Você está na página 1de 66

Curso Básico de

Áudio em
Igrejas
Wellington Rodrigues

1ª Edição
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Introdução
Este curso é destinado à aplicação dos conhecimentos básicos de
manuseio e manutenção de mesas de som (mixers ou consoles), caixas
ativas e passivas, amplificadores, equalizadores, microfones, efeitos, cabos
e conectores de áudio.

Serão apresentados os conceitos básicos para se entender e operar


equipamentos de áudio em igrejas e pequenos eventos. Estudaremos as
sequências de montagem, as funcionalidades de cada parte envolvida no
processo de sonorização.

Aprenderemos a fazer manutenção de cabos, testes e troca de jacks


(conectores), bem como os diversos tipos de conectores e cabos
disponíveis no mercado.

Nas seção de microfones, aprenderemos os diversos tipos de


microfones existentes, suas aplicações e seus cuidados básicos de
manuseio, manutenção e conservação.

Este curso porém não oferece todo conteúdo que o universo do áudio
comporta nem se destina a ser a única fonte de conhecimento do aluno. O
mesmo deverá sempre estar buscando novas tecnologias e formas de
trabalho que permitam facilitar o trabalho no dia a dia.


Com o auxílio da internet, o aluno deverá estar sempre pesquisando
vídeos do youtube, workshops presenciais ou através de cursos a distancia,
como já oferecem algumas empresas como a Shure, SSL e outras.

© Copyright 2017 by Wellington Rodrigues - Rio de Janeiro - Brasil

Todos os Direitos reservados . All Rights Reserved

Página 1
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Índice
Introdução 1

Índice 2

Sobre o Autor 4

Analogias 5

Equipamentos 6

Esquemas Básicos de Montagem 7

Caixas de Som (Speakers) 9

Amplificadores de Potência 14

Faixas de Frequência 15

Divisores de Frequência e Crossovers 15

Equalizadores 17

Medidores de Frequência 17

Mesas de Som (Mixers ou Consoles) 18

Conhecendo as Mesas de Som 20

Tipos de Entradas e Saídas 27

Tipos de Cabos de Áudio 31

Adaptadores e Cabos Adaptadores 31

Adaptações Não Recomendadas 34

Dicas de Manutenção de Cabos 35

Microfones 37

Tipos e Aplicações de Microfones 39

Dicas de Manutenção e Uso de Microfones 42

Fones de Ouvido 43

Instrumentos Musicais 44

Pedestais 47

Soldagem e Pequenos Reparos 48

Procedimentos para Soldagem 51

Esquemas de Conexão de Cabos 54

Recomendações de Marcas de Cabos e Plugs 56

Dicas úteis para uma boa sonorização 59

Nomenclaturas da Profissão 64

Considerações Finais 65

Página 2
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Página 3
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Sobre o Autor
Casado com Nívia Santos, pai de Moisés e Gabriel, Wellington
Rodrigues, nascido no Rio de Janeiro, é músico desde que se entende por
gente. Começou seus estudos aos 7 anos de idade com o violão popular e
desde cedo seu pai já fazia pequenas gravações de seu filho em seu
gravador de fita cassete e um pequeno microfone.

Aos 13 anos, por um pedido de seu professor, começou a lecionar


violão popular, sendo esse o seu primeiro contato com as classes escolares
e logo após começou a aprender, de forma auto-didata, novos métodos de
ensino e outros instrumentos musicais como o contrabaixo, piano, viola
caipira e flauta transversa.

Com 15 anos ingressou para a Marinha do Brasil, onde teve contato


com bandas marciais, montagem e manutenção de instrumentos marciais
de percussão e onde, após reformar alguns antigos instrumentos, deu início
a uma banda de rock que se perpetuou pelos anos seguintes na escola de
formação de marinheiros.

Aos 18 anos, como civil, reiniciou seus estudos de música nas Casas
Milton (Tijuca-RJ), onde seu professor o convidou para participar de seu CD
Daniel Ansor - Muito Pessoal, no Estúdio de Alex Frias, como contrabaixista,
sendo esse seu primeiro contato com estúdios e como arranjador.

Desde então iniciou sua paixão por sistemas de gravação, onde


começou com fitas cassetes, passando por CDs regraváveis até chegar nos
meios de informática atuais.

Anos depois participou como músico, compositor e arranjador do CD


Avesso, de Octavio Augusto, no Estúdio Mills em Santa Teresa, RJ.

Paralelo a estes trabalhos, também foi músico e ministrou aulas de


violão na igreja de Nossa Senhora da Glória e São José - RJ por
aproximadamente 15 anos, surgindo dali diversos músicos de altíssima
qualidade e bastantes requisitados no meio musical.

Também desenvolveu nesta igreja o projeto Clube do Músico, onde


estimulava seus alunos a apresentarem temas musicais sobre diversas
obras como Milton Nascimento, Clube da Esquina, Chico Buarque, Roberto
Carlos e outros.

Também era responsável pelas consultorias técnicas sobre


equipamentos desta igreja.

Em 2015 montou seu primeiro estúdio oficial de ensaios e gravações,


Musiclub Studio, onde aperfeiçoou seus conhecimentos através do curso de
gravação e mixagem do Engenheiro de som Luis Paulo Serafim, no Estúdio
Trama - SP.

Atualmente, dá aulas de violão, contrabaixo, bateria, piano, é


engenheiro de som, faz consultoria de equipamentos e instrumentos
musicais para igrejas, bandas, músicos, além de ministrar o presente Curso
de Áudio para Igrejas.


Página 4
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Analogias

Os sistemas de som podem ser comparados à distribuição de água


em uma casa, onde o reservatório seria as caixas de som, a válvula seria a
potência, os canos os fios, as casas a mesa de som em que cada uma
possui sua caixa d’água e seus pressurizadores (estrutura de ganho) até
chegar nas torneiras que seriam os faders da mesa em que serviriam para
várias aplicações.

Sempre voltaremos a este exemplo da distribuição de água para


podermos entender os sistemas de sonorização. A partir deste conceito
poderemos ter diversas configurações de conexão a serem aplicadas nas
mais diversas situações: Eventos, missas, cultos, palestras, shows, etc. Para
cada situação, ambiente e quantidade de pessoas, um tipo específico de
som deverá ser projetado. O simples fator de alteração climática já pode
causar alterações no som. Então, o operador, além de ter seus conceitos
sobre o áudio bem definidos em sua mente, nunca deverá tomar como regra
um só tipo de ajuste nas equalizações, posições de caixa e pressão sonora.
Todas essas variáveis alteram a qualidade do som para um determinado
momento. Portanto é preciso ter conhecimento pleno destes parâmetros
para que possam ser ajustados em sintonia.

Página 5
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Equipamentos
Todos os equipamentos a serem utilizados deverão estar sempre em
boas condições de uso, bem como devidamente armazenados após o uso.
Cabos deverão estar devidamente enrolados e presos, caixas sempre longe
de umidade e calor e sempre longe de possíveis locais de queda.

Microfones sempre deverão estar protegidos quando não utilizados e


quando estiverem em uso, sempre que possível, estarem amparados por
pedestais. (cantores não gostam de pedestais… e esta será uma eterna luta
do técnico em tentar proteger os microfones de possíveis quedas)

Mesas de som e seus periféricos sempre deverão estar protegidas de


poeira, umidade, calor, e sempre que possível, devidamente refrigeradas,
pois o calor gerado por estes equipamentos é intenso.

O mau funcionamento de qualquer uma dessas partes poderá causar


sérios problemas nas apresentações, gerando dificuldades para o técnico
em descobrir onde está o problema no momento de um evento. Para evitar
estas desagradáveis surpresas, é de total importância que o técnico de som,
bem como os músicos, mantenham sempre em ordem, com zelo e carinho
pelos equipamentos, cabos e instrumentos.

Recomendação: Nunca deixe que os problemas acumulem. Sempre que


surgir algum problema, tente resolver o mais rápido possível, como cabos
quebrados, tomadas com mau contato, baterias falhando… Tenha sempre
uma reserva de seus cabos, baterias, conectores e possíveis peças que se
deterioram rapidamente e que podem ser de fácil reparo.

Página 6
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Esquemas Básicos de Montagem

Página 7
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Página 8
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Caixas de Som (Speakers)


Para cada situação, faixa de frequência e ambiente existem diversos
modelos, especificações e aplicações de caixas de som.

Nos dias atuais, quanto às suas características de potência, as caixas


basicamente se dividem em Ativas e Passivas.

Há alguns anos atrás, basicamente só existiam as caixas Passivas.


Caixas que necessitavam de uma ou mais potências externas
(amplificadores) para alimentá-las e divisores de frequência (crossovers) para
separar as bandas de frequência nos alto-falantes.

Com as caixas Ativas, todos esses elementos foram embutidos nelas.


Suas vantagens são: preço, menos peso de carga para transporte e
facilidade de manuseio e controle.

Quanto à sua aplicação, as caixas são fabricadas para emitir


determinadas frequências sonoras (altas, médias e baixas), sendo que
algumas delas tentam abranger várias frequências ao mesmo tempo.

