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Mortes não naturais em crianças e adolescentes brasileiros

Alessandro Leite Cavalcanti*


Thaliny Batista Sarmento de Oliveira*
Iris Sant'Anna Araújo Rodrigues*
Christiane Leite Cavalcanti**
Thaisy Sarmento Batista de Oliveira*
Alidianne Fabia Cabral Cavalcanti*
499
Abstrato

Os acidentes e violências são considerados um importante problema de saúde pública por serem a principal causa de mortalidade entre crianças
e adolescentes. Partindo da hipótese de que as mortes acometem predominantemente homens, vítimas de acidentes de trânsito, o objetivo
deste estudo foi avaliar as mortes não naturais em crianças e adolescentes brasileiros em uma cidade do Nordeste do Brasil.
Foi realizado um estudo transversal com análise de 584 laudos periciais do Instituto de Medicina Legal de Campina Grande, Brasil, entre janeiro
de 2008 e dezembro de 2011. A análise estatística descritiva e inferencial foi realizada por meio do teste qui-quadrado (a = 0,05 ). As vítimas
eram em sua maioria homens (82,4%) e adolescentes de 15 a 19 anos (70,0%). As principais causas de mortes não naturais foram as agressões
(39,2%), seguidas dos acidentes de trânsito (32,7%).
Foram observadas associações significativas entre etiologia e faixa etária (p<0,001), indicando altos percentuais de óbitos por agressões (34,9%) -2018;42(2):499-515
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e acidentes de trânsito (22,94%) na faixa etária de 15 a 19 anos, etiologia e sexo da vítima ( p<0,001) e tipo de acidente de trânsito e idade da
vítima (p < 0,001). Com relação aos acidentes de trânsito, houve mais registros de acidentes envolvendo motociclistas (46,7%), seguidos por
ocupantes de veículos (29,8%) e pedestres (15,7%).
Nossa hipótese foi confirmada, sendo as agressões e os acidentes de trânsito as causas mais comuns de mortes não naturais, afetando
principalmente o sexo masculino na faixa etária de 15 a 19 anos. A maioria das mortes por acidentes de trânsito envolveu acidentes de motocicleta.

adolescentes
brasileiros
crianças
naturais
Mortes
não
em
e

Palavras-chave: Acidentes. Adolescentes. Crianças. Mortalidade. Violência.

INTRODUÇÃO

A mortalidade por causas externas é definida pela em todo o mundo3,4. Nos Estados Unidos, são a
Organização Mundial da Saúde (OMS) como o conjunto principal causa de mortalidade e morbidade em
de danos físicos ao corpo humano que causam lesões crianças5 . No Brasil, entre 2008 e 2010, foram
fatais como resultado da exposição à energia em registradas cerca de 56.000 mortes por violência em
quantidades que excedem o limiar de tolerância crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, acometendo
fisiológica, ou como resultado de deficiência ou ausência principalmente o sexo masculino de 15 a 19 anos6 .
de elementos vitais (ar, água e calor, por exemplo), que Dados do Sistema de Vigilância de Violências e
pode ser representada por afogamento, asfixia e Acidentes 2009 (VIVA 2009) foram analisados em 23
congelamento. São classificadas quanto à sua natureza capitais e no Distrito Federal e mostraram que as
em intencionais, caracterizadas pela violência e não principais causas dos acidentes foram os acidentes de
intencionais, como nos casos de acidentes1 . trânsito, sendo que na violência predominaram as
agressões.
Acidentes e violências são responsáveis por 12% Tanto para os acidentes quanto para as violências,
das causas globais de doenças, com aproximadamente predominaram os adolescentes do sexo masculino não
16 mil mortes todos os dias e Peden et al2 também brancos e os eventos ocorreram com maior frequência
constataram que as lesões são a terceira causa mais na via pública7 .
comum de mortalidade geral e a primeira entre indivíduos Nesse contexto, todos os dias, ideais de milhares
de 1 a 40 anos. de vidas prematuras são subitamente destruídos devido
Atualmente, a mortalidade por essas causas tem a lesões sofridas por acidentes de trânsito, em casa,
grande impacto na população pediátrica em ambientes de lazer

DOI: 10.15343/0104-7809.20184202499515

*State University of Paraíba. Campina Grande-PB, Brazil.


**
Departamento de Nutrição, Faculdades Integradas de Patos. Patos-PB, Brasil.
E-mail: alessandrouepb@gmail.com
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ou por violência, o que poderia ser evitado pela colhidas dos laudos periciais e transferidas para fichas
abundância de medidas preventivas simples e cadastrais específicas.
eficazes8 . Assim, as causas externas são consideradas Uma lesão no trânsito foi definida como qualquer lesão
um grave e visível problema de saúde pública (independente da gravidade) que ocorreu ao caminhar,
mundial9-11. andar de bicicleta ou dirigir um veículo devido a uma
Com o objetivo de estabelecer um diagnóstico mais colisão envolvendo um ou mais veículos (incluindo
sensível da morbimortalidade por causas externas, o bicicletas) e com origem ou término em uma via13.
Ministério da Saúde instituiu, no Brasil, o Sistema de
500
Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA). Dados O termo “agressão” referia-se às mortes causadas
desse sistema indicam que crianças e adolescentes pelo uso de força física, armas brancas e arma de fogo.
estão entre a população mais afetada por acidentes e O afogamento foi definido como “um processo que
violência6 . resulta em comprometimento respiratório primário por
submersão/imersão em meio líquido”14. As mortes por
Devido à magnitude do problema, este estudo teve asfixia foram classificadas como tal, fossem casos de
como objetivo avaliar as mortes não naturais em agressão como estrangulamento manual ou com
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crianças e adolescentes acometidos por acidentes e ligaduras.


