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Doutrina da EBD

Mordomia Cristã PIB de Realengo


Outubro 2021
A MORDOMIA
CRISTÃ

A palavra “mordomia” adquiriu um sentido


popular pejorativo, significando um modo de
vida fácil e sem responsabilidades. Mas este não
é o sentido bíblico do termo. A mordomia bíblica
é o trabalho do mordomo, uma posição de honra
e grande responsabilidade. Nos tempos bíblicos,
nas casas das famílias ricas, havia a figura do
mordomo, como eram os casos de Eliezer (Gn
15.2) e José do Egito (Gn 39.4).
TERMO MORDOMIA
No sentido geral, a palavra “mordomia” (gr. oikonomia) tem o significado de
“administração da casa”, como lemos em Lucas 12.42, 16.2-4, Romanos 16.23 e
outras referências.
Dessa palavra, vem o termo economia, com o sentido de administração dos recursos
escassos e recursos econômicos de um país, de uma nação ou de uma organização ou
empresa.
O mordomo é o administrador dos bens de um senhor, de um dono, de um
proprietário rico, que tem muitos bens, entregando-os a uma pessoa de sua confiança,
um despenseiro (gr. oikonomos), que é o administrador incumbido de importantes
tarefas que deverão ser realizadas e supervisionadas.
1. Mordomo

A palavra vem do latim majordomu, com o significado de “o criado maior da casa”,


“administrador dos bens de uma casa”, “ecônomo” (Dic. Aurélio).
Na Bíblia, aparece diversas vezes a função do mordomo, que era (e ainda é) a
pessoa encarregada de administrar os bens de um senhor, de um proprietário,
de um homem que tem bens ou posses ou de uma organização, hoje com outros
nomes, na administração moderna.
Tanto no AT quanto no NT, vemos que essa figura corresponde à do administrador.
Mordomo no AT
A palavra mordomo, no hebraico, é Ha-ish asher al: “homem que está sobre”,
referindo-se ao mordomo de José (Gn 43.19); Asher al bayth: “quem está sobre a
casa” — idem (Gn 44.4);
Bem mesheq: “filho da aquisição”, referindo-se a Eliézer, o mordomo de Abraão
(Gn 15.2).
A palavra sempre se refere a uma pessoa de elevada confiança, a quem um rico
proprietário confia os seus bens, bem como a administração de sua casa e dos seus
empregados ou servos.
Mordomo no NT
Há várias palavras gregas traduzidas por mordomo.
Epitropos: Com o significado de “encarregado”. Vemos essa palavra em Mateus 20.8 (o
mordomo da Parábola dos trabalhadores); em Lucas 8.3 (ref. a Cuza, procurador ou
mordomo de Herodes); Gálatas 4.2 (ref. a tutores e curadores de um menor).
Oikonómos: Significa “mordomo”. Encontramos esse termo em Lucas 12.42 (o
“mordomo fiel e prudente”); Lucas 16.1 (ref. ao mordomo infiel); Romanos 16.23 (“o
procurador da Cidade”); 1 Coríntios 4.1,2 (“despenseiros de Cristo”).
A palavra vem de oiko (casa) e nomos (administrador, despenseiro).
O dono da casa era o oikodespotes (Mc 14.14).
Mordomia.
Mordomia significa “cargo ou ofício do mordomo; mordomado”.
Tem origem no termo oikonomia, do grego.
Encontramos essa expressão em alguns textos do Novo Testamento, como, por exemplo, na
Parábola do Mordomo Infiel” (Lc 16.1-4).
Mordomia também pode ser entendida como “dispensação” (1 Co 9.16,17).
Na Bíblia, mordomia quer dizer todo o serviço que realizamos para Deus e todo o
comportamento que apresentamos como cristãos diante de Deus e dos homens; é a
administração dos bens espirituais e materiais, tanto em termos individuais, por meio do corpo e
das faculdades emocionais e físicas, concedidas por Deus, como por meio da ação administrativa
dos bens espirituais e materiais à disposição da igreja local.
A mordomia cristã está ligada à Filosofia e à Ética, com base nos princípios da Palavra de Deus.
BASE BÍBLICA DA DOUTRINA
A Bíblia ensina por preceitos e exemplos que somos mordomos de Deus.
Ele nos confiou a administração de bens e poderes que lhe pertencem, e a ele tão-
somente.
As passagens bíblicas abaixo citadas serão suficientes para evidenciar o lugar saliente
que a doutrina da mordomia ocupa na Bíblia.
1. O universo
pertence a Deus

