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Aquisição de velocidade por meio de

sensor indutivo.
Augusto Alpe Coppetti Pedro Cauduro Poche
Santa Maria - RS Santa Maria - RS
augustoalpe@gmail.co pedrocp.formula@gmail.com
m

Resumo: Este trabalho tem como finalidade projetar e construir um circuito para controlar a velocidade de
um disco de inércia de uma bancada de freios desenvolvida pelos integrantes do grupo. Esse circuito
ativará um motor elétrico e acionará um sistema pneumático atuando sobre o freio da bancada, estas ações
serão tomadas considerando a velocidade do disco obtida através de um sensor indutivo de proximidade e
uma roda fônica ligada ao eixo principal.

Palavras-Chaves: Sensor indutivo. Controle de velocidade. Instrumentação industrial.

Abstract: This work aims to design and build a circuit to control the speed of an inertia disk of a brake bench
developed by the group's components. This circuit will control an electrical motor and a pneumatic
system which control the bench’s brake, these actions will be taken considering the velocity of the
inercial disk,which one is obtained through a inductive sensor in a wheel fonic.

Keywords: Inductive sensor. Speed control. Industrial instrumentation.

1. Introdução Figura 1: Projeto de bancada de freios

Segundo Rudolf Limpert [1], o 2. Sensores indutivos 


principal sistema de segurança de um automóvel
é o sistema de freios, o mesmo é o responsável Os sensores indutivos são dispositivos de
por tornar possível que vários veículos possam proximidade sem contato, esta característica
circular em um mesmo espaço. Sendo assim tornou o seu uso muito conhecido para final de
torna-se elementar a importância de um curso de máquinas e contagem de peças, uma
instrumento que seja capaz de testar e validar vez que devido ao fato de que não é necessário
estes sistemas antes de que os mesmos sejam que ocorra o toque para acionar o sistema, este
implementados. Nesse âmbito as bancadas de sensor apresenta uma vida útil muito maior.
testes de freio são elementos essenciais e neste
trabalho é descrito um sistema de aferição de Segundo Thomazini e Albuquerque [2], este
velocidade por um sensor indutivo para o tipo de sensor utiliza basicamente um campo de
controle da velocidade de um volante de inércia frequência de rádio com um oscilador e uma
de uma bancada de freios. Um modelo da mesa bobina. A presença de um objeto metálico na
pode ser visto na Figura 1. face do sensor induz correntes de Foucault, isso
faz com que seja retida energia do circuito
oscilador, reduzindo ou parando as oscilações.
Para aferir a velocidade do volante de
inércia foi escolhido o sensor LJ8A3-2-Z/ BX
(vide Figura 2). A escolha se deu devido a
disponibilidade do sensor no laboratório.
sistema pneumático é acionado desacelerando o
disco. 

4. Materiais e métodos
Para ler o sinal do sensor, processar os dados e
controlar os demais sistemas, foi utilizado um
Figura 2: Sensor indutivo Arduino Uno e um Arduino Mega, sendo o
primeiro utilizado nas simulações e o segundo
em um sistema físico. Para facilitar o
3. Aferição e controle da entendimento do sistema o acionamento do
velocidade motor é dado por uma luz de led.
Para apresentar a velocidade em tempo
Uma outra possível utilização de um real foi utilizado uma tela LCD 16x2.
sensor indutivo é a aferição de velocidade por Inicialmente foi utilizado o software
meio de uma roda fônica. Uma roda fônica nada Proteus 7 ® para simular o funcionamento do
mais é que um objeto circular com rasgos Sistema. Como pode-se observar na Figura 4.
equidistantes, conhecidos como dentes, este
dispositivo normalmente é acoplado a um eixo
em movimento, e através da leitura da
velocidade angular dos seus dentes é encontrada
a velocidade angular do eixo pela Equação 1.

2∙ π ∙ f
ω= (Eq. 1)
n dentes

Onde f é a frequência em que os dentes se


Figura 4: Simulação do sistema elaborada no
alternam e n dentes é o número de ranhuras na
software Proteus 7 ® .
roda fônica.
A validação do projeto foi montado o
A velocidade angular é calculada sistema de maneira física, os componentes
utilizando os pulsos que são gerados pelo sensor utilizados foram os mesmos das simulações,
indutivo pela presença ou falta do material com exceção do Arduino, sendo que o simulado
metálico da roda fônica. Um modelo de roda foi um Arduino uno, enquanto o protótipo físico
fônica é ilustrado na Figura 3. utilizou um Arduino mega. Para a conexão dos
componentes foi utilizada uma protoboard, o
sinal do sensor foi simulado por meio de um
gerador de sinais do tipo DG1022, e o sinal de
saída foi aferido por meio de um osciloscópio
MSO 2012. Para simplificar o sistema foi
utilizado para plotar os resultados a janela serial
do próprio Arduino, visando simplificar o
sistema, pois a tela LCD não interfere nos
resultados obtidos. A montagem física está
apresentada nas Figuras 5,6 e 7.

Figura 3: Roda fônica. 

Para controlar a velocidade do disco


será utilizado um motor elétrico com uma
rotação de trabalho maior que a rotação
necessária do disco. Sendo assim o motor
acelera o disco até chegar na velocidade ideal,
neste momento o motor é desligado e um
motor ou do freio (representados por leds na
montagem).

#include<LiquidCrystal.h>

LiquidCrystal lcd(12, 11, 5, 4, 3, 2);

//---Variáveis---

int i = 0, m = 0, a, t = 0, nd = 10;

float tnow[10], tlast[10], r = 0.325, v, dt, vm,


w[10], vc = 9;
Figura 5: Bancada de simulação. Continua do outro lado.