violências entre 2008 e 2011 em Campina Grande, As intoxicações e intoxicações acidentais foram
Paraíba, Brasil. classificadas no código do Capítulo XX (Causas externas
A hipótese adotada é a de que os óbitos acometem de morbimortalidade) da Classificação Internacional de
predominantemente homens, vítimas de acidentes de Doenças (CID-10 10ª Revisão) de acordo com a
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trânsito. codificação das Categorias de Causas (X40 - X49 -
envenenamento por intoxicação acidental e exposição
a substâncias nocivas), descritos pela OMS12.
MATERIAIS E MÉTODOS

A análise dos dados envolveu estatística descritiva


O delineamento de estudo transversal foi realizado (distribuição de frequência) e estatística analítica.
por meio da análise de laudos periciais derivados de As análises bivariadas foram feitas com o teste qui-
perícias médicas e laudos policiais (PR) de crianças e quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher. A
adolescentes vítimas fatais de causas externas com prevalência e seus intervalos de confiança de 95%
registro realizado no Departamento de Medicina Legal
também foram calculados. O nível de significância
da cidade de Campina Grande , PB, Brasil. estabelecido para todas as análises estatísticas foi de
5% (p<0,05) e foram realizadas no programa SPSS
18.0 (Statistical Package for the Social Sciences for
A amostra foi composta por 584 laudos médicos de Windows®, SPSS Inc., Chicago, IL, EUA).
crianças e adolescentes de 0 a 19 anos e vítimas de
causas externas no período de janeiro de 2008 a Este estudo seguiu as diretrizes éticas preconizadas
dezembro de 2011. Adotaram-se como critérios de pela legislação brasileira e foi aprovado pelo Comitê de
exclusão: laudos sem informação sobre a idade do Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade
acometido ou com idade fora da faixa de 0 a 19 anos, Estadual da Paraíba (Protocolo nº 0443.0133.000-11).
bem como laudos que demonstrem causa indeterminada
ou não pertencente ao grupo de Causas Externas
definido pela OMS na Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à RESULTADOS
Saúde (CID-10 10ª Revisão) como o conjunto de danos
físicos ao corpo humano que podem ou não causar Houve predominância de vítimas do sexo masculino
lesões fatais, sendo categorizadas em causas acidentais (82,4%). A maioria dos óbitos foi registrada em 2009
e intencionais: agressões e lesões intencionais12. (28,1%), seguido de 2011 (25,9%), 2010 (24,0%) e
2008 (22,1%). Em relação à distribuição por gênero, o
ano de 2011 apresentou aumento entre as vítimas do
sexo masculino e leve queda entre as vítimas do sexo
Os dados referentes ao sexo das vítimas, idade, dia feminino (Figura 1). Não houve estatisticamente
da semana do óbito e etiologia foram significante
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diferença entre o ano e o sexo da vítima (p>0,05). foram os mais acometidos, com maior percentual para
agressões (36,0%) e acidentes de trânsito (25,3%). Já
A idade das vítimas variou de 0 a 19 anos, com para o sexo feminino, observou-se inversão nessas
média de 14,48 anos, mediana de 17 anos e desvio categorias, com maior número de registros por acidente
padrão de 5,3 anos. A faixa etária mais acometida foi de trânsito (7,4%), seguido por agressão (3,25%). A
de 15 a 19 anos, com 409 casos (70,0%), seguida pela relação homem:mulher nos óbitos por agressão e
de 10 a 14 anos (12,5%). A faixa etária com menos acidentes de trânsito foi de aproximadamente 11:1 e
casos notificados correspondeu à faixa etária de 5 a 9 3,5:1, respectivamente (Tabela 3). A mortalidade por
501
anos (8,2%) (Tabela 1). Houve diferença estatisticamente quedas em ambos os sexos apresentou o mesmo
significativa entre a faixa etária e o sexo da vítima percentual (0,34%). No entanto, óbitos por queimaduras
(p<0,001). foram encontrados apenas no sexo feminino, conforme
Tabela 3.
Quanto ao período dos óbitos, 197 boletins (33,7%) A Tabela 4 mostra a distribuição da mortalidade por
apontaram o turno da tarde como o de maior notificação tipo de acidente de trânsito, com associação significativa
de casos, seguido dos turnos da noite (29,3%) e da (p<0,001) entre o tipo de acidente de trânsito e a idade
manhã (18,8%). da vítima. Na população acometida por essa causa de -2018;42(2):499-515
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A noite foi o período com menor número de ocorrências morte, há mais registros de acidentes envolvendo
(15,9%). motociclistas (46,7%), seguidos por ocupantes de
A Tabela 2 mostra associação estatisticamente veículos (29,8%) e pedestres (15,7%). Na faixa etária
significativa entre a etiologia do óbito e a idade da de 0 a 14 anos, observou-se maior número de casos
vítima (p < 0,001), destacando-se os maiores envolvendo pedestres e ocupantes de veículos,
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percentuais de óbitos por agressão (39,2) e acidentes totalizando respectivamente 12,6% e 9,9%. Quanto à
de trânsito (32,7%). Na faixa etária de 0 a 4 anos, faixa etária de 15 a 19 anos, houve maior prevalência
ocorreram mais casos fatais por afogamento e asfixia de motociclistas (41,9%), seguido de ocupantes de
(3,4% e 2,6%, respectivamente). Nas faixas etárias de veículos (19,9%). Em 3,1% das notificações (n = 6),
5 a 9 anos e de 10 a 14 anos, os acidentes de trânsito não havia informação sobre o tipo de acidente. Houve
são a principal causa de morte, seguidos pelos apenas um registro de outro tipo de acidente de
afogamentos. trânsito, ocorrido com indivíduo que conduzia carroça
A análise bivariada revelou associação significativa (Tabela 4).
(p<0,001) entre as variáveis “etiologia” e “gênero da
vítima”. machos

Figura 1 – Distribuição da mortalidade por causas externas segundo ano e sexo. Campina
Grande, 2018.
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Tabela 1 – Distribuição da mortalidade por causas externas segundo faixa etária e sexo. Campina Grande,
2018.

