.

RIO DE JANEIRO
DOMINGO, 9 DE ABRIL DE 2023
ANO XXVI
NÚMERO 9.725
R$
5 Aponte
a câmera
do celular
e acesse
o EXTRA
INÊS249

B BATALHA ENTRE FILHA E NORA DO CONTRAVENTOR

CUSTODIO COIMBRA

Herdeiras de Castor brigam

por ilha de R$ 40 milhões
Parentes do bicheiro que morreu
em 1997 disputam na Justiça a
posse de mansões em região
paradisíaca. Herança inclui
outros 19 imóveis avaliados em
R$ 10,5 milhões. PÁGINA 3
CARLOS MAGNO/11.2.1991

Castor de
Andrade era da
cúpula do jogo
do bicho no Rio

As histórias de 5 crianças mortas em atentados

As lembranças da alegria e dos sonhos de vítimas de ataques continuam vivas para as famílias. PÁGINA 11

JOGO D EXTRA E
FÁBIO ROCHA/REDE GLOBO

Grávida
é esfaqueada
e perde o bebê Os amuletos para
a final do Cariocão
PÁGINA 4

B Em vantagem depois de relacionado para a deci-

Aviões Hércules vencer o primeiro jogo são de hoje, às 18h, no Ma-
viram atração por 2 a 0, o Flamengo tem
mais um motivo para au-
racanã. No Fluminense, o
multicampeão Marcelo,
turística no Rio mentar a confiança: o ata- que será titular, é a apos-
PÁGINA 6 cante Bruno Henrique foi ta para faturar o título.
MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC
MARCELO CORTES / FLAMENGO

‘Quero
muito
ser mãe’
B Estreando como téc- Uma
nica na versão infantil Páscoa
do “The voice”, a can- feliz para
tora Iza relembra a todos
sua infância e revela PÁGINA 13
que sonha ter filho em
breve. “Quanto mais
cedo, melhor”, diz ela.

Jesus, o
nosso ÀS 16H
salvador,
venceu Botafogo e Audax decidem a
PÁGINA 10 Taça Rio em Volta Redonda
2〉 extra.globo.com Domingo, 9 de abril de 2023

PREVISÃO DO TEMPO HOJE AMANHÃ TERÇA

Sol com muitas nuvens durante
todo o dia. Períodos de nublado,
com chuva a qualquer hora.
Min 22° Min 21° Min 23°
Max 28° LUA CHEIA Max 29° Max 29°

Passatempo Telefones
DIREITOS HUMANOS
Cruzadas 9 erros 100
ATENDIMENTO À MULHER

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL 180

ATENDIMENTO À CRIANÇA
Pequeno réptil comum Reuniões Barulho que evidencia São motivo de multa
em ambientes urbanos convoca- um tiroteio pela Receita Federal 123
Jericoacoara, Canoa das por Bicho do (?): "Rei (?)", peça de ATENDIMENTO AO IDOSO
Quebrada e Moreré sindicatos pessoa arredia (fig.) Shakespeare
Status dos
0800-2822-899
EUA, em POLÍCIA FEDERAL
relação ao
capitalismo
194
Trapo, "Onde (?) O plano al- POLÍCIA CIVIL
em inglês Wally", ternativo 197
Minas de passa- Tenente
tempo POLÍCIA MILITAR
diamantes (abrev.)
Marcelo (?): 190
apresenta SAMU
o "Pro-
voca" 192
"Post-(?)", Bê-á-(?): "(?) da CORPO DE BOMBEIROS
adesivo o abece- Porta",
dário
193
Concorren- sucesso
te do Uber (?) Byron, de Elis DEFESA CIVIL
poeta Apêndice Derrame 199
inglês de absor- (?), DEFENSORIA PÚBLICA DO RIO
Dupla de ventes distúrbio
quadrilha íntimos pulmonar 129
Ferimento MINISTÉRIO PÚBLICO
Material de leve (pop.)
telhados 127
rústicos Divisão do
caderno ALÔ ALERJ
(?) os pés Imita a Luz 0800-0220-008
Estratégia no chão: "voz" do
de jogo de decorativa
ser gato de tetos DETRAN-RJ
futebol realista Linguarudo rebaixados 0800-0204-042
OU 3460-4040

Sudoku CEDAE
0800-2821-195
"Um (?) Joana
não justi- D'(?), LIGHT
Santa
fica outro" (abrev.) heroína 0800-0210-196
(dito) francesa
ENEL
Molho Urso, em
(plantas) espanhol 0800-2800-120
Ecológico "Arma" de NATURGY
(red.) sedução
0800-0240-197
Diadema, Serviço do
no ABCD sapateiro PROCON-RJ
paulista Moeda, 151
(?) caseiro, em inglês
SUPERVIA
solução Apelido de "Regional",
para "Carolina" em TRT 0800-7269-494
evitar de- "(?) Viva", Cor de METRÔ
sidratação programa bronze
Ben, para Esposa de 0800-5951-111
Peter Ponto de Zeus na
saque BARCAS
Parker Mitologia
(HQ) no vôlei grega 0800-7211-012
Fonte de Organiza- DETRO
renda de ção criada 2332-9535
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vive a Moretti de
"Travessia"
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humo-
Respostas POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL
Amanda 3503-9000
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Coração" Miguel H ER A S O R O E
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folhetim 0800-8861-000
com a RODOVIÁRIA NOVO RIO
babá Nice 3213-1800
CENTRAL DE ATENDIMENTO
AO CIDADÃO DA PREFEITURA
DO RIO DE JANEIRO
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Domingo, 9 de abril de 2023 extra.globo.com 〈3

B BRIGA DE CACHORRO GRANDE

O bicho está pegando

Herdeiros disputam ilha
paradisíaca de Castor de
Andrade na Costa Verde
Carolina Heringer
carolina.heringer@extra.inf.br
BO bem mais valioso do es-
pólio do bicheiro Castor de
Andrade — parte de uma ilha
de quase 97 quilômetros
quadrados, localizada na
Ponta da Raposinha, em Ilha
Grande, na Costa Verde do
Rio — é alvo de disputa entre
duas viúvas da família: Eliza-
beth Costa de Andrade da Sil-
va, mulher de Paulo de An-
drade, filho do contraventor,
e Carmen Lucia de Andrade
Iggnacio, filha de Castor e vi-
úva de Fernando Iggnacio.
Em 2018, Elizabeth entrou
com um processo na Vara Cì-
vel de Angra dos Reis para
que pudesse se manter em
uma casa na ilha, que alega
ter sido construída por ela e
pelo marido. Em fevereiro, a
viúva de Paulinho conse-
guiu, na Justiça, o direito de
permanecer no imóvel.
No processo, Elizabeth ar-
gumentou que a ilha foi divi-
dida por Castor, antes de sua
morte, em 1997, entre os
dois filhos mais velhos, Pau-
linho e Carmen, frutos da
união com Wilma Andrade.
Com isso, ela e o marido usa-
ram a área para construir
uma casa no local. Ao lado,
Carmen e Fernando Iggnacio
estruturaram a sua residên-
cia. Paulinho foi assassinado
no fim de 1998, um ano e
meio depois da morte do pai.
Já Fernando foi executado
em novembro de 2020,
quando voltava com a mu-
lher da casa deles na ilha.
ENTULHO
Segundo Elizabeth, quando
Fernando ainda era vivo, ele e
Carmen vinham causando
problemas a sua permanência
no local, jogando entulho de
obra em seu terreno e impe-
dindo que ela instalasse um
CUSTÓRIO COIMBRA
relógio de luz próprio, che-
gando a ficar sem energia elé-
trica em razão disso. No pro-
cesso, a viúva de Paulinho
afirma que a convivência com
sua cunhada e o marido vinha
causando “constantes incô-
modos e dificuldades”. A ilha
é um dos bens do processo de
inventário de Castor, que teve
início há 26 anos e continua
até hoje, sem que os herdeiros
consigam chegar a um con-
senso sobre a partilha.
FUNCIONÁRIOS COM MEDO
Em suas alegações no proces-
so, Elizabeth afirma que sou-
be dos problemas causados
por Carmen e Fernando por
funcionários seus, que ti-
nham medo de relatar o ocor-
rido em razão do “histórico
violento” da família. No pro-
cesso, ela apresentou notas
fiscais de obras e compras da
casa, além de diversas foto-
grafias dela e do marido no
local, no intuito de compro-
var que a casa ocupada por
ela foi construída pelo casal.
Nas imagens, Paulinho apa-
rece em momentos de des-
contração, cozinhando na
propriedade, na companhia
de amigos e de funcionários.
Carmen rebate os argumen-
tos da cunhada, afirma que
nunca houve divisão do local e
ressalta que o processo de in-
ventário dos bens do pai conti-
nua em andamento na 12ª Va-
ra de Órfãos e Sucessões do
Tribunal de Justiça do Rio. Ela
diz ainda que a casa que Eliza-
beth afirma ser dela, na reali-
dade, foi construída e custea-
da pelo próprio Castor, e a
acusa de mentir no processo
para permanecer em imóvel
que não é seu. Segundo Car-
men, o intuito da cunhada
com o processo é apenas ter
uma decisão judicial que lhe
garanta continuar no imóvel. O belíssimo lugar, disputado por viúvas, que vêm de uma história de sangue derramado, por seus parentes, ao longo dos anos
MARCIA FOLLETO/ARQUIVO

Liminar fazendo água

B Em agosto de 2018, Elizabe-
th já tinha conseguido, na Jus-
tiça, uma decisão liminar
(provisória) garantindo sua
manutenção no imóvel na
ilha. Com a sentença do dia 14
de fevereiro, a decisão foi con-
firmada. Inconformada com a
decisão, Carmen entrou com
um recurso no mês passado
que ainda não foi julgado.
A liminar obtida por Eliza-
beth conseguiu impedir, em
2021, que a ilha fosse incluída
em um leilão dos bens de Cas-
tor que chegou a ser marcado
pela Justiça, mas foi suspenso
após pedido de alguns herdei-
ros. Em uma de suas petições
no processo em andamento
em Angra, Elizabeth alega
que, por ser herdeira de Pauli-
nho, possui direito a 6,25%
dos bens de Castor, por isso te-
ria direito a ficar com a casa na
Ponta da Raposinha. A alega-
ção é rebatida por Carmen,
que afirma que a cunhada não
teria direito à propriedade.
O advogado de Carmen não
comentou a decisão judicial
no processo. Já o escritório
que representa Elizabeth afir-
mou que não tinha nada a de-
clarar no momento e que o
processo ainda está em anda-
mento, apesar da decisão fa-
vorável à cliente.
A propriedade na Ponta da
Raposinha é um dos 20 bens
disputados pelos herdeiros
de Castor no inventário que Elisabeth
já dura 26 anos. Desde outu- (de preto) e
bro do ano passado, o proces- Carmen com
so está sendo digitalizado, os maridos,
com um aviso solicitando Paulinho e
que os advogados não petici- Fernando
onem em razão disso. Iggnacio

MEMÓRIA
.......................

Muito dinheiro, muitos imóveis, muitas mortes

B
Dos 20 imóveis, 19 fo-
ram avaliados em 2020,
por determinação da Justi-
ça, em R$ 10,5 milhões. À
época, a ilha ficou de fora
da análise porque não en-
trou na lista de bens que se-
riam vendidos, em razão da
decisão judicial que man-
tém Elizabeth na posse do
imóvel na propriedade.
Corretores consultados pelo
EXTRA estimam que o terreno
na Ponta da Raposinha está
avaliado em R$ 40 milhões.
Na lista de bens de Castor,
depois da ilha, o mais valioso
é uma casa no bairro do Joá,
na Zona Sul do Rio, que vale
R$ 6 milhões. De acordo com
a avaliação, a propriedade
tem 992 metros quadrados
de área construída e estava,
em 2020, em péssimo estado
de conservação.
Na mesma região, há ain-
da dois apartamentos em Co-
pacabana, um na Avenida
Nossa Senhora de Copacaba-
na, avaliado em R$ 380 mil, e
outro na Rua Duvivier, cujo
preço estimado é R$ 800 mil.
Metade dos imóveis que se-
riam colocados à venda no lei-
lão de 2021 fica em Bangu, na
Zona Oeste do Rio, bairro on-
de Castor dominava a explo-
ração do jogo do bicho.
Castor de Andrade morreu
aos 71 anos, de infarto, em 12
de abril de 1997. O contraven-
tor havia escolhido o sobri-
nho, Rogério Andrade, para
sucedê-lo, comandando o jo-
go na Zona Oeste e em outras
áreas do estado. Filho de Cas-
tor, Paulinho de Andrade não
concordou com a decisão e ini-
ciou uma guerra com o primo.
Em outubro de 1998, Pau-
linho foi assassinado. Genro
de Castor, Fernando Iggna-
cio Miranda começou então
uma disputa com Rogério,
dando início a uma guerra
que durou mais de duas dé-
cadas. Em novembro de
2020, Iggnacio foi executa-
do quando voltava com a
mulher, Carmen, da ilha na
Ponta da Raposinha. Ele foi
morto a tiros no heliponto
do Recreio. Investigadores
descobriram que o marido
de Carmen era monitorado
pelos assassinos na ilha. t
s
4 〉 POLÍCIA extra.globo.com Domingo, 9 de abril de 2023

B SOB OS CUIDADOS DO ESTADO

Proteção imediata para quem é

vítima ou testemunha de crime REPRODUÇÃO

Governo quer criar um novo lhão por ano.

programa para acolhimento
provisório de pessoas em risco
Carolina Heringer
carolina.heringer@extra.inf.br
B Jurado de morte na favela on-
de morava, na Zona Norte do
Rio, X. entrou na sede da Secre-
taria estadual de Desenvolvi-
mento Social e Direitos Huma-
nos, no Centro, no fim do ano
passado, para pedir ajuda. Ele
queria entrar no Programa de
Proteção a Vítimas e Testemu-
nhas ameaçadas de Morte (Pro-
vita), do governo do estado, e
“sumir do mapa”. Para aguar-
dar os trâmites de sua inclusão,
buscou abrigo na casa de um
amigo, bem longe da comuni-
dade onde foi ameaçado.
Em outras situações, quando
não há para onde ir, quem preci-
sa dos programas de proteção a
vítimas ameaçadas precisa dar
início a um acolhimento provi-
sório, garantindo a segurança
da pessoa e de sua família. Para
aprimorar o atendimento antes
do ingresso oficial na rede de
proteção, o governo do estado
se mobiliza para criar um novo
programa, o Acolhimento Pro-
visório (A/Prov), exigência de
uma ação civil pública que tra-
mita desde 2011 no Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro.
O Rio tem três programas de
proteção à vida, geridos pela Se-
cretaria de Desenvolvimento
Social e Direitos Humanos.
Além do Provita, há o Programa
de Proteção ao Adolescente e à
Criança Ameaçados de Morte
(PPCAAM) e o Programa de
Proteção aos Defensores dos Di-
reitos Humanos (PEPDDH). O
Provita cuida da proteção de ví-
timas e testemunhas de crimes
cujos relatos sejam relevantes
para a investigação ou processo
e o PPCAAM, de crianças e ado-
lescentes com risco de morte.
Em ambos, os parentes também
podem ficar sob os cuidados do
estado. Já o
‘À DERIVA’ PEPDDH prote-
Coordenadora ge defensores
de programas de direitos hu-
diz que não manos, comu-
há local para nicadores ou
acolhimento ambientalistas
inicial em risco.
O A/Prov, em desenvolvi-
mento, garantiria acolhimento
provisório, em local sigiloso, pa-
ra “candidatos” aos três progra-
mas, enquanto os casos ainda
estão sob análise. Para que al-
guém ingresse num dos progra-
mas, é feito um exame criterioso
pelos conselhos deliberativos de
cada um, que analisam se o can-
didato faz jus à proteção. Fazem
parte do colegiado membros do
Ministério Público, Judiciário
Defensoria Pública, entre ou-
tros. A estimativa é que o A/
Prov tenha um custo de R$ 1 mi-
Em outubro do ano passado,
teve início um processo admi-
nistrativo, em trâmite, encami-
nhando um modelo de resolu-
ção para o A/Prov. No docu-
mento, Rafaela de Martino
Fontes, coordenadora dos Pro-
gramas de Proteção à Vida do
Estado do Rio, justifica a neces-
sidade de maior estrutura no
acolhimento provisório: “Não
existe atualmente um local vol-
tado ao acolhimento inicial,
nem um protocolo de atuação
nos casos em que as pessoas
ameaçadas ainda estejam no
aguardo de decisão dos órgãos
colegiados dos programas”.
Desde que teve início o pro-
cesso administrativo, houve
tentativas de captar verbas para
oprograma em diferentes secre-
tarias. Em 28 de fevereiro, a Su-
perintendência de Promoção e
Defesa de Direitos Humanos da
Secretaria estadual de Desen-
volvimento Social e Direitos Hu-
manos solicitou suplementação
orçamentária para a política pú-
blica. Segundo Rafaela, como
os programas são muito buro-
cráticos, por vezes, há entraves
para o acolhimento provisório.
—Temos que deixar esse pro-
cesso (de inclusão das pessoas
ameaçadas) redondinho. Não é
um programa muito custoso.
Há pessoas que chegam na se-
cretaria só com identidade e a
roupa do corpo, sem poder re-
tornar para onde vivem. Preci-
samos aprimorar esse primeiro
atendimento — afirma Rafaela. Joana da Paz, que ficou conhecida como Dona Vitória após filmar traficantes: amparo no Provita

‘É uma vida de muita privação, mas garantimos a segurança’

BO A/Prov terá participação
das secretarias de Polícia Civil
e Polícia Militar. As corpora-
ções vão atuar no levantamen-
to de informações de situações
de ameaça apresentadas e na
escolta para deslocamentos.
Os três programas de prote-
ção já existentes contam com
recursos do estado e da União e
são executados por Organiza-
ções Sociais Civis. No Provita e
no PPCAAM, apelidado de Pro-
vitinha, as principais ameaças
vêm de traficantes e milicianos.
Em ambos, a pessoa em risco é
retirada de onde vive, mudando
até de estado, na companhia
dos parentes que queiram
acompanhá-la. O aluguel e con-
tas da família são custeados pe-
lo programa. A alagoana Joana
Zeferino da Paz, que ficou co-
nhecida como Dona Vitória
após filmar traficantes de dro-
gas na Ladeira dos Tabajaras e
ter sua denúncia publicada pelo
EXTRA em 2005, ficou durante
anos sob a proteção do Provita.
— É uma vida de muita
privação. A pessoa não pode
ter acesso à internet, telefo-
ne, perde contato com fami-
liares. Mas garantimos que a
pessoa fica segura — afirma
o defensor público federal
Thales Arcoverde Treiger,
integrante do conselho deli-
berativo do Provita.
Atualmente, há oito casos
atendidos pelo Provita, com
20 acolhidos, incluindo os
parentes. Já no PPCAM, são
21 crianças e adolescentes,
além de 19 familiares. No
PEPDDH, a lógica é diferen-
te: o papel do programa é ga-
rantir que os acolhidos não
deixem seu local de atuação
e continuem tendo seguran-
ça para trabalhar — hoje, há
37 pessoas protegidas.
Há ainda uma iniciativa
para criar um novo decreto
de regulamentação do Pro-
vita no Rio. A coordenadora
Rafaela de Martino Fontes
explica que os integrantes
do programa identificaram a
necessidade de rever algu-
mas regras, como a proibi-
ção de acesso à internet, ao
celular e até a contas bancá-
rias. Segundo ela, muitas ve-
zes a restrição faz com que as
famílias candidatas desis-
tam de receber a proteção.
— Temos demanda de
pessoas que querem usar in-
ternet para trabalhar e, sem
isso, acabam não conse-
guindo autonomia. Esta-
mos pensando como pode-
ríamos ter alternativas a is-
so mantendo a segurança,
sem colocar pessoas em ris-
co. É um desafio — diz a co-
ordenadora do programa. t
s

Ação de menos de três Preso suspeito de Grávida é

minutos e dor eterna
Giulia Ventura
giulia.ventura@oglobo.com.br
BA ação de criminosos que
levou à morte da menina Es-
ter de Assis Oliveira, de ape-
nas 9 anos, no Morro do Ca-
jueiro, em Madureira, Zona
Norte do Rio, na última quar-
ta-feira, durou cerca de três
minutos, segundo contam
testemunhas do caso. Os
bandidos, apontados como
traficantes do Complexo da
Serrinha, comunidade domi-
nada por uma facção rival à
do Cajueiro, chegaram em
um carro preto pela Avenida
Ministro Edgard Romero, fi-
zeram vários disparos e fugi-
ram pelo mesmo caminho.
Além da criança, um rapaz
de 19 anos também morreu.
João Vitor Pereira Brander
era entregador de botijões de
gás. Outras três pessoas fica-
ram feridas. De acordo com
os relatos, as vítimas esta-
vam na Rua Piraquê no mo-
mento em que foram atingi-
das. Segundo Thamires As-
sis, mãe de Ester, a menina
estava com uma prima de 17
anos. As duas haviam acaba-
do de sair de suas respectivas
escolas e faziam o caminho
de volta para casa, por volta
Thamires Assis, mãe de Ester, abraçada ao urso da filha, no IML
da 17h30. Como a rua é uma
ladeira, elas pararam para
descansar, e Ester aprovei-
tou para comer um pedaço
de bolo que tinha recebido
durante a comemoração de
Páscoa na escola. Neste mo-
meto, foi baleada na cabeça.
João Vitor estava em seu
horário de almoço, parado
próximo a um portão onde
costumava fazer entregas.
Segundos as testemunhas, as
outras três pessoas atingidas
pelos tiros dados pelos trafi-
FABIANO ROCHA/06.04.2023
cantes estavam na mesma re-
gião. Não há, no entanto, in-
formações da distância entre
elas nem de quantos disparos
foram feitos pelo bando.
— Estavam mais ou menos
na metade da rua. Foi muito
rápido, não conseguiram pe-
gar nenhuma característica
(do carro ou dos atiradores)
— contou uma testemunha.
Ester e João Vitor foram
enterrados na manhã de sex-
ta-feira, no Cemitério de Ira-
já, também na Zona Norte.
esquartejamento
B Policiais da Delegacia de
Homicídios, com apoio da
Polícia Militar, prenderam
na noite de sexta-feira o sus-
peito de ter matado no come-
ço de janeiro a mulher tras
Tailla Santos, de 25 anos. O
corpo da vítima foi encontra-
do dias depois, esquartejado,
dentro de uma casa em Vigá-
rio Geral, na Zona Norte.
O suspeito do crime foi
identificado pelos agentes da
polícia como sendo Thiago
Salgado dos Santos, que es-
tava foragido há três meses e
foi localizado pelos policiais
na Praça da República, no
Centro do Rio. Contra ele já
havia um mandado de prisão
preventiva em aberto.
t
s Homem acusado do assassinato da trans foi preso no Centro
De acordo com as investi-
gações, o acusado teria con-
tratado os serviços Tailla,
que faria programa. No dia
seguinte, ao darem por falta
da vítima, parentes e amigos
acessaram a conta dela nas
nuvens do aparelho celular e
descobriram o último local
onde ela esteve até desapare-
cer. A polícia chegou a ir ao
local, mas não conseguiu
prender o suspeito, que fu-
giu. No imóvel, encontraram
o corpo esquartejado enrola-
do em um lençol.
A vítima ficou desapareci-
da durante quatro dias. De
acordo com os relatos de tes-
temunhas, Tailla tinha saído
para fazer um programa. t
s Central de Emergência. Em
REPRODUÇÃO
esfaqueada,
e bebê que ela
esperava morre
B Uma grávida, de 20 anos, foi
esfaqueada em Cabo Frio, na
Região dos Lagos, na tarde de
sexta-feira. Testemunhas
afirmam que o crime foi co-
metido pelo ex-padrasto da
vítima e a teria abordado para
pedir dinheiro. A mulher es-
tava no nono mês de gestação
de uma menina, que não re-
sistiu. O suspeito foi conduzi-
do por policiais militares para
a 126ª DP (Cabo Frio), onde
foi preso em flagrante.
Informações preliminares
indicam que a mulher foi gol-
peada nas costas, no braço,
no pescoço e nas pernas. Ela
foi levada para o Hospital
nota, a Prefeitura de Cabo
Frio informou que a vítima
está internada na Unidade de
Pacientes Graves e que seu
quadro de saúde é estável.
Nas redes, a mãe da vítima
afirmou que o homem a espe-
rou sair de casa para cometer
o crime. Numa publicação
feita ontem de manhã, ela in-
formou que a filha acordou e
foi desintubada. Um vídeo
mostra um armário com o en-
xoval da neta, que nasceria
em breve. “Estava tudo pron-
tinho”, escreveu ela. t
s
Domingo, 9 de abril de 2023 extra.globo.com CIDADE 〈 5

B INTERCOLEGIAL
Competição terá tradicional desfile de abertura em 6 de maio; escolas públicas e particulares podem se
inscrever até o dia 20, através do site oficial do torneio, para as sete modalidades em disputa neste ano

FUTSAL E SKATE DÃO A

LARGADA NA 41ª EDIÇÃO demais modalidades —, mar-
ARI GOMES/INTERCOLEGIAL/DIVULGAÇÃO

cados para 10 de maio e 14 de Segundo

junho, respectivamente.
Antes de a bola rolar e as semestre
pistas esquentarem, o Inter- será agitado
colegial dá a largada em sua
Vitor Seta 41ª edição com a celebração B Após as disputas do pri-

A
vitor.seta@oglobo.com.br
s emoções do es-
porte escolar
voltarão a to-
mar conta do
Rio de Janeiro a
partir de maio, quando co-
meçam as primeiras disputas
da 41ª edição do Intercolegi-
al. As inscrições para a com-
petição foram abertas no úl-
timo dia 3 e serão encerradas
no próximo dia 20. Podem
participar instituições públi-
cas e particulares.
A partir do dia 20 de maio,
o futsal abre o calendário de
competições do primeiro se-
mestre. Os jogos serão dispu-
tados no próprio dia, depois
no dia 27 do mesmo mês e,
por fim, em 3 de junho. As fi-
nais e confrontos de terceiro
lugar ficam para os dias 10 e
11 de junho.
Já o skate, que nesta edição
inaugura a categoria sub-8,
será disputado no dia 24 de ju-
nho. Tanto o futsal quanto o
skate terão seus próprios con-
gressos técnicos antes das
competições — assim como as
do tradicional Desfile de
Abertura, que acontecerá no
dia 6 de maio, na Arena Cari-
oca 1, no Parque Olímpico,
na Barra da Tijuca. A organi-
zação divulgará o tema da
festa em breve.
Para se inscrever, os res-
ponsáveis pelas escolas de-
vem acessar o site do Interco-
legial (www.intercolegi-
al.com.br) e procurar o ban-
ner de inscrições abertas. Ou
acessar diretamente a página
de inscrições: www.inscrico-
es.intercolegial.com.br.
São sete modalidades em
disputa nesta edição: futsal,
basquete, vôlei, vôlei de praia,
handebol, skate e xadrez. O
Intersolidário, gincana bene-
ficente de arrecadação de ali-
mentos, completa o quadro
como oitava modalidade não-
esportiva, mas que conta pon-
tos para a classificação geral.
Vale lembrar que as vagas
para futsal, basquete, vôlei e
handebol são limitadas a até
32 equipes. No vôlei de praia,
o limite é de 16 duplas. O skate
e o xadrez não têm restrições.
meiro semestre, a competi-
ção para brevemente para
as férias escolares e volta
com tudo na segunda meta-
de do ano. Os jogos serão re-
tomados com o basquete,
em 5, 12 e 19 de agosto, com
finais nos dias 26 e 27 do
mesmo mês.
No mês seguinte, é a vez
do xadrez e do handebol.
Peões, torres e cavalos se
movimentam pelos tabulei-
ros do Intercolegial em 2 de
setembro. O handebol será
disputado nos dias 16, 23 e
30, com finais em 7 e 8 de
outubro. Ainda neste mês, o
vôlei de quadra fecha o ciclo
de competições longas, nos
dias 14, 21 e 28, com suas fi-
nais acontecendo em 2 e 3
de novembro.
Por fim, o vôlei de praia en-
cerra oficialmente as compe-
tições esportivas nos dias 11
e 12 de novembro. É esporte
garantido para o ano inteiro.
A 41ª edição do Intercole-
gial tem realização do jor-
nal “O Globo” e apresenta-
Futsal é a primeira modalidade em disputa no 41º Intercolegial, a partir do dia 20 de maio ção do Sesc RJ. t
s

EDUCAÇÃO LAZER

ATIVIDADES QUE
DESPERTAM VOCÊ
PARA UMA VIDA
AINDA MELHOR.

SAÚDE

CULTURA

O Sesc RJ desenvolve diversas ações que os comerciários, seus familiares e toda a comunidade podem desfrutar
e ter mais qualidade de vida. São atividades de lazer, cultura, esporte, saúde, assistência, turismo e educação,
que você encontra em unidades espalhadas em 13 municípios do Rio de Janeiro, que vão de hotéis a restaurantes,
de bistrôs a unidades móveis.

ACESSE O NOSSO SITE E ENCONTRE UMA ATIVIDADE PERTINHO DE VOCÊ.

