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UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Unidade 2 / Aula 1
Modelagem dos indicadores
Introdução da aula

Como já estudado em aulas anteriores, os indicadores necessitam de base de dados,

dados, informação e conhecimento do ambiente. Agora entenderemos o que são esses

termos e para que usamos cada um deles; saberemos como construir uma base de

dados e como alimentá-la; conheceremos também as ferramentas existentes e as mais

utilizadas para a construção de indicadores.

Além disso, vamos conhecer, nesta unidade, algumas ferramentas comerciais e outras

livres, também conhecidas como free, que são essenciais para uma boa gestão de

indicador. É importante que você conheça essas ferramentas para saber como e

quando usá-las.

Construção de bases individuais e institucionais

A partir de agora, vamos nos aprofundar um pouco mais nos indicadores para

aprendermos como construir a base de dados e como fazer a extração dos indicadores.

Porém, antes de mais nada, precisamos compreender o que é uma base de dados,

pois, sem isso, não poderemos avançar nos estudos.

Uma base de dados é o conjunto de dados relacionais que podem conter informações

essenciais para determinada organização, ou seja, elas podem conter dados pessoais,

organizacionais, comerciais, financeiros, entre outros. Para construirmos nossos

indicadores, podemos tanto usar bases existentes na organização quanto criar bases

próprias para o fim desejado; no entanto, as bases existentes nas empresas

alimentadas por meio dos seus sistemas de gestão tendem a ser as melhores fontes

para geração dos indicadores, porque normalmente terão dados mais atualizados e

com menor risco de erros.

As bases de dados podem vir dos sistemas utilizados pela organização e são

normalmente administradas por SGBD (Sistema de Gerenciamento de Dados). Esses


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sistemas têm recursos que podem proteger os dados, evitar sua duplicação e até sua

exclusão, a depender da estratégia adotada pela empresa na construção dos seus

sistemas.

Um dos objetivos primordiais de um SGBD é a manutenção da integridade de dados

sob seu controle. Dizer que os dados de um banco de dados estão íntegros significa

dizer que eles refletem corretamente a realidade representada pelo banco de dados e

que são consistentes entre si. Para tentar garantir a integridade de um banco de

dados, os SGBDs oferecem o mecanismo de restrição de integridade. Uma restrição de

integridade é uma regra de consistência de dados que é garantida pelo próprio SGBD.

(HEUSER, 2009, p. 127)

Vejamos os principais SGBDs: existem diversos sistemas no mercado, alguns gratuitos

e outros licenciados, mas os mais usados são: PostgreSQL (free), MySQL (free), MSSQL

Server (gratuito e pago) e Oracle (pago) (DB-ENGINES, c2022).

Os SGBDs anteriormente mencionados são os mais usados e, dentre eles, há alguns

gratuitos e outros pagos. É fato que, no caso do sistema pago, haverá mais recursos e

capacidades, por exemplo: o MSSQL Server da Microsoft, na versão gratuita, apresenta

limite no tamanho do banco de dados e não disponibiliza alguns recursos de

segurança. No entanto, é válido pontuar que, mesmo sem recursos e com a limitação

de tamanho, ele pode ser bem utilizado para bases de indicadores. Ainda, é necessário

frisar que a construção das bases requererá certo conhecimento nesses SGBDs, motivo

pelo qual, muitas vezes, outras ferramentas são usadas, como os editores de planilhas,

que apresentam algumas opções no mercado. Para nosso estudo, selecionamos o

Excel, da Microsoft.

O Excel é um editor de planilha que nos oferece diversos recursos para a construção da

base de dados e para a extração dos indicadores. Nele podemos montar nossa base e,

a partir dela, construir nossos gráficos e tabelas dinâmicas. Além disso, o Excel
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também permite realizar conexões com SGBDs e trabalhar com os dados em gráficos e

tabelas.

Compreendidas as ferramentas, vamos verificar como construir nossa base de dados. A

construção se inicia com a definição dos dados a serem armazenados, então cria-se o

campo para ser alimentado. No caso da planilha eletrônica, cria-se o cabeçalho com o

rótulo dos dados e, posteriormente, ela deve ser alimentada com dados nas linhas que

se seguem.

Um ponto de diferença entre o SGBD e o editor de planilha é que, nesta, é preciso

salvar a planilha com os dados, naquele, o dado é inserido e armazenado sem precisar

salvar.

Entendidas as diferenças entre as ferramentas que podemos usar na construção da

base de dados, vamos discorrer, a seguir, sobre a finalidade dela. Mais informações

sobre comparação entre SGBDs e planilhas podem ser consultadas em Microsoft ([s.

d.]).

Finalidade de uma base de dados

A finalidade das bases de dados não se resume apenas a gerar indicadores, pois elas

não existem especificamente para essa atividade. Porém, não é possível construir

indicadores sem uma base de dados, já que é nela em que estarão as informações

necessárias para que sejam feitos os indicadores e é ela que nos fornecerá as

condições para os analisarmos. Se a base estiver construída no editor de planilha, você

poderá ter a informação no mesmo lugar em que estará seu gráfico ou tabela

dinâmica, o que não é tão simples quando se usa um SGBD, pois, com os SGBDs, é

necessário ter outro programa que se conecte à base de dados e apresente as

informações na forma desejada.

A base de dados tem como principal finalidade guardar os dados para que possam ser

acessados a qualquer momento, além de permitir a criação de uma visão temporal dos
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dados. Dessa forma, é possível realizar comparações entre períodos distintos de uma

mesma informação, como a de um volume de vendas de uma empresa no intervalo

que desejarmos, desde que as informações estejam na base de dados. Por esse

motivo, além da segurança oferecida, o SGBD acaba sendo uma opção mais

interessante, pois manter um volume de dados muito grande em editor de planilha,

apesar de possível, pode não ser tão eficaz.

Quando se usa um SGBD, é possível criar relacionamentos entre os dados existentes

em tabelas distintas, como uma tabela de vendas para um cliente cadastrado; assim,

você pode visualizar as compras realizadas por ele ao longo do tempo. Nesse caso, é

necessário ter um conhecimento mais aprofundado de banco de dados e

programação, mas, de toda forma, essas demandas podem ser direcionadas para o

pessoal de TI e você apenas consumirá o resultado desse trabalho por meio de alguma

ferramenta de apresentação dos dados.

Nas planilhas, há também recursos para construção de relacionamento, assim como no

SGBD, contudo existem limitações, por isso é necessário conhecer um pouco de

fórmulas aplicadas no editor usado. Talvez você não saiba, mas os editores de planilhas

permitem criar fórmulas diversas, capazes de realizar cálculos aritméticos, financeiros

e outros; o editor também permite fazer a concatenação de dados por meio de

fórmulas. Apesar de menos robusto em relação ao SGBD, os editores de planilha

também oferecem muitos recursos, que facilitarão a construção de sua base e dos

indicadores, serão mais fáceis de usar e, com isso, tornarão o trabalho mais acessível e

ágil, sendo necessário um esforço menor na compreensão e na aplicação dos

conhecimentos adquiridos. Com eles você também não necessitará de software

externo para apresentar seu indicador com a qualidade desejada e com uma fácil

compreensão.