Cornetas (Tweeters) - Atuam nas frequências altas, onde existem as


emissões agudas como o “S”.

Médias - Atuam nas frequências intermediárias, tanto nas baixas quanto nas
agudas.

Página 9
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Subwoofers - Atuam nas frequências baixas, onde existem as emissões


graves como o som do contrabaixo e do bumbo.

Sistemas de retorno - Atuam em várias frequências e geralmente fornecem


informações sonoras para auxiliar cantores ou palestrantes num palco. Elas
podem ser caixas de chão ou caixas side, todas com a mesma função de
auxiliar a audição dos músicos no palco.

Com o advento da tecnologia, constantemente, essas caixas tem sido


substituídas por retornos de ouvido, que reduzem a quantidade de
equipamentos para transporte e manutenção, deixam o palco ou altar mais
limpo visualmente e, que segundo os médicos e estudiosos, causam menos
danos ao ouvido humano. (Lembrando que as células mortas do sistema
auditivo NÃO se regeneram)

Fones de ouvido geralmente não possuem fios para se conectarem


aos sistemas de som. Geralmente são alimentados por pilhas e controlados
por receptores sem fio e também precisam de amplificação de sinal. Para
isso, alguns equipamentos podem ser utilizados ao se conectarem nas
saídas auxiliares das mesas de som.

Página 10
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Quando os ambientes são muito pequenos, talvez não exista a


necessidade de sistemas de retorno. Ao invés de resolver um problema,
podem acabar aumentando os problemas, causando realimentação
(microfonia), além de tornar o projeto mais caro e se for o caso de uso de
caixas, ocupará espaços desnecessários no ambiente que já é pequeno.

Somente alguns instrumentos necessitam de caixas separadas por


emitirem frequências específicas ou que se perdem com facilidade no
ambiente, precisando de mais potência para serem ouvidos.

Guitarras - Geralmente precisam ser combinadas com caixas de guitarra e


pedais de efeito para produzirem timbres diferentes. O resultado dessa
mistura é enviado para a mesa de som via saídas da própria caixa ou
através de microfones posicionados diretamente nos alto-falantes da caixa.

Página 11
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Contrabaixos - Suas frequências são baixas e geralmente precisam de


muita potência para ser ouvida pelo público. Para isso são utilizadas caixas,
cabeçotes ou cubos para amplificar o sinal desses instrumentos. Para a
mesa se manda apenas um sinal de linha (direct out) que geralmente essas
caixas já dispõem. (Nota: algumas caixas dispõem de saídas direct out e as
que não possuem precisam de um pequeno equipamento chamado Direct
Box, que faz o casamento de impedâncias com a mesa de som impedindo
que o canal da mesa se queime com o sinal enviado pela caixa.

Vozes, Teclados e Baterias - Geralmente para esta categoria não existem


caixas específicas, podendo ser utilizados sistemas de retorno de chão ou
auriculares.

Sistemas Line Array - Geralmente utilizados em grandes ambientes onde a


necessidade de pressão sonora e distribuição das frequências se tornam
maiores devido ao grande espaço do ambiente e à grande quantidade de
pessoas presentes. (Estádios, centros de convenções, igrejas com tetos
altos e ginásios). Existem cálculos precisos feitos por empresas
especializadas para determinar o número de caixas que essas torres de Line
Arrays deverão ter.

Página 12
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Caixas de parede - Esses sistemas são utilizados em igrejas e lugares onde


a arquitetura do ambiente não permita a instalação de grandes caixas ou
equipamentos que destoem do ambiente, como museus, igrejas históricas,
ou até mesmo em que não seja possível a instalação de caixas maiores.
Essas caixas atualmente possuem um preço elevado devido à sua alta
tecnologia. Muitos clientes ao pedirem que essas caixas sejam instaladas
são geralmente enganados com caixas de baixa qualidade feitas
artesanalmente ou caixas semelhantes fisicamente mas que não
desempenham a função de caixa de parede.

Caixas de uso geral (Full Range)- Essas caixas tentam ter uma aplicação
mais genérica, podendo ser utilizadas de diversas formas e aplicações,
podendo ser combinadas em número, de forma serial, adaptadas em tripés,
parede, chão e as mesmas podem ser ativas ou passivas, podendo também
serem conectadas entre elas. Suas vantagens são: preço, pouca
manutenção e fácil transporte e controle.

Página 13
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Monitores de Áudio (Referência) - Estas caixas geralmente são de


aplicação em estúdios de música. São caixas que tentam atuar em todas as
frequências de som mostrando ao engenheiro de som a máxima fidelidade
sonora que foi gravada no ambiente (flat). Tais monitores podem ser
Passivos ou Ativos.

Recomendações de Marcas de caixas - Algumas marcas mais conhecidas


e reconhecidas no mercado: Meyer Sound, JBL, Yamaha, Mackie, Electro
Voice e Samson.

Amplificadores de Potência
São utilizados para amplificar o sinal dos sistemas de caixas passivas.
Podem ser usados em série para alimentar grupos de caixas. Geralmente
são divididos em 2 canais, um para alimentar o lado direito R e outro para o
esquerdo R.

Página 14
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Faixas de Frequência
Nesta seção tentaremos entender as frequências sonoras e suas definições.

Divisores de Frequência e Crossovers


Divisores de Frequências ou Crossovers Passivos são
equipamentos eletrônicos passivos, formados por associação de resistores,
capacitores e indutores, que dividem um sinal de áudio em faixas de
frequências, em geral agudos, médios e graves.
São instalados dentro das caixas acústicas, ficando entre o caminho
do amplificador e os falantes. São energizados pela própria potência
elétrica fornecida pelo amplificador.

Página 15
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Já os Crossovers Ativos (ou Divisores de Frequência Ativos)


são equipamentos eletrônicos ativos (tem que ligar na tomada, 110V/
220V), que também fazem divisão do áudio em faixas canais, em geral em
até 4 faixas de frequência: agudos, médio-agudos, médio-graves e graves
(é possível trabalhar com 3 ou 2 faixas no mesmo aparelho, em geral).
São instalados entre o mixer e o amplificador, dividindo o sinal e
encaminhando para um amplificador correspondente, e então para os
falantes correspondentes.

Basicamente divisores são utilizados em sistemas de pequeno porte,


com caixas full-range (uma caixa que "fala" diversas frequências) e
crossovers são usados em grande porte, onde há falantes separados por
via.
Uma coisa bem interessante é cada um divisor é construído para
funcionar com determinados tipos de falantes. Falantes diferentes
(marcas diferentes) podem exigir divisores diferentes.
Já os crossovers, como permitem seleção dos cortes de frequência,
podem funcionar praticamente com qualquer tipo de falante, bastando
apenas reconfigurar o aparelho.

Além disso tudo, há vantagens e desvantagens em cada um deles:

Divisores

Vantagens: pequenos, podem ser embutidos dentro das próprias caixas,


simplificando tudo.

Desvantagens: chegam a "roubar" 30% da potência do amplificador.


Não suportam muita potência. Sistemas acima de 1.000W RMS por caixa
tendem a ser tão caros que não valem a pena.

Crossovers

Vantagens: grande adaptação a qualquer falante, total controle de ajustes.

Desvantagens: implica em um sistema mais caro.

Página 16
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Equalizadores
Permitem que as frequências de um sistema sejam ajustadas. É de
suma importância não só saber a atuação de cada instrumento dentro de
suas faixas de frequência, mas também utilizar equipamentos de medição
dessas frequências. O instrumento mais utilizado é o decibelímetro, porém já
existem aplicativos para celular que podem fazer tais medições em
qualidade satisfatória. Geralmente atuam por canais, onde cada canal irá
atuar nos lados do sistema de caixas L e R (Esquerdo e Direito).

Medidores de Frequência
São utilizados para medir as frequências de ambientes, decibéis,
pressão sonora, permitindo assim que se evite efeitos como microfonias,
que nada mais são “sobras” de frequência, ou frequências que se destacam
além das outras em um ambiente causando efeitos indesejáveis aos
ouvidos.

Página 17
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Mesas de Som (Mixers ou Consoles)


Também conhecidas como “misturadores”, as mesas de som
começaram a ser utilizadas inicialmente nas rádios, para que seus
operadores pudessem emitir vários sinais e misturá-los nas ondas de
frequências das rádios. Era possível o apresentador narrar e ao mesmo
tempo colocar uma música de fundo. A tecnologia estéreo (L e R) ainda não
existia. Os rádios eram Mono. assim como os primeiros discos de vinil.
Acredita-se que a massa sonora de tais discos sejam infinitamente melhores
do que o sistema estéreo e os mais modernos sistemas como 5.1 e 7.2.

Gradualmente, com o advento dos estúdios musicais, foram


adicionados aos canais (channel strips), uma série de aperfeiçoamentos que
permitiam melhorar a qualidade do som captado. Pequenos módulos eram
adicionados em cada canal. Pode-se dizer que praticamente uma mesa de
som era artesanalmente montada canal por canal. E até hoje, as mesas
profissionais das marcas consagradas (SSL, Neve) são montadas desta
forma.