Gênero

Grupo de idade Proporção


Macho Total
masculino: feminino
n % Feminino n % n%

0-4 anos 31 57,40 23 42,60 54 100,0 1,35:1


502
5-9 anos 34 70,83 14 29.17 48 100,0 2,43:1

10-14 anos 56 76,71 17 23.29 73 100,0 3,29:1

15-19 anos 360 88.02 49 11.98 409 100,0 7,35:1

Total 481 82,36 103 17.64 584 100,0 4,67:1

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Figura 2 – Distribuição da mortalidade por causas externas segundo o dia da semana. Campina Grande, 2018.

Tabela 2 – Distribuição da mortalidade por causas externas segundo etiologia e faixa etária. Campina Grande,
2018.

Grupo de idade

Etiologia
0-4 anos 5-9 anos 10-14 anos 15-19 anos Total p- valor
n% n% n% n% n%

Agressão 3 0,5 6 1,0 16 2.7 204 34,9 229 39,1

acidentes
12 2.0 18 3.0 27 4.6 134 22,9 191 32,5
de trânsito

Afogamento 20 3.4 16 2.7 17 2.9 40 6,8 93 15.8

Auto-mutilação 0 0,0 0 0,0 3 0,5 20 3.4 23 3.9

Asfixia 15 2.5 2 0,4 2 0,4 0 0,0 19 3.3

continua...
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...continuação - Tabela 1

Choque
1 0,2 2 0,4 5 0,8 5 0,8 13 2.2
elétrico

Cair 0 0,0 1 0,2 1 0,2 2 0,4 4 0,8 p<0,001

Queimar 1 0,2 1 0,2 1 0,2 0 0,0 3 0,6

Animar
2 0,4 0 0,0 0 0,0 1 0,2 3 0,6
forças 503
Não
0 0,0 0 0,0 1 0,2 2 0,4 3 0,6
identificado
Forças
0 0,0 2 0,4 0 0,0 0 0,0 2 0,4
animadas

Envenenamento 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,2 1 0,2

Total 54 9.2 48 8.3 73 12,5 409 70,0 584 100,0


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Tabela 3 – Distribuição da mortalidade por causas externas segundo etiologia e sexo. Campina Grande,
2018.

Gênero
Etiologia adolescentes
brasileiros
crianças
naturais
Mortes
não
em
e

Macho Feminino Total valor-p


n % n % n%

Agressão 210 36,0 19 3.2 229 39.2

acidentes de trânsito 148 25.3 43 7.4 191 32,7

Afogamento 80 13.7 13 2.3 93 16,0

Auto-mutilação 12 2.1 11 1.9 23 4.0

Asfixia 10 1.7 9 1,5 19 3.2

Choque elétrico 12 2.1 1 0,2 13 2.3

Cair 2 0,3 2 0,3 4 0,6 p<0,001


Queimar 0 0,0 3 0,5 3 0,5

Forças inanimadas 2 0,3 1 0,2 3 0,5

Não identificado 2 0,3 1 0,2 3 0,5

Forças animadas 2 0,3 0 0,0 2 0,3

Envenenamento 1 0,2 0 0,0 1 0,2

Total 481 82.3 103 17.7 584 100,0

Tabela 4 – Distribuição da mortalidade por causas externas segundo etiologia e sexo. Campina Grande,
2018.

Tipo Faixa etária (anos)


de
acidente 0-4 5-9 10-14 15-19 Total p- valor
de trânsito n% n% n% n% n%

Motociclista 1 0,5 1 0,5 6 3.1 80 41,9 88 46,0

Veículo
5 2.6 4 2.2 10 5.3 38 19,9 57 30,0
ocupante

continua...
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...continuação - Tabela 4

Pedestre 5 2.6 11 5.8 8 4.2 6 3.1 30 15.7

Ciclista 1 0,5 1 0,5 2 1.1 5 2.6 9 4.7 <0,001

não
0 0,0 1 0,5 0 0,0 5 2.6 6 3.1
informado

Outros 0 0,0 0 0,0 1 0,5 0 0,0 1 0,5


504
Total 12 6.2 18 9,5 27 14.2 134 70,1 191 100,0

DISCUSSÃO

Os acidentes e violências são considerados um de 2009 a 2010, houve diminuição das ocorrências no
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importante problema de saúde pública por serem a sexo masculino e aumento no sexo feminino. Essa
principal causa de morbidade e mortalidade entre observação foi discrepante de 2010 a 2011, onde
crianças e adolescentes11,15-19. A vulnerabilidade ocorreu o contrário.
desses grupos está relacionada a um conjunto de O sexo masculino foi mais acometido e os resultados
fatores comportamentais, sociais e ambientais14,16, desses resultados confirmam achados de estudos
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como uso de álcool e drogas, tendências sociais e anteriores3,4,8,21. Esse achado pode estar relacionado
geográficas, leis de trânsito e estações do ano20. à maior exposição do sexo masculino a riscos, escolha
de atividades perigosas, superestimação de suas
O Código de Processo Penal brasileiro estabelece capacidades físicas e uso de álcool16,22,23.
a obrigatoriedade da necropsia, que se caracteriza pelo O presente estudo revelou que a proporção de
exame interno do cadáver com a finalidade de constatar vítimas entre homens e mulheres foi de 4,67:1. No
a causa da morte, devendo ser realizada no mínimo entanto, essa relação apresentou variação com a idade,
seis horas após a morte, ressalvados os casos de aumentando com o avanço da idade, passando de
homicídio violento. morte, quando for suficiente o exame 1,35:1 em indivíduos de 0 a 4 anos para 7,35:1 em
externo do cadáver, sem que haja crime a determinar, indivíduos de 15 a 19 anos, confirmando resultados
ou nos casos em que haja crime a determinar; no anteriores8,9. A mesma tendência também foi observada
entanto, as lesões externas permitem identificar a causa em estudo realizado em países europeus8 onde se
da morte, sem necessidade de exame interno para verificou que em indivíduos ,dede5 casos
a 14 anos,
masculinos
o número
era
verificar qualquer circunstância relevante. quase o dobro do feminino e na faixa etária de 15 a 24
anos, essa proporção foi ainda mais alto.

