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Introdução 

Nesta aula, você conhecerá sobre a história do Cateter Central de Inserção


Periférica, bem como, sobre os aspectos legais de enfermagem para PICC.
Para isso, deverá refletir sobre:

 Quais os aspectos legais de enfermagem para realizar a PICC?


 Qual é a história da PICC?
 Quem foi Werner Theodor Otto Forssmann?

Fique tranquilo, pois todos esses temas serão desenvolvidos ao longo desta
aula.
Ao final é esperado que você seja capaz de:

 Compreender a história do Cateter Central de Inserção Periférica;


 Entender os aspectos legais de enfermagem para o Cateter Central de
Inserção Periférica.

História e aspectos legais do PICC


A administração de terapia intravenosa através de cateteres venosos
periféricos (CIP) ou periféricos centrais (PICC) é um dos procedimentos mais
comuns de enfermagem realizados em contextos clínicos. O PICC é
confeccionado em materiais bioestáveis e biocompatíveis e de baixa
trombogenicidade (silicone, poliuretano e carbotano), inserido por meio de veia
periférica e posicionado na veia cava superior ou inferior, sendo indicado para
pacientes em uso de terapia intravenosa com drogas irritantes e vesicantes
(drogas vasoativas, antibióticos e quimioterápicos), nutrição parenteral,
transfusão sanguínea e infusões hipertônicas.
A inserção do PICC deverá ser realizada pelo profissional enfermeiro(a). De
acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio da
resolução 258/2001, reconhece a inserção do PICC, como competência do
enfermeiro que possua formação adequada, porque é esse profissional que
deverá avaliar o paciente e estabelecer critérios para a passagem do cateter,
como também prestar a melhor assistência e conforto do paciente.
É também da responsabilidade do enfermeiro o manuseio e sua manutenção
adequada, observar as indicações e contraindicações, análise dos riscos e
benefícios do procedimento, o reconhecimento das questões ético-legais e
preservação da rede venosa do paciente.
História do cateter central de inserção periférica

Imagem 1 - Procedimento PICC. 


Em 1929, o PICC foi descrito pela primeira vez na literatura como uma
alternativa de acesso venoso central por um médico alemão recém-formado
chamado Werner Theodor Otto Forssmann, concluiu o curso de Medicina na
Universidade de Berlim, em 1929. Foi pioneiro no cateterismo cardíaco pelo
qual recebeu o prêmio Nobel de 1956. Trabalhou no Hospital de Caridade de
Berlim e no Hospital Municipal de Mainz. Fez treinamento em Urologia no
Hospital Rudolf Virchow, em Berlim. Foi chefe de Clínica Cirúrgica no Hospital
Municipal de Dresden-Friedrichstadt  e no Hospital Robert Koch, em Berlim.
Em 1929, recém-formado, “desenvolveu uma teoria inspirado por um esboço
em seu livro de texto de fisiologia mostrando um longo tubo sendo colocado na
veia jugular de um cavalo e guiado no coração do animal, isso o convenceu de
que um experimento, embora fosse contra o desejo do chefe do seu
departamento, poderia ser feito em humanos, perseverante convenceu Gerda
Ditzen a enfermeira da sala de cirurgia encarregada dos suprimentos estéreis
em Eberswalde, para ajudá-lo enquanto segurava as chaves do armário onde
havia um cateter de comprimento suficiente". "Inseriu uma cânula em sua veia
antecubital esquerda, através da qual ele passou um cateter de 65 cm de
comprimento, ele se lembrou de sentir dor progressiva e calor enquanto o tubo
se movia. Então, com Ditzen, ele caminhou até o departamento de raios-X,
onde sob a orientação de um fluoroscópio ele avançou ainda mais o cateter em
sua cavidade ventricular direita. Uma vez que o tubo tinha chegado ao seu
destino, o técnico tirou a imagem de raio-X antes de ser removido”. “O relato do
experimento de Forssmann foi publicado no jornal Klinische Wochenschrift em
novembro de 1929. No entanto, apesar do pouco interesse da comunidade
médica, Forssmann continuou com seus experimentos, desenvolvendo
posteriormente o uso de cateterismo na virilha para alcançar a veia cava
inferior através das veias femorais”. Depois, repetiu a cateterização em uma
paciente terminal e obteve melhora com o uso de medicamentos por essa via.
Forssmann passou vários anos enfrentando oposição e críticas em vez de
respeito e reconhecimento por avançar no campo da assistência cardíaca.
No início da II Guerra Mundial, serviu ao exército alemão, chegando ao posto
de Major Cirurgião. Foi preso pelos aliados e só foi libertado em 1945.
Enquanto estava preso, seus escritos sobre a cateterização cardíaca foram
estudados nos Estados Unidos  por André Cournand e Dickinson Richards, que
desenvolveram a sua utilização para o diagnóstico de doenças do coração.
Em 1956, na companhia do francês André Cournand (1895-1988) e do norte-
americano Dickinson W. Richards (1895-1973), recebeu o prêmio Nobel de
Fisiologia e Medicina. Nesse mesmo ano, foi indicado Professor Honorário de
Cirurgia e Urologia na Universidade Johannes Gutenberg, em Mainz. A partir
de 1958, passou a chefe da divisão cirúrgica do Hospital Evangélico de
Düsseldorf. Em 1962, tornou-se membro do conselho executivo da Sociedade
Cirúrgica Germânica.
Também foi membro do American College of Chest Physicians, membro
honorário da Sociedade Sueca de Cardiologia, da Sociedade Germânica de
Urologia e da Associação Germânica do Bem-Estar da Criança.

O desenvolvimento da PICC ao longo do tempo


Aspectos Legais de Enfermagem para o PICC no Brasil
O aspecto legal está acordo com a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que
dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras
providências, cabe, privativamente ao enfermeiro, os cuidados de enfermagem
de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica
e capacidade de tomar decisões imediatas.
A Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em sua
RDC 45, de 12 de março de 2003, dispõe sobre a Regulamentação Técnica de
Boas Práticas de Utilização das Soluções Parenterais (SP) em Serviços de
Saúde, afirmando que é de responsabilidade do enfermeiro estabelecer o
acesso venoso periférico, incluindo o PICC.
A Resolução do COFEN 258/2001, diz que é lícito ao enfermeiro a inserção do
cateter periférico central e para o desempenho de tal atividade, tendo que ser
submetido a qualificação e ou capacitação profissional.
Ainda sobre o Cateter Central de Inserção Periférica, o Parecer do COREN-SP
043/2013, que fala sobre a passagem, cuidados e manutenção da PICC e
cateterismo umbilical, e conclui que a passagem e a retirada do PICC, inclusive
o guiado por ultrassom, é um procedimento que não constitui ato médico,
assim como a prática da anestesia local pelo enfermeiro para inserção do
PICC, pois as ações de enfermagem relacionadas à cateterização percutânea
estão determinadas pelo Conselho Federal de Enfermagem, como sendo
privativas do enfermeiro. Neste contexto, o profissional necessita estar treinado
e capacitado, pois além da habilidade técnica, o enfermeiro deve apresentar
competência científica e conhecimento a respeito das normas
regulamentadoras e dos princípios éticos para uma prática segura.
IMPORTANTE
O enfermeiro deverá registrar suas ações em prontuário, mediante
implementação do Processo de Enfermagem, previsto na Resolução
COFEN 358/2009.

Aspectos legais de enfermagem para o PICC

Imagem 2 - Aspectos legais


em PICC 
O COREN-SP, no parecer 006 de 2009, dispõe que durante a punção venosa
periférica para a inserção do PICC, a mesma deve ocorrer por enfermeiro
habilitado, auxiliado por outro enfermeiro, cabendo ao técnico e auxiliar de
enfermagem a manutenção do posicionamento adequado do paciente, o
fornecimento de materiais e equipamentos para a intervenção.
O Parecer nº 15/2014/COFEN/CTLN conclui que, mediante a existência de um
Protocolo Institucional, capacidade/qualificação profissional e/ou prescrição
médica, o enfermeiro habilitado à inserção do PICC poderá realizar o
procedimento de anestesia local, utilizando a lidocaína 1% ou 2% sem
vasoconstritor, em tecido subcutâneo, com a finalidade de inserção do PICC.
Assim como a utilização do ultrassom pelo enfermeiro no parecer do COREN -
SP 003/2009 “ ressalta-se que a realização da USV por enfermeiro tem por
finalidade melhorar as técnicas de punção vascular e inserção de cateteres
periféricos ou periféricos centrais, realizadas por esses profissionais, como um
importante instrumento da prática de enfermagem aos pacientes submetidos a
terapia intravascular, fazendo-se necessária a capacitação dos enfermeiros
para realização de punção vascular guiada pela USV com agregação de
valores culturais, conhecimentos e habilidades técnicas, que promovam a
máxima satisfação do paciente e da família e o mínimo, senão a ausência total,
de riscos que possam comprometer a qualidade e segurança pretendida.”
No Conselho Regional de cada estado brasileiro pode haver um parecer
relacionado à inserção, manutenção e retirada do PICC, guiado por ultrassom e
utilizando anestésico subcutâneo para a inserção do PICC, é importante que o
profissional de enfermagem busque essa informação no conselho do seu
estado, com a finalidade de se apropriar da legislação que rege a sua prática.

Recapitulando 
Nesta aula você aprendeu sobre o contexto histórico e os aspectos legais
sobre o PICC. No contexto histórico foi apresentada uma linha de tempo sobre
o PICC, iniciando em 1929, o PICC foi descrito pela primeira vez na literatura
como uma alternativa de acesso venoso central de inserção periférica por um
médico alemão recém-formado chamado Werner Theodor Otto Forssmann.
Werner serviu ao exército alemão, chegando ao posto de Major Cirurgião. Foi
preso e só foi libertado em 1945. Enquanto estava preso, seus escritos sobre a
cateterização cardíaca foram estudados nos Estados Unidos por André
Counand e Dickinson Richards.
Em 1956, na companhia do francês André Counand (1895-1988) e do norte-
americano Dickinson W. Richards (1895-1973), recebeu o prêmio Nobel de
Fisiologia e Medicina.
A partir de 1958, passou a chefe da divisão cirúrgica do Hospital Evangélico de
Düsseldorf.
Em 1962, tornou-se membro do conselho executivo da Sociedade Cirúrgica
Germânica. Também foi membro do American College of Chest Physicians,
membro honorário da Sociedade Sueca de Cardiologia, da Sociedade
Germânica de Urologia e da Associação Germânica do Bem-Estar da Criança.
Os aspectos legais sobre o PICC temos a Lei nº 7.498, de 25 de junho de
1986, cabe ao enfermeiro os cuidados de enfermagem de maior complexidade
técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar
decisões imediatas.
RDC 45, da ANVISA, de 12 de março de 2003, dispõe sobre a
Regulamentação Técnica de Boas Práticas de Utilização das Soluções
Parenterais (SP) em Serviços de Saúde, afirmando que é de responsabilidade
do enfermeiro estabelecer o acesso venoso periférico, incluindo o PICC.
Resolução do COFEN 258/2001, diz que é lícito ao enfermeiro a inserção do
cateter periférico central e para o desempenho de tal atividade, tendo que ser
submetido a qualificação e ou capacitação profissional.
O Parecer do COREN-SP 043/2013, que fala sobre a passagem, cuidados e
manutenção da PICC e cateterismo umbilical, e conclui que a passagem e a
retirada do PICC, inclusive o guiado por ultrassom, é um procedimento que não
constitui ato médico, assim como a prática da anestesia local pelo enfermeiro
para inserção do PICC.
O COREN-SP, no parecer 006 de 2009, dispõe que durante a punção venosa
periférica para a inserção do PICC, a mesma deve ocorrer por enfermeiro
habilitado, auxiliado por outro enfermeiro.
O Parecer nº 15/2014/COFEN/CTLN conclui que, mediante a existência do
Protocolo Institucional, capacidade profissional e prescrição médica, o
enfermeiro habilitado à inserção do PICC poderá realizar o procedimento de
anestesia local, assim como a utilização do ultrassom para avaliação da rede
venosa na inserção do PICC segundo o parecer COREN - SP 003/2009.

Introdução 
Nesta aula, você conhecerá mais sobre a anestesia local, sedação e soluções
não farmacológicas em PICC.
Para isso, deverá refletir sobre:

 O que é anestesia local?


 O que é sedação?
 Quais são as soluções não farmacológicas que podem ser utilizadas em
PICC? 

Todos esses temas serão desenvolvidos ao longo desta aula e ao final, você
será capaz de:

 Compreender sobre a anestesia local;


 Entender sobre a sedação;
 Citar algumas soluções não farmacológicas em PICC.

Anestesia e sedação
Anestesia local

Imagem 1 - Aplicação de anestesia local


Anestesia local é o bloqueio reversível da condução nervosa de determinada
região do corpo, mantendo o indivíduo em pleno estado de consciência,
conseguido quando são aplicadas no tecido nervoso substâncias anestésicas
em concentração apropriada. Quando aplicados em fibras nervosas, os
anestésicos locais bloqueiam a transmissão de impulsos nervosos em todo
território servido por esse nervo, impedindo os sinais de dor para o cérebro.
Apesar da denominação de locais, esses anestésicos utilizados têm
repercussões sistêmicas e afetam, sobretudo, o sistema cardíaco, o sistema
respiratório e o sistema nervoso central. Existem vários tipos de anestésicos
locais que diferem na absorção, toxicidade e duração da ação.
A anestesia local foi descoberta quando os povos andinos ao mastigar as
folhas de Erythroxylon coca, contendo a cocaína, observaram que isso
promovia uma dormência na língua. Em 1884, Carl koller utilizou a cocaína,
extraída da Erythroxylon coca, pela primeira vez, em cirurgias oftalmológicas e,
posteriormente, em odontologia, espalhando-se desde então. Contudo, a
cocaína cedo revelaria seu potencial de criar dependência e em 1905 foi
substituída pela procaína, a qual tem um poder anestésico similar e não
apresenta esse inconveniente. Aliás, de todos os anestésicos locais, a cocaína
continua a ser o único capaz de gerar dependência. Posteriormente, foram
introduzidos outros derivados, como a tetracaína (1933), a lidocaína (1948) e a
cloroprocaína (1955). Mais adiante, ainda, foram sintetizadas a mepivacaína
(1956), prilocaína (1960), bupivacaína (1963), etidocaína (1971), ropivacaína
(1997) e levobupivacaina (1999).
O mecanismo de ação do anestésico local se dá através do fechamento dos
canais de sódio das células nervosas, bloqueando o início da despolarização
da membrana, impedindo a excitabilidade da célula neuronal e a
condutibilidade do impulso nervoso, “certas fibras são mais suscetíveis a essa
ação do que outras; portanto, sensações, como pressão e vibração, podem
ainda estar intactas após a inibição da sensação de dor.”
O anestésico local age basicamente em nervos e membranas excitáveis. Em
nervos bloqueiam primeiro as fibras nervosas menores que são relacionadas
com a aferência à dor e posteriormente as fibras maiores relacionadas com o
tato e função motora. Embora os anestésicos locais sejam produzidos e
tenham por intenção agir sobre os nervos, também podem agir em membranas
excitáveis como por exemplo as fibras cardíacas pois tem a capacidade
antiarrítmica, ou seja de diminuir o ritmo cardíaco.
A estrutura molecular dos anestésicos locais é formadas por duas partes
distintas: hidrofóbica e hidrofílica, que são ligadas por uma amida ou éster,
dependendo de qual grupamento químico que faz essa ponte os anestésicos
locais podem ser classificados em:

Grupamento Amida:                

 Lidocaína                    
 Prilocaína
 Ropivacaína
 Bupivacaína
 Mepivacaína

Grupamento Éster

 Cocaína - fora de uso


 Procaína
 Tetracaina - uso tópico
 Benzocaína - uso tópico

O anestésico local também pode vir sob a forma de pomadas, cremes ou gel,
para aplicações superficiais na pele, que são os derivados de éster.
É importante destacar que o anestésico local atinge seu local de ação em
concentração suficiente para produzir a perda da sensibilidade dolorosa, mas
isso nem sempre ocorre, como em regiões inflamadas e infeccionadas, por
exemplo, em virtude, sobretudo, de alterações do pH dos tecidos, que é mais
ácido.
A anestesia local é geralmente realizada em combinação com anestesia geral
em crianças. Há uma série de vantagens nessa prática porque a profundidade
anestésica pode ser reduzida pela anestesia local, reduzindo potencialmente
as complicações de ambas as formas de anestesia.
Os efeitos tóxicos da lidocaína são raros e quando ocorrem é por injeção
intravascular inadvertida ou sobredose, portanto devemos calcular a dose
máxima do anestésico que será utilizado no procedimento, principalmente em
clientes neonatos e pediátricos, cujo peso varia. “Na população neonatal, a
pele e a mucosa são atenuadas e resultam em maior e mais rápida absorção
dos anestésicos. Essa é uma preocupação ainda maior em bebês prematuros
devido à diminuição da ligação às proteínas plasmáticas, as concentrações de
anestésicos locais livres são maiores no sangue.” “Quaisquer sintomas de
início agudo de inquietação, ansiedade, zumbido, tontura, visão turva,
tremores, depressão ou sonolência podem ser sinais de alerta precoce de
toxicidade do sistema nervoso central.”
Segundo a Infusion Nurses Society é recomendado o uso de agentes
anestésicos locais para reduzir a dor em todos os adultos e populações
pediátricas, por isso na inserção do PICC é realizado o botão anestésico na
pele antes de realizar a punção venosa e/ou a dilatação do vaso, uma vez que
as veias utilizadas para a inserção do dispositivo são mais profundas,
consequentemente melhoramos a experiência do cliente durante o
procedimento.

Tipo de anestesia local utilizada no PICC

Imagem 2 - Tipos de anestesia local


em PICC 

 Lidocaína 1% ou 2% sem vasoconstrição, subcutânea, com a dose


máxima recomendada para adultos 4,5 mg/Kg sem ultrapassar 300 mg e
em crianças e neonatos 4,0 mg/Kg sem ultrapassar 150 mg.
 A lidocaína é um fármaco de ação média, o início da ação ocorre
aproximadamente em 2 minutos e o tempo de ação é de 120 minutos.
 Os fármacos derivados da amina raramente causam reação alérgica,
menos de 1%.

Cuidados durante a infiltração da anestesia

Imagem 3 - Cuidados durante a infiltração da


anestesia 
 Não realizar movimentos de 360º com agulha no subcutâneo pois este
movimento poderá lacerar estruturas vasculares e nervosas causando
eventos adversos graves ao paciente;
 Utilizar a técnica em leque;
 Não realizar múltiplas punções na pele para infiltrar o anestésico;
 Atentar para cálculo da dose máxima permitida;
 Realizar uma punção única da pele, usando a agulha hipodérmica 13 x
0,4, e aplicar o anestésico em todas as suas camadas
(epiderme1, derme2 e hipoderme3);
 Respeitar o tempo mínimo de ação de 2 minutos;
 Para reduzir a sensação de ardor, aplicar lentamente.

