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Assunção – Py
2014
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Assunção – Py
2014
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CDU 342.1637
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
RESUMEN
ABSTRAT
Considering the assumption that the Statute of the Child and Adolescent (ECA)
is paternalistic in relation to offenses committed by children and adolescents; in
the educational context we sought, through this academic research,
demonstrate to educators and school community of educational institutions in
the state system of Northwest Belo Horizonte, capital of Minas Gerais State,
Brazil, which are the goals of ACE as also their contribution to the education of
the student, demystifying the paternalistic view that some educators have about
this Institute. The choice of this topic is justified due to the fact the applicability
of ACE find inserted in the integral formation of children and adolescents about
their rights and duties in their daily lives, providing conditions for a development
in terms of inter-personal relationship in which educators and students are
always present in the conduct of socio-political and educational process,
involving the whole school community in a harmonious coexistence, respect
and complicity. Characterized in designing a research approach and exploratory
qualitative and quantitative (mixed), since fieldwork and simultaneously
collecting information through a questionnaire and collected data in the
literature on the topic was performed by consulting works of Coelho and
Orzechowski (2011), Muchinski (2009), Gadotti (2000) and others. The overall
objective is to analyze the ECA as an educational tool in strengthening the
relationship between teachers and students from state schools in the Northwest
region of mining capital. At the end, it was concluded that in the interpretation
and application of the ECA and the School Rules, shall take into account the
social purposes of the rule and the peculiar condition of the student as a person
to developing closer relationship between educator and student, and therefore
in shed completion, were necessary recommendations, which are in this
cientific research of Masters Degree.
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 15
2 O PROBLEMA ................................................................................. 21
2.1 Justificativa ..................................................................................... 21
2.2 Situação-Problema ......................................................................... 23
2.3 Objetivos ......................................................................................... 24
2.3.1 Geral ................................................................................................. 24
2.3.2 Específicos ...................................................................................... 25
2.4 Questões Investigativas ................................................................. 25
2.5 Hipóteses ......................................................................................... 25
3 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................... 27
3.1 A educação e o papel social da escola na formação integral do
sujeito com o surgimento do ECA ................................................
27
3.2 A educação e o surgimento do ECA: reconstituição de sua
história .............................................................................................
33
3.3 Reconhecimentos ao direito da criança e do adolescente no
Brasil na CF/88 e no ECA ...............................................................
45
3.4 O desafio do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
Adolescente na construção da cidadania ....................................
51
3.5 O ECA como instrumento motivador na relação docentes e
discentes .........................................................................................
59
3.6 A perspectiva pedagógica escolar no atendimento e amparo à
criança e ao adolescente ...............................................................
66
3.6.1 Mitos e verdades apontados pelos docentes e discentes que
tem dificultado o entendimento do ECA ......................................
73
4 METODOLOGIA ............................................................................... 87
4.1 Delimitação do Estudo ................................................................... 87
4.2 Fonte de Dados ............................................................................... 88
4.3 Tipo de Pesquisa e Enfoque .......................................................... 88
4.4 População ........................................................................................ 89
4.4.1 Unidade de Análise ......................................................................... 90
4.5 Amostra ........................................................................................... 90
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1 INTRODUÇÃO
Considerado um espaço físico em que são estabelecidas relações de
convivência e ensino-aprendizagem, a escola torna-se a mais adequada para a
prática do pensamento analítico-crítico e político, de modo a auxiliar na
formação de valores pessoais, éticos, morais, crenças, dentre outros, bem
como formas de saber como interferir e influenciar, de forma transformadora,
diretamente na produção social da prática diária dos educandos.
Para Gadotti (2000), a educação representa um direito fundamental e
essencial a todo e qualquer indivíduo. Esta é uma afirmação não apenas dada
de forma aleatória, pois, a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN nº 9.364/96) afirma que é direito de todo ser humano o
acesso à educação básica; direito assegurado, também, pela Declaração
Universal dos Direitos Humanos, enfatizando que todo indivíduo tem direito à
educação. Conforme o autor, a finalidade da educação é de formar o cidadão
para que ele possa se inserir no mercado e também, promover transformações
em seu meio como “ser transformador”.
Contudo, a referida lei, ao ser criada, leva ao questionamento se os
parlamentares buscaram auxilio nos ensinamentos de educadores como
Piaget, Pestalozzi e outros estudiosos voltados para a educação.
Neste viés, Freire (2000) ressalta:
E é na condição de seres transformadores que percebemos
que a nossa possibilidade de nos adaptar não esgota em nós o
nosso estar no mundo. É porque podemos transformar o
mundo, que estamos com ele e com outros. Não teríamos
ultrapassado o nível de pura adaptação ao mundo se não
tivéssemos alcançado a possibilidade de, pensando a própria
adaptação, nos servir dela para programar a transformação. É
por isso que uma educação progressista jamais pode em casa
ou na escola, em nome da ordem e da disciplina, castrar a
altivez do educando, sua capacidade de opor-se e impor-lhe
um quietismo negador do seu ser. (FREIRE, 2000, p. 17).
maior índice de lesões corporais contra a mulher, com 21% dos casos na
capital mineira. De acordo com a Delegacia Especializada em Investigação de
Furto e Roubo de Veículos Automotores de Belo Horizonte, a localidade é a 2ª
colocada no ranking de furtos e roubos de veículos, sendo observados, em
ambos, o envolvimento crescente de crianças e adolescentes.