No Departamento de Medicina Legal de Campina Esses eventos são mais frequentes no final de
Grande, a necropsia é realizada pelo médico legista, semana (sábado e domingo) e no período da tarde4 .
necrotomista e perito odontológico. Dependendo da Essa prevalência pode estar associada ao fato de que
necessidade de cada exame técnico, outros profissionais esses dias são mais propensos a viagens, atividades
são envolvidos como perito químico, por exemplo, nos de entretenimento e lazer, bem como ao consumo de
casos em que deve ser determinada a ocorrência de álcool, contribuindo para acidentes e violência17,19,24 .
ingestão toxicológica, garantindo a confiabilidade dos
dados. No entanto, alguns dos prontuários examinados Avaliando a etiologia da mortalidade por causas
não continham informações sobre as variáveis do externas, observou-se predomínio de óbitos por
estudo, levando a limitações. agressões e lesões decorrentes de acidentes de
trânsito, corroborando achados de outros autores4,8,25.

Entre 2008 e 2009, o número de casos em ambos A mortalidade por essas causas apresentou tendência
os sexos ficou estável. No entanto, crescente com o aumento da idade, com
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prevalência de etiologias específicas em cada faixa álcool e drogas. Uma pesquisa sobre acidentes de trânsito
etária26. Essa afirmação pode ser justificada pelo fato de realizada no Quênia revelou que 75% das vítimas eram do
que à medida que as pessoas envelhecem, elas estão sexo masculino29, com percentual semelhante ao
cada vez mais expostas a riscos globais. encontrado neste estudo.
No grupo de vítimas de 0 a 4 anos, os óbitos por Os acidentes envolvendo motociclistas têm sido
afogamento e asfixia foram as principais etiologias. Os responsáveis por um alto percentual de mortes por
resultados coligidos neste estudo também são consistentes acidentes de trânsito4 . Esse fato pode estar relacionado
com achados anteriores27, que identificaram que o ao excesso de velocidade e negligência no uso de
505
afogamento afeta mais essa população, pois as crianças equipamentos de segurança como o capacete28. Os
são facilmente expostas a fatores que facilitam a ocorrência motociclistas possuem menor proteção física em relação
desses eventos como piscinas residenciais, banheiras e aos condutores de automóveis, explicando a maior
baldes. Porém, em estudo anterior, Fraga et al25 proporção de acidentes fatais envolvendo motociclistas13.
demonstraram que para as populações de 5 a 9 anos e de No Brasil, a cidade de Campina Grande ocupa a 18ª
10 a 14 anos predominaram os acidentes de trânsito e os posição no ranking das 200 cidades com maior número de
afogamentos. mortes por acidentes de trânsito. A possível razão para
esse resultado é o fato de que em Campina Grande há um -2018;42(2):499-515
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A faixa etária de 15 a 19 anos da população de 0 a 19 número crescente de motocicletas, levando a cidade a ter
anos é a mais acometida por lesões fatais por causas uma das maiores frotas de veículos automotores do
,
externas7 em que maior número de casos de óbito por Nordeste brasileiro.
agressão e acidentes de trânsito foram observados por
Lukaschek et al10 e Chong et al28. Programas eficazes para prevenir e controlar lesões adolescentes
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requerem informações precisas sobre a extensão e a


natureza das lesões comuns e mortes relacionadas a
A alta incidência de óbitos por acidentes de trânsito lesões27. Estratégias de prevenção de acidentes e
em homens mais jovens pode estar relacionada à violência30 devem ser estabelecidas, considerando o
inexperiência na condução de veículos, muitas vezes impacto causado às pessoas e à sociedade, e também
associada à ausência de carteira de motorista, não porque esses eventos são considerados evitáveis.
conseguir prever ou agir diante do inesperado, além da
presença de algumas características relacionadas a este A mortalidade por causas evitáveis é vista como um
população, marcada pela imaturidade na condução, indicador de possíveis fragilidades na atenção à saúde e
excesso de velocidade, não utilização de equipamentos na saúde pública, sendo uma ferramenta adequada para
de segurança e, sentimentos de omnipotência, que podem indicação e alerta de problemas que não poderiam existir10.
ser potenciados com

CONCLUSÃO

A hipótese inicialmente adotada foi confirmada, sendo é mais frequente nos fins de semana e durante a tarde. A
as agressões e os acidentes de trânsito as causas mais maioria dos jovens que morrem em acidentes de trânsito
comuns de óbitos por causas externas, acometendo são vítimas de acidentes de motocicleta.
principalmente o sexo masculino na faixa etária de 15 a 19
anos. A ocorrência de tais eventos

FINANCIAMENTO: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - Bolsa de Produtividade


em Pesquisa (Processo 302850/2016-3).

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico


(CNPq) - Bolsa de Produtividade em Pesquisa (PQ).

CONTRIBUIÇÕES DOS AUTORES: ALC concebeu e projetou o estudo, coordenou e realizou análises estatísticas e
redigiu o manuscrito. CLC e AFCC realizaram análises estatísticas e redigiram o manuscrito. Todos os autores contribuíram
com a redação do manuscrito e revisaram criticamente a versão final.
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Recebido em agosto de 2017.


