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e
imperativo é a mudança, a inovação e criatividade. A obra é composta de duas partes, sendo a
s
primeira essencialmente conceitual, e a segunda tem a natureza conceitual e tecnológica.
tecnologia aplicada
a l U
o n
Flávio de São Pedro Filho
e rs
P
É condecorado com a Cruz do Mérito da Amazônia, no Grau de
Comendador, pela Câmara Brasileira de Cultura da Academia de
r
Ciências e Artes, em solenidade no Clube Militar do Rio de Janeiro em
11/12/2021. É Pós-Doutor em Gestão e Economia (2017) pela
o
Universidade da Beira Interior (UBI), Covilhã, Portugal, listada como
F
uma das melhores do mundo na edição de 2022 do World University
Rankings (WUR), organizado pelo Times Higher Education (THE). É
Doutor em Administração (2010), pela Universidade de São Paulo
(USP), conforme Apostila de revalidação de título. Doutor em Gestão de
Empresas (2009), laureado Magna cum Laude pela Universidad
Autónoma de Asunción (UAA). Member at the International
Community of Spatial Planning and Sustainable Development, em
Kanazawa, Japão. Membro Examinador e Qualificador Internacional de
Teses de PhD em Economia e Gestão para a Aligarh Muslim University,
Índia. Professor e Pesquisador em Administração Pública, Gestão,
Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade.
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Copyright © 2022 Flávio de São Pedro Filho
Copyright © 2022 Generis Publishing
All rights reserved. This book or any portion thereof may not be reproduced or
used in any manner whatsoever without the written permission of the publisher
except for the use of brief quotations in a book review.
ISBN: 979-8-88676-000-2
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Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)
Sobre o autor: FLÁVIO DE SÃO PEDRO FILHO
e
em Administração (1982) pela EAUFBA, instituição criada por Cooperação
s
Técnica e Científica com os Estados Unidos da América na UFBA; é Bacharel em
C. Contábeis (1986) pela Fundação Visconde de Cairu. Possui Curso de
l U
Aperfeiçoamento para Executivos pela FEA/USP e Fundação Dom Cabral (MG).
Estudou no tradicional Colégio Estadual da Bahia, criado em 1837 pelo Ato
n a
Imperial 33, estabelecimento de ensino por onde também passaram significativas
personalidades da história do Brasil. Como Administrador Sênior, ocupou cargo
o
de Direção na Estrutura do Governo Federal do Brasil. Member at the
r s
International Community of Spatial Planning and Sustainable Development, em
e
Kanazawa, Japão. Membro Examinador e Qualificador Internacional de Teses de
PhD em Economia e Gestão para a Aligarh Muslim University, Índia. Professor e
r
sustentabilidade.
P
Pesquisador na área de Administração Pública, gestão, inovação, tecnologia e
F o
Currículo Lattes CNPq: http://lattes.cnpq.br/9627466972854043
5
Sobre o Livro
e
públicos; aborda conceitualmente sobre indicadores de desempenho da gestão da qualidade no
s
serviço público; traz ainda sobre conceitos e definições sobre as principais ferramentas para
U
modernização na gestão pública, com foco na eficiência nos resultados. O tratamento que se dá
l
a estas definições e conceitos, permite transformar os elementos reunidos em técnicas
a
fundamentais na inovação tecnológica do serviço público. Na Parte 2 deste livro, o leitor irá
n
adquirir um ferramental possante para o sucesso na gestão pública; são ofertadas diversas
o
técnicas de gerenciamento profissional pela metodologia ágil e Scrum, accountability, design
r s
thinking, análise SWOT, ferramenta Bow-Tie, ferramenta 5W2H, gerenciamento de projetos
e
por meio do Project Management Body of Knowledge (PMBOK), entre outros assuntos
P
atualizadíssimos que podem muito bem serem adaptados em ambientes governamentais
complexos e disruptivos. Após apreciar todo o conteúdo, se perceberá que o tratado neste
or
compêndio poderá servir ainda aos gestores do setor privado, pois o apelo pela Teoria da Nova
Gestão Pública trará a convergência por uma administração pública que segue o mesmo modelo
F
empresarial, nesta busca por resultados vantajosos e competitivos.
Porto Velho, 10 de março de 2022.
Prof. Dr. Flávio de São Pedro Filho,
Pós-Doutor em Gestão e Economia.
Apresentação
e
vice e versa, em temas específicos de interesse geral.
U s
Ainda falta ao Brasil um projeto estratégico de nação que permita analisar
friamente os cenários e ambientes e gerar diretrizes nacionais de atuação. Não
a l
existe Gestão Pública sem planejamento. Se a ferramenta é indispensável no setor
privado, quiçá no público que segue, por exemplo, a Lei Orçamentária Anual.
o n
Aproveitem o debate e bebam, ao máximo, do conhecimento disponibilizado aqui
r s
pelo Grupo de Pesquisa e Gestão da Inovação e Tecnologia. A gestão profissional
e
que buscamos construir, e que já estamos construindo, conta com você!
7
Prefácio
A Gestão Pública e os seus eixos de melhoria são um tema que sempre serão
discutidos pelo caráter atemporal que possuem. De fundamental importância, a
busca contínua por uma gestão mais assertiva e profissional se mostra cada vez
mais necessária. Falar sobre otimização da utilização dos recursos públicos e
aprimoramento dos serviços prestados à sociedade, frente aos dispositivos já
existentes, ajudam na promoção do debate sobre os desafios atuais na
administração pública. A videoconferência GEITEC de Gestão Pública
desempenha um importantíssimo papel ao priorizar tal discussão e destacar o
valor do gestor técnico, que detém o conhecimento da Administração, em
consonância com o gestor político que também possui seu lugar. É preciso que
nós nos apropriemos do nosso espaço. Somos nós quem estudamos e nos
aprofundamos na ciência da Administração e o primeiro passo a ser dado neste
caminho é o reconhecimento e a valorização do profissional de Administração que
muito tem a contribuir. No centro de tudo deve estar o cidadão. É no município
que ele está inserido e por isso precisamos construir uma rede de transformação,
de baixo para cima, que leve em consideração informações e dados para subsidiar
melhores resultados. É para o município que o olhar do gestor deve estar voltado
e nós, enquanto Sistema CFA/CRAs, não podemos nos eximir. Sem dúvida
s e
alguma, o conhecimento gerado a partir da discussão levantada nesta
videoconferência será de enorme valia para a edificação de uma Gestão Pública
U
mais sólida.
l
Adm. Fábio Mendes Macêdo
a
Diretor da Câmara de Gestão Pública do Conselho Federal de Administração.
o n
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F
Sumário
Parte 1
Capítulo 1 - Gestão Pública em Face dos Conceitos de Accountability ............. 12
Capítulo 2 - Estudo dos Conceitos da Burocracia no âmbito do Serviço Público
............................................................................................................................. 31
Capítulo 3 - Gerencialismo, seus principais motivadores, contribuições e
impasses na gestão pública.................................................................................. 51
Capítulo 4 - Gestão pública por resultados: uma perspectiva instrumental para
dinâmica nos processos ....................................................................................... 71
Capítulo 5 - Indicadores de Desempenho como Ferramenta na Gestão da
Qualidade no Serviço Público ............................................................................. 92
Capítulo 6 - Ferramentas de modernização na gestão pública com foco na
eficiência de resultados. .................................................................................... 114
Parte 2
e
Capítulo 7 - Ferramenta Accountability na Gestão de Projetos Públicos para o
s
Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável .............................................. 136
Capítulo 8 - Método Kaizen aplicado na gestão de projetos públicos de
U
teletrabalho ........................................................................................................ 150
l
a
em cenário pandêmico ....................................................................................... 150
n
Capítulo 9 Análise SWOT como estratégia em gestão de projeto público de
o
tecnologia agropecuária com foco no boi verde ............................................... 172
r s
Capítulo 10 - Metodologia Ágil Scrum em gerenciamento de projeto público
e
para movimentação de equipamentos ............................................................... 201
P
Capítulo 11 - Aplicação da Matriz GUT na gestão de projeto público para
tecnologia da informação em governança digital ............................................. 225
or
Capítulo 12 - Ferramenta Bow Tie na Gestão de Projeto Público ..................... 254
de assistência a vulneráveis ............................................................................... 254
F
Capítulo 13 - Ferramenta 5W2H aplicada na gestão de projeto público para
desfazimento de bens inservíveis ...................................................................... 281
9
Capítulo 14 - Ferramenta design thinking na gestão de projeto público de
implantação de praça para lazer na Amazônia .................................................. 310
Capítulo 15 - Matriz de probabilidade e impacto na Gestão de Projeto Público de
assistência à indivíduos vulneráveis .................................................................. 335
Capítulo 16 - Aplicando o PMBOK como ferramenta gerencial de projeto
público de polo industrial em Porto Velho........................................................ 359
Capítulo 17 - Modelo SIR Aplicado na Gestão de Projecto Público em Cenário
Pandêmico ......................................................................................................... 384
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Parte 1
Co-autores Colaboradores
e
Russlana Rocha Pereira
Silvio Rodrigues da Silva
Sued Santos Rocha de Souza
U s
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11
Capítulo 1:
Gestão pública em face dos
conceitos de accountability
Resumo
s e
U
Accountability envolve mecanismos de controle, cobrança e
l
responsabilização do gestor público em face dos seus atos. O tema requer
a
pesquisa e para isso admite-se a seguinte pergunta: Como os conceitos de
n
accountability podem contribuir para o aperfeiçoamento dos serviços
o
públicos? Para responder a esse questionamento a tarefa traz como objetivo
s
geral estudar a accountability no âmbito da gestão pública. Este ensaio teórico
e r
tem base na Teoria da Nova Gestão Pública, abordada em Neves Pereira et al.
(2017). Os autores tratam sobre um movimento em favor do serviço
P
governamental qualificado, no qual se utilizam técnicas de gerenciamento
r
similares às praticadas no âmbito da administração empresarial, na via de
o
encontrar a satisfação dos usuários dos serviços públicos. Adota-se no preparo
desse ensaio teórico o Método de Análise de Conteúdo, como prescreve
F
Campos (2004), tendo como procedimentos principais efetuar a coleta de
dados e informações de forma adequada, leitura flutuante, clivagem,
categorização e análise em Habermas. Como resultado se fez possível um
framework para que sirva de instrumento na administração pública. Esta
12
dinâmica conceitual aponta higidez no exercício da accountability na esfera
da gestão pública. Garantida a legitimidade, a accountability permite a
proteção legal, inclusive quanto aos direitos humanos, a satisfação da plena
liberdade de informação, o exercício da liberdade política e do controle social,
e vertentes outras que uma controladoria deve satisfazer. É proposto um
framework da accountability operacional, válido para afastar atritos políticos,
comum entre lideranças representativas, enquanto traz melhor credibilidade
ao gestor nas organizações públicas e instituições do terceiro setor.
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F
13
1.INTRODUÇÃO
e
2. REVISÃO TEÓRICA E CONCEITUAL
U s
Este ensaio teórico tem base na Teoria da Nova Gestão Pública,
l
abordada em Neves Pereira et al. (2017). Os autores tratam sobre um
a
movimento em favor do serviço governamental qualificado, no qual se
n
utilizam técnicas de gerenciamento similares às praticadas no âmbito da
administração empresarial, na via de encontrar a satisfação dos usuários dos
s o
serviços públicos. A New Public Governance (NPG) ou New Public
r
Management (NPM) passam a convergir conceitos de eficiência como
e
esperado pelo cidadão pagador de imposto. Não se admite conflito de
P
interesse enquanto promovem valores éticos do gestor para que não venha a
ser responsabilizado nos debates de práticas inaceitáveis. Assim, os
or
argumentos desta teoria passam a ter os subsídios prático da accountability,
de modo a concretizar ações convergentes aos propósitos de uma gestão
F
pública qualificada como desejam o usuário dos serviços públicos. Por esta
razão é que ingressam três subtópicos neste compartimento da tarefa,
delineando o arcabouço conceitual a ser tratado de conformidade ao proposto
neste documento.
14
2.1 levantamento dos principais conceitos de accountability
considerando a sua função como ferramenta de controle
e
pode não envolver todas as ações desses tribunais. Entretanto, a
s
accountability oferece uma oportunidade significativa na consolidação e no
U
desenvolvimento democrático da sociedade. Mas a sua essência não pode ser
enfraquecida em face ao significado que traz para a legitimidade esperada
l
pela sociedade como o controle institucional das atividades governamentais.
a
n
2.2 Conceitos sobre a aplicação da accountability na via de
o
s
melhorias de desempenho
e r
Leitura em Gonçalves et al (2021) aborda sobre a aplicação da
P
accountability como instrumento de controle em prestação de contas, na
busca de adequações para a melhoria de desempenho na aplicação de recursos
or
públicos. Aqui se trata de um controle social com transparência que é
importante para o amadurecimento das relações institucionais. É muito bem
F
coerente, de acordo com os autores, para o caráter do controle social, da
participação e da real democratização; os indicativos ora coletados se referem
ao controle de poder e sobre a representatividade de relação com a
comunidade.
15
Os supracitados autores indicam dilema de significado no âmbito do
papel em accountability, permeado entre as externalidades impostas de cima
para baixo no controle, e as impugnações de baixo para cima pelas
representações contra abuso de poder. Isso significa melhor conceituar este
paradoxo de modo a encontrar a legitimidade das políticas públicas bem aceitas
pelo cidadão. Ainda na abordagem dos supracitados autores se faz fundamental
uma crítica aos métodos usuais em accountability, de forma a permitir uma
linguagem que estimule o aprendizado bem reconhecido.
U
amplificada em termo de adequação e novas providências pelos gestores.
l
Salvo aqueles casos que exigem imperiosas medidas de fiscalização, com
a
responsabilização dos agentes, esses relatórios de auditoria e pareceres
n
processuais, são arquivados compondo apenas como peça processualísticas, e
o
assim com pouca repercussão.
s
Conforme a abordagem do autor supramencionado estes documentos
r
de análises e pareceres seriam bem recompensadores se fossem analisados e
e
interpretados pelos gestores e seus colaboradores, adicionando ciclos de
P
capacitação e desenvolvimento que permitissem aos agentes as melhorias em
r
termos de conhecimento que melhorassem a execução das contas
governamentais.
o
Busca efetuada em Barros (2000) trata sobre auditoria operacionais
F
ou de desempenho com foco na burocracia utilizada na atividade de
accountability. O autor registra uma atuação formal nos tribunais de contas,
porém limitando-se aos padrões de controle clássicos, consistentes na
verificação de conformidade das práticas do agente. O evento significa que
16
ao modernizar o sistema burocrático para otimizar a accountability, também
o órgão fiscalizado passaria a ter melhoria na operação de seus resultados.
3. METODOLOGIA DO PREPARO
s e
tratar mediante técnicas próprias praticadas com atenção de modo a expor
uma realidade. Esses dados são explorados, podendo ser tratados de forma
U
multifacetada, já que eles significam corpus a serem trabalhados no ponto de
l
vista da interpretação subjetiva do pesquisador, desde que o mesmo procure
a
resguarda-se da lógica imperiosa que a racionalidade do tratamento técnico
n
dos dados e informações vem a requerer.
s o
3.2 Quanto aos procedimentos adotados
r
P e
Silva e Fossá (2021), aponta sobre a identificação objetiva para
análise do conteúdo no seu contexto social para a objetividade. Assim, a
r
leitura em Cavalcante, Calixto e Pinheiro (2021) se reportam a um estudo
o
histórico sobre as construções humanas em abordagens qualitativas, para
F
trazer um tratamento de categorias nas investigações, promovendo ligação
quanto a manifestar compreensão em uma pesquisa sistematizada. A consulta
nos autores aqui indicados permitiu nesta tarefa admitir procedimentos como
a coleta e seleção de acervos bibliográficos diversos, coletados de
17
plataformas como a Spell, e outras publicações coletadas de revistas
indexadas e disponíveis para consulta na rede mundial de computadores; a
leitura flutuante foi outro procedimento aplicado aqui, de modo a trazer no
contexto o que serve ao tratamento proposto na conformidade dos objetivos;
outro procedimento foi a clivagem que permitiu a identificação de corpus a
serem tratados nesta tarefa, e que depois foram categorizados de modo a
efetuar a análise do conteúdo
s e
em Habermas; ele afirma que no entendimento de Habermas a filosofia não
encontrou uma interface objetiva da relação do mundo objetivo do sujeito
U
comunicativo; daí as distorções e o limiar das dúvidas e afirmações confusas
l
que não traduz a realidade na sua concretude. A ação comunicativa de
a
Habermas fundamentará a análise dessa tarefa para que procure responder ao
n
que serve a accountability e o seu entorno como uma contribuição do controle
o
social no âmbito da gestão pública.
s
A atividade de análise deste ensaio teve contribuição de Pinto (1995)
r
pois ele considera Weber, Adorno e Horkheimer para abordar uma
e
racionalidade científica amadurecida pelo próprio homem; esses argumentos
P
direcionam entendimento quanto ao controle das massas através de seus
r
representantes para que se pratique nos organismos governamentais interesse
comunitário e, neste caso, o poder controlador é das lideranças
o
representativas, embora as ferramentas do controle é exercida pelo agente
F
público fiscalizado pela sociedade beneficiária dos recursos governamentais.
A linguagem utilizada nos textos analíticos desta tarefa procura seguir os
apontamentos de Oliveira (2008) para dar uma abrangência cognitiva de
natureza libertadora de uma comunicação que tenha utilidade ao que se presta,
18
sem os vícios de querer agradar que afasta o pesquisador do cerne a que se
propõe.
s e
Martins (2019) aborda sobre controle gerencial trazendo conceitos
correlacionados aos usuais na tarefa accountability; merece esclarecer que o
U
controle gerencial é uma estratégia que garante a continuidade organizacional
l
nas instituições públicas, e especialmente no que se refere às práticas de
a
rotinas, bem como a estabilidade dos processos públicos, quando, segundo a
n
autora predomina uma derivação combinada entre o desempenho e a
o
capacidade daqueles envolvidos na realização de resultados. O controle deste
s
desempenho pode ser demonstrado por meio de ferramentas que apontem o
r
comparativo entre o normatizado que é projetado, e o executado pelos
e
agentes. Portanto, cabe verificação que evite desvio entre o projetado e o
P
executado para que se aproxime a qualidade do desempenho da excelência
r
esperada na gestão pública.
o
Estudo na autora supra indicada traz subsídios como o Performance
Management System utilitário no controle gerencial; e a autora registra sobre
F
o framework que pode ser operado de forma detalhada em pesquisa empírica
como modelo para checklist entre projetado e realizado, sugerindo aqui uma
aparelhagem para a adequação nos casos de desvios ou incongruências de
execução em processos ou em rotinas.
19
Levantamento elaborado em Silva (2020) permite trazer a comentos
sobre legitimidade no âmbito de modo a satisfazer a acreditação da atividade
accountability que dá a garantia institucional como um instrumento de
controladoria pública. De um lado está a condição do Estado controlador e do
outro está a sociedade que espera do governo o exercício de suas atividades.
A expectativa é que as funções governamentais sejam realizadas em
conformidade à lei ou estaria o agente público que executa tais funções
incorrendo na irregularidade detectável em uma atividade de apuração; tem
reflexo na coesão da instituição pública, na legitimidade da função
institucional, na otimização dos recursos públicos, e na satisfação do cidadão
pagador de imposto. Esta complexa dinâmica ingressa em ensaios teóricos
como este para apontar a higidez no exercício da accountability na esfera da
gestão pública. A sociedade hodierna já não suporta a inadequação e muito
menos os abusos recorrentes em organismos públicos que operam à revelia
do aceitável.
Seguindo leitura em Silva (2020) é possível afirmar que a gestão
pública poderá contar com atividade accountability para alcançar o respeito
dos administrados, a saber, os cidadãos pagadores de imposto. Ao fazê-lo, o
Estado estará colhendo a aprovação dos usuários do serviço público, enquanto
elimina fragilidades que de alguma forma gera conflito na aceitação de suas
e
atividades. A legitimidade, segundo a referida autora faz parte da própria
s
estrutura estatal para que seja bem sucedida na sua manutenção,
U
principalmente no âmbito da sua competência, bloqueando vícios, perdas,
descréditos, descaminhos e outras formas de malversação que um bom
a l
relatório accountability poderá muito bem documentar para a
responsabilização, a eliminação, a recuperação, a acreditação e os ajustes que
recomendam para que se cumpra.
o n
r s
4.2 Identificação conceitual da aplicação da accountability para as
e
melhorias de desempenho na Administração Pública
r P
Consulta em Silva (2020) permite a identificação quanto a
o
aplicabilidade da accountability na melhora do desempenho na gestão
F
governamental. Garantida a legitimidade, accountability permite a proteção
legal, inclusive quanto aos direitos humanos, a satisfação da plena liberdade
de informação, o exercício da liberdade política e do controle social, e
vertentes outras que uma controladoria deve satisfazer. Portanto, a ação
20
accountability é um instrumento de apoio aos mecanismos participativos que
satisfaz com plenitude o estado democrático, devendo o gestor público
admiti-lo como mais um instrumento de gerenciamento da atividade de
governo.
A accountability pode ser um instrumento na otimização de tarefas
em cooperação internacional, haja a vista ser reconhecida no âmbito de
instituições globalizadas. Nesta esfera de entendimento Guedes e Da Silva
Junior (2021) aporta sobre a aplicabilidade da accountability com instituições
internacionais como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), a Organização das Nações Unidas (ONU) e outras; e
trata sobre a governança na via de um estado de direito e da independência do
julgador, principalmente quanto ao gerencialmente de despesa, bem como o
gerenciamento de órgãos públicos. O autor prescreve sobre a disponibilidade
de informações referentes à gestão de recursos governamentais deixando
claro que o agente público deve responder por suas ações na forma como
instrumento accountability focaliza na tarefa de controladoria.
Consulta em Guimarães (2021) apresenta sobre o instrumento
accountability no financiamento centralizado de recursos em face da
transparência do gerenciamento e da prestação de contas. Portanto tal
instrumento pode demonstrar não apenas os resultados dessas operações de
e
despesas governamentais como ainda quanto ao desempenho para que se
s
maximizem os resultados na gestão pública. Leitura neste autor traz
U
argumentos significativos para que se compreenda a ferramenta
accountability para apoio à decisão, vertente em que os profissionais no eixo
a l
das ciências contábeis ofertarão contribuições para o aperfeiçoamento da
gestão governamental. Isso porque esses indivíduos dominam com mais
n
clareza sobre a correta aplicação da norma sobre o rédito, adicionando
o
s
clareza, precisão, compatibilidade de registros nos débitos e créditos e as
r
informações gerenciais debaixo da legislação.
P e
4.3 Framework conceitual da accountability na efetivação de
r
apurações em prestação de contas
F o
Carneiro et al. (2011) efetuaram uma pesquisa sobre a prestação e contas
pela ótica da accountability; os autores tinham por preocupação, dentre outras,
apontar a origem e a aplicação e recursos para, em face da legislação, mostrar à
sociedade o ocorrido. São estudos que muito bem explicam o fenômeno gerencial
tendo a accountability como instrumento de apuração de prestação e contas junto
21
a entidades sem fins lucrativos, dentre outras. Então, nesta vertente, permite-se
garantir a transparecia além da legalidade, inclusive a salutar gestão de recursos e
a perfeição na tomada de decisão.
Pesquisa de Antong et al. (2018) oferecem um delineamento sobre aspecto
epistemológico na metodologia de práticas accountability na Indonésia.
Apresentam um framework em um quadrante no qual eles expõem duas
dimensões paradigmáticas; uma funcionalista, de natureza interpretativa e caráter
humanista radical, e a outra estruturalista radical. Segundo os referidos
pesquisadores, resta claro o surgimento de mudança entre o capitalismo privado,
e o Estado capitalista que passa a apoiar tecnologia, enquanto marca presença com
importante papel para o progresso social e econômico. O trabalho deles também
foi realizado por meio da análise em Habermas, fornecendo alternativa para o
desenvolvimento social na Indonésia. Estes autores transitaram pelo mesmo
entendimento ora trabalhado, porém aqui se demonstra com um delineamento
mais reforçado, como se observa no diagrama adiante exposto.
O estudo em Antong et al. (2018) deixa claro que a accountability
permite análise e crítica consistente em informações; e que a sociedade não é
passiva ou vazia diante de políticas programadas pelo Estado; é na verdade
força ativa, de poder crítico capaz de distinguir a honestidade dos
e
controladores contábeis a serviço da verificação e controle de contas. Garante,
s
portanto, os seus direitos, como o de ver os cofres públicos sendo abastecidos
por arrecadações corretas, apuradas em conformidade dos lançamentos
U
contábeis. E conclui pela distribuição de riqueza com base em valores éticos
l
de uma sociedade que exige o cumprimento de regras accountability; são
a
atitudes condizentes com a Sura do Alcorão (Al-Quran, Surah AlHumazah:
n
2), que proíbe a acumulação de tesouro em prejuízo à sustentabilidade; além
o
de punir pela exploração das massas, que dependem dos investimentos
s
públicos oriundos do recolhimento correto dos impostos, demonstrados nas
e r
prestações de contas privadas e públicas.
Avançando no levantamento de pesquisa da atividade accountability
P
em outros países, localizou-se Simione (2017); este deixa claro o aporte no
r
controle institucional em organizações estabelecidas em outros países. O
o
autor traz um estudo empírico sobre mecanismos de transparência em
F
municipalidades, na expectativa de melhorar as informações que ajudam na
aplicação de recursos públicos e sua prestação de contas. O seu estudo
realizado em Xai-Xai, Capital da Província de Gaza, em Moçambique,
envolveu a sociedade e os agentes políticos na localidade, incrementando
22
dinâmicas que fomentavam conceitos de reforma administrativa pautada na
Teoria da New Public Management, induzindo ações que seriam de empresas
competitivas, restaurando a excelência na gestão municipal, com qualidade
nos serviços ofertados, e cobrança por resultados eficazes
Levantamento em Brito e Perez (2014) permite considerar que a
accountability se faz consistente no âmbito da situação em que uma
instituição recebe verba pública e por isso deve prestar conta sobre os atos
praticados. É como ocorre em determinadas associações e organizações sem
fins lucrativos que funcionam para trazer benefícios à sociedade, atuando no
terceiro setor como assistencialista a indivíduos vulneráveis. Ao aplicar a
accountability, muitas das questões passam a ser esclarecidas com
transparência. Desta forma afasta-se os atritos de ordem política entre
lideranças representativas, enquanto traz melhor creditibilidade ao gestor
destas organizações não governamentais. Na Figura 1 abaixo é apresentada
uma representação de framework da accountability, e no Quadro 1 a seguir
constam os elementos descritos para que sirvam de suporte à
operacionalidade junto a administração pública.
AgentePúblico
s e
Controle vertical
U
(Atos) (cidadão)
Ações
Governamentais
Responsabilidade
e
a l
Accountability Accountability
Democrática
n
Responsividade
o
Controle Horizonta
l
s
Transparência
e r
P
Fonte: Elaborado pelos autores com base nos conceitos levantados.
or
F
23
Quadro 1: Tratamento dos elementos diagramados na Figura 1.
Elementos Descritivas
1.1 Consiste na transparência das ações com a
1.Ações Governamentais participação social ativa, visando a eficiência da gestão
(Governo Accountability) pública, e o controle ante-corrupção, como indicam
Antong et al. (2018).
2.1 Os atos dos agentes públicos estão sujeitos à
2. Agentes Públicos presunção de veracidade. Mas são controláveis e
(Atos) dependem da informação ao contribuinte por meio de
dispositivos próprios.
3.1 São requisitos que garantem a efetividade de ações, e
3. Responsabilidade e
por isso praticadas por indivíduos competentes,
Responsividade
dinâmicos e flexíveis na solução rápida dos problemas.
4.1 Instrumento de gestão pública, útil na efetivação de
ações convergentes ao que se espera do governo
4. Accountability
qualificado, e como desejam o usuário dos serviços
públicos.
5.1 É o controle ascendente do cidadão sobre os atos dos
5. Controle Vertical
agentes públicos, por meio de análise e crítica sobre
(Cidadão)
informações, como abordam Antong et al. (2018).
6. Controle Horizontal 6.1 É o controle exercido pelos órgãos, lideranças sociais,
e
(Administrativo, pela justiça e cortes de contas. Mantêm assim muito bem
s
Parlamentar, Judicial, clara a força que equilibra o poder contra abusos.
Tribunal de Contas)
U
7.1 Controle pela sociedade ativa, dotada de força sobre
l
7. Accountability políticas estatal; impõe a honestidade, correta
a
Democrática arrecadação, e conformidade nas contas, como em
n
Antong et al. (2018).
Fonte: Elaborado pelos autores com base Antong et al. (2018).
r s o
O framework acima diagramado e tratado poderá servir para orientar
P e
atitude de gestores institucionais. Ou então considere-se a leitura em Corsi e
Arru (2021), que permite uma contextualização accountability centrada em
r
temas como transparência em questões ambientais e sustentabilidade, e que
o
pode ser muito bem assimilada. Estas autoras se apoiam em operações
práticas recentes na Itália, com uso de sistemas de controladoria, cuja base
F
conceitual está na Teoria Institucionalista e na visão baseada em recursos;
elas suscitam a interpretação de medidas comportamentais internas na
organização. Apontam medidas isomorfas de regulação, padrões e valores que
orientam ações, e o mimetismo consistente no compartilhamento do
24
conhecimento de fenômenos que sirvam de aporte no futuro. Além da troca
de experiências organizacionais ótimas, por satisfazerem, por exemplo,
parâmetros de sustentabilidade, alcançando efeitos contra a poluição, o
gerenciamento da produção mais limpa, e a própria estratégia de
desenvolvimento sustentável. Este aporte das autoras ingressa neste estudo
como apelo para repensar o papel de gestores na Amazônia e em cenários
similares; poderão seguir tais medidas atitudinais proativas e, quiçá, exportar
métricas pela sustentabilidade a partir das organizações que dirigem.
Providências de adequações pró-sustentabilidade são encontradas na
leitura em Diaz-Becerra et al (2021), ao tratarem da gestão corporativa pela
busca de equilíbrio, viabilidade econômica, responsabilidade social e
ambiental, considerando uma experiência no Perú, com empresas
mineradoras. Então, é possível afirmar que as corporações podem atingir
metas equitativas, ao admitirem materiais sustentáveis, eficiência energética,
e redução de carbono; portanto, comprova-se que o trabalho com
accountability com base em critérios listados pela Global Reporting Initiative
(GRI) podem até superar a inexistência de políticas ou legislações ambientais,
introduzindo padrões de conformidade, oferecendo respaldo às relações dos
negócios empresariais, mediante compromissos críveis, pautados em métricas
padronizadas, controladas sistematicamente.
5. CONCLUSÃO
s e
l U
A relação entre a administração pública e accountability, demonstram
a
a transparência e desenvolvimento territorial é importante, pois permeia a
n
responsabilidade dos agentes públicos na correta aplicação de recursos
o
públicos em ações que se traduzam uma efetividade e responsabilidade social.
s
Tem se uma sociedade mais atuante e crítica que observa, analisa e exige não
e r
só a aplicação efetiva dos recursos públicos, como também a transparência
dos atos da administração pública. A aplicação dos recursos públicos e
P
transparência dos atos, melhoria na qualidade da vida da população abrangida
r
pelos programas, ações, acesso aos programas sociais, às políticas de trabalho
o
e renda, dentre outros.
F
Os atos de órgãos que compõem o poder legislativo o Poder
Legislativo representam cerca de 21% das observações. A maior parte desses
atos é do TCU, cujos membros citam accountability como um princípio
constitucional em suas decisões, é notável a baixa quantidade de atos que
25
citam o termo accountability no Senado Federal. O Legislativo é o Poder que
está mais próximo da democracia direta, a apenas um passo de distância, A
complexidade da sociedade atual, marcada pelo fenômeno global e pelo
mercado tem ditado um novo ritmo comportamental. O sujeito é engolido pela
cultura, pela demanda social, é manipulado por informações midiáticas e, por
que não, normativa. Tais interações hoje são pautadas e direcionadas pela
instantaneidade, pela velocidade, pelo global.
Os sujeitos assumiram uma nova condição, e o cidadão, sujeito de
direitos, visto sob a ótica tradicional como um sujeito solipsista, foi superado
e deu lugar ao sujeito consumidor. a administração pública gerencial pautou
suas ações. O critério da eficiência pautado na visão mercadológica, e
neoliberal, onde as ideias eram associadas a novas técnicas, por meio de um
modelo mecânico e racional. A acumulação de capital, o mercado, a economia
embasaram as novas ideias acerca da gestão pública.
A análise se deu à luz da literatura sobre accountability, permitem
concluir que há uma crescente do termo nos atos da administração pública
federal, indicando uma construção social de significado em torno do termo
accountability. No entanto, a maior parte das definições adotadas nos atos
observados tende a restringir o conceito apenas à dimensão prestação de
contas, em especial aquelas encontradas nos acórdãos publicados pelo TCU,
e
demonstrando um estágio inicial acerca da adoção do conceito na
s
administração pública federal.
U
A categorização, a par da diversidade de opiniões, definições e
contextos, não se mostrou difícil, pois se trata, em última análise, da
a l
apreciação de um mesmo fenômeno. Assim, decompondo-se a accountability
em duas grandes dimensões, a burocrática e a democrática e explicitando estas
n
em seus respectivos componentes, torna-se possível empreender a análise
o
s
objetiva da atuação desses tribunais. Como pano de fundo desse esforço de
r
categorização, a apresentação de uma breve revisão de estudos e pesquisas
e
atuais, que não pretendeu ser extensiva, de como tem sido a atuação dos
P
tribunais de contas nos últimos anos, nos permitiu ter uma noção, ainda que
superficial, de como tem ocorrido o controle institucional promovido por
or
esses órgãos e verificar que a dimensão democrática da accountability é,
ainda, um objetivo distante.
.
F
26
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s e
l U
n a
r s o
P e
or
F
30
Capítulo 2:
Resumo
s e
l U
Geralmente ouve-se pessoas usando o termo burocracia com sentido
a
pejorativo. Esta associação pode ser motivada pela falta de análise teórica a
n
respeito do assunto. Objetivo geral do presente trabalho é estudar a burocracia
o
no serviço público nos seus principais aspectos. Os objetivos específicos são:
s
apontar os principais benefícios da burocracia na organização pública (1),
e r
identificar os possíveis transtornos decorrentes da disfunção burocrática no
serviço público (2) e analisar a relação entre burocracia e a eficiência no
P
serviço público (3). Procura-se com esses objetivos responder à seguinte
r
questão: qual o significado da adequada aplicação da burocracia na gestão
o
pública? A resposta apresentada segue após a introdução, uma revisão teórica
conceitual e metodológica; os resultados são propostos em tópicos e
F
subtópicos; a conclusão e a indicação das referências utilizadas. Aplica-se o
método de análise de conteúdo, um método estratégico cuja base operacional
é tomar os elementos documentais coletados para o tratamento no contexto
do seu significado, podendo envolver teste de hipótese, que nesta tarefa não
31
foi praticado por se tratar de um estudo de natureza conceitual. A tarefa traz
uma análise crítica aos fatores da relação entre burocracia e eficiência no
serviço público. São apresentados os principais vícios e disfunções
burocráticas que geram transtornos no serviço público. O estudo aponta que,
devido ao seu alto grau de complexidade, o serviço público exige uma norma
de padronização para que problemas como a corrupção e a improbidade
administrativa sejam evitados. A burocracia tem como um de seus principais
benefícios o combate a essas práticas.
1.INTRODUÇÃO
É comum a burocracia ser vista como algo prejudicial que deve ser
evitado para que o serviço público seja eficiente. Esta crença é quase um
consenso no Brasil. Comumente ouvimos pessoas usando o termo burocracia
com sentido pejorativo, onde o adjetivo burocrático é associado a algo
demorado, lento, que não é executado de forma prática. Tal associação pode
ser motivada pela falta de análise teórica a respeito do assunto; de fato, caso
s e
não se atente ao real significado e propósito, a burocracia pode ser
caracterizada de forma errônea. A situação importa em estudos e pesquisas e,
U
nesta tarefa, se busca responder à seguinte indagação: Qual o significado da
l
adequada aplicação da burocracia na gestão pública? Para responder a esse
a
questionamento se propõe trazer aqui, como objetivo geral estudar a
n
burocracia no serviço público nos seus principais aspectos; e como objetivos
o
específicos, vem apontar os principais benefícios da burocracia na
s
organização pública (1), identificar os possíveis transtornos decorrentes da
e r
disfunção burocrática no serviço público (2) e analisar a relação entre
burocracia e a eficiência no serviço público (3). Esse documento é constituído
P
de tópicos e subtópicos, no qual consta, após essa introdução uma revisão
r
teórica e conceitual, a metodologia do preparo, os resultados em
o
conformidade aos objetivos propostos, a conclusão e as referências.
F
2.REVISÃO TEÓRICA E CONCEITUAL
32
Este estudo tem como base a Teoria da Burocracia que, segundo
Bertochi, Nicodem e Moser (2020) trata da racionalidade objetivando
eficiência; envolve a especialização, divisão técnica da atividade laborativa, a
hierarquia, a autoridade e os interesses da administração. Incluem ainda os
conceitos sistematizados de regras normativas que orientam direitos e
deveres, bem como respectivos comportamentos. E a teoria lançada pelo
clássico sociólogo Max Weber na expectativa de dar forma às organizações
formais, como se advém do presente ensaio teórico.
organização pública.
s e
2.1 Conceitos sobre os principais benefícios da burocracia na
l U
Para Weber (1946) a burocracia é vista de forma benéfica na
n a
administração pública, pois segue estritamente as leis e normas institucionais
assim apresentando padronização nos procedimentos administrativos. Desta
o
forma o funcionário com um pouco de treinamento especializado estará
s
capacitado para executar todas as funções inerentes ao cargo em que ocupa.
r
e
São características extremamente positivas da burocracia a exatidão,
discrição, agilidade e procedimentos bem definidos.
r P
Busca em Pires, Lotta e Oliveira (2018) traz sobre os benefícios da
o
burocracia no serviço público representado pelo fortalecimento da relação da
sociedade com o Estado; esses autores fundamentam a sua posição teórica
F
considerando a eficácia da burocracia para o controle social, pois melhora o
desempenho dos mecanismos governamentais, nas instituições onde se opera
as rotinas regimentais. De fato, essa providência que segue acompanhada
pelos aspectos estruturais de um determinado organismo público serve como
33
instrumento de orientação aos interessados da sociedade por determinados
serviços ofertados pelo poder público.
e
organizações. Prossegue o mesmo autor problematizando sobre a luta pelo
s
poder entre colaboradores e gestores, uma vez que ambos passam a ter poder
de mando na instituição em um círculo vicioso, decorrente da falta de
aprendizado pelos erros cometidos. Para o autor tal paradoxo
l U
institucionalizado levam à confusão entre as prioridades profissionais e os
a
objetivos operacionais.
n
Leitura em Kubo (2019) permite compreender que os problemas não
o
são inerentes à burocracia, entretanto surgem em razão dela; por esta razão
s
uma proposta weberiana é a teoria ideal, em si impraticável. Aqui surgem os
r
e
conceitos de disfunção burocrática, como a principal característica da
incompatibilidade entre regras weberianas; assim, passa a instituição à
r P
condição de refém de suas normas. A leitura neste autor indica que este é o
motivador pelo qual muitos interpretam como sendo o conceito de burocracia;
o
é como se as falhas sistêmicas decorressem das práticas institucionalizadas.
F
2.3 Conceitos sobre eficiência na burocracia.
34
Busca em Cordeiro (2017) permite uma exposição conceitual sobre a
complexidade no serviço público que provoca o ingresso da corrupção.
Entretanto, a burocracia na gestão pública é uma ferramenta significativa
contra as práticas que prejudicam a sociedade pagadora dos impostos. A
burocratização traz a racionalidade e o controle do sistema governamental,
desde que barreiras contra a improbidade administrativa sejam muito bem
controladas de modo a permitir a eficiência.
3. METODOLOGIA DO PREPARO
e
Lanka et al (2021) Conceituam pesquisa qualitativa como aquela que
s
oferece insights detalhados, e nesta tarefa tem natureza indutiva porque
admite a interpretação conceitual de um processo de gestão e os seus
l U
significados perante a ideia de autores compromissados com a burocracia
como tema. Os autores o fazem segundo a sua experiência em percepção, o
n a
que importa na análise de quem aprecia as suas exposições. Já Gil e Neto
(2020) conceituam pesquisa qualitativa como aquela que possui múltiplas
o
modalidades como a etnografia, a pesquisa fenomenológica, a pesquisa
s
narrativa e os estudos de casos; neste documento estará sendo praticada a
r
e
pesquisa narrativa mediante a análise de argumentos colhidos de diversas
fontes e de diversos autores que trazem as suas experiências e percepções
P
sobre o fenômeno burocrático na gestão pública.
r
o
3.1 Quanto ao Método de Análise de Conteúdo
F
Neis, Pedro Filho e Souza (2020) explicitam sobre o método de análise
de conteúdo. A leitura nesses autores deixa claro que é um método
significativo na tomada de decisão e pesquisa empírica; pode ser considerado
35
como um método estratégico, pois a sua base operacional é tomar os
elementos documentais coletados para o tratamento no contexto do seu
significado.
e
seguida praticou-se a seleção destes materiais coletados para reunir o que
s
interessava na construção deste documento. A leitura flutuante é um
procedimento que permitiu considerar o foco teórico-conceitual nesta tarefa.
l U
Respeitando o método decidido, praticou-se a clivagem em corpus registrados
de modo a praticar o tratamento necessário; com esses elementos passa-se ao
a
tratamento com a categorização e em seguida a análise do conteúdo.
n
o
3.3 Análise em Habermas
r s
e
Nesta tarefa serão consideradas as premissas básicas do agir
comunicativo em Habermas, conforme aborda Bachur (2017). Ingressam
r P
então a interpretação da linguagem trazida a contexto neste ensaio, oriundos
de diversos autores, para reflexividade útil na compreensão do estado da arte
o
referente a burocracia. Assim, será possível a coleta do que serve após os
F
procedimentos de clivagem e categorização. Eis que os elementos do discurso
ou da abordagem oferecida por autores diversos significa o agir da sua
comunicação, porém, ao problematizar, cabe reflexão, questionamento,
amadurecimento, análise e crítica. É um trade off significativo no processo de
36
cognição que amadurece o crivo analítico no processo do saber. O autor
aponta este delinear como intersubjetivo, mas que pode produzir discurso,
entendimento e logo conclusão sobre fatos, conceitos, definições e outros
argumentos.
s e
esperados pelo cidadão pagador de imposto. É notório o dificultador
enfrentado não apenas pelos agentes públicos em função dos excessos de
U
regras que orientam o desempenho institucional dos organismos públicos em
l
países de terceiro mundo; também é sabido que os usuários dos serviços
a
ofertados pela máquina pública se sentem insatisfeitos com as demoras e
n
atrasos no atendimento de suas petições, em decorrência daquilo que se
o
denomina de disfunção burocrática que alguns erroneamente denominam de
s
burocracia. A burocracia na sua essência será interpretada em estudos como
r
este disponibilizado para a sociedade civil e para os administradores públicos
e
como uma contribuição que irá melhorar o desempenho governamental na
P
pauta dos seus serviços.
or
4.1 Apontamentos dos principais benefícios da burocracia na
organização pública.
F
Neste tópico da tarefa ingressam os benefícios da burocracia na
organização pública e o alcance nas soluções decorrentes da implantação
destas providências. Em seguida serão analisados e criticados os fatores da
37
relação entre burocracia e eficiência no serviço público. Serão pontuados aqui
os aspectos positivos coletados dos autores. Os benefícios da burocracia são
reais como se demonstra no delineamento da Teoria da Burocracia. Estes
elementos lógicos ingressam nesse compartimento da tarefa para se
compreender o estado da arte e se produza elementos cognitivos válidos na
forma dos objetivos compostos.
s e
da organização burocrática; de efeito, resulta em produtividade, pois a
uniformidade nos padrões facilita em tema de rapidez e menor custo a
U
realização das tarefas que fazem parte da função. De fato, com os
l
procedimentos padronizados, torna-se mais fácil e ágil a eventual substituição
a
de membros na equipe organizacional, seja por férias, afastamentos e outras
n
razões. Os procedimentos administrativos também são tratados pelo supra
o
referido clássico, quando ele se refere à forma pela qual será realizada uma
s
determinada tarefa para que se alcance o objetivo almejado. Esse conjunto de
r
atividades são, no geral, esculpido em manuais para que sirva em consultas
e
aos praticantes de rotinas em determinado organismo ou departamento do
P
serviço público.
A boa burocracia delineada em Weber (1946) aborda sobre a exatidão,
or
discrição, agilidade e procedimentos gerenciais. A exatidão busca a
uniformidade na realização das tarefas, a discrição da autonomia ao poder
F
público desde que agindo dentro da legalidade, a agilidade possibilita a
realização das tarefas de forma acelerada, os procedimentos definem a forma
como a tarefa deve ser executada.
38
A administração burocrática em governos democráticos busca
satisfazer o fortalecimento da relação entre os organismos públicos e os
cidadãos pagadores dos impostos, em um esforço pelo fortalecimento da
relação com a sociedade. Uma das providências é facilitar esta comunicação
mediante o uso de uma burocracia fácil, acessível, rápida e efetiva. Um
exemplo é o uso de plataformas digitais para uso automático pelo cidadão para
obter aqueles serviços públicos disponíveis. Leitura em Brasil (2017) traz
abordagens significativas para essa relação, entretanto é necessário melhor
reflexão quanto ao caráter da convivência nestes vínculos, principalmente no
que se refere ao assistencialismo; é quando a burocracia alcança o universo
mais amplo de assistidos, ou quando se tem uma vasta dimensão territorial
que vem abranger a burocracia. O benefício está na coerência ou na vantagem
de aplicar determinados módulos burocráticos para a efetivação dos serviços
públicos com esta burocracia ágil em um universo complexo.
e
possível mediante a perfeição na comunicação. São elementos como a
s
comunicação que produz desenvoltura no desempenho das burocracias; o
usuário do serviço burocrático precisa bem entender não só a estrutura como
U
também a iniciativa que deve ele adotar para os acessos; por isso que a
l
comunicação precisa vir com clareza para que ocorra a eficiência na oferta do
a
serviço governamental.
o n
A burocracia possibilita ainda a vantagem de suporte ao controle social,
s
como por exemplo, ao trazer impedientes para o combate à corrupção; está é
r
uma forma de controle social mais significativo, pois com a adequação
e
estrutural dos sistemas administrados pode o gestor público vedar práticas de
P
improbidade nas estruturas governamentais. É desta forma que surgem os
r
mecanismos de controle e auditagem nos processos e decisões, providências
estas que dificultam práticas de ilicitudes na operação de governança. Cabe
F o
ao gestor implantar instrumentos de orientação e capacitar os agentes
envolvidos nesses controles, além de criar espírito de corpo para que se efetive
a defesa dos interesses públicos.
39
4.2 Identificação dos possíveis transtornos decorrentes da disfunção
burocrática no serviço público.
e
necessitam serem resolvidas com flexibilidade em benefício do interesse
U s
público. Na atualidade já se descartou o uso do carimbo e a moderna gestão
pública se instalou nas rotinas implantadas com apoio da tecnologia da
l
informação; os papéis em trânsito processuais passam a ser substituídos por
a
hipertextos acessíveis mediante uma senha. São algumas flexibilizações que
reorientam para que se libere o serviço público das amarras dos excessos
n
impostos pela internalização das normas, com os adaptativos organicistas
o
s
apontados pelos autores contingencialistas. As disfunções burocráticas devem
r
ser evitadas ao implantar a burocracia como forma de organização no âmbito
e
da administração pública, no momento em que as estruturas governamentais
P
se pautam por meio de ferramentas da tecnologia da informação.
r
Uma disfunção muito peculiar é a hierarquia excessiva, principalmente
o
quando as estruturas burocráticas passam a funcionar de forma horizontal. A
F
horizontalidade requer alta especialização do agente público e, portanto, a ele
é atribuído deveres e responsabilidades que lhes são confiadas por conta do
cargo que ocupa na estrutura burocrática. A superposição de subordinação dos
agentes públicos nos modelos inovadores de organizações governamentais é
40
substituída por uma senha que garante ao gestor que comanda na organização
o poder de vedação de determinados atos. Tanto que leitura em Patzlaff et al
(2015) já apontam o excesso da hierarquia como um desestímulo à inovação
organizacional. Por isso é que a moderna gestão pública está cada vez mais
estimulando a capacitação e a geração de competências para superar o
engessamento decorrente da hierarquia excessiva. Já quanto à verticalidade
muito comum nos modelos clássicos de gestão pública exige vários
estamentos ou níveis hierárquicos; além de exigir maior número de
colaboradores esta forma impõe a existência de comandos superiores,
intermediários e inferiores que são significativos em estruturas militares.
Porém, a forma vertical resulta em trâmites e demoras e outros aguardos que
podem ser abusivos; muitos agentes que estão nos estamentos superiores
tendem a tornar as suas ações engessadas, como se fosse ele pertencente a um
elemento estranho à estrutura, desvirtuando assim dos compromissos
peculiares no seu estamento.
e
de determinados passos ou rotinas regimentais. Prosseguindo leitura em
s
Patzlaff et al (2015) merece analisar a rigidez regulamentar como uma forma
irracional de gestão e é uma conduta imprópria em estruturas democráticas
U
desde que funcione a burocracia com as características racional e legal como
l
se apregoa dos conceitos weberianos. Claro que deve ser analisado o peso e o
a
significado da norma para que se adapte e a ajuste eliminando o caráter do
n
que implica em embaraço da fluidez dos resultados práticos da gestão pública.
s o
Continuando apanhado em Patzlaff et al (2015) foi possível identificar
r
outra disfunção reconhecida no âmbito da gestão pública; é a excessiva
e
formalidade revelada no desempenho de papéis no âmbito das organizações
P
governamentais. Esta disfunção se revela como um bloqueio nas instituições
r
porque os papéis são desempenhados por pessoas que têm a sua própria
personalidade e independência cabendo ao administrador público resguardar
o
as diferenças próprias de cada humano na organização. O excesso sempre foi
F
reconhecido como temerário quando bloqueia a relação entre indivíduos e
grupos dificultando inclusive os processos de negociação no âmbito da gestão
governamental. Pode ser traduzida até como um risco se for considerada
situações como uma pandemia cuja demora no cumprimento de certas
41
formalidades resulta em perda de vida humana. O clássico Max Weber já
pontuava a desvantagem de tal prática no âmbito das estruturas burocráticas.
O supracitado autor permite afirmar que a resistência ou rejeição às
mudanças são disfunções muito peculiares entre gestores públicos e seus
colaboradores que preferem impedir as modificações requeridas nas
estruturas burocráticas. São sentimentos que revelam o desejo de bloquear o
progresso institucional e fazer com que a organização pública não acompanhe
a modernidade que se revela no cenário do seu entorno. Muito mais fácil para
o agente público relapso é que continue os processos e rotinas no formato em
que aprenderam, sem qualquer modificação, já que qualquer adaptação iria
requerer um novo aprendizado, o que esses indivíduos de fato não querem.
s e
Um dos problemas que aflige a burocracia é a corrupção visto que em
sociedades devassadas pela falta de ética, os indivíduos pelo baixo índice de
U
cidadania e carência de informação dificilmente conseguem eleger
l
adequadamente os seus representantes, trazendo para o âmbito governamental
a
os piores dentre aqueles que irão cometer torpeza quando assumem funções
n
em uma estrutura burocrática. É neste momento que surgem as mais variadas
o
formas de corrupção minando a gestão pública, enquanto os cofres públicos
s
sofrem as consequências que adiante reflete na sociedade vítima de sua
r
péssima decisão pela escolha dos seus líderes. Assim, estudo em Soares e
e
Guarido Filho (2021) traz apontamentos que esclarecem sobre este fenômeno
P
que versa em países degradados. São práticas que se proliferam não apenas
r
na gestão pública interna como também internacionalmente, ensejando
estudos no enforcement que traga medidas anticorrupção. Se é a burocracia o
o
aparato gerenciado pelo corrupto cabe a instituição governamental adotar
F
medidas que anulem as ações não apenas deste como também dos corruptores
que o cerca para locupletarem-se. Então, da leitura dos referidos autores se
faz relevante sistematizar conhecimento que reforcem preceitos teóricos e
empíricos para o enfrentamento desta disfunção prejudica sobremaneira a
42
gestão governamental. Na Figura 1 e no Quadro 1 a seguir demostra-se a
operacionalização ferramental em respectiva descritiva para que se interprete
na via da adequação.
Ferramenta administrativa
Eliminação de Clareza
barreiras
Sistematização
Combate à corrupção
Profissionalização
Aperfeiçoamento
Qualidade Êxito
s e
Agilidade
Eficiência
l U
Fonte: Elaborado pelos autores.
n a
r s o
Quadro 1: Detalhamento dos benefícios proporcionados pela burocracia no
e
serviço público.
P
Itens Detalhamento
r
1.Ferramenta 1.1 Ramos e Vieira (2015) tratam sobre mensuração útil na
o
administrativa avaliação; apontam estratégia de survey, e categorias de análise,
o Balanced Score Card (BSC), o tratamento por indicadores,
F
prescrevem check list e cruzamento de dados.
2.Controle 2.1 A burocracia impõe regras rígidas, níveis de controle
antecedentes, concomitantes ou subsequentes. Servem para
43
adequação da burocracia ou para responsabilizar os infratores
das regras.
3.Eliminação de 3.1 Cordeiro (2017) aponta eliminação de barreiras na
barreiras burocracia, mantendo clareza com aparato de informação
burocráticas transparente; exorta rapidez nas parcelas ao cliente cidadão;
cautela nas adaptações; processos práticos e eficientes.
4.Combate à 4.1 Koprowski et al. (2021) focalizam combate à corrupção;
corrupção delineando compliance direcionada à normatização;
mecanismos internos/auditorias; incentivo por denúncias;
princípios éticos com destaque na transparência.
5.Racionalização 5.1 Apolinário (2016) aborda racionalização toyotista;
rompimento de paradigma; modernas plataformas; oferece
visão adaptativa; operação dinâmica nas tarefas governamentais
no Estado keynesiano.
6.Clareza 6.1 Caetano et. al (2016) focalizam clareza por dimensão;
instituições públicas mediante análise entre
objetivos/propósitos; reunir e divulgar com esclarecimento;
informações objetivas, informes.
7.Sistematização 7.1 Abdalla e Altaf (2018) abordam sistematização por análise;
interpretar aspectos da burocracia; aspectos metodológicos com
lastro teórico e arcabouço de entendimento; interpretação
quanto estruturas burocráticas.
8.Profissionalização 8.1 Cavalcante e Carvalho (2017) abordam sobre a
e
profissionalização no âmbito da burocracia, como requisito de
s
modelo clássico; tem características de capacidade funcional
U
com autonomia, conhecimento e especialização.
9.Aperfeiçoamento 9.1 Marques et al. (2020) abordam aperfeiçoamento; focalizam
l
tendências; elearning; serviço público moderno; espaço virtual
a
e a internet das coisas; conceito de aprendizado no serviço
n
público.
o
10.Qualidade com 10.1 Silva e Machado (2021) trazem a fidelização de serviço;
s
êxito produtividade na instituição; percepção de satisfação; melhor
r
resultado financeiro; estratégia pela busca da boa imagem da
e
atividade governamental.
11.Agilidade 11.1 Envolve ferramentas para rapidez nas soluções; simplifica
r P
passos e rotinas como indica Russo (2021) em seu Manifesto
Ágil; apelo por ferramentas de tecnologia da informação e
o
comunicação; velocidade nas soluções gerenciais.
12.Eficiência 12.1 Fernandes et al. (2021) prescrevem eficiência e agilidade;
F
otimização de aporte tecnológico; superação de dificultadores
em rotinas; dinâmica no gerenciamento; agilidade nas
transações de interesse governamental.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em levantamento bibliográfico.
44
Portulhak e Barilli (2016) tratam sobre improbidade administrativa que
está diretamente relacionada à corrupção contextualizada neste documento.
Em países onde se impera vícios no controle burocrático, a corrupção se faz
sistêmica transformando-se em uma epidemia em todos os escalões
governamentais em uma configuração envolvendo os setores da gestão
pública. O seu combate se torna mais difícil ainda quando a organização
criminosa tem melhor estrutura do que a própria estrutura de Estado, quando
os criminosos instituem um Estado paralelo, agindo deliberadamente longe de
qualquer controle que impeça a sua conduta. Muito mais acirrada é a luta pelo
seu combate quando a malha criminosa se estende por todas as instituições.
e
Região Norte do Brasil e Distrito Federal; eram indivíduos do sexo masculino
s
sem cargo ou função de confiança; ao apontar essas características os autores
tentam oferecer subsídios de conscientização entre os profissionais de
U
contabilidade atuantes no setor público a uma reação que anule a improbidade
l
na estrutura burocrática governamental.
n a
O estudo da burocracia requer uma definição de racionalidade e, como
o
aborda Cardoso e Mueller (2020), se faz possível afirmar que ela é uma crítica
s
à razão moderna compatível com os aspectos normativos que formaliza o ato
r
na gestão pública. O referido autor aponta diferença na racionalidade
e
weberiana em face da racionalidade substantiva; assim, a leitura nos traz
P
direcionadores que autorizam a compreensão de contraponto do que envolve
r
a lógica do contexto da forma; então em se tratando de um processo de
gerenciamento se busca as ações concatenadas com o que tem relação a esse
o
processo, afastando o que contradiz a suficiência do ato a ele referente. O
F
citado autor ainda lembra Guerreiro Ramos quando registra sobre a influência
sobre a utilidade da forma que torna concreto o procedimento burocrático; a
correlação dos fatores adaptativos é significativa para adensar o racional no
contexto do funcionamento da burocracia.
45
Apanhado em Rocha e Teixeira (2011) trata sobre o controle na gestão
pública, tendo como foco as novas burocracias e as autoridade, livre indicação
dos representantes, o sufrágio, a liberdade e outros elementos que garantem a
atuação das estruturas democratizadas. Esses autores apregoam a existência
de uma constituição obedecendo o espírito do seu funcionamento como se
expressava desde o seu lançamento na Inglaterra, norteando o funcionamento
do governo, como também o dever e o poder que a carta constitucional
estabelece. Inicialmente, o controle que não é prescrito no ato constitucional
será invalido; leis e atos normativos delinearão o que é o controle, a forma e
a regra pela qual orientará a operação daquilo que é controlável; então, a
atividade de controle na burocracia terá a sua estrutura de verificação para o
apontamento das incorreções, os ajustes requeridos e o caráter punitivo pelo
descumprimento da norma, o que garantirá a higidez da burocracia, seguindo
os preceitos que a orienta.
5. CONCLUSÃO
e
Foi possível analisar a questão: qual o significado da adequada aplicação da
U s
burocracia na gestão pública. Tendo em vista o seu grande potencial como
ferramenta administrativa, buscou-se entender melhor o assunto burocracia.
l
Para isto, o presente trabalho expôs os principais benefícios da burocracia na
a
organização pública, identificou os possíveis transtornos decorrentes da
disfunção burocrática e analisou a relação entre burocracia e a eficiência no
n
serviço público. Embora, muitas vezes, a burocracia seja entendida de forma
o
s
equivocada, esta é uma grande ferramenta organizacional para os
r
administradores públicos, considerando sua capacidade em promover a
e
exatidão, discrição, agilidade e definição clara dos procedimentos adotados.
P
Sugere-se, para estudos futuros, que sejam analisados os fatores que motivam
os servidores públicos a não seguir os preceitos burocráticos de forma correta,
or
gerando assim a disfunção burocrática. Este trabalho é uma contribuição da
academia aos gestores públicos e lideranças interessadas no aperfeiçoamento
F
das instituições em face da boa burocracia.
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r o
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F
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WEBER, Max. Burocracia, in: Ensaios de Sociologia. Rio de janeiro: LTC, 1946
50
Capítulo 3:
Gerencialismo, seus principais
motivadores, contribuições e impasses
na gestão pública
Dávisson Lucas Vieira Afonso. Mestrando do PROFIAP/ UNIR, Brasil. E-mail:
davisson1993@gmail.com
e
Resumo
U s
Este estudo focaliza o gerencialismo, os principais motivadores, suas
contribuições e impasses na gestão pública, reunindo os conceitos basilares que
l
possam servir de conhecimento e logo transformados em ferramentas na
a
administração pública. O objetivo geral é estudar o gerencialismo na Gestão
n
Pública em face dos conceitos coletados; e para os resultados traz como objetivos
o
específicos levantar os principais conceitos motivadores do surgimento do
r s
gerencialismo (1), apontar as principais contribuições do gerencialismo para o
serviço público (2), e analisar os impasses do gerencialismo na Gestão Pública
P e
(3). O gerencialismo é o modelo de gestão pública que incorpora ao poder público
os conceitos de bem-estar social, após as definições clássicas da Escola Neoliberal
r
que criticava com ênfase a ineficiência burocrática e a busca de reformas no
o
Estado. Adota-se o Método de Análise de Conteúdo, que é aquele que possibilita
F
o mapeamento sobre os autores e produções relacionadas ao tema ou problema de
pesquisa; como procedimentos utiliza-se de coleta acervos e documentos, seleção
de fontes diversas em plataformas digitais, leitura flutuante, clivagem e
categorização dos corpos, redação do texto aplicando a análise orientada pelo agir
51
criativo de Habermas. Como resultados, traz os elementos que atendem aos
objetivos propostos, discorrendo, analisando e criticando na conformidade e com
validação. Considere-se, ainda, o impasse da inexistência de gestores
empreendedores, decorrente do temor dos agentes públicos em desvincular-se do
texto frio da norma na via da criatividade dinâmica que o gerencialismo requer. É
uma contribuição da academia aos gestores compromissados com o conhecimento
em benefício da governança.
1.INTRODUÇÃO
s e
entendimento, Gomes (2016) afirma que, com a pressão pela excelência na gestão
da máquina pública, faz-se necessário atuação além dos limites da burocracia.
U
Na busca por conhecimento nesta pesquisa qualitativa se pretende responder à
l
seguinte pergunta: quais os principais aspectos do gerencialismo na gestão
a
pública? Para responder a esta indagação, traz como objetivo geral estudar o
n
gerencialismo na Gestão Pública em face dos conceitos coletados; e como
o
objetivos específicos, levantar os principais conceitos motivadores do surgimento
r s
do gerencialismo (1), apontar as principais contribuições do gerencialismo para o
serviço público (2), e analisar os impasses do gerencialismo na Gestão Pública
P e
(3). Este documento é constituído dessa introdução, de uma estrutura teórico-
conceitual, a metodologia do preparo, os resultados, a conclusão e as referências
r
que deram suporte na construção dessa tarefa.
F o
52
2. REVISÃO TEÓRICA E CONCEITUAL
Este estudo tem base na Teoria da Nova Gestão Pública que, segundo
Stadnick (2021), reúne os conceitos de gerencialismo após a crise do modelo
burocrático de administração pública. Assim, o gerencialismo é o modelo de
gestão pública que incorpora ao poder público os conceitos de bem-estar social,
após as definições clássicas da Escola Neoliberal que criticava com ênfase a
ineficiência burocrática e a busca de reformas no Estado. O referido autor discorre
sobre a globalização e o desenvolvimento tecnológico pela busca de redução dos
custos, e pela qualidade dos serviços, a sua eficiência administrativa, eliminando
os vícios do envelhecido Modelo Burocrático que foi incapaz de trazer estas
vantagens que o novo conceito promoveu.
s e
gestão. São anotações que vêm a requerer na administração pública uma
reformulação estrutural que implica em uma nova concepção que lhe permita fluir
U
tarefas como se atuasse na condição de administração privada. Ainda segundo o
l
autor tal exigibilidade já vinha sendo uma premissa bem antiga, o que tem
a
motivado uma reforma no estado e em decorrência a modernização do serviço
n
público, o que se fez possível, no Brasil, a partir do Decreto-Lei 200/1967, com a
o
sua modernização de Estado, agora com novos conceitos de gestão pública
s
operando pelos princípios constitucionais de planejamento, coordenação,
e r
descentralização, delegação de competência e controle.
Segundo Reis (2019) a crise de mudança se deu com o poder de fala a curiosos
r P
para se pronunciarem sobre problemas da administração pública ingressando
consultores das mais diversas áreas do setor privado, que passam a contribuir com
o
as suas percepções, mas que, de alguma forma, traziam um distanciamento do
F
poder público da massa mais desfavorecida e, com esta iniciativa, enseja as
mazelas sociais experimentadas na sequência. São argumentos como esses que
originam o gerencialismo na administração pública brasileira.
53
Antes da implantação do gerencialismo, a Administração Pública do Brasil
teve como modelos de gestão o patrimonialismo e a burocracia. Conforme
Stadnick (2021), o patrimonialismo baseava-se na pessoalidade do setor público,
e que depois foi modificado, porém mantendo, ainda, as características
burocráticas dos modelos passados. Leitura em Gomes (2016), aborda sobre
questões destes vícios na gestão, trazendo os conceitos de gerencialismo como
argumento para a eficiência no setor público; nesta sua visão, a autora discorre
sobre o benefício para o cidadão contribuinte, adicionando as vantagens que a
desburocratização traz para a gestão resultando em modelos gerenciais similares
aos admitidos pelas organizações privadas; assim é que se destaca novos valores,
como a eficiência, eficácia e competitividade, além de mudança na relação com o
cidadão em razão do fortalecimento da democracia.
2.2 Conceitos sobre as principais contribuições do gerencialismo no
Setor Público
e
Assim, um novo modelo aplicaria no setor público conceitos e práticas originários
U s
da gestão privada, focando na adequação sobre a rigidez e lentidão do modelo
burocrático; estas duas disfunções passam a serem substituídas pela flexibilidade
l
fundamental a um Estado descentralizado e empreendedor, agora com novo
a
caminho e nova vertente conceitual a direcionar a gestão pública no país.
n
Gomes (2016) afirma que, em contraposição a um serviço público voltado
o
para dentro e com hierarquias engessadas, a reforma do estado voltava seu foco
s
ao cidadão e à meritocracia no que se refere à gestão de pessoas, buscando assim
r
maior eficiência e dinamismo no seu fazer. Acerca das finanças estatais, Stadnick
e
(2021), apresenta uma forte tendência do gerencialismo, a ênfase no uso racional
P
do dinheiro público, que se concretizaria pelo enxugamento dos quadros de
r
funcionários e pela redução da presença do Estado na economia.
o
Conforme levantamento realizado em Reis (2019), o gerencialismo propôs
F
a retirada da influência política da administração pública, já que ela estaria
diretamente relacionada à cultura burocrática que se pretendia superar. Seria uma
forma de prevenir a disfunção encontrada no setor público.
54
2.3 Elementos conceituais que caracterizam os impasses do
gerencialismo na Gestão Pública
e
apontam que a participação social, necessária a toda democracia, não foi
s
incrementada por nenhuma reforma da administração pública, e esse seria um
U
exemplo de que é preciso estabelecer uma relação custo-benefício ao transpor
conceitos empresariais para o setor público.
a l
n
3. METODOLOGIA DO PREPARO
r s o
Utilizando os conhecimentos de Silva e Menezes (2005) verifica-se que a
e
pesquisa qualitativa é aquela em que são atribuídos significados aos fenômenos
P
de forma descritiva, tendo em vista que os resultados não necessitam de métodos
estatísticos para serem encontrados nem de demonstração por meio de números.
or
Sobre metodologia científica, Siena,
De Oliveira e Braga (2020) ensinam que a declaração de metodologia inadequada
F
impacta na qualidade e confiabilidade da pesquisa científica, deve-se apresentar
os métodos e procedimentos utilizados de modo a possibilitar a replicação por
outros pesquisadores. Dessa forma, será demonstrado neste item os aspectos
metodológicos deste ensaio teórico que assegurem a replicação.