Para conhecer mais sobre como proceder durante a infiltração da anestesia é


importante conhecer a estrutura da pele.
VERBETE

1. Epiderme – é a camada mais superficial da pele, constituída de epitélio


pavimentoso estratificado queratinizado (queratinócitos) e possui 5
camadas: camada basal, camada espinhosa, camada granulosa,
camada lúcida e camada córnea.
2. Derme – é a camada de tecido conjuntivo, abaixo da epiderme, no qual
estão imersos os anexos cutâneos, vasos sanguíneos, linfáticos e
nervos. A derme possui as chamadas papilas dérmicas, que são
projeções da derme para a epiderme.  É constituída de duas camadas:
papilar e reticular.
3. Hipoderme – é a camada mais profunda da pele formada por lóbulos de
adipócitos, o que a faz ser conhecida, também, como panículo adiposo.
A hipoderme confere à pele proteção mecânica (amortecedor de
traumas), termogênese (isolante térmico), armazenamento de energia
(depósito de calorias) e função endócrina (conversão periférica de
hormônios sexuais). Estão presentes nesta camada, além de adipócitos,
vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos.

IMAGEM DE PELE

Contraindicações da lidocaína

Imagem 4 - Contraindicações  
A lidocaína é contraindicada em pacientes com conhecida hipersensibilidade a
anestésicos locais do tipo amida ou a qualquer um dos componentes de sua
fórmula.
Os anestésicos locais associados a vasoconstritores tem por objetivo diminuir a
passagem de anestésico local, que foi injetado no subcutâneo, para o vaso
sanguíneo, consequentemente o efeito anestésico é prolongado,³ por isso as
soluções contendo epinefrina ou outros vasoconstritores devem ser evitadas,
pois no procedimento de inserção de PICC não há necessidade de prolongar a
meia vida da lidocaína.

Sedação

Imagem 5 - Sedação 
A sedação é uma técnica anestésica que diminui o nível de consciência de uma
pessoa para reduzir a ansiedade e melhorar o conforto em procedimentos
desagradáveis. Existem três graus de sedação, que são:

 Sedação leve;
 Sedação moderada;
 Sedação profunda.

Essa técnica anestésica não tem o objetivo principal de promover analgesia


(aliviar a dor), por isso, ela é comumente associada a outras técnicas
anestésicas como a anestesia local, raquianestesia/peridural e bloqueio de
nervos periféricos.
A sedação leve tem como intuito diminuir os níveis de ansiedade ao colocar a
pessoa em estado de relaxamento. O paciente se mantém acordado e reage
normalmente a estímulos como uma conversa.
Na administração de uma sedação moderada, o paciente aparenta estar
inconsciente, mas reage a estímulos como o toque e a fala.
Já a sedação profunda coloca o paciente em situação de mínima consciência,
sendo que ele reage apenas a estímulos dolorosos.
O sedativo pode ser por via oral, intramuscular, endovenoso ou inalatória. No
caso da técnica de sedação ser oral, o paciente recebe um comprimido ou
líquido (em caso de crianças). A via intramuscular é feita através de uma
injeção, normalmente no músculo do glúteo. Em ambos os casos, aos poucos
vai diminuindo seu nível de consciência.
A sedação por via endovenosa  é administrada diretamente na veia do
paciente, e sua ação é mais imediata.
Na inalatória, uma máscara com um gás sedativo é posicionada sobre a face
do paciente, sendo que, ao inalar esse gás, o paciente vai diminuindo seu nível
de consciência aos poucos.
O tipo de sedação a ser administrado dependerá da necessidade de cada
paciente em conjunto com o tipo de procedimento realizado. O profissional
envolvido é o médico capaz de administrar a dosagem correta sem provocar
depressão respiratória, assim como identificar a necessidade de complementar
a sedação durante todo o procedimento.
A sedação pela via oral e intramuscular são reservadas para os casos de
medicação pré-anestésica, em que são administrados esses medicamentos no
leito do paciente.
Diversas situações podem indicar a necessidade de sedação. As mais comuns,
são:

 Em conjunto com a anestesia local para procedimentos


como biópsias4, exérese5 de pequenos tumores de
pele, vasectomia6, blefaroplastia7, implante de marcapasso;
 Associado à técnica da raquianestesia/peridural8 e bloqueio de
nervos periféricos9;
 Para realização de exames endoscópicos10;
 Em procedimentos clínicos como a colocação de Dispositivo
Intrauterino (DIU)11;
 Durantes exames de tomografia em pacientes que não toleram ficar
imóveis, seja pela idade, dor ou alteração do nível de consciência;
 Pacientes em crises psiquiátricas;
 Em procedimentos de inserção de PICC e outros cateteres centrais
devido a necessidade da contenção química (PICC) para que o
procedimento seja realizado.

VERBETE
Saiba mais sobre cada procedimento que pode requer sedação.

4. Biópsia – é um exame que consiste na retirada de um fragmento de


uma parte do corpo (biópsia incisional) ou mesmo de um órgão ou lesão
como um todo (biópsia excisional).
5. Exérese cirúrgica – remoção ou extirpação cirúrgica de órgãos ou de
estruturas anatômicas.
6. Vasectomia – é um procedimento cirúrgico que impede o homem de ter
filhos. A cirurgia interrompe a circulação dos espermatozóides
produzidos pelos testículos e conduzidos para os canais que
desembocam na uretra, impedindo a gravidez.
7. Blefaroplastia – é uma cirurgia plástica que consiste na retirada do
excesso de pele das pálpebras, além de posicionar as pálpebras
corretamente, diminuindo a aparência cansada e envelhecida. Além
disso também pode ser realizada a retirada do excesso de gordura nas
pálpebras inferiores.
8. Raquianestesia/peridural – a diferença entre a anestesia raquidiana e
peridural é que na raquidiana o anestésico é aplicado no líquido que
envolve a espinha, enquanto na peridural a agulha não atinge o espaço
em que está o líquido.
9. Bloqueio de nervos periféricos – é um tipo de anestesia parcial que
tem por objetivo controlar a dor de uma forma mais duradoura. Com
essa técnica anestésica é possível reduzir a utilização de medicamentos
analgésicos sistêmicos potentes tanto no intraoperatório como no pós-
operatório.
10. Exames endoscópicos – são exames capazes de analisar a mucosa
do esôfago, estômago e duodeno (primeira parte do intestino delgado).
É feita através de um tubo flexível (conhecido por endoscópio) que
possui um chip responsável por capturar as imagens do sistema
digestivo através de uma câmera.
11. Dispositivo Intrauterino (DIU) – é um pequeno objeto de plástico em
formato de T inserido no útero para atuar como contraceptivo.

Reação adversa a sedação


Assim como em qualquer anestesia, a sedação pode resultar em uma reação
adversa ao paciente. Podem provocar náuseas, vômitos, labilidade emocional e
reações paradoxais como inquietação, agitação e delírio.  São raros os casos
de alergia medicamentosa.
A sedação pode provocar uma depressão respiratória intensa, e é justamente
para evitar esse risco grave que as sedações leves, moderadas e profundas
devem ser feitas e acompanhadas pelo profissional médico em um ambiente
que tenha os equipamentos adequados para atender possíveis urgências ou
emergências, promovendo assim uma assistência com eficiência.

Indicações da sedação em PICC

Imagem 6 - Indicações da sedação em


PICC 
A seguir conheça as indicações da sedação na passagem de PICC e o uso de
sedativos em clientes:
 neonatos
 pediátricos
 pacientes confusos: podem auxiliar na diminuição da agitação, a qual
dificulta tanto a punção venosa como a progressão do cateter;

A adoção de estratégias de sedação deve ser discutida com a equipe médica


e, se possível, com um especialista em anestesiologia.
A escolha do sedativo, via de administração, são condutas médicas, mas,
considerando que o enfermeiro exerce um papel central na inserção de PICC,
justifica - se a sua avaliação e indicação juntamente com a equipe médica.

Soluções não farmacológicas em PICC


A Infusion Nursing Society americana recomenda a utilização de estratégias de
controle da dor para bebês que incluem uma combinação de técnicas:
enfaixamento,  sucção não-nutritiva com sacarose ou leite materno fornecido
em uma chupeta. Em crianças pequenas a técnica de distração é eficaz, por
exemplo: livros, brinquedos, vídeos. O uso da realidade virtual por meio de um
ambiente simulado por computador acessado através de um dispositivo
montado na cabeça mostrou-se eficaz em crianças na diminuição da dor
associada à punção venosa. Empregar técnicas que reduzam o medo sempre
que possível através da distração por exemplo: ver televisão, conversar
durante o procedimento, mantendo a agulha/cateter fora do alcance da visão
do paciente.

Recapitulando 
Nesta aula você aprendeu sobre o que é a anestesia local, origem, efeito,
eventos adversos, bem como o anestésico utilizado na inserção do PICC.
Dentre os anestésicos locais a lidocaína é contraindicada em pacientes com
conhecida hipersensibilidade a anestésicos locais do tipo amida ou a qualquer
um dos componentes de sua fórmula e a importância de realizar.
Conheceu que a sedação é uma técnica anestésica que diminui o nível de
consciência de uma pessoa para reduzir a ansiedade e agitação, promovendo
conforto em procedimentos desagradáveis.
Também foi apresentado como o uso de soluções não farmacológicas no alívio
da dor durante a inserção do PICC também é recomendado, como a sucção
não nutritiva com sacarose ou leite materno e técnicas de distração para
diminuir o medo durante o procedimento.
Introdução 
Nesta aula, você conhecerá mais sobre os locais para a inserção de PICC e a
anatomia do local de inserção de PICC. Para isso, deverá refletir sobre:

 Quais são os locais que podem-se inserir o PICC? 


 Quais são as veias que podem ser utilizadas para inserção do PICC? 
 Quais locais seguros para a inserção de PICC? 

Todos esses temas serão desenvolvidos ao longo desta aula e ao final, você
será capaz de:

 Citar os locais para a inserção de PICC;


 Entender a anatomia do corpo humano para poder realizar a inserção de
PICC.

Desvendando a anatomia para a inserção de PICC

Cateter central de inserção periférica

Cateter Central 
Conforme foi apresentado no primeiro módulo deste curso o PICC é
confeccionado em material macio e flexível, inserido através de uma veia
periférica e posicionado na veia cava superior ou inferior.
Possui de um a três lumens e pode ser valvulado (proximal ou distal) ou não
valvulado. É termosensível, radiopaco, de paredes lisas e homogêneas, e
confeccionado em silicone, poliuretano ou carbonato. É inserido por técnica
direta ou técnica de seldinger modificada (micropunção) e punção com
ultrassom.
A Infusion Nursing Society recomenda o uso de ultrassom para a melhor
visualização e avaliação da rede venosa, incluindo: complacência, tamanho,
profundidade, trajeto da veia e anomalias vasculares (oclusão, estenose,
presença de material hiperecogênico) e identificar as estruturas que devem ser
evitadas: artérias e nervos. O uso da tecnologia também contribui na
assertividade da punção venosa.

Anatomia para a inserção do PICC

Anatomia para inserção do


PICC 

Os vasos
As artérias têm paredes elásticas e fortes, levam o sangue oxigenado do
coração ao restante dos órgãos e tecidos.
As veias têm a função de levar o sangue desoxigenado dos tecidos periféricos
de volta ao coração, são menos elásticas e fortes, não pulsam e têm válvulas
venosas que auxiliam no retorno do sangue venoso. Veias e artérias têm as
mesmas três camadas.

 Túnica Adventícia: é a camada mais externa, na microcirculação pode


absorver anestésicos transdérmicos e causam vasoconstrição, os
nervos simpáticos mantém o tônus vasomotor ou estado parcial de
contração;
 Túnica Média: mantém contração ou distensão do vaso, fenômeno
stress-relaxamento, o músculo liso inervado pelo sistema nervoso
simpático causa "luta / fuga" resposta provoca constrição;
 Túnica Íntima: camada interna da parede dos vasos é formada por
células endoteliais, estimula a resposta celular à infecção, produz fatores
para controlar a vasodilatação e constrição que controla o fluxo
sanguíneo local, quando há trauma do vaso ou na presença de fatores
de libertação de um corpo estranho promove a cascata de coagulação.
Válvulas Venosas
Mantém o sangue se movendo em direção única ao coração. São constituídas
de colágeno e elastina coberto com células endoteliais e pode ser visto como
nós ou protuberâncias após garrotear o membro.

Locais para a inserção de PICC

Locais para inserção da PICC 


Nos adultos, geralmente, o PICC é inserido no terço médio do braço, entre a
fossa antecubital e o ângulo da axila (veia basílica, braquial e cefálica).
Em neonatos, lactentes e pacientes pediátricos esses cateteres podem ser
inseridos em veias periféricas dos membros superiores (basílica, cefálica,
braquial e axilar), membros inferiores (safenas e poplítea), na cabeça (temporal
anterior e auricular posterior) ou no pescoço (jugular externa). Vale ressaltar
que nos lactentes, as veias dos membros inferiores podem ser usadas desde
que a criança não ande, uma vez que ela caminha deve ser evitada. A veia
jugular externa também pode ser utilizada para a canulação do PICC, porém
esse sítio não deve ser de primeira escolha, sendo utilizado preferencialmente
em situações de emergência.

Veias do Antebraço e Braço


As duas principais veias superficiais do membro superior, veias cefálicas e
basílica, se originam na rede venosa dorsal da mão. A veia cefálica percorre a
região lateral do antebraço e segue pela região lateral do braço, passa no sulco
deltopeitoral e quando perfura a membrana costo coracóide, desemboca na
veia de profundidade axilar. A veia basílica, também veia de superfície,
percorre a região medial do antebraço e segue pela região medial do braço,
quando chega no terço médio do braço perfura a fáscia profunda, unindo-se a
veia braquial para formar a veia axilar. Na região antecubital do membro há
uma comunicação da veia cefálica e basílica que se dá através da veia
intermédia do cotovelo, também podemos encontrar a veia intermédia do
antebraço, mas há muitas variações anatômicas dessa região, pois existem
várias veias tributárias que desembocam nas veias de superfície. A veia
braquial é a junção das veias ulnar e radial, que são as veias de profundidade
que irrigam o antebraço, no braço a veia braquial depois que cruza a borda
inferior do redondo maior torna-se a veia axilar. A veia axilar sobe e quando
cruza a linha da primeira costela torna-se a veia subclávia, que se une com a
veia jugular interna formando a veia braquiocefálica, que se une com a
braquiocefálica do lado oposto para formar a veia cava superior que
desemboca no átrio D.
Fonte: Kenhub | Acesso em 01/09/22 às 13h24 

Veia basílica
A veia basílica é uma das principais veias do membro superior, frequentemente
visualizável através da pele. Forma-se no punho, sobe pelo antebraço e braço,
além de chegar à axila, onde termina a partir da fusão com outras veias, para
formar a veia axilar.
Sua formação ocorre na face medial da rede venosa dorsal (também chamada
de rede venosa dorsal da mão), um conjunto de veias superficiais localizadas
no dorso da mão. Essas veias confluem entre si para formar as principais veias
do antebraço: medialmente, dão origem à veia basílica; lateralmente, formam a
veia cefálica.
A princípio, trata-se de uma veia superficial, localizada em meio à tela
subcutânea, superficialmente à fáscia do antebraço. Ainda superficial, ascende
pela face medial do antebraço e a porção inferior do braço. Seu percurso
superficial se dá pela face póstero-medial do antebraço e pela face ântero-
medial do braço.
No entanto, ao atingir o limite entre as partes média e inferior do braço, perfura
a fáscia do braço. Assim, torna-se profunda e adentra o sulco bicipital medial,
no qual passa a acompanhar a artéria braquial e o nervo cutâneo medial do
antebraço rumo à axila. Ao atingi-la, sofre fusão com outras veias, para originar
a veia axilar.
Vários autores divergem quanto a quais são essas veias. Alguns apontam que
as veias braquiais se unem à veia basílica, para formar a veia axilar. Outros já
indicam que os vasos são denominados de veias acompanhantes da artéria
axilar o fazem. Por outro lado, um outro autor afirma que é o caso das veias
acompanhantes da artéria braquial. De qualquer forma, todos esses autores
são unânimes no fato de que a veia axilar se origina a partir da união entre um
vaso superficial (a veia basílica) e vasos profundos, independentemente de
quais forem estes.
O sangue drenado pela extremidade ulnar (medial) da rede venosa dorsal é
repassado para a veia basílica, a nível do punho.
Além disso, existe uma veia, proeminente, que estabelece comunicação entre
as veias basílica e cefálica. Essa veia recebe o nome de veia intermédia do
cotovelo e se encontra na fossa cubital, ou seja, antes de a veia basílica se
tornar profunda à fáscia do braço. Mais especificamente, a veia intermédia do
cotovelo apresenta trajeto oblíquo, de superior para inferior e medial para
lateral, na face anterior do cotovelo, na fossa cubital. Quando é necessário
puncionar uma veia, seja ela para realizar uma medicação, transfusão ou
coleta de sangue, a veia intermédia do cotovelo é a preferida.
Há, ainda, a veia intermedia do antebraço, muito variável, que pode tributar
para a veia basílica. Isso pode ocorrer de maneira integral ou parcial. Neste
último caso, a veia intermédia do antebraço se bifurca em duas porções: a veia
intermédia basílica, que sofre união com a veia basílica, e a veia intermédia
cefálica, a qual se une à veia cefálica.
Por fim, observam-se veias perfurantes, que comunicam veias superficiais,
como a veia basílica, a veias profundas do membro superior.

Veias dos membros superiores 

Veia cubital mediana


Veia cubital mediana (ou veia basílica mediana), na anatomia humana, é uma
veia superficial do membro superior. Ela conecta a veia basílica e a veia
cefálica, sendo muito utilizada para punção venosa. Ela repousa na fossa
cubital superficial à aponeurose do músculo bíceps braquial. Veja, no anexo A,
todas as veias do braço.
Veias do dorso da mão
A rede venosa dorsal da mão é uma rede de veias formada pelas veias
metacarpais dorsais.

Veias da Cabeça e Pescoço


As veias da cabeça e pescoço, diferente das veias dos membros superiores e
inferiores, são avalvulares, pois a drenagem do sangue se dá através da
diferença de pressão. A veia temporal superficial, que se localiza na região
temporal da cabeça, desce e juntamente com as duas veias maxilares
desembocam na veia que fica atrás da mandíbula chamada veia
retromandibular que tem duas divisões anterior e posterior. A veia
retromandibular anterior se junta com a veia lingual e a veia facial e
desembocam na veia jugular interna e a veia retromandibular posterior se une
com a veia auricular posterior formando a veia jugular externa que tem uma
posição subcutânea enquanto a veia jugular interna é uma veia profunda. A
veia jugular externa desce superficialmente pelo pescoço e desemboca na veia
subclávia.
A veia jugular interna, desce pela região lateral do pescoço, se une com a veia
subclávia para formar a veia braquiocefálica. Uma grande parte do fluxo
sanguíneo da cabeça é drenado pela veia jugular interna que está junto com a
artéria carótida comum e nervo vago, ela possui uma única válvula na região
que se encontra com a veia subclávia para impedir o retorno venoso por
exemplo quando tossimos. A junção das veias braquiocefálicas formam a veia
cava superior.

