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ANÁLISE COMBINATÓRIA
GUARULHOS – SP
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3
3 CONTAGEM ..................................................................................................... 9
4 AGRUPAMENTOS ......................................................................................... 15
4.4 Combinação................................................................................................ 25
5 BINÔMIO DE NEWTON.................................................................................. 27
8 PROBABILIDADE ........................................................................................... 35
8.2 Evento......................................................................................................... 37
.........................................................................................................................37
1
9.1 Eventos independentes e eventos dependentes ........................................ 38
2
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
3
2 ORIGENS DA LINGUAGEM NUMÉRICA E DA CONTAGEM
4
Para Aragão (2009), a primeira correspondência biunívoca foi sem dúvida aquela
que se via entre os objetos e os dedos das mãos e dos pés. A operação de contar, de
descobrir o número de elementos de um conjunto depende do ato de comparar. O
indivíduo primitivo conseguia saber, por exemplo, se tinha mais filhos do que lanças.
Nossos antepassados mais antigos inicialmente contavam somente até dois;
qualquer conjunto além desse nível era designado por “muitos”. A ideia de número tornou-
se mais ampla e vívida somente na linguagem de sinais, em que os dedos de uma mão
podem ser usados para indicar um conjunto de dois, três, quatro ou cinco objetos. O
número 1 inicialmente não era reconhecido como um verdadeiro número. E quando os
dedos humanos, dos pés e das mãos, eram inadequados, usavam-se montes de pedras
para representar uma correspondência com elementos de outro conjunto. O homem
primitivo, quando usava esse método de representação, costumava amontoar as pedras
em grupos de cinco, pois os quíntuplos lhe eram familiares por observação da mão e do
pé. Para conservar as informações, o homem pré-histórico fazia o registro de um número
por meio de entalhes em um bastão ou pedaço de osso (BOYER; MERZBACH, 2012).
Conforme Boyer e Merzbach (2012), a ação de contar com os dedos, ou por meio
de grupos de cinco e dez, parece ter surgido mais tarde do que a contagem por grupos
de dois e três. No entanto, os sistemas quinário e decimal substituíram o binário e o
ternário. Vejamos, na Figura 1, um exemplo de sistema vigesimal usado pelos Maias de
Yucatan e da América Central.
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Na representação de intervalos de tempo entre datas em seu calendário, os
maias usavam uma numeração com valor na posição, geralmente com 20 como base
primária e 5 como auxiliar, como vemos na Figura 1. As unidades eram representadas
por pontos, e cinco, por barras horizontais (BOYER; MERZBACH, 2012).
As talhas numéricas (tally sticks, bastões numéricos entalhados) eram utilizadas
entre povos primitivos com inúmeras finalidades: registro de transações ou obrigações,
cômputo de dias de viagem, registro de períodos de tempo, calendários, repartição de
bens, etc. Vejamos alguns exemplos de talhas numéricas do Paleolítico Superior Europeu
até o mais recente, encontrado em 1937, com idade de aproximadamente 30 mil anos
(ALMEIDA, 2001).
Exemplo:
Na Figura 2a, vemos o mais antigo exemplo de talha registrado nos textos de
História da Matemática, um rádio de lobo inscrito com 55 incisões, com idade aproximada
de 30 mil anos.
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Em 1927, foram escavados no Abri Cellier ossos com entalhes com uma idade
estimada em 24 mil anos. À direita da Figura 2b tem-se um osso de ave, gravado com
duas séries de incisões; outro osso, à esquerda, apresenta uma série de incisões.
(BOYER; MERZBACH, 2012).
O “adorador” é uma figura em marfim de mamute, com 30 mm comprimento, 14
mm de altura e 4,5 mm de espessura, como se vê na Figura 2c. Pode representar uma
criatura híbrida em atitude de adoração. As filas de pontos no verso podem representar
observações astronômicas ou calendáricas. Os cerca de 49 pontos no verso estão
arranjados em quatro filas de 13, 10, 12 e 13 pontos; nos lados há um total de
aproximadamente 30 incisões em grupos de 6, 13, 7 e 13. Foi escavado em 1979 e é
datado de, aproximadamente 35 a 32 mil anos.
