|/b + l/i/»+í +
H — + l / / 2 » - ^ í > o , 1 + H + » -+1.
3. A sucessão definida por 2 (1 + «„)/{3 + ií:,)
é m o n ó t o n a : crescente se « t < l e decrescente se 10- D e t e r m i n a r os limites quando das
a, > 1 ; o limite é 1 . sucessões de termos gerais
4. Se v„-H = &/(l-t-«„), com £ > 0 e « , > 0 , são (1+1/2*+-*+l/n«)/n*, (1 + 2 V ••• + n*)fn*,
m
monótonas as sucessões «, , % , u s , " ' o « j , w*, u ü l/(» + ai) ••• + - n ,

m
(urna crescente e a outra decrescente); e ambas ten- U_ Jl
dem p a r a a raiz positiva d a equação =

5. D a d a a sucessão definida por u, =h, «..•h — /JL. \ k

— u * + j t , sendo 0 < / , - < - e h um niimero compreen- + - - i)í


4
9
dido e n t r e as raízes a e (í d a equação t» —u + i ^ O j
provar q u e a < « „ H < « „ < £ e d e t e r m i n a r lim «„

6. Sendo
, 1
— I uH
/ ) , it t = — ( " H
1 ( Á\
I , 11, Sendo = — o x ^ j , com i/d = ac0 e | o ] c l ,
2 \ « / 2 \ u
exprimir x„ em y„ e p r o v a r que, q u a n d o y„ y,
( « > 0, jl ;> 0 ) , p r o v a r que lim « „ - » / j l f v e r i f i -

ear que 1 2 . Mostrar que a sucessão


u„ + y/A \u+va) J*
/ 2 j / a / ã , V21/2^2,•••
7. D a d a a sucessão definida por «, = a + 6 ,---,«„•=
é convergente e d e t e r m i n a r o seu l i m i t e .
= —afi/ií^i ( a > 6 > U ) , mostrar que u„ = (a" +1 —
+ l
— ò" ' )/(a" —6") e determinar lim Discutir o 1 3 . Sendo p («) o número de factores primos dis-
caso a - = ó > 0 , tintos de n, p r o v a r que j > ( n ) / n - + 0 .

8. D e t e r m i n a r o limite das sucessões de t. g. 14. P r o v a r que n '. (a/n)" tende p a r a zero ou ca


conforme a ó inferior ou superior a e ,
7
|>/(3» + l ] / ' , re • log [(3 « + 2)/(3n - 2)] ,
15- Se a ;> 6 > 0 . ^a" + b" a. Generalizar,
n
/ 1 \ íua ..fí„ t (n + 1 ) log n — n log (» H 1) provando que y»í+e5-t (- a'i -*• raáx. o , .
\ nJ ' log n
[(2 n) 1/2'» (n ! ) ' ] * , [1 + Ijn(logn)»]-'* 16. Sendo f t , 6 > 0 , — (a<>"+ &'")->• .

9 . Verificar que 17. Se Imgfl+mjfa — l.


—. „ )ilog (n + 1)
yni — <x>, n/los n I -*• 0 , • -- — 1
ii + 1 log n 18- Se x„ -* 0 , (e1* —-l)/i„ 1 . (Fazer, por ex.,
íog-fl/iog»o, e" = l + l/«„, com tt„ —y « j ),

n • !og log ra/(log qo , (n + 1 re ! e, 19. Se y„-*0, z„ = [(1 + y n )"—l]/y„-*k. (Como


1
(log«)»/»(-»-O, , \/(2n) \j(n !) 1
-+4,
(1+yO »-ê'"»«+*»>, vem sM -!.•l0fT ^ e
" ~~ 1
H J n
lATÍ / « l/e, — 1 / ( 2 n) l / n ! 4/e ,
com = i log ( l + íf„) 0) .
1
20. P r o v a r que. sendo a„
— [(«2 + 12) ( , i í + 2 2 ) Í - - («2 , n (log n)H a
ít 1,,-^n log í i , se tem
1 2 n 1 1 f/ IV-
n1
+ _- +
n2
. . . + —
nz

2
, —
n l \
» H )
« /
+
l. a •I.
nM
21. Se a > 1 | a sucessão x , = a , x t •=• a*i,
é convergente q u a n d o a ^ e'1',

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