Veias do pescoço 

Veia temporal superficial


A veia temporal superficial é uma veia da cabeça. Segue o trajeto da artéria
temporal superficial, fazendo a drenagem do couro cabeludo, a região temporal
parte da região frontal e da concha da orelha. Ela se origina com o plexo de
pequenas veias em um dos lados.

Veia jugular
Ela é uma veia que faz transporte de sangue da região cranioencefálica para a
veia subclávia e veia cava superior, drenando até o coração.
Existem as veias jugulares externas e internas, duas de cada lado do pescoço,
sendo que as jugulares internas têm calibre maior do que as externas.
Veia jugular interna
Saber verificar o pulso da veia jugular interna é muito importante, uma vez que
suas pulsações podem fornecer informações sobre a atividade do coração,
como os registros do eletrocardiograma e da pressão do átrio direito.
As pulsações da veia são transmitidas pelos tecidos adjacentes e podem ser
observadas profundamente ao músculo esternocleidomastoideo, acima da
extremidade medial da clavícula.
Como não existem válvulas na veia braquiocefálica ou na veia cava superior, a
onda de contração se propaga desses vasos para a veia jugular interna. As
pulsações são especialmente visíveis quando a cabeça da pessoa está mais
baixa do que os pés. O pulso dela aumenta consideravelmente em condições
como a da doença da valva atrioventricular esquerda, em que a pressão na
circulação pulmonar e no lado direito do coração é elevada.
Veia jugular externa
A veia jugular externa se origina na região próxima ao ângulo da mandíbula,
através da união da divisão posterior da veia retromandibular com a veia
auricular posterior. Ela cruza o músculo esternocleidomastoideo em direção
oblíqua, profundamente ao platisma, e perfura a lâmina superficial da fáscia
cervical, na margem posterior do músculo esternocleidomastoideo. A veia irá
se direcionar para a parte inferior da região cervical lateral, desembocando na
veia subclávia.
CURIOSIDADE
A veia jugular externa atua como um barômetro (medidor de pressão)
interno. Na maioria das vezes, quando a pressão venosa está dentro da
faixa normal, apenas uma pequena parte da jugular externa é visível
acima da clavícula. Entretanto, quando a pressão venosa aumenta (no
caso de insuficiência cardíaca, por exemplo), a veia jugular externa se
torna proeminente em todo o seu trajeto ao longo da face lateral do
pescoço.
Dessa maneira, a observação rotineira à procura de distensão da veia
durante exames físicos pode fornecer sinais diagnósticos de insuficiência
cardíaca, obstrução da veia cava superior, aumento dos linfonodos
supraclaviculares ou aumento da pressão intratorácica.
Veias do Membro Inferior
No arco venoso dorsal e plantar do pé formam-se duas principais veias: veia
safena magna e a veia safena parva. A veia safena magna é utilizada para
revascularização do miocárdio (ponte de safena) e para acesso venoso, porque
é uma veia de fácil acesso, longa e tem poucas válvulas, tem várias veias
tributárias ao longo do seu trajeto. Ela passa anterior ao maléolo medial,
percorre a perna pela região medial, região medial do joelho, região medial da
coxa, na região inguinal perfura a fáscia lata e desemboca na veia femoral. A
veia safena parva sai do arco venoso do pé, passa na região posterior ao
maléolo lateral, sobe pela região posterior da perna, na região poplítea da
perna perfura a fáscia profunda e desemboca na veia poplítea.
As veias fibulares e tibiais anterior e posterior, são veias de profundidade e se
originam do arco venoso do pé, sobem pela perna e desembocam na veia
poplítea.
A veia poplítea tem uma trajetória ao lado da artéria poplítea e carrega sangue
da articulação do joelho e músculos, da coxa e da porção posterior da
panturrilha em direção ao coração. Quando ela cruza o hiato adutor se torna a
veia femoral. A veia femoral depois que cruza a linha inguinal se torna a veia
ilíaca externa que se junta com a veia ilíaca interna formando a veia ilíaca
comum que se junta com a veia ilíaca comum do outro lado formando a veia
cava inferior que desemboca no átrio direito.
As veias dos membros inferiores são valvuladas pois tem a função de impedir
que o sangue seja empurrado para baixo, a contração dos músculos da perna
assim como a própria pulsação das artérias próximas as veias ajudam a
drenagem do sangue para cima melhorando o retorno venoso.

Veias do membro inferior 


Veia poplítea
A veia poplítea tem uma trajetória ao lado da artéria poplítea e carrega sangue
da articulação do joelho e músculos na coxa e da porção posterior da
panturrilha em direção ao coração.

Veia safena

Imagem 5 - Veia safena


 
Fonte:LadyofHats, Public domain, via Wikimedia Commons
As veias safenas fazem parte do sistema venoso superficial, são duas safenas
em cada perna. A veia safena magna inicia no dorso do pé e termina na virilha;
a veia safena parva nasce no tornozelo em face lateral (lado de fora) e termina
na região poplítea (atrás do joelho). Em conjunto com milhares de veias
superficiais, realizam a drenagem do sangue do pé para o coração, em torno
de 10% do volume total. O restante do sangue é drenado pelo sistema venoso
profundo (veias mais internas da perna). Elas são de maior comprimento no
sistema venoso superficial, ligam-se ao sistema venoso profundo na região da
virilha e do joelho, e através das veias perfurantes.
A maior parte do sangue que retorna dos pés para o coração passa pelas veias
profundas, que ocorrem próximas à musculatura. Sendo assim, somente uma
pequena parte do sangue passa pelas veias superficiais, e é por isso que se
pode retirar ambas as safenas e ainda as varizes colaterais de uma perna sem
ter prejuízo no retorno do sangue.
Veia femoral

Imagem 6 - Veia femoral


 
Fonte:LadyofHats, Public domain, via Wikimedia Commons
No corpo humano, a veia femoral é um vaso sanguíneo que acompanha a
artéria femoral. Ela inicia no canal adutor (também conhecido como canal
de Hunter) e é uma continuação da veia poplítea. Ela termina na margem
inferior do ligamento inguinal, onde muda de nome e se torna a veia ilíaca
externa. Diversas veias são coletadas para a veia femoral:

 veia circunflexa femoral lateral; 


 veia circunflexa femoral medial;
 veia femoral profunda;
 veia safena magna.

A veia poplítea, após passar o hiato dos adutores, recebe o nome de veia
femoral.
CURIOSIDADE
Anastomose significa ligação entre artérias, veias e nervos os quais
estabelecem uma comunicação entre si. A ligação entre duas artérias
ocorre em ramos arteriais, nunca em troncos principais. Às vezes duas
artérias de pequeno calibre se anastomosam para formar um vaso mais
calibroso. Frequentemente a ligação se faz por longo percurso, por vasos
finos, assegurando uma circulação colateral.
O Polígono de Willis (melhor estudado em “Vascularização do SNC”) é um
exemplo de vasos que se anastomosam, formando um polígono. Esse
processo ocorre no cérebro para garantir uma demanda adequada de
oxigênio às células nervosas, ou seja, caso ocorra a obstrução de uma
artéria cerebral, a região irrigada pelo vaso lesado ainda receberá sangue
proveniente de outra artéria do polígono, preservando o tecido nervoso.

Recapitulando 
Nesta aula você conheceu mais sobre os locais para inserção de PICC, bem
como a anatomia dos vasos e quais principais veias utilizadas para o
procedimento. Assim podemos destacar:

 A veia cefálica é uma das principais veias do membro superior,


frequentemente visualizável através da pele no antebraço.
 A veia basílica é a veia de primeira escolha quando a inserção ocorre no
braço com a utilização do ultrassom.
 Veia intermédia do antebraço e cotovelo (ela conecta a veia basílica e a
veia cefálica, sendo muito utilizada para punção venosa com a técnica
direta).
 A rede venosa dorsal da mão é uma rede de veias formada pelas veias
metacarpais dorsais.
 A veia poplítea tem uma trajetória ao lado da artéria poplítea e carrega
sangue da articulação do joelho e músculos na coxa e da porção
posterior da panturrilha em direção ao coração.
 As veias safenas fazem parte do sistema venoso superficial, são duas
safenas em cada perna.
 Veia femoral que é um vaso sanguíneo que acompanha a artéria
femoral. Ela inicia no canal adutor e é uma continuação da veia poplítea.
 Veia temporal superficial que é uma veia da cabeça.
 Veia jugular que é uma veia que faz transporte de sangue da região
cranioencefálico para a veia subclávia e veia cava superior, drenando
até o coração.
 Veia jugular interna, as pulsações da veia são transmitidas pelos tecidos
adjacentes e podem ser observadas profundamente ao músculo
esternocleidomastóideo, acima da extremidade medial da clavícula.
 Veia jugular externa, ela se origina na região próxima ao ângulo da
mandíbula, através da união da divisão posterior da veia retromandibular
com a veia auricular posterior.

Introdução 
Nesta aula, você conhecerá mais sobre as indicações, vantagens e restrições
para o uso da PICC, contraindicações absolutas e tipos de cateteres
encontrados. Para isso, deverá refletir sobre:

 Quais são as indicações para a PICC? 


 Quais são as vantagens para o uso da PICC? 
 Quais são os tipos de cateteres encontrados para a PICC? 

Todos esses temas serão desenvolvidos ao longo desta aula e ao final, é


esperado que você seja capaz de:

 Entender as indicações, vantagens e restrições para o uso da PICC;


 Compreender as contraindicações absolutas para o uso da PICC;
 Citar os tipos de cateteres encontrados.

Cateter Central de Inserção Periférica


O PICC é um tipo de cateter de média a longa duração que é inserido em
pessoas que precisam de terapia infusional, com medicamentos injetáveis
(benefício primário) e que precisam coletar sangue (benefício secundário)
várias vezes. O procedimento de implantação do PICC é feito sob anestesia
local.
É importante ressaltar que o PICC tem critérios de indicações, e não deve ser
um substituto do cateter central de curta permanência, do periférico curto e
longo ou do cateter midline.
Quando o paciente é admitido na Unidade Hospitalar, o enfermeiro deverá
realizar a avaliação da rede venosa periférica dos membros superiores e/ou
inferiores e, se previsto o uso de PICC, é recomendado o consentimento
informal do paciente ou acompanhante sobre o procedimento.

Indicações para PICC


Imagem 1 - PICC
 
Fonte: Jakembradford, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons
São indicados para a utilização de PICC:

 Rede venosa deficiente que requeira múltiplas tentativas de punção;


 Administração de drogas irritantes ou vesicantes, ou seja, com ph
extremo;
 Terapias que excedam a 4 dias de duração (INS);
 Administração de hemoderivados;
 Prematuridade;
 Terapias hipertônicas;
 Quimioterapia;
 Terapias hiperosmolares - Nutrição Parenteral Total (NPT);
 Monitorização da Pressão Venosa Central (PVC), cateter POWER
PICC® ou pró PICC®;
 Administração de drogas incompatíveis (cateter duplo lúmen).

CURIOSIDADE
Cateter POWER PICC ou Pró PICC - são cateteres de alto fluxo e alta
pressão.

Vantagens da PICC

Imagem 2 - Vantagens 
 Redução da ansiedade e dor causadas por repetidas punções
periféricas;
 Permite a administração de qualquer medicação da terapia infusional
(antimicrobianos, antivirais, Drogas Vasoativas (DVA) Nutrição
Parenteral, contraste e outras drogas);
 Permanência com o dispositivo até o término do tratamento;
 Baixo índice de infecção quando comparado aos outros cateteres
centrais;
 Qualidade no tratamento;
 O procedimento de inserção pode ser feito a beira leito;
 Não restringe os movimentos;
 Redução do tempo dos profissionais;
 O cliente recebe a terapia proposta;
 Redução de custo da inserção;
 Menor número de eventos adversos relacionados a inserção e
manutenção.
 Desospitalização do cliente;
 Satisfação do cliente, da equipe de enfermagem e da equipe médica;
 Traz receita à instituição.

CURIOSIDADE
A fluoroscopia é uma varredura diagnóstica usada para estudar o
movimento de estruturas do corpo. Para saber mais sobre
fluoroscopia clique aqui.

Contraindicações relativas no PICC

Imagem 3 - Restrições 

 Alteração anatômica decorrente de cirurgias ou traumas (por exemplo:


esvaziamento ganglionar axilar);
 Alteração osteoarticular (atrofia ou rigidez);
 Má formação do membro;
 Trombose venosa prévia com recanalização;
 Flebites e tromboflebites;
 Dermatite, celulite ou queimadura próxima ao sítio de inserção;
 Tamanho inadequado da veia (ocupação do vaso >45%);
 Presença de marcapasso (possível falha de progressão);
 Paresia ou plegia do membro (devido à alteração fluxo sanguíneo
normal e sensação diminuída que evitaria relatar a dor associada a
lesão nervosa e outras complicações);
 Histórico de insucesso em passagem anterior por falha de progressão;

Contraindicações absolutas no PICC

 Ausência de veias possíveis de punção;


 Insuficiência renal crônica candidato a fístula arterio venosa (a inserção
do PICC diminui a chance de confecção da fístula);
 Dissecção ou pseudoaneurisma do vaso prévia;
 Presença de fístula arterio venosa no membro;
 Trombose venosa profunda aguda da veia a ser puncionada e/ou do
trajeto das veias que drenam o sangue ao coração;

Tipos de cateteres de PICC

Imagem 4 - Cateter
PICC
Fonte: Nurseirie,CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons  

Classificações conforme material, fluxo e pressão


O cateter é constituído por três materiais, que são: silicone, poliuretano e
carbotano.
Silicone Carbotano e poliuretano

Alta biocompatibilidade,
flexível,  suporta menor
pressão e baixo fluxo,
paredes do cateter
Material mais resistente, que apresenta boa flexibilidade (em comparação com
espessas, o que
silicone mais rígido maior risco de efeito memória), suporta alto fluxo e pressão,
ocasiona diâmetro interno
paredes mais finas permitindo um diâmetro interno maior e consequentemente
reduzido (lúmen
maior fluxo de infusão e aspiração, menor risco de ruptura.
reduzido) e por isso fluxo
gravitacional fica
comprometido, maior
risco de ruptura.

Para compreendermos melhor, o fluxo é todo movimento constante de um


fluido. Cada um desses materiais já relatados de que são feitos o PICC, você
determinará o fluxo, que influenciará no momento da infusão.
Veja, na tabela abaixo, um resumo:
Cateter de alto fluxo e alta
Cateter (via) de baixa pressão Cateter Bioflo®
pressão

a. Cateter (via) de alta


pressão;

Via ou ramber de coloração Cateteres de ca


roxa; última geração em
Esse tipo de cateter vem sem
b. Todos os cateteres de alta tecnologia
descrição no clamp ou escrito “No
pressão apresentam a antitrombogênico
CT”.
informação no CLAMP ou de até 87% em
RAMBER com ml/ trombos em sua s
segundo/ máximo;
c. 1 ml (pediátrico);
d. 4 ml, 5 ml ou 6 ml (adulto).

Característica

Resistência

Flexibilidade

Fluxo

A tabela a seguir apresenta um comparativo entre os tipos de materiais em


relação às características: resistência, flexibilidade e fluxo do PICC:

Características do cateter 
A tabela a seguir apresenta as principais características de cada tipo de
cateter.
Cateteres de ponta aberta não valvulados e cateteres valvulados
Podemos classificar os cateteres em ponta aberta valvulado ou não valvulado.
No cateter de ponta aberta não valvulado o que impede o retorno venoso para
a luz do lúmen do cateter é o clamp, depois de finalizada a infusão da
medicação, o cateter deve ser lavado com soro fisiológico a 0,9% em
turbilhonamento e no final da infusão realizar uma pressão positiva e fechar o
clamp, isto impedirá o retorno de sangue para o lúmen do cateter.
Já o cateter de ponta aberta valvulado possui uma válvula proximal, ou seja,
próximo ao hub do dispositivo que impossibilita o retorno venoso para a lúmen
do cateter, pois a válvula gera a pressão positiva quando o dispositivo não está
sendo mais usado, isto proporciona maior segurança ao paciente reduzindo os
riscos de embolia gasosa e o acúmulo de fibrina no seu interior e
consequentemente o risco de infecção pois sabemos que ela está intimamente
ligada a obstrução do dispositivo. O cateter com a válvula distal não é ponta
aberta porque a válvula está na ponta do cateter.
É possível diferenciar os cateteres valvulados dos não valvulados pela
presença ou não do clamp. Todo cateter valvulado não tem clamp e todo o
cateter não valvulado tem clamp.
Os cateteres valvulados e sem válvula devem ter o seu sistema fechado, após
a inserção, com os conectores que geram ou não pressão positiva ou negativa
CURIOSIDADE
Conheça algumas vantagens sobre o Conector valvulado:

 Diminuir incidência de infecção;


 Realizar a troca de acordo com a recomendação da CCIH;
 A cada vez que for utilizar faça assepsia com álcool a 70%. por 5 a 10
segundos.

O quadro comparativo a seguir apresenta as principais característica das


válvulas Groshong e PSAV:
Os cateteres valvulados, segundo os fabricantes, diminuem a taxa de
obstrução/infecção, durante a permanência do dispositivo, só que a utilização
incorreta do cateter pela equipe assistencial, ou seja, usar medicações
incompatíveis na mesma via, não realizar o turbilhonamento e o método de
SAS, ainda assim podem comprometer a patência da via.

Classificação conforme o número de lumens


O lúmen é o interior do cateter, sua luz interna, através do qual é infundida a
terapia. Os cateteres podem ser divididos por número de lúmens, ou seja, no
seu interior pode haver um lúmen, dois lumens ou três lumens. O dispositivo a
ser inserido deve ser escolhido, conforme a necessidade da terapia infusional
proposta, condição clínica do paciente, avaliação da rede venosa e tempo de
terapia, ou seja se o paciente é adulto tem uma condição clínica grave, está na
UTI, tem prescrição médica de droga vasoativa, nutrição parenteral e
antibioticoterapia, o melhor cateter a ser inserido, diante desse cenário, seria o
triplo lumen porque requer a infusão de duas drogas em via exclusiva (NPT e
DVA) a outra via ficará para as drogas intermitentes e coleta de sangue. É com
a avaliação do contexto na qual o paciente está inserido que o cateter, com
relação ao número de lumens, deve ser escolhido.
A tomada de decisão muitas vezes não é somente do enfermeiro insertador,
mas da equipe multiprofissional responsável pelo tratamento e cuidado do
paciente, e por isso compartilhar com a equipe assistencial a tomada de
decisão será a mais assertiva possível. Os cateteres têm descrito o diâmetro
interno em gauges em cada via.

