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Belo Horizonte, 14 de abril de 2015.

PARECER TÉCNICO

PARECER TÉCNICO1 SOBRE O DIREITO AO TRABALHO DO TERAPEUTA


HOLISTICO, ALTERNATIVO E NATURALISTA, (HOMEOPATA – NÃO
MÉDICO) CONFORME A CBO – CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA DE
OCUPAÇÕES DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO DO BRASIL DE
Nº 3221-25.

1
Parecer técnico formalizado por Luís Gustavo Gomes da Costa – Terapeuta, Advogado OABMG 77.171, Professor, Doutorando
em Ciências Jurídicas pela Universidade Católica da Argentina, Especialista em Direito Civil e Processo Civil, Pós-Graduando em
Docência do Ensino Superior, Graduando em Filosofia, Presidente do Sinnatural – Sindicato dos Profissionais em Terapias
Naturais, Energéticas, Integrativas e Complementares do Estado de Minas Gerais, Vice- Presidente da FEBRATE – Federação
Brasileira de Terapeutas, Consultor Jurídico da Atenemg – Associação Nacional dos Terapeutas Holísticos e Energéticos e do
Conahom - Conselho Nacional Autorregulamentado de Homeopatias.

SINNATURAL - Sindicato dos Profissionais em Terapias Naturais, Energéticas, Integrativas e Complementares do Estado de Minas Gerais, Rua
Itapoã, 505, Guarani - Belo Horizonte - Minas Gerais, Cep: 31.840-020 - Tel: (31) 3327-5437
OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE – ESTRATÉGIA MUNDIAL DE
PRESERVAÇÃO DE MEDICINA TRADICIONAL 2002/2005 E 2014/2023 –
RATIFICAÇÃO PELO BRASIL COMO PAÍS MEMBRO.

“Prima Facie”, e como esclarecimento preliminar, é preciso


informar que o Brasil é um Estado Membro da ONU – Organização das Nações Unidas e
membro efetivo da OMS – Organização Mundial da Saúde sendo um dos Estados que
ratificou a “Estratégia da OMS sobre medicina tradicional – 2002-20052”.

Não obstante, na citada estratégia algumas definições do plano


de trabalho da OMS, precisam ser citadas antes de passarmos ao mérito deste parecer que é
o direito de abertura de um consultório e/ou sala de atendimento homeopático por parte
de um Terapeuta no Estado do Maranhão - MA. O qual em nosso entender cria um ato de
atentado direto às expectativas mundiais de proteção das terapias naturais, bem como fere
o direito constitucional, as relações de trabalho e a reserva de mercado dos profissionais
que trabalham com terapias naturais, especificamente O TERAPEUTA HOMEOPATA.

Dentre as definições da OMS citamos:

“... o que é a “medicina” tradicional? “A medicina


tradicional” (MT) é um termo amplo utilizado para se referir
tantos aos sistemas de medicina tradicional, como por exemplo,
medicina tradicional chinesa; a ayurvédica; a medicina unani
árabe e as várias formas de medicina indígena. As terapias de
medicina tradicional incluem terapias com meditação, as
medicinas com base em ervas, partes de animais e/ou minerais;

2 Organización Mundial de la Salud – Ginebra – Estratégia de la OMS sobre medicina tradicional 2002-2005.

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terapias sem medicação, se realizam sem o uso de medicações,
como o caso da acupuntura; as terapias manuais e as terapias
espirituais. Nos países onde o sistema sanitário dominante se
baseia na medicina alopática ou onde a medicina tradicional
não se incorporou a sistema de saúde nacional, a medicina
tradicional se classifica como medicina “complementar”,
“alternativa” ou “não convencional” (MCA)...3”

Sobre a medicina tradicional a OMS, ainda completa a


informação sobre seu significado, lançando os seguintes marcos conceituais e de trabalho,
senão vejamos:
“... A medicina tradicional pode se codificar, se regular, ser
ensinada livremente e praticada de forma ampla e
sistematicamente, por se beneficiar de mais de mil anos de
existência. A contrário, pode ser reservada, mística e
extremamente localizada, através da difusão oral de seus
conhecimentos e práticas4. Pode se basear em sintomas físicos
ou forças sobrenaturais perceptíveis.”