Dados versus informação para a base de dados


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Agora é hora de falarmos sobre os dados e as informações para alimentar nossa base

de dados. A partir de agora vamos entender como obter e como extrair os dados e

vamos especificar a diferença entre dado e informação.

Primeiramente, precisamos diferenciar dado de informação. Apesar de, muitas vezes,

serem termos que se confundem, dados e informações são diferentes entre si em

decorrência do que cada um oferece: dado é um elemento solto que, sozinho, não é

capaz de ter representatividade ou agregar conhecimento sobre alguém ou alguma

coisa. Dessa forma, o dado é qualquer fragmento de um conjunto de dados que,

juntos, formam a informação.

[...] menor representação convencional e fundamental de uma informação (fato,

noção, objeto, nome próprio, número, estatística, etc.) sob forma analógica ou digital

passível de ser submetida a processamento manual ou automático. Em sentido mais

amplo, toda a informação quantificável (números, letras, gráficos, imagens, sons ou

outra combinação desses tipos). (CUNHA, 2008, p.112 e 113)

Compreendido o que é dado, vamos definir a informação: trata-se de um conjunto de

dados relacionais que, juntos, podem trazer conhecimento sobre fatos, objetos ou

pessoas. Um exemplo de informação é falarmos que o Brasil teve 38 presidentes, dos

quais 37 foram homens e apenas uma foi mulher; com isso, temos um conjunto de

dados que formaram, para nós, uma informação. Se tivéssemos acesso apenas às

expressões “mulher” e “38”, teríamos dados que não nos diriam nada, ou seja, não

teríamos informação; ao concatenarmos os dados presidente, Brasil, gênero e os

números, conseguimos ter uma informação que pode ser trabalhada e usada em um

possível indicador.

Quando olhamos para a construção de uma base de dados, podemos estruturar uma

base conforme o Quadro 1.


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Quadro 1 | Modelo de estrutura de dados. Fonte: elaborado pelo autor.

Na tabela anterior, ilustramos as informações sobre os presidentes do Brasil e dos

Estados Unidos, isto é, demonstramos quantos presidentes de cada sexo esses países

tiveram. Veja que essas informações só fizeram sentido estando juntas, pois, se

tivéssemos apenas os números 37 e 46, teríamos dados aleatórios que não agregariam

informação. Sendo assim, podemos afirmar que informação é o conjunto de dados que

nos traz conhecimento de algo que pode ser relevante para o momento. E, mesmo que

a informação não seja relevante no momento em que é obtida, se ela traz

conhecimento sobre algum fato ou pessoa, é uma informação.

Como falamos bastante sobre dados e informação, é importante destacarmos que o

Brasil possui uma legislação específica para tratar da captura, do armazenamento e do

uso de dados de pessoa natural. Por esse motivo, você precisa conhecer a legislação e

a autorização para uso de dados que envolvam pessoas tanto internas como externas

às empresas, tais como clientes e fornecedores. Para que você saiba o que pode e o

que não pode reter com relação aos dados, pesquise a Lei Geral de Proteção de Dados

(Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018).

Videoaula: modelagem dos indicadores


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Meu vídeo não funciona

Caro aluno, vamos agora ao nosso vídeo, a partir do qual poderemos discorrer sobre

esta disciplina de forma mais aprofundada. Nele serão abordadas as ferramentas de

banco de dados e haverá uma explanação sobre as diferenças entre dados e

informação, com a qual você será capaz de entender quando se tem dados apenas e

quando eles se tornam informação.

Indicadores são os maiores aliados do gestor, por isso vamos explorar essa ferramenta.
Saiba mais

Estudante, você verá, a seguir, uma dica para aprimorar o que aprendeu; mas lembre-

se de que conhecimento só é aperfeiçoado quando você se aprofunda na leitura e nos

estudos.

Livro: Banco de dados – Teoria e desenvolvimento, de William Pereira Alves.


Referências

ALVES, W. P. A. Banco de dados – Teoria e desenvolvimento. São José dos Campos:

Editora Érica, 2009.

CUNHA, M. B. de. Dicionário de biblioteconomia e arquivologia. Brasília: Briquet de

Lemos, 2008.

DB-ENGINES. DB-Engines Ranking. DB-Engines, [S. l.], c2022. Disponível em: https://db-

engines.com/en/ranking/. Acesso em: 14 abr. 2022.

HEUSER, C. A. Projeto de Banco de Dados. Porto Alegre: Bookman, 2008.

MICROSOFT. Moções básicas do banco de dados. Microsoft, [S. l., s. d.]. Disponível

em: https://support.microsoft.com/pt-br/office/no%C3%A7%C3%B5es-b%C3%A1sicas-

do-banco-de-dados-a849ac16-07c7-4a31-9948-

3c8c94a7c204#:~:text=A%20principal%20diferen%C3%A7a%20entre%20armazenar,pa

ra%20que%20n%C3%A3o%20ocorram%20redund%C3%A2ncias. Acesso em: 14 abr.

2022.
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RAGSDALE. C. R. Modelagem de planilha e análise de decisão: uma introdução prática

a business analytics. São Paulo: Cengage Learning, 2014.


Unidade 2 / Aula 2
Principais ferramentas
Introdução da aula

Nesta aula daremos continuidade ao aprendizado sobre as ferramentas, falaremos

sobre estrutura de tabelas e gráficos, buscaremos entender os conceitos e como

aplicá-los em tabelas como simples estrutura de dados, aprenderemos sobre as

tabelas dinâmicas, veremos a estrutura dos gráficos e, por fim, estudaremos em que

situação devemos aplicar cada um desses recursos.

Nesta aula também trataremos um pouco das ferramentas de mercado, veremos

como e onde podemos encontrá-las.

Por fim, nesta aula trabalharemos na construção de uma meta e de um objetivo, que

deverão estar baseados em dados reais e públicos. Dessa forma, seremos capazes de

trabalhar com um cenário real.

Estruturas de tabelas e gráficos

Vamos agora conhecer um pouco mais sobre os conceitos de planilhas (tabelas) e

gráficos. Antes, precisamos conhecer a finalidade das planilhas e sua estrutura, pois, a

partir desse entendimento, poderemos aprofundar-nos nos demais elementos desta

aula.

Segundo Alexander (2018, p. 12): “O principal atributo de um relatório é que ele não

leva o leitor a uma conclusão predefinida [...]”. Ou seja, embora os painéis e relatórios

do Excel possam trazer análises ou gráficos, o usuário é livre para obter suas próprias

análises e interpretações.

As planilhas eletrônicas têm por objetivo manter o dado guardado e acessível a

qualquer tempo e por quem tiver o devido acesso. A restrição de acesso a elas pode

ser feita de forma segura, pois podem ser aplicadas algumas camadas de segurança,
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que vão desde o acesso do computador onde elas estão armazenadas, até restrição da

pasta ou disco onde elas estão gravadas e das próprias planilhas, onde existem

recursos de restrição de acesso.

Vejamos a estrutura e a nomenclatura da planilha. Neste momento não focaremos em

nenhuma ferramenta específica, afinal existem diversas no mercado e cada

organização pode optar por aquela que mais atende suas necessidades; de toda forma,

o conceito e a nomenclatura são os mesmos independentemente da ferramenta, pois

o que vai diferenciá-los, na verdade, é a construção de fórmulas, mas esse não é nosso

objetivo agora.