Nesta linha de raciocínio, não somente em questões de delitos como
furtos, roubos, assaltos e outros tipos de violência que comprometem a
segurança, o crescimento e a formação cidadã dentro dos princípios éticos e
morais das crianças e adolescentes desta região, mas, também, por se
localizar na Região Noroeste, o aglomerado Pedreira Prado Lopes, local que
abriga gangues juvenis e o tráfico de drogas, que fomenta o aumento do
consumo de entorpecentes e consequentemente de dependentes químicos
(principalmente em crack), assaltos e vários outros tipos de crimes.
Tais dados estatísticos demonstram que a constante violência presente
na região pode comprometer o comportamento e o desempenho dos discentes
em sala de aula, assim como a relação desses com o docente e a própria
instituição de ensino no qual fazem parte. Diante disso, acredita-se que com o
objetivo desta pesquisa, propondo a sugestão da aplicação do ECA, poderá
contribuir para que os adolescentes em conflito com a lei tenham conhecimento
acerca do referido Estatuto, sabendo que há leis em favor da criança e do
adolescente, o que pode, consequentemente, auxiliar na mudança de conduta
destes.
Por estes e vários outros motivos, nota-se evidentes reflexos resultantes
desta desordem social na educação, principalmente das crianças e dos
adolescentes que vivem na Região Noroeste de Belo Horizonte.
Deve-se considerar, contudo, que independente da região e do cenário
socioeconômico, político e cultural, além do tipo de vida que as crianças e
adolescentes vivem e se socializam, no campo da educação, o objetivo é
manter o compromisso social e educacional para garantir a escolarização com
qualidade a todas as crianças e adolescentes na faixa etária até os 18 anos,
evitando assim, a exclusão e evasão escolar, principalmente, devido à
vulnerabilidade socioeconômica em que se encontram as crianças e
adolescentes da Região Noroeste.
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2 O PROBLEMA
2.1 Justificativa
A necessidade de se trabalhar o ECA como instrumento educativo no
fortalecimento das relações entre os docentes e discentes das escolas
estaduais da Região Noroeste de Belo Horizonte/MG é uma forma de analisar
a relevância deste Estatuto no ambiente escolar para que a comunidade
escolar, social e acadêmica, não somente quanto aos conhecimentos dos
direitos das crianças e adolescentes, mas, inclusive, quanto aos deveres
destes, como cidadãos.
Quando interpretado de forma inadequada, grande parte das crianças e
adolescentes, veem no ECA uma “Lei” que impõe ou lhes permitem somente
direitos, desconhecendo que eles (crianças e adolescentes) são, também,
possuidores de deveres que são cobrados em caso de prática de atos e
comportamentos ilícitos que agridem a harmonia comportamental e social do
meio em que estes são, acima de tudo, entre membros de Conciliação de
Conflitos e Juízes da Vara da Infância e da Adolescência buscando solucionar
os conflitos existentes com a lei.
Assim, o Estatuto da Criança e do Adolescente faz entender que as
crianças e adolescentes cabem o direito à escola ser respeitado no ambiente
educacional. Em contrapartida, a estes, necessitam saber respeitar o docente e
se dedicarem de forma respeitosa a educação que lhes é oferecida na escola.
A escola, segundo Cavalcante (2005), tem a função social de promover
e possibilitar as crianças e adolescentes o pleno desenvolvimento das suas
capacidades cognitivas, operativas e sociais, fornecendo a eles, competência
para serem cidadãos críticos.
Além disto, a escola ainda possui, como função social, a promoção das
condições que fortaleçam a subjetividade e identidade cultural, preparando os
alunos para o trabalho e para a sociedade, desenvolvendo a formação ética,
com traços de caráter e atitudes humanitárias. Pois, as instituições de ensino
devem proporcionar uma educação ampla e situada na formação cidadã e
solidária conforme descreve Demo (1996):
Educação não é só ensinar, instruir, treinar, domesticar, é,
sobretudo, formar a autonomia do sujeito histórico competente,
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2.2 Situação-problema
Para alguns educadores, o ECA tem sido visto como um Estatuto que
somente defende os educandos, deixando-os a vontade, com total liberdade
para agirem de forma indisciplinada no ambiente escolar, principalmente, em
sala de aula.
Contudo, Silva e Silva (2012) sinalizam que, apesar do ECA ser
considerado como um conjunto de normas que levam ao caos e desordem em
sala de aula, na verdade, é uma lei que também dispõe deveres aos
educandos, obrigando-os a respeitarem os códigos de ética e conduta no
ambiente escolar e consecutivamente respeitar a autoridade que os docentes
possuem como educadores e profissionais da educação.