Aprovado em junho de 2018.
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Mortes não naturais em Crianças e Adolescentes


Brasileiros
Alessandro Leite Cavalcanti*
Thaliny Batista Sarmento de Oliveira*
Iris Sant'Anna Araújo Rodrigues*
Christiane Leite Cavalcanti**
Thaisy Sarmento Batista de Oliveira*
Alidianne Fabia Cabral Cavalcanti* 507

Resumo

Acidentes e violência são considerados um importante problema de saúde pública por ser a principal causa de mortalidade
entre crianças e adolescentes. Assumindo-se a hipótese de que as mortes acometem predominantemente homens,
vítimas de acidentes de trânsito, o objetivo deste trabalho foi avaliar as mortes não-naturais em crianças e adolescentes
brasileiros em um município da região nordeste do Brasil. Um estudo transversal foi realizado através da análise de 584
laudos medico-legais do Instituto de Medicina Legal de Campina Grande, Paraíba, ocorridos entre janeiro de 2008 e
dezembro de 2011. Os resultados são apresentados por meio da estatística descritiva e inferencial com o uso do teste do -2018;42(2):499-515
Saúde,
Mundo
Paulo
São
da
O

Qui-quadrado (a = 0,05). As vítimas foram predominantemente do sexo masculino (82,4%) com idade entre 15 e 19 anos
(70%). As principais etiologias foram as agressões (39,2 %), seguidas pelos acidentes de trânsito (32,7%). Observou-se
associação estatisticamente significante entre a etiologia e a faixa etária (p < 0,001), indicando elevado percentual de
mortes devido às agressões (34,9%) e acidentes de trânsito (22,9%) dentro da faixa etária de 15 a 19 anos, etiologia e
gênero da vítima (p < 0,001) e tipo de acidente de trânsito e idade da vítima (p < 0,001). Com relação aos acidentes de
trânsito, foram mais frequentes aqueles envolvendo motociclistas (46,7%), seguidos pelos ocupantes de veículos (29,8%) e pedestres (15,7%).
Agressões e acidentes de trânsito foram as causas mais comuns das mortes não-naturais, afetando predominantemente
homens com idades entre 15 e 19 anos. A maioria das mortes foi devido aos acidentes envolvendo motociclistas. Adolescentes
Brasileiros
Crianças
naturais
Mortes
não
em
e

Palavras-chave: Acidentes. Adolescentes. Crianças. Mortalidade. Violência.

INTRODUÇÃO

A mortalidade por causas externas é definida pela et al2 também descobriram que as lesões são a terceira
Organização Mundial da Saúde (OMS) como o conjunto causa mais comum de mortalidade geral e a primeira
de danos físicos ao corpo humano que causa lesões entre indivíduos com idade entre 1-40 anos.
fatais em decorrência da exposição à energia em
quantidades que excedem o limiar de tolerância Atualmente, a mortalidade por essas causas tem
fisiológica, ou como resultado de deficiência ou ausência grande impacto na população pediátrica mundial3,4.
de elementos vitais (ar, água e calor, por exemplo), que Nos Estados Unidos, são a principal causa de
podem ser representados por afogamento, asfixia e mortalidade e morbidade em crianças5 .
congelamento. São classificados de acordo com sua
natureza como intencionais, caracterizados por violência, No Brasil, entre 2008 e 2010, foram registrados
e não intencionais como nos casos de acidentes1 . quase 56.000 óbitos por violência em crianças e
adolescentes de 0 a 19 anos, afetando principalmente
homens de 15 a 19 anos6 . Os dados do Sistema de
Acidentes e violências são responsáveis por 12% Vigilância de Violência e Acidentes de 2009 (VIVA
das causas globais de doenças, com aproximadamente 2009) foram analisados em 23 capitais brasileiras e no
16 mil mortes por dia, Peden

DOI: 10.15343/0104-7809.20184202499515

* Universidade Estadual de Paraíba. Campina Grande-PB, Brazil.


**
Departmento de Nutrição, Faculdades Integradas de Patos. Patos-PB, Brazil.
E-mail: alessandrouepb@gmail.com
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Distrito Federal e mostraram que as principais causas sem informações sobre a idade do afetado ou aqueles
dos acidentes foram os acidentes de trânsito, e os com idade fora do intervalo de 0 a 19 anos, bem como
assaltos predominaram na violência. Tanto para os relato de causa indeterminada ou não pertencente ao
acidentes quanto para a violência, os adolescentes do grupo de Causas Externas definido pela OMS na
sexo masculino, não brancos, foram predominantes e Classificação Estatística Internacional de Doenças e
os eventos ocorreram com mais frequência nas Problemas Relacionados à Saúde (10ª Revisão
rodovias públicas7 . CID-10), como conjunto de danos físicos ao corpo
humano que podem ou não causar lesões fatais, sendo
508
Nesse contexto, a cada dia, os ideais de milhares categorizados como causas acidentais e intencionais:
de vidas prematuras são repentinamente destruídos agressões e lesões intencionais12.
devido as lesões sofridas por acidentes de trânsito, em
casa, em ambientes de lazer ou por violência, o que
poderia ser evitado pela abundância de medidas Os dados referentes ao sexo, idade, dia da semana
preventivas simples e eficazes8 . da morte e etiologia das vítimas foram coletados dos
relatórios médicos forenses e transferidos para

-2018;42(2):499-515
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Mundo
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O
Assim, as causas externas são consideradas um formulários de registro específicos. Uma lesão no
problema de saúde pública mundial grave e visível trânsito foi definida como qualquer lesão
9-11. (independentemente da gravidade) que ocorreu durante
Para estabelecer um diagnóstico mais sensível a caminhada, bicicleta ou andar em um veículo devido
sobre a morbimortalidade por causas externas, o a um acidente envolvendo um ou mais veículos
Ministério da Saúde instituiu no Brasil o Sistema de (incluindo bicicletas) e originados ou terminados em
Vigilância de Violência e Acidentes (VIVA). Dados uma estrada13.
Adolescentes
Brasileiros
Crianças
naturais
Mortes
não
em
e