Algumas interpretações de talhas como calendários lunares podem ser
observadas:
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De acordo com Boyer e Merzbach (2012), acredita-se que o desenvolvimento da
linguagem tenha sido essencial para o surgimento do pensamento matemático abstrato
e que as palavras que exprimem ideias numéricas apareceram lentamente. É provável
que os sinais para números tenham surgido antes das palavras para eles, pois é mais
fácil fazer incisões em um bastão do que estabelecer uma frase bem formulada para
identificar um número.
É possível perceber a demora no desenvolvimento da linguagem para exprimir
abstrações como o número no fato de que as expressões verbais numéricas primitivas
invariavelmente se referem a coleções concretas específicas, como “dois peixes” ou “dois
bastões”, e, mais tarde, uma dessas frases seria adotada para indicar todos os conjuntos
de dois objetos. Essa tendência do desenvolvimento da linguagem do concreto para o
abstrato ainda pode ser percebida em muitas medidas de comprimento usadas
atualmente; por exemplo, a altura de um cavalo é medida em “palmos”, e as palavras
“pé” e “ell” (ou elbow, cotovelo) também derivam de partes do corpo (BOYER;
MERZBACH, 2012).
A distinção entre conceitos abstratos e repetidas situações concretas levou
milhares de anos para ser descoberta pelo homem, o que demonstra a complexidade
para o estabelecimento de fundamento para a matemática. Muitas perguntas relativas à
origem da matemática ainda não foram respondidas; enquanto há argumentos de que ela
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tenha surgido em resposta a necessidades práticas, há outros afirmando que ela surgiu
da conexão com rituais religiosos primitivos (BOYER; MERZBACH, 2012).
O número inteiro é o mais antigo da matemática. A noção de fração, por outro
lado, surgiu tarde e não estava relacionada com os sistemas para os inteiros.
Aparentemente, para as tribos primitivas, as frações não eram necessárias e, para
questões quantitativas, o homem prático pode escolher unidades suficientemente
pequenas, podendo dispensar as frações (BOYER; MERZBACH, 2012). Pode-se afirmar
que o desenvolvimento das frações não foi um produto da Idade da Pedra, mas com as
culturas mais avançadas desenvolvidas, durante a Idade do Bronze, pode ter surgido a
necessidade de utilizá-las (BOYER, 1996).
Aragão (2009) destaca que, embora o conceito de número seja recente, há
muitos milênios os seres humanos os utilizavam, representavam e combinavam, por meio
de operações. Os números eram utilizados não apenas para contar, mas para medir
grandezas, indicar direções e posições no espaço, etc.
3 CONTAGEM
Estar diante desse princípio é como encarar uma situação na qual avaliar as
possibilidades de uma escolha e suas possíveis consequências torna-se necessário.
Por exemplo, considere que você deseja comprar um carro e que há 4 cores
disponíveis: preto, prata, vermelho e branco; também existem 3 potências para o seu
motor: 1.0, 1.5 e 2.0; além disso, há a possibilidade de ele ser com 2 ou 4 portas. Logo,
quais são as possibilidades de montagem para esse carro? Conforme Santos, Mello e
Murari (2008, p. 39), frente a uma típica situação que utiliza o princípio fundamental da
contagem,
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princípio fundamental da contagem, que é aplicado multiplicando o número de opções
entre as escolhas disponíveis.
n1 + n2 + n3 + · · · maneiras.
n1 · n2 · n3 · . . . maneiras.
Suponha que uma faculdade tenha três disciplinas diferentes de história, quatro
disciplinas diferentes de literatura e duas disciplinas diferentes de sociologia.
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(a) O número m de maneiras que um estudante pode escolher uma de cada tipo
de disciplina é:
m = 3(4)(2) = 24
n=3+4+2=9
Exemplos:
12
3 × 5 × 4 × 2 = 120
2) Para compor um look completo para trabalhar, Camila necessita combinar uma
blusa, uma calça e um calçado. Sabendo que existem 12 blusas, 7 calças e 10 calçados
em seu guarda-roupa, quantas são as composições possíveis de serem montadas?