55
3.1 Sobre o método
s e
l U
Para atender aos requisitos metodológicos, neste estudo, adotou-se a coleta
a
e seleção de artigos obtidos em plataformas respeitadas como a Spell, nos anais
n
de congressos e eventos importantes, disponibilizados na internet de domínio
o
público. Realizou-se buscas em conteúdos bibliográficos oriundos de diversos
s
autores de livros, contendo abordagens relativas ao objeto deste documento.
r
Leitura flutuante foi realizada em teses e dissertações obtidas através de buscas
e
pela rede mundial de computadores, disponibilizadas por respeitados programas
P
de doutorado e mestrado, quando se obteve diversos corpus que satisfizeram o
r
preparo deste documento. Após estas providências de leitura, efetuou-se a
clivagem necessária para a construção cognitiva da redação, sendo assim possível
F o
efetuar-se a categorização fundamental ao que se presta do conteúdo clivado.
Após então procedeu-se a análise crítica apoiada em um pensamento técnico e
científico validado.
56
3.3 Análise em Habermas
e
se compreender os valores, à luz da corrente positivista da Escola de Frankfurt,
s
sem aqueles excessos desenhados pelas elites, mas amparando o
U
intersubjetividade linguista-argumentativa em Habermas.
l
Pesquisa realizada em Batista (2018) permitiu trazer um entendimento
a
sobre o caráter fictício de uma era burguesa, o seu erro e as contradições daquilo
n
que não é realizável; são circunstâncias devassadas na análise crítica de
o
Habermas, para que se aplique a realidade na ação comunicativa; é quando se
s
demove as aparências de uma aparelhagem socioeconômica que agrada o detentor
r
de poder contra a vontade dos vassalos, que em nada combina com a fricção da
e
Escola de Frankfurt. Por fim, cabe compreender os aspectos considerados em
P
Marcuse, pelo que se optou pela publicação de Aquino (2019), quando o mesmo
r
aborda sobre a transmissão de um discurso filtrado contra repressão ou opressão,
o
em que se libera a interpretação do concreto, enquanto produz a análise da
verdade interpretativa na sua essência fática e realística. É como será efetuado
F
neste documento para que se alcance de forma objetiva a interpretação do que é
coletado neste ensaio.
57
4. ESTUDO SOBRE O GERENCIALISMO NA GESTÃO PÚBLICA
e
4.1 Levantamento dos principais conceitos motivadores do
s
surgimento do gerencialismo na Gestão Pública
l U
A leitura trazida a contexto neste compartimento da tarefa deixa claro que
a
a burocracia alcançou limite como modelo de gestão, fazendo surgir indelével
n
barreira para que o Estado pudesse melhorar a sua gestão. As crises de gestão
o
contrariavam os conceitos liberais norteadores do gerencialismo. Eis que é
s
possível reafirmar a importância da busca pela superação deste bloquete para,
r
desta forma, estimular no serviço público os meios de produção de serviços
e
ofertados aos cidadãos contribuintes, mediante redução de custos que otimiza o
P
orçamento governamental, e traz a qualidade da prestação dos serviços públicos,
agora com flexibilidade administrativa e excelência de gestão. A Figura 1
or
apresenta os principais motivadores para o surgimento do gerencialismo na
administração pública, e no Quadro 1 que segue estão os respectivos elementos
F
diagramados.
58
Figura 1. Os principais motivadores do gerencialismo na gestão pública
Maior racionalidade
Modernização
e
do institucionais pelo gestor público e que já eram realizadas com
s
Gerencialismo êxito nas empresas, podendo igualmente no serviço público.
U
2.1 É possível alcançar maior racionalidade quando o gestor se
inspira na Teoria da Nova Gestão Pública, pois a eficiência é um
l
2. Maior resultado de práticas empresariais que motiva a realização de
a
racionalidade serviço governamental, na mesma forma da iniciativa privada,
n
tendo este norte muito definido na instituição.
o
3.1 Esta vertente crítica é um efeito do neoliberalismo muito usual
s
para adequar problemas como as desigualdades sociais. Tais
r
3. Vertente críticas resultam em medidas como privatizações, enxugando o
e
crítica governo, e reorientando os resultados dos serviços públicos,
quebrando os monopólios e eliminando burocracias.
r P
4.1 A modernização se inicia com a aplicação de Sistema de
Informação e Comunicação, apelando para tecnologias, aplicando
o
4. indicadores de desempenho, governança corporativa, otimização
Modernização de qualidade na gestão pública com uso de parâmetros de
F
satisfação, prazos, volumes e outros.
Fonte: Elaborado pelos autores.
59
Bertoncini e Presente (2020) permitiram compreender sobre os principais
motivadores do gerencialismo aplicado em organizações estatais na transição do
modelo burocrático, porém, com maior racionalidade do que o proposto em Max
Weber. Outro motivador do gerencialismo é a tentativa de superação ou a
resistência do formalismo clássico weberiano, muito bem reconhecido nesta fase
inicial que pressiona o clássico modelo para o moderno desempenho da
governança estatal; aqui as regras prescritivas seguem pela reformulação para a
receita da eficiência de resultados, como bem aborda os citados autores.
Bertoncini e Presente (2020) oferecem significativa contribuição nesta tarefa ao
apontar uma vertente crítica que o neoliberalismo trouxe para as desigualdades
socioeconômicas, situação esta que motiva o enxugamento da máquina pública e
as privatizações para fortalecer a economia do Estado enquanto lhe concede
musculatura essencialmente empresarial na sua atuação.
Vieira e Fialho (2020) abordam sobre a modernização em gestão portuária que
muito bem se aplica à administração pública de um modo geral no contexto de
gerencialismo. Estes autores se referem ao sistema de informação, indicadores de
desempenho econômico, governança corporativa, e todo um monitoramento que
estimula o crescimento, a fiscalização, o relacionamento institucional e as boas
e
práticas que o gerencialismo recomenda. São argumentos como estes que
s
otimizam além do alinhamento de interesses muito similar ao estrategicamente
adotado pelas empresas, e que também melhoram o processo de negociação entre
l U
o público interno colaborador e o público externo que recorre aos serviços
n a
4.2 Apontamento das principais contribuições do gerencialismo para
o Serviço Público
r s o
e
Neste compartimento ingressam as principais contribuições que o
P
gerencialismo traz para a gestão governamental. Levantamento em Stadnick
(2021) enfatiza a transparência e o accountability como principais focos do
or
gerencialismo; seriam estas as medidas consideradas como condição basilar
fundamental na sociedade. Desta forma, o todo institucional passa a ser capaz de
F
acompanhar o atingimento das metas e a eficiência esperada da administração
pública, podendo seus gestores serem responsabilizados pelo seu mal
desempenho. Portanto, dos ensinamentos ora coletados, diversas contribuições
conceituais sobre gerencialismo na administração pública brasileira foram
60
coletados, fazendo surgir os ideários reformistas e modernizadores reclamados
por uma administração eficiente. Leitura em Barbosa (2020) contribui com
tratamento sobre accountability quando aborda sobre forma de relacionamentos
entre stakeholders na constituição de política públicas, mediante participação
democrática impactando positivamente no aperfeiçoamento na gestão pública.
Neste contexto, aspectos relacionados à estruturação são considerados já que
inclui padrões de accountability voltados para a cultura da sociedade distinguindo
governo, prestador de conta, os mecanismos formais com legislações e questões
de representatividade, como as audiências públicas e as pressões de natureza ética
e organizacional.
Stadnick (2021) evidencia mudanças em relação ao controle social sobre a
administração pública, quando faz menção à importância da transparência e do
accountability para o gerencialismo. O impacto desta mudança é de suma
importância para se a relação da administração para com os cidadãos, pois estes
teriam acesso a informações até então de difícil acesso, o que impedia a
responsabilização dos gestores públicos pelos seus atos. O cidadão enquanto
cliente exerceria seu direito de contribuinte, fiscalizando a execução dos serviços
públicos. A Figura 2 apresenta as principais contribuições do gerencialismo na
administração pública, e no Quadro 2 que segue está a descritiva operacional das
respectivas.
Figura 2. Contribuições do gerencialismo
s e
U
Flexibilidade,
eficiência
al
e dinamismo
n
Accountability e
Transparência
Contribuições do
Gerencialismo
r s
do Estado
o
Modernização Descentralização e
Redução do Estado
P e Profissionalização
do Gestor
or Separação entre
Política e
Gestão Pública
F
Fonte: Elaborado pelos autores
e
do cidadão sobre as relações institucionais e suas funções. Neste
s
4. Accountability e contexto, o accountability passa a ser amparado pela Ciência
transparência Política para a interação com o poder nas vertentes horizontais e
U
verticais, porém, com facilidades por respeito a uma burocracia
l
ideal, com controle e equilíbrio de governança.
a
5.1 As privatizações e a eliminação da administração indireta
n
reestabeleceram as ofertas de serviços; novas concessões e
5. Descentralização transferências de encargos para o setor privado foram apontadas
o
e redução do Estado por López, Dias e Netob (2020), como um fenômeno de redução
r s
do déficit estatal, além de trazer a qualidade dos serviços
governamentais.
P e
6.1 Com a separação entre política e administração pública, que
está presente no âmago da reforma gerencialista, ocorreria o
r
6. Profissionalização profissionalismo do gestor público; agora mais dinâmico e
do gestor direcionado ao atingimento de metas e objetivos. Gestor seria
o
treinado para gerir, e não ocuparia o cargo apenas em
F
decorrência de uma progressão natural da carreira.
62
7.1 A separação entre política e gestão pública evita a corrupção,
dinamizando a administração pública. Já a transposição de
7. Separação entre
elementos da gestão privada para a pública enseja uma nova
política e gestão
relação que permite otimizar o gerencialismo. Afasta a
pública
ineficiência burocrática, trazendo qualidade na prestação de
serviço mediante nova visão do empreendedor público.
Fonte: Elaborado pelos autores.
e
fazer surgir estruturas bem mais complexas como a smart city que dispensam
s
todas aquelas estruturas físicas, como edifícios, móveis e equipamentos,
U
representações locais e outras que agora passam a funcionar através da internet de
domínio público.
a l
n
4.3 Análise sobre os impasses do gerencialismo na Gestão Pública
r s o
Miranda e Rodrigues (2015) tratam do gerencialismo como uma versão
e
adaptada, sob o fundamento das principais crítica em aproximação entre o público
e o privado, com ênfase na terceirização minimizando a capacidade de
r P
investimento no serviço público. Esse é o primeiro dos dificultadores em face da
consignação constitucional da estrutura do serviço público nas suas esferas
o
executiva, legislativa e judiciária; porque nem todas as atividades do serviço
F
público poderiam ser terceirizadas, pois algumas se relacionam ao poder de
polícia que somente o Estado poderá executar. A Figura 3 apresenta a superação
de impasses no gerencialismo na gestão pública, e no Quadro 3 que segue está a
descritiva situacional.
63
Figura 3 – Superação de impasses no gerencialismo
Órgãos públicos
x
empresas privadas
Gerencialismo
Gerencialismo
adaptado
Capacitação
e
Pode ser considerado uma ideologia de realidade prática
s
de natureza operativa, como se advém da leitura em
1. Gerencialismo
Misoczky, Abdala e Damboriarena (2017); envolve a
U
transformação da vida cotidiana dos cidadãos em face da
l
readequação da atuação do Poder Público.
a
2.1 São atores e instituições com funções públicas. Atua
n
no Brasil de forma histórica, definindo a formatação
o
governamental, com a responsabilidade de centralizar
2. Administração Pública
s
decisões políticas de interesse público, nas esferas do
r
executivo, judiciário e legislativo, como se advém da
e
leitura em Stadnick (2021).
3.1 É composto dos modelos patrimonialista, burocrático
P
e gerencialista. Oliveira e Santos (2016) apontam que é a
r
inovação no setor público para consolidação do
3. Modelo Híbrido
o
gerencialismo como modelo único, tendo como
condicionante não ter havido uma real superação dos
F
modelos patrimonialista e burocrático.
64
4.1 Embora se queira fazer tal aproximação, existem
limites para a interpretação da diferença entre órgãos
públicos e empresas. O primeiro advém do estrito
4. Órgãos públicos x
cumprimento de norma legal desde a sua criação; já as
empresas privadas
empresas atuam de acordo com os interesses do
proprietário diante das oportunidades de mercado,
visando o lucro.
5.1 A atuação do gerencialismo no setor público requer
adaptativos; isso porque na administração pública estão
os imperativos dos princípios constitucionais, enquanto
5. Gerencialismo adaptado
nas empresas privadas a fluidez está na liberdade de ação
do empreendedor. Requer adequações à ordem legal, à
terceirização ou a privatização do serviço público.
6.1 Servidores necessitam de treinamento para
implementarem as mudanças propostas pelo
gerencialismo na administração pública. Ingressam novos
6. Capacitação
métodos e processos, implementação da tecnologia da
informação, reformulação de rotinas e procedimentos que
exigem especialização em face da complexidade.
7.1 O serviço público funciona a partir de leis e normas
que não são mudadas facilmente, e tem a importância de
trazer segurança ao fazer da administração pública. As
7. Soluções
e
eventuais disfunções desse funcionamento também não
s
são corrigidas de forma rápida e simples, exigindo
vultoso investimento em estrutura tecnológica.
U
Fonte: Elaborado pelos autores.
a l
Leitura em Miranda e Rodrigues (2015) identifica como forte dificultador
n
o entrave para fazer fluir o gerencialismo em determinada esfera do poder
o
público; segundo os autores, a exemplo da gestão pública municipal, reside a
s
carência de mão de obra especializada para atender todos os organismos do poder
e r
local. Ademais do desconhecimento teórico do gerencialismo, o domínio técnico
que é fundamental na gestão pública, é tido como um dificultador que impõe
P
conscientização dos agentes e a sua capacitação para que possam exercer, por
r
meio do conhecimento, o gerencialismo como se apregoa neste estudo.
o
Prosseguindo em Miranda e Rodrigues (2015), a leitura permite afirmar
F
que, sendo o gerencialismo um modelo de gestão pelo resultado, então irá
requerer o desempenho compromissado dos agentes públicos por conta da pressão
pela qualidade do serviço entregue à sociedade. É por isso que a falta de
capacitação é o principal dificultador na iniciativa de aplicar o gerencialismo na
65
gestão pública. Muito mais significativo se forem consideradas as ferramentas
requeridas para a implementação de inovação. Ainda nestes autores, há impasses
relacionados à resistência a mudança de preceitos perseguidos por burocratas que
impedem a inovação. Considere-se, ainda, o impasse da inexistência de gestores
empreendedores, além do temor dos agentes públicos em desvincular-se do texto
frio da norma na via da criatividade dinâmica que o gerencialismo requer. Outro
impasse está situado no processo de gerenciamento da meritocracia, já que muitos
agentes governamentais preferem a indiferença do que fornecer subsídios que não
vão lhe trazer nenhuma vantagem em termos de gratificação salarial e outras;
estes optam em esperar ordem superior para realizar aquilo que está no seu limite
de conhecimento, sem se preocupar o entorno que lhe cobra novas atitudes,
dinâmica e eficiência de desempenho.
Com Oliveira e Santos (2016), se pode clarificar o real cenário criado no
serviço público após a implementação do gerencialismo, qual seja, um
sincretismo de diferentes modelos administrativos. As práticas patrimonialistas,
burocráticas e gerencialismo passariam a conviver na mesma estrutura, sem que
o modelo seguinte superasse totalmente o anterior, e nem apresentasse soluções
perfeitas para os problemas encontrados.
O gerencialismo foi propalado como modernizador da administração
s e
pública, contudo, não alcançou todos os objetivos esperados e, em parte, isso se
deveu ao funcionamento peculiar da máquina pública, que não se confunde com
U
o ambiente empresarial do qual o gerencialismo é originário. Na visão de Reis
l
(2019) se deve ter uma visão crítica sobre a proposta gerencialista sem enaltecê-
a
la, sendo este fator de extrema importância para se entender a realidade do serviço
n
público. O fato de trazer inovações não significa que resolverão todos os
o
problemas, e nem seus limites atestam sua incapacidade de promover mudanças
s
efetivas.
5. CONCLUSÃO
e r
r P
O levantamento bibliográfico utilizado na construção do presente artigo,
o
permitiu que o tema pudesse ser explorado com profundidade e clareza no intuito
F
de responder quais os principais aspectos do gerencialismo na gestão pública, e
outras possibilidades de pesquisa se abriram, visto que a implementação do
gerencialismo na administração pública é um processo que está em curso, ainda
produz seus efeitos e suscita muitas reflexões. Analisando de forma crítica e
66
reflexiva as contribuições de autores como Gomes (2016), Oliveira e Santos
(2016), Reis (2019) e Stadnick (2021), se fez possível fechar o ensaio
significativo que viesse a atender aos objetivos propostos neste documento. De
fato, com as transformações do mercado, da política e a maior fiscalização da
gestão pública, passou-se a questionar a ineficiência dos serviços públicos, o
excesso de gastos e a lentidão da máquina pública. O surgimento do gerencialismo
na administração pública brasileira decorreu diretamente da necessidade de
aumentar a eficiência da gestão pública, que o modelo patrimonial e a burocracia
não proporcionaram em razão dos vícios de gestão. Na tentativa de alcançar a
eficiência deu-se poder de fala a profissionais das diversas áreas, os quais
promoveram distanciamento entre Estado e Sociedade. Assim, o gerencialismo
apresentou conceitos de benefício ao cidadão contribuinte.
O gerencialismo, oriundo da gestão privada, contribuiu com mudanças amplas
para sanar os problemas citados anteriormente, contribuindo por uma maior
agilidade e transparência no funcionamento dos órgãos públicos, mas também
encontrou limites bem claros. A administração pública, com todos
aperfeiçoamentos possíveis, continua sendo pública, e não se confunde com a
administração de empresas. Além de não visar o lucro, a administração pública
tem seu funcionamento balizado por leis e normas, que tem o objetivo de criar
segurança e estabilidade na execução das atribuições do poder público.
s e
Como dito anteriormente, o gerencialismo ainda produz seus efeitos no setor
público, e de certo ainda motivará inúmeras pesquisas futuras sobre suas
U
contribuições e seus limites. A expectativa deste estudo é oferecer um norte no
l
entendimento da relação entre os modelos administrativos que estão presentes na
a
administração pública, possibilitando a identificação de elementos de cada um e
n
de como as tentativas de superação de um modelo em relação a outro ocorreram,
o
e ainda ocorrem. Esta é uma contribuição da academia para os gestores públicos
s
compromissados com o conhecimento, ofertando aqui significativos conceitos
r
que podem ser transformados em ferramenta tendo o gerencialismo como base.
e
P
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or
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s e
l U
n a
r s o
P e
or
F
70
Capítulo 4:
Gestão pública por resultados: uma
perspectiva instrumental para dinâmica
nos processos
s e
U
Resumo
a l
Por conta das transformações que a administração pública passou nas
n
últimas décadas, torna-se necessário o aperfeiçoamento das suas atividades
e processos, de maneira que se possa melhorar seus resultados e aumentar
s o
sua eficiência. O objetivo geral deste estudo é estudar os conceitos de
r
Gestão Pública por Resultados na via de melhorar os processos públicos;
e
trazendo como objetivos específicos identificar as ferramentas utilizadas
P
para mensuração dos resultados (1), tratar dos principais aspectos para a
análise de resultados na gestão pública (2), e apontar como os conceitos
or
levantados poderiam ser considerados em programas de incentivos (3). Em
resposta a pergunta: Como os conceitos de gestão pública por resultados
F
podem melhorar a eficiência dos processos? A resposta a este
questionamento será dada após a introdução, uma revisão teórica-
conceitual e metodologia; a apresentação dos resultados; a conclusão e a
indicação das referências. Como metodologia, aplica-se neste estudo, o
71
Método da Análise de Conteúdo, que envolve as fases de pré-análise,
pesquisa de material e tratamento dos resultados colhidos. O estudo traz as
ferramentas utilizadas para mensuração dos resultados na Gestão por
Resultados, buscando-se quantificar os resultados e definir se estão em
conformidade com o esperado. Aborda-se aqui o ambiente da organização
e variáveis como as diretrizes organizacionais, a formulação, e a
implementação destas ferramentas. E por fim, o estudo aponta que a Gestão
por Resultados na administração pública torna o cenário favorável para a
implementação de um programa de incentivos aos servidores, tornando-se
imprescindível um alto desempenho, a contribuição e comprometimento
entre todos na organização.
1. INTRODUÇÃO
e
eficiência e a gestão por resultados poderiam ser priorizadas. Portanto, se faz
U s
necessária a busca por meio de instrumentos que permitam as melhorias
requeridas a partir das adequações recomendadas. Diante desse cenário, busca-
l
se responder a seguinte indagação Como os conceitos de gestão pública por
a
resultados podem melhorar a eficiência dos processos? Para responder a essa
n
pergunta traz como objetivo geral estudar os conceitos de Gestão Pública por
Resultados na via de melhorar os processos públicos; e para a produção dos
s o
resultados traz como objetivos específicos identificar as ferramentas utilizadas
r
para mensuração dos resultados (1), tratar dos principais aspectos para a análise
e
de resultados na gestão pública (2), e apontar como os conceitos levantados
P
poderiam ser considerados em programas de incentivos (3). Este documento é
constituído de tópicos e subtópicos, e após esta introdução, apresenta-se uma
or
revisão teórica e conceitual, a metodologia do preparo, resultados de acordo
com os objetivos, conclusão e as referências.
F
72
2. REVISÃO TEÓRICA E CONCEITUAL
s e
mobilização continua de construção, mediante uma cultura conscientizada pelo
poder público no esforço de alcançar metas em nível de excelência.
U
Luedy, Mendes e Junior (2012) explicitam sobre a eficiência, que tem
l
como norte as mudanças estruturais, inclusive para a minimização de custos de
a
serviços públicos e redução de despesas governamentais. São transformações
n
direcionadas a reduzir o déficit institucional, aumentando a eficiência, tendo os
o
procedimentos de accountability uma via a ser adotada para fortalecer a
s
governança esperada. Assim, o poder público passa a ser visto como um elo
r
estratégico ou um interlocutor que encoraja de forma complementar não apenas
e
a sociedade beneficiária do serviço público, como também o mercado
P
consumidor ou fornecedor do Estado.
r
Gomes e Frota (2015) afirmam que a nova forma estratégica de
o
gerenciamento, que vise mudanças na maneira de executar as atividades
organizacionais, seria basilar na implementação da Gestão por Resultados na
F
atividade governamental; implicando em medidas de flexibilidade,
simplicidade, transparência, aprendizagem organizacional, acompanhamento,
parceria de stakeholders e acompanhamento para desenvolvimento de
resultados. Esses autores consideram a importância da avaliação contínua do
73
serviço prestado pelo poder público pela sociedade pagadora de impostos; tal
providência auxilia nos ajustes estratégicos e também na mensuração dos
resultados a partir do nível de satisfação do contribuinte como praticam em
países civilizados.
Mendes e Junior (2012) abordam sobre a ação integradora nas
perspectivas de natureza horizontal e vertical, apontando a importância da
integração entre as partes do todo, impondo alinhamento entre objetivos
profissionais na instituição pública. Esses autores trazem em consideração
argumentos relacionados à capacitação profissional do agente público, a
adequada gestão de cargos e salários e seu alinhamento; apontam ainda a
melhoria de gestão e a eficiência organizacional sob uma perspectiva vertical;
onde se percebe uma integração entre processos que seguem junto com o
investimento na rubrica de pessoal.
e
desempenho apresentado em instrumento de avaliação. Leitura em Rodrigues
s
et al (2018) trazem indicativos interessantes para conceituar ferramentas de
análise na gestão; apontam a gestão do tempo para combate ao desperdício, o
l U
custo do tempo na gestão, a melhoria da produtividade, controle na gestão do
tempo, organização do tempo na gestão, a gestão de alta performance, a gestão
contra o desperdício, dentre outros.
n a
Busca em Diniz et al (2006) deixa claro que a finalidade da mensuração
r s o
é quantificar os resultados, como por exemplo, do consumo de bens, dos gastos
na administração através de compras, serviços, obras, etc. Com este resultado,
e
é possível executar programas desdobrados em atividades e projetos, voltados
para o interesse público, de forma racional com acompanhamento efetivo que
evita perdas.
r P
Consulta em Carvalho (2016) indica que o monitoramento e a avaliação
o
são formas de controlar e corrigir, sendo necessário a disponibilização de
F
informações de maneira clara para que seja possível a correção e possibilite o
aprendizado, além de servir de insumos para tomadas de decisões. Gomes e
Frotas (2015) oferecem um reforço a este conceito, ao registrarem que toda
ação é consequência dos resultados a serem alcançados com os recursos que a
74
organização dispõe. Os processos e a mensuração do cumprimento de metas
podem ser identificados através de indicadores, medidos através de análise
quantitativa e qualitativa.
e
Para Gomes e Frota (2015), para se alcançar resultados nas organizações
s
públicas, implica numa dinâmica ininterrupta de aprendizagem individual e
coletiva, traduzindo-se no exame das variáveis para a tomada de decisão em
U
conformidade com as lições aprendidas. Assim, o alcance de resultados,
l
envolve planejamento estratégico considerando recursos que a organização
a
dispõe, aprimorando programas e serviços, de forma responsável, observando
n
o accountability na gestão.
3. METODOLOGIA DO PREPARO
r s o
P e
Esta é uma pesquisa qualitativa e, segundo Gil e Neto (2021) busca
compreender a visão das pessoas na interpretação de suas experiências, através
or
da tradução de suas ações, bem como na construção de seus mundos. Além
disso, a pesquisa qualitativa busca olhar à realidade sob algumas perspectivas;
F
identificação de valores; aproximação do pesquisador com o indivíduo que está
sendo investigado e o pesquisador utiliza seus pressupostos metodológicos.
Leitura em Lanka et al (2019) indica que a pesquisa qualitativa envolve vários
paradigmas teóricos, uma quantidade considerável de métodos, estratégias e
75
metodologias, assim como; estudos de caso, observações, pesquisa, etnografia,
entrevistas, fundamentação teórica, entre outros. Esses métodos têm algumas
semelhanças que seria a compreensão de uma sociedade ou indivíduo, a
pesquisa qualitativa é uma abordagem: interpretativa, busca identificar
situações sociais, indutiva, e visa traduzir significados que os indivíduos
atribuem às suas experiências e mundo.
e
que dependendo da vertente teórica e da intenção do pesquisador, os conceitos
s
da análise de conteúdo podem ter diferentes formas. Este conceito pode tanto
está relacionado com a semântica estatística do discurso, ou ainda a inferência
U
por meio da identificação objetiva de características de mensagem.
l
a
3.2 Quanto aos procedimentos utilizados nesta tarefa
n
s o
No preparo desta tarefa executa-se como procedimento a busca e
r
levantamento de material bibliográfico em sites, bibliotecas digitais e outras
e
fontes; em seguida procedeu-se a seleção de acervos variados como artigos
P
científicos, dissertações, livros que tratam sobre Gestão Pública por Resultados
r
e outros temas relacionados ao assunto desta pesquisa. Em seguida efetuou-se
a leitura flutuante do material bibliográfico selecionado, iniciando assim o
F o
preparo deste documento; praticou-se a clivagem de corpus e também a
categorização para efetivação subsequente da análise, constituindo assim a
produção deste ensaio teórico.
76
3.3 Quanto a análise com base em Habermas
s e
O Estudo da Gestão por Resultados é significativo para identificar
l U
procedimentos eficientes para se alcançar os melhores resultados na
organização, visando a economicidade dos recursos públicos, excelência na
n a
entrega de serviços prestados aos cidadãos, bem como a melhoria contínua. É
notória a dificuldade enfrentada por muitos gestores na aplicação do modelo
r s o
de Gestão por Resultados como ferramenta para melhorar o desempenho dos
órgãos públicos; o fato decorre dos embaraços decorrentes de um histórico bem
e
conhecido do cenário governamental. Entretanto, estudos como este ora
ofertado sobre a Gestão por Resultados poderá trazer benefícios reais não
r P
apenas para a administração pública como ainda para a sociedade civil; isso
porque terá o gestor mais uma contribuição conceitual para transformar em
o
ferramenta de trabalho garantida com definições atualizadas a serem traduzidas
F
na melhoria do desempenho institucional.
Conceito significativo de Gestão por Resultados é abordado em Gomes
e Frota (2015); eles afirmam que este tipo de gestão busca implantar uma nova
gestão pública que busque maior responsabilização dos gestores públicos no
77
uso dos recursos públicos, além de procurar obter resultados eficientes e
eficazes na aplicação de tais recursos. Além disso, Holanda e Rosa lembrados
por Gomes e Frota (2015) afirmam que a Gestão por Resultados é um modelo
que busca atitudes empreendedoras, visando alcançar padrões ótimos de
excelência, de forma ética e transparente. Através desse modelo, a gestão
pública procura dialogar com a sociedade de forma contínua, buscando a
satisfação do cidadão.
Depreende-se da Teoria New Public Management estudada que o
enfoque da eficiência está nas mudanças estruturais, e não apenas na
diminuição das despesas públicas. Isso porque as transformações esperadas
contribuem para o fortalecimento da governança; importa em uma gestão cada
vez mais eficiente, transparente e participativa, além da diminuição de déficit
organizacional.
e
Gestão Pública por Resultados nos processos das organizações. Esses
U s
elementos lógicos ingressam nesse compartilhamento para que seja possível
compreender o estado da arte e se produza elementos cognitivos válidos na
l
forma dos objetivos compostos.
n a
A finalidade primordial da mensuração dos resultados em uma
organização, conforme afirmado por Diniz et al (2006), é atribuir grandeza
o
quantitativa na execução dos processos, atividades, projetos que são
r s
direcionados ao público, identificando se os resultados estão de acordo com o
e
esperado e se estão sendo executados com a eficiência e eficácia esperadas para
alcançar a maior quantidade de pessoas e com a maior qualidade no
desempenho.
r P
A leitura em Cavedo (2020) traz sobre eficácia permitindo compreendê-
o
la como um princípio da administração pública; a eficácia se relaciona à
F
questões estruturais, organizacionais, e disciplinar no âmbito do serviço
público. Para isso, se busca a adequação para quem o efeito do desejado pelo
gestor público tenha uma melhor amplitude do ponto de vista das realizações.
Cavedo (2020) oferece variadas formas de subsídios interpretativos para a
78
eficácia e ainda permitem, nesse estudo, indicativos fortes de como a eficácia
melhora a qualidade na prestação do serviço público. O autor aponta impulsos
inovativos como aqueles relativos à pesquisa e desenvolvimento; embora o
mesmo focalize a demanda e a oferta em questões de compras e aquisições no
serviço público, se faz possível ampliar esta sua vertente para que se admita tal
relação em situações em que se encontre vantagem em decisões relacionadas
ao suprimento na gestão pública coerente com as vantagens que esse
suprimento trata para a excelência na prestação do serviço; envolve, então, o
tempo ótimo para as aquisições, o comportamento de mercado em face á preços
ótimos e competitivos, abundância que permite negociação pelo menor preço,
reconhecimento de praça aonde essas abundâncias são permitidas, e por fim,
um suprimento mais vantajoso que torna sobre maneira eficaz a atividade
enquanto otimiza o orçamento governamental.
A Gestão por Processos pode reunir os conceitos de Business Process
Management (BPM) para a otimização do fluxo na visão do cliente usuário. É
quando o gestor irá compreender as demandas da sua plataforma de serviços na
busca da excelência; para isso será efetuada a otimização dos recursos
tecnológicos a fim de garantir que as rotinas irão fluir de forma exitosa,
atendendo às recomendações apontadas em Cardoso (2019).
Sordi (2018) aborda sobre as ferramentas e o investimento no Business
e
Process Management (BPM); é um dispositivo integrador de estratégias na
s
organização, melhorando o atendimento aos clientes internos e externos da
U
instituição, além de permitir crítica e análise situacionais na via daqueles
ajustes que o gestor considera para a dinâmica de melhorias dos processos. O
n
O gerenciamento por processos em uma moderna gestão governamental
o
s
implica em novos paradigmas, podendo o administrador público utilizar-se de
r
elementos paramédicos não apenas para implementar mudanças nas rotinas
e
administradas, como ainda para avaliar e julgar as medidas adotadas de modo
P
a ter garantida à eficácia na prestação dos serviços com qualidade, como aborda
Sordi (2018) e trata Cardoso (2019). São recursos pela inovação e transparência
or
que refletem na excelência dos resultados que agora passam a ser ofertados com
a devida fluidez e qualidade para a satisfação do cliente.
F
Medeiros (2021) aborda sobre o processo de otimização permitindo a
reflexão útil para resultados na gestão pública. O autor expõe situações em que
a organização interage em ambientes de economia recessiva, com foco em
atividades logísticas. De fato, a logística tem peso significativo das questões
79
relacionadas a custos públicos, requerendo do gestor uma crítica sobre
compromissos que envolva tais questões. Embora o autor esteja indicando
conceitos para o setor privado, a moderna administração pública pode ser uma
beneficiária dos conceitos ofertados pelo referido estudioso. Ocorre que a
logística tem influência na otimização orçamentária e financeira do governo,
na medida em que uma demora decorrente da logística pode gerar danos no
serviço público, principalmente em momentos de pandemia quando o serviço
de atendimento médico hospitalar impõe rapidez para a proteção da vida dos
cidadãos.
Trevisan (2013) trata sobre modelo de simulação em processo de
logística em inter-relações aleatórias entre variáveis e decisão de resultados. A
leitura neste autor permite afirmar que é possível otimizar por simulação,
aplicando-se a comparação de alternativas; neste caso se faz necessário aplicar
sistema computacional, adequando a modelagem à operação desejada, sendo
está uma providência bem adequada para a gestão pública. Assim, pode o gestor
público valer-se de metodologias hard para os comparativos paramétricos
válidos na otimização de resultados no serviço público. Na atividade de Gestão
por Resultados o administrador público focalizará, essencialmente, a
excelência na qualidade dos serviços públicos; nesta atividade existe
disponíveis ferramentas diversas conforme se verifica no Quadro 1 a seguir.
s
Quadro 1 – Ferramentas para a Gestão por Resultados na Administração
Pública. e
Ferramentas
l U
Descritiva da Função e Funcionalidade
1.
n a
1.1 Conforme Ribeiro e Caten (2012) consiste no
monitoramento para tratamento de dados coletados
o
Carta de Controle referentes aos resultados dos serviços. Envolve a
s
comparação estratégica entre máximo, médio e mínimo de
r
volume ou unidade em Previsto x Realizado.
e
2.1 Conforme Landim (2020) é uma representação gráfica
P
2. que apresenta os resultados de variáveis quantitativas. É
Diagrama de uma ferramenta de visualização desse tipo de dados
r
Dispersão quantitativos por pares ordenados observados em sistema de
o
coordenadas cartesianas. Simplifica a interpretação com
F
clareza e precisão.
3.1 Anjos (2020) expõe que o Diagrama de Ishikawa é
Diagrama de também conhecido como gráfico de espinha de peixe ou
3. Ishikawa diagrama de causa ou efeito; é usual na demonstração
daquelas causas que interferem em problemas variados no
80
serviço público. A sua elaboração e interpretação
geralmente é apresentada em reuniões com brainstorming
para que se formule uma crítica.
e
explicar o desempenho de eventos em torno de uma média
s
7. Histograma para que se tenha noção sobre distribuição de certos valores
com relação a um valor central. O aceitável é o valor
l U
simétrico que supõe conformidade nos resultados.
Fonte: Elaborado pelos autores com base no levantamento bibliográfico.
n a
As ferramentas indicadas no quadro acima poderão ser muito bem
o
trabalhadas como subsídio do funcionamento do Business Process
s
Management (BPM), pois como afirma Pizza (2012), possibilita o mapeamento
e r
dos processos organizacionais; são recursos que tornam mais ágeis as
atividades envolvendo pessoas, procedimentos burocráticos e outras funções
P
que melhoram a gestão pública. O BPM favorece o alinhamento dos processos
r
da organização com as estratégias organizacionais, possibilitando a otimização
o
contínua dos processos, reduzindo riscos de erros e aumentando as respostas e
F
retornos almejados. Como se pode observar, com a apuração,
acompanhamento, avaliação e ajustes mediante as ferramentas esquadrinhadas
no quadro especificativo acima, a qualidade dos resultados serão de excelência.
81
4.2. Tratamento dos principais aspectos para a análise de resultados
na gestão pública
U
Cunha (2012) aborda que para melhorar o funcionamento da instituição
l
e atingir suas metas, é necessário fazer um mapeamento de seus processos. Este
a
mapeamento surge com uma ferramenta de controle e acompanhamento dos
n
processos organizacionais. Esta atividade de mapeamento tem o objetivo de
o
desenhar, executar, documentar, monitorar e controlar a melhoria dos
s
processos com vistas a alcançar os resultados pretendidos na instituição.
r
Busca em Filgueiras (2018) permitiu encontrar a abordagem sobre
e
accountability; o autor explicita que nas atividades e ações praticadas pelos
P
agentes públicos, a atribuição de responsabilidades, a punição do
r
comportamento não autorizado dos agentes e a recompensa pela conformidade,
de modo a promover um processo de aprendizado com os sucessos e as falhas,
o
contribuem para a melhoria da ordem política e das instituições da
F
administração pública.
Com a otimização do desempenho mediante o BPM e tendo em vista a
tomada de providências com Carta de Controle, Diagrama de Dispersão,
Diagrama de Ishikawa, Diagrama de Pareto, Fluxograma de Processos, Folha
82
de Verificação e Histograma, a gestão da qualidade do processo na sua
dinâmica passará a ser significativa superando todos os dificultadores e
devolvendo com segurança e fluidez os resultados dos serviços ofertados.
Leitura em Santos et al (2009) permitiu conceituar sobre Carta de
Controle; possibilita notação em determinadas causas especiais a serem
investigadas, de modo a intervir para eliminar o fenômeno indesejado na
plataforma de serviço público. São registros relacionados à produção de
serviços ofertados ao público usuário que de alguma forma consta
comportamento negativo suscetível de adequação. Pode, portanto, o gestor
público em face da notação, admitir medida preventiva ou mesmo uma ação
corretiva devolvendo a qualidade esperada nos processos como havia sido
estabelecido. Essa ferramenta assegura contra desvios, eliminação de erros
previsíveis, controle prévio de ocorrências e outras situações comuns nas
plataformas que ofertam serviços governamentais.
Apropriação em Santos (2014) fez possível trazer importantes registros
sobre Diagrama de Dispersão em gestão da qualidade do serviço público.
Segundo este autor este diagrama aponta o comportamento de variáveis como
aquelas relacionadas a gastos ou despesas e outras que, analisadas e criticadas
podem oferecer significativo sucesso na tomada de decisão nas atividades
governamentais. É também uma ferramenta estatística de apoio a gestão de
e
processos, pois permite crítica sobre variáveis dependentes e variáveis
s
independentes e respectivos erros de dispersão em relação à regressão.
U
Leitura em Carvalho (2016) indica que o Diagrama de Ishikawa trata
da relação causa e efeito e auxilia na resolução de problemas a partir dos fatores
a l
a eles relativos. Na execução dos serviços na gestão pública os problemas
relativos à maquina, equipamento, mão-de-obra, questões ambientais e outros.
n
Ao tratar cada uma destas questões se vai enumerando cada uma relativa a
o
s
respectivos fatores.
r
Carvalho (2016) ainda trata sobre o Diagrama de Pareto; é uma
e
ferramenta que traz informações concentradas para o gestor que deseja a
P
qualidade dos serviços públicos. Esta ferramenta aponta que a maioria dos
problemas decorre de um número muito reduzido de causas, no geral 80% de
or
problema para 20% de causas o que facilita o número magnífico de soluções
de forma imediata. Como no BPM todos os processos estão mapeados temos
F
aqui mais um facilitador para otimizar os resultados da gestão. O autor oferece
ainda forte contribuição neste documento ao tratar sobre Fluxograma de
Processos; funciona como ferramenta da gestão da qualidade poderá o
administrador melhorar as rotinas que serão atualizadas no BPM. O fluxograma
83
demonstra graficamente como o trabalho é realizado na plataforma de serviço
público; é uma forma simplificada, de fácil entendimento tornando a
interpretação dos passos, etapas e rotinas bem mais práticos no ponto de vista
de uma análise profissional. Após as críticas sobre o fluxograma de processo
poderá o gestor público adotar as adequações que considerar fundamental.
Conforme Ayres (2019), a Folha de Verificação são tabelas que
auxiliam na compilação de dados e de informações a serem analisadas com
respeito a registro de situações verificadas em determinada plataforma de
serviço público. Com o BPM em funcionamento pode o gestor público depurar
as ocorrências em determinado período de tempo de modo a fazer o
aperfeiçoamento que for requerido no processo em determinadas áreas do
serviço. É mais uma ferramenta que melhora a gestão por resultado no serviço
público.
O Histograma é uma clássica ferramenta estatística utilizada na gestão
da qualidade. Segundo Bornia (2002) já indicava este instrumento para
interpretar graficamente volumes de dados, de forma bem fácil e simples em
que consta números/valores. Pode demonstrar a dinâmica dos resultados, a
tendência das ocorrências e outras situações numericamente demonstráveis
agora de forma gráfica. Auxilia na gestão dos processos pois ao longo de um
período ocorrências diversas são registradas, e a maioria destas estão sujeitas a
e
adequação, otimizando o gerenciamento dos serviços governamentais.
U s
4.3. Apontamento sobre como os resultados poderiam ser utilizados
a l
O presente tópico demonstra como a implantação da gestão por
o n
resultados favorece a implantação de um programa de incentivos na
organização, assim como sustenta Silva e Oliveira (2009) ao afirmar que por
r s
meio de ações que dinamize seus processos as organizações dependem cada
e
vez mais da gestão de pessoas para alcançar seus objetivos, sendo que os
clientes internos possuem necessidades e desejos, dispondo de habilidades,
r P
conhecimento e atitudes que aplicam na organização, sendo assim, para ser
possível atingir os resultados almejados é necessário a contribuição mútua entre
o
pessoas e organização.
F
Floriani e Steil (2021) afirmam que na organização as equipes são
fontes de aprendizagem, em virtude disso são frequentemente investigadas por
permitirem gerar resposta relacionada à mudança e vantagem em logo prazo na
organizacional, contribuindo com a redução de custos, mudanças, aumento de
84
produtividade e eficácia nos processos organizacionais e favorecendo o
desempenho e melhoria de qualidade de toda a gestão de pessoas.
No que se refere a incentivos financeiros aos servidores públicos
envolvidos nos resultados organizacionais, Calmic (2012) suporta o
entendimento da necessidade de incluir indicadores de satisfação dos clientes-
cidadãos em programas que medem o desempenho do servidor e no plano de
remuneração por possibilitar o aumento da performance organizacional e
mudança de comportamento influenciando na melhoria da eficiência e
produtividade.
Segundo Milan e Soso (2012), a alta administração da organização
poderia patrocinar a realização de mudanças, permitindo a equipe de trabalho
evoluir e desenvolver o negócio. Tal afirmação pode ser evidenciada com metas
claras que viabilizem os processos e os clientes internos auxiliar na execução
da estratégia da organização. Na implantação do Business Process
Management na organização, os fatores críticos que possibilite a implantação
de forma eficiente são através do apoio da alta gestão, alinhamento dos
processos com a estratégia organizacional, gestão de mudança e capacitação do
capital humano interno.
Com os argumentos acima indicados é possível oferecer uma
proposição teórica na via de tomar os apontamentos deste documento para
e
transformar em incentivo entre os colaboradores situados nas plataformas de
s
serviços públicos ofertados.
U
Depois da implementação de todas as ferramentas necessárias para uma
administração baseada em Gestão por Resultados, faz-se necessário pensar em
a l
uma forma de recompensar os agentes públicos pelo seu resultado. Em virtude
de pouca flexibilidade na legislação sobre a remuneração dos servidores
n
públicos, torna-se difícil propor incentivos financeiros aos servidores que
o
s
tenham uma alta performance no desempenho de suas funções. Mesmo assim,
r
o incentivo financeiro em organizações que apresentem um resultado
e
extraordinário em suas atividades relacionadas ao atendimento ao cidadão,
P
ainda poderia ser um fator de motivação para manutenção e melhoria na
qualidade dos serviços públicos prestados à população. Isso contribuiria para
or
manter os servidores comprometidos com a eficiência no serviço público. São
estes argumentos bem compatíveis com a perspectiva teórica coletada em
F
Floriani e Steil (2021).
Outras proposições são apresentadas neste estudo como sugestão de
recompensa aos resultados obtidos na organização, tendo a leitura em Calmic
(2012) permitindo significativos aportes conceituais. Assim, poderia o gestor
85
implantar programas de Aceleração de Promoção por mérito, beneficiando
funcionários com alto desempenho, e que consequentemente acabaria
influenciando na sua remuneração, assim, o servidor sairia do quadro comum
de progressões na sua carreira; oportunidade de remoção aos melhores
funcionários para uma região de seu interesse, já que muitos trabalham
distantes do seu núcleo familiar, haja vista que quando participam de um
concurso, se propõe a fazer para qualquer região, já que o objetivo é entrar no
serviço público.
Milan e Soso (2012) preceituam estratégias que otimizam desempenho
de equipes no ambiente laboral, além de permitir reflexões sobre motivadores
que elevam os resultados. Assim, seria possível gerar motivações que otimizam
a oportunidade participativa dos colaboradores, principalmente nas reuniões,
quando podem deliberadamente opinar em decisões administrativas na
instituição. São medidas que incentivam o surgimento de contribuições,
oriundas de suas sugestões, apontando erros e propondo melhorias; como
partícipe direto, o colaborador pode melhor visualizar problemas e propor
soluções. Escolher a área que gostaria de atuar, dentro das atribuições do seu
cargo, também poderia ser uma ótima oportunidade do servidor desempenhar
suas atividades, pois estaria atuando numa área que reconhece ter competências
necessárias para a execução de seu trabalho, mantendo-o motivado. E ainda,
e
para os funcionários com desempenho extraordinário, estes poderiam assumir
s
outros papéis dentro da organização, passariam de servidores que executam
tarefas para servidores desenvolvedores e multiplicadores de conhecimento,
organização.
l U
contribuído desta forma, para a melhoria de processos em várias áreas da
n a
Apanhado conceitual em Ferreira (2012) permite reflexão quanto à
otimização de equilíbrio de despesas em face das melhorias na qualidade dos
r s o
processos. O gestor poderá estudar a assimilação quanto aos compromissos no
que se refere à perspectiva de gestão por resultados, afastando elementos
e
limitadores entre os pares, enquanto promove políticas de incentivos
financeiros, desde que fenômenos impedientes de ordem burocrática sejam
r P
afastados da Administração Pública. Merece reflexão quanto às necessidades
da equipe, mensurando os resultados e medindo a capacidade da instituição em
o
satisfazer as requisições dos colaboradores, no ponto de vista dos gastos
F
incorporados.
5. CONCLUSÃO
86
Com base na pesquisa realizada para construção deste artigo, foi possível
explorar com profundidade e clareza o tema gestão por resultados, sendo
possível responder a pergunta de como os conceitos de gestão pública por
resultados podem melhorar a eficiência dos processos organizacionais, visto
que a gestão por resultados é fator preponderante para a melhoria dos resultados
e alcance dos objetivos organizacionais. Embora a administração pública no
Brasil tenha passado por um processo evolutivo de desenvolvimento nas
últimas décadas sem precedentes, os modelos de gestão passaram por muitas
transformações até chegar ao Modelo de Gestão por Resultados. Este modelo
busca a eficiência, excelência e qualidade nos serviços prestados à sociedade.
Considerando a análise crítica e reflexiva das contribuições de autores como
Carvalho (2016), Medeiros (2021), Sordi (2018) e outros, foi possível finalizar
o presente artigo atendendo aos objetivos propostos neste documento. De fato,
a administração pública dispõe de várias ferramentas que contribuíram para a
melhoria de seus processos e uma gestão mais eficiente de seus recursos,
trazendo resultados significativos para a própria administração e
principalmente para o maior interessado, o cliente cidadão.
Apesar do Modelo de Gestão por Resultado trazer bons resultados, ainda
não é uma abordagem comum a toda esfera pública. Pode-se dizer que ainda é
um processo incipiente e que carece ser aperfeiçoado. Há muitas práticas que
e
ainda precisam ser alteradas ou desenvolvidas. O conceito de uma
s
administração baseada em Gestão por Resultados precisa ser tema obrigatório
U
dentro da administração pública. Outra questão que precisa ser dada prioridade
é a motivação dos servidores públicos, já que são os principais componentes
a l
para que o objetivo da Gestão por Resultados seja alcançado. Neste contexto,
deixamos aqui sugestão para um novo estudo, saber quais seriam os melhores
n
motivadores e incentivos que os servidores precisam para desenvolver seu
o
s
papel com excelência.
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s e
l U
n a
r s o
P e
or
F
92
Capítulo 5:
Indicadores de desempenho como
ferramenta na gestão da qualidade no
serviço público
Resumo
s e
l U
As organizações prescindem da mensuração de resultados como uma estratégia
gerencial de modo a obter a eficiência dos resultados. O objetivo geral é estudar
n a
os principais indicadores de desempenho da gestão da qualidade no serviço
público; e como objetivos específicos, identificar os principais conceitos de
r s o
indicadores de desempenho da gestão da qualidade nos serviços públicos (1);
tratar conceitualmente sobre as práticas de utilização de indicadores na
e
mensuração ou monitoramento da qualidade da prestação do serviço público (2),
e propor a implementação conceitual de indicadores de desempenho para o
r P
aprimoramento da gestão da qualidade do serviço público (3). A pergunta a ser
respondida é: como os indicadores de desempenho podem ser utilizados como
o
ferramenta de gestão da qualidade no serviço público? A resposta apresentada
F
segue após a introdução, revisão teórica-conceitual e metodologia; os resultados
conforme proposto em tópicos e subtópicos; a conclusão e a indicação das
referências. Aplica-se o Método de Análise do Conteúdo, envolvendo um
conjunto de técnicas que compreende três fases que são a pré-análise, a exploração
93
do material e tratamento dos resultados obtidos. A tarefa traz os principais
conceitos de indicadores sobre eficiência, eficácia, efetividade e economicidade.
Apresenta-se aqui as ferramentas denominadas de Diagrama de Ishikawa,
Diagrama de Pareto e Histograma, que podem servir de auxílio no processo de
mensuração e gestão dos serviços públicos. O estudo aponta que o processo de
implementação de indicadores é considerado didático para uma melhor
compreensão e ação dos agentes internos a fim de trabalhar a melhoria dos
resultados na gestão pública.
1. INTRODUÇÃO
s e
A utilização de indicadores de desempenho possibilita a excelência na
U
avaliação dos processos, tornando esta tarefa de significativa importância, pois
l
contribui para a tomada de decisão nas instituições. Com esses argumentos
a
introdutórios é formulada a seguinte questão: como os conceitos de indicadores
n
de desempenho podem ser utilizados como ferramenta de gestão da qualidade no
o
serviço público? Para responder este questionamento se adota como objetivo geral
s
estudar os principais indicadores de desempenho da gestão da qualidade no
e r
serviço público; e como objetivos específicos, identificar os principais conceitos
de indicadores de desempenho da gestão da qualidade nos serviços públicos (1);
P
tratar conceitualmente sobre as práticas de utilização de indicadores na
r
mensuração ou monitoramento da qualidade da prestação do serviço público (2),
o
e propor a implementação conceitual de indicadores de desempenho para o
aprimoramento da gestão da qualidade do serviço público (3). Este trabalho é
F
constituído de tópicos e subtópicos, onde são expostos apontamentos sobre a
revisão teórica e conceitual, a descritiva do desenho metodológico do preparo da
pesquisa, os resultados em conformidade aos objetivos propostos, a conclusão e
as referências admitidas na construção deste documento.
94
2. REVISÃO TEÓRICA E CONCEITUAL
e
referidos autores, a Teoria da Contingência apresenta características relevantes no
s
que se refere às variáveis internas e externas interferentes no processo decisório
da organização, tendo em vista um ambiente de insegurança e o grau de
informações.
l U
As organizações sob o enfoque contingencial se apresentam como sistemas
a
abertos sendo que estão em constante processo de mudanças em sua forma de
n
gestão, em virtude das alterações nos ambientes, visando à melhoria de seu
o
desempenho. Se de um lado existem as influências ambientais, por outro lado
r s
inexiste uma única forma de estrutura para todas as organizações; o que ocorre é
a predominância de formas diferentes de enquadramento segundo as
P e
especificidades de cada organização, e dos seus fatores contingenciais envolvidos:
ambiente, tecnologia, estrutura e porte organizacional. Esses fatores são situados
r
no cenário externo da instituição, mas que interferem na gestão interna
o
organizacional como preconizam Schnel e Trocz (2020).
F
Segundo De Oliveira et. al (2014), a tecnologia é um dos fatores
contingenciais que mais influenciam na gestão da qualidade, uma vez que as
atividades são realizadas pela organização por meio da implementação de técnicas
para o desenvolvimento dos processos de entrega de serviços ou produtos.
95
Conforme esses autores, as atividades podem ser rotineiras em uma estrutura que
envolve o desenvolvimento de processos mecanicistas, ou seja, a existência de
uma obediência hierárquica e as atividades não-rotineiras são realizadas de modo
flexível e orgânico, na qual a organização se adapta às condições impostas pelo
ambiente.
Estudo em De Oliveira et. al (2014) permite afirmar que o propósito da
tecnologia contingencial é prover um melhor controle das atividades executadas
em cenários previsíveis e imprevisíveis, visto a necessidade de averiguar falhas
no processo e agir imediatamente para corrigi-las. Ademais, a identificação dessas
falhas auxilia no estabelecimento de indicadores de desempenho que orientam a
organização no sentido de observar e analisar como e onde ocorrem essas falhas,
bem como mensurar esses indicadores para avaliar as condições em que os
processos estão operando com a finalidade de identificar as possíveis soluções no
cumprimento dos requisitos de qualidade dos serviços exigidos pelo usuário.
Com esses arrazoados, espera-se reunir os atributos teóricos e conceituais
requeridos nesta tarefa. Nos subtópicos seguintes, estarão sendo expostos os
corpus coletados de diversas fontes na expectativa de subsidiar os conceitos
requeridos no presente ensaio de conformidade ao proposto aqui.
e
qualidade nos serviços públicos.
U s
Os indicadores de desempenho são ferramentas úteis para a gestão pública,
l
pois revelam a situação atual da organização e produz subsídios que permitam a
a
promoção de melhorias. Existem diversos tipos de indicadores e para identificar
n
quais devem ser utilizados, é necessário criar métodos de monitoramento e
o
avaliações, considerando as atividades realizadas pelo setor que se pretende
s
avaliar, posto que cada setor tem as suas particularidades. Em função da
e r
importância da qualidade na prestação de serviços das organizações e com ênfase
mais especificamente nas organizações públicas, é fundamental identificar os
P
métodos e ferramentas de medição da qualidade que mais influenciam na
r
percepção dos usuários quanto à qualidade de um serviço público. Na visão de
o
Erdmann (2017), a medição da qualidade nos serviços somente só pode ser
realizada após sua prestação. Por isso, o impacto sobre o cliente e sobre a imagem
F
da organização é enorme e notório. Isso é um desafio para o gestor, pois quem
percebe a ausência ou redução da qualidade do serviço é o próprio cliente. Logo,
é necessária atenção redobrada pela organização, caso contrário, o cliente terá
uma experiência não muito agradável.
96
Segundo o Boletim do TCU Especial (2011), existem diversos tipos de
indicadores e a sua principal função se dá para fins de monitoramento e avaliação;
é na fase do planejamento que se inicia a construção, análise e definição dos tipos
de indicadores que serão utilizados, porque a escolha depende do tipo de atividade
e do que se pretende medir, sendo necessário, muitas vezes, a utilização de mais
de um indicador para alcançar os objetivos pretendidos. Os principais indicadores
de desempenho que podem ser utilizados na gestão da qualidade dos serviços
públicos são eficiência, eficácia, efetividade e economicidade.
s e
A leitura em Behr, Moro e Estabel (2008), aponta que a vantagem na
l U
utilização do Diagrama de Ishikawa é que se visualiza a organização de uma forma
mais ampliada que facilita a sua análise e, por conseguinte, a identificação de
a
ações quanto às melhorias adequadas ao processo da prestação dos serviços.
n
Ainda segundo esses autores, a vantagem do Diagrama de Pareto está na
o
possibilidade de identificar onde se tem um maior número problemas para que os
r s
esforços sejam direcionados na resolução destes, assim como na flexibilidade em
se obter os dados para análise, visualização e compreensão sobre a relação
P e
frequência versus problema. Portanto, considerando que cada uma dessas
ferramentas de mensuração possui práticas diferenciadas para identificar e
r
solucionar possíveis problemas que podem interferir na qualidade dos serviços
o
prestados, é possível a conciliação de mais de uma delas para atender às
F
características específicas desses serviços, fortalecendo o processo de gestão da
qualidade na organização.
97
2.3 Conceitos subsidiários para a implementação de indicadores de
desempenho para o aprimoramento da gestão da qualidade do serviço
público
e
encontrar alternativas e decidir por uma assertiva na resolução de problemas e
s
falhas do processo, considerando o alto grau de incertezas e riscos.
U
l
3. METODOLOGIA DO PREPARO
n a
Metodologia científica é um conjunto de etapas que serão utilizadas para a
o
coleta e análise de dados com objetivo de encontrar solução para um determinado
s
problema. Andrade (2017) define metodologia como a direção que iremos seguir
r
para a construção do conhecimento. A abordagem qualitativa utilizada nessa
e
pesquisa, tem a finalidade de interpretar eventos através de informações, análise
P
e percepções não quantificáveis. Ao debater as peculiaridades da abordagem
qualitativa, Creswell (2007) nos alerta para o fato de que o ambiente natural é a
or
fonte direta de dados e o pesquisador, o objeto principal, sendo que os aspectos
levantados são predominantemente descritivos.
F
3.1 Quanto ao Método de Análise de Conteúdo
98
Levantamento bibliográfico em Bardin (2011) indica que a aplicação da
técnica de análise de conteúdo no preparo desta tarefa, surge como um
instrumento de compreensão das percepções dos atores sociais. O objetivo da
compreensão da realidade social configura um importante papel como
instrumento de discussão na pesquisa qualitativa nas ciências sociais aplicadas. O
Método de Análise do Conteúdo, segundo o referido autor, envolve um conjunto
de técnicas de análise das comunicações que compreende três fase fases que
precisam ser seguidas, a pré-análise, a exploração do material e tratamento dos
resultados obtidos e interpretação, visando transcrever os conceitos absorvidos
oriundo dos materiais coletadas, clivados e categorizados de textos e livros
selecionados e outros documentos.
e
documento. A leitura flutuante envolve, segundo Bardin (2011), um primeiro
s
contato com os documentos que serão submetidos à análise, a escolha deles, a
U
formulação das hipóteses e objetivos, a elaboração dos indicadores que orientarão
a interpretação e a preparação formal do material. Em seguida se procedeu a
a l
clivagem, grifando corpus, e também praticando a categorização para efetivação
subsequente da análise, constituindo assim a produção deste ensaio teórico.
o n
s
3.3 Análise de Habermas
e r
Considerando a abordagem de Bettine (2021), o teórico crítico, Jürgen
P
Habermas, em sua pesquisa sobre o agir comunicativo, procura constituir a
r
definição da racionalidade a partir da razão comunicativa. Para Habermas todos
o
os seres humanos são livres e autônomos e a linguagem é o principal instrumento
F
de compreensão entre os seres humanos em suas relações sociais. O agir
comunicativo se refere a interação de indivíduos capazes de se expressar através
da linguagem. O modelo do agir comunicativo de Habermas enfatiza que na
99
prática argumentativa os indivíduos devem buscar entendimento através de
debates e exposição de ideias.
De acordo com Bettine (2021), Habermas expõe que existem tipos de
discursos que vai de acordo com contexto. O primeiro é o discurso teórico, em
que os problemas apresentados são cognitivos e instrumentais, os indivíduos
necessitam levantar argumentos e informações para explicar determinada
afirmação fazendo com que todos consigam entender. O segundo, temos o
discurso do cotidiano, em que os problemas apresentados são cognitivos e
práticos, as pessoas necessitam de regras e normas para entender se determinada
afirmação é válida. Nessa perspectiva, com base na teoria de Habermas, a análise
de conteúdo e o argumento deste ensaio foram construídos e o discurso teórico
incrementado.
e
relação às possíveis e imprevisíveis mutações do ambiente em que estão inseridas;
s
este fenômeno é uma decorrência dos efeitos significativos do ambiente sob as
instituições que são afetadas significativamente, pois nada é absoluto e tudo
l U
depende. Segundo os referidos autores, as pesquisas relacionadas à origem dessa
teoria, procuravam identificar um modelo de estrutura mais adequado às
n a
organizações para que as suas áreas de atuação se tornassem mais eficazes;
entretanto, os pesquisadores descobriram que não havia um modelo melhor de
r s o
administração, brotando um novo olhar sobre a estrutura e relação funcional da
organização. Ainda de acordo com os autores, a abordagem da Teoria
e
Contingencial indica que as organizações devem conciliar as suas estratégicas de
acordo com o cenário apresentado pelo ambiente, ou seja, é necessária a
r
na atuação das organizações.
P
constatação das variáveis internas e externas qualificadoras que podem interferir
o
Estudos em Cunha et. al (2020) abordam que a tecnologia é um dos fatores
F
contingenciais de grande importância à organização porque estimula a
organização a adotar e utilizar meios e ferramentas administrativas visando atingir
os melhores resultados referentes ao seu desempenho frente aos seus clientes. Os
referidos autores enfatizam que a organização deve ser capaz de se atualizar,
100
buscando ferramentas de gestão inovadoras para empreender novas formas de
processos que amparem as atividades administrativas quanto à agilização no fluxo
de informações para a tomada de decisão eficiente e eficaz de forma a aprimorar
o seu desempenho com o objetivo de reduzir os custos e o tempo, do mesmo modo,
atender as necessidades do cliente.
Em consonância com Meira et. al (2020), a organização em termos de
gestão da qualidade deve implementar e fomentar o uso de instrumentos como a
coleta de informações, as análises e as resoluções de problemas com a finalidade
de gerenciar os recursos financeiros empregados na execução dos serviços
públicos e de monitorar os indicadores de desempenho relativos à qualidade dos
serviços prestados.
s e
leitura se depreende da importância de estruturação das variáveis que servirão
como providência para o tratamento de métrica na gestão pública uma vez que
U
sem esses elementos ficaria muito difícil acompanhar e avaliar o desempenho do
l
serviço público, ou praticar erros de compilação de métricas a partir de variáveis
a
emprestadas de outras instituições. De fato, este tipo de providência geralmente o
n
faz no momento de simulação e teste; porém, fundamental é conhecer a conjuntura
o
do que se pretende medir no organismo público, para então proceder os testes
s
prévios de aferição, o que irá trazer coerência e exatidão no tratamento
r
paramétrico aqui abordado.
e
Levantamento em Fratezi (2020), permitiu trazer argumentos sobre a
P
atividade de monitoramento da qualidade busca acompanhar o processo de gestão
r
para que se avalie os parâmetros que faz os resultados obtidos. Para isso, se busca
implantar os instrumentos através dos quais se possa assegurar de forma realística
o
os elementos que identificam as potencialidades e fragilidades que permitam
F
análise, discussão e medidas corretivas. Segundo a autora, é uma estratégia de
gestão focada nos critérios de julgamento estabelecidos em apoio à decisão
envolvendo o foco da qualidade que se encontra em monitoramento. Esses
indicativos podem ter significado na gestão governamental quando se pretende
101
estruturar a base para o acompanhamento sistemático no estudo da qualidade do
serviço prestado por um organismo.
Continuando em Fratezi (2020), é possível afirmar que o monitoramento da
qualidade possibilita conferir a eficácia, eficiência e confiabilidade na realização
dos serviços. Ao comparar os parâmetros com a realidade, pode o gestor
acompanhar a satisfação e tomar uma decisão pela reorientação das práticas de
rotina. Na medida em que as instituições efetuam essas adequações então ocorrerá
a satisfação do pagador de imposto para com os serviços que ele espera daquele
órgão o que devolve ao poder público a credibilidade perante a sociedade
beneficiaria do serviço público.
Leitura em Soller e Regis Filho (2011) traz abordagem significativa quanto
a operacionalização de indicadores. É possível afirmar que a categorização dos
indicadores de desempenho é sempre o resultado de um processo seletivo das
variáveis que se pretende monitorar. Determinadas categorias de elementos
adequadamente tratadas é possível o preparo de um teste piloto através do qual se
pode efetuar um teste entre uma situação anterior do serviço implantado e
posterior da sua apreciação em termo de satisfação de parâmetros. Assim, ao
implantar o estudo da qualidade, se tem a descritiva do serviço, o que se pretende
obter com ele em termos de resultado, na sua operacionalização, a aplicação do
teste piloto e respectivo monitoramento, avaliação do que foi acompanhado com
e
o indicativo dos parâmetros a serem ajustados, e os ajustes requeridos na tarefa de
s
avaliação da qualidade. Os elementos situados no entorno desse processo devem
ser levados em consideração principalmente no que se refere às variáveis
l U
independentes que de alguma forma interferem na realização de determinados
serviços. Cabe apresentar os principais conceitos de indicadores sobre eficiência,
a
eficácia, efetividade e economicidade, conforme Figura 1 e Quadro 1 que seguem.
n
r s o
Figura 1 - Operação e efeito dos principais indicadores de desempenho.
e
Efetividade
P
Economicidade
r
Compromisso Insumo Ação/produção Produto (bens Resultados
o
(objetivos (recursos (ações e serviços (objetivos
definidos) alocados) desenvolvidas) providos) atingidos
F
Eficiência
Eficácia
Elementos Detalhamento
1.Efetividade 1.1Caracteriza-se pela habilidade do gestor e colaborador na
organização em satisfazer às necessidades do ambiente onde está
inserida; este indicador é um dos mais complexos e difíceis de serem
mensurados na gestão pública.
2.Economicidade 2.1Refere-se a alocação dos recursos públicos, e deve alcançar, por
exemplo, a escolha mais vantajosa na aquisição de bens. Alcança ainda
a vantagem na prestação de serviços essenciais típicos do setor público.
3.Compromisso (objetivos 3.1Diz respeito a responsabilidade do gestor com relação aos
definidos) propósitos institucionais, como está esculpido nas normas do
organismo vinculativo. Traz credibilidade para a instituição e para o
seu dirigente, abrindo vantagem nas parcerias estratégicas.
4.Insumo (recursos 4.1Refere-se aos meios para o alcance de resultados na entrega de bens
alocados) e serviços. Como se advém de Mori e Pereira (2018), este conceito vem
da economia industrial na relação insumo/produto, e da escola
industrial francesa a partir de analyse de filière comum na gestão
pública moderna.
e
5.Ação/produção (ações 5.1É a operação para alcançar resultados, ou o conjunto de iniciativas
s
desenvolvidas) práticas que resulta em produto ou serviço, sob os quais se incidem
insumos e por consequência custos a serem mensurados e criticados no
U
âmbito da gestão pública por resultado.
6.Produto (bens e serviços 6.1É a entrega que é esperada pelo público pagador de impostos com
l
providos) respeito ao desempenho do serviço governamental. A sua aceitação e
a
aprovação depende da qualidade que satisfaz ao requerente desses bens
n
e serviços ofertados pelo gestor público.
o
7.Eficiência 7.1Significativo para melhoria da qualidade, pois evita perdas,
s
principalmente nos equipamentos; melhora o desempenho de
r
manutenção de equipamentos no serviço público, evitando baixa
qualidade do ativo ou mal utilização deste, bem como manutenção
e
irregular, por exemplo.