Medidas dos cateteres

Diâmetro externo (French -  1.8 a 6 FR):

 É a medida do diâmetro externo dos cateteres e instrumentos médicos


cilíndricos (equivale a 0,33 mm);
 Quanto maior o French, maior o diâmetro do cateter, não deve ocupar
mais de 33% a 45% do diâmetro do vaso;

Diâmetro interno (Gauge -  28 a 17Ga):

 Gauge: medida gradual, calibre de agulhas (quanto maior o Gauge,


menor é o calibre do cateter);
 Volume do prime;
 Valor da pressão tolerado.
Introdutores
Introdutor é o dispositivo para acessar o vaso, colocado através do fio guia,
depois que se faz a inserção do cateter por ele, você deverá rompê-lo, como se
estivesse descascando uma banana, tornando-se em duas partes. Ele lembra
um jelco, só que no final você o quebra.

Fio guia do cateter


O cateter pode apresentar, também, o fio guia, que é nada mais que um fio de
metal dentro do cateter.

 É utilizado para dar mais firmeza ao cateter e facilitar sua introdução/


progressão através da veia;
 Fio guia hidrofílico;
 Requer flushing antes da inserção;
 Tracionar cerca de 1 cm do local do corte do cateter;
 Nunca usar força para remover o fio guia;
 Nunca corte o cateter junto com o fio guia.
 Não utilizar para outro fim.

Fio guia da punção

 Possui cobertura hidrofílica, núcleo em nitinol e platina e revestimento


em poliuretano;
 É inserido quando a veia é puncionada, garantindo a punção venosa
depois que a agulha é retirada;
 É a ligação do meio externo ao meio intravascular, e é através dele que
o introdutor será colocado;
 Excelente visibilidade a radioscopia, boa orientação mesmo em vasos
tortuosos, resposta segura aos movimentos, mobilidade sem atrito ou
fricção;
 A ponta é flexível para que não cause falso trajeto na veia (nunca deve
ser inserido pelo lado contrário, ou seja pelo lado rígido);

IMPORTANTE
Se não salinizar o cateter poderá causar embolia gasosa no paciente.
Vamos imaginar que você irá passar um PICC agora. É necessário que você
realize os seguintes passos:

 1º Passo: Avaliação Pré Procedimento


o Avaliar o quadro clínico do cliente (diagnóstico, antecedentes
pessoais, conduta);
o Terapia intravenosa proposta;
o Se possível avaliar exames de imagem (tomografia de tórax,
ultrasom doppler de membros superiores, Rx de tórax);
o Avaliar histórico de inserções anteriores (através de registros ou
coleta de dado pelo enfermeiro) e definir critérios de indicação ou
contra- indicação;
o Definir o cateter que será inserido, com relação ao número de
lumens, que condiz com a terapia proposta; 
o Explicar o procedimento ao paciente e as vantagens e
desvantagens (explicando indicações, benefícios, cuidados e
riscos);
o Solicitar a assinatura do termo de consentimento livre esclarecido
(de acordo com a política de cada instituição);
 2º Passo: Avaliação da Rede Venosa
o Avaliar com ultrassom a rede venosa do membro escolhido, se a
escolha for pelo membro superior demarcar a zona ZIM;
o Escolher a veia para a punção e marcar o local de inserção;
o Nos neonatos, no qual se usa a técnica direta (excalibur), avaliar
a rede venosa na técnica convencional (visualização e palpação);
o Medir o tamanho que o cateter será cortado;
 3º Passo: Procedimento propriamente dito
o Separar o material necessário para realizar o procedimento
(cateter, capa do ultrassom com o guia, seringas, agulhas,
frasco/ampola de lidocaína 1% ou 2%, gaze estéril, ampola de
soro fisiológico 0,9%, kit de pinças);
o Separar o material para paramentação (Barreira Máxima - campo
estéril, avental estéril, luva estéril);
o Separar o material para a degermação e antissepsia da pele
(escova de clorexidine degermante, clorexidina alcoólico 0,5% ou
2%, seguir a recomendação da CCIH);

Recapitulando 
Nesta aula você aprendeu que o PICC é um tipo de cateter de média a longa
duração (pode durar meses a anos), é realizado em pessoas que precisam
receber terapia infusional cuja medicação é incompatível com a infusão por
rede venosa periférica.
Conheceu algumas indicações e contra-indicações relativas e absolutas para
PICC, principalmente para pacientes sob cuidados intensivos, terapias
medicamentosas que excedam a quatro dias de duração, administração de
drogas incompatíveis, entre outros. Bem como foi apresentado as
características do dispositivo com relação ao material, fluxo e pressão, a
presença de válvulas ou não e número de lúmen, e a importância de
compartilhar as decisões com a equipe multiprofissional responsável para se
obter a melhor tomada de decisão.

Introdução 
Nesta aula, você conhecerá sobre o sistema venoso, estrutura geral dos vasos
sanguíneos e os melhores vasos para PICC. Para isso, deverá refletir sobre:

 Como é o sistema venoso? 


 Qual é a estrutura geral dos vasos sanguíneos? 
 Quais são os melhores vasos para a PICC? 

Todos esses temas serão desenvolvidos ao longo desta aula e ao final, é


esperado que você seja capaz de:

 Compreender o sistema venoso;


 Citar os melhores vasos para PICC.

Conhecendo o sistema venoso para inserção de PICC

Sistema venoso 
Imagem 1 - Sistema venoso 
No sistema venoso as veias levam de volta ao coração o sangue proveniente
de todos os órgãos do corpo. As grandes veias são paralelas às grandes
artérias e, geralmente, partilham o mesmo nome, porém, as veias do sistema
venoso são mais difíceis de identificar do que as das artérias. Várias veias
pequenas sem nomes formam redes irregulares e ligam-se às grandes veias.
Assim, muitas veias, sobretudo as dos braços e pernas, têm válvulas em um só
sentido. Cada uma dessas válvulas é composta por duas abas (cúspides ou
folhetos) com bordas que se unem. O sangue, movendo-se em direção ao
coração, empurra essas cúspides e as abre como portas giratórias de sentido
único. Se a gravidade ou contrações musculares tentarem puxar o sangue para
baixo ou se o sangue começar a se acumular em uma veia, as cúspides se
fecham ao serem empurradas, impedindo o fluxo retrógrado. Desse modo, as
válvulas contribuem para que o sangue volte ao coração, abrindo-se, quando o
sangue flui para o coração e fechando-se na possibilidade de fluxo retrógrado,
causado pela gravidade.
O corpo possui veias superficiais, localizadas na camada gordurosa
subcutânea e veias profundas, localizadas nos músculos e ao longo dos ossos.
As veias curtas, denominadas veias tributárias, ligam as veias superficiais às
veias profundas.
As veias profundas têm um grande papel na propulsão de sangue para o
coração. As válvulas de sentido único das veias profundas evitam que o
sangue retroceda, e os músculos que as rodeiam as comprimem, ajudando a
impulsionar o sangue para o coração. Os músculos fortes da panturrilha são
especialmente importantes, uma vez que, a cada passo, eles comprimem
energicamente as veias profundas. As veias profundas transportam, por volta
de 90% ou mais do sangue das pernas ao coração.
As veias superficiais possuem o mesmo tipo de válvulas que as veias
profundas, mas não estão rodeadas de músculos. Assim, o sangue nas veias
superficiais não é empurrado para o coração pela ação da pressão dos
músculos e flui mais lentamente do que o sangue nas veias profundas. Grande
parte do sangue que circula pelas veias superficiais é desviada para as veias
profundas através das numerosas veias comunicantes entre as veias
superficiais e as veias profundas. As válvulas das veias comunicantes
permitem que o sangue flua das veias superficiais para as veias profundas,
mas não em sentido contrário.
CURIOSIDADE
Quanto menor o calibre de um vaso, maior será a resistência que oferece
e inversamente, quanto mais calibroso é um vaso, menor a resistência
oferecida.

Melhores vasos para PICC

Imagem 2 - Estrutura geral dos


vasos sanguíneos 
Os cateteres venosos centrais são aqueles dispositivos venosos cuja ponta
chega na veia cava superior, veia cava inferior ou átrio. Essa posição é
considerada adequada para que a infusão da terapia medicamentosa, com
soluções de qualquer PH e osmolaridade e ocorra de maneira segura graças
ao alto fluxo sanguíneo, por exemplo da veia cava superior que é de 2L/ min.
Os Guidelines internacionais recomendam o uso de tecnologias para
visualização da rede venosa (ultra som, dispositivos de luz visível que
fornecem transiluminação das veias periféricas), pois em muitos pacientes
existe uma dificuldade de se visualizar ou palpar uma veia em local apropriado
de inserção.
Para escolher as veias que poderão ser utilizadas para a inserção do PICC, é
preciso saber a faixa etária do cliente, ou seja se é um adulto, criança ou
neonato. Cada instituição deve ter na sua Diretriz (Protocolo) de Inserção de
PICC estabelecido a ordem de escolha da veia, ou seja qual veia deve ser
usada na primeira, segunda ou terceira tentativa, assim como o número limite
de tentativas.
Nos adultos e pediatria as veias possíveis de punção para inserção do PICC
são: basílica, braquial, cefálica (acima da fossa cubital), axilar ou jugular
externa. Segundo a Infusion Nursing Society as veias dos membros inferiores,
nesta população, devem ser evitada. A veia basílica, de acordo com os
Guidelines, é a veia de primeira escolha para qualquer faixa etária devido a sua
característica. Encontra-se na região medial do braço, é uma veia de superfície
até o terço médio, tem de 4 a 8 válvulas, não está próxima de nervos da função
motora do membro. A braquial é uma veia de profundidade portanto vem
acompanhada da artéria e nervo responsável pela sensibilidade e
movimentação do membro, ao escolher essa veia para punção deve-se ter o
cuidado de achar uma posição na qual o nervo não esteja no trajeto de entrada
da agulha até a punção da veia braquial, evitando assim a lesão do nervo. A
cefálica é uma veia de superfície em todo o braço, que se localiza na região
lateral, tem mais válvulas em relação a veia basílica, mas também não está
próxima ao nervo da função motora, em obesos mórbidos geralmente é a veia
de primeira escolha.

Na pediatria também podemos usar a veia axilar dos membros superiores, é


uma veia de profundidade portanto vem adjacente à artéria axilar e do nervo
por isso o cuidado na punção é o mesmo da veia braquial. A jugular externa
também é outra possibilidade de punção venosa, mas segundo a Infusion
Nurses Society deve ser considerada em unidades de urgência e emergência,
situações em que as outras veias não podem ser acessadas.
Para neonatos e lactentes, locais adicionais incluem a veia temporal anterior e
veia auricular posterior na cabeça e as veias safena e poplítea nas
extremidades inferiores. Nos lactentes que caminham as veias dos membros
inferiores não devem ser usados. Escolher a melhor veia disponível em recém-
nascidos e lactentes.
No entanto, sempre que possível, evite:

 Veias dos membros inferiores para inserção do PICC quando há


patologia abdominal;
 Veias dos membros superiores para neonatos, lactentes e crianças com
fisiologia de ventrículo único;

A seguir conheça as principais características de cada veia:

Veia Basílica Veia cefálica Veias intermédias Veia axilar Ju


• Veia geralmente
grande, adjacente •
à artéria axilar e fa
• Região lateral do
• Região nervo; vi
antebraço e braço;
medial do • Veia intermédia do
• Formada pela •
antebraço e • Curso variável, cotovelo: próximo à prega
união das veias pa
braço; apresenta de flexão do cotovelo, une
basílica e
estreitamento no a veia cefálica e a •
• Primeira branquial;
seu final; basílica. in
escolha; • Possui uma
• 6 á 10 válvulas; • Presença de variação la
• 4 - 8 válvula;
anatômica. •
válvulas. • Risco de falha de
• Rota mais direta es
progressão.
para o Sistema fix
Venoso Central
(SVC). •
in

Problemas com as veias


Os principais problemas que afetam as veias são:

 Comunicações anormais entre artérias e veias chamadas fístulas


arteriovenosas ou malformações arteriovenosas que podem estar
presentes ao nascimento ou surgir em um momento posterior da vida;
 Inflamação de uma veia superficial devido a um coágulo de sangue
(tromboflebite);
 Presença de material ecogênico no trajeto de uma veia profunda
(trombose);
 Defeitos que provocam inchaço (distensão), como veias varicosas;
 Ausência de complacência venosa.

Recapitulando 
Nesta aula você aprendeu que as veias levam de volta ao coração o sangue
proveniente de todos os órgãos do corpo. As veias profundas são paralelas às
grandes artérias e nervos, geralmente, partilham o mesmo nome, porém, as
veias do sistema venoso são mais difíceis de identificar do que as das artérias.
Várias veias pequenas chamadas tributárias, sem nomes específicos, formam
redes irregulares e ligam-se às grandes veias.
Bem como, conheceu mais sobre as especificidades de cada veia, conforme a
seguir:
 De um modo geral, um vaso sanguíneo apresenta as seguintes
camadas constituintes: túnica íntima, média e adventícia.
 Uma característica típica das veias é a presença de valvas ou válvulas,
que evitam o retorno de sangue.
 A veia de primeira escolha para a passagem de PICC será sempre a
basílica, seja em criança, recém-nascido ou adulto.
 As veias intermédias ligam a cefálica e a basílica na região da fossa
cubital que é preferencialmente utilizada para coleta de sangue, infusão
de medicações rápidas, contraste exames de imagem.
 A veia axilar também é uma opção para a inserção do PICC em
neonatos e pediatria, porém ela é adjacente a uma artéria e nervo.
 A veia jugular externa é uma opção para inserção de PICC,
preferencialmente em situações de urgência e emergência, é um local
de flexão, quente, com proliferação bacteriana e difícil fixação.

Introdução 
Nesta aula, você conhecerá sobre o sistema venoso no recém-nascido, as
principais vantagens e desvantagens do PICC em neonatos, principais
indicações e contraindicações na inserção do cateter PICC em neonatos. Para
isso, deverá refletir sobre:

 Como é o sistema venoso do recém-nascido? 


 Quais as vantagens e desvantagens do PICC em neonatologia? 
 Quais as principais indicações e contraindicações na inserção do PICC
em neonatologia? 

Todos esses temas serão desenvolvidos ao longo desta aula e ao final, é


esperado que você seja capaz de:

 Entender o sistema venoso do recém-nascido;


 Compreender as principais vantagens e desvantagens do PICC em
neonatos;
 Citar principais indicações e contra indicações na inserção do cateter
PICC em neonatos.

Veias para o PICC em neonatologia

Sistema venoso no recém-nascido


Imagem 1 - Recém-nascido 
A escolha da veia é de fundamental importância para permitir a implantação do
cateter PICC, devendo ser analisada, principalmente, pelas suas
características, sendo necessário observar se são palpáveis, calibrosas e com
menos curvatura possível.
As possíveis veias para inserção do PICC em recém-nascido, além das usadas
no adulto, incluem as veias das regiões cefálica (veia temporal e auricular
posterior) e membros inferiores (safena magna/parva e poplítea). Como já foi
descrito anteriormente, a veia temporal superficial, que se localiza na região
temporal da cabeça, desce e juntamente com as duas veias maxilares
desembocam na veia que fica atrás da mandíbula chamada veia
retromandibular que tem duas divisões anterior e posterior. A veia
retromandibular anterior se junta com a veia lingual e a veia facial e
desembocam na veia jugular interna e a veia retromandibular posterior se une
com a veia auricular posterior formando a veia jugular externa que tem uma
posição subcutânea enquanto a veia jugular interna é uma veia profunda. A
veia jugular externa desce superficialmente pelo pescoço e desemboca na veia
subclávia.
Nos membros inferiores, a veia safena magna é originada do arco venoso do
pé e passa anterior ao maléolo medial, percorre a perna pela região medial,
região medial do joelho, região medial da coxa, na região inguinal perfura a
fáscia lata e desemboca na veia femoral. A veia safena parva sai do arco
venoso do pé, passa na região posterior ao maléolo lateral, sobe pela região
posterior da perna, na região poplítea da perna perfura a fáscia profunda e
desemboca na veia poplítea. As veias fibulares e tibiais anterior e posterior, são
veias de profundidade e se originam do arco venoso do pé, sobem pela perna e
desembocam na veia poplítea.
A veia poplítea tem uma trajetória ao lado da artéria poplítea e carrega sangue
da articulação do joelho e músculos, da coxa e da porção posterior da
panturrilha em direção ao coração. Quando ela cruza o hiato adutor se torna a
veia femoral. A veia femoral depois que cruza a linha inguinal se torna a veia
ilíaca externa que se junta com a veia ilíaca interna formando a veia ilíaca
comum que se junta com a veia ilíaca comum do outro lado formando a veia
cava inferior que desemboca no átrio direito.

Escolha preferencial de veias e suas razões


A literatura mostra que as veias mais indicadas para a inserção do cateter são
a basílica, axilar e cefálica, pois apresentam anatomia favorável, maior calibre,
menor número de válvulas, menor trajeto até a veia cava superior e facilita sua
manipulação em curativos. Outra recomendação é pela escolha do membro
superior direito devido à maior facilidade de progressão e centralização do
cateter. Trabalhos mostram que em relação ao número de tentativas de punção
para a inserção do cateter associado à veia cateterizada, demonstra-se que a
veia basílica apresenta um número menor de tentativas de punção. Esses
dados evidenciam a escolha prioritária dessa veia para inserção do PICC,
escolha essa motivada pelas vantagens de a veia basílica favorecer a
progressão do cateter em região hemiclavicular direita, ter fluxo laminar, ser
mais curta e ter menos válvulas. A veia cefálica, por ter menor calibre que a
basílica e possuir mais válvulas, oferece risco potencial para flebite e mau
posicionamento e dificuldade de progressão em região hemiclavicular direita. A
veia axilar geralmente é calibrosa, formada pela anastomose da veia basílica e
braquial, requer atenção adicional porque a artéria axilar e o nervo estão
adjacentes à veia.
Apesar das evidências mostrarem as vantagens de se utilizar a veia basílica
como primeira escolha, estudos descrevem a inserção de PICC em outros
sítios, a saber, jugular externa, temporal, auricular posterior, poplítea e safena.
A procura por outros locais de inserção está associada a fragilidade da rede
venosa nos prematuros graves, longos períodos de internação associados a
repetidas punções venosas, necessidade de inserção de mais de um cateter no
mesmo paciente em momentos diferentes, o que torna necessário o uso de
vasos sanguíneos alternativos. A veia temporal, visível na região temporal da
cabeça, apresenta-se de tamanho variável, adjacente com a artéria temporal. A
veia posterior auricular é de tamanho variável, porém mais frágil e de difícil
fixação. Enquanto a jugular externa é proeminente e mais visível, pode aceitar
um cateter de maior calibre, contudo, além de apresentar pouca distância para
o sistema venoso central pela inserção do lado direito, torna-se difícil a fixação
do curativo e constitui-se um local quente e úmido com risco de infecção. A
veia safena magna apresenta-se na região mediana da perna, veia longa, de
sete a quinze válvulas, pode haver dificuldade na progressão, porém é uma
opção quando outros vasos não estão preservados. E a safena parva situa-se
na região dorsal da perna, pode apresentar pequeno diâmetro e tortuosidade. A
veia poplítea pode ser a mais visível nos prematuros, pela sua proximidade
com a artéria poplítea, devendo ser puncionada com muita cautela.
A expertise dos profissionais em punção venosa na instituição, assim como seu
bom conhecimento teórico/prático sobre a rede venosa, ter uma comissão de
terapia intravenosa que realiza frequentes orientações aos profissionais, bem
como uma rotina de inserção do PICC adotada pela instituição baseada em
procedimento operacional padrão e protocolos, favorecem uma prática
humanizada visando à segurança do paciente.
IMPORTANTE
As veias da região cefálica são recomendadas para punção venosa, até
os 18 meses de idade, são as veias temporal, frontal e auricular posterior.
A partir do momento em que a epiderme se torna endurecida e os folículos dos
cabelos maduros, as opções passam a ser as veias dos membros inferiores:
veia poplítea, safena e femoral.