Para finalizar, o Brasil ratificou a declaração de Alma-Ata na


Conferência Internacional sobre Atenção Primária de Saúde em setembro de 1978, onde o
reconhecimento da homeopatia como medicina tradicional, complementar e integrativa faz
parte das atas de discussão. Sendo a matéria de fundo a divulgação, o ensino, o uso, a
indicação de formulados homeopáticos, passemos ao mérito da questão para devido o
esclarecimento de um claro equívoco praticado pela fiscalização deste respeitável conselho
de classe.

3 Estratégia de la OMS sobre medicina tradicional 2002-2005. p. 01.


4 Estratégia de la OMS sobre medicina tradicional 2002-2005. p. 07.

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DA RESERVA DE MERCADO DO TERAPEUTA HOMEOPATA –
CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA DE OCUPAÇÕES DO MINISTÉRIO DO
TRABALHO E EMPREGO Nº 3221-25.

Vencidas as questões de cunho informativo originados da OMS


– Organização Mundial de Saúde, temos “ab Initio”, um despacho originado da
Prefeitura Municipal de Imperatriz (MA), Secretaria Municipal de Saúde,
Coordenação de Vigilância Sanitária, despacho de 001/2015 – Empresa S. M.
ANAGA HOMEOPATIA – ME, CNPJ N. 21.169.910/0001-72, cujo o teor podemos
destacar as seguintes informações:

“impedimento pela Anvisa Municipal de abertura de


consultório de homeopatia para Terapeuta Homeopata não
médico” (Impedimento indireto de exercício profissional, falta
de previsão legal para o indeferimento).

Neste ponto fazemos, mais uma interrupção para buscarmos o


conceito do termo comum dado a HOMEOPATIA5, senão vejamos:

“...Homeopatia (do grego ὅμοιος + πάθος transliterado


hómoios - + páthos = "semelhante" + "doença") é uma forma
de terapia alternativa iniciada por Samuel Hahnemann (1755-
1843) quando em 1796 publica a sua primeira dissertação. Se
baseia no princípio similia similibus curantur (semelhante pelo
semelhante se cura), ou seja, o tratamento se dá a partir da

5 Fonte - http://pt.wikipedia.org/wiki/Homeopatia

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diluição e dinamização da mesma substância que produz o
sintoma num indivíduo saudável. A homeopatia reconhece os
sintomas como uma reação contra a doença. A doença é uma
perturbação da energia vital e a homeopatia provoca o
restabelecimento do equilíbrio. É o segundo sistema médico
mais utilizado no mundo. Pesquisas científicas têm mostrado
que os remédios homeopáticos são ineficazes e seu mecanismo
de funcionamento implausível. Outras pesquisas no entanto,
tem mostrado diferença entre os efeitos de medicamentos
homeopáticos e placebo . Entre a comunidade médica e
científica internacional, a homeopatia é geralmente tida como
pseudociência e charlatanismo. O tratamento homeopático
consiste em fornecer a um paciente sintomático doses
extremamente diluídas de compostos que são tidos como causas
em pessoas saudáveis dos sintomas que pretendem contrariar,
mas supostamente potencializados através de técnicas de
diluição, dinamização e sucussão que liberariam energia. Desse
modo, o sistema de cura natural da pessoa seria estimulado a
estabelecer uma reação de restauração da saúde por suas
próprias forças, de dentro para fora. Este tratamento seria para a
pessoa como um todo e não somente para a doença. A
Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha os seus
estados membros a regular a Homeopatia de forma a garantir a
inocuidade dos produtos que são comercializados sem
prescrição médica. A OMS reconhece que, apesar de se
verificar um aumento da utilização de produtos homeopáticos,
são poucos os estados com regulamentação aplicável. Segundo
esta organização, é necessário contrariar a ideia de que não

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existem riscos na administração de produtos homeopáticos
devido às altas diluições. O documento de Estratégia da OMS
sobre medicina tradicional 2002 - 2005 “aborda as questões de
segurança, qualidade e eficácia da medicina tradicional (MT) e
medicina complementar e alternativa (MCA). O principal
objetivo destas estratégias é desenvolver um guia técnico de
controlo de qualidade e segurança para produtos de MT/MCA.”