deste sistema indicam que crianças e adolescentes


estão entre a população mais afetada por acidentes e O termo “agressão” refere-se a mortes causadas
violências6 . pelo uso de força física, armas brancas e arma de fogo.
O afogamento foi definido como “um processo que
Devido à magnitude do problema, este estudo teve resulta em comprometimento respiratório primário por
como objetivo avaliar as mortes não naturais em submersão / imersão em meio líquido” 14. As mortes
crianças e adolescentes afetados por acidentes e por asfixia foram classificadas assim sendo, quer
violências entre 2008 e 2011 em Campina Grande, fossem casos de agressão como estrangulamento
Paraíba, Brasil. manual ou ligadura.
A hipótese adotada é de que as mortes afetam
predominantemente homens, vítimas de acidentes de O envenenamento e a intoxicação acidental foram
trânsito. classificados no código do Capítulo XX (Causas
externas de morbidade e mortalidade) da Classificação
Internacional de Doenças (CID-10 10ª Revisão) de
MATERIAIS E MÉTODOS acordo com a codificação de Categorias de Causas
(X40 - X49 - envenenamento por intoxicação acidental
e exposição a substâncias nocivas), descrita pela
Um desenho de estudo transversal foi realizado OMS12.
através da análise de laudos periciais médicos
A análise dos dados envolveu estatística descritiva
derivados de perícias médicas e laudos policiais (LP)
de crianças e adolescentes vítimas fatais de causas (distribuição de frequência) e estatística analítica. A
análise bivariada utilizou o teste qui-quadrado de
externas, com registro realizado no Departamento de
Medicina Legal da cidade de Campina Grande, PB, Pearson ou o teste exato de Fisher. A prevalência e
Brasil. seus intervalos de confiança de 95% também foram
A amostra consistiu de 584 prontuários de crianças calculados.
e adolescentes de 0 a 19 anos e vítimas de causas O nível de significância estabelecido para todas as
externas no período de janeiro de 2008 a dezembro de análises estatísticas foi de 5% (p <0,05) e eles foram
2011. Foram adotados como critérios de exclusão: conduzidos utilizando o SPSS 18.0 (Pacote Estatístico
relatos para as Ciências
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Sociais para Windows®, SPSS Inc., Chicago, IL, EUA). aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
Este estudo seguiu as diretrizes éticas recomendadas com Seres Humanos da Universidade Estadual da
pela legislação brasileira e foi Paraíba (Protocolo nº 0443.0133.000-11).

RESULTADOS

509

Houve predomínio de vítimas do sexo masculino faixas etárias de 5 a 9 anos e de 10 a 14 anos, os


(82,4%). A maioria dos óbitos foi registrada em 2009 acidentes de trânsito são a principal causa de morte,
(28,1%), seguida por 2011 (25,9%), 2010 (24,0%) e seguidos por afogamentos.
2008 (22,1%). Em relação à distribuição por gênero, o A análise bivariada revelou associação significativa
ano de 2011 apresentou aumento entre as vítimas do (p <0,001) entre as variáveis “etiologia” e “sexo da
sexo masculino e discreto decréscimo entre as vítimas vítima”. Os homens foram os mais afetados, com maior
do sexo feminino (Figura 1). Não houve diferença
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O

percentual de agressão (36,0%) e acidentes de trânsito


estatisticamente significante entre o ano e o sexo da (25,3%).
vítima (p> 0,05).
Quanto ao sexo feminino, observou se inversão
A idade das vítimas variou de 0 a 19 anos, com nessas categorias, com maior número de registros por
média de idade de 14,48 anos, mediana de 17 anos e acidentes de trânsito (7,4%), seguido de agressão
desvio padrão de 5,3 anos. A faixa etária mais (3,25%). A razão masculino: feminino nos óbitos por Adolescentes
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Mortes
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e

acometida foi de 15 a 19 anos, com 409 casos (70,0%), agressão e acidentes de trânsito foi de aproximadamente
seguida pelos de 10 a 14 anos (12,5%). A faixa etária 11: 1 e 3,5: 1, respectivamente (Tabela 3). A mortalidade
com menos casos notificados correspondeu àqueles por quedas em ambos os sexos mostrou ter a mesma
com idade entre 5 e 9 anos (8,2%) (Tabela 1). Houve porcentagem (0,34%).
diferença estatisticamente significante entre a faixa
etária e o gênero da vítima (p <0,001). No entanto, as mortes por queimaduras foram
encontradas apenas em mulheres, como mostra a
A figura 2 mostra a distribuição dos casos segundo Tabela 3.
o dia da semana, indicando que os casos ocorreram A Tabela 4 mostra a distribuição da mortalidade por
com maior proporção no final de semana (39,9%), tipo de acidente de trânsito, com associação significativa
predominantemente no domingo (21,6%), seguido de (p <0,001) entre o tipo de acidente de trânsito e a idade
sábado (18,3%) e segunda-feira (14,2 %). Terça-feira da vítima.
foi o dia da semana com o menor registro de Na população afetada por essa causa de morte, há
ocorrências, com 59 casos (10,1%). Quanto ao período mais registros de acidentes envolvendo motociclistas
de óbito, 197 relatos (33,7%) indicaram o turno da (46,7%), seguidos pelos ocupantes de veículos (29,8%)
tarde como o período com maior número de casos e pedestres (15,7%).
notificados, seguido pelo noturno (29,3%) e matutinos
(18,8%). A noite foi o período com o menor número de Na faixa etária de 0 a 14 anos, observou se maior
ocorrências (15,9%). número de casos envolvendo pedestres e ocupantes
de veículos, totalizando, respectivamente, 12,6% e
9,9%. Quanto à faixa etária de 15 a 19 anos, houve
A Tabela 2 mostra uma associação estatisticamente maior prevalência de motociclistas (41,9%), seguido
significante entre a etiologia do óbito e a idade da pelos ocupantes de veículos (19,9%). Em 3,1% dos
vítima (p <0,001), destacando-se os maiores percentuais relatos (n = 6), não havia informações sobre o tipo de
de óbitos por agressão (39,2) e acidentes de trânsito acidente. Houve apenas um registro de outro tipo de
(32,7%). Na faixa etária de 0 a 4 anos, houveram mais acidente de trânsito, que ocorreu com um indivíduo
casos fatais por afogamento e asfixia (3,4% e 2,6% que dirigia um vagão (Tabela 4).
respectivamente). Nas
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510

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O

Figura 1 – Distribuição da mortalidade por causas externas segundo ano e sexo. Campina Grande,
2018.