Principais vantagens e desvantagens do PICC em neonatos

Imagem 2 - Vantagens e desvantagens do


PICC em neonatos 
As vantagens em relação à terapia com a utilização do PICC em neonatos são
inúmeras, entre as quais se destaca:

 Redução de custos; confiabilidade de acesso; 


 Inserção menos traumática à beira do leito pelo enfermeiro;
 Sem necessidade de procedimento cirúrgico;
 Redução do estresse, desconforto e dor do neonato, evitando repetitivas
punções venosas, além da conservação do sistema venoso periférico;
 Menor risco de ocorrer flebite química, extravasamento e infiltração de
líquidos;
 Possibilidade de administração de medicamentos irritantes e/ou
vesicantes;
 Nutrição parenteral;
 Soluções hipertónicas;
 Apresenta melhor evolução clínica;
 Menor risco de infecções e adesão de microrganismos comparados a
outros dispositivos vasculares centrais;
 Menor restrição ao movimento;
 Menor número de eventos adversos relacionados a inserção e
manutenção;
 Uso em ambiente domiciliar, podendo permanecer inserido durante
semanas, meses até ano.

VERBETE

1. Flebite – é o nome dado à inflamação de uma veia superficial, que gera


a formação de um trombo (coágulo). Esse processo inflamatório
localizado pode aumentar e se espalhar pelo trajeto da veia. Ela é
semelhante à trombose venosa, que ocorre com veias profundas.
2. Hipóxia – é uma situação que ocorre quando a quantidade de oxigênio
transportada para os tecidos do corpo é insuficiente, causando sintomas
como dor de cabeça, sonolência, suor frio, dedos e boca arroxeados e
até desmaios.
3. Hipotermia – é quando a temperatura do corpo se encontra abaixo dos
35°C.
4. Pneumotórax – é a presença de ar entre as duas camadas da pleura
(membrana fina, transparente, de duas camadas que reveste os
pulmões e o interior da parede torácica), resultando em colapso parcial
ou total do pulmão. Os sintomas incluem dificuldade respiratória e dor
torácica.
5. Hemotórax – é o acúmulo de sangue entre o pulmão e a parede
torácica. As pessoas podem ter sensação de desmaio iminente e falta
de ar e sentir dor no peito, e a pele pode ficar fria, suada ou azulada.

Já as desvantagens à utilização do PICC em neonatos estão relacionadas aos


seguintes aspectos:

 Requer capacitação técnico-científica do enfermeiro para realização do


processo de inserção do dispositivo; 
 Execução de protocolos de inserção e manutenção para prevenção de
eventos adversos;
 Demanda vigilância rigorosa do dispositivo, incluindo cuidados diários;
 Apresenta restrição de movimentos quando inserido na fossa cubital e
radial;
 Áreas de flexão devem ser evitadas.

Principais indicações e contraindicações na inserção do cateter PICC em


neonatos

Imagem 3 - Indicações e contra


indicações de PICC em neonatos 
O cateter de PICC é indicado para recém-nascidos a termo, pré termo ou
prematuros extremos, em condição clínica instável, submetidos a procedimento
cirúrgico e com síndromes e malformações, terapias superiores há 6 dias (INS),
administração de nutrição parenteral, infusão de medicamentos irritantes e/ou
vesicantes, drogas vasoativas e soluções hipertónicas.
As contraindicações do PICC incluem os neonatos com os seguintes quadros:
infecção de pele, no tecido subcutâneo ou próximo ao sítio de inserção;
presença de lesões dérmicas que possam sugerir um comprometimento da
integridade do cateter; rede venosa periférica danificada ou ausência de rede
venosa possível de punção; hematoma e edema localizado; problemas
ortopédicos; alterações anatômicas e estruturais que possam interferir na
progressão do cateter; situações de urgência/emergência; presença de marca-
passo cardíaco interno.

Avaliação do neonato antes da inserção do PICC

Imagem 4 - Avaliação do neonato


para inserção de PICC 
A primeira fase do processo de pré-inserção do PICC é composta por uma
avaliação da condição clínica do paciente, indicação de uso, patologias,
resultado dos exames laboratoriais, avaliação da condição e estrutura da pele,
mobilidade e sensibilidade próximas ao local da punção e consulta de
enfermagem, composta pelos dados de identificação, anamnese, exame físico
geral e específico, dados laboratoriais, avaliação da rede venosa, escolha do
dispositivo, mensuração e reserva específica do membro escolhido.

Orientações aos pais sobre o procedimento do PICC

Imagem 5 - Orientações aos pais 


Os responsáveis devem ser orientados sobre todas as etapas do processo de
inserção do PICC antes da implantação do cateter, bem como sua indicação,
benefícios, cuidados e riscos, contribuindo para a redução da ansiedade dos
familiares. Após todas as recomendações, é aconselhado que o responsável
assine um termo de consentimento livre e esclarecido de acordo com a política
de cada instituição.

Recapitulando 
Nesta aula, você aprendeu que as principais veias para acesso venoso do
recém-nascido incluem as veias das regiões cefálica, membros superiores,
membros inferiores e região cervical.
Também conheceu mais sobre quais as escolhas preferenciais do acesso
venoso, conforme a seguir:

 As veias da região cefálica recomendadas para punção venosa, até os


18 meses de idade, são as veias temporal e auricular posterior, até o
momento em que a epiderme se torna endurecida e os folículos dos
cabelos maduros;
 A jugular externa pode aceitar um cateter de maior calibre, contudo,
além de apresentar pouca distância para o sistema venoso central pela
inserção do lado direito, torna-se difícil a fixação do cateter e do curativo,
constituindo um local quente e úmido com risco de infecção.
 As veias dos membros superiores, de acordo com a literatura, devem
ser usadas preferencialmente: basílica, cefálica e axilar;
 O uso das veias dos membros inferiores também são uma alternativa
para a inserção do PICC: safena magna/parva e poplítea;

Foi apresentada as vantagens em relação à terapia com a utilização do PICC


em neonatos, sendo:

 Redução de custos;
 Confiabilidade de acesso;
 Inserção menos traumática à beira do leito pelo enfermeiro;
 Sem necessidade de procedimento cirúrgico;
 Redução do estresse, desconforto e dor do neonato, evitando repetitivas
punções venosas, além da conservação do sistema venoso periférico; 
 Menor risco de ocorrer flebite química, extravasamento e infiltração de
líquidos; entre outros.

Bem como as desvantagens em PICC na neonatologia, sendo elas:

 Requer capacitação técnico-científica do enfermeiro para realização do


processo de inserção do dispositivo;
 Execução de protocolos de inserção e manutenção para prevenção de
eventos adversos;
 Demanda vigilância rigorosa do dispositivo, incluindo cuidados diários;
 entre outros.

Vale ressaltar que o cateter de PICC é indicado para recém-nascidos a termo,


pré termo e prematuros extremos, submetidos a procedimento cirúrgico e com
síndromes e malformações, terapias superiores há 6 dias (INS), administração
de nutrição parenteral, infusão de medicamentos irritantes e/ou vesicantes,
drogas vasoativas e soluções hipertônicas.
Introdução
Nesta aula, você conhecerá sobre a mensuração do cateter de PICC. Para
isso, deverá refletir sobre:

 Como é a mensuração do PICC em membros superiores?


 Como deve ser a mensuração do PICC em membros inferiores em
neonatologia?
 Para que serve a mensuração da circunferência do membro
puncionado?

Todos esses temas serão desenvolvidos ao longo desta aula e ao final, é


esperado que você seja capaz de:

 Compreender como deverá realizar a mensuração do cateter de PICC.

Mensuração para PICC

Mensuração do PICC

Cateter PICC
Fonte: Nurseirie, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons
O cateter central de inserção periférica (PICC) é longo, cuja localização da
ponta deve ser na veia cava superior ou inferior e devido ao elevado fluxo
sanguíneo dessas veias, os dispositivos centrais ganham destaque na prática
clínica, pois permitem a administração rápida de grandes volumes de fluidos,
possibilidade de monitorização de pressão venosa central, além de segurança
na infusão de fármacos e soluções vesicantes e de alta osmolaridade.¹ Para
realizar uma mensuração adequada e assertiva, ou seja medir o tamanho que
o cateter será cortado desde o ponto de inserção até atingir a veia cava
superior ou inferior, é necessário primeiro escolher o local de inserção que
pode estar no membro superior, membro inferior, região cefálica ou cervical.
Se o membro escolhido for o membro superior devemos definir o local de
inserção através do Zone Insertion Method (ZIM).  Em 2011 Robert B. Dawson
publicou um estudo estabelecendo e justificando o melhor local anatômico de
punção do PICC no membro superior. Em seu estudo, ele relata que as veias
basílica e braquial são as mais calibrosas e menos tortuosas que a cefálica,
facilitando a progressão do cateter.² Esse método auxilia na identificação da
Zona Ideal (ZIM) para inserção da agulha no braço do paciente com orientação
do ultrassom. Estabelece uma divisão do braço em 3 zonas de segurança para
punção: amarela, verde e vermelha.  A zona vermelha, deve ser evitada para
inserção devido ao maior risco de trombose e sangramentos; o terço médio
corresponde à zona verde, sendo o local indicado para a punção com menores
riscos de complicação; e a terceira, a zona amarela, abrange o final da zona
verde até a linha axilar, onde a concentração de pelos e maior umidade gera
potencial risco para a ocorrência de infecção e que também deve ser evitada.
Uma vez que a veia foi escolhida através da zona zim, devemos medir o
tamanho do cateter com a fita métrica. Nas demais regiões de inserção do
corpo, ou seja, membros inferiores, cervical e cefálica, avaliar a rede venosa,
escolher a veia que será puncionada e demarcar o local de inserção, pois será
o ponto zero da mensuração.

Técnica de mensuração do cateter em adultos em membros superiores


Técnica de mensuração do
cateter em adultos em membros superiores.
Para realizar a mensuração em membros superiores, deve-se posicionar o
braço do paciente a 90 graus. Mensura-se a distância entre o ponto de punção
escolhido e a articulação escapuloumeral, deste ponto até o manúbrio esterno
clavicular D e, em seguida, até o terceiro espaço intercostal.
Assim, após a medição, determinará o tamanho que o cateter será cortado.
Importante: não se esqueça de registrar o valor da medida no prontuário do
paciente.

Mensuração de  membros superiores

 Posicionar o braço a 90 graus;


 Colocar a marco zero da fita métrica no ponto de inserção escolhido;
 Lado direito: percorrer o trajeto da veia até o manúbrio do esterno e clavícula direito;
 Descer até 3º espaço intercostal;
 Lado esquerdo: percorrer o trajeto da veia até o manúbrio do esterno e clavícula direito;
 Desce até 3º espaço intercostal.

Mensuração de membros
superiores 
Técnica de mensuração do comprimento do cateter na pediatria e
neonatologia

Mensuração do PICC em região Mensuração do PICC em Mensuração do PI


cervical membros inferiores cefálica

Começar a medir pelo local de Começar a medir pelo local de Começar a medir
punção escolhido, seguida pela punção escolhido até a região punção, seguindo
região cervical lateral, até a inguinal e, desta, até a região cervical lateral, at
clavícula direita e, daí, até o 3º umbilical, terminando a medida na direita e, daí, até
espaço intercostal direito. região do apêndice xifóide. intercostal direito.

Mensuração da circunferência do membro puncionado


É necessário realizar a mensuração da circunferência braquial do membro
superior ou do membro inferior onde foi inserido o PICC, para monitorar sinais,
sintomas e potenciais consequências de evento adverso (trombose,
pseudoaneurisma, edema e etc). Segundo a Infusion Nurses Society de 2016
deve-se medir a circunferência braquial 10 cm acima da fossa cubital. No
membro inferior a mensuração é no local da inserção do cateter. Nas boas
práticas da INS de 2021 o local da mensuração no braço é a linha mediana
entre o ponto de inserção e a linha axilar.

INS 2021 
A mensuração da circunferência braquial deve ser realizada diariamente
sempre comparado com o membro contralateral e registrar no prontuário do
paciente o que foi evidenciado. O membro onde está inserido o PICC deve ser
preservado. Medidas acima de 2 cm, com relação a medida do dia da inserção,
associado a outros sintomas, devem ser comunicadas à equipe médica para
possível realização de exames de imagem e acompanhamento.
Técnica de mensuração do
comprimento do cateter em pediatria 

Mensuração da PICC em
região cervical 
Mensuração da PICC em
membros inferiores 

Mensuração da PICC em
região cefálica 

Recapitulando 
Nesta aula, você aprendeu a importância da mensuração do cateter de PICC.
Conheceu quais os procedimentos e ações que devem ser realizados para
realizar a mensuração em membros superiores.
Destacamos a importância dos seguintes temas:

 Na prática clínica, pode ser utilizada a seguinte forma de medir:


posicionar o membro superior em ângulo de 90 graus em relação ao
tórax e mensurar a distância entre o ponto de punção e o manúbrio
esterno clavicular D e descer até o 3º espaço intercostal.
 Membros inferiores – começar a medir pelo local de punção escolhido
até a região inguinal e, desta, até a região umbilical, terminando a
medida na região do apêndice xifóide.
 Região cefálica – começar a medir pelo local da punção, seguindo pela
região cervical lateral, até o manúbrio esterno clavicular D e, daí, até o
3º espaço intercostal direito.
 Região cervical - começar a medir pelo local de punção escolhido,
seguida pela região cervical lateral, até o manúbrio esterno clavicular D
e, daí, até o 3º espaço intercostal direito. 
 É necessário realizar a mensuração da circunferência do membro
superior ou inferior onde foi inserido o PICC, para monitorar sinais,
sintomas e potenciais consequências de eventos adversos.

Introdução 
Nesta aula, você conhecerá sobre os materiais necessários para a punção da
PICC e preparo do sítio de inserção. Para isso, deverá refletir sobre:

 Quais são os materiais necessários para a punção da PICC?


 Como se deve realizar o preparo do sítio de inserção?
 Quais são as paramentações? 

Todos esses temas serão desenvolvidos ao longo desta aula e ao final, é


esperado que você seja capaz de:

 Citar os materiais necessários para a punção da PICC;


 Entender como se deve preparar o sítio de inserção.

Materiais para realizar a punção

Preservar o local de punção 

Imagem 1 - Preservar o local de


punção 
Para começar é importante avisar a toda equipe que o membro escolhido para
a punção não deve ser utilizado para nenhum procedimento, principalmente se
a técnica utilizada for a direta, ou seja, usando a técnica de referência apenas
para a escolha da veia, visualização e palpação da rede venosa. Na inserção
do PICC com a técnica de seldinger modificada e uso do ultrassom não há
necessidade desse cuidado.
Antes de realizar o procedimento de inserção do PICC, deve-se conferir se
todo o material necessário está separado.

Materiais necessários para a punção da PICC


Os materiais necessários para a cateterização da veia e inserção do cateter
são:

 campo estéril;
 gaze;
 seringa de 20 ml ou 10 ml;
 seringa de 5 ml;
 agulha 40x12 (aspirar)  e 4,0x1,3 (subcutânea);
 lidocaína 1% ou 2% sem vasoconstritor;
 ampola de soro fisiológico 0,9% de 10 ml ou de 20 ml;
 Kit de pinças com tesoura, kelly e pinça estereis;
 capa do ultrassom com o guia;
 antisséptico a base de clorexidina 0,5% ou 2%;
 conector microclave;
 curativo;
 cateter escolhido previamente;

Degermação e Paramentação
A paramentação e a degermação do enfermeiro exigem a realização de
procedimentos específicos executados em passos padronizados e com
observação rigorosa dos princípios científicos com atenção para a
biossegurança.
O objetivo principal da paramentação é a proteção dos clientes/pacientes
contra contaminação do sítio de inserção por microorganismos liberados pelo
ambiente, pessoas, materiais e equipamentos do local, também na proteção
dos profissionais contra exposição ao sangue e outros fluidos.

Degermação
A degermação das mãos e antebraços é de vital importância para manter a
menor contaminação possível do campo cirúrgico, é recomendada pela OMS e
guidelines internacionais para a prevenção de infecção de corrente sanguínea.
Se justifica porque a pele, normalmente, é habitada por duas populações
bacterianas, a microflora endógena (transitória e residente) que é constituída
por microrganismos capazes de sobreviverem e se multiplicarem na superfície
cutânea, ductos sebáceos e folículos pilosos, sendo, portanto, de difícil
remoção. A microflora endógena também conhecida como flora de
contaminação é constituída por microrganismos diversos e de virulência
variada.
A microflora transitória não é encontrada permanentemente na superfície da
pele podendo ser adquirida pelo contato com objetos, superfícies e entre
contato com pessoas no toque de mãos entre outros, ela está mais superficial e
frouxamente aderida à pele e, portanto, de fácil remoção com água e sabão.
A microflora residente por estar mais profunda e aderida às camadas da pele
tende a ser mais permanente e por estar em estrato mais profundo de difícil
remoção. Isso justifica a "luva química" estabelecida na degermação química.
Assim, a degermação das mãos e antebraços do enfermeiro deve promover a
eliminação da flora transitória e redução da flora residente pelo efeito residual
da luva química. Sabe-se que, após a realização de tal procedimento estes
microrganismos multiplicam-se rapidamente sob luvas cirúrgicas e podem ser
agentes de infecção da ferida operatória caso as luvas sofram
microperfurações.

Procedimento de degermação:

 Segundo GEIB e CONSUL (1992): "... a antissepsia das mãos pré-


procedimento cirúrgico com o desenvolvimento da técnica com
antissépticos degermantes preconizados pelo Ministério da Saúde pode
ser desenvolvida com fricções com 95% de grau de confiança." 
 Material necessário: água corrente, degermante líquido, escova de
cerdas macias esterilizada. 
 Local para degermação: Lavabo. 
 Deve-se proceder à degermação somente em pele íntegra e sem
solução de continuidade.

