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Estatística

Básica para
Engenharia

Silvio Alves de Souza

1
ÍNDICE

Introdução ...................................................................................................................4
Software R ..................................................................................................................5
Software SPSS............................................................................................................6
Conceitos Básicos de Estatística ................................................................................7
População................................................................................................................9
Amostra .................................................................................................................10
Arredondamento de números ................................................................................10
Proporção ..............................................................................................................14
Porcentagem .........................................................................................................15
Exercícios ..............................................................................................................16
Fases do Método Estatístico .....................................................................................20
Definição do Problema ..........................................................................................20
Planejamento.........................................................................................................20
Coleta dos Dados ..................................................................................................21
Apuração dos Dados .............................................................................................23
Apresentação dos Dados.......................................................................................23
Análise e Interpretação dos Dados........................................................................24
Questionários ............................................................................................................25
Ordem das Questões.............................................................................................26
Tipo de Abordagem ...............................................................................................26
Clareza nas Perguntas ..........................................................................................26
Não Sugerir Respostas..........................................................................................27
A Necessidade do Pré-Teste .................................................................................27
A Prática de Pesquisas por Amostragem ..............................................................27
Amostragem..............................................................................................................28
Amostragem Aleatória Simples..............................................................................29
Amostragem Estratificada......................................................................................31
Amostragem Sistemática .......................................................................................34
Exercícios ..............................................................................................................35
Distribuição de Freqüência........................................................................................41
Dados Brutos .........................................................................................................41
Rol .........................................................................................................................41
Tabela de freqüência .............................................................................................42
Distribuição de Freqüências de Dados Tabulados Não-Agrupados em Classes42
Distribuição de Freqüências de Dados Agrupados em Classes.........................43
Manual para Normalização de Publicações Técnico – cientificas..........................49
Exercícios ..............................................................................................................50
Medidas de Tendência Central. ................................................................................56
Dados brutos .........................................................................................................56
Dados em tabela de distribuição de freqüência .....................................................60
Exercícios ..............................................................................................................67
Separatrizes ..............................................................................................................69

2
Dados brutos ou em tabela de distribuição simples...............................................69
Dados agrupados em classes................................................................................71
Exercícios: .............................................................................................................73
Medidas de Variabilidade ..........................................................................................76
Desvio padrão........................................................................................................77
Coeficiente de variação: ........................................................................................79
Exercícios ..............................................................................................................82
Representação Gráfica .............................................................................................89
Exercícios ............................................................................................................100
Probabilidade ..........................................................................................................101
Técnicas de contagem.........................................................................................101
Cálculo de Probabilidade .....................................................................................105
Exercícios: ...........................................................................................................118
Distribuições de probabilidade ................................................................................126
Variável Aleatória.................................................................................................126
Distribuições discretas de probabilidade..............................................................133
Distribuições contínuas de probabilidade ............................................................140
Teste de Hipótese ...................................................................................................152
Distribuição Amostral ..............................................................................................166
Correlação...............................................................................................................170
Regressão Linear ....................................................................................................177
Regressão Múltipla..................................................................................................184
Bibliografia ..............................................................................................................188
Anexo 1 ...................................................................................................................189
Anexo 2 ...................................................................................................................191

3
Introdução

Esta apostila é uma tentativa de compor todo o conteúdo da disciplina


Estatística do CEFET – MG. Esta disciplina é ministrada nos vários cursos de
Engenharia e Bacharelados.
Seu conteúdo é de acordo com o plano de ensino dos cursos citados acima.
Na verdade é um material complementar para os alunos. Ele não os isenta da
necessidade de consultar outras bibliografias.
A disciplina de Estatística é abordada com o auxílio de vários softwares para
tratamento de dados, entre eles o R e o SPSS.
Em anexo estão todas as tabelas utilizadas no decorrer do curso.
Os exemplos e exercícios foram montados com o objetivo de contextualizar o
conteúdo dentro dos vários cursos. Não buscamos priorizar nenhum desses cursos
para que o aluno possa perceber a utilização da Estatística em cada área do
conhecimento.
A construção do conhecimento foi elaborada de acordo com os passos de
uma pesquisa, salvo casos em que o conteúdo requer outros elementos essenciais
para seu entendimento.

4
Software R

O software R é um software livre utilizado para análise de dados, cálculo e


construão de gráficos.
Sua construção foi feita utilizando vários colaboradores.
Para sua utilização é necessário conhecimento de sua linguagem própria, ou
seja, seus comandos. Algumas tarefas podem facilmente serem realizadas apenas
utilizando seus comandos e outras são necessárias a construção de algoritmos.
O R tem um help que os ajuda na execução das tarefas.
No decorrer do curso iremos utilizá-lo para análise de vários dados e para a
construção de alguns gráficos específicos. Os comandos necessários bem como a
utilização do software serão apresentados no decorrer das aulas.
A utilização deste software é uma tentativa de demonstrar como utilizar a
tecnologia computacional na análise de dados.

Comandos básicos

1) Criar vetor: para construir um vetor basta digitar a letra c e, entre parênteses
separados por vírgula, digitar os valores do vetor. Para visualisar o vetor
basta digitar seu nome na linha de comando.

Exemplo: Criar um vetor de nome x com os valores 2, 3, 6 e 13.


Solução: x<- c(2,3,6,13)

No anexo 2 encontra-se alguns comandos úteis.

5
Software SPSS

O software SPSS é um software não-livre utilizado para análise Estatística em


geral.
Por não ser um software livre muitas pessoas preferem a utilização do
software R. No entanto ele é muito utilizado no meio empresarial.
Ao contrário do R o SPSS é bem simples de utilizar. Neste caso não é
necessário conhecimento dos comandos.
O SPSS tem um help que os ajuda na execução das tarefas.
No decorrer do curso iremos utilizá-lo para análise de vários dados e para a
construção de alguns gráficos específicos.
A utilização deste software também é uma tentativa de demonstrar como
utilizar a tecnologia computacional na análise de dados.

6
Conceitos Básicos de Estatística

Estatísticas
Uma coleção de dados numéricos ou qualitativos.

Estatística

Ramo da ciência que se dedica a desenvolver metodologias para a coleta,


classificação, apresentação, análise e interpretação de dados quantitativos e
qualitativos e a utilização desses dados para a tomada de decisões.

A Estatística pode ser dividida em três grandes áreas:

 Estatística Descritiva
 Probabilidade
 Inferência Estatística

Estatística Descritiva

Utiliza técnicas com o objetivo de descrever, analisar e interpretar o conjunto


de dados.
É utilizada na etapa inicial da análise.

Probabilidade

Trabalha com a idéia de incerteza.


Desenvolve e utiliza técnicas capazes de calcular as chances de que algum
fenômeno aconteça.

7
Inferência Estatística

Desenvolve e utiliza técnicas capazes de fazer uma extrapolação dos


resultados, estimação de quantidades desconhecidas e testar hipóteses a partir de
uma amostra.
Baseando-se na amostra podemos assim chegar a conclusões sobre a
população.
A figura a seguir nos dá uma noção de como podemos trabalhar com os
dados:

Estatística Descritiva

População Amostra

Inferência

Natureza dos dados

• Dados Nominais: Trata-se de dados qualitativos ou descritivos, ou seja, que


descrevem uma qualidade ou uma descrição. Exemplos: solteiro ou casado,
certo ou errado, peça boa ou peça defeituosa, etc. Podem ser transformados
em dados numéricos, como por exemplo: 1 – solteiro e 2 – casado.

• Dados ordinais: Trata-se de dados numéricos os quais podemos estabelecer


desigualdades. Como exemplo considere 1- alumínio e 2 – diamante. Temos
que 2>1 (significa que o diamante é mais resistente do que o alumínio).

• Dados intervalares: Trata-se de dados numéricos os quais podemos


estabelecer desigualdades e formar diferenças. Exemplo: Temperaturas.

• Dados de razão: trata-se de dados numéricos que podemos estabelecer


desigualdades, diferenças, formar multiplicação e divisão. Exemplos: peso,
altura, dinheiro, volume, diâmetro, etc.

8
Objetivo do Estudo da Estatística

A utilização da Estatística é cada vez mais acentuada em qualquer atividade


profissional da vida moderna. Nos seus mais diversificados ramos de atuação, as
pessoas estão freqüentemente expostas à Estatística, utilizando-a com maior ou
menor intensidade. Isto se deve às múltiplas aplicações que o método estatístico
proporciona àqueles que dele necessitam.

População

Conjunto da totalidade dos indivíduos sobre o qual de faz uma inferência.

Em linguagem mais formal, a população é o conjunto constituído por todos os


indivíduos que apresentem pelo menos uma característica comum, cujo
comportamento interessa analisar (inferir).
Essas características da população são comumente chamadas de
parâmetros, os quais são valores fixos e ordinariamente desconhecidos.

Exemplo:
Suponha que estamos interessados em realizar um estudo sobre a qualidade
das peças produzidas por uma empresa em determinado dia. Neste caso existe uma
observação para cada peça fabricada naquele dia. Podemos limitar a população a
cada turno de trabalho da empresa, como por exemplo o 2º turno.

Observação:
É importante ficar bem claro que uma população é estudada em termos das
características a serem estudadas. Assim, por exemplo, o diâmetro de uma peça
constituem uma população. Poderia haver uma população correspondente ao
comprimento dessas mesmas peças.

9
Amostra

Um subconjunto, uma parte selecionada da totalidade de observações


abrangidas pela população, através da qual se faz um juízo ou inferência sobre as
características da população.

Exemplo:
Avaliação da qualidade das peças produzidas por uma determinada empresa.
Seleciona-se, dentre as peças produzidas em determinado dia, uma porcentagem
destas peças. Avalia-se as peças selecionadas.
A partir da amostra estabelecemos o que é conveniente para a população, ou
seja, fazemos uma inferência sobre a população.

Arredondamento de números

Arredondamento por falta


Quando o primeiro dígito, aquele situado mais à esquerda entre os que irão
ser eliminados, for igual ou menor que quatro, não deverá ser alterado o dígito
anterior.

Número a arredondar Arredondamento para Número arredondado

12,489 Inteiros 12
20,733 Décimos 20,7
35,992 Centésimos 35,99

Arredondamento por excesso

Quando o primeiro dígito, aquele situado mais à esquerda entre os que irão
ser eliminados, for maior ou igual a cinco seguido por dígitos maiores que zero, o
dígito anterior será acrescido de uma unidade.

10
Número a arredondar Arredondamento para Número arredondado

15,504 Inteiros 16
16,561 Décimos 16,6
17,578 Centésimos 17,58

Arredondamento centrais

Quando o primeiro dígito, aquele situado mais à esquerda dos que serão
eliminados for um cinco ou um cinco seguido somente de zeros, o último dígito
anterior, se for par, não se altera, e se for ímpar será aumentado uma unidade.

Número a arredondar Arredondamento para Número arredondado

15,500 Inteiros 16
16,500 Inteiros 16
17,750 Décimos 17,8
17,705 Centésimos 17,70

Arredondamento de Soma

Quando se trata de soma, deve-se arredondar primeiro o total, e


posteriormente as parcelas. Há aqui dois casos a considerar:

a) Se a soma das parcelas da série arredondada for superior ao total, deve-se


retornar à série original, arredondando-se, por falta, tantas parcelas quantas
forem as unidades excedentes. Serão escolhidas as parcelas anteriormente
arredondadas por excesso e cujas frações desprezadas representem o menor
erro relativo.

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Erro relativo
Dados dois números diferentes de zero x e y com x > y , o erro relativo
entre eles será calculado pela expressão
x−y
ER =
x

O arredondamento do erro é feito de modo a poder identificar a ordem das


parcelas.

Exemplo: O quadro abaixo apresenta um modelo de arredondamento, para inteiro,


da soma total de uma série.

Série original Erro relativo Série arredondada Série corrigida


5,51 0,082 6 6
7,50 0,062 8 8
14,63 0,025 15 15
20,10 20 20
24,73 0,011 25 24 *
27,52 0,017 28 27 *
Total : 99,99 102 100

Observações: 1. (*) série corrigida


2. O arredondamento do erro foi milesimal para poder identificar as
duas menores parcelas.

Veja o cálculo dos erros relativos

6 − 5,51
ER = = 0,082
6
8 − 7,50
ER = = 0,062
8
15 − 14,63
ER = = 0,025
15

12
25 − 24,73
ER = = 0,011
25
28 − 27,52
ER = = 0,017
28

b) Se a soma das parcelas da série arredondada for inferior ao total, deve-se


retornar à série original, arredondando-se, por excesso, tantas parcelas
quantas forem as unidades em falta. Serão escolhidas as parcelas
anteriormente arredondadas por falta e cujas frações desprezadas
representem o menor erro relativo.

Exemplo: O quadro abaixo apresenta um modelo de arredondamento, para


centésimo, da soma total de uma série.

Série original Erro relativo Série arredondada Série corrigida


2,514 0,0016 2,51 2,51
12,502 0,0002 12,50 12,50
4,6355 4,64 4,64
11,1028 0,0002 11,10 11,10
35,733 0,0001 35,73 35,74 *
7,524 0,0005 7,52 7,52
Total : 74,0113 74,00 74,01

Observação: (*) série corrigida

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Proporção

Um certo número de pessoas foi classificado em quatro categorias. Essas


categorias são, naturalmente, mutuamente exclusivas e exaustivas. Em outras
palavras: uma pessoa só poderá estar incluída em uma única categoria, e todas elas
deverão estar classificadas.
Em termos simbólicos, pode-se escrever:

N1 = número de pessoas incluídas na categoria 1.


N2 = número de pessoas incluídas na categoria 2.
N 3 = número de pessoas incluídas na categoria 3.

N 4 = número de pessoas incluídas na categoria 4.


N = N1 + N 2 + N 3 + N 4 = número total de pessoas consideradas.

Neste caso, a proporção de pessoas pertencentes à primeira categoria é


determinada mediante o cálculo do seguinte quociente
N1
N

A proporção de pessoas pertencentes à segunda categoria é determinada


mediante o cálculo do seguinte quociente
N2
N
Sucessivamente temos

N3 N
e 4
N N

o cálculo da proporção das pessoas pertencentes à terceira e quarta categoria.

Observe que

14
N1 N 2 N 3 N 4 N
+ + + = =1.
N N N N N

Exemplo: A tabela a seguir apresenta o número de sócios praticantes e não-


praticantes de futebol em um clube hipotético.

Tabela 1: Número de sócios praticantes e não-praticantes


de futebol em um clube hipotético
Sócios Praticante (exclusivamente) de: Clube 1 Proporção
Futebol de salão 580 0,100
Futebol de campo 430 0,074
Não-Praticantes 4810 0,826
Total 5820 1,000
Fonte: Referência bibliográfica 1

Porcentagem

As porcentagens são obtidas a partir do cálculo das proporções, simplesmente


multiplicando-se o quociente obtido por 100. Para representá-las usamos o símbolo
%.

Voltando ao exemplo anterior temos:

Tabela 2: Número de sócios praticantes e não-praticantes


de futebol em um clube hipotético
Sócios Praticante (exclusivamente) de: Clube 1 Porcentagem (%)
Futebol de salão 580 10
Futebol de campo 430 7,4
Não-Praticantes 4810 82,6
Total 5820 100
Fonte: Referência bibliográfica 1

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Exercícios

1) Considere as situações a seguir e identifique a população e a amostra em cada


caso.

a. Para a análise de desempenho dos alunos da 8.ª série de uma determinada


escola municipal foram escolhidas as notas de português de 35 alunos.
b. Uma amostra de sangue foi retirada de um paciente com suspeita de alto
colesterol.
c. Uma maternidade entrevista 20 mães de recém nascidos dos 218 partos, no
mês de janeiro, para avaliar a satisfação na prestação de serviço.
d. A fim de avaliar a intenção de voto dos eleitores para deputado estadual, um
candidato entrevista 2.120 eleitores em Minas Gerais.

2) Use os critérios de arredondamento para arredondar cada valor a seguir para


décimos.

a) 21,24 d) 0,75 g) 3,521


b) 1,088 e) 5,819 h) 9,275
c) 125,5555 f) 0,3333 i) 235,25
3) Aplique os critérios de arredondamento para completar o quadro abaixo:

Número a arredondar Arredondamento para Número arredondado


25,458 Centésimo
123,99 Décimo
205,7056 Milésimo
17,561 Inteiro

16
4) Aplique os critérios de arredondamento para completar o quadro abaixo:

Número a arredondar Arredondamento para Número arredondado


1,23 Décimo
5,488 Centésimo
0,126 Centésimo
35,4 Inteiro
13,99 Décimo
25,7056 Milésimo
7,561 Inteiro
690,1555 Centésimo
0,115588 Milésimo

5) A tabela abaixo representa a produção, em unidades, da fábrica X de


determinada peça no segundo semestre de 2005.

Mês Produção
Julho 35.500
Agosto 34.750
Setembro 36.800
Outubro 35.150
Novembro 32.300
Dezembro 31.250

Calcule: (Use arredondamento para centésimos)

a) a proporção de peças produzidas no mês de outubro.


b) a proporção de peças produzidas até setembro.
c) a porcentagem de peças produzidas em dezembro.

17
6) Uma escola ia contratar um grupo de 8 professores para dar um curso sobre
computadores em 48 horas, pagando um total de R$ 9 216,00. No entanto, como
medida de economia, ela resolveu contratar somente 6 professores e dar o curso em
36 horas. Quanto a escola economizará?

7) João comprou uma mercadoria em uma loja de utilidades. Quando foi pagar a
conta, o vendedor informou-lhe que devido a uma promoção relâmpago, ele teria 8
% de desconto na compra à vista pagando, pelo produto, R$ 276,00. João optou por
não pagar à vista. Quanto ele pagará pela mercadoria se compra-la a prazo?

8) Para as situações descritas a seguir, identifique a população e a amostra


correspondente. Discuta a validade do processo de inferência estatística, ou seja, se
as amostras foram coletadas corretamente, para cada um dos casos. Não esqueça
de apontar o erro de cada caso.

a) Uma amostra de sangue foi retirada de um paciente com suspeita de


anemia.

b) Para verificar a audiência de um programa de TV, 563 indivíduos foram


entrevistados por telefone com relação ao canal em que estavam
sintonizados.

c) A fim de avaliar a intenção de voto para presidente dos brasileiros, 122


pessoas foram entrevistadas em Brasília.

9) Para encher um reservatório em 15 dias, são necessárias 3 torneiras. Em quanto


tempo 5 torneiras, idênticas às anteriores, encherão o mesmo reservatório?

10) Um navio dispõe de reservas suficientes para alimentar 14 homens durante 45


dias, mas recebe 4 sobreviventes de um naufrágio. Durante quantos dias durarão as
reservas de alimento?

18
11) Calcule:

a) 15 % de R$ 2 800,00 ?

b) 42 % de R$ 18 300,00 ?

12) Resolva os problemas abaixo:

a) Numa classe foram reprovados 15 % dos alunos, isto é, 9 alunos. Quantos


alunos haviam nesta classe?

b) Em uma cidade haviam 5600 eleitores do candidato A e 7800 eleitores do


candidato B.

1) Qual a proporção dos eleitores do candidato A?

2) Qual a proporção dos eleitores do candidato B?

13) Em um colégio existem 1 200 alunos, dos quais 720 são meninos. Determine:

a) Qual a proporção do número de meninos?

b) Qual a proporção do número de meninas?

14) Num livro de 200 páginas, há 30 linhas em cada página. Se houvesse 25 linhas,
quantas páginas teria o livro?

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Fases do Método Estatístico

Quando se pretende empreender um estudo estatístico completo existem


diversas fases do trabalho que devem ser desenvolvidas para se chegar aos
resultados finais do estudo.

Definição do Problema

A primeira fase do trabalho estatístico consiste em uma definição ou


formulação correta do problema a ser estudado.
O problema deve ser preciso, bem determinado e específico.
Além de considerar detidamente o problema objeto do estudo, o analista
deverá examinar outros levantamentos realizados no mesmo campo e análogos,
uma vez que parte da informação de que necessita pode, muitas vezes, ser
encontrada nesses últimos.
Saber exatamente aquilo que se pretende pesquisar é o mesmo que definir
corretamente o problema.

Planejamento

Consiste em se determinar o procedimento necessário para resolver o


problema e, em especial, como levantar informações sobre o assunto objeto do
estudo.
Mais especialmente, na fase do planejamento a preocupação maior reside na
escolha das perguntas.
É nessa fase que será escolhido o tipo de levantamento a ser utilizado. Sob
esse aspecto, pode haver dois tipos de levantamento:
a) Levantamento censitário, quando a contagem abranger todo o
universo.
b) Levantamento por amostragem, quando a contagem for parcial.

Nesta fase temos outros elementos importantes que devem ser tratados.

20
a) cronograma das atividades, através do qual são fixados os prazos
para as varias fases;
b) Os custos envolvidos;
c) O exame das informações disponíveis;
d) O delineamento da amostra;
e) A forma como serão escolhidos os dados, etc.

Obs: Os livros mais específicos sobre pesquisa de mercado poderão ser


consultados.

Coleta dos Dados

O terceiro passo é essencialmente operacional.


A coleta de dados se refere à obtenção, reunião e registro sistemático de
dados, com um objetivo determinado.

Espécies de dados:

I) Dados Primários: quando são publicados ou comunicados pela


própria pessoa ou organização que os haja recolhido.
II) Dados Secundários: Quando são publicados ou comunicados por
outra organização.

Um conjunto de dados é, pois, primário ou secundário em relação a


alguém.
É mais seguro trabalhar com fontes primárias, pois:

a) Uma fonte primária oferece, em geral, informações mais detalhadas


do que uma secundária.
b) É mais provável que as definições de termos e de unidades figurem
somente nas fontes primárias.
c) O uso da fonte secundária traz o risco adicional de erros de
transcrição.

21
d) Uma fonte primária poderá vir acompanhada de cópias dos
impressos utilizados para coletar as informações, juntamente com o
procedimento adotado na pesquisa, a metodologia seguida e o tipo
de tamanho da amostra.

Essas informações proporcionam ao usuário uma idéia do grau de garantia


que os dados oferecem.
A coleta de dados pode ser realizada de duas maneiras: direta ou
indiretamente.

Coleta Direta

A coleta é direta quando é obtida diretamente da fonte.

Ex.: Uma empresa pesquisa seus consumidores.

Há três tipos de coleta direta:

a) Coleta direta contínua: quando estes são obtidos ininterruptamente,


automaticamente e na vigência de um determinado período.
Ex.: Registros de nascimento, de casamento, de óbito, etc.

b) Coleta direta periódica: quando é realizada em períodos curtos,


determinados, de tempo em tempo.
Ex: Recenseamento demográfico. O censo industrial.

c) Coleta direta ocasional: Quando os dados forem colhidos


esporadicamente, atendendo a uma conjuntura qualquer ou a uma
emergência.
Ex.: Casos fatais em surto epidêmico.

22
Coleta Indireta

A coleta dos dados é indireta quando é inferida a partir dos elementos


conseguidos pela coleta direta, ou através do conhecimento de outros fenômenos
que, de algum modo, estejam relacionados com o fenômeno em questão.
É feita, portando, por deduções e conjunturas, podendo ser realizada:
a) Por analogia: quando o conhecimento de um fenômeno é induzido a
partir de outro que com ele guarda relações de casualidade.
b) Por proporcionalização: Quando o conhecimento de um fato se induz
das condições quantitativas de uma parte dele.
c) Por indícios: quando são escolhidos fenômenos sintomáticos para
discutir um aspecto geral da vida social.
d) Por avaliação: quando através de informações fidedignas ou
estimativas cadastrais, se presume o estado quantitativo de um
fenômeno.

Apuração dos Dados

Consiste em resumir os dados, através de sua contagem e agrupamento.


Ela pode ser manual, mecânica, eletromecânica ou eletrônica.
Através da apuração tem-se a oportunidade de condensar os dados, de modo
a obter um conjunto compacto de números, o qual possibilita distinguir melhor o
comportamento do fenômeno na sua totalidade.
Entretanto, a contrapartida da melhor apreciação dos dados em seu conjunto
é a perda correspondentes de detalhes, uma vez que se trata de um processo de
sintetização.

Apresentação dos Dados

Há duas formas de apresentação, que não se excluem mutuamente.

a) Apresentação Tabular: É uma apresentação numérica dos dados.


Consiste em dispor os dados em linhas e colunas distribuídas de
modo ordenado.

23
b) Apresentação Gráfica: Constitui uma Apresentação Geométrica.
Embora a apresentação tabular seja de extrema importância, no
sentido de facilitar a análise numérica dos dados, não permite ao
analista obter uma visão tão rápida, fácil e clara do fenômeno e sua
variação como a conseguida através de um gráfico.

Análise e Interpretação dos Dados

É a última fase e a mais importante e também a mais delicada.


O interesse maior, nesta etapa, reside em tirar conclusões que auxiliem o
pesquisador a resolver seu problema.
A análise está ligada essencialmente ao cálculo de medidas, cuja finalidade
principal é descrever o fenômeno.

Obs: As fases do método Estatístico foram tiradas da referência bibliográfica 1.

24
Questionários

Questionários são o meio mais comum de coleta de informações.