Tabela 1 – Distribuição da mortalidade por causas externas segundo faixa etária e sexo. Campina
Grande, 2018.

Gênero
Adolescentes
Brasileiros
Crianças
naturais
Mortes
não
em
e

Faixa Etária Masculino:


Masculino Feminino Total
Feminino ratio
n % n % n%

0-4 anos 31 57,40 23 42,60 54 100,0 1,35:1


5-9 anos 34 70,83 14 29,17 48 100,0 2,43:1
10-14 anos 56 76,71 17 23,29 73 100,0 3,29:1

15-19 anos 360 88,02 49 11,98 409 100,0 7,35:1

Total 481 82,36 103 17,64 584 100,0 4,67:1

Figura 2 – Distribuição da mortalidade por causas externas de acordo com o dia da semana. Campina
Grande, 2018.
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Tabela 2 – Distribuição da mortalidade por causas externas por etiologia e faixa etária. Campina
Grande, 2018.

Faixa Etária

Etiologia
0-4 anos 5-9 anos 10-14 anos n 15-19 anos n Total valor-p
n% n% % % n%

Agressão 3 0,5 6 1,0 16 2,7 204 34,9 229 39,1


Acidente de
511
12 2,0 18 3,0 27 4,6 134 22,9 191 32,5
Trânsito

Afogamento 20 3,4 16 2,7 17 2,9 40 6,8 93 15,8

Auto
0 0,0 0 0,0 3 0,5 20 3,4 23 3,9
mutilação
Asfixia 15 2,5 2 0,4 2 0,4 0 0,0 19 3,3

Choque
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O

1 0,2 2 0,4 5 0,8 5 0,8 13 2,2


Elétrico

sobrou 0 0,0 1 0,2 1 0,2 2 0,4 4 0,8 p<0,001

Queimadura 1 0,2 1 0,2 1 0,2 0 0,0 3 0,6

Forças 2 0 1 3
0,4 0,0 0 0,0 0,2 0,6
inanimadas
Não
Adolescentes
Brasileiros
Crianças
naturais
Mortes
não
em
e

0 0,0 0 0,0 1 0,2 2 0,4 3 0,6


identificado

Forças 0 2 0 2
0,0 0,4 0 0,0 0,0 0,4
animadas

Envenenamento 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,2 1 0,2

Total 54 9,2 48 8,3 73 12,5 409 70,0 584 100,0

Tabela 3 – Distribuição da mortalidade por causas externas por etiologia e gênero. Campina Grande,
2018.

Gênero
Etiologia Feminino
Masculino Total valores-p
n % n % n%
Agressão 210 36,0 19 3,2 229 39,2
Acidente de Trânstio 148 25,3 43 7,4 191 32,7

Afogamento 80 13,7 13 2,3 93 16,0

Auto-mutilação 12 2,1 11 1,9 23 4,0


Asfixia 10 1,7 9 1,5 19 3,2

Choque Elétrico 12 2,1 1 0,2 13 2,3

sobrou 2 0,3 2 0,3 4 0,6 p<0,001


Queimadura 0 0,0 3 0,5 3 0,5

Forças inanimadas 2 0,3 1 0,2 3 0,5


Não identificado 2 0,3 1 0,2 3 0,5

Forças animadas 2 0,3 0 0,0 2 0,3


Veneração 1 0,2 0 0,0 1 0,2
Total 481 82,3 103 17,7 584 100,0
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Tabela 4 – Distribuição da mortalidade por acidentes de trânsito por faixa etária. Campina Grande,
2018.

Faixa Etária (anos)


Tipos de
Acidentes de
0-4 5-9 10-14 15-19 Total valores-p
Trânsito
n% n% n% n% n%

Motocicleta 1 0,5 1 0,5 6 3,1 80 41,9 88 46,0


512
ocupante de 5 4 10 38 57
2,6 2,2 5,3 19,9 30,0
Veículo

Pedestre 5 2,6 11 5,8 8 4,2 6 3,1 30 15,7

Ciclista 1 0,5 1 0,5 2 1,1 5 2,6 9 4,7 <0,001

Não Informado 0 0,0 1 0,5 0 0,0 5 2,6 6 3,1

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Mundo
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Outros 0 0,0 0 0,0 1 0,5 0 0,0 1 0,5