Como existem 12 blusas, 7 calças e 10 calçados, é necessário escolher cada um
desses itens; logo, o total de possibilidades é dado por:
12 × 7 × 10 = 840
3.2 Fatorial
2! = 2 × 1 = 2
4! = 4 × 3 × 2 × 1 = 24
5! = 5 × 4 × 3 × 2 × 1 = 120
7! = 7 × 6 × 5 × 4 × 3 × 2 × 1 = 5040
10! = 10 × 9 × 8 × 7 × 6 × 5 × 4 × 3 × 2 × 1 = 3.628.800
Observe que o valor obtido pelo cálculo do fatorial cresce muito rápido, conforme
cresce o número; por isso, é usual simplificar operações envolvendo fatorais. (BOYER;
MERZBACH, 2012). Esse processo ocorre de modo que seja obtido um mesmo número
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fatorial no denominador e numerador, assim, eles são eliminados. Observe essa
aplicação no exemplo a seguir.
Simplifique os fatoriais:
n! = 1 · 2 · 3 · . . . · (n−2)(n−1)n = n(n−1)(n−2) · . . . · 3 · 2 · 1
Exemplo:
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4 AGRUPAMENTOS
4.1 Arranjo
Onde:
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de 23 alunos manifestou interesse; logo, de quantas maneiras essa comissão pode ser
formada?
Observe que, nessa comissão, a posição tem funcionalidades diferentes; logo, a
ordem é um fator inerente a essa situação, assim, estamos diante de um arranjo que
pode ser calculado por:
4.2 Permutação
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Por definição:
(i) BDCA, DCBA e ACDB são permutações das quatro letras (tomadas todas
de uma vez).
(ii) (ii) BAD, ACB e DBC são permutações das quatro letras tomadas três por
vez.
(iii) (iii) AD, BC e CA são permutações das quatro letras tomadas duas por
vez.
Teorema:
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Encontre o número m de permutações de seis objetos, digamos, A, B, C, D, E, F,
tomados três por vez. Em outras palavras, determine a quantia de “palavras de três letras”
usando apenas as seis letras dadas sem repetição. (SANTOS; MELLO; MURARI, 2008)
Representemos a palavra genérica de três letras pelas três posições seguintes:
——, ——, ——
A primeira letra pode ser escolhida de 6 maneiras; seguindo esta, a segunda letra
pode ser escolhida de 5 maneiras; e, finalmente, a terceira letra pode escolhida de 4
maneiras. Escrevemos cada número em sua posição apropriada como se segue:
P(6, 3) = 6 · 5 · 4 = 120
Exemplo:
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1) Anagramas são modificações nas letras de uma palavra. Desse modo,
quantos são os anagramas da palavra CADERNO?
a) CADERNO, desde que a primeira letra seja A;
b) CADERNO, desde que as últimas letras sejam DE, nessa ordem.
c) Como a palavra é formada por sete letras, logo, o total de anagramas é de:
e) Agora, tornam-se fixas as duas últimas letras, permitindo a permutação das cinco
letras restantes:
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O número de permutações de n objetos, dos quais n1 são repetidos, n2 são
repetidos, . . ., nr são repetidos . A fórmula geral é a seguinte:
Exemplo:
20
4.3.1 Amostras ordenadas
Exemplo:
(a) Cada carta pode ser escolhida de 52 maneiras. Logo, m = 52(52)(52) = 140
608.
(b) Aqui não há devolução. Portanto, a primeira carta pode ser escolhida de 52
maneiras, a segunda de 51, e a terceira de 50 maneiras. Logo,
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4.3.2 Diferenças entre arranjo e permutação
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Problemas utilizando arranjo e permutação:
Logo, seria possível obter 720 combinações diferentes na ordem dos sabores.