Sequência da escovação: 

 Abrir a torneira e molhar mãos e antebraços, observar se o mecanismo


para acionar a saída e a parada de água é a própria alavanca da
torneira, células fotoelétricas ou acionamento pelo chão; 

Obs.: se a torneira for comum, de cabo, deverá ser fechada com o cotovelo

 Escovar ponta dos dedos (50x) – dorso dos dedos (25X) – palma dos
dedos (25X) - interdigitais (25X) – dorso da mão (25X) – palma da mão
(25X) – região dorsal e ventral do antebraço (25X). 
 Iniciar o procedimento pela mão dominante, pois, inconscientemente a
1ª mão a ser submetida ao procedimento fica melhor degermada.  Use
sempre bastante espuma para emulsificar a gordura e evitar desconforto
da pele com a escovação;
 Passar a escova para a outra mão e proceder à escovação;
 Ao final, desprezar a escova na pia e enxaguar cada uma das mãos,
unindo as extremidades dos dedos e colocando os antebraços na
vertical de maneira que a água escorra em direção aos cotovelos;
 Enxugar as mãos em toalha ou compressa estéril com movimentos
compressivos, iniciando pelas mãos e seguindo pelo antebraço e
cotovelo, atentando para utilizar as diferentes dobras da
toalha/compressa para regiões distintas;

Estando com as mãos secas, o enfermeiro vestirá o avental esterilizado,


tocando-o apenas pelo lado interno para não o contaminar já que as mãos,
embora escovadas, ainda estão sem luvas. 

Técnica para vestir o avental estéril:  

 Pegar o avental com a ponta dos dedos pelo seu lado interno e, depois,
elevá-lo, trazendo-o para fora da mesa. A maneira correta de pegar o
capote vai depender do modo como ele é dobrado, o que varia de uma
região para outra. Qualquer que seja o modo, no entanto, é
imprescindível observar o princípio fundamental de só tocar a parte
interna do capote e nunca pela parte externa; abrir o capote com
movimentos delicados e firmes, tendo o cuidado de não tocar sua face
externa;
 Segurar o capote afastado do corpo e introduzir, ao mesmo tempo, os
dois braços nas mangas, com um movimento para cima;
 Dar as costas ao colaborador, que está auxiliando no procedimento,
para que as tiras da parte posterior e da cintura (lateral) sejam
amarradas por ele, afastando-as da cintura para facilitar a ação.

Preparo do sítio de inserção


O objetivo da preparação da pele do sítio de inserção é reduzir a carga
microbiana na pele do paciente tanto quanto possível antes de perfurar a
barreira cutânea.
O preparo do local de inserção do PICC deverá ser realizado de acordo com o
protocolo institucional. Caso ainda não tenha ou esteja preparando os
protocolos dentro da sua instituição de saúde, recomenda-se seguir os
protocolos atuais do Ministério da Saúde e ANVISA.
A seguir conheça as recomendações de punção:
Recomendações para antes da
Recomendações para antes da punção em neonat
punção em pediatria e adulto

 Clorexidina alcoólica 0,5% ou PVPI e em ne


dias a clorexidina aquosa;
 Clorexidina degermante 2%;  Deve ser realizado movimentos de vai e ve
 Clorexidina alcoólica a 0,5%; segundos em cada local (preconizado pela ANV
 Clorexidina alcoólica a 2%.  Nos Estados Unidos, desde 2006, não se u
70%, pois já houve estudos comprovando que
em preparo de pele para acesso central.

Preparo do cateter

 Saber se a inserção é por técnica direta ou seldinger modificada com


ultrassom;
 Salinizar todas as vias do cateter;
 Cortar o cateter e depois colocar o fio;

Imagem 2 - Materiais necessários 


Recapitulando 
Nesta aula você aprendeu sobre a importância da comunicação da equipe
envolvida no atendimento do paciente, bem como conheceu as principais
ações para realização da punção de PICC com segurança.
Aprendeu que:

 Avisar a toda equipe do dia que o membro escolhido para a punção


deve ser preservado.
 Materiais necessários para a punção da PICC - kit completo do PICC
(cateter, pinças, seringa de 5 ml, seringa de 10 ou 20 ml, agulha 40x12,
campo estéril, gaze estéril, capa do ultrassom com o guia, curativo
transparente, clorexidina tópica 0,5% ou 2%; campos esterilizados;
escova com antisséptico para degermação das mãos; touca; máscara;
luva cirúrgica; lidocaína 1% ou 2% sem vasoconstritor, ampolas de soro
fisiológico a 0,9%.
 O primeiro passo é a paramentação e degermação das mãos e
antebraços, pois é uma técnica estéril;
 Precaução padrão - gorro, máscara e óculos;
 As barreiras máximas de proteção são os usos de luvas estéreis, avental
e campo estéril.
 Recomendações para antes da punção em pediatria e adultos -
clorexidina degermante 2%; clorexidina alcoólica a 0,5% ou clorexidina
alcoólica 2%.
 Recomendações para antes da punção em neonatologia - clorexidina
alcoólica 0,5%; deve ser realizado movimentos de vai e vem de 30 a 40
segundos em cada local.

Introdução 
Nesta aula, você conhecerá sobre as técnicas de punção do PICC: direta,
Seldinger modificada e punção venosa auxiliada ou guiada por
Ultrassonografia.
Para isso, deverá refletir sobre:

 Como é a técnica da passagem guiada por Ultrassonografia em PICC? 


 Como é a técnica de Seldinger modificada? 
 Como se faz o curativo e a fixação do PICC? 

Todos esses temas serão desenvolvidos ao longo desta aula e ao final, é


esperado que você seja capaz de:

 Compreender as técnicas de punção do PICC: direta, Seldinger e


punção venosa auxiliada ou guiada por Ultrassonografia.
Assistência de enfermagem na punção da PICC com Ultrassonografia

Técnicas de Inserção de PICC 

Punção PICC
Para realização do procedimento, são necessários preferencialmente dois
profissionais de nível superior, sendo obrigatório um destes possuir curso de
qualificação, ou seja, ser habilitado. Quando o procedimento for realizado por
enfermeiros, o médico plantonista deverá ser comunicado em caso de
intercorrências.
Para a punção venosa para a inserção do PICC, poderá ser realizado através
de duas técnicas: direta e Seldinger modificada com a punção auxiliada ou
guiada por Ultrassonografia (USG).

Técnica direta

 Instale o garrote próximo ao local da inserção;


 Mantenha o introdutor, a pinça, o cateter e as gazes próximos do
membro;
 Garrotear o membro;
 Execute a punção com bisel para cima em ângulo 10º a 45º;
 Obtendo o retorno venoso, solte o garrote;
 Remova a agulha metálica do introdutor de plástico;
 Introduza o cateter com o auxílio de uma pinça;
 Retire o introdutor lentamente;
 Quebre o introdutor até removê-lo totalmente;
 Remova o fio-guia;
 Verifique o retorno venoso. Realize um Flush;
 Limpe o sítio da inserção;
 Realize a estabilização do cateter;
 Faça o curativo;
 Realize a radiografia para ver o posicionamento do cateter.

Técnica Seldinger

Em 1953, Seldinger descreve sua técnica de cateterização, utilizando um fio


guia metálico, introduzido na veia subclávia por meio de punção venosa
profunda.
Essa técnica é bastante utilizada na atualidade, por sua praticidade e baixo
índice de complicações. Já na inserção do PICC a técnica utilizada é a de
seldinger modificada.

Técnica de Seldinger modificada

 Garrotear o membro;
 Insira uma agulha de baixo calibre no vaso;
 Insira um fio-guia no vaso por dentro da agulha;
 Remova a agulha, deixando o fio-guia no local;
 Retire o garrote;
 Realize um botão anestésico;
 Insira o afastador, podendo realizar um pequeno corte com bisturi para
facilitar a progressão;
 Remova o fio-guia do afastador;
 Remova a bainha do afastador;
 Realize a inserção do cateter;
 Realize o tracionamento e o rompimento do dilatador;
 Remova o fio-guia do cateter, se possuir;
 Realize a estabilização do cateter;
 Realize o curativo;
 Faça o Raio-X para confirmação.

As vantagens da técnica de Seldinger modificada são:

 Punção com agulha de baixo calibre;


 Maior assertividade do procedimento;
 Redução no número de punção;
 Preservação da integridade vascular;
 Redução do número de acidentes vasculares.

Transdutor para visualização da rede vascular


O transdutor, para visualização da rede vascular, precisa ser o linear, ou seja,
reto. 
Posicionamento do transdutor:

 O transdutor deve estar a um ângulo de 90º;


 Ele deve estar todo em contato com a pele do paciente para que a
imagem seja recebida;
 Se deixar o transdutor tombado, a mensagem não será transmitida e
não será visualizada no computador.

Ele também é utilizado para exames superficiais, como: mama, tireoide e vasos
sanguíneos.
Para visualização de um vaso no ultrassom, existem dois planos: o curto e o
eixo longo. No eixo curto, é possível a visualização do vaso em forma
transversal, em fatia. Já no eixo longo, a visualização do vaso é possível por
inteiro.
Na prática, o de mais fácil visualização e utilização, nós utilizaremos o eixo
curto. As vantagens do eixo curto são: mais seguro e fácil.
O eixo longo não é utilizado porque pode dar uma falsa imagem.
CURIOSIDADE

 O transdutor gera sons por vibrações dos cristais (piezoeléctricos),


existente no seu interior e esses sons são refletidos através dos tecidos.
 O mesmo transdutor que emite sons recebe os ecos e os envia para o
computador, através de um Software que transforma os ecos em
imagens.

Passagem guiada ou assistida por ultrassonografia

Punção guiada por ultrassonografia


Várias meta-análises recentes descreveram a utilidade da orientação por
ultrassom (USG) para reduzir as complicações relacionadas ao cateterismo
vascular periférico ou central.
A Ultrassonografia deve ser utilizada para qualquer tipo de punção venosa ou
arterial, desde a periférica até ao PICC e deve ser usada tanto por médico
como enfermeiro, ou seja, o ultrassom é para qualquer tipo de punção de
qualquer dispositivo. Existem dois tipos de punção, a guiada e a assistida.
Na punção assistida, você irá pegar qualquer aparelho de ultrassom, visualizar
o vaso desejado e deve-se realizar a punção, com qualquer dispositivo.
Na punção guiada, será necessário ter um guia de agulha que vem juntamente
com a capa estéril para ultrassonografia. Esse kit estéril, contém: uma capa de
ultrassom, um gel estéril a base de soro fisiológico a 0,9% e um jogo de
angulador.

Técnica para inserção de PICC com Ultrassonografia

 Adaptar o guia de agulha no probe do ultrassom de acordo com a


distância mensurada entre a veia e a pele do paciente e encaixe a
agulha com bisel voltado para baixo;
 Realizar a punção venosa observando a imagem do vaso na tela do
ultrassom até iniciar retorno venoso;
 Iniciar a progressão do fio guia até a marcação cinza fosca do fio guia ou
até o comprimento previsto do cateter;
 Soltar o garrote e retirar a agulha mantendo o fio-guia;
 Realizar o botão anestésico com 2 ml de lidocaína 1% ou 2% sem
vasoconstritor perpendicular ao fio-guia, ou a quantidade padronizada ou
prescrita pelo médico;
 Cortar o cateter no tamanho mensurado anteriormente caso o cateter
seja ponta aberta;
 Deslizar o conjunto introdutor mais o dilatador sob o fio-guia através da
pele dilatando fisiologicamente a veia puncionada;
 Caso não houver sucesso realizar a dermatotomia com uma lâmina de
bisturi n° 11 em um ângulo de 90°, perpendicular ao fio-guia;
 Retirar o fio-guia;
 Com uma pinça anatômica, aproximar o cateter do ponto de inserção,
desenroscar o dilatador (parte branca e rígida) e iniciar a progressão do
cateter lentamente, após inserir 15cm solicite que o paciente lateralizar a
cabeça do mesmo lado em que está sendo inserido o cateter;
 Testar o fluxo/refluxo do cateter utilizando seringa de 10 ml preenchida
com solução salina.

Nesse momento, observar com o ultrassom a veia jugular interna do mesmo


lado em que o cateter foi inserido para certificar que o cateter não migrou para
região superior do vaso. Caso observe a migração incorreta do cateter para a
veia jugular interna, retire o cateter e reinicie sua progressão.

 Quebrar o introdutor tipo peel way descascando-o fora da pele do


paciente e continuar introduzindo o cateter até a marca 0.
 Limpar o óstio do cateter e preparar a pele do paciente para receber a
estabilização (limpa, seca e aplicar solução de barreira, se necessário);
 Acoplar o hub do cateter na caixa de acrílico do dispositivo fixador e em
seguida, colocá-lo na área previamente preparada;
 Cobrir a inserção do cateter com gaze estéril e película transparente
estéril semipermeável por 24 a 48 horas;
 Retirar a paramentação, colocar o paciente em posição confortável,
higienize as mãos e organize o ambiente;
 Solicitar o Raio-X para confirmação do posicionamento do cateter.

CURIOSIDADE
Quando for realizar a inserção do cateter pelos membros superiores,
solicitar ao paciente que fique em decúbito dorsal e orientar a manter a
cabeça lateralizada para o lado que será inserido o cateter, com objetivo
de evitar falso trajeto (subir para a veia jugular interna).
Recomenda-se que o primeiro curativo seja trocado 24 a 48 horas após a
inserção do cateter e depois a cada sete dias (de acordo com a recomendação
do fabricante), substituindo-se os intermediários conforme o protocolo da
instituição. A troca do curativo deve ser realizada por profissional treinado,
conforme o protocolo de cada serviço médico ou quando a integridade da
película transparente estiver prejudicada.

Curativo do cateter
Recomenda-se que o primeiro curativo seja trocado 24 a 48 horas após a
inserção do cateter e depois a cada sete dias (de acordo com a recomendação
do fabricante), substituindo-se os intermediários conforme o protocolo da
instituição. A troca do curativo deve ser realizada por profissional treinado,
conforme o protocolo de cada serviço médico ou quando a integridade da
película transparente estiver prejudicada.
O curativo do cateter compreende a troca da cobertura, antissepsia da pele e
uso de nova cobertura. Esse procedimento deve seguir alguns critérios que
são:

 A troca do curativo deve ser realizada por profissional treinado de


acordo com o protocolo institucional, pois há alto risco de deslocamento
do cateter neste momento;
 A    retirada    da    película    transparente    deve    ser    cuidadosa e
tracionando-a paralelamente à pele;
 Em crianças, a recomendação é que dois profissionais realizem a troca
pois é necessário a contenção dos movimentos;
 O primeiro curativo deve ser realizado com gaze sobre o óstio e
cobertura transparente semipermeável estéril;
 Na retirada de fitas adesivas e filmes transparentes, a pele deve ser
sustentada, segurando-a firmemente, a fim de preservar sua integridade;
 A recomendação da solução utilizada para a antissepsia da inserção é a
clorexidina alcoólica (0,5% ou 2%);
 A condição do óstio deve ser avaliada e documentada;
 As tiras hipoalergênicas que acompanham a película transparente
devem ser utilizadas para estabilizar o cateter;
 Cobrir totalmente a área de inserção do cateter com a película
transparente estéril, permitindo a visualização do sítio de inserção.
Observar a adesividade da película com a pele e com o cateter;
 O filme transparente poderá permanecer por até 7 dias, mas deverá ser
trocado, caso haja sujidade ou esteja descolado;
 Na presença de sinais inflamatórios locais ou sistêmicos, o curativo deve
ser removido para inspeção direta;
 O dispositivo estabilizador do cateter, por permanecer sobre a pele
íntegra, poderá permanecer enquanto mantiver sua funcionalidade e
deverá ser trocado se estiver sujo ou descolado.

Estabilização e fixação do cateter


Estabilizar um cateter significa fixá-lo de maneira segura para que não haja
migração ou deslocamento no interior do vaso, evitando perda ou complicações
no acesso.
A estabilização pode ser realizada com fitas estéreis, fita cirúrgica ou
dispositivos estabilizadores. O uso de cobertura transparente sobre os
estabilizadores auxilia na manutenção da estabilidade. Alguns critérios devem
ser observados:
No curativo, a recomendação é que se use para cobertura do cateter, película
transparente estéril com o curativo secundário a base de clorexidina;
O cateter deve ser estabilizado sem interferência ao acesso ou monitoramento
do sítio de inserção;
A porção exteriorizada do cateter deve ser observada e medida diariamente
para identificação precoce de fixação inadequada e mobilização. A porção
exteriorizada jamais deve ser reintroduzida;
Nos casos de deslocamento do cateter, deve ser realizada nova radiografia
para verificar seu posicionamento;
Para reforçar a fixação, pode ser utilizado enfaixamento ou malha.

Finalidades da confirmação com Raio-X


 Confirmar o trajeto e posicionamento da ponta do cateter;
 Raio-X é um método diagnóstico mais utilizado e barato;
 Todos os cateteres apresentam material radiopaco, não sendo
necessário a permanência do fio guia do cateter;
 Possibilita a realização beira leito;
 Deve ser realizado imediatamente após a inserção do cateter;
 Quando houver suspeita de deslocamento;
 Quando houver suspeita de rompimento.

Radiopacidade dos cateteres de PICC

A radiopacidade dos cateteres de PICC é devido à adição de bário (elemento


radiopaco) ao material de construção do cateter, para permitir a visualização do
cateter sob fluoroscopia ou Raio-X, não devendo ultrapassar os 30% deste
material.
A seguir conheça a localização no Raio-X para PICC:
Localização no Raio-X

 A localização da ponta final do cateter deve estar no terço inferior da veia cava supe
passagem ocorrer em região cefálica, jugular ou membros superiores.
 A localização da ponta final do cateter deve estar no terço superior da veia cava inf
passagem ocorrer em membros inferiores.
 A localização da ponta em outra topografia aumenta a taxa de complicações em: veia su
de formação de trombos; átrio ou ventrículo: risco de arritmias, derrame pericárdico e
cardíaco.

A embolia por fragmento (corpo estranho) é toda forma costuma ocorrer


quando alguém injeta um corpo estranho diretamente nas veias, como talco,
silicone ou drogas não diluídas. Outra causa possível, porém rara, é a entrada
de um corpo estranho, como fragmentos de cateteres ou próteses, na
circulação, durante cirurgias que mexem em grandes vasos, que pode ser visto
em Raio-X caso tenha a radiopacidade deste material.
Para que não ocorra a embolia por fragmento, uma das orientações é somente
utilizar seringas de 10 ou 20 ml quando o material do cateter for silicone. Caso
utilize menor, pode haver a possibilidade de romper o cateter.

Recapitulando
Nesta aula você aprendeu sobre os procedimentos para realizar a punção de
PICC com segurança e de forma adequada para cada tipo, bem como
conheceu mais sobre cada técnica e cuidados.
Podemos destacar:

 Para realização do procedimento, são necessários preferencialmente


dois profissionais de nível superior, sendo obrigatório um destes possuir
curso de qualificação, ou seja, que seja habilitado.
 Em 1953, Seldinger descreve sua técnica de cateterização, utilizando
um fio-guia metálico, introduzido na veia subclávia por meio de punção
venosa profunda. Essa técnica é bastante utilizada na atualidade, por
sua praticidade e baixo índice de complicações.
 Quando for realizar a inserção do cateter pelo membro superior, orientar
a manter a cabeça lateralizada para o lado que será inserido o cateter,
com objetivo de evitar falso trajeto.
 O transdutor gera sons por vibrações dos cristais (piezoeléctricos),
existente no seu interior e esses sons são refletidos através dos tecidos.
 O mesmo transdutor que emite sons recebe os ecos e os envia para o
computador, através de um Software que transforma os ecos em
imagens.
 Observar com o ultrassom a veia jugular do lado que o cateter foi
inserido para certificar que o cateter não migrou para região superior do
vaso. Caso observe a migração incorreta do cateter na parte superior da
veia jugular, retire o cateter e reinicie sua progressão.
 O curativo do cateter compreende a troca da cobertura, antissepsia da
pele e uso de nova cobertura.
 Estabilizar o cateter significa fixá-lo de maneira segura para que não
haja migração ou deslocamento no interior do vaso, evitando perda ou
complicações no acesso.