Dois tipos de questões são usualmente empregados na redação de
questionários:
 Questões de múltipla escolha

 Questões de resposta aberta

As alternativas em uma questão de múltipla escolha devem ser claras,


mutuamente excludentes e, quando pedirem opiniões, fornecer opções dos dois
lados do assunto. Idealmente, as opções devem cobrir todas as respostas prováveis.
Se, entretanto, muitas alternativas são apresentadas, elas podem não ser
suficientemente claras e confundir o respondente no momento de sua decisão. A
grande desvantagem de questões de múltipla escolha é que tendem a sugerir uma
resposta, já que limita as respostas possíveis, impedindo o respondente de dizer
exatamente o que pensa.
Este tipo de limitação não ocorre nas questões de resposta aberta, em que o
entrevistado usa suas próprias palavras para responder à pergunta. Uma pergunta
deste tipo produz uma grande gama de respostas que devem ser classificadas em
grupos homogêneos antes que se possa fazer uma análise estatística. Esta
classificação é uma tarefa difícil quando o número de respostas a serem analisadas
é muito grande. Por isso, questões de respostas abertas são mais freqüentemente
empregadas em estudos pilotos ou nos estágios exploratórios, quando se procura
determinar quais tipos de respostas aparecerão. Essas informações são então
usadas na construção do questionário a ser utilizado na obtenção dos dados de um
grupo maior. Às vezes é inevitável misturar os dois tipos de pergunta, quando, por
exemplo, colocamos a opção “outros” e pedimos especificação. Se os dados forem
analisados por computador, deve-se pensar na etapa da codificação ao redigir as
perguntas.

25
Ordem das Questões

Um questionário consistente em uma bateria de questões arranjadas em certa


ordem. As primeiras questões são para estabelecer contato com o respondente e
devem ser bem simples. Quando vários tópicos estão envolvidos, deve-se completar
um tópico antes de passar a outro. A ordem das questões freqüentemente afeta as
respostas dadas pelo respondente, já que as perguntas chamam a atenção do
entrevistado para um conjunto de pensamentos e sentimentos, em cujo contexto as
outras perguntas serão respondidas. Em pesquisa de mercado, por exemplo,
questões que mencionam um produto específico tendem a viciar as perguntas que
se seguem; conseqüentemente, estas questões identificando produtos ou firmas
devem ser colocadas no final, sempre que possível.

Tipo de Abordagem

Muitas pessoas tendem a racionalizar ou exagerar suas respostas quando


são questionadas diretamente sobre seus motivos, realizações ou outros assuntos
que envolvam seu prestígio ou auto-estima. Para se evitar a introdução de
tendenciosidade nessas respostas, usa-se freqüentemente uma abordagem indireta
na elaboração de questões que envolvem prestígio. Por exemplo, ao invés de
perguntas: “Você terminou o curso secundário?”, pode-se perguntar: “Em que ano
você estava quando deixou de estudar?”. Na segunda pergunta tenta-se evitar
constrangimento aos respondentes que não terminaram o curso secundário.

Clareza nas Perguntas

Uma pergunta deve ter aproximadamente o mesmo sentido para todos os


entrevistados; caso contrário, os dados obtidos não terão grande utilidade. Termos
com sentido dúbio devem ser evitados. As perguntas devem ser simples. Nem todos
os entrevistados entenderão questões com enunciado complexo, originando, assim,
resultados ruins.

26
Não Sugerir Respostas

Na formulação das perguntas deve-se evitar um tipo de redação como esta:


“Você concorda em que esta bebida, sendo a melhor, deva custar mais caro?”
Esta pergunta sugere tão obviamente uma resposta que é praticamente inútil.
Algumas vezes, entretanto, é difícil perceber que a redação de uma pergunta possa
sugerir determinada resposta.

A Necessidade do Pré-Teste

Assim que um questionário tenha sido redigido, deve ser testado em um


estudo piloto. Esta fase é fundamental para detectar dificuldades não observadas,
como o lay out do questionário, ordem e redação das perguntas, necessidade de
instruções mais claras para os entrevistadores, etc. Naturalmente, a correção dessas
imprecisões melhorará a qualidade do levantamento.

A Prática de Pesquisas por Amostragem

O leitor deve convencer-se de que é fundamental conhecer as características


específicas da área onde pretende participar de pesquisas por amostragem. O
significado especial de algumas palavras, os melhores locais e horários para se
fazer coleta de dados, o tipo de entrevistador são, entre outros, fatores importantes
para o bom andamento do levantamento. Só lendo literatura na área específica é
que se pode, entretanto, conhecer estes detalhes.

27
Amostragem

Conceitos Fundamentais

Assim que decidimos obter informações através de um levantamento


amostral, temos imediatamente dois problemas:

 definir cuidadosamente a população de interesse e


 selecionar a característica que iremos pesquisar.

A população-alvo é a população sobre a qual vamos fazer inferências


baseadas na amostra.
Caracterizada a população-alvo, o próximo passo é escolher as
características que iremos medir. Aqui o erro freqüente é querer incluir muitas
características. A qualidade da mensuração cai com o aumento do número de
perguntas. Devemos, portanto, fixar-nos apenas em perguntas que contribuam para
a quantificação adequada da característica populacional de real interesse para o
estudo.
Para que possamos fazer inferências válidas sobre a população a partir de
uma amostra, é preciso que esta seja representativa. Uma das formas de se
conseguir representatividade é fazer com que o processo de escolha da amostra
seja, de alguma forma, aleatório. Além disso, a aleatoriedade permite o cálculo de
estimativas dos erros envolvidos no processo de inferência.

28
Amostragem Aleatória Simples

Neste caso a amostra é escolhida elemento a elemento.


A população é numerada de 1 a N.
Escolhem-se, em seguida, na tábua de números aleatórios, n números
compreendidos entre 1 e N.
Esse processo é equivalente a um sorteio no qual se colocam todos os números
misturados dentro de uma urna. Os elementos correspondentes aos números
escolhidos formarão a amostra.

Exemplo: A tabela a seguir refere-se aos diâmetros de 30 eixos produzidos por uma
industria automobilística (dados hipotéticos)

26 32 26 19 20 22 30 31 17 20
16 17 28 15 26 19 14 16 16 26
27 31 13 26 18 29 18 16 21 24

Extrair, sem reposição, uma amostra aleatória de tamanho n = 5.

Solução: Primeiramente deveremos numerar a população.

Eixo 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17
Diâmetro 26 32 26 19 20 22 30 31 17 20 16 17 28 15 26 19 14

Eixo 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Diâmetro 16 16 26 27 31 13 26 18 29 18 16 21 24

Escolhemos uma coluna na TNA.


Procuramos os 5 primeiros números não superiores a 30, lendo os dos
últimos algarismos ou os dois primeiros.

29
Obtemos:
2.ª coluna
Leitura na TNA (2 últimos) 18 15 22 24 03
Diâmetro 16 26 31 26 26

30
Amostragem Estratificada

Quando os elementos da população estão divididos em grupos não


superpostos, é mais fácil e mais eficiente escolher, independentemente, uma
amostra aleatória simples dentro de cada um destes grupos, os quais são chamados
estratos.
Esta forma de amostragem é uma das mais utilizadas, já que a maioria das
populações tem estratos bem definidos: os homens e as mulheres; os alunos das
escolas X, Y, Z; os estados brasileiros; ect.
O mais comum é utilizar-se a Amostragem Estratificada Proporcional, que
consiste em selecionar os elementos da amostra entre os vários estratos, em
número proporcional ao tamanho de cada um dos estratos. Em outras palavras,
sejam:

N o número de elementos da população


L o número de estratos
N i o número de elementos do estrato i
n o tamanho da amostra a ser selecionada
n i tamanho de amostra no estrato i

Note que
N = N1 + N2 + ... + NL

Calcula-se a fração de amostragem dada por:


n
f=
N
Obs: A fração de amostragem calcula o tamanho de amostra por unidade da
população.

O número de elementos a serem sorteados em cada estrato será:


n1 = N1 .f
n 2 = N 2 .f

31
M
n L = N L .f

Exemplo: Na execução de uma rede elétrica, uma firma especializada utiliza


eletrodutos de dois tipos: E e F. em uma análise do custo do material
foram considerados 30 faturas, representadas abaixo pelo preço de 10m
de eletroduto.

Eletroduto (estrato) E

Fatura 01 02 03 04 05 06
Preço (R$) 710 710 715 715 755 760

Eletroduto (estrato) F

Fatura Preço Fatura Preço Fatura Preço Fatura Preço


(R$) (R$) (R$) (R$)
01 750 07 760 13 770 19 790
02 750 08 765 14 770 20 795
03 750 09 765 15 770 21 795
04 750 10 765 16 785 22 800
05 755 11 765 17 785 23 810
06 760 12 765 18 790 24 820

Extrair, sem reposição, uma amostra estratificada proporcional de tamanho


n = 8.

Solução:

8
f= = 0,27
30

32
De cada estrato serão sorteadas respectivamente nE e nF unidades:

nE = (0,27) . 6 = 1,62 ≅ 2

nF = (0,27) . 24 = 6,48 ≅6

Para encontrar a amostra referente ao eletroduto E utilizamos TNA (8.ª coluna –


primeiro algarismo) e para encontrar a amostra referente ao eletroduto F utilizamos
TNA (4.ª coluna – últimos algarismos). Assim obtemos:

Estrato E F
Leitura na 3 1 20 03 18 17 24 12
TNA
Fatura (R$) 715 710 795 750 790 785 820 765

Entre as vantagens da amostragem estratificada destacam-se:


a) os dados são geralmente mais homogêneos dentro de cada estrato do que na
população como um todo;
b) o custo da coleta e análise dos dados é freqüentemente menor nesse tipo de
amostragem do que na aleatória simples, devido a conveniências
administrativas;
c) podem-se obter estimativas separadas dos parâmetros populacionais para
cada estrato sem selecionar outra amostra e, portanto, sem custo adicional.

33
Amostragem Sistemática

Uma amostragem sistemática de tamanho n é constituída dos elementos de


ordem K, K+r, K+2r, ... , onde K é um inteiro escolhido aleatoriamente entre 1 e n . E
r é o inteiro mais próximo da fração
N
r≈
n

Por exemplo, se a população tem 100 elementos e vamos escolher uma


amostra de tamanho 6, K é um inteiro escolhido aleatoriamente entre 1 e 6, e r =
100/6 = 16,6 = 17.
Pela TNA (8ª coluna – primeiro algarísmo) K = 3. Assim a amostra será
composta pelos elementos de posição:

3, 20, 37, 54, 71, 88

Se o tamanho da população é desconhecido, não podemos determinar


exatamente o valor de r. Escolheremos intuitivamente um valor razoável para r.
Às vezes a amostragem sistemática é preferida à amostragem aleatória
simples, porque é mais fácil de executar, estando portando menos sujeita a erros, e
proporciona mais informações com menor custo.

Exemplo: escolha a técnica adequada para extrair uma amostra de 50


compradores de uma loja.

Solução: A amostragem aleatória simples não pode ser empregada neste caso,
pois o entrevistador não pode determinar quais compradores serão incluídos na
amostra, uma vez que não se conhece o tamanho N da população, até que todos os
compradores tenham ido à loja. Assim, ele pode usar a amostragem sistemática
(digamos 1 em cada 20 compradores) até obter a amostra do tamanho desejado.

34
Exercícios

1) Com relação a amostragem aleatória simples é CORRETO afirmar que:

a) ( ) Utilizamos a tabela de números aleatórios para encontrar o valor do k.


b) ( ) É utilizada quando conhecemos parte da população
c) ( ) Pode ser utilizada quando não conhecemos a população
d) ( ) É um método aleatório em que não há possibilidade do pesquisador
interferir na escolha da amostra;
e) ( ) Nenhuma das alternativas acima.

2) Com relação a amostragem sistemática é CORRETO afirmar que:

a) ( ) Permite encontrar amostras de população cujo número total de


elementos é desconhecido;
b) ( ) A amostra é encontrada utilizando uma progressão geométrica cujo
primeiro termo é o primeiro elemento da população ;
c) ( ) A amostra é encontrada utilizando uma progressão aritmética cujo
primeiro termo é o primeiro elemento da população ;
d) ( ) A amostra é encontrada utilizando uma progressão aritmética cuja razão
é encontrada na tabela de números aleatórios;
e) ( ) Nenhuma das alternativas acima.

3) Com relação a amostragem estratificada é CORRETO afirmar que:

a) ( ) Permite encontrar amostras de estratos que não possuem nenhuma


característica em comum;
b) ( ) Os estratos devem ser disjuntos;
c) ( ) A amostra é sempre dividida em partes iguais para cada estrato;
d) ( ) Utilizamos uma amostragem aleatória simples considerando todos os
estratos juntos;
e) ( ) Nenhuma das alternativas acima.

35
4) O gerente de um determinado banco com o intuito de fazer uma pesquisa junto a
seus clientes utiliza o seguinte processo: Pega o primeiro cliente que compareceu à
agência naquele dia e o entrevista. O segundo a ser entrevistado é o 6.º cliente. O
terceiro a ser entrevistado é o 11.º cliente e assim sucessivamente até que a
agência feche. É CORRETO afirmar que:

a) ( ) O gerente utilizou uma amostragem estratificada proporcional;


b) ( ) O gerente utilizou uma amostragem aleatória simples;
c) ( ) O gerente utilizou uma amostragem sistemática;
d) ( ) O gerente não utilizou nenhum método de amostragem;
e) ( ) Nenhuma das alternativas acima.

5) Considere o seguinte problema: Deve-se extrair uma amostra estratificada


proporcional de tamanho 60 de uma população de tamanho 4.000, que consiste de
três estratos de tamanhos N1=2.000, N2=1.200 e N3= 800. É CORRETO afirmar que:

a) ( ) Do primeiro estrato deverá ser extraída 18 amostras;


b) ( ) Do segundo estrato deverá ser extraída 30 amostras;
c) ( ) Do terceiro estrato deverá ser extraída 12 amostras;
d) ( ) Deverá extrair 20 amostras de cada estrato;
e) ( ) Nenhuma das alternativas acima.

6) A única opção que traz dois métodos de amostragem em que é preciso conhecer
todos os elementos da população é:

a) ( ) Aleatória simples e por conglomerado;


b) ( ) Por conglomerado e sistemática;
c) ( ) Aleatória simples e sistemática;
d) ( ) Estratificada e por conglomerado;
e) ( ) Nenhuma das alternativas acima.

7) Os dados abaixo se referem a taxa de hemoglobina no sangue (em gramas/cm3)


de 12 professores de uma determinada escola.

36
Professor 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Taxa de
11,1 12,2 15,2 11,3 14,4 12,7 13,5 15,8 11,7 16,3 14,1 12,5
hemoglobina

Extrair uma amostra sistemática de 3 taxas de hemoglobina. (Usar 7.ª coluna da


TNA, último algarismo).

8) Os dados abaixo referem-se ao salário (em salários mínimos) de 20 funcionários


administrativos em uma indústria.

10.1 7.3 8.5 5 4.2 3.1 2.2 9 9.4 6.1


3.3 10.7 1.5 8.2 10 4.7 3.5 6.5 8.9 6.1

a) Extraia uma amostra de 6 elementos usando a amostra aleatória simples.


(Usar 2.ª coluna na TNA, dois últimos algarismos);

TNA 18 15 03 16 01 19
Salário 6.5 10 8.5 4.7 10.1 8.9

b) Extraia uma amostra de 5 elementos usando a amostra sistemática. (Usar


2.ª coluna na TNA, último algarismo).

9) Uma pesquisa com usuários de transporte coletivo na cidade de São Paulo


indagou sobre os diferentes tipos usados nas suas locomoções diárias. Dentre
ônibus, metrô e trem, o número de diferentes meios de transporte utilizado foi o
seguinte: 2, 3, 2, 1, 2, 1, 2, 1, 2, 3, 1, 1, 1, 2, 2, 3, 1, 1, 1, 1, 2, 1, 1, 2, 2, 1, 2, 1, 2 e
3.

a) Extraia uma amostra de 10 elementos usando a amostra aleatória simples.


(Usar 3.ª coluna na TNA, dois últimos algarismos);

b) Extraia uma amostra de 10 elementos usando a amostra sistemática. (Usar


3.ª coluna na TNA, dois últimos algarismos);

37
10) A idade dos 20 ingressantes num certo ano no curso de pós-graduação em
jornalismo de uma universidade foi o seguinte: 22, 22, 22, 22, 23, 23, 24, 24, 24, 24,
25, 25, 26, 26, 26, 26, 27, 28, 35 e 40.

a) Extraia uma amostra, com reposição, de 8 elementos usando a amostra


aleatória simples. (Usar 3.ª coluna na TNA, dois últimos algarismos);

b) Extraia uma amostra, sem reposição, de 8 elementos usando a amostra


sistemática. (Usar 3.ª coluna na TNA, último algrarismo);

11) Um novo medicamento para cicatrização está sendo testado e um experimento é


feito para estudar o tempo (em dias) de completo fechamento em cortes
provenientes de cirurgia. As 30 cobaias tiveram os seguintes tempos: 15, 17, 16, 15,
17, 14, 17, 16, 16, 17, 15, 18, 14, 17, 15, 14, 15, 16, 17, 18, 18, 17, 15, 16, 14, 18,
18, 16, 15 e 14.

a) Extraia uma amostra, sem reposição, de 10 elementos usando a amostra


aleatória simples. (Usar 3.ª coluna na TNA, dois últimos algarismos);

b) Extraia uma amostra, sem reposição, de 10 elementos usando a amostra


sistemática. (Usar 3.ª coluna na TNA, dois últimos algarismos);

12) Um exame vestibular para uma faculdade tem 80 questões, sendo 40 de


português e 40 de matemática. Para os 20 melhores classificados, apresentamos o
número de acertos em cada disciplina, em ordem decrescente de pontos:

Aluno 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Português 35 35 34 32 31 30 26 26 24 23
Matemática 31 29 27 28 28 26 30 28 25 23

Aluno 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Português 23 12 11 20 17 12 14 20 8 10
Matemática 21 32 31 20 21 25 20 13 23 20

38
a) Extraia uma amostra de 5 alunos usando a amostra aleatória simples.
(Usar 3.ª coluna na TNA, dois últimos algarismos);

b) Extraia uma amostra de 5 alunos usando a amostra sistemática. (Usar 3.ª


coluna na TNA, dois últimos algarismos);

13) Em uma escola da rede municipal, estão matriculados 370 alunos no curso da
manhã. Eles estão distribuídos na seguinte maneira:

Salas 5.ª A 5.ª B 5.ª C 6.ª A 6.ª B 6.ª C 6.ª D 7.ª A 7.ª B 8.ª A 8.ª B 8.ª C
Alunos 30 25 30 30 30 25 25 35 40 35 35 30

a) Extraia uma amostra de 74 alunos usando a amostra estratificada. (Usar 3.ª


coluna na TNA, dois últimos algarismos)

14) O Departamento de Ensino de uma Escola Particular, de um bairro de classe


média, deseja realizar uma pesquisa para saber se seria conveniente criar o 2.º grau
em seu quadro de turmas. Isso porque ela ministra apenas da 1.ª série à 8.ª série do
ensino básico e fundamental.
Para isso ela contrata uma firma de consultoria para realizar esta pesquisa.
Suponhamos que você faça parte dessa firma e seja indicado(a) para formular
um questionário a fim de coletar dados que irão ajudar na solução deste problema.
Então você deverá criar um questionário com esse objetivo. Bom trabalho.!!!

15) Os dados a seguir referem-se ao consumo de energia elétrica, em mil MWh. Os


dados são da CEMIG,FURNAS, ELETROBRÁS.
Setor 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997
Refinaria
301 286 262 248 246 253 238 259 242 236 251
de petróleo
Química 3471 3465 3189 3089 2929 2770 2591 2747 2033
Residencial 7301 7118 7047 6965 6963 6785 6899

Extrair uma amostra estratificada proporcional de tamanho 9, sem repetição.

39
Usar: Refinaria: 2ª coluna, Química: 4ª coluna e Residência: 7ª coluna. Ambos
utilizar primeiros lgarísmos.

16) Os dados a seguir referem-se ao número de acidentes de tráfego durante 50


horas de pico em certa rodovia.

1 0 3 2 3 5 3 0 2 7
0 4 3 1 3 1 5 3 4 4
2 1 3 1 2 2 1 0 2 0
0 1 1 2 4 5 3 4 3 4
3 3 5 2 1 6 1 2 4 6

17) Os dados a seguir referem-se ao número de alarmes falsos (acionados


acidentalmente ou por mau funcionamento do equipamento) recebidos em 30 dias
por um serviço de monitoramento da segurança.

3 6 2 4 5 8 2 5 6 3
4 7 4 6 5 5 5 4 3 7
4 4 6 3 9 5 7 4 4 6

18) Um artigo em Technometrics (Vol. 19, 1977, pg. 425) apresenta dados sobre
taxas de octanagem de combustível para motor, de várias misturas de gasolina. 40
destes resultados são apresentados a seguir:

88,5 94,7 84,3 90,1 89 89,8 91,6 90,3 90 91,5


89,9 98,8 88,3 90,4 91,2 90,6 92,2 87,7 91,1 86,7
93,4 96,1 89,6 90,4 91,6 90,7 88,6 88,3 94,2 85,3
90,1 89,3 91,1 92,2 83,4 91 88,2 88,5 93,3 87,4

Extrair uma amostra sistemática de tamanho n = 6.


Utilize a tabela de números aleatórios: 1ª coluna, primeiro algarismo.
OBS.: A numeração deverá ser feita por linha.

40
Distribuição de Freqüência

Dados Brutos

Após a coleta de dados é comum encontrá-los desordenados, ou seja, fora de


alguma ordem. Por essa razão, costuma-se chamá-los de dados brutos.

Exemplo: Os dados a seguir representam a temperatura de efluentes em dias


consecutivos na descarga de uma estação de tratamento de esgoto:

43 45 49 47 52
45 51 46 44 48
51 50 52 44 48
50 49 50 46 46
49 49 51 50 49

Rol

Quando tomamos os dados brutos e colocamos seus elementos em uma


determinada ordem, crescente ou decrescente, obtemos um conjunto organizado
denominado Rol.

43 44 44 45 45
46 46 46 47 48
48 49 49 49 49
49 50 50 50 50
51 51 51 52 52

41
Tabela de freqüência

As tabelas de freqüências são representações nas quais os valores se


apresentam em correspondência com suas repetições.
Uma das vantagens da tabela de freqüência é proporcionar uma rápida
visualização dos dados. Também é possível calcular medidas com um menor
número de cálculos.
A seguir apresentamos as tabelas de freqüências simples (não agrupadas em
classes).

Distribuição de Freqüências de Dados Tabulados Não-Agrupados em Classes

É uma tabela onde cada valor da variável aparece individualmente com sua
respectiva freqüência, repetição. Esse tipo de apresentação é utilizado para
representar uma variável discreta ou descontinua.

Exemplo: A tabela abaixo representa Os dados a seguir representam a temperatura


de efluentes em dias consecutivos na descarga de uma estação de tratamento de
esgoto:

42
Tabela 3: Temperatura de efluentes em dias consecutivos
na descarga de uma estação de tratamento de esgoto:

Freqüência
Temperatura fj
43 1
44 2
45 2
46 3
47 1
48 2
49 5
50 4
51 3
52 2
25
Fonte: Estatística Aplicada e Probabilidade para Engenheiros [2]

Distribuição de Freqüências de Dados Agrupados em Classes

Muitas vezes, mesmo com o risco de se sacrificar algum detalhe manifestado


na ordenação de valores individuais, há vantagem em resumir os dados originais em
uma distribuição, onde os valores observados não mais aparecerão individualmente,
mas agrupados em classes.
Para variáveis contínuas sempre usamos agrupar. Para variáveis discretas e
número de valores representativos dessa variável muito grande também agrupamos.

Elementos de uma Distribuição de Freqüências

1) Freqüência Simples Absoluta: fj

É o número de observações correspondentes a essa classe ou a esse valor.


A freqüência simples absoluta, ou simplesmente freqüência, é simbolizada por fj .

43
2) Amplitude Total: At

É a diferença entre o maior e o menor valor observado da variável em estudo.

3) Número de Classes

É cada um dos grupos de valores em que se subdivide a amplitude total do


conjunto de valores observados da variável.
Uma classe pode ser identificada por seus extremos ou pela ordem em que
ela se encontra na tabela (valor do índice j)
O número de classes pode ser calculado usando a fórmula de Sturges:

k = 1 + 3,3 log10 N
Onde
k = número de classes
N = número total de observações

O arredondamento de k é feito para o inteiro imediatamente superior.

4) Limites de classes

Os limites de classe são seus valores extremos.

a) Limite Inferior: É o valor mínimo de uma classe.


b) Limite Superior: É o valor máximo de uma classe. Este pode não
pertencer à classe atual.

5) Amplitude do Intervalo de classe

Amplitude do intervalo de classe ou simplesmente intervalo de classe é o


comprimento da classe, sendo geralmente definida como a diferença entre seus
limites superior e inferior.

44
6) Ponto médio de classe

O ponto médio ou valor médio é o valor que a representa, para efeito de


cálculos de certas medidas. Na distribuição de freqüências com valores
agrupados em classes, considera-se que os resultados incluídos em cada classe
distribuem-se uniformemente por seu intervalo.