A confecção poderá produzir 15.600 lotes até que uma nova maneira de controlar
os lotes seja necessária.
4.4 Combinação
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Onde:
n = total de elementos do grupo;
p = total de elementos por combinação.
Exemplos:
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Existem 18 questões disponíveis dentre as quais 15 devem ser escolhidas, como
a ordem de escolha não foi imposta, o resultado é obtido por:
Logo, cada aluno tem 816 maneiras diferentes de escolher as questões da prova.
5 BINÔMIO DE NEWTON
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Nessa temática, alguns termos recebem uma nomeação especial devido às suas
características, que podem ser observadas a seguir (SANTOS; MELLO; MURARI, 2008):
Exemplo:
Exemplo:
28
O símbolo que se lê “nCr” ou “combinação de n por r”, onde r e n são
inteiros positivos com r ≤ n, é definido como se segue (SANTOS; MELLO;
MURARI, 2008):
Exemplos:
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Desse modo, o triângulo de Pascal pode ser representado também pelos
resultados numéricos obtidos pelo desenvolvimento desse cálculo, como pode ser
verificado na Figura 2 (SANTOS; MELLO; MURARI, 2008).
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A soma dos termos de cada linha do triângulo de Pascal é uma potência
de 2, cujo expoente é o próprio número da linha. Essa relação é descrita
por:
32
7 APLICAÇÃO DA ANÁLISE COMBINATÓRIA
Assim, é possível concluir que 364 triângulos distintos podem ser formados.
Assim, 210 quadrados diferentes podem ser construídos a partir dos pontos da
circunferência.
7.2 Computação
Exemplos:
5 × 4 = 20
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2) Uma sequência de caracteres utilizada para indicar palavras, frases ou textos
na programação de computadores recebe o nome de string, assim, quantos strings de 8
bits possuem exatamente quatro bits 1’? Para descobrir o resultado, basta calcular a
combinação desses elementos, ou seja:
8 PROBABILIDADE
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8.1 Espaço amostral
Lançar uma moeda e observar a face voltada para cima: U = {cara, coroa}.
Lançar um dado e observar a face voltada para cima: U = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
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8.2 Evento
Eventos que não podem ocorrer conjuntamente são conhecidos com eventos
mutuamente excludentes (também chamados de eventos mutuamente exclusivos). Caso
dois ou mais eventos sejam mutuamente excludentes, no máximo um deles irá ocorrer a
cada vez que repetirmos o experimento. Por conseguinte, a ocorrência de um evento
exclui a ocorrência do outro, ou de outros eventos.
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Considerando, por exemplo, dois lançamentos de uma moeda, esse experimento
tem quatro resultados possíveis: cara/cara, cara/coroa, coroa/cara, coroa/coroa. Esses
resultados são mutuamente excludentes, uma vez que um, e somente um, deles irá
ocorrer ao lançarmos a moeda duas vezes.
Chama-se evento complementar de um evento A e é representado por Ā o
conjunto formado por todos os elementos do espaço amostral U que não pertencem ao
evento A (SANTOS; MELLO; MURARI, 2008).
No lançamento de um dado, temos o seu espaço amostral: U = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
Considere os eventos a seguir.
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Sem reposição significa o não retorno do evento sorteado ou do seu conjunto de
origem, alterando a probabilidade de sorteio do evento seguinte.
Dois lançamentos sucessivos de uma moeda não viciada são considerados como
eventos independentes, uma vez que o resultado do primeiro lançamento não tem efeito
algum nas probabilidades de ocorrer uma cara ou uma coroa no segundo lançamento
(SANTOS; MELLO; MURARI, 2008).
10 CÁLCULO DE PROBABILIDADE
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quais 8 são fêmeas. A probabilidade de se retirar uma aranha macho para um
experimento é de?
No lançamento de um dado perfeito, qual é a probabilidade de sair um número
maior do que 4?
Em uma urna existem 20 bolas numeradas de 1 a 20. Sorteando-se uma bola,
ao acaso, qual é a probabilidade, em porcentagem, de que o número da bola sorteada
seja divisível por 3?