No curativo, a cobertura do cateter deve ser a película transparente estéril com


um curativo secundário com clorexidina

Introdução 
Nesta aula, você conhecerá sobre os eventos adversos relacionados ao PICC.
Para isso, deverá refletir sobre:

 Quais são as principais complicações do PICC?


 O que é infecção?
 O que é a pseudoaneurisma?

Todos esses temas serão desenvolvidos ao longo desta aula e ao final, é


esperado que você seja capaz de:

 Compreender as principais complicações que podem ocorrer com o


PICC.

Eventos Adversos relacionados ao PICC

Complicações potenciais
O cateter central de inserção periférica (PICC) quando comparado ao cateter
venoso central oferece menor risco de complicação durante o procedimento,
mas não é inócuo, consequentemente aumentam o tempo de hospitalização e
os custos do tratamento.
Segundo a Infusion Nurses Society as complicações podem ser divididas em
dois momentos: durante e após a inserção do PICC. As possíveis
complicações que podem ocorrer durante o procedimento são:
 Punção Arterial
 Lesão de Nervo
 Pseudoaneurisma
 Trombose
 Embolia Gasosa
 Arritmia

Punção arterial

Causa:

 Quando utilizado o ultrassom e não foi possível diferenciar as estruturas


vasculares;

Sintomas:

 Sangue vermelho vivo;


 Pulsátil

A remoção imediata da agulha, fio guia ou cateter deve ser feita e compressão
local por pelo menos 3 min ou mais. A equipe assistencial deve manter o
membro elevado, se for o caso demarcar o local para acompanhamento do
hematoma em formação.

Lesão de Nervo
É importante reconhecer que as variações anatômicas nas veias, artérias e
nervos são comuns e podem ser complexas aumentando o risco de lesão
nervosa temporária ou permanente durante a inserção ou permanência do
dispositivo venoso. Segundo a Infusion Nurses Society devemos nos atentar
para alguns locais de punção venosa e arterial:

 Veia cefálica no punho radial com potencial lesão do nervo radial


superficial.
 Acima da fossa antecubital com lesão potencial para o nervo interósseo
mediano e anterior e nervos antebraquial lateral e medial.
 Jugular com potencial lesão dos nervos do plexo braquial.
 Veia braquial durante a inserção do PICC com potencial lesão do nervo
mediano.
 Artéria radial com lesão potencial do nervo mediano e nervo radial.

Devemos usar meios apropriados para controlar o sangramento em locais de


tentativa de punção sem ou com sucesso para reduzir o risco de hematoma
que pode levar a lesão do nervo devido à compressão.
Causas:

 Tentativa de punção da veia braquial.


 Pode ocorrer por compressão do nervo (punção arterial inadvertida com
formação de hematoma significativo, síndrome compartimental).

Sintomas:

 Durante o procedimento, se o quadro clínico permitir, o paciente


queixará de dor tipo “choque” no membro irradiando para o antebraço e
os dedos, formigamento, queimação ou dormência.
 Se o paciente estiver anestesiado, poderá queixar-se após o
procedimento de: dor, parestesia, edema, diminuição da força motora,
dificuldade nos movimentos de apreensão, garra e de pinça da mão.

Monitorar os sinais e sintomas neurovasculares, observando intensificação da


parestesia (por exemplo, dor, queimação ou formigamento localizado,
dormência), pois podem indicar dano avançado ao nervo. A retirada precoce do
dispositivo é importante para acelerar o processo de regeneração do nervo,
evitando:

 Neuroma: massa cicatricial. Tratamento cirúrgico.


 Síndrome da dor regional complexa: dor crônica intensa. Tratamento
paliativo medicamentoso, fisioterapia, terapia ocupacional por tempo
indeterminado.

A síndrome compartimental, produz compressão do nervo resultando em falta


de perfusão do tecido nervoso. Se a queixa de parestesia evoluir para paralisia,
palidez e perda de pulso periférico indicam um estágio avançado da síndrome
compartimental. A fasciotomia cirúrgica é necessário dentro de algumas horas
para evitar a perda da extremidade.

Pseudoaneurisma
Ocorre por trauma penetrante, ou seja, perfuração inadvertida da parede
arterial, permitindo que haja extravasamento de sangue, formando um “saco
aneurismático” cuja parede pode ser constituída pelas camadas média e
adventícia do próprio vaso, ou apenas pelas estruturas adjacentes. Pode
ocorrer até 40 dias após o trauma vascular. O diagnóstico é feito pela
ultrassonografia.

Sinais e Sintomas:

 Dor
 Hematoma
 Má perfusão
 Aumento da circunferência braquial
Complicações:

 Tromboembolia;
 Ruptura;
 Compressão neurovascular;
 Infecção;
 Anemia

Tratamento:

 Expectante: se <2cm de diâmetro;


 Compressão: 90% de eficácia;
 Injeção de salina;
 Endovascular: Stents
 Injeção de trombina;
 Cirúrgico: quando há ruptura, compressão de estruturas
neurovasculares, isquemia de pele, crescimento rápido.

Trombose

Formação de um coágulo (trombo) na veia 


A trombose ocorre quando há formação de um coágulo sanguíneo em uma ou
mais veias grandes do corpo. Esse coágulo bloqueia o fluxo de sangue e causa
inchaço e dor na região. O problema maior é quando um coágulo se desprende
e se movimenta na corrente sanguínea, em um processo chamado de embolia.
Uma embolia pode ficar presa no cérebro, nos pulmões, no coração ou em
outra área, levando a lesões graves. O diagnóstico é feito através da
ultrassonografia.

Sinais e sintomas:

 Dor local
 Edema
 Calor local
 Rigidez na musculatura da região
 Distensão venosa superficial
 Aumento da circunferência braquial
Tratamento:
Iniciar anticoagulação plena por 48h a 72h antes da retirada do cateter, se a
equipe multiprofissional optar por manter o dispositivo além da anticoagulação
plena para tratar a trombose, devemos acompanhar os sintomas. Orientar
medidas não farmacológicas para diminuir os sintomas (elevar o membro).

Embolia Gasosa

Embolia gasosa em
vasos sanguíneos 
Na embolia gasosa venosa os sinais e sintomas são inespecíficos, o que
dificulta o diagnóstico. Caso as complicações respiratórias manifestem-se
primariamente, deve-se realizar o diagnóstico diferencial de tromboembolismo,
pneumotórax, broncoespasmo agudo e edema agudo de pulmão. Entretanto,
no estudo de Kashuk e col., 42% dos casos de embolismo venoso
apresentaram manifestações do sistema nervoso central. Estas manifestações
foram decorrentes da hipóxia, hipotensão e embolismo paradoxal. O
diagnóstico de embolia venosa pode ser realizado pelo ecocardiograma
transesofágico, doppler precordial, cateterização da artéria pulmonar, medição
do end-tidal de dióxido de carbono e saturação do oxigênio.
Devemos nos atentar quando o paciente está com terapias contínuas (ECMO e
terapia renal) e precisa da inserção do PICC, pois a pressão negativa que
essas terapias geram na veia cava é alta causando a entrada de ar pelo PICC
se as vias não estiverem clampeadas.

Sinais e Sintomas:

 Dispneia
 Cianose
 Hipotensão 
 Taquiarritmia

Tratamento:

 Contenção da fonte de infusão de gás


 Oferecer oxigênio
 Posicionar o paciente em decúbito lateral esquerdo
 Trendelenburg
 Massagem cardíaca externa
 Extração direta dos êmbolos via cateter venoso central
 Terapia com oxigênio hiperbárico

Arritmia Cardíaca

Arritmia cardíaca é qualquer alteração no ritmo dos batimentos do coração, que


pode fazer com que ele bata mais rápido, mais lento ou simplesmente fora de
ritmo. A frequência dos batimentos cardíacos em um minuto considerada
normal em um indivíduo em repouso, é de 60 à 100.
O principal sintoma de arritmia cardíaca é alteração do batimento cardíaco,
podendo ser sentida palpitação cardíaca, coração acelerado ou batimentos
cardíacos mais lentos, no entanto outros sintomas podem também surgir, como
por exemplo: sensação de nó na garganta; tontura; desmaio; sensação de
fraqueza; cansaço fácil; dor no peito; falta de ar; mal-estar geral.
O paciente que tem um PICC inserido e inicia com arritmia cardíaca
provavelmente se deve porque a ponta do cateter está no átrio e estimula o
miocárdio.

Sinais e Sintomas:

 Palpitação
 Dor precordial
 Hipotensão

Tratamento:

 Solicitar um Rx de tórax, tracionar o cateter e monitorar os sinais vitais.

As possíveis complicações que podem ocorrer após a inserção do PICC:

 Sangramento
 Infecção de Corrente Sanguínea
 Flebite
 Embolia por Cateter
 Obstrução Parcial ou Total
 Tração Acidental
 Mal Posicionamento
 Lesão de Pele

Sangramento
Estudos mostram que a punção venosa guiada por ultrassom quando
comparada a técnica de punção convencional traz menos complicações com
relação a sangramentos e hematomas. Segundo a Infusion Nurses Society
devemos checar as medicações que o paciente está fazendo uso
(anticoagulante) e providenciar medidas de contenção do sangramento.
A utilização de curativos específicos para essa situação são: curativos
compressivos, compressa gelada no local para promover o vasoespasmo e
curativo hemostático.

Infecção de Corrente Sanguínea

Infecção
As doenças infecciosas são geralmente provocadas por microrganismos que
invadem o corpo e se multiplicam. Podem aderir a dispositivos médicos
implantados no corpo (como cateteres, próteses articulares e valvas cardíacas
artificiais). Eles podem estar presentes nos dispositivos quando estes são
introduzidos no corpo, caso tenham sido contaminados de forma acidental,
para evitar isso a inserção dos cateteres centrais é feitos com a utilização da
barreira máxima (campo, avental e luva estéril) assegurando a técnica
asséptica durante a inserção. Ou, então, ser provenientes de outro lugar, que
podem se disseminar pela corrente sanguínea e se alojar em um dispositivo já
implantado. As medidas utilizadas para minimizar esse risco são: lavagem das
mãos e antissepsia do microclave, ou seja, devemos assegurar técnica
asséptica na manutenção dos dispositivos.
Uma vez invadido o corpo, eles têm de se multiplicar para causar uma
infecção. Depois de se multiplicarem, verifica-se uma de três situações:
continuam a multiplicar-se até ultrapassarem as defesas do corpo; um estado
de equilíbrio é atingido, dando origem a uma infecção crônica; o corpo, com ou
sem tratamento, destrói e elimina o invasor. Devemos considerar a troca do
dispositivo no cenário de uma situação real ou suspeita de infecção quando há
limitação vascular.
A invasão pela maioria dos microrganismos tem início quando eles aderem às
células da pessoa. A capacidade de ligação constitui um processo muito
específico, que envolve uma ligação entre o microrganismo e as células do
organismo, ligação semelhante à de uma chave e respectiva fechadura.
Conseguir aderir à superfície de uma célula possibilita que eles se estabeleçam
a uma base a partir da qual eles invadem os tecidos.

Sinais e Sintomas:

 Calor local
 Edema
 Hiperemia
 Saída de secreção purulenta
 Febre
 Alteração dos exames de sangue

Conduta:

 Colher hemocultura pareada


 Retirar o cateter e mandar a ponta para cultura
 Providenciar a troca do dispositivo se for o caso
 Iniciar com antibioticoterapia

Flebite
É definida como a inflamação de uma veia devido a uma irritação química e/ou
mecânica, caracterizada por uma área avermelhada e quente ao redor do local
de inserção, ou ao longo do trajeto da veia, e edema.
A flebite mecânica pode estar relacionada à irritação da parede da veia, que
pode vir de uma área externa de diâmetro muito grande de um cateter para a
vasculatura, ângulo de inserção do cateter e posição da ponta, movimento do
cateter, trauma de inserção ou material do cateter rígido. Escolha o menor
diâmetro externo de um cateter para a terapia, cateter seguro com tecnologia
de fixação, evitar áreas de flexão e estabilizar a articulação conforme
necessário.
A flebite infecciosa pode estar relacionada a inserção de dispositivos com má
técnica asséptica e curativos contaminados. A substituição de um cateter
inserido de forma emergente sob técnica assepsia subótima quando o paciente
está estabilizado é dentro de 48 horas.
Muitas vezes há uma falta de direção para intervenções com um achado clínico
específico. Avançar no estudo é recomendado para ferramentas de avaliação
válidas e confiáveis. Conduzir projetos de melhoria de qualidade com base em
revisões de relatórios de incidentes ou ocorrências ou registro de saúde
revisões de flebite causando dano ou lesão.

Sinais e Sintomas:

 Dor/Sensibilidade
 Eritema
 Inchaço
 Purulência ou Cordão venoso palpável

Tratamento:
Se houver flebite, determine a possível etiologia, como produtos químicos,
mecânicos, infecciosos ou pós-infusão, aplique compressa morna, elevar
membro, fornecer analgésicos conforme necessário e considere outros
medicamentos intervenções como agentes anti-inflamatórios.
Embolia por Cateter
Quando algum profissional da saúde, por desconhecer o tipo de material do
PICC, faz algum procedimento inadequado, danificando ou quebrando o
cateter. Antes de usar o dispositivo vascular para infusões ou coleta de sangue,
avalie a integridade do cateter quanto à presença de danos. Pode ocorrer
separação na junção lúmen-cubo ou outras conexões externas, com
consequente sangramento.

Sinais e Sintomas:

 Dor
 Taquicardia
 Hipotensão

Tratamento:
O procedimento deve ser interrompido imediatamente, monitorar os sinais
vitais, avisar a equipe médica e solicitar centro cirúrgico ou RAVA.

Obstrução do Cateter

Oclusão do cateter
A patência do dispositivo deve ser avaliada rotineiramente, conforme definido
pela capacidade de lavar todos os lúmens do cateter sem resistência e a
capacidade de produzir um retorno de sangue. É preferível recuperar a
patência do cateter do que removê-lo.
A obstrução do PICC pode decorrer de oclusão trombótica ou não trombótica,
parcial ou total do lúmen do cateter, o que limita ou impede a administração de
soluções ou o refluxo de sangue pelo dispositivo. Compromete a segurança do
paciente por ocasionar atraso ou interrupção da terapia. O uso de PICC de
calibres mais largos pode relacionar‐se a maior risco de desenvolvimento de
oclusão e trombose venosa, enquanto o uso de cateteres de calibres mais finos
pode contribuir para a obstrução do PICC e outras disfunções mecânicas. As
causas de obstrução do cateter não trombóticas são variadas e podem
decorrer de presença de cristais de minerais, lipídicos e de fármacos, dobra ou
mau posicionamento do cateter por encontrar‐se contra a parede do vaso ou
comprimido pela clavícula ou primeira costela. Evitar misturas incompatíveis de
soluções IV e/ou medicamentos, verifique a incompatibilidade quando 2 ou
mais medicamentos são infundidos juntos, por exemplo, combinados no
mesmo recipiente, administrados como uma solução intermitente para uma
infusão de curto prazo ou uma injeção manual ou administrados
concomitantemente através do mesmo dispositivo. Consulte um farmacêutico
ou use uma referência de compatibilidade baseada em evidência quando não
houver certeza da compatibilidade, se nenhuma informação de compatibilidade
for encontrada, considerar a mistura como incompatível. Identificar
medicamentos/soluções de alto risco para precipitação. Estes podem incluir
drogas alcalinas tais como fenitoína, diazepam, ganciclovir, aciclovir,
ampicilina, imipenem e heparina, drogas ácidas como vancomicina e soluções
de NP, ceftriaxona e gluconato de cálcio e minerais precipitar em soluções de
NP com níveis aumentados de cálcio e fosfato.
Estudos apontam que a maior parte das obstruções de PICC é do tipo
trombótica e decorre da deposição de fibrina no interior (intraluminal) ou ao
redor da ponta do cateter (extraluminal) com possível evolução para
complicações secundárias graves, como infecção e trombose relacionadas ao
cateter. Realizar primeiro a desobstrução mecânica utilizando a técnica da
torneirinha, se não houver melhora da patência, realizar a desobstrução
química com: o ativador do plasminogênio tecidual ([tPA] alteplase) no lúmen
do cateter de acordo com as instruções de uso do fabricante ou o taurolock
(uroquinase) preenchendo apenas o priming do cateter. Interrompa todas as
infusões antes e durante o tempo de permanência do agente trombolítico, se
possível (especialmente se estiver tratando uma suspeita de cauda/bainha de
fibrina), otimizar a trombólise e facilitar máximo contato entre o trombolítico e
trombo/fibrina no intraluminal e superfície extraluminal do cateter. Estabelecer
barreiras de segurança enquanto o agente trombolítico estiver no dispositivo.
Após o tempo de permanência apropriado da liberação do cateter agente,
aspirar e descartar produtos de degradação antes de lavar o lúmen para avaliar
o cateter patente.

Mal posicionamento ou migração do cateter

A migração da ponta do cateter PICC é um problema comum e conhecido entre


os profissionais de saúde, podendo levar a um quadro letal de efusão
pericárdica, tamponamento secundário à perfuração miocárdica. Pontas de
cateteres posicionadas em átrio direito ou sua migração para dentro do átrio
direito são apontadas como prováveis causas destas complicações.
O mau posicionamento intravascular primário do dispositivo central ocorre
durante ou imediatamente após o procedimento de inserção e inclui
localizações na aorta, porção inferior do átrio direito e ventrículo direito,
ipsilateral e veias braquiocefálicas (inominadas) e subclávias contralaterais,
veias internas ipsilaterais e contralaterais veias jugulares, veia ázigos e muitas
outras veias menores veias tributárias. Os sítios de inserção femoral podem
produzir mau posicionamento do cateter nas veias lombar, iliolombar e ilíaca
comum.

Causas:

 Comprimento inadequado do cateter


 Mudança de posição do paciente
 Movimento respiratório do diafragma e uso de ventilação mecânica
 Extremidade superior e movimento do ombro
 Hábito corporal (por exemplo, obesidade, tamanho da mama)
 Anormalidades venosas congênitas, incluindo veia cava superior
esquerda persistente e variações de veia cava inferior, veia ázigos e
veias pulmonares.