Na Figura 1, podemos observar a estrutura de uma planilha ou tabela, que independe

do programa usado, pois será sempre a mesma.

Figura 1 | Apresentação da estrutura da tabela. Fonte: captura de tela do Microsoft


Office Excel.

Observe que, na parte superior da planilha, temos uma sequência de letras, que são

chamadas de colunas da planilha. Então se alguém lhe pedir para verificar a coluna “P”,

você olhará nesse cabeçalho e encontrará a coluna. Da mesma forma, se você observar

do lado esquerdo, verá uma sequência numérica, que diz respeito às linhas da planilha.
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Da mesma forma que no caso da coluna, se alguém lhe pedir para ir à linha 20, você

deverá descer até esse número para encontrar a linha 20.

Vimos que não é difícil entender esses conceitos, porém, para trabalharmos com os

gráficos ou tabelas dinâmicas, precisamos conhecer mais um elemento dessa planilha,

que é a intersecção da coluna com a linha, cujo nome é célula. Para melhor

entendimento e para facilitar a elaboração das interações, essas células são nomeadas

conforme a intersecção que ela faz, por exemplo, se precisarmos trabalhar com o dado

existente na coluna “D” e linha “6”, saberemos que a célula a ser analisada é a “D6”.

Com isso percebemos que entender esse conceito é muito importante para trabalhar

com fórmulas, tabelas dinâmicas e gráficos.

Figura 2 | Apresentação da estrutura do gráfico. Fonte: elaborada pelo autor.

Na Figura 2, podemos observar um gráfico e uma planilha, a partir da qual foi gerado o

gráfico. Nessa figura é possível ver os nomes alinhados abaixo das barras com as

idades, para nosso estudo, focaremos nos elementos do gráfico e não nos dados em si,

assim observaremos que há, na parte superior, a informação “título do gráfico”, que

nos ajuda a entender de imediato o que se apresenta no gráfico e que pode ser

alterado para ser mais efetivo na apresentação. Veja também que temos os elementos
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nomes e idades, que são o eixo e a série de dados, respectivamente. É possível haver

outros elementos no gráfico a depender da composição, mas isso veremos mais à

frente.

Ferramentas comerciais

Conforme falamos anteriormente, existem diversas ferramentas no mercado para

auxiliar na elaboração de gráficos, que normalmente são usados para apresentar

indicadores. Agora conheceremos um pouco as principais ferramentas existentes e em

que elas se diferem.

Dentre as ferramentas, a mais conhecida é o Microsoft Excel, que, até bem pouco

tempo, era o mais usado em razão de ser o mais simples, além de ter mais

treinamentos no mercado. Contudo, essa liderança de mercado vem sendo ameaçada

por outras alternativas que são livres de licenças e podem ser acessadas de forma on-

line, por exemplo o Google Doc – Planilha. Além dele, existem outros menos

populares, mas que vêm crescendo no mercado por razões diversas. Adiante

mostraremos os principais:

Excel: mais popular e de fácil aprendizado, o principal fator desfavorável é não haver

uma versão gratuita, que permite o uso por qualquer pessoa. Apesar de a Microsoft

ter ampliado seu modelo de licenciamento, incluindo uma licença para estudantes,

ainda assim seu custo pode ser muito alto para diversas pessoas.

Google Doc: como é de conhecimento global, o Google vem crescendo a cada dia e

entrando em diversos mercados da tecnologia. Os dois grandes diferenciais do Google

Doc é que ele está disponível on-line, podendo ser acessado de qualquer dispositivo,

desde um notebook até um tablet ou celular, e, o melhor de tudo, a custo zero, mas,

se preferir, existe também a versão paga, que trará outros recursos, dentre os quais o

principal é o espaço em nuvem, que pode ser ilimitado a depender da licença

contratada.
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LibreOffice: outra opção é o LibreOffice, cujos principais diferenciais são o fato de ser

gratuito e de código aberto, ou seja, um desenvolvedor com conhecimento em C++,

Java e Python pode efetuar alterações na sua versão de sistema, porém sua interface

não é muito amigável e seu uso acaba sendo menos simplificado que do Google Doc e

do Excel.

OpenOffice: assim como o LibreOffice, o OpenOffice tem código aberto, ou seja, pode

ser alterado conforme a necessidade. Ele também é gratuito, mas, assim como o

LibreOffice, não é muito amigável e intuitivo.

FreeOffice: outra opção é o FreeOffice, que apresenta as mesmas características do

LibreOffice e do OpenOffice: não tem necessidade de licença e não é muito intuitivo e

amigável, o que leva as pessoas a não o procurarem tanto.

Em resumo, ainda hoje o Excel tem boa frente no mercado, mas vem perdendo espaço

para o Google Doc. Houve um tempo em que os órgãos públicos iniciaram uma onda

de migração para o OpenOffice e para o LibreOffice em razão de serem gratuitos, com

isso se buscava economizar o gasto do dinheiro público, que chegava à casa dos

milhares de reais só em licenciamento de softwares.

Metas e objetivos

Agora que conhecemos mais sobre as estruturas de tabelas e gráficos e sobre as

ferramentas de mercado, vamos agora tratar do conceito de metas e objetivos.

Segundo Markus Hofrichter ([2020, p. 5]): “Uma Meta é caminho ou passo a passo

para se chegar a um objetivo [...]”.

Para o exercício de construção da meta e do objetivo, vamos trabalhar com números

reais disponibilizados pelo Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada (IPEA), o

Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda de junho de 2022, a partir do qual

veremos a inflação anual de 2006 a 2022. Trabalharemos com duas faixas de renda

para comparação do impacto da inflação e, para cada faixa e a partir dessa

comparação, estabeleceremos nossa meta.


UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Antes de iniciarmos, vamos definir o que são metas e objetivos. Esses dois termos são

muito próximos e muitas vezes se confundem, mas, de maneira geral, podemos dizer

que o objetivo é o que se quer alcançar e a meta é como alcançar o objetivo; em

termos práticos, é como dizer que viajaremos para a Grécia no final do ano (que é o

objetivo). A partir desse objetivo, definimos que não iremos de avião com

desembarque em Atenas, capital da Grécia, mas decidimos fazer um cruzeiro, com o

qual passaremos por várias ilhas e países antes de chegarmos à Atenas (que seria

nossa meta). Veja que objetivo é o que se deseja alcançar e a meta é como.

Compreendida a diferença e a relação entre esses dois conceitos, vamos ao nosso

trabalho.
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Figura 3 | Gráfico com série histórica da inflação no Brasil. Fonte: elaborada pelo
autor.

No gráfico da Figura 3, estamos analisando o impacto da inflação na classe de renda

muito baixa em comparação com a classe de renda alta. A partir disso, observe que,

praticamente em todos os anos, a inflação foi mais impactante para pessoas de renda

muito baixa; podemos observar que, nos anos de 2015 e 2021, a classe de renda muito

baixa teve inflação extremamente alta para os padrões registrados nos demais anos,

de forma que nosso objetivo é trabalhar para termos a classe de renda muito baixa

menos impactada, com a inflação em 5,83%, que é a média do intervalo apurado. No

gráfico a seguir, vamos apresentar nossa meta, que é monitorar o índice mês a mês,
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para que possa haver ação do poder público no sentido de equalizar esse desvio nos

meses que se seguem.

