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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ESCOLA DE BELAS ARTES


CURSO DE CONSERVAÇÃO-RESTAURAÇÃO DE BENS CULTURAIS
MÓVEIS
Disciplina Técnicas e materiais de bens culturais

Claudia Ferreira Lima Costa


Daniel
Ellen Fernandes
Laurelisa
Mariana Inácio
Maura
Maya Kotsubo Bagnariol
Thaís Anyelle

RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA


Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG

BELO HORIZONTE – MG
2019

1
Claudia Ferreira Lima Costa
Daniel
Ellen Fernandes
Laurelisa
Mariana Inácio
Maura
Maya Kotsubo Bagnariol
Thaís Anyelle

RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA


Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG

Relatório de visita técnica, apresentado à


disciplina Técnicas Materiais de Bens
Culturais do curso de Conservação-
Restauração de Bens Culturais Móveis da
UFMG como atividade avaliativa obrigatória
da disciplina ministrada pelos professores
Alice Gontijo, Bethania, Luiz Antonio Cruz
Souza no 2º semestre de 2019.

BELO HORIZONTE – MG
2019

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SUMÁRIO

1–
02
Introdução...................................................................................................
2 – Descrição da
03
visita......................................................................................
3 – Presépio do
07
Pipiripau..................................................................................
4–
09
Referências.................................................................................................

1
1 - Introdução

O Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG


(MHNJB/UFMG) ocupa uma área de 600.000 m2 e está localizado à Rua Gustavo da
Silveira, 1035 - Santa Inês - Belo Horizonte – MG. Ao longo da sua história, passou
de fazenda a Horto Florestal (1912) e Instituto de Experimentação e Pesquisa
Agropecuárias (1947), sendo convertida em Instituto Agronômico em 1953. No final
da década de 60, as pesquisas do Instituto Agronômico foram interrompidas e sua
área dividida e doada a entidades sem ligação com a agricultura. Parte desse
terreno foi transferida para a UFMG, onde, posteriormente, instalou seu Museu de
História Natural em 1968 e em 1973, criou um Jardim Botânico.
O reconhecimento e o registro da instituição como Jardim Botânico, foi
concedido ao MHNJB pelo Ministério do Meio Ambiente em março de 2010, após a
elaboração e implantação do seu Plano de Ação, de acordo com as exigências da
legislação vigente.
Atualmente, o museu abarca oito áreas: Paleontologia, Zoologia,
Botânica, Arqueologia, Etnografia, Cartografia histórica, Geologia, Arte Popular.

Organograma do MHNJB

Fonte: https://www.ufmg.br/mhnjb/

A visita ao Museu de História Natural da UFMG foi guiada pelo professor

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Luiz Antônio Cruz Souza, juntamente com o museólogo André Leandro Silva,
responsável pelo Centro de Museologia e Conservação, que apresentou a
diversidade de materiais constituintes do acervo e de espaços do museu. De acordo
com o André eles não possuem um conservador responsável pelo acervo e que ele
que faz esse trabalho, que ele não mexe diretamente nos acervos e que somente
monitora para ver se há algum foco de infestação ou algo do tipo.

2 - Descrição
A primeira parte da visita concentrou-se no acervo do MHNJB em reserva
técnica. Como exemplos da diversidade de materiais que compõem o acervo, o
museólogo André iniciou a apresentação com a exposição de alguns itens de
variadas origens.
De modo geral, estes materiais podem ser categorizados em: orgânicos,
como objetos em palha, madeira e taxidermizados; e inorgânicos, como materiais
líticos, fósseis e cerâmicas (imagem 1).

Imagem 1 - Exemplares dos tipos de acervo da reserva técnica do museu

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Fotografia: acervo pessoal

Assim, a diversidade de materiais, supõe que as formas de conservação


destes objetos serão necessariamente diferentes. Para cada objeto é necessário um
procedimento de preservação que se adeque às características intrínsecas da obra
bem como à sua historicidade e importância patrimonial.
A reserva técnica é composta de 5 salas. A primeira, logo na entrada do bloco
abriga o acervo de paleontologia, com móveis em aço galvanizado (gaveteiros de
tamanho diversos estantes) e caixas CN50 que podem ser empilhadas (imagem2). A
segunda sala é utilizada como suporte de transição das exposições, sem guarda de
material permanente, exceto as cerâmicas. Esta sala é monitorada com dados do
termo higrômetro (imagem 3). O terceiro espaço comporta materiais de zoologia,
arte popular, etnografia e arqueologia (imagem 4). A quarta sala objetos
arqueológicos e é climatizada com ar condicionado portátil ligado 24 horas (imagem
5). A quinta e última sala dispõe de mais uma demanda zoológica que contém
insetos, mamíferos, peles e aves. Este espaço possui dois desumidificadores,
mantendo o ambiente mais seco e quente. É a única área que dispõe de mobiliários
díspares: alguns em aço e outros em madeira onde se encontram as coleções de
insetos (imagem 6).
Imagem 3 - Sala 2: Transição