Sendo a Homeopatia uma técnica terapêutica que usa da


“ENERGIA VITAL” dos seres, necessário de imediato saber quem é o “dono” desta
técnica. Vez que não existe lei regulamentando que a homeopatia seja de propriedade desta
ou daquela profissão, pois se trata de conhecimento transmitido há séculos sem a rigidez
da cátedra. Inclusive, não se tem conhecimento da existência de curso superior no Brasil,
com formação exclusiva desta técnica a “qual é livre, até que lei ulterior decida de forma
contrária sobre seu ensinamento, prática e regulação geral”. O único marco histórico
que temos é o ensino da homeopatia por Bento Mure a não médicos por volta de 1843,
sendo o mesmo atacado pela medicina clássica que o acusava de charlatanismo.

Desta forma, quando um Conselho Profissional, seja ele de


medicina, enfermagem ou de outras áreas da saúde regulamenta a “especialidade” de
homeopatia, via resolução ou até por publicação de lei (a qual não existe) esta norma
interna não possui efeito “erga omnes”, se restringindo apenas aos profissionais que estão
sobre sua tutela de responsabilidade profissional. Não pode um conselho de classe regular
o que deve aprender um biólogo, um zootecnista, um agrônomo ou qualquer brasileiro que
queira aprender homeopatia, pois cada profissão tem seu conselho de classe específico e
não existindo lei que proíba a transmissão e o ensino da homeopatia a quem quer que seja
no Brasil.

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Em que pese às alegações contidas no parecer técnico da
Anvisa Municipal de Imperatriz (MA), com elas não podemos concordar, pois a profissão
de TERAPEUTA HOMEOPATA é prevista na CBO – Classificação Brasileira de
Ocupações do Ministério do Trabalho e Emprego nº 3221-25 e a falta de
regulamentação da profissão não a transforma em prática criminosa. Este é o
entendimento dos Tribunais pátrios.

Ato contínuo, informamos que, a Homeopatia só foi


considerada como “especialidade médica no Brasil” em 1980, sendo que antes desta
data, nem os médicos estavam autorizados “por seu conselho de classe” a prescrever
medicamentos que eram e ainda são livres de prescrição médica????. Resta por evidente
que – se os médicos não poderiam dispensar receita médica homeopática até 1980 – o
parecer da Anvisa de Imperatriz cria um conflito profissional com a classe dos
PROFISSIONAIS EM TERAPIAS NATURAIS, COMPLEMENTARES E
INTEGRATIVAS de todo o Brasil. Os quais já prescreviam homeopatias há muito tempo
antes da mesma ser regulamentada pelos conselhos das profissões de saúde. Sendo certo,
que uma atividade não exclui a outra e não poderia assim fazer por questões de proteção
do trabalho.

Certo que inexiste no país lei que incluía as homeopatias como


dependentes de receita médica ou alopática (preservadas ainda, as limitações da Lei nº
5991/73 c/c Decreto nº 54.477/65 que ainda autorizam a compra de homeopatias de forma
livre pela população brasileira). Não pode este conselho, sob pena de invasão de reserva de
mercado dos TERAPEUTAS HOMEOPATAS, lançar auto de infração dizendo ser
proibida “a abertura de uma clinica, sala ou consultório de terapias naturais
(homeopatia)” (invasão de competência do Poder Legislativo). E não há que se falar em
proteção de animais e plantas, vez que, o Conselho Federal de Farmácia tem sobre controle
a prática e a venda de insumos homeopáticos em todo o país, sendo da sua única e

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exclusiva responsabilidade, o controle destas vendas. Como exemplo disso, temos, a livre
compra de homeopatias do laboratório Almeida Prado6 pela população em geral por mais
de meio século.

Em síntese, AFASTADOS OS OPOSITORES NATURAIS DAS


HOMEOPATIAS, uma grande maioria ligada a grandes laboratórios de remédios
alopáticos, necessária uma revisão do parecer da Anvisa Municipal de Imperatriz, até
mesmo para que se preserve “o conhecimento homeopático”, o qual é administrado a
seres humanos, animais e plantas de forma muito empírica, haja vista, a própria
dificuldade de comprovação científica da técnica. Pois, a criação de uma disputa, que
entendemos ser estritamente profissional, e não nos sentimos acuados na defesa de
nossos interesses, pode fragmentar ainda mais a ciência das “energias”, ou seja, o
conhecimento homeopático hoje existente.