6 〉 CIDADE
B FIM DE UMA ERA
Aviões Hércules
vivem nova história
Aeronaves da FAB, que serão
desativadas até o fim de 2024,
viram atração turística no Rio
Geraldo Ribeiro
geraldo.ribeiro@extra.inf.br
B Mesmo sem as asas, a carca-
ça de um avião transportada
sobre uma carreta parou o
trânsito de duas pistas da Es-
trada do Galeão, na Ilha do
Governador, no começo de
março. A cena ilustra o fim de
uma era: a dos Hércules
C-130, gigantes da frota da
Força Aérea Brasileira
(FAB). Em processo de apo-
sentadoria, as aeronaves en-
traram para o imaginário da
população por sua dimensão
monumental.
Agora, começam a cons-
truir uma nova história. O
destino previsível para esse
tipo de equipamento é virar
sucata, mas alguns Hércules
ganharam sobrevida: pelo
menos um virou peça de mu-
seu, e outros três tornaram-
se atrações turísticas em
Cantagalo, no interior do es-
tado. Pelo cronograma da
Aeronáutica, a desativação
total da frota da FAB, que
chegou a ter 29 desses avi-
ões, deve ser concluída até o
fim do ano que vem, com sua
substituição por modernos
KC-390, maiores e mais velo-
zes, fabricados pela Embra-
er. Para admiradores do mo-
delo, o clima já é de saudade.
— O C-130 Hércules é uma
aeronave excelente. Com um
projeto básico de quase 70
anos, ainda é o rei. É um avi-
ão confiável, robusto, resis-
tente e que suporta maus-
tratos. Vai deixar saudades
— lamenta Nelson During,
editor do portal de notícias
especializado DefesaNet.
Após a desativação com-
pleta da frota, para conhecer
um Hércules, o interessado
poderá visitar o Museu Aero-
espacial. O espaço no Campo
dos Afonsos, na Zona Oeste,
já recebeu um exemplar e o
expõe em seu acervo, ao lado
de relíquias da aviação como
as réplicas do 14-Bis e do De-
moiselle, criações de Alberto
Santos Dumont. A aeronave
do museu tem prefixo FAB
2453 e foi incorporada à fro-
ta em 2014.
Outros desses enormes
modelos, com quase 30 me-
tros de comprimento e 40 de
envergadura (da ponta de
uma asa à outra), foram cur-
tir a aposentadoria no muni-
cípio de Cantagalo. Na cida-
de, três dessas aeronaves ar-
rematadas em leilão são as
atrações principais do Hotel
Fazenda Gamela Eco Resort,
no Km 20 da RJ-160.
— As pessoas ficam encan-
tadas. É o nosso diferencial.
A principal curiosidade é sa-
ber como os aviões vieram
parar aqui. Tem gente que
acha que caíram e ficaram —
conta o gerente-geral do es-
tabelecimento, José Jorge da
Silva Pinto, antes de explicar
que, depois de arrematados,
os três foram desmontados e
levados em carretas da Base
Aérea do Galeão até a cidade
de Cantagalo.
Duas dessas aeronaves fi-
cam numa área de acampa-
mento, e os hóspedes podem
dormir dentro delas. O am-
HISTÓRIA
Um dos modelos
levou 15 exilados
duranta a ditadura
para o México
plo espaço interno já foi
adaptado como boate e cená-
rio para luau. Uma das estre-
las do Gamela Eco Resort
chama atenção por um deta-
lhe histórico: o FAB 2456, o
primeiro a ser comprado pe-
lo hotel, em 2016, teve parti-
cipação importante no perío-
do da ditadura: em 6 de se-
tembro de 1969, levou para o
México 15 exilados trocados
pelo embaixador americano
Charles Elbrick, sequestrado
por militantes que lutavam
contra o governo militar.
Nesses tempos de polari-
zação política, o Gamela pre-
fere explorar apenas o char-
me do “Gordo”, apelido cari-
nhoso pelo qual o Hércules
também tornou-se conheci-
do. O terceiro modelo insta-
lado no Gamela fica no alto
de uma montanha, no meio
da mata. Uma antiga rampa
usada para saltos de para-
quedas virou plataforma pa-
ra os turistas se aventurarem
na tirolesa que leva o nome
do avião, chega a 152 metros
de altura e tem 1.600 metros
de extensão.
A carcaça da aeronave que chegou a fechar uma avenida no Rio e causou engarrafamento
De grandes missões ao tráfico
BO Hércules entrou para o
imaginário da população por
conta da participação em ações
humanitárias no Brasil e em
outros países. Na pandemia, as
aeronaves da FAB transporta-
ram insumos para estados do
Norte e do Nordeste.
Em janeiro de 2021, a mis-
são de salvar vidas coube a
um C-130 Hércules. O avião
decolou de Belém (PA) rumo
a Manaus (AM) levando 24,5
DEIVID CANTO/DIVULGAÇÃO
toneladas de cilindros de oxi-
gênio. Dois meses depois, a
mesma equipe decolou do
Rio com 11 toneladas de
máscaras, álcool em gel e re-
pelentes para o Acre.
A aeronave FAB 2474, lei-
loada no ano passado após
mais de 20 mil horas de voo,
participou de missões de des-
taque como apoio ao Progra-
ma Antártico Brasileiro, en-
tre 2001 e 2018; à missão da
extra.globo.com Domingo, 9 de abril de 2023
FABIO ROSSI
No Museu
Aeroespacial está
exposto o Hércules
C-130, que será
desativado até
o fim de 2024.
REPRODUÇÃO DE VÍDEO
Avião começou
a ser fabricado
em 1954
BA carcaça do Hércules FAB
2474 que parou o trânsito na
Ilha do Governador tinha si-
do leiloada em meados do
ano passado. Na mesma oca-
sião, em outro lote estava o
FAB 2466. Os valores de ven-
da não foram informados, as-
sim como segue em segredo a
identidade de quem com-
prou. Mas, pelo site do leilo-
eiro, sabe-se que o lance mí-
nimo para o primeiro foi de
R$ 28.450 e a oferta do se-
gundo partiu de R$ 30.800.
João Emílio, leiloeiro que
fez as vendas das aeronaves,
explica que é praxe passar a
LOTES LEILOADOS
Valor mínimo da
carcaça chegou a
R$ 28.450 no primeiro
lance de um leilão
informação ao fabricante,
que emite o end user (espécie
de baixa) e dá orientações so-
bre cronograma de desmon-
te e padrão de corte, de for-
Ao lado, o ma que o avião não tenha
avião que mais condição de ser reutili-
levou os zado em sua função original.
exilados, Todos os componentes elé-
e outro tricos e eletrônicos são retira-
também dos. Nem todos, segundo o
comprado leiloeiro, têm o mesmo fim
em leilão nobre dos que foram para o
pelo Hotel museu e o hotel fazenda.
Fazenda — Muita gente compra a
Gamela, aeronave com a finalidade de
em Cantagalo mandar a sucata de alumínio
aeronáutico para o forno e,
depois de toda derretida,
transformá-la em lâminas
para outros produtos — ex-
plica o leiloeiro.
ONU no Haiti, entre 2004 e A empresa americana
2017; e a busca ao voo 447, Lockheed começou a fabricar
da Air France, que caiu no os Hércules em 1954. Mais
oceano em 2009. de 2.500 foram produzidos.
O FAB 2466 tem um passa- A FAB iniciou o processo de
do de glórias e uma grande desativação de nove aviões
polêmica. O avisão foi envol- em 2016. Outros 12 se apo-
vido, em abril de 1999, num sentaram há dois anos. A Ae-
escândalo, quando a PF ronáutica informa também
apreendeu, em Recife, mais que todas as unidades ainda
de 30kg de cocaína levadas a em operação estão sediadas
bordo de um voo que tinha a no Rio, mas não esclareceu
Espanha como destino. quantas são. t
s
Domingo, 9 de abril de 2023 extra.globo.com CIDADE 〈 7

B MUITO ALÉM DA MÚSICA

Verdadeiro show de nostalgia REPRODUÇÕES

Novo
Canecão terá
espaço para
lembrar a
antiga casa
Luiz Ernesto Magalhães Mesas arrumadas
luiz.magalhaes@oglobo.com.br
diante do palco: ao
B Mais do que uma casa de espe- fundo, vê-se o painel
táculos, o novo Canecão, previs- de Ziraldo
to para abrir as portas na Praia
Vermelha em 2025, será uma
espécie de tributo ao espaço ori-
ginal, que marcou gerações com
shows dos principais nomes da
MPB e da música internacional
entre 1967 e 2010, quando fe-
chou. Os empresários Luiz Os-
car Niemeyer e Kleber Leite, que
venceram a concorrência orga-
nizada pela UFRJ para recriar o
espaço, pretendem fazer uma
“caça ao tesouro’’ em busca de
vídeos, fotos e objetos para Bailarinas do
compor uma espécie de “mu- Moulin Rouge
seu’’ temático. O plano é que o no Canecão
novo espaço funcione ao longo
de todo o ano, mesmo quando

LUCAS TAVARES
não tiver shows, como atração
turística e restaurante.
— O Canecão tem toda uma
memória afetiva e uma atmos-
fera que queremos recuperar —
disse Niemeyer.
Detalhes da nova casa serão
discutidos com arquitetos que
desenvolverão o projeto, que
ainda serão escolhidos. O dese-
nho que serviu de referência pa-
ra a licitação foi conceitual.
Ao vivo, o compositor
— Ir ao novo Canecão será Chico Buarque
uma experiência sensorial. Po- assume o lugar (e a Cravo Albin
de ser que parte da decoração batuta) do maestro levou o precioso
remeta ao espaço original. O tu- Isaac Karabtchevsky acervo para casa
rista ou o carioca poderão visitá-
lo para almoçar, tomar café —
disse Leite.

TESOURO GUARDADO Testemunhas da história

Nessa viagem ao passado, os
empresários deverão ter menos
dificuldade do que imaginam. O
arquivo fotográfico de 43 anos
da casa, entre outros documen-
tos, como cópias de contratos
com artistas e papelada da con-
tabilidade, está guardado há 13
anos a menos de 5km do cam-
pus da Praia Vermelha, no Insti-
tuto Ricardo Cravo Albin, na Ur-
ca. Há ainda CDs gravados nos
dez últimos anos da casa.
Há fotos de 1967, quando o
espaço foi inaugurado, inicial-
mente como cervejaria. Em
outro flagrante, dos anos
1970, Chico Buarque de Ho-
landa “rege’’ a orquestra de
Isaac Karabtchevsky enquanto
o maestro observa ao fundo.
Não faltam registros de Bibi
Ferreira (1922-2019), a pri-
meira e a última artista a se
apresentar no palco original.
Há ainda cópias de fotos auto-
grafadas da cantora portugue-
sa Amália Rodrigues (1920-
1999), que em temporadas no
Rio só exibia seu fado no Cane-
cão. Em slides, também é pos-
sível ver a performance do as-
tro americano James Brown
(1933-2006) em 1973.
O tesouro guardado por
Cravo Albin reúne flagrantes
de montagens diversas, como
espetáculos de circo, o musical
“My fair lady” e as bailarinas
francesas do Moulin Rouge,
que se apresentavam de to-
pless. Na época, o prédio da ca-
sa de shows foi “envelopado”
para se parecer com a casa pa-
risiense.
— O Canecão ia fechar e Má-
B Para ajudar no resgate da his-
tória, ainda podem ser ouvidos
alguns ex-funcionários que atu-
aram no Canecão em 1967. É o
caso de Arthur Priolli, primo de
Mário, que trabalhou como pro-
dutor desde a abertura da casa:
— Tem muita história. A mais
curiosa era que o Canecão deve-
ria ter sido a maior pista de boli-
che da América do Sul. Por isso,
o prédio nem tinha pilastras.
Mas, quando ficou pronto, a
moda do boliche tinha passado.
A opção foi abrir uma cervejaria
alemã, uma febre da época.
Arthur afirma que o Canecão
abriu antes da construção de vi-
zinhos como o Shopping Rio
Sul, aberto em 1980. Priolli lem-
bra curiosidades sobre o perfec-
cionismo de vários artistas:
— Tim Maia era rigoroso. Eu
gravava em fita cassete os ensai-
os porque Tim vivia reclamando
O retorno da casa
B A contagem regressiva para a
volta do Canecão, que será er-
guido num ponto diferente da
Praia Vermelha, próximo ao en-
dereço original, foi iniciada em
16 de março, quando a UFRJ
homologou o resultado da con-
corrência. Em contrapartida pe-
la exploração do novo Canecão,
por 30 anos, Kleber e Luiz Oscar
Niemeyer terão também que
construir cerca de 70 salas de
aula, um restaurante universitá-
rio, sala para exposições cientí-
ficas e parque público.
da qualidade do som. Numa
temporada, o palco precisou de
novo revestimento porque o Ro-
berto Carlos reclamava que o
som vibrava, prejudicando sua
perfomance. Resolvi na véspera
da estreia, redirecionando as cai-
xas de som para a barriga dele.
A decepção foi João Gilberto.
Em 1979, após meses de ensaio,
o pai da bossa-nova cancelou,
reclamando da acústica.
Outro que lembra com cari-
nho de sua passagem pelo Cane-
cão é Elymar Santos, que, com
mais de 120 apresentações diz
ter sido o artista que mais subiu
no palco da casa. O cantor ga-
nhou fama e notoriedade em
1985 ao alugar e lotar o espaço:
— Quando o Canecão fechou
eu estava lá, acompanhando o
show da Bibi Ferreira. Tinha
uma magia que só de lembrar dá
frio na barriga.
O painel de Ziraldo que deco-
rava o velho Canecão será res-
taurado com apoio de alunos da
Escola de Belas Artes da UFRJ:
— Estamos reunindo a docu-
mentação para criar a empresa
que vai administrar o Canecão. A
próxima etapa será assinar o
contrato de concessão. Não defi-
nimos atrações— diz Niemeyer.
O investimento dos empresá-
rios será de R$ 184,3 milhões,
incluindo a manutenção da área
e a construção dos novos prédi-
os para a UFRJ. t
s

rio Priolli (fundador da casa,

que morreu em 2018) me pro-
curou perguntando se eu fica-
ria com o acervo, que, por falta
de recursos, não podia manter.
Corria o risco de tudo ir para o
lixo. Literalmente, trouxe todo
o material nas costas — conta
Ricardo Albin: —Esse acervo é
a história de um dos maiores
espaços da cultura do país. To-
das as grandes estrelas e os
eventos com temporada no pa-
ís passaram pelo Canecão.
8 〉 CIDADE extra.globo.com Domingo, 9 de abril de 2023

Extra
BERENICE SEARA
Com FILIPE VIDON filipe.vidon@infoglobo.com.br

Extra!
berenice@extra.inf.br

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Faíscas A surpresa
com o PT na do fim do dia
prefeitura B Assim como o governo do
estado, a nova administração
B O embarque do PT no governo da Assembleia Legislativa
Eduardo Paes (PSD) continua parece ter tomado gosto pelos
provocando incêndios. chamados Diários Oficiais
extraordinários.
B Depois da reprovação pública
de alguns quadros graduados, a B Em fevereiro e março, pou-
crise agora se dá entre os verea- cas foram as semanas sem o
dores da legenda e os três secre- artifício — e todas as versões
tários petistas na Cidade Nova. extras foram publicadas no
fim do dia, às vezes, bem na
B Os nobres querem mais espa- calada da noite.
ço na estrutura da máquina da
Prefeitura do Rio para implan- B E sempre recheadas de no-
tar projetos em suas bases. meações e exonerações.

B Mas as respostas dos secretári- B Daí por que muita gente que
os partem da falta de verbas, costuma bater ponto na Cario-
passam pela burocracia do sis- ca passou a dormir só quando
tema e chegam até a uma certa chega a madrugada — e ainda
má vontade de Paes. com o computador ligado.

B De um lado, Tainá de Paula,

secretária de Meio Ambiente, e
Adilson Pires, titular da Assistên-
cia Social, reconhecem a lentidão
da administração municipal para
a expansão de políticas públicas.
B De outro, Diego Zeidan, secre-
tário de Economia Solidária,
segue os passos do pai, o depu-
tado federal Washington Qua-
quá, e faz da pasta um oásis
político — mas, segundo os
queixosos, só para a sua turma.
B Os vereadores reclamam que
nem ligação ele atende. Imagi-
na abrir espaço na secretaria
para pautas de interesse dos
correligionários.
Reflexo na Câmara
B A insatisfação de Edson Santos, Luciana Novaes e Niqui-
nho com a má divisão de cargos, recursos e políticas imple- PÁSCOA A magia da Páscoa
mentadas nas pastas comandadas por petistas já respinga na invade o Bangu Shopping nes-
Câmara de Vereadores do Rio. te fim de semana, com ofici-
nas gratuitas para as crianças
B Em plenário, o Partido dos Trabalhadores se porta, por colocarem a mão na massa e
vezes, como governistas de oposição. decorarem sua própria ce-
noura de chocolate.
B A última batalha contra o prefeito Eduardo Paes foi na .....................
derrubada do veto à proposta que incluía no orçamento a COMÉDIA Na terça-feira, o
previsão de recursos para contratação de mais agentes de Pub Secreto abre as portas pa-
apoio à educação especial. ra uma noite de stand-up co-
medy totalmente inédita. Fer-
B O PT se mobilizou para seguir contra o prefeito — assim nando Caruso, Bruna Campel-
como ocorreu em outras votações. lo, Paulo Franco e Rodrigo Di-
onarpe se apresentam, a
B Paes, claro, não gostou. Nem o restante da base. partir das 20h, em Botafogo.
Soltinho
B O perfil do vereador Rafael
Aloísio Freitas (Cidadania) no
Instagram andou soltinho,
soltinho por estes dias...
B O parlamentar, que sempre
foi muito sério e só falava de
trabalho — mas é considerado
um dos bonitões do velho
Palácio Pedro Ernesto — apa-
receu sem camisa (?!?), tocan-
do violão e dançando forró.
B Os fãs, ops, os seguidores-
eleitores aprovaram.
B Os tais posts tiveram os me-
lhores desempenhos do ano.

B OVOS DA ESPERANÇA!
Uma Páscoa mais doce e solidária FOTOS DE DOMINGOS PEIXOTO

Ação de ONG distribui 20 mil forços tornou tudo mais do-

chocolates para crianças
do Complexo do Alemão
Rafael Lopes
rafael.lopes@edglobo.com.br
B Mesmo com a chuva que
caía na manhã de ontem na
cidade, a 13ª edição da
“PAZcoa das Comunidades’’
proporcionou alegria a cri-
anças e famílias neste feria-
do. A iniciativa da ONG Voz
das Comunidades distribuiu
20 mil chocolates, entre
ovos e caixas de bombons,
para crianças dos Comple-
xos do Alemão, da Penha e
da Maré. Mais de 100 volun-
tários participaram da ação,
além de nove vans que aju-
daram na entrega dos doces.
Rene Silva, fundador da
ONG, destacou que, apesar
de trabalhosa, a iniciativa
valeu a pena, já que a inciati-
va vai além de uma simples
distribuição de chocolate.
— A chuva não impediu
nada. As crianças estavam
muito felizes. É gratificante
ce e permitiu que as crianças
dessas comunidades fossem
presenteadas com uma lem-
brança de Páscoa.
A criançada, é claro, não
ver que estamos conseguin- escondia a satisfação.
do trazer um pouco mais de — É muito bom ganhar
esperança. O clima foi tenso um ovo de Páscoa. Eu fiquei
na última semana, e nessas muito feliz e acho que todas
horas percebemos que esta- as crianças também ficaram
mos distribuindo a esperan- — disse a pequena Raí de As-
ça de um futuro melhor para sis, de 10 anos, empolgada
essa garotada. Ver os olhos ao lado de outros amigos.
deles brilhando compensa A “PAZcoa das Comunida-
tudo — resume. des’’ já se tornou uma tradi-
ção entre as ações solidárias
<< Estamos A chuva não
na cidade do Rio.
Nesta edição, as doações
distribuindo a atrapalhou a puderam ser feitas na aba
esperança de um ação e a “Doações” pelo aplicativo do
garotada iFood, parceiro da iniciati-
futuro melhor para não va. Todo o valor arrecadado
essa garotada>> escondeu a foi repassado para a ação.
Rene Silva alegria de Famosos como Luciano
Fundador da ONG Voz das Comunidades receber os Hulk, Fábio Porchat, a can-
chocolates tora Teresa Cristina, Sérgio
A equipe de Impacto Soci- Marone, Paola Carosella, In-
al da ONG esteve engajada grid Guimarães, André Tri-
por mais de um mês em cam- gueiro, Teresa Garcia, An-
panhas nas redes sociais, pe- drea Sadi, Sandra Coutinho
dindo doações e recrutando e Sônia Bridi também apa-
voluntários. A união de es- drinharam o projeto. t
s