Imagem 2 - Sala 1: Paleontologia

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Fotografia: acervo pessoal

Imagem 4 - Sala 3: Material em meio


Imagem 5 - Sala 4: Arqueologia
líquido, arte popular, etnografia

Fotografia: acervo pessoal

Imagem 6 - Sala 5: Zoologia

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Fotografia: acervo pessoal
Ainda que o MHNJB, tenha vários espaços de exposição, o grupo visitou
somente o Presépio dos Pipiripau, que será descrito posteriormente e o orquidário.
Este último ambiente, apresenta uma coleção de orquídeas em estufa que
constituem um conjunto de conservação ex-situ, não oriundas do bioma nativo,
porém representativas de quão diverso pode ser o espaço museal do MHNJB
(imagem 7).

Imagem 7 – Orquidário

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Fotografia: Acervo pessoal

Os acervos desafiam o trabalho do museólogo/conservador e exigem que se


pense na sua exposição, tratamento e/ou guarda de acordo com sua materialidade,
respeitando a especificidade histórica e área de conhecimento específica de cada
objeto, considerando também que o museu atende várias áreas do conhecimento
em estreita comunicação com as pesquisas desenvolvidas na UFMG. Como
exemplo, pode-se citar a coleta e guarda de materiais ósseos em que parte do que é
coletado não será lavado porque os sedimentos aderidos ao objeto arqueológico
podem apresentar informações sobre o sítio do qual provêm.
De acordo com Souza,
O reconhecimento dos materiais que compõem as coleções, bem
como de suas peculiaridades de envelhecimento e vulnerabilidade
aos agentes de degradação, é fundamental aos profissionais que
trabalham em museus, arquivos e casas históricas: acervos
orgânicos e inorgânicos são sensíveis em graus distintos aos fatores
externos e às predisposições internas de degradação. Ao
compreender estas características, o profissional tem condição de
definir prioridades e elaborar projetos que considerem os riscos −
existentes ou potenciais − a partir da especificidade das coleções.1

O diálogo entre museologia e conservação é fundamental para tratar dos


desafios que os acervos trazem para as instituições e museus que geralmente
guardam tipologias distintas em seus componentes.

1
SOUZA, Luiz Antônio Cruz; ROSADO, Alessandra; FRONER, Yacy-Ara. Tópicos em conservação
preventiva -1. Belo Horizonte: LACICOR - EBA - UFMG, 2008. p. 3.

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3 – Presépio do Pipiripau

O Presépio do Pipiripau (imagem 8) foi tombado pelo Instituto do Patrimônio


Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) através do processo 1115-T-1984 no Livro do
Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Inscr. nº 88, de 19/07/1984.
Imagem 8 – Presépio do Pipiripau

Fonte: http://www.ipatrimonio.org/wp-content/uploads/2017/04/Pres%C3%A9pio-de-Pipiripau-
Imagem-UFMG.jpg

A obra foi criada pelo artesão Raimundo Machado Azevedo (1894 - 1988) em
1906, tendo sido doado à UFMG em 1976. A obra passou a fazer parte
definitivamente do acervo da Universidade em 1983, e continuou sob os cuidados do
criador até à sua morte, em 1988. É composto por cenas móveis que narram do
nascimento, vida, morte e ressurreição de Cristo, com 580 figuras móveis, em 45
cenas.
O presépio foi fechado em abril de 2012, passando por um processo de
conservação / restauração e sendo reaberto ao público em fevereiro de 2017.
Atualmente o Pipiripau é acionado e monitorado pelo senhor Carlos, que aprendeu o
ofício como discípulo de seu Raimundo.
No presépio observa-se a mistura de materiais como plástico, papel,
borracha, metais, pintura, materiais orgânicos, barro, massa de papel e gesso
colocados em movimento através de engrenagens e de sistemas de cordas (imagem

8
9). O Pipiripau apresenta desafios de conservação típicos da chamada arte
contemporânea, especialmente pela mistura de materiais e pela composição que
agrega ao cenário o teatro do movimento, compondo o conjunto que encanta seus
visitantes há gerações.

Imagem 9 – Engrenagens do Presépio do Pipiipau.

Fonte: https://www.ufmg.br/mhnjb/?s=pipiripau

4 – REFERÊNCIAS

 SOUZA, Luiz Antônio Cruz; ROSADO, Alessandra; FRONER, Yacy-Ara.


Tópicos em conservação preventiva -1. Belo Horizonte: LACICOR - EBA -
UFMG, 2008.

 https://www.ufmg.br/mhnjb/. Acesso em 20/10/219.


 http://www.ipatrimonio.org/?p=19695#!/map=38329. Acesso em 20/10/219.

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