Nesta linha de raciocínio fica o questionamento, se existe a Lei


nº 5991/73 c/c Decreto nº 54.477/65 que estabelecem uma relação imensa de “homeopatias
de livre dispensação e uso”, por consequência, a Anvisa Municipal de Imperatriz (MA) ,
não pode fazer as vezes do Ministério do Trabalho e Emprego e até mesmo de legislativo,
impedindo um terapeuta homeopata de trabalhar e de ter legalmente sua autorização de
trabalho para o exercício de sua profissão. Desta feita, clara a ocorrência de invalidade
do parecer ora em análise, vez que as bases nele mencionadas não têm aplicabilidade legal
sobre homeopatias, fitoterápicos e afins, quando o assunto é a liberdade do exercício do
trabalho de demais profissionais ligados às homeopatias no Brasil.

Complementando a ideia e esclarecendo ainda mais o tema,


temos que os medicamentos homeopáticos segundo prevê a Lei 5.991/73, arts. 13 e 41

6Fonte: página da web – Laboratório Almeida Prado - http://www.homeopatiaalmeidaprado.ind.br/?p=empresa.

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dependem de receita médica alopática e/ou veterinária apenas nos casos em que haja uma
concentração de substância ativa que corresponda às doses máximas farmacologicamente
(excesso de princípio ativo) estabelecidas, senão vejamos:

Art. 13. Dependerá da receita médica a dispensação de


medicamentos homeopáticos, cuja concentração de substância
ativa corresponda às doses máximas farmacologicamente
estabelecidas.

Art. 41. Quando a dosagem do medicamento prescrito


ultrapassar os limites farmacológicos ou a prescrição apresentar
incompatibilidades, o responsável técnico pelo estabelecimento
solicitará confirmação expressa ao profissional que a
prescreveu.

Isto significa que pela Lei 5991/73, o Ministério da Saúde


estabeleceu uma lista dos medicamentos homeopáticos com suas respectivas diluições,
(potências), deixando cristalino e evidente que somente as diluições D1, D2, e C1 e C2, e
algumas poucas homeopatias em C3 ou D3 (Decreto 57.477/65), por conterem
substâncias tóxicas em nível elevado ficaram restritas a indicação médica. Aliás, por
incrível que pareça, a lei é de 1973, assim até os médicos estavam proibidos de prescrever,
vez que a especialidade médica homeopática se quer havia sido criada em âmbito interno
do Conselho pertinente a estes profissionais (1980) e se prescreviam é porque a
homeopatia era e ainda é livre no Brasil. Continuando, todas as demais diluições
homeopáticas, por serem energia e não conterem substâncias tóxicas, automaticamente
ficaram livres da exigência de receita médica e assim fica lógico e claro que qualquer
pessoa no Brasil tem permissão para escolher para si uma homeopatia ou uma planta
medicinal ou fitoterápica que melhor lhe convier. Salienta-se inclusive, que a homeopatia

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por não ser exclusividade médica, assim como hoje, pode ser indicada ou prescrita por
farmacêuticos, químicos, veterinários, fisioterapeutas, enfermeiros (já regulamentada pela
resolução COFEN 197/1997), odontólogos e por todos os TERAPEUTAS
HOMEOPATAS cuja ocupação esta prevista na Classificação Brasileira de Ocupações, na
forma e modo de suas atuações no Brasil desde 1831.

Outrossim, ficou delimitada a matéria impugnada para afastar a


imputação de irregularidade contida no parecer em análise, ou seja, não é proíbido no
Brasil “ensinar e praticar homeopatia”, conforme previsão contida na Lei 5991/73 e na
CBO - Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho e principalmente
no princípio da reserva de mercado profissional de outros profissionais ligados à saúde
(TERAPEUTAS HOMEOPATAS).

Cabe ressaltar que a atividade de ensino da homeopatia,


utilizando de instituição com autorização de funcionamento junto ao MEC – Ministério da
Educação e Cultura em curso de extensão, tem garantia constitucional firmada no
desenvolvimento cultural, intelectual, liberdade e manifestação do pensamento por quem
quer que seja, vedado o anonimato. A homeopatia harmoniza as pessoas, terapeutas
homeopatas existem há quase dois séculos no Brasil. Como exemplo de sua liberdade de
uso e aplicação, citamos o renomado escritor brasileiro Monteiro Lobato, inclusive, foi
homeopata e Promotor de Justiça em São Paulo e escreveu sobre homeopatias no início do
século passado.