Apartamento é tomado pelo fogo em Copacabana REPRODUÇÃO

B Um apartamento pegou fo-
go no início da tarde de on-
tem, na Rua Constante Ra-
mos, em Copacabana, na Zo-
na Sul. Os bombeiros foram
acionados às 13h46 e, para
combater as chamas, foram
encaminhados para o local,
guarnições de três quartéis:
Copacabana, Grajaú e São
Cristóvão. Felizmente, nin-
guém ficou ferido, mas o sus-
O imóvel que pegou fogo fica na Rua Constante Ramos to foi grande.
De acordo com a corpora-
ção, as chamas atingiram um
apartamento do 19º andar
de um prédio residencial. A
via foi interditada no trecho
entre a Rua Barata Ribeiro e a
Avenida Nossa Senhora de
Copacabana para possibili-
tar o controle do incêndio.
Segundo o Centro de Opera-
ções Rio, a rua foi liberada
pouco depois das 16h.
Segundo testemunhas, an-
tes de o fogo começar, foram
ouvidas duas explosões e ba-
rulho de objetos caindo. De-
baixo do mesmo prédio, há
dois restaurantes no térreo.
Quando foi constatado
que se tratava de um incên-
dio, os clientes que estavam
almoçando por ali deixaram
os estabelecimentos e foram
para a calçadas. Moradores
do edifício também desce-
ram assustados, carregando
seus animais de estimação.
— Quando vi, as chamas já
estavam altas. Tinha muita
gente descendo com cachor-
ro nos braços. Começaram a
cair vidros estilhaçados, pe-
daços de concreto. Também
saía muita fumaça — descre-
veu um dos clientes de um
restaurante. Até o fechamen-
to desta edição, não havia in-
formação sobre o que pode
ter causado o incêndio. t
s
Domingo, 9 de abril de 2023 extra.globo.com
ENZO DE SÁ
Ator, vendedor e intérprete do
personagem Malon na série “Reis”
‘Minha primeira meta
de garoto era a fama’
Enzo de Sá fala sobre sua
carreira na dramaturgia,
o personagem em ‘Reis’ e a
correria para chegar aonde está
E
nzo de Sá, como ele
mesmo se define, é
pura correria. No pró-
ximo dia 17, ele rea-
parece nas telas como
o Malon, na segunda tempora-
da da série “Reis”. Ativo desde a
infância, está nos palcos, na te-
linha, na telona. Na feira. E até
vendendo celular para você.
Neste Papo Reto, ele fala sobre
a carreira, os bicos e os próxi-
mos passos profissionais.
Você fazia bicos em feiras para
sobreviver quando era mais jo-
vem. Fale um pouco sobre isso.
Sempre fui uma pessoa “corre-
ria” na vida. Nunca fui acomo-
dado, e meu pai nunca esteve
presente em minha vida. Para
ajudar minha mãe, queria ter
um plano B. Com 6 anos, acor-
dava cedo e ajudava uma pes-
soa na feira local a vender legu-
mes e verduras, montar barra-
ca e lavar. Como o dono gostou
muito de mim, comecei a rece-
ber ajuda de custo toda sema-
na. E dali, sempre procurei me-
lhorar. Fui para um supermer-
cado carregar compras. Juntei
um dinheiro para comprar um
carrinho de mão e trabalhar
com isso. Fiquei quase quatro
anos nesse trabalho, em Cacho-
eira. Depois, me mudei para
Feira de Santana. Fui morar
<< Minha mãe já
passou fome para
que eu nunca
tivesse fome >>
com minha tia. Coloquei currí-
culo e consegui trabalhar em
uma loja de calçados e depois
entrei no ramo da informática.
Tenho uma dívida eterna de
gratidão com minha mãe. Ela já
passou fome para que eu nunca
tivesse fome. E ajudo também
meu irmão, de 23 anos. Tudo
que não tive, eu dou a ele.
O que despertou sua paixão pela
dramaturgia?
Sempre me senti meio abando-
nado, minha mãe me criou so-
zinha e eu me achava um pouco
carente, tendo de correr atrás
das coisas sozinho. Buscava re-
conhecimento, acolhimento,
afeto. Com 10 anos, fiz uma pe-
ça de teatro na escola, na qual
interpretei um boneco, e o dire-
tor me elogiou bastante. Ali,
uma outra luz acendeu pra
mim. Comecei a entender que
podia reverter a carência com a
busca pela atenção. E um traço
meu sempre ajudou: sou extro-
vertido, gosto de divertir quem
está comigo. Gosto de novelas e
comecei a me desafiar: “Quero
fazer isso, assim vou conseguir
ser famoso”. Porque minha pri-
meira meta de garoto, ao ter es-
sa percepção, era a fama. Ra-
paz, eu queria a fama, para ser
reconhecido. E daí, entendo
que essa foi minha forma de
〈9
PAPO
RETO
JOÃO ARRUDA
jarruda@expresso.inf.br
DIVULGAÇÃO
combater a carência naquela
época. Fui para Salvador, onde
estudei teatro no Sesc. E foi lá
que entendi que o buraco era
mais embaixo. A fama perdeu o
protagonismo dos meus objeti-
vos. Comecei a querer afetar as
pessoas através da minha arte.
Querer que o meu trabalho dei-
xe algo de bom a alguém.
Como foi sua vinda para o Rio?
Sou formado em design. Tra-
balhei em uma agência e fiz
trampos de ator em Salvador. E
participei de muitas propagan-
das. Sou sagitariano, e meu es-
pírito é aventureiro. A minissé-
rie “O canto da sereia”, da TV
Globo, foi filmada na Bahia. Is-
so me deu oportunidade de es-
tar em algumas cenas, no nú-
cleo do (ator) Marcos Caruso.
Em um dos ótimos papos com
ele, veio o incentivo para ir pa-
ra o Rio de Janeiro. Termina-
ram as gravações, fui para o Rio
e fiz o teste para a escola do
Wolf Maya (diretor). Fui demi-
tido nesse período, era diretor
de arte de uma agência, em Sal-
vador. Me desesperei, mas, ao
mesmo tempo, um apartamen-
to, que havia comprado na
planta, não aconteceu e me de-
volveram o dinheiro todo. Tu-
do caminhou para que eu vies-
se para o Rio. Do Wolf, fui para
a Cesgranrio e para a 7 Oficina
de Atores. Houve momentos
em que pensei em desistir. Pri-
meiro, foi um período em que
nada acontecia aqui. Pensei em
voltar, claro. Veio a novela “Je-
sus”, da TV Record, onde fiz
meu primeiro personagem de
destaque na TV. Já estava me
aprimorando para isso, com
participações em outras tramas
anteriores, também na emisso-
ra. Depois da Cesgranrio, en-
trei no “Reis”. a consertar computador na ra-
ça. Descobri o lucro quando
Você disputou o Mister Bahia,
né? Conte como foi. Acha que is-
passei a importar roupas. Em
paralelo, comecei a ouvir de << Se tivesse que escolher fazer
so abriu portas? quem comprava o que fosse co- cinema pra vida toda, assim faria.
Rapaz, deixe eu te contar uma migo que tenho uma boa lábia. Tem início, meio e fim >>
coisa. Não fui o mister! Fiquei Sou ator, né? Desse jeito, consi-
entre os três primeiros. No iní- go fazer conexão entre esses
cio, eu não queria fazer por me dois ofícios. Passei a trabalhar
achar muito magro, mas recebi com telefones celulares e, hoje,
o convite um ano antes. Não tenho uma loja especializada.
sou bobo nem nada, iniciei o Fechei ela temporariamente, cínio que o poder exerce sobre fim. Essa informação comple-
preparo corporal. Tenho mi- na última temporada de “Reis”, o rei. Para ele, o rei não sabe li- ta, para compor um persona-
nhas dúvidas em relação à lisu- que foi ao ar até o fim do ano dar com a responsabilidade do gem, é incrível. A novela é uma
ra daquele concurso. Um passado, para poder me dedi- poder. Posso adiantar que obra aberta, tendo início mas
exemplo: na ficha de inscrição, car e estudar meu personagem, quem acompanha “Reis” vai sem saber como termina. Fiz
colocamos nossas medidas. No o oficial Malon. Assim como es- encontrar uma primeira sema- muito curta na faculdade, pois
momento da disputa, as roupas tudo o que vou vender. No meu na com muitas batalhas. Todas queria pegar experiência e en-
não valorizavam o corpo. Mas caso, uma profissão comple- com produção de ponta! Malon tender. No cinema, gravei “Jor-
fiquei entre os três. Valeu a ex- menta outra. Isso faz com que participa de forma decisiva e ge da Capadócia”, produção da
periência, fiz amizades. Mas eu me sinta seguro nas duas. estratégica nestas lutas. Mas Cesgranrio, que também es-
não digo que houve destaque minha torcida é para que ele treia nos próximos meses. Ro-
para trabalhos. Quem ganha O que você espera do seu perso- use sua mente calculista para o dei também “EAS”, com dire-
mais visibilidade é o vencedor. nagem na nova temporada de doce sabor da vingança. É um ção de Marcos Dartagnan. Ado-
Mesmo assim, você acredita “Reis”? personagem rico de possibili- ro fazer cinema. Já tenho con-
que consegui um trabalho mo- Desde o início, Malon é um ho- dades. A nova temporada es- vite para mais um filme, no
mentâneo por causa desse mem leal, humano, observador treia em 17 de abril, às 21h, na final do ano. No cinema, seja
evento? O que mais me recordo e estratégico. Ele ainda vai vi- TV Record. longa, média ou curta, você
de forma positiva é do aprendi- ver bastante nesta história. É constrói toda a história do per-
zado, da disciplina. um oficial que discorda com- E sua experiência no cinema? sonagem, até se despedir dele.
pletamente do rei e de suas fan- Como foram os trabalhos? Tem Gosto do fato de me envolver
E o seu lado empreendedor? Fa- farronices. Além de achar fraca mais alguma coisa engatilhada? com um trabalho que me tira da
le um pouco sobre ele. e nula a visão do líder sobre a A minha paixão da vida é o ci- zona de conforto. Me proporci-
Vender é um dom. Sempre tive guerra. É um personagem que nema. Se tivesse que escolher ona diversos pontos de vista.
uma gana de sair para vender se incomoda com a extrema fazer cinema pra vida toda, as- Essa é arte que quero levar co-
coisas. E sou curioso. Comecei preocupação e o exagerado fas- sim faria. Tem início, meio e migo sempre.
10 〉
Estudos colaboram para afir-
mar que chocolate pode redu-
zir a cólica menstrual. Mas não
qualquer chocolate.
B A RECEITA É O EQUILÍBRIO!
Beatriz Coutinho
beatriz.abreu@oglobo.com.br
B Aúltima garfada do almoço de
Páscoa tem sabor de expectati-
va pela sobremesa: os chocola-
tes. Isso se a comilança de doces
não tiver começado antes. Em
diversas formas — ovo, barra e
bombom —, a guloseima é qua-
se irresistível, mas há quem ten-
te não cair em tentação ou esco-
lha os meio-amargos e amargos,
com maior concentração de ca-
cau, como opção mais saudável,
por terem menos açúcar. De fa-
to, há muitos benefícios neles,
devido às altas taxas de antioxi-
dantes e até fibras — nos choco-
lates 100%. Mas tais benesses
têm um preço: um elevado teor
de gorduras totais e saturadas.
A conclusão é de um estudo
recente da Associação Brasileira
de Defesa do Consumidor, a
Proteste, que avaliou lotes de 20
marcas, sendo cinco de chocola-
te 50% amargo, dez de chocola-
te 70%, e outras cinco de choco-
late 100%. Foram analisadas as
tabelas nutricionais de todos, e
os chocolates 70% cacau foram
levados também ao laboratório.
BENESSE
Quanto mais cacau o
chocolate tem, mais
fibra , o que ajuda a
reduzir o colesterol
Entre os chocolates 100%,
apesar da boa qualidade, todos
foram considerados apenas
bons quanto à saudabilidade. Is-
so porque, quanto mais cacau,
mais gordura. Mas, por quê? Pa-
ra entender é preciso voltar ao
processamento. Após terem si-
do colhidas, as sementes do ca-
cau são lavadas, fermentadas,
secas e aquecidas. Elas são des-
cascadas e, então, ganham o no-
me de nibs — que logo é torrado
e moído, para ser transformado
em manteiga de cacau (100%
gordura) e sólidos (grãos moí-
dos ou pó de cacau, com gordu-
ra que varia entre 10% e 12%).
Embalado e colorido, o chocola-
te que chega às prateleiras é
uma mistura desses sólidos de
cacau e uma parte de gordura
(que pode ser a manteiga da fru-
ta ou láctea, no caso do chocola-
te ao leite). Como todos os com-
postos apresentam gordura,
que é inerente à fruta, é inevitá-
vel este aumento proporcional.
De acordo com a pesquisa,
em uma porção de 25 gramas, o
chocolate 50% pode apresentar
8,5 gramas de gorduras totais e
5,1g de saturadas. A gordura
acompanha o aumento dos sóli-
dos de cacau, para uma mesma
porção: chocolates 70% têm
10,5g de gorduras totais e 6,4g
de gorduras saturadas, enquan-
to o chocolate 100% pode che-
gar a 12,9 gramas de gorduras
totais e 7,3g de saturadas.
A gordura saturada é impor-
tante para o organismo, mas
quando em pequena quantida-
de. Segundo a Organização
Pan-Americana da Saúde, deve
ALINE BARROS
Mais informações
www.alinebarros.com.br
É o tipo meio amargo, com
concentração de cacau acima
de 70%, que diminui as dores
associadas à menstruação.
Uma verdade
amarga para
chocólatras
Apesar de trazer benefícios à saúde, chocolates com
maior concentração de cacau têm mais gorduras
Mais fibras: uma
das vantagens
do amargo
<< O cacau é rico representar menos de 10% da
ingestão calórica total. Em ex-
em fitoquímicos, cesso, pode causar diversas do-
substância que enças e aumentar o nível do co-
lesterol ruim (LDL) no sangue.
colabora com a Esses chocolates, chamados
saúde, além de de intensos, apresentam alto va-
assemelhar-se a lor calórico. Enquanto o ao leite
apresenta 568 kcal a cada 100g,
estimulantes os outros não ficam muito atrás:
que conferem o meio amargo apresenta 550
bem-estar>> kcal e o amargo, 500 kcal.
Os chocolates 50% e 100%
Priscila Primi
nutricionista
cujas tabelas nutricionais foram
analisadas pela Proteste ainda
Jesus venceu!
B Hoje é Páscoa! O que você pensa a respei-
to deste dia? Sabemos que é um dia muito
especial. No antigo testamento, a Bíblia
relata, em Êxodo, que o povo de Deus co-
memorou a Páscoa pois aquela data seria
um memorial da libertação de Deus em
favor do seu povo. Durante 400 anos, o
povo hebreu foi escravo no Egito, amassan-
do barro. Eles eram escravos sem direito a
nada. Então, Deus providenciou um liberta-
dor (Moisés) para tirar o seu povo do domí-
nio de faraó.
O Senhor libertou os hebreus das mãos
de faraó e, assim, nunca mais tornaram a
Bem-viver
apresentaram aditivos. Todas
as marcas de meio amargo apre-
sentaram aditivos (até 5), en-
quanto só uma marca do 100%
cacau continha a substância,
embora apenas uma: o edulco-
rante stevia (adoçante natural).
Quanto aos açúcares, nenhu-
ma das marcas de 50% analisa-
das pela associação apresentou
o composto. Já nos de 70%, três
das dez marcas apresentaram
quantidades maiores no labora-
tório do que o que estava descri-
to nas tabelas nutricionais.
ver os seus opressores. Além disso, a Bíblia
diz que o povo saiu riquíssimo daquela terra
(Êxodo 3:21 e 22). Mais uma promessa que
se cumpriu através da boca de Deus.
No novo testamento, comemoramos a
Páscoa porque Jesus morreu na cruz em
nosso lugar, levando consigo o poder do
pecado e da morte eterna, que estava desti-
nada a toda a humanidade. Assim, Jesus
venceu e nos libertou, nos dando livre aces-
so à comunhão com Deus e à oportunidade
para obtermos vida eterna através da sua
vitória. Como podemos obter a vida eterna
em Cristo? Todo aquele que crê em Jesus e
extra.globo.com Domingo, 9 de abril de 2023
PEXELS
Vantagens que
ainda atraem
consumidores
B Apesar do alto valor de gordu-
ra, o chocolate amargo pode ter
até cinco vezes mais antioxidan-
tes — entre eles os flavonoides
— do que o tipo ao leite.
— O cacau é rico em fitoquí-
micos, substância que pode co-
laborar bastante com a saúde,
além de assemelhar-se aos esti-
mulantes que produzimos nor-
malmente, como a dopamina e
a epinefrina, que conferem sen-
sação de felicidade e bem-estar
e a melhora do humor. A fruta
também é rica em flavonoides,
um antioxidante que protege as
células dos radicais livres — diz
a nutricionista Priscila Primi.
Mylla Moura, engenheira de
alimentos da Proteste, diz que
“inicialmente você consome o
gosto mais amargo, mas depois
você consome seus benefícios”.
Também foram encontradas
fibras em chocolates 100%, que
garantem benefícios além do
TRANSIÇÃO
Quem quer mudar de
hábito deve começar
com produtos menos
concentrados
bom funcionamento do intesti-
no, passando pelo controle da
glicemia e do colesterol e até au-
mento da saciedade. Quanto
mais cacau, mais fibra.
Mas para quem está acostu-
mado com o chocolate ao leite, a
transição para o amargo não é
fácil. O conselho de Priscila Pri-
mi é fazer a mudança aos pou-
cos, começando com produtos
menos concentrados. O ideal é
também evitar recheios cremo-
sos (cheios de gordura hidroge-
nada), dando preferência aos
com frutas ou castanhas.
VERSÃO AO LEITE
Mas a Páscoa não precisa ser um
martírio para quem não se acos-
tumou com o amargor. O choco-
late ao leite, apesar de geral-
mente apresentar açúcar adici-
onado e menor quantidade de
sólidos de cacau — o que o torna
mais doce —, segundo a Tabela
Brasileira de Composição de
Alimentos, a diferença de gor-
dura em sua composição não é
tão grande. Por isso, segundo
Primi, pode ser integrado ao
<< Inicialmente plano alimentar, desde que con-
sumido de maneira consciente.
você consome o Estudos sugerem que o ideal é
gosto mais comer entre 25g e 30g diárias.
— Prefiro (recomendar) uma
amargo, mas barrinha após as refeições, já
depois você que, quando ingerimos algo do-
consome seus ce logo depois da refeição, não
temos pico de glicose no san-
benefícios>> gue. É melhor consumir de 20g
Mylla Moura a 30g por dia de chocolate e ser
engenheira de alimentos
feliz. É completamente possível
da Proteste
colocar chocolate na nossa roti-
na alimentar. Ele traz mais be-
nefícios do que malefícios. t
s
o confessa como único Senhor e salvador de
sua vida, permanecendo nele até o fim, será
salvo. Jesus é o nosso salvador.
Ele é salvador porque te salvou de algu-
ma situação, algum abismo... Jesus nos
salvou do inferno e da morte eterna. Para
isso, se entregou na cruz por nós. Ele é Se-
nhor de tudo e de todas as coisas! Jesus vive
e reina para sempre!
O mesmo que te salva de uma situação
ruim nesta vida é o que te salva da morte
eterna e do inferno. Jesus não quer apenas te
salvar de problema ou adversidade nesta
terra, ele quer te salvar para uma vida eterna.
Domingo, 9 de abril de 2023 extra.globo.com
A creche Cantinho Bom Pastor,
em Blumenau, pedirá ao governo,
numa reunião nesta terça, apoio
psicológico a alunos e equipe.
B VIDAS INTERROMPIDAS
Lembranças eternas
As histórias e os sonhos de
cinco crianças mortas em
atentados em escolas do país
Jéssica Marques e
Laura Mariano*
brasil@oglobo.com.br
B RIO E SÃO PAULO - Símbolo
de ambiente acolhedor, uma es-
cola deveria ter o direito de rei-
vindicar o status de “solo sagra-
do”. O conceito sublime, no en-
tanto, tem se tornado cada vez
mais distante no Brasil. Em me-
nos de dez dias, dois episódios
reforçaram essa triste tendên-
cia. Em 27 de março, um ataque
a faca cometido por aluno de 13
anos numa escola estadual de
São Paulo matou uma professo-
ra e feriu outras quatro pessoas,
entre elas um estudante. Na úl-
tima quarta-feira, um homem
de 25 anos matou quatro crian-
ças, entre 4 e 7 anos, a golpes de
machadinha numa creche par-
ticular de Blumenau (SC).
Nos últimos 20 anos, 23 aten-
tados deixaram 34 mortos em
ambientes escolares, segundo
Uma desbravadora
B Na manhã de 3 de março de
2009, domingo de clássico
entre Flamengo e Vasco no
Maracanã, a rubro-negra Sami-
ra, à época com 11 anos, se
preparava para viver sua pri-
meira aventura no templo
máximo do futebol. Na estreita
Travessa Piraquara, em Rea-
lengo, ela se arrumava ao som
de “Love is the clube”, do can-
tor pop Usher, seu favorito.
Samira tinha na mão os ingres-
sos e o dinheiro para a passa-
gem e o lanche. Faltava, no
entanto, algo fundamental
para brilhar na arquibancada:
uma camisa com listras hori-
zontais em vermelho e preto. A
solução da caçula de quatro
irmãos foi pedir emprestado
uma camisa da irmã Valéria,
torcedora fervorosa do Vasco.
Assim, vestida com as cores do
rival, Samira partiu ansiosa
para ver seu time do coração
pela primeira vez ao vivo.
Ela encarou a experiência
com leveza e viu o Vasco ven-
cer por 2 a 0, o que não tornou
a tarde menos alegre. Ao che-
Doce e carinhoso
João gostava de brincar de
cavalinho. Usava chapéu de
caubói e brincava a tarde toda.
Ao fim do dia, organizava tudo
do seu jeito metódico para um
novo dia. Seu sonho era ter um
quarto com móveis planejado
para conseguir arrumar perfei-
tamente suas coisas.
Ele não era organizado só com
os pertences. Na vida acadêmi-
ca, também. Sempre foi bom
aluno. Seus pais, Bárbara e
Leonardo, nunca ouviram uma
queixa sobre o garoto por parte
dos professores. Naquele mes-
mo ano de 2017, ganhou a
Olimpíada de Matemática. Era
bom com números, não à toa
queria ser engenheiro.
João passou boa parte dos seus
13 anos dentro da igreja evan-
gélica que frequentava com os
pais. Sua principal rede de
amigos era ali. Sonhava levar a
palavra de Deus todos os can-
tos, mas através da música.
“João sempre quis um irmão,
nos programamos e tivemos o
Davi quando ele tinha mais ou
menos 5 anos. Nunca vi uma
No dia seguinte ao ataque, uma
professora da creche sofreu um
infarto por estresse pós-traumáti-
co, precisou operar e passa bem.
um estudo do Instituto Sou da
Paz. Outro levantamento, da
Universidade Estadual de Cam-
pinas (Unicamp), aponta que os
autores são alunos ou ex-alunos
das escolas, entre 10 e 25 anos.
Mas talvez o dado mais estar-
recedor seja o de que 28 estu-
dantes foram mortos nesses ata-
ques, mais de 80% do total. O
público que deveria estar me-
lhor resguardado é justamente
o mais vulnerável. Aqui na re-
portagem, o EXTRA resgata his-
tórias de cinco crianças que
morreram enquanto estuda-
vam, vítimas de atentados como
o que aconteceu na Tasso da Sil-
veira, em Realengo. Em 2011, o
massacre na escola da Zona
Oeste do Rio deixou 12 alunos
mortos e mais de 20 feridos.
*ESTAGIÁRIA SOB SUPERVISÃO
DE MAURICIO XAVIER
COLABOROU: GUILHERME CAETANO
FOTOS DE ÁLBUM DE FAMÍLIA
SAMIRA PIRES RIBEIRO
26 de abril de 1996, no Rio
7 de abril de 2011, aos 13 anos,
quando cursava o 8º ano do
ensino fundamental, durante o
ataque à escola Tasso da Silveira,
em Realengo, Zona Oeste do Rio
gar em casa, contou à família
“que ficou com frio na barriga”
por ver tanta gente junta e
repetia ter sido “um dos dias
mais especiais da sua vida”.
Depois do episódio, acabou
conhecida como a “infiltrada
mais gente boa do bairro”.
Samira era uma desbravado-
ra. Mal havia entrado na ado-
lescência e já sonhava ser co-
mandante da Marinha, para
explorar os oceanos. “Era uma
menina forte, alegre e de atitu-
de”, diz Valéria.
JOÃO PEDRO MELO CALEMBO
12 de junho de 2004, em
Goiânia (GO)
20 de outubro de 2017, aos 13
anos, quando cursava o 8º ano
do ensino fundamental, durante
o ataque ao Colégio Goyases,
em Goiânia (GO)
criança dessa idade ser tão
responsável e carinhosa em
tantos anos de profissão”, conta
Bárbara, que é neuropsicope-
dagoga: “Hoje meus filhos se
sentem sozinhos sem o João.
Ele tinha espírito de liderança
que combinava com seu lado
humano, que enxergava cada
detalhe de alguém”.
t
s
Valéria entre as recordações
da irmã Samira, uma das
vítimas do atentado à escola
Tasso da Silveira, em Realengo,
que completou 12 anos na
última sexta-feira
Uma menina cheia de atitude
B Assim que banda mexicana
RBD anunciou que faria uma
turnê pelo Brasil neste ano,
rapidamente os ingressos se
esgotaram. O grupo musical
surgiu de uma novela mexica-
na, em 2004, quando Larissa
tinha 7 anos. “Fã número um
do grupo”, como sua irmã,
Camila, gosta de pontuar, ela
se reconhecia nas personagens
que lutavam por aquilo em que
acreditavam. Destemida e
muito vaidosa, Larissa dificil-
mente estava de mau humor.
Pelo contrário: o jeitinho en-
graçado era marca registrada.
Se ainda estivesse aqui, com
certeza, segundo a família, um
dos ingressos da nova turnê do
RBD seria o dela. Cheia de
atitude, Larissa era conhecida
como “a pequena travessa”.
Um dos passatempos favoritos
era rabiscar as paredes, marcas
que seguem até hoje na casa da
família em Realengo.
Esperta, aprendeu duas
palavras para sobreviver às
desventuras da primeira infân-
cia: “ábia”, para quando esti-
vesse com sede, e “mámáe”,
‘Meu amor é imensidão’
B “Querida Ivete, vi seu show
pela primeira vez. O céu estava
chorando porque todos esta-
vam emocionados de te ver
cantar. Você é muito linda. O
Marcelinho que nasceu no dia 2
de outubro de 2009 é um meni-
no muito forte e de muita sorte.
Nós amamos a Ivete”. Era no-
vembro de 2010 quando Luiza,
à época com 12 anos, escreveu
sobre seu primeiro show, citan-
do o filho da cantora. A ingres-
so foi presente de aniversário.
Carinhosa e muito fã da baiana,
não poupava elogios à artista
ao fazer suas anotações em
cadernos da escola. “Ela ia para
LARISSA DOS SANTOS
ATANÁZIO
2 de maio de 1997, no Rio
7 de abril de 2011, aos 13 anos,
quando cursava o 8º ano do
ensino fundamental, no ataque à
escola Tasso da Silveira, em
Realengo, na Zona Oeste do Rio
para todo e qualquer percalço.
Larissa gostava de ter con-
trole das coisas. De manhã o
cardápio era certo: pão frito na
frigideira, feito pela mamãe, e
um copo de achocolatado. No
almoço, bife com batata frita.
Na janta, o que tivesse, “porque
Lari não esquenta com nada.
Tudo para ela estava bom”.
o colégio com o DVD do show
da Ivete guardado. Era como
um amuleto da sorte. Nunca o
tirava de lá, não importava o
que acontecesse”, pontua sua
mãe, Adriana, com um sorriso
de canto e uma lembrança boa.
Luiza nasceu no dia 5 de
setembro de 1996, às 12h. Um
horário sugestivo: adorava
comer! Para ela, o almoço era o
momento mais sagrado.
Boa aluna, estava aprenden-
do inglês nos momentos em
que não brincava com os pri-
mos. Luiza era caseira, gostava
de brincar no quintal. Conscien-
te e engajada, escreveu certa
O País
BRENNO CARVALHO
“Ela gostava de brincar com
pedras e pedaço de paus. Era
uma menina simples. Pegava
as bonecas e lavava com deter-
gente. O cabelo delas ficava
duro. Era muito engraçado.
Larissa adorava brincar de
comidinha, a brincadeira favo-
rita”, conta a mãe, Maria José.
Aos 13, a jovem, que sonha-
va seguir carreira militar, gos-
tava de funk e pagode. Certa
vez na escola, um menino se
atreveu a pegar nos seus ca-
chos. A mãe lembra que ela
chegou em casa contando o
ocorrido afirmando que deu
uma resposta atravessada: “Ela
disse para ele parar de ser abu-
sado. Ele não poderia pegar
nela sem permissão. Era a
opinião dela. Se ele gostasse,
bem. Se não, amém”.
Dois dias antes do ataque,
Larissa escreveu um recado na
porta do quarto que só seria
lido pela mãe e pela irmã uma
semana depois: “Família, saiba
que independente do que está
acontecendo ou do que vai
acontecer eu sempre vou amar
muito todos, eternamente”.
vez no caderno, guardado até
hoje pela família: “Bullying é
uma brincadeira de mau gosto”.
Cresceu dizendo que queria
ser pediatra. Quando fez 13
anos, mudou de ideia: queria
ser engenheira. “Luiza gostava
de construir. Não me surpreen-
deu a escolha”, diz Adriana.
Dois dias antes de ser morta,
Luiza cantou versos pela casa
da sua cantora favorita para a
mulher que mais admirava, sua
mãe. “Quando a chuva passar,
quando o tempo abrir, abra a
janela e veja eu sou o sol. Eu
sou céu e mar, eu sou céu e fim
e o meu amor é imensidão.
〈 11
Determinada,
sábia e
apaixonante
SELENA SAGRILLO
ZUCCOLOTTO
20 de outubro de 2010, em
Aracruz (ES)
25 de novembro de 2022, aos
12 anos, quando cursava o 6º ano
do ensino fundamental, no ataque
ao Centro Educacional Praia de
Coqueiral, em Aracruz (ES)
B Estudar inglês sozinha para
trabalhar com design gráfico
em Hong Kong. Parece a men-
talidade de alguém em idade
universitária, mas era a rotina
de Selena aos 12 anos. Esse era
seu sonho. Mais do que a carrei-
ra, ela programava até os mo-
mentos de lazer que teria quan-
do fosse para o exterior: passa-
ria as férias em Paris, França.
O principal objetivo profissi-
onal em torno desse planeja-
mento era dirigir e publicar
uma animação no YouTube.
Apaixonada por desenho, ela já
havia começado a criar, junto
ao pai, Érick, o roteiro que daria
vida aos seus personagens
ilustrados. Como é compreensí-
vel de se supor, sua matéria
favorita na escola era artes.
Mas também gostava de mate-
mática e ciências.
Selena amava animais, pai-
xão herdada da avó. Seu meio
de transporte era a bicicleta.
Com ela, fazia o trajeto diário
até o colégio, além de circular
por seu bairro na cidade de
Aracruz (ES). Nesses momen-
tos de lazer, se juntava a outras
crianças para brincadeiras ou
apenas passeava livremente,
puxando assunto com vizinhos
e até desconhecidos.
“Essa era a característica
principal dela, o fato de conse-
guir se integrar, seja com pesso-
as mais novas ou mais velhas.
Não havia preconceitos e segre-
gações no mundo, juntava todo
os colegas, independentemente
das diferenças. Ela era muito
sábia”, diz a mãe, Thais.
Além da facilidade em se
conectar com as pessoas, Sele-
na odiava injustiças. Frequente-
mente tomava partido de cole-
gas em desavenças, o que leva-
va sua mãe a ser chamada na
escola vez ou outra. A persona-
lidade era forte.
LUIZA PAULA DA SILVEIRA
5 de setembro de 1996, no Rio
7 de abril de 2011, aos 13 anos,
quando cursava o 8º ano do
ensino fundamental, no ataque à
escola Tasso da Silveira, em
Realengo, na Zona Oeste do Rio
12 〉 O PAÍS extra.globo.com Domingo, 9 de abril de 2023

B CEM DIAS DE GOVERNO

Lula é o único sem nova

marca no início da gestão MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL/06.04.2023

Com slogan ‘União e Reconstrução’, — Como diz acertadamente

presidente relançou programas
de seus governos anteriores
Marcelo Remigio
marcelo.remigio@oglobo.com.br
B Sob o slogan “União e Recons-
trução”, Luiz Inácio Lula da Sil-
va é o único presidente a não cri-
ar uma nova marca em seus cem
primeiros dias de governo, ape-
nas reembalando programas de
suas gestões anteriores. Ele foi
também o que enfrentou as pio-
res crises em poucas semanas à
frente do Palácio do Planalto,
como os atos golpistas de 8 de
janeiro e a morte de indígenas
na reserva ianomâmi.
Bolsa Família, Minha Casa
Minha Vida, Novo Programa de
Aceleração do Crescimento
(PAC), Programa Nacional de
Segurança Pública com Cidada-
nia (Pronasci), Mais Médicos
(criado pela presidente Dilma
Rousseff) e Água para Todos
são alguns dos programas reedi-
tados por Lula.
Já seus antecessores busca-
ram imprimir novas marcas. Jo-
sé Sarney (1985-1990), primei-
ro presidente civil após a dita-
dura militar e que vendia a ima-
gem de “recondutor” da
democracia ao reprovar o uso
de decretos-lei e por sancionar a
volta das eleições presidenciais
diretas, lançou mão de progra-
mas sociais de atendimento a
grávidas e mães jovens de baixa
renda, pacote de estímulo a no-
vos empregos nas áreas de sane-
amento e habitações populares,
e projeto de melhoria da meren-
da escolar, todos sob o slogan
“Tudo pelo Social”.
Fernando Collor (1990-
1992), primeiro presidente
eleito após a redemocratiza-
ção, iniciou o governo com o
Plano Brasil Novo — popular-
mente chamado de Plano Col-
lor —, que previa a recupera-
ção da economia e o combate à
inflação. Apesar de propagan-
das institucionais e ações de
marketing, em que o então pre-
sidente aparecia fiscalizando
preços em supermercados, a
marca de governo rendeu uma
rejeição na população. O moti-
vo principal foi o confisco do
saldo de contas correntes e
poupanças por 18 meses a par-
tir da quantia equivalente a
pouco mais de R$ 6 mil atuais.
REEDITADOS
Bolsa Família, Minha
Casa Minha Vida e
novo PAC são alguns
dos programas
Sucessor de Collor após o im-
peachment, o vice Itamar Fran-
co (1992-1995) lançou ações de
combate à miséria e reviu de-
missões de servidores promovi-
das por Collor. Também sus-
pendeu um cronograma de pri-
vatizações herdado do governo
anterior. Foi nos primeiros cem
dias que Itamar encomendou
plano econômico que se trans-
formaria mais tarde em seu
principal legado, o Plano Real.
Já Fernando Henrique Car-
doso (1995-2003), que inte-
grou o governo Itamar e foi o
pai do Real, procurou focar
seus cem primeiros dias num
programa de austeridade eco-
Lula abriu seu 1º mandato, em 2003, investindo no combate à fome sob a marca do ‘Fome Zero’
nômica. Sancionou a Lei das
Concessões, que permitiu a ex-
ploração privada de serviços
que antes eram exclusivos do
governo, como telecomunica-
ções e energia elétrica. Vetou o
reajuste do salário mínimo no
período e anunciou o planeja-
mento de programas sociais em
uma rede de proteção à popula-
ção de baixa renda.
FH teve como sucessor Lula
(2003-2011), que implemen-
tou em seu primeiro mandato a
marca do combate à fome, bati-
zada de Fome Zero. O petista
chegou a promover uma cara-
vana de ministros que percor-
reu as áreas mais pobres do país.
Para o pesquisador e profes-
sor da Universidade Federal
do Espírito Santo (Ufes) José
Antônio Martinuzzo, que inte-
gra os laboratórios de Comuni-
cação e Cotidiano e Sociedade
Midiatizada e Práticas Comu-
nicacionais Contemporâneas,
a falta de uma marca específi-
ca nos cem primeiros dias do
atual governo, com o resgate
de programas, mostra um país
ainda fortemente polarizado.
— O slogan do governo é a
tradução do seu investimento
em ação e comunicação nestes
cem dias. Num país dividido, é
aposta arriscada, ainda que
justificável. De acordo com o
mapa das urnas, apesar dos
desmontes e retrocessos re-
centes, metade da população
não vê o que reconstruir. Não
deseja reerguer os pilares de
um passado que se diz idílico,
mas cujo brilho está longe do
consenso — diz Martinuzzo.
Já a pesquisadora do Pro-
grama de Pós-Graduação em
Políticas Públicas e Formação
Humana da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro
(Uerj) Mônica Rodrigues con-
sidera “acertada” a escolha de
Lula de priorizar o resgate de
políticas públicas extintas ou
que foram apropriadas pelo
governo anterior:
a marca “União e Reconstru-
ção”, o foco é reconstruir boas
políticas públicas que ele criou
e foram desmobilizadas ou ex-
tintas. E em cem dias, num ce-
nário de devastação como o
herdado do governo anterior,
a decisão foi acertada.
Sucessora de Lula, Dilma
Rousseff (2011-2016) mar-
cou seus primeiros cem dias
com ações de austeridade fis-
cal, cortando despesas de R$
50 bilhões. O governo procu-
rou manter programas de Lu-
la, como o Bolsa Família e o
Minha Casa Minha Vida. Ain-
da no início da gestão, ela
apresentou o Plano Brasil
Sem Miséria. A meta era tirar
16,2 milhões de pessoas da
pobreza extrema.
Vice-presidente que assumiu
ANÁLISE
Para especialista,
slogan é indício
de que o Brasil
continua polarizado
a cadeira de Dilma após seu im-
peachment, Michel Temer
(2016-2019) marcou o início de
seu governo com ações de enxu-
gamento da máquina pública
que incluíram a redução de 32
para 23 ministérios e readequa-
ção das contas públicas, além de
ações na área social.
Último ex-presidente, Jair
Bolsonaro lançou um progra-
ma de privatizações, flexibili-
zou as regras de posse de ar-
mas e reduziu o total de minis-
térios de 29 para 22. Ainda
apresentou proposta de refor-
ma da Previdência e projeto de
lei anticrime, com mudanças
nos Códigos Penal.

AS MARCAS DE CADA GOVERNO

Veja as ações em cem dias

José Sarney
(1985-1990)
Com o slogan "Tudo
pelo Social", fez
investimentos nessa
área que incluíram
distribuição de
alimentos, rede de
proteção a gestantes
e mães jovens,
frentes de trabalho
em obras públicas.
Fernando Collor Itamar Franco Fernando Henrique Lula Dilma Rousseff Michel Temer Jair Bolsonaro
(1990-1992) (1992-1995) (1995-2003) (2003-2011) (2011-2016) (2016-2019) (2019-2022)
Teve como grande Durante os cem dias, Pai do Real, procurou Implementou como Cortou despesas de Marcou o início de seu Lançou um
marca o Plano Brasil readmitiu servidores focar seus cem marca o combate à R$ 50 bilhões e governo com ações de programa de
Novo, popularmente exonerados por primeiros dias em um fome, batizado de manteve programas de enxugamento da privatizações,
chamado de Plano Collor e encomendou programa de Fome Zero. O petista Lula, como o Bolsa máquina pública que flexibilizou as regras
austeridade Família e o Minha Casa
Collor. As ações, um plano econômico fez uma caravana incluíram a redução de de posse de armas e
econômica. Sancionou Minha Vida. Apresentou
como o confisco do que se transformaria, a Lei das Concessões, com 30 ministros uma de suas marcas, o 32 para 23 ministério e enxugou a máquina,
saldo de contas mais tarde, em seu que permitiu a pelas áreas mais Plano Brasil Sem a readequação das reduzindo o total de
corrente e poupança, maior legado: o exploração privada de pobres do país, para Miséria, que ganhou contas públicas. ministério de 29
prometiam o Plano Real, que freou áreas como que a equipe olhasse forma como programa Promoveu ações na para 22.
controle da inflação. a inflação. telecomunicações e de perto a miséria. no início de junho. área social.
energia elétrica.

De impeachment a revolução, os obstáculos de 8 presidentes ARQUIVO/07.11.1955 ARQUIVO/30.09.1962 JAMIL BITTAR/15.01.1985