Página 18
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Tais melhorias eram os Pré-amplificadores, equalizadores,


compressores, limitadores, que permitiam dar às sonoridades captadas
pelos microfones, uma melhor qualidade. Tempos depois estes “periféricos”
foram acrescentados aos estúdios em forma de módulos valvulados e de
qualidade infinitamente superior. E com o advento da informática, tais
módulos puderam ser transformados em aplicativos de computador
chamados “plugins”, até mesmo as próprias mesas de som já foram
integradas aos sistemas de informática. Porém a utilização desses
equipamentos analógicos ainda é utilizada em grande escala devido à
facilidade de manuseio e qualidade sonora. Acredita-se que o som
processado de forma analógica ainda é superior ao som digital.

E assim surgiu a arte de “mixar”, que é a capacidade de ajustar o nível


de volume, pressão sonora, qualidade, corrigir erros e definir a posição
espacial de cada instrumento utilizado em uma gravação ou show.

Módulos Periféricos - permitem que o som seja alterado, modulado e


tratado de diversas maneiras. Permitem alterações nas ondas de frequência,
permitem que sejam adicionados efeitos, tratamentos adicionais para cada
instrumento. Nas mesas digitais, todos esses módulos podem ser
encontrados dentro da própria mesa.

Página 19
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Conhecendo as Mesas de Som


O conhecimento de cada funcionalidade de uma mesa permite que o
técnico possa expandir seu potencial e sua criatividade. Não há limites nem
regras pré-determinadas para se fazer uma boa mixagem. É uma questão de
tempo, de muito experimento e de principalmente não se ter medo de
arriscar.

Mixar é como a arte da culinária. O conhecimento dos ingredientes,


temperatura, modo de preparo influem diretamente no sabor do alimento.
Porém tudo isso deverá ser acrescentado à criatividade e ao bom senso.

Estruturas de Ganho (Gain) - O ajuste de estruturas de ganho permite


aumento da pressão sonora do canal. Comparando aos sistemas de
abastecimento de água, os controles de ganho poderiam ser como os
pressurizadores de um chuveiro que dão mais pressão na saída de água.

Nota: Não devemos confundir a estrutura de ganho com os faders de


volume. Apesar de serem semelhantes, neste caso, comparando aos
sistemas de abastecimento de água, os faders seriam como as torneiras,
onde somente permitem a saída de pouca ou muita água, porém não tem a
capacidade de aumentar ou diminuir a pressão da água. Função esta que
pertence ao botão Gain.

Equalização - os ajustes da equalização permitem ajustes finos nas


frequências agudas (high), médias (mid) e baixas (low) e suas frequências
intermediárias média alta (mid high) e média baixa (mid low). Comparando
aos sistemas de abastecimento de água, os equalizadores seriam
comparados a sabores adicionados à água, como sal, açúcar, enfim,
ingredientes que dariam mais “sabor” ao som… porém devem ser usados e
experimentados de forma que não fiquem exagerados. Esta é uma
constante luta e desafio do técnico de som. Conseguir o equilíbrio sonoro
que agrade seus próprios ouvidos e o dos ouvintes no ambiente.

Filtros (HPF e LPF) -, São utilizados para eliminar especificamente as


bandas de frequências graves ou agudas de uma vez.

Na voz humana por exemplo, sua frequência mais baixa geralmente


fica em torno de 80Hz. Porém ao captar o som do ambiente, o microfone
consegue captar frequências baixas como o barulho do ar condicionado.
Então, ao utilizarmos um HPF (High Pass Filter ou Filtro de Passa Alta),
podemos simplesmente cortar do canal as frequências abaixo de 80Hz que
não vão interferir na freqüência da voz captada.

Página 20
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição
O mesmo aconteceria se precisássemos cortar as frequências agudas
ao captar um contrabaixo ou para eliminar o excesso de S na pronuncia.
Utilizaríamos neste caso os filtros de LPF (Low Pass Filter ou Filtro de Passa
Baixa), onde somente as frequências baixas passariam. Comparando aos
sistemas de abastecimento de água, os filtros de freqüência agem como os
filtros de água, bloqueando as impurezas indesejáveis da água.

Pan - Também conhecido como “panorama”, permite fazer os ajustes de


posicionamento espacial dos instrumentos. Em termos
lógicos o botão de pan posiciona o sinal de um canal
mais à direita ou mais à esquerda ou simplesmente no
centro. Tentem imaginar um quarto vazio e o técnico
precisa ajustar em que lugar do quarto cada instrumento
vai ficar fisicamente posicionado.

Página 21
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição
Faders - São os controles de ajuste do volume de um canal. Conforme já
descrito acima na seção de estruturas de ganho, os faders são como as
torneiras de uma casa. Elas regulam a quantidade de água que sairá.
Geralmente, por padrão, os faders deverão estar
próximos de 0dB para estarem em um nível normal
(padrão) de audição. Comparando novamente a
uma torneira, geralmente abrimos uma torneira para
que elas efetivamente molhem nossas mãos em um
nível satisfatório e não para apenas gotejar.

Faders motorizados - Nas mesas digitais existem os faders motorizados,


que se movem sozinhos através de configurações pré estabelecidas. Para
cada função determinada na mesa, os faders se moverão de acordo com a
configuração estabelecida. Eles podem exercer a função não só de volume
mas também de equalizador paramétrico por exemplo.

Master Fader - É o fader principal que reune todos os sinais dos demais
canais e envia às saídas principais da mesa, geralmente às caixas principais
do sistema. Geralmente ele é padronizado e identificado pela cor vermelha.
Pode vir separado em 2 botões para os canais L e R ou pode vir somente 1
botão de fader que irá controlar ao mesmo tempo as duas saídas estéreo.

Níveis de saída - Os níveis de saída sonora de uma mesa geralmente são


medidos em decibéis, onde os valores negativos até 0dB indicam um nível
sonoro em que não apresenta saturação ou distorção. Deve-se evitar
ultrapassar o nível de 0dB.

Monitor Out - Geralmente é um sistema auxiliar que envia, assim como o


canal master, um sinal a caixas de monitor (retorno) ou fones de ouvido, que
podem ser utilizadas como sistema de retorno. Muito utilizado nas salas de
técnica para se ouvir a gravação em uma sala de estúdio. Sua utilização
também não está limitada a esta funcionalidade.

Página 22
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição
Entradas Auxiliares - É comum nas mesas de som existirem entradas
auxiliares ou inputs que permitem que sejam inseridos nos canais, sinais de
áudio.

As entradas auxiliares permitem várias funcionalidades a um canal:

Função de retorno: é possível enviar o sinal de um ou vários canais por um


auxiliar diretamente para um sistema de retorno (caixas ou powerplays);

Função de subwoofer: é possível enviar o sinal de um canal ou mais para um


sistema de subwoofers, onde estes daria um reforço nos graves do canal
selecionado;

Função de input de efeitos: é possível também a inserção de racks


(módulos) de efeito em um ou mais canais através de uma entrada auxiliar;

Nota: Estas funcionalidades não são a totalidade de funções que uma


entrada auxiliar pode desempenhar. Dependendo da necessidade do
momento, o técnico precisa se utilizar de todos os recursos e aliar-se à sua
criatividade para resolver os problemas que poderão aparecer.

Botão de Pré e Pós (Post) Fader - Um auxiliar é pré-fader quando o sinal é


retirado do canal antes do fader. Neste caso, quando se altera o volume do
canal, o volume do auxiliar não é alterado.

O auxiliar é pós-fader quando o sinal é retirado do canal depois do


fader. Desta forma, quando se altera o volume do canal, o volume do canal
auxiliar também é alterado.

Página 23
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição
Dica:
- Auxiliares pré-faders são indicados para uso em retornos, enquanto
os pós-faders são melhores para utilização com efeitos.
- Algumas mesas ainda têm o recurso de pré-equalização e pós-
equalização. Quer dizer que se for pré, o auxiliar não é influenciado pela EQ
do canal; se for pós, o que for feito no canal, surtirá efeito no auxiliar.

Botão PFL (Pré Fader Level) - Permite verificação e ajuste dos níveis
sonoros de um determinado canal através do medidor de VU ou Level e
saídas de fones de ouvido da mesa. (Ex. numa passagem de som).

Efeitos - algumas mesas de som mais modernas já possuem embutidas


módulos de efeitos que geralmente estão interligados a uma entrada auxiliar.
Os tipos de efeitos podem variar de diversas formas: intensidade,
modulação, etc.

Ao longo dos anos foram criados alguns efeitos sonoros que se


tornaram indispensáveis no processo de criação musical como o Reverb,
Delay, Flanger, Chorus, Drive, Pitch, Radio e vários outros.

Recomendação:
É preciso agora um contato direto do técnico com cada um desses
efeitos a fim de que ele possa entender por assimilação o que cada um
desses efeitos pode fazer no som. Explicar didaticamente não seria o
bastante para o entendimento completo de cada um desses efeitos.

