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Uma das medidas essenciais para garantir o uso seguro das

edificações tanto em situações usuais quanto em situações de


emergência é a utilização adequada das sinalizações de
emergência. Tais sinalizações têm seus requisitos especificados
na NBR 16820:2020 – Sistemas de sinalização de emergência.

Dentro dos sistemas de prevenção e combate a incêndio e


pânico, a sinalização de emergência é considerada uma medida
passiva. Ela é fundamental não apenas para prevenir a ocorrência
de situações de risco, mas também para garantir a segurança dos
usuários durante esses momentos.

Assim, para que esse sistema cumpra bem seu papel, é muito
importante conhecê-lo e saber aplicá-lo corretamente – e é
exatamente isso que o artigo de hoje traz!

Classificação das sinalizações


De acordo com a NBR 16820:2020, a sinalização de emergência
separa-se em dois grupos: sinalização básica e sinalização
complementar. 

A sinalização básica compreende as placas e os dispositivos


mínimos para uma edificação, sendo classificada em:

 De proibição
 De alerta 
 De orientação e salvamento
 De equipamentos 

A sinalização complementar engloba as sinalizações


secundárias, que são obrigatórias em situações específicas.

Nesta primeira parte, abordaremos apenas a sinalização básica.


Fique de olho na Parte 2 para aprender sobre a sinalização
complementar!
Níveis de instalação
Outro importante aspecto para as sinalizações de emergência é
conhecer os níveis de instalação. Esses níveis indicam a que
distância do piso acabado devem ser instaladas as placas e os
dispositivos, como ilustrado na figura a seguir.

Obedecer aos níveis de instalação definidos na NBR 16820:2020 é


importante por dois aspectos:

 Padronizar e organizar a instalação da sinalização na


edificação, facilitando que usuários a identifique;
 Padronizar o projeto da sinalização de emergência, facilitando
o entendimento e a execução.

Em planta baixa, o nível de instalação é representado pelo formato


do símbolo, podendo ser um círculo, um losango ou um retângulo,
conforme a figura a seguir. Esse símbolo não tem relação com o
formato da placa!

Sinalização de proibição
Conforme a NBR 16820:2020, essa sinalização tem como
função proibir ou coibir ações capazes de conduzir ao início do
incêndio ou ao seu agravamento e ameaça à vida humana.

Quanto a sua apresentação, deve ser na forma circular com borda


branca e cor do fundo (cor de contraste) branca ou
fotoluminescente, a faixa diametral e a faixa circular na cor
vermelha (cor de segurança) e o símbolo na cor preta.

A tabela a seguir é composta pelos símbolos da sinalização de


proibição e seus respectivos códigos, significados, forma e cor e
aplicação.
A referida sinalização básica de incêndio deve ser instalada
em local visível e em nível superior, exceto P-4, que deve ficar
em nível intermediário, próxima ao botão de chamada do elevador
e ao lado das respectivas portas.  Apenas os elevadores de
emergência podem ser utilizados, caso existam. Se não, o
deslocamento vertical deverá ser realizado através de escadas de
segurança.

Além disso, a sinalização de proibição deve estar próxima ao risco


isolado ou distribuída a cada 15 m, no máximo, em caso de risco
generalizado.
Sinalização de alerta
Esse tipo de sinalização básica objetiva alertar as pessoas sobre
áreas e materiais com potencial de risco de
incêndio ou explosão.

Sua forma é sempre triangular, possui cor de fundo da moldura


amarela ou reticulada, o símbolo e a moldura na cor preta e seu
fundo com material fotoluminescente.

A NBR 16820:2020 ilustra na tabela abaixo os símbolos para a


sinalização de alerta, seus significados, cores e níveis para
aplicação.
A norma informa também algumas diretrizes para a aplicação
desse tipo de sinalização em projetos. 

A sinalização de alerta apropriada ao risco considerado deve ser


instalada em local visível em nível superior ou em nível
intermediário, próxima ao risco isolado ou distribuídas entre si em,
no máximo, 15 m ao longo da área de risco generalizado.

Sinalização de orientação e
salvamento
Essa sinalização deve indicar mudanças de
direção ou sentido, saídas e escadas.

Ela tem como finalidade direcionar toda a população da edificação


para a saída de emergência mais próxima de modo que de
qualquer ponto se possa visualizar o ponto seguinte, distanciados
entre si, no máximo, 15 m e sempre em nível superior. 