Considere o lançamento de três dados comuns. Qual é a probabilidade de que
a soma dos valores sorteados seja igual a 5? Maria ganhou de João nove pulseiras,
quatro delas de prata e cinco de ouro. Maria ganhou de Pedro onze pulseiras, oito delas
de prata e três de ouro. Ela guarda todas essas pulseiras e apenas essas em sua
pequena caixa de joias. Uma noite, arrumando-se apressadamente para ir ao cinema
com João, Maria retira, ao acaso, uma pulseira de sua pequena caixa de joias. Ela vê,
então, que retirou uma pulseira de prata. Levando em conta tais informações, a
probabilidade de que a pulseira de prata que Maria retirou seja uma das pulseiras que
ganhou de João é igual a?
Uma urna contém 8 bolas, das quais três são vermelhas e as restantes são
brancas. Qual a probabilidade de, ao retirar duas bolas sucessivamente, sem reposição,
obtermos a 1ª vermelha e a 2ª branca?
Para se calcular as probabilidades de ocorrer determinado evento, como os
casos apresentados acima, além dos conceitos de espaço amostral, eventos e tipos de
eventos, apresentados neste capítulo anteriormente, foi preciso saber diferenciar os tipos
de probabilidade, que veremos adiante: probabilidade de um evento em um espaço
amostral finito; probabilidade condicional; e probabilidades de eventos independentes.
Além de sabermos apresentar os cálculos de probabilidade nas 3 maneiras diferentes de
apresentação: valor fracionário, valor numérico e valor percentual (SANTOS; MELLO;
MURARI, 2008).
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10.1 Resultados da probabilidade
Os resultados podem ser apresentados em qualquer uma das três maneiras, isso
vai depender do que for pedido no enunciado de algum problema/questão/ experimento.
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No início do texto referente ao título Cálculo de probabilidade, apresentamos
várias questões sobre probabilidade. Vamos aproveitar agora que aprendemos a calcular
a probabilidade de um evento em um espaço amostral finito (probabilidade clássica) e
resolvermos estas (SANTOS; MELLO; MURARI, 2008):
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2) No lançamento de um dado perfeito, qual é a probabilidade de sair um número
maior do que 4 (SANTOS; MELLO; MURARI, 2008)?
Solução:
Um dado possui 6 faces numeradas, ou seja, os números 1, 2, 3, 4, 5 e 6
possuem as mesmas possibilidades, ao jogarmos o dado, da face desse número cair
voltada para cima (espaço amostral). O problema pede a probabilidade de sair a face
para cima de um número maior do que 4. Temos como possíveis respostas os números
5 e 6 (evento).
Colocando na fórmula:
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4) Considere o lançamento de três dados comuns. Qual é a probabilidade de que
a soma dos valores sorteados seja igual a 5 (SANTOS; MELLO; MURARI, 2008)?
Solução:
Em primeiro lugar, precisamos calcular o valor do espaço amostral e da
quantidade de possíveis respostas. Utilizando a operação que foi citada no Fique Atento
acima, como estamos jogando 3 dados ao mesmo tempo, vamos utilizar a operação:
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12 PROBABILIDADE CONDICIONAL
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Há diversos casos para ilustrar a probabilidade condicional, por exemplo, as
chances de um bebê nascer menina é um evento A, mas a probabilidade de essa criança
ter doença celíaca (intolerância ao glúten) se trata de um evento B. Essa situação pode
ser considerada uma probabilidade condicional, porque a doença celíaca atinge mais
mulheres do que homens. Se as chances fossem iguais para pessoas dos dois gêneros,
esses eventos não estariam condicionados e seriam uma probabilidade marginal ou
incondicional, pois, a possibilidade de que um deles ocorra não influencia na do outro
(SANTOS; MELLO; MURARI, 2008).