Além disso, se tem que o ato perpetrado pela Anvisa de


Imperatriz (M) pode ser considerado como censura ao livre pensamento e posicionamento
intelectual da ciência da Homoeopatia, mesmo porque, não existe impedimento legal para
que qualquer brasileiro possa falar, trocar, informações, indicar, sugestionar a qualquer
outro patrício, tratamentos homeopáticos, fitoterápicos e afins por pura aplicabilidade da

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Lei 5991/73 e Decreto 54.477/65, além da Portaria 971 do Ministério da Saúde
incentivadora da prática e do saber popular da homeopatia e das plantas medicinais e
também a PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 2.960, DE 9 DE DEZEMBRO DE
2008, Aprova o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e cria o Comitê
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, incentivando o saber popular.

Conclui-se, portanto, que o parecer em análise é fruto de


entendimento subjetivo e de interpretação equivocada de preceitos legais, quer do Direito
Constitucional, quer da própria legislação que ampara a atuação do TERAPEUTA
HOMEOPATA quanto à divulgação, o uso e distribuição das homeopatias. Acrescenta-se
que existem em 20 Estados da Federação, sindicatos de profissionais em terapias
naturais, inclusive homeopatas, sendo hoje, os cursos de extensão autorizados pelo
MEC – Ministério da Educação e Cultura, utilizados para aferição da formação do
Terapeuta Homeopata até que lei ordinária venha regulamentar a profissão.

Complementando estas teses, e a título ilustrativo, temos que


este é o entendimento de vários tribunais pátrios é no sentido de limitar a intervenção de
conselhos de classe em profissões não regulamentadas, colaciona-se:

TRF-3 - APELAÇÃO CÍVEL AMS 4375 SP 0004375-


43.2009.4.03.6100 (TRF-3) - Data de publicação: 09/10/2014
- Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - QUIROPRAXIA
– PROFISSÃO AINDA NÃO REGULAMENTADA -
RESOLUÇÃO COFFITO 220/2001 (PRETENDIDA
FISCALIZAÇÃO DOS QUIROPRÁTICOS EM
EXERCÍCIO, COM POSSÍVEIS AUTUAÇÕES) -
ILEGALIDADE: AUSÊNCIA DE LEI ATRIBUINDO
COMPETÊNCIA PARA FISCALIZAR OS

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QUIROPRÁTICOS AO CONSELHO DE FISIOTERAPIA -
REMESSA OFICIAL E APELAÇÃO IMPROVIDAS.

1. O livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,


atendidas as qualificações profissionais estabelecidas em lei,
constitui direito individual fundamental (CF/88, art. 5º, XIII).
2. A Resolução 220/2001 do COFFITO, ao reconhecer a
quiropraxia como especialidade da fisioterapia, extrapolou as
competências administrativas fiscalizatórias conferidas ao
COFFITO e aos Conselhos Regionais de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional pela Lei nº 6.316, de 17/12/75. 3. Na
medida em que a atuação dos Conselhos Profissionais
não pode ocorrer fora dos limites da lei, se a lei vigente (Lei
nº 6.316, de 17/12/75) não contempla como atribuição da
entidade impetrada a fiscalização dos praticantes de
quiropraxia (profissão que aguarda regulamentação no
Congresso Nacional por meio do PL nº 1.436/2011, em
relação ao qual houve em 2013 "audiência pública", e que se
acha em tramitação em regime ordinário na Câmara Federal
aguardando apreciação conclusiva pelas Comissões) -
que não se vinculam necessariamente a Fisioterapia - revela-
se ilegal a Resolução nº 220/ COFFITO. 4. Esse entendimento
não salvaguarda os quiropráticos de responsabilidade por seus
atos profissionais; só que essa responsabilização não se fará
através da vigilância do COFFITO à conta da falta de
competência administrativa legal para isso; como dito na r.
sentença, responderão na forma das leis civis e penais.