Figura 4 | Gráfico série da inflação para renda muito baixa em 2022. Fonte: elaborada
pelo autor.

Como forma de garantir a execução da meta, foi construído um gráfico mensal para o

ano de 2022. Vejamos que, no gráfico da Figura 4, é apresentada a inflação mês a mês,

em colunas, e que existe uma linha de meta cujo objetivo é manter a classe de renda

muito baixa no limite de 5,83%. No período apurado, vemos que não existe a

necessidade de ações específicas para garantir o objetivo, contudo, ao longo dos

meses subsequentes, pode haver desvios e, então, a indicação de ações do poder


UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

público, o que pode levar à liberação de benefícios como: auxílios sociais, saques do

FGTS, entre outras ações do governo que desonerem a classe especificada.

Videoaula: principais ferramentas


Meu vídeo não funciona

Caro aluno, até aqui você aprendeu bastante sobre a estrutura das tabelas e dos

gráficos, foi apresentado a algumas das principais ferramentas de mercado, entendeu

o que é ferramenta livre e de código aberto, por fim aprendeu sobre a construção de

metas e objetivos, o que o ajudará a colocar em prática o conhecimento adquirido.

Neste vídeo, vamos explorar um pouco mais esse assunto.

Saiba mais

Estudante, com o conteúdo indicado a seguir, você encontrará algumas dicas para

aprimorar o que aprendeu. Lembre-se de que conhecimento é aprimorado quando

você busca aprofundar-se nos estudos. Por isso, acesse:

MICROSOFT. Treinamento em vídeo do Excel. Microsoft, [S. l.], c2022.

Referências
UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

ALEXANDER, M. Painéis e Relatórios do Excel Para Leigos. Rio de Janeiro: Alta Books

Editora, 2018.

HOFRICHTER, M. Como criar metas e objetivos de forma correta. [S. l.]: Smart, [2020].

Disponível em: https://trechos.org/wp-content/uploads/2020/12/Como-definir-metas-

e-objetivos-de-forma-correta-por-Markus-Hofrichter.pdf. Acesso em: 14 jul. 2022.

LAMEIRAS, M. A. P. Inflação por faixa de renda – Maio/2022. Ipea, Rio de Janeiro, 14

jun.2022. Disponível

em: https://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/index.php/category/inflacao/. Acesso

em: 19 jun. 2022.


UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

MICROSOFT. Treinamento em vídeo do Excel. Microsoft, [S. l.], c2022. Disponível

em: https://support.microsoft.com/pt-br/office/treinamento-em-v%C3%ADdeo-do-

excel-9bc05390-e94c-46af-a5b3-d7c22f6990bb. Acesso em: 8 jul. 2022.

Unidade 2 / Aula 3
Recursos tecnológicos para se alcançar os obje vos
Introdução da aula

Nesta aula vamos falar sobre metas, objetivos e resultados, além de melhorias

contínuas. Conheceremos também mais uma ferramenta de gestão para nos ajudar

com relação à melhoria de nossos indicadores e teremos uma visão do Ciclo PDCA

(Plan, Do, Check, Act), que se trata de um método de gestão cujo objetivo é a melhoria

contínua.

Deste momento em diante, vamos falar mais de gestão e menos de ferramentas, por

isso é importante que você tenha absorvido os conhecimentos sobre as ferramentas

para praticar o que for pedido ao longo desta aula e das demais que virão.
,,
Compartilhamento de metas e objetivos

Chegamos a um momento bastante importante da nossa jornada com indicadores,

pois é agora que vamos entender como apresentar aos stakeholders nossos

indicadores em forma de metas e objetivos. Portanto, esta é a hora de encantar quem

patrocinará ou operará as ações necessárias para alcançarmos o resultado desejado.

Lembre-se de que os objetivos sempre devem estar alinhados com a missão da

organização, caso contrário eles não prosperarão. Por mais excelentes que sejam, no

nosso ponto de vista, se os indicadores não estiverem casados com a missão e a visão

da organização, poderemos estar remando para lados opostos, o que levará à não

aceitação das pessoas que realmente tomam as decisões.


UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Diante desse contexto, precisamos entender o que são a visão, a missão e o valor de

uma organização, porque, sem entender o que são esses termos, não é possível

manter o alinhamento do que estamos estudando.

Missão: com a missão, a organização define onde deseja se posicionar no mercado; ela

deixa explícito para onde está indo, como se fosse um avião que parte de uma cidade

A para uma cidade B, situação em que a missão é chegar na cidade B. Tendo em mente

essa analogia, pode-se dizer que a missão é onde a empresa deseja se posicionar, por

exemplo, uma organização de venda de carros pode ter como missão ter uma loja em

cada capital do país, tornando-se, assim, a única presente em todo território nacional.

Quando ela alcançar esse objetivo, poderá mudar sua missão, almejando ter uma loja

em cada cidade onde exista pelo menos uma loja de carros. Dessa forma, podemos

observar que a missão é mutável ao longo do tempo. “A missão pode ser definida

formal ou escrita, para que funcione como um lembrete periódico a fim de que os

funcionários saibam para onde e como conduzir o negócio” (CHIAVENATO, 2005, p.

63).

Valor: o valor de uma organização não está ligado a seu valor financeiro frente ao

mercado, mas a conceitos ligados à moral e à ética, lembrando que, no geral, os

conceitos moral e ético podem ter variações conforme a sociedade com a qual se está

trabalhando, por exemplo: religiões distintas podem ter valores distintos, por mais que

alguns valores sejam comuns. No caso do valor nas organizações, o valor se pautará

em questões comuns ao mercado, mas pode haver outros que diferem de seus

concorrentes, como uma loja de carros que pode ter como valor vender seus veículos

dentro de um ganho coerente e não exacerbado. O valor dessa empresa poderia estar

escrito da seguinte forma: “Vender nossos veículos a nossos clientes para que eles

saiam com seu sonho realizado e não com dívidas a lhes perturbar o sono. Nosso valor

é vender com a menor margem possível para satisfazer o cliente e mantê-lo

encantado”.
UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Visão: a visão está atrelada à missão, pois nela está disposto o caminho que se deseja

trilhar para alcançar o destino. Com isso, a visão permeia as ações que a organização

adotará para chegar a sua missão. Da mesma maneira que fizemos com a missão e o

valor, vamos escrever o que seria a visão do exemplo da loja de carros: sua visão é se

fazer presente em cada capital do país em cinco anos e, ao final de dez, é estar

presente em todas as cidades com lojas de veículos no país.

Agora é hora de conhecer a missão, a visão e o valor da sua organização, para, só

depois, você traçar metas e objetivos.