Total 12 6,2 18 9,5 27 14,2 134 70,1 191 100,0

DISCUSSÃO

Adolescentes
Brasileiros
Crianças
naturais
Mortes
não
em
e Acidentes e violências são considerados um garantindo a confiabilidade dos dados.
importante problema de saúde pública por serem a No entanto, alguns dos relatórios médicos examinados
principal causa de morbimortalidade entre crianças e não continham informações sobre as variáveis do
adolescentes11,15-19. A vulnerabilidade desses estudo, levando a limitações.
grupos está relacionada a um conjunto de fatores Entre 2008 e 2009, o número de casos em ambos
comportamentais, sociais e ambientais14,16, como o os sexos ficou estável. No entanto, de 2009 a 2010,
uso de álcool e drogas, tendências sociais e houve uma diminuição nas ocorrências entre os
geográficas, leis de trânsito e as estações do ano20 . homens e aumento entre as mulheres. Essa observação
foi discrepante de 2010 a 2011, quando ocorreu o
O Código de Processo Penal brasileiro estabelece oposto.
a obrigatoriedade da necropsia, que se caracteriza por Os homens foram os mais afetados e esses
exame interno feito no cadáver com o objetivo de resultados confirmam os achados de estudos anteriores
encontrar a causa da morte, e deve ser realizada pelo 3,4,8,21. Esse achado pode estar relacionado ao
menos seis horas após a morte. Com exceção dos aumento da exposição dos homens aos riscos, a
casos de morte violenta, quando o exame externo do escolha de atividades perigosas, a superestimação de
cadáver é suficiente, sem delito criminal a ser suas capacidades físicas e ao uso de álcool 16,22,23.
determinado, ou nos casos em que há um delito
criminal a ser determinado. No entanto, lesões externas O presente estudo revelou que a proporção de
permitem identificar a causa da morte, sem necessidade vítimas entre homens e mulheres foi de 4,67: 1.
de exame interno para verificar qualquer circunstância Entretanto, essa relação apresentou variação com a
relevante. idade, sendo aumentada com o avanço da idade, de
1,35: 1 em indivíduos de 0 a 4 anos para 7,35: 1 em
No Departamento de Medicina Legal de Campina indivíduos de 15 a 19 anos, confirmando resultados
Grande, a necropsia é realizada pelo médico forense, anteriores8,9.
necrotomista e especialista em odontologia. A mesma tendência também foi observada em um
Dependendo das necessidades de cada exame estudo realizado em países da Europa8 , onde se
técnico, outros profissionais estão envolvidos, como verificou que, em indivíduos de 5 a 14 anos, o número
especialista químico, por exemplo, nos casos em que de casos masculinos foi quase o dobro do feminino, e
a ocorrência de ingestão toxicológica deve ser na faixa etária de 15 a 24 anos a proporção foi ainda
determinada, maior.
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Esses eventos são mais frequentes no final ou atuar com o inesperado. Além da presença
de semana (sábado e domingo) e no período da de algumas características relacionadas a esta
tarde4 . Essa prevalência pode estar associada população, marcada pela imaturidade na
ao fato de que nesses dias são mais propensos condução, excesso de velocidade, não utilização
a viagens, atividades de entretenimento e lazer, de equipamentos de segurança e sentimentos
bem como o consumo de álcool, contribuindo de onipotência, que podem ser potencializados
para acidentes e violências 17,19,24. com álcool e drogas. Uma pesquisa sobre
Avaliando a etiologia da mortalidade por acidentes de trânsito realizada no Quênia
513
causas externas, observou-se que houve revelou que 75% das vítimas eram do sexo
predomínio de mortes por agressões e lesões masculino29, com percentual semelhante ao
decorrentes de acidentes de trânsito, confirmando encontrado neste estudo.
achados de outros autores 4,8,25. Acidentes envolvendo motociclistas têm sido
A mortalidade por essas causas mostrou uma responsáveis por uma alta porcentagem de
tendência crescente com o aumento da idade, mortes por acidentes de trânsito4 . Este fato
com a prevalência de etiologias específicas em pode estar relacionado ao excesso de velocidade
cada faixa etária 26. Essa afirmação pode ser e negligência no uso de equipamentos de -2018;42(2):499-515
Saúde,
Mundo
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O

justificada pelo fato de que, à medida que as segurança, como o capacete28. Os motociclistas
pessoas envelhecem, elas são cada vez mais têm menos proteção física em relação aos
expostas aos riscos globais. motoristas, explicando a maior proporção de
No grupo de vítimas de 0 a 4 anos, as mortes acidentes fatais envolvendo motociclistas13.
por afogamento e asfixia foram as principais No Brasil, a cidade de Campina Grande
etiologias. Os resultados encontrados neste ocupa a 18ª posição no ranking das 200 cidades
estudo também são consistentes com achados
Adolescentes
Brasileiros
Crianças
naturais
Mortes
não
em
e

com maior número de mortes por acidentes de


anteriores27, que identificaram que o afogamento trânsito. A possível razão para este resultado é
afeta mais essa população, pois as crianças são o fato de que em Campina Grande há um
facilmente expostas a fatores que facilitam a número crescente de motocicletas, levando a
ocorrência desses eventos, como piscinas cidade a ter uma das maiores frotas de veículos
residenciais, banheiras e baldes. motorizados do Nordeste brasileiro.
Entretanto, em estudo anterior, Fraga e cols.25 Programas eficazes para prevenir e controlar
demonstraram que, para as populações de 5 a lesões requerem informações precisas sobre a
9 anos e de 10 a 14 anos, predominavam os extensão e a natureza das lesões comuns e
acidentes de trânsito e o afogamento. mortes relacionadas a lesões27. Estratégias
A faixa etária de 15 a 19 anos entre a para a prevenção de acidentes e violências30
população de 0 a 19 anos é a mais acometida devem ser estabelecidas, considerando o
, já
por ferimentos fatais por causas externas7 qual impacto causado às pessoas e à sociedade, e
o maior número de casos de morte por agressão também porque esses eventos são considerados
e acidentes de trânsito foi observado por evitáveis.
Lukaschek e cols.10 e Chong e cols.28. A mortalidade por causas evitáveis é vista
A alta incidência de óbitos por acidentes de como um indicador de potenciais fragilidades
trânsito em homens mais jovens pode estar nos cuidados de saúde e saúde pública, sendo
relacionada à inexperiência na condução de uma ferramenta adequada para indicação e
veículos, muitas vezes associada à ausência de alerta de problemas que não poderiam ter
carteira de habilitação, não podendo prever existido10.

CONCLUSÃO

A hipótese inicialmente adotada foi eventos é mais frequente nos finais de semana
confirmada, e as agressões e acidentes de e durante à tarde.
trânsito foram as razões mais comuns de mortes A maioria dos jovens que morrem por
por causas externas, afetando principalmente acidentes de trânsito foram vítimas de acidentes
homens de 15 a 19 anos. A ocorrência de tais de motocicleta.
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FINANCIAMENTO: do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - Bolsa de


Produtividade em Pesquisa (Processo 302850 / 2016-3).

AGRADECIMENTO: Os autores gostariam de agradecer o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e


Tecnológico (CNPq) - Bolsa de Produtividade em Pesquisa (PQ).

CONTRIBUIÇÕES DOS AUTORES: ALC concebeu e desenhou o estudo, coordenou e realizou análises estatísticas,
e redigiu o manuscrito. A CLC e o AFCC realizaram análises estatísticas e redigiram o manuscrito. Todos os autores
514
contribuíram para a redação do manuscrito e revisaram criticamente a versão final.

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Recebido em Agosto de 2017.


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