B Ao longo de 39 mandatos,
nem todos os presidentes bra-
sileiros tiveram a oportunida-
de de comemorar as ações de
seus cem primeiros dias de go-
verno. Não por falta de proje-
tos e lançamentos de progra-
mas, mas porque não chega-
ram até lá. Pelo menos quatro
tiveram mandatos curtos, o
mesmo acontecendo com du-
as juntas governista e militar.
Ambas comandaram o país
em dois períodos. Ao grupo, se
juntaram outros quatro esco-
lhidos para o cargo, mas que
nem chegaram a assumir por
impedimento ou problemas
de saúde.
O mandato de José Linha-
res teve 94 dias, enquanto
Nereu Ramos (PSD) comple-
tou 81. Ranieri Mazzilli
(PSD) somou dois períodos à
frente do governo brasileiro,
os dois com 13 dias, em go-
vernos tampões.
Já Carlos Luz (PSD) entrou
para a história com um man-
dato meteórico, de apenas três
dias. Então presidente da Câ-
mara dos Deputados, ele subs-
tituiu em 1955 o presidente
Café Filho (PSP), sucessor de
Getúlio Vargas (PTB), que ha-
via se matado durante o se-
gundo governo. Café Filho,
que era vice, se afastou por
SÓ TRÊS DIAS
Acusado de planejar
golpe de Estado,
Carlos Luz teve
mandato meteórico
problemas de saúde depois de
pouco mais de um ano, dei-
xando a cadeira para Carlos
Luz. Acusado de planejar um
golpe de Estado, ele acabou
sendo alvo de impeachment.
O plano de Luz, aponta do-
cumentação disponibilizada
Luz, que teve mandato de 3 dias; Aleixo, barrado por Forças Armadas, e Tancredo, que nem tomou posse
pelo arquivo do Senado Fe-
deral, pretendia impedir a
posse de Juscelino Kubits-
chek, em janeiro de 1956.
Nereu Ramos, então vice-
presidente do Senado, foi
eleito presidente para um
mandato tampão até JK to-
mar posse.
José Linhares foi outro pre-
sidente com mandato tam-
pão. Seu governo sucedeu o
de Getúlio — desta vez em seu
primeiro mandato — após ser
deposto em 1945. Então no
comando do Supremo Tribu-
nal Federal (STF), Linhares
assumiu o país com a missão
de redemocratizar o Brasil
após a ditadura de Vargas.
Dois presidentes ainda fo-
ram impedidos de exercer o
mandato: Júlio Prestes
(PRP), por causa da revolu-
ção de 1930, e Pedro Aleixo
(Arena), vice-presidente de
Costa e Silva, barrado pelas
Forças Armadas em 1969
após a morte do titular.
Completam a lista dois pre-
sidentes que tiveram proble-
mas de saúde: Rodrigues Al-
ves (PRP), em seu segundo
mandato (1918), e Tancredo
Neves (PMDB), em 1985. Ro-
NO SEGUNDO MANDATO
Rodrigues Alves
morreu de gripe
espanhola antes de
assumir o governo
drigues Alves morreu de gripe
espanhola antes de voltar à
Presidência. Já Tancredo, pri-
meiro presidente após 21 anos
de ditadura, foi internado
com problemas abdominais
em 14 de março e morreu pou-
co mais de um mês depois. t
s
Domingo, 9 de abril de 2023 extra.globo.com
B NOVOS PROTOCLOS CONTRA ABUSOS
Uma herança de violência
Governo tenta tirar poder da
PRF para evitar a repetição
de ações com muitas mortes
Ian Niklas e Luã Marinatto
politica@oglobo.com.br
B Dados inéditos obtidos pelo
EXTRA via Lei de Acesso à In-
formação revelam que a Polí-
cia Rodoviária Federal foi res-
ponsável por 12 matanças —
três óbitos ou mais em um
mesmo grupo —durante o go-
verno Bolsonaro, quando a
corporação passou a atuar re-
gularmente em incursões em
áreas urbanas e favelas.
Em busca de rever a cultura
de enfrentamento vigente nos
últimos anos, o novo governo
ainda procura soluções e en-
frenta resistências que vão de
heranças bolsonaristas em
postos-chave, como o corre-
gedor exonerado na última
quarta-feira, a uma portaria
que permite a atuação de poli-
ciais rodoviários longe de es-
tradas federais, cuja revoga-
ção havia sido defendida na
transição. A corporação asse-
gura, porém, que uma “revi-
são de protocolos operacio-
nais” está em curso.
Ao todo, o órgão registrou
126 mortos em confronto por
agentes rodoviários de 2019 a
2022. O EXTRA pediu à PRF os
registros de óbitos em decor-
rência de resistência à ação po-
licial desde 2010, mas a res-
posta informa que os números
só passaram a ser sistematiza-
dos em 2017.
Com Michel Temer na Pre-
sidência, entre 2017 e 2018,
houve 36 mortes e quatro
massacres vinculados à PRF.
Na média anual, os dois índi-
ces subiram 75% e 50%, res-
pectivamente, após a ascen-
são de Bolsonaro ao poder. A
escalada poderia ser maior
não fosse uma inflexão em
2020, com o início da pande-
mia da Covid-19.
Informações compiladas pe-
lo Grupo de Estudos dos Novos
REFLEXÕES
PADRE MARCELO ROSSI
Padre Marcelo Rossi
é pároco do Santuário do Terço Bizantino
D. Fernando Figueiredo é bispo de Santo Amaro
Mais informações www.padremarcelo.com.br
Ilegalismos (Geni), da Univer-
sidade Federal Fluminense
apenas sobre o Rio de Janeiro
— base eleitoral de Bolsonaro e
palco de mais de metade das
matanças da PRF (sete) no últi-
mo governo — dão o tom da
guinada operacional. As ações
policiais com presença de
agentes rodoviários no estado
aumentaram ano a ano e qua-
druplicaram de 2019, com
quatro incursões, até as 16 re-
gistradas no ano passado.
NÚMEROS
PRF registrou 126
mortos em confronto
por seus agentes de
2019 a 2022 Viaturas da PRF circulam pelo Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, durante operação que resultou em oito mortes
Em outubro de 2020, por
exemplo, uma força-tarefa da ATUAÇÃO DA PRF
Polícia Civil e da PRF intercep-
tou um comboio de milicianos Mortes GOVERNO
em Itaguaí, na Baixada Flumi- 50
TEMER
nense. Os 12 suspeitos mortos,
contudo, não aparecem na lista 40
enviada pela corporação via Lei
de Acesso à Informação, já que, 30
22
apesar da ampla presença na 20
ação, os confrontos fatais não 14
envolveram policiais rodoviári- 10
os diretamente.
0
Situações similares, que in- 2017 2018
flariam os dados sobre violên- MATANÇAS* 2 2
cia associados à instituição,
também aparecem em casos
computados pela PRF. Embora AS DOZE
encabeçasse, com apoio da Po-
MATANÇAS MATANÇAS
lícia Militar local, uma embos- NO GOVERNO
cada que resultou em 26 mor- BOLSONARO MORTOS
tos na cidade de Varginha POR ESTADO
(MG), em outubro de 2021, a
PRF só contabilizou 15 óbitos
CASOS EMBLEMÁTICOS
em seus controles internos. A Novo cangaço
ação contra o chamado “novo Em outubro de 2021, uma
cangaço”, de longe a mais letal operação contra o chamado
da corporação com Bolsonaro, "novo cangaço" — quadrilhas
originou um inquérito ainda especializadas em roubos a
banco em cidades do interior —
em curso na Polícia Federal, em Varginha (MG)
que apura suspeitas de execu- deixou 26 mortos, dos quais 15
ção e outras ilegalidades. em confronto com a PRF, que
DIVULGAÇÃO
comandou a incursão em
parceria com a PM local. A Polícia
Federal investiga a ação, sobre a
qual pairam suspeitas de
execução e outras ilegalidades.
Wendel
Matos não
é mais
corregedor
Metade dos óbitos
Em 20 de março do ano
passado, a PRF esteve, junto
do Batalhão de Operações
Especiais (Bope) e da PF, no
Complexo do Chapadão,
também na Zona Norte da
capital fluminense. A
corporação respondeu por
metade dos mortos: três.
Ele vive!
B Amados, nosso Senhor venceu a morte!
Por isso, do mais profundo do coração,
desejo a todos uma feliz e transformadora
Páscoa! Jesus provou a singularidade do
seu existir.
No início da manhã daquele domingo,
Madalena e Maria foram ao sepulcro embal-
samar o corpo de Cristo e encontraram o
local vazio. Madalena, assustada, procurava
uma pista, quando o anjo do Senhor apare-
ceu dizendo: “Não tenham medo, aquele
que vocês estão procurando não está mais
aqui. Ele ressuscitou, como disse que faria!”
Elas saíram do sepulcro e, quando iam
embora, o próprio Jesus apareceu e disse:
“Que a paz esteja com vocês! Não tenham
O PAÍS 〈 13
MÁRCIA FOLETTO/11.02.2022
A Constituição prevê que a
PRF “destina-se, na forma da
lei, ao patrulhamento ostensi-
GOVERNO VIOLÊNCIA E AÇÃO POLÍTICA vo das rodovias federais”. O
BOLSONARO alargamento funcional ganhou
44 fôlego em outubro de 2019,
40
quando uma portaria do então
ministro da Justiça, Sergio Mo-
25 ro, autorizou o efetivo a cum-
17 prir até mesmo mandados de
busca e apreensão, uma atri-
buição de polícias de natureza
investigativa, como a PF.
2019 2020 2021 2022 Novo diretor-geral da PRF,
3 0 5 4 Antônio Fernando Oliveira de-
Asfixia no porta-mala fendeu a possibilidade de en-
Parado por estar de moto sem trar em favelas em situações ex-
RJ AL MG SE AP
capacete, Genivaldo de Jesus cepcionais. Apesar da autoriza-
Santos, um homem negro de ção ainda em vigor, o EXTRA
7 2 1 1 1 38 anos, foi colocado no
porta-mala da viatura da PRF,
apurou que em delegacias do
28 8 15 3 3 em maio do ano passado, em Rio situadas em áreas mais crí-
Sergipe. Os agentes ticas, como na Baixada e em
despejaram gás lacrimogêneo São Gonçalo, as ordens superi-
e spray de pimenta no ores têm sido expressas no sen-
compartimento fechado,
Mortes e promoção sufocando a vítima até a
tido de desestimular a presença
Escalada para atuar em 26 de morte. dos agentes fora de rodovias.
maio de 2022 no cerco ao Além disso, a PRF busca virar a
Complexo da Penha, no Rio, Pedidos de voto chave em outros campos, com
embora não haja rodovias Na véspera do segundo turno, a criação de uma Coordenação
federais por perto, a corporação o então diretor-geral da PRF,
foi responsável por quatro das 23
de Direitos Humanos e de um
Silvinei Vasques, pediu votos
mortes em confronto na ocasião. para Bolsonaro em uma rede grupo de trabalho para debater
Chefe da unidade que atuou no social, o que é vedado pela lei o uso de câmeras corporais pe-
conjunto de favelas, o agente eleitoral. Um mês antes, a uma los agentes.
Alexandre Carlos de Souza e semana da primeira rodada de Após assumir, Oliveira inici-
Silva foi promovido menos de um votação, Vasques já havia
mês depois a superintendente do
ou uma limpa na PRF, substitu-
exibido uma camisa do
órgão no estado. Flamengo com o número do indo os superintendentes her-
ex-presidente (22) durante um dados de Bolsonaro nos esta-
evento oficial da corporação. dos. Mexer na Corregedoria da
corporação, porém, mostrou-
Bloqueios em estradas se um desafio à parte, e ainda
Também no segundo turno, no
domingo de votação, a PRF pode trazer dores de cabeça à
realizou bloqueios gestão. Wendel Benevides Ma-
direcionados a ônibus com tos foi exonerado pela primeira
eleitores sobretudo no vez em 2 de janeiro, mas o go-
Nordeste, onde Lula levou verno recuou dez dias depois.
larga vantagem sobre
Bolsonaro — a ação é Como se tratava de um cargo
investigada pela PF. com mandato de dois anos, vá-
Vai e vem judicial Sacramentada a vitória do lido até novembro, a troca não
Em junho de 2022, uma decisão petista, o problema era permitida. Foi necessário
judicial revogou portaria que permitia inverteu-se: enquanto que a Controladoria-Geral da
à PRF atuar fora de rodovias, mas uma apoiadores do candidato
derrotado fechavam estradas
União emitisse um parecer au-
liminar restabeleceu o texto dois dias
depois. Chancelada pela Justiça, em 5 Brasil afora, a corporação foi torizando a mudança, ocorrida
de agosto a corporação se envolveu acusada de leniência. na quarta-feira, sob a justificati-
em uma perseguição que até va de que era preciso “afastar
começou na BR-101, em Itaboraí (RJ), *Ocorrências com três ou mais óbitos em qualquer sugestão de parciali-
mas os três óbitos ocorreram no confronto com a PRF
Fonte: Polícia Rodoviária Federal (via Lei de dade sobre os processos apura-
interior de uma favela. Acesso à Informação)
tórios internos”. t
s
medo! Vão dizer aos meus irmãos para irem sáveis pela morte de Cristo não queriam de
à Galileia e eles me verão”. modo algum que a notícia da ressurreição
Momentos depois, ele foi visto por onze se espalhasse e pagaram os soldados para
apóstolos, pois Tomé não estava presente. dizerem que os discípulos haviam roubado
Na primeira experiência de todos os apósto- o corpo de Jesus.
los com Jesus, Ele se apresentou e disse: “A Evangelho de Lucas, capítulo 24: “Disse
paz esteja convosco!”, Todos ficaram assus- Jesus: Quando estava com vocês, eu disse
tados e sem saber o que estava acontecen- que tinha de acontecer o que estava escrito
do. Foi quando Jesus disse: “Por que estais a meu respeito na Lei de Moisés, nos livros
perturbados e por que surgem tais dúvidas dos Profetas e nos Salmos. Então, Jesus
em vossos corações? Vede minhas mãos e abriu a mente deles para que eles entendes-
meus pés, sou eu”. sem as Escrituras Sagradas e disse: O que
Tomé, que teria dito que só acreditaria se está escrito é que o Messias tinha de sofrer e
tocasse as chagas do Senhor, escutou de
Jesus: “Toque, Tomé, me segure e veja,
fantasmas não têm carne e osso como me
no terceiro dia ressuscitar. E que, em nome
dele, a mensagem sobre o arrependimento
e o perdão dos pecados seria anunciada a
vedes possuir”. todas as nações”.
Esses relatos jogam por terra qualquer Que todos reflitam sobre cada passo,
tipo de julgamento que negue a maravilha palavra e atitude para que possamos estar
deste acontecimento. É claro que os respon- sempre orgulhando Jesus! Feliz Páscoa!
14 〉
Page Not ‘Disney’ cristã
Found B Aberto em 2001, a Holy
Land Experience (Experiên-
cia da Terra Santa), em
FERNANDO MOREIRA
fernando.moreira@oglobo.com.br Orlando (Flórida, EUA),
ficou conhecida como a
Disney World cristã. Os
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
visitantes podiam admirar
réplicas dos maiores pontos
turísticos religiosos de Jeru-
salém e desfrutar de parti-
das de minigolfe bíblico,
entre outras atrações. O
evento mais esperado, en-
tretanto, era a encenação
da crucificação de Jesus,
que chamava a atenção pelo
hiper-realismo. Após o
último suspiro, o corpo
“ensanguentado” do ator
era retirado da cruz e atra-
vessava a multidão de fiéis,
com muitas crianças pre-
sentes. Vários saíam de lá
chocados com o que viam.
‘Uma vida normal’
B Nascido na Nova Zelândia, Lucky
A conta do senhorio Diamond Rich se juntou a um circo
itinerante aos 16 anos, quando fez
B Emmanuel Ndalawa, morador de vilarejo em Geita sua primeira tatuagem. Desde
(Tanzânia), disse ter percebido que uma das suas du- então não parou mais, cobrindo
as esposas estava ficando “muito próxima” de Katayo “200%” (incluindo a genitália) da
Bote, o dono do imóvel que a família aluga. Até que pele, como ele costuma dizer.
um dia, Emmanuel, que mora com as suas duas mu- Detentor do recorde mundial de
lheres, flagrou o senhorio no quarto da esposa que mais tatuado, Lucky estava cansa-
era alvo da sua desconfiança. Os dois faziam sexo. do de trabalhar apenas explorando
O líder da aldeia foi informado sobre o episódio e a sua aparência extrema e suas
determinou que Katayo recebesse chibatadas em habilidades circenses. Até que
praça pública e pagasse uma multa de 11 mil xelins finalmente conseguiu um emprego
tanzanianos (R$ 24). De acordo com relatos locais, como operador de máquina num
Katayo é conhecido na região por dormir com espo- canteiro de obras. “Estou tendo
sas de outros moradores. O episódio com o inquilino uma vida normal, era tudo o que
levou a autoridade máxima do vilarejo a pôr fim à sua eu sempre quis. Achei que nunca
conduta. A punição foi aplicada na frente de várias seria possível. Agora tenho até
pessoas da localidade, incluindo crianças. expediente”, desabafou.
Outros criticavam a atra-
ção temática, de 56 mil
metros quadrados, por usar
a religião para ganhar di-
nheiro. “Pegar a religião
cristã e sensacionalizá-la
para obter lucro como a
Disney!”, protestou um fiel.
Mas as multidões não
paravam de visitar o par-
que, criado por Marvin
Rosenthal, um judeu con-
vertido ao cristianismo, ao
custo de US$ 16 milhões
(R$ 81 milhões). Trezentas
mil pessoas passavam por lá
a cada ano.
“Esperamos que os visi-
tantes vejam a majestade de
Deus ou ao menos tirem a
poeira das suas Bíblias”,
disse ele à época.
Além dos suvenires religi-
osos, a praça de alimenta-
REPRODUÇÃO
extra.globo.com Domingo, 9 de abril de 2023
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
ção oferecia iguarias como a Em outra, podiam ser “bati-
“Salada do centurião” ou o zados” numa fonte pelo
“Hambúrguer de Golias”. “filho de Deus”.
Os negócios iam bem até O público retornou, na
que Rosenthal começou a casa dos 200 mil. No entan-
ser acusado de usar o par- to, nos anos seguintes o
que para converter judeus. interesse caiu. Em 2020,
As multidões começaram a com a pandemia de Co-
minguar. Em 2007, ele vid-19, o parque foi fecha-
vendeu o local para os evan- do. Afundados em dívidas,
gelistas Paul e Jan Crouch, os donos anunciaram a
que acrescentaram atra- falência no ano seguinte. O
ções. Numa delas, os visi- milagre financeiro não veio,
tantes podiam participar da e várias estruturas foram
Última Ceia com “Jesus”. demolidas.
‘Fogo’ da paixão
B Uma cerimônia de casamento em Maharashtra
(Índia) acabou mal para a noiva. Quando ela
posava de costas REPRODUÇÃO/TWITTER
para o noivo, ambos
segurando um sina-
lizador como se fosse
pistola ao estilo Ja-
mes Bond, algo saiu
errado. O artefato
pirotécnico dela
apresentou um defei-
to, e uma labareda
foi lançada para trás,
contra o seu rosto. A
noiva sofreu graves queimaduras. O fogo chegou
a atingir o vestido da indiana. Nas redes, muitos
condenaram os “exageros” das cerimônias matri-
moniais na Índia. Assista ao vídeo em https://
extra.globo.com/blogs/page-not-found.
Domingo, 9 de abril de 2023 extra.globo.com 〈 15

As empresas de apostas espor-
tivas on-line estão cada vez mais
populares e já movimentam até
R$ 150 bilhões por ano no Brasil.
Ganhe Mais
O governo federal anunciou
que começará a cobrar impostos
das empresas do setor para au-
mentar a arrecadação da União.

B REVOLUÇÃO DIGITAL

NA ERA DAS Em 25 anos,

aplicativos

MENSAGENS ILIMITADAS
como o
WhatsApp e o
Telegram
PELA INTERNET, O
B O barulho da ficha caindo no
orelhão perdeu o sentido. Os
valiosos minutos no telefone tomaram o
público, em extinção, deram lu-
lugar das
ORELHÃO ESTÁ COM OS
gar à comunicação ilimitada
através dos smartphones. Essas
transformações, que passam ligações
pelo SMS a peso de ouro até as
chamadas de vídeo pela inter-
telefônicas

MINUTOS CONTADOS e do SMS,

net, acompanharam o cresci-
mento de toda uma geração na-
tiva digital e foram retratadas
em reportagens do EXTRA ao
mudando
longo dos seus 25 anos.
O telefone público, outrora
ROBERTO MOREYRA a maneira
forma mais rápida de passar O webesigner Pablo
Sobral: metadeda
como nos
uma informação, virou rarida-
de — o Brasil tinha apenas
rotina diária passa
pela conexão às comunicamos
130,5 mil aparelhos funcionan- redes sociais
do no começo de 2023, segun-
do a Agência Nacional de Tele- Funções de 5
comunicações (Anatel). No Rio
de Janeiro, são 3.243 orelhões ferramentas
disponíveis para uso, uma em um app
média de um aparelho para
cada cinco mil habitantes. B Na interação através dos celu-
A banda larga mais rá- lares, gigantes como WhatsApp,
pida e a chegada dos Instagram e Facebook revoluci-
smartphones transforma- onaram a troca de mensagens
ram em definitivo a forma ao agregar, em uma única ferra-
como nos comunicamos. menta, funções de vídeo, envio
Enviar informações e passar de imagens, videochamadas e
recados, antes feitos por e-mail compartilhamento de
ou por um programa no compu- documentos e da
tador — como o MSN ou o Sky- sua localização.
pe —, agora ocorrem na veloci- Na avalia-
dade de um clique. ção do dire-
Em 2021, 84,4% da popula- tor-executivo
ção com mais de 10 anos, equi- do Instituto
valente a 155,2 milhões de bra- de Tecnologia
sileiros, tinham acesso a um te- e Sociedade
lefone celular para uso pessoal, (ITS Rio), Fabro
segundo dados anuais da Pes- Streibel, o rápido
quisa Nacional por Amostra a avanço das plataformas se
Domicílio Contínua (Pnadc), deu pela chegada do 4G, que
do IBGE. Destes, 94,8% tinham permitiu o compartilhamento
acesso à internet. E os números de conteúdos em vídeo, além
cresceram rapidamente — em da produção de telefones celu-
2018, 79,3% tinham celular. lares mais acessíveis.
A partir dos anos 2010, com
a evolução da internet móvel, BASE
a grande revolução começou: A lógica do ICQ,
as redes sociais.
de 1996, e do
WhatsApp é
Mais texto, semelhante
áudio e vídeo, Essas transformações tecno-
menos ligações lógicas mudaram o foco das fer-
ramentas de conversa. Enquan-
B Enquanto os orelhões come- to em 1998 o streaming era con-
çam a a virar peça de museu, no- versa futurista e as imagens, de-
vas formas de comunicação di- vido à baixa qualidade das
gital entraram em cena e atra- câmeras, tinham papel secun-
vessaram o desenvolvimento da dário, Streibel conta que o for-
geração Z — jovens nascidos mato base da troca de mensa-
entre 1995 e 2010. Acostumado gens ainda é o mesmo.
a viver ligado a um celular, esse A EVOLUÇÃO DOS APLICATIVOS DE MENSAGEM — O uso de emojis e as fun-
grupo não conhece um mundo ções de texto foram adaptadas,
sem internet e ferramentas de mas ainda é muito parecido. A
comunicação instantânea. E forma de se comunicar pelo ICQ
uma das maiores dificuldades 1998 2001 2003 2004 2008 (primeira ferramenta de comu-
que essa geração enfrenta é a nicação instantânea, lançada
ICQ, a primeira Em paralelo, a Microsoft Para a comunicação fora de Nasce o Skype, Mark A Apple
capacidade de se desconectar. ferramenta de lançou sua ferramenta de casa, no entanto, além das ferramenta que Zuckerberg revolucionou a em 1996) é parecida com a do
Metade da rotina diária do mensagens comunicação, o MSN, ligações pelos conhecidos permitiu a lança o telefonia móvel WhatsApp — explica.
webdesigner Pablo Sobral, de instantâneas, ainda em 1995. No entanto, "tijolões" e o conhecido Nokia, realização de Facebook. ao lançar o A evolução ainda concen-
25 anos, envolve lidar com re- ainda era uma ele começou a se populari- os SMSs (Short Message chamadas de vídeo iPhone 3G, o trou em um único aplicativo
des sociais, tanto a lazer quanto febre entre os zar em 2001, com uma System, em inglês) se populari- e voz para todo o primeiro funções que antes eram desem-
brasileiros. Em forte campanha para atrair zaram. Ele não precisava de mundo. O serviço aparelho
a trabalho, para conversar com 1997, a empresa o público jovem. Emoti- acesso à internet, mas havia era pago, mas bem compatível penhadas por quatro ou cinco
clientes sobre projetos em anda- criada por cons, emojis, nicks limite de caracteres e cada abaixo de outras com a internet ferramentas diferentes. Porém,
mento. Uma das principais fun- israelenses chegou coloridos e músicas a mensagem era paga - uma opções, como uma de terceira algumas marcas importantes
ções do celular, porém, caiu em a ter 1 milhão legenda foram marcantes simples troca de mensagens ligação internacio- geração, a que se firmaram nos formatos
desuso na sua casa, em São João de usuários. na rede social. custava uma fortuna. nal, o DDI. rede móvel. para computador não migra-
de Meriti, na Baixada Flumi- ram para o portátil.
nense: as ligações telefônicas. Gigantes como a Microsoft
Ele mora com a esposa, de 33 2015 2014 2013 2011 2012 2009 — dona dos outrora populares
anos, e a enteada, de 10. O man- MSN e Skype — não consegui-
tra da casa é que ligações são o Lançamento do WhatsApp é Instagram lança a função Criação do Messenger Fundação do Criação do ram “surfar a onda”, enquanto
último recurso para se comuni- WhatsApp Web, comprado de direct messeges, as como aplicativo Instagram para iOS e WhatsApp, com outras marcas já construíram
car, só quando a mensagem de que funciona como pelo Facebook DMs. Com isso, é possível independente do Android. Nas primeiras a possibilidade seus impérios. Esse foi o caso
uma espécie de e chega a se comunicar direto dentro Facebook. O WhatsApp 24 horas, foi baixado de compartilha-
texto e áudio não for uma op- MSN, mas em uma 500 milhões da ferramenta. Na Rússia, é completa um bilhão de por mais de 1 milhão mento de fotos da Meta, holding que reúne
ção. A cultura já passou para a aba do navegador. de usuários. criado o Telegram. mensagens enviadas. de pessoas. e vídeos. três das redes sociais mais po-
pequena, que não tem muita ex- pulares do mundo: Instagram,
periência falando ao telefone: Facebook e WhatsApp.
— Chega a ser engraçado — A mensagem é o serviço
porque a gente ensina a ela co- 2016 2018 2020 2021 2022 2023 “be-a-bá”, a partir do qual estru-
mo fazer uma ligação e como fa- turas de negócio são montadas.
WhatsApp deixa de cobrar WhatsApp lança WhatsApp Chamadas de voz Telegram se torna o WhatsApp permite a criação
lar ao telefone. Temos que mos- assinatura e supera 1 uma ferramenta ultrapassa a marca e de vídeo para maior competidor de comunidades e grupos E é um ramo de concentração.
trar que tem mais de uma ma- bilhão de usuários, mesma para negócios, o de dois bilhões de conversas individu- do WhatsApp e é com até 1.024 usuários no Eles funcionam melhor quando
neira de falar com a pessoa. marca superada pelo WhatsApp usuários no ais ficam disponíveis uma das redes Brasil. O Messenger lança os têm uma grande fatia do merca-
O uso de orelhões, então, fi- Messenger. Para aumentar Business, que traz mundo e lança a no WhatsApp para sociais que mais Bate-papos da Comunidade. do. É difícil, por exemplo, falar
cou só no vago imaginário de a segurança das mensa- facilidades a ferramenta de computador, bem cresce no país. No No Instagram, há a com alguém pelo Signal porque
gens, define criptografia empreendedores mensagens como pagamentos ano, era usado por introdução de Canais
criança porque, diz ele, não há de ponta-a-ponta. pela plataforma. temporárias. entre pessoas físicas. 65% dos brasileiros. de Transmissão. ninguém tem. No WhatsApp, é
aparelhos do tipo na cidade. fácil — explica Streibel.t
s
16 〉 GANHE MAIS extra.globo.com Domingo, 9 de abril de 2023

JULIA NOIA
julia.noia@oglobo.com.br

Servidor
CRISTIANO MARIZ

Servidores da
Funai podem ter
plano de carreira
B Depois de mais de 50 anos sem re-
gulamentação da carreira, servido-
res da Fundação Nacional dos Povos
Indígenas (Funai), presidida pela in-
dígena Joênia Wapichana, podem fi-
nalmente ter um plano de cargos e sa-
lários a partir de 2024. Desde a posse
do presidente Luiz Inácio Lula da Sil-
va (PT), o Ministério dos Povos Indí-
genas, a Funai e entidades que repre-
sentam funcionários da pasta articu-
lam a publicação de uma medida pro-
visória (MP) até agosto.
No fim de janeiro, foi elaborado
um esboço da MP criando a Carrei-
ra Indigenista, composta pelos
cargos de Indigenista Especializa-
do, de nível superior, e Agente em
Indigenismo, de nível médio. Pelo
rascunho, a carreira será dividida
em três classes e 13 padrões, para
os níveis superior e intermediário.
Nota técnica da Funai dá conta de
que, com a implementação desse
plano de cargos, o impacto total se-
ria de R$ 315,5 milhões — menos de
R$ 50 milhões a mais que hoje, já
que o órgão reserva R$ 271 milhões
para despesas com pessoal. A apro-
vação alcançaria 1.343 servidores
ativos, 1.684 aposentados e 807
pensionistas, segundo o texto.
Os técnicos responsáveis pela no-
ta avaliam que o caráter da profis-
são, que muitas vezes demanda a
presença de equipes em localidades
de baixo índice de desenvolvimento
humano, gera dificuldade de reten-
ção de profissionais. Esse cenário se
acentua pela baixa compensação.
“As circunstâncias adversas en-
frentadas pelos servidores da Fu-
nai não têm sido correspondidas
por medidas compensatórias;
tampouco há medidas protetivas
pelo exercício de atividades que
apresentam risco potencial. Desse
modo, a reestruturação dos cargos
da Funai visa ainda reduzir o cres-
cente número de pedidos de exo- Joênia Wapichana, presidente da Funai: fundação articula medida com o Ministério dos Povos Indígenas
neração por servidores que aban-
donam cargos na Funai para repo-
sicionamento profissional em car-
reiras mais atrativas”, destacam. Falta avaliação da pasta Discussão já
se arrasta há
Além disso, o texto prevê a criação
da Gratificação de Desempenho de
Atividade Indigenista, paga a servi-
B No fim de janeiro, o texto da
medida provisória foi enviado
fim de agosto, uma rubrica es-
pecífica para a reformulação
quase 20 anos
dores que atuam em campo, e a Gra- pelo Ministério dos Povos Indí- da carreira indigenista. BA discussão sobre a criação
tificação de Qualificação, adicional genas ao Ministério da Gestão O Ministério da Gestão e Ino- das carreiras data de 2004,
pago a funcionários com formações e da Inovação em Serviços Pú- vação em Serviços Públicos in- mas demorou para avançar.
complementares, como mestrado e blicos e ao Ministério do Plane- formou que, para 2023, a prio- Isso mudou em 2018, quando
doutorado. Essas são algumas das jamento e Orçamento para as ridade é a concessão do reajus- foi instaurada uma mesa de
principais demandas da categoria, pastas avaliarem se há espaço te linear de 9% aos servidores, negociação para estruturar
conforme explica Mônica Machado, para acomodar o plano de car- válido a partir da folha de uma MP, mas o projeto não
diretora-executiva do Sindicato dos gos. Desde fevereiro, porém, o maio. Para 2024, informa que avançou durante a gestão do
Servidores Federais do Distrito Fe- texto está parado, e há pressa a proposta ainda está em análi- ex-presidente Jair Bolsonaro
deral e servidora da Funai: das entidades para que a rees- se e ainda é passível de ajuste. (PL). Mônica Machado desta-
— Temos uma remuneração mui- truturação da carreira seja Como prevê a lei, qualquer ca que, nos últimos anos, uma
to abaixo da média do serviço fede- contemplada no Projeto de Lei proposição que tenha impacto série de relatórios identificou
ral, próximo a R$ 5 mil, o que desfa- de Diretrizes Orçamentárias, orçamentário deve ser analisa- a estrutura deficitária do ór-
vorece a ocupação do órgão. Além que deve ser enviado ao Con- da anteriormente pela pasta. gão, como um do Tribunal de
disso, tem falta de condições de tra- gresso Nacional até 15 de abril. Porém, o ministério reforça que Contas da União que apontou
balho apropriadas. Temos poucos Mais especificamente, as cate- levará em conta “a situação em a baixa remuneração e a au-
servidores na ativa e, em alguns lu- gorias esperam que conste no que se encontra a autarquia e a sência de plano de carreira co-
gares, uma média de um servidor Projeto de Lei Orçamentária necessitária prioridade a ser da- mo os grandes desafios para a
para cada 1 milhão de hectares. Anual (PLOA), enviado até o da à política indigenista”. retenção de servidores.

B CORRIDA DE OBSTÁCULOS
Longa espera para obter desconto BRENNO CARVALHO

Isenções na compra de carros Thiago Campos, coordena-

por cidadãos com deficiências
esbarram em burocracia
Ana Flávia Pilar
ana.costa@oglobo.com.br
B O aposentado Antônio Cu-
nha, de 74 anos, tenta há meses
obter os descontos nos impos-
tos estaduais e federal previstos
em lei para a compra de um car-
ro por pessoas com deficiência
(PCD). Apesar da norma ter
quase três décadas (a Lei 8.989,
que concede os descontos, é de
1995), as dificuldades têm sido
tantas que ele contratou até um
despachante para tentar tirar o
carro da concessionária com to-
dos os descontos que podem re-
sultar numa redução de mais
de 30% no valor final.
Cunha teve uma perna atro-
fiada pela radioterapia após
retirada de tumor e precisa de
um veículo automático, que no
geral custa mais de R$ 70 mil,
limite atual no Estado do Rio
para ter isenção do ICMS.
— Arrumei um despachan-
te porque o processo é todo di-
gital, então fica difícil para
quem não tem afinidade com
tecnologia. Até agora conse-
gui apenas a concessão do des-
conto do IPI, mas não consigo
avançar — queixa-se.
PROCESSO DEMORADO
Além da burocracia para ter os
descontos, que pode levar até
seis meses, o limite de preço do
carro é outro entrave para que
pessoas com transtornos do es-
pectro autista, deficiência físi-
ca, visual, auditiva e mental ou
seus tutores legais usem o be-
nefício da lei. Os preços dos au-
tomóveis novos subiram
IPCA. Mas as tabelas para des-
contos estão desatualizadas.
No Rio, o governo ainda não
atualizou o limite do valor do
carro para isenção do ICMS, que
continua sendo de R$ 70 mil.
Desde dezembro de 2021, o
Conselho Nacional de Política
Fazendária (Confaz, que reúne
os secretários de Fazenda dos
estados e do Distrito Federal)
acordou que o novo teto para
descontos em tributos estaduais
deveria ser de R$ 100 mil. A Se-
cretaria de Fazenda do estado
informou que já existe projeto
de lei para atualizar o valor, que
aguarda votação na Alerj.
A medida do Confaz foi uma
tentativa de ampliar o leque de
veículos que poderiam ser ad-
quiridos por PCDs. Mas, tendo
em vista as dificuldades dos es-
tados de aumentar renúncias
fiscais, o Confaz propôs que a
isenção seja aplicada só até R$
70 mil e o consumidor pagaria o
ICMS sobre a diferença do valor
do carro. Desde que o automó-
vel fosse vendido por até R$ 100
mil. Já nas regras da Receita Fe-
deral para a isenção do IPI, o li-
mite é de R$ 200 mil.
Para José Eduardo Tellini To-
ledo, sócio da área tributária do
Madrona Fialho Advogados, di-
ferenças como essa atrapalham
o acesso ao benefício. Ele lem-
bra que obter a isenção do IPI é
condição para ter direito ao be-
nefício do ICMS.
A cobrança de ICMS sobre ve-
ículos é de 12%, no Rio e em São
Paulo. Já o IPVA é de 4% sobre o
valor da tabela Fipe nos dois es-
dor jurídico do Mandaliti Ad-
vogados, critica a burocracia
da Receita e das secretarias de
Fazenda estaduais:
— Já há advogados e despa-
chantes especializados nisso.
É um mercado de preços altos.
Com planos de trocar o carro
no fim do ano, o fisioterapeuta
Carlos Henrique Stohler, de 52
anos, que teve a perna esquerda
amputada, teme não conseguir
as mesmas isenções de 2020,
quando obteve liberação do pa-
gamento de ICMS e IPI, além do
IPVA, o que levou a uma redu-
ção de 30% no valor do carro:
— Na concessionária já me
avisaram que posso não obter
isenção do ICMS este ano, só do
IPI. A redução ficaria em 10%.
Carlos Henrique pagou 30% a menos em 2020 e teme desconto menor na troca do carro este ano DIREITOS HUMANOS
Samanta Firme, de 46 anos,
............................................................................................................................................................................................................................................................................
profissional de TI, que ficou
VEJA COMO TER ACESSO AOS BENEFÍCIOS com lesão permanente em um
............................................................................................................................................................................................................................................................................
dos braços em consequência da
DESCONTO DO IPI responsável legal, no caso de necessários: laudo pericial, quimioterapia, usou pela pri-
O abatimento do IPI está requerimento por tutor ou emitido no Instituto de meira vez, em 2022, o benefício
autorizado para pessoas curador. Para ter desconto no Medicina Social para comprar carro. A redução
com transtornos do IPI, o carro deve custar até R$ e de Criminologia; CPF da foi menor do que estimava:
espectro autista e com 200 mil. O novo teto, pessoa, do representante — Imaginava um desconto
deficiência física, visual, atualizado no ano passado, legal e do eventual condutor; de 30%, foi menos de 10%. Há
auditiva e mental severa ou vale até 2026. Só entram na documento do veículo; poucas opções de carros auto-
profunda. Representantes isenção equipamentos de autorização para condutor; máticos para PCD e não achei
legais também estão série dos veículos e opcionais CNH da pessoa, do nenhum no Rio até R$ 70 mil.
incluídos na regra. Para ter o instalados na fábrica. representante legal e do Para Ricardo Morishita,
benefício, é preciso acessar .................... eventual condutor; professor do Instituto Brasilei-
o Sistema de Concessão DESCONTO DO IPVA comprovante de residência; ro de Ensino, Desenvolvimen-
Eletrônica de Isenção (Sisen) Apenas um veículo de pessoa declaração de que não tem to e Pesquisa, os estados têm
da Receita Federal e com espectro autista ou outro veículo com isenção. que atualizar a tabela:
preencher alguns deficiência, ou de seu .................... — O Confaz é um conselho
formulários. Documentos representante legal, tem DESCONTO DO ICMS com os secretários de Fazenda
necessários: documento de direito à isenção do IPVA. O Os documentos necessários de todo o Brasil. Se ele deter-
identificação do beneficiário contribuinte precisa verificar para ter acesso ao benefício minou o alcance de R$ 100
e de seu representante legal, as condições no site da do ICMS podem ser mil, todos deveriam atualizar.
se for o caso; documento que Secretaria da Fazenda do seu encontrados nos sites da Morishita orienta cidadãos
comprove a condição de estado. No Rio, por exemplo, Secretaria de Fazenda de que relatem seus problemas ao
representante legal; laudo o carro deve ser avaliado em cada estado. Lá também é Ministério dos Direitos Huma-
médico; certidão de até R$ 70 mil. Já em São feito o requerimento. Uma nos ou a secretarias estaduais.
t
s

8,19% em 2022 e mais 1,53% tados. No caso do IPI, a alíquota nascimento do beneficiário, Paulo, o limite é de R$ 100 condição é apresentar a
até fevereiro deste ano, pelo varia de 7% a 25%. que identifique seu mil. Documentos autorização de isenção do IPI. Colaborou Luciana Casemiro
Domingo, 9 de abril de 2023 extra.globo.com 〈 17