Exemplo 1: Os dados a seguir representam a temperatura de efluentes em dias


consecutivos na descarga de uma estação de tratamento de esgoto:

43 44 44 45 45
46 46 46 47 48
48 49 49 49 49
49 50 50 50 50
51 51 51 52 52

Amplitude total = 52 – 43 = 9
Número de classes:
k = 1 + 3,3 x log 25
k = 1 + 3,3 x 1,3979
k = 5,61
k≅6

Amplitude do intervalo de classe:


Ac = At / k = 9 / 6 = 1,5

Obs: Devemos inicialmente testar se o limite superior da última classe é maior ou


igual ao valor máximo. Para isto utilizamos a fórmula

Limite superior da última classe = mínimo + k. Ac

Caso o limite superior não seja maior ou igual ao valor máximo então devemos,
como alternativa, fazer um arredondamento por excesso na amplitude de classe.
Limite superior da última classe = 43 + 6. 1,5 = 52
45
Tabela 4: Temperatura de efluentes em dias consecutivos
na descarga de uma estação de tratamento de esgoto

temperatura fj
43,0 |--- 44,5 3
44,5 |--- 46,0 2
46,0 |--- 47,5 4
47,5 |--- 49,0 2
49,0 |--- 50,5 9
50,5 |---| 52,0 5
Total 25

Fonte: Estatística Aplicada e Probabilidade para Engenheiros [2]

Tipos de freqüência

 Frequência simples ( fj): é a freqüência de cada valor individual ou de cada


classe;
 Frequênca acumulada simples ( Fj): é a soma de todas as frequências simples
anteriores;
 Frequência relativa simples (frj): é o valor de cada freqüência simples dividido
pela soma das freqüências;
 Frequênca acumulada relativa (Frj): é a soma de todas as frequências
relativas simples anteriores;

46
Exemplo: Considere a tabela a seguir

Tabela 5: Temperatura de efluentes em dias consecutivos


na descarga de uma estação de tratamento de esgoto

Frequência Frequência Frequência


temperatura fj acumulada relativa relativa
simples Simples Acumulada
Fj frj Frj
43,0 |--- 44,5 3 3 0,12 0,12
44,5 |--- 46,0 2 5 0,08 0,20
46,0 |--- 47,5 4 9 0,16 0,36
47,5 |--- 49,0 2 11 0,08 0,44
49,0 |--- 50,5 9 20 0,36 0,80
50,5 |---| 52,0 5 25 0,20 1,00
Total 25 1,00
Fonte: Estatística Aplicada e Probabilidade para Engenheiros [2]

Observação: A soma total da freqüência relativa simples deve ser igual a 1.

47
ROTEIRO PARA A ELABORAÇÃO DE UMA TABELA DE FREQÜÊNCIAS COM
DADOS AGRUPADOS EM CLASSES

Para a construção de uma tabela de freqüências, é conveniente adotar-se um


roteiro que, embora baseado em critérios relativamente arbitrários, facilita e torna
operacional o trabalho de quem irá montar a tabela. O roteiro proposto consta dos
seguintes passos:

a) Lista de dados brutos que pode ou não ser transformada em rol;


b) Encontrar a amplitude total do conjunto de valores observados:

At = Maior valor do conjunto - Menor valor do conjunto

c) Calcular o número de classes (k) usando a fórmula de Sturges:

d) Determinar a amplitude do intervalo de classe.

Muitas vezes convém arredondar o número correspondente à amplitude


do intervalo de classe a que se chegou para um número mais adequado, que
facilite os cálculos.

e) Determinar os limites das classes, escolhendo-se preferencialmente,


números inteiros.
f) Construir a tabela de freqüências.

48
Manual para Normalização de Publicações Técnico – cientificas
Ed. UFMG

Tabelas de distribuição de freqüência

1) As tabelas devem ser dotadas de um título claro e conciso localizado acima


delas. São numeradas seqüencialmente em todo o trabalho, com algarismos
arábicos (1, 2, 3, ...), segundo normas do IBGE.
2) No cabeçalho de cada coluna indica-se o seu conteúdo. Os títulos das
colunas podem ser datilografados verticalmente, se necessário, para
economizar espaço.
3) Não se deve deixar nenhuma “casa” vazia no corpo da tabela, usando-se os
símbolos, conforme convenção internacional:

- quando, pela natureza do fenômeno, o dado não existir


Z quando o dado for rigorosamente zero
... quando não se dispuser do cálculo

4) Na construção de tabelas usam-se os seguintes traços:

a) traço duplo horizontal, limitando o quadro;


b) traço simples vertical, separando a coluna indicadora das demais e
estas entre si; no corpo da tabela pode ser eliminado desde que o número de
colunas seja pequeno e não haja prejuízo na leitura dos dados;
5) a tabela não deve ser fechada lateralmente, tampouco se colocam traços
horizontais separando os dados numéricos.

49
Exercícios
Para os exercícios 1 a 5 construa uma tabela de distribuição de freqüência
simples.
1) As cifras abaixo representam os ganhos de 15 vendedores:

425 440 610 518 324


482 624 390 468 457
509 561 482 480 520

2) Dão-se a seguir os pesos, em libras, de 20 candidatos a empregos no corpo de


bombeiros de uma cidade:

225 182 194 210 205 172 181 198 164 176
180 193 178 193 208 186 183 170 186 188

3) Os seguintes números de unidades de um produto foram completados em


determinados dia por 20 operários de uma fábrica de artigos de artesanato:

61 58 59 72 47 55 40 73 66 60
71 69 63 58 51 42 67 80 62 53

4) Uma auditoria em 60 faturas de venda revelou os seguintes números de erros na


fixação de preços:

0 0 2 1 4 1 0 1 3 2
2 0 1 1 1 4 0 3 1 5
1 1 0 2 0 0 1 1 4 3
0 1 0 2 1 4 3 1 0 0
5 1 2 0 3 0 2 1 1 3
1 4 3 0 2 0 1 1 0 1

50
5) Dão-se, a seguir, os números de alarmes falsos(acionados acidentalmente ou por
mau funcionamento do equipamento) recebidos em 30 dias por um serviço de
monitoramento da segurança:

3 6 2 4 5 8 2 5 6 3
4 7 4 6 5 5 5 4 3 7
4 4 6 3 9 5 7 4 4 6

As questões de 6 a 11 são referentes à tabela a seguir. Ela se refere a notas de


alunos, em uma prova de 30 pontos, de uma determinada escola.

Notas fj
11 I----- 6
I----- 2
I----- 2
I----- 10
I----- 6
21 I----- 4
Total 30

6) O valor do limite superior da 4.ª classe é de:

a) ( ) 17;
b) ( ) 18;
c) ( ) 19;
d) ( ) 20;
e) ( ) Nenhuma das alternativas acima.

7) O valor do limite inferior da 3.ª classe é de:

a) ( ) 13;
b) ( ) 14;

51
c) ( ) 15;
d) ( ) 16;
e) ( ) Nenhuma das alternativas acima.

8) O valor da freqüência acumulada simples da 5.ª classe é de:

a) ( ) 8;
b) ( ) 10;
c) ( ) 20;
d) ( ) 26;
e) ( ) Nenhuma das alternativas acima.

9) O valor da freqüência relativa acumulada 4.ª classe é de:

a) ( ) 0,2000;
b) ( ) 0,2667;
c) ( ) 0,3333;
d) ( ) 0,6667;
e) ( ) Nenhuma das alternativas acima.

10) Porcentagem dos alunos que tiraram abaixo de 50% da nota da prova é de:
a) ( ) 20%;
b) ( ) 27%;
c) ( ) 34%;
d) ( ) 67%;
e) ( ) Nenhuma das alternativas acima.

11) A nota em que 66% dos alunos estão acima dela é de:

a) ( ) 15;
b) ( ) 16;
c) ( ) 17;
d) ( ) 18;
e) ( ) Nenhuma das alternativas acima.

52
As questões de 12 a 15 são referentes à tabela a seguir. Ela se refere a pacientes
internados no hospital X, localidade Y, no ano Z.

Grupo etários (em anos) fj


20 |--- 1
|--- 3
|--- 5
|--- 6
|--- 4
70 |--- 1
Total 20

12) O valor do limite superior da 4.ª classe é de:

13) O valor do limite inferior da 3.ª classe é de:

14) O valor da freqüência acumulada simples da 5.ª classe é de:

15) O valor da freqüência relativa simples da 4.ª classe é de:

16) Os dados se referem aos pesos dos alunos de uma determinada escola:

60.5 60 70 47.4 60 57 52 47 55 50
55 58 54 66 58.5 63 73 95 39 54.5
72.8 47 58 85.2 49.2 52 56 84 75 50
80.9 57.8 68.5 54.5 48 49 58 60 55 71
55 58 63.5 52.5 51.6 59 87 73 49 86

Após construir uma tabela de distribuição de freqüência agrupada em classes, a


freqüência simples da terceira classe é de:

53
17) Os dados abaixo se referem aos pesos dos alunos de uma determinada escola:

60.5 60 70 47.4 60 57 52 47 55 50
55 58 54 66 58.5 63 73 95 44 54.5
72.8 47 58 85.2 49.2 52 56 84 75 50
80.9 57.8 68.5 54.5 48 49 58 60 55 71
55 58 63.5 52.5 51.6 59 87 73 49 86

Siga os passos para a construção de uma tabela de distribuição de freqüência com


dados agrupados:

a) Determine a amplitude total

b) Determine a amplitude de classe

c) Construa a tabela usando 7 classes

d) Inclua na tabela as freqüências relativas simples

e) Inclua na tabela as freqüências acumuladas (abaixo de) simples

f) Inclua na tabela as freqüências acumuladas (abaixo de) relativas

18) Com relação à tabela de distribuição de freqüência agrupada acima responda:

a) Quantos alunos pesam até 69 kg?

b) Quantos alunos pesam mais de 76 kg?

c) Qual a porcentagem de alunos que pesam menos de 62 kg?

54
19) Uma importante característica de qualidade da água é a concentração de
material sólido suspenso. Em seguida, são apresentadas 60 medidas de sólidos
suspensos de um certo lago. Os dados são do livro Estatística Aplicada e
Probabilidade para Engenheiros.

42,4 54,3 56,3 65,7 54 43,3 29,8 73,1 57,4 58,7


81,3 45,3 52,1 59,9 80,1 55,8 56,9 49,7 57 62,2
42,8 68,7 69,9 42,4 67,3 66,9 59,6 67,3 59 65,8
61,4 42,6 61,4 64 77,4 73,1 64,2 54,7 77,3 72,6
57,1 48,5 72,5 77,3 89,8 46,1 39,3 50,7 53,1 76,4
52 56,1 59,3 59,6 67,2 51,1 66,1 70,7 73,8 31,6

Com o objetivo de construir uma tabela de distribuição de frequência agrupada em


classes calcule:
a) Valor mínimo e máximo;
b) Amplitude total;
c) Número de classes;
d) Amplitude de classes;
e) Construa a tabela apresentando as frequência simples e relativa simples.
Considere log 60 = 1,7782

55
Medidas de Tendência Central.

As medidas de tendência central têm por objetivo localizar o centro dos


dados. Estas medidas são: média, mediana e moda.
Em muitos casos estas medidas são diferentes, mas elas também podem ser
iguais.
Nesta apostila adotamos, didaticamente, dois casos para o cálculo destas
medidas: quando os dados são brutos ou estão em tabela de distribuição simples e
quando os dados estão em tabela de distribuição agrupada em classes.

Dados brutos

1) Média Aritmética Simples

A média aritmética simples, amostral, de um conjunto de n observações


x1 , x 2 , L , x n é definida por

n
∑ xi
i =1
x =
n

A média aritmética simples, populacional, de um conjunto de N observações


x1 , x2 , L , xN é definida por

N
∑ xi
i =1
µ =
N

56
Exemplo: Os dados a seguir representam as temperaturas (em ºF) em que ocorrem
uma deflexão, devido à carga, em uma amostra de 10 tubos plásticos idênticos.

206 188 205 187 194 193 207 185 189 213

Qual a média aritmética?


Solução: A média será
n

∑x
i =1
i

x =
n
206 + 188 + 205 + 187 + 194 + 193 + 207 + 185 + 189 + 213
x=
10
1.967
x=
10
x = 196,7

2) Mediana: Md

Para evitar a possibilidade de sermos enganados por valores muito pequenos


ou muito grandes, ocasionalmente descrevemos o “meio” ou “centro”de um
conjunto de dados com outras medidas estatísticas que não a média. Uma
dessas medidas, a MEDIANA de n valores, exige que os ordenemos, e se define
como:

O valor do elemento do meio se n é ímpar, ou a média aritmética dos dois


valores do meio se n é par.

n +1
Assim dizemos que a mediana é o valor do elemento.
2

57
Exemplo: Os dados a seguir representam as temperaturas (em ºF) em que ocorrem
uma deflexão, devido à carga, em uma amostra de 10 tubos plásticos idênticos.

206 188 205 187 194 193 207 185 189 213

Qual a mediana?

Solução: Ordenando os elementos temos:

185 187 188 189 193 194 205 206 207 213

Como temos 10 elementos, número par, a mediana será a média aritmética dos dois
193 + 194
elementos centrais. Logo a mediana é Md = = 193,5 .
2

Exemplo 2: Em algumas áreas, as pessoas autuadas por certas infrações leves de


tráfego podem freqüentar um curso de direção defensiva em lugar de pagar uma
multa. Se 11 desses cursos foram freqüentados por

40 32 37 30 24 40 38 35 40 28 32

Cidadãos. Qual a mediana?

Solução: Ordenando os elementos temos:

24 28 30 32 32 35 37 38 40 40 40

Como temos 11 elementos, número ímpar, a mediana será o valor do elemento


11 + 1
central. A posição central é o 6º elemento, Posição = = 6 . Logo a mediana será
2
35.

58
3) Moda: Mo

É o valor que ocorre com maior freqüência e mais de uma vez.

Exemplo: Vinte reuniões de um clube de dança tiveram as seguintes freqüências de


seus membros

26 25 28 23 25 24 24 21 23 26
28 26 24 32 25 27 24 23 24 22

Qual a moda?
Solução: A moda vale 24, pois ocorre 5 vezes.

Observação: A moda é raramente utilizada em inferência estatística pelo fato de


nem sempre existir (o que ocorre quando não há dois valores iguais) ou de,
eventualmente, não ser única.

Exemplo: Os dados a seguir referem-se a quantidade de pessoas que assistiram a 6


sessões de um filme no cinema:

121 133 121 133 114 141

Qual o número modal de pessoas que assistiram ao filme?

Solução: Temos que os números 121 e 133 repetem, ambos, duas vezes. Portanto a
moda não é única. Logo as modas são 121 e 133.

59
Dados em tabela de distribuição de freqüência

Considere:

xi o ponto médio da classe i ,


fi a freqüência da classe i,
k a quantidade de classe.
1) Média aritmética
A média aritmética é definida por:

k
∑ x i . fi
i =1
x =
k
∑ fi
i =1

OBS.:

 Caso tenhamos uma tabela de distribuição agrupada em classes, o valor de


xi será o ponto médio da classe.
 O arredondamento será sempre uma casa decimal a mais que os dados.

60
Exemplo: A tabela abaixo representa o número de defeitos por peça.

Tabela: Número de defeitos por peça


Freqüência
Número de defeitos (xi) fj

0 5
1 10
2 18
3 12
4 5
50
Fonte: Referência bibliográfica [1]

Calcule número médio de defeitos.


Solução: Preenchemos a tabela com os valores necessários
Freqüência
Número de defeitos (xi) fi Xifi

0 5 0
1 10 10
2 18 36
3 12 36
4 5 20
50 102

A média será
k

∑x . f
i =1
i i
102
x = k
= = 2,0
50
∑f
i =1
i

61
Exemplo: A tabela abaixo representa as temperatura de efluentes em dias
consecutivos na descarga de uma estação de tratamento de esgoto.

Tabela 5: Temperatura de efluentes em dias consecutivos


na descarga de uma estação de tratamento de esgoto

temperatura fj
43,0 |--- 44,5 3
44,5 |--- 46,0 2
46,0 |--- 47,5 4
47,5 |--- 49,0 2
49,0 |--- 50,5 9
50,5 |---| 52,0 5
Total 25

Fonte: Estatística Aplicada e Probabilidade para Engenheiros [2]

Calcule a temperatura média.


Solução: Preenchemos a tabela com os valores necessários

temperatura fj xj x jf j
43,0 |--- 44,5 3 43,75 131,25
44,5 |--- 46,0 2 45,25 90,50
46,0 |--- 47,5 4 46,75 187,00
47,5 |--- 49,0 2 48,25 96,50
49,0 |--- 50,5 9 49,75 447,75
50,5 |---| 52,0 5 51,25 256,25
Total 25 1.209,25

A temperatura média será


k

∑x . f
i =1
i i
1.209,25
x = k
= = 48,37
25
∑f
i =1
i

62
2) Mediana

Se tivermos uma tabela de distribuição de freqüência simples, então podemos


proceder como no caso dos dados estarem na forma bruta.

Exemplo: A tabela abaixo representa o número de defeitos por peça.

Tabela: Número de defeitos por peça

Freqüência
Número de defeitos (xi) fi

0 5
1 10
2 18
3 12
4 5
50
Fonte: Referência bibliográfica [1]

Qual o número mediano de defeito?

Solução: Como temos 50 elementos, o valor mediano deverá ser a média dos dois
elementos centrais. Neste caso os dois elementos centrais são os elementos de
2+2
posição 25º e 26º, = 2 . Assim o número mediano de defeito é 2.
2
Para uma distribuição de freqüência agrupada em classes, a mediana é tal
que metade da área total dos retângulos do histograma da distribuição está à sua
esquerda, e a outra metade está à sua direita.
De modo geral podemos calcular a mediana por:

n 
 −∑ f 
x = L+  ⋅h
2
Md = ~
F
63
onde

L: é o limite inferior da classe em que a mediana deve estar.


F: é a freqüência da classe mediana
h: o intervalo de classe
n: é o número de elementos ou tamanho da amostra

∑ f : soma das frequência anteriores à classe da mediana

Exemplo: A tabela abaixo representa as temperatura de efluentes em dias


consecutivos na descarga de uma estação de tratamento de esgoto.
Calcule a temperatura média.

Tabela 5: Temperatura de efluentes em dias consecutivos


na descarga de uma estação de tratamento de esgoto

temperatura fi
43,0 |--- 44,5 3
44,5 |--- 46,0 2
46,0 |--- 47,5 4
47,5 |--- 49,0 2
49,0 |--- 50,5 9
50,5 |---| 52,0 5
Total 25

Fonte: Estatística Aplicada e Probabilidade para Engenheiros [2]

Qual o valor da temperatura mediana?


Solução: Como temos 25 elementos, o valor mediano deverá estar no
25
= 12,5º elemento.
2
Assim 3 + 2 + 4 + 2 = 11 e 3 + 2 + 4 + 2 + 9 = 20. A mediana estará na 5.ª classe.
Usando a fórmula temos:

L = 49,0, F = 9, h = 1,5 e ∑ f = 11 . Logo


64
n 
 −∑ f 
Md = L +   ⋅h
2
F
Md = 49,0 +
(12,5 − 11) ⋅ 1,5
9
Md = 49,25

Portanto a mediana é 49,25.

3) Moda

Se tivermos uma tabela de distribuição de freqüência simples, então podemos


proceder como no caso dos dados brutos.

Exemplo: A tabela abaixo representa o número de defeitos por peça.

Tabela: Número de defeitos por peça

Freqüência
Número de defeitos (xi) fi

0 5
1 10
2 18
3 12
4 5
50
Fonte: Referência bibliográfica [1]

Qual o número de defeito modal?


Solução: 0 número de defeito que mais ocorre é 2, pois ocorre 18 vezes. Logo o
número de defeito modal é Mo = 2.

65
Quando temos uma tabela de distribuição de freqüência agrupada em
classes, o cálculo da moda é feito utilizando a fórmula de Czuber.

1.º passo: Identificamos a classe modal ( aquela que possui maior frequência)
2.º passo: Aplica-se a fórmula

∆1
Mo = L + ⋅h
∆1 + ∆ 2

onde
L: É o limite inferior da classe modal.
∆1 : Diferença entre a freqüência da classe modal e a classe imediatamente anterior.
∆2 : Diferença entre a freqüência da classe modal e a classe imediatamente
posterior.
h: Amplitude da classe modal

Exemplo: A tabela abaixo representa as temperatura de efluentes em dias


consecutivos na descarga de uma estação de tratamento de esgoto.

Tabela 5: Temperatura de efluentes em dias consecutivos


na descarga de uma estação de tratamento de esgoto

temperatura fi
43,0 |--- 44,5 3
44,5 |--- 46,0 2
46,0 |--- 47,5 4
47,5 |--- 49,0 2
49,0 |--- 50,5 9
50,5 |---| 52,0 5
Total 25

Fonte: Estatística Aplicada e Probabilidade para Engenheiros [2]

Calcule a temperatura modal

66
Solução:
1.º passo: A classe modal é a 5.ª, pois ela possui a maior freqüência.
2.º passo: Temos
L = 49,0 , ∆ 1 = 9 − 2 = 7 , ∆ 2 = 9 − 5 = 4 e h = 1,5
7
Mo = 49,0 + ⋅ 1,5
7+4
Mo = 49,95

Logo a temperatura modal é Mo = 49,95.

Obs: Podemos também calcular o valor aproximado da moda utilizando a fórmula de


Pearson:
Mo = 3Md − 2 x

Exercícios

I) Considere a tabela
Tabela: Quantidade de óxido de enxofre (em toneladas)
emitidas por uma indústria em 70 dias
Tempo f
6,2 |--- 9,4 4
9,4 |--- 12,6 8
12,6 |--- 15,8 9
15,8 |--- 19,0 14
19,0 |--- 22,2 14
22,2 |--- 25,4 11
25,4 |--- 28,6 8
28,6 |--- 31,8 2
70
Fonte: referência bibliográfica [2]
Calcule:
1) Média aritmética
2) Mediana
3) Moda
4) Compare as medidas calculadas.

67
II) Considere a tabela

Tabela: Tempo de percurso, para o trabalho, de 100 empregados


de um grande escritório localizado no centro da cidade

Tempo f
11,4 |--- 25,65 20
25,65 |--- 39,90 36
39,90 |--- 54,15 29
54,15 |--- 68,40 5
68,40 |--- 82,65 1
82,65 |--- 96,90 4
96,90 |--- 111,15 3
111,15 |--- 125,40 2
100
Fonte:

Calcule:
1) Média aritmética
2) Mediana
3) Moda
4) Compare as mediadas calculadas.

68
Separatrizes

As separatrizes são medidas de posição, ou seja, são medidas que dividem o


conjunto de dados em partes iguais.
As medidas de posição estudadas nesta apostila são: quartil, decil e percentil.
A seguir destacamos os métodos de cálculo destas medidas.

Dados brutos ou em tabela de distribuição simples

Para o cálculo das medidas separatrizes é necessário, primeiramente,


ordenar os dados.

Quartis

Os quartis dividem um conjuto de dados em quatro partes uguais. Assim:


Q1 = 1º quartil
Q2 = 2º quartil
Q3 = 3º quartil
O cálculo dos quartis é feito utilizando a fórmula:
i
Posição: PQ i = (N + 1)
4
i
( )
Valor: Q i = X ( j ) + X ( j +1) − X ( j ) , onde j é a parte inteira do resultado de
4
PQ i .

Exemplo: Os dados a seguir referem-se a pressão sanguínea sistólica de 20


pacientes de um hospital.

165 135 151 153 155 182 152 158 146 149
124 162 173 204 159 130 177 162 141 156

Calcule:
1) 2º quartil
Solução: Ordenando os dados.

124 130 135 141 146 149 151 152 153 155
156 158 159 162 162 165 173 177 182 204

2
Posição: PQ i = (20 + 1) = 10,5
4
i
( )
Valor: Q i = X ( j ) + X ( j +1) − X ( j ) = 155 + 0 ,5(156 − 155) = 155,5
4

69
2) 3º quartil
3
Posição: PQ i = (20 + 1) = 15,75
4
i
Valor: Q i = X ( j ) + (X ( j +1) − X ( j ) ) = 162 + 0,75(165 − 162) = 164,2
4

Decis

Os decis dividem um conjuto de dados em dez partes uguais. Assim:


D1 = 1º decil
D2 = 2º decil
M
D9 = 9º decil
O cálculo dos decis é semelhante ao cálculo dos quartis.
i
Calcula-se a posição utilizando: PDi = (N + 1)
10
Calcula-se o valor de cada decil utilizando a fórmula:
i
Di = X( j) +
10
( )
X ( j +1) − X ( j ) , onde j é a parte inteira do resultado de PDi .

Percentis
Os percentis dividem um conjuto de dados em cem partes uguais. Assim:
P1 = 1º percentil
P2 = 2º percentil
M
P99 = 99º percentil

O cálculo dos percentis é semelhante ao cálculo dos quartis.


i
Calcula-se a posição utilizando: PPi = (N + 1)
100
Calcula-se o valor de cada percentil utilizando a fórmula:
i
Pi = X ( j ) +
100
( )
X ( j +1) − X ( j ) , onde j é a parte inteira do resultado de PPi .

Exercícios

I) Os dados a seguir referem-se a pressão sanguínea sistólica de 20 pacientes de


um hospital.

124 130 135 141 146 149 151 152 153 155
156 158 159 162 162 165 173 177 182 204

Calcule:
1) 3º decil;

70
2) 9º decil;
3) 75º percentil;
4) 95º percentil.

II) Exemplo 1: Os dados a seguir representam a temperatura de efluentes em dias


consecutivos na descarga de uma estação de tratamento de esgoto:

43 44 44 45 45
46 46 46 47 48
48 49 49 49 49
49 50 50 50 50
51 51 51 52 52

Calcule:
1) 3º decil;
2) 7º decil;
3) 85º percentil;

Dados agrupados em classes

Quartis
Os quartis dividem um conjuto de dados em quatro partes uguais. Assim:
Q1 = 1º quartil
Q2 = 2º quartil
Q3 = 3º quartil
O cálculo dos quartis é feito utilizando a fórmula:

 n⋅i 
 − ∑ f ⋅h
Qi = LQi +  
4
FQi
Onde:
LQi : é o limite inferior da classe em que o quartil deve estar.

