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Leitura, interpretação e produção textual

Hilda Monetto Flores da Silva


Apresentação da disciplina
INTRODUÇÃO

TÊM SIDO CONSTANTES COMENTÁRIOS COMO: AS TECNOLOGIAS INVADIRAM NOSSA


EXPERIÊNCIA COTIDIANA. ACREDITA-SE QUE MUITOS JOVENS SE AFASTARAM DA
LEITURA EM RAZÃO DE UM SUPOSTO EXCESSO DE TECNOLOGIAS. ESSE AFASTAMENTO,
POR CONSEGUINTE, TERIA PROVOCADO UM EMPOBRECIMENTO DA LINGUAGEM.

SERÁ QUE ISSO É VERDADE? OU ESTAMOS DIANTE DE ALGUÉM QUE NÃO CONSTRUIU O
GOSTO PELA LEITURA? É NATURAL, NÃO TERMOS TEMPO. NINGUÉM TEM TEMPO, MAS
TODOS QUEREM SABER TUDO E O GOOGLE SE ENCARREGA DE DAR RESPOSTAS, MAS
ISTO SERÁ SUFICIENTE PARA SE ADQUIRIR A CAPACIDADE DE UMA BOA LEITURA E DE
UMA ESCRITA DESEJÁVEL?
A LEITURA EM PRÁTICA
Na verdade, para progredir na vida, há apenas uma regra de ouro:
dedicar-se regularmente ao exercício da leitura, ao menos várias
vezes por semana, todos os dias, se possível (FOLSCHEID, 2006, p. 17).
Vamos assistir aos vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=iRDoRN8wJ_w

https://youtu.be/XHBIAntmnhs

Ler devia ser proibido: O que você pensou?


O vídeo é para se refletir sobre como queremos estar no mundo, não é?


Muitos pensadores têm refletido sobre a importância da leitura


“A leitura traz ao homem plenitude, o discurso, segurança e a escrita, exatidão”. Francis Bacon

s
“Meus filhos terão computadores, sim,
“...que a importância de uma coisa [leitura] não se mede com fita métrica nem com balanças
mas antes terão livros. Sem livros, sem
leitura, os nossos filhos serão
nem barômetros etc. incapazes de escrever - inclusive a sua
Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza
própria história”. Bill Gates

em nós”. Manoel de Barros


A LEITURA NOS CONDUZ A UM MUNDO NOVO, DESCONHECIDO E QUE NOS FAZ REFLETIR.
LOGO, É PRECISO DESCOBRIR O PRAZER DA LEITURA, PORQUE SABER LER BEM PODE NOS
AUXILIAR A DESCOBRIR CAMINHOS INCRÍVEIS, AJUDA-NOS A COMPREENDER A VIDA E
INTERAGIR SOCIALMENTE
“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos
filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história”. Bill Gates
Para nos tornarmos bons leitores, precisamos:

• Reconhecer: entender o significado dos símbolos utilizados no texto;


• Organizar: entrosar o significado das palavras;
• Elaborar: estabelecer significados adicionais em torno do significado imediato;
• Valorar: comparar dados da leitura com conceitos, sentimentos, para aceitá-los ou
não.
Ementa da disciplina: Os sistemas de linguagem. A polissemia da noção
de leitura. O sentido social da linguagem. O texto e seus formatos.
Leitura e análise do texto literário. A constituição da autoria e o leitor
ideal. Escrita e contextualização. Gramática de usos.
Objetivo geral:
Compreender os diversos sistemas de linguagem, desenvolver a capacidade de
leitura, conhecer instrumentos diversos para efetuar a leitura de textos não-
verbais e verbais (inclusive literários).
Objetivos específicos:

• identificar os sistemas de linguagem e analisar textos produzidos com códigos


diversos;
• distinguir os objetivos do texto e seu comprometimento ideológico;
• analisar o texto literário e o não literário;
• avaliar a participação do leitor na construção do texto, tendo em vista a noção de
autoria.
‘EU, O LIVRO’, POR FREI BETTO
Post published:29 de outubro de 2020Post category:Notícias
Uma homenagem a 29/10, Dia do Livro

POR FREI BETTO


Sou muito especial. Minha tecnologia é insuperável. Funciono sem fios, bateria, pilhas ou circuitos eletrônicos. Sou útil até
mesmo onde não há energia elétrica. E posso ser usado mesmo por uma criança: basta abrir-me.

Nunca falho, não necessito de manual de instruções, nem de técnicos que me consertem. Dispenso oficinas e
ferramentas. Sou isento a vírus, embora figure no cardápio das traças. Se algo em mim o leitor não entende, há um similar
que explica todos os meus vocábulos.

Através de mim as pessoas viajam sem sair do lugar. Não é fantástico? Basta abrir-me e posso levá-las a Roma dos
Césares ou à Índia dos brâmanes, aos estúdios de Hollywood ou ao Egito dos faraós, ao modo como as baleias cuidam
de seus filhos e aos paradoxos dos buracos negros.

Sou feito de papiro, pergaminho, papel, plástico e, hoje, existo até como matéria virtual. Domino todos os ramos do conhecimento
humano. E, ao contrário dos seres humanos, jamais esqueço. Se me consultam, elucido dúvidas, respondo indagações, estimulo a
reflexão, desperto emoções e idéias.

Posso ensinar qualquer idioma: tupi, grego, chinês ou russo. Até línguas mortas, como o latim. Introduzo as pessoas na meditação
zen-budista e nos segredos da culinária mineira, nas partículas subatômicas e na história do automóvel, nas maravilhas dos jardins
suspensos da Babilônia e nos hábitos dos escorpiões.

Para utilizar-me, a pessoa escolhe o lugar mais confortável: cama, sofá da sala, tamborete da cozinha, degrau da escada ou
banco do ônibus. Trago a ela os poemas de Fernando Pessoa e os salmos da Bíblia; as noções de como operar um monitor de TV e
a biografia de John Lennon; as viagens de Marco Pólo e os cálculos da propulsão das naves espaciais.

Trabalho em silêncio, e nunca incomodo ninguém, pois jamais insisto. É o meu leitor que se cansa e, neste caso, pode fechar-me e
continuar a leitura horas ou dias depois. Não fujo, não saio do lugar, não abandono quem cuida de mim. Fico ali à espera, em cima
de uma mesa ou enfiado numa prateleira, sem alterar o meu humor. Exceto quando sou alvo da cobiça de pessoas sem escrúpulos,
que me roubam de meus legítimos donos.

Revelo a quem me procura o que for de seu interesse: como cuidar do jardim ou detalhes da Guerra do
Paraguai; a incrível paixão entre Romeu e Julieta ou a atribulada vida amorosa de Elvis Presley; os segredos
de fabricação de um bom vinho ou as mil e uma interpretações de As Mil e Uma Noites.

Pode-se estar comigo e, ao mesmo tempo, ouvir música ou viajar de trem, navio ou avião, sem necessidade
de pagar a minha passagem. Sou transportável, manipulável e até descartável. Mas costumo enganar a
quem confia nas aparências: nem sempre o meu rosto revela o conteúdo.

Sem mim, a humanidade teria perdido a memória. E, possivelmente, não ficaria sabendo que Deus se revelou
a ela. Sou portador de epifanias e sonhos, tragédias e esperanças, dores e utopias. E sou também uma obra
de arte, dependendo de como os meus autores tecem e bordam as letras que preenchem as minhas páginas.

Livre e lido, sou livro.

Frei Betto é escritor, autor de “A Obra do Artista – uma visão holística do Universo” (José Olympio), entre
outros livros. Livraria virtual: freibetto.org
Até nossa próxima aula

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