Compartilhamento de resultados alcançados

Agora que já alinhamos nossos objetivos e metas com os valores, a missão e a visão da

organização e já conseguimos vender aos stakeholders o que consideramos

importante, é hora de montarmos o material a ser trabalhado. Para isso, precisamos

montar nossas planilhas, gráficos e bancos de dados e, a partir da construção das

estruturas, precisamos estabelecer a forma de alimentação dessas bases, a frequência

com que esses dados serão atualizados, quem revisará as informações e com que

frequência. É importante lembrar que é necessário ter informações íntegras e que

reflitam a realidade, pois informações com divergências ou dados sem integridade são

extremamente prejudiciais para o projeto. Vamos, então, diferenciar dado íntegro e

divergência de dados:

Dado íntegro: é quando existe um padrão a ser seguido, por exemplo: em uma base

em que se espera a entrada de dados do tipo nacionalidade, sabemos que ela espera

valores como brasileira ou estrangeira. Sempre que esses valores forem inseridos,

teremos dados íntegros; se, por algum motivo, forem lançados dados diferentes

desses, teremos dados não íntegros. “[...] integridade de dados é o registro e gestão

acurados, completos e consistentes de um dado ou informação. Esse registro pode ser

em papel ou em um sistema informatizado” (CALIXTO, 2017, p. 3).


UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Divergência de dados: é quando o número de informações existentes na base diverge

do que certamente deveria estar lá. Nesse caso, informações são lançadas a mais ou a

menos, o que lhes tira a confiabilidade.

Compreendidas essas duas condicionantes a serem analisadas, define-se o responsável

para inspecionar essas informações e a frequência com que isso deve ser feito. A partir

desse ponto é que se deve construir a apresentação. É importante ter em mente que

ela deve ter leiaute limpo e de rápida compreensão, pois, assim, não será necessário

que os interlocutores fiquem questionando as informações por não entenderem sua

disposição na apresentação. Além disso, é importante que haja uma introdução; que o

apresentador conheça cada dado da apresentação, para ter a capacidade de responder

prontamente cada questionamento que possa surgir; e que, no início da apresentação,

o objetivo do trabalho esteja bem claro.

Na primeira apresentação, devem ser demonstrados os números e, ao término dela,

pode-se falar um pouco mais sobre os objetivos do trabalho. Se existirem modelos de

referências, que venham até de outras empresas, pode-se apresentá-los para mostrar

que houve uma pesquisa de mercado e um aprofundamento do conhecimento antes

de se chegar até aquele momento.

Como o objetivo é ter recorrência do trabalho, ao longo das apresentações é

importante atualizar as informações, bem como os gráficos e demais recursos

utilizados. No final da apresentação, é importante revelar o estado inicial e o estado

atual do indicador. Se for possível, é importante mostrar um gráfico em linha do

tempo, com o intuito de deixar mais claro para os participantes e de permitir que

avaliem por si mesmos a evolução a partir do esforço empregado.

Por fim, faça uma apresentação para encantar. Apresentações com boa leitura e boa

visualização têm maior capacidade de prender a atenção das pessoas e,

consequentemente, trazer bons apoios ao trabalho. Para isso, a sugestão é usar uma
UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

ferramenta de apresentação em slides, visto que são mais atrativas ao olhar de quem

assiste. Por fim, lembre-se de que é sua propaganda que está sendo feita.

Melhorias contínuas

Agora é hora de trabalharmos na garantia da continuidade do nosso indicador. À

medida que ele vem sendo trabalhado e apresentado, vai se tornando um bem da

organização e, certamente, passará a ficar diante dos holofotes, por isso é importante

que o trabalho seja contínuo e que sempre se executem melhorias nos modelos de

coletas, na análise dos dados e mesmo na apresentação. Se for possível, é importante

também mostrar como o indicador pode ser ofertado como ferramenta de ajuda para

outras áreas da organização, fazendo com que ele permaneça vivo para a empresa.

Para isso, podemos usar a ferramenta PDCA (derivada do

inglês Plan - Do - Check - Act), que foi difundida pelo Dr. W. Edwards Deming,

considerado o pai da gestão de qualidade. O PDCA é baseado no conceito

desenvolvido por Francis Bacon, o método científico Novum Organum, publicado em

1620, que foi trazido para os tempos atuais na estrutura do PDCA, a qual veremos à

frente.

O PDCA é uma ferramenta baseada em um fluxo contínuo, que passa por quatro

etapas e que só está completo após passar por todas elas. Contudo, estar completo

não significa se encerrar, pois, apesar de concluído (ou seja, embora tenha passado

pelas quatro etapas), o fluxo só se encerra, de fato, quando um processo ou serviço

deixa de existir; caso contrário, será um loop contínuo. “[...] Deming se dedicou ao

aperfeiçoamento e aplicação prática de suas concepções. E com isto desenvolveu uma

das bases mais solidificadas e utilizadas até os dias de hoje, no que se diz respeito a

‘QUALIDADE’. O ciclo PDCA, ou ciclo Deming” (CAMARGO, 2011, p. 16).

Planejar (P): nesta etapa é feita toda a concepção do processo, são definidas metas,

objetivos e potenciais ofensores. Quando o ciclo se conclui e retorna para a etapa de


UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

planejamento, é hora de verificar as oportunidades de melhorias e aplicar novas ações

e decisões; lembrando que ela é uma ação cíclica, ou seja, não terá um fim.

Executar (D): nesta etapa é feita a implementação daquilo que foi planejado; é quando

as pessoas são orientadas, os serviços são acionados e as entregas começam a ser

feitas; esta etapa passará sempre pelo fluxo e poderá haver ajustes conforme o

planejamento.

Verificar (C): nesta etapa faz-se a verificação da execução realizada no processo

anterior. Aqui deve ser verificado se o que foi desenhado na etapa de planejamento

está sendo executado a contento; portanto, toda vez que o fluxo girar e houver

alterações no planejamento, é necessário que haja o compartilhamento das alterações

com quem vai executar e também com quem vai fazer as aferições. Esse

compartilhamento deve estar disposto em um documento de acesso coletivo, de

forma que as atualizações chegarão a todos ao mesmo tempo.

Agir (A): nesta etapa são feitas as correções nas divergências entre o planejado e o

executado. Neste momento, todas as correções que se fizerem necessárias serão

dispostas com indicação do local onde o erro ocorreu e qual erro foi observado. Dessa

maneira, ao reiniciar o ciclo, as correções já estarão disponíveis. Veja que, nesta etapa,

os documentos do planejamento e da verificação precisam estar disponíveis e que

deve ser gerado um documento com orientações para o novo planejamento e assim

por diante.
UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Figura 1 | Modelo do fluxo do PDCA. Fonte: Shutterstock.

Videoaula: recursos tecnológicos para se alcançar os objetivos


Meu vídeo não funciona

Caro aluno, nesta aula vimos novos conceitos e uma nova metodologia, a do PDCA,

que é essencial para realizar entregas dentro das expectativas das organizações e que

poderá ser aplicada em sua trajetória profissional. Além disso, vimos que uma boa

apresentação faz toda a diferença. Então vamos falar um pouco mais sobre essas

novas informações e como elas nos servirão no dia a dia.

Saiba mais

Estudante, com o material a seguir você conhecerá algumas dicas para aprimorar o

que aprendeu. Lembre-se de que conhecimento é aprimorado quando você busca

aprofundar-se na leitura e nos estudos. Leia:

MACHADO, S. S. Gestão da Qualidade. Inhumas: Instituto Federal de Educação, Ciência

e tecnologia, 2012.
UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Referências

CALIXTO, J. Integridade de dados: Guia Sindusfarma para a Indústria Farmacêutica. São

Paulo: SINDUSFARMA, 2017. E-book.

CAMARGO, W. Controle de Qualidade Total. Curitiba: Instituto Federal do Paraná,

2011.