P
8.Eficácia 8.1Um exemplo é o desempenho da gestão orçamentaria; diz respeito
às metas institucionais. Pode evitar perdas na aplicação dos recursos
r
disponibilizados, enquanto bloqueia possíveis vícios na gestão dos
o
recursos públicos, permitindo até um superavit.
9.Resultados (objetivos 9.1É a entrega final do bem ou serviço elaborado pela instituição
F
atingidos) pública de acordo com seus objetivos, e na forma dos seus
procedimentos usuais, e que são requeridos pelo cidadão pagador de
imposto.
103
Fonte: Elaborado a partir do diagrama adaptado de TCU (2011), acessado no
link
https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A1
58FE98EE0158FED65C6D4BFF
Para Santos, Silva e Almeida (2010) eficiência é uma ferramenta reconhecida
para as melhorias na Manutenção Produtiva Total, usual na área de gestão da
produção mais que se aplica adequadamente na gestão da qualidade do serviço
público, principalmente quando se utiliza os conceitos da Teoria da Nova Gestão
Pública; é quando se toma os indicadores relacionados aos ativos, as perdas, os
índices de disponibilidade dos equipamentos, as métricas de desempenho, as
métricas de operação, as métricas referentes aos processos, no que refere aos
volumes; ainda inclui as medições correspondentes as estatísticas que permita
estudo comparado desse desempenho de modo a apontar o mínimo, o médio e o
máximo deste parâmetro.
Quanto a eficácia, estudo em Afonso e Dos Santos (2016) abordam que este
parâmetro busca apontar se o que foi previsto está sendo realizado de forma
desejada de forma a que se compreenda a relação causa efeito com vantagem para
a administração pública. Em relação a efetividade, Saraiva e Da Silva (2009)
afirmam que efetividade está relacionada a qualidade do resultado, no grau de
satisfação dos clientes internos e externos da organização em relação ao serviço
s e
prestado, ou ainda no valor agregado atribuído ao serviço executado. Já com
referência a economicidade, Araújo e Rodrigues (2012) nos diz que nem tudo que
U
é adquirido por um custo mais baixo atende bem a sociedade; o indicador de
l
economicidade abrange o controle total das despesas a fim de não haver
a
desperdício de dinheiro público, visando a qualidade na prestação do serviço ou o
n
melhor resultado possível.
s o
4.2 As práticas de utilização de indicadores na mensuração ou
r
monitoramento da qualidade da prestação do serviço público
P e
Segundo Cardoso e Garcia (2015), a mensuração da qualidade dos serviços
r
públicos depende de técnicas adequadas; a forma como são medidos auxilia a
organização a minimizar erros, evitando que se repitam, produzindo assim
o
melhores resultados. Portanto, a utilização de indicadores de mensuração de
F
desempenho da qualidade, direciona a organização no alcance de resultados na
satisfação de seus clientes externos e internos, como se aponta no Quadro 2 a
seguir.
104
Quadro 2 – Ações necessárias na utilização dos indicadores para o alcance dos
resultados desejados.
e
Melhorar a qualidade O serviço público de qualidade deve atender às necessidades do
s
do serviço prestado cidadão, impactando positivamente na sua vida e no seu cotidiano.
Fonte: Adaptado de SITEWARE (2018) acessado no link
qualidade/
l U
https://www.siteware.com.br/blog/qualidade/kpisindicadores-desempenho-
n a
Em Behr et. al (2008) a utilização de indicadores de mensuração de
s o
desempenho da qualidade dos serviços oferecidos auxilia o gestor na tomada de
r
decisão, identificando falhas, oportunidades de melhoria e auxiliando no
e
planejamento, organização, direção e controle dos processos na busca por
P
excelência nos procedimentos. Ainda segundo os autores, as ferramentas
denominadas de Diagrama de Ishikawa, Diagrama de Pareto e Histograma, podem
or
servir de auxílio no processo de mensuração e gestão dos serviços públicos, como
se verifica no Quadro 3 abaixo.
F
105
Quadro 3 – Indicadores para mensuração pela qualidade na gestão pública
Ferramenta para Descritiva da ferramenta
gestão da qualidade
1. Diagrama de 1.1 Tem como prática a exposição e organização de causas e efeitos
Ishikawa de um problema e são apresentados em um formato de “espinha de
peixe”.
2. Diagrama de 2.1 Tem o objetivo de coletar informações pertinentes às atividades
Pareto realizadas na prestação do serviço.
3. Histograma 3.1 A sua finalidade é dispersar dados métricos de acordo com a
frequência em que surgem de maneira que oportuniza a análise da
variabilidade desses dados em um certo período.
Fonte: Adaptado de Behr, Moro e Estabel (2008).
e
no diagrama e 4) Análise do diagrama já concluído, possibilitando a coleta de
causas.
U s
dados quanto à definição de frequência de ocorrências relacionadas às respectivas
l
O Diagrama de Pareto é simples e elaborado com fundamentação na
a
realização de pesquisa de opinião junto aos usuários e a coleta de informações
n
colocadas em caixa de sugestões, bem como a utilização da ferramenta
brainstorming na qual se fazem o uso das chamadas “chuvas de ideias” para
s o
encontrar problemas. Esse diagrama é apresentado em formato de gráfico onde as
r
informações levantadas são expostas no eixo vertical onde consta a quantidade de
e
vezes em que surgiu o problema e eixo horizontal tipifica o problema, conforme
P
Behr et. al (2008).
Continuando a leitura em Behr et. al (2008), o Histograma abrange a
or
medição de dados apoiada nos conceitos estatísticos que orientam sobre o
tamanho da população analisada (a quantidade de valores coletados), a amplitude
F
da população (diferença entre o maior e o menor resultado da população), a
divisão da amplitude em classes ou categorias, o tamanho e o limite das classes
(um valor inicial e um valor determinado para identificar a forma como será feita
a distribuição da população), a construção da tabela de frequência onde os dados
106
se apresentarão e a construção do histograma baseado nas informações
apresentadas na tabela de frequência.
e
Sandes & Loos (2019) recomendam que, para implementar um instrumento
s
de medição de desempenho para fins de mensuração e monitoramento das ações,
surgem os questionamentos a serem respondidos em cada etapa, como apontados
na Figura 2 e Quadro 3 que segue.
l U
n a
Figura 2 - Questionamentos nas etapas do processo de implementação dos
indicadores de desempenho.
r s o
P e
or
F
107
Por que medir?
s e
1.1 Inicialmente são definidos os objetivos estratégicos que se
pretendem alcançar com a ação, auxiliando no processo de elaboração
l U
de indicadores compreensíveis que reflitam de maneira clara e
adequada no nível definido (governo, política etc.).
a
2. O que deve ser 2.1 Considerando os fatores que possam interferir no processo de
n
medido? qualidade, os indicadores de desempenho estabelecidos são apostos
o
através de métricas estatísticas, geralmente formados por
s
porcentagem, média, número bruto, proporção e índice. Ao selecionar
r
um indicador é importante considerar critérios básicos para garantir a
e
sua posterior operacionalização, como por exemplo, importância,
clareza, confiabilidade e viabilidade econômica; é preciso também a
P
atenção às expectativas da organização para assegurar a importância
r
do indicador proposto.
3. Quem deve medir? 3.1 Devem ser indicadas, de preferência, um número suficiente de
5. CONCLUSÃO
e
organizacionais, bem como o alcançar os objetivos da instituição.
U s
As análises demonstraram que é possível implementar os indicadores de
desempenho da qualidade no aprimoramento da gestão da qualidade no setor
l
público, produzindo efeitos positivos na satisfação dos serviços prestados aos
a
cidadãos, assim como ficou demonstrado que a utilização de instrumentos de
mensuração e monitoramento como o Diagrama de Ishikawa, Diagrama de Pareto
n
e o Histograma auxiliam no planejamento, organização e avaliação dos serviços
o
s
prestados. Esta análise aplicada nos permiti gerar soluções aos problemas
r
identificados, o que impactará na manutenção ou melhoria na prestação dos
e
serviços dentro do setor público. O sistema de mensuração e monitoramento da
P
qualidade é decisivo para manutenção dos objetivos propostos e para correção
caso haja algum desvio que comprometa o serviço que está sendo prestado aos
or
cidadãos. Em síntese, procurou-se no decorrer deste estudo, mostrar de forma
conceitual como o uso das ferramentas dos indicadores de desempenho pode
F
contribuir com o aumento da eficiência e consequente maior compreensão da
qualidade na prestação do serviço público, para isso foi realizada uma breve
introdução seguida da fundamentação sobre o tema proposto. Este estudo pode
auxiliar a gestão pública a entender a percepção do cidadão quanto à qualidade
109
prestada no serviço público visando à avaliação e consequente aprimoramento das
ações que resultam na prestação dos serviços públicos de qualidade.
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s e
l U
n a
r s o
P e
or
F
113
Capítulo 6:
Ferramentas de modernização na gestão
pública com foco na eficiência de resultados
Resumo
e
Este trabalho analisa conceitos de gestão e seu potencial de aplicação em prol
s
da maximização dos resultados das organizações públicas. O problema de
pesquisa foi assim formulado: De que forma os conceitos e ferramentas
l U
estudados podem contribuir para a eficiência de resultados das organizações
públicas, em um contexto de modernização? O objetivo geral é estudar
n a
conceitualmente as principais ferramentas para modernização na gestão
pública com foco na eficiência nos resultados; e como objetivos específicos:
r s o
(1) levantar os principais conceitos disponíveis sobre ferramentas de
modernização na gestão pública; (2) efetuar a análise crítica sobre os
e
apontamentos obtidos de autores considerados neste estudo, com foco na
eficiência de resultados; (3) propor um framework operacional a ser
r P
teoricamente aplicado no serviço público. Foi realizado o levantamento
bibliográfico de publicações em periódicos especializados, aplicando-se a
o
Análise de Conteúdo. Por fim, a sistematização por meio da análise em
F
Habermas, tendo como base teórica a Teoria da Contingência. Como
resultados, foram identificadas quatro ferramentas gerenciais de especial
relevância: Ciclo PDCA, Kanban, Gestão da Qualidade e Métodos Ágeis.
Propõe-se aqui um formato teórico traduzindo, tanto quanto possível, a
114
realidade da sua aplicação no contexto das organizações públicas,
obedecendo a uma progressividade, desde o mais simples e que mais agrega
valor, até o mais desafiador, em uma sequência incremental não-estanque.
Cabe, porém, observar a compatibilidade com as características
organizacionais, visto que não implicam em uma regra universal. Este estudo
interessa aos gestores públicos à procura de ferramentas para a obtenção de
melhorias nos resultados organizacionais.
1. INTRODUÇÃO
e
modernização no setor público, e trata do seu potencial de aplicação em
s
benefício da maximização dos resultados das organizações governamentais. A
U
tarefa aqui tem como objetivo geral estudar conceitualmente as principais
ferramentas para modernização na gestão pública com foco na eficiência nos
a l
resultados; e traz como objetivos específicos: levantar os principais conceitos
disponíveis sobre ferramentas de modernização na gestão pública (1); efetuar a
n
análise crítica sobre os apontamentos obtidos de autores considerados neste
o
s
estudo, com foco na eficiência de resultados (2); e propor um framework
r
operacional a ser teoricamente aplicado no serviço público (3). O problema de
e
pesquisa foi assim formulado: De que forma os conceitos e ferramentas
P
estudados podem contribuir para a eficiência de resultados das organizações
públicas, em um contexto de modernização? A resposta a esta indagação é
or
apresentada neste documento, por tópicos e subtópicos, trazendo após esta
introdução uma revisão conceitual, a metodologia que orienta o preparo, os
F
resultados de acordo com os objetivos propostos, a conclusão e uma proposta
para novas pesquisas, sucedidos das referências que deram suporte a este estudo.
115
2. REVISÃO TEÓRICA E CONCEITUAL
s e
Levantamento bibliográfico em Lopes (2019) permite afirmar que a
modernização na gestão pública é a lógica de transposição de aspectos
U
administrativos do setor privado para o setor público, mediante a ascensão
l
positivista na busca de melhores resultados no serviço governamental. Esse autor
a
dá destaque a técnicas que envolvem valores e incorporação de ferramentas de
n
gestão que aperfeiçoam o desempenho tecnológico da estrutura. É nesta via que
o
se busca lastrear o preparo deste ensaio teórico, de modo a satisfazer o tratamento
s
conceitual a que se compromete nesta tarefa.
e r
A modernização na gestão pública somente se faz plenamente possível
mediante a institucionalização da Gestão da Qualidade; esta consiste em um
P
sistema formulado para assegurar padrões ótimos de conformidade de produtos
r
e serviços, por meio de ferramentas e técnicas próprias. Erdmann (2011) lembra
o
Juran, um dos predecessores da gestão pela excelência, para afirmar que a
qualidade pode ser entendida em dois sentidos; o primeiro se referindo ao que
F
atende às necessidades dos clientes, ou à ausência de deficiências; já o segundo,
focaliza a qualidade como um dos pressupostos do planejamento e da definição
meticulosa de especificações, padrões, e processos de trabalho que contemplem
ferramentas de intervenção com melhoria contínua.
116
Já Pedro Filho et al (2017) observa que a Gestão da Qualidade traz como
benefícios a satisfação do cliente, o alcance de alta produtividade e a redução de
custos. Esses ganhos interessam não só às empresas privadas, que dependem do
lucro para a sua sobrevivência, mas também às organizações públicas, premidas
entre orçamentos cada vez mais restritivos e demandas por serviços ampliadas.
Uma das principais referências para a implantação de sistemas de Gestão
da Qualidade consiste na norma ISO 9001, criada pela Organização
Internacional para Padronização (ISO); trata-se, de acordo com Campos et al
(2020), do conjunto de normas técnicas usuais e modelos de gestão da qualidade;
incorpora requisitos de capacitação dos envolvidos nas organizações, o
monitoramento ambiental da tarefa e os métodos a serem utilizados pelos
compromissados com a certificação.
Explicitando o ponto de vista da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), Viana (2020) informa que a Certificação ISO 9000 traz consigo um
conjunto de características que satisfazem requisitos definidores da percepção
de qualidade em serviços, como os serviços oferecidos no âmbito da gestão
pública. Dentre estes requisitos estão as especificações do serviço a ser ofertado
e aqueles legalmente estabelecidos pelo organismo onde opera este serviço,
incluindo ainda as regras contratuais entre os envolvidos nessa relação.
Merece igualmente registro o programa GESPÚBLICA, implantado na
e
Administração Pública federal brasileira, que impulsionou significativamente a
U s
modernização na gestão de organismos do Governo Federal, pois possibilitou
significativo sucesso não apenas nos organismos centrais como também na
l
Administração Descentralizada, servindo de referência para ainda outros níveis
a
de governo.
n
Outro conceito formidável de ferramenta para modernização na gestão
o
pública é o Ciclo PDCA; uma das ferramentas mais exploradas universalmente.
s
Este ciclo foi oferecido a partir dos estudos de W. Eduards Demming e, de
r
acordo com Pedro Filho et al (2017), se constitui em quatro etapas sucessivas
e
estruturadas de processo gerencial, em uma contínua ordem pré-definida, que se
P
repete em um círculo virtuoso infinito. Merece mencionar o significado de
PDCA - a letra P advém do inglês Plan, indicando a fase de Planejamento,
or
quando é efetuado o diagnóstico do problema, bem como uma avaliação das
possíveis soluções, abrindo-se aqui uma programação de ações a serem
F
praticadas, inclusive estabelecendo correspondentes metas. A letra D provém do
inglês Do, significando a fase de Execução, quando se opera a ação planificada,
com aquelas medidas afins. A letra C corresponde ao inglês Check, referindo-se
à checagem ou conferência; aqui se inclui o processo de monitoração das práticas
117
realizadas, bem como uma avaliação final dos resultados até então obtidos. Já a
letra A advém do inglês Act, que corresponde àquelas medidas corretivas, a fim
de buscar a eliminação de possíveis falhas, bem como ajustes daqueles pontos
sujeitos ao aperfeiçoamento da gestão. Como se observa desses conceitos, a
aplicação do PDCA torna a gestão da qualidade um processo de melhoria
contínua.
Por derradeiro, foi selecionada a ferramenta Kanban, termo em japonês
que significa cartão visual, uma das inovações do sistema de produção Just In
Time da Toyota, como abordam Boerg, citado por Barela et al (2019). Essa
sistematização foi aplicada inicialmente na gerência de estoques na produção
enxuta; este é um conceito que visa várias atividades, na perspectiva de redução
de custos e otimização do tempo. Consiste em um sistema de painel com colunas
representativas de processo pré-definido, com as atividades em curso, como a de
elaboração de produtos ou peças de insumo; estas serão representadas por cartões
próprios, removíveis por coluna do sequenciamento das atividades em execução.
e
disponíveis, obtendo a maior quantidade de produtos possíveis sem que esses
U s
meios tenham que ser deslocados para acomodar um aumento de demanda. Está
intrinsecamente ligada ao uso racional dos recursos na proporção estritamente
l
necessária para obter o produto, levando à economia e, em última análise, à
a
ampliação do retorno, ou seja, lucro, no caso do setor privado, ou excedente a
n
ser redirecionado para outras políticas públicas, no contexto da gestão pública.
o
Deve ser lembrado que a noção de eficiência é central para o debate da
s
modernização na gestão pública, tendo mesmo sido erigida à posição de
r
princípio basilar da Administração Pública em sede constitucional, ao lado dos
e
valores legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. Nesse diapasão,
P
Lima (2015) observa ainda que a concepção de eficiência pública sofreu uma
evolução, desde o modelo burocrático de Weber, que fiava a eficiência no
or
formalismo, no estabelecimento de procedimentos padronizados e previsíveis,
bem como na ordenação hierárquica das relações organizacionais. Por outro
F
lado, no paradigma na administração gerencial, a eficiência passa a ser amparada
por ferramentas próprias do setor privado, na direção da qualidade desejada. É
quando se realiza as tarefas de forma combinada, orientando os esforços da
ciência administrativa.
118
No âmbito da gestão de serviços, que constituem o ramo de atuação
predominante nos organismos públicos, a eficiência deve ser amparada em uma
sólida tríade, segundo Erdmann (2011). O primeiro ponto consiste na adequada
capacitação dos trabalhadores, especialmente aqueles de primeira linha,
tornando-os aptos a responderem às demandas dos clientes com habilidade,
competência e relativa autonomia. Por clientes, entendem-se aqueles externos à
Administração, como os cidadãos e os requerentes e usuários de serviços
públicos em geral, por exemplo; mas também os receptores internos, sejam eles
pertencentes a outras unidades administrativas ou mesmo ao próprio órgão onde
os serviços são prestados.
O segundo sustentáculo é a comunicação bivalente com o cliente, possibilitando
a este receber celeremente as informações de seu interesse e, igualmente, expor
as suas necessidades. Em paralelo, a organização deve ser capaz de gerir as
informações em tráfego, e os seus processos internos, empregando-os para a
adequada prestação dos serviços.
s e
edição do Manifesto Ágil ou Manifesto for Agile Software Development, em
2001, mediante doze princípios subscritos por dezessete experientes
U
desenvolvedores de software. Inicialmente voltado para o desenvolvimento de
l
sistemas de informação, posteriormente o manifesto teve suas diretrizes
a
adaptadas para outras aplicações, desde a gestão de projetos em geral ao
n
gerenciamento de rotinas de trabalho em organizações. Leitura em Beck et al
o
(2001) indica que o cerne do Manifesto Ágil são os valores flexibilidade,
s
resultados, informalidade, cooperação e adaptabilidade a mudanças, que
e r
agregariam mais valor ao cliente final e seriam preferíveis aos processos
engessados e pré-definidos. Com base nesse breve documento, sedimentou-se a
P
percepção de que nem sempre são adequados os métodos tradicionais de
r
gerenciamento, caracterizados pelos escopos rígidos e a pretensão de prever todo
o
o desenrolar de um projeto de antemão, no modelo em cascata também
conhecido tecnicamente como Waterfall. É um enfoque que se coaduna com a
F
Teoria Contingencial, na medida em que admite (e recomenda) formatos
alternativos de estrutura e desempenho.
119
Date et al (2016) apresentam metodologias ágeis que ganharam destaque
e extrapolaram as fronteiras do desenvolvimento de sistemas, dentre as quais
talvez a mais bem-sucedida seja o Scrum. Trata-se de um framework de trabalho
que tem como características: escopo flexível, de construção progressiva e
consensual; equipes colaborativas com elevado grau de autonomia e papéis bem
definidos; rituais voltados para maximizar a comunicação e a interação, tanto
interna quanto voltada ao cliente final; ciclos iterativos e incrementais,
culminando com a entrega de resultados (produtos) em pacotes; foco na
capacidade de adaptação e customização às necessidades percebidas, bem como
na agregação de valor ao cliente; papéis bem definidos entre os membros da
equipe.
Consulta em Sutherland (2016) informa que as metodologias ágeis foram
desenvolvidas em 1993 e formalizadas em 1995, com Ken Schwaber e Jeff
Sutherland; estes sustentam a convicção de que o método pode ser adaptado para
uma miríade de outras atividades de gerenciamento, muito além do
desenvolvimento de softwares e da gestão de projetos.
Apanhado em Sutherland (2016) permite caracterizar a estrutura do Scrum como
sprints (I), que são períodos de tempo, geralmente de poucos dias, ao final dos
quais serão feitas as entregas parciais; daily stand-up meetings (II), ou seja,
reuniões rápidas diárias de alinhamento, na qual cada membro da equipe relata
e
o que fez no dia anterior, o que fará no dia presente, e quais os obstáculos
s
enfrentados; reviews, revisões do trabalho feito, colhendo-se o feedback do
cliente, ao final de cada sprint; e retrospectives (III), retrospectivas que colocam
l U
o andamento global do projeto em perspectiva. Existem duas figuras peculiares
que ajudam a metodologia a funcionar; a primeira delas, o Scrum Master, que
n a
tem como principais tarefas a garantia do funcionamento do processo scrum, a
condução das reuniões e a remoção de obstáculos ao andamento do projeto; a
r s o
outra se refere ao P.O. ou Product Owner, podendo ser traduzido como dono do
produto, e atua como um representante do cliente junto ao time de
e
desenvolvimento, levantando requisitos e gerindo a qualidade, como trata
Sutherland (2016).
r P
Dhir et al (2019), abordam sobre softwares ágeis que influenciam no sucesso ou
no fracasso de ferramentas de modernização válidas para a gestão pública; a
o
leitura mostra caminhos para superar falhas na via de trazer desenvolvimentos
F
ágeis de práticas, principalmente para pequenos projetos. O estudo desses
autores tomou diferentes perspectivas focando documentos históricos que
caracterizavam os fatores gerenciais, principalmente os centrados em qualidade
120
dos produtos do projeto, tratando tal situação em múltiplas abordagens que
permitiriam alcançar a excelência desejada para essas ações.
Leitura em Ouriques et al (2019) aborda sobre organizações que adotam o Agile
Software Development (ASD); são instituições que operam com conhecimento
intensivo como estratégia de modernização, tema diretamente relacionado a este
ensaio. As práticas implementadas nestas tipologias de estruturas, no geral,
abrangem as camadas organizacionais que, no estudo desses autores, envolvem
a personalização com o apoio de codificação que garantem a gestão do
conhecimento sem risco de fraude, muito comum em estruturas sujeitas a
espionagem. Portanto são atualizações muito comuns às modernas gestões
públicas que funcionam por meio de plataformas inteligentes, e por isso importa
em certas garantias de proteção aos seus sistemas integrados, vedando com a
segurança práticas delituosas que danificariam a integridade da operação de suas
ações, como por exemplo, a gestão pública de organismos de inteligência ou de
estruturas outras que guardam segredos de Estado, segurança de dados
estratégicos de natureza protetiva contra espionagem e outras tipologias
similares.
3. METODOLOGIA
s e
Esta é uma pesquisa qualitativa, pois se trabalha com descrições e
interpretações da realidade, a partir da análise e julgamento de fenômenos
U
conceituais coletados. Leitura em Pereira et al (2018) permitiu identificar certas
l
características predominantes nas pesquisas dessa natureza; uma foi o
a
envolvimento direto do pesquisador, instrumentalizando a coleta; outra foram os
n
dados descritivos; verifica-se ênfase no processo de pesquisa, em relação ao
o
produto final; e depois a busca de significados subjetivos, além da análise de
s
natureza indutiva. Essa abordagem pode ainda ser conjugada à pesquisa
e r
quantitativa, que se fundamenta na avaliação de bases de dados numéricos para
retirar destes as conclusões e correlações.
r P
3.1 Método da Análise de Conteúdo
F o
O Método da Análise de Conteúdo, como tratado por Laurence Bardin,
traz o rigor técnico ao preparo da pesquisa. Estudo em Seramin e Walter (2017)
permite esclarecer que este método alia a objetividade à subjetividade inerente
ao estudo qualitativo; o faz em três fases, a saber, a pré-análise (1), mediante
121
leitura flutuante, que constitui em um primeiro contato com os insumos de
pesquisa, destinada à seleção de material e à articulação de objetivos, hipóteses
e indicadores; a exploração do material selecionado (2), quando são codificados
e decompostos os dados em face dos parâmetros estabelecidos na pré-análise; e
o tratamento de resultados com inferência e interpretação (3), quando se
identificam os registros e contextos, bem como as validações que confirmam
inferências lógicas. Em paralelo a cada etapa, é efetuada a categorização dos
achados, que consiste, em suma, em agrupar os elementos que apresentem
características comuns, como orientam Seramin e Walter (2017). Por outro lado,
este método de pesquisa científica trata de regras a serem executadas para
alcançar o objetivo de agregação de conhecimento ao estoque da ciência, como
abordam Pereira et al (2018); traz o caminho a ser seguido para o atingimento
do resultado, através de etapas ordenadas. É como se praticou neste estudo, com
a aproximação qualitativa, tendo como ponto de partida os procedimentos que
serão tratados no tópico subseqüente.
e
no Google, referentes a periódicos especializados, teses e dissertações existentes
s
e disponíveis; outro procedimento foi a seleção daqueles documentos que
possuem relação com o objeto deste estudo, buscando assim trazer o que mais
l U
vincula no foco a ser tratado, dando sempre preferência às publicações recentes.
Foi através do procedimento de leitura flutuante que se fez possível
n a
compilar uma série de corpus que depois passaram a ser tratados na
conformidade do método proposto. A partir daqui, adotou-se o procedimento de
r s o
clivagem, quando se identificou cada uma das palavras-chaves vinculadas ao
centro da abordagem travada neste documento. Em seguida, adotou-se o
e
procedimento de categorização, trazendo, de acordo com os objetivos
específicos indicados no tópico próprio desta tarefa, aquilo que continha direta
r P
relação com o estudo. Por último, o procedimento de escrita do conteúdo,
considerando o pensamento de Habermas, como se lê no tópico seguinte.
F o
122
3.3 Análise em Habermas
s e
O estudo conceitual de ferramentas para modernização na gestão pública
U
remete aos conceitos de gestão da qualidade, eficiência, Ciclo PDCA, Kanban e
l
metodologias ágeis. Ingressam nesta via a análise do conteúdo clivado e
a
categorizado a partir das contribuições dos autores estudados na coleta realizada.
n
Os conceitos estão interligados para permitir a construção de um framework para
o
a utilização no âmbito da Administração Pública, de modo a contribuir na
s
melhoria de resultados.
r
Os dados compilados permitem identificar uma variedade de ferramentas
e
de gestão disponíveis na literatura técnica e especializada que não recomenda a
P
adoção de um único conceito, com exclusão dos demais. Ao contrário, verifica-
se que pode haver significativo progresso na implantação consorciada de duas
or
ou mais dessas ferramentas, a depender das peculiaridades apresentadas no
contexto fático de aplicação. O reverso desse entendimento implica em que a
F
seleção das ferramentas deve ser precedida de uma análise criteriosa do
ambiente, avaliando aspectos tecnológicos, procedimentais, mercadológicos e
mesmo aqueles relativos à cultura organizacional, de modo que uma mesma
ferramenta pode não ser útil em todos os casos.
123
4.1 Principais conceitos disponíveis sobre ferramentas de
modernização na gestão pública.
e
fundamental para a gestão da qualidade, impactando os resultados da
U s
organização com a paulatina eliminação dos desperdícios, ineficiências e
inadequações. O processo implica em prévio trabalho de conscientização dos
l
colaboradores em apoio à mudança, o que requer uma pauta de capacitação
a
destes envolvidos.
n
Mantendo-se o foco na maximização dos resultados através da
o
potencialização da eficiência organizacional, evidenciam-se instrumentos como
s
os do gênero das Metodologias Ágeis, aplicáveis nos processos públicos,
r
principalmente aqueles relacionados a projetos. Estes conceitos são benéficos
e
nas modalidades de escopos flexíveis, e de construção progressiva, como
P
observam Vacari e Prikladnicki (2014), quando abordam sobre ambientes
instáveis e complexos. A leitura traz outras evidências, como as coletadas em
or
Sutherland (2016), em que estas práticas ágeis podem trazer resultados na
melhoria da eficiência de organizações públicas e privadas, como ainda no
F
gerenciamento de outros ramos de atividade, fora do escopo de gestão de
projetos.
A utilização dessas ferramentas traz benefícios relevantes à eficiência dos
resultados, como a melhoria da qualidade de desempenho, segurança e
124
confiabilidade dos processos, já apontados em Erdmann (2011); permitem a
satisfação dos clientescidadãos, pois aumentam a produtividade, reduzem os
custos com a produção dos serviços públicos, como abordam Pedro Filho et al
(2017). Ademais, estas providências racionais melhoram o moral da equipe,
como também a capacidade adaptativa nas externalidades, principalmente
quando se trata de requisitos instáveis ou incertos, corroborando com Vacari e
Prikladnicki (2014).
e
elementos conceituais.
U s
De fato, em uma ótica contingencial, um mesmo problema que se
apresente pode comportar várias possibilidades de solução, por vezes não
l
mutuamente excludentes. Compete à sensibilidade do gestor o julgamento
a
circunstancial. Mesmo o Ciclo PDCA, ferramenta tida como a mais próxima da
n
aplicação universal dentre as estudadas, comporta modulações. A literatura
gerencial a respeito muitas vezes se ocupa do “quê” a ser feito, sem, contudo,
s o
especificar “como” tal conceito poderia ser traduzido e aplicado na prática.
r
Ao mesmo tempo, não deve ser subestimada a dificuldade da mudança
e
organizacional, observável mesmo quando os seus benefícios possam parecer
P
evidentes aos interessados na implantação de novas práticas gerenciais.
Referindo-se à implementação das Metodologias Ágeis, Vacari e Prikladnick
or
(2014) alertam que a cultura organizacional pode ser um obstáculo; de fato, a
leitura indica a predominância de modelos mentais na organização, interferindo
F
com resistência à mudanças; pode ocorrer também a predominância pela adoção
de prévio planejamento pormenorizado, ou exigências legais dos organismos
controladores. São cenários em que a falta de capacitação técnica compromete a
melhoria. São razões como estas que implicam na adoção de meticuloso estudo
125
dos processos públicos pelo gestor responsável, de modo a não afetar o
desempenho qualitativo dos resultados.
Em paralelo ao levantamento efetuado nos corpus coletados, foi
observado que o debate conceitual sobre a modernização da gestão pública se
encontra em franco amadurecimento, o que torna o processo cognitivo muito
propício para a experimentação de diferentes técnicas. Isso porque os próprios
gestores públicos podem se apresentar mais receptivos a esses novos conceitos,
do que em qualquer outro momento histórico da abordagem.
Merece considerar que, na evolução das ferramentas de modernização
usuais no setor empresarial, se encontram aquelas que atendem com
proeminência a franca melhoria da eficiência na gestão dos organismos públicos,
principalmente se for considerada a defasagem das práticas do setor público com
relação ao setor privado; daí a expectativa dos usuários dos serviços públicos em
ver tais expedientes fluindo com plenitude. Isso não significa que tais
ferramentas devam ser automaticamente transportadas do âmbito do mercado,
mas haverá de se fazer a apropriação de sua essência e a adaptação ao que se
pode agregar no âmbito dos processos públicos. Tanto que autores como Lopes
(2019) refutam a ideia de que tudo que o funciona bem para as organizações
privadas também será desejável para a esfera pública.
O estudo conceitual aponta que a lógica de funcionamento e os valores
e
intrínsecos às atividades públicas e privadas são fundamentalmente diferentes.
s
Se o foco empresarial é a maximização do lucro, os entes públicos têm como
finalidade a potencialização das entregas à sociedade, então as benfeitorias
l U
incrementadas nos serviços públicos são necessidades percebidas de eficiência
que, inclusive, vem a otimizar a alocação dos recursos arrecadados da sociedade.
n a
A falta de competição no cenário público favorece o imobilismo, enquanto
desestimula os avanços na eficiência, efetividade e eficácia que impactam
positivamente na qualidade.
r s o
e
4.3 Proposta de framework operacional a ser teoricamente aplicado no
P
serviço público.
or
Neste compartimento da tarefa, ingressam o que se considera para a
melhoria operacional aplicada na gestão pública. O estudo pautou o
F
delineamento de um formato teórico analisado e criticado, aplicável no contexto
das organizações públicas. Não resta dúvida que as ferramentas devem obedecer
a uma progressividade, das situações mais simples para as mais desafiadoras; em
126
todo caso, se deve observar a compatibilidade da sua implementação com as
características ambientais onde funcionarão.
É proposto um framework representado na Figura 1 a seguir, na qual se
verifica um ótimo sequenciamento incremental, no qual se adiciona providências
complementares que virão a promover a plena eficiência nos resultados de uma
gestão pública. As etapas propostas são consideradas na conformidade da
contingência institucional, porém podem ser interpretadas para usos adaptativos
requeridos em face da realidade da modernização desejada; registre-se que não
se trata aqui de uma regra universal. A Figura 1 abaixo ilustra as etapas a serem
teoricamente percorridas pelo gestor na implantação de ferramentas que
impulsionam camadas sucessivas de maturidade gerencial na organização. E o
Quadro 1, situado logo a seguir, apresenta descritivas correspondentes ao
diagramado, para a interpretação necessária, quando da elaboração ou adequação
das ferramentas gerenciais.
s e
l U
n a
r s o
P e
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Pedro Filho et al (2017) e
r
Vacari e Prikladnick (2014)
F o
Quadro 1: Definições para o emprego de ferramentas conceituais,
conforme Figura 1 acima.
Conceito / Ferramenta Definições
127
1.1 Identificação do problema e delimitação do escopo da
intervenção; avaliação da maturidade organizacional e dos
1. Diagnóstico
definidores ambientais. Utiliza-se de ferramentas próprias,
a exemplo da Matriz SWOT e a da Análise PESTEL.
2.1 Quanto maior a maturidade, maior o estágio de evolução
2. Maturidade da organização nas técnicas gerenciais, ferramental
organizacional aplicado, suporte tecnológico, processos organizacionais,
cultura organizacional e apoio da alta gestão à mudança.
3.1 Quanto maior a suscetibilidade a mudanças e a
influências em relação ao ambiente interno e externo ou nos
3. Estabilidade
requisitos de projetos / processos, menor a estabilidade. Se
associa aos fatores previsibilidade e baixa complexidade.
4.1 Quanto maior a capacidade de perceber, antecipar ou
4. Previsibilidade mensurar os efeitos de eventos, fatores ou externalidades,
maior a previsibilidade.
5.1 Quanto maior a dificuldade de processamento, controle
e entendimento dos fatores ambientais internos e externos,
5. Complexidade
maior a complexidade. Pode ser aumentada pelo grande
volume de informações processadas pela organização.
6.1 Ferramenta escalonada nas fases entrelaçadas e
repetíveis Plan, Do, Check e Act. Corresponde à primeira
6. Ciclo PDCA
etapa de melhoria de resultados. Exige o desdobramento em
rotinas e procedimentos que materializem cada etapa.
e
7.1 Ferramenta de controle e gerenciamento de atividades
s
realizado a partir de painel visual composto por colunas e
7. Kanban
cartões, podendo ser utilizados sistemas de cores. Previsto
U
na segunda etapa do modelo proposto.
l
8.1 Sistema de conformidade mediante a estipulação e
a
8. Gestão da monitoramento de padrões e especificações. Visa ao
n
Qualidade atendimento ótimo dos clientes e a ausência de deficiências
o
nos produtos/serviços. Está previsto na terceira etapa.
s
9.1 Frameworks de práticas flexíveis e cooperativas
r
baseadas na intensa comunicação entre a equipe e com o
9. Métodos Ágeis
e
cliente, com entregas escalonadas para antecipação do valor
agregado para este. Corresponde à quarta etapa.
P
Fonte: Elaborado pelos autores com base na pesquisa.
or
Neste framework, parte-se de um grau de maturidade organizacional ainda
F
incipiente, onde não existem ferramentas gerenciais institucionalizadas. A
gestão é feita de maneira empírica, de acordo com a percepção imediatista dos
colaboradores, e não existem processos definidos, tampouco procedimentos
regulamentados. Cabe ao gestor realizar um diagnóstico das técnicas e
128
ferramentas em uso, caso existam, bem como identificar as tecnologias
disponíveis, inclusive no tocante aos sistemas de informação. Esse exame trará
um panorama das lacunas a serem endereçadas.
Também o ambiente interno e externo deve ser avaliado, considerando sua
interferência nas práticas da organização. Para tanto, existem técnicas
especializadas, dentre as quais citamos a Matriz SWOT que, segundo Pedro
Filho et al (2017), compreende avaliações das forças e fraquezas da organização
ou, em inglês, strenghts and weaknesses, captando percepções do ambiente
interno; e o julgamento das oportunidades e ameaças advindas do ambiente
externo, em inglês denominadas opportunities and threats. Outras atividades de
preparação do diagnóstico incluem o planejamento da gestão da mudança,
ponderando sobre a cultura organizacional e angariando o apoio da alta gestão.
Essas análises trarão definições acerca da maturidade gerencial e dos níveis de
estabilidade, complexidade e previsibilidade experimentados pelo organismo
público.
Finalizadas as providências preparatórias, o primeiro passo deve ser a
implantação do Ciclo PDCA nos processos organizacionais. Com base na
literatura revisada, considerou-se que é a ferramenta mais facilmente aplicável
aos diferentes contextos, mesmo porque o seu elevado grau de abstração
demanda adaptações, materializando suas etapas em atividades efetivas que
e
levem aos objetivos preconizados. É de se ponderar, ainda, que muitos
s
organismos públicos ainda apresentam um grau de maturidade gerencial
incipiente, de modo que a inserção dessa ferramenta aparentemente básica de
gestão já poderia suscitar excelentes resultados.
l U
O Quadro 2, abaixo, apresenta algumas demonstrações de como um Ciclo
n a
PDCA pode se manifestar, na prática do serviço público. Cabe ressaltar que o
PDCA é apropriado não apenas a projetos, mas também a processos e na gestão
r s o
da rotina de trabalho diária, dependendo da institucionalização de procedimentos
P e
or
F
129
Quadro 2: Exemplos de atividades práticas ligadas ao Ciclo PDCA em uma
organização pública.
Etapa PDCA Exemplos de atividades
1.1 Reunião preditiva com a equipe.
1.2 Verificação do alinhamento com o plano estratégico.
1.3 Levantamento de requisitos de projeto.
1.4 Coleta da legislação e normativas aplicáveis.
1.5 Identificação de partes interessadas.
1. Plan
1.6 Verificação de disponibilidade orçamentária e
financeira.
1.7 Obtenção de aprovação dos superiores.
1.8 Fixação de métricas.
1.9 Estabelecimento de padrões de qualidade.
2.1 Executar o trabalho previsto.
2.2 Analisar documentos
2. 3.Elaborar documentos.
2.4 Solicitar pareceres.
2. Do
2.5 Responder a demandas.
2.6 Articular com setores internos e externos à
organização.
2.7 Realizar aquisições e contratações.
3.1 Monitoramento do cumprimento do planejado.
3.2 Acompanhamento de indicadores.
e
3.3 Verificação da produção por amostragem.
3. Check processo.
s
3.4 Instituição de pontos de revisão no decorrer do
U
3.5 Reuniões da equipe para identificação de melhorias.
l
3.6 Canais de comunicação com os clientes externos e
a
internos (elogios, sugestões, críticas).
n
3.7 Monitoramento da opinião pública.
o
4.1 Feedback para a equipe.
s
4.2 Implementação de melhorias.
r
4.3 Simplificação de documentos.
e
4. Act 4.4 Simplificação de processos.
4.5 Remover impedimentos.
P
4.6 Capacitação e treinamento.
r
4.7 Suplementação orçamentária.
o
Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados da pesquisa.
F
Uma vez solidificados os conceitos inerentes ao Ciclo PDCA, a
organização poderá empreender o movimento seguinte, de incorporação da
ferramenta Kanban, que consubstancia a segunda etapa do modelo proposto.
130
Alternativamente, o Kanban poderá ser utilizado como apoio para o próprio
gerenciamento do Ciclo PDCA, seja acompanhando as quatro fases macro do
Ciclo, seja para utilização em tarefas específicas que as operacionalizem.
A implantação de um sistema de Gestão da Qualidade está prevista na
terceira etapa do modelo proposto, pois depende de práticas regulamentadas e
institucionalizadas, obteníveis apenas em gestões mais desenvolvidas. Sua
adoção é facilitada após a plena implantação do Ciclo PDCA e do Kanban, que
estão entre os seus fundamentos. Destina-se à garantia da conformidade
mediante a estipulação de especificações e padrões para os produtos ou serviços
prestados, e o monitoramento da aderência a estes.
A quarta etapa incremental corresponde à avaliação da pertinência dos
Métodos Ágeis para a potencialização dos resultados da organização. Dependem
de alto comprometimento da gestão e das equipes e de uma cultura
organizacional propícia. Funcionam bem em ambientes instáveis, imprevisíveis
e/ou complexos, mas nem sempre sua aplicação é adequada à realidade
organizacional. Neste modelo, considera-se que são recomendáveis, mas não
imprescindíveis para o atingimento de um alto grau de maturidade gerencial.
Observe-se que o processo pode ser todo permeado pelo Ciclo PDCA. Na
esfera mais abrangente do diagrama, referente ao desenvolvimento da
maturidade organizacional, o diagnóstico corresponde à etapa Plan. A
e
implantação progressiva de cada ferramenta se conecta com a dimensão Do, ao
s
mesmo tempo em que as ações de monitoramento - Check - e de intervenção
para resolução de problemas - Act - acontecem em paralelo, continuamente. Nos
l U
subníveis, cada projeto de implantação de ferramenta possui também seu próprio
ciclo, assim como os processos de trabalho afetados pela implantação da
n a
ferramenta, como fractais que refletem o funcionamento do todo.
De maneira análoga, entende-se que um Ciclo PDCA modificado está na
r s o
essência subjacente à metodologia ágil denominada Scrum, na qual os conceitos
de Ciclo PDCA, qualidade, eficiência de resultados e Scrum se entrelaçam,
e
embora não necessariamente na mesma ordem. Por exemplo, as daily reviews
possuem elementos de revisão, planejamento e monitoramento; as dimensões de
r P
execução e ação corretiva são vistas no decorrer das sprints; e as retrospectives
implicam em acompanhamento dos resultados obtidos no período trabalhado.
o
Durante todo ciclo, a atuação do Product Owner se volta à garantia da qualidade
F
das entregas, à eficiência de resultados e à satisfação do cliente, incorporando
atos de planejamento, monitoramento e correção.
131
5. CONCLUSÃO
e
Sob um enfoque contingencial, constatou-se que mesmo essas importantes
U s
ferramentas reclamam uma análise cuidadosa de sua adequação ao contexto
organizacional, por vezes requerendo adaptações. Assim, não implicam em uma
l
regra universal, podendo mesmo haver casos em que não serão aplicáveis, ainda
a
que somente em uma minoria de situações. Essa decisão se ampara no
n
diagnóstico previamente realizado, considerando os conceitos de maturidade e
o
complexidade já alinhavados.
s
Como lacunas de conhecimento que ensejam possíveis novas pesquisas,
r
pode ser considerada a verificação de fatores de sucesso ou insucesso na
e
implantação dessas ferramentas, mediante o levantamento de relatos científicos
P
de experiências do tipo em ambientes públicos. Essa verificação permitiria
ampliar as chances de êxito do gestor comprometido com a melhoria. Outra
or
avenida reside no detalhamento operacional dos conceitos tratados neste
trabalho, realizando a procedimentação das atividades de implantação das
F
ferramentas. Por derradeiro, uma terceira possibilidade consiste no estudo de
possíveis parâmetros objetivos para a avaliação dos níveis de maturidade
organizacional, bem como da complexidade, estabilidade e/ou previsibilidade
que afetam o organismo público.
132
REFERÊNCIAS
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http://www.faculdadedeamericana.com.br/revista/index.php/Ciencia_Inovacao/article/
view/466>. Acesso em 25/05/2021.
134
Parte 2
Co-autores colaboradores:
l
Juocerlee Tavares Guadalupe Pereira De Lima
a
Keise Raiane Franco Fernandes
n
Marlene Valério Dos Santos Arenas
o
Maenia Araujo Mendes Vaz De Souto
s
Maria Zenaide De Carvalho
Mariza Goncalves Almeida
e
Paulo Henrique Correa Lemos
r
P
Russlana Rocha Pereira
r
Samuel Silas Dos Santos
o
Ulisses Catossi Junior
F
135
Capítulo 7:
Ferramenta Accountability na Gestão de
Projetos Públicos para o esenvolvimento Local
Integrado e Sustentável
Resumo
e
Este estudo busca verificar de que forma as auditorias operacionais podem ser
s
utilizadas para induzir o desenvolvimento e a modernização das políticas públicas
regionais. Para tanto, apresenta como objetivo geral elencar as fases de uma
l U
auditoria operacional em uma Corte de Contas da Amazônia para alavancar
modernização às políticas públicas regionais. A pesquisa traz como objetivos
n a
específicos enumerar as principais etapas ou ciclos de uma auditoria operacional
com foco no aperfeiçoamento de políticas públicas regionais; elaborar um estudo
r s o
dos aspectos relevantes para o êxito de uma auditoria operacional em face dos
procedimentos adotados na instituição pesquisada; e propor medidas
e
procedimentais para inovação nas práticas de auditoria operacional visando a
modernização das políticas públicas regionais. A base teórica da pesquisa
r P
perpassa pelo estudo da diferenciação conceitual entre estado, governo e
administração pública; pelo conhecimento dos modelos teóricos de administração
o
pública, com ênfase na administração pública gerencial e New Public
F
Management Theory; pelo conceito e ciclos de políticas públicas; pela exploração
das noções de gestão financeira e orçamentária; e pela pesquisa do conceito de
auditoria operacional e suas fases. A pesquisa é aplicada quanto à natureza;
explicativa quanto à finalidade; e qualitativa quanto à abordagem do problema.
136
Em relação aos procedimentos, trata-se de estudo de caso realizado no Tribunal
de Contas do Estado de Rondônia, instrumentalizado por um levantamento
documental e bibliográfico. Os dados obtidos foram estudados por meio da análise
de conteúdo. Após o estudo das normas internas do tribunal selecionaram-se
processos de auditoria operacional, que foram comparados com o modelo
anterior.
Abstract
This study seeks to verify how operational audits can be used to induce the
e
development and modernization of regional public policies. Therefore, the general
s
objective is to list the phases of an operational audit in a Court of Auditors in the
Amazon to leverage modernization of regional public policies. The research has
l U
as specific objectives to enumerate the main stages or cycles of an operational
audit focused on the improvement of regional public policies; prepare a study of
n a
the relevant aspects for the success of an operational audit in view of the
procedures adopted in the researched institution; and propose procedural
o
measures for innovation in performance auditing practices aimed at modernizing
r s
regional public policies. The theoretical basis of the research permeates the study
e
of the conceptual differentiation between state, government and public
administration; by knowledge of theoretical models of public administration, with
r P
an emphasis on managerial public administration and new public management;
by the concept and cycles of public policies; by exploring the notions of financial
o
and budgetary management; and by researching the concept of performance audit
F
and its phases. Research is applied in terms of nature; explanatory as to the
purpose; and qualitative regarding the approach to the problem. Regarding the
procedures, this is a case study carried out at the Court of Auditors of the State of
Rondônia, instrumentalized by a documentary and bibliographic survey. The data
obtained were studied through content analysis. After studying the internal rules
137
of the court, performance audit processes were selected, which were compared
with the previous model.
1. INTRODUÇÃO
s e
l U
Segundo Dias (2012), a realidade econômica global obriga os estados a se
n a
modificarem, alterando suas práticas tradicionais em busca do equacionamento
do déficit originário da restrição dos recursos que devem ser usados para atender
o
um número expressivo de demandas sociais. Outrossim, se evidencia a
r s
possibilidade de aperfeiçoamento de políticas públicas em razão da realização de
e
auditorias operacionais realizadas pelas Cortes de Contas nos órgãos ou entidades
da Administração Pública, como previsto da Constituição da República
r P
Federativa do Brasil de 1988. Ocorre que estas providências podem abranger não
apenas o controle, como ainda vir como medida para a otimização de providências
o
como construção de indicadores accountability voltadas para o desenvolvimento
F
local integrado e sustentável.
Denhardt (2012) afirma que a nova gestão pública tem sua importância
mais no fato de descobrir anomalias das teorias tradicionais do que na
apresentação de uma nova alternativa. O autor norte-americano considera o novo
138
serviço público como uma alternativa à velha e nova gestão pública a partir da
definição de dois temas fundamentais, que são, a promoção da dignidade e o valor
do novo serviço público; e a reafirmação dos valores da democracia, da cidadania
e do interesse público enquanto valores proeminentes na administração pública.
O estudioso elenca sete princípios chaves para o novo serviço público: servir
cidadão e não consumidores; perseguir o interesse público; valorizar mais a
cidadania e o serviço público do que o empreendedorismo; pensar
democraticamente e agir estrategicamente; reconhecer que a accountability não é
simples; servir em vez de dirigir; e valorizar as pessoas e não apenas a
produtividade.
Denhardt (2012) se reporta à nova gestão pública para se referir aos dois
primeiros estágios da New Public Management Theory (NPM) ou Teoria da Nova
Gestão Pública, que o mesmo trata por novo serviço público, abordado
anteriormente como public service orientation, que é o terceiro estágio da NPM.
É nesse cenário do novo serviço público ou de public service orientation que as
políticas públicas podem ser moldadas de forma a atingir os interesses da
coletividade. É nesse pano de fundo que as auditorias operacionais podem
contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas. Registre-se que a
administração pública patrimonialista, pelas suas características, em especial a
ausência de distinção entre público e privado e o estado tido como propriedade do
s e
soberano, não oferece condições para o desenvolvimento de políticas públicas em
prol da coletividade, já que sua atuação é pautada pelo atendimento das demandas
U
da elite. A administração pública burocrática, em razão da rigidez hierárquica, do
l
formalismo e da centralização também não oferece solo fértil para o progresso das
a
políticas públicas. O modelo de administração pública gerencial é a que se
n
apresenta como adequado ao fortalecimento das políticas públicas, uma vez que
o
nele, a gestão é orientada pelos princípios da eficiência, qualidade, cidadania,
s
equidade, transparência e accountability, objeto deste resumo expandido.
e r
Levantamento bibliográfico realizado em Antong et al. (2018) permitiu
compreender um detalhamento conceitual de determinados condutores
r P
epistemológicos de natureza procedimental relacionadas às práticas
accountability na Indonésia. Os autores expõem um desenho que construíram por
o
quadrante no qual indicam duas dimensões paradigmáticas: uma funcionalista, de
F
natureza interpretativa e caráter humanista radical, e a outra estruturalista radical.
Segundo os referidos pesquisadores, resta claro o surgimento de mudança entre o
capitalismo privado, e o Estado capitalista que passa a apoiar tecnologia, enquanto
marca presença com importante papel para o progresso social e econômico.
139
Quanto aos conceitos de desenvolvimento local integrado e sustentável,
merece trazer as considerações de Boff et all (2020) ofertadas no seu estudo sobre
o desenvolvimento turístico, e os motivos que estimulam estratégias por um Plano
de Ação. Resultou no surgimento do Dark Tourism no Sitio de São Miguel
Arcanjo, na municipalidade de São Miguel das Missões, no Estado do Rio Grande
do Sul, aqui no Brasil. Não resta dúvida de que, estímulos decorrentes da
reformulação de políticas de desenvolvimento em Rondônia poderá carrear
similares subsídios cognitivos para fazer o turismo ecológico, o ecoturismo
indígena e a atividade vinculada de turismo cultural rondoniense soerguerem a
partir de suporte da Corte de Contas e suas proposições lógicas.
Também Rolha e Figueira (2021) focalizaram o desenvolvimento local
integrado por intermédio do turismo, o que poderia servir como referência na
Amazônia Ocidental a partir do Estado de Rondônia, com o aproveitamento
integral de uma biodiversidade abundante associada ao embelezamento cênico de
valor turístico ainda não tratado para efeito do progresso regionalizado. Estes
pesquisadores portugueses tomaram como âncora a valorização da sua endogenia
inigualável predominante no Concelho de Mértola, em Portugal, aportando a
inovação, criatividade e a escala, como vem sendo tratado na Disciplina Gestão
de Projetos Públicos do Programa de Mestrado Profissional em Administração
Pública, da Universidade Federal de Rondônia, com a ferramenta de Design
Thinking desenvolvida pelo seu docente da disciplina.
s e
2. METODOLOGIA DO PREPARO
l U
n a
Siena (2011) entende por método o conjunto de processos empregados na
o
pesquisa, bem como o caminho, forma e modo de pensamento em nível de
s
abstração dos fatos suscetíveis de observação, explicação ou descrição. Já Lakatos
e r
(2011, p. 46) afirma que o “método é o conjunto de atividades sistemáticas e
racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo –
P
conhecimentos válidos e verdadeiros –, traçando o caminho a ser seguido,
r
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”. É como se considera neste
o
estudo.
F
140
3.1 Quanto ao Método da Análise de Conteúdo
I) Pré-análise.
II) Exploração do material e tratamento dos resultados; e
III) Inferência e interpretação.
s e
l U
Apresenta-se a seguir, a relação de procedimentos de pesquisa, a análise
n a
realizada e a sua conexão com os objetivos específicos: Procedimentos de
pesquisa e análise Fonte: elaborado pelo autor. O levantamento documental e
o
bibliográfico foi realizado com o objetivo de conhecer a legislação, as normas
r s
nacionais e internacionais de auditoria e a literatura especializada. Na fase de
e
análise documental foram identificados padrões de planejamento, execução,
elaboração de relatórios e monitoramento utilizados pelos mais diversos órgãos
P
de controle. Operacionalizou-se na forma a seguir.
r
I)
II) F o
Levantar as principais etapas ou ciclos de uma auditoria operacional
com foco no aperfeiçoamento de políticas públicas na região Norte.
Levantamento documental e bibliográfico.
III) Levantamento de conteúdo em livros, artigos, dissertações, teses,
manuais e legislações.
141
IV) Coleta de subsídios em sítios e revistas eletrônicas.
V) Elaborar uma análise crítica dos aspectos relevantes para o êxito de uma
auditoria operacional em face dos procedimentos adotados no
organismo de contas pesquisado.
VI) Análise documental.
VII) Identificação dos modernos padrões nacionais e internacionais de
auditoria operacional.
VIII) Levantamento de dados primários em nove processos de auditoria
realizados pelo organismo de contas pesquisado, por meio da técnica de
análise de conteúdo.
IX) Propor medidas procedimentais para inovação nas práticas de auditoria
operacional visando a modernização das políticas públicas regionais.
X) Tratamento dos dados.
XI) Comparação dos padrões de auditorias realizadas pelo organismo de
contas pesquisado com os modernos padrões nacionais e internacionais
identificados.
XII) Identificação de boas práticas utilizadas em âmbito nacional e
internacional capazes de agregar valor às auditorias operacionais no
organismo pesquisado.
XIII) Caracterização de novos procedimentos de auditoria operacional
e
capazes de promover a modernização das políticas públicas regionais
s
segundo princípios da New Public Management Theory.
l U
n a
o
O modelo deve servir de parâmetro para observação das práticas adotadas
s
no órgão estudado. Assim, serão escolhidos alguns processos de auditoria
r
operacional realizados pelo Tribunal de Contas do Estado de Rondônia e os
e
procedimentos adotados serão comparados com o padrão de rotina ou boas
P
práticas identificadas anteriormente. Essa comparação permitirá apontar
oportunidade de aperfeiçoamento nas auditorias operacionais realizadas pelo
or
organismo pesquisado e, consequentemente, contribuir para o aperfeiçoamento e
a modernização das políticas públicas regionais. Dessa forma, aborda-se o assunto
F
na seguinte sequência:
142
I) Identificação das boas práticas, nacionais e internacionais, de
auditoria operacional; identificação das normas que regulam a
realização de auditoria operacional no âmbito do Tribunal de Contas
do estado de Rondônia.
II) Escolha de processos nos quais se realizou o tipo de auditoria objeto
de estudo no organismo pesquisado.
III) Análise dos processos escolhidos para verificação da sua aderência
às boas práticas nacionais e internacionais identificadas.
IV) E proposição de medidas que promovam inovação nas práticas de
auditoria operacional do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia.
Essas práticas estão alinhadas aos princípios na nova administração
pública (new public management) e proporcionam o
aperfeiçoamento e modernização das políticas públicas regionais.
e
citadas é estabelecer linhas gerais, princípios e orientações, deixando ao cuidado
U s
dos auditores o ajuste específico para o desenvolvimento de cada trabalho, de
acordo com o tipo de política auditada e com as peculiaridades administrativas
l
abordadas em BRASIL (2010).
a
Com base no propósito de orientar a identificação dos princípios gerais e
n
boas práticas, identificado nas normas em estudo da INTOSAI e do GAO, e com
o
fundamento no fato de o Manual de Auditoria Operacional do TCU ter sido
s
elaborado considerando as melhores experiências internacionais sobre o tema,
e r
além de estar alinhado aos padrões de auditoria operacional adotados pela
INTOSAI fazer referência às Normas do GAO e da INTOSAI mais de uma
P
centena de vezes. Considera-se, ainda, que por força do princípio contido no artigo
r
75 do texto constitucional, as normas referentes à organização, composição e
o
fiscalização do TCU devem ser observadas pelos Tribunais de Contas dos Estados
F
e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos
Municípios, o que faz com que os Tribunais de Contas brasileiros se submetam às
normas, condições de trabalho e arranjos estruturais semelhantes.
143
Passa-se à abordagem das melhores práticas, levando-se em consideração,
principalmente, o Manual de Auditoria Operacional do TCU como parâmetro.
Como explicitado anteriormente, a complexidade existente na realização das
auditorias operacionais torna impossível a elaboração de um parâmetro que
contemple todas as boas práticas.
4. RESULTADOS.
e
O relatório informa o desempenho do programa ou política auditada a gestores
s
dos três níveis de governo, a formuladores de políticas públicas e órgãos de
U
controle e avaliação. Ao público mais amplo são divulgados documentos como
sumários executivos e notas para a imprensa. Ele deve informar à sociedade o
a l
desempenho da administração pública e contribuir para efetividade do controle
parlamentar e social abordados em Brasil (2010).
o n
Especificamente quanto ao conteúdo, o relatório deve incluir informações
s
do objeto, os critérios, a metodologia, a fonte dos dados, as limitações enfrentadas
e r
e os achados. Além disso, deve conter recomendações bem elaboradas abordando
as causas dos problemas, desde que não invadam a responsabilidade da
P
administração, que sejam capazes de agregar valor ao objeto auditado e ainda
r
amplamente acessíveis.
o
Como o conteúdo do relatório depende do objeto da auditoria, é inviável
F
tentar prever toda sua matéria. O essencial é que ele seja escrito de forma clara e
equilibrada, que responda às questões de auditoria, que seja capaz de agregar valor
à administração pública com formulações de determinação adequadas e que sua
144
divulgação possibilite o fortalecimento da accountability, bem como do controle
social e político.
É importante registrar que a transparência é um dos princípios informadores
da Nova Administração Pública, além de ser instrumento necessário para o
exercício da cidadania, da accountability e da equidade. Daí a importância da
divulgação dos relatórios de auditoria operacional de forma ampla e com a devida
adequação da linguagem ao público-alvo. Para realização das fases subsequentes
do presente estudo se considerou que a fase de relatório da auditoria operacional
é adequada quando se constata no relatório, no mínimo, respostas às questões de
auditoria, os achados e as recomendações, além de ampla publicidade e
divulgação do relatório.
No que tange ao monitoramento, não se constatou a existência de um
processo autônomo para o acompanhamento do cumprimento das determinações
ou recomendações; não se constatou a elaboração do plano de ação do gestor (es)
e também não se logrou êxito na tentativa de encontrá-lo em consulta no GSA da
Corte de Contas. Assim, quanto ao monitoramento, a auditoria não se adequa ao
paradigma adotado. Um Quadro sintetiza a análise efetuada e outros o Resumo da
Análise Número do Processo Objetivo /Finalidade da Fiscalização.
Adequação ao parâmetro adotado 4435/12 Averiguar o cumprimento da
e
Decisão n°. 340/2011, proferida pelo Egrégio Plenário do Tribunal de Contas do
U s
Estado de Rondônia, que determinou a implantação do Sistema Integrado de
Informatização do Ambiente Hospitalar (HOSPUB). Planejamento: análise
l
prejudicada; Execução: análise prejudicada; Relatório: análise prejudicada; e
a
Monitoramento: atende parcialmente. 1756/13 Identificar os principais problemas
n
que afetam a qualidade e a cobertura do ensino médio no estado de Rondônia,
o
bem como avaliar as ações governamentais que procuram eliminar ou mitigar os
s
problemas identificados. Planejamento: atende adequadamente; Execução: atende
r
adequadamente; Relatório: atende adequadamente; e Monitoramento: não atende.
e
3099/13 Avaliar a governança ambiental das áreas estaduais protegidas de
P
Rondônia, identificando riscos e oportunidades de melhoria, por meio da
avaliação das condições normativas, institucionais e operacionais necessárias ao
or
alcance da missão para a qual as unidades de conservação foram criadas.
Planejamento: atende adequadamente; Execução: atende adequadamente;
F
Relatório: atende adequadamente; e Monitoramento: atende parcialmente.
3655/14 Conhecer e avaliar as condições de governança da Secretaria de
Segurança, Defesa e Cidadania do Estado de Rondônia, quanto à capacidade e
habilidade para implementar a Política Nacional de Segurança Pública.
145
Planejamento: atende adequadamente; Execução: atende adequadamente;
Relatório: atende adequadamente; e Monitoramento: atende parcialmente.
3989/14 Avaliar se a gestão exercida sobre a atenção básica de saúde está alinhada
com a Política Planejamento: atende adequadamente; Execução: atende
adequadamente; Nacional de Atenção Básica e às boas práticas de governança,
identificando oportunidades de melhoria que contribuam para o aperfeiçoamento
da gestão desse nível de atenção para o sistema de saúde. Relatório: atende
adequadamente; e Monitoramento: atende parcialmente. 1264/15 Identificar os
principais problemas que afetam a melhora da arrecadação da receita estadual,
principalmente no tocante ao ICMS. Planejamento: atende adequadamente;
Execução: atende adequadamente; Relatório: atende adequadamente; e
Monitoramento: análise prejudicada. 3721/15 3723/15 4613/15 Avaliar a
qualidade e a disponibilidade das instalações e equipamentos das escolas públicas
de ensino fundamental. Planejamento: atende adequadamente; Execução: atende
adequadamente; Relatório: atende adequadamente; e Monitoramento: não atende.
Propostas de Intervenção A análise empreendida permite concluir que existe um
considerável espaço para inovação e aperfeiçoamento no que se refere à realização
de auditorias operacionais pelo Tribunal de Contas do estado de Rondônia. A
primeira oportunidade de inovação e aperfeiçoamento é a elaboração de norma
própria que regule o planejamento, a execução, o relatório e o monitoramento de
e
auditorias operacionais. A despeito dessa necessidade, é importante registrar que
s
o Manual de Auditoria do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia, aprovado
pela Resolução nº 177, de 2015, apesar de não abordar especificamente a
l U
realização de auditorias operacionais oferece subsídios importantes para
realização desse tipo de auditoria, pois trata adequadamente das fases de
n a
planejamento, execução e relatório de auditoria. A norma básica, entretanto, não
prevê, de forma alguma, a realização de monitoramento, que permite, segundo o
r s o
Manual de Auditoria Operacional (2010): verificar a implementação das
recomendações; demonstrar, de forma analítica, o benefício efetivo decorrente da
e
implementação; e medir a relação custo/benefício da auditoria. Outra
possibilidade de aperfeiçoamento está relacionada à publicidade e ampla
r P
divulgação dos relatórios de auditoria. Apesar de se registrar que os relatórios
estão tendo um nível de publicidade adequado, entende-se que para o melhor
o
exercício da cidadania, princípio fundamental, assim como a accountability da
F
new public management, é necessário que toda auditoria operacional gere um
sumário executivo elaborado de forma objetiva e em linguagem acessível a todo
e qualquer cidadão. Além da linguagem objetiva e acessível, o sumário executivo
deverá destacar o papel de cada órgão no ciclo da política pública objeto da
146
auditoria, bem como apontar as 88 autoridades competentes para executar as
determinações e recomendações contidas no relatório de auditoria, o que permite
o fortalecimento do exercício da accountability.
Ainda em relação ao sumário executivo, é indispensável que ele seja
distribuído e divulgado de forma ampla e irrestrita, para que seu conteúdo se torne
objeto de discussão da sociedade civil organizada. Isso possibilitará o
acompanhamento, por parte da sociedade, das atividades desenvolvidas pelo
Tribunal de Contas e pelos administradores públicos em prol do aperfeiçoamento
e da modernização das políticas públicas.
No tocante à análise dos processos é necessário repisar que foram
verificadas sete auditorias operacionais, instrumentalizadas em nove processos, já
que os processos nº 1264/15, 3721/15 e 3723/15 referem-se, todos, à auditoria
realizada com o objetivo de identificar os principais problemas que afetam a
melhoria da arrecadação da receita estadual, principalmente no tocante ao ICMS.
É interessante registrar que, das sete auditorias, cinco foram auditorias
operacionais conjuntas coordenadas pelo Tribunal de Contas da União, ou seja,
aproximadamente 71 % das auditorias operacionais realizadas pelo Tribunal de
Contas do estado de Rondônia, de 2012 a 2015, tiveram seu objeto definido pelo
TCU. Isso aponta para a necessidade de reflexão a respeito da necessidade de
e
realização de auditorias operacionais que tenham seus objetivos definidos em
s
razão de peculiaridades regionais.
U
Quanto ao parâmetro relativo às fases de planejamento, execução e
l
relatório, com exceção do processo nº 4435/12, que trata de um monitoramento e
a
não de uma auditoria operacional, em todos os processos verificou-se a aderência
n
total ao paradigma pré-definido. O mesmo não pode se afirmar em relação à fase
o
de monitoramento. Nesse caso apenas o processo nº 4435/12 representa o
s
monitoramento em processo autônomo de uma auditoria realizada em outro
r
processo. Nos demais casos o acompanhamento, quando existiu, foi executado no
e
mesmo processo de auditoria operacional. Não se identificou a apresentação do
P
plano de ação em nenhum dos processos analisados, o que dificultou as ações de
monitoramento. Nesse aspecto, o TCE-RO pode evoluir bastante reforçando a
or
necessidade absoluta da apresentação dos planos de ação para dar cumprimento
as determinações que devem ser objeto de acompanhamento em processo
F
autônomo.