O mais importante é saber como e quando utiliza-los, sem exageros.


Para cada instrumento, voz ou situação poderá ser utilizado um efeito ou até
mesmo uma combinação entre eles. Mais uma vez a criatividade e o bom
senso do técnico estará em jogo.

Caso a mesa não disponha deste recurso, é possível a aquisição de


módulos de efeito que se conectarão nos auxiliares e darão o brilho
necessário para cada canal.

Os efeitos são importantes no processo de mixagem. Podem tornar a


audição mais interessante e agradável aos ouvidos. Portanto não podem ser
considerados como periféricos não menos importantes que os demais.

Nota: Existe outra classe de processadores de sinais mais avançados e


caros que também merecem a nossa atenção, que são os compressores,
limiters, d-essers, gates, expanders, que geralmente são mais utilizados em
estúdios musicais, mas que com o advento das mesas digitais, eles voltaram
a ser embutidos nelas.
O aluno deverá buscar e assimilar o conhecimento destes
equipamentos e plugins de acordo com suas necessidades. Os recursos de
internet que temos hoje são amplos e dispomos de muita informação a
respeito.

Página 24
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Grupos (VCA ou Mute) - Como o nome já diz, estes dispositivos que


algumas mesas possuem permitem agruparmos canais em um só fader.
Este recurso pode ser utilizado de várias formas:

Agrupamentos - Os grupos em sua função principal podem agrupar por


exemplo todos os canais das peças de uma bateria, ou de um coral, ou de
um conjunto de cordas, e ter o controle de efeitos, volume de todas essas
peças centralizados em apenas 1 canal e este o enviaria para o canal master
ou para algum lugar desejado pelo técnico, esta funcionalidade tem sua
vantagem de um controle mais rápido e único sobre vários canais
simultaneamente;

Sistemas de retorno - Assim como nas entradas auxiliares, os grupos


também podem enviar os canais agrupados para caixas de retorno ou
powerplays. A única desvantagem desta funcionalidade nos grupos é que
não é possível controlar o volume individual de cada canal que chega no
retorno.

Nota: Assim como nas entradas auxiliares, os grupos também não estão
limitados a estas duas únicas funcionalidades. Como já descrito, tudo pode
depender da necessidade do momento e da criatividade do técnico em se
utilizar dos recursos existentes na mesa.

Phantom Power - Nas mesas atuais agora é possível dispor deste recurso
que é nada mais que uma fonte extra de 48 volts que serve para alimentar
periféricos como microfones condensadores e direct box. ATENÇÃO: Todos
os volumes deverão estar abaixados ou mutados antes de se ativar o
Phantom Power.

Scenes (Cue List, Snapshots) - Este é atualmente um dos recursos mais


avançados das mesas de som digitais. Ele permite que se grave cenas
diferentes de toda a configuração de ajustes de equalização, ganho, efeitos,
volume, pan, saídas, etc.

Página 25
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição
Esta função é muito útil para uma apresentação de várias bandas
musicais, por exemplo. Após a passagem de som, cada uma terá a sua
configuração e seus ajustes previamente gravados diretamente na mesa de
som ou em pen-drives. Isto permite maior praticidade do Operador em ter
sempre que refazer todas as vezes os mesmos ajustes, cabendo a ele
apenas fazer pequenos acertos, ajustes finos, devido ao possível novo
ambiente em que vai se encontrar.

Operadores de som que trabalham itinerantes, em vários locais do


país ou pelo mundo, também se utilizam deste recurso de Scenes para
simplesmente com seus Pen-drives colocados na mesa, poderem ter todas
as configurações da banda na qual eles prestam serviço já previamente
configuradas.

Geralmente os sistemas de som de grandes shows são alugados.


Basta somente que o Operador carregue as configurações de Scene na
mesa, bem como os plugins que ele tenha sob propriedade e a mesa estará
pronta e configurada para sua execução de acordo com os parâmetros
definidos.

Dica de conservação: Toda mesa de som deve sempre ser a primeira a ser
ligada e a última a ser desligada. Sempre zere os faders ao final de uma
sessão, ou pelo menos o Master, caso os outros faders não tenham Scene.

Página 26
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Tipos de Entradas e Saídas


Os sistemas de áudio se comunicam através de diferentes padrões de
entrada. Ao longo dos anos várias tecnologias foram desenvolvidas e por
motivos diversos foram conservadas nas mesas. Sendo assim se torna de
suma importância que o técnico de som conheça a cada uma delas e suas
funcionalidades.

Entradas MIC e LINE - Essas duas entradas geralmente causam muita


confusão para os técnicos e usuários comuns, mas a resolução é bastante
simples. Como o próprio nome já diz, MIC é uma entrada específica para
microfones e sistemas balanceados (direct box) , enquanto que LINE é uma
entrada para instrumentos e equipamentos em geral como playbacks, mp3,
máquinas de efeito, etc.

Com as novas mesas, hoje esta entrada se fundiu em uma só através


dos conectores Neutrik (Combo). Porém nas mesas mais antigas ainda
existem as duas entradas.

Em geral, como boa parte dos instrumentos não são balanceados, os


sinais enviados para as mesas são muito fortes e podem ocasionalmente
causar queima de canais. Pensando nisso, as mesas mais modernas, que
utilizam o conector Neutrik, possuem um dispositivo chamado PAD, que
quando acionado, atenua o sinal em torno de 20dB, protegendo assim o
canal. Este recurso é recomendado quando o canal está sendo utilizado
apenas com instrumentos musicais.

Plugs P10 e P2 - Talvez uma das mais antigas conexões existentes no


mundo musical.

P10 mono - com apenas 1 linha de identificação é comumente utilizado na


maioria dos instrumentos musicais. Sua estrutura é composta basicamente
de fase e neutro.

Página 27
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição
P10 Estéreo, balanceado ou TRS (Tip Ring Sleeve) - Geralmente
identificado por 2 linhas em sua estrutura. Utilizado para conexão de fones
de ouvido e equipamentos que precisam de 2 saídas de sinal como o L e R.
Também utilizado quando os cabos ultrapassam 10m de comprimento.
Acima desta medida começa a existir perda de sinal. Então sistemas
balanceados precisam ser utilizados. Sua estrutura é basicamente
composta de 3 vias: positivo, negativo e terra

P2 mono e estéreo - São menos utilizados em instrumentos musicais.


Geralmente são utilizados em fones de ouvido, por terem uma estrutura
menor que os P10. Sua estrutura de vias é igual ao P10, a única diferença é
a aplicação e o tamanho.

Nota: Entradas balanceadas são importantes pois evitam perda de sinal e


reduzem ruídos. Acima de 10m, sua utilização é fundamental.

XLR ou CANON - Este tipo de conexão é projetada para sinais


balanceados, geralmente utilizados em microfones e conexão entre caixas
de som, mesas e periféricos.

Página 28
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Adaptadores Neutrik (Combo) - Permitem a conexão de plugs XLR e P10


em uma única entrada. Isto permite uma economia de espaço em mesas de
som, já que a mesma entrada permite entrada de 2 tipos de conexões
diferentes.

RCA - Utilizada em aparelhos de som domésticos, DVD players, CD Players,


porém presente nas mesas de som justamente para permitir a conexão com
estes equipamentos. É comum a reprodução de audio vindo dessas fontes.
Geralmente são identificados pelas cores branca e vermelha, onde o branco
representa o canal L e o vermelho o canal R. Em aparelhos de vídeo ainda
existe o RCA de cor amarela, onde é emitido o sinal de vídeo do dispositivo.

MIDI - Esta também é uma das entradas mais antigas que se popularizou
nas décadas de 70 e 80 com o advento dos teclados sintetizadores. É um
sistema que permite uma conexão digital. Diferente dos demais cabos, este
sistema se comunica com outro com a finalidade de enviar informações
digitais. Hoje ele é encontrado em sistemas de interface de áudio,
controladores e todos os sistemas que necessitam de conexões digitais.

Página 29
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Speakon - Utilizados geralmente para comunicação de caixas de som de


grande porte, line arrays, sistemas em que a distância é um fator importante
para se evitar perda de sinal e menos ruídos.

Jacks - Geralmente utilizados nos instrumentos musicais para a conexão de


cabos P10 mono. Eles podem ser abertos ou blindados.

Dica: Sempre dê preferência a conexões banhadas a ouro. As conexões


neste modelo possuem geralmente um melhor contato e qualidade de sinal.
É um investimento mais alto mas que vale cada centavo por sua durabilidade
e qualidade de sinal.

Página 30
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Tipos de Cabos de Áudio


Os cabos de audio mais utilizados são os mono e estéreo. Os mono
são geralmente utilizados para instrumentos musicais. Os estéreo são feitos
para conexões balanceadas, microfones e todo tipo de conexão L e R.