FQi : é a freqüência da classe do quartil

h: o intervalo de classe
n: é o número de elementos ou tamanho da amostra

∑ f : soma das frequência anteriores à classe do quartil


Decis
Os decis dividem um conjuto de dados em dez partes uguais. Assim:

71
D1 = 1º decil
D2 = 2º decil
M
D9 = 9º decil
O cálculo dos decis é feito utilizando a fórmula:

 n⋅i 
 −∑ f ⋅h
Di = LDi +  
10
FDi
Onde:
LDi : é o limite inferior da classe em que o decil deve estar.

FDi : é a freqüência da classe do decil

h: o intervalo de classe
n: é o número de elementos ou tamanho da amostra

∑ f : soma das frequência anteriores à classe do decil


Percentis

Os percentis dividem um conjuto de dados em cem partes uguais. Assim:


P1 = 1º percentil
P2 = 2º percentil
M
P99 = 99º percentil
O cálculo dos percentis é feito utilizando a fórmula:

 n⋅i 
 −∑ f ⋅h
Pi = LPi +  
100
FPi
Onde:
L Pi : é o limite inferior da classe em que o percentil deve estar.

FPi : é a freqüência da classe do percentil

h: o intervalo de classe
n: é o número de elementos ou tamanho da amostra

∑ f : soma das frequência anteriores à classe do percentil

72
Exercícios:
1) Considere a tabela
Tabela: Quantidade de óxido de enxofre (em toneladas)
emitidas por uma indústria em 70 dias
Tempo f
6,2 |--- 9,4 4
9,4 |--- 12,6 8
12,6 |--- 15,8 9
15,8 |--- 19,0 14
19,0 |--- 22,2 14
22,2 |--- 25,4 11
25,4 |--- 28,6 8
28,6 |--- 31,8 2
70
Fonte: Referência bibliográfica [2]

Calcule:
a) 3º quartil
b) 6º decil
c) 90º percentil

2) Considere a tabela

Tabela: Tempo de percurso, para o trabalho, de 100 empregados


de um grande escritório localizado no centro da cidade

Tempo f
11,4 |--- 25,65 20
25,65 |--- 39,90 36
39,90 |--- 54,15 29
54,15 |--- 68,40 5
68,40 |--- 82,65 1
82,65 |--- 96,90 4
96,90 |--- 111,15 3
111,15 |--- 125,40 2
100
Fonte:

Calcule:
a) 2º quartil
b) 4º decil
c) 95º percentil

73
3) Em uma fábrica ou um escritório, o tempo, no horário de trabalho, durante o qual
uma máquina não está funcionando em virtude de quebra ou falha é chamado tempo
parado. A tabela a seguir é uma amostra da duração desses tempos parados de
certa máquina.

Tabela: o tempo, no horário de trabalho, durante o qual


uma máquina não está funcionando em virtude de quebra ou falha

Tempo parado Frequência


(minutos) f

0 ---- 9 2
9 ---- 18 15
18 ---- 27 17
27 ---- 36 12
36 ---- 45 3
45 ---- 54 1
Total 50
Calcule:
a) Tempo 70º percentil.
b) Tempo 3º quartil.

4) O gráfico, ramo e folhas, a seguir representa o número de clientes que almoçaram


em um restaurante. Ele foi gerado pelo software SPSS.

Gráfico 1: Número de clientes que almoçaram em um restaurante

Frequency Stem & Leaf

1,00 4. 1
3,00 4 . 233
1,00 4. 5
4,00 4 . 6677
4,00 4 . 8899
5,00 5 . 00111
10,00 5 . 2222233333
9,00 5 . 444555555
12,00 5 . 666666777777
15,00 5 . 888888899999999
16,00 6 . 0000000011111111
15,00 6 . 222222233333333
11,00 6 . 44444445555
7,00 6 . 6666777
2,00 6 . 89
1,00 7. 1
1,00 7. 3
1,00 7. 4
1,00 7. 6

74
Stem width: 10
Each leaf: 1 case(s)

Baseando no gráfico responda:


i
a) Qual o 6º decil? Use, para calcular a posição do decil, PDi = (n + 1) .
10

75
Medidas de Variabilidade

São medidas estatísticas utilizadas para avaliar o grau de variabilidade, ou


dispersão, dos valores em torno da média.
Considere os dois conjuntos de dados a seguir:

Conjunto 1 20 20 20 20 20 20 20
Conjunto 2 30 15 15 20 20 20 20

Gráfico: comparação entre a média e conjunto de dados 2

Ambos os conjuntos têm média 20.


O desvio-padrão ou a variância são mediadas que expressão o grau de
dispersão dos em torno da média. Quanto maior a dispersão maior o desvio-padrão.
A seguir apresentamos as fórmulas utilizadas para o cálculo do devio-padrão,
S . A variância é dada como o quuadrado do desvio-padrão, S2 .
Em situações práticas é usado o cálculo do desvio-padrão devido ao fato de
que ele tem a mesma unidade de medida que os dados.

76
Desvio padrão

Símbolo: S
Dados não agrupados

Amostral Populacional

 2
n    N  
2
 ∑ x  
i   ∑ xi  
1 n 2 
 i =1 
 1  N 2  i =1  
S=  ∑ xi −  σ= ∑ xi − N 
n − 1 i =1 n  N  i =1
   
   
 

Cálculo do desvio padrão de dados em tabela de distribuição de freqüência

Sejam :
 xi o ponto médio da classe i ,
 fi a freqüência da classe i,
 k a quantidade de classe.

Amostral Populacional

  
2
 2
 k k  

1 k 2


∑ x .
i if 

   ∑ xi .fi  

S=
 ∑
n − 1 i =1
xi . f i − i =1

n  σ =
1  k 
∑ xi2.fi −  i =1
 
 
  n i =1 n 
   
 
 

77
Exemplo:
1) Voltando aos dois conjuntos iniciais

Conjunto 1 20 20 20 20 20 20 20
Conjunto 2 30 15 15 20 20 20 20

Temos que o desvio-padrão do conjunto 1 é 0 (zero);


Já o desvio-padrão do conjunto 2 é 5 (cinco);

2) Em uma fábrica ou um escritório, o tempo, no horário de trabalho, durante o qual


uma máquina não está funcionando em virtude de quebra ou falha é chamado tempo
parado.
A tabela a seguir é uma amostra da duração desses tempos parados de certa
máquina.
Tabela: o tempo, no horário de trabalho,
durante o qual uma máquina não está
funcionando em virtude de quebra ou falha

Tempo parado Frequência


(minutos) f

0 |---- 9 2
9 |---- 18 15
18 |---- 27 17
27 |---- 36 12
36 |---- 45 3
45 |---- 54 1
Total 50

Calcule o desvio-padrão do tempo parado.

78
Solução: Para o cálculo do desvio-padrão é necessário alguns resultados. Podemos
obtê-los completando a tabela, veja a seguir:
Tempo parado Frequência Tempo
(minutos) f Médio: xi xi fi x i2 f i
0 |---- 9 2 4,5 9 40,5
9 |---- 18 15 13,5 202,5 2733,75
18 |---- 27 17 22,5 382,5 8606,25
27 |---- 36 12 31,5 378 11907
36 |---- 45 3 40,5 121,5 4920,75
45 |---- 54 1 49,5 49,5 2450,25
Total 50 1143 30658,5

O desvio-padrão será:

  k  
2

  ∑ xi . f i  
1 k 2
∑ xi . f i −   
i =1
S=

n − 1 i =1 n 
 
 

1  (1143)2 
S= 30658,5 − 
50 − 1  50 
1
S= [30658,5 − 26.128,98]
49
S = 92,4392
S = 9,6

Coeficiente de variação:

Quando calculamos a variância ou o desvio-padrão de um conjunto de dados


obtemos valores absolutos. No entanto, muitas das vezes, é fundamental comparar
o valor do desvio-padrão em termos da média. Esta medida relativa é denominada
coeficiente de variação.
Assim, o coeficiente de variação é uma medida relativa entre a média e o
desvio-padrão.

79
s
CV =
x
Podemos expressar o valor do coeficiente de variação em porcentagem
multiplicando por 100 o resultado.

Exemplo: considere a tabela a segir


Tabela: Notas obtidas por 500 alunos em um teste de geografia.

Notas fj xi xi.f xi2. f


10 |--- 25 44 17,5 770 13.475
25 |--- 40 70 32,5 2.275 73.937,5
40 |--- 55 92 47,5 4.370 207.575
55 |--- 70 147 62,5 9.187,5 574.218,75
70 |--- 85 115 77,5 8.912,5 690.718,75
85 |--- 100 32 92,5 2.960 273.800
Total 500 28.475 1.833.725

Temos que

1  (28.475)2 
s= 1.833.725 − 
500 − 1  500 

1
s= (1.833.725 − 1.621.651,25)
499
1
s= (212.073,75)
499
s = 424,9975
s = 20,6
Logo o desvio-padrão é de 19,2.
A média é 57,0.
O coeficiente de variação é dado por:

s 19,2
CV = = = 0,3368 = 33,68 %
x 57,0

80
Neste caso o desvio-padrão corresponde a 33,68 % da média.
Em um conjunto de dados, seja ele amostral ou populacional, o ideal seria
encontrar desvio-padrão igual a zero. No entanto isso é difícil. Então quanto mais
próximo de zero estiver o coeficiente de variação melhor.
Uma pergunta interessante seria a seguinte: se dois conjuntos de dados tem
o mesmo desvio-padrão então eles seriam igualmente bons? A resposta é não.
Para ilustrar a finalidade do coeficiente de variação considere os conjuntos:

Conjunto 1:

10 11 12 13 14 15 16

Conjunto 2:

500 501 502 503 504 505 506

Para estes dois conjuntos temos o mesmo desvio-padrão de 2,16. No entanto


o coeficiente de variação do conjunto 1 é 0,166 e do conjunto 2 é 0,004. Assim
vemos que o desvio-padrão do conjunto 1 representa 16,6% da média enquanto que
no conjunto 2 representa 0,4%. Logo concluímos que o conjunto 2 é melhor que o
conjunto 1. Podemos perceber que variar 2,16 em 503 (média do conjunto 2) é
melhor que variar 2,16 em 13 (média do conjunto 1) .

81
Exercícios

1) A tabela abaixo se refere ao peso, em kg, de 50 alunos de uma determinada


escola.
Peso = xi fi
45 8
55 22
65 8
75 6
85 5
95 1
Total 50

a) Calcule a média dos dados agrupados

b) Calcule a variância.

2) A média aritmética é a razão entre:

a) ( ) O número de valores e o somatório;


b) ( ) O somatório dos valores e o número;
c) ( ) Os valores extremos;
d) ( ) Os dois valores centrais.

3) Numa distribuição de valores todos iguais, o desvio-padrão é:

a) ( ) negativo;
b) ( ) positivo;
c) ( ) a unidade;
d) ( ) zero.

4) A média de um conjunto de valores iguais a uma constante é:

82
a) ( ) zero;
b) ( ) o valor da constante;
c) ( ) a unidade;
d) ( ) a quantidade de valores que temos

5) O desvio-padrão de um conjunto de dados é 4. A variância será:

a) ( ) 3;
b) ( ) 4;
c) ( ) 16;
d) ( ) 81.

6) Uma empresa possui dois serventes recebendo salários de R$ 250,00 cada um,
quatro escriturários recebendo R$ 600,00 cada um, um chefe de escritório com
salário de R$ 1.000,00 e três técnicos. A média de salários da empresa é de R$
1.050,00. Quanto cada técnico recebe?

7) A média do conjunto de valores

46,1 57,5 21,6 16,8 4,2


é igual a?

8) O desvio-padrão do conjunto de valores

46 57 21 16 4
É igual a?

9) Os 20 dados abaixo se referem aos índices pluviométricos em determinado


Estado:

144 152 159 160 160 151 157 146 154 145
141 150 142 146 142 141 141 150 143 158

Determine:
83
a) O índice médio.
b) O índice mediano.

10) Os dados abaixo se referem a pesos (em gramas) de 50 ratos usados em um


estudo de deficiência de vitaminas.

136 125 135 137 126 129 124 118 120 126
119 92 115 115 127 95 100 113 95 113
146 103 101 118 121 129 110 126 106 148
137 87 126 119 125 132 108 118 119 117
120 110 82 105 102 104 133 104 132 146

a) Construa uma tabela de distribuição de freqüência agrupada em classes.


b) Qual o peso modal?
c) Qual o desvio-padrão?
d) Um rato é considerado magro se seu peso é menor que x − 2s e gordo se seu
peso é maior que x + 2s . Quais os pesos máximo e mínimo para que um rato seja
considerado magro ou gordo?
e) Baseado na letra e, um rato cujo peso é de 135 gramas é considerado magro ou
gordo? Justifique sua resposta.

11) Dê um exemplo numérico, com no máximo 4 amostras, em que a média e a


mediana sejam iguais e o desvio-padrão seja nulo.

12) Dê um exemplo numérico, com no máximo 4 amostras, em que a média é menor


que a mediana.

13) Um artigo de jornal fez menção a determinada pesquisa citando que o conjunto
amostral acusa Σx = 5, Σx2 = 7 e s = 0,5. Por erro esqueceram de citar o tamanho da
amostra utilizado. Considerando as informações anteriores o que podemos dizer
sobre os possíveis tamanho da amostra?

84
14) Uma lista de números acusa Σx =202, Σx2 = 3.452 e n = 15. Qual o desvio-
padrão?

15) Em quatro paradas no box, o mecânico dos pneus dianteiros trocou o pneu
dianteiro direito dos carros de corrida em

10,8 12,0 10,5 10,7


segundos. Calcule:

a) o tempo médio de troca de pneus


b) o desvio-padrão.

16) A tabela a seguir apresenta o tempo que 80 estudantes dedicam a atividade de


lazer durante uma semana escolar típica

Horas fj
10 |--- 15 9
15 |--- 20 28
20 |--- 25 27
25 |--- 30 12
30 |--- 35 4
Total 80

Calcule:
a) o tempo médio
b) o tempo mediano
c) Qual a porcentagem dos alunos que dedicam mais de 25 horas de lazer ?

17) Uma lista de números acusa Σx =40 e Σx2 = 156. Quantos valores figuram na
lista, se seu desvio-padrão é 2,0?

85
18) Um inspetor de controle de qualidade examinou 15 engradados de telhas de
cerâmica, contendo cada um 144 telhas. Os números de telhas trincadas nessas
caixas foram

2 5 3 4 2 0 1 5 7 3 0 2 2 4 3

Calcule:
a) o número médio de telhas trincadas e
b) o desvio-padrão.

19) A tabela de distribuição a seguir apresenta o número de peças defeituosas em


uma produção de determinado produto

N.º de defeitos N.º de peças


0 5
1 10
2 18
3 12
4 5
Total 40

Calcule:
a) a média
b) a mediana
c) a moda

86
20) A tabela a seguir apresenta os salários pagos a 100 operários de uma empresa

N.º de salários
mínimos fj
0 |--- 2 40
2 |--- 4 30
4 |--- 6 10
6 |--- 8 15
8 |--- 10 5
Total 100

Calcule:
a) o salário médio
b) o salário mediano
c) Qual a porcentagem dos empregados que ganham acima de 4
salários?
d) O dono da empresa afirmou, em entrevista, que seus funcionários
ganham, em média, R$ 1440,00. Considerando o salário mínimo no
valor de R$ 330,00, a afirmação do dono da empresa é verdadeira?

21) Os dados a seguir referem-se ao consumo de eletricidade (mil MWh) pelo


setor ferroviário entre os anos de 1978 e 2007. Os dados são do IBGE.

6 5 5 4 3 6 14 8 9
11 8 10 11 12 14 17 19 21

Calcule a variância e o coeficiente de variação.

22) Em uma fábrica ou um escritório, o tempo, no horário de trabalho, durante o qual


uma máquina não está funcionando em virtude de quebra ou falha é chamado tempo
parado. A tabela a seguir é uma amostra da duração desses tempos parados de
certa máquina.

87
Tabela: o tempo, no horário de trabalho, durante o qual
uma máquina não está funcionando em virtude de quebra ou falha

Tempo parado Frequência


(minutos) f

0 |---- 9 2
9 |---- 18 15
18 |---- 27 17
27 |---- 36 12
36 |---- 45 3
45 |---- 54 1
Total 50
Calcule:
a) Desvio-padrão.

88
Representação Gráfica

1) Classificação dos gráficos segundo o objetivo

Os gráficos são usados para apresentar visualmente um conjunto de


dados, proporcionando maior facilidade e rapidez de compreensão dos mesmos,
ou, então, para apresentar conclusões ou resultados de uma análise.
Há, portanto, dois tipos de gráficos, conforme o objetivo ou uso a que se
destinam: gráficos de informação e gráficos de análise.

a) Gráficos de Informação

São gráficos destinados principalmente ao público em geral, objetivando


proporcionar uma visualização rápida e clara da intensidade das modalidades e
dos valores relativos ao fenômeno observado.
São gráficos tipicamente expositivos, devendo, por conseguinte, ser o mais
completo possível, dispensando comentários explicativos adicionais.

b) Gráficos de Análise

Os gráficos de análise prestam-se melhor ao trabalho estatístico,


fornecendo elementos úteis à fase de análise dos dados, sem deixar de ser
também informativos.
Quando se usam gráficos para apresentar os resultados de uma análise,
esses freqüentemente vêm acompanhados de uma tabela. Inclui-se, muitas vezes,
um texto dissertativo, chamando a atenção do leitor para os pontos principais
revelados pelo gráfico ou pela tabela.

89
2) Histograma

O histograma é um gráfico de barras verticais.


Cada barra é proporcional à freqüência (simples ou relativa) da classe que ele
representa. Assim, a soma dos valores correspondentes às áreas dos retângulos
será sempre igual à freqüência total.
Para a construção do histograma utiliza-se dois eixos coordenados. No eixo
horizontal são anotados os valores individuais da variável em estudo, ou os limites
das classes. No eixo vertical temos as freqüências.

Exemplo: Os dados a seguir representam a temperatura de efluentes em dias


consecutivos na descarga de uma estação de tratamento de esgoto:

43 45 49 47 52
45 51 46 44 48
51 50 52 44 48
50 49 50 46 46
49 49 51 50 49

Solução: No R temos:
a) Crie um arquivo, y, com os dados;
b) Use o comando:
hist(y,freq=F,ylab="Frequência",xlab="Temperatura",main="Temperatura de
efluentes",ylim = c(0, 0.2))
O resultado é o gráfico a seguir

90
Gráfico: temperatura de efluentes em dias consecutivos
na descarga de uma estação de tratamento de esgoto

Exemplo: Um artigo em Technometrics (Vol. 19, 1977, pg. 425) apresenta dados
sobre taxas de octanagem de combustível para motor, de várias misturas de
gasolina. 20 destes resultados são apresentados a seguir:

88,5 94,7 84,3 90,1 89 89,8 91,6 90,3 90 91,5


89,9 98,8 88,3 90,4 91,2 90,6 92,2 87,7 91,1 86,7

Construa o histograma.
Solução: No R temos:
a) Crie um arquivo, y, com os dados;
b) Use o comando:
hist(y,freq=T,ylab="Frequência",xlab="Taxas",main="Taxa de octanagem",ylim = c(0,
10))
O resultado é o gráfico a seguir

91
Gráfico: taxas de octanagem de combustível para motor,
de várias misturas de gasolina

No R temos a opção de escolher, através do comando nclass= argumento, o


número de rtângulos no histograma. Pode ocorrer que o número escolhido não seja
viável. Neste caso o R faz uma aproximação viável do número de retângulos.

3) Box-plot

É um gráfico em forma de caixa.


Nele encontramos valores numéricos do tipo: o ponto de mínimo, 1º quartil,
mediana, 3º quartil e o ponto de máximo.
Dependendo da natureza dos dados estes valores podem ser iguais ou
diferentes.
Para que possamos construir o box-plot é necessário que se conheça os
dados na forma bruta ou rol.
Na construção dos gráficos foi utilizado o software R.

Exemplo: Os dados a seguir representam a temperatura de efluentes em dias


consecutivos na descarga de uma estação de tratamento de esgoto:

92
43 45 49 47 52
45 51 46 44 48
51 50 52 44 48
50 49 50 46 46
49 49 51 50 49

Consrua o box-plot.

Solução: Utilizando o R temos:


a) construa o vetor y com os dados;
b) utilize o comando: boxplot(y,ylab="Frequência",xlab="Temperatura", ylim=c(42,52)
O resultado é o gráfico

Gráfico: temperatura de efluentes em dias consecutivos


na descarga de uma estação de tratamento de esgoto

Exemplo: Um artigo em Technometrics (Vol. 19, 1977, pg. 425) apresenta dados
sobre taxas de octanagem de combustível para motor, de várias misturas de
gasolina. 20 destes resultados são apresentados a seguir:

88,5 94,7 84,3 90,1 89 89,8 91,6 90,3 90 91,5

93
89,9 98,8 88,3 90,4 91,2 90,6 92,2 87,7 91,1 86,7

Construa o box-plot.
Solução: Utilizando o R temos:
a) construa o vetor y com os dados;
b) utilize o comando: boxplot(t,ylab="Frequência",xlab="Taxa",ylim=c(80,100))
O resultado é o gráfico

Gráfico: Taxas de octanagem de combustível para motor,


de várias misturas de gasolina

4) Ramo-e-folhas

É uma forma de visualização dos dados originais o qual nos permite ver a
distribuição dos dados sem a perda de informações.
Permite visualizar a ordenação dos dados.
Para a construção de um gráfico ramo-e-folhas tomamos como ramo os
algarismos mais a esquerda e as folhas os algarismos mais a direita. Por exemplo,
no número 352, o ramo é 35 e a folha é o 2.

94
Exemplo: Os dados a seguir representam a temperatura de efluentes em dias
consecutivos na descarga de uma estação de tratamento de esgoto:

43 45 49 47 52
45 51 46 44 48
51 50 52 44 48
50 49 50 46 46
49 49 51 50 49

Construa o gráfiico ramo-e-folhas.

Solução: Utilizando o R temos:


a) construa o vetor y com os dados;
b) utilize o comando: stem(y)
O resultado é o gráfico

Gráfico: Temperatura de efluentes em dias consecutivos


na descarga de uma estação de tratamento de esgoto
The decimal point is at the |

42 | 0
44 | 0000
46 | 0000
48 | 0000000
50 | 0000000
52 | 00
Podemos utilizar o comando, scale=argumento, para melhorar a visualização
dos dados. Veja o mesmo exemplo anterior utilizando o comndo stem(y, scale=2).

95
Gráfico: Temperatura de efluentes em dias consecutivos
na descarga de uma estação de tratamento de esgoto

The decimal point is at the |

43 | 0
44 | 00
45 | 00
46 | 000
47 | 0
48 | 00
49 | 00000
50 | 0000
51 | 000
52 | 00

Exemplo: Os valores a seguir são referentes a salários, em reais, pagos em


determinada empresa. A fonte é o livro Estatística Aplicada á Gestão Empresarial.

381 389 389 418 429 430 472 486 568 1209
669 682 699 728 821 821 856 822 904 866

Construa o gráfico ramo e folhas.

Solução: Utilizando o R temos:


a) construa o vetor y com os dados;
b) utilize o comando: stem(y,scale=2)
O resultado é o gráfico

96
Gráfico: Salários, em reais, pagos em determinada empresa
The decimal point is 2 digit(s) to the right of the |

3 | 899
4 | 23379
5|7
6 | 78
7 | 03
8 | 22267
9|0
10 |
11 |
12 | 1

c) Considere o conjunto de dados a seguir. Eles são referentes ao número de telhas


estragadas em 21 lotes de um milheiro cada.

100 110 121 124 145 135 122 100 146 151 162 121 123 134 122 118 145 151 100
144 125

Construa o gráfiico ramo-e-folhas.

Solução: Utilizando o R temos:


a) construa o vetor y com os dados;
b) utilize o comando: stem(y,scale=2)
O resultado é o gráfico

97
Gráfico: número de telhas estragadas em 21 lotes de um milheiro cada
The decimal point is 1 digit(s) to the right of the |

10 | 000
11 | 08
12 | 1122345
13 | 45
14 | 4556
15 | 11
16 | 2

98
Tabelas - Normalização de Publicações Técnico – cientificas - Ed. UFMG

6) As tabelas devem ser dotadas de um título claro e conciso localizado acima


delas. São numeradas seqüencialmente em todo o trabalho, com algarismos
arábicos (1, 2, 3, ...), segundo normas do IBGE.
7) No cabeçalho de cada coluna indica-se o seu conteúdo. Os títulos das
colunaspodem ser datilografados verticalmente, se necessário, para
economizar espaço.
8) Não se deve deixar nenhuma “casa” vazia no corpo da tabela, usando-se os
símbolos, conforme convenção internacional:

- quando, pela natureza do fenômeno, o dado não existir


Z quando o dado for rigorosamente zero
... quando não se dispuser do cálculo

9) Na construção de tabelas usam-se os seguintes traços:

a) traço duplo horizontal, limitando o quadro;


b) traço simples vertical, separando a coluna indicadora das
demais e estas entre si; no corpo da tabela pode ser eliminado
desde que o número de colunas seja pequeno e não haja
prejuízo na leitura dos dados;
10) a tabela não deve ser fechada lateralmente, tampouco se colocam traços
horizontais separando os dados numéricos.

99
Exercícios

1) Observe o histograma abaixo.

