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O discurso que se segue foi proferido pelo antigo presidente Sul

Africano P.W. Botha a membros do seu Gabinete. Foi publicado


integralmente por David G. Mailu no Jornal Sul Africano The Sunday
Times, datado de 18 de Agosto de 1985.

“Pretória foi erguida pela mente branca para o homem branco. Não somos
obrigados a provar a qualquer um nem mesmo aos pretos que nós somos um
povo superior. Já demonstramos de mil e uma maneiras.

A República da África do Sul que nós hoje conhecemos não foi criado apenas
de sonhos. Nós criamo-la à custa da inteligência, do suor e de sangue.

Foram os Afrikaners que tentaram eliminar os Aborígines Australianos? São


os Afrikaners que discriminam aos pretos e os chamam de Niggers nos
Estados Unidos? Foram os Afrikaners que começaram o comércio de
escravos? Onde o homem preto é apreciado? Inglaterra discrimina os seus
pretos. A sua lei de “Sus” está para disciplinar os pretos. Canadá, França,
Rússia, e Japão também discriminam. Por que tanto barulho por nossa
causa? Por que nos condenam a nós?

Eu estou tentando simplesmente provar a todos que não há nada incomum


no que estamos a fazer – diferente do que o mundo chamado civilizado está
fazendo. Nós somos simplesmente um povo honesto com uma filosofia clara
de como nós queremos viver a nossa própria vida branca. Não fingimos que
gostamos de pretos como outros brancos fazem. O facto dos negros
parecerem com seres humanos e agir como seres humanos não lhes faz
necessariamente sensíveis seres humanos. O porco não é porco-espinho e o
lagarto não é crocodilo simplesmente porque são idênticos. Se Deus nos
quisesse iguais aos pretos, criava-nos a todos de uma única cor e de um
intelecto uniforme. Mas criou-nos diferentemente: Brancos, pretos, amarelos,
governantes e governados. Intelectualmente, nós somos superiores aos
pretos; isso foi provado para além de toda a dúvida razoável ao longo dos
anos.

Eu acredito que o Afrikaner é honesto, pessoa temente a Deus, que


demonstrou praticamente a melhor forma de estar. É igualmente confortável
saber que nos bastidores, a Europa, a América, o Canadá, a Austrália e todos
os outros brancos civilizados dizem através de nós o que realmente pensam.

Para as relações diplomáticas, nós todos sabemos que língua deve ser usada
e onde. Só para provar o meu ponto de vista, camaradas, quem de vocês
conhece um país branco que não tenha um investimento ou um interesse na
África do Sul? Quem compra nosso ouro? Quem compra nossos diamantes?
Quem negoceia connosco? Quem nos está a ajudar a desenvolver outra
arma nuclear?
A maior verdade é que nós somos o seu povo e eles são nosso povo. É um
segredo grande. A força da nossa economia é suportada pela América, Grã
Bretanha, Alemanha, etc. É nossa forte convicção, consequentemente, que o
preto é matéria prima para o homem branco.

Assim, irmãos e irmãs, juntem as mãos e lutemos contra este diabo preto. Eu
apelo a todos os Afrikaners a saírem com meios criativos de travar esta
guerra.
Certamente Deus não pode condenar o seu próprio povo que somos nós.

Por agora cada um de nós tem visto praticamente que os pretos não se
podem governar. Dê-lhes armas que eles vão se matar uns aos outros. São
bons em nada mais do que fazer barulho, dançar, casar muitas esposas e
espojarem-se no sexo. Vamos todos aceitar que o homem preto é o símbolo
da pobreza, da mente inferior, do perder e da incompetência emocional. Não
é plausível que o homem branco é criado para governar o homem preto?

Vamos só pensar no que aconteceria se um dia vocês acordassem com um


“Kaffir” sentado no trono! Podem imaginar o que aconteceria às nossas
mulheres? Qualquer um de vocês acredita que os pretos podem governar
este país? Daí que, nós temos todas as boas razões para deixar todos os
Mandelas, seus adeptos e seguidores na prisão. Eu penso que nos deviam,
inclusive, elogiar por mantê-los vivos, apesar de já possuirmos nas mãos
meios para acabar com eles.

Desejo anunciar um conjunto de novas estratégias que devem ser postas em


prática para eliminar este “erro” preto. Devemos a partir de agora usar armas
químicas. Prioridade número um, não devemos permitir mais o aumento da
população negra, para que não nos arrependamos mais tarde. Tenho a
notícia emocionante dos nossos cientistas que desenvolveram um novo
material eficiente. Estou a mandar mais investigadores ao terreno para
identificar mais locais possíveis onde as armas químicas poderiam ser
usadas para combater o aumento desta população. O hospital por exemplo é
uma boa abertura estratégica, e deve ser inteiramente utilizado. A rede da
fonte de alimento deve também ser usada.