Figura 6:  Gerador de sinal.

Figura 7: Osciloscópio MSO 2012.

5. Código  
A interpretação do sinal e conversão de
frequência para velocidade foi realizada por meio
lógico. Na figura 8 temos apresentado as variáveis
utilizadas, onde r e nd são referentes a raio e
número de dentes da roda fônica, parâmetros que
devem ser retirados do sistema físico. Também
podemos ver os pinos de entrada de sinal, que
neste caso são as entradas analógicas 0,13 e 10.
Outro ponto importante da Figura 8 é a presença
da função if responsável pelo acionamento do
Continuação que uma medida instantânea. A parte final
//==================================== refere-se a plotagem dos resultados no sensor
LCD, sendo que o delay de 500 milissegundos
void setup() { foi utilizado para facilitar a leitura dos dados.

pinMode(A0, INPUT); // Indutivo


//---Contador de pulso---
pinMode(13, OUTPUT); // Motor
m = analogRead(A0);
pinMode(10, OUTPUT); // Relê pneumático
tlast[0] = millis();
//---LCD setup---
for (int i = 0; i < 10; i++ ) {
lcd.begin(16, 2);
if (m > 500) {
lcd.setCursor(5, 0);
tnow[i] = millis();
lcd.print("Velocidade");
dt = tnow[i] - tlast[i];
millis();
tlast[i] = tnow[i - 1];
}
w[i] = 2 * 3.14 * (10000 / (dt * nd));
//====================================
}
void loop() {
}
//----Liga desliga motor e freio---
//---Velocidade média---
if (vm < vc) { for (int i = 1; i < 10; i++ ) {
digitalWrite(13, HIGH); v = v + r * w[i];
digitalWrite(10, LOW); }

} vm = (v / 9) * 3.6;

else { //---Printando Resultado---

lcd.setCursor(2, 1);
digitalWrite(13, LOW);
lcd.print(vm);
digitalWrite(10, HIGH);
lcd.print("km/h");
}
delay(500);

v = 0;
Figura 8: Primeira parte do código de
condicionamento de sinal. vm = 0;

Na segunda parte do código (vide


Figura 9) temos a conversão dos pulsos vindo
do sensor para uma frequência e Figura 9: Segunda parte do código de
posteriormente para a velocidade. Vale condicionamento de sinal.
destacar que a leitura do sinal analógico
variava de 0 a 1200, sendo assim foi 6. Circuito Condicionador
implementada uma variável m para sinalizar se
o sensor estava ou não lendo um dente da roda Uma vez que o sensor selecionado
fônica. Também foi utilizada as variáveis emite um sinal de 12V, enquanto que a porta do
tnow e tlast para poder obter as frequências Arduino Uno suporta um sinal de apenas 5V, foi
dos pulsos recebidos. A função for foi utilizado um optoacoplador NPN tanto para
utilizada para realizar uma média de emitir o sinal na tensão em que o controlador
velocidade em 10 medições, isso é feito para possa ler quando para proteger o mesmo de uma
obter uma medida média, o que é mais preciso sobretensão.
O circuito que pode ser visto na Figura
10, apresenta um resistor de 770 Ω que serve
para diminuir a tensão e acionar o led interno do
optoacoplador, já o diodo 1N4140 é posicionado
para evitar uma contracorrente que pode
danificar o sensor. No lado de saída de sinal
podemos ver um resistor de 10 k Ω que serve
como pull down, ou seja, limpa o sinal quando
não está passando corrente proveniente do
optoacoplador.
Figura 11: Sinais encontrados no osciloscópio.

  Os sinais lidos pelo circuito são


enviados para o Arduino que lê e calcula a
velocidade em km/h da rotação do eixo da
bancada de freio, ativando o motor ou o freio do
equipamento.

Os resultados da velocidade medida do eixo


podem ser vistos na Figura 12.
Figura 10:  Circuito condicionador.

7. Resultados
Para conferir os resultados obtidos em
simulação e na prática, foram calculados,
utilizando a Equação 1, os resultados esperados
para as frequências de 1 e 2 Hz, os dados
obtidos na simulação e o seu erro relativo,
apresentados no Quadro 1. Figura 12: Resultados obtidos.

Frequênc Velocida Velocida Erro Os valores obtidos no experimento não


ia de de   relativ foram exatamente os resultados calculados, por
  calculad   obtida o erro obtidos no sensor e no circuito construído.
a (km/h) (km/h)

1 Hz 7,35 7,3 0,007 7. Conclusões


2 Hz 14,7 14,59 0,008 O circuito físico e o condicionamento de sinal
foram efetivos para a aplicação proposta, porém
foi constatado que em frequências mais altas o
Quadro 1: Resultados calculados. sistema acaba não apresentando bons resultados.
Para resolver isso pode-se utilizar uma porta
Os sinais de entrada e saída do nosso digital e algumas funções pré-programadas no
sistema foram lidos pelo osciloscópio, Arduino. 
colocando a entrada 1 na entrada do nosso Para a implementação na bancada de freio será
circuito, e a entrada 2 na saída do circuito utilizado o mesmo sistema, porém o circuito
projetado. Vide Figura 11. será implementado com placas de circuito
impresso.
Referências

[1] Rudolf Limpert. Brake Design and


Safety. Segunda edição. Warrendale, PA:
SAE International, 1999.

[2] Daniel Thomazini, Pedro Urbano Braga de


Albuquerque. Sensores industriais:
fundamentos e aplicações. Nona edição, São
Paulo: Érica, 2020.
[3] Arduino CC. Disponível em:
<www.arduino.cc>. Acessado em 06 de
agosto de 2022.

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