MORARBEM
M
Imóveis do MCMV
ais de 65% das uni-
dades lançadas no
mercado imobiliário brasi-
leiro no ano passado esta-

lideraram lançamentos
vam enquadradas no pro-
grama Minha Casa, Minha
Vida (MCMV): 85.180 imó-
veis do total de 129.432. Os
cerca de 35% restantes
eram formados por imó-
veis de médio e alto pa-
Do total de unidades lançadas no país no ano passado,
drões, cujos lançamentos 65% estavam enquadradas no programa de habitação popular
somaram 44.247 unidades WEEKEND IMAGES INC./GETTY IMAGES
no período.
Os dados são de estudo
da Associação Brasileira de
Incorporadoras Imobiliári-
as (Abrainc) em parceria
com a Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas
(Fipe) e mostram a impor-
tância do programa federal
de habitação popular para
o setor, embora os núme-
ros ainda não estejam em
patamar de recuperação.
Em 2022, houve redução
de 6,4% no número de uni-
dades comercializadas den-
tro do MCMV e queda de 4%
em unidades lançadas. A
boa notícia é que essa varia-
ção negativa foi puxada
principalmente pelo desem-
penho no primeiro semestre
do ano passado, e a recupe-
ração começou a acontecer
a partir do terceiro trimestre
de 2022, devendo se esten-
der neste ano. Recuperação das vendas
Quem afirma é o presi- começou no terceiro trimestre de
dente da Abrainc, Luiz 2022 e deve se estender neste ano
França, acrescentando que
o programa ganhou fôlego
após algumas medidas utilizados apenas R$ 7 bi- diz o diretor Comercial e de mantivemos nossa progra- que deve ser mantida. pectativa é lançar mais de
adotadas a partir de maio, lhões do orçamento de Incorporação da constru- mação de lançamentos. O — Lançamos 880 unida- 500 unidades em bairros
como a ampliação das fai- subsídios do FGTS, mas, tora, Adriano Nobre. Para terceiro trimestre de 2022, des em Campo Grande em como Cascadura, Campi-
xas de renda, aumento do para 2023, a expectativa é ele, a queda no número de por exemplo, foi muito 2022. Neste ano, a expec- nho, Irajá e Santa Cruz. A
limite para R$ 8 mil e ex- de R$ 19,5 bilhões — afir- lançamentos de imóveis do bom — ressalta Nobre. tativa é de lançar mil uni- maior parte deverá ser pe-
tensão do prazo de financi- ma França. MCMV, constatada pelos A Novolar também prevê dades em três empreendi- lo MCMV, diz o gerente Co-
amento de 30 para 35 anos. No mercado do Rio, as dados da Abrainc, pode ter lançar uma quantidade mentos no mesmo bairro. mercial, Bruno Camargo.
— Essas medidas permi- construtoras informam relação com a alta acentua- maior de empreendimentos Até o momento, já coloca- — Os condomínios esta-
tiram que 1,3 milhão de que houve aumento no nú- da dos insumos da constru- neste ano. O diretor executi- mos para a venda 200 imó- rão localizados em regiões
novas famílias passassem a mero de lançamentos na ção civil no ano passado. vo de Finanças e Relação veis do Novolar Moinho, o bem consolidadas de co-
ter condições de realizar o comparação com 2021. A — Conseguimos antever com Investidores, Felipe primeiro lançamento des- mércio, serviços e mobili-
sonho da casa própria. Pa- Direcional Engenharia, por o aumento dos custos e fi- Enck Gonçalves, concorda te ano — adianta. dade urbana, e todos serão
ra este ano, o novo Minha exemplo, lançou 20% a zemos uma série de adap- em que o segundo semestre A CTV Construtora tam- contemplados com vagas
Casa, Minha Vida deve am- mais de unidades no ano tações que resultaram em do ano passado puxou a alta bém está otimista com os de garagem, bicicletários,
pliar ainda mais esse aces- passado e, neste ano, espe- impacto financeiro menor nas vendas de unidades do rumos do programa Minha lazer completo e seguran-
so. No ano passado, foram ra um crescimento de 25%, para a empresa. Assim, programa, uma tendência Casa, Minha Vida, e a ex- ça — comenta. t
s

Prédios mistos estão nos planos para 2023

Previsão é de lançamentos em Campo Grande e no município de Mangaratiba
A
lgumas construtoras
querem manter a es-
tratégia de lançar em-
preendimentos mistos que
reúnam unidades enqua-
dradas no Minha Casa,
Minha Vida e no Sistema
Brasileiro de Poupança e
Empréstimo (SBPE). Para
Thiago Soares, diretor de
Operações da The INC In-
corporadora, essa é uma
boa estratégia para atrair
clientes de faixas de renda
variadas. A empresa lan-
çou no ano passado o Cam-
po Real, em Campo Gran-
de, com 168 unidades,
70% delas dentro do pro-
grama de habitação popu-
lar, e 30% fora.
Segundo Soares, as ven-
das das unidades não en-
quadradas do Minha Casa,
Minha Vida surpreende-
ram, levando a empresa a
optar pelo modelo misto
nos dois empreendimen-
tos que pretende lançar
neste ano, um em Campo
Grande e outro no municí-
pio de Mangaratiba.
No início de 2024, a em-
presa pretende lançar mais
unidades em Campo Gran-
de, na Zona Oeste. Em
Mangaratiba, o empreen-
dimento terá 50% das uni-
dades enquadradas no Mi-
nha Casa, Minha Vida e
50% no SBPE. Dentro do
programa, o foco da cons-
EWG3D/GETTY IMAGES
trutora será a faixa 3, com
Vendas de unidades não unidades entre R$ 240 mil
enquadradas no programa e R$ 260 mil.
surpreenderam — Não temos expertise
de engenharia para a faixa
1, que costuma ter um mé-
todo de construção mais
rápida, usando modelos
pré-fabricados, por exem-
plo. Dessa forma, não con-
seguimos competir com
construtoras que têm esse
know-how — informa So-
ares. t
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Sua casa linda do seu jeito. revistacasaejardim.globo.com

YUJI KOTANI/GETTY IMAGES

Casa e Jardim Quando o registro é fecha- rega durante o verão deve

É impossível viver sem

água: não só a que be-
bemos, mas também a usa-
da para produzir alimen-
tos, limpar as cidades e
abastecer as moradias. E,
quando falamos de consu-
mo doméstico, há várias
atitudes que podemos ado-
tar para economizar e evi-
tar a escassez do recurso.
Veja cinco dicas para revo-
lucionar o consumo no lar e
acabar com o desperdício:
Você sabia que, ao beber
um copo de água, são ne-
cessários ao menos outros
dois para lavá-lo? Por isso,
a economia na cozinha é
fundamental. Ao lavar a
Dicas para
economizar
água em casa
Atitudes simples podem ajudar a reduzir
o consumo e a preservaro planeta
louça, primeiro limpe os
restos de comida com es-
ponja e sabão e só depois
abra a torneira.
Um dos ambientes que
mais desperdiçam água
em casa é o banheiro. Um
banho de ducha de 15 mi-
nutos consome 135 litros.
do na hora de ensaboar, o
consumo pode cair para 45
litros. Entre os produtos
mais modernos do merca-
do está o registro regula-
dor de vazão para chuvei-
ro, o RRV, da Docol, que
pode diminuir o escoa-
mento em até 50%. Outra
opção é instalar um chu-
veiro com vazão constan-
te, como o modelo Éden,
também da Docol, que li-
bera 12 litros por minuto.
Molhar as plantas com a
mangueira durante dez
minutos pode consumir
180 litros de água. Por isso,
prefira um regador. Para
economizar ainda mais, a
ser feita de manhã ou à noi-
te para reduzir a perda por
evaporação. No inverno,
ela pode ser realizada em
dias alternados.
Fechar a torneira ao es-
covar os dentes pode re-
presentar uma economia
de 11,5 litros de água.
A descarga tradicional li-
bera 6,8 litros de água.
Com o acabamento para
válvula de descarga Salvá-
gua, da Docol, podem ser
acionados dois botões. No
acionamento parcial, são
aproximadamente três li-
tros e, no total, seis litros. O
sistema pode ser instalado
sem reformas. t
s
18 〉
Malu Echeverria
A
Revista Crescer
os 2 anos, Henri-
que ainda tinha
vários despertares
ao longo da ma-
drugada. O meni-
no foi encaminhado a um aler-
gista, que apontou o diagnósti-
co de APLV (alergia à proteína
do leite de vaca) como a possível
causa do problema – alergias
alimentares, cutâneas e respira-
tórias, de fato, podem afetar o
sono por diferentes motivos,
que vão de cólicas, cocei-
ras até respiração bucal.
“Como as medicações tra-
dicionais não resolveram,
ele nos recomendou buscar um
otorrinolaringologista. Os exa-
mes mostraram que meu filho
tinha a adenoide e as amígdalas
aumentadas”, recorda a neuro-
cientista Renata Leite, 41, mãe
do menino, hoje com 5 anos.
Por estar abaixo da curva de
crescimento, havia a suspeita
de que o sono inadequado
estivesse prejudicando
seu desenvolvimen-
to. Após a remoção
de ambas as estru-
turas, ele passou a
respirar e dor-
mir melhor.
Em poucos
meses, atin-
giu a altura
considerada
normal pa-
ra a faixa
etária. “A
endocrinolo-
gista que o
acompanha-
va não se sur-
preendeu com
o desfecho, disse
que é comum a
qualidade do sono
afetar o crescimen-
to”, conta Renata.
Que o sono im-
pacta a saúde não
é novidade. “Ho-
je, temos mais co-
nhecimento científico a
respeito das consequências dos
distúrbios do sono, do diagnós-
tico e das estratégias de inter-
venção”, explica o pediatra e es-
pecialista em sono Gustavo Mo-
reira, diretor clínico do Instituto
do Sono (SP).
Mas, apesar dos avanços, as
questões relacionadas ao sono
ocupam o quarto lugar entre as
queixas ouvidas nos consultóri-
os pediátricos, de acordo com a
pediatra e especialista em medi-
cina do sono Ana Elisa Ribeiro
Fernandes, membro do Depar-
tamento Científico do Sono da
Sociedade Brasileira de Pedia-
tria (SBP). Além disso, segundo
a SBP, cerca de 20% a 30% das
crianças podem apresentar des-
pertares noturnos frequentes e
dificuldade de dormir. Proble-
ma, aliás, que piorou com a pan-
demia de Covid-19.
Análise que avaliou 250 estu-
dos sobre o assunto apontou
que a prevalência de distúrbios
do sono entre crianças e adoles-
centes foi de 45%. A pesquisa,
feita em parceria entre diversas
instituições, como as universi-
dades de Washington (EUA), do
Golfo Arábico (Bahrein) e de
Petra (Jordânia), considerou o
período de novembro de 2019 a
julho de 2021. “Ainda vivemos
um momento de certa bagunça
em relação ao sono. Em especial
das crianças maiores, por terem
mais discernimento dos riscos
da Covid-19”, diz Ana Elisa.
Cerca de 20% a 30% das crianças podem acordar com frequência durante
a noite e apresentar dificuldade para dormir, segundo a Sociedade Brasileira
de Pediatria. Saiba de que maneira o sono afeta o desenvolvimento do
seu filho, como intervir, e as últimas novidades da ciência sobre o assunto
A boa notícia é que os distúr-
bios do sono não só podem ser
prevenidos, como tratados. A
abordagem deve ser individua-
lizada, já que a origem pode ser
ambiental ou orgânica (como
no caso de Henrique). “Mas há
recomendações que servem pa-
ra todos”, reforça o pediatra
Moreira. Afinal, dormir é um
processo fisiológico (tal qual a
digestão e a respiração), então,
as etapas são as mesmas para
qualquer um. Veja o que ajuda,
o que atrapalha, e as últimas no-
vidades da ciência sobre o tema.
EXPECTATIVA X REALIDADE
Nas palavras do neurologista es-
pecialista em sono Chris Winter,
dormir é inevitável. Como as-
sim? “Não ser capaz de dormir é
praticamente uma impossibili-
dade científica”, escreve o nor-
te-americano em um livro re-
cém-lançado. Ele conta que os
padrões de sono e vigília já são
percebidos desde a gestação.
“Muitas das questões relacio-
nadas ao sono que as famílias
enfrentam, que vão desde ‘meu
filho não dorme’ a ‘ele vem para
a minha cama no meio da noite’,
provavelmente têm menos a ver
com um problema da criança e
mais com orientações sobre o
sono. Ela não vai tirar uma sone-
ca regularmente às 10h sem um
pequeno auxílio de seus cuida-
dores”, afirma Winter.
E como os pais podem aju-
dar? É preciso entender que os
padrões de sono de adultos e cri-
anças são diferentes. Os meca-
nismos que regulam os ritmos
circadianos (variação das fun-
ções biológicas ao longo de 24
horas) ainda não estão prontos
ao nascer. Por isso, o recém-nas-
cido dorme “picadinho”, o que
às vezes dá a impressão de que
ele troca o dia pela noite. Mas
tais ritmos se normalizam com o
amadurecimento do cérebro, e
o número de despertares notur-
nos diminui no decorrer do pri-
meiro ano do bebê. Ainda as-
sim, é esperado que ele acorde
de uma a duas vezes nessa fase
e, finalmente, durma a noite to-
da por volta dos 2 anos.
“Quando um pai ou mãe me
pergunta o que fazer para o be-
bê dormir a noite toda, respon-
do: o mesmo que você tem que
fazer para ele andar. Ou seja, es-
perar que atinja o amadureci-
mento neurológico necessário,
além de oportunizar o aprendi-
zado”, diz a pediatra Ana Elisa.
ALÉM DO COMPORTAMENTO
As dificuldades variam confor-
me a idade. “Nos lactentes (até
2 anos), a dificuldade mais co-
mum é iniciar e manter o sono,
com vários despertares ao longo
da noite. Depois, o início do so-
no continua sendo a principal
queixa dos pais: a criança vai pa-
ra o quarto, mas ainda não está
pronta para dormir, pede para
beber água, ir ao banheiro, ou-
vir mais uma história e assim
por diante”, explica Ana Elisa.
Noites maldormidas podem
sinalizar condições mais graves.
A lista inclui alergias alimenta-
res, cutâneas e respiratórias, já
mencionadas; problemas respi-
ratórios, como asma, sinusite e
apneia do sono; doença do re-
fluxo gastroesofágico; transtor-
no do espectro autista (TEA) e
transtorno do déficit de atenção
(TDAH). “Essas situações, por
sua vez, podem gerar proble-
mas comportamentais. Por isso,
pais e pediatras devem estar
atentos e questionar o que sur-
giu primeiro, o ovo ou a gali-
nha?”, diz a médica.
Outro ponto a se considerar é
a quantidade de horas de des-
canso que uma criança precisa.
Entre 3 e 5 anos, recomendam-
extra.globo.com Domingo, 9 de abril de 2023
se de 10 a 13 horas por dia (divi-
didas entre sono noturno e so-
necas), segundo a Fundação
Nacional do Sono (EUA). Algu-
mas requerem mais que outras,
por isso há uma variação de três
horas no padrão dito normal.
A jornalista Paula Laier, 42
anos, teve experiências distin-
tas com os dois filhos, Lucy, 4, e
Beto, 1, ainda que tenha estabe-
lecido a mesma rotina para am-
bos. “Por volta dos 10 meses, ela
acordava de uma a duas vezes
por noite. Já o caçula dorme a
noite inteira desde os primeiros
meses”, afirma Paula. Além dis-
so, Lucy acorda cedo, enquanto
o irmão mais novo gosta de dor-
mir um pouco mais e precisa ser
acordado para ir ao berçário.
UM DIA SIM E OUTRO TAMBÉM
Existem três fatores que garan-
tem uma boa noite de descanso,
explica a pediatra Letícia Soster,
especialista em medicina do so-
no. O primeiro são os ritmos cir-
cadianos, regulados pelo hor-
mônio melatonina, responsável
por avisar o corpo que “chegou a
hora de dormir”. Esse hormônio
começa a ser produzido no iní-
cio da noite, mas seus níveis são
prejudicados pela luminosida-
de artificial (como se o corpo
pensasse que ainda é dia).
O segundo fator está relaci-
onado à homeostase, ou seja,
ao equilíbrio das funções bio-
químicas. Esse balanço é afeta-
do pelo gasto e pela reposição
de energia, por isso o movi-
mento é tão importante quan-
to o descanso. Por fim, chega-
mos às questões comporta-
mentais: hábitos que ajudam
(ou atrapalham) o sono. “As
dificuldades para dormir, por-
tanto, não são um problema
noturno. Elas dependem do
que acontece ao longo de 24
horas”, resume Letícia.
TELAS E MELATONINA
Se a rotina é a salvação, as te-
las são, cada vez mais, as vilãs
do sono. Para Gustavo Morei-
ra, do Instituto do Sono, o uso
em excesso possivelmente está
por trás das razões pelas quais
os distúrbios do sono estão
crescendo. Em primeiro lugar,
porque a luminosidade blo-
queia a produção de melatoni-
na. “Além disso, as telas favo-
recem o sedentarismo e a obe-
sidade, que também interfe-
rem na qualidade do sono”,
explica o pediatra.
E por falar em melatonina, se
a dose está baixa, não bastaria
repor? É uma dúvida frequente
desde que a venda sem prescri-
ção médica foi liberada em
2021 no país. Segundo a médica
Ana Jannuzzi, a recomendação
deveria se restringir a casos em
que há dificuldade na produ-
ção ou síntese do hormônio,
como ocorre em parte das
crianças que têm o transtor-
no do espectro autista. “Não
temos certeza dos efeitos que o
uso prolongado pode causar”.
DORMIR PARA APRENDER
Os efeitos da privação de sono
vão além do chororô. Um dos
mais conhecidos está ligado ao
desenvolvimento cerebral. Cri-
anças de 6 a 12 anos que dor-
mem menos de nove horas por
noite apresentam, segundo pes-
quisa da Universidade de Mary-
land (EUA), menos massa cin-
zenta ou menor volume em re-
giões cerebrais relacionadas à
memória, à atenção e ao contro-
le inibitório. Isso quer dizer que
o sono pode influenciar o de-
sempenho escolar? Para o neu-
rocientista francês Stanislas De-
haene, a resposta é sim.
Os resultados mostram que
os pequenos correm risco maior
de apresentar depressão e ansi-
edade quando o tempo de des-
canso é insuficiente.
Depois dessas e tantas outras
descobertas sobre os benefícios
do sono de qualidade, os cientis-
tas estão começando a se debru-
çar sobre técnicas que podem
ajudar as crianças – e suas famí-
lias – a dormirem melhor. Uma
pesquisa recente feita no Japão
apontou que andar com o bebê
por cinco minutos induz o sono
e mantê-lo no colo por mais cin-
co ou oito diminui a chance de
ele acordar ao ir para o berço.
“O sono depende de a pessoa
estar relaxada, seja adulto, seja
criança. Se o seu filho se sente
tranquilo no colo, isso deve ser
levado em conta”, avalia a mé-
dica Ana Jannuzzi. Com todas
essas informações sobre o papel
do descanso para o desenvolvi-
mento infantil, cada família de-
ve avaliar o que funciona ou não
para si – sem perder o sono, seja
no sentido literal ou metafórico.
Domingo 09.04.2023
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art. 5º da CR/88
c/c art 373-A da
CLT, não é permiti-
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haja referência
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ação familiar, ou
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20 〉 extra.globo.com Domingo, 9 de abril de 2023

Retratos da vida
LEONARDO
FERREIRA
lferreira@extra.inf.br

Com Carol Marques, Michael Sá e Isabela Rincon

FOTOS REPRODUÇÃO/ INSTAGRAM

De volta às passarelas O pai do Cris

B Fred Desimpedidos agora é Fred Bru-
B Tina Calamba deixou o programa com prestígio. no. O ex-BBB mudou seu nome artísti-
Foi a única, até o momento, que participou do co, assim que foi eliminado do pro-
“Altas horas”, de Serginho Groisman. A passagem grama, adotando como segundo
pela casa mais vigiada do Brasil fez com que a an- nome o verdeiro, o de batismo. O
golana pudesse alugar um apartamento com mais “Boco Roso”, como também é co-
estrutura para morar com as duas filhas pequenas nhecido na web, tem aproveitado os
em São Paulo. Na semana passada, ela foi convida- dias pós-confinamento para matar a
da por uma famosa agência de modelos para desfi- saudade do filho Cris, que tem com a
lar pela coleção do estilista Eduardo Amarante, também ex-BBB Bianca Andrade, a
num evento que reuniu famosos na capital paulis- Boca Rosa. O youtuber aguarda a saída
ta. O desfile marcou o retorno da ex-BBB às passa- da sister Larissa, a “Bocadrasta”, para
relas após dez anos. O céu é o limite! definir o futuro dos dois como casal.

Reclusão Planta faz isso?

Fim de Guskey
B MC Guimê aderiu à reclu-
B Mesmo tendo deixado o progra-
são desde que foi expulso B Casal formado na edição, Key e Gustavo
ma há poucos dias, Marvilla está
do programa acusado de rindo à toa. Além de matar a sauda- não vão seguir juntos aqui fora. Pelo visto,
ter cometido importunação de do noivo, Cristiano Santanna nem como amigos. O caubói tomou a deci-
sexual contra a mexicana (na foto com ela), e saber que teve são de terminar o relacionamento com a
Dania Mendez. Ele apagou qua- uma música recém-lançada com jogadora de vôlei na semana passada. O
se todos os posts do Instagram e suspendeu a Alexandre Pires, a pagodeira des- término não foi nada ami-
agenda de shows e compromissos. Recolhido, o cobriu que está com a agenda de gável. Tanto que os dois
funkeiro tenta o perdão de Lexa, que, por sua shows lotada e vai até fazer uma deixaram até de se seguir
vez, está decidida a seguir separada do cantor. turnê em Portugal, em agosto, no Instagram. O fim do
além do festival The Town, em São casal Guskey surpreendeu
Paulo, em setembro. Vai ser a pri- todo mundo, principal-
meira vez que a ex-sister, vista mente Key, que não fez
Cada mergulho, um flash como “planta” no reality, vai sair questão de esconder sua
mágoa e apareceu choran-
do país. Ela também vai lançar uma
música em parceira com Péricles. do nas redes sociais. No
B Bruno Gaga desistiu do programa,
dia seguinte, ela reagiu e
mas não da fama. O alagoano abando-
publicou uma foto sexy
nou o emprego como atendente de uma
para anunciar que vem aí
farmácia e investe no sonho de ser in-
um novo ensaio para a
fluenciador digital e trabalhar na área
plataforma adulta
de eventos. O ex-BBB também batalha
Onlyfans. Eita! En-
para lançar uma coleção de roupas com
quanto isso, Gustavo
seu próprio estilo: muito neon, brilhos
participa de eventos
e cores. Além de surfar na onda do rea-
sertanejos e aprovei-
lity, ele deu uma repaginada no visual,
ta a vida de solteiro
investindo em procedimentos estéticos
para se enturmar
e harmonização facial.
com famosos como
Murilo Huff, ex de
Marília Mendonça,
e os ex-BBBs Caio
Afiune e Rodolffo.
Vida que segue.

Treino e inquérito
B Antônio Cara de Sapato foi outro que
já voltou à vida de antes após ser expul-
so do programa por conta do episódio
de assédio com a mexicana Dania Men-
dez. Ele está treinando para uma próxi-
ma luta e ainda responde inquérito por
importunação sexual, junto com Gui-
Botou o cropped mê. O lutador voltou à ativa nas redes
B No próximo dia
25, o Brasil vai conhec sociais e visitou recen-
er o vencedor do “BBB
e reagiu Enquanto o jogo contin
ram a disputa pelo prêm
ua para nove participan 23”.
tes, os 13 que deixa-
temente o rancho
io de mais de R$ 2 milh de Bruno Gagli-
seguir a vida aqui fora ões reaprenderam a
. Alguns pagam pelos asso, em Pa-
B Gabriel Santana agora desfila sa, outros colhem os fru erros cometidos na ca
tos (doces e amargos) - raíba do Sul
seu cropped aqui fora. O ator de tanta exposição.
(RJ), na
reagiu e conheceu até o cantor compa-
carioca Thiago Pantaleão, seu nhia de
atual “crush”. Bissexual, o ex- João Vi-
Chiquitito, porém, garante que cente, um
ainda não teve tempo de beijar dos amigos
na boca e está focado em garan- daqui de
tir uma vaga na produção de fora que mais
alguma novela da Globo. Mosca Influenciador fitness o tem apoiado.
também tem planos de ficar mo-
rando sozinho no Rio, enquanto
os pais seguem em São Paulo. B Quem também voltou à rotina foi Cristi-
an Vanelli. O preparador físico retornou
para sua casa em Caxias do Sul, no Rio
Grande do Sul, onde nasceu, voltou aos Outra pessoa
Sangue de Maria Bonita treinos e segue coman-
dando o box de cross- B Quem mudou não só a vida, mas deu
B Primeira eliminada do programa, Marília fit que tem por lá. uma repaginada total no visual foi Pau-
Miranda está fazendo conteúdo de humor para Assim que deixou o la Freitas. A paraense se rendeu a diver-
os seus 1,2 milhão de seguidores. Ela criou o programa, o louro se sos procedimentos estéticos como
“quadro” “Previsões da Cabrita”, onde faz suas rendeu à harmoniza- preenchimento labial, clareou os cabe-
apostas sobre os próximos eliminados. Marília ção facial, fazendo los, redefiniu as sobrancelhas, aplicou
também adotou em seu perfil no Instagram sua preenchimen- botox, mexeu no queixo, fez contorno
agora famosa frase “Eu tenho sangue de Maria to na man- do rosto e aderiu a um tratamento no
Bonita”. Antes, ela precisou reivindicar a auto- díbula, bumbum. E as mudanças não param
ria com Fred Nicácio, que tornou a fala ainda orelhas, por aí. A biomédica já avisou que vêm
mais popular durante o reality. nariz e na novas transformações: além de trocar
maçã do as próteses dentári-
rosto. Com as, ela quer colocar
531 mil se- silicone nos seios e
Arroz de festa
guidores no fazer uma lipo.
Instagram, ele “Quero que não me
tem feito par- reconheçam”, diz
B Eliminado pelo público apó
s ser considerado tóxi- ticipações em Paula, que está
hao no confi-
co no relacionamento com Bruna Grip podcasts locais passando uma
em São Pau-
namento, Gabriel Fop voltou para casa e quer virar temporada em
sseguimento
lo, onde vive com seus gatos, e deu pro influenciador. Goiânia e tem fatu-
Ele não disp ensa convites para
à carreira de modelo. rado com publici-
em todas.
presenças VIP em festas e eventos. Está dade nas redes.
 RIO DE JANEIRO l DOMINGO, 9 DE ABRIL DE 2023 l
extra.globo.com
ALEXANDRE CASSIANO

MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE F.C./DIVULGAÇÃO

QUEM PEGA
A TAÇA?
Vítor Pereira e
Fernando Diniz são
personagens
centrais da final

J
ER
O/F
A ÇÃ
LG
VU
DI

ESTADUAL

FLA-FLU AUTORAL
Apegados a seus ideais, Vítor Pereira e Fernando Diniz
brigam pelo título Carioca, hoje, no Maracanã
PÁGINAS 4 E 5
2 〉 JOGO EXTRA extra.globo.com Domingo, 9 de abril de 2023

PASSATEMPO

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LETROX
CRUZADA

Marcou o primeiro (?) Lucas, lateral Zagueira titular do

esquerdo contratado time feminino do Fla Considerando a dica ao lado do diagrama seguindo as instruções de
gol do Flamengo na
Libertadores 2022
pelo Mengão em
março de 2022 C no Brasileirão
feminino de 2022
posicionamento das letras, você deve descobrir quais completam as casas em
branco no final do quadro, para desvendar a palavra da resposta. Fique atento,
pois há casos em que uma ou mais letras não constam no quadro e devem ser
Cidade descobertas por dedução e/ou lógica. Letra branca em fundo preto significa
onde
foram rea-
lizados os
S que ela está certa e está na posição correta; letra preta em fundo cinza significa
que a letra está certa, mas ela está na posição errada; letra preta em um fundo
branco significa que a letra está errada e não faz parte da palavra.
jogos da Zagueiro que jogou
Supercopa
de 2020
e 2021,
(?) Madrid,
foi derro-
Y na Inglaterra, antes
de se transferir para
o Flamengo em 2021
Dica: Conceito;
opinião S U P E R
quando o tado pelo
FLAMENGO

Flamengo
foi
Flamengo
por 3 x 0,
C O B R E
campeão em 1997,
no Troféu
Palma de Número de gols mar- O E S T E
Mallorca cados pelo Flamengo
na maior goleada
sobre o Botafogo S E M E N
K M S U E C O
Clube
russo
em que
jogava o
H (?) Love,
atacante
do Fla-
zagueiro mengo
Pablo Atacante
antes de argentino em 2012 Q W E R T Y U I O P
vir para que jogou
o Fla no Fla- A S D F G H J K L
mengo de
Apelido 1969 e
de Moacir 1975
Cordeiro, Z X C V B N M
jogou no
Flamengo
na década RESPOSTAS
de 1940

U
D

D
A S I L I A

A
O M O T I V

D O V A L

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Famoso e

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histórico
massagis-
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ta do

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G
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Mengão H