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Ao contrário do que possa parecer, os Terapeutas Homeopatas
não estão, querendo e não vão criar conflito com outras representações de profissionais
afetos a saúde, ao contrário, estes profissionais querem o mesmo respeito profissional que
é dado aos demais profissionais deste âmbito de atuação. Tal é a verdade que o Tribunal
Regional Federal da 1ª Região, isto em 2006, já preservava a atuação dos mesmos, como
se pode aferir no extrato do voto lançado no AI 2006.04.00.034.793-2, pela pena do
Desembargador Federal Luiz Carlos de Castro Lugon, in verbis:

"(...) A prática dos chamados tratamentos alternativos por


profissionais que não sejam formados em medicina é uma
realidade no País. Muitos profissionais ligados à área da
saúde já tratam moléstias com terapias alternativas, a despeito
dos riscos que são inerentes. O que a União fez, por meio da
Portaria 971/2006 do Ministério da Saúde, foi autorizar que
tais especialistas se credenciem no SUS, sendo por ele
remunerados. Haverá, por certo, uma ampliação de potenciais
pacientes, mas isso não significa que, pari passu, aumentarão
os riscos à saúde pública. Nenhum profissional estará
eximido de responsabilidade por eventual imperícia, tanto
quanto os profissionais médicos. Todos os profissionais
credenciados tem de demonstrar habilidade e aptidão para a
respectiva especialidade. A preparação técnica é requisito
indispensável ao exercício das práticas alternativas. Não se
pode desconsiderar, outrossim, a grave situação da saúde
pública como um todo, pelo que as ações do SUS devem
envolver conhecimento multi e interdisciplinares, a fim de
levar à efetivação do direito fundamental à saúde, ampliando-
se progressivamente o atendimento ao maior número de

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doentes, alargando-se também o âmbito das ações
preventivas. Em tal perspectiva, a Portaria 971/2006 tem como
objetivo a uniformização de procedimentos para a prestação de
tais serviços na rede pública de saúde, dentro da Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC)
no SUS. Aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde em
dezembro de 2006, e finalizada depois de amplo debate com a
sociedade civil e as comunidades médicas e científicas, a
PNPIC define as ações e responsabilidades dos gestores
federais, estaduais e municipais na implementação desses
novos serviços do Sistema Único de Saúde e regulamenta a
adequação de iniciativas que já vinham sendo desenvolvidas
em algumas regiões do País. O Ministério da Saúde fará o
monitoramento pelo sistema nacional de vigilância sanitária,
que também definirá padrões de qualidades às unidades do
SUS aptas a prestar esses serviços à população. No ramo da
fitoterapia, o objetivo é ampliar as opções terapêuticas
oferecidas aos usuários do SUS com garantia de acesso a
plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos, que poderão
ser produzidos pelos laboratórios públicos. É de notar que a
própria OMS estimula práticas integradas à medicina
convencional, reconhecendo que 80% da população dos países
em desenvolvimento utiliza práticas tradicionais nos cuidados
básicos de saúde, sendo que 85% utilizam plantas ou
preparados. Aquela Organização Mundial de Saúde
recomenda a difusão mundial dos conhecimentos necessários
ao uso racional das plantas medicinais e medicamentos
fitoterápicos. O Brasil tem enorme tradição de uso de plantas

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medicinais e tecnologia para validar e aprimorar
cientificamente o conhecimento a respeito. Além disso, a
estratégia da OMS é incentivar seus 191 Estados-membros a
inserir a medicina complementar e alternativa nos sistemas
oficiais de saúde. Em tal sentido, da exposição de motivos da
Portaria em liça consta que "considerando que a Organização
Mundial da Saúde (OMS) vem estimulando o uso da Medicina
Tradicional/Medicina Complementar/Alternativa nos sistemas
de saúde de forma integrada às técnicas da medicina ocidental
modernas e que em seu documento 'Estratégia da OMS sobre
medicina Tradicional 2002-2005' preconiza o desenvolvimento
de políticas observando os requisitos de segurança, eficácia,
qualidade, uso racional e acesso;'..." Considerando que a
Acupuntura é uma tecnologia de intervenção em saúde,
inserida na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), sistema
médico complexo, que aborda de modo integral e dinâmico o
processo saúde-doença no ser humano, podendo ser usada
isolada ou de forma integrada com outros recursos
terapêuticos, e que a MTC também dispõe de práticas
corporais complementares que se constituem em ações de
promoção e recuperação da saúde e prevenção de
doenças;"..."Considerando que a Fitoterapia é um recurso
terapêutico caracterizado pelo uso de plantas medicinais em
suas diferentes formas farmacêuticas e que tal abordagem
incentiva o desenvolvimento comunitário, a solidariedade e a
participação social;..."Considerando que o Termalismo
Social/Crenoterapia constituem uma abordagem reconhecida
de indicação e uso de águas minerais de maneira