Tal autoridade dos docentes precisa ser efetivada e respeitada pelos
discentes, pois, caso seja excluído o caráter punitivo do ECA e o aspecto
educativo que ela possui, poderá acabar interferindo de forma negativa no
cotidiano escolar e, consecutivamente, na relação entre docentes e aluno,
resultando, possivelmente, em uma representação de insegurança para ambas
as partes.
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2.3 Objetivos
d) O que pode ser feito pelos educadores e pela política pública no que tange
ao fortalecimento do ECA e sua aplicabilidade com a eficácia nas ações de
segurança da criança e dos adolescente no meio sócio/educativo?
2.5 Hipóteses
No que se refere à pergunta norteadora desta pesquisa científica que é:
qual a importância do ECA como instrumento educativo no fortalecimento da
relação entre os docentes e discentes das escolas estaduais da região
Noroeste de Belo Horizonte/MG? Propõe-se a seguinte hipótese:
O Estatuto da Criança e do Adolescente é interpretado por parte da sociedade
e comunidade escolar como um Estatudo que viabiliza e prioriza
exclusivamente os direitos, irrelevando os deveres das crianças e dos
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3 REVISÃO DA LITERATURA
Para Saviani (1997), a escola tem a função social de fazer com que ela
se torne um local privilegiado não somente de educação, mas, inclusive, de
cidadania e cultura. Como instituição ética e socializadora, a escola é um dos
meios de formação crítica mais importante e principal que existe. Mas, para
que este exercício seja adequadamente realizado, é necessário que a escola
garanta a efetivação de atividades que tenham algum tipo de relação com
todos os fatores que envolvem a qualidade em educação.
Neste viés, considerando que a escola tem como objetivo o processo de
ensino, aprendizagem e a execução de atividades que não apresentam ligação
direta com o processo educativo, Mészáros (2005) enfatiza sobre a
necessidade e possibilidade de fazer com que ela se torne efetiva, oferecendo
as condições básicas, como:
a) Possuir autonomia para definir e construir sua meta pedagógica;
b) Oferecer ferramentas de compreensão da realidade local;
c) Propor um adequado e correto planejamento a partir de ações
articuladoras;
d) Apresentar um currículo contextualizado com a realidade;
e) Promover a inclusão e a participação de todos os atores da educação;
f) Estimular e promover o exercício da cidadania;
g) Desenvolver ações educativas partilhada com a comunidade local.
A escola no desempenho da sua função social contribui para que a
educação seja um preparo para o exercício da cidadania, educando para que
os alunos possam reconhecer seus direitos sociais, civis e políticos, bem como
os deveres que lhes são atribuídos como parte na sua formação integral como
sujeito (FRANCISCHINI, 2010).
Tavares (2009) salienta que o processo educativo surge em espaços
diversificados e está constituído por diferentes práticas. Dentre tais práticas
educacionais, pode-se citar a educação integral. Destaca-se, nesta vertente
contextual, que tanto a educação em geral quanto a educação escolar
precisam estar orientadas com o foco na dimensão humana da formação com a
finalidade de responder às diferenciadas questões referentes ao processo
31
Neste viés, Cambi (1999) aponta para o fato de que estudo e trabalho
andariam lado a lado.
O autor enfatiza que a formação de um cidadão culto e honrado, no
período do Renascimento, só introduzia benefícios às comunidades e eram
reservadas às escolas as bibliotecas sortidas e bons docentes que fossem
capazes de formar jovens em substituição à família, em caso em que esta não
representasse adequadamente seu dever.
A educação em termos religiosos, quando eleito o Papa Paulo III e
Concilio de Trento (1546-1563), as decisões tomadas eram dadas de modo a
manter a essencialidade da doutrina católica que eram a igreja e o valor dos
sacramentos, as obras que redimem os homens e a intervenção da graça
divina, tendo como exemplo a criação da Companhia de Jesus (1539). Nas
constituições desta Companhia apareciam a catequização, a pregação, a
confissão e o ensino como meios de ajudar os homens a alcançarem o fim para
o qual foram criados.
Nota-se que o método adotado era essencialmente verbal, consistindo
em lição, explicação, repetição, composição e memorização. Nos colégios da
Companhia, o plano de estudos seguidos era baseado na formação de caráter
católico do aluno, com rígidas normas organizativas que deveriam ser
seguidas.
Conforme Cambi (1999), tal rigidez também era aplicado às disposições
didáticas a respeito de docentes e crianças e adolescentes, bem como uma
obediência cega e absoluta à autoridade religiosa e civil.
Contudo, segundo especifica o autor, a missão educativa proposta pelos
jesuítas ao chegarem ao Brasil era bem mais ampla, pois queriam integrar os
costumes e tradições dos nativos com as européias. A instrução dispensada
aos aborigenos com o intuito de catequisá-los.