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D E
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Resposta:
Ideia

t Editor: Thales Machado (thales.machado@extra.inf.br) Editores assistentes: Bernardo Coimbra (bernardo.coimbra@extra.inf.br), Carla Felicia (carla.almeida@extra.inf.br), Renan Damasceno
s (renan.damasceno@oglobo.com.br) e Renato Alexandrino (renato.alexandrino@oglobo.com.br) Designer: Celso Reis Redação: 2534-5919 Publicidade: 2534-4310 E-mail: esportesprj@extra.inf.br Twitter: @Jogo_Extra
Domingo, 9 de abril de 2023 extra.globo.com
Por um porto
seguro
Na final da Taça Rio, Botafogo tenta
aumentar sequência de invencibilidade
sem esbarrar na problemática oscilação
Vitor Seta
vitor.seta.rpa@extra.inf.br
B Com a vantagem da vitória
por 2 a 1, de virada, construí-
da no primeiro jogo, o Botafo-
go encerra hoje seus compro-
missos pelo Estadual buscan-
do ficar com o título da Taça
Rio e, consequentemente, a
vaga na Copa do Brasil, dian-
te do Audax, às 16h, no Rauli-
no de Oliveira. Ao mesmo
tempo, o alvinegro procura a
estabilidade que tem faltado
nos quatro primeiros meses
desta temporada.
No segundo encontro com
o Audax, o time de Luís Castro
tenta ser menos o time que
troca passes burocráticos no
meio e mais aquele de chega-
da na área adversária com rá-
Taça Rio
pidas tomadas de decisão.
Foi essa dualidade que
apareceu no primeiro jogo
desta final, quando o alvine-
gro saiu atrás da equipe de
Angra dos Reis e teve dificul-
dades para encontrar espa-
ços com o adversário fechado
no primeiro tempo. Um cená-
rio parecido com o vivido
contra o Magallanes, no Chi-
le, na última quinta-feira, só
que após sofrer o empate.
Em ambas as partidas, o al-
vinegro desenvolveu seu jo-
go com mais facilidade no se-
gundo tempo. Uma oscilação
que tem tirado torcedores,
jogadores e o próprio técnico
Luís Castro do sério:
— Tivemos cinco oportuni-
dades, mas só conseguimos
converter uma. O adversário
conseguiu chegar ao empate
num erro técnico nosso. De-
veríamos ter vencido. Até pe-
las estatísticas, pelas 14 fina-
lizações contra cinco. Infeliz-
mente, não foi possível.
No jogo pela Sul-America-
na, a equipe chegou a cinco
Ciclo complicado
Mal na criação, erros
pontuais vêm
comprometendo
resultados do Botafogo
partidas seguidas sem per-
der — a terceira vez que isso
acontece na passagem de
Castro. Mas a dificuldade de
impor um jogo mais sólido
tem feito o Botafogo entrar
num ciclo do pior lado das
estatísticas: mesmo com a
posse de bola, a equipe cria
pouco e aproveita mal as
chegadas que tem no ataque.
Com isso, qualquer falha in-
dividual na defesa tende a
comprometer resultados —
como aconteceu no El Teni-
ente, no passe errado de
Tchê Tchê. Uma situação
que gera intranquilidade pa-
ra um time que tenta evoluir
e irrita a torcida, que faz
pressão por resultados.
Nesse sentido, a partida de
hoje é mais uma chance do al-
vinegro e de Castro se ancora-
rem em um certo porto seguro
antes de uma viagem a Ere-
chim que promete jogo com-
plicado contra o Ypiranga-RS,
pela Copa do Brasil, dias antes
da estreia no Brasileirão.
Para ficar com título, o Bo-
tafogo pode até empatar.
Uma vitória por um gol de di-
ferença do Audax leva a deci-
são para os pênaltis. Cenári-
os que o alvinegro certamen-
te vai querer evitar.t
s
JOGO EXTRA 〈 3
VITOR SILVA/BOTAFOGO
Luís Castro
comanda
Botafogo no
empate com o
Magallanes pela
Sul-Americana
FICHA DO JOGO
Raulino de Oliveira - 16h
ÁRBITRO Alexandre Vargas Tavares de Jesus
BOTAFOGO
Lucas Perri; Di Placido, Adryelson, Cu-
esta e Marçal; Tchê Tchê, Gabriel Pires
e Eduardo; Gustavo Sauer, Víctor Sá e
Tiquinho Soares. Técnico: Luís Castro.
AUDAX
Leandro; Lucas Mota, Vinícius Garcia,
Igor Amaral e Thomás Kayck; Kaio, Ro-
marinho, Miticov e Clisman; Emerson
Urso e Pablo Thomaz. Técnico: Caio
Couto.
Transmissão
CazéTV (internet).
Ouça este jogo na Rádio Globo, com
narração de Hugo Lago e comentá-
rios de Carlos Eduardo Éboli
4 〉 JOGO EXTRA
Marcello Neves e Diogo Dantas
esportesglb@oglobo.com.br
B A final do Campeonato Ca-
rioca terá holofotes voltados
para os técnicos Fernando
Diniz e Vítor Pereira, que sa-
bem que terão alvos em suas
costas assim que o árbitro
Bruno Arleu de Araújo apitar
o início do clássico entre Flu-
minense e Flamengo, hoje, às
18h. Apenas um poderá sol-
tar o grito de campeão. Mas
se estão de lados opostos no
Fla-Flu, os dois comparti-
lham um traço marcante de
suas personalidades: o fato
de não abrirem mão de suas
convicções. São figuras sin-
gulares sobre aquilo que en-
tendem de futebol, mesmo
que desagradem parte dos
torcedores. Quem conseguir
impor melhor aquilo que
acredita, sairá com a taça.
Buscar esse placar deman-
dará ousadia do lado trico-
NÚMEROS DOS FINALISTAS
Flamengo venceu mais, mas Fluminense marcou mais gols no Carioca
Fernando Diniz*
Estadual
Fla-Flu
das convicções
Fernando Diniz e Vítor Pereira colocam a teimosia em jogo
por título carioca que será decidido hoje no Maracanã
lor, o que combina com Fer- Nem mesmo a vantagem
nando Diniz. Em seu melhor de dois gols de diferença tem
momento no Fluminense, o aliviado o ambiente do técni-
treinador vive um dilema co português no rubro-ne-
que o acompanha durante a gro. Diferentemente de Fer-
carreira: o futebol ofensivo nando Diniz, Vítor Pereira
que o coloca em condição de não é cobrado pelos riscos,
ser campeão e agrada a quem mas por um estilo de jogo que
vê, é também o calcanhar de não combina com o que o Fla-
Aquiles em decisões devido mengo utiliza historicamen-
ao alto risco assumido. Não te. O técnico banca o uso de
passa pela sua cabeça mudar três zagueiros e outras esco-
o estilo, mas quem acompa- lhas controversas. Mesmo
nha o treinador sabe que ele que barre medalhões.
está mais maduro. Se der certo, sairá com mo-
14 Jogos
9 Vitórias
1 Empate
4 Derrotas
28 Gols Marcados
8 Gols Sofridos
OS NÚMEROS DOS TREINADORES
59 Jogos
36 Vitórias
10 Empate
13 Derrotas
* NÚMEROS DE SUA SEGUNDA PASSAGEM PELO FLUMINENSE
extra.globo.com Domingo, 9 de abril de 2023
FICHA DO JOGO
Maracanã-18h
ÁRBITRO Bruno Arleu de Araújo
FLUMINENSE
Fábio; Guga, Nino, Felipe Melo (David
Braz ou Vitor Mendes) e Marcelo; An-
dré, Alexsander e Ganso; Keno, Arias e
Cano. Técnico: Fernando Diniz.
FLAMENGO
Santos; Fabrício Bruno, David Luiz e
ral novamente. Se der errado, Léo Pereira; Varela, Thiago Maia, Ger-
será criticado e tem a continui- son, Everton Cebolinha e Ayrton Lu-
dade ameaçada. Mas isso é cas; Matheus França e Pedro. Técnico:
Vítor Pereira.
quase rotina por onde passou.
Quando treinava o Shang-
hai SIPG, da China, pratica- Transmissão
mente cortou relações com Band, BandSports e Rádio Globo
Hulk, hoje no Atlético-MG.
No Corinthians, são inúme-
ros os relatos de jogadores
que ficaram insatisfeitos. Ró-
ger Guedes foi o principal al- Ouça este jogo na Rádio Globo, com
vo. No Flamengo, Gabigol e narração de Edson Mauro e comen-
Éverton Ribeiro viraram re- tários de Rafael Marques
servas por opção. t
s
Vitor Pereira
14
10
2
2
27
9
17
10
1
6
Domingo, 9 de abril de 2023 extra.globo.com
Amuleto especial na decisão
B Para conquistar o título es-
tadual hoje, o Fluminense te-
rá que quebrar escritas. Ao
longo de seus 120 anos de vi-
da, o tricolor só conseguiu re-
verter uma desvantagem
deste tamanho em duas
oportunidades. Mas o trico-
O lateral-esquerdo Marcelo treina às vésperas da decisão
Bruno Henrique volta para final
B O plano era ter Bruno Hen-
rique no início do Brasilei-
rão, mas a vontade do atleta e
a condição física pesaram pa-
ra o jogador ser relacionado
pelo Flamengo na finalíssi-
ma do Carioca contra o Flu-
minense.
O atacante Bruno Henrique treina no Ninho do Urubu
lor conta com um pé de coe-
lho que pode ajudar nessa
missão: o lateral-esquerdo
Marcelo, que será titular.
Marcelo tem uma longa
trajetória em finais e pode se
considerar pé quente: são 16
títulos em 19 decisões profis-
MAILSON SANTANA/FLUMINENSE/DIVULGAÇÃO
Segundo avaliação do clu-
be, o atacante está 100% fisi-
camente depois de um mês
de treinamentos, já tendo se
curado clinicamente da ci-
rurgia no joelho direito reali-
zada em junho de 2022.
Com isso, a presença em
GILVAN DE SOUZA / FLAMENGO
sionais disputadas ao longo
da carreira — contando os jo-
gos em que ele atuou.
Marcelo deixou o Real Ma-
drid como o maior vencedor
da história do clube espanhol,
com 25 títulos. Além das con-
quistas da Liga Espanhola
(disputada em pontos corri-
dos), ele venceu ainda 15 fi-
nais — entre Liga dos Campe-
ões (4), Mundial de Clubes
(4), Supercopa da Europa (3),
Supercopa da Espanha (3) e
Copa do Rei (1). Foram ape-
nas três derrotas em decisões
pelo clube espanhol. O lateral
tem ainda no currículo o título
da Copa das Confederações
de 2013, com a seleção.
Este será apenas o segundo
Fla-Flu na carreira de Marce-
lo. E o retrospecto também
pode servir para animar os
tricolores. No único clássico
que o lateral jogou até aqui,
vitória do Fluminense por 1 a
0, no Brasileirão de 2006. t
s
campo contra o Fluminense é
possível, e a ideia de relacio-
nar o jogador não passa ape-
nas por uma questão de moti-
vação do próprio Bruno Hen-
rique ou do elenco do Flamen-
go. O técnico Vítor Pereira
não confirmou a escalação da
equipe, mas o clube avisou
nas redes sociais que o atacan-
te estaria relacionado. O joga-
dor se emocionou ao relem-
brar o momento da lesão.
É um sentimento muito for-
te. Só eu sei o que eu passei. Eu
levantei ainda (chora), senti
meu joelho falso e frouxo. Ali
eu tinha a convicção que eu ti-
nha machucado — disse Bru-
no Henrique à FLA TV.
Por outro lado, o técnico
não terá o volante Arturo Vi-
dal. Ontem, o chileno realizou
uma cirurgia para tratar infla-
mação no cotovelo. A previsão
é de retorno no início do Brasi-
leiro, no domingo. t
s
JOGO EXTRA 〈 5
D 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S
FUTEBOL,
COISA & TAL
GILMAR FERREIRA
gilmar@extra.inf.br
Cartas à mesa...
B
Final de semana de decisões nos Estaduais
pelo país e os resultados obtidos pelos
brasileiros nos jogos da primeira rodada das
Copas da Conmebol embaralharam as cartas e
a mente dos torcedores. A ponto de a uma se-
mana da abertura da Série A haver dúvidas
quanto ao favoritismo deste ou daquele clube.
Lembrando que a janela para novos registros
internacionais só reabrirá após a 13ª rodada.
O Cruzeiro, campeão da Série B de 2022 com
campanha quase irretocável, ficou fora das
finais do Campeonato Mineiro — decidido por
Atlético e América, hoje. Mas qual o Galo que
veremos no Brasileiro: um time com alma de
campeão ou o de postura limitada derrotado
em casa pelo Libertad do Paraguai, no abre da
Libertadores? No Paulistão, o Santos parou na
fase de grupos e a dupla São Paulo e Corinthi-
ans ficou fora das semifinais.
Menos ruim que Santos e São Paulo estrea-
ram com vitórias na Copa Sul-Americana, e o
Corinthians fez o que lhe cabia no jogo de es-
treia da Libertadores. O Palmeiras, por exem-
plo, não conseguiu. E tudo bem que atuou na
altitude e com o time reserva! Mas o adversário
era o Bolívar. E os titulares perderam para o
modesto Água Santa no primeiro jogo da final
do Estadual. O da volta será hoje. Que Palmei-
ras esperar?
No Sul, o Internacional de Mano Menezes foi
barrado nas semifinais do Gauchão pelo sur-
preendente Caxias. E estreou na Libertadores
empatando com o Independiente Medellín, na
Colômbia. O resultado não chega a ser ruim,
mas a queda no rendimento desfaz a impressão
de ascensão deixada pelo vice-campeão no
Brasileiro de 2022. Fica, então, para o Grêmio
de Renato Gaúcho a expectativa por boa cam-
panha na volta à Série A.
Entendo que este cenário nacional gera pers-
pectiva otimista para as principais forças do
futebol carioca. Porque embora o Flamengo viva
ainda um período de incertezas sob a direção de
Vítor Pereira, a fase do Fluminense de Fernando
Diniz cria expectativas animadoras. E neste parti-
cular acho pouco provável que o título do Esta-
dual decidido, hoje, no Maracanã, mexa na reali-
dade — tanto de um lado quanto do outro.
A incógnita carioca fica com a dupla Vasco e
Botafogo, que tem o futebol entregue à gestão
privada. Os times de Maurício Barbieri e Luís
Castro são ainda indecifráveis. Por ora, tudo o
que pode se esperar destes dois é que estejam
juntos na Série A de 2024...
6 〉 JOGO EXTRA
Ana Marcela Cunha*
esportesprj@extra.inf.br
B Apresento a vocês a nova
Ana Marcela. Inicio a tempo-
rada de 2023 com ombro re-
novado, pós-cirurgia e sem
dores. E também extrema-
mente realizada e feliz no la-
do pessoal. Casei com o amor
da minha vida, a Juliana, e
juntas estamos mais do que
envolvidas à causa LGBTQI-
AP+. Eu sou lésbica e não es-
condia minha preferência.
Mas também não comenta-
va. Agora, é diferente.
Durante muito tempo quis
me resguardar, sem alarde,
sem mãos dadas na rua. Não
estava preparada o suficien-
te. Também não entendia so-
bre escolhas e o que sentia.
Hoje não me abalo. Posso
ler mensagens nas redes soci-
ais e nem ligar. Consigo me
manter em paz. Minha identi-
dade passou a ser importante
para mim e várias pessoas.
Muitos se identificam e se en-
corajam para assumir suas es-
colhas. Hoje me exponho
mais, mas ainda é pouco. Pos-
so melhorar, ser mais ativa.
Outro dia recebi uma men-
sagem de uma mulher, mãe
de uma menina de 14 anos,
que acabou de se assumir para
a família. Esta mãe me disse
que vê em sua filha a Ana Mar-
cela. Não é porque ela adora
pintar os cabelos. É postura.
São histórias assim que
mostram que tenho voz, posso
inspirar pessoas. Por ser atle-
ta, minha voz vai longe, cruza
portas antes fechadas. E quero
amplificar minha voz, ajudar
quem está disposto a ser aju-
dado. Quero ser referência.
Na semana passada, passei
pela emoção mais forte da mi-
nha vida. Pô gente, já nadei (e
ganhei!) Olimpíada. Mas foi
totalmente diferente. Casei
com a Ju, preparadora física
do Time Brasil. Escolhemos fi-
nal de março pois foi quando
começamos a nos conhecer. O
start? O fato curioso de ter-
mos nascido no mesmo dia,
mês e ano: 23 de março de
1992. Ela às 7h e eu, às 22h.
extra.globo.com Domingo, 9 de abril de 2023
Meu jogo
AGÊNCIA O GLOBO
‘Minha identidade
‘Minhas pernas
tremeram quando
li (os votos)’
passou a ser B Cara,
o nervosismo é dife-
rente, escrever os votos é
importante
leta, uma responsabilidade...
‘Por ser at ai Não achava as palavras,
h a v o z v fui e voltei várias vezes
min r t a s
za p o no texto. Minhas pernas
longe, cru adas’
para mim’
tremeram quando li em
antes fech ha voz alta para ela (e to-
dos). Me senti fora da zo-
e la C u n
Ana Mpaeãrcolímpica de na de conforto, como fala-
ca m
aquática
maratona mos no esporte.
Como atleta, conquistei
Ana Marcela Cunha muita coisa, mas sempre es-
abraça a causa tava longe de casa, sem a mi-
nha família. Esta foi a pri-
LGBTQIAP+, celebra meira vez que realizei um so-
o amor com o nho e estava com as pessoas
mais importantes da minha
casamento e vida. Apesar de ter feito toda
prepara a volta às uma programação para o ca-
sório, não imaginava que se-
competições ria tão intenso. Foi perfeito,
foi a nossa cara.
Sabíamos em julho de 2022
que eu teria de fazer uma ope-
ração no ombro esquerdo para
reparar dois tendões. Eu já es-
tava com dores, tinha inflama-
ções, fazia fisioterapia, e che-
gou um momento em que o
corpo reclamou. Digamos que
não tive escolha. Para chegar a
Paris-2024 para brigar pelo bi-
campeonato nos 10km da ma-
ratona aquática, teria de re-
construir os ligamentos subes-
capular e supra espinhal.
E como sabíamos que eu fi-
caria alguns meses sem na-
dar, tudo se encaixou. Operei
em novembro e mudei o fo-
co: ajudar a Ju na organiza-
ção da cerimônia. Precisava
ocupar a mente.
Nós quisemos fazer do nos-
so jeito. Criamos o layout dos
convites, compramos e corta-
mos o papel manteiga, fomos
à gráfica para acompanhar a
impressão. Escolhemos os de-
talhes da decoração, as formi-
nhas dos doces, quem faria os
bem-casados e como seria o
topo do bolo. A gente já sabia
quais lembrancinhas ofere-
Ana Marcela Cunha ainda recupera intensidade dos treinos após cirurgia no ombro cer, quem seria o DJ...
Domingo, 9 de abril de 2023 extra.globo.com
Arco-íris no casamento
B Usamos azul bebê como re-
ferência e cor do meu terno. A
Ju sempre sonhou casar com
vestido branco, e eu não curto
vestido. Optei por um terni-
nho de corte feminino e tênis.
Escolhemos também ter a re-
ferência LGBTQIA+, porque é
a nossa bandeira. Quisemos
que os convidados recebessem
broches, e quando entramos
no salão para a festa, abraça-
mos a bandeira do arco-íris.
Nossa família estava pre-
sente nos detalhes e ações
principais. Quem celebrou
nossa união foram a irmã e a
mãe da Ju (o pai já faleceu e
ganhou uma homenagem) e
meus pais. Consegui controlar
a ansiedade, estava dura na
queda, mas quando vi minha
avó Nilma entrar... desabei.
Foi ela que levou as alianças.
TABELÃO
.....................
ESTADUAL 2023
.....................
FINAL
JOGO DE IDA
FLAMENGO 2 X 0 FLUMINENSE
JOGO DE VOLTA
FLUMINENSE X FLAMENGO
.....................
FINAL DA TAÇA RIO
JOGO DE IDA
AUDAX 1 X 2 BOTAFOGO
JOGO DE VOLTA
BOTAFOGO X AUDAX
.....................
ARTILHEIROS
Cano
14 gols
JOGADOR
Cano (Fluminense)
Lelê (V. Redonda/Flu)
Pedro (Flamengo)
Gabriel Pec (Vasco),
Pedro Raul (Vasco) e
Pablo Thomaz (Audax)
MAILSON SANTANA/FLUMINENSE
Sabíamos que o comparti-
lhamento de fotos nas redes
teria impacto. Mas o mais im-
portante era que estávamos
felizes. A quantidade de men-
sagens de carinho foi bem su-
perior à de preconceituosas.
Compartilhar esses momen-
tos também foi uma forma de
mostrar nosso lado pessoal.
Não sou só atleta, não preciso
só entregar resultado. É legal
também que me vejam como
sou. Minha vida é essa.
Na festa, consegui fazer tu-
do, o ombro não atrapalhou.
Minha recuperação tem sido
excelente. Não estou 100%,
mas não sinto dores. Algo que
me atormentou em 2022.
Mesmo assim, consegui ir ao
pódio em todas as competi-
ções. Como? Confiança na mi-
nha equipe e no processo.
Maracanã.01/04
Maracanã.hoje.18h
Raulino de Oliveira.02/04
Raulino de Oliveira.hoje.16h
Gols
14
13
9
6 SANTOS X ATLÉTICO-MG
JOGO EXTRA 〈 7
«
Escolhemos
também ter a
referência
LGBTQIA+, porque é
a nossa bandeira >>
‘Não estou 100%’
B Mudei meu estilo de nadar,
fiz adaptações na parte física.
Tudo para terminar a tempo-
rada. Claro que doía, mas fiz
uma escolha. Sabia que esta-
lado, depois veio a amplitude.
Ainda não estou 100%.
Não tenho tempos próximos
aos que fazia antes, estou
dois quilos acima do peso
va num nível muito bom e não ideal. Mas é um processo.
«
queria perder aquilo. Voltarei às competições em
Eu já havia operado uma 8 e 20 de maio, em etapas da
vez. Tirei o baço, em 2017, Copa do Mundo. Para mim,
após os Jogos do Rio. Tive voltar a nadar 10km vai ser
uma doença autoimune di- importantíssimo. Quero me
Não tenho tempos agnosticada no início de testar, tentar o melhor resul-
2016, em pleno ano olímpi- tado possível. O foco da tem-
próximos aos que co. As suspeitas eram aterro- porada é o Mundial em julho,
fazia antes, estou rizantes, inclusive leucemia. no Japão, os Jogos Mundiais
dois quilos acima do Foi um choque. A recupera- de Praia em agosto, na Indo-
peso ideal. Mas é um ção, no entanto, foi rápida. nésia, e os Jogos Pan-ameri-
processo >> Agora, o diagnóstico era canos em outubro, no Chile.
menos apavorante, mas a re- Agora que tenho data para
cuperação, lenta. Durante competir me sinto segura.
seis semanas usei tipoia, não Estou forte mentalmente.
podia pegar um copo! Não ti- Sou uma mulher realizada e
nha movimento. Passei a ro- tranquila com o que vem pela
dar o braço apenas para um frente. Seja o que for.
t
s
ESPORTE NA TV
.....................
BAND
BRASILEIRÃO 2023 17:15 Campeonato Carioca: Flamengo x Fluminense
..................... RECORD
1ª RODADA 16:00 Paulista: Palmeiras x Água Santa
PALMEIRAS X CUIABÁ Allianz Parque.15/04.16h
SPORTV
AMÉRICA-MG X FLUMINENSE Independência.15/04.16h 16:00 Mineiro: Atlético-MG x América-MG
BOTAFOGO X SÃO PAULO Nilton Santos.15/04.18h30
BRAGANTINO X BAHIA Nabi Abi Chedid.15/04.18h30
SPORTV 2
09:00 Circuito Mundial de Vôlei de Praia (Itapema-SC)
ATHLETICO X GOIÁS Arena da Baixada.15/04.18h30 11:00 Circuito Mundial de Vôlei de Praia (Itapema-SC)
15:00 Circuito Mundial de Vôlei de Praia (Itapema-SC)
FORTALEZA X INTERNACIONAL Castelão.15/04.18h30
17:00 Circuito Mundial de Vôlei de Praia (Itapema-SC)
ATLÉTICO-MG X VASCO Mineirão.15/04.21h
FLAMENGO X CORITIBA Maracanã.16/04.16h SPORTV 3
CORINTHIANS X CRUZEIRO Neo Química Arena.16/04.16h 16:15 NBA: Portland Trail Blazers x Golden State Warrios
19:00 Circuito Mundial de Surfe: etapa de Bells
GRÊMIO X SANTOS A definir.16/04.18h30
ESPN
9:50 Inglês: Leeds x Crystal Palace
.....................
12:20 Inglês: Liverpool x Arsenal
2ª RODADA 15:50 Espanhol: Rayo Vallecano x Atlético de Madrid
FLUMINENSE X ATHLETICO Maracanã.22/04.16h
ESPN 2
SÃO PAULO X AMÉRICA-MG Morumbi.22/04.18h30
GLYN KIRK/AFP
12:00 Francês: Nantes x Monaco
CORITIBA X FORTALEZA Couto Pereira.22/04.18h30 14:15 NBA: Atlanta Hawks x Boston Celtics
CUIABÁ X BRAGANTINO Arena Pantanal.22/04.18h30 16:35 NBA: Utah Jazz x Los Angeles Lakers
CRUZEIRO X GRÊMIO Independência.22/04.21h ESPN 4
INTERNACIONAL X FLAMENGO Beira-Rio.23/04.11h 18:00 Amistoso (feminino): França x Colômbia
VASCO X PALMEIRAS São Januário.23/04.16h *Programação divulgada pelas emissoras
Vila Belmiro.23/04.16h
GOIÁS X CORINTHIANS Serrinha.23/04.19h O atacante Gabriel
BAHIA X BOTAFOGO Fonte Nova.24/04.20h Jesus, do Arsenal
Oa

Nicolas Iory e Rafael Oliveira
esportesprj@extra.inf.br
B Na última sexta, os jogado-
res do Água Santa dividiram
as atenções entre o treino e
cartas enviadas por crianças
de uma creche próxima ao es-
tádio. Nelas, desejam sorte na
final do Paulista, às 16h, con-
tra o Palmeiras, pedem a iné-
dita taça para a cidade de Dia-
Dá pra sonhar?
Time venceu o
primeiro jogo e pode
até empatar com o
Palmeiras
dema e manifestam o sonho
de virarem atletas. Em que pe-
se a importância de uma con-
quista hoje, o clube alcançou
um feito que independe do re-
sultado: fez o futebol ir além
da paixão do torcedor pelos
quatro grandes de São Paulo e
se tornar orgulho local.
— Dá para sentir toda a co-
munidade de Diadema abra-
çando a gente. É visível a co-
moção de levar 40 ônibus pa-
ra a Vila (Belmiro, onde o time
jogou a semifinal), de lotar a
Arena de Barueri (local da pri-
meira partida da final) — co-
mentou o atacante Bruno Me-
Diadema
no mapa
do futebol
Relação com cidade fez finalista do
Paulista se profissionalizar há 12 anos;
hoje, haverá festa para torcer na final
zenga, autor dos dois gols da
vitória sobre o Palmeiras (2 a
1) há uma semana.
Graças ao Netuno, como
também é chamado o Água
Santa, Diadema terá um do-
mingo festivo. Assim como
ocorreu no primeiro jogo, um
telão na Praça da Moça exibi-
rá o duelo. Haverá atrações
musicais antes e depois, e,
mais tarde, é esperada uma
recepção aos jogadores.
A profissionalização do
clube, em 2011, passa pela
relação com a cidade. Funda-
do 30 anos antes por imi-
grantes das Regiões Norte e
JOGO EXTRA
Nordeste, o Água Santa se
tornou potência dos campeo-
natos de várzea nos anos
2000. O Netuno conquistou
17 troféus na Liga amadora,
entre categorias de base e o
adulto. E atraía todo o Jar-
dim Inamar e outros bairros
da região para vê-lo jogar.
— A gente optou em fede-
rá-lo por essa identidade. Era
comum você ir nas finais do
Água Santa e ver 5 mil pesso-
as — explica Paulo Korek,
presidente do clube desde a
profissionalização.
Este vínculo se faz presente
nos planos para o futuro. O
EDILSON DANTAS
Arena Inamar: casa do
Água Santa, finalista do
Paulistão que decide o
título com o Palmeiras
principal deles é a reforma da
Arena Inamar. O clube irá
abrir mão da Copa Paulista e
suspender suas atividades até
o fim do ano — prática comum
no Água Santa para evitar cus-
tos. A diferença é que, com as
vagas na Copa do Brasil e na
Série D de 2024, desta vez a di-
retoria irá redirecionar recur-
sos para preparar seu estádio e
Futuro
Sem jogos até 2024,
Netuno quer investir
no estádio e em sua
estrutura de treinos
a estrutura de treinos para a
próxima temporada.
Campeão ou não, a forma
como o Água Santa passou a
ser visto já mudou. E o orgu-
lho está na boca do torcedor.
— Mesmo pequeno, o
Água Santa já incomodou.
Tanto que o Palmeiras estre-
ou na Libertadores (na últi-
ma quarta) sem os titulares
— lembra Licanor Vieira,
presidente antes da profissi-
onalização e cujo bar serviu
por anos como sede dos chur-
rascos pós-jogos na várzea.
— Estão com muito medo de
perder para a gente. t
s Andrey Santos no jogo-treino
Vasco vence
jogo-treino
contra o
Resende
B Em mais um teste antes da
estreia no Brasileiro (contra
o Atlético-MG, sábado, no
Mineirão), o Vasco venceu o
Resende por 3 a 0, em São Ja-
nuário. A escalação não foi
divulgada pelo clube. Mas o
time que foi a campo é o con-
siderado titular. Os gols fo-
ram marcados pelo trio de
atacantes Alex Teixeira, Pe-
dro Raul e Gabriel Pec.
— Foi um treino bastante
proveitoso. A gente vem fa-
zendo algumas experiências,
modificações, tentando en-
caixar a equipe e criando va-
riações. A gente tem mais
uma atividade desse tipo.
Depois começamos a definir
e encaminhar a preparação
para a estreia contra o Atléti-
co-MG. Foi um período im-
portante, evoluímos em al-
gumas questões. Coletiva-
mente vamos chegar mais
preparados e mais maduros
para o Brasileiro — afirmou o
técnico Maurício Barbieri em
depoimento à VascoTV.
Os dois primeiros testes fo-
ram contra os mineiros Athle-
tic (derrota por 2 a 0), e Tupi
(vitória por 5 a 1). Hoje é dia
de folga. Amanhã, o grupo se
reapresenta para iniciar a últi-
ma semana de preparação an-
tes da estreia na Série A. t
s
JOÃO PEDRO ISIDRO/VASCO
 9 ABRIL 2023 N° 1.300

NESTE NÚMERO
DIVULGAÇÃO

NEM SEMPRE O
QUE PARECE É

M 4
uitos humoristas
e atores mais
ligados à comé- CASA DE NOVELA
Esculturas na paredes são
dia costumam alternativas a quadros
dizer que são tímidos quando
não estão na pele de um per-
sonagem. Freud explica, com
certeza! Até eu, com meus 13
anos de terapia, poderia arris-
car um palpite. Mas juro que
não imaginava que Thalita
Carauta, a Mauritânia de “To- 19
das as flores”, fizesse parte RESUMOS DA SEMANA
Polícia encontra arma na
desse time. Pois ela é tão na casa de Ari em “Travessia”
dela que, quando é reconhe-
cida pelo público nas ruas,
não sabe como se compor-
tar, onde colocar as mãos,
pra que lugar olhar.... E IZA,
gente? Quando você a ima-
gina na infância pensa numa
garotinha extrovertida que 26
faz show nas festinhas de ANA MARIA BRAGA
família, dança e sonha com Casquinhas de chocolate
para uma Páscoa doce
o estrelato? Na nossa repor-
tagem de capa, ela contou à
repórter Naiara Andrade
que se escondia até dos pais
para cantar suas músicas EDITORA-ASSISTENTE
favoritas. Aliás, nesta entre- Camilla Mota
vista, ela nos apresenta a (camilla.mota@extra.inf.br)

pequena Isabela, resgatando DESIGNER

várias memórias de quando Toni Azevedo
era pequena. Se é que um PROJETO GRÁFICO
dia essa estrela foi pequena... William Batista

FOTO DA CAPA

14
Fábio Rocha

Camilla Mota
EDITORA-ASSISTENTE
 CASA DE
Guilherme Galvão arquiteto Douglas Alexandre engenheiro
NOVELA
@2amarelos / @ggarquitetura ggarquitetura.arq.br

ISRAEL GOLLINO/DIVULGAÇÃO

SIMPLES ASSIM
REPRODUÇÃO

Na casa da ex-BBB Juliette Freire, a escultura na parede

da sala mostra que esse tipo de arte pode trazer
personalidade sem obras, revestimentos ou pinturas
Na casa da número 1 do “BBB 21”, Juliette, os zam os espaços, mas também complementam as
tons de verde e as esculturas dominam a decora- composições com o mobiliário escolhido. O
ção. A residência da cantora no Rio de Janeiro, ambiente na foto acima é maravilhoso para
projetada pelo escritório AC Arquitetura, traz exemplificar o que estamos falando. Adornos,
referências de sua cidade natal, Campina Gran- quadros e esculturas são ótimas opções para
de, além da supervalorização da arte brasileira. compor o espaço sem grandes intervenções de
Na sala de estar, a parede ganhou destaque com obras, como colocação de revestimentos e pintu-
uma escultura em madeira do artista Leonardo ras coloridas. Abuse da criatividade e preencha
Bueno. Esculturas na decoração não só embele- suas paredes de forma simples e chique.

4 CANAL EXTRA
LUIZA SCHREIER / DIVULGAÇÃO

ALTERNATIVA A QUADROS
Esta suíte de casal (à esquerda) conta uma história bem interessan-
te. A cliente é chef de cozinha e tem 30 anos. Seu namorado de 40
anos é escritor, mas morava fora do Brasil. Quando ele finalmente
voltou, os dois decidiram juntar os trapinhos no apartamento onde
ela já morava, em Botafogo, Zona Zul do Rio. Para começar a vida
conjugal em grande estilo, eles encomendaram aos arquitetos
Richard de Mattos e Maria Clara Carvalho um projeto só para a
suíte deles. “Basicamente, eles nos pediram uma banheira na antiga
varanda, que tem uma vista livre incrível do Cristo Redentor, mas
era quente e estreita”, conta Richard. “Propusemos então integrar a
varanda e o quarto e implantar uma nova climatização para que o
casal pudesse desfrutar do espaço e da vista”, acrescenta a sócia
Maria Clara. Com essas mudanças, a suíte do casal passou a ter
25m2 no total. Ponto marcante do quarto é a escultura circular em
Corian, da artista Jacqueline Terpins, que é o painel Ui. Ele transgri-
de a superfície que o sustenta. O elemento central incomoda e
confunde, assim como instiga e atrai o observador. A fluidez do
material permite que, ao usar uma alta temperatura, a escultora
crie esse formato de uma gota em suspensão. Simples e incrível!
Uma família composta por um casal com três filhos jovens e
um cãozinho já morava nesta casa de 400m2 (abaixo, à esquer-
da), com dois pavimentos, na Barra, Zona Oeste do Rio, quando
solicitou à arquiteta Paula Müller um projeto de reforma e decora-
ção para todo o primeiro pavimento, com 200m2. “Eles queriam
um cinema em casa, uma mesa de jogos na área social e tam-
bém que a cozinha fosse integrada à sala de jantar, com a possibi-
/DIVULGAÇÃO

lidade de ser isolada. E ainda precisavam transformar em sala de

TV a sala íntima que ocupava o mezanino”, conta a arquiteta.
JULIANO COLODETI / MCA ESTUDIO

A decoração de estilo contemporâneo, com toques moder-

nos, segue uma paleta de cores neutras, como cinza, branco,
preto e madeira, para ressaltar os tons mais quentes dos qua-
dros e das esculturas dos clientes.
Localizado na Praia do Leme, Zona Sul do Rio, este aparta-
mento de 180m2 (à esquerda) foi comprado por um casal com
dois filhos adolescentes que moram em São Paulo para ser
usado em períodos de férias, feriados e fins de semana. A
família encomendou aos arquitetos cariocas Ricardo Melo e
Rodrigo Passos um projeto de reforma e decoração de todos
os cômodos. “Eles pediram espaços amplos, integrados,
claros, com materiais de fácil manutenção”, conta Ricardo.
Os arquitetos abriram quase todo o apartamento, uma
vez que a planta original era bastante compartimentada. As
três salas e as duas varandas — antes separadas com laje e
esquadria — foram totalmente integradas, formando um
LILIA MENDEL / DIVULGAÇÃO

grande espaço de convivência social, onde podemos ver as

esculturas ao lado da TV.