147
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
e
II) considerar a possibilidade da realização de auditorias operacionais, que
s
tenham como objeto políticas públicas regionais; e
U
III) dar maior efetividade ao monitoramento, em especial, reforçando a
importância da elaboração do plano de ação pelos gestores - / + os envolvidos.
a l
n
REFERÊNCIAS
r s o
ANTONG, Basri Hasanuddin; ALIMUDDIN, Darwis Said; FILHO, Flávio de São Pedro.
e
Critical Study of the Accounting Practices of Indonesians State-Owned
P
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Vol-5, Issue-8, Aug- 2018. Acessado em 20 de junho de 2021, link
r
https://ijaers.com/detail/critical-study-of-the-accounting-practices-of-indonesians-state-
o
owned-enterprises/
F
DOI: https://dx.doi.org/10.22161/ijaers.5.8.25
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projetos, monografia, dissertação e artigo. Porto Velho: [s.n.], 2011.
s e
l U
n a
r s o
P e
or
F
149
Capítulo 8:
Método Kaizen aplicado na gestão de projetos
públicos de teletrabalho em cenário pandêmico
Resumo
s e
l U
a
Este estudo focaliza o Método Kaizen aplicado na gestão de projetos públicos de
n
teletrabalho em cenário pandêmico, reúne conceitos indispensáveis para
o
compreender a utilização dessa ferramenta. O objetivo geral desta tarefa é estudar
s
o Método Kaizen para o gerenciamento de projeto público de teletrabalho em
e r
cenário pandêmico; para obtenção dos resultados traz como objetivos
específicos: apontar as principais contribuições do Método Kaizen para a gestão
P
de projetos públicos de teletrabalho; analisar os impactos da pandemia COVID-
r
19 na gestão de projetos públicos de teletrabalho; oferecer uma proposta de
o
adequação para o teletrabalho, considerando os conceitos de gestão de projetos
F
públicos em cenários pandêmicos. Este estudo é fundamentado na Teoria da Nova
Gestão Pública que, segundo Stadnick (2021), apresenta conceitos do
gerencialismo, propondo uma gestão pública moderna e profissional, com
objetivo de atender eficientemente às demandas do cidadão, e na Teoria da
150
Contingência que, conforme Silva, Benini e Silva (2020), pressupõe que o
ambiente é o principal elemento na formulação do comportamento
organizacional. O presente trabalho tem como método de pesquisa um estudo de
caso simulado de administração pública, especificamente de uma instituição
simulada em que todos os servidores trabalham presencialmente, e onde é
desenvolvido um projeto de implantação do regime de teletrabalho para cenário
pandêmico. Como resultados, apresenta apontamentos das principais
contribuições do Método Kaizen para a gestão de projetos públicos para o
teletrabalho, Análise dos impactos da pandemia COVID-19 na gestão de projetos
públicos de teletrabalho e Proposta de adequação para o teletrabalho,
considerando os conceitos de gestão de projetos públicos em cenários
pandêmicos.
Abstract
s e
This study focuses on the Kaizen Method applied in the management of public
telework projects in a pandemic scenario, bringing together essential concepts to
U
understand the use of this tool. The general objective of this task is to study the
l
Kaizen Method for managing a public telework project in a pandemic scenario;
a
to obtain the results, it has as specific objectives: to point out the main
n
contributions of the Kaizen Method for the management of public telework
o
projects; analyze the impacts of the COVID-19 pandemic on the management of
s
public telework projects; offer a proposal for adapting to telework, considering
e r
the concepts of public project management in pandemic scenarios. This study is
based on the Theory of New Public Management which, according to Stadnick
P
(2021), presents concepts of managerialism, proposing a modern and professional
r
public management, with the objective of efficiently meeting the demands of the
o
citizen, and on the Contingency Theory which, according to Silva, Benini and
Silva (2020), assumes that the environment is the main element in the formulation
F
of organizational behavior. The present work has as the research method one
simulated case study of public administration, specifically of a simulated
institution in which all servers work in person, and where a project to implement
the telework regime is developed to pandemic scenery. As a result, it presents
151
notes of the main contributions of the Kaizen Method for the management of
public projects for telework, Analysis of the impacts of the COVID-19 pandemic
on the management of public telework projects and Proposal for adequacy for
telework, considering the concepts of telework management public projects in
pandemic scenarios.
1. INTRODUÇÃO
e
desta tarefa é estudar o Método Kaizen para o gerenciamento de projeto público
s
de teletrabalho em cenário pandêmico; e para obtenção dos resultados traz como
U
objetivos específicos: apontar as principais contribuições do Método Kaizen para
a gestão de projetos públicos para o teletrabalho (1); analisar os impactos da
a l
pandemia COVID-19 na gestão de projetos públicos de teletrabalho (2); oferecer
uma proposta de adequação para o teletrabalho, considerando os conceitos de
n
gestão de projetos públicos em cenários pandêmicos (3).
o
s
Este documento é constituído de tópicos e de subtópicos nos quais tratam,
e r
após essa introdução, uma estrutura teórico-conceitual oriundas de fontes
confiáveis, a metodologia do preparo com o tratamento sobre métodos,
P
procedimentos e técnicas da construção deste documento, os resultados na
r
conformidade dos objetivos, a conclusão e as referências que deram suporte na
o
construção dessa tarefa.
F
152
2. REVISÃO TEÓRICA E CONCEITUAL
e
contingências que influenciam as perspectivas e tomada de decisão
s
organizacional. Nesse sentido, visando diminuir a incerteza da sociedade e dos
servidores públicos, a modernização do setor público por meio de investimentos
U
em projetos tecnológicos originados da implantação do gerencialismo, e
l
ampliados no cenário de pandemia, necessitam de gestão com utilização de
a
ferramentas para orientar o gestor público em todas as etapas do projeto.
o n
s
2.1 Conceitos e definições do Método Kaizen
e r
P
Estudo em Fonseca et all (2016) afirma que a utilização do Método Kaizen
r
teve início no Japão após a derrota na Segunda Guerra Mundial. No contexto, o
país estava em situação difícil economicamente, sendo necessário o crescimento
o
das empresas do país visando a recuperação econômica. Em razão da escassez de
F
recursos financeiros, combinada com a busca de competitividade internacional,
as empresas japonesas criaram o Kaizen com fundamento na Teoria Clássica da
Administração de Taylor, visando o melhoramento da qualidade de sua produção
sem o respectivo aumento do custo de produção.
153
Leitura em Vivian et al. (2016) aponta que o Método Kaizen significa
melhoria contínua, a qual pode ser alcançada por meio do trabalho conjunto dos
participantes do processo de produção, com baixo custo de implementação. Ao
utilizar este método, o gestor público de projetos públicos permite que se observe
na administração pública o princípio constitucional da eficiência; ao melhorar a
qualidade gerencial dos projetos públicos, sem aumento na despesa pública, se
proporciona a modernização administrativa, com otimização na aplicação dos
recursos públicos na entrega de bens e serviços aos cidadãos. Os autores apontam
que os resultados são incrementalmente alcançados com foco na mudança de
grande impacto a longo prazo.
Segundo aborda Costa (2018), para a implantação eficaz da ferramenta de
gestão de projetos ora estudada se faz necessário que as atividades sejam
estruturadas, e que podem ser realizadas por meio de mapeamento de todo o seu
projeto. Dessa forma, envolve a padronização de tarefas, o que possibilita a
melhoria contínua sem dependência de pré-determinados servidores.
2.2 Conceitos de teletrabalho, de cenário pandêmico e de
produtividade com menor custo para a governança pública
e
como teletrabalho todo trabalho que é realizado por meio tecnológico fora do
U s
ambiente físico da organização. O autor cita aspectos positivos da referida
modalidade de trabalho como a flexibilidade de horários, economia do tempo
l
gasto no trânsito, relevante acrescentar que a diminuição do fluxo de automóveis
a
contribui para a sustentabilidade, portanto o teletrabalho pode ser considerado
n
uma medida de sustentabilidade das organizações públicas e privadas. Como
o
pontos negativos, o autor menciona o isolamento social e profissional, bem como
s
a sensação de estar o tempo todo disponível para o trabalho, podendo ocasionar a
r
síndrome de Burnout, ou seja, o esgotamento profissional.
P e
Estudo em Aráujo e Lua (2021) indica que a mudança das atividades
profissionais para fora do ambiente da organização foi ampliada inesperadamente
r
como medida proteção social em consequência da pandemia de COVID-19. O
o
planejamento atua para que a modalidade de trabalho represente a modernização
F
da administração pública. Em contraposição, grande parte das organizações
adotaram a modalidade de trabalho para os trabalhadores de forma improvisada
no contexto da pandemia de COVID-19, sem definição dos critérios de avaliação
de desempenho dos trabalhadores e da organização.
154
A produtividade e a redução de custos são aspectos que devem ser
considerados no planejamento de implantação do teletrabalho. Nesse sentido,
Filho et al. (2020) afirmam que a sociedade demanda cada vez mais a prestação
de serviços públicos com qualidade e agilidade. Os autores afirmam que a
medição da produtividade é indispensável para analisar se o teletrabalho resultou
em ganho ou prejuízo institucional. Dessa forma, definem que a apuração se
houve aumento ou diminuição de produtividade deve comparar os dados dos
trabalhadores na modalidade teletrabalho com os da modalidade trabalho
presencial.
Estudo realizado em Link et al. (2020) esclarece que projetos são esforços
temporários para o alcance de um resultado, sendo necessário a utilização de
ferramentas de gestão para o planejamento, implementação e gerenciamento do
projeto. Acrescenta-se que as ferramentas bem aplicadas possibilitam o aumento
da qualidade dos projetos públicos. Os autores ensinam que a otimização dos
recursos públicos é alcançada com a gestão de projetos públicos para que se evite
e
improvisos que resultem em gastos públicos além do previamente previsto no
orçamento.
U s
Moutinho e Junior (2020) afirmam que a Nova Gestão Pública, introduzida
l
em diversos países, apresenta enfoque na gestão dos projetos para implementação
a
de políticas públicas, justificando, assim, o aumento dos estudos realizados sobre
n
o tema, com destaque para os que estudam o governo eletrônico. Segundo o autor,
o
diversos estudiosos pesquisam a importância da relação da gestão de projetos com
s
as competências individuais, como a aprendizagem, conhecimento e desempenho.
e r
Relevante destacar a importância dessas competências para assegurar que a gestão
do projeto não dependa de um servidor exclusivo.
r P
Conforme Amorim e Costa (2020) a gestão do conhecimento é a
capacidade de a organização gerar, compartilhar e transformar o conhecimento
o
tácito em explícito com objetivo de assegurar a continuidade dos projetos e
F
processos públicos. Ainda segundo os autores, o compartilhamento de
conhecimento é um compromisso do gestor público com a produtividade nas
organizações e melhoria da qualidade.
155
3. METODOLOGIA DO PREPARO
s e
Neste presente trabalho aplicou-se o Método do Estudo de Caso, por meio
de simulação na administração pública. De acordo com Graham (2010), os
U
estudos de casos têm a capacidade de perceber e trabalhar com detalhes de uma
l
experiência que outros métodos de estudo podem não ser capazes de identificar,
a
pois lançam mão de instrumentais que permitem ao pesquisador coletar materiais
n
a partir de uma gama ampla de pontos de vista. O autor acrescenta que o estudo
o
de caso é, por excelência, o método que melhor retrata a complexidade e o caráter
s
multifacetado de um determinado cenário, em comparação a outros métodos de
e r
pesquisa; oferece, ainda, um meio estruturado de compartilhamento de
experiências entre instituições e pesquisadores.
r P
Graham (2010) ressalta o que seria uma especificidade dos estudos de caso:
a capacidade de potencializar a aprendizagem prática a partir da aprendizagem
o
teórica e vice-versa. Isto seria efeito da experiência de imersão em uma
F
experiência real ou simulada, na qual problemas se apresentam em diversas
camadas, são analisados de forma complexa e interdependente, podendo-se
propor soluções alternativas que são passíveis de replicação. Seja para o
profissional de uma instituição, para um pesquisador ou um estudante, os estudos
156
de caso são fontes importantes de aprendizado acerca da dinâmica organizacional
sobre a qual se estuda, desenvolvendo habilidade de pesquisa, análise de
informações e competências voltadas para a solução de problemas reais.
e
situação para a realidade próxima do cotidiano institucional.
U s
a l
n
O Método Kaizen foi aqui escolhido para auxiliar na simulação ora
o
trabalhada, de modo a implementar a interpretação controlada de processos de
s
gestão de um projeto público; isso porque se trata de um complexo operativo no
r
qual a melhoria contínua deve garantir o alcance dos objetivos pretendidos.
e
Estudo bibliográfico em Vivian et al. (2016), permite alcançar a luz sobre a
P
singularidade do Método Kaizen no que se refere à criação de uma estrutura de
r
aprendizagem contínua; se volta para a melhoria e inovação, buscando engajar
profissionais com visões diferentes em uma atitude proativa, almejando o alcance
o
de propósitos significativos na instituição. Assim, os avanços ocorreriam ao longo
F
do processo, criando um ambiente fértil para discussão, implementação e ajustes
nos processos que integram o cenário de aplicação do Método Kaizen. Segundo
citados os autores, este método tem como uma de suas vantagens o fato de não
demandar grandes custos para a organização; o seu foco principal é transformar a
157
postura dos colaboradores diante dos problemas enfrentados, adotando
procedimentos específicos, orientados pela promoção de efetivas mudanças nos
processos organizacionais.
Fonseca et al. (2016) ressaltam que não cabe apenas aos gestores a
aplicação do Método Kaizen, mas a todos os colaboradores envolvidos na
organização, que passarão a utilizar técnicas e ferramentas capazes de otimizar o
tempo, reduzir desperdícios e potencializar a qualidade do trabalho realizado. A
partir das especificidades do Método Kaizen, passa-se a um esforço conjunto para
se criar um ambiente de transformação com novas ideias e soluções transpassando
a organização como todo. Algumas das ferramentas que podem ser usadas no
Kaizen seriam o Gráfico de Pareto, Diagrama de Causa e Efeito, Histograma,
Diagrama de Dispersão, Gráfico de Controle, Ciclo PDCA, entre outros que
auxiliam na medida de avaliação das tarefas.
Confirmando achados da leitura em Dantas et al. (2017) fica evidente que
a utilização de ferramentas de melhoria deve fazer parte do cotidiano dos setores
de uma organização; permitem identificar problemas e propor soluções,
requerendo cautela que evite aplicação de um método alternativo desconectado da
realidade institucional. Um estudo de caso simulado com o Método Kaizen
permitiria ao pesquisador uma visão amplificada da problemática, desde o ponto
e
de vista multifacetado, abarcando complexidades do cenário investigado.
s
Possibilitaria trazer soluções criativas mediante o engajamento dos servidores, e
da utilização de ferramentas eficazes de reconhecida valia na Ciência da
Administração.
l U
3.4 Quanto à análise
n a
r s o
Pesquisa em Castro e Behr (2018), permite identificar na Teoria da Ação
P e
Comunicativa (TAC), de Habermas, uma importante referência no que tange à
análise do material trabalhado nesta pesquisa. A TAC possui um aspecto crítico
r
em relação à realidade dada, propondo alternativas que pressupõem a negociação,
o
cooperação e o compartilhamento coletivo do processo decisório; contrapõe ao
F
que Habermas denominou como ação instrumental, focada apenas no alcance dos
objetivos, dentro de uma lógica restritiva de se pensar a administração e a tomada
de decisões, numa postura resistente a processos de inovação. O cerne da razão
comunicativa é criação de espaços de reflexão, questionando padrões
158
estabelecidos, buscando soluções coletivas, compartilhada entre os atores do
processo.
s e
Este estudo é realizado por meio de um caso simulado considerando órgão
U
da administração pública municipal, que desenvolve remotamente as suas
l
atividades como medida preventiva ao COVID-19. O órgão apresentava
a
disfunções burocráticas, como o excesso de papéis e de regras a serem seguidas;
n
os servidores possuem idade média superior a cinquenta anos, e resistiram à
o
mudança do modelo de trabalho; acrescenta-se outro fator contingencial
s
relacionado à falta de capacitação dos envolvidos para o trabalho remoto, quando
r
aplicariam a tecnologia da comunicação e informação. Nesse contexto, os
e
gestores do órgão foram demandados a desenvolver um projeto de teletrabalho
P
com vistas à manutenção da prestação do serviço público de competência do
órgão; a expectativa seria alcançar ingressos de natureza econômica, financeira e
or
orçamentária, a fim de obter o imprescindível ajuste das contas públicas, abaladas
pela diminuição de arrecadação.
F
Em face do cenário imprevisto, o projeto deveria ser implantado em até 15
dias, em razão da imediata dispensa dos servidores dos seus serviços presenciais.
A situação requereu a aplicação do Método Kaizen como ferramenta de gestão de
melhoria constante. Passou-se a definir os meios informatizados de avaliação de
159
desempenho individual e organizacional, incluindo a manutenção da frequência
dos servidores. A Figura 1 apresenta adaptação das etapas do Método Kaizen
proposta por Salazar e Miranda (2020), e no Quadro 1 que segue estão os
respectivos elementos diagramados.
1)Identificação
7) Avaliação 2)
Mapeamento
Etapas do
Método
e
6)
s
3)Remoção
Padronização
l U
n a
5) Seleção
r s o 4)Desenvolvi
e
mento
r P
o
Fonte: adaptado de Salazar e Miranda (2020).
F
160
Quadro 1 - Descritiva dos elementos diagramados.
Elementos Descritiva
1. Etapas do Método Kaizen 1.1 Apresenta-se neste quadro as etapas do Método Kaizen
que serão utilizadas objetivando a melhoria continua do
projeto de teletrabalho no órgão público estudado.
3. Mapeamento do processo atual 3.1 Considera-se que o processo atual apresenta falhas em sua
implantação, em vista da emergência não foram definidos
critérios claros de avaliação de desempenho, controle de
frequência.
e
4. Remoção das restrições 4.1 É fundamental a identificação e remoção das restrições
s
que agem negativamente no desempenho do projeto de
teletrabalho, que podem ser relacionadas com material de
U
trabalho e dificuldade em separar horário pessoal do horário
de trabalho
5. Desenvolvimento de
a l
5.1 Deve-se utilizar técnicas de tomadas de decisão que inclua
n
alternativas os gestores administrativos, os servidores das áreas
o
operacionais e representantes do cidadão usuário.
r s
6.1 O órgão deve emitir ato regulamentando o teletrabalho, de
e
modo a definir os direitos e obrigações dos servidores
públicos, especialmente quanto à qualidade dos serviços
P
prestados.
or
7. Padronização da melhoria 7.1 As melhorias selecionadas devem ser registradas em
manuais de procedimentos e em modelos operacionais de
F
projetos, divulgados e disponibilizados a todos os servidores
do órgão.
161
sociedade participarão e contribuirão com sugestões de
melhoria.
s e
Informação e Comunicação (TIC) teve início com a crise fiscal da década de 1980
que demandou uma modernização da administração pública. Entretanto, a TIC foi
U
desenvolvida na estrutura física dos órgãos públicos, sem incentivo na mesma
l
proporção ao teletrabalho, até a crise de saúde pública da covid-19 no ano de 2020.
a
A Figura 2 apresenta as principais contribuições do Método Kaizen, e no Quadro
n
2 que segue está a descritiva dos elementos diagramados.
r s o
P e
or
F
162
Figura 2 - Principais contribuições do Método Kaizen
Eficiência do
teletrabalho
Qualidade dos
Principais projetos públicos de
contribuições do teletrabalho
Método Kaizen
Modernização do
teletrabalho
e
Fonte: elaborado pelos autores.
Quadro 2 - Descritiva dos elementos diagramados
U s
Elementos
a l
Descritiva
o n
s
1. Principais 1.1 A principal contribuição do Método Kaizen é a melhoria contínua
r
contribuições do Método dos projetos de teletrabalhos, proporcionando maior eficiência,
e
Kaizen qualidade e modernização dessa modalidade de trabalho
2. Eficiência do
teletrabalho
r P
2.1 Jardim (2018) destaca que um dos objetivos do teletrabalho é a maior
eficiência administrativa. Em órgãos públicos, a exemplo dos tribunais,
o
o assunto é regulamentado por Resoluções administrativas
F
3. Qualidade dos 3.1 Leitura em Araújo e Lua (2020) permite compreender que a
projetos públicos de ferramenta Kaizen contribui com a remoção das restrições oriundas do
teletrabalho cenário de crise que prejudicam a qualidade do teletrabalho.
s
ansiedade. Nesse sentido, Araújo e Lua (2020) afirmam que o teletrabalho no
e
contexto da pandemia apresenta potencial de maximizar os riscos ocupacionais, a
U
exemplo de transtornos mentais. Outro impacto é a mudança repentina do trabalho
l
do prédio público para a casa dos servidores públicos de forma improvisada,
a
desconsiderando se os trabalhadores usufruiam de equipamentos tecnológicos e
n
ergonômicos.
r s o
Leitura em Filardi et all (2020) possibilita a identificação do conflito entre
trabalho e vida familiar como impacto negativo do teletrabalho. No cenário
e
pandêmico e de isolamento social, a situação pode ser agravada se o servidor não
delimitar o tempo a ser dedicado para cada tarefa. Evidentemente, a carga horária
r P
a ser cumprida deveria ser a anterior ao teletrabalho, entretanto há servidores que
podem trabalhar menos e outros que podem extrapolar a carga horária. Dessa
o
forma, o teletrabalho necessita de desenvolvimento controle de frequência para
F
mitigar o conflito entre trabalho e vida familiar.
Mendes, Oliveira, Veiga (2020) destacam que o teletrabalho possibilita o
desempenho das atribuições profissionais em lugares diversos da sede do órgão,
proporcionando a mobilidade laboral. Nesse sentido, os servidores públicos, em
164
especial os que não nasceram na cidade ou estado em que trabalham, tiveram a
oportunidade de enfrentar o isolamento social junto da família. Isso, mitigou o
possível estresse mental causado pela preocupação com os familiares. A figura 4
apresenta a Análise SOWT do caso simulado.
S (Forças) W (Fraquezas)
e
O (Oportunidades) T (Ameaças)
1.Redução do estresse
provocado pelos
U s
1.Custos de equipamentos;
al
congestionamentos no 2. Conflito trabalho e vida
trânsito; familiar;
n
Externo 2.Aumento da 3. Aumento de valor a ser
pago a título de energia
o
(ambiente) sustentabilidade;
elétrica e água dos
s
3.Redução de custos dos servidores;
r
serviços públicos;
4. Falta de estrutura própria
e
4. Otimização da utilização para o teletrabalho.
de prédios dos órgãos
P
públicos.
or
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Filardi et all (2020) e Filho et all
F
(2020).
e
regulamentados. Já as fraquezas são resultantes do improviso na implantação do
s
teletrabalho e devem ser corrigidas por meio de regulamentação administrativa
para minimizar o impacto no desempenho da organização, são exemplos de
l U
fraquezas baixo desenvolvimento e motivação, falta treinamento específico,
estrutura tecnologia falha, dificuldade de controle e precarização e descontrole da
carga de trabalho.
n a
s o
4.3 Proposta de adequação para o teletrabalho, considerando os
r
conceitos de gestão de projetos públicos em cenários pandêmicos.
P e
No cenário simulado proposto pelo presente trabalho, um grupo de trabalho
or
foi criado para planejar e implementar as mudanças necessárias com vistas à
manutenção do trabalho em meio a Pandemia da COVID-19. Este grupo é
F
composto por servidores ocupantes de cargos de gestão e de servidores com
conhecimento especializado nas áreas de gestão estratégica, administração
pública, tecnologia da informação e psicologia organizacional. Decidiram, desde
as primeiras reuniões, utilizar o Método Kaizen nesse processo de mudança e
166
melhoria contínua, utilizando, como balizador desta empreitada, o fluxo
atividades da Figura 1, referente às etapas de implementação do Kaizen.
Na Etapa 1 (Identificação de oportunidade de melhoria), a referida equipe
percebeu, ao analisar o cenário em questão, que havia muitos desafios a serem
enfrentados para se dar a resposta necessária e efetiva, como o conflito e
sobrecarga de atribuições, posicionamentos, por parte do corpo interno, de
resistência à mudança e a incipiente informatização dos processos. A partir desses
desafios, identificando as deficiências e vulnerabilidades do órgão, foi possível
identificar os caminhos passíveis de serem seguidos num processo efetivo de
mudança. Complementarmente à Etapa 1, na Etapa 2 (mapeamento dos processos
atuais), a equipe estudou o fluxo dos processos, em especial àqueles que não
estavam informatizados; analisou a forma pela qual as chefias organizavam e que
critérios utilizavam ao distribuir atribuições em seus setores; e identificou
elementos do clima organizacional e dos grupos informais do órgão que poderiam
reforçar um movimento de resistência à mudança.
Em seguida, as Etapas 3 (remoção de restrições), 4 (desenvolvimento de
alternativas) e 5 (seleção da melhor alternativa) ocorreram quase que
conjuntamente, um se caracterizando como desdobramento da outra. Foram feitas
intervenções junto aos setores, por meio de grupos focais realizados por
e
videoconferência, no quais estavam sempre presentes ao menos um dos
s
integrantes do grupo de trabalho, o gestor do setor em questão e toda sua equipe,
e de forma organizada e democrática foram abertos debates acerca das mudanças
l U
necessárias, permitindo a participação de todos. Esta atividade se mostrou
decisiva na conscientização acerca das urgências decorrentes da Pandemia,
n a
desmobilizando, desde o princípio, o comportamento resistente que era percebido.
Dinâmicas realizadas nesses encontros trouxeram a oportunidade, aos gestores e
o
suas equipes, de repensarem os critérios de divisão de tarefas e atribuições que
r s
causavam conflitos e sobrecargas. E quanto a informatização dos processos, após
e
consultar os servidores especialistas na área, verificou-se a necessidade de
contratar uma consultoria em TI que, de forma breve, implementasse a
r P
informatização dos processos do órgão e capacitasse os servidores na utilização,
manutenção e aprimoramento dos sistemas informatizados, de acordo com suas
o
especialidades e complexidade de atribuições.
F
Na Etapa 6 (padronização de melhorias), o grupo de trabalho diagnosticou
uma melhoria considerável no funcionamento do órgão, que já funcionava
integralmente de forma remota, dedicando-se, a partir daí, a criar fluxos
padronizados dos processos informatizados, que tornassem o trabalho mais
167
eficiente e eficaz, reforçando com os gestores de todos os setores do órgão a
importância de se seguir tais fluxos. O clima organizacional, neste momento, já
era caracterizado como melhor pelos servidores, que foram de uma reação inicial
de ansiedade ou resistência a uma postura cooperativa, participativa e que já
experienciava os benefícios de uma rotina de trabalho menos caracterizada pelas
disfunções burocráticas existentes anteriormente.
Na Etapa 7 (avaliação e ação corretiva), última etapa do Método Kaizen, o
grupo de trabalho define que realizará reuniões periódicas com intuito de avaliar
e propor ajustes no modelo de teletrabalho proposto; já estão vislumbrando a
possibilidade de tornar alguns setores ou funções passíveis de digitalização
permanente, mesmo após o fim da pandemia. Nestas reuniões periódicas são
analisados cada setor do órgão, sua produtividade enquanto setor, e também a
nível individual; efetua-se crítica sobre a celeridade da conclusão dos processos e
a produção dos seus efeitos e o nível de adoecimento e qualidade de vida dos
servidores. Reuniões são também realizadas com gestores individualmente, ou
conjuntamente das suas equipes, objetivando promover ajustes necessários, ou
parabenizar para se reforçar as boas práticas.
5. CONCLUSÃO
s e
U
O presente trabalho teve como principal objetiva estudar o gerenciamento
de projetos públicos através do Método Kaizen através do estudo de caso
a l
simulado de um órgão municipal que deveria implementar o teletrabalho de forma
urgente como resposta ao cenário da Pandemia da COVID-19. Ao longo das
n
seções foi possível conhecer o referido método bem como suas contribuições à
o
s
Administração Pública, conhecendo suas etapas e princípios norteadores, que
r
evidenciam a possibilidade de se utilizar ferramentas efetivas nos processos de
e
mudança e melhoria contínua do funcionamento das organizações.
P
De igual maneira, foi analisado o impacto da Pandemia na gestão dos
r
projetos públicos, criando um cenário de medo, insegurança e exposição das
o
vulnerabilidades das organizações, que são passíveis de resolução, bastando que
se utilize um ferramental criteriosamente escolhido e implementado dentro dos
F
princípios balizadores das boas práticas da administração pública. Ao fim,
desenvolveu-se uma proposta de implementação do teletrabalho a partir da
digitalização de processos, cooperação de servidores e racionalização na
distribuição de tarefas e atribuições, num fluxo de permanente melhoria que não
168
se finda, mas que se renova por meio de avaliações e ajustes frequentes, visando
a eficiência, a qualidade e a modernização do fazer público. Este estudo é do
interesse dos compromissados com a excelência no gerenciamento de projetos
públicos e por atividades de teletrabalho em cenário de pandemia.
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r P
F o
171
Capítulo 9:
Análise SWOT como estratégia em
gestão de projeto público de tecnologia
agropecuária com foco no boi verde
Keise Raiane Franco Fernandes. Mestranda no Programa de Mestrado
Profissional em Administração Pública (PROFIAP) da Universidade Federal
de Rondônia, Brasil. E-mail: keisefranco@gmail.com
s e
Resumo
l U
n a
A crescente participação dos produtos de origem agropecuária na pauta de
s o
exportações do Cone Sul da Amazônia conduz à necessidade percebida de
r
formação de quadros técnicos profissionais especializados, aptos a
e
conduzirem os saltos produtivos de qualidade e expansão da oferta
P
correspondente. Para suprir essa lacuna, propõe-se o gerenciamento de um
projeto simulado de implantação de curso de tecnologia agropecuária em
or
uma universidade pública da região, com o uso da Análise SWOT e sob a
perspectiva da Nova Gestão Pública. Optou-se por dar ênfase ao ensino das
F
técnicas do “boi verde”, conceito sustentável em voga e que desponta como
potencializador das exportações para os mercados internacionais
sofisticados. Também chamado “boi a pasto”, o modelo se apoia na
alimentação dos rebanhos predominantemente com a vegetação de
172
pastagens, naturais ou plantadas sem agrotóxicos, assim reduzindo o impacto
ambiental de uma atividade econômica hoje apontada como geradora de
significativa poluição e gases de efeito estufa. Delimitou-se como objetivo
geral estudar a aplicabilidade da ferramenta da Análise SWOT no
gerenciamento de projeto público estratégico em tecnologia agropecuária
com foco no boi verde, tarefa que aponta as possíveis contribuições de um
projeto dessa natureza e culmina na elaboração de um framework operacional
simulado para a gestão dos riscos do projeto. Os resultados apontam a
viabilidade e a oportunidade do projeto, bem como o seu potencial para
alavancar o desenvolvimento econômico da região.
Abstract
s e
U
The increasing representation of agricultural origin products in the exports
l
of the Amazon Southern region leads to the perceived need for training
a
specialized technical staff, able to lead the productive leaps in quality and
n
the expansion of these products’ supply. To fulfill this gap, it is therefore
o
proposed the management of a simulated project to implement an
s
agricultural technology course at a public university in the region, using
r
SWOT Analysis and under the perspective of the New Public Management.
e
It emphasizes the teaching of ‘green’ livestock production techniques, a
P
sustainable concept that is currently on the rise and which is emerging as a
r
booster of exports to sophisticated international markets. That model relies
on feeding the herds predominantly with pasture vegetation, whether natural
o
or planted without pesticides, thus reducing the environmental impact of an
F
economic activity nowadays identified as a generator of significant pollution
and greenhouse gases. The general objective of the research was to study the
applicability of the SWOT Analysis while managing a strategic public
project in agricultural technology with a focus on the ‘green’ livestock
173
production, a task that points out the possible contributions of a project of
this nature and culminates in the development of a simulated operational
framework for project risk management. The results indicate the project's
feasibility and opportunity, as well as its potential to leverage the region's
economic development.
1. INTRODUÇÃO
s e
dólares. Ademais, a produção graneleira da soja, estreitamente relacionada à
criação de animais, representa um dos principais insumos para a fabricação
U
de rações. Essas informações remetem ao significado do gerenciamento de
l
ações voltadas para um projeto público endereçado à formação profissional
a
na área de tecnologia agropecuária com foco no boi verde, destinado à
n
solução pela qualificação do amazônida, nesta complexa história de
o
excelência em que uma instituição de ensino poderia contribuir para suprir
s
as lacunas neste mister.
e r
P
A conjuntura deixada pela COVID-19 evidência severa mudança
r
contextual no ensino público, com as suas vertentes de ordem política,
econômica e social, principalmente a considerar o futuro pós-COVID-19,
o
quando um novo cenário se descortinará. É quando o mercado se fará bem
F
mais rigoroso, com novas diretrizes do planejamento e de ações estratégicas,
o que motivaria desde logo o gerenciamento de medidas basilares, como
aquelas voltadas para capacitação profissional em tecnologia agropecuária
com foco no boi verde, mediante estudo de cenário. A Análise SWOT poderá
174
servir de ferramenta institucional para o gerenciamento de medidas críveis,
motivando trabalhos investigativos como este. E logo surge a seguinte
indagação: Como a Análise SWOT poderia apoiar no gerenciamento de
projeto público estratégico em tecnologia agropecuária com foco no boi
verde? Para responder a esse questionamento, ingressa como objetivo geral
estudar a aplicabilidade da ferramenta da Análise SWOT no gerenciamento
do projeto público estratégico em tecnologia agropecuária com foco no boi
verde; e para os resultados, traz como objetivos específicos identificar a
necessidade de profissionais em tecnologia agropecuária (1); apontar as
possíveis contribuições que a gestão de um projeto público de um curso de
tecnologia agropecuária poderá trazer para o desenvolvimento do Cone Sul
da Amazônia (2), e elaborar um framework operacional simulado para gestão
de riscos do projeto, com base na Análise SWOT (3).
Este documento está estruturado em tópicos e subtópicos e apresenta,
após esta introdução, a revisão teórica e conceitual, a metodologia a ser
atendida na construção da pesquisa, os resultados obtidos neste estudo, a
conclusão, e as referências bibliográficas que serviram de suporte ao preparo
da tarefa.
e
2. REVISÃO TEÓRICA E CONCEITUAL
U s
O Estado tem assumido novas dinâmicas, tanto econômicas quanto
a l
sociais, o que requer seu comprometimento na busca da eficiência, para dar
conta de todas as suas atividades, seja através de entidades públicas, seja em
n
parceria com instituições privadas, fomentando a economia e gerando
o
s
desenvolvimento. Para tanto, é necessário se pensar em uma Nova Gestão
r
Pública, com maiores responsabilidades e autonomia para ação. Leciona
e
Pereira (2001) que o Estado deve estar mais focado nos mercados e na
P
concorrência a nível internacional, pois os avanços tecnológicos e a
globalização exigem respostas em menor tempo e estratégias bem pensadas.
or
Por isso, trazer a forma de trabalho da iniciativa privada para o centro da
Nova Gestão Pública, a New Public Management, é essencial para o
F
crescimento e o desenvolvimento nacional.
Os subtópicos seguintes tratam do levantamento dos conceitos
teóricos e conceituais que balizam o preparo da pesquisa, debruçando-se
sobre a gestão de projetos públicos e tecnologia agropecuária com foco no
175
boi verde; compliance institucional e gestão de riscos; e, por último, trata de
definições sobre políticas públicas e desenvolvimento na Amazônia.
n
mobilização por um Estado Gerencial mediante a concepção da Teoria New
o
Public Management, que passa a ser difundida com foco nos pilares
s
apontados por Vianna e Lino (2011), emergindo os conceitos de
e r
cliente/cidadão, qualidade, flexibilidade, planejamento estratégico e
resultados. São renovações que melhoram substancialmente o gerenciamento
P
de projetos públicos, agora dispondo de sistema e de ferramental lógico
r
compatível com a moderna administração, focando nas suas reais
o
necessidades. Tanto que Pinheiro e Rocha (2012) afiançam ser perceptível
que os governos passaram a adotar um modelo de gestão que preza pelo
F
desempenho e que logram êxito quando ocorre desvelo na condução de
projetos públicos. A gestão de projetos ganha corpo teórico substancial
justamente no período de difusão da nova gestão pública. Assim, é possível
notar uma correlação entre os temas e a indissociabilidade entre o alcance do
176
melhor desempenho, primado pela Nova Gestão Pública, e o gerenciamento
de projetos públicos, com técnicas que conduzem às soluções.
A gestão de projetos públicos contém um ciclo de vida que
habitualmente compreende as fases: Proposta de Projeto; Planejamento;
Execução; Monitoramento e Controle; Encerramento; e Resultados e
Benefícios. Essas etapas coadunam-se com as características já
mencionadas da Nova Gestão Pública. A Figura 1 e o Quadro 1 que seguem
permitem conceitualizar as características e solicitações da Nova Gestão
Pública e, de outro lado, como a gestão de projetos públicos viabiliza o
alcance dos resultados almejados.
Figura 1: Relação Nova Gestão Pública – Gestão de Projetos
Públicos
Políticas
Públicas
Gestão de
Cidadãos Necessidades
e
Projetos
Públicos
U s Análise
SWOT
Resultados
a l
o n
Fonte: Elaborada pelos autores com base na pesquisa
r s
P e
or
F
177
Quadro 1: Definições da relação entre a Nova Gestão Pública e a Gestão de
Projetos Públicos, conforme Figura 1 acima.
Conceito Definiçõe
s
e
5. Análise SWOT 5.1 Moderno ferramental da gestão de projetos
s
públicos que analisa forças, fraquezas, ameaças e
oportunidades nos propósitos dos projetos públicos.
6. Resultados
l U
6.1 Impacto na situação-problema a ser endereçada
a
pelo projeto público. A Nova Gestão Pública possui
n
orientação predominante aos resultados, em
contraposição aos indicadores de processos.
s o
Fonte: Elaborado pelos autores com base na pesquisa.
r
P e
Com base nos conceitos delineados, é possível inferir que o paradigma
da Nova Gestão Pública beneficia significativamente os resultados auferidos
or
no gerenciamento de projetos, impactando a efetividade de que devem se
revestir as ações públicas.
F
178
2.1.2 Conceitos sobre tecnologia agropecuária e sobre boi verde
e
profissionais especializados. Assim, esse aperfeiçoamento do setor viabiliza
s
a geração de emprego e renda. Nesse mesmo sentido, de aproveitamento da
proposta do boi verde alinhado a tecnologias da agropecuária, Dall’agnol et
U
al. (2015) enxerga existir um forte diferencial para o Brasil, em virtude da
l
capacidade dos frigoríficos brasileiros, aliado ao apelo do consumidor por
a
selos verdes e produtos saudáveis produzidos com preocupação com
n
ecológica.
s o
Explicam Torres et al. (2011) que produtos como o boi verde são
r
voltados para consumidores que se importam com questões como a
e
segurança alimentar e a preservação do meio ambiente e que almejam a
P
difusão de um modelo de vida ecologicamente sustentável.
or
F
179
2.2 Conceitos sobre políticas públicas e desenvolvimento na
Amazônia
s e
vezes, transformar a realidade do objeto e melhorar a qualidade de vida. Para
o desenvolvimento de uma localidade, por exemplo, espera-se a atuação do
U
governo de forma planejada, e não apenas práticas isoladas dos indivíduos.
l
Além da repercussão econômica, políticas públicas também se prestam a
a
proteger a sociedade, por isso, apontam Santos, Vian e Mattei (2020) que o
n
termo segurança alimentar é foco das políticas públicas atuais, e contam com
o
iniciativas conjuntas de instituições internacionais. Nessa perspectiva, a
s
segurança dos alimentos, no que diz respeito à carne, desde a criação do
e r
animal até a chegada ao consumidor final, é uma questão de saúde pública
com preocupação global. Países podem impor barreiras a produtos que não
P
tenham uma correta cadeia de gestão, observação de normas ambientais e
r
saúde animal, em que esta compreende os cuidados mais básicos, como a
o
qualidade da água que o animal ingere, até a análise do estado de condições
de alimentação.
F
180
2.2.2 Conceituando o desenvolvimento local integrado na Amazônia
e
amplo, pois devem ir além da perspectiva financeira, considerando também
s
aspectos ambientais, sociais, culturais, de educação e qualidade de vida.
l U
2.3 Conceitos sobre compliance institucional e gestão de riscos
n a
o
Ao se traçar estratégias para projetos públicos destinados ao
s
desenvolvimento local integrado, especialmente quando se trata da
r
Amazônia, faz- se necessário observar aspectos técnicos-legais que ditam
e
as relações ambientais da região. O boi verde tem em sua essência a
P
preocupação ecológica e o uso de tecnologias naturais para preservação, por
r
isso, a clareza e a condução da técnica, de acordo com códigos e leis de
caráter ambiental, ajudam a assegurar a qualidade e confiabilidade do
o
produto. As leis que regem as dinâmicas de proteção de fauna e flora
F
precisam estar em equilíbrio com os projetos de fortalecimento local,
conciliando desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente.
Valois (2003) aponta que a agricultura praticada na região, através da
priorização do uso de riquezas da terra, tem visado o agronegócio e a
181
segurança alimentar.
As atividades desenvolvidas na Amazônia devem evitar o
desmatamento predatório e ilegal, principalmente o manejo de pastagens,
como as utilizadas no cuidado do boi verde. Estudos indicam a possibilidade
de regeneração de pastos e inclusive aumento da produtividade, ações que
exigem a atuação de profissionais aptos. Valois (2003) afirma que em regiões
específicas da Amazônia, como as áreas de terra firme, a criação de animais,
seja de grande ou de pequeno porte, apresenta viabilidade econômica e
respeito ecológico, gerando emprego para os habitantes da região e
respeitando questões legais que tutelam a área.
e
Aquelas autoras recomendam a instituição de programas de compliance
s
específicos, incluindo a elaboração de códigos de ética e conduta, como
U
medida apta a mitigar riscos institucionais e de projetos. Como expressão da
atuação dos organismos públicos, é de todo interesse ao sucesso do
a l
gerenciamento dos projetos respectivos a utilização de mecanismos desse
tipo, garantindo que não haja falhas ou interrupções por motivo de
inobservância dos regramentos aplicáveis.
o n
s
Por sua vez, Silva (2019) argumenta que a compliance possui um
e r
tríplice finalidade: a prevenção de inconformidades e infrações, que é o
aspecto mais lembrado e presente nos sistemas de controle interno
P
decorrentes; a mitigação dos efeitos danosos oriundos de possíveis condutas
r
infracionais verificadas, a despeito dos mecanismos preventivos; e,
o
finalmente, a adoção de práticas avançadas de mercado, que contribuem
para a compliance, mas também para a melhoria de performance da
organização.
F
182
2.3.2 Conceituando gestão de riscos em projetos públicos
s e
l U
a
Análise Implementação
Qualitativa das Respostas
Planejamento do
o n
s
Identificação Análise
Gerenciamento Controle dos
r
dos Riscos Quantitativa
de Riscos Riscos
P e
Análise
SWOT
Planejamento
das Respostas Monitoramento
r
dos Riscos
F o
Fonte: Elaborada pelos autores com base na pesquisa.
183
Quadro 2: Definições de processos de gerenciamento de
riscos.
Conceito Definições
3. Análise SWOT 3.1 Ferramenta que pode ser utilizada para análise de
riscos do cenário interno (Strenghts and Weaknesses -
Forças e Fraquezas) e externo (Opportunities and Theats
- Oportunidades e Ameaças).
4. Análise qualitativa 4.1 Avaliação dos riscos a que o projeto está sujeito em
aspectos de probabilidade de sua efetivação, impacto e
custo-benefício da evitação, a fim de priorizar o seu
tratamento.
e
respostas riscos para evitar, mitigar ou reduzir os impactos, no caso
s
de sua ocorrência.
U
7. Implementação das 7.1 Colocar em prática as respostas planejadas,
l
respostas selecionando as alternativas estratégicas mais adequadas.
8. Monitoramento dos
riscos
n a
8.1 Processo permanente que retroalimenta o controle de
riscos, identificando novos riscos, acompanhando e
o
analisando os já identificados, e avaliar a eficácia do
s
gerenciamento adotado.
e r
9.1 Conjunto de medidas de gestão para lidar com os
riscos ao projeto, seguindo premissas e restrições, como
P
a de que alguns riscos não podem ser inteiramente
evitados, cabendo ao gestor reduzir a sua probabilidade
r
e/ou os seus efeitos.
F o
Fonte: Elaborado pelos autores com base na pesquisa.
s e
Para assegurar a exatidão técnica do preparo, esta pesquisa se valeu
U
do Método da Análise de Conteúdo, seguindo os passos descritos por
l
Laurence Bardin. Seramin e Walter (2017) discorrem acerca das três etapas
a
principais desse método, destinadas a trazer as explorações de cunho
n
qualitativo para o campo da objetividade científica. Para tanto, a primeira
o
fase consiste na pré-análise (1), utilizando-se da leitura flutuante para um
s
apanhado prévio e abrangente das obras consultadas, servindo para
r
selecionar o material útil e alinhavar objetivos e hipóteses de pesquisa. Em
e
um segundo momento, ocorre a exploração do material já filtrado na etapa
P
antecedente, tratando de sistematizar, codificar e decompor os dados
coletados, cotejando-os com os indicadores e objetivos definidos. Enfim, o
or
tratamento dos resultados propriamente dito, que faz uso de processos
cognitivos interpretativos e de inferências trazidas pela lógica para validar e
F
identificar os contextos do que fora registrado. Conforme ressaltado por
Seramin e Walter (2017), durante todo o caminho os achados são agrupados
e categorizados segundo suas características comuns.
185
3.1.2 Quanto aos procedimentos adotados
s e
3.1.3 Quanto à análise
l U
n a
o
A sistematização dos resultados foi amparada pela perspectiva do agir
s
comunicativo de Jürgen Habermas, reconhecido filósofo alemão filiado à
r
Teoria Crítica da Escola de Frankfurt. Nesse sentido, em consonância com a
e
leitura realizada em Pinto (1995), foi coletado o que é útil para os propósitos
P
deste trabalho e agregada reflexividade à análise, excluindo tudo aquilo que
pudesse desvirtuar a neutralidade e objetividade do raciocínio de pesquisa.
or
A tarefa de análise busca fugir às contradições e à manipulação do
F
conhecimento, sempre ponderando acerca do que serve à sociedade. Assim,
conforme detalhado por Couto e Carrieri (2017), a interpretação dos
conceitos oferecidos permite o entendimento factual, atentando aos sentidos
subjacentes às interações linguísticas como maneira de proporcionar
186
consensos democráticos, que conduzem à emancipação do homem.
e
implantação de soluções ou a sua continuidade, o que demonstra a sua
s
aplicabilidade para a avaliação da viabilidade e pertinência do projeto
público sob estudo.
l U
Bezerra, Júnior e Correia (2021) já haviam demonstrado o valor da
a
matriz SWOT como ferramenta para a avaliação de aspectos estratégicos e
n
situacionais de cursos técnicos em uma Instituição Federal rondoniense. A
o
construção dessa análise permite elaborar objetivos condizentes com os
s
impactos desejados, assim como selecionar métricas para o
r
acompanhamento de projetos públicos dessa natureza. Os mesmos autores
e
abordam o uso do Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI como
P
suporte para a tomada de decisão, cotejando-o com as forças, fraquezas,
r
oportunidades e ameaças identificadas no projeto. Essas práticas gerenciais
propiciam a racionalidade na alocação dos esforços públicos, direcionado
F o
recursos humanos e financeiros para cursos que efetivamente atendam às
demandas identificadas localmente, e potencializando as chances de êxito.
187
4.1 APLICABILIDADE DA FERRAMENTA DA ANÁLISE SWOT
NO GERENCIAMENTO DO PROJETO PÚBLICO
ESTRATÉGICO
e
predominante na faixa etária entre 15 e 44 anos de idade, revelando que os
s
indivíduos estão em plena idade produtiva para instituir um cenário de
U
progresso econômico, social e ambiental. A pirâmide etária é demonstrada
na Figura 3 que segue.
a l
Figura 3: População residente, segundo sexo e faixa etária.
o n
r s
P e
or
F
Fonte: Adaptado de CONASS, 2019.
188
Registre-se que no ano de 2017 revelou-se no Estado de Rondônia o
analfabetismo de 130 mil pessoas que não sabem escrever o próprio nome,
como se lê em Francis (2017). É uma situação que exige uma intervenção
forte por parte do Governo, de modo a reverter esta situação. Inobstante, o
INEP indicou no seu relatório do ano de 2020 um aumento de 48,7% para
60,8% de professores portadores de uma pós-graduação, o que contradiz a
realidade estrutural relacionada ao analfabetismo.
Merece considerar a força na sua matriz agropecuária, quando o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicou que, em 2020, o Estado
de Rondônia é o sexto maior produtor na bovinocultura, ofertando 14,8
milhões de cabeças, sendo que destas 8,1 milhões têm como finalidade o
abate. Registrou-se ainda que a sua área de pastagem é de aproximadamente
71 mil km², o que propicia abundante espaço para o criatório do famoso boi
verde, conforme estratégia de marketing estruturada neste ramo de negócio
com bovinocultura, com mapeamento já identificado, como se observa na
Figura 4 abaixo.
Figura 4: Cenário da bovinocultura e produção leiteira em Rondônia.
s e
l U
n a
r s o
P e
or
Fonte: Demonstração coletada e interpretada de Pereira (2015).
F
Cabe readequar este cenário, bem como o seu atual modelo de
agronegócio, iniciando com uma política estruturante reformulada. Esta
189
significativa providência seria possível com a formação de mão-de-obra
tecnológica, como a idealizada neste estudo, com argumentos de uma
moderna gestão governamental. Indicativos como os desta pesquisa, ensejam
premissas oriundas da Nova Gestão Pública, aplicada no cenário que simula
por meio da Análise SWOT, endereçada à estratégia da gestão de projeto
público de tecnologia agropecuária focalizando o boi verde. O crescente
mercado do boi verde tem forte apelo no consumo sustentável de carne; este
fato traz consigo um marketing natural, conforme abordagem em Lamoso
(2020). Esse espaço de oportunidades em crescimento ora analisado, requer
profissionais habilitados e especializados no trato dos animais destinados ao
abastecimento de carne. Não resta dúvida de que o fomento à educação
tecnológica da agropecuária do boi verde é a via ideal a se considerar. Ou
então reflita-se sobre a condição real, desde o fato de estar livre de aftosa,
conforme certidão expedida pelo organismo competente. Eis que, conforme
dados oficiais coletados neste estudo, o Estado de Rondônia exportou em
2019 cerca de 27,1 mil toneladas de carne, trazendo uma divisa de US$ 80,7
milhões na compliance requerida internacionalmente.
A Nova Gestão Pública exige eficiência estatal, através do apoio do
setor público à iniciativa privada, bem como da promoção da educação e
e
formação de mão de obra qualificada, aproveitando as oportunidades e
U s
estimulando o desenvolvimento local integrado. A Amazônia é um ambiente
abundante em riquezas e fatores que podem ser trabalhados para promover a
l
qualidade de vida dos amazônidas. Incentivar a técnica do boi verde pode ser
a
mais uma forma de preservar o meio ambiente, mediante o aproveitamento
n
das potencialidades locais desenhada pelas pastagens já existentes para o
o
confinamento bovino requerido. Assim, a gestão de projetos públicos
s
eficientes advém de políticas públicas de melhoria local, o que exige
r
trabalhadores que com formação específica em tecnologias da agropecuária,
e
atendendo aos propósitos de projetos públicos que incentivem o boi verde.
r P
4.2 A necessidade de qualificação em tecnologia agropecuária.
F o
A gestão de projetos públicos e seu ferramental pode possibilitar a
implementação de cursos voltados para formação de profissionais na área de
tecnologia agropecuária. As transformações tecnológicas geram
190
oportunidades de emprego e renda em diversas áreas do conhecimento e
setores econômicos, especialmente aquelas com níveis avançados da
agropecuária; requer conhecimentos inovadores e tecnologia aprofundada
para uma competição do mercado local a nível mundial. Este é o contexto
em que produtores da Amazônia competem diretamente com concorrentes
internacionais. Conforme leitura em Gehlen (2001), técnicas avançadas em
constante evolução, com ferramentas modernas para a excelência do produto
oferecido, incrementará o desenvolvimento sócio-econômico. Por isso, o
cenário em que se insere o boi verde, crescente e com potencial, demanda
por profissionais para o trato com os animais para abate e consumo de carne;
sustentarão o potencial competitivo do Brasil no setor, otimizando a escala
produtiva e sustentando a crescente demanda nacional e internacional por
produtos sustentáveis como o boi verde, em consonância com o apontado por
Dall’agnol et. al. (2015).
Este estudo permite considerar como oportuna a implantação de um
curso de tecnologia agropecuária para atender às demandas rondonienses, e
a melhor maneira é munir-se das técnicas consagradas em gestão de projetos,
que preconizam boas práticas para o gerenciamento de todo o seu ciclo de
vida, como orienta o Guia PMBOK (2017).
s e
O apoio de instituições públicas modernas e alinhadas com os
preceitos gerenciais da Nova Gestão Pública pode ser decisivo no processo.
U
Os contextos públicos possuem como importante vocação o fomento aos
l
setores produtivos, onde se inclui a formação de profissionais especializados
a
nas tecnologias agropecuárias, trazendo vantagens competitivas para o Cone
n
Sul da Amazônia, como se vê no tópico seguinte.
r s o
4.2.1 Contribuições de um projeto público de curso de tecnologia
e
agropecuária para o desenvolvimento do Cone Sul da Amazônia
P
or
O Cone Sul da Amazônia revela-se uma região com riquezas naturais
e um campo de oportunidades. Nesse cenário se permite forte dinamismo na
F
mobilização para uma economia pujante, requerendo apenas a formulação de
políticas e de ações pontuais que permitam seu desenvolvimento. Essas
ações, para terem êxito, precisam ser gerenciadas por profissionais
especializados que alavanquem os potenciais da localidade, formulando e
191
implementando medidas qualificadas. Um projeto público que possa
qualificar mão de obra com tecnologias agropecuárias tende a repercutir
beneficamente nas quatro hélices do progresso local integrado e sustentável
- o governo com suas medidas orientativas, a sociedade civil beneficiária que
mobiliza as práticas, a academia com o conhecimento para as ações, e o
mercado consumidor dos bens e serviços operados no cenário cognitivo.
Assim, os aspectos institucionais, sociais, econômicos e ambientais
ingressam na convergência para o sucesso esperado nas particularidades já
muito bem reveladas. Agora, com profissionais qualificados passará a
ocorrer respeito aos padrões de conformidade exigidos, o que viabilizará a
dinâmica mercadológica, inclusive para as exportações; esta medida de
adequação formatará o negócio com os países interessados, enquanto
afastaria as barreiras a produtos a serem exportados, como a carne e demais
bens carreados da cadeia produtiva bem gerenciada a partir de projetos
públicos como o especificado nesta tarefa, com a observação de normas
ambientais e saúde animal.
O projeto público de curso de tecnologia agropecuária para o
desenvolvimento do Cone Sul da Amazônia é a revelação da oportunidade
esperada pelo Estado de Rondônia. Gerará melhoria na qualidade de vida dos
e
habitantes da localidade, oriunda do desenvolvimento local integrado e
U s
sustentável, e incrementa a economia mediante a produção de alimento
l
Realmente pôde ser verificado que a segurança alimentar das populações
a
assoma como uma preocupação de destaque, o que traz o duplo desafio de
n
corresponder à demanda aumentada pelos produtos de origem animal e fazê-
o
lo com o mínimo agravo ambiental possível; e um dos caminhos promissores
s
para esse intuito é o estímulo das técnicas de criação de gado a pasto, ou boi
r
verde constituído como estratégia de agronegócio. Ao mesmo tempo, a
e
gestão profissional desse projeto público atende às premissas do conceito de
P
desenvolvimento local integrado, que busca a convergência da perspectiva
econômica com os imperativos sociais, ambientais, de qualidade de vida e
or
educativos, dentre outros. Nesse conceito, as diferentes dimensões, longe de
competirem entre si, são na verdade reforços mútuos para o alcance do
F
objetivo final de progresso da sociedade.
Embora o Instituto Federal de Rondônia venha oferecendo um curso
técnico em agropecuária, este estudo aponta para a importância em readequar
192
o preparo deste tipo de profissional. O referido estabelecimento focaliza o
desempenho deste técnico para a produção de alimento com caracterização
ampla, na qual consta manejo do solo e das culturas em projetos agrícolas.
Porém a realidade na produção da bovinocultura exige um direcionador bem
específico como se conduz neste estudo que focaliza a tecnologia
agropecuária do boi verde, em formato estratégico de exportação em escala.
s e
Ingressaram na análise fatores internos e externos à instituição pública que
pudessem potencializar as chances de sucesso do projeto ou, contrariamente,
U
fazê-lo fracassar.
a l
Quadro 3: Análise SWOT simulada para identificação dos riscos
n
do projeto.
1. Forças
r s o 2. Fraquezas
e
1.1 Instituição pública de ensino com 2.1 Cortes orçamentários.
sólida governança. 2.2 Infraestrutura deficitária.
P
1.2 Experiência na implantação de 2.3 Morosidade dos processos de
r
novos cursos. contratação e aquisição.
Fatores 1.3 Comprometimento do 2.4 Disputa de recursos com outras
o
internos corpo docente. agências governamentais e entre os
F
1.4 Boa reputação da instituição pública departamentos da instituição.
de ensino.
3. Ameaças 4. Oportunidades
193
3.1 Dificuldade de encontrar docentes 4.1 Aceitação e demanda pelo boi verde.
especializados em quantidade 4.2 Escassez de profissionais
suficiente. qualificados permitindo adesão.
Fatores 3.2 Barreiras sanitárias à exportação. 4.3 Potencial de Rondônia como
externos 3.3 Mudança de marcos regulatórios. corredor logístico sul-americano.
3.4 Possível baixa aceitação da opinião 4.4 Ampla disponibilidade de locais
pública e ativistas ambientais. para estágio prático dos discentes.
Fonte: Elaborado pelos autores com base na pesquisa.
Estado já exportou
n a
o
186.538 toneladas; o fato deixa em 5º lugar no ranking nacional e gerou
s
divisas, em dólares, de aproximadamente 605 milhões. Tais informações
r
revelam a força da produção local e a representatividade expressiva na
e
balança comercial do país.
r P
Conforme consta em Brasil (2021), o Estado de Rondônia é uma das
seis unidades da federação que em 2021 foi declarado como zona livre de
o
febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal. Por
F
outro lado, estudo em Lopes et al. (2021), retrospectivo sobre a raiva bovina
no referido Estado, aponta que, entre 2009 e 2018, ocorreram casos suspeitos
diagnosticados para bovinos em 21 municípios. Esse cenário discrepante
quanto à qualidade na bovinocultura, pode ser representativo de ameaças à
194
produção do boi verde, ao tempo em que se denota a necessidade de técnicos
capacitados para o manejo seguro que resguarde a saúde animal.
e
faz favorável, considerando que quase metade do corpo docente da
s
Universidade Federal de Rondônia conta com grau de doutorado, e 36,1%
são mestres, segundo o Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI da
l U
UNIR (2019). Outra instituição pública bem colocada para suprir à demanda
apontada neste estudo é o Instituto Federal de Rondônia - IFRO, que anota
n a
em seu PDI (s.d) a existência de 53,7% de mestres entre os seus docentes,
s o
Em relação ao número de estabelecimentos de ensino tecnológico de
r
nível superior no país, pode ser tomado como parâmetro o levantamento
e
levado a cabo pelo INEP (2021), que no ano de 2019 apontou 40 instituições,
P
divididas entre Institutos Federais e Centro Federais Tecnológicos. No
r
entanto, seu alcance ainda é limitado, considerando que pouco mais da
o
metade desses estabelecimentos contam com menos de 5.000 alunos
matriculados cada um. Exemplificativamente, o Instituto Federal de
F
Rondônia projetou ofertar 2.330 vagas para cursos técnicos presenciais,
considerando seus 09 campi, conforme se pode consultar em seu Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI).
195
Observação feita no mesmo estudo permite evidenciar que os cursos
de graduação em grau acadêmico tecnológico são minoria no país, com 8.400
cursos. Comparativamente, predominam por larga margem os bacharelados,
no montante de 24.402 cursos, além de existir a expressiva quantidade de
7.625 licenciaturas. Isso pode indicar uma lacuna a ser preenchida com o
ensino de natureza tecnológica, apresentando-se como possível
oportunidade.
s e
reputação da instituição (1.4), que tende a atrair professores de excelência,
interessados em se associar a um estabelecimento de prestígio, bem como
U
pode servir de anteparo a possíveis críticas de organizações civis contrárias
l
ao conceito de boi verde.
n a
Reside na Ameaça de escassez de docentes (3.1) uma das
oportunidades para o projeto, que serve igualmente de motivador para a sua
o
efetivação. Serve de indicativo da necessidade premente de formação de
s
quadros especializados, ensejando a instauração de um círculo virtuoso de
r
e
disseminação do conhecimento e das boas práticas. E, se boa parte dos
fatores está diretamente relacionado ao âmbito interno da instituição pública
r P
envolvida no projeto, verificou-se que existem também ameaças e
oportunidades que derivam de agentes externos fora da governabilidade dos
o
gestores de projetos, cabendo-lhes preparar-se para contornar possíveis
F
ocorrências adversas.
Exemplificando com uma visão fática, cita-se o caso das
Oportunidades apresentadas pela posição geográfica de Rondônia, revelada
como um corredor preferencial para exportações via Oceano Pacífico. O
196
novo cenário permeia pela implantação de uma adequada infraestrutura
oriunda de ações governamentais; é um horizonte que depende de um gestor
de projeto público consciente e comprometido com o sucesso do estado,
superando as barreiras aos indutores do progresso. De maneira análoga
podem ser consideradas as ameaças como aquelas das barreiras sanitárias
que possam inviabilizar a pujança do setor agropecuário regional. Novos
marcos regulatórios restritivos podem acarretar aumento de custos ou
proibição de atividades. Não obstante, observa-se que o gestor de projetos
pode reunir um leque de alternativas estratégicas por meio do conhecimento
tecnológico, otimizando o cenário mercadológico, o que poderá ser possível
mediante o funcionamento de um curso de tecnologia agropecuária de bom
termo.
5. CONCLUSÃO
s e
para promover o desenvolvimento local integrado, através da formulação de
tecnologias agropecuárias, formação de mão de obra qualificada, com foco
U
na proposta do boi verde. Políticas Públicas como essas podem promover a
l
transformação da realidade e o crescimento econômico, além de auxiliar o
a
desenvolvimento da Amazônia com equilíbrio ecológico, observando
n
aspectos relevantes como sua extensão territorial, a geopolítica, a estrutura
o
econômica e outros fatores que tornam a região singular.
r s
O estudo da viabilidade requereu uso do ferramental de projetos
e
públicos, o que se fez com uso de Análise SWOT. Esse instrumento
possibilitou a identificação e tratamento dos riscos do projeto. Na etapa
r P
correspondente do estudo foi elaborada uma matriz simulada para a
compilação das forças, fraquezas, ameaças e oportunidades vislumbradas
o
para a gestão do projeto de implantação de um curso de tecnologia
F
agropecuária, com foco no boi verde, em uma possível instituição pública de
ensino superior. Assim, constatou-se a viabilidade da implementação de
projeto público destinado a formação de profissionais especializados em
tecnologias agropecuárias com foco no boi verde, com base na existência de
197
oportunidades e forças locais que se sobrepujam as fraquezas e ameaças, uma
vez que essas duas últimas podem ser gerenciadas através de um plano de
gestão de riscos.
Espera-se que esta pesquisa seja acolhida como uma contribuição
teórica da academia, de interesse para os gestores de projetos públicos que
buscam referenciais de análise prévia de riscos, especialmente aquelas úteis
para subsidiar a implantação de cursos educacionais para a
profissionalização da mão-de-obra local. Como desdobramentos de
pesquisa, sugerem-se estudos do uso consorciado da Análise SWOT com
outras ferramentas de análise situacional e gerenciamento de riscos.
REFERÊNCIAS
e
17-23, 2010.
s
BEZERRA, Jackson Henrique da Silva; JÚNIOR, João Eujácio Teixeira; CORREIA,
Adriana Aparecida. Análise SWOT do curso técnico em informática do Instituto
U
Federal de Rondônia - Campus Ji-Paraná para definição de objetivos
l
estratégicos. s.d. Disponível em:
a
https://semanaacademica.com.br/system/files/artigos/artigo_gestao_empresarial_-
n
_jackson_versao_2.pdf Acessado em 29 set. 2021.
o
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200
Capítulo 10:
Metodologia Ágil Scrum em
gerenciamento de projeto público para
movimentação de equipamentos
s e
Flávio de São Pedro Filho. Pós-Doutor em Gestão e Economia. Docente da
U
Disciplina Gestão de Projetos Públicos do PROFIAP / UNIR. E-mail:
l
flavio1954@gmail.com
Resumo
n a
r s o
e
A falta de metodologias no gerenciamento de projetos pode comprometer a
qualidade do produto acarretando prejuízos à organização. As instituições
r P
modernas precisam obter resultados rápidos, e o gestor de projetos busca a
modernidade dos serviços prestados para entregar serviços com melhor qualidade.
o
O objetivo geral do presente trabalho é estudar a aplicabilidade da Metodologia
F
Ágil Scrum em gestão de projeto público de movimentação de equipamentos. Os
objetivos específicos são: identificar as principais aplicabilidades dos métodos
ágeis scrum no desenvolvimento de softwares de controle de movimentação de
equipamentos (1); caracterizar o gerenciamento de um projeto público pela
201
metodologia ágil Scrum no seu sistema de bens patrimoniais (2), e propor a
melhoria no método ágil scrum aplicado na movimentação de equipamentos em
uma instituição de ensino (3). Pretende-se com esses objetivos responder à
seguinte questão: Quais as vantagens da adoção da Metodologia Ágil Scrum
aplicada a um projeto público? A resposta apresentada segue após a introdução,
revisão teórica conceitual e metodológica; os resultados são propostos em tópicos
e subtópicos; a conclusão e a indicação das referências utilizadas. Aplica-se o
método de análise de conteúdo, um método estratégico cuja base operacional é
tomar os elementos documentais coletados para o tratamento no contexto do seu
significado. A tarefa traz uma análise dos fatores relacionados à gestão de projeto
público e a sistemas de bens patrimoniais. São apresentados os conceitos
referentes à metodologia ágil Scrum, a sistema de controle de bens patrimoniais,
a Gerenciamento de Processo de Negócio e a processos de movimentação de
equipamentos.
n a
s o
The lack of methodologies in project management can compromise product
r
quality, resulting in losses to the organization. Modern institutions need to obtain
P e
quick results, and the project manager seeks the modernity of the services
provided to deliver services with better quality. The general objective of the
r
present work is to study the applicability of the Agile Scrum Methodology in
o
managing a public equipment handling project. The specific objectives are: to
F
identify the main applicability of agile scrum methods in the development of
equipment movement control software (1); characterize the management of a
public project by the agile Scrum methodology in its patrimonial goods system
(2), and propose an improvement in the agile scrum method applied to the
202
movement of equipment in an educational institution (3). It is intended with these
objectives to answer the following question: What are the advantages of adopting
the Agile Scrum Methodology applied to a public project? The answer presented
follows after the introduction, a theoretical conceptual and methodological
review; results are proposed in topics and subtopics; the conclusion and indication
of the references used. The content analysis method is applied, a strategic method
whose operational basis is to take the documental elements collected for treatment
in the context of their meaning. The task provides an analysis of factors related to
public project management and heritage systems. Concepts referring to agile
Scrum methodology, asset control system, Business Process Management and
equipment handling processes are presented.
1.INTRODUÇÃO
s e
projetos públicos busca atualizar-se para as entregas dos serviços prestados com
melhorar qualidade; assim, a utilização de softwares permite um suporte na
U
execução ágil das tarefas realizadas. O projeto de elaboração de um software
l
requer a adoção do processo de desenvolvimento que evite problemas em sua
a
construção, considerando possíveis falhas com impactos econômicos negativos.
n
Nesse sentido, a inovação é a aplicação de metodologia ágil, que é o conjunto de
o
procedimentos e práticas direcionadas à gestão de projetos; resulta na maior
s
flexibilidade, eficiência, agilidade e rapidez como diferencial aos métodos
r
tradicionais.