Adaptadores e Cabos Adaptadores


Existem disponíveis no mercado alguns adaptadores para tentar suprir
necessidades. Porem seu uso não é muito aconselhável pois muitas vezes
são mal fabricados e podem apresentar mau contato e sinais sonoros
indesejáveis. Portanto, se puder, evite a utilização de alguns desses
materiais. Dividiremos esta seção nos adaptadores ou cabos adaptadores
recomendados e os não recomendados.

Adaptações recomendadas:

Cabo Y - feito para dividir uma saída estéreo em duas mono;

Página 31
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Cabo RCA para P2 - Utilizado para conectar saídas RCA das mesas com
dispositivos estéreo tipo mp3 player por exemplo;

Plug adaptador P2 para P10 e vice-verso - Recomendado geralmente


para permitir ligações de fones de ouvido com sistemas de mesas de som
ou powerplay;

Cabo Hexafônico - Tecnologia utilizada pelas empresas ROLAND e GODIN


em captadores hexafônicos que fazem a conversão do sinal analógico
produzido pelas cordas de um instrumento para sinal digital. São
semelhantes ao MIDI;

Página 32
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição
Medusas - São conexões feitas para longas distâncias entre o palco e a
mesa;

Plugs em L - possuem utilidade para serem utilizados em instrumentos


musicais onde sua disposição em L permite uma melhor posição do cabo e
sua melhor conservação;

Midi para USB - Esta conexão, um pouco mais moderna, permite conexão
de dispositivos MIDI (pianos controladores, por exemplo) com
computadores;

Página 33
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Cabos USB - Hoje em dia largamente utilizado para conectar periféricos e


mesas de som aos computadores;

Adaptações Não Recomendadas


XLR para P10 mono - Não é o tipo de conexão mais recomendada para
uso com microfones. Uma via do sistema balanceado que os microfones
utilizam fica bloqueada, gerando possíveis perdas de sinal, ruído e
qualidade sonora.

Apesar de ser amplamente utilizado nas igrejas, pois as mesas antigas


não dispunham de saídas balanceadas por serem mais caras, este tipo de
cabo não é recomendado. (Atrasos tecnológicos causados pela situação
política do país na década de 80)

Adaptador XLR para P10 mono - apresenta o mesmo problema descrito no


caso acima.

Página 34
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Adaptador RCA para P10 mono - igualmente aos dois casos acima ainda
apresenta problemas internos de contato e má fabricação.

Extensão P10 - Evite fazer qualquer tipo de emenda de cabos. O tamanho


máximo recomendado é de 7m. Acima disso procure utilizar um sistema
balanceado, porém sem emendas. Nota: Quanto mais emendas, mais
perdas de sinal.

Dicas de Manutenção de Cabos


Com o passar dos anos os cabos sofrem uma grande fadiga ao serem
constantemente movimentados, enrolados e até dobrados. O desgaste total
deles é inevitável. Porém é possível adiar o fim de um cabo tomando
simples procedimentos como rotinas para guardá-los e manuseá-los:

- Ao guardar um cabo procure estabelecer uma medida de pelo menos


20cm de diâmetro ou mais;

Página 35
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

- Para se prender os cabos pode-se utilizar velcros ou simplesmente


os lacres que vem em embalagens de pão de forma;

- Evite enrolar um cabo no diâmetro das mãos ou fazendo o formato


de um “8”. Estas formas de se guardar um cabo causam nós internos nas
vias que se romperão mais rapidamente com o tempo;

Página 36
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Microfones
Microfones são dispositivos periféricos feitos para captar sons para
fins de gravação ou amplificação de sinal. Ao longo dos anos diversos tipos
de microfones foram desenvolvidos e cada um tem a sua finalidade
específica. Eles podem ser conectados via cabo ou por receptores sem-fio.

Nesta seção vamos conhecer alguns tipos de microfones, suas


classificações, aplicações e algumas marcas consagradas no mercado e sua
manutenção e cuidados básicos.

Marcas de confiança e falsificações


Algumas marcas já estão no mercado há vários anos, foram utilizadas


por artistas, técnicos e engenheiros famosos em diversas situações.
Portanto já foram testados e devidamente aprovados.

Atualmente no mercado, com o advento dos produtos asiáticos, várias


marcas foram criadas aos moldes dos equipamentos em questão e outras
empresas simplesmente falsificam tais marcas. São produtos de qualidade
duvidosa e com difícil reposição de peças e assistência técnica.

É viável e prudente se gastar um pouco mais por um equipamento de


qualidade e durabilidade devidamente comprovado através de vários anos.

As marcas conhecidas no mercado que merecem a nossa


consideração são: Shure, AKG, Sennheiser e Samson. Cada uma dessas
marcas oferece uma infinidade de tipos e aplicações de seus microfones.

As classes de microfones são:

Microfones Dinâmicos

São os microfones mais utilizados para shows, eventos, palestras,


missas, cultos. Sua arquitetura é mais simples e são mais resistentes que as
outras classes de microfones. Por isso sua aplicação é de uso geral. Sua
capsula é menos sensível do que as demais classes, por isso são chamados
de microfones “duros”.

Página 37
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Microfones Condensadores

Geralmente utilizados em estúdios, estes microfones são muito


sensíveis e frágeis. Porém sua qualidade e preço são muito superiores.
Alguns desses microfones ultrapassam a casa dos 6 zeros. Sua estrutura
precisa ser alimentada por uma corrente de 48v, onde ai irá atuar o recurso
Phantom Power das mesas de som ou de periféricos chamados de pré-
amplificadores de microfone.

Microfones Ribbon (Fita)

É a classe mais alta de microfones, os mais caros, mais sensíveis e


frágeis. Geralmente utilizados em estúdio. Precisam ser alimentados
igualmente por um Phantom Power.

Página 38
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Tipos e Aplicações de Microfones

Microfones sem fio - Se utilizam de receptores que trabalham com faixas


de frequência. Sua vantagem é a mobilidade do apresentador, porém
apresenta sérios problemas de controle quando ligados em série ou em
regiões onde existam atuação de muitas frequências. Aconselha-se a
compra das melhores marcas possíveis, pois oferecem opções de ajuste de
frequências (bandas);

Nota: Evite a utilização de baterias recarregáveis. Elas não fornecem a


energia total que o microfone precisa e sua capacidade de carga, depois de
algum tempo recebendo carga, começa a se perder facilmente.

Shure SM-58 - Considerado o melhor microfone dinâmico para utilização


com vozes. Existente desde a década de 70, é o mais indicado para shows,
eventos abertos, devido à sua capacidade de ser um microfone mais
fechado e super durável é o mais indicado para quase todos os tipos de
situação e vozes;

Página 39
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Shure SM-57 - Microfone para uso geral em captação não só de vozes, mas
principalmente em praticamente todos os instrumentos musicais. Seu
grande trunfo é a alta durabilidade e resistência a possíveis pancadas de
baquetas de bateria.

Microfones Goose Neck - Geralmente são condensadores e sua utilização


é nos púlpitos de igrejas e auditórios. Seu alcance é grande e oferecem
mobilidade para o orador poder manusear livros e discursos escritos. A
marca Samson oferece excelentes modelos a um bom preço.

Microfones de Lapela - Utilizados geralmente para call centers, oradores e


jornalistas. Podem ser com ou sem fio.

Página 40
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Microfones de baixa frequência - Utilizados para instrumentos que atuam


nas frequências baixas como bumbos de bateria, surdos, contrabaixo e
demais instrumentos atuantes nesta região.

Microfones direcionais - Geralmente condensadores, utilizado para


captação direta de instrumentos acústicos de cordas como violões, pratos
de bateria. Sua aplicação é geralmente em estúdios.

Kits para bateria - Esses kits quando de boas marcas apresentam grande
qualidade e durabilidade. Porém o mercado está cheio de marcas
secundárias que oferecem uma sensação de beleza e praticidade porém
não oferecem qualidade. Segundo consenso entre técnicos, é mais
aconselhável que se compre um a um os microfones que irão compor o kit
de uma bateria. Vários SM-57 podem ser mais úteis e de mais qualidade do
que um kit pronto de bateria.

Página 41
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Dicas de Manutenção e Uso de Microfones


- Evite quedas; além de amassar o globo, danos sérios podem ser
causados nas bobinas e no diafragma, o que inutiliza o microfone sendo
necessário levar para assistência técnica para reposição de peças. E
dependendo do valor, nem compensará o conserto;

- Quando não estiver em uso, os microfones deverão estar condicionados


em bags (bolsas) de couro ou semi-rígidas, caixas (as marcas mais caras
oferecem sofisticadas e belas caixas de madeiras) e cases rígidos;

- Sempre façam uso de saquinhos de sílica gel; ela retira a umidade


existente no microfone após o contato inevitável com a saliva humana;

- Quando em uso, sempre que possível, mantenha os microfones em seus


pedestais. Evite coloca-lo sob mesas, tablados onde possam sofrer
quedas. É normal que um microfone numa mesa sempre role para o
chão;

- Evite bater com as mãos no globo para testa-lo. Além do barulho ser
indesejável, pode causar danos na cápsula, ainda mais se for um
microfone condensador;

- Sempre que possível instrua a pessoa que vai utilizar a costumes simples
como não segurar o microfone pelo globo, pois pode causar microfonias
e manter uma distância mínima de pelo menos 2 ou 3cm da boca ao
globo.