Número de defeitos em instrumentos


óticos
400
340
350
290
Frequência

300
250
200 160
150 120
100
40 30
50
0
0 1 2 3 4 5
Número de defeitos

Complete a tabela de distribuição abaixo.

Número de defeitos fi
0
1 120
2
3
4
5
Total

100
Probabilidade

Técnicas de contagem

Fatorial

O fatorial de um número inteiro positivo n é representado por n ! (Lê-se: n

fatorial).
O fatorial do número n é obtido pela multiplicação de n por todos os inteiros
inferiores até o número 1.
n ! = n ⋅ (n − 1)⋅ (n − 2 )⋅K⋅ 1

Exemplos:
1) 4 ! = 4 . 3 . 2 .1 = 24

2) 6 ! = 6 . 5 . 4 . 3 . 2 .1 = 720

Por definição:
0! = 1
1! = 1
Observação:
6 ! = 6 .5 .4! = 6 .5 !
Exemplo:

12 !
Qual o valor de ?
10 ! ⋅ 3 !
12 ! 12 .11 .10 ! 12 .11
Solução: = = = 22
10 ! ⋅ 3 ! 10 ! . 3 . 2 .1 6

Exercício:
Muitas calculadoras ou computadores não podem calcular diretamente valores de
70 ! ou superiores. Para n muito grande, n ! pode ser aproximado por n ! = 10 k ,

101
onde o valor de k é dado por k = (n + 0 ,5 )log n + 0 ,39908993 − 0 ,43429448 n .

Calcule 50 ! utilizando a tecla fatorial da calculadora e utilizando a aproximação.

Princípio Fundamental da Contagem


Se um primeiro acontecimento pode ocorrer de m1 maneiras distintas, um segundo

pode ocorrer de m 2 maneira distintas e, sucessivamente, um n − ésimo


acontecimento pode ocorrer de m n maneiras distintas, sendo todos eventos

independentes, então o número de maneiras distintas em que os n acontecimentos


ocorrem conjuntamente é m 1 . m 2 .K . m n .

Exemplos:
1) Quantas placas para identificação de veículos podem ser confeccionadascom 3
letras e 3 algarismos? ( Considere 26 letras, supondo que não há nenhuma
restrição)

2) Existem 5 ruas ligando os supermercados X e Y e 3 ruas ligando os


supermercados Y e W. Quantos trajetos diferentes podem ser utilizados para irmos
de X a W, passando por Y?

Arranjo Simples

Corresponde ao estudo da quantidade de maneiras em que se pode agrupar os


objetos de uma amostra em que a ordem dos objetos seja relevante.

O número de arranjos simples (sem repetição) de r elementos escolhidos dentre


n elementos é
n!
An , r =
(n − r )!

102
Exemplos:

1) No estoque de uma determinada empresa existem 8 caixas diferentes, das quais


devem ser escolhidas e empilhadas 4. De quantas maneiras podemos empilhar
estas 4 caixas?
Solução: A ordem com que empilhamos as caixas é relevante, logo temos um
problema de arranjo. Assim
8!
A8 , 4 = = 1.680
(8 − 4 )!
2) Um almoxarifado necessita organizar uma estante, destinada a armazenar
suprimentos diversos. Sabendo que existem 3 itens diferentes da área industrial
(departamento de produção), 6 itens diferentes da área de transporte e 3 itens
diferentes do departamento de recursos humanos. Calcule:

a) de quantas maneiras os itens poderiam ser organizados?


b) se os itens da produção precisassem necessariamente ficar juntos, quantas
maneiras de organizar todos os itens possíveis?
Solução:
a) Temos 12 itens diferentes. Ao organizá-los a ordem é relevante. Assim
12 !
A12 , 12 = = 479.001.600
(12 − 12 )!

b) Temos 3 itens diferentes da área industrial. Os outros 9 não precisam ficar juntos.
Podemos então considerar os 3 itens da produção como um único bloco. Assim
teremos
10 ! 3!
A10 , 10 . A3 , 3 = ⋅ = 10 ! . 3 !
(10 − 10 )! (3 − 3)!

Combinação Simples

Corresponde ao estudo da quantidade de maneiras em que se pode agrupar os


objetos de uma amostra em que a ordem dos objetos seja irrelevante.

103
O número de combinações simples (sem repetição) de r elementos escolhidos
dentre n elementos é
n!
Cn , r =
(n − r )! . r !

Exemplos:
1) Uma empresa de pesquisa mercadológica deseja selecionar uma comissão
formada por 4 consumidores de uma amostra previamente selecionada de 8
pessoas. Calcule:

a) de quantas maneiras possíveis as 4 pessoas poderão ser selecionadas?


b) se a comissão fosse composta por um presidente, um vice-presidente, um relator
e um secretário, escolhidos nessa ordem, de quantas maneiras possíveis
poderemos formar a comissão?

Solução:
8!
a) C 8 , 4 = = 70
(8 − 4 )! . 4 !
8!
b) A8 , 4 = = 1.680
(8 − 4 )!
2) Em um departamento industrial existem 8 engenheiros eletricistas e 7 técnicos em
eletrônica. Sabendo que uma comissão deverá ser formada, calcule de quantas
maneiras a comissão poderá ser elaborada, supondo que:
a) 5 pessoas devem ser escolhidas.
b) 3 engenheiros e 2 técnicos devem ser escolhidos.

Solução:
15 !
a) C15 , 5 = = 3.003
(15 − 5 )! . 5 !
8! 7!
b) C 8 , 3 ⋅ C7 = ⋅ = 1.176
, 2
(8 − 3)! . 3 ! (7 − 2 )! . 2 !

104
Cálculo de Probabilidade

Definições:

Experimento Aleatório: é qualquer processo que permite ao pesquisador fazer


observações cujos resultados não podem ser previstos com certeza.

Exemplos:
E1 : Retirar uma carta de um baralho com 52 cartas e observar seu naipe.
E 2 :Jogar uma moeda 10 vezes e observar o número de caras obtidas.
E3 : Em uma linha de produção, fabricam-se peças em série e conta-se o
número de peças defeituosas produzidas em um período de 24 horas.
E4 : Uma lâmpada é fabricada. Em seguida é testada e verifica-se o tempo
de vida.
E5 : Retira-se uma bola de uma urna que contém bolas pretas, vermelhas e
amarelas e observa sua cor.

Espaço Amostral: Para cada experimento E, define-se espaço amostral S o


conjunto de todos os possíveis resultados desse experimento.

Exemplos:

Considerando os experimentos aleatórios anteriores, o espaço amostral para cada


um deles pode ser descrito como:
S 1 : {ouro, copa, paus, espada}
S 2 : {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}
S 3 : {0, 1, 2, 3, ..., N}, onde N é o máximo de peças produzidas em 24 horas.
S 4 : {t | t ≥ 0}
S 5 : {preta, vermelha, amarela}
O espaço amostral pode ser:
1. Finito: formado por um número limitado de resultados possíveis.

105
2. Infinito enumerável: formado por um número infinito de resultados, os quais
podem ser listados ou enumerados.

Exemplo: número de mensagens que são transmitidas corretamente por dia


em uma rede de computadores.

3. Infinito: formado por intervalo de números reais.

Evento: É qualquer subconjunto do espaço amostral.


A é um evento ↔ A ⊆ S

Em particular S é o evento certo e φ é o evento impossível.


Exemplo:
Considere o experimento
E = jogar uma moeda três vezes e observar os resultados.
Então S = {(c , c , c ), (c , c , k ), (k , c , c ), (c , k , c ), (c , k , k ), (k , c , k ), (k , k , c ), (k , k , k )}

Seja o evento: A = ocorrer pelo menos duas caras.


Então A = {(c , c , c ), (c , c , k ), (k , c , c ), (c , k , c )}

Eventos Mutuamente Exclusivos: Dois eventos A e B são denominados


mutuamente exclusivos, se eles não puderem ocorrer simultaneamente, isto é
A∩ B =φ .

Exemplo:
 Considere o experimento
E = jogar um dado e observar o número da parte de cima.
Então S = {1, 2 , 3 ,4 , 5 , 6}
Sejam os eventos: A = ocorrer um número par, e B = ocorrer um número
ímpar.
Então A = {2 , 4 ,6 } , B = {1, 3 , 5} e A ∩ B = φ .

Definição clássica de probabilidade

106
Dado um experimento aleatório E, S o espaço amostral e A um evento. A
probabilidade do evento A, P( A) , é uma função definida em S que associa a cada
evento um número real calculada pela relação:

n( A )
P ( A) =
n (S )
Onde: n( A) : é o número de vezes em que o evento A pode ocorrer

n(S ) : é o número de vezes em que o espaço amostral S pode ocorrer

Obs: Ao expressar a probabilidade devemos fazê-la utilizando as frações ordinárias


ou com 4 casas decimais.

Exemplos:
1. Considere um baralho com 52 cartas. Qual a probabilidade de se retirar uma
carta de ouro?
Solução: Em um baralho temos 13 cartas de ouro. Logo considerando o evento A
13 1
= retirar uma carta de ouro temos P( A) = =
52 4

2. Num lote de 12 peças, 4 são defeituosas; duas peças são retiradas


aleatoriamente. Qual a probabilidade de ambas serem defeituosas?
Solução: Evento A = ambas peças são defeituosas.

4 4!
Número de maneiras do evento A ocorrer =   = =6 .
2   (4 − 2 )! .2!
 12  12!
Número de maneiras do espaço S ocorrer =   = = 66 .
 2  (12 − 2 )! .2!
6 1
Logo P( A) = = .
66 11
3. A MasterCard International efetuou um estudo de fraude em cartões de
crédito. Os resultados estão apresentados na tabela a seguir.

107
Tabela: Tipos de fraude em cartões de crédito
Tipo de fraude Número de ocorrência
Cartão roubado 243
Cartão falsificado 85
Pedido por correio/ telefone 52
Outros 46

Selecionando aleatoriamente um caso de fraude, qual a probabilidade de:


a) a fraude resultar de um cartão roubado?
b) A fraude não ser de cartão falsificado?
Solução:
a) Considere o evento A = cartão roubado. Logo
243
P ( A) = = 0 ,5704 .
426
b) Considere o evento B = cartão não falsificado. Então
341
P (B ) = = 0 ,8005
426

Propriedades da probabilidade

Para cada evento A é associado um número real P (A) com as seguintes


propriedades:
1) 0 ≤ P (A) ≤ 1
2) P (S ) = 1
3) Se A e B forem eventos mutuamente exclusivos então
P (A ∪ B ) = P (A) + P (B )

Eventos complementares: Dois eventos A e B são complementares quando A U B


= S. Neste caso vale a propriedade P( A) + P(B ) = 1 .

Neste caso simbolizamos B = A


c

Exemplo: O evento A = chuva e o evento B = não chuva são complementares.

108
Evento Composto: É qualquer evento que combina dois ou mais eventos simples.

Exemplo: No lançamento de um dado considere o evento A = {2,5}.

Regra da Adição: Se A e B são dois eventos quaisquer, então:


P ( A ∪ B ) = P ( A) + P ( B ) − P ( A ∩ B )

Observações:
 P( A ∪ B ) denota a probabilidade do evento A, ou do evento B, ou de
ambos.
 P( A ∩ B ) denota a probabilidade do evento A e do evento B
simultaneamente em um mesmo experimento.

Exemplos:
1) As preferências de homens e mulheres por cada gênero de filme alugado em uma
locadora de vídeos, estão apresentados na tabela a seguir:
Tabela: Preferência de homens e mulheres por filmes
Sexo / Filme Comédia Romance Policial
Homens 136 92 248
Mulheres 102 195 62

Sorteando-se ao acaso uma dessas locações de vídeo, pergunta-se a probabilidade


de:
a) Uma mulher ter alugado um filme ou o filme é do gênero policial;
b) Um homem ter alugado um filme ou o filme é do gênero romance.
Solução:
a) Considere os eventos
A = mulher aluga o filme e
B = Filme é do gênero policial
P ( A ∪ B ) = P ( A) + P (B ) − P ( A ∩ B )

109
359 310 62 607
P( A ∪ B ) = + − = = 0 ,7269
835 835 835 835
b) Considere os eventos
A = homem aluga o filme e
B = Filme é do gênero romance
P ( A ∪ B ) = P ( A) + P (B ) − P ( A ∩ B )
476 287 92 671
P( A ∪ B ) = + − = = 0 ,8036
835 835 835 835

2) Uma loja de material de construção possui 2 caixas de conexões. Na primeira,


das 30 conexões 11 são defeituosas. Na segunda, das 12 conexões 4 são
defeituosas. Uma conexão é retirada aleatoriamente. Qual a probabilidade de a
conexão ser defeituosa ou ter sido retirada da segunda caixa?
Solução:
a) Considere os eventos
A = conexão defeituosa.
B = conexão retirada da segunda caixa.
P ( A ∪ B ) = P ( A) + P (B ) − P ( A ∩ B )
15 12 4 23
P( A ∪ B ) = + − = = 0 ,5476
42 42 42 42
Obs: Este exemplo pode ser melhor visualizado utilizando a árvore de probabilidade.
Ou seja:

110
Regra da Multiplicação: Se A e B são dois eventos quaisquer, então:

 P( A ∩ B ) = P( A) . P(B ) se A e B são independentes ou

 P( A ∩ B ) = P( A) . P (B | A) se A e B são dependentes

Notação: P(B | A) representa a probabilidade de ocorrência do evento B dado que o


evento A ocorreu. É chamado de probabilidade condicional.

Dois eventos A e B são independentes se a ocorrência de um deles não


afeta a probabilidade de ocorrência do outro. Caso contrário eles são
dependentes.

Exemplos:
1) Uma determinada companhia produz um lote de 50 filtros de combustíveis, dos
quais 6 são defeituosos. Escolhem-se aleatoriamente e testam-se dois filtros do lote.
Determine a probabilidade de ambos serem bons, se os filtros são selecionados:
a) com reposição;
b) sem reposição.

Solução: Considere os eventos


A = filtro bom.

111
B = filtro bom.
a) Como processo de escolha é com reposição, então a escolha do primeiro filtro
não afeta a escolha do segundo filtro. Logo são independentes. Assim
P ( A ∩ B ) = P ( A) . P (B )
44 44 1936
P( A ∩ B ) = ⋅ = = 0 ,7744
50 50 2500
b) Como processo de escolha é sem reposição, então a escolha do primeiro filtro
afeta a escolha do segundo filtro. Logo são dependentes. Assim
P( A ∩ B ) = P ( A) . P ( B | A)
44 43 1892
P( A ∩ B ) = ⋅ = = 0 ,7722
50 49 2450

2) Uma loja de material de construção possui 2 caixas de conexões. Na primeira,


das 30 conexões 11 são defeituosas. Na segunda, das 12 conexões 4 são
defeituosas. Uma conexão é retirada aleatoriamente de cada caixa. Calcule a
probabilidade de:

a) Apenas uma ser defeituosa.


b) Ambas serem defeituosas.
c) Ambas não serem defeituosas.
Solução:
a) Podemos ter os seguintes casos: DB ou BD. Assim
Caso 1:
A = defeituosa na primeira
B = boa na segunda.
P ( A ∩ B ) = P ( A) . P (B )
11 8 88
P( A ∩ B ) = ⋅ = = 0 ,2444
30 12 360
Caso 2:
A = defeituosa na segunda
B = boa na primeira.
P ( A ∩ B ) = P ( A) . P (B )

112
4 19 76
P( A ∩ B ) = ⋅ = = 0 ,2111
12 30 360
Portanto a probabilidade de apenas uma ser defeituosa é de
P(apenas uma defeituosa ) = 0 ,2444 + 0 ,2111 = 0 ,4555
b) 12,22%.
c) 42,22%.

113
Teorema da probabilidade total

Considere o espaço amostral particionado em k eventos,


A1 , A2 , K , Ak , satisfazendo às seguintes condições:
a) Ai ∩ A j = φ para todo i ≠ j .
b) A1 ∪ A2 ∪ K ∪ Ak = S .

c) P( Ai ) ≥ 0 para i = 1, 2, K , k .

Seja um evento F qualquer, referente ao espaço amostral S . Então:


k
P(F ) = ∑ P( Ai )P(F | Ai )
i = 1

Demonstração: Considere F um evento qualquer em S. Então


F = (F ∩ A1 ) ∪ (F ∩ A2 ) ∪ K ∪ (F ∩ Ak )
Usando a regra do produto teremos
P(F ) = P (F ∩ A1 ) + P(F ∩ A2 ) + K + P(F ∩ Ak )
Usando a regra do produto teremos o teorema da probabilidade total
P(F ) = P( A1 )P (F | A1 ) + P( A2 )P(F | A2 ) + K + P( Ak )P(F | Ak )
k
P(F ) = ∑ P( Ai )P(F | Ai )
i = 1

Cqd.

Exemplo:
Uma determinada peça é manufaturada por três fábricas, denominadas X, Y e Z.
Sabe-se que X produz o dobro de peças que Y, e Y e Z produzem o mesmo
número de peças. Sabe-se também que 2% das peças produzidas por X e Y são
defeituosas, enquanto que 4% das produzidas por Z são defeituosas. Todas as
peças são colocadas em um depósito, e depois uma peça é extraída
aleatoriamente. Qual a probabilidade de que a peça escolhida seja defeituosa?

114
Solução:Considere os seguintes eventos
F = a peça é defeituosa
A1 = a peça provém da fábrica X.
A2 = a peça provém da fábrica Y.
A3 = a peça provém da fábrica Z.
Empregando o teorema da probabilidade total temos
P(F ) = P( A1 )P (F | A1 ) + P( A2 )P(F | A2 ) + P( A3 )P(F | A3 )
Sabe-se que:
1
P( A1 ) =
2
1
P( A2 ) =
4
1
P( A3 ) =
4
P(F | A1 ) = P(F | A2 ) = 0 ,02
P(F | A3 ) = 0 ,04
Logo
1 1 1
P (F ) = ⋅ 0 ,02 + ⋅ 0 ,02 + ⋅ 0 ,04 = 0 ,0250
2 4 4
Assim, a probabilidade da peça ser defeituosa é de 0,0250 ou 2,50%.

115
Teorema de Bayes (Thomas Bayes 1702 - 1761)

Considere o espaço amostral particionado em k eventos,


A1 , A2 , K , Ak , satisfazendo às seguintes condições:
a) Ai ∩ A j = φ para todo i ≠ j .
b) A1 ∪ A2 ∪ K ∪ Ak = S .

c) P( Ai ) ≥ 0 para i = 1, 2 , K , k .

Seja um evento F qualquer, referente ao espaço amostral S . Então:


P( Ai )P(F | Ai )
P( Ai | F ) =
P(F )

Exemplo:
1) (voltando ao exemplo anterior) Uma determinada peça é manufaturada por três
fábricas, denominadas X, Y e Z. Sabe-se que X produz o dobro de peças que Y, e Y
e Z produzem o mesmo número de peças. Sabe-se também que 2% das peças
produzidas por X e Y são defeituosas, enquanto que 4% das produzidas por Z são
defeituosas. Todas as peças são colocadas em um depósito, e depois uma peça é
extraída aleatoriamente. Qual a probabilidade de que a peça escolhida seja
produzida pela fábrica Y dado que ela era defeituosa?
Solução:Considere os seguintes eventos
F = a peça é defeituosa
A1 = a peça provém da fábrica X.
A2 = a peça provém da fábrica Y.
A3 = a peça provém da fábrica Z.
Sabe-se que:
P(F ) = 0 ,0250 (pelo exemplo anterior)
1
P( A2 ) =
4
P(F | A1 ) = P(F | A2 ) = 0 ,02
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116
P( A2 )P(F | A2 )
P( A2 | F ) =
P(F )
1
⋅ 0 ,02
P( A2 | F ) = 4
0 ,0250
0 ,005
P( A2 | F ) =
0 ,0250
P( A2 | F ) = 0 ,2000

2) Uma rede local de computadores é composta por um servidor e cinco clientes (A,
B, C, D e E). Registros anteriores indicam que dos pedidos de determinado tipo de
processamento, realizados através de uma consulta, cerca de 10% vêm do cliente A,
15% do B, 15% do C, 40% do D e 20% do E. Se o pedido não for feito de forma
adequada, o processamento apresentará erro. Usualmente, ocorrem os seguintes
percentuais de pedidos inadequados: 1% do cliente A, 2% do cliente B, 0,5% do
cliente C, 2% do cliente D e 8% do cliente E.
a) Qual é a probabilidade de o sistema apresentar erro?
b) Qual é a probabilidade de que o processo tenha sido pedido pelo cliente E,
sabendo-se que apresentou erro?

3) Um novo método analítico de detectar poluentes em água é testado. Esse novo


método de análise química é importante porque, se adotado, poderia ser usado para
detectar três diferentes contaminantes: poluentes orgânicos, solventes voláteis e
compostos clorados, em vez de ter de usar um único teste para cada poluente.

As pessoas que elaboraram o teste afirmam que ele pode detectar altos níveis de
poluentes orgânicos com 99,7% de acurácia, solventes voláteis com 99,95% de
acurácia e composto clorados com 89,7% de acurácia.

Se um poluente não estiver presente, o teste não sinaliza.

117
Amostras são preparadas para calibração do teste e 60% delas são contaminadas
com poluentes orgânicos, 27% com solventes voláteis e 13% com traços de
compostos clorados.

Uma amostra teste é selecionada aleatoriamente.

a) Qual a probabilidade de o teste sinalizar?

b) Se o teste sinalizar, qual é a probabilidade de os compostos clorados estarem


presentes?

Exercícios:

1) As preferências de homens e mulheres por cada gênero de filme alugado em


uma locadora de vídeos, estão apresentados na tabela a seguir:

Sexo / Filme Comédia Romance Policial


Homens 136 92 248
Mulheres 102 195 62

Sorteando-se ao acaso uma dessas locações de vídeo, pergunta-se a probabilidade


de:
c) Uma mulher ter alugado um filme e o filme ser de comédia;
d) Um homem ter alugado um filme e o filme ser de romance.

2) Uma determinada companhia produz um lote de 50 filtros de combustíveis, dos


quais 6 são defeituosos. Escolhem-se aleatoriamente e testam-se dois filtros do lote.
Determine a probabilidade de ambos serem bons, se os filtros são selecionados:
c) com reposição;
d) sem reposição.

3) Joga-se dois dados equilibrados e soma-se os dois resultados. Qual a


probabilidade de se obter o total 5 ?

118
4) Se 226 dentre 300 assinantes de um jornal, selecionado aleatoriamente,
afirmaram que lêem a seção cômica diariamente. Qual a probabilidade de um
assinante escolhido aleatoriamente não ler a seção cômica?

5) Diga se cada afirmação é verdadeira ou se ela é falsa.

a. Espaço amostral é o conjunto de todos os resultados possíveis de um


experimento.
b. Se dois eventos não podem ocorrer ao mesmo tempo eles são chamados de
mutuamente excludentes.
c. A regra da adição é usada para encontrar a probabilidade de dois eventos
ocorrerem simultaneamente.
d. A amostra é um subconjunto da população. Em todo experimento a amostra pode
ser igual à população.
e. Dado x um evento, então 0 < P (x ) < 1 .

6) Dois dados são lançados simultaneamente. Qual a probabilidade de o primeiro


resultado ser maior do que o segundo?

7) Um grupo de 100 alunos de dois cursos de uma faculdade foram escolhidos para
responderem a uma pesquisa. A tabela a seguir apresenta a composição destes
alunos:

Matemática Pedagogia
Homens 31 10
Mulheres 23 36

Selecionando aleatoriamente um aluno:


a) qual a probabilidade dele ser homem ou ser do curso de Pedagogia?
b) qual a probabilidade dela ser mulher dado que é do curso de Matemática?

8) Uma livraria acaba de receber 40 novos livros, entre eles 12 romances históricos.
Se quatro desses livros são escolhidos aleatoriamente, e sem reposição, qual a

119
probabilidade de nenhum deles ser romance histórico? (Expressar o resultado em
fração)

9) A tabela a seguir apresenta o número de pacientes internados no hospital X, por


Alas.

Sexo e Número
Alas Masculino Feminino Total
A 415 220 635
B 250 375 595
C 105 220 325
Total 740 815 1555

A probabilidade de um paciente selecionado aleatoriamente ser do sexo feminino ou


estar internado na ala A é de:

10) Complete com V se a afirmação for verdadeira e com F se for falsa.

a. ( ) Espaço amostral é o conjunto de todos os resultados possíveis de um


experimento.

b. ( ) Se dois eventos podem ocorrer ao mesmo tempo eles são chamados de


mutuamente excludentes.

c. ( ) A regra da multiplicação é usada para encontrar a probabilidade de dois


eventos ocorrerem simultaneamente.

d. ( ) A amostra é um subconjunto da população. Em todo experimento a amostra


nunca será igual à população.

e. ( ) Dado x um evento, então 0 < P (x ) ≤ 1.

120
11) Dois dados são lançados simultaneamente. Qual a probabilidade de o primeiro
resultado ser menor do que o segundo?

12) Um grupo de 100 alunos de dois cursos de uma faculdade foram escolhidos para
responderem a uma pesquisa. A tabela a seguir apresenta a composição destes
alunos:

Matemática Pedagogia
Homens 31 10
Mulheres 23 36

Selecionando aleatoriamente um aluno(a):


a) qual a probabilidade dele ser homem e ser do curso de Pedagogia?

b) qual a probabilidade dela ser mulher ou ser do curso de Matemática?