A sinalização que antecede a sinalização final de saída deve


manter desta uma distância máxima de 7,5 m.

Caso seja necessário utilizar placas dupla face para indicar a rota
de saída, essas placas devem ser colocadas suspensas no
corredor com altura entre 2,10 m e 2,50 m.

Em escadas contínuas não interrompidas no pavimento de


descarga, além da identificação do pavimento de descarga em seu
interior, deve-se incluir uma sinalização de saída de emergência.

Esse pavimento representa aquele que se conecta ao logradouro


público ou área externa, ou seja, ligado a uma área de risco
mínimo para a população.

Em relação às portas de saída de emergência, a sinalização deve


ser localizada imediatamente acima das portas, no máximo a 10
cm da verga. Na impossibilidade da colocação nessa posição,
poderá ser aplicada em sua folha desde que a porta permaneça
fechada.

Se for uma porta corta-fogo, a sinalização é obrigatória e o texto


deve ter visualização mínima de 2 m de distância.

Abaixo tem-se a tabela, presente na NBR 16820:2020, que ilustra


os símbolos da sinalização de orientação e salvamento e suas
características (deslize para ver as outras).






Sinalização de equipamentos de
combate a incêndio e alarme
Assim como as demais sinalizações, a NBR 16820 expõe a função
dessa sinalização: indicar a localização e os tipos de
equipamentos de combate a incêndio e alarme disponíveis.

Como ela se apresenta? Em um formato quadrado ou retangular


com símbolo e margem fotoluminescente e cor de fundo vermelha.
A tabela abaixo ilustra essas sinalizações (deslize para ver as
outras).





Essa sinalização deve ser instalada em local visível e em nível


superior, imediatamente acima do equipamento sinalizado, com
exceção de E-2 e E-3, em nível intermediário, e E-17 nível solo.
Ademais, deve-se ficar atento a mais alguns detalhes:

 quando o equipamento estiver instalado em uma das faces de


um pilar, todas as faces visíveis do pilar devem ser
sinalizadas;
 quando existirem situações em que a visualização frontal da
sinalização não seja possível, deve-se utilizar sinalização
perpendicular ou angular;

 as sinalizações de acionamento de comando manual para


alarme e bomba de incêndio não podem ser substituídas pela
sinalização de conjunto de equipamentos;
 a sinalização deve ser disposta perpendicularmente às
paredes dos corredores que integram as rotas de fuga, para
serem visualizadas frontalmente.
Aspectos gerais
Por fim, vejamos algumas características que abrangem todos os
tipos de sinalização citados nesse artigo.

Dimensões da sinalização
Segundo a NBR 16820:2020, a área de uma placa de sinalização
deve ser superior ao quadrado da distância do observador à placa,
dividido por 2 mil, como ilustra a equação a seguir.

Onde: 

A – Área da placa de sinalização (m²);

L – Distância do observador à placa (m).

Dessa forma, a norma fornece uma tabela para auxiliar os


projetistas na definição das dimensões das placas de sinalização,
conforme a distância do observador às placas projetadas.
Outro fator que também depende da distância do observador à
placa é a altura das letras em uma placa de sinalização.

Essa altura pode ser calculada de acordo com a fórmula a seguir,


ou também pode-se utilizar como referência a tabela fornecida pela
norma.

Onde: 

h – Altura da letra.


Vale lembrar que todas as letras utilizadas em placas de
sinalização devem ser sempre aplicadas em CAIXA ALTA e nas
fontes Helvetica Bold ou Univers 65.

A sinalização de emergência é um importante sistema para o uso


seguro de qualquer edificação, evitando e mitigando o impacto
das situações de emergência sobre os usuários e bens presentes.
Assim, é fundamental que todos os engenheiros da área de PSCIP
estejam familiarizados com esse tema!
A sinalização de emergência faz parte das medidas passivas de
prevenção e combate a incêndio e tem seus requisitos
especificados na NBR 16820:2020 – Sistemas de sinalização de
emergência. 

Seu uso é fundamental para prevenir situações de incêndio, prover


fácil indicação dos equipamentos de combate ao fogo e direcionar
toda população do edifício para as saídas de emergência.

A sinalização de emergência pode ser dividida em dois tipos:


básica e complementar. A sinalização complementar dá suporte
à sinalização básica e é composta por:

 Mensagens complementares
 Faixas de cor
 Indicação de agente extintor
 Rota continuada e
 Plano de fuga.

Assim, neste artigo explicaremos sobre cada tipo de sinalização


complementar, incluindo requisitos de projetos e situações de
aplicação.