A instrução dispensada aos indígenas com intuito de catequizá-los
consistia em inseri-los nos rituais cristãos, iniciando-os no mundo das
escrituras, do catecismo, das festas religiosas, dentre outros.
Bello (2001) completa:
Quando os jesuítas chegaram por aqui eles não trouxeram
somente a moral, os costumes e a religiosidade europeia;
trouxeram também os métodos pedagógicos. Este método
funcionou absoluto durante 210 anos, de 1549 a 1759, quando
36
Porém, como sinaliza Kuhlmann Jr. (2000), apenas com a CF/88 que o
dever do Estado quanto à educação das crianças, aparece na lei mediante a
garantia de atendimento em creches a pré-escola às crianças de zero a seis
anos de idade. Além disso, a CF/88 ganhou reforço com o ECA que também
enfatiza sobre o direito da criança a esse atendimento.
Pode-se dizer que a educação, desde o iluminismo se tornou a maior
responsável pela construção do cidadão e a república brasileira não fugia à
regra. Os ideais republicanos estavam a demandar modernização e civilização.
Assim, fez se premente constituir instituições educativas que possibilitassem o
ingresso da população brasileira na República recém-instaurada. Desta forma
foi instituída a descentralização do ensino, reservando-se à União o poder de
criar nos Estados instituições de ensino superior e secundário e prover a
Instrução Secundária Federal.
Foi com base neste contexto, que o primeiro Ministro da Educação,
Benjamin Constant, propôs uma reforma na qual o velho currículo humanista
fosse substituído pelo currículo enciclopédico, introduzindo as disciplinas
científicas em um ensino seriado. Sem perder de vista os elevados indicadores
do analfabetismo que continuavam a grassar no país em 1906, a Lei n° 1617 1
propunha o repasse de recursos da União para os Estados que já aplicavam
10% de sua receita na educação.
Na década de 1920, a higiene especializou-se. Através da eugenia ela
intentou controlar o homem enquanto espécie, entendendo que só por meio do
melhoramento da raça conseguiria regenerar o país. Assim as escolas eram
locais de excelência para a formação do corpo e do espírito contemplando as
crianças e adolescentes, simultaneamente, com a cultura das faculdades
físicas, intelectuais e morais.
Em 1932, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova empenharam
em propor uma Educação pública, laica e para além dos ensinamentos
cristãos, amparada em métodos ativos, caminhando ao passo com as
transformações trazidas pela Revolução Industrial. Nele, a educação adquiria
função social, pública, cabendo aos estados organizar, custear e ministrar o
ensino em todos os graus, de acordo com a Constituição.
1
Fixa a despesa geral da Republica dos Estados Unidos do Brasil para o exercício de 1907, e
dá outras providencia.
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promulgação da CF/88. Isto porque foi inserida no artigo 6º2 como um direito
social, a proteção à infância, além, ainda, de tratar da criança e do adolescente
em capítulo específico. Assim sendo, acredita-se que todas as lutas em favor
da criança e do adolescente que ocorreram em âmbito internacional, debates
avançados na busca pela regulamentação de promoção e proteção aos direitos
destes, as reivindicações em defesa dos direitos das crianças e adolescentes
contribuíram de forma determinante para as modificações surgidas em esfera
nacional.
Portanto, foi necessário ao Estado reconhecer os direitos e o espaço da
criança e do adolescente no meio social, levando em consideração a condição
de pessoa em pleno desenvolvimento. Foi com base nisso que, enfim, o Estado
passou a conceber as crianças e os adolescentes como sujeitos de direitos
merecedores de respeito à sua dignidade.
Observa-se, contudo, que o legislador brasileiro foi repetitivo em se
tratando de crianças no que diz respeito à dignidade. Nota-se que no art. 1º,
inciso III, da CF/88, o princípio da Dignidade da Pessoa Humana, não só da
criança, mas de qualquer pessoa humana, declara que elas devem ter a
dignidade respeitada, uma vez que este é um dos princípios fundamentais da
República Federativa do Brasil.
O artigo 227 da Constituição Federal de 1988 regulamenta:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado asse-
gurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liber-
dade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-la
a salvo de toda forma de negligência, discriminação, explora-
ção, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, 1988).
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Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
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ECA e pela CF/88, uma vez que estes garantem a proteção integral, não
podendo, portanto, que seja realizada prática de alteração da realidade.
A construção da cidadania se faz por meio da participação popular, mas,
também, se faz com o indivíduo que tem seus direitos reconhecidos e, neste
caso, crianças e adolescentes são parte deste processo, pois têm seus direitos
reconhecidos pela CF/88 e ECA (1990), mesmo que este se mostre um grande
desafio.
Conforme Arruda e Kocourek (2008), diversos são os desafios os quais
são encontrados para a efetivação da política social no Brasil. Dentre tais
desafios, pode-se citar a falta de conhecimento por parte de certa parcela da
sociedade acerca do ECA.