CHIAVENATO, I. Comportamento organizacional: a dinâmica de sucesso das

organizações. 2. ed. São Paulo: Campus, 2005.

MACHADO, S. S. Gestão da Qualidade. Inhumas: Instituto Federal de Educação, Ciência

e tecnologia, 2012. Disponível

em: https://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_prd_industr/tec_acucar_alc

ool/161012_gest_qual.pdf. Acesso em: 8 jul. 2022.

MINISTÉRIO DA INFRAESTRUTURA. Modelo de Gestão. Gov.br, Brasília, 5 abr. 2021.

Disponível em: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transporte-

terrestre/inovabr/modelo-de-gestao. Acesso em: 4 jul. 2022.

Unidade 2 / Aula 4
Indicador na prá ca
Introdução da aula

Nesta aula colocaremos em prática tudo o que aprendemos até aqui: montaremos um

indicador do zero, usando dados reais que darão uma visão das oportunidades

existentes nas organizações; veremos que não importa o tamanho da organização,

sempre existem oportunidades para trabalharmos com os números; falaremos sobre

ferramentas com finalidades específicas de apresentação de indicadores; e veremos

como é possível ter bases de dados descasadas com a ferramenta de apresentação e

ainda assim construir a apresentação.


UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Nesta aula também falaremos de melhorias e estudaremos como identificar as

oportunidades de melhorias mesmo sem usar a metodologia PDCA.

Construindo os primeiros indicadores

Chegou a hora de exercitarmos nosso aprendizado, caro estudante, e, para isso,

construiremos nossa base e nosso indicador. Para nosso trabalho de construção do

indicador, usaremos dados da Petrobrás, que são públicos e estão disponíveis no sítio

da Agência Nacional do Petróleo (ANP, 2022).

Com esse indicador, buscaremos mostrar a variação de produção entre os estados e os

produtos a partir dos dados de janeiro a março de 2022 e somente das produções de

óleo e gás, que foram selecionados especificamente para este trabalho. Com isso,

analisaremos tanto cada produto separadamente quanto os dois produtos juntos.

Vejamos a seguir primeiramente a produção de óleo e depois a de gás.

Figura 1 | Produção de óleo da Petrobrás. Fonte: elaborada pelo autor.

Na Figura 1 temos a produção de óleo da Petrobrás de janeiro a março de 2022. A

partir dela, podemos observar que a maior produção, em todos os meses, foi no Rio

Grande do Norte, seguido pelo estado do Amazonas. Com essa informação, é possível
UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

realizar comparações com outros períodos para identificar se as demais unidades

federativas tiveram redução e, então, entrar com ações de melhorias.

Figura 2 | Produção de gás da Petrobras. Fonte: elaborada pelo autor.

Dando sequência à elaboração do indicador e às análises, na Figura 2, podemos

observar que o Amazonas foi, disparado, o estado com maior produção de gás, o que

nos dá uma visão de quão rico em recursos o Amazonas pode ser. Logo, em uma

análise mais criteriosa, é possível os gestores da Petrobrás planejarem o aumento da

exploração naquele estado.


UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Figura 3 | Combinação das produções de óleo e gás. Fonte: elaborada pelo autor.

Por fim, trazemos um gráfico com a sobreposição das produções de óleo e gás, no qual

fica ainda mais evidente o potencial produtivo do Amazonas. Com essas informações,

os gestores têm uma visão mais clara e um poder de decisão maior.

Como esses gráficos foram gerados? A geração deles se deu através de uma tabela em

Excel, na qual esses dados estavam dispostos. Com os gráficos gerados, vamos analisar

a planilha e ver como os obtivemos.


UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Figura 4 | Tabela de base dos gráficos. Fonte: captura de tela de ANP (2022).

Na Figura 4, podemos observar que existem diversas linhas (lembrando que linhas são

os números laterais da planilha), as quais estão com o estado de Alagoas na coluna

“C”, cujo título é “Estado”. Ao aplicar o recurso de gráfico ou de tabela dinâmica, os

dados são agrupados, retornando a informação também agrupada. Por esse motivo é

importante que todas as informações inseridas nas bases de dados tenham seus

lançamentos corretos; um lançamento com o estado errado, seja faltando uma letra,

por exemplo, já poderia impactar na visão do resultado daquele estado.

É recomendável agora que você busque exercitar os conceitos aqui aprendidos na

elaboração de bases e em criação de gráficos.


UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Desafiando-se a identificar pontos de melhorias

Agora é hora de exercitar sua capacidade analítica e crítica, para, a partir dessas

análises, poder identificar as oportunidades, que podem ser diferentes em cenários

similares em razão da missão, da visão e do valor da organização. Então, por mais que

você identifique alguma não conformidade para seus padrões, pode ser que, aos

padrões das pessoas ou da organização, eles sejam aceitáveis, portanto, em sua

análise crítica, deve ser levada em consideração: a visão, a missão e o valor da

organização, porque, no cenário corporativo, os valores organizacionais tendem a

prevalecer e, em casos excepcionais, as organizações podem considerar valores

religiosos ou culturais, mas não é sempre que isso pode acontecer.

Quando identificar oportunidades de melhorias, é importante testar seu entendimento

com a missão, a visão e o valor da organização, verificando se estão aderentes, e com

outros colaboradores. Uma vez que a oportunidade identificada esteja alinhada com as

diretrizes da organização e que sua análise esteja em concordância com o pensamento

de outros colaboradores, chegou a hora de levar a informação aos superiores para

conseguir aplicar a melhoria.

Perceba que um ponto de grande relevância para qualquer organização é quanto a

mudança custará e qual é o ganho real que ela trará para a organização. Nesse caso,

faz-se necessário ter em mãos um estudo prévio do impacto que pode haver com a

melhoria e quanto custará, além do tempo necessário para concluir a implementação

do que foi proposto.

As melhorias podem ocorrer de diversas formas, contudo, para conseguir o patrocínio

para a proposta, seu foco deve estar em mudanças no departamento, na área de

atuação ou mesmo nas tarefas a que você esteja diretamente ligado, pois, geralmente,

o sentimento das organizações é de resistência quando as mudanças propostas têm

como autor e dono do projeto alguém de fora do departamento; nesse cenário, é

natural também que os próprios colaboradores do departamento ofereçam


UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

resistência. Não é impossível realizar mudanças fora do departamento e da área de

atuação do autor da proposta, mas a resistência será maior e, consequentemente, o

esforço também.

Entendidos os desafios para estabelecer uma mudança, elencaremos os pontos

importantes para aceitação de qualquer mudança proposta.

Tendo como ponto de partida o PDCA, que estudamos na aula anterior, tente

acompanhar o processo que se deseja mudar. Quando isso não for possível, é

importante criar um documento que contenha o mapeamento do processo com os

respectivos responsáveis; para isso, não é necessário colocar os nomes dos envolvidos,

basta acrescentar os cargos, a frequência com que o processo é executado, o tempo

que ele leva, qual o resultado esperado e qual o resultado que está sendo entregue.

Após criar o documento com o mapeamento do processo, é importante realizar

entrevistas com os envolvidos, momento em que se deve perguntar se a pessoa gosta

do que está fazendo, o que ela gostaria de estar fazendo, o que ela vê de melhoria na

sua rotina, o que ela vê de melhoria no processo como um todo, o que ela entende

que está sendo feito errado e o porquê.