Depois de haver completado a obra da criação, Deus colocou


Adão num jardim aprazível e a ele confiou as coisas criadas.
Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim
do Éden para o cultivar e o guardar. Gên. 2:15
Deus nunca entregou os direitos de propriedade a Adão ou a
outro qualquer representante da raça, mas conservou- os para
si mesmo, como Criador. Adão era simples mordomo.
O homem só poderia ter direito de propriedade sobre
aquilo que pudesse criar, entretanto nunca homem algum
jamais foi capaz de criar coisa alguma.
O homem pertence a
Deus
(1) Por direito de
criação

Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o


criou; homem e mulher os criou. Gên. 1:27

Mas agora, assim diz o Senhor, que te criou, ò Jacó, e que te


formou, ó Israel: Não temas, parque eu te remi; chamei-te pelo
teu nome, tu és meu. Is. 43:1

Eu fiz a terra, e criei nela o homem. Is. 45:12

Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a
alma do filho é minha. Ezeq. 18:4
O homem pertence a
Deus
(2) Por direito de
preservação
Contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo,
fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas,
enchendo os vossos corações de fartura e de alegria. Atos
14:17 Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos.
Atos 17:28
Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste. Col. 1:17
Deus não somente nos criou, ele também nos sustenta na sua
providência. Não criou o mundo e o abandonou à sua própria
sorte. Pelo contrário, está profundamente interessado em tudo
que se passa entre os homens, acompanhando o desenrolar da
história e orientando-a para atingir seus propósitos eternos.
Não fora um Deus sustentador do
Universo e este mundo e a vida humana seriam uma
impossibilidade.
O Homem pertence a Deus
(3) Por direito de redenção

Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus


no vosso corpo. I Cor. 6:20

O qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda


iniqüidade, e purificar para si mesmo um povo exclusivamente seu,
zeloso de boas obras. Tito 2:14

Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste


morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem
de toda tribo, língua, povo e nação. Apoc. 5:9
Fomos criados para glorificar a Deus (Is. 43:7; I Cor. 6:19-20), mas o
pecado desviou o homem desse alvo. Era preciso que Deus o
restaurasse, libertando-o do pecado, que o separava dele (Is. 59:2).
Isso se realizou na pessoa de Jesus Cristo, que se ofereceu como
propiciação pelos nossos pecados.
VALOR DA DOUTRINA PARA A VIDA
CRISTÃ
1. Antes de tudo, deixará de existir em nossa vida a diferença artificial que, em geral se
faz, entre atividades religiosas e seculares. Religião não será mais uma atividade que tome
de nós certos dias e horas. Cada minuto de nossa vida será sagrado, porque pertence a
Deus. Nosso trabalho deixará de ser uma coisa mecânica e material para ser
algo bafejado pela graça dos céus. Estamos cooperando com Deus no desenvolvimento
e progresso de um mundo criado e mantido por ele mesmo.
O mordomo fiel, despertado por uma visão nova e mais ampla, verá Deus e sua mão em
lugares e coisas que lhe pareciam despidas de caráter religioso. Não só a Igreja, mas o lar
e a oficina de trabalho participam dessa esfera sagrada, porque Deus está em toda parte
como criador e preservador.
Não haverá mais coisas lícitas aqui e ilícitas acolá, porque todo o lugar que a planta do
nosso pé pisar será terra santa (Êxodo 3:1-5).
VALOR DA DOUTRINA PARA VIDA CRISTÃ
2. Ainda, o conceito cristão de mordomia, fará crescer o senso de
nossa responsabilidade. Aqui está perante nós um mundo criado por Deus, com
tudo quanto nele há, por cujo desenvolvimento somos responsáveis. Aqui estamos
nós mesmos, criados à imagem de Deus, e tendo de prestar contas da nossa vida, em
toda a riqueza de suas manifestações.
MORDOMIA ➢ DO TEMPO
➢ TALENTO
➢ BENS

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