Mesmo o ECA ter sido desenvolvido com a ajuda da própria sociedade
civil organizada, Arruda e Kocourek (2008) salientam que ele continua sendo
ignorado por grande parte da população e, especialmente, pelos seus próprios
interessados que são as crianças e adolescentes.
Destaca-se, ainda, que não somente no cumprimento dos direitos
estabelecidos por lei, o Brasil vive um desafio maior que é o da verdadeira
efetivação dos direitos estabelecidos com base nas relações democráticas.
São decisões que devem se assentar conforme a vontade do povo, por ter um
espaço particular para manifestações com o apoio e junto aos Conselhos
Municipais de Direito.
Na Constituição Federal de 1988, os artigos 204 e 227 tratam da
descentralização político-administrativa dos programas e da participação da
população na formulação e no controle da política de atendimento à criança e
ao adolescente. Este último artigo mencionado ergue a criança e o adolescente
à categoria de cidadão, dispondo que:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à
criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, 1988,
n.p).
pessoas, conforme lhes é assegurado pela CF/88 e, assim sendo, não pode
ser violada por nenhuma outra lei ordinária.
Além do exposto, é salientado por Ferreira (2008) que o ECA é um
Estatuto que não apenas determina direitos às crianças e adolescentes, mas,
também, deveres que lhe são delegadas e afirma:
Dentro desse novo contexto, o Estatuto da Criança e do
Adolescente funciona como o instrumento que possibilita a luta
para a concretização da cidadania infanto-juvenil. A missão da
lei é mudar uma cultura de injustiça, ilegalidade, abusos e
opressões que sempre marcou a infância brasileira.
(FERREIRA, 2008, p. 108).
processo de mudança o qual, tem refletido diretamente nas ações das crianças
e adolescentes nas escolas. Fato este que tem sido motivo de insegurança
entre os docentes de forma geral, podendo prejudicar o processo ensino-
aprendizagem. Sobre isso, explica o autor:
Neste começo de um novo milênio, a educação se apresenta
em uma dupla encruzilhada onde de um lado tem o
desempenho do sistema escolar não tem dado conta da
universalização da educação básica de qualidade e do outro,
as novas matrizes teóricas não apresentam ainda a
consistência global necessária para indicar caminhos
realmente seguros numa época de profundas e rápidas
transformações. (GADOTTI, 2000, p. 6).
também aqueles que por um motivo ou outro não conseguem ter um bom
desempenho escolar. Outra questão muito desafiante na atualidade é
agressividade que deve ser melhor tratado pelos docentes.
Esteves (1999) e Mattos (1994) salientam que a docência é uma das
profissões que mais causa desgastes psicológico, emocional e físico. Este
trabalho que poderia ser uma fonte de realização pessoal e profissional torna-
se penoso, frustrante e todas as situações novas que poderiam servir como
uma motivação passa a ser uma ameaça temida e, portanto, evitadas.
Mas, como afirma Feil (1995), a manifestação de descontentamento
salarial dos docentes provoca um sentimento de mal-estar profissional
determinando um fechamento à mudança e às possibilidades de inovações
gerando a alienação e a frustração, o que logicamente interfere na qualidade
do ensino e no seu comportamento psicossocial, fazendo com que os
educadores reflitam sobre sua prática.
De acordo com Perrenoud (2000), a prática reflexiva, a
profissionalização, o trabalho em equipe e por projetos, a autonomia e a
responsabilidade crescentes, as pedagogias diferenciadas, a centralização
sobre dispositivos e sobre as situações de aprendizagem, a sensibilidade à
relação do saber e com a lei, serão as novas bases norteadoras para o docente
no desempenho de suas funções.
Embora a educação seja objeto de constantes estudos e de muita
reflexão, é na escola que se encontrará práticas inovadoras ou ao contrário,
ações que demonstram inflexibilidade e autoritarismo.
Dentre estes eixos, pode-se citar a diferenciação pedagógica, o
desenvolvimento de competências e habilidades, o procedimento de
transferência de conhecimento, a educação para a cidadania com recursos
tecnológicos, uma remuneração justa para todos os profissionais da educação,
e acima de tudo a vontade de vencer os problemas são, sem sombra de
dúvidas os maiores desafios do contexto educacional.
A escola precisa ter referencial público e ser articulada
institucionalmente, sendo conduzida por profissionais realmente
comprometidos com os destinos da nação brasileira rumo ao desenvolvimento
humano, científico, filosófico, tecnológico e cultural, com vistas para o alcance
da soberania nacional.
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liberdade não é o mesmo que ter atitudes sem regras implica, sim, na
disposição de seguir regras que o próprio sujeito moral se representa.
Ainda, para o mesmo autor, existem pessoas que vivem em um estado
de natureza anterior à criação do Estado civil, vivendo em condição de
igualdade diante da necessidade e da morte, o direito à vida, à propriedade, à
liberdade.