CANAL EXTRA 5
CAPA

IZA
Estreante na versão infantil do
‘The voice’, a musa conta que
se identificou com uma menina
do programa e diz que já se
imagina grávida: ‘Vou ser mãe
em breve. Com ou sem marido’
TEXTO NAIARA ANDRADE
naiara.andrade@extra.inf.br
FOTOS FÁBIO ROCHA/REDE GLOBO

6 CANAL EXTRA
 PRONTA
PARA KIDS
CAPA
N
atal, Rio Grande do Norte, fins dos
anos 90. A pequena Isabela Cristi-
na Correia de Lima Lima (assim
mesmo, com o último sobrenome
duplicado) era acanhada demais
para se tornar o centro das atenções. Nada de pal-
co nem de flashes: para colocar em prática a sua
“parada favorita”, ela esperava os pais saírem e fe-
chava a porta, a fim de se sentir confortável para
performar e soltar a voz sozinha.
— Parece até que eu estava fazendo um negó-
cio errado (risos). Sempre tive muita vontade de
cantar, mas também muita vergonha. Eu era ma-
grela e comprida, sabe? Quando alguém parava
minha mãe na rua e convidava para eu fazer um
ensaio de fotos, ela pegava o cartão, eu sorria, e,
assim que a pessoa saía, eu dizia: “Mãe, pelo amor
de Deus, não me leva, não quero!”. Eu detestava
aparecer — lembra a hoje retumbante IZA, de 32
anos, que adotou nome artístico curtinho, mas to-
do maiúsculo, impactante.
Por tanta timidez na infância, Isinha nunca
participou de um concurso, nunca levou um “não”
numa seleção com outras crianças.
— Mas levei um “nãozão” meu, né? Eu mesma
afirmava que não conseguiria fazer aquilo — refle-
te a carioca de Olaria, Zona Norte do Rio, que só
começou a cantar em público numa igreja católica,
aos 14 anos, depois de retornar do Nordeste, onde
morou dos 6 aos 12 anos com os pais.
Onze anos depois, aos 25, ela se lançava profis-
sionalmente na música. Agora um dos principais
nomes do cenário pop brasileiro, IZA estreia como
técnica do “The voice kids”, após quatro tempora-
das julgando os candidatos adultos.
— Quando vejo aquelas crianças no palco, eu
me reconheço no passado. Só que eu não tinha es-
sa coragem, essa confiança delas. Tem uma garoti-
nha, especificamente, que a gente está com vesti-
dos de cores parecidas... Quase tive um treco
quando ela entrou, comecei a chorar. Eu me vi
muito nela! Está sendo muito especial, muito cura-
tivo até — entrega a cantora, que já gravou os pri-
“NINGUÉM ME
FAZ DE BOBA.
SER GENTIL NÃO
É SER INGÊNUA”
8
MANOELLA MELLO/REDE GLOBO/DIVULGAÇÃO
TRÊS PRETOS
PODEROSOS
NO PODER
“No papel de técnicos, a
gente precisa ter uma res-
ponsabilidade até paternal
ou maternal, porque é neces-
sário dizer ‘não’. E esse ‘não’,
dito com muito respeito,
talvez seja o momento mais
difícil”, afirma Carlinhos
Brown, veterano no “The
voice kids”, desde a primeira
temporada, em 2016.
Mumuzinho, que na edi-
ção de 2020 substituiu Clau- história de vida, encoraja. Eu quando a gente almeja e
dia Leitte nas cadeiras gira- posso encorajar muitos mo- trabalha, não dá mole para
tórias, retorna ao time de leques lá de Realengo e de qualquer tipo de preconcei-
técnicos da versão infantil: Magalhães Bastos, onde to. Eu venço todos eles, por-
“A gente se diverte e se emo- morei, para estar aqui. E, que tenho força e coragem.
ciona muito com as crianças. independentemente do Nunca me senti menos do
Acho que o fato de nós estar- cabelo, da raça, da cor, da que ninguém. Como jurados,
mos aqui, três grandes artis- condição. Acho que eu sou estamos aqui para incenti-
tas negros que têm a sua uma prova viva de que, var, ajudar, consertar”.
meiros programas da fase “Audições às cegas”. nha música que vai fazer com que elas mudem de
Sob o comando de Fátima Bernardes, que tam- opinião. Esse é o meu posicionamento: passou da
bém faz sua estreia na versão infantil do reality hora de as grandes empresas entenderem que a
musical, IZA se une a Carlinhos Brown e Mumuzi- gente tem que fazer mais do que falar. Precisa
nho num trio de técnicos muito representativo. exemplificar, abrir a roda para todos fazerem parte
— Foi uma feliz coincidência. Não acho que te- e se enxergar.
nha sido intencional (reunir um elenco preto), não Atualmente, as três faixas de horário de nove-
é para fazer “check list”. Mas já que somos nós três las da TV Globo têm protagonistas negros: às
ali é importante falar sobre isso, sim! Como é pode- 18h, “Amor perfeito” traz um casal inter-racial,
roso a gente se ver na TV e sentir que pode se sentar formado por Diogo Almeida (Orlando) e Camila
à mesa, preencher o lugar que a gente quiser — ce- Queiroz (Marê); “Vai na fé”, a trama das sete, é
lebra a cantora, rebatendo críticas precoces de que estrelada por Sheron Menezzes (Sol); e “Traves-
a escalação soa como “forçação de barra”: — En- sia”, a das nove, por Lucy Alves (Brisa). E em bre-
tendo que algumas pessoas estranhem o que está ve, “Terra e paixão”, a substituta do horário no-
acontecendo. Isso só deflagra como a nossa realida- bre, trará Barbara Reis à frente do elenco. Tam-
de é, o quanto não estão acostumados a ver na TV bém no “Big Brother Brasil 23”, a representativi-
que esse é o cenário do nosso país. É opinião que dade racial é substancial, com nomes como Aline
vem de gente que não reclamava, por exemplo,
quando não havia representatividade alguma. En-
Wirley, Cezar Black, Ricardo Alface, Domitila
Barros, Sarah Aline, Marvvila, Bruno, Tina, Paula
tão, é óbvio que as mudanças, a evolução, não vão
agradar a todo mundo. Mas é como eu penso em re-
e Fred Nicácio. Este, um dos participantes mais
polêmicos e de destaque no jogo, ao ser elimina-
lação ao meu trabalho: eu não canto para racistas,
são casos perdidos. Se por si sós essas pessoas não
do pela primeira vez entoou um dos sucessos de
IZA antes de sair pela porta do confinamento.
se dão conta de que isso (o preconceito) é uma atro-
cidade, crime e até mesmo burrice, não vai ser a mi-
— É impressionante o impacto na minha car-
reira quando alguém canta uma música minha
 CAPA

“EU NÃO CANTO PRA

RACISTAS. SÃO
CASOS PERDIDOS”

no “BBB”! É muito legal ver que o Fred se apro-

priou da música, cantou “Dono de mim”, e não
“dona”. É uma parada que eu vejo muito nos
meus shows: um bando de homem de braços
abertos, interpretando a seu modo, com emo-
ção. Fico feliz que uma pessoa como Fred se
inspire numa música minha para seguir em
frente — afirma a artista.

DISCIPLINA E CRIATIVIDADE
Filha única de Djalma Leite Lima, um militar
naval virginiano, e de Isabel Cristina Lima, uma
professora de artes ariana, ela sublinha, sua
educação prezou muito pela disciplina, mas
também pela criatividade.
— A Isabela criança era muito sonhadora,
imaginativa. Quando me mudei para Natal, fi-
quei longe dos meus primos. Então, tive que
aprender a me divertir sozinha. Sempre gostei
de desenhar, de criar cenários, peças, coreogra-
fias... Brincava de comidinha, de escritório, de
escola... Minha mãe sempre estimulou muito es-
se lado. Tenho certeza de que isso definiu a mi-
nha vontade de trabalhar com arte — observa.
Dentro de casa, a garota era proibida de fa-
lar palavrões.
— Nunca ouvi meu pai falar um. Minha mãe,
às vezes, até soltava... Hoje em dia, eu falo pra
c*r*lho! — confessa, aos risos: — Não é certo ge-
neralizar, não acho que todo mundo no Rio de
Janeiro seja assim, mas na Zona Norte isso era e
é comum: “porra” funciona como vírgula.
A autoestima da menina era frequentemen-
te estimulada pelos pais:
— Eu me sinto muito abençoada porque sei
que isso não era frequente na minha geração e
na deles. Sempre me senti especial, inteligen-
te, engraçada... Meus pais eram muito obser-
vadores, olhavam pra mim, e eu me sentia li-
vre e encorajada. É óbvio que, quando a gente
vai ficando mais velha, cria um pouco de malí-
cia e passa a enxergar o mundo diferente.

CANAL EXTRA 9
CAPA
Mas, através dos dois, eu cresci confiante e ci-
ente de que eu podia fazer o que quisesse.
A ingenuidade, IZA afirma, ficou para trás:
— Ninguém me faz de boba, não (risos). Ser
gentil é diferente de ser ingênua!
Hoje, ela mantém viva a criança dentro de si
de uma forma mais lúdica:
— Adoro fazer miniaturas e desenhar! É
uma terapia para mim. Ando com lápis de cor e
caderno. É muito gostoso poder expressar as
minhas ideias assim. As miniaturas eu faço
com restos de coisas que acho em casa, tipo
tampa de pasta de dente, tampa de remédio,
caixa de fósforo. Também uso palitos, cartona-
dos, EVA, biscuit... É uma mistureba. Ano pas-
sado, durante o “The voice Brasil”, presenteei o
Lulu (Santos, cantor) com um trabalho artesa-
nal, que ele até postou.
REFERÊNCIA E INSPIRAÇÃO
Ídolo de uma geração de menininhas que que-
rem copiar seu penteado, seu figurino, sua ma-
quiagem e sua coreografia, a musa de beleza ar-
rebatadora e carisma cativante lembra que tam-
bém se mirava numa famosa à sua imagem e se-
melhança quando sua personalidade ainda es-
tava em formação. Para ela, Xuxa, a Rainha dos
Baixinhos, era “uma mulher linda, de figurinos
inacreditáveis”, mas, loira por loira, ela confes-
sa que preferia Eliana, “porque ela ensinava ar-
tesanato”. Era uma atriz, no entanto, que enchia
seus olhos e provocava encantamento:
— Eu queria ser a Taís Araujo. Ela não fazia
especificamente o que eu pretendia no futuro,
mas eu a olhava e me achava um pouco pareci-
da com ela, gostava disso. Tinha um grande en-
10 CANAL EXTRA
“EU QUERIA SER A
TAÍS ARAUJO.
TINHA UM GRANDE
ENCANTAMENTO”
cantamento por ela. Agora, é muito especial
pra mim perceber que tenho fãs mirins. Tem
muita criança que me acompanha, gosta das
minhas músicas e de me ver na TV. Meninas que
olham pra mim e se reconhecem. Ouço que fu-
lana está usando tal cabelo por minha causa,
que brigou com alguém na escola por minha
causa (risos). Eu me sinto muito acolhida, abra-
çada. A Isabela criança dentro de mim também
fica muito feliz com isso. É esperançoso, uma
garantia de renovação do meu trabalho.
Vaidosa desde pequenina, característica
que ela acredita ter herdado de seu pai, IZA só
foi se realizar em seu perfil mais consumista
após a fama:
— Sempre amei sapatos, roupas, bolsas, joi-
as... Durante a minha infância e a adolescên-
cia, acabava usando as coisas das minhas pri-
mas e tias, que na época tinham o corpo pare-
cido com o meu. Eu queria me expressar atra-
vés das roupas, mas minha mãe não tinha con-
dições de ficar bancando um monte de looks
pra mim. E aí, hoje eu me realizo, né? Eu me
sinto uma boneca (risos)!
Seu Djalma também influenciou no gosto
musical da filha. Ela lembra que, aos 7 anos,
ouvia músicas que não tinham nada a ver com
o universo infantil:
— Eu escutava muito os álbuns do meu pai.
Ele gosta de blues, R&B e charme, e eu escuto
tudo isso até hoje. Minha música favorita era
“On the floor”, do Brian McKnight. É óbvio que
eu não sabia o que significava, abusava do
“embromation”, mas eu amava cantar essa.
Também adorava Earth, Wind & Fire, que eu
falava qualquer coisa menos o nome certo.
“Fantasy” e “September” são as minhas predi-
letas. E todas do Michael Jackson.
O SONHO DA MATERNIDADE
Um dia, quem sabe, hits como “Meu talismã”,
“Brisa”, “Ginga”, “Gueto” e “Pesadão” vão
embalar as noites de sono e os dias de diver-
são de uma pimpolhinha ou um pimpolhinho
que IZA vai chamar de sua/seu...
— Quero muito ser mãe... Nossa! Sinto co-
mo um chamado mesmo, não sei explicar. E
acho que, quanto mais cedo eu tiver, melhor,
por causa da energia. Acho que sou uma privi-
legiada por ser a minha própria chefe. Alinhar
a maternidade com a minha vida profissional
acaba sendo mais fácil do que se eu tivesse que
tirar licença-maternidade trabalhando para
alguém. E eu conto com uma rede de apoio
imensa na minha família, que tem uma infini-
dade de mulheres. Minha mãe já está quase
aposentada, ela poderia estar comigo o tempo
inteiro, ajudando a cuidar dos meus filhos —
planeja, detalhadamente.
IZA conta que já se imagina grávida e que es-
pera passar pela experiência mais de uma vez:
— Mulheres que desejam gestar acabam cri-
FOTOS DE ARQUIVO PESSOAL
 CAPA

ando muitas expectativas sobre como vai ser, né?

Não sei como o meu corpo reagiria, se poderia ser
(parto) normal ou não. Mas eu tenho muuuuita
vontade de engravidar. E eu vou ser mãe, se Deus
quiser, em breve. Com ou sem marido.
Em outubro passado, após quatro anos de uni-
ão com o produtor musical Sérgio Santos, de 36,
IZA anunciou que o casamento havia chegado ao
fim. Quase dois meses depois, ela começou a na-
morar o jogador Yuri Lima, de 28, que atua pelo
Mirassol Futebol Clube, time do interior de São
Paulo, da cidade homônima. Questionada se já
conversa sobre filhos com o seu novo amor, embo-
ra o relacionamento seja recente, a cantora solta
uma gargalhada e responde:
— Eu e Yuri conversamos sobre muita coisa. O
que eu posso dizer, neste momento, é que eu me
sinto bem confortável para falar sobre qualquer as-
sunto com ele. Pensamos de forma muito parecida
sobre cultura, planos de vida... Mas a gente acabou
de se conhecer, né? Estou muito feliz com ele.

REDE SOCIAL COMO CUPIDO

Os dois se conheceram pelo Instagram. IZA conta
os detalhes:
— Um belo dia eu estava em casa, entediada, e
resolvi dar uma olhadinha na caixa de mensa-
gens, observar a movimentação dos fãs. Tinha
umas pessoas me cantando ali, algumas eu co-
nhecia. Ele, não. Entrei no perfil do Yuri, eu o
achei superdiscreto, e isso me chamou atenção
porque eu também sou discreta. E, pelas fotos,
achei ele gato. Resolvi responder.
Yuri já tinha tentado um primeiro contato com
a musa em 2018, sem sucesso. Ela acabou se ca-
sando, ele ficou na dele, e só voltou a mandar
mensagem depois de saber que IZA estava livre e
desimpedida de novo:
— A gente ficou um tempo trocando ideia pe-
la rede social. Ele é muito inteligente, engraça-
do, e eu estava curiosíssima para saber como
ele seria pessoalmente. Imagina se chegasse ao
vivo e a energia fosse “uó”? Quando a gente fi-
nalmente se encontrou, superou as expectati-
vas. E estamos aí!
Na última segunda-feira (dia 3), pela primei-
ra vez, a cantora compartilhou fotos com Yuri
em seu perfil no Instagram. Nos registros, o ca-
sal aproveita sol e piscina junto. Um dos cli-
ques, mais ousado, mostra Yuri com a “mão bo-
ba” no bumbum da namorada. IZA se diz ani-
mada e surpresa por estar levando bem um re-
lacionamento a distância:
— Eu moro no Rio e ele, na cidade do time

CANAL EXTRA 11
CAPA
para o qual estiver jogando. Morou em Caxias do
Sul (RS) e agora está em Mirassol (SP). Mas da-
mos o nosso jeito. Talvez por isso a nossa relação
seja tão especial: queremos muito fazer dar certo.
Eu não fico contando quantas vezes fui nem ele
conta quantas veio.
‘EU ERA BEM PRECONCEITUOSA’
A agenda dele, ela conta, é muito mais restrita
que a sua:
— Eu não fazia ideia que vida de jogador de fu-
tebol era assim. Inclusive, eu era bem preconcei-
tuosa, tinha uma imagem completamente dife-
rente. Ele trabalha muito e não tem folga quase
nunca. Mas sempre que ele tem um ou meio dia de
folga, corre pro Rio. Ou eu venho pra São Paulo (a
cantora concedeu esta entrevista por videocha-
mada, diretamente de um estúdio na capital pau-
lista onde está gravando o seu novo álbum) e a
gente se encontra aqui ou em São José do Rio Pre-
to, que fica ao lado de Mirassol e tem o aeroporto
mais próximo. Nunca imaginei viver um relacio-
namento assim, em que eu moro num lugar e meu
namorado em outro, mas está dando muito certo.
Vascaína desde criancinha, IZA conta que seu
12 CANAL EXTRA
FOTOS DE REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
pai sempre amou futebol, e assistir aos jogos às
quartas-feiras e domingos “era meio que obriga-
tório lá em casa”.
— Hoje em dia, acompanhar futebol me acal-
ma, me relaxa. Talvez porque me remeta à minha
infância. Eu estou achando muito engraçado isso
fazer ainda mais parte da minha vida agora (ri-
sos) — comenta ela, que ganhou fama de pé-frio
porque logo na primeira partida do namorado a
que assistiu, o time perdeu: — Ah, vai... Eu não
sou tão especial assim. Duvido que tenham perdi-
do só por causa da minha presença na torcida.
Mas que foi uma infeliz coincidência, foi (risos).
Da mesma forma, Yuri tem se mostrado bem
entendido de música.
— Nós dois temos gostos musicais muito pare-
cidos, trocamos bastante informação. Ele me
apresenta muita coisa legal — conta IZA, de
quem o rapaz já era fã muito antes de conhecer:
— Ele sempre acompanhou o meu trabalho, isso
me deixa feliz. Tem umas músicas que sabe de
cor, que ele tem como favoritas, como “Pesadão”,
“Mó paz”, “Meu talismã”... Ele não sabe todas,
mas conhece bastante coisa.
IZA compartilhou fotos do casal no Instagram Nesse 1 a 1, os dois saem ganhando.l
CONEXÕES
ATÉ QUEM NÃO GOSTA DE PAGODE
TEM QUE DAR O BRAÇO A TORCER
PARA THIAGUINHO
V
ocê pode até não conhecer Thiago
André, mas certamente já ouviu falar
de Thiaguinho. Você pode até não
gostar de pagode, mas tem que dar o
braço a torcer para os feitos desse
cara. “Respeite quem pode chegar onde a gente
chegou... Um pagodeiro, preto e brasileiro’’, pu-
blicou o cantor em seu perfil no Instagram depois
de lotar o Parque Olímpico no sábado da semana
passada, no Rio de Janeiro, com show de sua
famosa turnê “Tardezinha’’.
Antes de o evento acontecer, tínhamos marca-
do uma entrevista com ele para uma capa do
Sessão Extra, e, debatendo a pauta, provoquei o
repórter com uma pergunta: “Algum outro jovem
músico negro brasileiro alcançou esse patamar?’’.
Porque ao ver todo o esquema montado para a
apresentação, soltei um “Caraca, muleke’’! Me
impressionei com a grandiosidade e com o inedi-
tismo desse acontecimento. Para quem não conhe-
ce o Rio, o Parque Olímpico foi um espaço constru-
ído originalmente para a edição dos Jogos de
2016. A maioria das arenas de competição foi
montada ali, recebendo gente do mundo inteiro.
Depois das Olimpíadas, a área é utilizada para
megaeventos, sendo o mais famoso deles o Rock in
Rio. Festivais de música sertaneja que atraem uma
imensidão de gente também já aconteceram no
lugar. Nesses casos, no entanto, são vários músicos
se apresentando juntos, muitos deles ídolos inter-
nacionais. Desta vez, um esquema de interdição
de ruas e de transporte especial era pensado para
conduzir o público estimado em 60 mil pessoas
que queria ver apenas um artista: Thiaguinho.
Fui pesquisar e rapidamente lembrei que um
show de Anitta e o reencontro dos irmãos Sandy e
Junior nos palcos também rolaram no local. Mas
isso não diminui a façanha do cantor. Por quê?
Porque ele é preto, canta pagode, nasceu em
Presidente Prudente, cidade do interior paulista
bem distante de um grande centro que o colocaria
Gabriela Germano gabriela.germano@extra.inf.br
na vitrine, despontou para a mídia em um reality O cantor, que acabou de completar 40 anos,
show (“Fama”, em 2002)... Fatores que, inegavel- agora viaja com o “Tardezinha’’ por várias cidades
mente, a gente sabe que no Brasil, por puro pre- brasileiras, além de Miami, nos Estados Unidos, e
conceito, podem dificultar a caminhada de uma Lisboa, em Portugal. Na mesma entrevista que
pessoa em busca de seus objetivos e sonhos. Esse nos concedeu, aliás, afirma que pretende voar
pacote todo valoriza ainda mais suas conquistas. ainda mais alto e almeja uma carreira internacio-
Alguém até lembrou da relevância de Seu Jorge, nal, cantando em outras línguas. Alguém duvida
mas ponderei que ele ocupa um outro lugar con- de que conseguirá espalhar sua ousadia e alegria
solidado na música popular brasileira e atua pelo mundo? Go for it! Hasta luego!
paralelamente como ator. Resgataram ainda o
nome de Alexandre Pires, sem dúvida uma refe-
rência no meio, só que ele atrai plateias mais
seletas em sua carreira solo, se compararmos à
época do grupo Só Pra Contrariar.
Calcula-se que 62 mil pessoas tenham compa-
recido ao show de Thiaguinho, que foi transmiti-
do para todo o país pelo Multishow. Isso já teria
uma importância tremenda pela representativida-
de dele. Mas podemos falar ainda dos empregos
que ele gera, do dinheiro que faz circular... É
verdade que houve críticas em relação à
organização (banheiros, venda
de alimentação e bebidas), e
isso precisa ser revisto
em respeito ao público
que investiu uma
grana nos in-
gressos para
ver seu ídolo de
perto. Mesmo
assim, muitos dos
fãs que apontaram
os problemas
praticamente
“isentam’’ o músi-
co das falhas,
destacando que
sua entrega e seu
comprometimento
no palco foram
impecáveis.
TELEVISÃO

THALITA CARAUT(A

SE JOGA QUE EU
TÔ NA SUA
Infinitamente mais discreta que Mauritânia, grande destaque de ‘Todas as flores’, atriz
reconhece a necessidade de falar sobre temas pessoais: ‘É importante que abram o
Instagram e vejam uma mulher negra, atriz, lésbica, com família constituída’

TEXTO GUSTAVO CUNHA gustavo.cunha@oglobo.com.br FOTO FABIO AUDI/DIVULGAÇÃO

14 CANAL EXTRA
 TELEVISÃO

T
halita Carauta deixa uma risada
fina escapar do canto da boca
após avisar que é muito tímida
(“Engraçado eu dizer isso, né?”,
ela questiona). Sempre foi assim.
Quando é abordada pelo público nas ruas, a
atriz — conhecida sobretudo por papéis cô-
micos — nunca sabe bem como se compor-
tar. Perde então o controle de braços, per-
nas, mãos, olhos... E aí acaba se deparan-
do com o espanto alheio:
— Sou totalmente diferente do que
pensam de mim. As pessoas chegam chei-
as de humor, e depois logo dizem: “Poxa,
você é tão quietinha.” Respondo: “Pois é.”
Na ficção, a história é outra. No rol de
personagens que a atriz já interpretou,
sobressaem figuras expansivas — da es-
crachada passageira de metrô Janete, do
“Zorra total”, à bem-humorada professo-
ra Eliete, da série “Segunda chamada”.
Nos palcos ou nas telas, Thalita se sente
protegida pelo “filtro espalhafatoso”.
É assim, mais uma vez, que ela vem
roubando a cena, na pele de Mau-
ritânia, em “Todas as flores”, no-
vela do Globoplay cuja segunda
fase chegou ao streaming na úl-
tima quarta-feira.
Na trama de João Emanuel
Carneiro (autor de grandes
sucessos na TV aberta como “A
favorita” e “Avenida Brasil”),
a carioca, de 40 anos, dá vida
a uma ex-atriz pornô que,
num golpe de sorte, se torna
dona da Rhodes & Co. Tail-
leur, uma bem-sucedida loja
de luxo de moda masculina. O
tipo improvável, criado espe-
cialmente para a artista, é
aquele clássico exemplo de co-
adjuvante que de repente con-
quista, pelas beiradas, o pro-
tagonismo da história.
— É muito bom quando o
trabalho de uma atriz surpreen-
de, e acaba resultando numa
coisa muito melhor do que eu
imaginava — avalia o autor de
“Todas as flores”: — Thalita cos-
tura drama e comédia sem que
nada se perca: nem a dramaticida-
de, nem a comicidade.

CANAL EXTRA 15
TELEVISÃO

MAURITÂNIA ximo de coisas diferentes. E nunca me preocu-

chama atenção pei em ficar estigmatizada. Amo me colocar
com suas roupas atrás das personagens e me transformar. De-
decotadas; abaixo pois tenho que falar: “Essa não sou eu”.
com Javé (Jhona
Burjack), seu
“sobrinho” QUEM É ELA, AFINAL?
A porção real de Thalita Carauta — mãe orgu-
lhosa de Bento, de 9 anos, e namorada da tam-
bém atriz Tay O’Hanna — ela faz questão de
resguardar. A artista só criou uma conta no Ins-
tagram porque achava importante ter “pelo
menos um contato com o planeta Terra” por
meio das redes sociais, como brinca.
— Nós, atores que estamos na TV, não somos
pessoas públicas. Somos, sim, pessoas com
uma profissão pública. Faz toda a diferença en-
tender isso — ressalta: — Minha contribuição
no mundo é sensibilizar o outro, e sou paga pa-
ra isso. Minha vida pessoal? Não sei... O que

REDE GLOBO/DIVULGAÇÃO
O/REDE GLOBO

compartilho dela é muito mais para dizer às

pessoas: “Olha, também sou humana”. Mas o
holofote não tem que estar lá.
CADU PILOTT

Há cinco anos, quando ganhou evidência em

seu primeiro papel de destaque numa novela
DIVULGAÇÃO/

(“Segundo sol”, também do autor João Emanu-

el Carneiro), a artista passou a ouvir coloca-
ções acerca de sua sexualidade. Achou estra-
nho. À época, ela estava casada com a roteirista
O RISO É UM DOM Aline Guimarães, com quem adotou Bento.
O humor — elemento enraizado por baixo dos — Nesse período, as pessoas me questiona-
caracóis dos cabelos da mulher nascida e cria- vam: “Caramba, então você se assumiu?”. E eu
da no Méier, bairro na Zona Norte do Rio de Ja- dizia: “Oi? Não revelei nada, peraí”. Graças a
neiro — é algo que ela colheu por acaso. Aos 11 Deus, eu nunca precisei me esconder — frisa:
anos, após fazer imitações e palhaçadas em ca- — Depois de muita luta das “manas” que vie-
FOTOS DE REPRODUÇÃO

sa, Thalita ouviu uma tia aconselhá-la a entrar ram antes de mim, acho que vivo num cenário
num curso de teatro. Matriculou-se então nu- mais favorável. Jamais fui escolhida para ser
ma das oficinas do Tablado, celeiro de artistas mocinha, e sempre trabalhei com humor. Nes-
cariocas, e ali conheceu uma turma que se no- se lugar, as pessoas estão meio que cagando pa-
tabilizaria por comédias rasgadas e exitosas. ra o fato de eu ser sapatão.
Mergulhou nessa onda e descobriu o que Apesar da discrição em relação à vida pesso-
considera um “dom”, principalmente após o fe- al, a atriz entende que deve, sim, abordar o te-
nômeno “Os suburbanos”, espetáculo que ela ma. Sem melindres.
estrelou com Rodrigo Sant’anna e Isabelle Mar- — É importante que abram o Instagram e ve-
ques nos anos 2000 — e no qual a TV Globo pin- jam uma mulher negra, atriz, lésbica, com fa-
çou a dupla de personagens Valéria (interpre- mília constituída. Uma foto que publico com
tado por Sant’anna) e Janete, um dos maiores meu filho diz muita coisa. É como se eu falasse:
trunfos do antigo “Zorra total”.
— Devo tudo ao humor. Mas não o escolhi. O
mercado foi me levando para um lado e eu
aproveitei a oportunidade para desenvolver es- “DEVO TUDO AO
se dom à parte — recorda ela: — Mas gosto de
transitar. Minha escolha por ser atriz tem a ver HUMOR. MAS NÃO
com poder misturar todos os gêneros. Humor
não é piada! Sempre batalhei para fazer o má- O ESCOLHI”

16 CANAL EXTRA

FOTOS DE REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
COM a namorada Tay O’Hanna, que também é atriz,
e ao lado do filho, Bento, de 9 anos
“Você gosta do que eu faço? Então, veja, eu sou
assim”. Atraio, desse jeito, olhares mais afe-
tuosos. Afinal, é assim que sou.
MUDANÇA PARA TODA A VIDA
Thalita vê em sua personagem de “Todas as flo-
res” o que ela chama de “fórmula interessante”:
— Mauritânia é cheia de camadas. E a gente
não é uma coisa só. Não é só tragédia ou comédia.
Haverá bastante ambiguidade na segunda
metade de “Todas as flores”, que tem cinco ca-
pítulos liberados semanalmente, sempre às
quartas-feiras, no Globoplay. Primeira novela
feita para o streaming no Brasil, a produção
com direção artística de Carlos Araújo ganha
(ainda mais) ritmo, voltagem e tensão em seus
momentos finais.
Quem salpica a história com doses de molho
agridoce — ufa! — é Mauritânia, conectada às
figuras centrais do folhetim. A trama que aju-
dou a personagem a se tornar mais popular — a
escolha do garoto-propaganda da loja Rhodes,
principal cenário da novela — ganhará, enfim,
um desfecho. Nos desdobramentos dessas se-
quências mais leves, aliás, é que a coadjuvante
floresce e ganha perfume de protagonista.
— Na capoeira, são três tambores: um deles
“A GENTE SE DÁ
SUPERBEM (ELA E
A EX), E NÃO ABRE
MÃO DISSO”
tem a responsabilidade de guiar a música; os ou-
tros promovem as viradas de ritmo, com liberda-
de criativa. Prefiro esses últimos. Acho que dá pa-
ra brincar mais — compara a atriz.
Mas o papel não é alimentado apenas por hu-
mor. Mauritânia também enfrenta um drama pro-
fundo com a filha, que a rejeita devido ao seu pas-
sado como garota de programa. O assunto estabe-
lece um elo entre os demais núcleos de “Todas as
flores”, que tem como espinha dorsal conflitos as-
sociados à maternidade. O tema é caro a Thalita.
— A maternidade mudou para sempre a narrati-
va da minha vida. Tudo, hoje, acontece a partir de
meu filho. Existe um afeto que não me deixa mais
fazer várias coisas — afirma a atriz, mudando o
tom para revelar uma cena dos “bastidores”: —
Meu filho até me vê na TV, mas eu percebo que sen-
TELEVISÃO
te uma vergonha alheia. Ele começa vendo, e de-
pois sai um pouco da frente da TV (risos). Acho que
é só a vergonhinha de me ver na minha frente. Fica
rindo e logo cria um motivo para sair.
ENTRE AMIGAS
Thalita mantém uma relação de extrema cum-
plicidade com a ex-mulher, Aline Guimarães,
com quem adotou Bento enquanto estavam ca-
sadas. Ambas são grandes amigas. No último
ano, as duas viajaram juntas para realizar um so-
nho do filho, hoje com 9 anos: foram para a Dis-
neyworld, na Flórida, nos EUA.
— A gente se dá superbem, e não abre mão dis-
so. Futuramente as famílias serão todas assim. Es-
pero! — diz: — Ter um filho com um amigo é a me-
lhor coisa. Não há brigas, ninguém causa traumas
para a criança... A melhor maneira para se ter filho
hoje é juntando dois amigos. Sou a favor disso.
O pensamento é fruto de uma recorrente in-
dagação, uma pergunta que divaga em sua men-
te há cerca de uma década, quando iniciou os
processos para a adoção — e decidiu ser mãe.
“Qual a finalidade de se ter um filho?”, Thalita se
questiona até hoje.
— Por que, afinal, assumir a responsabilida-
de por uma pessoa? — reforça: — Muitas ve-
zes, um casal se apaixona e decide ter um filho.
Acho isso doido, pois é como se um filho cou-
besse num sonho. Mas um filho não pode ser a
extensão de um desejo. Acho limitador. E isso é
algo que sempre procurei trabalhar em mim.
Quero colocar uma pessoa bacana no planeta.
Como então contribuo para o mundo me apro-
veitando de um amor profundo? l
THALITA (à direita) e sua ex, Aline Guimarães, as
mães de Bento, são muito amigas
CANAL EXTRA 17
 TELINHA Zean Bravo zean.bravo@extra.inf.br