13) Uma livraria acaba de receber 40 novos livros, entre eles 12 romances
históricos. Se um desses livros é escolhido aleatoriamente, e sem reposição, qual a
probabilidade dele ser romance histórico? (Expressar o resultado em fração)

14) Quais dos valores abaixo não podem ser probabilidade?

0; 0,0001; -0,2 ; 3/2 ; 2/3 ; 2 ; 0,2

15) Quanto é P(A), se A é o evento “Fevereiro tem 30 dias este ano”?


16) Quanto é P(A), se A é o evento “Novembro tem 30 dias este ano”?
17) Qual a probabilidade do resultado “cara” ao jogar uma moeda?

121
18) A MasterCard International efetuou um estudo de fraude em cartões de crédito.
Os resultados estão na tabela a seguir

Tipo de fraude Número


Cartão roubado 243
Cartão falsificado 85
Pedido por correio/ telefone 52
Outros 46

Selecionado aleatoriamente um caso de fraude, qual a probabilidade de a fraude


resultar de um cartão falsificado?
19) Um casal planeja ter 2 filhos.
a) Relacione os diferentes resultados, de acordo com o sexo de cada criança.
b) Determine a probabilidade de o casal ter 2 meninas
c) Determine a probabilidade de exatamente uma criança de cada sexo.

20) Em um teste com 3 questões do tipo verdadeiro/falso, um estudante que não


está preparado deve responder cada uma aleatoriamente.
a) Relacione os diferentes resultados possíveis.
b) Qual é a probabilidade de responder corretamente todas as três questões?
c) Qual a probabilidade de “palpitar” incorretamente todas as três questões?
d) Qual a probabilidade de acertar duas questões?

21) Diga se os dois eventos são mutuamente excludentes:


a. Escolha de um espectador de televisão do sexo masculino;
b. Escolha de alguém que raramente utiliza o controle remoto.

22) Diga se os dois eventos são mutuamente excludentes:


c. Girar uma roleta e obter um número 7;
d. Girar uma roleta e obter um número par.

23) De um conjunto de cinco empresas, deseja-se selecionar, aleatoriamente, uma


empresa, mas com probabilidade proporcional ao número de funcionários. O número
de funcionários da Empresa A é 20; de B é 15; de C é 7; de D é 5 e de E é 3.
122
a) Qual a probabilidade de cada uma das empresas ser selecionada?
b) Qual é a probabilidade de a Empresa A não ser

Selecionada?
24) Se P( A) = 0,4 e P( B) = 0,5 , o que se pode dizer quanto a P( A ∪ B) se A e B são
eventos mutuamente exclusivos?
25) Num lote de 12 peças, 4 são defeituosas; três peças são retiradas
aleatoriamente. Calcule:
a. A probabilidade de ambas serem defeituosas.
b. A probabilidade de ambas não serem defeituosas.
c. A probabilidade de ao menos uma ser defeituosa.
26) Um lote é formado por 10 peças boas, 4 com defeitos leves e 2 com defeitos
graves. Uma peça é escolhida aleatoriamente. Calcule a probabilidade de:
a. Ela não tenha defeitos graves.
b. Ela não tenha defeito.
c. Ela ou seja boa ou tenha defeitos graves.
27) Três máquinas, A, B e C produzem respectivamente 40%, 50% e 10% do total
de peças de uma fábrica. As porcentagens de peças defeituosas nass respectivas
máquinas são 3%, 5% e 2%. Uma peça é selecionada aleatoriamente e verifica-se
que é defeituosa. Qual a probabilidade de que a peça tenha vindo da máquina B?
28) A probabilidade de o aluno X resolver um problema é de 3/5 e a do aluno Y
resolver o mesmo problema é de 4/7. Qual a probabilidade de que o problema seja
resolvido?
29) Um grupo de 15 elementos apresenta a seguinte composição:

Homem Mulher
Menores 5 3
Adultos 5 2

Um elemento é escolhido ao acaso. Pergunta-se:


a. Qual a probabilidade de ser homem?
b. Qual a probabilidade de ser adulto?
c. Qual a probabilidade de ser mulher e menor?

123
d. Sabendo-se que o elemento escolhido é adulto, qual a probabilidade de ser
homem?
e. Dado que a escolhida é mulher, qual a probabilidade de ser menor/

30) Suponha que um fabricante de sorvete recebe 20% de todo o leite que utiliza de
uma fazenda F1 , 30% de uma outra fazenda F2 e 50% de F3 . Um órgão de

fiscalização inspecionou as fazendas de surpresa, e observou que 20% do leite


produzido por F2 estava adulterado por adição de água, enquanto que para F2 e
F3 , essa proporção era de 5% e 2%, respectivamente. Na indústria de sorvetes os

galões de leite são armazenados em um refrigerador sem identificação das


fazendas. Para um galão escolhido ao acaso, dado que ele foi adulterado, calcule:
a) a probabilidade de que o leite tenha sido produzida pela fazenda F1
b) a probabilidade de que o leite tenha sido produzida pela fazenda F2
c) a probabilidade de que o leite tenha sido produzida pela fazenda F3

31) Uma companhia que fura poços artesianos trabalha numa região escolhendo
aleatoriamente o ponto de furo. Não encontrando água nessa tentativa, sorteia outro
local e, caso também não tenha sucesso, faz uma terceira e última tentativa. Admita
probabilidade de 0,7 de encontrar água em qualquer ponto dessa região. Calcule a
probabilidade de:
a) encontrar água na segunda tentativa.
b) encontrar água em até duas tentativas
encontrar água.

32) Pastilhas utilizadas na fabricação de semicondutores podem estar


contaminadas. A tabela a seguir apresenta um histórico de pastilhas produzidas por
uma indústria.

Localização na ferramenta de recolhimento


Contaminação Centro Borda Total
Baixa 514 68 582
Alta 112 246 358
Total 626 314

124
Selecionando-se aleatoriamente uma pastilha qual a probabilidade dela ter alta
contaminação ou a pastilha esteja no centro de uma ferramenta de recolhimento?

125
Distribuições de probabilidade

Variável Aleatória

Definição:
Sejam E um experimento e S o espaço amostral associado ao experimento.
Uma função X, que associe a cada elemento s ∈ S um número real X (s ) é
denominada variável aleatória.

Veja a ilustração

Exemplo:
E: Lançamento de duas moedas;
X: Número de caras obtidas nas duas moedas;
S = {(c , c ), (c , k ), (k , c ), (k , k )}, onde c= cara e k= coroa;
A variável aleatória X pode assumir os valores 0, 1 e 2.

Outros exemplos de variáveis aleatórias:


2. X: número de acidentes com aviões de uma determinada companhia;
3. X: número de mulheres entre 10 empregados recém-admitidos;
4. X: número de peças produzidas por uma empresa em determinado dia;
5. X: altura de um adulto do sexo masculino selecionado aleatoriamente.

126
Definições:

Uma variável aleatória discreta admite um número finito de valores ou um número


infinito enumerável de valores.

Exemplo:
a. O número de espectadores que vêem um filme.
b. Número de peças produzidas em um dia.

Uma variável aleatória contínua admite um número infinito de valores, e esses


valores podem ser associados a mensurações em uma escala contínua.

Exemplo:
a) A voltagem em uma pilha.
b) Quantidade de leite em um copo.

Distribuição de Probabilidade

Dada uma variável aleatória discreta, podemos identificar:


1) Quais os possíveis resultados podem ocorrer;
2) Qual a probabilidade de cada resultado ocorrer.

Por exemplo: No lançamento de duas moedas não viciadas, o número de caras


possíveis e suas probabilidades é dada por:

127
Tabela: Distribuição de probabilidade do nº
de caras no lançamento de duas moedas
Nº de caras Probabilidade
x
0 1/4
1 2/4
2 1/4
Total 1

Assim, definimos:
A Distribuição de probabilidade de uma variável aleatória X é a descrição do
conjunto de probabilidades associadas aos possíveis resultados de X. Podemos
também chamá-la de função de probabilidade.
Simbolicamente temos: p( xi ) = P( X = xi ) com i = 1, 2, ...

No caso do exemplo anterior temos:


1
p( 0 ) = P( X = 0 ) =
4
2
p( 1 ) = P( X = 1 ) =
4
1
p( 2 ) = P( X = 2 ) =
4
O gráfico da distribuição de probabilidade é dada por:

128
Gráfico: Distribuição de probabilidade do número
de caras no lançamento de duas moedas

A função de probabilidade deve satisfazer às seguintes propriedades:


1) p( x i ) ≥ 0 ;

2) ∑ p( x ) = 1 .
i
i

Função de distribuição acumulada


Podemos também representar uma distribuição de probabilidade por sua
função de distribuição acumulada definida por:
F ( x) = P( X ≤ x), ∀x ∈ ℜ
onde ℜ é o conjunto dos números naturais.

Obs.: A distribuição acumulada descreve a probabilidade de ocorrer um valor até x.


Exemplo: No lançamento de duas moedas não viciadas, a distribuição acumulada do
número de caras possíveis é dada por:
1
4 se x ≤ 0

3
F (x ) =  se x ≤ 1
4
1 se x ≤ 2

129
Tabela: Distribuição de probabilidade acumulada do nº
de caras no lançamento de duas moedas
Valores possíveis Distribuição acumulada
x
0 1/4
1 3/4
2 4/4

Na tabela acima temos:


1
F ( 0) = P ( X ≤ 0) = P ( X = 0 ) =
4
3
F (1) = P( X ≤ 1) = P( X = 0 ) + P( X = 1) =
4
4
F (2) = P( X ≤ 2) = P( X = 0 ) + P( X = 1) + P( X = 2 ) =
4

O gráfico da distribuição acumulada da variável X = número de caras em dois


lançamentos é:

Gráfico: Distribuição acumulada de probabilidade do número


de caras no lançamento de duas moedas

Valor esperado
A média ou valor esperado de uma variável aleatória X é dado por:
k
µ = E( X ) = ∑ xi . p( xi )
i =1

130
Variância
A variância de uma variável aleatória X é dada por:

Var( X ) = E ( X 2 ) − µ 2 = ∑ xi2 p(xi ) − µ 2

Exemplo: No lançamento de duas moedas não viciadas, a média e a variância são


dadas por:
Valores possíveis Probabilidade xi ⋅ p( xi ) xi2 ⋅ p(xi )
x p(x)

0 1/4 0 0
1 2/4 2/4 2/4
2 1/4 2/4 1
Total 1 1 1,5

Assim
k
µ = ∑ xi . p( xi ) = 1
i =1

Var( X ) = E( X 2 ) − µ 2 = 1,5 − 1 = 0 ,5

Exercícios
1) Num lote de 12 peças, 4 são defeituosas. Duas peças são retiradas
aleatoriamente sem reposição. Resolva:
a) Encontre a distribuição de probabilidade associada a variável aleatória
X = número de peças defeituosas.
b) Faça o gráfico do resultado obtido na letra a.
c) Encontre a distribuição acumulada de X.
d) Faça o gráfico do resultado obtido na letra c
e) Encontre a média de peças defeituosas, ou seja, a média de X.
f) Encontre a variância do número de peças defeituosas, ou seja, a variância de X.
2) Considere o lançamento de um dado honesto. Encontre a distribuição de
probabilidade associada ao resultado da face deste dado.

131
x
3) Suponha P(x ) = (onde x assume valores 0, 1, 2, 3). P(x ) Define uma
5
distribuição de probabilidade?
x
4) Suponha P(x ) = (onde x assume valores 0, 1, 2). P(x ) Define uma distribuição
3
de probabilidade?
3
5) Suponha P(x ) = (onde x assume valores 0, 1, 2, 3). P(x ) Define uma
[4(3 − x)! x!]
distribuição de probabilidade?
6) O peso de um livro escolhido aleatoriamente é uma variável aleatória discreta ou
contínua?
7) O custo de uma peça escolhida aleatoriamente é uma variável aleatória discreta
ou contínua?
8) Suponha que a variável aleatória discreta x possa tomar os valores 1, 2, 3, ..., n e
(n + 1)
que esses valores sejam igualmente prováveis. Mostre que µ = e
2

σ2 =
(n 2
−1 )
12
Pricipais propriedades:
Considere c constante e X e Y variáveis aleatórias.
Média Variância
E(c) = c V(c) = 0
E(X+c) = E(X) + c V(X + c) = V(X)
E(cX) = c E(X) V(cX) = c2 V(X)
E(X+Y) = E(X) + E(Y) DP(cX) = |c| DP(X)
E(X-Y) = E(X) - E(Y)

132
Distribuições discretas de probabilidade

Para motivar suponha a seguinte situação:


Num lote de 12 peças, 4 são defeituosas. Três peças são retiradas
aleatoriamente. Calcule:
a) Qual a probabilidade de apenas uma ser defeituosa, considerando retiradas com
reposição?
b) Qual a probabilidade de a primeira peça defeituosa ser a 3ª peça, considerando
retiradas com reposição?
c) Qual a probabilidade de apenas uma ser defeituosa, considerando retiradas sem
reposição?
Cada uma destas perguntas tem uma solução diferente. Passaremos agora a
explicar os métodos necessários para a solução das mesmas.

I) Distribuição Binomial

Premissas assumidas pelo modelo binomial:


a) n provas (ou experimentos) independentes e do mesmo tipo são realizadas;
b) cada prova admite apenas dois resultados: sucesso e falha;
c) a probabilidade de sucesso em cada prova é P{ sucesso } = p constante em todo o
experimento. Neste caso consideramos amostragem aleatória com reposição.

A probabilidade da variável X assumir certo valor x, pertencente ao conjunto {0, 1, 2,


...} é dada por
n
P( X = x) =  . p x .(1 − p ) n − x
 x
Onde E( X ) = n. p e Var( X ) = n. p.( 1 − p ) .

Exercícios:
1) Num lote de 12 peças, 4 são defeituosas; duas peças são retiradas
aleatoriamente e com reposição. Calcule:
a) Qual a probabilidade de ambas serem defeituosas?
b) Qual a probabilidade de apenas uma ser defeituosa?
133
Solução:
a) Usando probabilidade (regra da multiplicação) temos
4 4 1
P ( A) = ⋅ = .
12 12 9
Resolvendo usando a distribuição binomial temos:
4
Seja A: uma peça ser defeituosa. Então P ( A) = p = . Assim a probabilidade de
12
retirar duas peças defeituosas é:
2 2
 2  4  4 2−2  2   4  8 0 16 1
P( X = 2) =  .  .(1 − ) =  .  .( ) = =
 2   12  12  2   12  12 144 9
b) Exercício

2) Cada amostra de ar tem 10% de chance de conter um determinado poluente


orgânico. Considere que as amostras sejam independentes com relação à presença
do poluente. Determine:
a) a probabilidade de que nas próximas 18 amostras exatamente 2 contenham o
poluente.
b) a probabilidade de que no mínimo quatro amostras contenham o poluente.
c) a probabilidade de que 3 ≤ X < 7 .
Solução:
18 
a) P( X = 2) =  .(0,1) .(1 − 0,1)18− 2 = 0,2835
2

2
3
18 
b) P( X ≥ 4) = 1 − P( X < 4 ) = 1 − ∑  .(0,1) .(1 − 0,1)18− x = 0,098
x

x =0  x 

 
6 18
c) P(3 ≤ X < 7) = ∑  .(0,1) .(1 − 0,1)18− x = 0,265
x

x =3  x 

3) Dados históricos mostram que 5% dos itens provindos de um fornecedor


apresentam algum tipo de defeito. Considerando um lote de 20 itens, calcule a
probabilidade de (com reposição):
a) haver algum item com defeito;
b) haver exatamente dois itens defeituosos;
c) haver mais de dois itens defeituosos;
d) qual é o número esperado de itens defeituosos?

134
e) e de itens bons?

4) Se 7% das lâmpadas de certa marca são defeituosas, achar a probabilidade de


que, numa amostra de 100 lâmpadas, escolhidas ao acaso e com reposição,
tenhamos três defeituosas.

5) Seja X uma variável aleatória binomial com n = 10 e p = 0,5 . Determine as


seguintes probabilidades:
a) P( X = 5)
b) P( X ≤ 2)
c) P(2 ≤ X < 5)
6) As linhas telefônicas em um sistema de reservas de uma companhia aérea estão
ocupadas 40% do tempo. Suponha que os eventos em que as linhas estejam
ocupadas em sucessivas chamadas sejam independentes. Considere que 10
chamadas aconteçam.
a) qual a probabilidade de que para exatamente três chamadas as linhas estejam
ocupadas?
b) qual é a probabilidade de que para no mínimo uma chamada as linhas estejam
ocupadas?
c) qual é o número esperado de chamadas em que as linhas estejam ocupadas?

II) Distribuição geométrica

Se um caso satisfaz todas as condições de um experimento binomial, exceto


pelo fato de o número de provas não ser fixo, então aplicamos a distribuição
geométrica.
A distribuição geométrica se aplica quando estamos interessados na
probabilidade de o primeiro sucesso ocorrer em determinada prova.
Para que o sucesso ocorra, por exemplo na x − ésima prova, deve-se ser precedido
x −1
por x − 1 fracassos, cuja probabilidade é (1 − p ) .

135
A distribuição é chamada geométrica porque seus valores sucessivos
constituem uma progressão geométrica.
Considere um experimento E e uma variável aleatória X com
probabilidade de sucesso p. Se X tem distribuição geométrica, então a
probabilidade de X obter sucesso na x-ésima prova é dada por

P ( X = x ) = p (1 − p )
x −1
, x = 1, 2, 3, L

onde
1
E(X ) =
p

Var ( X ) =
(1 − p )
p2

Exercícios;
1) Num lote de 12 peças, 4 são defeituosas. Seleciona-se aleatoriamente 5 peças,
com reposição. Qual a probabilidade de a primeira peça defeituosa ser a 3ª peça
escolhida?
Solução: A probabilidade de uma peça ser defeituosa é
4
p(defeito ) = = 0 ,3333
12
Escolhida 5 peças, a probabilidade da primeira peça defeitosa ser a 3ª é
P ( X = 3) = 0,3333 ⋅ (1 − 0,3333 ) = 0,1481
2

2) A probabilidade de uma pastilha conter uma partícula grande de contaminação é


de 0,01. Se for considerado que as pastilhas sejam independentes, qual será a
probabilidade de que exatamente 125 pastilhas necessitem ser analisadas antes que
uma partícula grande seja detectada?
Solução:
Seja x: o número de amostras analisadas até que uma partícula grande seja
detectada. Então X é uma variável aleatória geométrica com p = 0,01 . A
probabilidade então é:
P ( X = 125) = (0,99 ) (0,01) = 0,0029
124

136
3) A probabilidade de uma criança contrair uma doença contagiosa, à qual está
exposta é 0,70. Qual é a probabilidade de a sétima criança exposta à doença ser a
primeira a contraí-la?

 4  8 
  
 2  2 − 2  1
P( X = 2) = =
 4 + 8 11
 
 2 

IV) Distribuição de Poisson

Suponha que queremos avaliar o número de ocorrência de um evento por


unidade de tempo, de comprimento, de área, de volume, etc.

Exemplo:
a) número de consultas em uma base de dados por minuto;
b) número de erros de tipografia em um formulário;

Se tivermos:
a) Independência entre as ocorrências do evento e
b) Os eventos ocorrerem de forma aleatória,

Então a probabilidade da variável aleatória X assumir um determinado valor é dada


por
e − λ .λ x
P( X = x) = com x = 0, 1, ...
x!
Onde E( X ) = Var( X ) = λ.

Exercícios:
1) Suponha que as consultas num banco de dados ocorrem de forma independente
e aleatória, com uma taxa média de três consultas por minuto. Qual a probabilidade
de que no próximo minuto ocorram:
a) nenhuma consulta?
137
b) uma consulta?
c) duas consultas?
d) menos do que três consultas?

Solução:
Seja λ = taxa média = 3 consultas/min.
a) Queremos a probabilidade de não ter consulta no próximo minuto, ou seja,
x = 0. Assim
e −3 .30 0,0498 ⋅ 1
P ( X = 0) = = = 0,0498
0! 1
Portanto a probabilidade de, no próximo minuto, ter nenhuma consulta é 0,0498.
b) Queremos a probabilidade de ter 1 consulta no próximo minuto, ou seja,
x = 1. Assim
e −3 .31 0,0498 ⋅ 3
P ( X = 1) = = = 0,1494
1! 1
Portanto a probabilidade de, no próximo minuto, ter uma consulta é 0,1494.
c) Queremos a probabilidade de ter 2 consultas no próximo minuto, ou seja,
x = 2. Assim
e −3 .3 2 0,0498 ⋅ 9
P ( X = 2) = = = 0,2241
2! 2
Portanto a probabilidade de, no próximo minuto, ter duas consultas é 0,2241.

d) Queremos P( X = 0) + P( X = 1) + P( X = 2) = 0,0498 + 0,1494 + 0,2241 = 0,4233

2) Suponha que as consultas num banco de dados ocorrem de forma independente


e aleatória, com uma taxa média de três consultas por minuto. Qual a probabilidade
de que nos próximos dois minutos ocorram mais do que 5 consultas?

3) Suponha que X tenha uma distribuição de Poisson, com uma média de 4.


Determine:

a) P( X = 4 )
b) P( X ≤ 2)

138
4) O número de falhas na superfície de painéis de plástico usados no interior de
automóveis tem uma distribuição de poisson, com uma média de 0,05 falha por pé
quadrado de painel de plástico. Considere que o interior de um automóvel contém 10
pés quadrados de painel plástico. (Obs.: um pé equivale a 30,48 cm)

a) qual a probabilidade de não haver falha na superfície do interior do automóvel?


b) Se 10 carros forem vendidos para uma companhia de aluguel de carros, qual será
a probabilidade de no máximo um carro ter qualquer falha na superfície?

5) Tráfego de carros é tradicionalmente modelado como uma distribuição de


Poisson. Um engenheiro de tráfego monitora o fluxo de carros em um cruzamento
que tem uma média de 6 carros por minuto.
Calcule: (Para estabelecer o tempo de um sinal, as seguintes probabilidades são
usadas)

a) Qual a probabilidade de três ou mais carros passarem pelo cruzamento em 30


segundos?

b) Calcule o número mínimo de carros que passam pelo cruzamento, em 30


segundos, x , de modo que P( X ≤ x ) ≥ 0,90 .

139
Distribuições contínuas de probabilidade

Uma variável aleatória X é dita contínua quando ela assume qualquer valor
real dentro de um intervalo.
Exemplos:
1) Altura de uma pessoa;
2) Tempo de viagem;
3) Tempo de uma reação química;
4) Volume de leite em um copo; etc

Definição

Seja f (x ) a função densidade de probabilidade da variável contínua X.


Então f (x ) deve satisfazer às seguintes propriedades:

1) f ( x ) ≥ 0, ∀x real
+∞

∫ f ( x)dx = 1
2) −∞
b
3) Se A = [a, b] , então P(a ≤ X ≤ b) = ∫ f ( x)dx .
a

A função de densidade de probabilidade fornece uma descrição simples das


probabilidades associadas a uma variável aleatória.

Exemplos:

1) Considere a função f (x ) = x 2 + 1, 0 ≤ x < 3 . Verifique se a função f ( x ) é função


de densidade de probabilidade.

2) Considere a função f (x ) = e − ( x − 4 ) , 4 < x . Verifique se a função f ( x ) é função de


densidade de probabilidade.

3) Considere a função f ( x ) = e − x , 0 < x . Verifique se a função f ( x ) é função de


densidade de probabilidade.
Função de distribuição acumulada

140
A função de distribuição acumulada de uma variável aleatória contínua X é:

x
F (x ) = P( X ≤ x ) = ∫ f (u )du
−∞

Para − ∞ < x < ∞ .

Seja f (x ) a função densidade de probabilidade da variável contínua X, então temos:


+∞
a) µ = E( X ) = ∫ x. f ( x)dx
−∞

+∞
b) σ = Var ( X ) = ∫ ( x − µ ) 2 . f ( x)dx .
2

−∞

Uma curva de densidade é o gráfico de uma distribuição contínua


de probabilidade. Deve satisfazer as seguintes propriedades

1. A área total sob a curva deve ser 1;


2. Todo ponto da curva deve ter uma altura vertical não inferior a 0.

141
I) Distribuição Uniforme.

Uma variável aleatória X tem distribuição uniforme quando todos os seus valores
possíveis tem a mesma probabilidade.
A curva de densidade de X é uma reta horizontal.

Uma variável aleatória X tem distribuição uniforme de parâmetros α e


β com β > α se

 1
 , para x ∈ [α , β ]
f ( x) =  β − α
 0, para x ∉ [α , β ]

Neste caso
α +β (β − α ) 2
E( X ) = e Var ( X ) = .
2 12

Exemplos:

1) Um profissional de computação observou que seu sistema gasta entre 20 e 24


segundos para realizar determinada tarefa, segundo uma distribuição uniforme em
[20, 24]. Sua curva de densidade é dada por

Gráfico: Curva de densidade da probabilidade


de um sistema

142
Exercício:
1) Um profissional de computação observou que seu sistema gasta entre 20 e 24
segundos para realizar determinada tarefa. Considere a probabilidade uniforme em
[20, 24]. Resolva:
a) Encontre, graficamente, a função densidade de probabilidade.
b) P ( X > 23) .
c) E( X )
d) Var ( X ) .

2) Seja a variável aleatória contínua X a corrente em um fio delgado de cobre,


medida em miliampères. Suponha que a faixa de X seja [0, 20 mA] e considere que
1
a função densidade de probabilidade de X seja f ( x ) = .
20
a) Qual é a probabilidade de que uma medida da corrente seja menor que 10 mA?
b) Determine x de modo que P( X < x ) = 0,95 .
c) Determine E ( X ) e Var ( X ) .
d) Calcule a função de distribuição de probabilidade acumulada.