Página 42
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Fones de Ouvido
De igual importância aos demais equipamentos, os fones de ouvido
também não podem ser desconsiderados. Igualmente às caixas de som, os
microfones de qualidade devem atingir as regiões de freqüência que
permitam o máximo de qualidade sonora. Os preços podem variar
infinitamente, igualmente aos microfones acima mencionados.

Algumas marcas importantes devem ser consideradas como


aconselháveis para aquisição. Lembre-se de que danos ao ouvido são
irreversíveis.

Os cuidados devem ser os mesmos aos dos microfones, pois a


estrutura de um fone de ouvido, o quanto mais caro e de qualidade ele for,
mais sensível e frágil será. Portanto a utilização de bolsas, sílicas, cases
também são de grande importância para a conservação dos mesmos.

As marcas mais conhecidas no mercado são: Koss, AKG, Sennheiser,


JBL, Philips, Sony, Bose e outras. O quanto mais fechado for, menos
vazamento, mais conforto e maior qualidade sonora ele vai apresentar.

Página 43
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Instrumentos Musicais
Violões acústicos - Além dos instrumentos já mencionados acima,
uma atenção especial pode ser dada aos violões acústicos. A forma ideal de
amplificação de violões seria por caixas amplificadas como o sistema das
guitarras, porém, por costume, violões são conectados diretamente nas
mesas de som, cabendo ao técnico conseguir controlar todos os
parâmetros variáveis que o violão oferece.

Em seu modelo acústico original, o violão possui uma caixa de


reverberação, que se não tratada corretamente durante a amplificação, pode
causar sérias dores de cabeça ao técnico. Sua captação é feita geralmente
no interior dessa caixa ou logo abaixo do cavalete (entre o rastilho e o
cavalete), o que em dosagens exageradas de graves, tanto de seu pré
amplificador embutido ou da mesa de som acabam gerando realimentação
do som gerado, como uma espécie de loop infinito, ou as chamadas
microfonias.

Por outro lado, remover os graves por completo, deixará o timbre do


violão fraco, ou “magro” como é dito no meio musical.

E cada violão com sua respectiva caixa de reverberação, possui


características próprias, cabendo então ao técnico ouvir, analisar e buscar
uma solução sonora que agrade ao músico, aos ouvintes e que não cause
problemas de realimentação. Uma boa mesa de som pode oferecer tais
recursos de equalização, porém um bom violão com prés de qualidade
também facilitam o trabalho do técnico.

No mais, uma solução paliativa muito utilizada no meio musical são os


abafadores de boca, também conhecidos como black bug. Eles evitam que
o instrumento realimente porém algumas frequências importantes que
realçam a qualidade sonora do instrumento são cortadas ao se inserir tal
recurso. Cabe ao técnico e ao músico chegarem a um acordo sobre utilizar
ou não este recurso.

Página 44
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Hoje em dia existem violões que não possuem caixas acústicas. Sua
utilização é muito apropriada para shows e eventos ao vivo, pois os
problemas de realimentação são inexistentes e sua qualidade de captação é
praticamente idêntica aos violões acústicos.

Teclados - também são conectados diretamente às mesas de som.


Geralmente são utilizados os canais estéreo da mesa, pois teclados,
diferentemente dos outros instrumentos podem fornecer saída estéreo para
os meios de sonorização. Isto não impede de que sejam ligados em mono.
Quando conectado em Mono, por padrão deve-se utilizar o canal L (left)
para conexão.

Por natureza, cada som emitido por um teclado possui vários


parâmetros embutidos como efeitos de reverb, delay e outros. Portanto o
técnico de som geralmente não precisa se preocupar no tratamento de
efeitos deste instrumento, cabendo a ele realçar frequências e o sinal
estéreo que este instrumento possui, dando o máximo de realismo nas
sonoridades selecionadas pelo músico.

Dica: Experimente as baixas frequências de sub que este instrumento


fornece.

Página 45
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Instrumentos de sopro - geralmente possuem captação apropriada


para cada modelo e geralmente o músico tem seus próprios microfones e
fones de retorno, porém em situações em que o músico não possua, o
microfone Shure SM 57 é o mais apropriado para o caso. Os sistemas de
captação podem ser com ou sem fio.

Instrumentos acústicos de percussão - no samba, grande parte dos


instrumentos utilizados são acústicos e não possuem captação adequada
para cada situação. A solução mais prática para este caso seria a utilização
de microfones Shure SM-57.

Para instrumentos de baixa freqüência como surdos, podem ser


utilizados os mesmos microfones dos bumbos.

No mercado existem microfones específicos para instrumentos


percussivos, porém, se sua aplicação for esporádica, não compensa à igreja
estes gastos adicionais.

Porém, com microfones específicos ou não, é preciso estar atento ao


posicionamento dos microfones nos instrumentos para que a melhor
captação seja feita respeitando o timbre original do instrumento.

Corais ou orquestras - microfones direcionais ou condensadores são


utilizados para captar corais. Seu posicionamento geralmente é no alto e
pode ser captado em estéreo, utilizando-se dois microfones idênticos,
produzindo assim um efeito espacial e mais realista no som. Pode-se
acrescentar um microfone dinâmico ao solista.

Página 46
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Pedestais
Pedestais podem perder facilmente suas peças com o manuseio
constante, portanto devem ser devidamente cuidados. Quando não
utilizados, os pedestais podem ser desmontados e guardados em bolsas
apropriadas (igualmente úteis para transporte) ou em alguma sala específica
para equipamentos. Sempre que possível, conscientize os músicos para não
apoiarem os pés na base dos pedestais, pois estes são frágeis e se
quebram facilmente. Uma atenção especial deve ser dada aos engates e
ajustes. Eles devem estar liberados ou afrouxados para que os ajustes
sejam feitos. Forçar essas peças quando apertadas podem quebrar o
pedestal ou destruir as roscas de metal, tornando-os prematuramente
inutilizáveis por muitas vezes não existirem peças de reposição.

A principal função dos pedestais é de sustentar microfones, porém,


com o advento de novas tecnologias, suportes para tablets e celulares
também podem ser adaptados nos pedestais.

Página 47
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Soldagem e Pequenos Reparos


Todo técnico deve ter noção e prática de soldagem de equipamentos
eletrônicos. O princípio é simples porém requer um pouco de prática até que
a soldagem fique limpa, brilhante, fina e firme.

Ao acontecer um problema, cabe ao técnico consultar e verificar todas


as possibilidades de conserto de um equipamento. Uma dica simples é fazer
uma pesquisa no youtube para saber se alguém já passou pelo mesmo
problema e se o mesmo foi facilmente resolvido sem a necessidade de se
levar à assistência técnica. Parta sempre da solução que for a mais prática.
Quando um equipamento não está mais na garantia e necessita de reparos,
geralmente o seu conserto se torna bem caro.

Muitas vezes o problema é facilmente resolvido com uma simples


solda de algum ponto que se soltou ou passou por processos de
envelhecimento, umidade e acabou perdendo suas propriedades condutoras
(solda fria).

Para isto, o técnico deve sempre dispor de alguns equipamentos


básicos para estas manutenções. O conhecimento de eletrônica básica
também pode auxilia-lo nos testes e na troca de componentes eletrônicos:

Solda - São fios de estanho que precisam ser aquecidos para fazerem
contato com as peças;

Ferro de Solda - Equipamento utilizado para efetuar as soldagens. Podem


ser feitos de bastões elétricos que se aquecem ou os mais modernos
chamados de estação de solda, em que oferecem uma temperatura exata
do ferro;

Página 48
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Sugador - Utilizado para remover as soldas de placas;

Base ou suporte para ferro de solda - Como os ferros de solda atingem


altas temperaturas, é sempre recomendável utilizar as bases para apoia-los
quando em operação (a esponja serve para manter a ponta do ferro sempre
limpa de solda e impurezas;

Garras com lupa, lupas de cabeça - Facilitam o trabalho de segurar e


visualizar os cabos e conectores durante a operação de soldagem;

Faca, estilete, cortadores e descascadores - Recomenda-se a utilização


desses acessórios para o corte adequado dos fios;

Página 49
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Alicate de corte ou de bico - Utilizados para cortar ou preparar cabos para


a soldagem;

Chave de teste de corrente elétrica - Talvez o item mais importante de um 



técnico de som ou músico. Muitas dores de cabeção poderão ser evitadas

se a corrente elétrica em um novo ambiente de trabalho sempre for testada;

Chaves de fenda, philips e chaves de relojoeiro - Indispensáveis para


abrir e fechar equipamentos que utilizam parafusos;

Multímetro - Permite medições mais apuradas de circuitos, componentes,


fases, correntes, curtos, etc;

Página 50
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Fita isolante e tubos termo retráteis - permitem o isolamento de fios


evitando que entrem em curto ao encostarem uns aos outros;

Lacres, fita crepe e Fitas coloridas adesivas - Servem para organização e


identificação de cabos, microfones, mesas e periféricos.