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complementar aos demais tratamentos de saúde e que nosso
País dispõe de recursos naturais e humanos ideais ao seu
desenvolvimento no Sistema Único de Saúde (SUS); e.."
Ademais, não diviso, a priori, que a referida Portaria traga
em seu bojo nenhuma determinação contra lei, e que possam
justificar sua anulação. O que se depreende de seu texto é que
apenas foi reconhecido oficialmente a importância das
manifestações populares em saúde e a chamada medicina
não-convencional, considerada como prática voltada à saúde
e ao equilíbrio vital do homem. Em tal perspectiva,
estabeleceu diretrizes para a incorporação e implementação
de tais práticas no SUS, de modo a garantir qualidade,
eficiência e segurança aos usuários do sistema público de
saúde.
Enfim, não vejo demonstrado um risco potencial na edição da
Portaria 971/2006, pois foram tomadas todas a precauções
para limitar em parâmetros seguros os contornos das
chamadas práticas alternativas de tratamento de saúde. De
concreto, não nenhuma referência a casos de prejuízos à saúde
que tenham sido identificados como provenientes das técnicas
ora oficializadas. De outra parte, não vislumbro uma
possibilidade de acirrada concorrência entre os médicos e os
especialistas nas terapias agora incorporadas ao SUS. Cada
profissional, ao que consta, conserva sua área de atuação bem
delimitadamente, sem risco de invasão uma na outra. (...)"
grifei

SINNATURAL - Sindicato dos Profissionais em Terapias Naturais, Energéticas, Integrativas e Complementares do Estado de Minas Gerais, Rua
Itapoã, 505, Guarani - Belo Horizonte - Minas Gerais, Cep: 31.840-020 - Tel: (31) 3327-5437
Finalizando e até mesmo como forma de síntese de todo
material trazido à apreciação desta impugnação, claro é o dever de se retificar o parecer
emanado pela Anvisa de Imperatriz (MA), o qual não utilizou de motivação legal
pertinente para sua efetiva validade. Sendo certo que, até que lei ordinária especifique os
limites de ensino transmissão do conhecimento, divulgação, formação de terapeutas
homeopatas no Brasil, Anvisa’s municipais, estaduais, federais e demais órgãos públicos;
não podem invadir a alçada de outras classes profissionais sem que lei específica assim o
determine.

Por outro norte, a atividade desenvolvida pela empresa


consultante é de cunho profissional e representa a manifestação de interesses de uma
profissão (TERAPEUTAS) que há séculos é praticada no país e tem suas bases e fixações
de atividade no Ministério do Trabalho e Emprego. Sendo ato de censura intelectual e
laboral, querer impedir a divulgação das homeopatias, o ensino, suas formas de atuação,
modo e uso como tenta fazer este r. conselho de classe em desfavor de toda uma gama de
pessoas envolvidas e beneficiadas por este projeto.

Para finalizar, informa que a empresa consultante, respeita em


muito o labor da classe médica, mas não pratica medicina alopática, não é empresa médica,
onde trabalham médicos e sim uma empresa de terapias naturais prevista pela Portaria do
Ministério da Saúde n. 971/2006. Sendo objeto de suas atividades o trabalho honesto com
aplicação das técnicas energéticas ligadas a homeopatia com o uso controlado das energias
provenientes dos formulados homeopáticos dispensados por farmácias especializadas. Tal
ato não invade a área de atuação dos médicos e médicos veterinários (homeopatas ou não),
assegurada a sua reserva de trabalho e livre escolha daqueles que, no que se refere à
“homeopatia”, podem escolher de forma livre o profissional com quem querem trabalhar
ou serem atendidos.

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Por fim informa que cópia deste parecer será encaminhado ao
Ministério Público do Trabalho no estado do Maranhão para aferição de pratica delituosa
contra as leis do trabalho e atos de responsabilidade individual no caso de atividade dolosa
ou preconceituosa contra o trabalho do terapeuta.

Luís Gustavo Gomes da Costa


OABMG 77171

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