De acordo com Périas (2009), a criança e o adolescente gozam de todos
os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, assegurando-as, por lei
ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar
o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de
liberdade e de dignidade, porém, nem sempre essa é a realidade que se vê,
pois há diversas crianças e adolescente em condições de rua que não recebem
atendimento específico conforme exposto pelas políticas públicas, as quais,
elas têm direito. Nesse sentido, o autor conceitua que:
A criança ou adolescente não pode ser objeto de qualquer
forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão, devendo ser punido na qualquer
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais. (PÉRIAS, 2009, p. 19).
3
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente,
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
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Na verdade, o que se observa é que por menor que tenha sido o delito
praticado por crianças e adolescentes recebe ampla atenção e é divulgado na
mídia, parecendo ser uma prática comum e corriqueira.
Arantes (2004) também aponta como mito levantando sobre o ECA o
fato de que as crianças e adolescentes estarem se tornando cada vez mais
agressivos e perigosos, praticando crimes de alta gravidade.
Contudo, o que ocorre na verdade é que de todos os atos infracionais
que envolvem esta população, somente em média 8% podem ser equiparados
aos crimes contra a vida. Grande parte dos crimes cometidos por crianças e
adolescentes no Brasil, tem sido contra o patrimônio (75%) e pequenos furtos
(50%).
Há, segundo o autor, quem diga que o ECA defende a impunidade, mas,
na verdade, o referido Estatuto propõe um sistema de responsabilidade
direcionado àquele com idade entre 12 e 17 anos. No caso do adolescente ser
pego em flagrante por furto, ele é levado por policiais militares (PM) para a
delegacia especializada da infância e juventude e, como consequência,
permanecer internado por um período provisório de 45 dias aguardando a
audiência.
Destaca-se ainda que, crianças e adolescentes não possuem como
direito a redução de pena por bom comportamento, nem, tampouco, por ação
do tempo ou por se mostrar capaz de se readaptar ao convívio social. Também
não se aplica ao adolescente o direito de gozar do benefício de não possuir
processo em aberto em situações em que as causas são vistas como
irrelevantes.
Martins (2010) salienta que há o mito de que apenas com redução da
idade penal e determinação de penas a adolescentes que seria possível
promover uma diminuição da violência cometida por indivíduos nessa faixa
etária. Mas, na verdade, não será a punição ou a imposição de pena uma
ferramenta para a diminuição da violência no país. Deve haver uma
reeducação e ajuda a estes infratores para se ressocializarem.
Não raro, ouve-se falar que o ECA trata somente dos direitos das
crianças e adolescentes, não sendo taxativos quanto aos deveres. Mas,
conforme Martins (2010), não é verdade, pois, de acordo com o art. 6º do
referido Estatuto:
84
adolescente, a este também não se impõe pena devendo, portanto, que serem
aplicadas medidas socioeducativas.
Quanto à conduta praticada por adolescente, ou seja, sujeitos com idade
entre 12 e 18 anos, o ECA impõe determinados deveres que, de acordo com
Martins (2010).
Título III - Da Prática de Ato Infracional (art. 103 ao 128)
Capítulo I - Disposições Gerais (art. 103 ao 105)
Art. 103 - Considera-se ato infracional a conduta descrita como
crime ou contravenção penal. De que forma as crianças e os
adolescentes respondem pelos atos praticados?.
Capítulo IV - Das Medidas Sócio-Educativas. Seção I -
disposições Gerais
Art. 112 - Verificada a prática de ato infracional, a autoridade
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes
medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º - A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da
infração.
§ 2º - Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida
a prestação de trabalho forçado.
§ 3º - Os adolescentes portadores de doença ou deficiência
mental receberão tratamento individual e especializado, em
local adequado às suas condições. (BRASIL, 1990, n.p.).
Liberati (2000) enfatiza que não basta apenas conhecer as leis do ECA,
mas, sim, que o Estado e demais órgãos competentes sejam defensores e
aplicadores das normatizavas quanto aos direitos e deveres das crianças e
adolescentes, levando a debate as ideias impostas. Além disso, devem ainda
agir junto às crianças e adolescentes para que eles compreendam a real
proposta deste instituto.
Além disso, para muitos, pelo fato do ECA parecer uma lei liberal e
apresentar medidas leves tem contribuído para reincidência de atos
inflacionários cometidos por crianças e adolescentes. Entretanto, a reincidência
entre essa população não ocorre por culpa do ECA e, sim, resultante do
descaso da União, Estados e Municípios por não investirem o necessário em
programas que verdadeiramente permitam a inclusão social do jovem,
acabando por o exporem ainda mais à criminalidade, levando, muitas vezes, as
86
4 METODOLOGIA DE PESQUISA
No referente à metodologia em si, Lakatos e Marconi (2003) descreve
como sendo “[...] um conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com
maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos
válidos e verdadeiros –, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões do cientista”. (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 85).