3) A função de densidade para o peso de pacotes entregues pelo correio é

70
f (x ) =
69 x 2
para 1 < x < 70 libras.

Calcule:

a) verifique que f é função de densidade de probabilidade;

b) a probabilidade de ser entregue um pacote com peso entre 60 e 70 libras?

c) Se o custo para despachar for R$ 5,00 por libra, qual será o custo médio para
despachar um pacote?

d) a variância do peso?

143
II) Distribuição Exponencial

Uma distribuição exponencial é utilizada quando queremos modelar a variável


aleatória contínua que representa:
a) Tempo até a próxima consulta a uma base de dados;
b) Tempo entre pedidos a um servidor;
c) Distância entre defeitos de uma fita.

Sejam as variáveis aleatórias:


X t = número de ocorrências no intervalo de tempo [0, t]; e

T = tempo entre as ocorrências.


Sendo λ a taxa média de ocorrências por unidade de tempo, então, considerando
independência entre as ocorrências, T tem distribuição exponencial dada por:

f (t ) = λ.e − λ .t

1 1
Onde E (T ) = e Var (T ) =
λ λ2

A curva de densidade da variável T com distribuição exponencial é dada por

b
− λ .t
A probabilidade P (a ≤ T ≤ b ) = ∫ λ .e .
a

144
Exercícios:
1) Seja a variável aleatória T definida como o tempo de resposta na consulta a um
banco de dados, em minutos. Suponha que essa variável tenha a seguinte função
densidade de probabilidade:
2e −2t , para t ≥ 0
f ( x) = 
 0, para t < 0

Calcule:
a) A probabilidade de a resposta demorar mais do que 3 minutos?

b) Calcule P ( 2 ≤ T ≤ 3) .

Solução:

− 2.t
a) P (T ≥ 3 ) = ∫ 2.e dt = −e − 2.t ∞
3 = −e − 2.∞ + e − 2.3 =0 + 0 ,0025 = 0 ,0025 .
3

3
P(2 ≤ T ≤ 3) = ∫ 2.e − 2.t dt = −e − 2.t 32 = −e − 2.3 + e − 2.2 =0 ,0025 + 0 ,0183
b) 2
= 0 ,0208

2) O tempo de vida (em horas) de um transistor é uma variável aleatória T com


distribuição exponencial. O tempo médio de vida do transistor é de 500 horas.
a) Faça a curva de densidade.
b) Calcule a probabilidade de o transistor durar mais do que 500 horas.
c) Calcule a probabilidade de o transistor durar entre 300 e 1000 horas.

145
3) A função densidade de probabilidade do tempo em que clientes chegam a um
terminal (em minutos depois de 8h) é
x

e 10
f (x ) =
10
para x > 0. Determine a probabilidade de:
a) o primeiro cliente chegar até 9h.
b) o primeiro cliente chegar entre 8h15min e 8h30min.
c) dois ou mais clientes chegarem antes das 8h40min, entre os cinco que chegam ao
terminal. Considere que as chegadas dos clientes sejam independentes.
d) determine a função de distribuição acumulada.

4) Seja a variável aleatória X o diâmetro de um orifício perfurado em uma placa


com componentes metálicos. O diâmetro-alvo é 12,5 milímetros. A maioria dos
distúrbios aleatórios no processo resulta em diâmetros maiores. Dados históricos
mostram que a distribuição de X pode ser modelada por uma função de densidadde
de probabilidade

f ( x ) = 20e − 20( x −12,5)


para x ≥ 12,5 . Determine:
a) Se uma peça com diâmetro maior que 12,60 mm for descartada, qual será a
proporção de peças descartadas?
b) Qual o diâmetro médio?
c) Qual a variância?

Sugestão: Utilize integração por parte ∫ u dv = uv − ∫ v du

146
III) Distribuição Normal

Uma variável aleatória X tem distribuição normal se seu histograma tem a


forma de um sino.
200

100

Std. Dev = 994,59


Mean = 2516,6
0 N = 1488,00
0,

50

10

15

20

25 0

30

35

40 0

45

50

55

60
0

0,

00

00

00

00

00

00

00

00

00

00

00
0

,0

,0

,0

,0

,0

,0

,0

,0

,0
Vendas de auto peças

Definição
Dados os parâmetros µ e σ > 0 reais, a função densidade de probabilidade
da normal é dada por:
1 x−µ 2
1 − (
2 σ
)
f ( x) = .e
σ . 2π
Onde E ( X ) = µ e Var ( X ) = σ .

Podemos perceber que o cálculo de probabilidade usando a distribuição


normal é muito difícil devido ao tipo de função. Uma forma de contornarmos este
problema é utilizar a distribuição normal padronizada.
A distribuição normal padronizada tem este nome pois sua média é 0 e a
variância é um. Com isso os cálculos ficam muito mais práticos pois podemos utilizar
as tabelas de probabilidade normal padronizada.
Uma conseqüência importante do fato de uma distribuição Normal ser
completamente caracterizada por sua média e desvio-padrão é que a área sob a
curva entre um ponto qualquer e a média é função somente do número de desvios-
padrões que o ponto está distante da média.

147
Como existem uma infinidade de distribuições normais (uma para cada média
e desvio-padrão), transformamos a unidade estudada seja ela qual for (peso,
espessura, tempo, etc.) na unidade Z, que indica o número de desvios-padrão a
contar da média.
Para padronizar um conjunto de dados que tem distribuição normal é só
aplicar a fórmula
X −µ
z=
σ

Utilização da tabela da normal padronizada


A tabela nos dá a área sobre o gráfico, ou seja, a probabilidade.

Exemplo 1: A resistência à tração do papel usado em sacolas de super-mercado é


uma característica de qualidade importante.
Sabe-se que essa resistência segue um modelo Normal com média 40 psi e
desvio padrão 2 psi.
Se a especificação estabelece que a resistência deve ser maior que 35 psi,
qual a probabilidade que uma sacola produzida com este material satisfaça a
especificação?
P{X ≥ 35} = 1 − P{X ≤ 35}
 35 − 40 
P{X ≤ 35} = P Z ≤  = P{Z ≤ −2 ,5}
 2 
Pela tabela da normal padronizada temos probabilidade de 0,0062.
Logo a resposta é 1-0,0062 = 99,38%.

148
Exercícios
1) Utilizando a tabela da distribuição normal padronizada calcule:
a) P ( z < 0 ,42 )
b) P ( z < 0 ,75 )
c) P ( z < −0 ,30 )
d) P ( z > 0 ,56 )
e) P (0 ,25 < z < 0 ,72 )
f) P (− 0 ,25 < z < 0 ,20 )

g) o valor de z tal que P (− z < Z < z ) = 0 ,90 .

Propriedades da distribuição normal

1) a curva é simétrica em torno da média;

2) xlim f (x ) = 0
→∞

3) a área total sob a curva é igual a 1;

área=1

área=0,5 área=0,5

Comparação entre média e variância

149
f(x)

A B

a) da distribuição A para B muda a tendência central, mas a variabilidade é


constante;
b) da distribuição A para C muda a variabilidade, mas a tendência central é
constante;
c) da distribuição B para C muda a tendência central e a variabilidade.

Exercícios

1) Suponha que a absorção de água(%) em certo tipo de piso cerâmico tenha


distribuição normal com média 2,5 e desvio-padrão 0,6. Selecionando,
aleatoriamente, uma unidade desse piso, qual é a probabilidade de ele acusar
absorção de água entre 2% e 3,5%?

150
2) Uma fábrica de chocolates comercializa barras que pesam em média 200g. Os
pesos são normalmente distribuídos. Sabe-se que o desvio padrão é igual a 40g.
Calcule a probabilidade de uma barra de chocolate, escolhida aleatoriamente, pesar
a) entre 200 e 250g;
b) mais de 230g;
c) menos que 150g.
3) Suponha que uma variável aleatória X tenha distribuição normal com média 5 e
desvio-padrão 4. Calcule:
P(2 ≤ X < 8 )

151
Teste de Hipótese

Teste de Hipótese

Em Estatística, uma hipótese é uma afirmação sobre uma propriedade de


uma população.
Podemos estar interessados em saber informações sobre a média, a
proporção ou a variância.

Componentes de um teste de hipótese

1) Hipótese nula - H0 : é uma afirmação sobre o valor de um parâmetro

populacional. Deve conter o sinal de igualdade e deve escrever-se como = , ≤ , ≥ .

2) Hipótese alternativa - H1 : é a afirmação que deve ser verdadeira se a hipótese


nula for falsa. Não deve conter o sinal de igualdade.

Exemplos:
a) Testar a afirmação de que a média populacional é 75.
Solução: Neste caso temos H 0 : µ = 75 e H1 : µ ≠ 75 .

b) Testar a afirmação de que a média é no máximo 2,50.


Solução: Neste caso temos H 0 : µ ≤ 2,50 e H1 : µ > 2,50 .

3) Erro tipo I: Consiste em rejeitar a hipótese nula quando ela é verdadeira.

H 0 verdadeira H 0 falsa

Rejeita H 0 Erro tipo I Acerto

Não rejeita H 0 Acerto Erro tipo II

4) Nível de significância - α : A probabilidade do erro tipo I ocorrer.

152
5) Erro tipo II: Consiste em não rejeitar a hipótese nula quando ela é falsa.
6) A probabilidade de ocorrer o erro tipo II é β .
7) Estatística de teste: É uma estatística amostral baseado nos dados amostrais.
8) Região crítica: É o conjunto de todos os valores da estatística de teste que
levam à rejeição da hipótese nula.
9) Valor Crítico: É o valor, ou valores, que separa(m) a região crítica dos valores
da estatística de teste que não levam à rejeição da hipótese nula.

Conclusões no teste de hipótese

Em um teste de hipótese concluímos por:


• rejeitar a hipótese nula ou
• não rejeitar a hipótese nula.

Tipos de teste

• Bilateral (sinal de H1 : ≠ ): a região crítica está situada nas duas regiões.


α
Neste caso cada área tem valor .
2

153
• Unilateral esquerdo (sinal de H1 : <): a região crítica está situada na parte
esquerda. Neste caso P(Erro tipo I ) = α .

• Unilateral direito (sinal de H1 : >): a região crítica está situada na parte direita.

P(Erro tipo I ) = α .

154
Teste de uma afirmação sobre uma média: grandes amostras

Considere uma amostra razoavelmente grande ( n ≥ 30 ) para valer o teorema


central do limite, ou que os dados provenham de uma distribuição aproximadamente
normal. Para testarmos alguma informação com respeito à média populacional
utilizamos a estatística de teste dada por:

x − µx
Estatística de teste: z =
σ
n

Caso σ seja desconhecido podemos substituí-lo por s .

Os valores críticos são encontrados na Tabela A – 2.

Exemplo:
O tempo médio entre falhas de um rádio da Telektronic Companhy para
aviões de pequeno porte é 420 horas. Após terem sido modificados 35 aparelhos de
rádio, em uma tentativa de melhorar sua confiabilidade, os testes acusaram um
tempo médio de 385 horas para esta amostra, com desvio-padrão de 24 horas. Ao
nível de significância de 0,05, teste a afirmação de que o tempo médio, após as
modificações, é menor que 420 horas .

Solução:
 H 0 : µ ≥ 420
a) As hipóteses são: 
 H1 : µ < 420
b) O teste é unilateral esquerdo, pois o sinal de H1 é <.
c) O nível de significância é α = 0,05 ;

d) Os valores críticos são zα = 1,645 ; Logo temos:

155
e) Os dados amostrais são: x = 385 e s = 24 ;
f) Como n=35 ( n ≥ 30 ), a estatística de teste é dada por:

x − µx 385 − 420
z= = = −8,63
σ 24
n 35

g) Conclusão: Como a estatística de teste está na dentro da região crítica, então


rejeitamos H 0 .

Exercícios

1) O gerente de uma empresa de transporte suspeita da afirmação de um


vendedor de pneus de que o seu produto tem uma vida média de, ao menos,
28 000 milhas. Para verificar a afirmação, a firma instala 40 desses pneus em
seus caminhões, obtendo uma vida média de 27 563 milhas, com desvio-
padrão de 1 348 milhas. Qual a conclusão do gerente, se a probabilidade de
um erro tipo I deve ser 0.01?

2) A vida média de uma amostra de 100 lâmpadas de certa marca é 1615 horas.
Por similaridade com outros processos de fabricação, supomos o desvio-
padrão igual a 120 horas. Utilizando um nível de significância de 2 %, teste a
afirmação de que a duração média de todas as lâmpadas dessa marca é igual
a 1600 horas.

156
Teste de uma afirmação sobre uma média: pequenas amostras

Considere uma amostra pequena ( n < 30 ) , que os dados provenham de uma


distribuição normal e que o desvio-padrão populacional σ é desconhecido. Para
testarmos alguma informação com respeito à média populacional utilizamos a
estatística de teste dada por:

x − µx
Estatística de teste: t =
s
n

Os valores críticos são encontrados na Tabela A – 3.


O número de Graus de liberdade = n – 1.

Exemplo:
Os sete valores relacionados a seguir são cargas axiais (em libras) da
primeira amostra de sete latas de alumínio de 12oz. A carga axial de uma lata é o
peso máximo que seus lados podem suportar, e deve ser superior a 165 libras,
porque esta é a pressão máxima aplicada quando se fixa a tampa no lugar. Ao nível
de significância de 0,01, teste a afirmação do engenheiro supervisor de que esta
amostra provém de uma população com média superior a 165 libras.

270 273 258 204 254 228 282

Solução:
 H 0 : µ ≤ 165
a) As hipóteses são: 
 H1 : µ > 165
b) O teste é unilateral direito, pois o sinal de H1 é>;
c) O nível de significância é α = 0,01 ;

157
d) O valor do grau de liberdade é de 7-1 = 6. Logo o valor crítico é tα = 3,143 ;

Logo temos:

e) Os dados amostrais são: x = 252,7 e s = 27,6 ;

Como n = 7 ( n < 30 ), a estatística de teste é dada por:

x − µ x 252,7 − 165
t= = = 8,407
s 27,6
n 7

f) Conclusão: Como a estatística de teste está na dentro da região crítica, então


rejeitamos H 0 .

Exercícios

1) Admitindo que a pressão sanguínea arterial em homens siga o modelo


Normal, 7 pacientes foram sorteados e tiveram sua pressão medida obtendo
os seguintes resultados:

82 - 84 - 78 - 85 - 69 - 80 - 75

Utilizando um nível de significância de 0,02 , teste a afirmação de a média da


pressão sanguínea é de 82.

158
2) O inspetor de qualidade da JF Construções mediu 25 barras de aço e obteve
as seguintes medidas em metros:

4,51 5,38 4,84 5,33 4,74 4,99 5,15 5,52 5,82 5,45
4,68 4,74 5,53 5,40 4,72 4,97 5,24 4,94 4,75 5,50
4,81 5,25 4,86 4,93 4,95

Pode-se afirmar, com com nível de significância de 5%, que tais barras foram
sacadas de um lote cujo comprimento médio é de 5,00 metros?

Teste de uma afirmação sobre variância ou desvio-padrão

Ao testar uma hipótese sobre o desvio-padrão σ ou a variância σ 2 de uma


população, admitimos que os valores da população sejam distribuídos normalmente.
Para testar uma informação sobre desvio-padrão σ ou a variância σ 2 a
estatística de teste é dada por:

Estatística de teste: χ 2
=
(n − 1) ⋅ s 2
,
σ2

onde

n = tamanho da amostra
s 2 = variância amostral
σ 2 = variância populacional

Os valores críticos são encontrados na Tabela A – 4.


O número de Graus de liberdade = n – 1.

159
Exemplo:
O tempo para transmitir 10 MB em determinada rede de computadores varia
segundo um modelo normal, com média 7,4 segundos e variância 1,3 segundos.
Depois de algumas mudanças na rede, acredita-se numa redução no tempo de
transmissão de dados, Além de uma possível mudança na variabilidade. Foram
realizados 10 ensaios independentes com um arquivo de 10 MB e foram coletados
os tempos de transmissão, em segundos:

6,8 7,1 5,9 7,5 6,3 6,9 7,2 7,3 6,6 6,3

Resolva:
a) Existe evidência suficiente de que as mudanças na rede de computadores
alteraram a variabilidade no tempo de transmissão de dados? Ao nível de
0,05.
b) Existe evidência suficiente de que as mudanças na rede de computadores
alteraram o tempo médio de transmissão de dados? Ao nível de 0,05

Solução da letra a:

 H 0 : σ 2 = 1,3
a) As hipóteses são:  2
 H 1 : σ ≠ 1,3

b) O teste é bilateral direito, pois o sinal de H1 é ≠ ;


c) O nível de significância é α = 0,05 ;

160
d) O valor do grau de liberdade é de 10-1 = 9. Logo os valores críticos são
χ 2 = 2,700 e χ 2 = 19,023 ; Logo temos:

e) Os dados amostrais indicam: s = 0,261 ;


f) a estatística de teste é dada por:

(10 − 1) ⋅ 0,261
χ2 = = 1,807
1,3

g) Conclusão: Como a estatística de teste está na dentro da região crítica, então


rejeitamos H 0 .

Exercícios

1) A cofap alega que a variância da vida média de seus amortecedores é de nove


meses. A Chevrolet ensaia 18 peças e encontra variância de um ano para a vida
média das referidas peças. A 5% de significância, isso lhe permite refutar a alegação
da Cofap?

2) Um laboratório fez oito determinações da quantidade de impurezas em porções


de certo composto. Os valores eram (em mg):

12,4 – 12,6 – 12,0 – 12,0 – 12,1 – 12,3 – 12,5 – 12,7

161
Teste a hipótese de que o desvio-padrão é 1, ao nível se significância de 0,05.

3) Uma máquina de enchimento automático é usada para encher garrafas com


detergente líquido. Uma amostra aleatória de 20 garrafas resulta em uma variância
amostral de volume de enchimento de 0,0153 (onça fluida)2. Se a variância do
volume de enchimento exceder 0,01 (onça fluida)2, existirá uma proporção
inaceitável de garrafas cujo enchimento não foi completo e cujo enchimento foi em
demasia.
Há evidência nos dados da amostra que sugira que o fabricante tenha um problema
com garrafas cheias com falta e excesso de detergente? Use nível de significância
de 5%.

TESTE DE HIPÓTESE PARA PROPORÇÃO

O teste para proporção é aplicado em situações nas quais queremos verificar


se a proporção de algum atributo na população pode ser igual a certo valor p0 .

SUPOSIÇÕES:
1) São verificadas as condições para um experimento binomial. Isto é, temos um
número fixo de provas independentes com probabilidade constante, e cada
prova comporta dois resultados, que designamos “sucesso” e “falha”.

2) As condições np ≥ 5 e nq ≥ 5 são ambas verificadas, de modo que a


distribuição binomial das proporções amostrais pode ser aproximada por uma

distribuição normal com µ = np e σ = npq .

162
______________________________________________________________

NOTAÇÃO:

n : número de provas;
p : proporção populacional (usada na hipótese nula);

x
pˆ = : proporção amostral;
n
q =1 − p

______________________________________________________________

ESTATÍSTICA DE TESTE:
pˆ − p
z=
pq
n
Os valores críticos são obtidos na tabela A – 2 (distribuição normal
padronizada).

Exemplos:
1) Uma empresa retira periodicamente amostras aleatórias de 500 peças de sua
linha de produção para análise da qualidade. As peças da amostra são
classificadas como defeituosas ou não, sendo que a política da empresa
exige que o processo produtivo seja revisto se houver evidência de mais de
1,5% de peças defeituosas. Na última amostra, foram encontradas nove
peças defeituosas. Usando nível de significância de 1%, o processo precisa
ser revisto?

Solução:
 H 0 : p ≤ 0,015
h) As hipóteses são: 
 H 1 : p > 0,015
i) O teste é unilateral direito, pois o sinal de H1 é > .
j) O nível de significância é α = 0,01 ;

k) O valor crítico é zα = 2,33 ; Logo temos:

163
9
l) Os dados amostrais são: pˆ = = 0,018
500
m) Critérios para a aproximação normal:

n ⋅ p = 500 ⋅ 0,015 = 7,5 e


n ⋅ q = 500 ⋅ (1 − 0,015) = 500 ⋅ 0,985 = 492,5

n) Estatística de teste é dada por:

pˆ − p 0,018 − 0,015 0,003


z= = = = 0,552
pq 0,015⋅ 0,985 0,005436
n 500

o) Conclusão: Como a estatística de teste está fora da região crítica, então não
rejeitamos H 0 .

2) Em um estudo da eficácia do air-bag em automóveis, constatou-se que, em


821 colisões de carros de tamanho médio equipados com air-bag, 46 colisões
resultaram em hospitalização do motorista. Ao nível de significância de 0,01,
teste a afirmação de que a taxa de hospitalização nos casos de air-bag é
inferior à taxa de 7,8% para colisões de carros de tamanho médio equipados
com cintos automáticos de segurança.

3) O controle estatístico de certo processo de fabricação de determinada


lâmpada estabeleceu que pelo menos 94% delas têm que estar sem defeito.

164
Para verificar a validade desta afirmação, foi coletada uma amostra de 150
lâmpadas das quais 138 estavam sem defeito.
Com 1% de significância, há evidência de que o processo está de acordo com
o esperado?

165
Distribuição Amostral

Um estimador é uma estatística amostral (como a média amostral x )


utilizada para obter uma aproximação de um parâmetro populacional.

Exemplos:

1) x (média amostral) é um estimador de µ (média populacional)


2) s 2 (variância amostral) é um estimador de σ 2 (variância populacional)

Propriedade do estimador:

1) Tendenciosidade: Um estimador é dito não tendencioso se a esperança dele for


igual ao valor populacional. Por exemplo:

()
E x =µ
( )
E s2 = σ 2

Uma estatística é um valor específico, ou um intervalo de valores, usado


para aproximar um parâmetro populacional

Uma estimativa pontual é um valor único usado para aproximar um


parâmetro populacional.

Exemplo: considere uma população formada pelos elementos

1 1 2 3

Suponha uma amostra de tamanho 2

1 3

A média amostral é 2.
A média populacional é 1,75.

Uma estimativa intervalar, ou intervalo de confiança, é uma amplitude de


valores que tem probabilidade de conter o verdadeiro valor do parâmetro
populacional.

O grau de confiança é a probabilidade 1 − α de o intervalo de confiança


conter o verdadeiro valor do parâmetro populacional.

Um valor crítico é o número na fronteira que separa os valores das


estatísticas amostrais prováveis de ocorrerem, dos valores que têm pouca chance
de ocorrer.
166
Quando utilizamos dados amostrais para estimar um parâmetro populacional
podemos cometer erros. A margem de erro, denotada por E, é a diferença máxima
provável (com probabilidade 1 − α ) entre o valor amostral e o verdadeiro valor
populacional. A margem de erro E é chamada também de erro máximo da
estimativa. Veja o cálculo dos erros:

Parâmetro Cálculo do Intervalo de confiança Tamanho de


erro amostra
Média σ x−E < µ < x+E 2
E = zα ⋅  zα ⋅ σ 
(Grandes 2 n n= 2 
amostras)  E 
 
Média s x−E < µ < x+E 2
E = tα ⋅  tα ⋅ s 
(Pequenas 2 n n= 2 
amostras)  E 
 
Proporção pˆ qˆ pˆ − E < p < pˆ + E 2
E = zα ⋅  
n  zα  pˆ qˆ
n =  2
2
ou
E2
2
 
 zα  0,25
n =  2
E2
Variância (n − 1)s 2 (n − 1)s 2
<σ2 <
χ R2 χ L2

Teorema Central do Limite

Se X 1 , X 2 , L , X n for uma amostra aleatória de tamanho n, retirada de uma


população (finita ou infinita), com média µ e variância σ 2 , e se X for a média
amostral, então a forma limite da distribuição de

X −µ
Z=
σ
n
quando n tende ao infinito, é a distribuição normal padrão.

Ou:

167
Teorema Central do Limite

Se extrairmos todas as amostras aleatórias possíveis, de tamanho n, de uma


população com média µ e variância σ 2 , a média das médias se denota por µ x ;
assim,

µx = µ
Por sua vez, o desvio-padrão das médias amostrais se denota por σ x ; então,

σ
σx =
n
Exemplo:

Uma companhia eletrônica fabrica resistores que têm um resistência média de


100 ohms e um desvio-padrão de 10 0hms. A distribuição de resistências é normal.
Encontre a probabilidade de uma amostra aleatória de 25 resistores ter uma
resistência média menor que 95 ohms.

Estimador de Máxima Verossimilhança

Um dos melhores métodos de obter um estimador de um parâmetro é o


método da máxima verossimilhança. Essa técnica foi desenvolvida nos anos de
1920 pelo famoso estatístico britânico Sir R. A. Fisher. Como o nome implica, o
estimador será o valor do parâmetro que maximiza a função verossimilhança.

Suponha que X seja uma variável aleatória com distribuição de


probabilidade f ( x,θ ) , em que θ é um único parâmetro desconhecido. Sejam
x1 , x 2 , K , xn os valores observados na amostra aleatória de tamanho n . Então, a
função verossimilhança da amostra é

L(θ ) = f ( x1 , θ ) ⋅ f ( x 2 , θ ) ⋅ L ⋅ f ( xn , θ )

O estimador de máxima verossimilhança é aquele que maximiza a função de


verossimilhança.