P e
Dentre as várias metodologias ágeis existentes destaca-se o Scrum como
uma das mais utilizadas, motivando este estudo. Aqui se busca responder a
or
seguinte questão: Quais as vantagens da adoção da Metodologia Ágil Scrum
aplicada a um projeto público? Para responder esse questionamento, propõe-se
F
como objetivo geral estudar a aplicabilidade da Metodologia Ágil Scrum em
gestão de projeto público de movimentação de equipamentos; e como objetivos
específicos identificar as principais aplicabilidades dos métodos ágeis scrum no
desenvolvimento de softwares de controle de movimentação de equipamentos (1);
203
caracterizar o gerenciamento de um projeto público pela metodologia ágil Scrum
no seu sistema de bens patrimoniais (2), e propor a melhoria no método ágil scrum
aplicado na movimentação de equipamentos em uma instituição de ensino (3).
Esse documento é constituído de tópicos e subtópicos, onde constam, após a
introdução, uma revisão teórica e conceitual, a metodologia do preparo, os
resultados em conformidade aos objetivos propostos, a conclusão e as referências
utilizadas neste estudo.
2.REVISÃO TEÓRICO-CONCEITUAL
Este trabalho tem como base a Teoria da Nova Gestão Pública (NGP) que,
segundo Stadnick (2021), reúne os conceitos de gerencialismo após a crise do
modelo burocrático de administração pública. Ela é uma Teoria da Administração
Pública que absorveu ferramentas da gestão privada e alguns mecanismos de
mercado para a administração pública, como por exemplo análise de dados, gestão
eficiente e engajamento. Com transparência e responsabilização, a NGP busca
uma maior eficácia na administração pública, simplificando a tomada de decisão,
e combatendo, dessa forma, a baixa responsabilização e o excesso de
procedimentos burocráticos.
s e
l U
Ao apresentar os objetivos de estruturação da administração pública, Maias-
Pereira (2016) destacam: atingir maior qualidade e eficiência na prestação de
n a
serviços aos cidadãos; atribuir competitividade; orientar serviços para o
cumprimento de metas; descentralizar e flexibilizar procedimentos; elevar o nível
s o
de transparência das operações administrativas; contribuir com o controle social;
r
e promover accountability. Estes argumentos se fazem compatíveis aos de
e
Lapuente e Walle (2020) ao abordarem sobre a Teoria da Nova Gestão Pública
P
que se vincula ao conjunto de reformas e novas práticas administrativas, com
inspiração no setor privado, voltado para a melhoria da eficiência, qualidade e
r
eficácia na prestação de serviços públicos.
o
F
A Teoria da Contingência é a mais recente abordagem das teorias
administrativas, representando uma modernização da teoria de sistemas. Ela
consegue coordenar os princípios básicos como: as tarefas, as pessoas, a estrutura,
o ambiente e a tecnologia. De acordo com essa teoria, não há nada de absoluto ou
204
universalmente aplicável nas organizações ou na teoria administrativa, ou seja,
tudo é relativo, tudo depende. Levando em consideração a visão administrativa, a
tecnologia é algo que se expande nas organizações mediante o conhecimento
adquirido sobre o significado e a execução de tarefas (Know-how), formando um
complexo de técnicas utilizadas na transformação dos insumos recebidos pela
empresa em produtos ou serviços. Também Oshita, Pavão e Borges (2017) citam
Joan Woodward que, em 1958, já alertava sobre as mudanças tecnológicas que
forçavam mudanças organizacionais, e considerou a tecnologia como responsável
por um papel tão ou mais importante do que estrutura e os processos
organizacionais.
e
determinado projeto. Como ocorre no setor privado, o setor público também
s
precisa de gestores que organizem e metrifiquem ações. Portanto, é necessário
que gestores públicos reconheçam a carência de uma gestão estratégica e inovem
dirigente.
l U
em métodos que assegurem a governança sem ultrapassar os limites de cada
n a
2.1.1 Conceitos e definições sobre gestão de projeto público
r s o
e
Para Soares e Beirão (2011), os projetos são de uso frequente para alcançar
P
o plano estratégico organizacional, sendo uma forma da organização gerenciar as
atividades que não podem ser trabalhadas nos limites, partindo de uma
or
necessidade e consideração estratégica. Merece considerar aqui o conceito
originados de PMBOK (Project Management Body of Knowledge), segundo o
F
qual projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço
ou resultado único e exclusivo.
205
De acordo com Kreutz e Vieira (2018), a gestão de projetos públicos se
constitui de atividades de natureza única e contínua, com início, meio e fim,
desenvolvidas por tempo determinado, de modo a gerar um produto, serviço ou
resultado específico. Já Paiva et al. (2021), conceituam o gerenciamento de
projetos como uma ação que reúne elementos cognitivos, habilidades, ferramentas
e técnicas para a sua realização e concretização.
Com relação aos bens patrimoniais, esses são os ativos que uma empresa
possui e que contribuem para o seu funcionamento, na execução das suas
atividades. Cada empresa tem seu processo de funcionamento, com suas
peculiaridades, independente do ramo de atividade; entretanto todas elas possuem
aspectos em comum, entre eles o conjunto de bens patrimoniais. Bens materiais
são os patrimônios da empresa que podem ser rentabilizados, ou seja,
transformados em dinheiro. Tendo em vista que os bens patrimoniais são os itens
que formam o patrimônio de uma empresa, a gestão patrimonial é o ato de
l U
2.2 Conceituando a metodologia ágil Scrum e o sistema de controle de
bens patrimoniais
n a
r s o
No que diz respeito a desenvolvimento ágil e a controle de bens
e
patrimoniais, é importante conceituarmos o que vem a ser metodologias ágeis.
P
Também é relevante destacar as características e a importância de um sistema de
r
controle de bens patrimoniais para o melhor gerenciamento dos recursos da
organização pública. Assim sendo, este tópico trata de uma das metodologias
F o
ágeis mais utilizadas, o Scrum, juntamente com aspectos relacionados a sistemas
de controle de bens patrimoniais.
206
Devido a vários fatores envolvidos na elaboração e execução de projetos de
software, surge a necessidade de se buscar formas de gerenciá-los. Ramos Júnior
e Cianconi (2019), discorrem sobre os elementos como restrição de escopo, prazo
e custo que estimulam a busca de uma ferramenta capaz de administrá-los. Apesar
da variedade de práticas e teorias a respeito de como elaborar um projeto de
software de qualidade, há um conjunto de princípios que pode ser observado em
projetos bem-sucedidos. O estudo destes princípios deu origem ao Manifesto para
o Desenvolvimento Ágil de Software, também chamado de Manifesto Ágil (Agile
Manifest). Seguindo os princípios do Manifesto Ágil, surge o conceito de
desenvolvimento ágil, que de acordo com Teles (2008), se caracteriza como um
conjunto de métodos e práticas que possibilitam o desenvolvimento ágil de
software.
e
característica a redução do prazo de execução dos projetos, enfatizando o
s
compartilhamento de conhecimento e as entregas planejadas.
l U
a
2.2.2 Sistema de controle de bens patrimoniais
o n
s
Tantos as organizações públicas como as privadas buscam efetuar a
e r
administração dos bens patrimoniais de forma eficiente. Assim sendo, é
necessário a elaboração de um planejamento organizacional visando a
P
preservação e guarda dos bens, de forma a preservar suas condições de uso. Matias
r
(2015) define a administração patrimonial como a preservação e armazenamento
o
dos itens pertencentes ao patrimônio de determinada entidade, seguindo
F
procedimentos que se estendem desde a aquisição do bem até a sua exclusão do
inventário, também sendo responsável pelo controle dos bens que irão fazer parte
do escopo da entidade.
207
Weles (2017) trata sobre as características do controle patrimonial que não
se resume apenas ao levantamento de inventário, tendo em vista que o controle
patrimonial pode ser utilizado para verificar se o bem precisa de manutenção ou
se já é obsoleto. Neste contexto, os sistemas de controle de bens patrimoniais
surgem como um recurso para facilitar o cadastro, o levantamento dos itens
pertencentes ao inventário da organização e o monitoramento da movimentação
dos bens. Desta forma, os sistemas de controle de bens patrimoniais também
contribuem para que o inventário se mantenha atualizado, fornecendo assim dados
íntegros caso seja necessário a realização de auditoria ou relatórios contábeis.
s e
salientam que o BPM também possibilita que as organizações constatem quais
informações são necessárias para viabilizar a operacionalização e automatização
U
de seus processos. Devido à evolução tecnológica e a necessidade de adequação
l
às mudanças, o gerenciamento de processos de negócios se torna cada vez mais
a
importante no âmbito organizacional, pois as organizações necessitam gerenciar
n
e automatizar seus processos de forma ágil, eficiente e eficaz. Ademais, as
o
organizações usufruem do BPM para facilitar a compreensão de processos e
s
necessidades, bem como na elaboração de um produto de software.
e r
Lengler e Ronchi (2017) relatam as funções relacionadas a movimentação
P
de equipamentos: manuseio; recebimento; expedição; e movimentação. A
movimentação de materiais é uma importante atividade no âmbito logístico das
or
organizações, sendo uma de suas funções a redução de custos. De Lemos et al.
(2018) afirmam que o armazenamento de materiais traz custos à organização,
F
como a deterioração e a obsolescência. Assim sendo, à medida que o número de
bens sem destinação aumenta, pode-se notar também um aumento dos custos,
causando assim prejuízos financeiros a organização.
208
Os autores supracitados trazem ainda os problemas identificados em
relação à falta de movimentação de equipamentos. Sendo um deste o acúmulo de
equipamentos que não são utilizados pela organização. Os equipamentos não
utilizados estão sujeitos a obsolescência e depreciação. Além disso, a ineficiência
no processo gera custos relativos ao armazenamento dos bens, os equipamentos
perdem seu valor, devido à depreciação, e os recursos advindos do dinheiro
público são desperdiçados, pois foi realizado um investimento em um bem que
não está sendo utilizado.
3. METODOLOGIA DO PREPARO
e
caso. O trabalho trata o estudo de caso simulado por intermédio da análise dos
s
argumentos coletados tendo como bases obras de vários autores que compartilham
suas experiências e percepções a respeito do tema aqui abordado.
l U
a
3.1 Quanto ao Método da Análise de Conteúdo
o n
s
Neis, Pedro Filho e Souza (2020) apresentam a importância do método de
e r
análise de conteúdo na tomada de decisão; segundo estes autores, pode ser
considerado um método estratégico que tem como base a coleta documento para
P
posterior tratamento no contexto do seu conceito. Já Schiavini e Garrido (2018)
r
expõem conceitos do Método de Análise de Conteúdo, tratando sobre sua
o
abordagem positivista de caráter prático. Nesta tarefa, buscou-se agrupar os
principais autores que discutem a respeito do objeto da pesquisa. Posteriormente,
F
é realizado um tratamento partindo do ponto de vista dos objetivos propostos neste
trabalho.
209
3.2 Quanto aos procedimentos adotados.
Para a elaboração deste trabalho, foi realizada a seleção de diversos acervos
bibliográficos, tais como, livros, artigos científicos, teses e dissertações que
abordam metodologias ágeis, Scrum e softwares de gerenciamento de acervo de
patrimônio. Foram realizadas buscas em sites e plataformas por meio do buscador
Google. Posteriormente, os materiais coletados foram selecionados, com base no
conteúdo de interesse, de forma a possibilitar a elaboração deste documento.
Através da leitura flutuante, foi possível considerar o foco teórico-conceitual do
presente estudo. Considerando o método escolhido, efetuou-se a clivagem em
corpus registrados, praticando o tratamento adequado; seguindo para o tratamento
desses elementos realizando-se assim a categorização e posteriormente a análise
do conteúdo.
e
movimentação de equipamento. Conforme já apresentava Sabbagh (2013), o
s
Scrum é baseado em uma abordagem interativa e incremental, que busca entregar
valor frequentemente, de forma a atenuar os riscos inerente ao projeto. O autor
l U
aborda ainda as características da ferramenta Scrum, como uma ferramenta
simples, leve, útil para gerenciar o desenvolvimento de produtos com alto nível
n a
de complexidade e que auxilia as organizações a obterem sucesso em seus
projetos gerando assim produtos de qualidade. O Scrum proporciona alta
r s o
adaptabilidade, dinamismo e iteratividade no que diz respeito a desenvolvimento
de software. De acordo com Ramos e Junior (2017), o Scrum se distingue por
e
dispor de um desenvolvimento iterativo e dinâmico, além de se adaptar
rapidamente às demandas do projeto seguindo os valores desta metodologia,
r P
adaptabilidade; transparência; e feedback, agregando melhorias contínuas no
processo de desenvolvimento do produto.
o
Diante do exposto, se faz relevante sistematizar o conhecimento que
F
reforcem os preceitos teóricos e empíricos sobre a utilização da ferramenta Scrum
através do seu ciclo de etapas para o desenvolvimento de um produto, que vão
desde a preparação de uma lista de itens que serão produzidos ao longo do projeto
- chamada de Product Backlog - até o produto pronto, definido como incremento.
210
A Figura 1 ilustra o ciclo completo do Scrum. A seguir, o Quadro 1 demostra a
operacionalização ferramental em respectiva descritiva para que se interprete na
via da adequação.
2 3 4 5 6
7
24
8 horas
9
No máximo 4
1 semanas
Fonte: Adaptado de
https://www.trt9.jus.br/pds/Scrum/customcategories/introduction_to_scrum_634
71CE0.html - Visão Geral do PDS – Scrum.
Itens Detalhamento
s e
l U
1.1 Essa fase deve ser curta, de até cinco dias, e tem como objetivo
a
1. Preparação definir o Backlog do produto e sua visão. A preparação
n
corresponde à definição das necessidades do cliente, dos objetivos
a serem alcançados e da equipe que compõe o projeto.
2. Reunião de
Planejamento da
s o
2.1 Ocasião na qual se planeja o ciclo de desenvolvimento da
r
Sprint que será iniciado. Necessário questionar quanto à meta as
e
Sprint Sprint e o que se pode entregar em termos de resultado e o que
agrega valor ao product owner, e como incrementar a tarefa.
P
3.1 Tem duração máxima de 15 minutos e tem o propósito de ver
r
3. Reunião Diária como o time está em relação à direção da Meta da Sprint, bem
como fazer o planejamento para o próximo dia de trabalho.
o
Facilita as ações enquanto informaliza os entendimentos do time
F
em ação.
4.1 É o coração do Scrum e envolve as interações ou ciclos de até
um mês, onde o trabalho realizado em cada sprint deve produzir
4. Sprint valor tangível para o usuário. Requer atenção para que não se
211
altere a meta, ou cancele essa, se acaso venha a perder o sentido
durante as ações.
5.1 É realizada ao final de cada Sprint, para se obter um feedback
5. Revisão da Sprint sobre o produto que está sendo construído, verificando-se se há
necessidades de adaptações. Envolve reunião para feedback com
o cliente e ajustes que diminua riscos ao projeto, mediante
inspeção adaptativa.
6.1 Essa fase tem como objetivo verificar se há necessidades de
6. Retrospectiva da adaptações no processo de trabalho. Envolve um facilitador de
Sprint modo a reduzir dificuldades por uma comunicação e colaboração
para ideias significativas, otimizando possíveis melhoras no
formato da tarefa.
7.1. É uma ralação ordenada dos itens ou requisitos que têm que
7. Backlog do estar no produto. Sempre está em evolução, logo, nunca está
produto concluído. Otimiza satisfação do cliente mediante foco nas
entregas do interesse dele, na expectativa de um feedback que
satisfaz a confiança nas ações realizadas.
8.1 É uma relação ordenada de tarefas retiradas do Backlog do
produto, devendo ser feitas por completo até o final da Sprint.
8. Backlog da Sprint Deve ser um momento dinâmico, mas que não modifique os itens
escolhidos para a Sprint, e assim não altere o planejado, percebe-
se então a importância de um Gráfico de Burnup de metas.
e
9.1 É a soma de todos os itens completos ao final de cada sprint.
s
É o produto pronto. Aqui, o senso de progresso do projeto com
9. Incremento valor visível, no qual se contenha funcionalidade experimentadas
U
e usadas. Então envolverá todos os itens completados naquilo que
l
que se entrega como prontos e acabados.
a
Fonte: Elaborado pelos autores com base em levantamento bibliográfico.
o n
s
3.4 Quanto a análise.
e r
P
O trabalho aborda os conceitos básicos do agir comunicativo em Habermas.
São introduzidas a interpretação da linguagem inserida no contexto nesta obra,
or
advindos de diversos autores, possibilitando a compreensão do estado da arte
referente a metodologias ágeis aplicadas no âmbito do desenvolvimento de
F
software de gerenciamento dos bens em movimentação, possibilitando assim a
coleta do material necessários após a execução dos procedimentos de clivagem e
categorização. Fontes (2020) trata dos conceitos clássicos sobre análise de
Habermas, que orienta a crítica nesta tarefa; é quando buscar-se-á a instituição da
212
racionalidade que posiciona os enfoques no contexto e nas dimensões do que é
válido na reflexão do operacionalizado neste estudo.
s e
l U
4.1 Identificação das principais aplicabilidades do Método Ágil Scrum
a
no desenvolvimento de softwares de controle de movimentação de
n
equipamentos.
r s o
O sistema de controle da movimentação requer melhoria nos
e
procedimentos adotados pela instituição visando automatizar tarefas rotineiras
P
que demandam grande parte do tempo dos gerentes. Na atualidade não é
metrificado o fator tempo, mas as rotinas são repetitivas, daí a importância de uma
or
governança que atenda os critérios de rapidez na realização da tarefa, e fácil
entrega do que é esperado pelo usuário interno da instituição.
F
A falta de uma estratégia como recomenda Soares e Beirão (2011) traz
certos embaraços no âmbito da gestão do projeto público em estudo, apontando
para que se efetue um redesenho das práticas que venham a restituir ao serviço
213
público a mesma agilidade comum nas empresas privadas, podendo utilizar o
PMBOK para o necessário. Aqui é considerado o método ágil Scrum com o
desenvolvimento de software para o controle de movimentação de equipamentos
em um serviço de entrega bem compatível com o recomendado em Paiva et al.
(2021) de fácil habilidade e concretização eficiente.
O projeto público do sistema de bens patrimoniais na instituição em estudo
segue às peculiaridades de um órgão federal, obedecendo aos procedimentos
manualizados, bem como aos controles quanto às suas condições físicas, no
contexto de depreciação e de outras formas de avaliação dos seus ativos
imobilizados. Na Figura 2 abaixo é apresentado o detalhamento manualizado
desta movimentação.
Figura 2 - Detalhamento das etapas do processo de movimentação de
equipamentos
Não
2. Detentor recebe 3.Aprovação
1. Pedido Fim
pedido
Sim
5. Recebedor assina
o termo
4. Assinatura termo
de responsabilidade
s e
6. Patrimônio
l
7. Patrimônio
U
a
Recebe o termo Registra
n
Fonte: Elaborado pelos autores com base em levantamento bibliográfico.
de equipamentos
r s o
Quadro 2 - Descrição das etapas do fluxograma do processo de movimentação
Itens
P e Detalhamento
r
1.1 Essa é a fase inicial de todo o processo. A pessoa ou unidade
o
1. Pedido de cessão interessada solicita ao departamento ou pessoa a qual o
F
do equipamento equipamento está vinculado no momento que este seja cedido
permanentemente ou provisoriamente.
2.1 Nesta fase o detentor recebe a solicitação e informa se aceitará
2. Detentor recebe ou negará o pedido de cedência ou equipamento. Caso o pedido seja
o pedido
214
negado, o detentor do bem emite a justificativa e o processo é então
encerrado.
3.1 Nesta etapa o detentor do bem concordando com o pedido
3. Aprovação decide pela aprovação da liberação do equipamento a quem o
solicitou para que efetue a carga; negando a aprovação finaliza o
procedimento.
e
7. Patrimônio inventário da instituição registrando a movimentação do
s
registra a equipamento e informando o início e fim do período de cedência do
movimentação bem público caso esta seja temporária.
U
Fonte: Elaborado pelos autores com base em levantamento bibliográfico.
a l
n
Como se observa no quadro acima, o processo de movimentação de
o
equipamentos gera retrabalho para os servidores da instituição; isso porque,
r s
mesmo após a formalização da cedência do equipamento, o termo de
responsabilidade ainda necessita ser encaminhado para o setor de patrimônio, a
P e
fim de tomada de ciência e prática das rotinas referentes à atualização do
inventário institucional. Portando, considerando as reais possibilidades de
r
inovação procedimental, merece considerar os indicativos de Kreutz e Vieira
o
(2018) pela sua concepção para projetos públicos com entregas únicas e
F
contínuas, sem embaraços ou burocracias indesejadas nas suas especificidades.
Tanto que Paiva et al. (2021) já preceituam por elementos cognitivos, habilidades
e ferramentas técnicas que ofertem resoluções ágeis e efetivas em uma moderna
estrutura de serviço público no formato que consta no subtópico seguinte nesta
215
tarefa. É quando se caracterizará uma relação procedimental adequada na
movimentação de ativos; reconstitui-se na unidade pesquisada a rentabilidade em
comandos práticos que otimizam ações coerentes desde o início da prática até o
encerramento, linkando a forma e premiando o sucesso.
e
condizentes com a Teoria da Nova Gestão Pública, porque também as empresas
s
privadas não aceitariam esses abusos decorrentes das perdas oriundas dos
U
encalços de papelórios em uma instituição séria.
l
Os indicativos nesta tarefa guardam ainda as prescrições de Weles (2017)
a
quanto ao controle de patrimônio, pois a movimentação deve estar muito bem
n
assegurada para efeito de inventário e controle do patrimônio institucional,
o
mesmo nos casos daqueles obsoletos que devem ser descarregados no modo
s
pertinente. Por isso é que a adequação Scrum preservará todos estes critérios para
e r
que não se pense que a inovação poderá trazer desvios que resultam em prejuízos
ao erário público. Está aqui tratando de um método ágil confiável requerido há
P
muito tempo por uma instituição de ensino superior que avança na sua
r
modernização organizacional nos mais variados aspectos.
o
Evidencia-se no tópico anterior desta tarefa a necessidade da aplicação de
F
um método ágil como o Scrum, com o desenvolvimento de um software para o
gerenciamento destas intercorrências, otimizando as rotinas, enquanto evita o
retrabalho em uma prática automatizada em face de ações inteligentes. Este
software trará um desencadeamento em série, desde o momento do pedido até a
216
oficialização entre as partes envolvidas mediante a assinatura do termo. Quanto
ao registro da área de patrimônio a de se considerar a possibilitada de link entre
os passos sequenciais no âmbito da área de movimentação, e o sequenciamento
de rotina na área de registro de imobilizado do setor de patrimônio, o que será
trabalhado mais adiante neste documento. Significativa é a interatividade entre os
stakeholders envolvidos para que se de uma dinâmica flexível, rápida e eficiente.
Ao considerar os freios e contrapesos de iniciativas como esta que devolve
a excelência dos resultados, quanto à cedência de equipamento haverá de ter a
concordância das partes. As informações deverão ser atualizadas em tempo real,
enquanto a automação da tarefa trará outros benefícios, como a segurança da
informação, maior agilidade na execução do processo, maior confiabilidade nas
informações referentes ao estado físico e histórico de movimentação dos
equipamentos, e possibilita ao servidor executar a tarefa de forma clara e
simplificada. Quanto a emissão de relatórios, isso também é possível pois uma
vez automatizados os dados são prontamente regularizados devolvendo a
credibilidade de operação que aparentemente é simples, mas que tem trazido
tantos dificultadores desnecessários, contrariando o espírito Scrum.
e
4.3 Proposta de melhoria no gerenciamento de movimentação de
s
equipamentos pelo método ágil Scrum.
l U
O presente estudo sugere melhorias no processo de movimentação de
a
equipamentos da instituição, visando automatizar tarefas, excluir etapas
n
desnecessárias e evitar o desperdício de recursos públicos. Como observado por
o
Calazans, Kosloski e Guimarães (2016), é importante que as instituições adotem
s
o Gerenciamento de Processo de Negócio (BPM), para que seus processos possam
e r
ser automatizados de forma ágil, eficiente e eficaz, gerando assim economia de
tempo para o servidor público que poderá utilizá-lo na execução de novas tarefas,
P
agregando assim maior produtividade à entidade pública.
r
Por meio de um software, é possível gerenciar de forma ágil as funções
o
apontadas por Lengler e Ronchi (2017) em relação a movimentação de
F
equipamentos: manuseio; recebimento; expedição; e movimentação,
proporcionando assim que estes sejam alocados, da melhor forma possível, para
que às necessidades da instituição sejam atendidas, evitando a obsolescência e o
217
acúmulo de equipamentos, fatores estes muitas vezes responsáveis pelo
desperdício dos valores investidos na aquisição do bem público.
A tarefa propõe a utilização da Metodologia Ágil Scrum como ferramenta
de otimização do processo de desenvolvimento de um software de gerenciamento
de movimentação de equipamentos. Através do Scrum, é possível alcançar um
produto de qualidade de forma rápida e eficiente, proporcionando que um produto
de qualidade seja disponibilizado à instituição para que suas demandas sejam
atendidas. A Figura 3 ilustra o ciclo de desenvolvimento Scrum aplicado no
desenvolvimento do software de gerenciamento de movimentação de
equipamentos. A seguir, o Quadro 3 descreve cada uma das etapas ilustradas.
2. 3. 4. 5. 6.
Reunião Reunião
Ciclo
e
7.
s
9.
Requisitos 8. Produto
U
1. Tarefas
Definição Software
a l
Fonte: Elaborado pelos autores.
o n
r s
P e
or
F
218
Quadro 3 - Detalhamento das etapas de desenvolvimento do software de
gerenciamento
Itens Detalhamento
e
executado no próximo dia de trabalho.
s
4.1 Nesta etapa são realizadas interações ou ciclos onde o
4. Ciclo de trabalho realizado em cada uma das sprints deve produzir
U
desenvolvimento resultados que visam alcançar a meta estabelecida para que, ao
l
(Sprint) final do processo, se obtenha o software de gerenciamento de
movimentação de equipamentos.
5. Feedback
n a
5.1 Ao final de cada sprint é realizada a revisão para que se
obtenha um feedback dos stakeholders, possibilitando assim
o
que adaptações sejam feitas, caso necessário, de formas a
s
atenuar os riscos envolvidos na execução do projeto de
r
desenvolvimento do software.
e
6.1 O objetivo desta fase é verificar se há necessidades de
P
6. Retrospectiva do adaptação no processo de criação do software. Um dos
ciclo de stakeholders será responsável por facilitar a comunicação e
r
desenvolvimento contribuir com ideias relevantes para que o processo de
o
execução das tarefas seja otimizado.
7.1. Refere-se aos requisitos necessários para o
F
7. Requisitos do desenvolvimento de um software que atenda às necessidades
software dos servidores da instituição. O backlog está em constante
evolução, objetivando atender a todas as expectativas das partes
envolvidas.
219
8.1 Nesta fase as tarefas são selecionadas e retiradas do backlog
8. Tarefas selecionadas de forma ordenada, para que sejam executadas até o
para execução encerramento da sprint. Desta forma, parte dos requisitos do
sistema de gerenciamento de movimentação de equipamentos
são concluídos a cada ciclo.
9.1 Refere-se ao software finalizado. É a soma de todos os itens
produzidos ao decorrer de cada sprint. Envolve a entrega de
9. Produto finalizado todos os requisitos apontados pelos stakeholders obtendo-se
assim um sistema de gerenciamento de movimentação de
equipamentos.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Após o software ser desenvolvido, este será utilizado para otimizar o
processo de movimentação, por meio da exclusão de etapas desnecessárias e da
automatização de tarefas. O servidor público precisará de poucos comandos para
que a movimentação do equipamento seja oficializada, a assinatura não será mais
feita de forma física, mas sim de forma eletrônica, gerando economia de matérias
como papel e tinta, utilizados na impressão do documento, bem como pastas e
armários, utilizados para armazenar os registros gerados sempre que um
equipamento é alocado em outro setor. O software também realizará a atualização
em tempo real do inventário da instituição, evitando que informações sejam
e
perdidas no decorrer do processo, garantindo assim a integridade das informações
s
e a emissão de relatórios atualizados sempre que necessário. A Figura 4 abaixo
ilustra as etapas do processo de movimentação de equipamentos que passará a ser
realizado via sistema informatizado. A seguir, o Quadro 4 traz, de forma
l U
detalhada, a descrição de cada uma das etapas da movimentação realizadas por
a
meio do software de gerenciamento de movimentação de equipamentos.
n
o
Figura 4 - Detalhamento das etapas do processo de movimentação de
s
equipamentos via sistema
e r
P
2. Recebimento Não Fim
3.Aprovação
1. Solicitação do pedido
or 4. Termo de
Sim
3. Termo de
F
responsabilidade cedência
5. Atualização
220
Fonte: Elaborado pelos autores com base em levantamento bibliográfico.
Itens Detalhamento
e
4. Emissão e assinatura cedência contendo todas as informações referentes à cedência
s
do termo de cedência do equipamento, podendo ser provisória ou temporária,
U
conforme o acordado entre as partes. O termo é então assinado
digitalmente pelo servidor detentor do bem.
l
5.1 Nesta fase, o sistema emite, ao servidor solicitante, o termo
a
5. Emissão e assinatura de responsabilidade do equipamento contendo todas as
n
o termo de informações referentes à movimentação do bem. Caso esteja de
o
responsabilidade acordo, o servidor assina o referido termo por meio de sua
s
assinatura eletrônica.
r
6.1 Após a emissão e assinatura do termo de cedência e de
e
6. Atualização do responsabilidade, a transferência é oficializada. O sistema
inventário realiza então o update da base de dados, mantendo assim as
P
informações atualizadas em tempo real.
r
Fonte: Elaborado pelos autores.
F o
221
5. CONCLUSÃO
e
recursos como papel, tinta para impressoras, pastas e armários para armazenar
s
documentos físicos não serão mais necessários. O sistema de gerenciamento de
U
movimentação de equipamentos também fornecerá uma base de dados atualizada
em tempo real, proporcionando relatórios confiáveis aos setores interessados,
a l
facilitando assim atividades contábeis e processos de auditoria sempre que se
fizerem necessários. Este trabalho é uma contribuição da academia aos gestores
n
públicos e lideranças interessas no aperfeiçoamento das instituições em face de
o
s
sistemas informatizados e da gestão de projetos públicos por meio de
r
metodologias ágeis.
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P e
or
F
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r P
F o
224
Capítulo 11:
s e
Flávio de São Pedro Filho. Pós-Doutor em Gestão e Economia. Docente da
U
Disciplina Gestão de Projetos Públicos do PROFIAP / UNIR. Email:
l
flavio1954@gmail.com
n a
o
Resumo
r s
e
A tecnologia da informação e comunicação estão sempre presentes nas
instituições governamentais e, acompanhando este crescimento, vêm as práticas
r P
de governança avançada e adequada a esta realidade conjuntural. Os gestores
necessitam dar transparências e expor resultados por meio de um feedback ótimo.
o
Esta pesquisa trás como problemática a forma gerenciamento de um projeto
F
público para tecnologia da informação em governança digital aplicando a Matriz
GUT. Apresenta como objetivo geral estudar por meio de mapeamento a solução
de problemas no âmbito da governança digital, tendo a Matriz GUT como
ferramenta de orientação. Os objetivos específicos são: identificar os possíveis
225
problemas decorrentes da implantação do projeto na organização governamental
em estudo; analisar a Matriz GUT aplicada para o tratamento das principais
situações levantadas neste estudo em ordem de prioridade; e demonstrar as
soluções ótimas em face deste estudo. Esta pesquisa tem caráter qualitativo, de
natureza exploratória, por meio do método do estudo de caso. Traz a revisão
bibliográfica sistêmica, observando as barreiras e limitações da TIC e buscar
inovar a gestão através da aplicação da ferramenta GUT e SWOT. O resultado é
a indicação de um sistema de governança capaz organizar as diversas iniciativas
governamentais. Serve como orientação a gestores públicos em promover a
governança e a accountability. Para futuras pesquisas sugere-se a adequação das
matrizes num estudo de softwares específicos como o SIAFI, e ainda verificar as
dificuldades que sistemas governamentais, como o painel de compras, na via de
adequação às imposições legais em licitações públicas, pois padecem de
constantes atualizações.
Abstract
s e
Information and communication technology are always present in government
l U
institutions and, accompanying this growth, come the advanced governance
practices that are adequate to this situational reality. Managers need to provide
n a
transparency and expose results through optimal feedback. This research brings
as problematic the way of managing a public project for information technology
r s o
in digital governance applying the GUT Matrix. Its general objective is to study,
through mapping, the solution of problems within the scope of digital governance,
e
using the GUT Matrix as a guiding tool. The specific objectives are: to identify
possible problems arising from the implementation of the project in the
r P
government organization under study; analyze the GUT Matrix applied to the
treatment of the main situations raised in this study in order of priority; and
o
demonstrate the optimal solutions in the face of this study. This research is
F
qualitative, exploratory in nature, through the case study method. It brings the
systemic literature review, observing the barriers and limitations of ICT and
seeking to innovate management through the application of the GUT and SWOT
tool. The result is the indication of a governance system capable of organizing the
226
various government initiatives. It serves as a guide to public managers in
promoting governance and accountability. For future research, it is suggested the
adequacy of the matrices in a study of specific software such as SIAFI, and also
to verify the difficulties that government systems, such as the purchasing panel,
in the way of adapting to legal requirements in public tenders, as they suffer from
constant updates.
1. INTRODUÇÃO
s e
atividades de trabalho como comunicação a distância e softwares que facilitam o
desenvolvimento dos processos laborais. No serviço público, tal realidade não
U
poderia ser diferente, pois as ferramentas TIC motivam um crescimento
l
exponencial com significativa dependência nos organismos governamentais
a
modernos; facilitam o trabalho do servidor, agrega eficiência e efetividade no
n
serviço público disponibilizado aos cidadãos pagadores de impostos.
r s o
Uma governança eletrônica demanda variados projetos públicos na sua
estratégia de transformação digital, conhecida como e-governo. Com o advento
e
da Internet das coisas (IoT), a gestão pública no Brasil passou a ser contemplada
com um plano nacional, seguido de uma estratégia de governança digital.
r P
Entretanto, o lançamento de perspectiva por instância superior não tem sido
suficiente, impondo assim uma gestão de projetos públicos com direcionadores
o
pela excelência. São providências que otimizam a implementação, identificação,
F
e soluções na execução do ciclo de vida dessas propostas nas diversas esferas
públicas, justificando estudos e investigações no âmbito da problemática. Eis que
esta pesquisa levanta a seguinte questão: Como gerenciar um projeto público para
tecnologia da informação em governança digital aplicando a Matriz GUT? Para
227
responder ao questionamento, ingressam nesta tarefa, objetivo geral, estudar por
meio de mapeamento a solução de problemas no âmbito da governança digital,
tendo a Matriz GUT como ferramenta de orientação; e para os resultados, traz
como objetivos específicos identificar os possíveis problemas decorrentes da
implantação do projeto na organização governamental em estudo (1); analisar a
Matriz GUT aplicada para o tratamento das principais situações levantadas neste
estudo em ordem de prioridade (2), e demonstrar as soluções ótimas em face deste
estudo (3). Este documento se encontra estruturado por tópicos e subtópicos,
incluindo-se, após esta introdução, o referencial teórico, a metodologia do preparo
da pesquisa, os resultados em conformidade aos objetivos propostos, a conclusão
e as referências que deram suporte nesta tarefa.
2. REVISÃO TEÓRICO-CONCEITUAL
Este estudo é orientado pela Teoria da Nova Gestão Pública (NGP); é uma
teoria definida em reforma estatal que busca aplicar instrumentos de gestão
empresarial em áreas similares presentes no serviço público. Vislumbra melhorar
a eficiência, eficácia, e o desempenho governamental mediante uma burocracia
e
moderna, conforme aborda Vigoda (2003). A NGP apresenta duas vertentes: a
s
primeira com os ideais do neoliberalismo para resolução de demandas, conflitos
sociais e econômicos no setor público; já a segunda focalizava a troca de discurso
U
por otimismo diante da revolução tecnológica; além de rever barreiras para a
l
manutenção de um Estado Assistencialista, como aborda Souza (2019).
n a
Nesta tarefa se admite a visão de Donaldson (2001) sobre a Teoria da
Contingência, pois guarda a coerência paradigmática favorável à análise das
s o
estruturas organizacionais. Aborda sobre a diversidade abrangente, consistente na
r
inexistência de uma única estrutura que venha satisfazer um modelo comum para
e
todas organizações. Eis que leitura em Zanatta (2018) permitiu a elaboração de
P
um diagrama esquemático da teoria contingencial, como se verifica na Figura 1
abaixo e no Quadro 1.
or
F
228
Figura 1 – Diagrama Teoria Contingencial
Ajustes / Capacidades
Tamanho
Fatores de
contingencia Melhoria Estrutural
Incerteza
Melhoria de Desempenho
Elementos Descritiva
s e
l U
Impulsionam a procurarem ajustar a capacidade e ambiente interno
a
institucional; depende da capacidade do gestor em gerencia-los.
Fatores
n
Segundo Sell et al (2020) afeta a avaliação de desempenho, com reflexo
contingenciais
o
interno e externo. Permitem o alcance desejável contra o que é ineficaz
s
ou aquilo que depende de padrões.
r
Refere-se ao porte da instituição de forma a estabelecer um
e
Tamanho dimensionamento de várias naturezas, com a logística, os pesos dos
processos, a complexidade dos seus sistemas, o alcance dos
P
componentes requeridos das operações de rotinas e de procedimentos.
r
Leitura em Sell et al (2020) permiti afirmar que são as indefinições das
mais variadas ordens que de alguma forma provocam a contingência.
o
Incerteza Tem relação com a imprevisibilidade que afeta a decisão, impondo
F
dificultadores e gerando insegurança na contingência e exigindo
estratégias.
Ajustes / Envolve providências de adequações de natureza ambiental,
Capacidades socioeconômica e institucional a serem articuladas pelo gestor público
229
de modo a permitir a resolução de questões contingenciais em nível
ótimo de rendimento, como condição de superação situacional.
Segundo Gonçalves et al (2015), é a melhoria na forma de representação
Melhoria Estrutural organizacional através da qual se demonstra as linhas de autoridade e de
responsabilidade dos envolvidos, com relação direta à divisão de
trabalho e respectivas atribuições institucionais.
Segundo Oyadomari (2008, p. 19) é aquela melhoria originada de
variados indicadores, de diversas ordens, como aquelas de natureza
Melhoria de
contábil, desempenho econômico e monetário ou aquelas melhorias
Desempenho
combinadas que podem ser operacionalizadas em autoavaliação de
modo a superar a situação contingencial.
e
elemento diagramado para que sirva de entendimento em tempo certo.
o n
ao setor privado, pois correm em um tempo diferente; afinal, tramitam por meio
de um processo de compras públicas regidos por uma legislação que deve ser
r s
obedecida, e sofrem interferências da alternância de governos inerente ao
e
processo democrático; além disso, possuem um orçamento considerado vinculado,
em que o processo de aquisição, fornecedores e execução do projeto são pré-
r P
determinados no processo licitatório; desta forma, conduzir um projeto público
requer capacitação e empenho do gestor, conforme recomenda Pereira (2014).
o
Nesse sentido a aplicabilidade da e-governança ou governança digital proposta
F
pela UNESCO (2005) vem da premissa de autoridade administrativa, política e
econômica; tem o intuito de promover a defesa dos cidadãos em seus interesses,
o exercício de seus direitos e deveres por meio de instrumentos digitais, de acordo
com Cunha (2013). Assim, a tecnologia da Informação ou a Tecnologia da
230
Informação e Comunicação (TIC) são instrumentos que viabilizam a produção,
fornecimento de serviços e produtos com maior qualidade e competitividade, por
meio da facilitação de resultados, gestão e relações organizacionais, conforme
aborda Helfenstein (2021). Portanto, a reunião dos elementos teórico-conceituais
ora proposto, requer a interpretação de uma triangulação entre a gestão de projetos
públicos de governança eletrônica, e a definição de Tecnologia da Informação,
tendo por intermédio de prática accountability, com a evidenciada sinergia, bem
propícia aos feedbacks positivos entre os componentes, como se demonstra na
Figura 2 e Quadro 2 que seguem.
Gestão de
Projetos
Públicos
Tecnologia
s e
U
Governança da
Eletrônica Informação
a l
n
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Pinho (2008).
s o
Quadro 2 – Descritiva do cenário cognitivo de E-Governo Accountability
r
Elementos
P e Descritiva
F
Acountability forma de relacionamentos que induzem mudanças na cultura
institucional em um cenário de progressivas mudanças que
refletem no gerenciamento público.
231
É o tipo de projeto que busca canalizar os meios estruturantes de
Gestão de Projetos interesse da sociedade beneficiária do serviço público, de modo
Públicos a satisfazer os anseios do cidadão pagador de impostos,
devolvendo-lhe a contrapartida para o seu bem estar
socioeconômico, ambiental e institucional.
Processo político envolvendo a sociedade civil com o governo
por intermédio de plataformas eletrônicas pela qual interagem
Governança Eletrônica não só a prestação de serviços públicos como também o
acompanhamento de processos e práticas, bem como o respectivo
processo de avaliação no âmbito de uma gestão democrática.
É um recurso que reúne de forma integrada as tecnologias digitais
Tecnologia da de informação e de comunicação, proporcionando aos
Informação profissionais envolvidos no setor público o manuseio de dados
fundamentais para a realização das atividades no organismo
público.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Affonso, Rangel e Pedro Filho
(2021).
e
TICs tem acelerado nos últimos anos, inclusive no setor público, por meio do
s
chamado e-gov ou governo eletrônico, manifestado pela informatização dos
procedimentos internos do Estado, e a comunicação digitalizada com atores
U
externos, como a sociedade, o setor privado e outras esferas do governo.
l
n a
2.2 Matriz GUT, priorização de rotinas em tarefas digitais e Business
o
Process Management (BPM).
r s
Segundo Bezerra et al. (2012) a Matriz GUT é uma ferramenta utilizada na
e
definição das prioridades nas diversas opções de ação. É uma ferramenta
P
qualificada, com foco na priorização racional dos processos e problemas, na busca
de solução que leva em conta a Gravidade, Urgência e a Tendência (GUT) dos
or
riscos estudados. Junior et al. (2015) entendem que esta matriz representa os
potenciais riscos, que se ordena por prioridades de resolução, reduzindo ao
F
mínimo os seus impactos; pode classificá-los com números inteiros, de 1 a 5 na
sua dimensão. Também Bezerra et al. (2012) definem cada um dos componentes
da Matriz GUT, como segue: Gravidade, que é o dano ou prejuízo possível que
surge de uma situação, respondendo o tamanho do impacto caso venha a ocorrer
232
aquele risco; Urgência, como o impacto do tempo existente para resolver o risco,
medindo o nível de relevância; e Tendência, pois tende a evoluir o determinado
problema, podendo levar à progressão do risco.
Com intuito de analisar os dados mediante os preceitos da Matriz GUT,
Zarpelam (2020) define que é preciso alcançar o índice, pontuação obtida pelo
produto dos três elementos da Matriz, a saber, a Gravidade, Urgência e Tendência,
podendo o resultado do produto situar-se entre os valores 1 a 125; quanto maior o
resultado, mais prioridade exigirá a resolução do problema. Outro ponto abordado
pelo autor, se refere ao uso efetivo, o que depende de uma ampla visão da futura
execução das ações; aqui pode ocorrer classificação numérica, facilitando a
decisão sobre qual foco o gestor deve ter, para resolver os problemas, e direcionar
a imediata aplicação de recursos; caso contrário, ele teria uma tomada de decisão
mais complexa, pois a aplicação inadequada dos recursos complica toda a situação.
A matriz se faz usual em casos situados em gestão de processos, o que requer o
delineamento conceitual destes, permitindo compreender a dinâmica situacional
que envolve a priorização.
No escopo de Cardoso (2019) consta o mapeamento como solução gráfica
do fluxo de trabalho em uma rotina. Merece ser considerado na gestão
organizacional, já que demonstra com clareza o aperfeiçoamento deste tipo rotina.
e
O autor destaca um entendimento comum entre estudiosos quanto ao mapeamento
s
das rotinas; pode ser o primeiro passo para a aplicação do Business Process
Management (BPM) / Gerenciamento por processos de negócios). O BPM é um
l U
modelo gerencial significativo na transformação de modernas organizações, pois
permite uma performance compatível com as necessidades do cliente, mapeando
n a
entregas desde o início até a conclusão. Opera em ciclo continuo de satisfação, o
que é ideal entre aqueles gestores compromissados com a inovação tecnológica,
o
tendo as ferramentas de TIC recomendadas em Cardoso (2019). Segundo ABPMP
r s
(2013) o BPM tem foco na integração de pessoas, atividades, tecnologias e
processos, de modo estratégico baseado nas expectativas demandadas pelos
clientes.
P e
Quanto aos elementos da Matriz GUT, ainda se destacam as prescritivas de
r
Cardoso (2019); ele aborda o entendimento necessário para a busca de adaptá-los
o
às resoluções dos conflitos trazidas nesta pesquisa, voltadas para a área de TIC. A
F
exemplo, se tem a gravidade que traz a visão crítica sobre os fenômenos em
análise, na oportunidade de sua ocorrência; visualiza as consequências imediatas
e futuras, como o sistema de web sujeito a peso imediato para uma rápida solução;
ou a urgência com os limites temporais para a solução, como em um problema de
233
rede; caso não se resolva no tempo mínimo necessário, poderá implicar em
resolução inoportuna, refletindo sobre outros sistemas que a utilizam. Além da
tendência, na medição do grau de crescimento do fenômeno crítico ora tratado,
elevando o nível de evolução tempestiva, como no rompimento de fibra óptica,
cuja solução exigiria pausa em outros sistemas, decorrendo acúmulos de tarefas,
além da responsabilização do pela intercorrência.
e
Quadro 3 – Nove pilares para implantação de um Governo Digital
Elementos Descritiva
U s
a l
n
Promovem o fortalecimento de uma liderança transformativa capaz de
Visão, liderança e estimular mudanças de mentalidades resistentes dentro da organização e
o
mentalidade amplificar capacidades digitais individualizadas capazes de multiplicar
s
a visão inovadora.
e r
Fundamentam o desenvolvimento de um ecossistema institucional
integrado por meio da estruturação de um quadro jurídico e regulatório
P
Estrutura institucional
abrangente e compreensivo: governo digital como um direito, E-
e regulatória
procurações, identidade digital, proteção infantil e prevenção de abusos,
r
regulamentação de inteligência artificial.
e organizacional
F o
Configuração cultural
Transforme a configuração e cultura organizacional promovendo a
coordenação para que diferentes ministérios e agências governamentais
se comuniquem e troquem informações de maneira eficaz. Um governo
digital eficaz requer abordagens de todo o governo.
234
Promover o pensamento sistêmico e o desenvolvimento de abordagens
integrativas na elaboração de políticas públicas e entrega de serviços,
Raciocínio sistêmico e
mudar a mentalidade de funcionários públicos, da alta administração e
integrativo
políticos é tão importante, senão mais importante, do que mudar regras
e procedimentos.
e
Desenvolver capacidades em nível social e reduzir a exclusão digital
pela promoção à inclusão digital e garantir universalização de
s
Capacidades sociais
beneficiários do governo digital, fornecer oportunidades de treinamento
em alfabetização digital e educação de qualidade.
l U
n a
Governos em todo o mundo estão usando tecnologias digitais para
o
transformar de forma inovadora seu modo de operação, usando o
s
compartilhamento de informações, a tomada de decisões e a prestação de serviços;
e r
incluem o engajamento de parceria com atores na resolução de desafios do
interesse público. No entanto, diversos países ainda carecem da capacidade de
P
alavancar efetivamente as tecnologias digitais, para fornecer de forma acessível,
r
confiável e rápida os seus e-serviços. Assim, o desenvolvimento de múltiplas
o
capacidades utilitárias na estruturação do governo eletrônico se torna. Porém não
F
basta apenas a integração da tecnologia na governança, pois depende,
essencialmente, da mudança na mentalidade de funcionários públicos, conforme
abordado em UNITED (2020).
235
3. METODOLOGIA DO PREPARO
e
A realização da pesquisa adotou o Método do Estudo de Caso, por se
s
caracterizar como a busca de prática situacional coletada de fatos, efetuando-se
comparação em face de um referencial teórico, segundo prescrição de Cardoso
U
(2019). Assim, tomou-se a gestão do projeto de implementação de ferramentas da
l
tecnologia da informação e comunicação em um sistema de e-governo, em busca
a
de interpretar a governança digital.
o n
s
3.2 Quanto aos procedimentos adotados.
e r
P
Como procedimentos metodológicos, efetuou-se a coleta dos dados e de
r
informações sobre o cenário investigativo, possibilitando a tomada dos fatos e das
o
situações inerentes a e-governo. Praticou-se um levantamento bibliográfico
sistêmico, pelo qual se coletou recentes publicações diversas, disponibilizadas em
F
sities especializados como a Plataforma Spell, coleta em periódicos indexados
como CAPES e Web of Science. Buscas foram praticadas em repositórios de teses
e dissertações, o que possibilitou acompanhar a literatura atualizada sobre o tema
deste estudo. Coletados os referenciais teóricos e conceituais, efetuou-se a leitura
236
e seleção de corpus relacionados ao objeto pesquisado; e em seguida efetuou-se a
análise dos conteúdos específicos. Acervo documental em uma instituição pública
foi conhecida, no qual de efetuou uma análise técnica sobre rotinas e
procedimentos, identificando as barreiras dos sistemas de TIC aplicados nas
ferramentas do e-governo. O relatório da pesquisa passou a ser escrito, detalhando
a realidade, levando em consideração os elementos coletados na pesquisa, como
prescreve Lakatos e Marconi (2017). Aplicou-se como subsídio a Matriz GUT e
a Matriz SWOT, produzindo os resultados nesta tarefa. Para o procedimento de
análise dos conteúdos, efetuou-se a leitura flutuante do material científico
selecionado; seguiu-se prescritivas de Siebeneichler (2018), que aborda sobre o
agir comunicativo habermasiano; assim, superou-se uma da filosofia ocidental,
incorporando ao texto dos resultados uma linguagem de entendimento favorável
à integração social com a ciência, o que valida a forma técnica e científica da
relação entre a teoria e a práxis.
e
TIC é a Matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência). Esta aplicação mostra-
s
se adequada para o fenômeno estudado, seguindo a prescrição de Bezerra et al.
U
(2012); estes entendem que esta ferramenta pode definir racionalmente as
prioridades, com o objetivo de solucioná-las tempestivamente. Necessário que a
a l
operação seja efetuada por critérios determinados claramente, o que permite uma
definição de critérios de gravidade, da urgência e da tendência no projeto de TIC
n
implantado. Na Figura 3 abaixo se visualiza a relação entre os elementos da Matriz
o
s
GUT, e no Quadro 4 consta os elementos exemplificativos desta ferramenta, bem
r
como a forma de utilização dos critérios e da classificação.
P e
or
F
237
Figura 3 - Diagrama da relação dos elementos da matriz GUT
se
Situação vai
Situação não
Situação irá Situação irá Situação irá piorar
irá mudar, 1x1x1 =1:
U
Tendência piorar a piorar a piorar a imediatamen
caso nada 5x5x5 = 125
longo prazo. médio prazo. curto prazo. te, caso nada
l
seja feito.
seja feito.
n a
3.4 Quanto a análise.
r s o
P e
Nesta tarefa é utilizada a Análise SWOT, criada por Kenneth Andrews e
r
Roland Cristensen, professores da Harvard Business School que, conforme Silva
o
(2011), permite bucar estrategicamente a competitividade organizacional por
intermédio de quatro variáveis, a saber, as Strengths (Forças), Weaknesses
F
(Fraquezas), Oportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). Em pesquisa
estratégica de gestão de projetos públicos de egoverno, pela Matriz GUT, é
possível se valer das variáveis SWOT. Segue a Figura 4 os elementos da Matriz
SWOT, e no Quadro 5 constam os respectivos elementos especificativos.
238
Figura 4 – Diagrama especificativo da Matriz SWOT
Efeito
Ambiente Ajuda Atrapalha
Interno S W
(organização) (Forças) (Fraquezas)
Externo O T
(ambiente) (Oportunidades) (Ameaças)
Elementos Descritiva
s e
ajuste a depender do peso deste efeito, o que requer do
gestor público a perspicácia necessária para discernir
U
quanto à adequação requerida.
l
Significa de reforço de natureza positiva alinhada à
a
segurança estratégica na direção do sucesso, envolve
n
Ajuda situações que devem ser alimentadas pelo gestor público
na via de trazer benefícios para as ações estratégicas em
o
andamento.
r s
Refere-se aos elementos obstrusores que impactam
e
negativamente nas ações estratégicas em andamento.
Atrapalha Requer do decisor pronta medida para neutralizar o
P
avanço de suas consequências negativas, bem como a
r
adoção de medidas de reorientação entre os envolvidos.
o
É o cenário no qual se encontram os fatores que
F
influenciam nas estratégias de ações a serem seguidas
Ambiente estratégico pelos envolvidos em determinada situação. Requer
adequada interpretação de forma a manter assertividade
nas práticas e trazer os benefícios esperados.
239
É o ambiente institucional onde ocorre a dinâmica das
relações, e no qual se configuram os meios fundamentais
Interno (organização) para a existência de uma organização. Ali se reúnem os
recursos tecnológicos, humanos, materiais, energia e
outros.
e
Mattos et al. (2011) define como a situação que apresenta
s
O por meio de tendências ou fenômenos externos, atuais ou
Opportunities/Oportunida potenciais, que podem contribuir para a concretização
U
des) dos objetivos estratégicos; motivo de buscas por
l
organizações inteligentes.
a
Conforme Manktelow (2013) é uma situação externa
n
desfavorável ao alcance dos objetivos estabelecidos. São
o
fatores que podem levar a organização para uma redução
s
T (Threats/Ameaças) de receita, ligadas a aspectos que envolvem a
r
concorrência, novos cenários, custos operacionais e de
e
bens e fatores de desafio para a atual estratégia utilizada
pela empresa.
P
Fonte: Elaborado pelos autores.
r
F o
240
4.ESTUDO SOBRE SOLUÇÕES DE PROBLEMAS POR
MAPEAMENTO PELA MATRIZ GUT
s e
A primeira problemática a ser discutida baseia-se nos fatores contingenciais
relacionado ao elemento tamanho na própria infraestrutura e gestão das TIC; é
l U
onde deve existir um cenário de universalização do acesso a estruturas
informatizadas e à Internet entre os diversos órgãos públicos federais, estaduais e
n a
municipais do Brasil. Segundo pesquisa elaborada pela CGI.br (2019), houve um
crescimento acima de 90% na disponibilização de conexões por fibra ótica,
r s o
permitindo um aumento na capacidade de análise de informações,
compartilhamento de dados e comunicação por meios digitais. Entretanto, apesar
e
de uma melhora na base estrutural, apenas metade dos órgãos estaduais possuíam
um plano estratégico ou direto de tecnologia da informação, ou planos de
r P
segurança da informação; em nível federal esses valores já alcançavam acima de
90%. Na esfera municipal a realidade da infraestrutura e gestão de TIC ainda
o
demonstra disparidades na oferta de conexões em fibra ótica, principalmente em
F
municípios de até 5 mil habitantes. Na Região Norte, onde apenas um terço possui
acesso a uma conexão de banda larga, em detrimento de conexões à rádio ou
satélite, nos municípios abaixo de 100 mil habitantes, caem vertiginosamente a
presença de departamento de tecnologia da informação.
241
Saraiva (2018) prescreve que, após a contextualização do gestor público à
sua realidade, a primeira questão a ser trabalhada advém da escolha do sistema a
ser implementado na organização; e definir a que fim será utilizado e sua
concepção, podendo ser proveniente do setor público ou privado, sendo ambos
carregados de fatores contingenciais internos e externos. As rupturas de padrões
estabelecidos em organizações públicas com rotinas consolidadas, também se
tornam fatores contingenciais internos relevantes; isso porque, diante da
necessidade de implantação um novo processo, apesar dos benefícios
considerados, não se costuma ser aceito em um primeiro momento, por parte dos
atores da própria organização. Em outro viés, podem ocorrer resistências externas
provenientes da iniciativa privada na tentativa de propor soluções concorrentes do
mercado.
Ao optar por softwares governamentais, por serem públicos, possuem
elementos de ajustes com economicidade e eficiência, mediante Acordos de
Cooperação Técnica de licenciamento para uso do mesmo; entretanto, se padecem
de incertezas como, por exemplo, a continuidade da assistência técnica e evolução
do código-fonte. Por outro lado, a iniciativa privada, por mitigar essas
problemáticas, traz o viés de passar por um processo de aquisição pública, o que
exigirá esforço de vários atores na instituição, a fim de se evitar possíveis falhas
e
na própria delimitação do projeto.
U s
4.2 Análise da Matriz GUT aplicada e a demonstração dos ambientes
externos e internos com a Matriz SWOT.
a l
o n
Neste tópico passa-se a aplicar a Matriz GUT para definir as priorizações
r s
dentre os problemas citados anteriormente e listar suas causas, apontado ainda as
e
suas forças e fraquezas, utilizando para auxiliar esta análise a matriz SWOT de
forma a completar esta análise em busca da otimização da gestão do projeto em
r P
análise. Após a análise documental realizada no tópico anterior foram
identificados os seguintes problemas na gestão do projeto de e-governo:
F o
a) Inexistência de infraestrutura física de TIC para que o e-governo seja
implantado em todas as esferas;
b) Dificuldade de implementação de novos sistemas;
242
c) Limitações ao criar o próprio software;
d) Barreiras na aquisição de um software privado.
e
Dificuldade de implementação de novos
s
sistemas 3 4 5 60 2º
l
3 3
U4 36 4º
n a
o
privado 3 3 5 45 3º
r s
e
Fonte: Elaborado pelos autores com base em dados coletados in situ.
r P
Na aplicação da GUT, se obteve como primeira prioridade a resolução do
o
problema apontado na letra a, se referente à inexistência de infraestrutura física
F
de TIC, para que o e-governo seja implantado em todas as esferas, com a
pontuação de 80 no total; e na última prioridade, o problema da letra c, se referente
às limitações ao criar o próprio software, com pontuação final de 36. Para chegar
a este resultado foram analisados cada problema, na Matriz GUT, para que se
243
conseguisse reproduzir a classificação adequada, em cada elemento, conforme
explicado a seguir:
a) Inexistência de infraestrutura física de TIC para que o e-governo seja
implantado em todas as esferas: gravidade, neste problema, foi entendido que no
elemento gravidade a falta de infraestrutura de TIC, como fibras óticas,
principalmente em municípios de poucos habitantes, seria um problema
extremamente grave (5), pois sem estas interfaces o sistema de e-governo não
teria a aplicabilidade necessária; urgência, o quesito temporal foi classificado
como situação urgente (4), mas não necessário sua resolução imediata, tendo
levado em consideração os recursos que exigiriam uma intervenção imediata;
tendência, este elemento foi analisado como uma situação que irá piorar a curto
prazo (4), assim como o anterior tendo uma forte tendência a algo imediato, mas
ressalvado por entender que já poderia existir uma plataforma que sustente a
operacionalidade a tempo da resolução do problema.
b) Dificuldade de implementação de novos sistemas: gravidade, embora a
resistência interna dos servidores, presos a antigos padrões de rotinas, seja algo
de importante relevância, foi encarado como um problema grave (3), pois é algo
que tem um impacto controlável enquanto não resolvido; urgência, contudo o foi
encarado como uma situação urgente (4), pois precisa ser resolvido o quanto
e
antes, pois se existe resistência o sistemas que dependem da eficiência na sua
U s
operação poderão ser prejudicados; tendência, este elemento foi classificado
como uma situação vai piorar imediatamente, caso nada seja feito (5), tendo em
l
vista que influenciados pela cultura organizacional e a falta de fé nos novos
a
sistemas os servidores que ali estão e outros que venham incorporar o órgão
n
tendem a aumentar esta resistência.
c) Limitações ao criar o próprio software: gravidade, o elemento foi
s o
classificado como problema grave (3), pois a necessidade de atualizações e código
r
fontes e assistência técnica é algo que deve impactar na operação do produto;
e
urgência, contudo deve ser resolvido o mais rápido possível (3), pois sistemas
P
atrasados e sem uma rede de manutenção não trás segurança, principalmente por
estarem sujeitos perda ou roubo de dados; tendência, nesta classificação houve a
or
conclusão que é uma situação que irá piorar em curto prazo (4), dentro ainda do
mesmo ano do exercício vigente, sendo a proteção dos dados um ponto a ser
F
destacado.
d) Barreiras na aquisição de um software privado: gravidade, o elemento
aqui foi classificado como problema grave (3), que embora a iniciativa privada
possa estar mais preparada para as demandas do software governamental, sua
244
aquisição incorpora a necessidade de um processo licitatório, onde barreiras como
preparação do servidor par as demandas legais do processo e ainda um
conhecimento técnico para saber elaborar a definição adequada do que se pretende
adquirir; urgência, contudo deve ser resolvido o mais rápido possível (3), pois a
preparação do recurso humano agrega um tempo dedicado com cursos e ainda o
período necessário para a realização de processos de licitação pública, então a
pouca atenção dada a este elemento pode ser fator crucial; tendência, por fim,
este elemento, no problema, foi entendido como Situação vai piorar
imediatamente, caso nada seja feito (5), pois como relatado no elemento anterior,
o tempo é fundamental e se nada for feito de imediato terá reflexos na eficiência
e eficácia do projeto, pois a tendência é não conseguir adquirir o software que
supra os anseios do projeto de e-governo.
Depois dos dados levantados e as priorizações reveladas pela Matriz GUT,
pode-se chegar à análise das forças e fraquezas, nos ambientes externos e internos,
por meio da aplicação da matriz SWOT podendo assim o gestor público traçar a
estratégia a seguir em face dos problemas dentro do e-governo. Como se pode
identificar no Quadro 8 – Matriz SWOT aplicada ao e-governo.
Ambiente
Efeito
Ajuda
s e Atrapalha
l U
a
- Tempo para preparação dos
- Automatização dos processos por servidores.
n
meio dos softwares. - Custo para aquisição dos
o
Interno
- Aperfeiçoamento dos servidores softwares.
s
(organização)
r
para utilização, criação e aquisição - Custo para a instalação de
dos softwares (Forças).
e
infraestrutura necessária.
(Fraquezas).
o
Externo físicas de fibras óticas. infraestruturas de TIC.
F
(ambiente) - Adequação as tecnologias e - Insatisfação do cidadão com
sistemas utilizados pela iniciativa as ferramentas utilizadas.
privada. (Oportunidades). (Ameaças).
245
No ambiente interno, através da SWOT, pode-se identificar que os fatores
relacionados com a força; seriam a automatização dos processos adquiridos com
os softwares implementados com o governo; fato que torna mais eficiente e eficaz
os registros e operações e ainda agregando conhecimento técnico de TIC e
administrativo aos servidores. Quanto às fraquezas, se observa a necessidade de
um tempo razoável para a capacitação dos servidores; e ainda a geração de custos
para aquisição dos softwares, com instalação de novas infraestruturas de TIC.
Considerando o ambiente externo, a Análise SWOT apresenta como
oportunidade o desenvolvimento tecnológico, mediante a implantação de fibras
óticas; isso possibilita uma Internet de banda larga de qualidade; além de agregar
a utilização de novos softwares, como os mais atuais utilizados pela iniciativa
privada, o que não é possível com o suporte físico a Internet atual. Com relação
às ameaças, foi identificado que a instalação de fibras óticas, principalmente em
pequenos municípios, caso não seja planejado com uma estratégia ambiental
favorável, pode trazer diversos problemas. Como exemplo, o desmatamento e
utilização de áreas protegidas; e quanto a utilização dos softwares, pode não
atender aos anseios dos cidadãos, a considerar o nível de complexidade do
software, o que pode dificultar o acesso à informação, ferindo as práticas de
accountability imprescindível em um governo democrático.
n
gestão de TIC são premissas essenciais para a operacionalização e planejamento
o
da implantação de e-governo; principalmente em ambientes municipais de
s
pequeno porte, em face da dimensão de governança analisada; desta forma, o
e r
gestor público deve atentar-se às particularidades regionais. É uma situação que
requer melhor desenho nas políticas públicas orientadas às problemáticas daquela
P
realidade; nesse contexto, as desigualdades sociais e econômicas entre as diversas
r
regiões e municípios têm relação direta com a necessidade projetos de políticas
o
públicas; em se tratando da tecnologia e governo digital, essa pesquisa pode
oferecer instrumentos ótimos na identificação de desafios e prioridades, por meio
F
da Matriz GUT; sobretudo na definição de abordagens e recursos direcionados às
necessidades iniciais para implantação de um governo eletrônico.
246
A introdução das TICs nos setores públicos deve incorporar um novo
paradigma. Necessita da estruturação de um ecossistema digital que facilite e
simplifique as interações entre os diversos atores institucionais. O fundamento
central do Governo eletrônico é trazer qualidade no serviço público ofertado à
sociedade; portanto, requer estruturar o modelo de governança, melhorando na
organização as diversas iniciativas internas, agora bem conectadas, mediante
visão única, coerente e sinérgica; e que seja capaz de apoiar a digitalização dos
processos internos, bem como a capacitação do efetivo no ambiente digital. Tal
modelo de governança permitiria um cenário propício para a criação e atualização
de marcos regulatórios inovadores; por sua vez, conduziria a base para uma
estrutura de apoio técnico capaz de coordenar mecanismos institucionais, o que
assegura, prioritariamente, a execução, monitoramento e avaliação de resultados
das soluções digitais propostas. É com base nessas premissas e elementos trazidos
a contexto, que se oferta aqui o modelo conceitual traçado na Figura 5 e seu
Quadro 6 especificativo de uma Governança de Sistema Eletrônico.
e
Comitê Gestor
U s
l
Coordenação
Câmara Técnica
a
Executiva
o n
s
Comunidade de Comunidade
r
Negócio Técnica
P e
Fonte: Adaptado de Saraiva (2018).
or
F
247
Quadro 6 – Especificativo Governança de Sistema Eletrônico
Elementos Descritiva
e
4. CONCLUSÃO
U s
Este estudo está fundamentado por informações de interesse do gestor
l
público, para demonstrar com mais clareza os problemas e soluções inerentes à
a
implementação nos projetos públicos de e-governo, nas diversas esferas
n
governamentais. Oportuniza-se aqui uma reflexão útil na tomada de decisão, com
o
foco na eficiência e na eficácia. É voltada também para a sociedade civil
s
beneficiária do conhecimento, pois demonstra-se formas de gerenciamento de
e r
projetos públicos em face de ferramentas de apoio às políticas púbicas. Permite
agregar economia de recursos públicos, enquanto visualiza um serviço público
P
ótimo para o cidadão pagador de importo, ajudando-lhe na prática de
r
accountability em e-governo.
o
Para responder à pergunta de pesquisa inicialmente proposta, esta pesquisa
F
traz a Matriz GUT como ferramenta de gestão, como uma técnica na priorização
de problemas organizacionais em e-governo. Além de aplicar a Matriz SWOT
como facilitadora de processo decisório do gestor público, na escolha da melhor
estratégia, ao explicitar as forças e fraquezas no ambiente interno, e as ameaças e
248
oportunidades no externo. Ademais, agregou-se indicativos de soluções ótimas na
resolução dos problemas de sistema na governança digital, sob variados aspectos,
com ênfase na conexão coerente e sinérgica. São facilitadores de apoio à
digitalização de processos internos, capacitação de efetivo no ambiente digital,
mediante uso de ferramentas demonstradas nesta tarefa.
