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CRITÉRIOS DE RESISTÊNCIA
7.1. Introdução
Vejamos agora o caso do estado triplo de tensão dado pelas tensões principais
σ 1 ≥ σ 2 ≥ σ 3 . Para cada combinação de σ1 σ2 σ3 e para cada material teríamos que realizar
ensaios para determinarmos o estado tensional limite. É claro que este procedimento é
impossível de se realizar devido a infinidade de combinações e as dificuldades técnicas que
surgiriam durante os ensaios.
Devido a estas dificuldades, surgiu a necessidade de se desenvolverem métodos
gerais para se determinar o grau de perigo de um estado tensional quando se dispõe de um
número limitado de ensaios mecânicos do material. Estes diversos métodos são chamados
critérios de resistência.
Podemos generalizar o conceito de coeficiente de segurança: suponhamos dado um
determinado estado tensional. Aumentando proporcionalmente todas as componentes de
tensão, chegaremos mais cedo ou mais tarde a um estado tensional limite. Então,
coeficiente de segurança é o número que indica quantas vezes se deve aumentar todas as
componentes do estado tensional dado para que ele se converta em um estado limite.
Se em dois estados tensionais, os coeficientes de segurança são iguais, estes dois
estados são considerados igualmente perigosos.
O problema agora é determinar a que tensão de tração (ou de compressão) deverá ser
submetida uma barra para que o seu estado tensional seja igualmente perigoso ao estado
tensional dado. Esta tensão de tração é chamada de tensão equivalente σeq.
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Versão preliminar – serão feitas correções em sala de aula 2
σ2 σeq
σ1
σ3
σeq
A B
O nosso problema é expressar σeq em função de σ1, σ2 e σ3 de tal forma que o grau de
perigo do estado tensional A seja o mesmo do estado tensional B.
O coeficiente de segurança é:
σ
n = lim
σ eq
O valor de σeq é calculado pelos diversos critérios que passaremos a estudar.
σc o σt σ
B A
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Versão preliminar – serão feitas correções em sala de aula 3
σ2
σt
σ1
σc
σc σt
σ1
σ2
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Versão preliminar – serão feitas correções em sala de aula 4
σ1 ν σ
ε = − σ 2 ≤ lim
E E E
σ2 ν σ
ε = − σ 1 ≤ lim
E E E
σ1 ν σ
σ2 ε max = − σ 2 ≤ eq
, σ eq = σ 1 − ν .σ 2
E E E
σlim
σ lim
σ lim 1− ν
1+ ν σlim σlim σ1
σlim
"A maior tensão de cisalhamento não deve ultrapassar a metade da tensão limite de
tração, determinada no ensaio de tração simples".
Este critério se baseia no fato de que o escoamento dos materiais dúcteis é causado
por deslizamento do material ao longo de superfícies oblíquas, deslizamento devido ,
principalmente às tensões cisalhantes.
O círculo de Mohr para tração uni-axial será:
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τ
σ lim
τ max =
2
σlim σ
τ
σ1 − σ 3
τ max =
2
σ3 σ2 σ1
σ
σeq = σ1 - σ3
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Versão preliminar – serão feitas correções em sala de aula 6
σ2 σ2+p
σ1 σ1+p
σ3 σ3+p
Para contornar esta incoerência, foi sugerido o uso deste critério juntamente com o
da máxima tensão normal (critério de TRESCA). Sua representação gráfica será:
No círculo de Mohr
B τ
A
τmax
σc o σt
σ
τmax
B A
Qualquer círculo de Mohr com raio < τmax caracterizará a segurança do estado tensional.
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Nos eixos σ1 x σ3 ,
σ3
σlim
σlim
-σlim σ1
-σlim
U0=
1+ ν
6 .E
[
(σ 1 − σ 2 ) 2 + (σ 1 − σ 3 ) 2 + ( σ 2 −σ 3 ) 2]
1+ ν 2
U0= . 2σ 1
6.E
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Conforme podemos observar, este critério leva em conta a influência das 3 tensões
principais.