Obs.: A função de verossimilhança da amostra L(θ ) é apenas a probabilidade

P( X 1 = x1 , K , X n = xn )

Exemplo:

Seja X normalmente distribuída, com média µ desconhecida e variância σ 2


conhecida. Qual o estimador de máxima verossimilhança para a média µ
considerando uma amostra de tamanho n ?

168
(x − µ )
i
2

1 −
Sugestão: Utilize f ( x, µ ) = e 2σ 2
σ 2π

169
Correlação

Com muita freqüência, na prática, verifica-se que existe uma relação entre
duas (ou mais) variáveis. Por exemplo: os pesos dos adultos do sexo masculino
dependem, em certo grau, de suas alturas; as circunferências de círculos dependem
de seus raios; a pressão de uma determinada massa de gás depende de sua
temperatura e de seu volume.
Em engenharia uma das perguntas interessantes é:

Será que existe relação entre o desgaste em um aço e a viscosidade do óleo


utilizado?

A tabela a seguir apresenta 9 dados do volume desgastado do aço e da


viscosidade do óleo. No decorrer da exposição nosso objetivo é utilizar os dados da
tabela abaixo para responder a pergunta inicial.
Tabela 1
Volume desgastado Viscosidade
Y (10-4 mm3) X
240 1,6
181 9,4
193 15,5
155 20
172 22
110 35,5
113 43
75 40,5
94 33

Dado duas variáveis X e Y, ou mais, nosso objetivo é verificar se existe


relação entre elas. Por exemplo: Os conjuntos X = {1, 2, 3, 4, 5} e Y = {3, 5, 7, 9, 11}
são tais que Y = 2X+1. Portanto dizemos que as variáveis X e Y são
correlacionadas.
Encontrar uma relação entre variáveis é de fundamental importância para
podermos predizer valores futuros. Por exemplo: se soubermos que duas variáveis
se relacionam por Y = 2X – 4, então os valores de Y são encontrado apenas
atribuindo valores a X.

170
Vamos aqui estudar variáveis que se relacionam linearmente. No final deste
estudo daremos um exemplo de variáveis que não se relacionam linearmente e sim
de forma quadrática.

Definição: Existe uma correlação entre duas variáveis quando uma delas está, de
alguma forma, relacionada com a outra.

Como estamos interessados em variáveis que se relacionam linearmente,


então estas relações são descritas por uma equação de uma reta, ou seja, equações
do tipo Y = b0 + b1X.
Como não podemos basear nossas conclusões apenas em diagramas,
necessitamos de métodos mais precisos e objetivos para tirarmos conclusões.
Vamos utilizar o coeficiente de correlação linear. Ele também é conhecido como
coeficiente de correlação de Pearson (Karl Pearson).

Definição: O coeficiente de correlação linear r mede o grau de relacionamento


linear entre os valores emparelhados x e y em uma amostra.

Podemos encontrar o valor do coeficiente de correlação linear r através da


fórmula:

n ∑ xy − ( ∑ x )( ∑ y )
r =
n ∑ x 2 − ( ∑ x )2 . n ∑ y 2 − ( ∑ y )2

Como r é calculado com base em dados amostrais, é uma estatística amostral


usada para medir o grau da correlação linear entre x e y. Se tivéssemos todos os
pares de valores (x, y) para a população, a fórmulas acima seria um parâmetro
populacional.

Arredondamento do coeficiente de correlação linear

Arredondamos o coeficiente de correlação linear r para três casas decimais,


afim de que seu valor possa ser comparado com os valores críticos da tabela A-6.

171
Propriedades do Coeficiente de Correlação Linear r

1) O valor de r está sempre compreendido entre –1 e +1;


2) O valor de r não varia se todos os valores de qualquer uma das variáveis são
convertidos para uma escala diferente;
3) O valor de r não é afetado pela escolha de X ou Y;
4) O valor de r mede a intensidade, ou grau, de um relacionamento linear. Não
serve para medir a intensidade de um relacionamento não-linear.

Os gráficos de dispersão a seguir descrevem alguns dos tipos de correlação


existentes.

Correlação linear positiva

30
25
20
Y 15
10
5
0
0 5 10
X

A correlação será considerada positiva se valores crescentes de X estiverem


associados a valores crescentes de Y, ou valores decrescentes de X estiverem
associados a valores decrescentes de Y. Neste caso 0 < r < 1.

Correlação linear perfeita positiva

30
25
20
Y 15
10
5
0
0 5 10
X

A correlação linear será considerada perfeita positiva se valores


crescentes de X estiverem perfeitamente alinhados a valores crescentes de Y, ou
valores decrescentes de X estiverem perfeitamente alinhados a valores
decrescentes de Y. Neste caso r = 1.
172
Correlação Negativa

30
25
20
Y 15
10
5
0
0 2 4 6 8 10
X

A correlação é considerada negativa quando valores crescentes da variável X


estiverem associados a valores decrescentes da variável Y, ou valores decrescentes
de X estiverem associados a valores crescentes da variável Y. Neste caso –1 < r <
0.

Correlação negativa perfeita

30
25
20
Y 15
10
5
0
0 2 4 6 8 10
X

A correlação linear será considerada perfeita negativa se valores crescentes


de X estiverem perfeitamente alinhados a valores decrescentes de Y, ou valores
decrescentes de X estiverem perfeitamente alinhados a valores crescentes de Y.
Neste caso r = -1.

Correlação nula

30
25
20
Y 15
10
5
0
0 2 4 6 8 10
X

173
Quando não houver relação entre as variáveis X e Y, ou seja, quando as
variações de X e Y ocorrerem independentemente não existe correlação entre elas.
Neste caso r = 0.

Correlação não-linear

30

20
Y
10

0
0 5 10
X

Quando não houver correlação linear entre as variáveis X e Y pode


acontecer que haja outro tipo de correlação. Esta correlação pode ser quadrática,
exponencial, logarítmica, uma curva do 3.º grau, etc.

Cálculo do coeficiente de correlação para os dados da tabela 1.

Para o cálculo do coeficiente de correlação é conveniente a construção de


tabelas ampliadas, onde, a partir dos valores de X e Y, são determinadas todas as
somas necessárias.

Volume desgastado Viscosidade


-4 3
X2 Y2 XY
Y (10 mm ) X
240 1,6 2,56 57600 384
181 9,4 88,36 32761 1701,4
193 15,5 240,25 37249 2991,5
155 20 400 24025 3100
172 22 484 29584 3784
110 35,5 1260,25 12100 3905
113 43 1849 12769 4859
75 40,5 1640,25 5625 3037,5
94 33 1089 8836 3102
1333 220,5 7053,67 220549 26864,4

Assim,

174
n ∑ xy − (∑ x)(∑ y )
r=
n∑ x 2 − (∑ x ) 2 . n∑ y 2 − (∑ y ) 2
9 ⋅ (26.864,4) − (220,5) ⋅ (1.333)
r=
9 ⋅ (7.053,67) − (220,5)2 ⋅ 9 ⋅ (220.549 ) − (1.333)2
r = −0,938

O valor de r é dado por r = - 0,938.

Interpretação do valor de r

Se o valor de r está próximo de 0 (zero), concluímos que não há correlação


linear significativa entre X e Y, mas se r está próximo de –1 ou +1, concluímos pela
existência de correlação linear significativa entre X e Y. Como o termo “próximo” é
vaga, temos que adotar um critério de decisão. Para verificarmos se há correlação
faremos então um teste de hipótese.

Teste de hipótese para determinar se há correlação

Podemos utilizar dois métodos para verificar se duas variáveis possuem


correlação linear entre elas. Utilizando a teoria do teste de hipótese vamos verificar
se há correlação entre as variáveis X e Y de uma população. Neste caso usaremos o
parâmetro ρ para representar a correlação entre duas variáveis de uma população.
Assim temos:
H0: ρ = 0 (Não há correlação linear entre as variáveis X e Y)
H1: ρ ≠ 0 (Há correlação linear significativa entre as variáveis X e Y)

175
Método: Estatística de Teste é r. Usamos o valor calculado do Coeficiente de
Correlação Linear de Pearson r.

Estatística de Teste r para Correlação Linear


Estatística de Teste: r
Valores críticos: Tabela do Coeficiente de Correlação r de Peason.

Exemplo: Para os dados da Tabela 1 temos: r = - 0,938 (calculado). Utilizando o


teste de hipótese teremos:

A estatística de teste é r = - 0,938. Os valores críticos são r = - 0,666 e r=


0,666 com n = 9 e nível de significância 0,05. Como r está dentro da área crítica,
então rejeitamos H0. Logo há evidências para apoiar a existência de uma correlação
linear.
Rejeitar Não Rejeitar Rejeitar
ρ=0 ρ=0 ρ=0
-1 r = -0,666 r = 0,666 1

Como sabemos que há correlação entre as variáveis X e Y, basta agora


encontrar qual a correlação, ou seja, qual a equação que relaciona as duas
variáveis. Isto podemos facilmente encontrar usando a Regressão Linear.

176
Regressão Linear

Definição: Dada uma coleção de dados emparelhados (X, Y) populacionais, a


equação de regressão é dada por
y = β 0 + β1 x

Como não conhecemnos os coeficientes populacionais devemos estimá-los.


Então dada uma coleção de dados amostrais emparelhados (X, Y), a equação
de regressão
ŷ = b 0 + b 1x

descreve a relação entre as duas variáveis. O gráfico da equação de regressão é


chamado reta de regressão. (ou reta de melhor ajuste, ou reta de mínimos
quadrados)
Esta definição expressa uma relação entre x (chamada variável independente
ou variável preditora) e ŷ (chamada variável dependente ou variável resposta).
Temos que b0 é o intercepto y e b1 é o coeficiente angular.

Suposições:

1) Estamos investigando apenas relações lineares.


2) Para cada x, y é uma variável aleatória com distribuição normal. Todas essas
distribuições de y têm a mesma variância e, ainda, para um dado valor de x, a
média da distribuição dos valores de y está sobre a reta de regressão.

Fórmulas:
Estimamos os valores b0 e b1 , utilizando método dos mínimos quadrados,
pelas fórmulas a seguir.

(∑ y)( ∑ x 2 ) − (∑ x )( ∑ xy )
b0 =
n(∑ x 2 ) − (∑ x ) 2

n(∑ xy ) − (∑ x )(∑ y)
b1 =
n(∑ x 2 ) − (∑ x ) 2

177
Arredondamentos

Cálculos intermediários arredondar para seis casas decimais. Arredondar o


resultado final para uma casa decimal a mais que os dados.

Voltando ao problema proposto, Tabela 1, vamos calcular a reta de regressão


entre as variáveis X e Y.

(∑ y )(∑ x 2 ) − (∑ x)(∑ xy )
b0 =
n( ∑ x 2 ) − ( ∑ x ) 2
(1.333)(7.053,67) − (220,5)(26.864,4)
b0 =
9 ⋅ (7.053,67) − (220,5) 2
b0 = 234,07
e
n(∑ xy ) − (∑ x)(∑ y )
b1 =
n(∑ x 2 ) − (∑ x ) 2
9 ⋅ (26.864,4) − (220,5)(1.333)
b1 =
9 ⋅ (7.053,67) − (220,5) 2
b1 = −3,51

Assim a reta de regressão é dada por yˆ = 234,07 − 3,51x .


As equações de regressão podem ser úteis quando usadas para predizer o
valor de uma variável, dado um valor determinado da outra variável. Ao predizer um
valor de y com base em determinado valor de x:

1) Se não há correlação linear significativa, o melhor valor predito de y é a média


de y;
2) Se há correlação linear significativa, obtém-se o melhor valor predito de y
substituindo-se o valor de x na equação de regressão.

Por exemplo, se queremos saber qual o desgaste quando a viscosidade for


de 41 então basta substituir na reta de regressão o valor de x por 41:

178
y = 234,07 − 3,51 ⋅ 41
y = 90,16

Estimativa da variância

n
Seja SQE = ∑ ( yi − yˆ i )2 a soma dos quadrados dos erros. Uma estimativa da
i =1

variância do modelo é dada por


SQ E
σˆ 2 = .
n−2

No nosso exemplo teremos:

Volume desgastado
-4 3 Yˆ (Y − Yˆ ) 2
Y (10 mm )
240 228,454 133,3101
181 201,076 403,0458
193 179,665 177,8222
155 163,87 78,6769
172 156,85 229,5225
110 109,465 0,286225
113 83,14 891,6196
75 91,915 286,1172
94 118,24 587,5776
2.787,978

Assim,
SQ E
σˆ 2 =
n−2
2.787,978
σˆ 2 =
7
σˆ 2 = 398,28

179
Exemplo:
1) Os dados a seguir trazem os resultados do experimento que avalia o índice de
octanagem da gasolina (y) em função da adição de um novo aditivo (x), em
porcentagem.

x (%) y (%)
1 80
2 81
3 82
4 83
5 83
6 85

A reta de regressão estimada é Y = 79,1 + 0,9 X . Qual a estimativa da variância da


reta estimada?

Teste de hipótese na regressão linear simples

Quando estimamos os coeficientes da regressão linear é importante


testarmos a hipótese de que eles são ou não iguais a zero. Caso isso seja
verdadeiro podemos retira-lo do modelo.
No caso da regressão simples testamos:

H 0 : β0 = 0 H 0 : β1 = 0
e
H1 : β 0 ≠ 0 H 1 : β1 ≠ 0

Para testarmos estar a hipótese sobre β 0 utilizamos a estatística de teste

βˆ0
T0 = onde T0 tem distribuição t com n-2 graus de liberdade. Utilizamos
σˆ 2
S xx

2
 n 
 ∑ xi 
n  
2  i =1 
S xx = ∑ xi − .
i =1
n

180
Utilizamos o método análogo para testar β1 . Neste caso a estatística de teste

βˆ1
é T1 = onde T1 tem distribuição t com n-2 graus de liberdade.
σˆ2
S xx

Exemplo: Voltando ao nosso exemplo anterior teremos:

1º caso: Para testarmos a hipótese sobre β 0

2
 n 
 ∑ xi 
n  
2  i =1 
S xx = ∑ xi −
i =1
n

S xx = 7.053,67 −
(220,5)2
9
S xx = 7.053,67 − 5.402,25
S xx = 1.651,42

Estatística de teste

βˆ0
T0 =
σˆ 2
S xx
234,07
T0 =
398,28
1.651,42
T0 = 476,63

Para valores críticos temos t = ±2,365 com nível de significância α = 0,05 .


Como a estatística T0 está dentro da região crítica, então rejeitamos a hipótese
nula. Logo o coeficiente é significativo.

2º caso: Para testar hipótese sobre β1 :

Estatística de teste

181
βˆ1
T1 =
σˆ 2
S xx
− 3,51
T1 =
398,28
1.651,42
T1 = −7,147

Para valores críticos temos t = ±2,365 com nível de significância α = 0,05 .


Como a estatística T0 está dentro da região crítica, então rejeitamos a hipótese
nula. Logo o coeficiente é significativo.

Intervalo de confiança para os coeficientes

Sob a suposição de que as observações sejam normal e independentemente


distribuídas, um intervalo de confiança de 100 (1 − α )% para a inclinação na
regressão linear simples é:

σˆ 2 σˆ 2
βˆ1 − tα ,n−2 S
≤ β1 ≤ ˆ +t
β 1 α ,n−2
2 xx 2 S xx

Similarmente, um intervalo de confiança de 100 (1 − α )% para a interseção na


regressão linear simples é:

1 x2  
2 1 x2 
βˆ0 − tα ,n −2
σˆ 2  +  ≤ β 0 ≤ βˆ0 + tα , n − 2 σˆ  + 
2  n S xx  2  n S xx 

Exemplo: Considerando o exemplo anterior, um intervalo de confiança de 95% para


os coeficientes é dado por:

1 x2  
2 1 x2 
βˆ0 − tα ,n−2
σˆ 2  +  ≤ β 0 ≤ ˆ
β 0 + t α ,n−2 σˆ  + 
2  n S xx  2  n S xx 
1 24,5 2  1 24,5 2 
234,07 − 2,365 398,28 +  ≤ β 0 ≤ 234,07 + 2,365 398,28 + 
 9 1.651,42   9 1.651,42 
1 24,5 2  1 24,5 2 
234,07 − 2,365 398,28 +  ≤ β 0 ≤ 234,07 + 2,365 398,28 + 
 9 1.651,42   9 1.651,42 
201,56 ≤ β 0 ≤ 266,58

182
ˆ σˆ 2 ˆ σˆ 2
β1 − tα , n − 2 ≤ β1 ≤ β1 + tα , n − 2
2 S xx 2 S xx
398,28 398,28
− 3,51 − 2,365 ≤ β1 ≤ −3,51 + 2,365
1.651,42 1.651,42
− 4,67 ≤ β1 ≤ −2,35

Exercício:

1) Considere Y a pureza do oxigênio (%) e X o nível de hidrocarboneto (%). A reta


de regressão entre Y e X é dada por:

Y = 74,283 + 14,947 X

A estimativa da variância é de σˆ 2 = 1,18 e S xx = 0,68088 . Use α = 0,05 e n = 18 .

Encontre um intervalo de 95% de confiança para a inclinação β1 .

Erro padrão da estimativa

O erro padrão da estimativa é uma medida coletiva da dispersão dos pontos


amostrais em torno da reta de regressão. Denotado por S e , é calculado como:

Se =
∑ y 2 − b0 ∑ y − b1 ∑ xy
n−2

Exemplo: Voltando ao exemplo anterior:

Se =
∑ y 2 − b0 ∑ y − b1 ∑ xy
n−2
220.549 − 234,07 ⋅ (1.333) − (− 3,51) ⋅ 26.864,4
Se =
7
S e = 403,962
S e = 20,01

183
Regressão Múltipla

_______________________________________________________________
Definição:
Uma equação de regressão múltipla expressa um relacionamento linear entre
uma variável dependente y e duas ou mais variáveis independentes
(x1 , x2 , K, xk ) .
_______________________________________________________________

Notação:
yˆ = b0 + b1 x1 + b2 x2 + L + bk xk + ε : fórmula geral da equação de regressão múltipla
estimada;
n : tamanho da amostra;
k : número de variáveis independentes;
ŷ : valor predito da variável dependente;
x1 , x2 , K, xk : variáveis independentes;
β 0 : intercepto;
b0 : estimativa de β 0 ;
β1 , β 2 , K, β k : coeficientes das variáveis independentes x1 , x2 , K, xk ;
b1 , b2 , K, bk : estimativas de β1 , β 2 , K, β k .
ε : erro

Exemplos:
Os dados seguintes se referem ao mercado brasileiro de tratores e
colheitadeiras. Baseados neles, determine a equação de regressão múltipla da
produção em função das vendas internas e das exportações.

184
Ano 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Produção 22,20 22,08 32,18 51,33 28,34 22,19 31,66 33,41 28,22 35,43
Vendas
18,94 16,84 27,41 46,69 22,74 13,97 21,47 24,85 24,70 31,06
internas
Exportações 4,22 5,82 4,48 5,03 5,26 8,36 10,06 8,86 4,21 5,27

Solução: Saída do Excel 97. (Ferramentas – análise de dados - regressão)


RESUMO DOS
RESULTADOS

Estatística de regressão
R múltiplo 0,998739179
R-Quadrado 0,997479948
R-quadrado 0,996759933
ajustado
Erro padrão 0,498084785
Observações 10

ANOVA
gl SQ MQ F F de
significação
Regressão 2 687,3836208 343,6918104 1385,359963 8,03403E-
10
Resíduo 7 1,736619173 0,248088453
Total 9 689,12024

Coeficientes Erro padrão Stat t valor-P


Interseção - 0,811205051 - 0,303955593
0,899860129 1,109288124
Variável X 1 1,002741039 0,019093396 52,51768884 2,378E-10
Variável X 2 1,083108449 0,082237436 13,17050357 3,39691E-06

185
RESULTADOS DE RESÍDUOS

Observação Y previsto Resíduos


1 22,6627728 -0,462772798
2 22,28999013 -0,209990135
3 31,43759759 0,742402407
4 51,36615447 -0,036154466
5 27,59962153 0,740378468
6 22,16321881 0,026781186
7 31,52506097 0,134939033
8 33,61459554 -0,204595539
9 28,4277301 -0,207730097
10 35,95325806 -0,523258059

Interpretações:
Na primeira tabela:
• o valor de R-quadrado igual a 0,997 indica que, na amostra observada, cerca
de 99,7% da variação da produção pode ser explicada por uma relação linear
que envolve as vendas internas e as exportações.

• o valor de R-quadrado ajustado igual a 0,997 é o coeficiente múltiplo de


determinação, R-quadrado, modificado de modo a levar em conta o número
de variáveis e o tamanho da amostra..

Na segunda tabela, o valor de F de significação = 8,034E-10, extremamente


pequeno, mostra que no teste de hipótese rejeitamos a hipótese nula,
H 0 : β 0 = β1 = K = β k = 0 .
Na terceira tabela temos as estimativas dos coeficientes do modelo. Neste caso o
modelo é:
yˆ = −0,900 + 1,003 ⋅ Vendas + 1,083 ⋅ Exportações

186
187
Bibliografia

1. TOLEDO, Geraldo Luciano. OVALLE, Ivo Izidoro. Estatística Básica. 2ª edição.


São Paulo: Atlas, 1985.

2. MONTGOMERY, Douglas C., RUNGER, George C.. Estatística aplicada e


probabilidade para engenheiros. Rio de Janeiro: LTC, 2009.

3. MILONE, Giuseppe. Estatística: geral e aplicada. São Paulo: Thomson Learning,


2006.

4. BRUNI, Adriano Leal. Estatística aplicada à gestão empresarial. 2ª edição. São


Paulo: Atlas, 2008.

188
Anexo 1

1. Algoritmo para calcular frequência em tabela agrupada em classes.

freqagrup<-function(dados){
cat("Dados",dados,"\n\n")

n<-length(dados)
cat("dimensão dados =",n,"\n\n")
menor<-min(dados)
maior<-max(dados)
At<-maior-menor;
k1<-1+3.3*log(n)/log(10);
cat("Numero de classes sem arredondamento =",k1,"\n\n")

k2<-round(1.5+3.3*log(n)/log(10),0);
cat("Número de classes arredondado =",k2,"\n\n")
k<-k2
Ac<-At/k;
cat("At =",At,"\n\n")
cat("k =",k,"\n\n")
cat("Ac =",Ac,"\n\n")

for(j in 1:k){
if(j<k){
freq2<-0
freq1<-0
for(i in 1:n){

if((menor+(j-1)*Ac)<=dados[i]&dados[i]<(menor+(j)*Ac)){
freq<-1
freq1<-freq+freq1
}

}
freq2[j]<-freq1

cat("Classe (",j,")=>","De",(menor+(j-1)*Ac),"até",(menor+j*Ac),"=> frequênica


=",freq2[j],"\n\n")
}
if(j==k)
{
freq2<-0
freq1<-0
for(i in 1:n){

if((menor+(j-1)*Ac)<=dados[i]&dados[i]<=(menor+(j)*Ac)){
freq<-1
freq1<-freq+freq1
}

189
}
freq2[j]<-freq1

cat("Classe (",j,")=>","De",(menor+(j-1)*Ac),"até",(menor+j*Ac),"=> frequênica


=",freq2[j],"\n\n")
}
}

190
Anexo 2

Comandos Software R

#=======================================================
Gerar amostras aleatórias
#=======================================================

criar vetor de amostras x

sort(x)# ordena os valores de x.

sample(x,5,T)# gera 5 amostras do vetor x com reposição

sample(x,5)# gera 5 amostras do vetor x sem reposição

#=======================================================
# Mudar diretório
#=======================================================
Arquivo

Mudar diretorio

Nome da pasta
#=======================================================
# Leitura e Preliminares dos Dados
#=======================================================

Leitura dos dados

gasolina <- scan(file="gasolina.txt")

frango <- scan(file="frango.txt")

alcatra <- scan(file="alcatra.txt")

dados<-data.frame(frango,alcatra) # banco de dados juntos frango + alcatra

attach(dados)# apresenta os nomes das variáveis

names(dados)# apresenta os nomes das variáveis

dim(dados) # dimensão dos dados

dados[1:15]# apresenta os 15 primeiros resultados

191
#==========================================================
# Estatísticas Descritivas
#==========================================================

summary(gasolina)

summary(frango)

mean(gasolina)

median(gasolina)

quantile(gasolina) # retorna os quartis

var(gasolina)# variância

cov(frango,alcatra) #Covariância

cor(frango,alcatra)#correlação

#==============================================================
# Tabela
#===============================================================

table(frango)# apresenta tabela distribuição frequencia simples.

#==============================================================
# Graficos
#===============================================================

boxplot(gasolina,ylab="Preços da Gasolina")

boxplot(frango,alcatra,ylab="Preços",xlab="frango X alcatra")

hist(frango)

plot(alcatra)

pairs(cbind(frango,alcatra)) # faz o gráfico de dispersão x1 versus x2 e vice


versa

t<-ts(frango) # transforma um conjunto de dados frango em uma série


temporal

plot(t)# faz o gráfico da série temporal

par(mfrow=c(2,1))#divide a tela em 2.

hist(gasolina)

192
abline(v=mean(gasolina))# faz uma linha na média de x1.

abline(v=median(gasolina))# faz uma linha na mediana de x1.

abline(v=quantile(gasolina))# faz uma linha nos quantis de x1.

#==============================================================
Regressão linear
#===============================================================

plot(x, y) # gráfico de dispersão.

fm <- lm(y ~ x) # regressão entre conjuntos pareados y e x.

fm # apresenta os coeficientes da regressão.

anova(fm)# apresenta tabela anova do modelo.

abline(lm(y~x)) # traça a reta de regressão.

193

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