Proposta é indicada para futuras pesquisas neste gênero, indicando a
implementação da Matriz GUT com suporte da Análise SWOT, recursos
significativos na adequação de softwares específicos, a exemplo do SIAFI
(Sistema Integrado de Administração Financeira), muito difundido nas três
esferas governamentais, pois centraliza operações orçamentárias e financeiras,
porém enfrenta-se dificultadores delineados nesta pesquisa. Uma outra lacuna
identificada, e que pode ser explorada em pesquisas futuras, se refere às
dificuldades incidentes em sistemas controlados pelo governo, como o painel de
compras, operado pela SERPRO, que requer adequação em face de imposições
legais no sistema de licitações públicas, sujeitas a constantes atualizações.
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s e
l U
n a
r s o
P e
or
F
253
Capítulo 12:
Ferramenta Bow Tie na Gestão de
Projeto Público de assistência a
vulneráveis
s e
Resumo
l U
n a
o
Este trabalho trata sobre a ferramenta BowTie no gerenciamento de projetos
s
públicos de assistência alimentar às pessoas em situação de vulnerabilidade social
r
na municipalidade portovelhense. O objetivo geral é estudar o gerenciamento de
e
projeto público direcionado à assistência alimentar de indivíduos em estado de
P
vulnerabilidade na municipalidade focalizada; e para a produção de resultados se
traz como objetivos específicos levantar os principais óbices a projeto assistencial
or
desta natureza na capital (1); identificar possíveis soluções de enfrentamento aos
obstáculos (2), e oferecer um framework com proposições críveis para o sucesso
F
no gerenciamento da situação mediante o uso da ferramenta Bow Tie (3). A
expectativa é expor sobre a gestão de um fenômeno social mediante descritiva
situacional. A problemática envolveu dificuldades, como a falta de dados
estatísticos sobre os programas existentes; um histórico sobre a realidade
254
estrutural envolvendo os beneficiários dos referidos programas restou
insuficiente. Entretanto ficam identificadas as possíveis soluções de
enfrentamento aos obstáculos. Reco,enda-se efetauar criterioso levantamento de
dados referente à população em vulnerabilidade a ser atendida pelo programa, de
modo a propiciar um melhor planejamento para implementação de ações efetivas;
o desenvolvimento de um conjunto de ações imprecindíveis para a qualificação
de fornecedores de alimentos se faz fundamental; indica-se técnicas de gestão
qualificada; indica-se o atendimento prioritário para os mais necessitados, tendo
em vista a importância em equilíbrar o quantitativo de refeições ofertadas. Os
resultados mostram que o problema da falta de oferta também se dá pela menor
quantidade de restaurantes qualificados para a licitação pública. O trabalho
oferece um framework com proposições críveis para o sucesso no gerenciamento
da situação mediante o uso da ferramenta Bow Tie, permitindo um relatório dos
resultados conforme objetivos que foram propostos.
Abstract
s e
l U
This work deals with the BowTie tool in the management of public food assistance
a
projects for people in situations of social vulnerability in the municipality of
n
Porto. The general objective is to study the management of a public project aimed
o
at food assistance for individuals in a state of vulnerability in the focused
s
municipality; and for the production of results, the specific objectives are to raise
r
the main obstacles to an assistance project of this nature in the capital (1); identify
e
possible solutions to face obstacles (2), and offer a framework with credible
P
propositions for the success in managing the situation through the use of the Bow
Tie tool (3). The expectation is to expose about the management of a social
or
phenomenon through situational description. The problem involved difficulties,
such as the lack of statistical data on existing programs; a history of the structural
F
reality involving the beneficiaries of the referred programs remained insufficient.
However, possible solutions to face obstacles are identified. It is recommended to
carry out a careful survey of data regarding the vulnerable population to be served
by the program, in order to provide better planning for the implementation of
255
effective actions; the development of a set of essential actions for the qualification
of food suppliers is essential; qualified management techniques are indicated;
Priority care is indicated for those most in need, given the importance of balancing
the number of meals offered. The results show that the problem of lack of supply
is also caused by the smaller number of restaurants qualified for public bidding.
The work offers a framework with credible propositions for the success in
managing the situation through the use of the Bow Tie tool, allowing a report of
the results according to the objectives that were proposed.
1. INTRODUÇÃO
e
pagador de imposto, que não aceita estar assistindo a precária condição de
s
desvalidos e desocupados abandonados nas ruas e praças da capital rondoniense.
Para a inexistência de uma gestão eficiente nesse campo, cabe a academia oferecer
l U
os instrumentos cognitivos e ferramentas hábeis para a gestão de projetos
públicos, o que justifica tarefas como esta. Na municipalidade portovelhense se
n a
observa um crescimento populacional em franca vulnerabilidade, o que se
agravou após a pandemia COVID-19 que se abateu no planeta. Este gravame se
r s o
tornou muito mais delicado na Região Amazônica em decorrência da falta de
emprego e renda, e também pelo deslocamento dos indivíduos em decorrência da
e
instalação das barragens que suprem duas hidrelétricas. A desconformidade com
os parâmetros constitucionais da sustentabilidade é evidente pelo número de
r P
pedintes que se observa diuturnamente na municipalidade. Inobstante que saiba
da existência de valores significativos oriundos da contrapartida destas
o
hidrelétricas, não se tem uma informação coerente quanto à sua aplicação, o que
F
merece um capítulo à parte neste histórico de negligência pelo qual padece os
residentes deste cenário degradante.
Consequências outras estão diante do olhar do contribuinte, como a
superpopulação sem moradia adequada, falta de saneamento que multiplica os
256
vetores de doenças sobre o residente, insuficiência nos serviços públicos
ofertados, com a falta de saúde pública, educação precarizada, riscos decorrentes
da insegurança e outros males que decorrem da inadequada gestão de projetos
públicos. A pergunta a ser respondida aqui é: como a ferramenta Bow Tie poderá
auxiliar no gerenciamento de projetos público de assistência alimentar a
desvalidos na municipalidade portovelhense. Para responder este questionamento
se admite como objetivo geral estudar o gerenciamento de projeto público
direcionado à assistência alimentar de indivíduos em estado de vulnerabilidade na
municipalidade focalizada; e para a produção de resultados se traz como objetivos
específicos levantar os principais óbices a projeto assistencial desta natureza na
capital (1); identificar possíveis soluções de enfrentamento aos obstáculos (2), e
oferecer um framework com proposições críveis para o sucesso no gerenciamento
da situação mediante o uso da ferramenta Bow Tie (3).
Este documento está estruturado em tópicos e subtópicos, em que traz logo
após esta introdução, um recorte teórico-conceitual onde constam elementos que
venham em suporte ao trabalho investigativo, uma metodologia explicitando a
forma de preparo da tarefa, os resultados conforme os objetivos indicados, a
conclusão com resposta à pergunta da pesquisa e as referências utilizadas no
trabalho de pesquisa.
r s o
soluções de assistência a indivíduos em vulnerabilidade na capital rondoniense.
Aqui se explicita a necessidade de ações de assistência a vulneráveis, com foco
e
na alimentação. Para o contexto de proteção a desvalidos que vem emergindo no
país em geral, principalmente após a pandemia COVID-19, busca-se uma reflexão
r P
crítica, visando problematizar as questões que têm implicações na materialização
de políticas públicas, na expectativa de fazer prevalecer mecanismos de fomento
o
à cidadania.
F
Segundo Getz (2020), com o advento da Teoria da Nova Gestão Pública
ocorreu significativa resposta à crise do Estado de Bem-Estar Social. Assim, surge
o modelo focado na responsabilização dos burocratas em virtude das
consequências de seus atos no sistema político articulados por eles na sociedade.
257
O Estado Liberal passa a admitir princípios que eram seguidos pela atividade
empresarial, quando a Administração Pública passa a admitir princípios
mercadológicos em uma franca flexibilização. Segundo o autor, a teoria permite
imprimir melhores práticas na gestão pública, agora com uma burocracia bem
mais aperfeiçoada, o que condiz com a otimização nas políticas públicas,
mediante uma interação dinâmica entre a sociedade e o poder público. Nos
subtópicos seguintes constam subsídios necessários à produção dos resultados
propostos nesta tarefa.
s e
Ainda em Souza (2006), o conceito de políticas públicas envolve embate
de interesses, preferências e ideias no âmbito de um Estado Democrático de
U
Direito, quando as discussões oriundas dos envolvidos multiplicam o efeito
l
positivo da política pública sobre as massas interessadas, agora com uma visão
a
macro institucional resguardada por uma ideologia que comporta as diferenças de
n
fatores que consolida em si o interesse público.
r s o
SIGAS (2021) conceitua assistência social como um direito do cidadão e
um dever do Estado de Direito, razão pela qual o poder público institui este tipo
e
de assistencialismo por meio de política pública não contributiva que integra o
serviço público de seguridade social; este prevê o mínimo que o social pode
r P
necessitar e alcançar mediante ações na iniciativa governamental ou da própria
sociedade, amparada legalmente pelo Lei Orgânica da Assistência Social.
o
O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) é descentralizado e
F
participativo, público, não contributivo, integrado pelos entes federativos e pelos
respectivos Conselhos de Assistência Social e entidades de assistência social
abrangida pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). Está estruturado e
organizado por política específica pelas quais se articula os serviços a serem
258
ofertados, os programas a serem atendidos, os projetos a serem executados e os
benefícios a serem oferecidos pelo ente público. Envolve complexidade
direcionada à proteção social básica pela qual se previne situações socialmente
gravosas; inclui ainda a proteção social especial principalmente no que refere a
direito violado neste caso especificando média e alta complexidade.
e
que se tem em uma democracia que legitima seus governantes, é uma dominação
s
exercida por parte da elite, deturpa o conceito de dominação e poder. A dominação
e o poder são diferenciados pela legitimidade que a primeira recebe pelas pessoas
l U
que estão sob a sua égide. Essas pessoas, quando estão sob a dominação, passam
a obedecer ao seu algoz sem qualquer resistência, o que facilita a expansão do
a
campo de dominância daqueles que submetem os indivíduos e os grupos.
n
o
Ingressa nesse estudo os conceitos sobre política pública, outra vertente que
s
conflui sociologicamente com a dominação weberiana. O seu foco é a ordem
e r
social institucionalizada, em que se exerce as relações de poder. Segundo Barreto
(2014), a democracia moderna é uma forma de dominação elitizada, admitida pelo
P
povo dominado que aceitam pela maioria os desígnios e as decisões sobre si
r
lançadas. Considerando a subjetividade, a dominação encontra respaldo na
o
vontade e intencionalidade de quem aceita ser dominado; esta atitude espúria se
baseia em regras instituídas sob a legitimidade de um poder constituído, seja pela
F
legalidade, pelo tradicionalismo ou pelo carisma do dominador, que formam uma
espécie de pacto intrínseco beneficiado, geralmente, por uma cultura social pelo
aceite da dominação.
259
Gestão de projeto público é o ato para o alcance da eficiência,
principalmente longe da burocracia excessiva, como aborda Crozatti (1998).
Segundo o autor, visa obter o atendimento das entregas sem os desperdícios dos
meios disponíveis; daí a importância de uma estratégia nas entidades públicas. A
Gestão de Projetos (GP) avança da sua aplicação prática de modo a transformar
as necessidades em soluções de natureza estrutural e humanas. O projeto público
é aquele direcionado ao benefício de toda uma sociedade. Sãos os tipos de projetos
que propiciam, por exemplo, a geração de rendas à comunidade, ou a qualidade
de vida ao cidadão beneficiário do serviço público. Os projetos públicos têm como
objetivo fornecer bens e serviços que possam aumentar o bem-estar da sociedade.
É um esforço temporário e estruturado, planejado e controlado, para ser realizado
por pessoas, com o intuito de criar/produzir um produto, serviço ou processo.
Deve possuir um Objetivo final claro e definido. Possuir um Ciclo de vida
estabelecido, com o início, meio e fim do projeto público. Utilizar recursos
limitados. São de fato Produto/Serviço/Processo único, com características
distintivas. Envolve riscos e incertezas. Deve Possuir cliente(s) que podem ser
previsíveis, ou por encomenda.
s e
U
A Bow Tie ou gravata-borboleta é uma ferramenta de riscos, relacionando
l
objetivo, risco e suas causas e consequências, e os controles existentes. Risco é
a
todo evento ou condição incerta que, caso ocorra incorrerá em um efeito positivo
n
ou negativo em um ou mais objetivos do projeto, tais como escopo, cronograma,
o
custo ou qualidade como se advém da leitura na Teoria da Incerteza.
r s
Nesta tarefa, procurou-se conceituar ferramental técnico como a Bow Tie,
e
seguindo a abordagem tratada em Kreutz e Vieira (2018); segundo esses autores
foi Henry Gantt o precursor do uso de ferramenta em gestão ao aplicar em técnicas
r P
de planejamento e controle, e utilizou o gráfico de barra como uma ferramenta de
gerência de projetos; Gantt associou as ferramentas às Teorias da Administração
o
Científica, de Frederick Winslow Taylor; serve como um instrumento de natureza
F
física ou intelectual aplicado pelo indivíduo na realização de suas tarefas laborais.
Bow Tie pode ser representado por um diagrama demonstrativo de fácil
entendimento no qual se identifica os riscos a serem considerados em face a uma
situação. Assim, se proporciona a oportunidade de conhecimento sobre estes
260
riscos identificados, o que irá facilitar a sua avaliação para trazer a contexto a
forma de superação das barreiras afastando a possibilidade de um resultado
inseguro. A severidade de risco é a grandeza que tem duas variáveis: probabilidade
e severidade e suas variáveis que atuam nas duas dimensões e por isso se chama
gravata borboleta, servindo de didática no conhecimento e prática de gestão de
projetos públicos.
3. METODOLOGIA DO PREPARO
s e
U
3.1 Quanto ao Método do Estudo de Caso
a l
n
Consulta bibliográfica em Cardoso (2019) consta que o Método do Estudo
de Caso envolve choque de ideias contextual que possibilita o estudo de fenômeno
s o
organizacional na busca pela sua compreensão através da qual se produz relatórios
r
amparados por um corpo teórico e conceitual como se procederá neste documento.
e
Este método detalha uma realidade e, segundo o referido autor, apontamento de
P
Lakatos e Marconi (2017) permite elaborar estudos em um contexto investigativo
como este relacionado a gestão de projeto público assistencial de vulnerabilidade.
or
O Estudo de Caso envolve o tratamento de uma situação, ou de um fato ainda
pendente de solução no âmbito da administração em uma organização pública ou
F
privada. É nesse contexto que se buscará nesta tarefa interpretar o fenômeno da
vulnerabilidade no âmbito da municipalidade portovelhense, de modo a encontrar
261
uma solução no eixo de decisões que alcançam a melhoria da gestão de projetos
públicos.
s e
Filho e Silva (2021) informam que Habermas permitiu verificar a existência
U
de um conceito de uma sociedade poderosa tanto administrativamente quanto
l
economicamente, conforme as influências das escolas anteriores à de Frankfurt.
a
Os autores destacam, ainda, o posicionamento de Siebeneichler sobre Habermas,
n
no qual afirma que a filosofia falhou ao tentar encontrar uma interface objetiva
entre o sujeito comunicativo e o mundo. Dando origem assim aos problemas
s o
ocasionados pelas distorções, afirmações confusas e o limiar da dúvida na
r
demonstração fidedigna da realidade. Nesta feita, esta pesquisa será
e
fundamentada na ação comunicativa proposta por Habermas, a fim de responder
P
como a ferramenta Bow Tie poderá auxiliar no gerenciamento de projetos público
de assistência alimentar a desvalidos na municipalidade portovelhense.
or
Nesta feita, a presente pesquisa busca alcançar seus objetivos por
intermédio de uma abrangência cognitiva. Tendo como único intuito a
F
contribuição científica, através de um texto com linguagem analítica.
262
3.4 Quanto à ferramenta aplicada.
s e
Este estudo é realizado em um cenário exposto a uma degradação incomum,
conforme consta nas estatísticas oficiais, inobstante a possibilidade de dados
U
escamoteados que não conferem em uma simples análise crítica, ademais do
l
observado in situ. É neste universo que o site da UNASUS aponta no ano de 2019
a
a mortalidade infantil de 13.04 óbitos para cada mil indivíduos que nascem,
n
enquanto o tolerável seria de 12 para cada mil indivíduos. Quanto à educação,
o
apenas 17% da população se encontra matriculada em algum estabelecimento de
s
ensino neste mesmo ano, e apenas 31,3% na população possui uma ocupação,
r
trabalho e/ou renda. Entretanto, a estatística oficial aponta para 2018 uma renda
e
per capita de aproximadamente USD 5.874, contrariando assim a lógica dos
P
dados oferecidos. Ademais da precariedade em habitação, péssima distribuição de
água tratada, e da inexistência de saneamento básico na municipalidade, como se
or
observa na Figura 1 a seguir, tudo isso que resultam na proliferação de doenças
entre os residentes.
F
263
Figura 1 - Precariedade habitacional, de saneamento e outros que expõem
a vulnerabilidade
s e
ribeirinhos para a construção de duas barragens hidroelétricas no município, e que
em nada contribui em termos de sustentabilidade, ou pelo menos não se evidencia
U
na realidade estrutural. O desespero no interior dos lares avança de tal forma, que
l
passam a assassinar mulheres; tanto que foi sancionada a Lei 2.618, de 12 de julho
a
de 2019 que institui o Dia Municipal de Combate a Feminicídios. E os assaltos a
n
mão armada são noticiados diuturnamente, enquanto as invasões de terra com
o
morte no município se tornam um escândalo em nível nacional.
r s
Cabe salientar que, conforme IBGE (2021), o município portovelhense com
e
os seus 12 distritos, é a capital de maior extensão territorial do país, com
aproximadamente 34.091 km², área que é superior a todo o Estado de Sergipe ou
r P
de Alagoas no nordeste brasileiro; a dimensão é maior que países como Ruanda,
Israel e Bélgica. Está aqui identifica uma lógica muito mal interpretada, quando
o
de avalia a predominância de indivíduos desocupados, humilhados à condição de
F
pedintes, enquanto ao seu redor é identificada esta extensa área agricultável,
inadequadamente gerenciada, padecendo da falta de políticas públicas eficientes.
A violência agraria se revela no Município-Estado, substituindo o progresso
pujante, com uma mão-de-obra disponível que clama por espaço. Ocorrência
264
como a demonstrada na Figura 2 abaixo, na Fazenda Santa Carmen submetida ao
terror, no Distrito de Abunã, reforça a estatística com 38 indivíduos presos, 18
ameaçados de morte, 5 torturados e 1 assassinado.
Figura 2 - Fazenda Santa Carmen, Distrito de Abunã.
s e
Todo este cenário de violência soma-se a constantes escândalos de
corrupção, ladroagem por agentes públicos, tráfico de armas e de drogas, dentre
l U
outros variados delitos. Eis que a municipalidade portovelhense instituiu a Lei
2571, de 21 de fevereiro de 2019, pela qual admitiu a obrigatoriedade do seguro-
a
garantia de execução contratual, ou Seguro Anticorrupção; e a Lei 2741, de 20 de
n
março de 2020, cria o Selo Anticorrupção para empresas que adotarem os
o
programas de integridade. Obviamente, tantas legislações somente terão efeitos
s
práticos se a sociedade civil convergir a um comportamento ético e a
e r
administração pública vir admitir corretivos, medidas atitudinais, ações eficazes,
e a coerência no gerenciamento de dados e de informações que melhorem o
P
processo decisório, em vez de otimizar o marketing governamental. Os
r
descalabros ora apontados são do domínio público, portando induzidos
o
irresponsavelmente, sem uma fiscalização superior que os detenha; deles resultam
a fome e o precário atendimento paliativo que se analisa a seguir.
F
Busca realizada no site institucional do Governo do Estado de Rondônia
notícia que a assistência alimentar vem sendo realizada por intermédio de
restaurantes populares, atualmente à disposição dos indivíduos em estado de
265
vulnerabilidade na capital portovelhense. Dois grandes programas com propósitos
similares e operações diferentes são operacionalizados para este tipo de
assistência alimentar; o primeiro criado foi o Restaurante Popular Prato Cheio,
que alcançou uma aprovação significativa, porém teve suas atividades encerradas
dois anos depois. O outro programa assistencialista do gênero é o Programa Prato
Fácil que, por meio de terceirização, oferece alimentação ao valor de USD 0,36
aos cidadãos cadastrados no CadÚnico; ressalta-se que este valor cobrado é
subsidiado pelo poder público aos cadastrados pelo sistema e-Governo.
A descritiva assistencial acima não possui estatística oficial; porém estima-
se a oferta de 1,5 mil refeições diárias nos dias úteis. O certo é que a população
assistida não é controlada, o que dificulta uma análise conjuntural da situação,
escamoteando a informação, enquanto dificulta a solução diante de um cenário
duvidoso, no qual a vítima é a própria sociedade pagadora de imposto. Na rotina
se depara diuturnamente com indivíduos desvalidos, pedintes pelas ruas da
capital, em um descalabro imoral que revela a falta de gestão de projetos públicos
de assistência aos vulneráveis.
Busca em IBGE (2021) traz estimativa populacional de 548.942 indivíduos
estabelecidos na capital portovelhense. Segundo Silva e Cavalcanti (2020), nesta
população está aproximadamente 33,47% em baixa vulnerabilidade, 26,62% em
s e
média vulnerabilidade, 29,5% em alta vulnerabilidade e 4,65% da população em
muito alta vulnerabilidade. Estas autoras revelam uma situação escandalosa, pois
U
a soma destes percentuais atinge quase a totalidade dos residentes na Capital em
l
estado de vulnerabilidade, o que requer uma melhor reflexão da realidade fática,
a
ademais do observado in situ.
o n
De acordo com SEAS (2021), o Programa Prato Fácil tem como objetivo
fornecer alimentação de qualidade à população portovelhense em estado de
r s
vulnerabilidade social. Porém, em face da informação ora coletada, a respeito
e
desta situação, combinada com a estimativa populacional realizada pelo órgão
oficial de estatística, resulta em um número de 204.538 indivíduos em estado
r P
crítico de vulnerabilidade, o que contradiz com um atendimento de apenas 1.500
refeições diárias oferecidas pelo Programa Prato Fácil; mesmo se adicionarem
F o
1.500 refeições a serem fornecidas pelo Restaurante Popular Prato Cheio. Assim,
resta claro uma confusa estatística revelando o absoluto descontrole do projeto
público de assistência a vulneráveis.
Salienta-se que uma das condições para ingresso no CadÚnico, requisito
estabelecido pela para estar habilitado a participar do Programa Prato Fácil, ocorre
266
mediante uma renda média mensal de meio salário-mínimo por pessoa da família
(Ministério da Cidadania, 2021). Destarte, o que se confirma é a existência de
uma demanda muito maior do que a oferta atualmente, forçando a emergência
defenestrada neste estudo.
Vale um estudo comparado para se entender a conjuntura na capital
portovelhense. Eis que Padrão e Aguiar (2018), revelam um óbice ao programa
de oferta de alimentos consubstanciado na irregularidade dos recursos públicos.
Estes autores apontam, como exemplo, o fechamento de 16 (dezesseis)
restaurantes populares na Cidade do Rio de Janeiro, prejudicando a assistência
alimentar para 37.000 refeições por dia, em decorrência da falta de recursos
públicos, agravado pela crise fiscal e econômica em 2016. Vale conferir se esse
exemplo serve para comparar a crise assistencial na capital portovelhense,
comparando a densidade populacional de ambos os municípios. Exemplo similar
ocorreu aqui com o Restaurante Popular Prato Cheio, fechado desde 2018,
deixando de servir 1.500 almoços diários ou 33.000 almoços mensais, para
população em vulnerabilidade da Zona Leste da cidade. Sendo que esse tipo de
programa muitas vezes não é considerado como prioridade em momentos de crise
pelos governantes locais.
Outro problema envolve os motivadores de programas sociais, como o
s e
Bolsa Família, CadÚnico e os próprios restaurantes populares deslocados da
população vulnerável. Dados coletados em SEAS (2021) indicam a existência de
U
restaurantes cadastrados no Programa Prato Fácil estabelecidos no centro da
l
cidade, dificultando o acesso aos residentes na periferia, local da pior degradação
a
humana que a academia poderia conhecer. Mas existem dois restaurantes no
n
centro da cidade, um entre as Zonas Norte e Sul, no Bairro Lagoa, e dois na Zona
o
Leste - um no Bairro Cuniã e outro no Bairro Cidade Jardim; sãos localizações
s
onde existem diversos plantéis da construção civil, que contratam serviçais em
e r
precária condição, e longe de uma fiscalização séria pelos organismos
responsáveis pela relação de trabalho.
r P
o
4.1 Levantamento dos principais óbices a projeto assistencial desta
natureza na capital
F
O programa de fornecimento de alimentação a população em estado de
vulnerabilidade Prato Fácil é referenciado no Portal do Governo de Rondônia
267
como contribuidor para diminuição da fome e da desnutrição familiar, contudo,
não se encontra no mesmo texto os dados estatísticos esclarecendo o quanto o
programa tem colaborado para os referenciados fins, nem no Estado de Rondônia
e nem no município de Porto Velho. Conforme já informado neste trabalho, a
capital rondoniense possui atualmente quase que a totalidade de sua população
em estado de vulnerabilidade. A quantidade de refeições diárias está aquém dos
propósitos anunciados no Portal do Governo estadual.
Outro fator significativo, omitido pelas informações governamentais, se
refere ao Programa Prato Fácil diante do perfil dos comensais. O site da Secretaria
de Estado de Assistência e do Desenvolvimento Social (SEAS) não demonstra
quem são os beneficiados do programa, sexo, idade, estado civil, renda e mais
outros dados. Assim, prejudicam o cumprimento dos objetivos do programa,
devolvendo a negligência à população de miseráveis. Do exposto, se faz
imprescindível o delineamento do perfil do público atendido; daria maior
transparência ao programa, evitando dúvidas sobre os verdadeiros beneficiados
pelo projeto; afastaria privilégios, como o fornecimento a trabalhadores da
construção situada ao lado do restaurante fornecedor de refeição; então, ocorrerá
a supremacia do interesse público a que se presta o programa.
A respeito da transparência dos dados disponíveis para estudos sérios, no
s e
site da SEAS consta apenas a informação sobre os pratos disponíveis diariamente,
por intermédio do endereço eletrônico do site governamental PRATOFACIL; mas
U
sempre está inacessível para consulta, pelo menos, até o dia 1 de novembro de
l
2021, época do preparo deste estudo. Cabe salientar que, além dessa informação
a
não ser suficiente em face da transparência requerida, o cidadão continua
n
desinformado quanto aos gastos com o programa; esta opção única de site
o
permanece oculta à população, revelando pouca seriedade diante de um grave
s
problema de interesse público.
e r
P
4.2 Identificação das possíveis soluções de enfrentamento aos
r
obstáculos assistenciais.
F o
Segundo Guimarães e Jannuzzi (2004) a pressão social por maior
disseminação de estatísticas, indicadores e índices com a finalidade de subsidiar
o processo de planejamento, implementação, avaliação e monitoramento de
políticas públicas tem sido cada vez maior nos últimos tempos; sobretudo, em
268
virtude de sucessivas crises econômicas e ao acúmulo de necessidades locais. É
necessário que a governabilidade aumente, por intermédio de pesquisas internas
ou convênios com outros órgãos governamentais ou instituições de pesquisas, o
levantamento de dados referente à população em vulnerabilidade a ser atendida
pelo programa; com isso, propiciando um melhor planejamento para
implementação do programa de alimentação aos vulneráveis da municipalidade
portovelhense.
Esses levantamentos são subsídios para permitir o atendimento pelo
programa ao público mais necessitado - dentro do limite das ofertas; assim como,
a sua correta divulgação, aumenta a transparência sobre o programa, permitindo
maior controle da população e, por conseguinte, diminuindo a margem para
desperdícios e desvios de recursos públicos. Outro fator importante, advindo, de
um correto levantamento estatístico para o programa, seria o conhecimento real
do óbice alimentar sofrido pela população em estado de vulnerabilidade em Porto
Velho, o que permitiria uma análise mais assertiva do esforço a ser empregado –
financeiro e de trabalho – para correta implementação de oferta de alimentação
que possa cumprir de forma efetiva os objetivos do programa do governo estadual.
Contudo, a baixa oferta de alimentações frente à potencial demanda do
programa não se deve apenas a falta de um correto levantamento de informações
s e
para sua implementação. Segundo o Portal Rondoniagora (2021), o governo
estadual tem informado que a quantidade de alimentação ofertada pelo programa
U
teria sido maior se ocorresse maior número de empreendedores do ramo de
l
alimentação participando na chamada editalícia, cumprindo os requisitos
a
previstos no certame. Assim, está demonstrado que o problema da falta de oferta
n
também se dá pela menor quantidade de restaurantes qualificados para a licitação
o
pública, na forma da regra.
r s
Nesta feita, conforme os ensinamentos de Szpoganicz (2003), nos últimos
e
anos há uma nova orientação para as finalidades a serem atingidas pelo poder de
compra estatal, dentre as quais, pode-se destacar para esta pesquisa: o objetivo de
r P
difundir técnicas modernas de gestão e qualidade, e troca de experiências entre
empresas estatais e fornecedores no sentido de qualificação de fornecedores. O
o
autor ainda destaca a conceituação do desenvolvimento e qualificação de
F
fornecedores como a parceria para desenvolver um conjunto de ações, com fulcro
em estabelecer programas para qualificação de fornecedores em técnicas de
gestão empresarial e organização para qualidade. Desta forma, a busca de uma
parceria entre o governo do estado de Rondônia para o treinamento de possíveis
269
participantes do programa, seja por treinamento direto desenvolvido por seus
funcionários ou em parceria com instituições de ensino, poderia aumentar a
quantidade de restaurantes habilitados para participar do programa e, em
consequência, o aumento de ofertas de alimentação a população necessitada do
município de Porto Velho.
Segundo Platt Neto et. al. (2007), o planejamento, a transparência e a
participação popular são os pilares que alicerçam a Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF). Os autores afirmam que a participação popular e o controle social são
impraticáveis sem a exposição de dados governamentais relevantes, confiáveis,
tempestivos e, sobretudo, compreensíveis para o cidadão comum. Assim, para os
mesmos a transparência nas informações é uma política de gestão responsável,
favorecendo o exercício da cidadania pela sociedade.
Do exposto, percebe-se a necessidade de juntamente com a exposição do
programa e seus objetivos na página do governo de Rondônia na internet seja
também divulgado os gastos e demais dados do programa Prato Fácil de forma:
relevante, confiável, tempestiva e de fácil entendimento para a população, a fim
de que acha transparência e participação popular no monitoramento dos gastos e
resultados do programa. Fator que é necessário para uma gestão responsável e
para o exercício da cidadania.
s e
Para Dornellas (2015), a correta aplicação de recursos orçamentários é uma
obrigação da administração pública, tendo em vista que são escassos e baseados
l U
na arrecadação e no endividamento público. Desta forma, cresce de necessidade
que o recurso aplicado em uma política pública seja direcionado com corretos
s o
Do exposto, observa-se que o SEAS (2021) informa em sua página na rede
r
mundial de computadores que os critérios para participar do programa Prato Fácil
P e
são: estar previamente cadastradas no CadÚnico e constantes na base de dados do
Sistema Prato Fácil, desenvolvido pela Superintendência Estadual de Tecnologia
r
da Informação e Comunicação – SETIC. A secretaria informa, ainda, no mesmo
o
sítio que o programa oferece cerca de 1.500 (mil e quinhentas) refeições diárias.
F
Ocorre que, conforme o Ministério do Desenvolvimento Social (2021)
cerca de 82.964 pessoas no município pesquisado eram beneficiadas pelo
Programa Bolsa Família, possuindo cadastro no CadÚnico. Assim, esse efetivo
está habilitado mediante seu cadastro na base de dados do Sistema Prato Fácil a
270
participar do programa de alimentação do governo de Rondônia; demonstrando
uma enorme incongruência entre as alimentações ofertadas, a demanda existente
e os objetivos propostos pelo programa.
Grave fato se constata ao analisar a estatística populacional da
municipalidade portovelhense, pois os indivíduos aptos a serem cadastrados no
CadÚnico no município em função do rendimento nominal per capita familiar
abaixo de meio salário mínimo, perfaz 1/3 da população local. Levando-se em
conta a população estimada pelo IBGE para 2021 (548.952) e a estimativa
realizada pelos estudiosos, a população estaria dividida em: a) baixa
vulnerabilidade = 183.731; b) média vulnerabilidade = 146.128; c) alta
vulnerabilidade = 161.938; d) muito alta vulnerabilidade = 25.526. Deste estudo
se infere que apenas 31.619 habitantes não estariam em estado de vulnerabilidade,
o que é lamentável, tendo em vista a riqueza que transborda no cenário deste
estudo.
A crítica sobre esta estatística dos miseráveis permite inferir pela
necessidade de criação de critérios mais válidos para alcançar a reversão do
gravame. Fundamental é solucionar de plano a questão da fome, e em seguida as
demais soluções que rondam os indivíduos vulneráveis, sem informações
enganosas que prejudicam estudo sério como este ofertado pela academia. Isso
s e
porque a vulnerabilidade tangencia problemas circulares, como aqueles
relacionados a saúde física e mental, segurança pública, habitação, educação e
U
geração de renda para estes excluídos. Para a imediata solução da fome, a
l
assistência com este número insignificante de refeição do programa
a
governamental se faz ridículo; primeiro porque não atende sequer 5% dos
n
vulneráveis; depois porque as cestas básicas seriam bem mais práticas, pois
o
alcançariam as famílias carentes, desde que lhes seja contemplado um salário-
s
mínimo para as demais necessidades constitucionalmente previstas.
e r
Decidir por limitar o público a ser atendido, de forma prioritária, para os
mais necessitados, em equilíbrio com a oferta no número de refeições, é o
r P
caminho ideal. Exigência para as condições dos fornecedores devem ser
reduzidas, o que permitiria a ampliação do número de ofertas de refeições,
F o
paulatinamente, conforme se aumente o número destas ofertas. Dessa forma, será
possível que o programa possa suprir os mais miseráveis primordialmente, ao
longo dessa possível ampliação.
271
4.3 Proposta de framework com proposições críveis para o sucesso no
gerenciamento da situação mediante o uso da ferramenta Bow Tie.
A Ferramenta Bow Tie é definida nesse estudo como uma técnica útil na
gestão de projetos públicos como previsto nessa tarefa. Estão assim demonstradas
na Figura 3 e nos Quadros 1, 2, 3, 4 e 5 que seguem, com os idealizadores que se
oferece como framework.
C CP CR CONS
C1 CONS1
FR
CP1 CR1
C2 CONS2
CP2 CR2
C3
AV
s e CONS3
U
CP3 CR3
al
C4 CONS4
n
CP4 CR4
o
FI FI
s
BI
r
BI
adaptado)
P e
Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados coletados. (BowTieXP
or
F
272
Quadro 1 - Causas de óbices na gestão de projeto público de assistência a
vulneráveis
Elementos Descritivas
C1 - Falta de estatística Não foram demonstrados estudos suficientes com embasamento em dados
compatível estatísticos para que fosse factível a correta implementação do programa
para assistência aos vulneráveis.
e
C4 - Oferta incompatível O número de cidadãos habilitados a serem contemplados pelo programa no
s
município de Porto Velho é muito maior que o ofertado pelo governo
estadual.
l U
a
Quadro 2 - Medidas de controle nas causas de óbices na gestão de projeto público
n
de assistência a vulneráveis
Elementos
r s o Descritivas
das causas
e
CP - Medidas de controle Ações a serem realizadas pelos organismos públicos e sociedade civil em
P
geral para cessarem ou amenizarem os motivos que dão origem a óbices para
o sucesso do programa.
o
CP1 - Melhoria no
r
levantamento de dados
A realização de estudos em dados que permita uma correta implementação
do quantitativo de recurso a serem empregados, assim como referente à
F
dos necessitados distribuição territorial dos restaurantes habilitados em Porto Velho.
273
CP2 - Informação O Estado, como forma de accountability, deve facilitar o acesso às
fidedigna dos recursos informações do programa aos cidadãos e as organizações de fomento a
disponibilizados pelo assistência aos vulneráveis, que deve ser de forma mais fidedigna possível.
programa
CP3 - Aumento dos Enquanto o programa não atingir toda a população vulnerável do município,
requisitos para a devem ser criados novos requisitos para que a oferta atualmente insuficiente
participação no possa atingir a porcentagem mais necessitada da população.
programa
CP4 - Ações contra as Deve haver melhoria e aperfeiçoamento do projeto, visto que há um abismo
limitações ao programa entre a proposição feita e sua efetividade, que deve ser diminuído por meio
de constantes ações contra as limitações existentes no programa.
Elementos Descritivas
CR - Medidas de controle Trata-se das ações a serem realizadas para cessarem ou ao menos
das consequências amenizarem as consequências causadas pelos óbices ao sucesso do
e
programa de assistência as pessoas em situação de vulnerabilidade social.
fidedignos nos
planejamentos s
CR1 - Utilização de dados A utilização de dados corretamente levantados por intermédio de estudos
U
científicos permite um melhor planejamento e maior chance de se alcançar
os objetivos propostos pelo programa.
CR2 - Melhor
a l
Os dados fidedignos levantados para a melhor concretude do programa
n
disponibilização dos devem ser postos em plataformas digitais e outros meios que facilitem o
dados a sociedade seu conhecimento e fruição pela população local.
CR3 - Priorização ao
atendimento dos mais
s o
Não sendo possível oferecer alimentação a todo público alvo, deve-se
r
priorizar os mais necessitados dentro da quantidade ofertada, até que o
e
necessitados Estado forneça paulatinamente a quantidade de refeição ideal para todos.
P
CR4 - Aumento de oferta Deve ser aumentada a oferta de alimentação no programa, pois a
r
de alimento quantidade servida atualmente é ínfima em relação ao efetivo de habitantes
em situação de vulnerabilidade no município.
F o
Fonte: Elaborado pelos autores.
274
Quadro 4 - Consequências dos óbices na gestão de projeto público de assistência
a vulneráveis
Elementos Descritivas
CONS1 - Falta de O planejamento que seja incorreto em sua implementação impede que o
planejamento para uma programa seja efetivo em seu propósito, assim como não permite ter a
oferta compatível correta noção de sua ineficiência para correção de rumos de sua viabilidade.
CONS2 - Desvios e mau A falta de transparência e fiscalização da sociedade civil permite maiores
uso de verbas oportunidades para ocorrência de desvios e dos mais diversos tipos de
desperdícios de verbas públicas em pregadas em políticas públicas.
CONS3 - Não A não focalização do percentual mais pobre da população compatível com
atendimento aos mais a quantidade de oferta de refeições existentes permite que os mais
vulneráveis vulneráveis sejam preteridos por outros menos miseráveis nas ações do
programa.
CONS4 - Não Existe uma grande quantidade de alimentação a ser ofertada para que possa
e
atendimento a totalidade atender a todo público habilitado ao programa ou, pelo menos, uma parcela
s
da população vulnerável consistente dos mesmos.
U
Fonte: Elaborado pelos autores.
l
Quadro 5 - Fatores e barreiras à intensificação das causas e consequências, fator
a
de risco e evento.
Elementos
o n Descritivas
FI - Fator de
r s
Trata-se de elemento atrelado as causas que deram origem as condições dos
e
intensificação das causas indivíduos que vivem em situação de vulnerabilidade social que maximiza
P
a precarização das condições vividas, trazendo ainda maiores
consequências para sua mitigação.
FI - Fator de
or
intensificação das
Em razão das causas que produzem a situação de vulnerabilidade surgem
as consequências que transparecem no seio da sociedade e que são
F
consequências intensificadas, além de seus próprios óbices, pela falta de providência por
parte do Estado aos desassistidos.
BI - Barreira à Ações a serem implementadas pelo Estado e sociedade civil em geral para
intensificação das Causas coibir ou ao menos amenizar o surgimento das causas que dão origem aos
275
mais diversos tipos de vulnerabilidade social, principalmente com a criação
de projetos públicos na área.
BI - Barreira à Trata-se das ações a serem realizadas para mitigar os efeitos das
intensificação das consequências, por meio de medidas que amparem os indivíduos e não os
consequências deixem desassistidos dos programas; e busca ao sucesso do programa de
assistência as pessoas vulneráveis.
FR - Fator de Risco Trata-se do elemento que vai desencadear o evento depois de analisadas as
origens, apontadas as prevenções, com indicação precisa do controle que
busca a sua mitigação e também das consequências pela ocorrência do
evento.
AV - Alimento para É o evento em si, elemento que foi desencadeado pelo risco analisado,
Vulneráveis nesse caso a fome, que adveio de causas que, mesmo com análise de
prevenções e controles de riscos, caso não haja medidas urgentes trará
consequências devastadoras aos vulneráveis.
5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES.
s e
Quando se trata de atender as necessidades da população local, o que se
U
espera do poder público é o uso efetivo das ferramentas para prover os meios de
l
assistir à população desvalida. Projetos públicos e uma gestão eficiente são
a
necessários para operar instrumentos certos na assistência aos vulneráveis. A
n
capital portovelhense vivencia momento de crescimento da vulnerabilidade de sua
o
população, muito em decorrência da crise sanitária que se estabeleceu em todo o
s
planeta por conta da COVID-19. Corrobora com a situação atual a falta de
r
emprego e renda, a desocupação forçada de áreas, em razão da inundação causada
P e
pela construção de hidroelétricas, que trazem como consequência um inchaço da
população local, com muitas pessoas sem moradia, saneamento básico, saúde
r
pública, educação e tudo mais que deveria ser provido ao cidadão pagador de
impostos.
F o
Nessa problemática foi utilizada a ferramenta Bow Tie para dar arrimo a
gerenciamento de projeto público de assistência alimentar a população em estado
de vulnerabilidade na municipalidade, levantando os principais obstáculos a
serem enfrentados para criação de projeto assistencial desta natureza e
276
identificando as possíveis soluções, além de oferecer um framework para a
efetivação do sucesso no gerenciamento da situação mediante o uso da referida
ferramenta. Por se tratar de pesquisa qualitativa, o estudo de fenômeno de ordem
social permitiu criar um relatório dos resultados de acordo com os objetivos
almejados para a melhoria de projetos públicos.
É salutar a existência de uma gama de ações e serviços direcionados a
socorrer as pessoas desamparadas e que estão às margens do contexto social,
como é o caso dos indivíduos em situação de rua da capital portovelhense.
Construir de uma identidade valorativa que dê sustentação à assistência é um
desafio, em razão do que se apresenta no bojo de uma sociedade excludente,
devido os contrastes e exclusões da sociedade, sendo imprescindível uma
transformação no trato social para da acolhida merecida aos desvalidos de fome.
Para isso o Estado precisa usar de estratégia para ampliar e implementar as
medidas de proteção da população vulnerável por meio de políticas públicas.
No tocante à saúde das pessoas em estado de vulnerabilidade, percebe-se
que o desafio é intrínseco ao próprio contexto de vida dos vulneráveis, visto que
a precariedade e insalubridade que os rodeiam expõem as pessoas na sua luta pela
sobrevivência, ensejando riscos cumulativos que suplicam intervenções e formas
de tratamento orientadas para que se consiga garantir a integralidade das benesses
s e
preconizadas pelo Sistema Único de Saúde. Logo, a falta de moradia ou a
inadequada provisão de habitação desponta como problemática a ser superada
U
para mitigar as necessidades das pessoas vulneráveis e fomentar os resultados de
l
saúde da população nessa situação degradante.
n a
No entanto, as medidas de enfrentamento e superação das vulnerabilidades
sociais na capital portovelhense são recentes, o que exige mais cobrança da
r s o
sociedade na atuação do Estado para implementação, cujo primado é a garantia
de direitos e dignidade para a população desprovida, que se sente impotente em
e
suas frustrações e às margens da sociedade. Para não ignorar essa realidade, é
preciso concretizar novas abordagens quando da implantação ou alteração das
r P
políticas públicas de assistência aos vulneráveis. Deve-se conjugar tais políticas
com outros projetos de cunho social, como programas de habitação, de geração
F
necessidades.
o
de emprego e renda e outros que induzam elementos facilitadores as suas
277
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s e
l U
n a
r s o
P e
or
F
280
Capítulo 13:
Ferramenta 5W2H aplicada na gestão de
projeto público para desfazimento de bens
inservíveis
Isis Bruna Gomes Pacheco. Mestranda do PROFIAP/ UNIR, Brasil. Email:
isis.pacheco@unir.br
Resumo
s e
Esta tarefa se refere à gestão de projeto público para desfazimento de bens
U
inservíveis em uma instituição federal de ensino. A pergunta a ser respondida é:
l
como otimizar o processo de desfazimento de bens inservíveis considerando o
a
início das ações instituídas por normas internas? Para responder ao
n
questionamento é apresentado como objetivo geral estudar as ações requeridas na
o
via de otimização no processo de desfazimento de bens inservíveis em um projeto
s
público em funcionamento. Tem base na Teoria da Nova Gestão Pública, e aplica
e r
a Ferramenta 5W2H, na forma da legislação vigente. Para os resultados se aplica
o Método de Análise de Conteúdo, e os procedimentos afins comuns em pesquisas
P
qualitativas. A tarefa estudada alcança os princípios e objetivos da Política
r
Nacional de Resíduos Sólidos quanto à ecoeficiência, à visão sistemática
o
relacionada às variáveis que envolvem a gestão de resíduos sólidos, à
responsabilização de todos os referentes ao ciclo de vida dos produtos, à
F
importância da reutilização e da reciclagem como benefício socioeconômico e às
formas ambientalmente adequadas de resíduos. Os resultados deste estudo
demonstraram a viabilidade para a implementação da ferramenta 5W2H
direcionada à execução inicial do projeto público para desfazimento de bens
281
inservíveis, produzindo respostas satisfatórias em relação ao desempenho dos
servidores envolvidos que foram capacitados e à redução de burocracia impostas
por norma interna, alcançando assim, a otimização do processo de desfazimento
de bens inservíveis. Esta é mais uma colaboração a gestores públicos interessados
no assunto, servindo de subsídios na gestão de projetos públicos de desfazimento
de bens.
Abstract
e
optimize the disposal process of unserviceable goods considering the beginning
s
of actions instituted by internal rules? To answer the question, the general
objective is to study the actions required to optimize the process of undoing
l U
unserviceable goods in a public project in operation. It is based on the Theory of
New Public Management, and applies the 5W2H Tool, in accordance with current
n a
legislation. For the results, the Content Analysis Method is applied, and similar
procedures common in qualitative research. The studied task reaches the
r s o
principles and objectives of the National Solid Waste Policy regarding eco-
efficiency, the systematic view related to the variables that involve solid waste
e
management, the accountability of everyone regarding the life cycle of the
products, the importance of reuse and recycling as a socioeconomic benefit and
r P
to environmentally appropriate forms of waste. The results of this study
demonstrated the feasibility of implementing the 5W2H tool aimed at the initial
o
execution of the public project to dispose of unserviceable goods, producing
F
satisfactory responses regarding the performance of the employees involved who
were trained and the reduction of bureaucracy imposed by internal rules,
achieving thus, the optimization of the disposal process of unserviceable goods.
This is one more collaboration with public managers interested in the subject,
282
serving as subsidies in the management of public projects for the dismantling of
assets.
1.INTRODUÇÃO
s e
elementos procedimentais para as práticas iniciais desse projeto (1); identificar os
meios básicos para a capacitação requerida na tarefa de desfazimento de bens
U
inservíveis (2); apresentar as proposições ideais na atividade inicial do projeto
l
considerando a ferramenta 5W2H (3).
a
Este trabalho é estruturado com tópicos e subtópicos nos quais são
n
apresentados, após essa introdução, a revisão teórica e conceitual, a metodologia
o
utilizada para a preparação do estudo, os resultados em conformidade aos
s
objetivos ora indicados, a conclusão e as referências que amparam o estudo.
e r
P
2. REVISÃO TEÓRICA E CONCEITUAL
or
A base deste estudo é a Teoria da Nova Gestão Pública ou New Public
F
Management, a qual surgiu na Inglaterra e nos Estados Unidos devido às
alterações sociais que ocorreram após a Segunda Guerra Mundial com a ênfase na
eficiência, eficácia, qualidade e produtividade na gestão pública voltada aos
resultados mediante a aplicação de ferramentas utilizadas na administração
283
privada com o foco na desburocratização dos processos, conforme Mattia, Corrêa
e Corrêa (2020). Os autores afirmam que por conta da crise fiscal da década de 80
causada pelo crescimento excessivo do Estado, desencadeou a necessidade de se
implementar um novo modelo de gestão no setor público, pois os governos vêm
se esforçando para buscar a modernização sob a pressão de se diminuir a estrutura
do Estado.
públicos.
s e
2.1 Conceitos sobre procedimentos administrativos e gestão de projetos
l U
Pisa e Oliveira (2013) preconizam que as organizações públicas em todo o
n a
mundo têm alcançado resultados satisfatórios na realização de sua gestão,
realizando ações que propiciam a incrementação de melhorias na prestação dos
r s o
serviços à população de tal forma a promover a qualidade e controlar os custos
empregados na execução dos projetos públicos, estabelecendo-se estratégias e
e
ações inovadoras que facilitem a governança e contribuam para a eficiência na
execução, controle e alcance dos resultados esperados. Oliveira et al. (2018)
r P
compreendem que a gestão de projetos deve apresentar procedimentos que
caracterizam um método a ser adotado pela organização para regularizar as
o
atividades e padronizar os dados dos quais se obtém informações mais acertadas.
F
Para uma melhor compreensão sobre os procedimentos administrativos e a gestão
de projetos públicos, as suas conceituações serão expostas nos subtópicos a seguir.
284
2.1.1 Procedimentos Administrativos
e
Leitura em Madeira (2010) traz uma reflexão de que não há um
s
procedimento padronizado que seja posto em prática de modo geral, tendo em
vista que o início do procedimento da prática de um ato dependerá da conclusão
l U
do procedimento anterior que mesmo finalizado, pode ser contestado, impedindo
assim a iniciação do procedimento seguinte. Di Pietro (2017) argumenta que os
n a
procedimentos administrativos visam a resolução de processos referentes à
imbróglios ou a tomada de decisão da Administração Pública que deverá cumprir
o
as fases de instauração com a apresentação dos fatos, de instrução com a produção
r s
das provas, de defesa com a apresentação do contraditório e ampla defesa e de
e
decisão mediante o julgamento, possibilitando o direito de revisão da decisão por
meio de recurso.
r P
o
2.1.2 Gestão de Projetos Públicos
F
As organizações têm cada vez mais almejado o aperfeiçoamento de suas
atividades para enfrentar os desafios advindos das inovações tecnológicas e em
consequência, os projetos vem sendo bastante demandados para melhoria de
285
processos visando o alcance de metas e resultados, de acordo com Link, et al.
(2020). Almeida e Gouveia (2013) afirmam que a gestão de projetos na gestão
pública tem se utilizado de técnicas eficientes de gestão para a prevenção ou
correção de riscos e a gestão otimizada de recursos no anseio por resultados que
supram as demandas requeridas pela sociedade. Segundo Okano (2018), a gestão
de projetos públicos pode ser entendida como a atividade direcionada ao
conhecimento e acompanhamento do planejamento de ações estratégicas, metas e
objetivos com a finalidade de mensuração de desempenho, visando à melhoria de
resultados na prestação de serviços.
La Torre (2015) enfatiza que a gestão de projeto apresenta um ciclo vital
que tem o seu início e fim, sendo composto por fases sequenciais. A gestão inicia-
se pela proposta do projeto em que se formalizam as informações do projeto como
objetivos, metas, resultados e justificativas. Soares e Beirão Junior (2011) indicam
a fase de iniciação onde se avaliam os objetivos e riscos do projeto, apresentação
dos interessados, o desenvolvimento de estratégias, identificação dos recursos
disponíveis e a formação da equipe executora.
Estudos em La Torre (2015) identificam a fase de planejamento detalhado
do projeto quanto ao estabelecimento das ações, cronogramas, custos, recursos e
o resultado. Apanhado adicional efetuado em Almeida e Gouveia (2013) permitiu
e
evidenciar que a execução é a prática de fato do projeto com a realização das
s
atividades pela equipe e que o monitoramento e o controle são fases
concomitantemente com a execução pois são feitas avaliações relacionadas ao
l U
desempenho do projeto quanto ao cumprimento do seu planejamento. Mais ainda,
em Soares e Beirão Junior (2011) localiza-se uma corroboração significativa que
n a
reforça o encerramento tem o propósito de concluir o projeto, encerrando-se os
compromissos contratuais terceirizados e a compatibilização do resultado do
o
projeto, e por fim, a apresentação dos resultados e benefícios. O sequenciamento
r s
dessas fases que são desenvolvidas durante o ciclo de vida da gestão de projetos
e
públicos está apresentado na Figura 1 e no Quadro 1.
r P
F o
286
Figura 1 – Ciclo de vida da gestão de projeto
e
objetivos e recursos.
s
2. Iniciação 2.1 Nesta etapa, faz-se exame dos objetivos e restrições, identifica-se os
interessados no projeto, desenvolvem-se estratégias, constitui-se a equipe e
U
identifica-se os recursos.
3. Planejamento 3.1 Planeja-se o trabalho do projeto de forma detalhada com a definição de
l
ações, cronogramas, custos, recursos e o grau mínimo de qualidade que se
a
pretende alcançar.
n
4. Execução 4.1 Refere-se ao fluxo de operações que envolve a equipe na execução do
trabalho em cumprimento ao planejamento, aos padrões definidos e as
o
possíveis mudanças requeridas.
s
5.Monitoramento e 5.1 É realizado o “acompanhamento, regularização e revisão dos processos”
r
controle para averiguar se é necessário a implementação de alterações no processo
e
para atingir o objetivo.
P
6. Encerramento 6.1 É a etapa de conclusão do projeto que finaliza cada uma de suas etapas,
o encerramento de contratos, a conformidade do trabalho e a aceitação
r
formal.
o
7.Resultados e 7.1 É a avaliação final do projeto onde se apresentam contribuições positivas
benefícios e/ou negativas em relação ao resultado, identificando forças, fraquezas,
F
oportunidades e ameaças que podem influenciar na melhoria.
Fonte: Adaptado de La Torre (2015); Soares e Beirão Junior (2011); Almeida e
Gouveia (2013); Coelho, et al., (2014)
287
2.2 Conceitos e definições sobre capacitação técnica de pessoal e
desfazimento de bens inservíveis
s e
U
2.2.1. Capacitação técnica de pessoal
a l
n
O processo de capacitação é uma das ações da gestão estratégica de
o
pessoas que ajustada ao planejamento estratégico da organização, propicia o
s
desenvolvimento das capacidades humanas para transformá-las em fontes
e r
promissoras de vantagem competitiva, segundo Antoniassi Silva, Binotto e
Stradiotto Siqueira (2020). As autoras abordam que as três etapas desse processo
P
são as seguintes: a análise das necessidades de treinamento na qual se identifica a
r
demanda a ser desenvolvida, os atores envolvidos, os problemas e as
o
oportunidades; o planejamento instrucional diz respeito à definição das ações que
F
contemplem as demandas por treinamentos e que sejam consolidados em
documentos como projetos e planos de capacitação; e a avaliação é a etapa que se
avalia o treinamento quanto à aprendizagem no que tange ao aperfeiçoamento das
capacidades, à reação dos participantes em relação ao treinamento, ao impacto
288
positivo ou negativo de mudança de comportamentos no ambiente organizacional
e aos resultados para a organização de uma forma geral, que são identificados por
meio dos indicadores de desempenho.
e
importância da reutilização e da reciclagem como benefício socioeconômico e às
s
formas ambientalmente adequadas de resíduos. A realização desse processo é de
responsabilidade de comissão especial designada pela autoridade competente do
U
órgão pública, sendo composta por no mínimo, três servidores em consonância
l
com regra normativa, a qual deverá fazer a avaliação e a classificação dos bens
a
inservíveis de acordo com os requisitos estabelecidos nas classificações; dentre
n
essas classificações de bens inservíveis avaliados no processo de desfazimento,
o
apresentam-se as suas respectivas descrições no Quadro 2 a seguir.
r s
e
Quadro 2 – Classificação dos bens inservíveis no processo de desfazimento
1. Ocioso
r
Classificações
P Descritiva das classificações
1.1 É um bem móvel que se apresenta com bom funcionamento e em
o
condições perfeitas para o uso, mas que não atende mais as necessidades
F
do órgão público devido a perda de sua finalidade.
2. Recuperável 2.1. É um bem móvel que não apresenta condições de uso e a sua
recuperação custa até cinquenta por cento do seu valor de mercado ou
ainda que a análise e benefício desse custo se justifique e compense a sua
recuperação.
289
3. 3.1. É um bem móvel que necessita de manutenção que envolve custos
Antieconômico altos ou a sua produção é precária devido ao longo período de uso, ao
desgaste prematuro ou obsoletismo.
4. 4.1. É um bem móvel que deixou de ser útil para a sua finalidade em razão
Irrecuperável da perda de suas características ou do custo de recuperação se apresentar
maior do que cinquenta por cento do valor de mercado ou da análise e
benefício desse custo não justificar e compensar a sua recuperação.
Fonte: Adaptado de Brasil (2018).
s e
2.3 Conceitos e definições sobre a ferramenta 5W2H
l U
n a
Estudos em Pereira (2020) mostra que a matriz 5W2H adota uma
o
metodologia simples e de fácil entendimento, apresentando vantagens quanto a
s
sua aplicabilidade aos planejamentos de curto a longo prazo nos níveis
r
e
estratégico, tático e operacional para a obtenção de resultados positivos na
organização, oportunizando a análise de divergências no decorrer do processo de
r P
maneira que se estabeleçam estratégias relacionadas às alterações para atingir as
metas. Lopes, Konish e Pescumo (2019) ressaltam que a ferramenta 5W2H pode
o
ser aplicada conjuntamente a outras ferramentas de gestão da qualidade como o
F
diagrama de Ishikawa, por exemplo, o qual tem a finalidade de encontrar os
problemas que interferem na gestão a serem analisados para que ações de
melhorias ou correções de falhas sejam implementadas por meio da matriz 5W2H.
290
Freitas, Oliveira e Peressim (2019) explicam que a matriz 5W2H é
realizada na forma de um checklist que aponta a ação e os seus responsáveis,
cronograma e métodos, sendo construída a partir do levantamento e análise de
informações referentes aos problemas encontrados na realização do processo,
identificando o modo de interferência dos problemas, os responsáveis e os riscos
que podem ser gerados e propiciando a estruturação e organização das ações a
serem implementadas para a solução dos problemas.
Leitura em Avila Neto et al. (2016), a matriz 5W2H é estruturada no
formato de tabela onde serão feitos os questionamentos aos problemas a serem
solucionados, aplicando-se os 5W concernentes às perguntas na língua inglesa
what (o que), who (quem), where (onde), when (quando) e why (por que), e os 2W
referentes às perguntas how (como) e how much (quanto custa), com o intuito de
estabelecer a ação para a ser executada. A estruturação da matriz 5W2H com a
disposição das perguntas e a descritiva de cada uma delas, seguem na Figura 2.
s e
l U
n a
r s o
e
Fonte: Adaptado pelos autores
P
or
F
291
3. METODOLOGIA DO PREPARO
e
comunicações verbal e não-verbal, obtidos de diferentes formas, que chegam de
s
forma bruta ao pesquisador, exigindo uma maior compreensão, interpretação e
U
inferência das informações que estão sendo coletadas.
Ainda em Câmara (2013) o método da análise de conteúdo segue um
a l
conjunto de técnicas em três etapas, a saber, a pré-análise, quando se explora o
material e tratamento de resultados; visa o repasse das informações obtidas através
n
análise dos materiais coletados, clivados e categorizados. Na primeira fase, a pré-
o
s
análise, é definida como a da organização, e compreende a leitura flutuante dos
r
documentos seguida da preparação do material a serem analisados; inclui a
e
indicação do corpus da pesquisa obedecendo às regras de exaustividade,
P
representatividade, homogeneidade, pertinência e exclusividade. Na segunda fase
se tem a exploração do material; constituí na codificação e categorização dos
or
materiais colhidos na amostra que significa a criação de um código que ajude a
identificar os elementos da amostra selecionada. A terceira fase do processo de
F
análise do conteúdo é denominada tratamento dos resultados obtidos e
interpretação podendo ser realizada através da interferência com a finalidade de
pesquisar opiniões diversas sobre o assunto a ser analisado. A autora destaca ainda
que, mesmo havendo essas três etapas elas não precisam ser seguidas
292
sequencialmente, podem existir ainda diversas interpretações e variadas formas
de análise das informações no processo de pesquisa.
e
documentos que serão analisados para então fazer constituição do corpus e
U s
reformulação das hipóteses e objetivos, bem como a categorização para a
a l
o n
s
A gestão de um projeto público que se beneficie de uma ferramenta como
r
a 5W2H no que tange à elaboração de um plano de ação que busque a melhoria
e
na execução das atividades para desfazimento de bens inservíveis, desde que se
P
cumpra o regramento jurídico. Este estudo vem apresentar a simulação da fase de
iniciação da gestão de um projeto público para desfazimento de bens inservíveis
or
com a aplicação da ferramenta 5W2H para otimizar o processo quanto aos prazos,
à aplicabilidade legal, à eficiência dos resultados e à capacitação de pessoal.
F
Considerando que as primeiras ações do projeto estão definidas em normas
internas, a gestão de projeto público para desfazimento de bens inservíveis com o
uso da ferramenta 5W2H, primeiramente elaborou-se um plano de ação no qual
respondeu às perguntas empregadas pela ferramenta e as respostas foram
293
convertidas em informações que apresentaram as ações ou atividades a serem
realizadas (What?), o local da realização das atividades (Where?), a justificativa
(Why?), os responsáveis e envolvidos (Who?), os prazos ou período para
finalização das atividades (When?), os procedimentos a serem adotados durante a
execução (How?) e os custos das atividades (How much?), conforme o Quadro 3
a seguir.
2. Where? (Onde?) 2.1 Local 2.1.1 Depósito de guarda de bens inservíveis nas
instalações da sede do projeto público.
3.Why? (Por quê?) 3.1 Justificativa 3.1.1 Os bens apresentam desgastes físicos, defeitos
funcionais e a manutenção ou conserto tornam-se
onerosos.
e
inservíveis.
5.When?
(Quando?)
5.1 Cronograma
encerramento no mês de dezembro.
U s
5.1.2 (doze) meses, iniciando-se no mês de janeiro e o
l
6. How? (Como?) 6.1 Método ou 6.1.1 Avaliar e classificar os bens inservíveis, justificar a
a
procedimentos escolha da forma de desfazimento e destinar os bens em
conformidade com o Decreto nº 9.373/2.018.
o n
7.1.1 Valor total das horas trabalhadas pela comissão e o
s
(Quanto?) valor total da avaliação dos bens inservíveis.
e r
3.4 Quanto a análise
r P
F o
O presento estudo foi construído com base nas análises do teórico crítico
Jürgen Habermas. Em Machado et al. (2017), na Teoria da Ação Comunicativa
de Habermas, a linguagem é o principal instrumento de comunicação entre os
indivíduos em sua interação com a sociedade. Em suas análises sobre o agir
comunicativo, Habermas explica a relação entre racionalidade e saber. A
294
racionalidade é evidenciada como o modo que os indivíduos adquirem e usam o
conhecimento; envolve franca discursão aberta, onde cada um tem a liberdade de
expor seu ponto de vista, o indivíduo é considerado racional quando seus
argumentos são aceitos como verdade e o entendimento entre eles é recíproco.
Habermas expõe que o comportamento é considerado racional quando o
argumento dos indivíduos e suas ações possam ser compreendidas pelos demais a
nossa volta. Habermas apresenta ainda que, para cada tipo de argumento existem
duas formas de discurso que serão utilizadas pelos indivíduos. O primeiro é
discurso teórico, onde as dificuldades são cognitivas e instrumentais e o segundo,
o discurso cotidiano, em que as dificuldades são cognitivas e práticas. É nesse
cenário, que o argumento desse estudo foi construído, como bem explicita Bettine
(2021).
e
ensino a qual realiza as atividades de desfazimento de bens inservíveis com
s
periodicidade anual, considerando o grande volume de bens que não mais
atendem as necessidades da organização por apresentarem defeitos ou que se
U
tornaram obsoletos. Nessa ocasião, criou-se uma unidade com a competência de
l
realizar processos de desfazimento de bens inservíveis localizados na sede, bem
a
como auxiliar nas atividades desempenhadas pelas comissões de desfazimento nas
n
unidades do interior. Anteriormente, o processo de desfazimento de bens era
o
realizado sem planejamento que definisse as ações e os seus devidos cronogramas,
s
locais, responsabilidades, motivos, procedimentos e custos. Em consequência, a
e r
instituição regulamentou os procedimentos para realização do desfazimento de
bens inservíveis por meio de norma interna, resultando no projeto público com a
P
aplicação da ferramenta 5W2H, conforme o exposto na Figura 3 e Quadro 4.
or
F
295
Figura 3 – Ferramenta 5W2H aplicada ao projeto público para
desfazimento de bens inservíveis
Estruturação da Escopo
l U
Operação a realizar
a
ferramenta 5W2H prático
n
1.1.1 Descrever a atividade que será realizada para
o
a solução do problema constatado.
r s
2.1.1 Definir o local para realizar a atividade.
P
Justificativa
e 3.1.1 Justificar a realização da atividade,
apresentando os motivos e razões decorrentes do
r
problema que foi constatado.
o
4. Who? (Quem?) 4.1 4.1.1 Indicar as pessoas, os setores e as
Responsável
F
organizações responsáveis pela realização da
atividade.
296
6. How? (Como?) 6.1 Método 6.1.1 Apresentar a metodologia de trabalho ou os
procedimentos a serem adotados para a realização
da atividade.
e
deliberativo nos casos de doação, em obediência ao regimento interno da
U s
instituição, retardando assim a execução do projeto devido ao cronograma
bimestral de realização das reuniões do conselho e a lentidão na análise do
l
processo para inclusão em pauta para deliberação. De forma objetiva, apresenta-
a
se o fluxograma de procedimentos administrativos normatizados pela instituição
estudada, referente à realização de desfazimento de bens inservíveis, conforme a
Figura 4 e Quadro 5.
o n
r s
P e
or
F
297
Figura 4 – Fluxograma do processo de desfazimento de bens inservíveis por
meio de doação.
s e
Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados coletados neste estudo.
U
Quadro 5 – Detalhamento do processo de desfazimento de bens inservíveis por
l
a
meio de doação.
Procedimentos
o n
Descritiva da prática
s
1. Início 1.1 Trata-se da iniciação do processo de desfazimento pela
r
comissão de desfazimento de bens ou unidade responsável pela
e
tarefa.
2.Classificação, 2.1 Efetua-se classificação e avaliação dos bens inservíveis, bem
avaliação e
justificativa
r P
como a apresentação da justificativa quanto à escolha da forma
de desfazimento.
o
3. Parecer e 3.1 Analisa-se juridicamente o processo de desfazimento para
deliberação posterior deliberação do conselho e autorização da autoridade
F
máxima.
4. Autorização 4.1 Autoriza-se a realização do desfazimento de bens inservíveis
classificados, avaliados e justificados no processo.
298
5. Divulgação no 5.1 Divulgam-se os bens inservíveis na plataforma digital do
Reuse.gov Reuse.gov para conhecimento dos interessados em receber a
doação desses bens.
6. Publicação de edital 6.1 Não havendo manifestação de interesse pelo Reuse.gov,
publica-se o edital de desfazimento no sítio eletrônico da
organização.
7. Solicitações 7.1 Recebe-se as solicitações dos interessados no recebimento
dos bens inservíveis para análise das documentações
apresentadas visando a habilitação e seleção.