σ3
σlim
σlim
-σlim σ1
-σlim
Suponhamos que tenhamos uma máquina de ensaios que nos permita aplicar
qualquer estado tensional ao corpo de prova e variar proporcionalmente todas as suas
componentes.
Escolhemos um determinado estado tensional a aumentamos simultaneamente todas
as suas componentes. Mais cedo ou mais tarde o corpo de prova irá romper, seja por
deformação excessiva ou rotura propriamente dita.
Podemos traçar o maior dos 3 círculos de Mohr. Consideraremos que o estado
tensional limite não depende de σ2.
Realizamos outro ensaio em outro corpo de prova de mesmo material partindo de
um outro estado tensional inicial e aumentando novamente as componentes de tensão até a
rotura. Traçamos outro círculo de Mohr, e assim por diante.
Os círculos traçados definirão uma envoltória, que é única para cada material
(independendo de σ2).
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Podemos observar que qualquer círculo de Mohr que, desenhado, esteja dentro da
região limitada pela envoltória, caracteriza um estado tensional seguro (isto é, não rompe).
Este critério não se preocupa em explicar o fenômeno da rotura, mas simplesmente
faz uma análise quantitativa dos resultados de ensaios.
O problema agora é construir esta envoltória quando se dispõe de um número
limitado de ensaios, por exemplo, ensaios de tração simples e de compressão simples.
Para isto admite-se que a envoltória é uma reta que será tangente aos círculos limites
conhecidos. Note-se que, na realidade, o ponto de intersecção da envoltória com o eixo σ é
mais próximo da origem do que quando se considera a envoltória como sendo uma reta.
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σc σt
As tensões σt, σc, τ e σu correspondem a um determinado estado limite último, isto é, são
tensões limites. Segundo Mohr, deve existir um envoltória dos círculos representados,
tal que todo estado de tensão que tiver o seu círculo de Mohr sob esta envoltória será
seguro. Isto é, a condição de resistência enunciada por Mohr é: O corpo solicitado
atingirá o estado limite se o Círculo de Mohr tangenciar a Envoltória.
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τ
A
B
C E
D
(σ 1* − σ 3* ) / 2
σc σc/2 σt/2 σt σ
(σ 1* − σ 3* ) / 2
σ3
σ3*
σ1
σ1*
Segundo a Hipótese de Mohr, o estado de tensão representado pelo Círculo cujas tensões
principais máxima e mínima são, respectivamente, σ1 e σ3 é seguro, isto é, não submete
o corpo solicitado ao estado limite último considerado. Suponhamos que para atingirmos
o estado limite tenhamos que multiplicar todas as componentes deste estado de tensão
por um número n. Assim, teríamos o estado de tensão limite representado pelo Círculo
cujas tensões principais máxima e mínima são, respectivamente, σ1* e σ3*. Isto é, σ1* =
n.σ1 e σ3* = n.σ3. Este Círculo tangencia a Envoltória.
AC CE
= .
BD DE
O Círculo de Mohr do estado de tensão limite tem o raio igual a (σ1*-σ3*)/2 e a abcissa do
centro igual a (σ1*+σ3*)/2. Assim,
σ c σ 1* − σ 3* σc σ −σ3
AC = − = − n. 1 ,
2 2 2 2
σ σ * − σ 3* σt σ −σ3
BD = t − 1 = − n. 1 ,
2 2 2 2
σ * + σ 3* σ c σ + σ3 σc σ 1* + σ 3* σ t σ + σ3 σt
CE = 1 + = n. 1 + e DE = − = n. 1 − .
2 2 2 2 2 2 2 2
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σ
n. σ 1 − t .σ 3
= σ t .
σc
σ
n. σ 1 − t .σ 3
≤ σ t .
σc
Escrevendo n = γ φ , temos:
σ
γ . σ 1 − t .σ 3
≤ φ .σ t e
σc
σ eq = σ 1 − k .σ 3
σt
onde k = , já que σ t = σ .
σc lim
Para o estado simples de tensão todos os critérios se eqüivalem pois em todos a tensão
equivalente é a mesma:
σ eq = σ1= σ .
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