Procedimentos para Soldagem


O ferro de solda deve ser manuseado com o máximo de cuidado, pois
sua alta temperatura pode causar queimaduras graves na pele, além da dor.
Portanto evite encostar ou se apoiar nas partes metálicas do ferro de solda.
Quando este não estiver em uso por um período mais longo de tempo,
deverá ser desconectado da tomada.

Página 51
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Corte e preparação dos cabos - Os cabos deverão ser previamente


cortados e enrolados para receberem os preparos de soldagem;

Estanhar os materiais - Antes de iniciar a soldagem, todos os materiais


devem levar um “banho” de solda, afim de que a soldagem possa ser mais
eficiente. Com a utilização do ferro de solda, aqueça a parte a receber a
solda e logo em seguida derreta o estanho sob a peça (Geralmente fios e
locais de conexão como placas e plugs deverão receber o estanho);

Página 52
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição
Observar aspectos - ao final da soldagem, a mesma deve apresentar um
aspecto liso, metálico e brilhante. Sem excessos de estanho (bolas).

Soldas amareladas, escuras, opacas ou deformadas geralmente


podem apresentar problemas na condutividade do sinal. Caso sua soldagem
tenha ficado desta maneira, troque seu rolo de estanho por um novo e
refaça a soldagem.

Nota: Nunca assopre sua soldagem para que ela esfrie mais rapidamente.

Término da soldagem - ao terminar a soldagem, efetue os testes de


condutividade com um Multímetro a procura de possíveis curtos, isole os
terminais e feche o material.

Ao soldar cabos lembre-se sempre de passar primeiramente suas


capas pelos fios antes de começar a soldagem, pois se você esquecer, terá
que remover toda a solda novamente para colocar as capas dos plugs).

Após o fechamento dos plugs, um novo teste de condutividade deverá


ser feito para saber se o mesmo está em curto ao ser mal isolado. Quando
se coloca a capa de um plug, geralmente ela aperta os fios. E se os mesmos
não estiverem devidamente isolados podem acabar fechando um curto e
encostando suas fases.

Logo após estes testes refaça as conexões de seu sistema e verifique


se o cabo consertado funciona adequadamente sem apresentar falhas ou
estouros.

Logo em seguida, caso o técnico não tenha uma bancada de trabalho,


é recomendável colocar o ferro de solda para resfriamento em um local
seguro, livre de quedas e longe do alcance de crianças e possíveis
esbarrões de outras pessoas que podem não saber que ele ainda está
quente.

Guarde todos os demais equipamentos em uma bolsa ou caixa de


ferramentas e descarte as pontas de fios, soldas pois podem causar
acidentes como perfuração da pele ou dos olhos.

Página 53
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Esquemas de Conexão de Cabos


Alguns esquemas de conexão utilizados na soldagem de cabos:

Página 54
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Página 55
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Recomendações de Marcas de Cabos e Plugs


Sempre dê preferência a marcas de confiança e tempo de atuação no
mercado. Elas podem ser um pouco mais caras, porém apresentam mais
durabilidade e qualidade. As marcas Amphenol e Santo Angelo são as
marcas mais encontradas no mercado. Evite cabos e plugs de origem
desconhecida e sem marca. Geralmente enferrujam ou suas conexões
internas se quebram facilmente, até mesmo no momento da soldagem,
causando problemas futuros de perda de sinal ou curto circuito.

Página 56
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Cabos e conexões Planet Waves - Esta é uma das mais modernas


empresas que se utilizam de tecnologias que dispensam até mesmo o uso
de soldagem dos cabos. Alguns plugs possuem até botões de “mute” (liga/
desliga).

Página 57
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Acessórios e adaptadores Planet Waves - Além de cabos e plugs, esta


empresa também possui uma ampla linha de acessórios e adaptadores
desenvolvidos especialmente para o meio musical.

Recomendações: Sempre que possível, tenha sempre em estoque um par


de cada um destes conectores. Os imprevistos acontecem e é sempre bom
não contar com a sorte. Sempre que entrar em uma loja de instrumentos,
procure por novas marcas, experimente e nunca pare de pesquisar novas
formas de solução, conexões, cabos e equipamentos.

Página 58
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Dicas úteis para uma boa sonorização
Algumas dicas podem ser consideradas para que o técnico tenha
como parâmetros, algumas filosofias básicas para se obter uma boa
sonorização:

Volume e pressão sonora - Volumes altos causam desconforto e


irritação aos ouvintes. Opte por conseguir uma sonorização com pressão
sonora e timbres bem definidos do que altos volumes.

Note que pressão sonora é diferente de volume. A pressão sonora


define o quão nítido e limpo vai estar um microfone ou um instrumento
musical, enquanto que o volume apenas eleva em decibéis um sinal sonoro.
E se o mesmo estiver mal regulado, e misturado a outros instrumentos nos
canais, apenas causará uma alta distorção de sinais, causando confusão e
falta definição no que será ouvido.

Esta talvez seja a mais importante das regras, pois envolve não
somente os técnicos mas também os músicos e cantores, que no decorrer
de um evento vão perdendo sua percepção auditiva e vão aumentando
gradualmente seus instrumentos para se sobressaírem dos demais;

Passagem de som - é necessário dedicar um momento antes com os


músicos e cantores para que a mixagem seja previamente ajustada. O
grande problema é que os músicos vão alterando as configurações de forma
indevida durante o evento, cabendo ao técnico estar sempre atento a estas
modificações afim de que não prejudiquem todo o evento;

Vozes e backing vocals - A voz, seja ela em uma mixagem de estúdio


ou de um show, deve ser a principal fonte sonora e que merece destaque e
maior atenção diante dos demais. Em geral, os instrumentos musicais não
devem estar mais altos que as vozes, que por sua vez também possuem
uma certa hierarquia.

Em uma música, quando existem vários cantores, geralmente existe a


voz principal e as vozes secundárias, também conhecidas como back
vocals. Estas deverão estar mais baixas que a voz principal.

Para simplificar este processo, o técnico prepara 1 (um) microfone


para a voz principal e os demais para as vozes de back. Caso os cantores
se revezem para ser a voz principal em uma determinada música, estes
deverão se reposicionar diante dos microfones já previamente configurados
para voz principal e back vocal.

Página 59
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Vaidade do músico - Muitas vezes, por questões de vaidade e ego,


os back vocals exigem do técnico que suas vozes “apareçam” igualmente à
voz principal, o que causa uma verdadeira confusão sonora. E muitas vezes
o técnico é visto pelos músicos como o grande vilão da história… portanto é
uma questão do técnico ter bastante jogo de cintura e paciência para
explicar e resolver esta situação, pois nem sempre ele vai estar trabalhando
com seus músicos da igreja. As vezes ele terá de enfrentar esta situação
com músicos convidados;

Guitarristas - Outro problema constante relativo ao item anterior se


refere aos guitarristas. Geralmente eles gostam de tocar mais alto que toda
a banda. Por diversos motivos: vaidade, falta de instrução, falta de costume
em estúdios musicais, falta de retorno, gostam de dar destaques em seus
solos, mostrar um determinado efeito sonoro em seu instrumento e acabam
cobrindo toda a banda. Geralmente o técnico ajusta o som no momento da
passagem de som, porém como o Guitarrista possui sua própria caixa, ele
mesmo vai aumentando seu volume durante o evento, cabendo ao técnico
estar sempre o alertando sobre seu excesso de volume;

Bateristas - igualmente aos guitarristas, estes geralmente tem o


costume de tocar de forma bem forte, o que em ambientes pequenos,
podem causar uma mistura sonora tremendamente barulhenta, e acabam
desencadeando o um aumento de volume em cascata pelos demais
músicos. Conscientizar um baterista de que ele está tocando de forma
errada é uma tarefa extremamente difícil e desconfortável. Para isso,
algumas igrejas adotam um sistema de tratamento sonoro utilizado em
estúdios apelidado de aquário, em que o baterista fica dentro de uma cabine
de uma grossa espessura de acrílico e assim se consegue conter boas
quantidades de decibéis no exterior da cabine. Dessa forma a bateria
precisará estar microfonada, e o baterista precisará de um sistema de
retorno. Desta maneira o técnico terá um maior controle sobre o som
produzido pelo baterista e irá ter menos problemas de relacionamento com
eles. Outra forma interessante e talvez mais barata é a utilização de baterias
eletrônicas.

Página 60
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Equalização - a música é composta de parâmetros extremamente


variáveis. Sendo assim, cabe ao técnico saber que não existe,
definitivamente, uma configuração única para todos os tipos de situação
que ele vai enfrentar.

As variáveis são muitas como: umidade do ar, quantidade de pessoas


na platéia, posição dos microfones, a forma como os cantores os utilizam
(pegando pelo globo), tipos diferentes de vozes, equalizações de cada pré-
amplificador dos instrumentos como violões, etc.