Níveis de instalação
Antes de conhecermos os tipos de sinalização complementar, é
necessário entender os níveis de instalação. Esses níveis indicam
a que distância do piso acabado devem ser instaladas algumas
sinalizações. Observe a seguir.
Em planta baixa, o nível de instalação é representado pelo formato
do símbolo. Esse símbolo não tem relação com o formato da
placa!
Tipos de sinalização
Mensagens complementares
De acordo com a NBR 16820:2020, são mensagens escritas em
sinalizações com o objetivo de orientar em situações de risco
específico ou para o uso de determinados equipamentos. Tais
mensagens devem estar escritas em Português-BR,
obrigatoriamente. 

Em determinadas situações, como em aeroportos, estádios e


eventos, pode ser necessário usar um segundo idioma para
atender aos usuários da edificação. Nesses casos, o outro idioma é
adicionado ao PT-BR.

Alguns exemplos de mensagens complementares são


apresentados pela norma técnica, como a indicação dos sistemas
de combate a incêndio presentes na edificação e a lotação
máxima – bastante comum em locais de reunião de público
(cinemas, teatros etc). Essas mensagens são instaladas em nível
intermediário.
Indicação de obstáculos
É utilizado esse tipo de sinalização para alertar ao usuário sobre
os riscos e obstáculos presentes nas rotas de fuga, como
pilares, arestas de paredes e vigas.

Os obstáculos presentes ao longo das rotas de saída devem ser


sinalizados por meio de uma faixa contínua de largura mínima de
100 mm, constituída de listras inclinadas a 45º e com largura
mínima de 50% da largura da faixa.

Em ambientes externos ou internos, iluminados naturalmente,


utilizam-se faixas amarelas e pretas. Já em ambientes com
iluminação artificial, utilizam-se faixas vermelhas
e fotoluminescentes, conforme as figuras abaixo.
As situações nas quais devemos utilizar a sinalização para
indicação de obstáculos são:

 desnível de piso;
 rebaixo de teto;
 outras saliências resultantes de elementos construtivos ou
equipamentos que reduzam a largura das rotas ou impeçam
seu uso;
 sempre que não for viável a sinalização nos próprios
obstáculos, deve ser aplicada a sinalização diretamente no
piso acabado, identificando o contorno do obstáculo.

A sinalização de indicação de obstáculos deve ser instalada


horizontalmente por toda a extensão do obstáculo e, em obstáculos
verticais, a uma altura de 0,50 m do piso acabado com um
comprimento mínimo de 1 m.

Essa sinalização deve ser instalada em todas as faces expostas,


com largura mínima de 0,10 m em cada face.

Devem-se sinalizar também elementos


translúcidos ou transparentes (vidro, acrílico etc) usados para o
fechamento de vãos (portas, painéis e divisórias) que fazem parte
da rota de saída.

Para essa indicação utiliza-se uma tarja em cor contrastante com o


ambiente, com largura mínima de 50 mm, aplicada horizontalmente
em toda extensão do elemento, entre a altura de 1,00 m e 1,40 m
do piso acabado.

Sinalização de agente extintor


Essa sinalização indica o tipo de agente extintor e suas aplicações.
Ela deve possuir leiaute representado conforme tabela a seguir e
com medida mínima de 20 x 8 cm.
Deve-se atentar também às letras de indicação do agente extintor
(no cabeçalho) que devem ter altura mínima de 6 mm e as demais
letras, de 2,5 mm. Quanto ao número do equipamento, é opcional.

Conforme menciona a tabela acima, a sinalização de agente


extintor pode ser instalada em nível intermediário e
localizada imediatamente acima do equipamento extintor,
observando os seguintes detalhes:

 deve ser aplicada em complemento a sinalização de extintor


de incêndio nos locais onde há riscos ao usuário em caso
de uso incorreto, por exemplo, extintores de água próximos
a equipamentos energizados;
 indicação por meio de símbolos e textos das classes de fogo
para o qual o extintor é recomendado ou não recomendado;
 tipo do agente extintor, conforme o equipamento extintor
sinalizado.