8. Resultado 8.1 Publica-se o resultado preliminar dos interessados
preliminar selecionados para o recebimento dos bens inservíveis.
9. Interposição de 9.1 Os interessados participantes do processo de seleção, poderão
recursos apresentar recurso contra o resultado preliminar.
10. Resultado final 10.1 Após a análise dos recursos apresentados, publica-se o
resultado final da seleção dos interessados aptos a receber a
doação.
11. Notificação 11.1 Notificam-se os interessados selecionados para que
providenciem a retirada dos bens inservíveis doados.
12. Entrega 12.1 Realiza-se a entrega dos bens inservíveis doados aos
interessados selecionados no processo de desfazimento.
13. Termo de doação 13.1 Emite-se o termo de doação para assinatura da autoridade
máxima da instituição doadora e do representante legal da
e
organização donatária.
s
14. Publicação do 14.1 Publica-se o extrato do termo de doação no Diário Oficial
termo de doação da União, visando ao cumprimento do princípio da publicidade
U
para garantir a transparência do ato.
l
15. Baixa patrimonial 15.1 Realizam-se as baixas dos bens inservíveis doados do
a
patrimônio da instituição doadora.
16. Registro contábil 16.1 Efetivam-se os registros contábeis pertinentes à baixa dos
17. Fim
o n
bens inservíveis doados.
17.1 Refere-se ao encerramento do processo de desfazimento
s
pela comissão de desfazimento de bens inservíveis ou unidade
e r
responsável pela tarefa.
Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados coletados neste estudo
r P
4.2 Identificação dos meios básicos para a capacitação requerida na
o
tarefa de desfazimento de bens inservíveis.
F
No que concerne à capacitação para o desenvolvimento dos trabalhos no
desfazimento de bens inservíveis, a instituição realiza o levantamento de
necessidades por capacitação junto às unidades, que são consolidadas no Plano de
299
Desenvolvimento de Pessoal (PDP), em cumprimento ao Decreto Federal nº
9.991/2.019 que institui a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal.
Entretanto, a demanda por capacitação para os servidores que atuam no processo
de desfazimento de bens inservíveis não foi constatada no referido instrumento,
afetando assim a otimização das atividades por falta de conhecimento técnico.
Diante disto, a unidade de desfazimento deve planejar as ações de capacitação
para os servidores atuantes no processo, englobando não somente os servidores
da sede, mas também os servidores das unidades do interior.
e
unidade de desfazimento também deverá acompanhar a consolidação dessas
s
demandas no PDP e de prontidão, quando o plano em questão iniciar a etapa de
sua execução, realizar a solicitação de capacitação. Considerando a relevância da
U
objetividade na apresentação dessas demandas, os meios de capacitação e suas
l
descritivas constam no detalhamento apresentado no Quadro 6.
n a
Quadro 6 – Detalhamento dos meios de capacitação para o desfazimento de bens
o
inservíveis
r s
e
Meios de Descritiva dos meios de capacitação
capacitação
P
1. Curso de 1.1 Atualização dos conhecimentos sobre o processo de desfazimento de bens
atualização inservíveis inerente à alteração na legislação.
r
2. Treinamentos 2.1 Prática dos conhecimentos teóricos adquiridos por meio da simulação de
o
execução do processo de desfazimento de bens.
F
3. Workshop 3.1 Reunião de servidores para dialogar e demonstrar casos de práticas
realizadas no desfazimento de bens visando ao aperfeiçoamento técnico.
4. Seminários 4.1 Reunião de servidores que visa o compartilhamento de ideias inovadoras e
o debate sobre a possível viabilidade na prática.
300
5. Experiência 5.1 Conhecimentos adquiridos por servidor que já atua no processo de
desfazimento de bens, podendo ser transmitido para os novos servidores.
6. Grupo de 6.1 Reunião de servidores envolvidos com o processo de desfazimento de bens
estudo para realizar pesquisas e estudos pertinentes ao assunto.
7. Visita técnica 7.1 Visitação às organizações que são referências na realização de
desfazimento de bens para conhecer as práticas adotadas por elas.
Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados coletados neste estudo
s e
civil, incluídas as organizações sociais e as organizações da sociedade civil de
interesse público; e associações e cooperativas.
U
Os processos de desfazimento de bens inservíveis na instituição são
l
realizados por meio de doação, sendo essa forma, a mais utilizada com o propósito
a
de atribuir justificativa ao interesse público de jeito que seja contemplado o
n
interesse social, pois os bens inservíveis para a instituição são considerados como
o
resíduos que devem ser destinados adequadamente para não causar prejuízos ao
s
meio ambiente, ao mesmo tempo que esses bens doados apresentam utilidade para
e r
outros órgãos públicos e para organizações sem fins lucrativos no
desenvolvimento de atividades sociais de interesse público.
r P
4.3 Proposições ideais na atividade inicial do projeto considerando a
o
ferramenta 5W2H no projeto público pesquisado.
F
Considerando o que foi constatado na gestão do projeto público para
desfazimento de bens inservíveis na instituição investigada, torna-se
imprescindível o uso de ferramentas que propiciem melhorias no
301
desenvolvimento das atividades para que o projeto seja concluído com êxito.
Nessa perspectiva, propõe-se a aplicação da ferramenta 5W2H para uma adequada
gestão do projeto público para desfazimento de bens inservíveis, de modo a
sugerir soluções para os problemas encontrados neste estudo.
O projeto público deverá ser dividido em duas ações específicas para o seu
funcionamento; a primeira ação a ser planejada e desenvolvida é a capacitação
técnica de pessoal e a segunda ação é a realização do processo de desfazimento
de bens inservíveis. Essas ações serão planejadas com o uso da ferramenta 5W2H
onde se elaborará um checklist na forma de um plano de ação que auxiliará na
organização, execução e controle, possibilitando a identificação de riscos e a
correção de falhas durante a execução do projeto. Desta feita, demonstra-se a
proposta de consolidação do plano referente à ação de capacitação de pessoal nos
moldes da matriz 5W2H no Quadro 7.
e
1. What? (O 1.1 Ação 1.1.1 Capacitar os servidores envolvidos com o projeto
que?)
s
público de desfazimento de bens inservíveis.
U
(Onde?) capacitação de servidores da instituição.
l
3. Why? (Por 3.1 3.1.1 A maioria dos servidores não dispõem de conhecimento
a
quê?) Justificativa técnico para realizar o desfazimento de bens inservíveis.
o n
4.1.1 Unidade de capacitação como responsável principal e a
unidade de desfazimento como responsável secundário.
5. When? 5.1
r s
5.1.1 Dois meses entre os meses de abril e maio, quando a
e
(Quando?) Cronograma capacitação demandar a contratação por meio de licitação.
P
6. How? (Como?) 6.1 Método 6.1.1 Informar as demandas para inserção no PDP e após a
sua consolidação, solicitar o atendimento para capacitação.
7.How much?
(Quanto?)
o
7.1
r
Investimento
7.1.1 Custo total da capacitação dos servidores que atuam no
projeto público de desfazimento de bens inservíveis.
F
Fonte: Elaborado pelos autores.
302
A ação de capacitação poderá representar custos para a instituição,
carecendo de prévia verificação de disponibilidade financeira para atender a
referida ação. No caso de indisponibilidade de recursos financeiros, existem
outros meios de capacitação que não exigem custos e atendem satisfatoriamente
as necessidades da instituição a exemplo de visitas técnicas em organizações
modelos em processo de desfazimento de bens, a transmissão de conhecimento
por parte de servidor mais experiente e a formação de grupo de estudos composto
por servidores e alunos da instituição direcionado à pesquisa e estudos sobre o
assunto.
Após a conclusão da ação de capacitação de pessoal para realizar o
desfazimento de bens inservíveis, a unidade de desfazimento planejará a ação de
desfazimento na forma de doação com a finalidade de atender o interesse social,
de modo a definir o checklist no plano de ação delineado pela ferramenta 5W2H
levando em consideração os procedimentos administrativos constantes na norma
interna da instituição, em consonância com a proposta apresentada no Quadro 8.
e
Ferramenta Escopo Descritiva da prática
s
5W2H
1.What? (O 1.1 Ação 1.1.1 Realizar o processo de desfazimento de bens inservíveis por
U
que?) meio de doação em um projeto público com vistas ao
l
atendimento de interesse social.
a
2.Where? 2.1 Local 2.1.1 Depósito de guarda de bens inservíveis nas instalações da
n
(Onde?) sede do projeto público e nos depósitos de guarda de bens
o
inservíveis nas instalações das unidades do interior.
s
(Por 3.1 3.1.1 Os bens apresentam desgastes físicos, defeitos e a
r
3.Why?
quê?) Justificativa manutenção ou conserto são onerosos, sendo necessária a doação
e
justificada de interesse público para atender ao interesse social.
P
4. Who? 4.1 4.1.1 Unidade responsável do desfazimento de bens inservíveis e
r
(Quem?) Responsável as comissões especiais de desfazimento de bens inservíveis nas
unidades do interior.
5.When?
(Quando?)
F o 5.1
Cronograma
5.1.1 10 (dez) meses para a conclusão do projeto público, sendo
o início no mês de junho e o encerramento no mês de março do
ano seguinte.
303
6. How? 6.1 Método 6.1.1 Avaliar e classificar os bens inservíveis, justificar a escolha
(Como?) da forma de doação para o desfazimento e realizar a doação dos
bens em conformidade com os procedimentos elencados na
norma interna.
7.How much? 7.1 7.1.1 Valor total das horas trabalhadas pelos servidores da
(Quanto?) Investimento unidade de desfazimento e das comissões das unidades do
interior, bem como o valor total da avaliação dos bens inservíveis
que forem doados.
e
Desse modo, a execução do projeto público não será prejudicada quanto ao
s
cumprimento de seu cronograma e ainda assim, está cumprindo a legislação e a
norma interna sobre o assunto.
Por isso, a ferramenta 5W2H facilitará o monitoramento da ação em
l
decorrência do planejamento e da organização do processo, atribuindo
U
a
responsabilidades aos servidores envolvidos, detectando os desvios e/ou erros
n
durante a execução e oportunizando correções e e/ou ajustes para a melhoria do
o
projeto público.
r s
5. CONCLUSÃO.
P e
or
Ventura e Suquisaqui (2020) reportam que a gestão pública busca
desenvolver os seus processos de trabalho para efetuar a entrega de serviços de
F
qualidade à sociedade mediante o uso de ferramentas que auxiliam no
planejamento, organização, execução e controle das ações, corrigindo falhas,
prevendo incertezas e analisando as informações coletadas, e dentre as essas
ferramentas, a matriz 5W2H demonstra-se fundamental para a avaliação desses
304
processos, na qual se origina o plano de ação para cada atividade, auxiliando na
tomada de decisões.
Os resultados deste estudo demonstraram a viabilidade para a
implementação da ferramenta 5W2H direcionada à execução inicial do projeto
público para desfazimento de bens inservíveis, produzindo respostas satisfatórias
em relação ao desempenho dos servidores envolvidos que foram capacitados e à
redução de burocracia impostas por norma interna, alcançando assim, a
otimização do processo de desfazimento de bens inservíveis na instituição
estudada. Outrossim, a ferramenta possibilitou a análise dos problemas
apresentados no projeto público em questão, de jeito que ações foram planejadas
para serem implementadas e controladas com o objetivo de gerar soluções para
melhorias na realização do projeto.
A doação de bens inservíveis como forma de desfazimento selecionada para
a realização do projeto público demonstrou-se como solução otimizada para se
desfazer de bens inservíveis para a instituição, mas que são de grande utilidade
para a continuidade de ações de interesse público voltadas ao interesse social
desenvolvidas por outras organizações públicas, assim como por organizações
sociais, protegendo o meio ambiente de degradações advindas da ação
irresponsável do homem. No mais, este estudo trata-se de uma contribuição da
e
academia por meio do PROFIAP/UNIR que pode auxiliar aos gestores públicos,
s
pesquisadores e demais interessados no tema, a entender sobre a aplicabilidade da
ferramenta 5W2H na gestão de um projeto público orientado para o desfazimento
U
de bens inservíveis em sua fase inicial, buscando a otimização do processo.
l
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s e
l U
n a
r s o
P e
or
F
309
Capítulo 14:
Ferramenta design thinking na gestão de projeto
público de implantação de praça para lazer
na Amazônia
Flávio de São Pedro Filho. Pós-Doutor em Gestão e Economia. Docente da Disciplina Gestão
de Projetos Públicos do PROFIAP / UNIR. E-mail: flavio1954@gmail.com
Resumo
s e
l U
São numerosos os projetos viabilizados pela Administração Pública, idealizados
a
para melhorias na qualidade de vida e no convívio social. Nesse contexto, este
n
trabalho abrange o aproveitamento do espaço urbano para discutir elementos
o
importantes na implantação de uma praça pública moderna, e tem como objetivo
s
estudar a aplicabilidade do Design Thinking na gestão de um projeto público deste
e r
tipo, em uma municipalidade amazônica, utilizando as bases da Teoria da Nova
Gestão Pública e da Teoria dos Stakeholders. Utilizou-se a simulação de um caso,
P
através do qual procurou-se ampliar o conhecimento sobre a aplicação prática e
r
as vantagens da ferramenta de design thinking, por meio de sua aplicação na etapa
o
de planejamento do projeto. Foram realizadas buscas em periódicos sobre o
design thinking e projetos de implantação de praças, para que posteriormente
F
fosse realizado um debate para coletar as necessidades dos usuários daquele
empreendimento, cujos elementos apontados abarcavam temas como paisagismo,
segurança, iluminação, entre outros. Considerando a identificação de uma praça
310
já projetada para a cidade de Porto Velho, em que boa parte das necessidades
levantadas já eram previstas, mas que ainda não continham algumas demandas
discutidas, foi proposto o aproveitamento de um terreno ao lado, para que fossem
acomodados os demais elementos. Considera-se que a aplicação do método design
thinking na gestão de um projeto público de praça pública se mostrou relevante,
no sentido de fomentar a participação coletiva na sua idealização, para que as
necessidades dos usuários fossem devidamente contempladas no projeto e
alcançassem a representatividade da comunidade no espaço.
Abstract
s e
implementation of a modern public square, and aims to study the applicability of
Design Thinking in the management of a public project of this type, in an
U
Amazonian municipality, using the bases the New Public Management Theory
l
and the Stakeholders Theory. A case simulation was used, through which we
a
sought to expand knowledge about the practical application and advantages of the
n
design thinking tool, through its application in the project planning stage.
o
Searches were carried out in journals on design thinking and projects for the
s
implementation of squares, so that a debate could be held later to collect the needs
r
of the users of that enterprise, whose elements mentioned covered topics such as
e
landscaping, security, lighting, among others. Considering the identification of a
P
square already designed for the city of Porto Velho, in which a good part of the
r
needs raised were already foreseen, but which still did not contain some discussed
demands, it was proposed to use a land on the side, to accommodate the other
o
elements. It is considered that the application of the design thinking method in the
F
management of a public project in a public square was shown to be relevant, in
the sense of promoting collective participation in its idealization, so that the needs
of users were properly addressed in the project and reached the representativeness
of the community in space.
311
Keywords: Public Administration; modern public square; design thinking;
urbanism; participative management.
1. INTRODUÇÃO
s e
thinking pode contribuir na gestão de um projeto público de implementação de
uma praça pública em uma municipalidade na Amazônia? Na busca por uma
U
resposta compatível, o trabalho traz como objetivo geral estudar a aplicabilidade
l
do design thinking na gestão de um projeto público de implantação de praça
a
pública em uma municipalidade amazônica. E para os resultados esperados
n
apresenta-se como objetivos específicos identificar as necessidades dos usuários
o
por um projeto público para implantação de uma praça pública modernizada (1);
s
apontar as possíveis contribuições de idealizadores que contemplem a expectativa
e r
do residente (2), e oferecer um escopo avançado por meio das técnicas do design
thinking que satisfaça a expectativas das partes envolvidas em um projeto desta
P
natureza (3). É possível que projetos dessa natureza alcancem o usufruto efetivo
r
pela população do espaço público construído. Envolve complexidades um
o
empreendimento desta natureza, porquanto deve estar alicerçado por uma
concepção representativa dos anseios dos residentes pagadores dos tributos e a
F
capacidade do governo local em procurar a inversão neste tipo de investimento.
Uma das ferramentas de elaboração de projetos frequentemente utilizada
com foco na realidade do usuário é o design thinking. Esta metodologia contribui
312
com a adequação do objeto aos desejos, necessidades e limitações dos usuários,
através de um processo característico que contém etapas de imersão junto ao
público-alvo (empatia), definição do escopo, idealização da solução através de
equipes multidisciplinares, elaboração de protótipos e testes da solução. Este
documento está organizado por tópicos e subtópicos, trazendo após esta
introdução, a revisão teórica e conceitual, a metodologia utilizada para o preparo
da pesquisa, os resultados obtidos na conformidade com os objetivos propostos, a
conclusão e referências bibliográficas.
2. REVISÃO TEÓRICA-CONCEITUAL
Este estudo tem base na Teoria da Nova Gestão Pública e na Teoria dos
Stakeholders; a primeira surgiu em meio a um ambiente de perdas de receita fiscal
dos governos e a uma inaptidão dos mesmos na resolução dos problemas
enfrentados por Abrucio (1997), o que levou a uma necessidade de reavaliação da
administração pública com vistas a uma maior eficiência, eficácia e efetividade
na aplicação dos recursos públicos. E nesse sentido, Matias-Pereira (2009a)
destaca como características da reforma gerencial a descentralização, a garantia
e
dos contratos, a responsabilização do servidor público pelos seus resultados e o
s
caráter democrático da administração pública com um serviço orientado para o
U
cidadão-cliente. Já a segunda referida Teoria dos Stakeholders emergiu, conforme
Boaventura (2012), na década de 80 como um conceito na busca por um melhor
a l
gerenciamento das relações com os indivíduos nas organizações preocupadas com
os temas. De acordo com a definição de Freeman (1984), stakeholder é qualquer
n
indivíduo ou grupo que possa afetar, ou ser afetado, pelo processo de busca dos
o
s
objetivos organizacionais.
e r
Conforme leitura em Ladeira (2009), o sucesso de uma organização pode
depender da competência dos seus gestores em gerar riqueza, valor e satisfação
P
para os seus stakeholders, salientando a importância da adoção de estratégias
r
durante todo o processo de tomada de decisão para que os seus interesses sejam
o
atendidos. De fato, muitas conceituações e metodologias foram elaboradas a partir
do desenvolvimento e aplicação da teoria dos stakeholders, porém,
F
independentemente da formulação adotada, é inegável a importância que se deve
dar à participação social nos processos de elaboração e implementação das
políticas públicas, uma vez que o povo se constitui como elemento essencial do
Estado, seja na sua existência, funcionamento e orientação.
313
Esta tarefa envolvendo projetos públicos na Amazônia requer adicionar o
conceito de ecodesenvolvimento, de Sachs (1986), economista e pesquisador que
sustenta seus argumentos em três pilares: eficiência econômica, justiça social e
prudência ecológica. Nesse sentido, o ecodesenvolvimento representa uma
abordagem anos ou mesmo séculos mais adiante no horizonte temporal, a partir
do qual se entende que deverá ser garantida as necessidades das gerações futuras.
Prosseguindo busca em Layrargues (1998), o ecodesenvolvimento induz no
planejamento e processo decisório um olhar ambiental concomitantemente ao
critério econômico, enfatizando ainda a necessidade de as comunidades locais
serem inseridas nos processos de decisão, que deverá ainda ser articulado com o
interesse comum.
Essas três teorias possuem pontos congruentes em alguns aspectos
relacionados a um olhar mais atento aos anseios e necessidades dos
cidadãos/clientes/indivíduos afetados por determinado projeto ou política
implementada. Para tanto, essas teorias buscam incluí-los durante o processo
decisório, seja por meio de participação mais ativa desse grupo, pela aferição dos
resultados alcançados com determinado projeto, ou mesmo em razão da busca por
pelo interesse comum que leva a necessidade de se melhor conhecer a realidade
das pessoas envolvidas/interessadas. Portanto, no ponto de vista teórico e
e
conceitual, a implantação de uma praça pública em um município se caracteriza
U s
como um projeto público em que o seu sucesso está condicionado ao uso que a
comunidade usuária fará desse empreendimento. Dessa forma, para que o mesmo
l
atinja com os objetivos propostos e esteja alinhado com os princípios da
a
eficiência, efetividade e eficácia é indispensável a participação dos interessados
n
na concepção desse projeto. Nesse aspecto, a administração pública estará
o
fortalecendo o seu caráter democrático, privilegiando a satisfação dos cidadãos-
s
clientes e promovendo o desenvolvimento sustentável.
e r
P
2.1 Conceitos sobre gestão de projeto público e sobre modernização
cênica de uma municipalidade.
or
F
Segundo o Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos - Guia
PMBOK (2008), um projeto consiste em uma série de atividades e tarefas, de
natureza temporária na qual há início e fim previamente determinados, com o
objetivo de criar um produto, serviço ou resultado. Este guia define, ainda, o
314
gerenciamento de projetos como sendo a aplicação de conhecimentos,
habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades do projeto a fim de atender seus
requisitos. Um projeto possui ainda processos que se sobrepõem, interagem e
repetem durante sua execução, servindo de base para a avaliação do próprio
projeto, sendo composto por: iniciação, planejamento, execução, controle e
encerramento.
Os projetos e as suas metodologias de gerenciamento se apresentam, de
acordo com Cleland e Ireland (2002), como ferramentas estratégicas nas
organizações, para a realização do planejamento organizacional e/ou para o
enfrentamento das mudanças enfrentadas, seja na esfera pública ou privada.
Entretanto, a implantação da gestão de projetos públicos possui contornos bem
diferentes do setor privado; a começar pela distinção entre os objetivos
perseguidos, enquanto o setor público visa a prestação dos serviços e o
atendimento das necessidades da sociedade, o privado tem a lucratividade como
alvo. Dessa forma, há que se considerar na gestão de projetos públicos a realidade
política e administrativa existente, sobretudo marcada por uma menor
flexibilidade e dinâmica em razão dos controles burocráticos instituídos, uma
maior hierarquização e aderência ao princípio da legalidade.
e
As praças públicas possuem diversas funções que podem auxiliar na
s
organização social. Além de fomentar o convívio social, elas podem funcionar
como um ambiente destinado às ações educativas tanto para iniciativas
U
governamentais, como as de combate às drogas, otimização na educação no
l
trânsito, e diversas outras ótimas iniciativas ao progresso das plataformas
a
escolares. As praças possuem ainda extrema importância ecológica dentro das
n
cidades, uma vez que são uma das principais responsáveis pela presença de
o
vegetação no espaço urbano, criando espaços agradáveis e gerando bem-estar
s
psicológico. Nesse contexto, destaca-se ainda o embelezamento cênico
e r
proporcionado pelas praças, criando diversificações de paisagens que ora
guardam relação com a natureza, ora com a história e por vezes podem contribuir
P
com a modernização da cidade. Para que este espaço público possa exercer com
r
todas essas funções citadas anteriormente, o seu planejamento, projeto e execução
o
devem estar alinhados com as melhores práticas de gestão de projetos,
F
transformando esse investimento num empreendimento que contribui
efetivamente para a modernização e melhoria das cidades e da sociedade, como
um todo.
315
2.2 Conceitos sobre urbanismo e qualidade de vida com foco em uma
metrópole planificada.
e
Neste contexto, a fim de mitigar os grandes impactos advindos da
s
concentração populacional e suas consequências, a qualidade de vida se sobressai
U
como um fator relevante ao planejamento de cidades mais sustentáveis, iniciativa
que Toppeta (2010) defende ajudar na identificação de soluções novas e
a l
inovadoras para gerenciar a complexidade da cidade, possibilitando o
aprimoramento da sustentabilidade e a qualidade de vida. Esses objetivos se
n
propõem a serem alcançados por meio do modelo de cidade inteligente, cujos
o
s
investimentos em capital (humano e social), e em infraestrutura (tradicional e
r
moderna), segundo Nijkamp et al. (2012), acabam por estimular o crescimento
e
econômico e uma alta qualidade de vida, tendo um adequado gerenciamento dos
P
recursos naturais, por meio de governança participativa.
r
A qualidade de vida é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
o
como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas,
F
padrões e preocupações. Assim, de acordo com Oliveira et al. (2012), ela não
engloba apenas fatores relacionados à saúde, incluindo também outros elementos
importantes na vida das pessoas como circunstâncias do cotidiano. É neste
sentido, a qualidade de vida está intrinsecamente ligada a um espaço de inovações
316
que Macke et al. (2019) definem como um campo a se explorar no âmbito do
urbanismo sustentável e da sustentabilidade social; segundo estes autores, tais
inovações precisam ser alicerçadas nas relações econômicas e sociais existentes,
como forma de construir engajamento e comprometimento da sociedade, por meio
dos seus diversos stakeholders.
Uma alternativa a minorar as mazelas sociais que acometem as periferias
das municipalidades foi retratada em Pedro Filho (2020). Segundo este
pesquisador, as periferias na Amazônia são caracterizadas pela ausência de
infraestrutura urbana básica. Faltam ruas pavimentadas e calçamentos; carecem
de rede de abastecimento de água e de saneamento; os esgotos seguem a céu
aberto, sem uma drenagem pluvial; as habitações são inadequadas ao uso humano.
O citado estudioso afirma que o residente pagador de impostos poderia usufruir
de praça pública qualificada para o seu uso, fomentando o esporte, lazer e cultura
das famílias; um espaço dotado de biblioteca, anfiteatro, pista de ginástica, e
outras instalações que propiciem a convivência social digna, o que inspira o
presente estudo.
e
participativa.
U s
O design thinking tem sido utilizado como um meio de desenvolvimento de
a l
inovações nas organizações e, segundo Bonini e Sbragia (2011), envolve um
processo de cultivo de ideias em um grupo multidisciplinar, reunido com o foco
o n
de solucionar problemas complexos, cujo design vai para muito além da
aparência, englobando aspectos estratégicos do negócio. Por essa vertente,
r s
Macedo et al. (2015) aborda o conceito de design thinking como a utilização de
e
uma ferramenta de criação e organização de ideias, voltada à promoção da
inovação.
r P
Para o uso dessa ferramenta, é adotado o trabalho interdisciplinar, uma vez
que os componentes do grupo estarão focados no esforço comum, construindo
o
uma solução seja coletiva, gerada por todos. Nessa perspectiva, Salvador et al.
F
(2021) defendem que no design thinking como o resultado de ideias inovadoras,
que após um processo iterativo, passando pela de etapas de prototipagem e testes,
um produto ou serviço é originado, a qual se inclui também as políticas públicas.
317
Por meio da utilização dessa ferramenta, é aplicada a gestão participativa,
que se pode definir, segundo ANA (2015), como um conjunto de processos com
vistas ao diálogo, procurando incluir todos os setores e os grupos envolvidos em
uma questão, quaisquer que sejam os objetivos, compartilhar conhecimentos
sobre determinado tema, identificar coletivamente desafios ou planejar ações e
tomar decisões de forma coletiva. Neste contexto, esses conhecimentos e práticas
são incorporados à atuação de várias instituições, movimentos sociais, ONGs e
também inseridos no âmbito da administração pública.
Empatia
Teste Definição
s e
l U
Prototipagem
n a
Ideação
r s o
e
Fonte: Elaborado pelos autores com base em FIA (2018).
r P
Apesar das divergências na literatura sobre as etapas ou fases exatas que
F o
representam a metodologia design thinking, demonstra-se, a partir da Figura 1, a
concepção traduzida pela Fundação Instituto de Administração – FIA.
318
Quadro 1 – Descritivo dos Elementos do Design Thinking
Elementos
Descritiva
e
falhas corrigidas.
U s
3 METODOLOGIA DO PREPARO
a l
o n
A metodologia de pesquisa adotada no presente trabalho possui abordagem
r s
qualitativa, a qual tem como essência, de acordo com Gil (1990), a interpretação
e
dos fenômenos e a atribuição de significados a partir de uma relação dinâmica
entre o mundo real e o sujeito objeto de estudo. Quanto aos objetivos, a pesquisa
r P
caracteriza-se como exploratória, pois explora e aprofunda o conhecimento sobre
o assunto a partir da aplicação prática de modelos e publicações acadêmicas
o
relacionadas ao design thinking e a construção de praças públicas.
F
319
3.1 Quanto ao Método do Estudo de Caso
s e
elaboração de projetos de implantação de praças em plataformas digitais, tais
como os Periódicos Qualis CAPES e SCIELO, a partir do que buscou-se
U
selecionar os artigos mais relevantes e aderentes ao objeto de pesquisa deste
l
trabalho. Após a leitura dos artigos selecionados, este resumo expandido buscou
a
a aplicação do design thinking num estudo de caso simulado voltado para a
n
elaboração de projetos de uma praça pública, visando um melhor aproveitamento
o
e adequação do empreendimento em função da realidade local. Por meio de
s
brainstorming efetuado em classe, procurou-se suprir a coleta requerida em Yin
r
(1984), com anotações de apontamentos de observações e registros dos atores
e
sociais entrevistados; acervos e documentos obtidos em sities, bem como imagens
P
representativas de espaços afins foram trazidos a contexto servindo de orientação
r
nos indicativos de elaboração de cenários representativo do espaço em
perspectiva.
F o
320
3.3 Quanto à ferramenta aplicada.
e
Diante disso, se faz necessário que estes locais se transformem em espaços plenos
s
e que proporcionem qualidade de vida, de modo com que os indivíduos desfrutem
de ambiente adequado ao lazer para prática de esportes e convívio social diário,
U
seguindo a linha de entendimento indicada em Pedro Filho (2020).
l
a
Nesse sentido, a construção de praças públicas, com a previsão de espaços
n
adequados às necessidades da comunidade local, se mostra de suma importância
o
ao desenvolvimento social da população mais carente. O seminário de Gestão de
s
Projetos Públicos, com foco na contingência amazônica, produzido pelo
r
Programa de Pós-Graduação da UNIR (PPGA/UNIR) no ano de 2020, e
e
disponibilizado pela plataforma Youtube, menciona diversos elementos que
P
podem ser incorporados a este tipo de empreendimento, com vistas à melhoria na
r
qualidade de vida da periferia, como biblioteca, teatro, quadra de futebol, espaço
para prática de lutas esportivas, pistas de skate, entre outros.
F o
Nesse contexto, se destaca a urgência no atendimento dessas demandas, há
anos não supridas, tendo impactado negativamente na vida de milhões de pessoas
Brasil afora, resultando em muitos jovens que cresceram em condições adversas
e que se tornaram alvos fáceis para o crime organizado. É de conhecimento
321
público as restrições orçamentárias pelas quais o país atravessa há alguns anos,
dificultando ainda mais a implementação de políticas públicas dessa natureza.
Nesse sentido, há uma exigência ainda maior sobre os investimentos realizados
pelo poder público no que diz respeito à sua efetividade, o que torna a aplicação
de práticas como o design thinking uma ferramenta ainda mais útil no diagnóstico
da realidade social enfrentada, servindo de farol para as definições e escolhas a
serem adotadas em um projeto público.
e
citadas foram sistematizadas e elencadas no Quadro 2.
U s
Quadro 2 – Principais necessidades dos usuários a serem consideradas no projeto
de uma praça pública moderna
a l
o n
Principais considerações ao projeto em face da participação no brainstorming realizado.
r s
e
Paisagismo Preservação e implantação de vegetação, que deve cobrir integralmente a
praça.
Paisagismo
r P
Plantação de uma diversidade de Ipês dando tom colorido à praça.
Higiene e limpeza
322
Iluminação Implantação de um sistema de iluminação com aproveitamento da energia
fotovoltaica.
e
Fonte: Elaborado pelos autores com base em discussão entre alunos do
s
programa de mestrado em administração pública (2021).
l U
As sugestões apresentadas no Quadro 2 acima são consideradas relevantes, por se
a
tratar de indicativos voltados às reais necessidades dos usuários de praças
n
públicas. Confirma-se a garantia um espaço seguro, dotado de meios físicos
o
humanizados para o lazer, entretenimento e qualidade de vida do cidadão pagador
s
de impostos. Dentre estes indicativos, se dá ênfase à preservação ambiental, com
e r
o plantio de árvores da flora amazônica no local; são providências adequadas em
face da elevada temperatura sazonal na municipalidade em estudo. O plantio de
P
ipês multicoloridos e outros forais qualificará pelo embelezamento cênico e bem-
r
estar dos indivíduos, com reforço no bom convívio, coleta de foto-imagens,
o
divulgação do marketing turístico, e aprovação por visitantes que vierem usufruir
do espaço.
F
Outra necessidade citada, muito importante, e pouco considerada em projetos de
espaços públicos na Amazônia, se refere à implantação de banheiros públicos e
323
de lixeiras. Estes indicativos remetem ao gestor de projeto público a importância
da educação ambiental junto à comunidade beneficiária da praça pública,
principalmente quanto ao descarte e a utilização de depositários disponíveis na
praça para seus dejetos. Levar em conta a necessidade de se manter o espaço
público limpo e agradável, incentivando o comportamento do cidadão em
utilizarem-se destes dispositivos essenciais.
Os cidadãos ouvidos no brainstorming também elencaram a necessidade de
um espaço seguro, que garanta a integridade dos usuários; neste sentido inclui-se
na demanda a implantação de iluminação efetiva e ampla, além de monitoramento
por câmeras interligadas à Central de Polícia da capital, de modo a coibir atos de
transgressores que venham a ameaçarem o direito dos usuários destes espaços
públicos.
Além destes aspectos, na busca pela modernidade desejada em espaço
público, foi apresentada uma proposta de implantação de roteadores que
distribuam aos usuários da praça a Internet gratuita, via Wi-Fi. Tal proposta
permite cidadãos conectados para a sua maior comodidade, em uma demanda em
tempo real. Além de servir para dar conexão com shows ao vivo, com telões
instalados no local, bem interessante aos jovens desejosos por acompanhar
e
eventos musicais e outros que a municipalidade venha a disponibilizar aos
s
usuários da praça. Ademais, poderá proporcionar momentos de prazer e
descontração, com o anfiteatro a ser instalado, onde poderão ser realizadas
U
manifestações culturais, seja por músicas, danças, teatro ou outros eventos
l
diversos, que expressem a cultura amazônica, por exemplo.
n a
Por fim, além das principais propostas elencadas aqui, há outras, que comumente
o
já são utilizadas neste tipo de espaço; inclui-se a disponibilização de um local
s
próprio para atividades físicas, como espaço para ginástica ao ar livre, pistas de
e
projeto de uma praça pública moderna.
r
caminhada e ciclovia, propostas estas que não devem ser ignoradas quanto a
r P
o
4.2 Apontamentos das possíveis contribuições de idealizadores
F
Por meio das contribuições dos partícipes da etapa de definição, citada no
tópico anterior, é possível assegurar que os anseios do grupo estão alinhados com
as questões e discussões atuais que permeiam a sociedade. Nesse sentido, há uma
324
maior exigência de políticas voltadas à melhoria da qualidade de vida da
população como um todo, de maneira que haja inclusão social no acesso ao lazer,
cultura, internet, e prática de atividades físicas e esportivas. Este pensamento foi
representado de maneira mais direta através de demandas práticas formuladas
pelos idealizadores, tendo como exemplo a exigência de áreas de lazer
diversificadas, contendo brinquedos para crianças e adolescentes, academia ao ar
livre, anfiteatro aberto ao público, entre outros.
Desperta a atenção, também, a questão da preservação ambiental e da
sustentabilidade trazidas ao projeto, através de exigências da construção de uma
praça com uma quantidade significativa de árvores, vegetação e jardinagem, com
previsões para aproveitamento da energia solar e a adoção de políticas de
participação da sociedade, no que diz respeito ao apoio à construção e manutenção
desse empreendimento.
Através desses pleitos, se busca mais qualidade para a cidade, tanto no
aspecto ambiental, da qualidade do ar e da melhoria do clima, quanto na
preocupação com o embelezamento urbano, com os desperdícios de recursos
públicos e naturais e com a falência do projeto, tais como outros que, com o passar
dos anos, tornaram-se locais inseguros, abandonados e símbolos das mazelas
e
sociais.
s
Diante das soluções idealizadas, a praça pública em questão tem um grande
U
potencial de contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população, através
da fomentação do convívio social, da prática de atividades físicas e do
a l
fortalecimento cultural. Essa concepção vai de encontro ao preconizado por Silva
et al. (2007), segundo o qual tais hábitos têm impacto tanto na saúde física, quanto
n
na psicológica e cognitiva, contribuindo, portanto, com o próprio sistema público
o
s
de saúde.
e r
4.3 Escopo avançado por meio das técnicas do design thinking.
r P
Conforme destacado pela Fundação Instituto de Administração (2018), o
o
design thinking não possui um roteiro único para o processo de criação de
F
produtos/serviços, e antes de tudo é uma metodologia de trabalho que busca
colocar os stakeholders no centro das discussões para entender o problema,
fomentar empatia, criatividade, inovação e, sobretudo, conciliar as necessidades
325
e demandas levantadas, de modo a obter melhor aderência, menores chances de
fracasso e efetivo êxito ao final do processo.
Durante a elaboração do projeto, procurou-se, portanto, seguir as etapas de
referência ilustradas na Figura 1, sem se limitar a elas. De modo a alcançar os
objetivos pretendidos, restou enfatizado, sobretudo, a filosofia trazida pela
metodologia adotada, levando em conta a realidade com a qual se trabalha. Neste
contexto, inicialmente foram realizadas discussões sobre a construção de uma
praça pública na cidade de Porto Velho, na disciplina de Gestão de Projetos
Públicos do mestrado em Administração Pública na Universidade Federal de
Rondônia. Por meio dessas discussões, caracterizadas pela livre expressão e
participação ativa dos alunos, foi possível perceber as necessidades e anseios do
grupo, bem como ter um olhar mais claro sobre os problemas a serem enfrentados
e sobre o escopo do projeto.
Em busca da solução para o problema apresentado, realizaram-se diversas
reuniões e pesquisas, utilizando técnicas como o brainstorming, de modo a
identificar um espaço público que comportasse a instalação de uma praça,
possibilitando o atendimento das demandas recebidas. Surgiu no contexto a
utilização de um terreno localizado na Av. José Vieira Caúla, que inicialmente foi
e
destinado à construção de moradias populares; se encontra abandonado há muito
s
tempo, em estado de deterioração e exposto ao risco de invasão. Ademais, é um
terreno amplo, de fácil acesso aos moradores da zona leste da cidade, além de
U
atender ao adensamento de população vulnerável, o que melhor justifica a gestão
l
da implantação do empreendimento.
n a
Após uma análise mais detida dos participantes, se chegou à conclusão que
esse espaço não seria tão adequado em virtude de alguns fatores, dentre eles a sua
s o
proximidade ao Skate Parque, um parque que contém pista de caminhada e alguns
r
equipamentos de recreação. Outro ponto que pesou contra foi a necessidade de
e
demolição dos prédios edificados para o empreendimento inicial que, além de ser
P
onerosa, dependeria de esforço político e administrativo.
r
Continuando com as discussões, foi abordada a carência de espaços
o
públicos dessa natureza na região dos bairros Rio Madeira e Nova Esperança, que
atualmente não contam com praças ou parques próximos para usufruto da
F
comunidade. A população local, caso queira alguma opção de entretenimento ou
prática de esporte, precisa se deslocar para outras regiões da cidade, como o
espaço alternativo ou parque ecológico. Essa dificuldade logística impõe
restrições adicionais à comunidade de baixo poder aquisitivo, tendo em vista os
326
custos com deslocamento e o precário sistema de transporte público que atende a
região. Nesse contexto, foi identificada uma área pública na Av. Imigrantes,
conforme a seguir; já foi muito utilizada para práticas esportivas, mas que
atualmente seu uso vem diminuindo em função do baixo aproveitamento do
espaço, além da precária manutenção. O aproveitamento deste espaço disponível
atenderia grande parte das necessidades apresentadas pelos idealizadores do
projeto. Portanto, na busca por alternativas para superar este fator limitante, os
autores identificaram bem ao lado outro terreno ideal para a implantação da praça,
portanto apta na incorporação de elementos principais como se observa a partir da
Figura 2 abaixo.
Figura 2 - Praça Alphaville, localizada na Av. Imigrantes
s e
Fonte: Extraído da Plataforma +Brasil, 2021.
l U
n a
Informações adicionais coletadas in situ permitiu descobrir a existência de
um projeto em andamento para a construção de uma praça pela Prefeitura de Porto
s o
Velho, em parte do local acima identificado. Conforme pode-se extrair, o projeto
r
em andamento já prevê boa parte das necessidades levantadas, tais como:
e
academia ao ar livre, brinquedos para as crianças, quadras poliesportivas, espaços
P
de convivência, paisagismo e pista de skate. Entretanto, tal empreendimento não
contém algumas demandas detectadas no processo de empatia e definição, em
or
especial a implantação de anfiteatro, pista de caminhada, banheiros públicos e
ciclovia, elementos essenciais à promoção cultural e de práticas de atividades
F
físicas que se pretende fomentar com a implantação da nova praça.
Realizou-se nesta tarefa buscas em fontes secundárias, como nos projetos
de arquitetura e complementares de engenharia na Plataforma +Brasil, ferramenta
327
do Governo Federal; oferece informações relativas à operacionalização das
transferências de recursos da União a entes subnacionais, de acesso livre pela
internet. São projetos custeados pela União, por meio de um contrato de repasse
firmado com o Município de Porto Velho. As suas principais características estão
representadas nos projetos de implantação e de arquitetura, conforme simuladas
na Figura 3 que segue.
s e
l U
n a
r s o
e
Fonte: Extraído da Plataforma +Brasil.
r P
Conforme este estudo, poderá ocorrer aproveitamento dos recursos
o
públicos, financeiros e humanos, já empregados na elaboração e aprovação do
F
projeto conhecido na busca desta tarefa, permitindo à administração pública local
destinar a sua capacidade operacional à outras demandas sociais, também
represadas. Além do que, o aproveitamento de projeto em andamento propiciará
uma maior agilidade na sua execução, rápido atendimento às carências da
328
comunidade que há anos padece com a falta de estrutura deste tipo, assegurando
ainda a verba orçamentária já destinada para esse fim. Portanto, a solução
proposta é construir a praça projetada pela prefeitura, com os ajustes ora
simulados. Envolve o aproveitamento do terreno próximo para a inclusão dos
importantes elementos destacados neste trabalho, formalizando um modelo
similar aos das imagens representadas na Figura 4 abaixo.
s e
l U
n a
r s o
Fonte: Compilado de imagens extraídas da Rede Peperi e Folha do Meio
e
Ambiente.
r P
Uma adaptação proposta na dinâmica com os atores sociais é a plantação
o
de mudas de ipês no espaço adjacente. Listaram o ipê amarelo ou Handroanthus
F
ochraceus, o ipê branco ou Handroanthus roseoalba, o ipê rosa ou Tabebuia
avellanedae, e o ipê roxo ou Handroanthus heptaphyllus, dentre outras
variedades, como se apresenta na Figura acima. De fato, contribui para o
embelezamento cênico do cenário esta definição no design thinking. Este plantio
329
multicolorido poderá resultar em risco de postergação da inauguração da praça
pública requerida pelos residentes; porém atenderá de forma significativa o anseio
da municipalidade, considerando o longo tempo no aguardo deste formato. Como
as mudas de ipê serão fornecidas pelo horto florestal da cidade, então não
incorrerá em custo adicional a tal reformatação decidida pelos consultados, o que
viabiliza imediata aprovação e prosseguimento do projeto ora simulado.
5. CONCLUSÃO
s e
população, com o necessário conforto merecido para a qualidade de vida na
municipalidade. A ferramenta utilizada na elaboração de estudos como este,
U
permite trazer um sentimento de pertencimento nos stakeholders, a partir do qual
l
perceberão ser um corresponsável pelo espaço ofertado; isso auxiliará
a
significativamente na conservação e manutenção do empreendimento implantado.
n
Além disso, o design thinking permite melhor alinhamento entre a necessidade e
o
os reais anseios dos usuários, em face do investimento realizado, indo ao encontro
s
dos princípios de efetividade e eficácia tão valorizados na gestão de projetos
públicos.
e r
Uma fase importante proporcionada é a etapa de ideação, na qual pessoas
r P
com diferentes perfis podem contribuir livremente com ideias para o projeto, de
modo a atender as necessidades estabelecidas. Esse tipo de atuação, faz com que
o
a solução final dada ao projeto seja mais abrangente e completa, vista que é
F
composta por vários pontos de vista. Por fim, merece especial atenção a fase de
testes na qual o produto da metodologia de design thinking é testado, podendo
inclusive passar por uma reavaliação. Esse procedimento antecipa possíveis erros
ou omissões que só seriam vistos não fase de execução, permitindo a tomada de
330
decisões em um contexto mais adequado da gestão de projetos. Este estudo
interessa a gestores de projetos públicos em geral, e em especial aos envolvidos
com a qualidade de vida urbana e sustentabilidade na Amazônia.
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81232010000100017
s e
l U
n a
r s o
P e
or
F
334
Capítulo 15:
s e
Flávio de São Pedro Filho. Pós-Doutor em Gestão e Economia. Docente da
Disciplina Gestão de Projetos Públicos no Programa de Mestrado Profissional em
U
Administração Pública da Universidade Federal de Rondônia (PROFIAP/UNIR).
l
E-mail: desaopedrofilho@unir.br
n a
o
Resumo
r s
e
A atuação do poder público nas garantias de direitos configura-se como meio para
P
transformar as condições de vida dos indivíduos em situação de vulnerabilidade.
O gerenciamento de políticas assistenciais aos indivíduos em situação de
or
vulnerabilidade na Amazônia combina um conjunto legítimo visando estabelecer
que essa ação seja mais eficiente. O estudo objetiva responder a seguinte pergunta:
F
como a matriz de probabilidade e impacto poderá auxiliar no gerenciamento de
projeto público de assistência a indivíduos vulneráveis na Amazônia? Para tanto,
o estudo utiliza-se da aplicação da Matriz de Probabilidade e Impacto como forma
de representar o modelo indicativo de riscos que possam causar a inacessibilidade
335
de ações assistenciais total ou parcialmente, conforme o grau de risco. Projetos
públicos bem gerenciados caracterizam-se pela sua eficiência que tornam maiores
as chances de atingimentos dos objetivos propostos de forma satisfatória e a
prática de planejamento permite considerar os diversos fatores como tempo, riscos
e custos, que facilitam a tomada de decisões e ações que sejam necessárias. Neste
contexto, a matriz de probabilidade e impacto torna-se uma ferramenta aliada ao
processo de gerenciamento das políticas em razão do diagnóstico resultante de sua
aplicação, e a partir disso a Instituição promotora poderá delinear alternativas
condizentes e capazes de auxiliar no gerenciamento de projetos públicos, uma vez
que que leva em consideração o risco como efeito de incerteza sobre os objetivos
esperados.
Abstract
s e
l U
a
The action of the public authorities in the guarantees of rights is a means to
n
transform the living conditions of individuals in situations of vulnerability. The
o
management of care policies for individuals in vulnerable situations in the
s
Amazon combines a legitimate set to establish that this action is more efficient.
e r
The study aims to answer the following question: how can the probability and
impact matrix help in the management of public project care for vulnerable
P
individuals in the Amazon? For this, the study uses the application of the
r
Probability and Impact Matrix as a way to represent the model indicative of risks
o
that may cause the inaccessibility of care actions in whole or in part, depending
F
on the degree of risk. Well-managed public projects are characterized by their
efficiency that make greater the chances of achieving the objectives proposed
satisfactorily and the planning practice allows considering the various factors such
as time, risks, and costs, which facilitate the making of decisions and actions that
336
are necessary. In this context, the probability and impact matrix becomes a tool
allied to the policy management process due to the diagnosis resulting from its
application, and from this the sponsoring institution can delineate alternatives that
are consistent and able to assist in the management of public projects, since it
takes into account the risk as an effect of uncertainty about the expected
objectives.
1. INTRODUÇÃO
e
uma via de mudanças requeridas para reverter a vulnerabilidade pela qual padece
s
esses amazônidas, a fim de alcançar a promoção pelo desenvolvimento
sustentável. Para tanto, cabe à Administração Pública estabelecer mecanismos que
l U
permitam priorizar as peculiaridades das comunidades isoladas, detentoras de
características inerentes a um contexto de complexidades que, de alguma forma,
a
enfrentam dificultadores de acesso a uma instituição de ensino superior.
n
o
Este estudo busca interpretar tal cenário na expectativa de aprimorar a
s
gestão de projetos públicos voltados para assistência estudantil, mediante a
r
aplicação da matriz de probabilidade e impacto, desde o diagnóstico da situação-
e
problema até às ações gerenciais da solução. Aqui surge a seguinte pergunta de
P
pesquisa: como a matriz de probabilidade e impacto poderá auxiliar no
gerenciamento de projeto público de assistência a indivíduos vulneráveis na
or
Amazônia? Para solucionar esta questão traz como objetivo geral estudar as
contribuições da matriz de probabilidade e impacto no gerenciamento de projetos
F
públicos de assistências a indivíduos vulneráveis na Amazônia; e para os
resultados, apresenta como objetivos específicos identificar a população
vulnerável a ser beneficiada do projeto em estudo (1); caracterizar a realidade dos
indivíduos por grau de probabilidade e impacto da sua vulnerabilidade (2), e
337
propor uma framework metodológico para o aperfeiçoamento do projeto público
de assistência (3).
Este documento é apresentado por tópicos e subtópicos, ofertando, logo
após esta introdução, uma revisão teórico-conceitual com corpus que ingressam
em suporte à tarefa, a metodologia com a explicação da forma como foram obtidos
os resultados expostos na forma da proposta ora indicada, a conclusão e as
referências bibliográficas acessadas nesta tarefa investigativa.
e
Cardoso e Barros Neto (2019), o processo de projeto para a Administração Pública
s
envolve uma série de fases cujo objetivo final é a entrega de subsídios necessários
à realização de um empreendimento, e evolui a partir de princípios e métodos de
U
forma a integrar e estimular a atuação e autonomia dos stakeholders.
l
a
Nesse aspecto, com base no que dispõe Graça (2019), Nascimento (2016)
n
e Piffer (2020), a Teoria U, originalmente desenvolvida por Otto Scharmer,
o
considera o aprendizado com o futuro na medida em que emerge. A Teoria U é
s
apresentada como uma forma de gerenciamento direcionada para mudanças
r
através do conhecimento social, tratada como um conjunto de métodos que
e
auxiliam os atores envolvidos a enfrentarem os problemas com ações conscientes
P
e inovadoras através do aprendizado e proporcionando mudanças na sociedade.
Assim, caracteriza-se uma gestão coletiva para a produção de resultados com
or
integração de objetivos, personalidades e estratégias. Na visão de Graça (2019), a
gestão de projetos públicos envolve a necessidade de tomada de decisão, cujo
F
indutor é a liderança, e a Teoria U contribui para a promoção da reflexão cíclica
a líderes colaborativos com atuação prática. A Figura 1 apresenta a ilustração da
teoria e, logo em seguida, o Quadro 1 descreve os seus elementos
338
A Figura 1:Ilustração da teoria e, logo em seguida, o Quadro 1 descreve
os seus elementos.
Passado Futuro
Suspen Corpori
der ficar
Redirec Colocar
ionar em
Deixar Deixar
ir vir
Presenc
ing
Fonte: elaborado pelos autores
Quadro 1: Descrição dos componentes da Teoria U
s e
Itens Descrição
l U
a
Suspensão de julgamento a fim possibilitar a visualização da realidade
n
objetiva. Trata-se de processo de quebra de paradigmas que proporciona a
1. Suspender
adequada visualização da realidade objetiva com que os gestores se
o
defrontam.
s
Direcionar o foco do objeto para o processo. Processo que auxilia o
r
entendimento do sistema a partir de uma nova perspectiva de julgamento.
e
2. Redirecionar
Ponto de partida para implementação de um novo método de escolhas
baseados em inovação.
P
Etapa de deixar ir o velho modelo e iniciar uma nova conexão. Percepção
r
de influências internas e externas e iniciar conexão individual com
3. Deixar ir
intenções criativas e inovadoras. Conexão com algo novo que está prestes
o
a surgir.
F
Combinação das palavras presence e sensing, presença e sentir. Ponto de
inflexão do U que ressalta a necessidade de inovação. Conexão com o
4. Presencing
processo de visualização do futuro que depende de ações para se tornar
concreto.
339
Antever o novo a partir do futuro que emerge. Novo direcionamento que
5. Deixar vir permite alcançar a visualização da gestão inovadora e compartilhada para
proporcionar um interesse comum. Início do percurso ascendente.
Explorar o futuro por meio do fazer. Ambiente operacional de planejamento
6. Colocar em prática da gestão inovadora. Cultivo de ecossistemas de inovação. Transformação
da visão interior em ação exterior, exploração do futuro mediante ações.
Concretizar o novo através de práticas, ações e estruturas. Transformar a
visão de futuro, o novo em ações, incorporação dos modelos com
7. Corporificar
consciência de crescimento e inovação em processo cíclico de contínuo
aprendizado.
Fonte: Adaptado de Nascimento (2016).
e
criativas e novos processos de aprendizagem.
U s
Silva et.al (2019) apontam que a forma de gerir da Administração Pública
passou por mudanças e no modelo atual denominado gerencial orienta-se para que
l
o setor público desenvolva suas ações de modo mais eficiente, utilizando, para
a
tanto, o desenvolvimento de metas e objetivos que permitam a mensuração dos
n
resultados. Nesta perspectiva, os autores propõem que as novas necessidades da
o
sociedade por uma administração fundamentada na transparência e eficiência
s
implicam em proporcionar o aperfeiçoamento da qualidade dos serviços públicos.
e r
Hood (1991), citado por Lamoglia et al. (2020), considera a Nova Gestão
P
Pública (NGP) como instrumento de aplicação em variadas funções,
desenvolvidas para estabelecer serviços públicos mais eficientes. De modo geral,
or
a NGP baseia-se no estabelecimento de ideias de honestidade com a prevalência
da imparcialidade no serviço público.
F
Destacando-se a contribuição do modelo de gestão apoiado na orientação
gerencial, Mediotte et. al (2020) discorrem que a tendência de mudança para Nova
Gestão Pública constitui-se em uma etapa inicial para as práticas de uma Nova
340
Governança Pública orientada para maior integração e participação da sociedade
civil, mediante práticas de controle social.
e
para o Desenvolvimento de que a contínua condição de vulnerabilidade impacta
s
negativamente o desenvolvimento humano.
l
públicos, e de matriz de probabilidade e impacto. U
Conceito sobre a realidade social na Amazônia, definição de projeto
n a
s o
A realidade social da Amazônia abrange a história de formação e definição
r
dos povos amazônicos, caracterizando-os e individualizando-os em sua condição
e
humana. Andrade (2019) afirma que o processo de desenvolvimento desses povos
P
foi marcado pela colonização caracterizada por invasão, apropriação e violência
r
e esse aspecto de choque cultural continua a representar atualmente os interesses
hegemônicos. Esse aspecto envolve a marginalização e esquecimento de saberes
o
tradicionais e acontecem de forma naturalizada segundo o autor. Os aspectos
F
sociais amazônicos são definidos por elementos subjetivos e abrangem um
conjunto de valores, crenças, atitudes, conhecimentos e comportamentos adotados
em razão da representatividade social que proporcionam pertencimento com
ênfase na relação com a natureza. Portanto, a proposição de projetos não pode
341
desconsiderar a legitimidade dos saberes tradicionais, sob o risco de
consequências graves no que diz respeito ao legado desses povos.
Projetos podem ser definidos como um conjunto de esforços temporários
para atingir um resultado esperado e exclusivo. Nesse sentido, Link et al. (2020)
afirmam que há uma forte relação entre a sociedade e os projetos públicos que
proporcionam benefícios que serão usufruídos a partir da destinação dos recursos
para efetivação de objetivos. A principal característica de projetos públicos é
atender interesses e necessidades da coletividade, buscando a melhoria da
efetividade dos recursos do governo, sejam financeiros ou humanos. Por
conseguinte, as demandas crescentes da população evidenciam a necessidade de
eficiência do poder público, sendo a gestão de projetos essencial para viabilizar a
efetividade das organizações públicas. Link et al. (2020) definem projeto público
como um agrupamento de ideias que envolvem planejamento e execução de
procedimentos de maneira organizada e estruturada com um corpo técnico
qualificado, objetivos claros, cronograma e orçamento definidos, bem como com
a utilização de parâmetros de controle com indicadores que permitem avaliar os
resultados alcançados em comparação com os resultados previstos.
A matriz de probabilidade e impacto, ou matriz de riscos, é uma
e
ferramenta que leva em consideração o risco como efeito de incerteza sobre os
s
objetivos esperados. Moraes e Oliveira (2019) consideram que risco é a
ocorrência de evento que pode levar a um desvio dos propósitos comuns de
U
determinado sistema ou projeto. A ISO 31000 – Gestão de Riscos – Diretrizes
l
(ABNT, 2018) dispõe que todas e quaisquer organizações enfrentam influências
a
e fatores externos e internos que promovem certo grau de incerteza sobre o
n
alcance de seus objetivos. Assim, a gestão de riscos auxilia no estabelecimento
o
das estratégias que promoverão adequada tomada de decisão, compondo a
s
governança e liderança no gerenciamento das organizações. Também conhecida
e r
como mapa de calor segundo a NBR IEC 31010 – Gestão de riscos – Técnicas
para o processo de avaliação de riscos conforme ABNT (2019), essa matriz
P
consiste numa metodologia de exibição de riscos, suas consequências e
r
probabilidades que proporcionam a exibição de uma classificação para o risco. As
o
escalas que devem ser consideradas são personalizadas para cada objeto,
F
definindo os eixos da matriz podendo ser qualitativas ou quantitativas. Assim,
uma matriz de probabilidade e impacto funciona como método avaliativo de
comunicação da magnitude de determinado risco com base na probabilidade de
ocorrência e nas suas consequências. O Quadro 2 a seguir demonstra a matriz.
342
Quadro 2: Modelo de Matriz de Probabilidade e Impacto
Graus de Ameaça
Muito Alta Média Média Alta Alta Alta
Probabilidade
s e
U
O conceito de gestão pode ser definido como um ato de gerenciamento ou
l
administração de determinado recurso, sejam estes financeiros, bens ou pessoas,
a
para o atingimento de uma determinada finalidade ou objetivo. Nesse contexto, a
n
gestão também abrange processos e estratégias e torna-se fundamental para que
o
seja possível, ou minimamente viável do ponto de vista organizacional, o alcance
s
dos resultados esperados. A Gestão de Projeto Públicos envolve parcela
r
substancial dos recursos do Estado, uma vez que são partir deles que o Governo
e
promoverá a implementação de políticas públicas com vistas a atender as
P
necessidades da coletividade, como a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos
r
ou dos serviços prestados. Portanto, a ação do Governo deve estar estruturada por
meio dos seus programas orientados para a realização dos objetivos estratégicos
traçados.
F o
O ciclo de vida de Projetos pressupõe uma organização gerencial de início,
meio e fim que abrangem os processos de elaboração aos resultados alcançados.
A Figura 2 representa esse ciclo inicialmente composta pela fase de 1 – Proposta
343
de Projeto, que se compõe de um conjunto de informações sobre ele visando
identificar suas peculiaridades. Em seguida, o item 2 – Iniciação abrange os
procedimentos que identificam as necessidades e oportunidades com formulação
de problema/solução. O item 3 – Planejamento envolve o curso de ação com vistas
ao atendimento dos objetivos. Já o item 4 – Execução envolve a parte operacional
e prática proposta no planejamento. Esses itens 3 e 4 mesclam-se num processo
de Monitoramento e Controle, item 5, que visa assegurar a execução conforme
planejada, bem como o acompanhamento, análise e controle do desempenho do
projeto. Por fim, o item 6. Encerramento trata da formalização de conclusão ou
encerramento e abrange sua avaliação e item 7. Resultados e Benefícios
constituem a aferição da materialização dos objetivos pretendidos pelo projeto.
Figura 2: Ciclo de vida de projetos
Monitoramento e Controle
Iniciação
Proposta Resultados e
Iniciação Encerramento
de projeto Benefícios
e
Iniciação
U s
l
Fonte: elaborado pelos autores
n a
o
Quadro 3: Descrição dos componentes do Ciclo de Vida de Projetos
r s
e
Etapas Detalhamento
P
Apresentação que aborda um conjunto básico de informações
sobre o projeto como a identificação dos objetivos, proponente e
r
1. Proposta de projeto
apresentação.
2. Iniciação
344
Processos responsáveis pela coordenação de pessoal ou de
recursos necessários à execução do projeto de acordo com o
4. Execução
planejamento, fase prática.
s e
processo adequado de comunicação proporciona um elo entre as diversas partes
U
envolvidas na realização do projeto público. Os mesmos autores informam que
l
problemas de comunicação são mais frequentes em organizações brasileiras e uma
a
das principais deficiências no gerenciamento de projetos. Portanto, a comunicação
n
é de vital importância para a consecução dos objetivos dos projetos públicos, uma
o
vez que será necessário administrá-la durante todas as fases, pois não é suficiente
s
apenas o repasse de informações, é necessário também que essas informações
r
sejam compreendidas por todos os beneficiários e envolvidos.
e
P
Ainda segundo Quadros e Carvalho (2012) algumas características devem
ser consideradas quanto à comunicação dos projetos públicos como a
or
identificação das partes interessadas, no intuito fornecer canal oficial de contato
e consultas por meio de audiências ou reuniões com o público a ser beneficiado;
F
o adequado planejamento das comunicações; a distribuição de informações de
maneira clara e objetiva e com linguagem simples e de fácil entendimento; o
gerenciamento das expectativas das partes interessadas em virtude das
345
particularidades e limitações impostas ao setor público e, por fim, o reporte sobre
o desempenho alcançado e os benefícios gerados.
Assim, propõe-se neste estudo que as comunicações deverão ocorrer por
meio de parceria externa, audiências públicas com a comunidade envolvida
(ribeirinhos, indígenas, população vulnerável) e comunicação com as autoridades
ministeriais. Quanto à comunicação no resultado ou tipos de informações geradas,
deverão ser considerados os resultados quanto à permanência de estudantes em
conclusão de curso de graduação, e a métrica de menor índice de evasão. A
responsabilidade pela comunicação deverá concentrar-se nos gestores da área
estudantil e equipe de especialistas em gestão estudantil das Instituições de Ensino
Superior. Por fim, a periodicidade dessa comunicação com a gestão de
planejamento visando alocação de recursos em atividade, deverá ser continuada.
A Figura 3, a seguir, demonstra o diagrama de fluxo de comunicação a ser
considerado, seguido pela Quadro 4 que especifica a operacionalidade do fluxo
de comunicação.
s e Autorida
U
Autoridade
Unidade Interessada
Superior de
Ministerial
a l
o n
Feedback
r s
e
Comunidades
Parcerias externas
beneficiárias
r
Fonte: elaborado pelos autores. P
F o
346
Quadro 4: Detalhamento sobre a operacionalidade do fluxo de comunicação
Elementos Detalhamento
e
São os organismos públicos, outras universidades, empresas públicas
s
que possam firmar convênios ou acordos de cooperação institucional,
5. Parcerias Externas de modo a trazer reforços significativos, como vagas de estágio
U
remunerado, suporte alimentar, bolsas assistenciais e outros meios
l
complementares.
a
Fonte: elaborado pelos autores com base nos dados coletados neste estudo.
o n
s
3. METODOLOGIA DO PREPARO
e r
P
Dado às características da pesquisa, a metodologia aplicada abordará
r
aspectos quali-quantitativos, em razão da utilização dos procedimentos inerentes
o
à ferramenta escolhida para o gerenciamento e diagnóstico da hipótese
F
apresentada, cuja análise das informações consistirá em uma concepção
predominantemente qualitativa, com base no conjunto teórico de pesquisas
escolhidas.
347
Creswell e Clark (2013) questionam quais seriam as justificativas para
aplicação de método mistos, qual seja, uma abordagem quantitativa e qualitativa.
Neste contexto, o autor acrescenta que os problemas compreendidos na pesquisa
estão relacionados à circunstância de um método ser não ser suficiente para
obtenção de resultados, havendo necessidade de um segundo método para
aprimorar o método primário.
Deste modo, pretende-se fazer uma análise a partir dos conceitos e
abordagem dos autores das fontes bibliográficas. Conforme Gil (2019), para
direcionar as fases de identificação das fontes bibliográficas faz-se necessário ter
claros os tópicos a serem abordados no estudo, podendo ocorrer, durante esta fase,
a verificação de que determinado assunto pode estar amplo, sendo necessária sua
delimitação.
e
da revisão de literatura da análise a partir das concepções trazidas dos autores,
s
bem como da constituição de inferências de simulação acerca do assunto. Para Gil
(2017), a maior parte das pesquisas em alguns campos de conhecimento, é
U
elaborada com orientação, sobretudo, em fontes bibliográficas, de um modo geral,
l
parte significativa de pesquisas utiliza em algum momento a pesquisa
a
bibliográfica com o intuito de oferecer a fundamentação teórica da pesquisa.
o n
s
3.2 Quanto aos procedimentos adotados
e r
r P
No que diz respeito ao procedimento metodológico adotado foi utilizada
a coleta de dados secundários. Para tanto, foram feitas buscas nas plataformas
o
Spell, Google Acadêmico, e nos sites do Instituto Brasileiro de Geografia e
F
Estatística (IBGE) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), sendo
considerados para as buscas artigos científicos, dissertações e publicações que
possuem correlação com o tema de pesquisa. Em seguida, foram feitas as buscas
nos documentos acerca dos assuntos pertinentes ao contexto da pesquisa. O
348
procedimento seguiu com a utilização de palavras-chaves para verificação do
conteúdo. Para Creswell (2014) o procedimento de coleta de dados oriundas de
variadas fontes de informações indiscutivelmente é a base da pesquisa qualitativa.
e
pode, juntamente com a Matriz de Probabilidade e Impacto, contribuir para uma
categorização final acerca do nível de gravidade dos riscos.
U s
3.4 Quanto a análise
a l
o n
s
O poder comunicativo permite conhecer como ocorre o processo
e r
participativo dos cidadãos no contexto político com o intuito de alcançar direitos,
os quais por sua vez procuram alinhar a concepção de vida em sociedade. O autor
P
aborda acerca da Teoria da Ação Comunicativa de Habermas (1997), a qual se
r
fundamentava no fenômeno linguístico para desenvolvimento de entendimento
o
recíproco racional, em que a razão seria pautada na construção de um diálogo
realizado pelos participantes sociais os quais estão envolvidos. E ainda na visão
F
de Habermas relata que não há Estado de Direito sem democracia essa por sua
vez não poderá ser separada da concepção de Estado de Direito, portanto sendo
ideias dependentes entre si.
349
Partindo deste entendimento, o presente estudo abordará análise da
realidade local dentro da dinâmica proposta pela ferramenta Matriz de
Probabilidade e Impacto, proposto as adequações à medida que se estabelecem as
variáveis do conjunto de estudo de assistência aos indivíduos vulneráveis, quais
sejam: moradia precária, analfabetismo, falta de transporte acessível, recursos
para manutenções básicas como, por exemplo, saúde educação. Com isso, tem-se
um conjunto de informações que permitem basear as ações necessárias para
mitigar tais discrepâncias.
e
vulnerabilidade social é caracterizada principalmente por fatores
U s
socioeconômicos e é considerada uma ameaça persistente para o desenvolvimento
humano para grupos de indivíduos excluídos socialmente. Nesse aspecto, é
l
necessária a constante adoção de políticas públicas para promoção do progresso
a
sustentável e equitativo, com adoção de iniciativas entre atores locais e o poder
n
público no intuito de proporcionar mudanças no contexto social e econômico e,
dessa forma, possibilitar a essas comunidades que vivem em condições adversas
s o
o alcance de resultados em termos de desenvolvimento local como acesso à
educação e saúde.
r
P e
4.1 Identificação da população vulnerável a ser beneficiada do projeto
em estudo.
or
F
A política de assistência aos vulneráveis vai além do contexto
educacional, estão ligadas à outras variáveis, em uma perspectiva de um sistema
maior com impacto em resultados no desenvolvimento sustentável na Amazônia.
