Você está na página 1de 4

GEOFOCO 10

QUESTÕES DE AULA

QUESTÃO DE AULA 9 Terramoto de Lisboa de 1755

O terramoto de Lisboa de 1755 ainda é mal compreendido devido à localização marinha do seu epicentro

Nome: ___________________________________________________ Turma: ______ Data: ___/___/___

e ao complexo padrão de intensidade macrossísmica. Gutenberg e Richter (1949) atribuíram


provisoriamente uma magnitude entre 8,75 e 9; tentativas mais recentes de estimar a magnitude das
áreas isossísmicas levaram a resultados na faixa dos 8,5 a 8,7. Estes valores foram adotados em vários
estudos sobre o risco sísmico do sudoeste da Península Ibérica. No entanto, num estudo realizado por
João Duarte Fonseca, do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, conclui-se que a
magnitude do terramoto de Lisboa pode não ter sido tão alta como se estimou até agora.
Neste estudo, Fonseca utilizou os dados macrossísmicos disponíveis – um total de 1206 pontos de
dados recolhidos em Portugal, Espanha e Marrocos – para reavaliar a magnitude do terramoto de Lisboa
de 1755, tendo obtido uma magnitude de 7,7 ± 0,5, que é significativamente inferior aos resultados
anteriores. Esta conclusão decorre da observação que 96,4% do conjunto de dados macrossísmicos
podem ser explicados com uma única fonte localizada no mar no Golfo de Cádis ocidental, enquanto, os
3,6% restantes dos dados – que incluem todas as intensidades acima de VIII na Escala de Mercalli
Modificada – são provisoriamente atribuídas a ruturas terrestres secundárias. Ou seja, a investigação
deste sismólogo indica que algumas das intensidades sísmicas muito elevadas relatadas no Vale do Tejo
e no Algarve podem ter sido provocadas por dois terramotos em terra. Esses sismos, que ocorreram
alguns minutos após a rutura no mar, podem ter sido desencadeados pelo primeiro terramoto. A
localização epicentral obtida com
esta análise é no oceano, a
sudoeste da Península Ibérica, tal
como esperado, dado os efeitos do
tsunami.
A nova estimativa de magnitude
para o terramoto de 1755 é
semelhante à de outro grande
terramoto registado em 1969 no
banco de Gorringe, no Atlântico,
com magnitude 7,8. No entanto,
segundo Fonseca, os danos
causados por este terramoto foram
muito menos graves, em parte
porque as falhas em terra não
acumularam tensão suficiente para
as rochas atingirem o seu limite de
deformação elástica.
Figura 1 – Mapa de isossistas do terramoto de 1755 na Península Ibérica e em
Marrocos, com base em dados de estudos recentes.

Baseado em: Fonseca, J. F. B. (2020). A Reassessment of the Magnitude of the 1755 Lisbon Earthquake,
Bull. Seismol. Soc. Am. XX, 1–17, doi: 10.1785/0120190198

© Areal Editores 1
GEOFOCO 10
QUESTÕES DE AULA

1. Portugal continental, no contexto da tectónica de placas, situa-se na __________,


contactando a Sul com a __________.
 (A) placa Euroasiática … placa Africana
 (B) placa Euroasiática … placa Sul-americana
 (C) placa Norte-americana … Placa Africana
 (D) placa Norte-americana … Placa Sul-americana

2. Estima-se que o epicentro do terramoto de Lisboa de 1755 se tenha localizado


 (A) em terra, a SW do Cabo de São Vicente.
 (B) em terra, a NE de Pamplona.
 (C) no oceano, a SW do Cabo de São Vicente.
 (D) no oceano, a NE de Pamplona.

3. No seu estudo, João Fonseca conclui que o terramoto de 1755 terá tido uma magnitude
__________ à considerada em estudo anteriores, assumindo que os danos foram causados
por _________.
 (A) superior … um terramoto principal e três ruturas terrestres secundárias
 (B) superior … três terramotos principais
 (C) inferior … apenas um terramoto
 (D) inferior … um terramoto principal e duas ruturas terrestres secundárias

4. No terramoto de Lisboa de 1755, em Pamplona, comparativamente a Córdoba, verificou-se


 (A) um aumento da amplitude das ondas sísmicas.
 (B) um aumento da profundidade focal.
 (C) uma diminuição da magnitude.
 (D) um aumento do intervalo de desfasamento entre a chegada das ondas S e P.

5. Na figura 1, o traçado das isossistas


 (A) encontra-se representado em terra e no oceano.
 (B) é irregular devido à heterogeneidade do subsolo.
 (C) é regular devido à homogeneidade do subsolo.
 (D) une pontos de igual magnitude sísmica.

© Areal Editores 2
GEOFOCO 10
QUESTÕES DE AULA

6. De entre as seguintes afirmações relacionadas com a figura 1, selecione as que estão


corretas, transcrevendo para a sua folha de respostas os números romanos
correspondentes:
I – Na região Norte de Portugal, os estragos verificados foram inferiores aos que ocorreram na
região do Algarve.
II – O sismo causou danos apenas na Península Ibérica.
IIII – As cidades de Toledo e Múrcia apresentaram a mesma intensidade sísmica.
IV – Lisboa registou uma intensidade sísmica inferior à verificada em Lagos.
V – À medida que se avança para NE na Península Ibérica, verificou-se um aumento da
intensidade sísmica.

7. Estudos como o de João Fonseca são úteis para


 (A) prever com exatidão futuros episódios sísmicos.
 (B) compreender sismos históricos de modo a identificar zonas de maior risco sísmico.
 (C) definir que as maiores zonas de risco sísmico em Portugal se situam no interior do país.
 (D) possibilitar a elaboração de cartas de isossistas no oceano.

8. Identifique a teoria subjacente à expressão do texto “as falhas em terra não acumularam
tensão suficiente para as rochas atingirem o seu limite de deformação elástica”.

9. Mencione duas medidas de prevenção do risco sísmico em Portugal.

QUESTÃO DE AULA 9 PROPOSTA DE SOLUÇÕES

Terramoto de Lisboa de 1755


1. Opção (A).
2. Opção (C).
3. Opção (D).
4. Opção (D).
5. Opção (B).
6. Afirmações: I, III e IV.
7. Opção (B).
8. Teoria do Ressalto Elástico.
9. O aluno deverá mencionar duas das seguintes medidas de prevenção:
– Ordenamento do território;
– Elaboração de planos de emergência;
– Construção antissísmica;

© Areal Editores 3
GEOFOCO 10
QUESTÕES DE AULA

– Promover a educação da população.

© Areal Editores 4

Você também pode gostar