Depois de apuradas, tratadas e organizadas as informações, é hora de testar os

entendimentos provenientes dos colaboradores e de comparar com as informações

mapeadas no processo; é hora também de montar um documento com as melhorias

identificadas. É nesse momento que será necessário ter os elementos que trarão os

impactos e os custos para apresentar aos interessados.

Encontrando a melhor ferramenta para a elaboração de indicadores

Até aqui falamos sobre bases de dados, planilhas, gráficos e que os editores de

planilhas nos permitem tanto armazenar os dados quanto gerar os gráficos e as

tabelas; mas, agora, vamos tratar um pouco mais de ferramentas que nos permitem

montar apresentações profissionais, que farão o resultado do trabalho ter uma

receptividade melhor e um dinamismo para ajustes até durante a apresentação.


UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Iniciemos, então, com os recursos que o Excel nos traz, os quais são fundamentais para

muitas empresas e usuais no cotidiano profissional.

O recurso do Excel que vamos usar aqui é sua conexão com bancos de dados externos,

que pode ser estabelecida até com outra planilha do próprio Excel ou com bancos de

dados. Através desse recurso é possível trabalhar com dados em praticamente

qualquer meio de armazenamento.

Figura 5 | Ferramentas Excel. Fonte: captura de tela do Microsoft Office Excel.

Veja que, na barra de menu do Excel, existe um menu chamado “Dados”, no qual estão

os recursos para acesso a dados externos. A partir dele, é possível acessar a base de

dados da empresa desde que se tenham as permissões necessárias no banco de dados.

Veja na Figura 6 o recurso “Obter Dado”, que está expandido. Com ele é possível obter

dados dos mais variados meios e, a partir dessa conexão, é só montar a apresentação.
UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Figura 6 | Menu Obter dados. Fonte: captura de tela do Microsoft Office Excel.

Outra ferramenta muito utilizada e que vem ganhando mercado é o Microsoft Power

BI. Com a crescente demanda por tratamento de dados, atualmente se fala que o bem

mais valioso que as empresas têm são os dados, motivo pelo qual surgiram profissões

específicas para esse fim, dentre as quais podemos citar: engenharia de dados, análise

de dados e arquitetura de dados. Uma das principais ferramentas usadas por

profissionais que lidam com dados é o Power BI, que traz diversos recursos, além de

permitir publicação on-line para que as pessoas possam acessar de onde estiverem,

permitindo combinações de filtros que ficam disponíveis para serem aplicados por

quem possuir o acesso ao que foi gerado pelo Power BI. Trata-se de uma ferramenta

que tem licenciamento liberado junto com outros produtos da Microsoft. “Segundo a
UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Microsoft, Power BI é um conjunto de ferramentas de análise de negócio que fornece

insights em toda organização” (SILVA, 2020, p. 5).

Figura 7 | Visão do Power BI. Fonte: captura de tela do Microsoft Power BI.

Com o Power BI, suas apresentações relacionadas aos indicadores terão padrão

profissional sem muito esforço, visto que ele constrói praticamente sozinho a

visualização dos gráficos e indicadores. É fato que, através de um aprofundamento de

conhecimentos, é possível tornar as apresentações ainda mais profissionais e atrativas,

mas, mesmo com pouco conhecimento da ferramenta, já se pode ter um trabalho bem

elaborado.

Por fim, observe, na Figura 7, que o Power BI nos permite acessar diversas fontes,

desde arquivos do Excel até bancos de dados. A partir disso, é importante entender

que o Power BI não tem um recurso, como o Excel, para construir tabelas: a

ferramenta só trabalha com bases externas, por isso se trata de uma ferramenta para

apresentação das análises de dados e não para seu armazenamento.


Videoaula: indicador na prática
Meu vídeo não funciona
UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Caro aluno, você agora sabe o que precisa para fazer apresentações de indicadores

que prenderão a atenção dos espectadores e que levarão seu trabalho a outro

patamar; você também conhece agora como aplicar melhorias, como identificar as

oportunidades e como fazer para apresentar suas percepções para que as mudanças

aconteçam, além de ter aprendido sobre novos recursos para suas apresentações de

indicadores.

Vamos agora falar sobre todos esses novos conhecimentos.

Saiba mais

Estudante, no portal Data Science Academy, você encontrará conteúdos gratuitos para

se aprofundar mais no Power BI. Bons estudos!

Referências

ANP. Produção de petróleo e gás natural nacional. Dados.gov.br, Brasília, 2022.

Disponível em: https://dados.gov.br/dataset/dados-historicos-com-producao-de-

petroleo-e-gas-natural-terra-e-mar. Acesso em 19 jun. 2022.

DATA SCIENCE ACADEMY. Conheça Nossos Cursos Gratuitos. Data Science

Academy, [S. l.], c2022. Disponível

em: https://www.datascienceacademy.com.br/cursosgratuitos. Acesso em: 7 jul. 2022.

SILVA, R. F. Power BI em 100 Páginas: aprenda os fundamentos de forma rápida e

prática. [S. l.]: Create and Learn, 2020.

Unidade 2 / Aula 5
Revisão da unidade
Ferramentas e processos na construção de indicadores
UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Chegamos ao fim de mais uma unidade. Ao longo dela, falamos de ferramentas,

conceitos e processos, todos fundamentais para a construção dos indicadores e de sua

manutenção. É importante você ter em mente que os indicadores são excelentes

ferramentas para a gestão de qualquer negócio, no entanto, se não forem construídos

com os propósitos adequados e com as interpretações corretas, eles perdem a razão

de existir; e uma interpretação errada, ou uma alimentação incorreta, pode levar o

gestor, e até a organização, a tomar decisões equivocadas e às vezes com impactos

negativos duradouros, então entenda os recursos a seu alcance para ser efetivo.

Compreendidos os cuidados necessários, vamos relembrar alguns pontos importantes

da concepção dos indicadores. Primeiramente, é necessário conhecer a Missão, a

Visão e o Valor da organização, pois, uma vez que se conhece essas definições

importantes para o negócio, é possível elaborar indicadores que não conflitarão com

as diretrizes da organização.

Levando em consideração que a Missão é onde a organização deseja chegar, pode-se

dizer que um indicador que tenha objetivos diferentes dos dela poderá impactar

negativamente a organização. E como a Visão diz respeito ao que a organização está

disposta a fazer para alcançar sua Missão, saber para onde caminha e como caminha a

organização é necessário para alcançar o objetivo do indicador sem gerar conflitos com

essas diretrizes. Por fim, temos o Valor, que são as crenças da organização, as quais

devem ser conhecidas e respeitadas para que se possa chegar ao objetivo com o

indicador. Pode ser que a Missão e a Visão mudem ao longo do tempo, mas no caso do

Valor é pouco provável haver qualquer mudança, pois ele está diretamente ligado a

conceitos éticos, morais e culturais, que são preceitos praticamente imutáveis.

Portanto, é imprescindível que você conheça as definições de cada uma dessas

diretrizes para obter sucesso na construção do seu indicador.