350
Nesse sentido é importante destacar evidenciar a realidade dos indivíduos
para construção de um ciclo de compressão democrática para o desenvolvimento
da região esteja atrelada ao desenvolvimento humano, diminuição da taxa de
analfabetismo. A utilização dos recursos da Amazônia de maneira consciente e
formação de mão de obra local.
Fiore et. al (2020), relatam que as características da vulnerabilidade
podem remeter às questões de insegurança, fragilidade, crises e instabilidades, as
quais necessitam de atenção, potencializar esforços na busca de caminhos novos
para proteção, estabilidade para promoção e vida integral.
e
Além disso, conforme o autor descreve, os aspectos relacionados aos indicadores
s
sociais, econômicos e sanitário, são diversificados, havendo situações alta
concentração de renda e por outro lado, condições bastantes prejudiciais para
U
maioria da população. Acrescenta ainda o fato das características das regiões
l
serem abordadas como obstáculo para implementação de políticas públicas e para
a
o desenvolvimento econômico.
n
Neste aspecto é possível perceber que a concessão de auxílios pode
o
s
alavancar a melhoria do desenvolvimento humano, uma vez que contribui para
r
ruptura do processo contínuo de desigualdade social que assola a região
e
amazônica. Diante deste cenário, torna ainda mais evidente em razão da própria
P
condição regional, o papel do Estado na promoção de políticas que promovam o
desenvolvimento humano. Para tanto, a alteração desse quadro de vulnerabilidade
or
torna-se relevante na elaboração de planos estratégicos direcionados para a
realidade local, baseado no próprio diagnóstico do contexto amazônico, por meio
F
de discussões locais.
351
4.3 Proposta de framework metodológico para o aperfeiçoamento do
projeto público de assistência.
s e
U
Quadro 5: Quadro especificativo da matriz de probabilidade e impacto
l
a
Risco
Impacto
n
Probabilidade
o
1. Muito baixa Irrelevante
s
1. Muito baixo
r
2. Baixa Baixo
e
2. Baixo
P
3. Média Moderado
3. Médio
r
4. Alta Elevado
o
4. Alto
F
5. Muito alta Extremo
5. Muito alto
352
Quadro 6: Matriz de probabilidade e impacto
Impacto
1 2 3 4 5
5 5 10 15 20 25
Probabilidad
4 4 8 12 16 20
3 3 6 9 12 15
e
2 2 4 6 8 10
1 1 2 3 4 5
Fonte: elaborado pelos autores
Quadro 7: Correlação entre probabilidade, impacto e risco
Probabilida
Situação Impacto Risco
de
e
beneficiária 5 5 25
U s5 10
al
4.Indisponibilidade orçamentária
4 4 16
o n 3 4 12
r s
P e
No gerenciamento das propostas de assistências se permite visualizar uma
r
rede de comunicações para delinear a formação de políticas assistenciais, em
o
especial, em uma Instituição de Ensino. Nesse sentido, a comunicação torna-se
F
aliada em potencial para constituir uma rede de apoio e parcerias, em razão dos
recursos limitados, bem como a troca de experiências nesse sentido, permite a
promoção de capacidades de interesse comum, sobretudo, entre entes públicos.
Como por exemplo, o Estado a qual pertence as comunidades em situação de
353
vulnerabilidade, tornando-se um parceiro em potencial congregar esforços com as
Instituições de ensino, além de parcerias público-privadas.
A aplicação da Matriz de Probabilidade e Impacto permite trazer uma
dinâmica para o diagnóstico de riscos, desta forma contribuindo para atingir os
resultados esperados. Foram levantados os riscos que podem impactar, quais
sejam: falta de apoio ministerial, falta de comunicação com a comunidade
beneficiária, falha no processo de seleção dos beneficiários, indisponibilidade
orçamentária e pouca participação social. Após o levantamento dos possíveis
riscos, foram atribuídos o grau de probabilidade e impacto e obtendo como
resultado o grau de risco.
Conforme o Quadro 7, observa-se que a falta de apoio ministerial, falta de
comunicação com a comunidade beneficiária e a indisponibilidade financeira são
considerados como risco extremo. Ao que diz respeito à falha no processo de
seleção e a pouca participação social são considerados risco moderado.
No que diz respeito a atuação da Instituição quanto às ações necessárias
para eliminação ou diminuição dos impactos dos riscos expostos no quadro 7,
destaca-se como ação para a falta de apoio ministerial, utilizar plano de
justificativa abordando as principais questões alinhadas com a missão da
e
Instituição, e como as medidas de assistência aos indivíduos em situação de
s
vulnerabilidade poderão impactar no desenvolvimento e fortalecimento das
U
entidades envolvidas perante sua região.
l
Quanto à falta de comunicação com a comunidade beneficiária, a
a
Instituição antes de divulgar a política de assistência, deverá elaborar calendário
n
de visitas para reunião com representantes das comunidades, com o intuito de
o
apresentar os procedimentos que serão ofertados, o público-alvo, e como proceder
s
para obtenção do benefício, dispor de equipe especializada para prestar as
informações na Instituição.
e r
Com relação a falha no processo de seleção dos beneficiários, a Instituição
r P
poderá utilizar ferramentas de gerenciamento de riscos durante as fases de seleção
e atuação de equipe multidisciplinar quanto aos aspectos determinantes para os
o
critérios dos beneficiários.
F
No que diz respeito à indisponibilidade orçamentária, a Instituição poderá
promover acordo de cooperação e parcerias com entidades promotoras de
desenvolvimento local, como prefeitura e o Estado, até mesmo entidades privadas
engajadas com o desenvolvimento sustentável na Amazônia, e por meio de
354
credenciamento, isso poderá se tornar uma alternativa. Quanto à pouca
participação social, é importante elaborar um plano de marketing para promover
o acesso dos dados, uma vez que pode inclusive ser consequência da falta de
comunicação, portanto, além das reuniões, o acesso aos veículos de comunicação,
como rádio e tv, bem como disponibilidade de informações no site oficial,
utilizando ferramentas de maior visualização, em razão dos indivíduos em
potencial para receber os auxílios necessitam estar em vínculo com a Instituição.
A partir dessa dinâmica aumenta-se a possibilidade de alcançar maior número de
interessados em participar de processo seletivo de discentes, contribuindo com as
chances de mitigar esse problema da participação social.
5.CONCLUSÃO
e
necessárias. Nesse aspecto a matriz de probabilidade e impacto é ferramenta
s
gerencial capaz de auxiliar no gerenciamento de projetos públicos voltados à
assistência de indivíduos vulneráveis na Amazônia, uma vez que que leva em
U
consideração o risco como efeito de incerteza sobre os objetivos esperados.
l
a
O estudo relaciona a contextualização e obstáculos presentes na vivência
n
dos indivíduos em situação de vulnerabilidade na Amazônia com as
o
possibilidades de ações das instituições públicas orientadas, sobretudo, para
s
transformar a realidade, por meio de suas capacidades, evidenciando as redes de
r
comunicações como apoio, e entendendo os riscos negativos no gerenciamento.
e
Buscando analisar os aspectos limitantes de recursos do poder público e como
P
este pode atuar utilizando, para tanto o gerenciamento, o qual é capaz de mitigar
r
eventuais inconsistências que possam prejudicar a atuação pública no momento
da execução das ações de enfretamento à desigualdade social que assola os
o
indivíduos em condições de vulnerabilidade.
F
355
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n a
r s o
P e
or
F
358
Capítulo 16:
Aplicando o PMBOK como ferramenta
gerencial de projeto público
de polo industrial em Porto Velho
e
flavio1954@gmail.com
Resumo
U s
a l
O Distrito de Nova Mutum Paraná, em Porto Velho, foi construído para ser um
o n
polo industrial com na via de promover o desenvolvimento sustentável naquele
cenário, mediante o aproveitamento da mão-de-obra local e os recursos naturais;
r s
porém este projeto não foi concluído. Alterações no ambiente organizacional, no
contexto político e nas condições econômicas fazem com que gestores públicos
P e
assumam desafios maiores na implementação de políticas públicas voltadas para
o desenvolvimento local e sustentável em regiões com particularidades próprias
r
como a região Amazônica. A utilização do Guia Project Management Body of
o
Knowledge (PMBOK) poderia facilitar a implantação e no gerenciamento de um
F
projeto público de polo de desenvolvimento industrial? Para responder a esta
pergunta, este estudo traz como objetivo geral estudar a aplicação do PMBOK
como ferramenta de gestão de um projeto público de desenvolvimento industrial;
e na produção dos resultados, apresenta como objetivos específicos: Apontar as
359
práticas aplicadas pelo PMPOK para o gerenciamento de projetos (1), identificar
os benefícios da tecnologia PMBOK no gerenciamento do projeto público de polo
industrial simulado neste estudo (2), e propor sugestões para melhoria na gestão
ora simulada mediante a aplicação do PMBOK(3). Os resultados apontados serão
apresentados após a introdução, a revisão teórica conceitual e a metodologia.
Como metodologia, aplicou-se o método de estudo de caso simulado e pesquisa
qualitativa sobre estudos relacionados ao tema abordado. E por fim, o estudo
apresenta sugestões que poderiam ser implementadas ao modelo adotado, como o
objetivo de trazer resultados mais consistentes para a concretização do projeto
proposto.
e
Abstract
U s
The District of Nova Mutum Paraná, in Porto Velho, was built to be an industrial
a l
hub with the aim of promoting sustainable development in that scenario, through
the use of local labor and natural resources; however this project has not been
o n
completed. Changes in the organizational environment, in the political context
and in economic conditions make public managers take on greater challenges in
r s
the implementation of public policies aimed at local and sustainable development
e
in regions with their own particularities, such as the Amazon region. Could the
use of the Project Management Body of Knowledge (PMBOK) guide facilitate
r P
the implementation and management of a public industrial development hub
project? To answer this question, this study aims to study the application of the
o
PMBOK as a management tool for a public industrial development project; and
F
in the production of results, it presents the following specific objectives: To point
out the practices applied by the PMPOK for project management (1), to identify
the benefits of the PMBOK technology in the management of the public project
of an industrial center simulated in this study (2), and to propose suggestions to
360
improve the management now simulated through the application of the
PMBOK(3). The results pointed out will be presented after the introduction, the
conceptual theoretical review and the methodology. As a methodology, we
applied the simulated case study method and qualitative research on studies
related to the topic addressed. And finally, the study presents suggestions that
could be implemented in the adopted model, with the objective of bringing more
consistent results for the realization of the proposed project.
1. INTRODUÇÃO
s e
disponíveis a serem processados e transformados em riquezas. Por conseguinte,
se implementa a geração de emprego, renda e progresso local. São reflexões que
U
exigem ainda a adaptação para as demandas de mercado e dos fatores prazo, custo
l
e qualidade, requeridos quando se busca um gerenciamento ideal de projetos.
a
Porém existem ferramentas de gestão que melhoram aquela decisão esperada
n
pelos administradores públicos e pela sociedade pagadora de impostos.
r s o
Cenários complexos como o delineado acima exigem pesquisa que levem
ao entendimento da forma, e que motive as lideranças a praticarem medidas de
e
adequação pelas mudanças conceituais e técnicas, enquanto manuseiam
instrumentos válidos para um resultado eficiente e rápido, o que justifica estudo
r P
como este. A pergunta a ser respondida no momento é: Como a aplicação do Guia
Project Management Body of Knowledge (PMBOK) favorece no gerenciamento
o
de um projeto público de polo de desenvolvimento industrial? Para responder a
F
esse questionamento traz como objetivo geral estudar a aplicação do PMBOK
como ferramenta de gestão de um projeto público de desenvolvimento industrial;
e para a produção dos resultados, apresenta como objetivos específicos, apontar
as práticas aplicadas pelo PMPOK para o gerenciamento de projetos (1),
361
identificar os benefícios da tecnologia PMBOK no gerenciamento do projeto
público de polo industrial simulado neste estudo (2), e propor sugestões para
melhoria na gestão ora simulada mediante a aplicação do PMBOK(3). Esta tarefa
é apresentada por meio tópicos e subtópicos, trazendo, após essa introdução, um
aporte teórico e conceitual, a metodologia utilizada para a preparação do estudo,
os resultados em conformidade com objetivos, a conclusão e as referências que
fundamentaram o presente estudo.
2. REVISÃO TEÓRICO-CONCEITUAL
e
inovação fomenta esta expansão, criando uma cadeia sobre a produção, emprego,
s
renda e salários. Silva (2019) afirma que a inovação não precisa ser radical,
podendo conter apenas alteração nos arranjos comerciais, visando obter lucros
U
extraordinários, o que descreve como rendimento acima da média do mercado e
l
não simplesmente como remuneração do capital investido.
n a
De acordo com Chaerki, Ribeiro e Ferreira (2019), a perspectiva da Teoria
Institucionalista é identificada como uma abordagem que visa analisar as
s o
organizações, explicando os valores e atores sociais que influenciam o ambiente
r
organizacional, além disso, objetiva-se compartilhar e disputar recursos e poder
e
para que seja possível o alcance de resultados. Nos estudos organizacionais, essa
P
teoria tem foco no ambiente das organizações, constituindo com sua extensão
técnica, bem como suas implicações diante da ação e comportamentos, no entanto,
or
buscando compreender o processo produtivo, manutenção e mudanças de
diretrizes sociais, do relacionamento das regras formais e informais, das
F
transformações que ocorre no ambiente empresarial e crenças culturais no
crescimento corporativo.Após a breve contextualização sobre a Teoria
Schumpteriana e a Teoria Institucionalista será abordado sobre o Project
Management Body of Knowledge (PMBOK).
362
2.1 Conceitos sobre Project Management Body of Knowledge (PMBOK)
Elementos Descrição
e
Gerenciamento da Processos e atividades que objetivam identificar, definir, combinar,
s
integração do unificar e coordenar todos os processos e atividades de gerência de
projeto projetos. Atividades que se encontram dentro dos grupos de
U
processos de gerenciamento ( Iniciação, Planejamento, Execução,
l
Monitoramento e Controle e Encerramento.)
a
Gerenciamento do Processos suficientes para garantir que o projeto possua todo o
n
escopo do projeto trabalho necessário para que possibilite sua finalização sucedida.
Refere-se ao detalhamento de todo o trabalho que será necessário
Gerenciamento do
r s o
para ser possível a entrega do objetivo.
Fatores que possibilitam a finalização do projeto de forma pontual.
e
cronograma do Refere-se ao processo que possibilitará garantir que o que foi
projeto projetado seja entregue no prazo planejado, favorece demonstrar os
P
prazos de cada atividade, bem como o prazo final do projeto.
r
Gerenciamento dos Processos envolvidos na estimativa orçamentária, controle de
custos do projeto custos, planejamento, de forma possibilite que o projeto finalize
o
dentro do orçamento aprovado. O custo do projeto é a soma de todos
F
os recursos que foram necessários para a execução do projeto
expresso em unidade monetária.
Gerenciamento da Fatores incorporados nas diretrizes de qualidade, conforme o
qualidade do projeto planejamento. Buscando atender as expectativas dos
363
stakeholders.Tem como objetivo garantir a qualidade do projeto de
modo a satisfazer todas as expectativas da parte interessada.
Gerenciamento dos Processos que proporcionam a identificação e gerência de recursos
recursos do projeto suficientes para a finalização bem-sucedida. Tem como principal
objetivo gerenciar todos os recursos que são necessários para a
execução do processo, desde a aquisição até a liberação, incluindo
controle, gerenciamento.
Gerenciamento das Processos que visam garantir que as informações do projeto sejam
comunicações do organizadas de forma oportuna e apropriada. Inclui todos os
projeto processos necessários para garantir que as informações sejam
organizadas e forma oportuna. Esse é considerado uma das áreas de
conhecimento mais importantes do projeto.
Gerenciamento dos Fatores que conduzem o que foi planejado e busca identificar os
riscos do projeto riscos do projeto, implementando respostas e monitorando todos os
riscos. Aqui, objetiva-se avaliar e gerenciar os riscos de modo a
possibilitar o aumento de eventos positivos e redução de eventos
que possam ser prejudiciais ao evento.
Gerenciamento das Processos necessários para adquirir produtos, serviços ou resultados
aquisições do projeto externos à equipe do projeto. Nessa área de conhecimento,
objetiva-se selecionar o melhor fornecedor, avaliar e monitorar as
aquisições, além de decidir o que será adquirido para que se evite
desperdícios, excessos ou pouca qualidade.
e
Gerenciamento das Processo dos stakeholders que impactam ou podem ser impactados
s
partes interessadas pelo projeto, busca análise de expectativas e seu impacto no projeto,
do projeto e busca desenvolver estratégias de gerenciamento e proporcione um
U
eficaz engajamento nas decisões e no andamento do projeto.
l
Fonte: adaptado do Guia PMBOK, 6ª Edição.
n a
Embora essas áreas de conhecimento estejam relacionadas a uma fase do
s o
ciclo de vida dos projetos, todas essas áreas possuem suas finalidades que são
voltadas à missão da organização.
r
P e
2.2 Conceitos sobre gestão de projeto público e sobre polo industrial
r
sustentável.
F o
O conceito de projeto é abordado em Oliveira (2016) como um esforço
temporário que não se repete, com sequência lógica e clara, com começo, meio e
fim; possui a finalidade de alcançar um objetivo definido e único, podendo ser
criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Estudo de Nediger (2020) trata
364
sobre as fases do gerenciamento de projetos, abordando sobre o seu Ciclo de Vida,
que define o delineamento das fases que servem de orientação aos gestores para
o alcance do sucesso nesta tarefa. Esse autor afirma que os ciclos gerenciais de
um projeto são complementares entre si, trazendo facilitadores no trabalho do
gerente no momento em que for conduzir as atividades entre as partes
interessadas.
A aplicação do PMBOK no projeto de criação do Polo Industrial será com
base nas fases do gerenciamento de projetos. Define-se práticas e conhecimentos
técnicos que atendem as expectativas e objetivos esperados, onde se consideram
as atividades relevantes, os prazos, o escopo e os recursos que favorecerá o
alcance de sucesso do proposto. A seguir, consta a Figura 1 com as etapas que
serão demonstradas na simulação de caso, e no Quadro 2 as fases de um projeto
com a sua descritiva.
Figura 1- Ciclo de vida do projeto público
Monitoramento e Controle
Planejamento
Proposta
do Iniciação
s e
Encerramento
Resultado
U
Execução Benefício
projeto
a l
o n
r s
P e
or
F
365
Quadro 2- Características do ciclo de vida da gestão de projetos.
Elementos Descritiva
e
definidos no plano; permite ao gestor providenciar em tempo hábil
Encerramento
o ajuste e a adequação.
U s
Trata-se da conclusão do projeto com o alcance das metas previstas;
efetua-se a entrega com a resolução do problema. Nesta etapa se
l
encerram os contratos com fornecedores, divulgam-se os recursos
a
do projeto, e efetua-se a comunicação do fechamento às partes
n
interessadas.
o
Fonte: Adaptado de Smanio et al (2017).
r s
e
Conforme afirmado por Junior et al. (2013) a gerência de projetos abrange
P
técnicas e ferramentas que conduzem um projeto durante sua criação,
planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento, que
or
possibilitam a garantia que o trabalho seja realizado dentro do prazo, custo e
qualidade esperada. No que se refere a polo industrial sustentável, conforme
F
Rodrigues et. al. (2019) verifica-se a existência de articulação entre políticas
industriais e políticas de ciência, tecnologia e inovação, sendo considerado
instrumento importante para mudanças na economia de países em
366
desenvolvimento, em razão de proporcionar aumento de investimento, capacidade
de inovação e competitividade de bens e serviços.
Segundo Andrade (1992), para a criação de um Polo Industrial de
Desenvolvimento se faz necessário um planejamento de longo prazo, além do
levantamento do diagnóstico socioeconômico da região, da sua estrutura
existente, do seu contexto econômico, além de avaliar que distorções que possam
travar o seu desenvolvimento. Um polo industrial deveria ser um centro
econômico e dinâmico de uma região, onde o seu crescimento se percebe em toda
a região que o cerca, criando fluxos. A existência de vários polos, ligados uns aos
outros têm influência sobre as atividades econômicas da região, denominando-se
assim zonas de desenvolvimento.
Neste tópico serão abordados conceitos trazidos por alguns autores sobre a
simulação e o desenvolvimento local e sustentável. Em um cenário de grande
e
competição, leitura em Guevara, Silva, Hasegawa e Venanzi (2017) apontam que
s
a simulação é uma das ferramentas mais relevantes para a operação de sistemas
ou processos complexos, auxiliando no planejamento, projeto e controle. Para os
l U
gestores de projetos, a simulação é considerada como uma metodologia de
resolução de problemas indispensável na sua construção. Permite a utilização de
n a
um modelo experimental, onde são representados um grupo de objetos ou ideias
que permitam descrever uma determinada situação ou problema. Assim, os
r s o
autores descrevem que a simulação é um processo de concepção de plano real de
maneira que seja possível realizar experimentos sobre este modelo, com o
e
objetivo de explicar comportamentos e avaliar ou analisar as estratégias para a sua
construção, para que seja alcançado o objetivo estabelecido.
r P
Hoss, Bromberger e Sousa (2012) citam que a simulação de cenários aponta
possibilidades e alternativas para o futuro, a partir da análise de variáveis
o
presentes, transformando incertezas em riscos e contribuindo para a tomada de
F
decisões nas organizações, pois fornece subsídios para que os gestores e outros
membros da organização possam atuar de maneira integrada. A simulação
também permite compreender melhor o ambiente, de maneirar que seja possível
dotar os gestores do conhecimento necessário para execução de ações e análise
367
dos seus impactos, em diferentes circunstâncias. Corroboram com este
entendimento Oliveira, Tokumori, Andrade e Maiellaro (2017) onde afirmam que
a simulação permite alterar os panoramas e perspectivas, com a finalidade de
otimizar os recursos e obter um melhor aproveitamento, além de aperfeiçoar e
quantificar os efeitos desejados no projeto em questão.
Na formulação de Projetos Públicos para a construção de pólos de
industriais visando o desenvolvimento local, faz-se necessário primeiramente
compreender os conceitos do que seria o desenvolvimento local e suas
particularidades. Leitura em Rocha, Gadelha e Almeida (2017) descrevem que
quando se trata de desenvolver um projeto de desenvolvimento local sustentável,
o capital social é fator é fator preponderante para que todos os atores envolvidos
e afetados tenham oportunidade de reivindicar seus interesses, e com isso
formular um projeto com o objetivo de desenvolver as potencialidades da região
através de práticas sustentáveis, preservando todos os recursos. A interpretação
trazida por Pereira, Resch, Dockhorn, Rodrigues e Silva (2017) fortalecem esta
definição onde afirmam queconhecer e compreender as características locais é o
ponto de partida para pensar o desenvolvimento local, reconhecendo suas
especificidades para a formulação de ações, estratégias e políticas que visem uma
proposta para o desenvolvimento local e regional.
s e
Ferracini (2012) infere que para o desenvolvimento local, cinco dimensões
devem ser abordadas: inclusão social, fortalecimento da economia local, inovação
U
na gestão pública, gestão e uso racional de recursos naturais e mobilização social.
l
Nesta perspectiva, o objetivo seria o combate à pobreza, que estaria integrado com
a
esses elementos. Há ainda a necessidade de articulação das esferas públicas,
n
programas setoriais e organizações sociais, visando a otimização de recursos e
o
buscando alternativas para a busca de resultados, com foco na construção de um
s
projeto comum a serviço das comunidades. Desta maneira, é possível promover
e r
relações de forma democrática, mediando conflitos e disputas, comuns no
processo participativo e reavaliando procedimentos e elevando os conhecimentos
P
práticos e populares dos atores envolvidos. Assim, a comunidade passa a ser
r
cogestora de programas desenvolvidos para a região, participando do
o
desenvolvimento local integrado e sustentável.
F
368
3. METODOLOGIA
s e
aprendizado por permitir desenvolver habilidades que possibilitam confrontar
ideias através das controvérsias sobre problemas sociais, ambientais e
U
tecnológicos, em que constam conceitos científicos.A simulação de caso será
l
sobre o projeto de construção de polo industrial de desenvolvimento na região de
a
Nova Mutum aplicando-se a ferramenta PMBOK, criando-se valores fictícios,
n
com a finalidade de apresentar o funcionamento prático do modelo proposto.
r s o
P e
Executa-se como procedimento a busca e levantamento de material
or
bibliográfico em sites, bibliotecas digitais e outras fontes; em seguida procedeu-
se a seleção de acervos variados como artigos científicos, dissertações, livros que
F
tratam sobre Gestão de Projetos Públicos e outros temas relacionados ao assunto
deste resumo expandido. Em seguida efetuou-se a leitura flutuante do material
bibliográfico selecionado, iniciando assim o preparo deste documento; praticou-
369
se a clivagem de corpus e também a categorização para efetivação subsequente da
análise, constituindo assim a produção deste ensaio resumo expandido.
s e
Esta tarefa se fez por simulação de caso, considerando um cenário real de
U
um projeto delineado anteriormente sob o entendimento dos conceitos de ciclo de
l
vida de um projeto. Trata-se da construção de um polo de desenvolvimento no
a
distrito de Mutum Paraná, na municipalidade de Porto Velho, Capital do Estado
n
de Rondônia, que teve sua construção de infraestrutura realizada, mas os objetivos
o
de funcionamento ainda não foram alcançados. A construção do polo no distrito
s
buscava desenvolver a região, atrair investimentos com a instalação de indústrias
r
e novos empreendimentos, absorver a mão-de-obra que iria sobrar da construção
e
das usinas e fomentar o comércio e crescimento da região, gerando emprego e
P
renda e dando oportunidades a população remanejada da antiga Mutum.
r
Pelo acima exposto, ingressa neste estudo a perspectiva identificada, agora
o
de forma simulada a um case de projeto público por meio das orientações do
F
Project Management Body of Knowledge (PMBOK); a expectativa é tornar o
funcionamento do polo de desenvolvimento com a realização concretizada e com
resultados alcançados. Ingressa assim o confronto da relação existente entre a
teoria e a prática, retomada desde a revisão da literatura, como apresentado por
370
autores como Niederle e Radomsky (2016), Silva (2019), entre outros, assim
como o Guia PMBOK, que possibilitou aconstrução dos resultados da pesquisa.
s e
O projeto ora simulado já existia, entretanto jamais operou e ficou no âmbito
das ideias dos seus autores, enquanto aguardava uma liderança para capitanear as
U
providências de sua concretude que resultaria na operacionalização do polo
l
industrial em Nova Mutum Paraná, no Estado de Rondônia. De fato, ausente a tal
a
liderança e não tendo divulgação da proposta escrita, a iniciação esculpida em
n
PMBOK não prosperou. Eis que a fase primeira do ciclo de vida do projeto ficou
o
igualmente prejudicada. E não obstante está identificado o objeto e a necessidade
s
da iniciativa bem como na sua estrutura inicial proposta já constam a missão e
do referido polo.
e r
metas todas desenhadas a partir dos requisitos que favorece o êxito da instalação
P
A leitura do escopo do projeto público do polo industrial a ser gerenciado
r
contém a sua definição; porém nenhuma autorização consta para iniciar a
o
operação necessária e como não houve divulgação, e as expectativas dos
F
stakeholders não foram confrontadas para a conformidade de um projeto
democrático. Ademais já consta no documento o seguinte:
371
I) Desenvolvimento do termo de abertura do projeto: Desenvolve-se
um documento que formaliza a autorização da existência do projeto que
fornece ao gerente aplicar os recursos às atividades que serão executadas
no projeto.
II) Identificação das Partes Interessadas: Realiza-se a identificação das
partes interessadas e análise das informações relevantes quanto os
interesses, envolvimentos, influência e impacto no sucesso do projeto.
s e
definição do escopo total do esforço e o desenvolvimento do curso de ação que
seja possível alcançar os objetivos. Podendo haver a necessidade de
l U
retroalimentação constante para análise de possíveis mudanças no que foi
n a
planejado, pois havendo mudanças significativas há a necessidade de rever o que
foi planejado para que se possa fazer os ajustes necessários. Oliveira (2016)
o
afirma que a fase do planejamento permite o controle e detecção dos custos e
r s
prazos, possibilitando manter a qualidade com o intuito de alcançar a expectativa
e
esperada pelos stakeholders e também possibilita que o projeto seja realizado
dentro do orçamento aprovado. Nesta fase de planejamento do Polo Industrial de
r
disposições contidas no guia PMBOK:
P
desenvolvimento é realizado os seguintes procedimentos, conforme as
I)
II) F o
Executa-se a definição, preparação e coordenação dos componentes do
plano e houve a consolidação em um plano integrado.
Cria-se um plano para gerenciar o escopo do projeto que documenta a
maneira que o escopo será definido, validado e controlado.
372
III) Coleta-se os requisitos, determinando, formalizando e gerenciando os
recursos necessários e requisitos dos stakeholders objetivando cumprir
o plano de implantação do polo no distrito.
IV) Define-se o projeto, onde é desenvolvida de forma detalhada toda a
construção do polo de desenvolvimento e discriminação dos possíveis
impactos positivos e negativos, nesta etapa, possibilita o detalhamento
dos limites e resultados, além de critérios de aceitação pelo público
atingido.
V) Cria-se a Estrutura Analítica do Projeto ( EAP), onde dividi-se as
entregas dos projetos em partes menores que possibilita facilitar o
gerenciamento de cada etapa.
VI) Realiza-se o gerenciamento do cronograma onde são estabelecidas as
políticas, procedimento e formalização necessária para o planejamento,
execução, gerenciamento, controle do cronograma e desenvolvimento.
VII) Define-se de todas as atividades, com a identificação e formalização de
todas as ações a serem realizadas para a construção do polo industrial,
além da estimativa de duração de cada atividade com os recursos que
forem estimados.
VIII) Após isso, realiza-se o desenvolvimento do cronograma que permite
e
analisar todas as sequencias, duração, recurso e restrições do
s
cronograma. Para que seja possível que as conclusões das atividades
sejam realizadas dentro das datas planejadas.
l U
IX) Em seguida, planeja-se o gerenciamento dos custos e estimativa dos
custos e determinação do orçamento em que se expõe a definição da
n a
forma que os custos serão estimados, orçados, gerenciados,
monitorados, controlados e executados.
o
X) Realiza-se o planejamento do gerenciamento da qualidade, processo
r s
que houve a identificação dos padrões de qualidade.
e
XI) Executa-se o planejamento do gerenciamento dos recursos e das
atividades, onde há a definição da estimativa, aquisição, gerenciamento
r P
e utilização dos recursos físicos e de equipe, bem como da quantidade
de materiais, equipamentos e suprimentos que serão necessários para a
o
execução da atividade.
F
XII) Planeja-se o gerenciamento das comunicações, abordando um plano
mais adequado para as atividades de comunicação do projeto.
XIII) Também se planeja o gerenciamento dos possíveis riscos.
373
XIV) Realiza-se o planejamento do gerenciamento das aquisições, onde
formaliza-se as decisões de compras de produtos e serviços necessários
para a execução do projeto.
XV) Desenvolve-se plano para o engajamento das partes interessadas no
projeto.
e
com o que foi planejado. Nesta etapa realiza-se o seguinte procedimento no polo
s
de desenvolvimento industrial:
I)
U
Realiza-se o gerenciamento do trabalho, onde o processo de liderança é
realizado.
l
n a
II) Gerencia-se o conhecimento do projeto, realizando a utilização do
conhecimento que já existe e criação de novos conhecimentos.
o
III) Deve-se ocorrer a aquisição dos recursos, a arregimentação os
r s
trabalhadores, instalações, equipamentos, materiais, suprimentos ou
e
outros recursos fundamentais para a execução e conclusão do projeto.
IV) Gerencia-se a equipe e as comunicações, acompanhando o
r P
desenvolvimento do trabalho, resolução de problemas, feedback.
V) Implementa-se respostas aos riscos, além de conduzir as aquisições.
F o
Alves e Miranda (2019) afirmam que nesta etapa o planejamento é colocado
em prática, por meio da execução do que foi planejado, qualquer falha no
momento do planejamento é identificada.
374
4.1.4 Apontamentos quanto ao gerenciamento do Controle e
Monitoramento
e
mudanças nas entregas.
s
III) Valida-se e controla-se o escopo, em que se documenta a aceitação das
entregas concluídas e monitoramento do andamento do escopo,
U
objetivando manter a atualização da linha de base do escopo durante
l
todo o andamento do projeto.
a
IV) Realiza-se o controle do cronograma, recursos e custos, bem como da
n
qualidade esperada.
o
V) Monitora-se as comunicações visando garantir que o a necessidade
s
informada pelos stakeholders sejam atingidas.
VI)
r
Monitora-se os riscos e o engajamento das partes interessadas e se
e
houve o controle das aquisições.
r P
o
4.1.5 Apontamentos quanto ao gerenciamento da finalização
F
Fundamental é que se esclareça quanto a finalização que ocorrerá quando da
conclusão do projeto da implantação do polo industrial em Nova Mutum Paraná.
Recomendações de Alves e Miranda (2019) indicam que, nesta fase, ocorre a
375
entrega do produto ou serviço, documenta-se a aceitação e fechamento do
contrato. Deve ocorrer, também, a análise de todo o andamento do projeto para
que o que deu errado não se repita em outros projetos, acertos são identificados
para que possam acontecer em projetos futuros. Aqui, realiza-se a auditoria do
que foi adquirido, dispêndios financeiros, atualização dos dados, encerramento de
relatórios de desempenho, entre outras providências. Assim como consta no Guia
PMBOK, nesta etapa deverá realizar-se o fechamento formal do projeto para que
se finalize de forma apropriada. Nesta fase, será quando o polo de
desenvolvimento industrial terá condições de obter informações de todo o sucesso
alcançado.
e
condução do processo de forma padronizada, isso possibilita garantir o
s
conhecimento prévio do que se pode esperar, além de ter conhecimento dos
procedimentos para que se possa alcançar as exigências das partes interessadas;
U
outro ponto é a concretização do planejado de forma clara e completa. Indica-se
l
ainda a utilização de recursos de forma mais eficiente; tratamento otimizado dos
a
riscos; controle de todo o processo realizado, desde o início até o encerramento.
n
São medidas que se recomenda para a melhoria da comunicação entre as partes
o
envolvidas no projeto, além de possibilitar aumentar as chances de alcance dos
s
resultados de forma bem-sucedida.
e r
De acordo com o afirmado no Guia PMBOK, o bom gerenciamento de
P
projetos cria valor e diversos benefícios às organizações. Atualmente, muitos
gestores devem ser capazes de gerenciar orçamentos muitas vezes apertados,
or
prazos pequenos, recursos limitados e tecnologia que muda constantemente. Para
que se mantenha a competitividade, as organizações estão buscando gerenciar
F
projetos para que seja possível a entregas de forma consistentes. Diante desse
contexto, o guia apresenta os benefícios do gerenciamento de projetos eficaz:
376
I) Alcance dos objetivos almejados.
II) Satisfação das expectativas dos stakeholders.
III) Previsibilidade.
IV) Aumento de chances de sucesso.
V) Resolução de problemas e questões.
VI) Otimização do uso dos recursos.
VII) Identificação, recuperação e eliminação de problemas.
VIII) Gerenciamento de restrições (escopo, qualidade, custos, recursos).
IX) Melhor gerenciamento das mudanças.
e
de todas as fases.
U s
4.3 Sugestões para melhoria na gestão ora simulada mediante a
l
aplicação do PMBOK.
n a
O Guia PMBOK apresenta todas as áreas de conhecimento presentes para o
s o
gerenciamento de projetos. Mas entre todas, só é possível a realização de qualquer
r
projeto com os recursos necessários para a sua execução, sejam eles recursos
e
humanos, recursos financeiros, recursos materiais ou recursos tecnológicos.
P
Destaca-se aqui que a área de gerenciamento de recursos, é que permite
identificar, adquirir e gerenciar todos os recursos indispensáveis para a realização
or
satisfatória de um projeto.
Leitura em Moutinho, Kniess e Maccari (2013) trazem que para o
F
desenvolvimento de Projetos Públicos nos Municípios, a captação de recursos
depende também da transferência de recursos do Governo Federal, sem a qual a
viabilização destes projetos se torna inexequível. Com os recursos necessários e
suficientes é possível desenvolver e materializar a execução dos projetos públicos
377
locais. Desta forma, é necessário que os objetivos estratégicos dos municípios
estejam alinhados e em conformidade com as políticas de desenvolvimento
regionais traçadas pelo Governo Federal, pois executar programas de Projeto
Públicos sem o aporte financeiro necessário é um desafio para qualquer gestor
público.
Este entendimento é fortalecido por Link, Silva, Barichello, e Dal Magro
(2020), que citam que para um desenvolvimento local e sustentável realizável, a
gestão dos recursos é um fator indispensável, pois os gestores municipais devem
trabalhar para captação de recursos em favor de seus municípios, onde há uma
correlação com as partes interessadas, a equipe de projetos, os objetivos de
projetos, a avaliação de projetos, a gestão de recursos, com o resultado do projeto
e com a gestão da inovação, como forma de aproveitar os recursos naturais da
região.
Neste cenário, para a implantação de um projeto público de polo industrial
buscando o desenvolvimento da região, além de se trabalhar as áreas de
conhecimento trazidas pelo PMBOK, é imprescindível acrescentar inovações
nestes projetos.
Link, Silva, Barichello, e Dal Magro (2020) concluem que a inovação é o
e
fator mais significativo para a sustentabilidade na gestão de projetos públicos e
s
sua adequação às realidades locais no seu gerenciamento. A inovação tornar-se
U
um diferencial competitivo, já que o setor público possui a necessidade de estar
sempre se inovando e se adequando as exigências da sociedade e do mercado,
a l
com o objetivo de trazer novos recursos e de maneia diferenciada.
n
Neste sentido, a proposta sugerida neste estudo como inovação para setor
o
público para a captação de novos recursos para a implantação de projeto de
s
implantação de polo industrial visando à fomentação do desenvolvimento local,
e r
seria face a escassez de recursos, a gestão local poderia organizar um consórcio
municipal com outras municípios e regiões mais próximas, para levantamento de
P
investimentos na região a ser desenvolvida, de maneira que trouxesse benefícios
r
para toda a região, promovendo empregos, crescimento, renda e aumento na
o
arrecadação de tributos. Desta maneira, cada membro deste consórcio seria
responsável por uma contrapartida e estaria contribuindo para o desenvolvimento
F
local e regional, assim todos se beneficiariam, pois, as áreas afetadas entrariam
em novo ciclo de crescimento e desenvolvimento, promovendo ganhos para toda
a região.
378
Quadro 2. Resumo de Sugestão de melhoria na aplicação do PMBOK para
simulação de um polo industrial.
Autores Propostas
5. CONCLUSÃO
s e
l U
A construção deste resumo expandido proporcionou explorar de forma clara
e objetiva o tema de gerenciamento de projetos com base nas diretrizes do Guia
n a
Project Management Body of Knowledge (PMBOK), bem como a aplicação
prática por meio de um estudo de caso simulado que levou em consideração um
o
cenário real de um projeto de construção de um polo de desenvolvimento no
r s
distrito de Mutum Paraná, que teve sua construção de infraestrutura realizada, no
e
entanto, os objetivos de funcionamento não obtiveram êxito. Sendo assim, a partir
da aplicação dos conceitos e métodos do Guia PMBOK foi possível identificar
r P
procedimentos que auxiliam os gestores no desenvolvimento de projeto,
favorecendo a obtenção de sucesso de um projeto. Diante do levantamento
o
bibliográfico, foi possível responder ao seguinte questionamento: como a
F
aplicação do Guia Project Management Body of Knowledge (PMBOK) favorece
no gerenciamento de um projeto público de polo de desenvolvimento industrial?
Considerando a fundamentação teórica proposta por autores como Camelo e
Souza (2019), Link, Silva, Barichello, e Dal Magro (2020) e outros, possibilitou
379
finalizar o presente documento atendendo a todos os objetivos propostos. De fato,
a aplicação dos conceitos e técnicas propostas pelo Guia PMBOK no
gerenciamento de projetos públicos tem diversos benefícios como facilitar a
padronização, melhoria de todo o fluxo do processo, redução de riscos, controle
do prazo, custo e redução de despesas, além de contribuir com o alcance bem-
sucedido do objetivo esperado. Quanto a efetiva construção e funcionamento do
polo de desenvolvimento no Município, tendo em vista as limitações existentes,
se propôs captar recursos de outras fontes, alinhar objetivos estratégicos aos
projetos municipais com as políticas de desenvolvimento do Governo Federal,
além de inovar o projeto se adequando à realidade da cidade.
Observou-se que gerenciar projetos de forma eficiente é um grande desafio
e requer esforços pelas organizações em adotar as metodologias de gerenciamento
de projetos e a ferramenta PMBOK é crucial por conter diversas boas práticas que
auxiliam os gestores na execução de projetos de forma eficaz. Um projeto é
considerado bem-sucedido quando a qualidade for superior ou igual ao que foi
esperado, os custos forem iguais ou abaixo do que foi previsto, a data de conclusão
for igual ou anterior à planejada, porque projetos de alta qualidade possibilitam
entregar o resultado solicitado dentro do escopo, prazo e dentro do que foi orçado.
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l U
n a
r s o
P e
or
F
383
Capítulo 17:
Resumo
s e
l U
O presente artigo apresenta o estudo do Modelo SIR aplicado na gestão de
a
projecto público em cenário pandêmico, abordado por McKendrinck e Kernack,
n
onde prevê a propagação da pandemia COVID-19 e a interacção dos indivíduos
envolvidos. Apresentando o bom posicionamento do modelo e comparou – se a
s o
dinâmica do Modelo SIR utilizando conceitos resultantes que permitiram
r
determinar em linhas gerais a quantiadade de indivíduos infectados, recuperados
e
no intervalo de tempo mais a variação do tempo, onde esta quantidade não
P
depende somente de sujeitos susceptíveis S(t), bem como a quantidade de
infectados I(t),e portanto, surge como objectivo geral é o de interpretar uma
or
possível a intervenção do matemático na gestão de inovação e tecnologia através
do Modelo SIR na tomada de decisão em projecto público de combate à
F
propagação da pandemia da COVID-19 em Angola. Assim, recai nos seguintes
objectivos especifios (1), analisar a intervenção do matemático na gestão de
inovação e tecnologia através do Modelo SIR na tomada de decisão do combate à
propagação da pandemia da COVID-19 (2), propor o Modelo Matemático SIR
384
para a gestão de inovação e tecnologia na tomada de decisão do combate á
propagação COVID-19 (3), fundamentação teórica com base nos princípios da
resolução Matemática. Como desfecho, neste modelo, se assumi que o número de
infectados e recuperados é intrissicamente harmónico a quantidade de infectados
I(t) quanto à alternação do espaço da duração é existente em qualquer fenômeno
infeccioso.
Abstract
e
individuals involved. We present the good positioning of the model and compared
U s
- if the dynamics of the SIR model using derived concepts that allowed us to first
calculate the number of infected individuals, recovered in the time interval plus
l
the time variation, this number did not depend on the number of individuals
a
susceptible S(t), but only in the number of infected I(t), and therefore appears as
n
a general objective. The general objective is to interpret a possible intervention of
o
the mathematician in the management of innovation and technology through the
s
Model SIR in decision-making in a public project to combat the spread of the
r
COVID-19 pandemic in Angola. Thus, taking into account the general objective,
e
the following specific objectives(1) are to analyze the intervention of the
P
mathematician in the management of innovation and technology through the
Model SIR in decision-making to combat the spread of the COVID-19 pandemic
or
(2 ), propose the mathematical model (SIR) for the management of innovation and
technology in decision-making to combat propagation COVID-19 (3), theoretical
F
foundation based on the principles of Mathematical resolution. As a result… In
this model it is assumed that the number of infected and recovered is directly
proportional to the number of infected I(t) in terms of the variation in the time
interval, which is present in any infectious phenomenon.
385
Keyword: SIR Model; public project management; pandemic scenario.
1. INTRODUÇÃO
e
O modo de vida das populações alterou – se significativamente, adaptando
s
– se ao combate de uma pandemia que provoca um crescimento exponencial de
mortes por cada intervalo de tempo. Tal realidade despertou a preocupação de
l U
vários pesquisadores no âmbito das mais variadas áreas do conhecimento
científico, com maior realce ao ramo da medicina, no sentido de se obter uma
desta pandemia.
n a
possível vacina que possa amenizar os efeitos negativos causados pelas infecções
s o
Por ser uma doença potencialmente infecciosa as autoridades sanitárias ao
r
nível global recomendam a adopção de medidas preventivas por parte de todas as
e
populações com ênfase ao isolamento social e o uso de máscaras facial.
P
Paralelamente a esses pesquisadores, há aqueles que procuram estudar
r
comportamentos sociais para a optimização do controle da propagação deste surto
global. Nesta conformidade o uso da Matemática tem papel preponderante no
F o
equacionamento de casos e no controle do crescimento e decrescimento de
infecções, mortes e recuperações através de funções e gráficos de modelos
matemáticos variacionais.
386
Portanto, observando a realidade de Angola, que não ficou de fora do ciclo
de abrangência deste surto, regista-se os primeiros casos positivos nos dias 21 a
24 de março de 2020. Considera-se uma resistência por parte da população em
algumas províncias do país, com destaque na capital Luanda quanto ao
cumprimento das medidas preventivas; adotaram-se isolamentos e distanciamento
social, com vista a eliminar a cadeia de propagação da pandemia. Eis que eseja
este estudo, seguindo o exemplo da implementação de modelos matemáticos que
provocaram impactos positivos no combate a diferentes epidemias ao longo da
história.
O objectivo geral é o de interpretar uma possível a intervenção do
matemático na gestão de inovação e tecnologia através do Modelo SIR na tomada
de decisão em projecto público de combate à propagação da pandemia da COVID-
19 em Angola. Assim, tendo em conta o objectivo geral, recai nos seguintes
objectivosespecifios (1), analisar a intervenção do matemático na gestão de
inovação e tecnologia através do Modelo SIR na tomada de decisão do combate à
propagação da pandemia da COVID-19 (2), propor o Modelo Matemático SIR
para a gestão de inovação e tecnologia na tomada de decisão do combate á
propagação COVID-19 (3), fundamentação teórica com base nos principios da
resolução Matemática. Como resultado, se pode garantir que através deste
e
modelo epidemiológico SIR, o número de infectados e recuperados é directamente
proporcional ao número de infectados
s
quanto à variação do espaço de tempo,
U
que que é existe em qualquer fenômeno infeccioso. A resposta à pergunta de
l
pesquisa segue adiante, em tópicos e em subtópicos, nos quais constam, após esta
a
introdução, a revisão teórica – conceitual, a metodologia do arranjo, os desfechos
n
em conformidade aos fins, a conclusão e as referências admitidas como suporte
o
na elaboração deste estudo.
r s
e
2. REVISÃO TEÓRICO – CONCEITUAL
r P
O presente artigo tem como foco modelo epidemiológico SIR (Susceptive
- Infectado- Recuperado), proposto por McKendrinck e Kernack em 1927 com
o
maior incidência na gestão de projecto público em cenário pandêmico. Com base
F
em Cleland e Ireland (2007), fundamentam que a gestão de projectos originou na
década dos anos 1950, na indústria de construção, e um tempo depois na indústria
bélica, com o arranque da Guerra Fria e da Corrida Espacial, e a titulo de exemplo
387
a implementação do Projecto Manhattan, referente a implementação da bomba
atômica e o submarino nuclear Polaris.
e
Quadro 1 – Contágio de doenças infecciosas
U s
a l
n
Quando a transmissão se dá de um indivíduo para outro e pode
ser: Pelo Contacto directo: Quando a contágio se dá de um
r o
sujeito para outro e pode ser passada da seguinte maneira. Pelo
s
Contacto indirecto: Como o próprio nome indica, são
transmitidas por convívios; Pelas Vias aéreas: São
e
Horizontal
transmitidas pela inspiração de gotículas infectadas existentes
P
no ar; Por vectores: São transmitidas por vectores. Os mais
comuns são os artrópodes, como mosquitos, rícinos e carraça;
F
Sucede pelo contágio da doença se dá em função da mãe para
Vertical os filhos, pode muitas das vezes acontecer pela placenta,
nascença, ou através do leite materno. Segundo Oliveira et al
(2021) a transmissão Vertical (TV) pode ocorrer pela passagem
388
transplacentária de microrganismos durante a gestação, do
contato com sangue e secreções vaginais no momento do parto
e pelo leite materno. Segundo os autores, a membrana
placentária separa o sangue materno e fetal e atua como barreira
protetora, mas alguns vírus e bactérias, por mecanismos
desconhecidos, conseguem transpô-la.
e
informações por campanhas educativas e rumores, Silva (2010), na sua tese de
s
doutorado sobre modelo matemático para avaliação do impacto da temperatura na
evolução da virulência, e posteriormente surge Carradi, (s.d), nos seu estudos
U
sobre isloamento de contacto e modelo matemático no controle de infecção.
l
a
Os estudos realizados por Silva (2010), a modelagem matemática de
n
doenças contagiosas teve início graças a profissionais da área da saúde pública.
Historialmente, é tido como ponto de partida para a modelagem matemática
s o
aplicada à epidemiologia o trabalho do grande astro matemático Suiço Bernoulli
r
(1700 - 1782), membro de família de matemáticos e filósofos que foi o primeiro
e
a utilizar um modelo matemático, em 1760, para estimar a eficiência das artes de
P
vacinação vigentes naquele período. Assim, para dar seguinte a estes estudos
surge Malthus (1766 - 1834) que publicou o livro um ensaio sobre o princípio da
or
população na medida em que afecta o melhoramento futuro da sociedade, com
notas sobre as especulações de Mr. Godwin, M. Condorcet e outros escritores,
F
onde utilizava modelos matemáticos como princípio basilar para a conjectura de
que as populações humanas engrandecem em progressão geométrica. Nele
entendeu o ensejo de estreitar esse crescimento, uma vez que os meios necessários
para a sobrevivência humana poderiam não acompanhar o aumento exponencial.
389
Ainda segundo Silva (2010), em 1825, Alexandre Louis P.C. (1787-1872),
médico e matemático, publica em Paris um estudo estatístico em que estima uma
população de 1960 pessoas com turberculose. A abordagem de uma doença pela
compostura matemático influênciou o desenvolvimento dos primeiros estudos de
morbidade na Inglaterra e nos Estados Unidos de onde se origina a saúde pública.
Tempos depois Silva (2010), fez possível certificar que entre 1900 e 1935,
profissionais de saúde pública como Sir Ross, R.; Hamer, W. H.; Kermack, W. O.
e McKendrick, A. G. embutiram a prova dos modelos comportamentais. Sir
Ronald Ross formulou um modelo matemático que prognosticou que o surto da
malária podia ser acautelado se a população de mosquitos fosse circunscrita
abaixo de um determinado nível e isto conduziu a notáveis sucessos no controle
da malária.
Hamer, W. H., em 1906, provou que o crescimento de uma epdemia sujeita
- se à taxa de convivência entre indivíduos susceptíveis e infecciosos. Esta tese,
hoje conhecido como princípio de accção de massas, se tornou um dos mais
importantes conceitos da epidemiologia matemática. Este pensamento foi
traduzido na ideia de que a dessiminação da epidemia numa população é
proporcional ao produto da densidade de indivíduos susceptíveis pela densidade
e
de indivíduos infecciosos.
s
Nesta linha de pensamento é que se renconhecem as potencialidades que
U
brinda o modelo de Hamer, e adapta os trabalhos sobre a dinâmica da malária de
Sir Ronald Ross, em 1908. Aqui se escolhe propor um modelo matemático que
a l
leve em conta as variáveis realacionadas com a taxas de pessoas susceptíveis,
infectados e recuperados. Enseja este estudo de controle do crescimento e
n
decrescimento de casos positivos da pandemia COVID-19 em Angola, para a
o
s
intensificação de projeto público de prevenção em cenário pandêmico.
2.2.
e r
Gestão de projecto público em cenário pandêmico
r P
Com base em Thiry–Cherques (2010), é possível afirma que um projecto
o
pode ser definido como uma organização transactional envolvendo uma sucessão
F
de práticas guiadas à geração de um produto em um determinado periódo. Para
dar sutentabilidade a este estudo, indicar-se a metodologia de PRINCE 2, da OGC
- Office of Government Commerce (2009), órgão do governo britânico, segue na
mesma linha e reflete em torno a isso definindo que um projecto público como
390
uma organização provisória criada com o foco de dar vários produtos de negócio,
de acordo com um Business Case previamente definido.
PRINCE 2 é outro Business Case entendido como uma ideia que
proporcionará um determinado valor agregado a organização, fazendo, dessa
forma, com que a mesma mantenha o seu foco. Os dados passado mencionam que
a gerencia efectiva de projectos tem sua génese nos Estados Unidos. O detentor
foi Gantt que era especialista em técnicas de planejamento e controle e utilizou o
gráfico de barra como uma ferramenta de gerência de projetos associando-a às
Teorias de Taylor da Administração Científica. Seu trabalho foi o de controlar
ferramentas de gerências modernas de projetos, tais como a WBS (Work
Breakdown Structure) ou EAP (Estrutura Analítica do Projecto) de recurso, pelas
quais, pretendem avaliar o trabalho. Os estudos de Gantt sobre gerenciamento de
actividades foram elaborados na construção de um navio durante a II Guerra
Mundial. Gantt construiu diagramas com barras de tarefas e marcos que esboçam
a sequência e a duração de todas as tarefas em um processo. Antes dos anos 50,
os projectos foram controlados, basicamente, pelos Gráficos de Gantt e por
técnicas informais. O Project Management Institute (PMI) foi dando forma ao
PMBOK, que se tornou na década de 80, o principal guia de referência para o
gerenciamento de projectos. A premissa do PMI é que as ferramentas e as técnicas
e
da gerência de projecto são similares nas areas como a indústria. Compartilhando
U s
da visão em Garel (2013), afirma-se que a gestão de projectos se afastou das
teorias para se tornar um modelo de gestão; e um artigo publicado na Harvard
l
Business Review por Gaddis (1959) é considerado a mais antiga eferência
a
explícita a o gerenciamento de projectos.
o n
s
3. METODOLOGIA DO PREPARO
e r
Com base em Zassala (2012), conceitua-se que pesquisa é a investigação
r P
que busca estabelecer a essência e o grau de condições viventes. Pode-se também
entender que com a pesquisa sendo uma investigação que procura determinar a
o
natureza e grau de condições existente. Como também dão possibilidades de
F
poder colectar dados de uma única amostra ou amostras. Assim, tencionou-se
interpretar uma possível intervenção do matemático na gestão de inovação e
tecnologia através do Modelo SIR, útil na tomada de decisão em projecto público
de combate à propagação da pandemia da COVID-19 em Angola. Bem como, o
391
presente estudo recai pela pesquisa de abordagem qualitativa. A pesquisa
qualitativa, conforme Prodanov (2013), é uma dinâmica verídica entre o universo
verdadeiro e o sujeito; isto é, um enlace afável entre o universo fim e a
subjectividade do sujeito que jamais pode ser representado em forma numérica.
Para tal, se pode compreender que a pesquisa qualitativa, na sua maneira de
entender é uma técnica que nos permite investigar sem medidas numéricas tendo
em pesquisa, entrevistas, descrições de ponto de vista do investigador. Por outra,
em função dos métodos e as técnicas de colecção dos dados e de maneira a poder
responder algumas limitações que cada uma destas pesquisas apresenta.
s e
que é o agrupado do concreto que será submetido a uma observação. No facto do
artigo reflitir sobre Modelo SIR aplicado na gestão de projecto público em cenário
U
pandêmico, a investigação do material consiste com procedimentos de modelo em
l
função de regras previamente formuladas.
n a
O método de análise de conteúdo pode ser visto como um agrupado de
meios metodológico que tem como referência principal analisar um conjunto de
r s o
técnicas de análises de comunicação que se pode utilizar procedimentos
sistemático e objectivos de descrições dos conteúdos apresentados pelas
e
mensagens analisadas. Esta metodologia baseia – se em uma reflexão em relação
aos métodos racional. Em primeiro lugar, a metodologia era enumerada como
r
ideia e a sua utilização.
P
parte componente do raciocínio que se patenteava nas diversas circunstâncias de
o
Parafraseando Kapitya (2006), a pesquisa possui como abordagem de
F
pesquisa qualitava, pós não se excluem definindo quanto a forma e a interfase,
arralando contribuições misturas de pesquisas de procedimentos de cunho
racional e intuitivo capas de contribuir para melhorar a compreensão de
fenómenos que podem ser distinguindo. Com base nas ideias dos autores em
392
epígrafe, somos a fundamentar que uma análise de conteúdo pode ser encara como
uma prática de pesquisa usada para fazer deduções válidas dos dados,
interiormente no seu teor. As informações averiguadas podem ser percebidas com
suporte em varios componetes.
e
país, conforme se observa na Figura 1 abaixo.
U s
Figura 1: Comportamento dos angolanos em pleno estado de emergência
decretada pelo Governo
a l
o n
r s
P e
or
F
Fonte: Captada in situ pelos autores.
Em função da Figura 1 acima surge a inquietude de autoridades angolanas,
com particular realce as equipes de vigilância epidemiológica, facto que levou o
a Coordenação Multisectoral do Combate a Pandemia COVID-19 em conjunto
393
com o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação. Efetuou-
se a intervenção com o plano nacional para o controlo desta pandemia; tem como
propósito potenciar a participação dos agentes do Sistema Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação, que inclui as Instituições de Ensino Superior, as
Instituições de Investigação Científica e Desenvolvimento e as empresas, para
que, com acções estruturantes de médio e longo prazo, a resposta do país tenha
um elevado impacto na mitigação dos efeitos da pandemia. Os autores deste
artigo, como partes integrantes das Instituições de Ensino Superior afectas ao
Ministério, inspirando – se neste propósito acreditam que isto faz parte de uma
das missões da universidade que é a extensão universitária, consubstanciada no
seu contributo para a resolução de determinados problemas que afilgem a
sociedade. Este conceito abre caminhos para vários pesquisadores ligados as
Instituições de Ensino Superior a contribuírem com os resultados das suas
pesquisas no sentido de se midigar os efeitos nocivos desta pandemia.
s e
O modelo aqui apresentado admite o estudo de Sir Ronald Ross. Os
U
primeiros modelos matemáticos a serem embutidos em epidemiologia tiveram a
l
sua essencia nos estudos de Kermack e McKendrik em 1927 e foram ultimamente
a
aperfeiçoados por Isea Lonngren em 2013, sendo eles os modelos
n
epidemiológicos conhecidos como SIR (Suscetíveis – Infectados e Recuperados).
o
Para modelar a dinâmica de uma doença infecciosa coranavírus, que se estende
s
em Angola. Kermack e McKendrik 1927, em seus ensaios sobre as doenças
e r
infeciosa que propagam na população, indicaram uma divisão em classes
separadas, como consta na Figura 2 abaixo.
r P
F o
394
Figura 2- Esquema com compartimento da pandemia da COVID - 19
2. Suscetíveis
Novo Corona
vírus (COVID- 3. Infectados
19)
1. Pandemia
4. Recuperados
e
diagramados
U s
1.1 Pandemia é uma epidemia de doença infecciosa que
se dissemina entre a população circunscrita numa em
l
uma determinada área.
a
1. Pandemia
n
S 2. Suscetíveis 2.1 Os que podem apanhar gripe, mas que actualmente
o
não estão infectados;
3. Infectados
r s
3.1 Os que estão infectados com gripe e podem contagiá-
e
la a outros;
I
P
4. Recuperados
4.1 Os que não podem apanhar a COVID-19, ou porque
r
recuperaram permanentemente e ficaram imunes (pelo
R menos durante o período em análise), ou porque são
o
naturalmente imunes ou porque morreram.
F
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Diogo (2018).
395
Em linhas gerais, pode - se modelar a dinâmica da doença, isto é,
crescimento temporal da dimensão de cada uma das classes acima referidas,
usando tempo circunspecto:
e
Para todo {
s
de igual modo que .
U
Quanto a análise em função das hipóteses de modelação, foram
l
consideradas as hipóteses deste modelo, da seguinte maneira:
n a
Hipótese (1): A população de Angola em estudo é imensa o que possibilita
censurar os resultados eventuais, devidos às diversidades entre os sujeitos.
•
r o
Hipótese (2): Assumimos de tal forma que, em algumas circunstâncias, a
s
população é similar, presumimos que os infecciosos infectados, contagiosos
e
e susceptíveis estão conferidos de forma aleatória na sua área de juridição.
P
• Hipótese (3): Se pode notar através da Figura 1 acima que a pandemia é
transmitida por proximidade entre os infecciosos e os susceptíveis.
•
or
Hipótese (4): Um susceptível será contagiado imediatamente após o
contágio, isto é, desconhecemos o período de dissimulação da pandemia,
F
assumindo igual a zero.
• Hipótese (5):Os contagiados casualmente recuperam e, uma vez
recuperados, ficam permanentemente imunes pelo menos enquanto o tempo
em observação.
396
• Hipótese (6): Estranhamos nascimentos, mortes ou prejuízos
transmigratórios.
, onde
l U
a
e se representa por:
o n
r s
P e
Assim sendo,
or
F
397
Logo, calcula-se o número de infectados, recuperados no intervalo de
. Podemos afirmar de forma acurada que este número não deve sujeitar –
se do número de sujeitos susceptíveis , mas apenas do número de infectados
Neste modelo pode – se assumir que o número de infectados e recuperados é
directamente proporcional ao número de infectado tanto quanto a variação do
espaço de tempo , onde pode ser expressa a seguinte maneira:
e
recuperam e passam para o compartimento .
U s
Vamos calcular número de susceptíveis infectados no intervalo .
Para modelar este número, pode – se pensar usando a seguinte via: é o número de
l
sujeitos contagiados aumenta quando susceptíveis contraem a pandemia por
a
proximidade entre um susceptível e um infectado.
n
Por exemplo, vamos supor que cada sujeito aproxima – se, por unidade de
o
s
tempo, com c , seleccionados de forma aleatória. diz – se a taxa de contacto per
r
–capita e por unidade de tempo.
P e
Pela hipótese 2 acima descrito, a população homogeneamente misturada é
constante (uma hipótese muito questionável). A pandemia é transmitida apenas
r
quando uma pessoa infecciosa contacta com um susceptível. Se a população total
o
é constituída por sujeitos, a probabilidade de que alguém descubra um
F
susceptível é igual a e portanto, uma pessoa infecciosa tem (em média)
contacto com susceptíveis, por tempo. Se é a probabilidade de que uma
proximidade origine em contágio e, uma vez que aparece indivíduos
398
infectados no total, isso constitui que o número de recentes infecções, no intervalo
de tempo ,é e pode – se expressa da seguinte forma:
s e
Recoperados R(t)
l U
n a
o
Figura 2 - Diagrama do modelo epidemiologico SIR.
r s
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Geogebra.
P e
Como conclusão com base na resolução deixamos aos cuidados dos
r
leitores. Com base nas hiposes, deve mudar implicado noutras realidades tendo
o
em conta a Figura 2 acima e, com base nela, encontrar equações de forma análogas
F
para mair interpretação. Aegue um exemplo concreto do caso em Angola. Tabela
de números de infectados sobre a pandemia da COVID-19 com
indivíduos, durante 7 dias.
399
Dias de semanas 1o 2o 3o 4o 5o 6o 7o
e
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Geogebra
U s
obtidos através
l
das equações acima descritos, com as quantidades dos parâmetros: = 0.44 e
a
n
=1.68, correspondentes uma taxa de proximidade e a uma probabilidade de
o
contágio . Inicilmente vamos supor que o surto começou com um único
infeccioso em , de tal forma que
r s , compreende – se que
e
o Modelo SIR para propagação de COVID-19. Conclusão das equações para o
surto do paludismo no Hospital da Província de Luanda, com pacientes.
susceptíveis
r P
O surto foi começado por um infeccioso, I(0), e o número total de
. Os valores do coeficiente de contágio e da taxa de
o
recuperação é e , relativos a uma taxa de proximidade e
F
a uma probabilidade de contágio .
400
4.1. Taxa e número de contacto em Angola
s e
donde é o coeficiente de contágio.
l U
iniciado por um infeccioso,
n
O Hospital Provincial de Luanda com
a pacientes foi
, e o total de susceptíveis O
r s o
coeficiente de contágio e da taxa de recuperação é estimados, usando mínimos
por dia, como se verifica no
e
desempoenho apontado na Figura 4 a seguir.
r P
F o
401
Figura 4: Desempenho da taxa de recuperação no Hospital Provincial de
Luanda
s e
l U
4.2. Valores limiar e parâmetros críticos da pandemia COVID-19 em
a
Angola
o n
s
Usando o modelo epidemiológico SIR e adquirir instinto biológica sobre os
r
parâmetros do modelo, recai nas seguintes equações:
P e
or
F
Podemos afirmar quea pandemia ocorre se , para algum intervalo
temporal (isto é, se nesse tempo a simetria de infecciosos
aumenta). Se todas as estações, a dimensão da classe infecciosa não
acrescenta e não existe qualquer origem da doença.
402
4.3 Resultado do modelo com base nos princípios da resolução
Matemática
e
engrandecer. E isso constitui que, se a simetria iniciaante de susceptíveis, so,
s
satisfaz , então e portanto, pela terceira implicação de
U
para t, e a doença abaixa não há existência de pandemia. Então, quando a simetria
l
iniciante de susceptíveis, so, satisfaz o número de infecciosos aumenta
a
no primeiro tempo , isto é , o que causa uma pandemia. Por
n
este motivo, a razão é um modelo de um valor limiar ou analítico (threshold); o
contacto de so com
Como
r
representa a taxa de remoção
o
é um determinador importante da dinâmica da doença.
e
reconhecemos – lhe como a taxa de remoção casual.
P
r
5. CONCLUSÃO
o
F
A luta contra a pandemia COVID-19 é uma preocupação global tendo em
conta os seus efeitos negativos nos sectores sociais, económicos e culturais. As
suas infecções amplemante difundidas em todo planeta alteraram o modo de vida
403
das populações, levando governos das várias nações a adoptarem determinadas
estratégias para o rompimento da cadeia de transmissão. Nestesentido
pesquisadores das mais variadas áreas do conhecimentos científico são todos
chamados a contribuir com os seus saberes para a optmização do plano de
contigência e combate a propagação desta pandemia.
É nesta ordem de ideias que os autores deste artigo procuraram estudar um
modelo matemático, sustentado no modelo epidemiológico SIR com o objectivo
de prever o crecimento e decrescimento do nível de contágio e reforçar as medidas
de prevenção aconselhadas pelas autoridades sanitárias de Angola através da
proposta de um modelo matemático que permiteu controlar o número de casos
susceptíveis, infectados e recuperados SIR, com olhar a intensificação de medidas
preventivas e vigilância epdemiológica na realidade angolana. Logo para dar
resposta na questão proposta tendo enconta a resolução do modelo SIR aqui
resolvido se pode notar que a dessiminação da epidemia numa população é
proporcional ao produto da densidade de indivíduos susceptíveis pela densidade
de indivíduos infecciosos. Como resultado da observação informal de terminados
contextos específicos atinentes ao nosso país, através dos meios de comunicação
social e redes sociais é possível constatar uma resistência por parte da população
na observância das medidas preventivas orientadas pelas autoridades sanitárias,
e
no entanto, a falta de consciência do perigo que impõe esta pandemia faz com que
s
haja exposição massíva às infecções da COVID-19 por parte dos cidadãos no país.
U
a l
o n
r s
P e
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