Temos vindo a desenvolver bons venenos que matam lentamente.


Desenvolvemos também excelentes destruidores de fertilidade. Nosso medo
é somente um, caso esse material voltar-se contra nós! Nas suas mãos
podem começar a usar contra nós. É só parar e pensar quantos pretos
trabalham para nós. Contudo, estamos a fazer de tudo para nos certificarmos
de que o material permaneça estritamente em nossas mãos.

A segunda prioridade é explorar a vulnerabilidade da maioria de pretos ao


dinheiro. Eu reservei um fundo especial para explorar esta faceta. O velho
truque de dividir para reinar é ainda muito válido hoje. Nossos peritos devem
trabalhar dia e noite para fazer o homem preto trair os seus mentores. O seu
sentido moral inferior pode ser explorado. Eis aqui uma criatura com falta de
carácter.

O preto médio não planeia a sua vida para além de um ano: esse facto, por
exemplo, deve ser explorado. Devemos combate-lo a longo prazo para que
não possa suspeitar de nada. Meu departamento especial está a trabalhar
contra o tempo num projecto de operação a longo prazo . Estou a fazer
também um pedido especial a todas as mães Afrikaner para dobrar sua taxa
de natalidade. Pode ser necessário desenvolver uma indústria de crescimento
da população, criando centros onde empregamos e suportamos homens
jovens e as mulheres inteiramente brancas para produzir crianças para a
nação. Estamos investigando também o mérito de aluguer de úteros como
meio possível de acelerar o crescimento da nossa população. Em
contrapartida, devemos activar uma engrenagem muito sofisticada para
garantir que os homens pretos estejam separados das suas mulheres e
multas pesadas impostas às esposas negras que gerarem crianças ilegítimas.

Eu tenho um comité a trabalhar em torno de um método melhor de incitar os


pretos uns contra os outros e de incentivar assassinatos entre si. Os casos de
assassinato entre pretos devem merecer uma punição muito leve a fim de os
incentivar. Os meus cientistas desenvolveram uma droga que pode ser usada
para efectuar envenenamento e destruição lenta da fertilidade. Trabalhar com
as fábricas de bebidas a fim de fabricar bebidas especialmente para pretos,
que podiam promover formas de redução da população.

A guerra contra o preto deve ser levada a serio, camaradas. Contudo, nao
devemos chegar ao extremo de pensar que se trata duma guerra em que
devemos usar a bomba atómica para destruir os pretos, afinal de contas
somos inteligentes e podemos usar a nossa inteligência para isso sem termos
que desperdiçar tantos recursos.

O ataque de indivíduo a indivíduo, por exemplo, pode ser muito mais


eficaz. Os registos mostram que o homem preto morre para ir a cama com
uma mulher branca. Está aqui uma oportunidade original. Nosso esquadrão
de Mercenários do sexo deve sair camuflada e infiltrar-se nas fileiras dos
lutadores contra o Apartheid para administrar silenciosamente venenos de
destruição lenta da fertilidade. Estamos modificando os esquadrões de
Mercenários do sexo introduzindo também homens brancos que devem
procurar mulheres pretas militantes e todas outras mulheres pretas
vulneráveis. Estamos trabalhando para adquirir uma remessa nova de
prostitutas da Europa e da América para integrar nos nossos esquadorões.
As mesmas estão desesperadamente desejosas de aceitar a missão.

O meu último apelo é que as operações de maternidade nos hospitais devem


intensificar-se. Nós não estamos pagando aquelas parteiras para ajudar a
trazer bebés pretos a este mundo mas sim eliminá-los no momento do seu
nascimento. Se este departamento trabalhasse muito eficientemente, muito
poderia se conseguir. O meu governo reservou um fundo especial para
erguer hospitais e clínicas secretas para promover este programa. O dinheiro
pode fazer qualquer coisa para nós. Enquanto nós o tivermos, devemos fazer
o melhor uso dele.

Entretanto, meus adoráveis concidadãos brancos, não levem a peito o que o


mundo diz e não se envergonhem de ser chamados racistas. Eu não me
chateio por ser chamado de arquitecto e rei do Apartheid. Eu não me
transformarei num macaco simplesmente porque alguém me chamou de
macaco. Eu continuarei a ser a vossa estrela brilhante…sua excelência
Botha.”

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