Assim, a metodologia aplicada neste estudo científico-investigativo é a
descrição do fenômeno, de forma epistemológica, da relação entre os objetivos
de estudos: demonstrar os objetivos do ECA e a sua contribuição para a
formação do educando, desmitificando a visão paternalista que grande parte da
sociedade tem quanto ao Estatuto (Lei).
O intuito da pesquisa vem ao encontro de reavivar a aplicabilidade do
ECA no meio social e educacional, de uma maneira coerente, facilitando a
compreensão dos envolvidos no processo educacional, principalmente os
docentes e discentes.
Neste apresentará a delimitação do estudo; fontes de dados; o tipo de
pesquisa e enfoque; a população e mostra; questionário; as técnicas de análise
de dados e a metodologia aplicada pelo pesquisador no referente à
compreensão e entendimento do fenômeno pesquisado.
4.4 População
Totalidade dos pedagogos das escolas estaduais selecionadas da região
Noroeste de Belo Horizonte/MG;
Totalidade dos docentes das escolas estaduais selecionadas da região
Noroeste de Belo Horizonte/MG;
Totalidade dos discentes das escolas estaduais selecionadas da região
Noroeste de Belo Horizonte/MG.
90
4.5 Amostra
Amostra não-probabilística, pois segundo Sampiere (1991, p. 241): “A seleção
dos elementos não depende da probabilidade e sim de causas relacionadas com as
características do investigador”.
Foram aplicados questionários a 670 indivíduos, dentro os quais:
10 pedagogos;
160 docentes;
500 discentes das escolas foco da pesquisa.
4.6.1 Questionário
Antes de se aplicar o questionário em si, realizou-se um Pré-teste com
perguntas abertas e fechadas, para validação do instrumento para verificar o
grau de compreensão dos respondentes sobre o assunto proposto.
O questionário será utilizado como instrumento que viabilizará o
pesquisador a conhecer profundamente o fenômeno, através do ponto de vista
e compreensão dos envolvidos no referente à situação-problema aqui proposta:
91
tomadas na escola são de acordo com o ECA, observou-se que 70% dos
respondentes relataram que as medidas tomadas contra as infrações
acometidas pelas crianças e adolescentes são adequadas com o proposto pelo
ECA, 12% às vezes as medidas mantém o efeito esperado pelo referido
estatuto, 12% as medidas do ECA não apresentam os resultados esperados e
de acordo com 6%, não têm conhecimento acerca das ações propostas pelo
ECA.
Por meio do Gráfico 10 pode-se constatar que conforme 47% o ECA não
tem sido aplicado adequadamente como deveria, não surtindo, portanto, o
efeito pretendido. Mas, de acordo com 23% às vezes o ECA atende as
expectativas da escola nessa questão, enquanto para 30% o referido instituto
vem sendo aplicado de maneira eficiente transmitindo certa segurança nas
ações para melhoria da cidadania.
Utopia
13%
Segurança
23%
Deveres
15%
7%
11%
33% Superprotetora
13% Desvaloriza a escola
Só tem direitos
Aumenta a delinquência
Condescendente
14% Inadequada ao Brasil
22%
Às vezes
33%
Nunca
60% Sempre
7%
Por fim, foi solicitado aos discentes que escrevessem três palavras que
represente o ECA conforme seus conhecimentos e aplicabilidade.
Nota-se no Gráfico 24 que de todas as palavras coletadas, foram
selecionadas seis (6) palavras para conceituar o ECA, com destaque para o
número de repetição.
As palavras foram: direito (28%), educação (24%), aprendizagem (13%),
deveres (13%), responsabilidade (10%) e não sabe (12)% .
Atrasos injustificados 5º
Vandalismo 6º
A agressividade com alunos e docenteses 7º
Recusa de cooperação 8º
Desrespeito para com o sexo oposto 9º
Recusa em fazer lição de casa e de classe 10º
Vestir roupas provocantes e sem uso de uniforme 11º
Fonte: Elaboração própria, 2013.
112
6.1 Conclusões
Ao discutir-se o ECA na esfera escolar, torna-se possível abordar com
as crianças e os adolescentes a respeito dos principais direitos e deveres que
estes possuem conforme estabelecido pelo referido Estatuto dentro da
sociedade. Isto pode ser feito de forma lúdica, com uma linguagem clara e
acessível, além, ainda, de problematizar a situação em que a infância e
juventude brasileira estão enfrentando.
Ao trabalhar o tema ECA em sala de aula, o docente poderá fazê-lo de
diversas formas: com oficinas, projetos pedagógicos, trabalhos
interdisciplinares, dentre outras atividades educativas. O importante é promover
o contato das crianças e dos adolescentes com o ECA, discutindo a sua
relevância na construção de uma juventude pautada na educação, respeito a
diversidade e cidadania, sem desprezar o saber e o conhecimento, essenciais
para a construção de um cidadão íntegro dotado de moral e ética.