Rota continuada
Segundo a NBR 16820:2020, a sinalização de rota continuada tem
o objetivo de indicar de maneira exata o caminho seguro para
evacuação em rotas de fuga durante situações de emergência.
Essa sinalização é instalada próxima ou junto ao piso em
corredores, passagens, escadas etc, indicando o caminho e
possíveis ações a serem tomadas.
Conforme as recomendações da norma, a sinalização das rotas
continuadas é obrigatória para “edificações com população
circulante superior a 100 pessoas por pavimento ou em edificações
com população total superior a 1.000 pessoas”. A sinalização deve
ser fotoluminescente e permitir a visualização dos limites
laterais em qualquer situação de emergência.

A simbologia é idêntica à sinalização de orientação das rotas de


fuga, mas com placas com altura de 25 cm com borda superior a,
no máximo, 50 cm do piso acabado e espaçadas em até 3 m. Caso
existam equipamentos de combate a incêndio na rota, a linha de
rota continuada deve conter também a simbologia indicativa do
equipamento.

Em relação à instalação da simbologia de rotas continuadas, a


NBR 16820:2020 define dois casos, de acordo com a largura do
corredor. Se esta largura for de até 2 m, apenas uma linha é
necessária, no piso ou na parede. 

Caso a largura seja superior a 2 m, são necessárias duas linhas,


devendo ser ambas na parede ou ambas no piso. Se a instalação
for realizada nos pisos, a simbologia pode ser substituída pelas
setas indicativas de fluxo (brancas em fundo verde).
No caso da instalação em escadas, é obrigatório instalar a
sinalização em uma das paredes e indicar o limite do degrau com
tarja fotoluminescente de 30 x 70 mm em ambas as extremidades,
nos dois sentidos de caminhamento. No primeiro e no último
degrau, a indicação de limite do degrau deve ocupar toda a largura.

É importante atentar à instalação da sinalização de rota continuada


em portas! Se a porta obstruir a passagem dos usuários, a linha de
sinalização deve contorná-la. Se a porta fizer parte da rota, a
sinalização deve continuar até seu batente.
Outros obstáculos também podem obstruir a visualização da linha:
não tem problema! Nesses casos, a linha pode ser interrompida por
até 2 m, desde que o início e o fim da interrupção esteja
demarcado com seta indicativa de fluxo.

Plano de fuga
O plano de fuga deve ser instalado em locais estratégicos com
objetivo de orientar, informar e instruir o usuário da
edificação para os procedimentos adotados em situações de
emergência. 

É considerado uma sinalização complementar a de orientação e


salvamento, devendo conter apenas as informações principais que
auxiliarão na ação da fuga.

Deve ser fixado permanentemente em locais proeminentes da


edificação e/ou em pontos estratégicos da rota de fuga: 

 Em cada pavimento, nos acessos a este;


 Próximo a escadas e elevadores;
 Em cada apartamento, em edifícios com unidades individuais;
 Em áreas, salas que recebem público diversificado;
 Em junções, interseções presentes nas rotas de fuga.

O que deve compor o plano de fuga?

 Instruções sobre ações a serem tomadas durante uma


emergência e manuais de emergência;
 Planta da área em que está localizado o plano;
 Identificação de todas as rotas de fuga;
 Caminho, em destaque, que os ocupantes devem percorrer
durante a fuga;
 Localização de todos os equipamentos de combate a incêndio
e alarmes;
 Localização de todos os equipamentos de emergência de
auxílio à abandono;
 Localização de áreas de refúgio e pontos de descanso ou
encontro durante o abandono;
 Posição atual do usuário;
 Informações simplificadas sobre o entorno do edifício (ruas,
outras edificações etc);
 Qualquer instalação destinada especificamente a deficientes;
 Informações gerais: nome do prédio, do responsável,
identificação da área ou pavimento etc.
 Legenda para cada uma das figuras e cores usadas.
Quais devem ser as dimensões do plano de fuga?

Pode ser reduzido para 210×297 mm (tamanho A4) e os textos


devem ser legíveis à distância para qual o plano de fuga está
destinado a ser lido, sendo que a altura mínima das letras deve
ser de 2 mm.
A altura mínima dos caracteres do título deve ser de no mínimo 7%
da menor dimensão do plano inteiro e a altura mínima dos sinais
representados deve ser de 5 mm.

Além disso, deve-se atentar às espessuras das linhas usadas para


a representação do plano de fuga! O traço das paredes externas
deve ter 1,6 mm e das paredes internas deve ter 0,6 mm. A
representação de escadas e rampas deve possuir espessura de
0,15 mm.

Além das sinalizações básicas, é muito importante também


conhecer as sinalizações complementares para garantir a
segurança dos usuários! Juntas, colaboram para a formação de um
plano seguro e adequado às características da edificação.

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