Muitas vezes acontece de músicos, convidados ou não, acharem que


possuem o conhecimento técnico neste assunto e acabam por mexer no
sistema de som de uma igreja ao ponto de desconfigurar todo o sistema de
som.

Para isso, erroneamente, e as vezes até por sugestão dos membros da


igreja, alguns técnicos, ao instalar sistemas de som em uma igreja, acabam
por optar de travar os faders e botões de mesas, equalizadores e potências
em uma só posição como se essa fosse a única solução sonora para todas
as situações que aquele equipamento irá passar. Este é um grande erro.

O mais aconselhável é que a igreja disponha de técnicos permanentes


que sejam responsáveis pela utilização desses equipamentos;

Timbragem - cada voz ou instrumento musical, possui características


únicas que os definem e os diferem diante dos outros. Um instrumento ou
voz nunca é igual ao outro!!! Cabe ao técnico a análise e assimilação dos
mais variados timbres possíveis para logo em seguida dar realce a cada um
dessas peças.

Não é possível adicionar características que uma voz ou instrumento


não possuam. Milagres na sonorização ainda não são possíveis!!!

Muitas vezes, por exemplo, uma voz feminina possui características


unicamente agudas e o músico, cantor, produtor, empresário, vai até o
técnico e o pede para que aumente os graves dessa voz.

Em suma, não é possível aumentar o que não existe. O que


acontecerá é que o técnico tentará agradar essas pessoas e colocará mais
grave, que por sua vez fará com que este microfone fique captando todo
tipo de frequência grave do ambiente, gerando assim as tão famosas
microfonias.

É preciso que o técnico entenda e ouça as regiões em que cada


instrumento e voz atuam e possa assim realçar e trabalhar apenas em cima
de suas características existentes, sem as interferências externas dos
palpiteiros de plantão.

Este não é somente um trabalho a ser desenvolvido pelo técnico mas


também por todos os demais músicos e cantores. Cada um deve conhecer
as regiões onde seu instrumento ou voz atua e tentar explorar todas as
possibilidades de timbre para que consiga a melhor definição possível a ser
fornecida para a mesa de som.

Página 61
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Instrumentos como guitarra, baixo e piano já são tratados com o


próprio músico em suas caixas e sistemas. Estes apenas enviam para a
mesa suas sonoridades e timbres já processados, cabendo ao técnico
entender e reproduzir com a máxima fidelidade o som que estes músicos
configuraram.

Por se tratar de um instrumento acústico, a bateria precisa de


tratamentos e cuidados especiais do técnico, pois cada microfone a ser
instalado em suas peças precisa captar com a máxima fidelidade o som
executado e sem deixar “vazar” as sonoridades extras do ambiente. É
preciso um estudo prévio do técnico e muito experimento para se chegar a
uma sonoridade agradável e adequada de uma bateria acústica;

A caixa de uma bateria, pode fornecer diversas opções de som. Suas


características variam quanto a tamanho, tipo de pele, esteira e qualidade
dos material da mesma. O tipo de microfone utilizado, sua posição em
relação à caixa também podem alterar a sonoridade da mesma. Não existe
uma fórmula pronta para a captação de uma bateria. Cabe ao técnico e ao
músico sempre utilizarem referências de outras músicas e estilos na qual
eles desejam se aproximar e assim buscarem a proximidade dos sons.

Os mesmos fatores se aplicam às outras peças da bateria como


bumbo, tons e pratos;

Reverbs - O efeito reverb faz a simulação da reverberação do som em


um determinado ambiente, que vai variar de acordo com o seu tamanho.
Grandes catedrais, ginásios, salas pequenas, enfim, cada ambiente possui
um grau de reverberação, que consiste nas reflexões feitas por uma onda
sonora em seu trajeto dentro de um ambiente. Essas ondas sonoras
encontrarão pessoas, paredes de diversas formas e ângulos, que poderão
refletir ou absorver tais ondas.

Tentando simular estes ambientes, pela década de 70 e 80, os efeitos


de reverb foram amplamente utilizados nas gravações e grandes shows e de
forma bastante exagerada, por se tratar de uma novidade.

Logo após com o advento de mesas de som mais simples e baratas,


esses efeitos foram simplesmente esquecidos, já que geravam custos
adicionais em equipamentos.

Vozes e instrumentos acústicos geram naturalmente reverberações em


um ambiente. Porém, com a utilização dessas mesas de baixa qualidade, a
utilização desta técnica nestes instrumentos foi simplesmente esquecida,
deixando suas sonoridades mais “secas” e pobres…

Com as novas tecnologias, as mesas de som começaram a ser


fabricadas com efeitos embutidos, entre eles reverb e com menor custo.

Cabe ao técnico aplicar o reverb em doses bem moderadas na voz,


violões (e demais instrumentos de corda), bateria, afim de se criar uma
ambiência na sonoridade;

Página 62
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Posição das caixas de som - Determinadas caixas emitem


frequências, que se posicionadas corretamente, conseguirão ser melhor
aproveitadas. Caixas de grave devem ficar no chão, pois suas vibrações
conseguem se espalhar através das vibrações do solo. Frequências médias
e agudas devem estar suspensas, através de tripés ou de suspensão como
Line Arrays. Cabe ao técnico, sempre que possível, manter o
posicionamento estéreo (L e R) das caixas;

Ligando e desligando sistemas de som - Muitas vezes, para


simplificar o uso de sistemas de som em igrejas, criam-se uma chave ou
disjuntor único que liga todo o sistema de uma só vez, dispensando assim o
auxílio de um técnico para ligar todo o sistema em uma sequência lógica.
Nisso, muitas vezes os volumes de um amplificador de potência ou de uma
mesa de som, ou seu phantom power já estão acionados ou no máximo
quando ligados, o que causa um desgaste gradual do equipamento, além do
grande e indesejável estouro nas caixas de som.

Portanto é importante que o técnico inicie a ligação de um sistema de


som pela mesa de som e depois indo para os demais equipamentos até
chegar nos amplificadores ou caixas ativas. E para fazer o desligamento, ele
deverá abaixar todos os volumes de faders e pré amplificadores e logo em
seguida efetuar o processo inverso, com a mesa de som sendo a última a
ser desligada;

Música é sinergia - É preciso um enorme trabalho de conscientização


entre toda a equipe de técnicos, cantores e músicos, em que a música em
sua essência precisa estar com seus instrumentos em perfeita sintonia e
devidamente conectados como um jogo de quebra-cabeças. Em que
nenhuma parte deve se sobressair da outra. Cada instrumento completa o
outro. É como uma conversação. E não o contrário, em que muitas vezes
parece uma disputa de qual instrumento ou voz aparece mais.

Página 63
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Nomenclaturas da Profissão
Algumas definições foram criadas ao longo dos tempos para definir as
profissões executadas no meio musical:

Técnico de som - Prepara, mantém, repara, projeta toda a conexão física


do som e o deixa pronto para o operador. Geralmente é funcionário da
empresa que aluga o som;

Operador de som - Executa o processo de mixagem do som durante os


eventos. Geralmente é funcionário do músico;

Engenheiro de som - Geralmente atua nos estúdios, faz todo o processo


de criação sonora, todo controle de processos, automações, edições,
mixagem de tracks e todo processo criativo na elaboração musical.
Geralmente é um profissional autônomo contratado para um determinado
projeto;

Produtor musical - Trabalha juntamente com o Engenheiro de som em um


estúdio, no projeto de um CD ou DVD, e é geralmente o profissional que tem
a visão geral e conceitual de todo o projeto. Cada detalhe como ordem das
músicas, tonalidade, forma de tocar, músicos, música que irá fazer sucesso,
enfim. Um produtor musical pode alavancar ou destruir a carreira musical de
um artista;

Auxiliar de som - Geralmente um estagiário que auxilia o técnico tanto nos


palcos quanto em estúdios;

Roadie - Responsável pelo transporte, montagem, instalação de caixas de


som, instrumentos, cabos, periféricos, mesas, estruturas, andaimes,
montagem de palcos, arrumação, afinação e regulagem de instrumentos
musicais;

Página 64
Curso Básico de Áudio em Igrejas - Wellington Rodrigues - 1ª Edição

Considerações Finais
Todas as informações contidas neste curso são para o aluno como um
pontapé inicial para um mundo inesgotável de possibilidades e recursos. O
conhecimento adquirido aqui deve ser observado e praticado de forma
incansável.

Não tenha medo de tentar, de explorar, de arriscar, de buscar novas


soluções. No início, muitos erros poderão acontecer, a mixagem pode não
ficar do jeito que o aluno espera ou como a igreja necessita. Porém não
desista. Comparando à arte de se preparar um alimento, a arte de
sonorização é algo que vai se aprimorando com o tempo e muita prática. O
exato tempero, ponto de calor, ingredientes, cuidados no preparo, além do
aspecto visual, todos são fundamentais para uma boa refeição,
consequentemente para uma boa sonorização.

Portanto, bon appétit!!!

Wellington Rodrigues

Página 65

Você também pode gostar