CRÍTICA
................................................................................. ZAPEANDO
DE FRENTE PARA A TV
ENTRE ‘CINE HOLLIÚDY’
E ‘TODAS AS FLORES’
SOFRIMENTO SEM FIM Douglas Rodrigues interpreta um
motoqueiro e posa entre Edmilson
O ex-casal Brisa (Lucy Alves) e Ari (Chay Suede) de Ari, Tonho é levado para o abrigo. Lá, o menino Filho e Vladimir Brichta nos bastido-
passará por maus momentos em “Travessia”. chega a receber a visita de Guerra e Dante (Marcos res das gravações da nova tempora-
Depois de perder todos os direitos sobre o filho, Caruso), que se encontram, mas deixam as dife- da “Cine Holliúdy”, que estreia no dia
Tonho (Vicente Alvite), a maranhense não poderá renças de lado pensando no bem-estar da criança. 27. Além da série, ele estará numa das
fazer nada quando o menino for levado para um O personagem de Vicente Alvite só volta a ter um cenas finais de “Todas as flores”, com
abrigo. Tudo começa quando Chiara (Jade Picon) parente por perto quando Núbia retorna do Mara- Regina Casé e Humberto Carrão.
decide ajudar Cidália (Cássia Kis) e Guerra (Hum- nhão e resgata o neto. ARQUIVO PESSOAL
berto Martins) a procurar os papéis em branco Como todo sofrimento parece ser pouco para
assinados pelo empresário e retidos pelo arquite- Brisa, a protagonista será chamada pelo delegado
to. A patricinha vai até a mansão do ex-marido e e ficará sabendo que ela foi identificada como
deixa tudo revirado por lá. O filho de Núbia (Drica sequestradora pela mãe de uma criança e por
Moraes) logo percebe o que aconteceu, só não mais duas testemunhas. A maranhense passará
esperava ser vítima de um plano sorrateiro: ele vai por uma acareação com a responsável pelo bebê
parar atrás das grades após uma armação de desaparecido e tentará se defender da acusação.
Guida (Alessandra Negrini) e Cidália, que plantam Para piorar ainda mais a situação, Brisa vai se
provas contra ele na mansão. surpreender com o terceiro resultado negativo de
Como Núbia estará no Maranhão durante a prisão DNA que faz numa tentativa desesperada de pro-
var que ela é mesmo a mãe de Tonho.
_
Defendida com unhas e dentes por Lucy Alves, a
EM ‘TRAVESSIA’, BRISA protagonista de “Travessia” é uma mulher de fibra, VITOR THIRÉ VOLTA
(LUCY ALVES) É IDENTIFICADA mas também bastante turrona. Se ela não tivesse
inventado para Ari que ele não era o pai de Tonho,
AO AR EM ‘AS FIVE’
Vitor Thiré vai ser visto na terceira
PELA MÃE DE UMA CRIANÇA não teria tido a necessidade de fazer exame algum temporada da série “As five”, do
COMO SEQUESTRADORA ou ter que provar que é mãe do próprio filho. Globoplay. No ar agora em “Vai na
fé”, o ator retomou a parceria com a
autora Rosane Svartman. Os dois
trabalharam juntos no filme “Desen-
Antonelli e Chay Suede rola”, de 2011, que também virou
série depois no Multishow.
já foram mãe e filho _

No ar em “Travessia” como Helô e Ari, Giovanna FLÁVIO BAURAQUI EM

Antonelli e Chay Suede estão em núcleos diferentes ‘TERRA E PAIXÃO’
na atual trama das nove. Em “Segundo sol” (2018), Flávio Bauraqui está em “Terra e
eles interpretaram Luzia e Ícaro, mãe e filho que paixão”, próxima novela das nove da
viveram uma relação conflituosa. A personagem Globo. Ele interpreta Gentil, homem
precisou passar vários anos longe dos herdeiros, simples, trabalhador da terra, que é
que foram abandonados por ela ainda crianças, por pai de Jonatas (Paulo Lessa) e Menah
conta de uma armação da vilã Karola (Deborah (Camilla Damião), e esconde um
Secco). Após viver muito tempo na Islândia, Luzia segredo ligado ao poderoso Antônio
volta ao Brasil se apresentando como a DJ Ariella, (Tony Ramos).
com a intenção de reconquistar o amor dos filhos.

18 CANAL EXTRA
 ÃO
O/DIVULGAÇ
REDE GLOB

NOVELAS
RESUMOS DA SEMANA

Chiara (Jade Picon) conhece Moretti (Rodrigo

Lombardi) e afirma ao empresário saber que ele
roubou a noiva do seu pai no passado.

TRAVESSIA
REDE GLOBO/DIVULGAÇÃO
GLOBO l SEG A SÁB l 21H20

SEGUNDA-FEIRA
Chiara decide ajudar Cidália e Guerra a
procurarem os papéis em branco assina-
dos pelo empresário e deixados com Ari.
Montez morre no confronto com a polí-
cia, e Pilar escapa. O delegado avisa a DESESPERO
Brisa que ela foi identificada como se- Brisa (Lucy Alves)
questradora pela mãe de uma criança e se surpreende com
mais duas testemunhas. o terceiro resultado
negativo de DNA.
TERÇA-FEIRA
Brisa se defende das acusações na acare-
ação com a mãe de uma criança seques-
trada. Leonor deduz que Guerra inven-
tou uma mãe fictícia para Chiara. Laís
aconselha Joel a levar Karina a uma ses-
são com uma psicóloga.

QUARTA-FEIRA
Policiais entram com um mandado de
busca na casa de Ari. Cidália diz para
Chiara que Débora foi noiva de Guerra e
que o traiu com Moretti. A polícia en-
contra um revólver e ingredientes casei-
ros para fabricação de bombas na casa
de Ari. Cidália e Guida revelam a Guerra
que ambas implantaram as provas na
casa de Ari. Brisa se surpreende com o
terceiro resultado negativo de DNA. O
delegado decreta a prisão de Ari.
QUINTA-FEIRA
Laís avisa a Brisa que ela não tem mais
direito algum sobre Tonho. Chiara visi-
ta Ari na cadeia, com a intenção de hu-
milhá-lo. Gil conta a Ari que o juiz deci-
diu que Tonho ficará em um abrigo até
Núbia chegar ao Rio.
A POLÍCIA ENCONTRA UMA ARMA NA CASA DE ARI
A polícia entra com um mandado de busca na casa de Ari (Chay Suede) e encontra um
revólver, além de alguns ingredientes caseiros para fabricação de bombas. Cidália
(Cássia Kis) e Guida (Alessandra Negrini) revelam a Guerra (Humberto Martins) que
elas plantaram as provas na casa do arquiteto, que tem sua prisão decretada.
SEXTA-FEIRA SÁBADO
Gil hesita em entregar a Cidália a pasta Moretti afirma a Chiara que o filho que
com as folhas assinadas em branco por dizem ser dele pode ser de Guerra. Van-
Guerra. Núbia resgata Tonho no abrigo. dami conta a Brisa que Oto não se casou.
Ari é libertado. Chiara conversa com o Helô diz a Stênio que pensa que Moretti
casal para quem ela pensa em doar seu esteja sendo chantageado pela pessoa
bebê. O juiz cancela o casamento de Bia que contratou para colocar a bomba no
e Oto após uma brincadeira da noiva. carro do Guerra. Núbia entrega a Guer-
Chiara diz a Moretti saber que ele rou- ra o dinheiro da venda de sua loja como
bou a noiva do seu pai, no momento em parte do pagamento das ações que Ari
que ele se apresenta à jovem. roubou do empresário.

CANAL EXTRA 19
RESUMOS DA SEMANA

VAI NA FÉ
REDE GLOBO/REPRODUÇÃO
GLOBO l SEG A SÁB l 19H40

SEGUNDA-FEIRA
Ben diz a Lumiar que o escritório não irá repre-
sentar Theo no processo de paternidade. Clara
descobre as armações de Theo, e Rafa tenta
consolá-la. Ben e Lumiar se enfrentam no clu-
be de debates. Lui pede para namorar Sol.

TERÇA-FEIRA
Sol aceita namorar Lui escondido. Lumiar pe-
de para Ben voltar para casa. Wilma ensina
Érika a interpretar. Sol se emociona com a sur-
presa que Lui prepara para ela no Charles Pier-
re. Theo vê Sol e Lui juntos e fala mal dela para
Clara. Marlene namora Horácio. Jenifer rece-
be uma notificação de investigação de paterni-
dade movida por Theo, e Sol se desespera.

QUARTA-FEIRA
Jenifer conta a Ben sobre a notificação. Ben
discute com Lumiar e Theo por causa do pro-
cesso de paternidade. Sol e Lui namoram antes
do ensaio. Jenifer discute com Theo no Icaes.
THEO QUER PROVAR QUE É O PAI DE JENIFER
Rafa resolve ir com Fred até a faculdade para Theo (Emilio Dantas) quer provar a todo custo que é o verdadeiro pai de Jenifer (Bella Campos). Ele
falar com Jenifer. Kate decide vender sanduí- pressiona Lumiar (Carolina Dieckmann) a ajudá-lo com o processo na Justiça, e a universitária recebe uma
ches no Icaes. Jenifer provoca Lumiar. notificação de investigação de paternidade. Sol (Sheron Menezzes) se desespera, e a moça conta a Ben
(Samuel de Assis) sobre o ocorrido. O advogado discute feio com a mulher e o amigo. Ainda assim, a loura
QUINTA-FEIRA dá prosseguimento ao processo. Na audiência, ela e Theo se enfurecem ao ver Ben apoiando Sol e Jenifer.
Wilma e Érika não conseguem os papéis para o
filme. Rafa ajuda Kate a vender sanduíches.
Érika faz fotos comprometedoras de William e
Lui. Kate incentiva Rafa a voltar para a faculda- Não perca!
de. Ben tem uma discussão com Theo. Jenifer
conta para Kate que Rafa é filho de Theo. Lui
leva Sol a uma praia de nudismo. Wilma se sur-
Lui e Sol passam a namorar escondido
preende quando Lui diz que está namorando. Cada vez mais apaixona-
RENATA DOMINGUES/DIVULGAÇÃO

do, Lui (José Loreto) pede

SEXTA-FEIRA Sol em namoro. A dançari-
Lui se recusa a contar para Wilma quem é sua FLAGRA na aceita, mas não quer
namorada. Wilma manda Cidão fotografar Ivy Clara (Regiane expor o relacionamento.
e Lui como se fossem namorados. Marlene avi- Alves) se insinua Ao ouvir que o filho está
sa que Jenifer recebeu uma intimação, e Sol se para Orfeu comprometido, Wilma
desespera. Theo flagra Clara com Orfeu. (Jonathan (Renata Sorrah) quer saber
Haagensen). Theo quem é a escolhida, mas o
SÁBADO vê e tenta agredir o a cantor não revela. Então,
Theo tenta agredir Orfeu. Sol afirma a Ben que cúmplice. a empresária manda Cidão
não o traiu com Theo. Fred se assusta ao perce- (Alan Oliveira) fotografar
ber que Theo é abusivo com Clara e comenta Ivy (Azzy) e Lui como se
com Rafa, que fica mexido. Fábio se preocupa fossem um casal, e Sol fica
com a saúde de Dora. Ben termina seu casa- enciumada.
mento com Lumiar. Theo seduz Lumiar.

20 CANAL EXTRA
 RESUMOS DA SEMANA

AMOR PERFEITO
REDE GLOBO/DIVULGAÇÃO
GLOBO l SEG A SÁB l 18H20
MARÊ
SEGUNDA-FEIRA
Marê e Orlando acreditam que Tobias seja
ACREDITA
seu filho. Marê discute com Lívia na frente de QUE O FILHO
Tobias. Orlando joga bola com Marcelino.
Marê obriga Gilda a trabalhar uniformizada. ESTÁ MORTO
Júlio culpa Orlando pelo sofrimento de Ma-
rê. Albuquerque garante a Marê que Gilda Após desconfiar de que o
sabe do paradeiro de Ângelo. filho de Lívia (Lucy Ramos)
era seu, Marê (Camila
TERÇA-FEIRA Queiroz) vive uma
Gilda manipula Marê. Érico sai para se diver- reviravolta por conta da
tir com Romeu, e Gilda vê os dois juntos. Al- obra de uma ferrovia em
buquerque e Lívia garantem a Tobias que são Águas de São Jacinto.
sua família. Gilda chama Marê para ver o Acontece um acidente, e
show de Francisco Alves com ela. os bombeiros descobrem
a ossada de um bebê no
QUARTA-FEIRA meio dos escombros. Júlio
Marê e Orlando veem Sônia beijar Júlio. Ma- (Daniel Rangel) conta para
rê e Orlando seguem Gilda até uma casa. Ma- a ex-detenta detalhes do
rê invade a casa e se descontrola ao ver um que foi encontrado no
menino doente com um casal. Gilda recom- local e ela desmaia. A
pensa o casal assim que Marê vai embora. empresária, então, fica
Marê se entende com Lívia e pede para se convencida de que o
aproximar de Tobias, que a destrata. corpo era de Ângelo,
nome que deu ao seu
QUINTA-FEIRA herdeiro, e até realiza um
Aníbal e Odilon sofrem um grave acidente enterro para a criança.
no local da ferrovia. Os bombeiros fazem
uma descoberta surpreendente nos escom-
bros. Marê desmaia quando Júlio lhe conta o
que foi encontrado no local do acidente. Não perca!
SEXTA-FEIRA
Marcelino se
REDE GLOBO/DIVULGAÇÃO

Marê acha que a ossada encontrada nos es-

combros era de seu filho. Marcelino chora
por causa de Marê e Orlando. Popó fica intri-
gado com a tristeza de Gilda. A vilã chora
quando os funcionários saem para ir ao en-
terro de Ângelo. Orlando avisa a Júlio que
deixará São Jacinto. Marê pede para Orlan-
do ficar na cidade.
SÁBADO
Marcelino pede para visitar Marê. Justino
tenta convencer Sônia a contar a verdade pa-
ra Marê. A moça se emociona com a declara-
ção de Orlando. Marcelino leva um bolo para
Marê, que se comove com a atitude do meni-
no. Marê se surpreende quando Gilda conta
que perdeu um filho.
aproxima da mãe
Enquanto Marê acredita que
VILÃ EMPÁTICA o filho morreu, seu verdadei-
Gilda (Mariana ro herdeiro está muito próxi-
Ximenes) chora mo. Marcelino (Levi Asaf) se
com o enterro do aproxima cada vez mais dos
filho de Marê e país biológicos sem sequer
revela a ela que imaginar. O menino fica tris-
também perdeu te ao saber da suposta morte
uma criança. do bebê da mocinha e até vai
fazer uma visita a ela, levan-
do um bolo. A atitude do pe-
queno comove a presidente
do Grupo Rubião.

CANAL EXTRA 21
RESUMOS DA SEMANA

POLIANA MOÇA
DIVULGAÇÃO/SBT
SBT l SEG A SÁB l 20H30

SEGUNDA-FEIRA
Tião captura João e o leva para o Ceará. Ruth
e Luísa viajam para o Ceará. Edite pede mais
um encontro com Renato. Desconhecendo
ser Celeste, André devolve o urso de pelúcia
e pede para não ser procurado. Poliana im-
plora para Otto ir ao Ceará. Raquel vê fotos
de André com Chayene e acha que foi traída.

TERÇA-FEIRA
O delegado aprova o plano de Gleyce contra
Tânia. Tião leva João para uma casa remota
no meio do sertão. Raquel não acredita na
desculpa de André e termina o namoro. Poli-
ana relembra como conheceu João no Ceará.
Com ajuda de Pinóquio, ela tenta buscar por
contatos. João questiona como Tião conse-
guiu o pedaço de terra.

QUARTA-FEIRA
João vê um carro e pede socorro. André tenta
conversar com Raquel. Otto decide ir com
Poliana ao Ceará. Ruth e Luísa notam que es-
tão sendo seguidas. Eugênia e Davi propõem
um teste de DNA para saber se Zezinho é pai
das crianças. Tião sobe no telhado e fica pen-
durado, entre a vida e a morte.
JOÃO SALVA A VIDA DO SEQUESTRADOR
João (Igor Jansen) até tenta, mas Tião (Hélder Sossa) impede sua fuga e o sequestra para o Ceará. Em uma
casa no sertão, o garoto tenta pedir ajuda de todas as formas, mas não consegue se livrar dali. A situação só
fica favorável ao mocinho quando o tio sobe no telhado da casa em construção e fica pendurado, entre a
vida e a morte. João, então, decide salvar o algoz. Com isso, Tião conta que só o sequestrou porque alguém
queria se vingar e, por isso, recebeu dinheiro. Agora, como gratidão, ele deixa o jovem livre para fugir.

QUINTA-FEIRA
João salva Tião. Nanci reconhece a peruca
de Celeste no vídeo e conta para Raquel. Ot- Não perca!
to e sua família vão atrás do endereço infor-
mado, mas é uma emboscada. Eles viram re-
féns. Tião conta a verdade para João e pede
Otto e família caem em armadilha
para ele fugir. Raquel fala para André que Na busca por João, Otto

SBT/DIVULGAÇÃO
Celeste armou toda a sedução. Desidratado (Dalton Vigh) consegue o
e cansado, João desmaia. endereço do suposto para-
FIM? deiro do garoto, mas, ao ir
SEXTA-FEIRA Raquel (Bel com a família até lá, perce-
Pinóquio tranca Sara no armário, conecta Moreira) vê fotos be que caiu numa embos-
com câmeras de segurança, invade o sistema de André (Lucas cada. Um capanga de Co-
de LUC2 e traz o androide para casa. Um co- Burgatti) com bra (Ana Paula Valverde) o
merciante passa de carro por Otto e família e Chayene (Allana ameaça, pedindo para que
diz que, se for pago, vai ajudá-los. O homem Lopes) e termina desista das buscas. Mais
reconhece ainda João e passa a localização tudo com ele, tarde, um motorista num
do garoto. Lorena perde o horário da aula achando que foi carro vê o grupo perdido
para se maquiar. traída. no sertão e oferece ajuda,
desde que receba dinheiro
SÁBADO em troca. Otto paga.
A emissora exibe um resumo da semana.

22 CANAL EXTRA
 ab
CRUZADA TEMÁTICA
www.coquetel.com.br

"Dança dos (?)",

(?) Wirley, cantora
c Teste seus conhecimentos

"(?), Um Homem Cari-

© Revistas COQUETEL

Uma das Novela do

competição vencida nhoso", filme protago- juradas do ilusionista
participante nizado por Seu Jorge "The Masked Herculano
por Vitória Strada em do "BBB 23"
2022 Formação litorânea Singer" Quintanilha
Condição
do joelho
durante a
oração
(?) (?)
McCartney, postura:
baixista evita dores
dos Beatles das costas
(?) Blat, A médica Elemento
ator de de "Nos resistente
"Mar do Tempos do à corrosão
Sertão" Imperador" (símbolo)
Museu
Oscar Intran-
Niemeyer sitivo
(sigla) (abrev.)

Defeito de
fabricação A função
(?) Santa: de progra- da cola
período mas (inglês)
que
encerra a (?) A prática Grupo
Quaresma Lorenzo, o como a sanguíneo
cantor de pirataria do doador
"Vai na Fé" de CDs universal
Divulgação: Maltani/TV Globo

Persona- País asiático

André (?),
gem vivida tenista cuja
por Débora brasileiro capital é
Falabella, Damasco
em "Avenida Prova para
Brasil" teste de
"(?) de marcas
Baixo", (autom.)
sitcom do Portal de
condomí- templo
nio Largo xintoísta RESPOSTA
do Arouche japonês
T R I A P A
(?) Déco, (?) quente, A L L I
R T
estilo do combustí- A R A I S
Empire vel de O
T R I H C
State balões N A S N I
César (?), S A I L
"Filhos da âncora do A O U I S C L
(?)", "Jornal U N I R G O B U
seriado Hoje" I N T N A S E M A
que conta A R S I L O P
M N
a história
de Geraldo
B O A X R C A I O

Bulhosa
N A D O I O F L E X
S P A

3/bug. 4/tori. 5/síria. 7/ilícita. 10/flexionado.

BANCO

CANAL EXTRA 23
CANAL TEMA
HORÓSCOPO
ÁRIES 21/03 A 19/04
Os desafios podem se revelar verdadeiros testes
para a autoconfiança. Procure encarar as
adversidades de forma objetiva.
NO AMOR: convém demonstrar respeito ao seu
par para lidar com quaisquer impasses da rotina
amorosa. Seu relacionamento requer mais
responsabilidade. O encontro entre Lua e
Saturno pode sugerir que você repense os
problemas e também as soluções para o vínculo
amoroso.
CÂNCER 22/06 A 22/07
Você tende a passar por insatisfações
associadas tanto a problemas recorrentes como
a desafios hierárquicos nesta fase.
NO AMOR: cuidado com o seu envolvimento
amoroso! Lua e Saturno tendem a pedir uma
postura resoluta em relação a detalhes do que
ocorre entre você e a sua cara-metade. Busque
fortalecer o envolvimento entre vocês dois.
Momento de resolver certos impasses do dia a
dia sem medo.
LIBRA 23/09 A 22/10
É preciso melhorar o fluxo de informações e a
qualidade das comunicações. Tente superar as
adversidades com seus pares.
NO AMOR: é fundamental não deixar que a falta
de diálogo prejudique o romance. Momento de
dar conta de certas necessidades amorosas que
pedem uma posição firme. O encontro tenso
entre Lua e Saturno tende a apontar para certos
problemas e para necessidades do convívio
romântico.
CAPRICÓRNIO 22/12 A 19/01
A tendência é que você dê mais atenção às
críticas negativas em detrimento das
construtivas. Tente fugir da negatividade.
NO AMOR: procure adotar uma postura
assertiva em relação à sua cara-metade e não
permitir que sentimentos se percam devido a
situações difíceis. É importante cuidar melhor do
seu coração. Lua e Saturno em tensão tendem a
apontar para alguns embates do
relacionamento amoroso.
24 CANAL EXTRA
TOURO 20/04 A 20/05
Os desafios interpessoais afloram, e isso o leva a
assumir uma postura emocionalmente crítica. É
preciso ter diplomacia.
NO AMOR: o encontro entre Lua e Saturno
pode apontar para uma retomada da
estabilidade emocional e o reequilíbrio da
relação. Qualquer dificuldade que tende a surgir
precisa ser tratada com mais respeito. Procure
ser a própria solução para os seus problemas de
ordem amorosa.
LEÃO 23/07 A 22/08
Busque zelar por privacidade e pela qualidade
das experiências. É importante se posicionar
acerca de temas complicados.
NO AMOR: momento de fortalecer a rotina
afetiva para haver aproveitamento do tempo
que você passa ao lado do seu par. Tente não se
deixar levar pela ansiedade. Lua e Saturno em
tensão podem pressupor que você aja com
paciência diante das situações que o fazem
tomar atitudes impulsivas.
ESCORPIÃO 23/10 A 21/11
Mais cuidado e economia neste momento.
Busque avaliar o custo-benefício das ofertas de
lazer e tomar decisões mais sensatas.
NO AMOR: procure se envolver com mais
cautela nas decisões que precisam ser tomadas
para que o afeto prevaleça. Mesmo que os astros
mostrem conflitos na rotina, é preciso investir
em seu romance. Essa é a melhor opção para
que seu envolvimento afetivo se desenvolva
com equilíbrio.
AQUÁRIO 20/01 A 18/02
O momento tende a dar vazão a posturas
territorialistas que dificultam as relações.
Procure defender seus interesses.
NO AMOR: sua vida a dois exige cuidado.
Chegou a hora de buscar maturidade emocional
no seu relacionamento. Não adianta colocar
panos quentes nas discussões sobre a
convivência amorosa. Procure rever a sua
postura diante do vínculo, ainda que precise
mudar certas atitudes.
www.personare.com.br
GÊMEOS 21/05 A 21/06
Momento de conflitos em meio à gestão das
tarefas. Busque dialogar de modo pacífico sobre
a divisão das responsabilidades.
NO AMOR: tente não deixar que o romance se
enfraqueça no meio das adversidades.
Momento de resolver pendências emocionais.
Lua e Saturno podem orientá-lo a cuidar da
relação de modo dinâmico. Por meio do diálogo,
é preciso rever certas adversidades com a
devida calma.
VIRGEM 23/08 A 22/09
Os relacionamentos tendem a ficar ressentidos
pelo distanciamento emocional. Busque
dialogar com diplomacia, sobretudo agora.
NO AMOR: Lua e Saturno podem assegurar que
a relação amorosa deve ser analisada devido às
necessidades. É importante demonstrar
respeito e coerência para que a vida a dois se
fortaleça. Procure aproveitar as oportunidades
de crescimento que os movimentos celestes
proporcionam neste momento.
SAGITÁRIO 22/11 A 21/12
A vida familiar pode se mostrar bem desafiadora.
O momento exige amadurecimento,
autoaprimoramento e autocuidado.
NO AMOR: você tende a lidar melhor com
problemas ligados à convivência romântica.
Complicações emocionais podem pedir uma
atitude responsável de sua parte neste
momento. Procure administrar as necessidades
amorosas com maior segurança emocional e
bom humor.
PEIXES 19/02 A 20/03
Seu senso de prioridade pode ficar
comprometido, o que dificulta a gestão dos
afazeres. Busque estabelecer critérios.
NO AMOR: Lua e Saturno em tensão tendem a
prejudicar o vínculo amoroso com questões de
ordem prática, mas é encarando os medos e os
conflitos que você passa a rever a vida e os
sentimentos. Busque adotar uma postura
emocional mais delicada, a fim de preservar ao
máximo o romance.
 MAPA ASTRAL PERFIL
O QUE É LUA FORA DE CURSO?
A principal característica da Lua fora de curso é o fator
“imprevisibilidade”. No dia a dia, quando a Lua está fora
de curso, há mais chance de atrasos e imprevistos,
principalmente se algo envolver resoluções de
assuntos que dependam da ação de outras pessoas.
Lendo a posição de todos os signos no seu Mapa Astral, você pode
mergulhar num caminho de autoconhecimento e entender quem de
fato você é, como se relaciona e muito mais. Faça uma versão
gratuita de seu Mapa acessando personare.com.br/mapa-astral

PAOLLA
TARÔ OLIVEIRA
ÁRIES E O TRABALHO
Arcano 7 — O Carro
O momento é bom para se sentir independente e forte. Evite contar muito com a ajuda externa. É hora Sendo o primeiro signo do zodíaco e
de ser mais livre, montar o seu próprio esquema. Coloque em prática as suas ideias e verá como é bom do elemento fogo, quem é de Áries —
descobrir que você pode se virar muito bem sozinho. Se for necessário, pesquise, estude, aprenda tudo o como a atriz Paolla Oliveira, aniversari-
que for preciso para transformar os seus sonhos em realidade. Valorize os seus conhecimentos, mas ante da próxima sexta-feira — costu-
evite o orgulho e a teimosia. A mente aberta a novas informações sempre é o espaço perfeito para seme- ma ter iniciativa forte e impulsividade.
ar ideias criativas e assim colher boas conquistas. Áries é regido por Marte, que está
GLÓRIA BRITHO ligado à maneira como agimos, à
www.gloriabritho.com.br nossa assertividade e à forma que
manifestamos energia. Este é um
signo que corre o risco de começar
DICA HOLÍSTICA muitas coisas e não terminar. Isso
porque Áries tende a perder o interes-
se pelas coisas quando elas deixam
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
de ser novidade, o que pode ser
COMO SABER SE É FOME OU ANSIEDADE?
desafiante no trabalho. Porém, Áries
A ansiedade pode vir mascarada de dor, tensão, cansaço… E fome também.
gosta de começar coisas novas, e
Aliás, você sabe identificar sinais de fome? Estômago dando sinais sonoros,
essa característica pode ser produtiva
azia, enjoo, dor de cabeça, fraqueza, cansaço, falta de concentração, irritação,
em várias áreas. Arianos costumam ir
mau humor e pensamentos sobre comida são alguns. Mas e quando se
direto ao assunto, de maneira muito
está ansioso? Incômodo na região da barriga, dor de cabeça, corpo acelera-
rápida e natural. Logo, as atitudes são
do e oscilando no cansaço e exaustão, menos concentração, irritação, impa-
movidas pela espontaneidade.
ciência e mau humor, pensamentos repetitivos e vontade de comer. Viu
como é fácil confundir? O primeiro passo é fazer pausas. As práticas de
Elemento: fogo
atenção plena ajudam a desenvolver essa capacidade de clarear os pensa-
Cores: amarelo, azul e verde
mentos. Assim, você pode se ouvir e se dedicar ao seu corpo.
Flores: impatiens
Pedras: ametista e turmalina rosa

SANTO DO DIA Gostou? Então descubra o que

significa a combinação do seu
SÃO LEOPOLDO Signo e Ascendente fazendo uma
Nasceu na extinta Iugoslávia em 1866. Aos 16 anos, entrou na Ordem dos Capuchinhos da cidade italiana de versão gratuita de seu Mapa Astral
Údine. Seu sonho era ser missionário, mas a saúde frágil o obrigou a permanecer no convento, prestando em personare.com.br/mapa-astral
serviços pastorais. Ainda assim, ele trabalhou arduamente. Morreu em 1942 e foi canonizado em 1983.

CANAL EXTRA 25
 ACORDA, Ana Maria Braga
MENINA!
é a apresentadora do “Mais você”

DICA DA LOURA
Para evitar o frizz no cabelo, dê a última chuveirada no enxágue com água fria.

PRATO PRINCIPAL SOBREMESA

CASQUINHA DE CHOCOLATE
INGREDIENTES: 6 casquinhas de sorvete (4,5cm de diâmetro X 11cm de compri-
mento) l 500g de chocolate fracionado derretidol 180g de bolo simples esfarela-
do l 400g de brigadeiro mole l chocolate granulado para decorar l Para fazer o
brigadeiro: 1 lata de leite condensado l 4 colheres (sopa) de chocolate em pó l 1/2
colher (sopa) de manteiga l
Besunte a parte interior de cada casquinha com o chocolate fracionado derretido. Escorra o ex-
cesso de chocolate e vire as casquinhas sobre uma grade. Deixe escorrer e secar (+/- 5 minutos).
Em seguida, besunte o lado de fora de cada casquinha, escorra o excesso e vire novamente sobre
uma grade para escorrer o excesso e secar. DICA: coloque embaixo da grade uma folha de papel
filme para reaproveitar o chocolate que escorrer. Depois que as casquinhas estiverem secas,
molhe a borda de cada casquinha no chocolate derretido, passe no chocolate granulado e espere
secar. Quando estiver tudo seco, comece a rechear cada casquinha, intercalando camadas de
brigadeiro mole e bolo esfarelado. Termine a cobertura da casquinha com o brigadeiro e decore
com chocolate granulado.
PARA FAZER O BRIGADEIRO: numa panela em fogo médio, coloque a lata de leite condensa-
do, o chocolate em pó e a manteiga. Vá mexendo por 10 minutos até que engrosse a ponto de
ficar um brigadeiro mole.

PEITO DE BOI CONFITADO

INGREDIENTES: 750g de banha de porco derretida l
2kg de peito bovino cortado em tiras grossas l 10
dentes de alho l 4 ramos de tomilho debulhados l
20 grãos de pimenta-do-reino l 2 colheres (sopa) de
sal grosso l 1 limão cortado em 4 partes

Numa panela, coloque a banha de porco derretida, o peito

bovino cortado em tiras grossas, os dentes de alho, os ramos
de tomilho debulhados, os grãos de pimenta-do-reino, o sal
grosso e o limão cortado. Leve tudo ao fogo bem baixo, sem
deixar ferver. Deixe a panela tampada por cerca de 3 horas
até a carne ficar bem macia. Desligue o fogo e, com uma
escumadeira, retire as tiras de peito de boi da gordura. Numa
frigideira antiaderente, coloque as tiras de peito de boi e leve
ao fogo médio para grelhar por aproximadamente 1 minuto
de cada lado. Retire do fogo e sirva em seguida.

26 CANAL EXTRA