Assim, se os eventos forem independentes, a probabilidade não será
condicional, pois você representa a probabilidade condicional com a seguinte expressão:
P (A|B), que se lê “a probabilidade condicional de A em relação a B”. Já a fórmula para
calculá-la é:
P (A|B) = P(A∩B)/P(B)
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P (A|B) = P(A∩B)/P(B)
P (A|B) = P(A).P(B)/P(B)
P (A|B) = P(A).P(B)/P(B)
P(A|B) = P(A)
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Resolvendo o problema citado anteriormente:
Maria ganhou de João nove pulseiras, quatro delas de prata e cinco de ouro.
Maria ganhou de Pedro onze pulseiras, oito delas de prata e três de ouro. Ela guarda
todas essas pulseiras, e apenas essas em sua pequena caixa de joias. Uma noite,
arrumando-se apressadamente para ir ao cinema com João, Maria retira, ao acaso, uma
pulseira de sua pequena caixa de joias. Ela vê, então, que retirou uma pulseira de prata.
Levando em conta tais informações, a probabilidade de que a pulseira de prata que Maria
retirou seja uma das pulseiras que ganhou de João é igual a (SANTOS; MELLO;
MURARI, 2008)?
Solução:
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Verificamos que a condição é ser uma pulseira de prata, por isso, precisamos
saber o total de pulseiras de prata que Maria ganhou: 12.
Ela quer saber a probabilidade de que essa pulseira que ela está pegando no
escuro tenha sido dada de presente pelo João. Então, precisamos verificar quantas
pulseiras de prata João deu de presente: 4.
Utilizando a fórmula:
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Resolvendo o problema citado anteriormente:
Uma urna contém 8 bolas, das quais três são vermelhas e as restantes são
brancas. Qual a probabilidade de serem retiradas duas bolas, sucessivamente, sem
reposição, sendo a 1ª vermelha e a 2ª branca (SANTOS; MELLO; MURARI, 2008)?
Solução:
Calculando a probabilidade de ocorrer o primeiro evento, em que dentro da urna
há 8 bolas (espaço amostral) e queremos sortear uma bola vermelha, tendo, dentro da
urna, um total de 3 dessa cor (evento):
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Calculando a probabilidade de ocorrer o segundo evento, e sabendo que não
houve reposição, dentro da urna há 7 bolas (espaço amostral), e queremos sortear, desta
vez, uma bola branca, sabendo que, dentro dessa urna, há um total de 5 bolas dessa cor
(evento):
13 TEOREMA DE BAYES
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Uma das muitas aplicações do teorema de Bayes é a inferência bayesiana, uma
abordagem particular da inferência estatística. Assim, quando for aplicado, as
probabilidades envolvidas nele podem ter diferentes interpretações de probabilidade.
Com a interpretação bayesiana, o teorema expressa como a probabilidade de um
evento (ou seu grau de crença) deve ser alterada após considerar as evidências sobre
sua ocorrência. Apesar do pioneirismo, essa abordagem caiu em esquecimento nas
ciências e foi preterida pela frequentista, que ainda é hegemônica, mas devido ao grande
aumento na capacidade de processamento dos computadores, a bayesiana renasceu
com muita força.
Para calcular pelo teorema de Bayes a probabilidade de um evento A dado que
um B ocorreu, P(A|B), tem-se a seguinte fórmula:
Em que,
P(B|A): probabilidade de B acontecer dado que A ocorreu;
P(A): probabilidade de A ocorrer;
P(B): probabilidade de B ocorrer.
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Nos sistemas especialistas probabilísticos, os valores de probabilidade refletem
a crença do especialista sobre o que espera que ocorra em situações similares às que
têm experiência e aprendeu ao longo de sua vivência. Assim, ele tenta extrapolar com
base em experiência e aprendizado no domínio de aplicação.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DIAS, V. G. Quadratura: da antiguidade à atualidade. 2014. Dissertação (Mestrado
Profissional em Matemática) — Programa de Pós-Graduação em Matemática, Centro de
Ciência e Tecnologia, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande,
2014.
LIPSCHUTZ, S.; LIPSON, M. Matemática discreta. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
(Coleção Schaum). (Coleção Schaum).
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