Obter testes de diagnóstico, incluindo radiografia de tórax com ou sem injeção


de contraste, fluoroscopia, ecocardiograma, TC e/ou ressonância magnética
(RM) para diagnosticar o mau posicionamento do cateter com base nos sinais
clínicos e sintomas e problemas com a função do cateter.
Gerenciar o mau posicionamento dependendo do material do dispositivo, é
importante saber se o cateter é de silicone ou poliuretano, se o cateter for de
poliuretano é possível aplicar a técnica reposicionamento com alto fluxo de
soro, mas se o cateter for de silicone.

Recapitulando
Nesta aula você aprendeu sobre as principais complicações que podem ocorrer
com a PICC, podemos destacar:

 Infecção - as doenças infecciosas são geralmente provocadas por


microrganismos que invadem o corpo e se multiplicam. Existem muitos
tipos de organismos infecciosos. Seguem alguns exemplos de como os
microrganismos podem invadir o corpo: através da boca, olhos ou nariz;
contato sexual; feridas ou picadas; dispositivos médicos contaminados.
 Trombose - ocorre quando há formação de um coágulo sanguíneo em
uma ou mais veias grandes das pernas e das coxas. Esse coágulo
bloqueia o fluxo de sangue e causa inchaço e dor na região.
 Oclusão do cateter - pode decorrer de oclusão trombótica ou não
trombótica, parcial ou total do lúmen do cateter, o que limita ou impede a
administração de soluções ou a aspiração de sangue pelo dispositivo.
 Mal posicionamento ou migração do cateter - pode levar a um quadro
letal de efusão pericárdica, tamponamento secundário à perfuração
miocárdica.
 Danificação ou quebra do cateter – quando algum profissional manuseia
ou realiza algum procedimento no cateter de forma errada.

 Flebite - é definida como a inflamação de uma veia devido a uma


irritação química e/ou mecânica, caracterizada por uma área
avermelhada e quente ao redor do local de inserção, ou ao longo do
trajeto da veia, e edema.
 Embolia gasosa - é uma situação em que se observa a presença de gás
obstruindo o fluxo sanguíneo.
 Ferimento do plexo braquial - a lesão traumática do plexo braquial se
caracteriza por um comprometimento desse conjunto de nervos, e
consequentemente dessas habilidades.
 Arritmia cardíaca - é qualquer alteração no ritmo das batidas do coração,
que pode fazer com que ele bata mais rápido, mais lento ou
simplesmente fora de ritmo.
 Tamponamento cardíaco - é o acúmulo de sangue no pericárdio com
volume e pressão suficientes para prejudicar o enchimento cardíaco.

Introdução 
Nesta aula, você conhecerá sobre os principais cuidados com PICC,
precauções de uso do cateter, Guideline CDC: flush e prevenção das infecções
de corrente sanguíneas. Para isso, deverá refletir sobre:

 Quais são as formas de prevenção das infecções de corrente sanguínea


em PICC?
 Quais são as precauções de uso do PICC?
 Quais são os principais cuidados em PICC?

Todos esses temas serão desenvolvidos ao longo desta aula e ao final, é


esperado que você seja capaz de:

 Compreender os principais cuidados com PICC;


 Entender as precauções de uso do cateter de PICC;
 Citar o Guideline CDC: flush;
 Explicar a prevenção das infecções de corrente sanguínea.

Assistência de enfermagem nos principais cuidados do cateter de PICC

Principais cuidados com PICC 

O cateter PICC pode ser utilizado por pessoas que fazem tratamento em
ambulatório, por isso, muitas vezes, as pessoas vão para casa com o cateter
no braço. Entretanto, são necessários alguns cuidados como:

 Durante o banho, é preciso proteger a região do cateter com plástico


filme;
 Não fazer força com o braço, evitando pegar ou arremessar objetivos
pesados;
 Não mergulhar no mar ou piscina;
 Não fazer verificação da pressão arterial no braço onde está o cateter;
 Verificar presença de sangue ou secreção no local do cateter;
 Manter o curativo sempre seco.

CURIOSIDADE
Quando o cateter PICC é utilizado no hospital ou clínica para o
tratamento, são realizados cuidados pela equipe de enfermagem como
lavagem com soro fisiológico, verificação de retorno de sangue pelo
cateter, observação de sinais flogísticos que indiquem infecção, troca da
tampa na ponta do cateter e troca do curativo a cada 7 dias ou de acordo
com a recomendação da CCIH.

Precauções de uso do cateter


 Utilizar apenas seringas de 10 ml ou 20 ml;
 As seringas de 1 ml, 3 ml ou 5 ml podem gerar pressão excessiva,
podendo danificar o cateter, com exceção em cateteres de alto fluxo e
de alta pressão;
 Método de SAS: este método consiste em realizar salinização
primeiramente, para que depois se possa realizar a medicação e, por
último, para não ficar medicação dentro da via, se realiza uma nova
salinização;
 Flush: quando a salinização for realizada, deve ser feito em formato de
turbilhonamento antes e após cada medicação;
 Bomba de infusão: quando indicado;
 Examine o lúmen e extensões do cateter antes e depois de cada
utilização para verificar a presença de danos;
 Através de Raio-X, confirme o posicionamento;
 Monitore o local de posicionamento rotineiramente.

Guideline CDC
Flush

A solução anticoagulante HEPARINA não tem a


função de manter um cateter pérvio, pois depois de 6
O que se é utilizado para manter um c
a 8 horas, a heparina perde seu potencial de
somente a solução salina, que faz
anticoagulante dentro do cateter. Isso pode aumentar
menor incidência de trombose, aderên
a incidência de infecção por essa substância que
de fibrina e infecção.
está parada dentro do cateter. Já é comprovado
cientificamente que ela não é eficaz mesmo.

Prevenção das infecções de corrente sanguíneas

As Infecções Primárias de Corrente Sanguínea (IPCS) estão entre as mais


comumente relacionadas à assistência à saúde e estima-se que cerca de 60%
das bactérias nosocomiais sejam associadas a algum dispositivo intravascular.
Dentre os mais frequentes fatores de risco conhecidos para IPCS, pode-se
destacar o uso de Cateteres Vasculares Centrais, principalmente os que são de
curta permanência.
A infecção hospitalar representa um desafio na prática clínica do paciente
crítico hospitalizado, assim como a prevenção e o controle de procedimentos
invasivos. 
IMPORTANTE
Os Cateteres Vasculares Centrais (CVC) são dispositivos indispensáveis
para o tratamento e cuidado de pacientes criticamente enfermos. No
entanto, o uso desses dispositivos predispõe os pacientes a
desenvolverem infecções locais ou sistêmicas, cuja incidência dependerá
de aspectos como, o tipo de cateter, a frequência da manipulação e os
fatores relacionados às características do paciente.
Processo de Enfermagem relacionado ao uso do PICC

O Processo de Enfermagem (PE), considerando a base de sustentação da


Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), é constituído por
algumas fases que envolvem a identificação de problemas de saúde do cliente,
o delineamento do diagnóstico de enfermagem, instituição de um plano de
cuidados, implementação das ações planejadas e a avaliação contínua.
Para implantar a SAE, o primeiro passo é selecionar uma teoria de
enfermagem que irá direcionar as demais etapas do PE. Isso precisa ser feito
de maneira bem refletida e cuidadosa, e, para tanto, os enfermeiros precisam
compreender quais os conceitos dos metaparadigmas das teorias de
enfermagem e relacioná-los com os conceitos que emergem de discussões
com a equipe e com a população do ambiente no qual a SAE será implantada.

Dica

Instituir a SAE é uma forma de tornar a enfermagem mais científica, promovendo um cuida
organizado e com qualidade para o paciente.

Diagnósticos de enfermagem de NANDA relacionado ao uso do PICC


No quadro a seguir conheça os riscos ao uso do PICC:

Risco aumentado de ser invadido por microrganismos


Relacionados aos fatores ambientais, uso de antibióticos
Risco de infecção excessiva, manuseio incorreto, resposta inflamatória suprimi
Nascido (RN), procedimentos invasivos e conhecimento in
evitar a exposição de patógenos.

Risco de apresentar alterações adversas à pele. Relacionad


fármacos, alterações do estado nutricional, alterações do esta
Risco de integridade da
alteração da elasticidade, presença de edema, turgor cutân
pele prejudicada 
distúrbios da circulação, da sensibilidade e da pigmen
imunológicos, entre outros.

Menos do que as necessidades corporais – definição: ingestã


insuficiente para atender às necessidades metabólicas, em
Nutrição desequilibrada recém-nascidos em unidade de neonatologia à opção mais
Terapia Nutricional Parenteral (NPT), o que necessita da
manutenção do PICC para iniciar a NPT.
Experiência sensorial e emocional desagradável causad
tissulares reais ou potenciais, com regressão esperada
Relacionados a agentes lesivos (biológicos, químicos, físicos
Dor aguda caracterizados por possível expressão facial de dor, c
expressivo como agitação física, choro, gemido, irritabilida
autonômicas tais como alterações da respiração, do pulso,
pupilas entre outros.

O cuidador/ mãe é vulnerável a encontrar dificuldades para d


papel de cuidador do RN. Estão relacionados aos fatores de r
Risco de tensão do papel
a gravidade da doença, ambiente físico inadequado, informaç
do cuidador
sobre o estado de saúde do RN, necessidade de repetidas p
gerando estresse ao cuidador entre outras situações.

Implementações para Prevenção de Infecção Primária de Corrente


Sanguínea relacionada ao PICC

Para um melhor desempenho na manutenção do cateter desde sua inserção


até a sua retirada, são necessárias a capacitação e a educação permanente
dos profissionais, estratégias que visam qualificar a assistência de
enfermagem, com consequente minimização da remoção antecipada e
assegurando a segurança do paciente. O uso do dispositivo requer
conhecimento, destreza e habilidade para o seu manuseio, devendo-se reduzir
as ocorrências que comprometam a sua permanência.

Principais orientações para a prevenção de infecção


 Usar precauções de barreira máxima que incluam o uso de máscara,
gorro, luvas estéreis, avental estéril e campo ampliado estéril durante a
inserção;
 Remoção dos pelos, quando necessária, deve ser realizada com
tricotomizador elétrico ou tesouras;
 A veia jugular externa também pode ser utilizada para a canulação do
PICC, porém esse sítio não é o ideal;
 Utilizar luvas estéreis sem pó para prevenir irritações no sítio de
inserção e/ou flebite química;
 Para preparação da pele o antisséptico de escolha é o gluconato de
clorexidina alcoólica 0,5% a 2%;
 A degermação previamente à antissepsia da pele é recomendada
quando houver necessidade de redução da sujidade;
 Utilizar curativo com gaze estéril nas primeiras 24 horas. Após esse
período, substituir por filme transparente;
 A cobertura com gaze estéril é preferível em pacientes com discrasias
sanguíneas, sangramento local ou para aqueles com sudorese
excessiva;
 Os produtos/materiais utilizados para a estabilização dos cateteres
devem ser estéreis;
 Na troca da cobertura, atentar para que não haja deslocamento do
cateter;
 O tempo de permanência máxima do PICC não é conhecido, podendo
ser utilizado por períodos prolongados;
 Deve ser realizado o acompanhamento e a monitorização do sítio de
inserção;
 A principal conduta para reduzir a chance da ocorrência de infecções da
corrente sanguínea associada ao PICC é a adequada higienização das
mãos;
 Passar segurança e confiabilidade para seu cuidador/ mãe, explicar e
tirar as dúvidas, para promover uma interação com a equipe e vínculo
mãe e filho.

Recapitulando 
Nesta aula você aprendeu sobre os principais cuidados com PICC, quais as
precauções de uso do cateter de PICC e sobre a prevenção das infecções de
corrente sanguínea. Assim, podemos destacar:
 O cateter PICC pode ser utilizado por pessoas que fazem tratamento em
ambulatório, por isso, muitas vezes, as pessoas vão para casa com o
cateter no braço.
 Cuidados pela equipe de enfermagem como lavagem com soro
fisiológico, verificação de retorno de sangue pelo cateter, observação de
sinais que indiquem infecção, troca da tampa na ponta do cateter e troca
do curativo a cada 7 dias.
 Utilizar apenas seringas de 10 ml ou 20 ml.
 Realizar o método de SAS.
 Flush: quando a salinização for realizada, deve ser feito em formato de
turbilhonamento antes e após cada medicação.
 Através de Raio-X, confirme o posicionamento.
 Monitore o local de posicionamento rotineiramente.
 A solução anticoagulante HEPARINA não tem a função de manter um
cateter pérvio.
 O que se é utilizado para manter um cateter pérvio, é somente a solução
salina.
 As Infecções Primárias de Corrente Sanguínea (IPCS) estão entre as
mais comumente relacionadas à assistência à saúde e estima-se que
cerca de 60% das bacteremias nosocomiais sejam associadas a algum
dispositivo intravascular. 
 O Processo de Enfermagem é constituído por algumas fases que
envolvem a identificação de problemas de saúde do cliente, o
delineamento do diagnóstico de enfermagem, instituição de um plano de
cuidados, implementação das ações planejadas e a avaliação contínua.
 Diagnósticos de enfermagem de NANDA relacionado ao uso do PICC.
 A capacitação e a educação permanente dos profissionais, estratégias
que visam qualificar a assistência de enfermagem.

Introdução 
Nesta aula, você conhecerá sobre a desobstrução do cateter e a sua retirada.
Para isso, deverá refletir sobre:

 Quais são as causas de obstrução do cateter de PICC?


 Como que se desobstrui um cateter de PICC?
 Como é que se retira um cateter de PICC?

Todos esses temas serão desenvolvidos ao longo desta aula e ao final, é


esperado que você seja capaz de:

 Compreender como deve realizar a desobstrução de um cateter de


PICC;
 Entender como deverá ser realizada a técnica de retirada do cateter de
PICC.
Assistência de enfermagem na desobstrução e retirada do PICC

Causas de obstrução do cateter

As principais causas que ocorre a obstrução do cateter, são:

 Sangue ou formação de fibrina;


 Precipitação de drogas/Minerais;
 Mecânica.

Desobstrução do cateter

A desobstrução do PICC é um procedimento complexo e deve ser realizada por


enfermeiro treinado e capacitado. As principais complicações do uso
inadequado de técnicas de desobstrução são trombose, tromboembolismo,
ruptura do cateter com embolia e deslocamento da ponta. É importante saber
se o cateter é de silicone ou poliuretano.
As manobras de desobstrução devem ser realizadas com seringas de 10 ml, 5
ml, 3 ml ou 1 ml e 1 torneirinha. A manobra de desobstrução deve ser
documentada.

Técnica de desobstrução mecânica


 Limpe a saída da torneira com antisséptico padronizado pela instituição
e prenda uma seringa de 10 ml preenchida com soro fisiologico a 0,9%;
 Limpe a outra saída com antisséptico e prenda uma seringa de 1ml ou
3ml ou 5ml vazia;
 Feche a saída da seringa cheia (10 ml) e abra a saída da seringa vazia;
 Aspire apenas a seringa vazia, fazendo com que o cateter fique vazio,
criando dessa forma uma pressão negativa;

CURIOSIDADE
As seringas devem ter travamento Luer Lok.

 Sempre mantendo a pressão negativa, fecha a saída da seringa vazia e


abra a saída da seringa cheia. A solução deverá ser aspirada
automaticamente para dentro do cateter devido a pressão negativa.
 Realizar esse procedimento até o retorno sanguíneo;

Desobstrução química

 Antitrombóticos: Actilyse, Alteplase e Reteplase.
 Taurolock: trombolítico, solução de selagem bactericida e fúngica,
impede a formação de biofilme.
 Heparina não é utilizada para desobstrução de cateteres, mas como
profilaxia, quanto o uso para manutenção não apresenta evidência
científica.
 A vitamina C e dipirona: sem comprovação científica como
anticoagulante.
Retirada do cateter

O cateter de PICC deverá permanecer em uso até o fim da terapia infusional,


pois é de longa permanência, com duração de meses, desde que tenha
manutenção adequada, acompanhamento e monitorização frequente do sítio
de inserção.
São indicações formais para remoção do cateter:

 Término do tratamento medicamentoso; 


 Ruptura ou quebra do cateter; 
 Extravasamento de líquidos; 
 Flebite; 
 Infecção de corrente sanguínea relacionada ao cateter.

Nos casos de obstrução ou de exteriorização parcial, a retirada do cateter


somente deve ser realizada por enfermeiro treinado e habilitado, após
avaliação criteriosa e tentativas de preservação do acesso.
Na retirada do cateter podem ocorrer dois problemas: pinch off ou
vasoespasmo. Nas duas situações haverá dificuldade em retirar o cateter e em
caso de resistência, aplicar compressa úmida e morna na área acima do trajeto
do cateter para promover vasodilatação e facilitar a remoção do dispositivo
(aplicar a compressa por 20 minutos e tentar novamente). Na segunda
tentativa, se for mantida a resistência, então pensando em pinch off,
movimentamos o braço e ombro do paciente com movimentos circulares, e
retiramos o cateter.

Técnica para a retirada do cateter


CURIOSIDADE
Para realizar a retirada do cateter, deverá ser uma técnica asséptica.

 Higienize as mãos;
 Posicione o paciente adequadamente, conforme o local de inserção;
 Calçar as luvas;
 Remova o curativo;
 Realize a antissepsia do local de inserção com clorexidina alcoólica;
 Remova o cateter cuidadosamente e de forma paralela à pele;
 Caso o paciente referir dor forte durante as tentativas de retirada, deve-
se realizar uma radiografia para eliminar a presença de nós e dobras no
cateter;
 Exerça leve pressão com gaze sobre o local de punção, depois de
retirado o cateter;
 Aplique curativo oclusivo estéril;
 Confira o comprimento do cateter, comparando com o registrado na data
da inserção;
 Registre o procedimento nas anotações de enfermagem, ressaltando o
motivo da retirada do cateter.

CURIOSIDADE
Enviar ponta do cateter para cultura com uma amostra hemocultura
periférica somente quando houver suspeita de infecção de corrente
sanguínea relacionada ao cateter.

Passagem de PICC

Recapitulando 
Nesta aula você aprendeu sobre como deve realizar a desobstrução de um
cateter de PICC e realizar a técnica de retirada do cateter de PICC. Assim,
podemos destacar:

 Causas de obstrução do cateter: sangue ou formação de fibrina;


precipitação de drogas/minerais; mecânica.
 Desobstrução do cateter - a desobstrução do PICC é um procedimento
de risco e deve ser realizada por enfermeiro treinado e capacitado. As
principais complicações do uso inadequado de técnicas de desobstrução
são trombose, tromboembolismo e ruptura do cateter com embolia.
 Retirada do cateter - o cateter de PICC deverá permanecer em uso até o
fim da terapia. São indicações formais para remoção do cateter: término
do tratamento; ruptura ou quebra do cateter; extravasamento de
líquidos; flebite; infecção sanguínea relacionada ao cateter.
 Enviar ponta do cateter para cultura com uma amostra hemocultura
pareada somente quando houver suspeita de infecção sanguínea
relacionada ao cateter.

 Perfuração do vaso - se um vaso sanguíneo se romper ou for cortado,


há um vazamento de sangue que causa uma hemorragia.

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