Após analisar o ECA como instrumento educativo no fortalecimento da
relação entre os docentes e discentes das escolas estaduais da Região
Noroeste de Belo Horizonte, Minas Gerais, concluiu-se que:
Para aplicar as diretrizes do ECA em sala de aula é preciso que
os docentes e pedagogos tenham conhecimento aprofundado
sobre suas normas de um modo geral, de modo que torne
possível e viável trabalhá-lo na escola;
Ao conhecer o ECA e as informações úteis que contém nele, o
docente e pedagogo poderão proporcionar com maior eficácia a
promoção e defesa dos direitos e deveres da criança e do
adolescente. Isto, porque, há no ECA vários artigos que o
educador pode ler, tomar conhecimento, simplificá-lo e utilizar em
sala de aula, principalmente como conteúdo pedagógico, visando
o enriquecimento na formação socioeducacional do discente.
No referente à identificação dos fatores que impedem o entendimento do
ECA por parte dos docentes e discentes no que se refere à perda de
autonomia do docentes, concluiu-se:
Um dos fatores que impendem o entendimento do ECA é
desconhecimento de sua aplicabilidade quanto aos direitos e,
principalmente, ao deveres das crianças e adolescentes;
115
Lei que somente abarca direitos, excluindo os deveres das crianças e dos
adolescentes, dificultando assim, relações sociais entre os docentes, discentes
e a sociedade em geral, principalmente da Região Noroeste de Belo Horizonte,
Minas Gerais, foco da pesquisa em questão.
Assim, referente à hipótese apresentada neste trabalho de pesquisa
acadêmica, (O Estatuto da Criança e do Adolescente é interpretado por parte
da sociedade e comunidade escolar como um Estatudo que viabiliza e prioriza
exclusivamente os direitos, irrelevando os deveres das crianças e dos
adolescentes; e que este é trabalhado pelos docentes das escolas estaduais
(foco de estudo) da Região Noroeste da capital mineira esporadicamente,
comprometendo assim, a difusão de seus fundamentos entre os envolvidos,
principalmente entre os discentes destas escolas (foco de estudo), levando
assim, ao enfraquecimento do Estatuto como Lei que fomenta a formação
social e a educação de cidadãos conscientes, acima de tudo, de seus direitos e
principalmente de seus deveres perante a sociedade) concluiu-se que a
hipótese foi comprovada.
6.2 Recomendações
Recomenda-se, a partir do estudo realizado, que as escolas
disponibilizem pelo menos um horário de aula por mês para trabalhar o ECA
com os discentes, pois, além de ser uma forma também educativa, será
demonstrado aos alunos a verdadeira essência deste Estatuto. Desta forma, os
alunos compreenderão melhor o ECA e saberão que ele não protege e nem
estimula a indisciplina escolar; e sim, que o Estatuto visa promover o bem-estar
da criança e do adolescente, sem deixar de lado a aproximação e respeito que
deve haver entre os atores da educação.
REFERÊNCIAS
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. São Paulo: Atlas,
2002.
PÉRIAS, Gilberto Rentz. Pedofilia. São Paulo: Vale do Mogi Editora, 2009.
SILVA, Valdenice Conceição da; SILVA, Rejane Dias da. Estatuto da Criança
e do Adolescente: nas representações sociais dos docenteses. In: XVI
ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP -
Campinas – 2012.
TIBA, I. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Editora Gente, 1996.
TIGRE, M. G. Disciplina na escola: análise e busca de elementos geradores.
Ponta Grossa, 2010. 56 p. Monografia (Especialização em Psicologia da
Educação) – Universidade Estadual de Ponta Grossa.
ESCOLA: __________________________________
_______________________________________________________________
Nome:
_______________________________________________________________
ESCOLA:_________________________TURMA:_______
NÍVEL DE ENSINO:________________
a- Sim
b- Não
c- Às vezes
a- Nenhuma
b- Até 3 vezes
c- De 4 a 7 vezes
d- Acima de 7 vezes.
a- Da escola
b- Dos meios de comunicação
c- Do Conselho Tutelar.
d- Do diálogo com colegas, pessoas da comunidade.
a- Boa
b- Tanto faz,
c- Ruim/ineficaz.
a- Sim,
b- Não,
c- Às vezes.
a- Sempre,
b- Às vezes,
c- Nunca.
d- Não sei, pois, não tenho conhecimento sobre o ECA.
a- Às vezes
b- Sempre
c- Nunca
a- Sim
b- Não,
c- Às vezes
10- Escreva 3 palavras que signifique o ECA, em sua aplicabilidade, para você.
UNIVERSIDAD AMERICANA
Mestrando em ciências da educação
CARTA CONVITE
Atenciosamente,
Miguel João Toledo Ribas
Mestrando em Ciências da Educação pela universidad Americana –
Assunção/PY
132
Pesquisador responsável:
Miguel João Toledo Ribas
E-mail: mjtribas@bol.com.br - (031) 9615.1431
Atenciosamente,
Univesidad Americana
Assunção/PY
2013
134
Univesidad Americana
Assunção/PY
135