Entendidos os conceitos e as crenças organizacionais, é hora de saber como e de onde

obter as informações que serão usadas no seu indicador. Para isso conhecemos as
UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

definições de planilha eletrônica, banco de dados e SGBD, ponto em que você

aprendeu qual dessas ferramentas devem ser usadas para a coleta dos dados,

respeitando regras organizacionais relacionadas a custos, afinal vimos que algumas

dessas ferramentas são pagas e outras não; então, precisamos definir o recurso que

será usado e, a partir disso, começar a construção da base e a modelagem do

indicador.

É importante que você faça um acompanhamento dos processos de captura de

geração dos dados, pois informações divergentes podem comprometer seu indicador.

Portanto, se você tem autonomia suficiente para intervir na geração dos dados, é

interessante criar processos de acompanhamento e, sendo necessário, aplicar

melhorias nesses processos. Uma ferramenta importante que estudamos sobre

melhoria continua é o PDCA, que pode ser aplicado a praticamente qualquer processo

ou rotina existente. Para isso é necessário conhecer o processo ou rotina em detalhes,

bem como o resultado desejado; uma vez tendo o conhecimento, é necessário aplicar

o conceito “Planejar”, “Executar”, “Verificar” e “Agir”.

Videoaula: revisão da unidade


Meu vídeo não funciona

Em nossa videoaula, teremos a oportunidade de explorar um pouco mais o que

estudamos, trabalhando com exemplos de indicadores, de Missão, Visão e Valor, e

apresentando com mais clareza o que é o PDCA.

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de refletir e criar seus indicadores com base

nos preceitos apresentados.

#Indicador #Qualidade

Estudo de caso
UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Chegou a hora de colocarmos em prática o que aprendemos até aqui. Para isso, você

deverá analisar o cenário apresentado e propor uma solução.

Uma empresa tem observado que sua receita liquida, aquela remanescente após a

liquidação das despesas, está sofrendo quedas mês a mês. Seu gerente financeiro

verificou que as despesas se mantiveram inalteradas ao longo dos últimos 12 meses,

no entanto, no planejamento financeiro, foi identificada uma despesa não definida,

enquadrada em “Despesas Diversas”, que apresenta registros crescentes todos os

meses. O gerente financeiro propôs um indicador de mensuração das despesas sem

registro no plano de contas, assim, toda vez que uma despesa for apresentada para

lançamento como “Despesas Diversas”, ela deve ser lançada em sua base do indicador,

informando: data, valor, razão da despesa e nome do solicitante.

No primeiro mês, o gerente observou que, mesmo com essa solução, ele ainda teve

valores lançados como “Despesas Diversas” que não entraram em seu indicador. Ele

então aplicou o conceito do PDCA e desenhou um plano de gerenciamento desses

lançamentos a partir do qual criou a figura do revisor das despesas. Dessa forma,

sempre que fosse solicitado um pagamento sem o devido registro, o subgerente do

departamento deveria conferir se o lançamento se encontrava na base do indicador e,

após essa conferência, a despesa deveria ser liberada para pagamento. Mais uma vez o

gerente observou que, apesar de haver uma queda na divergência, ainda havia

informações não registradas.

Visto que os esforços aplicados não surtiram o efeito esperado, o gerente financeiro

solicitou ao time de planejamento que o ajudasse no rastreamento do ponto onde o

lançamento estava falhando, pois poderia haver a possiblidade de existir alguma

pessoa sabotando seu indicador por precisar esconder algo.

Imagine que você é o responsável pelo departamento de planejamento e vai ajudar o

gerente financeiro a identificar o ponto falho. Indique quais ações você tomaria a fim

de identificar a falha no processo do departamento financeiro. Isso levando em


UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

consideração que você tem autonomia de usar pessoas dos departamentos de TI,

financeiro, segurança, contas a pagar, compras e compliance. Apesar da autonomia

que possui, será necessário respeitar o valor da organização, que preza pelo sigilo e

pela confidencialidade.

_______

Reflita

Agora é hora de você exercitar sua compreensão acerca do que estudamos até aqui.

Pense e apresente a solução que lhe pareça mais adequada.

Videoaula: resolução do estudo de caso


Meu vídeo não funciona

Para nosso caso, temos a oportunidade de realizar ações junto ao time de TI, o que nos

dá a chance de colocar restrições nos lançamentos das despesas sem um plano de

contas adequado; assim, todos os lançamentos que necessitassem ser realizados como

Despesas Diversas ficariam restritos a uma ou a, no máximo, duas pessoas. Como

segurança complementar, poderia ser criado um registro de log no sistema para

informar todos os lançamentos, mapeando os dados de usuário e tipo de despesa, com

valor, data e demais dados de lançamento. Dessa forma, mesmo que um dos dois

únicos usuários não reconheça os lançamentos, a área de TI poderia recorrer ao log do

sistema.

Outro passo a ser adotado é restringir a uma só pessoa as tarefas de liberação de

cheques e de realização de transferências e estabelecer que essa pessoa efetue os

lançamentos de tipo da despesa, valor e solicitante, além da forma de pagamento.

Assim, é possível criar mais um ponto de checagem. É importante que, nesse caso, não

seja a mesma pessoa que lança a despesa no controle, o que evitará o vício no

controle.
UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Por questão de otimização do processo, pode-se definir o gerente financeiro como o

responsável para liberar os cheques e transferências, já que ele é a parte mais

interessada nesse processo.

Além dessas definições, poderia ser parte da rotina do gerente financeiro inspecionar

os lançamentos diariamente, para haver mais efetividade na identificação em razão de

haver um volume menor de divergências a serem analisadas.

Outro elemento de segurança que pode ser sugerido é o time de TI criar uma rotina no

banco de dados para enviar um e-mail ao gerente financeiro com as informações de

lançamento sempre que um lançamento de Despesas Diversas for realizado no sistema

e gravado no banco de dados.

Após a implantação desses recursos, o time financeiro poderia ser convocado para que

fossem informados quanto à necessidade de identificar de onde estão vindo essas

despesas e quanto à necessidade de ajuda de todos para localização do ponto de falha.

Contudo, seria prudente não falar dos controles criados, apenas das definições dos

papéis das pessoas que liberariam os meios de pagamentos e aprovariam as despesas,

de forma que, se houver alguma ação irregular por parte do time financeiro, o

colaborador não ficará acuado. Para todos os efeitos, o processo seria centralizado nas

pessoas, mas não seria alterado como um todo. Finalmente, a conversa com o

financeiro deveria ser levada para o entendimento da falha sistêmica, pois, assim, a

pessoa, se fosse o caso, não se esconderia.


Resumo visual

Vamos relembrar o que é PDCA, pois ele nos ajudará a fixar o que aprendemos.
UNIDADE 2 - Mensuração de desempenho

Figura | Modelo PDCA. Fonte: Shutterstock.

O PDCA é um processo de melhoria contínua e sua utilização pode assegurar uma

maior efetividade em nossos processos.


Referências

ALEXANDER, M. Painéis e Relatórios do Excel Para Leigos. Rio de Janeiro: Alta Books

Editora, 2018.

MINISTÉRIO DA INFRAESTRUTURA. Modelo de Gestão. Gov.br, Brasília, 5 abr. 2021.

Disponível em: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transporte-

terrestre/inovabr/modelo-de-gestao. Acesso em: 4 jul. 2022.

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