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Rap.

Antes mesmo do Rap chegar ao Brasil, algumas canções no estilo já tinham sido lançadas. Como
possíveis primeiras canções estão, "Deixa isso pra lá" de Jair Rodrigues em 1964, "Melô do Tagarela"
de Arnaud Rodrigues e Luís Carlos Miele, “Mandamentos Black" , e Melô do Mão Branca" de Gerson
King Combo. Outros como Rappin Hood, apontam que os repentistas nordestinos seriam os precursores
do estilo no país, uma característica comum é a realização de "batalhas" ou "pelejas" entre rimadores.
O Rap chegou ao Brasil no final dos anos 1980, com grupos de periferia que se reuniam na Galeria 24 de
maio e na estação São Bento do metrô de São Paulo onde "JR Blaw", padrinho do grupo "Rota de
Colisão" que nasce em 1990, uns dos primeiros a defender o Hip Hop na Praça São Bento, lugar onde
o movimento punk começava a surgir. Nesta época, as pessoas não aceitavam o rap, pois consideravam
este estilo musical como sendo algo violento e tipicamente de periferia. Os primeiros a frequentarem o
local foram os dançarinos de breakdance, o principal tipo de dança hip hop. Em 1987, foi lançada "Kátia
Flávia" pelo cantor e ator carioca Fausto Fawcett, considerado o primeiro rap do respectivo estado. O
primeiro álbum exclusivo de rap brasileiro que se tem notícia é o "Hip-Hop Cultura de Rua", lançado em
1988 pela gravadora Eldorado e produzida por Nasi e André Jung, ambos integrantes do grupo de
rock Ira!. Nele foram apresentados artistas como Thaíde e DJ Hum, MC Jack e Código 13. O destaque
ficou por conta de Thaíde, que interpretou os clássicos versos: "Meu nome é Thaíde /Meu corpo é
fechado e não aceita revide". As bases do disco eram baseadas em funks americanos e acompanhadas
espontaneamente de scratches feitos pelos equipamentos de DJs. No mesmo ano, a segunda coletânea foi
lançada e projetou um dos maiores grupos da história do rap brasileiro, os Racionais MC's. Consciência
Black, Vol. I, reuniu oito faixas, dentre elas "Tempos Difíceis" e "Racistas Otários" dos
Racionais. Formado por Mano Brown, Edy Rock, Ice Blue e KL Jay, o grupo apresentou para a mídia um
rap voltado mais para a desigualdade na periferia e as injustiças sociais com a raça e cor dos membros.
Outras compilações da década de 80 foram Ousadia do Rap, da Kaskata's Records, O Som das Ruas, de
Chic Show, Situation RAP de FAT Records. A maioria destas gravadoras surgiram de pessoas que
organizavam bailes blacks nos anos passados.

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