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Como se já não bastassem todos os problemas que a crise hídrica em

Belo Horizonte e região metropolitana vêm sofrendo, como o racionamento em


alguns bairros e o cenário de seca extrema em seus principais sistemas de
abastecimento de água, mais um agravante vem preocupando as autoridades.

Doença já considerada comum nesta época de verão, a dengue vem se


aproveitando da insuficiência de água para se proliferar ainda mais nas
residências, principais focos para o seu desenvolvimento.

De acordo com Miriam Souza, da Secretaria de Políticas e Ações da


Saúde, a seca prolongada e a crise hídrica se apresentaram como um risco
maior da proliferação do Aedes aegypti, pelo fato de as pessoas estarem
armazenando água para seu consumo de forma inadequada.

“O problema não é guardar a água, mas sim a falta de uma proteção


desse armazenamento. Essa proteção deve ser respeitada, porque mesmo na
água que venha das chuvas, bicas ou outros locais, vai aumentar
consideravelmente a proliferação das larvas do mosquito", relata Miriam.

A secretária aconselha sobre como proceder para evitar mais focos da


doença. " O acondicionamento correto dos recipientes é fundamental para que
a larva não se desenvolva", diz.

Com isso, aumentou-se a preocupação com a dengue, uma vez que a


incidência aumentou em meses anteriores a março e abril, em que costumam
se concentrar os principais registros. Já foram confirmados 1214 casos em
Minas Gerais.

Em Igarapé, encontramos duas situações antagônicas. Na visita do


Centro de Zoonoses a casa de Osório Estrada, de 66 anos, foram encontradas
larvas em uma caixa d'água que se encontrava em seu quintal.

"Não sabia que em um recipiente desse tamanho poderia dar essas


larvas tão pequenininhas. Estou guardando essa água para poder irrigar minha
plantação de alface, já que não podemos ligar is irrigadores pela falta de água.
Agora prometo tomar cuidado" , disse o lavrador.
Já na casa da família de Déborah Barbosa, de 53 anos, todos os
cuidados foram devidamente tomados para que não haja o desenvolvimento da
dengue. " Aqui a gente deixa tudo muito bem tampado, porque sabemos que
nessa época, ainda mais agora com toda essa crise hídrica, o que está
obrigando a gente a ter um hábito que não tinha antes, que é guardar essa
água para não desperdiçar", relata a empresária.

Déborah dá dicas para evitar que a doença se alastre. "São medidas


simples que previnem que a dengue se espalhe. A gente sempre vê as
propagandas como fazer. Tampar recipientes, não deixar acumular água assim
sem proteção. Não tem desculpa", afirma. Com medidas como as que Déborah
indicou, o Centro de Zoonoses de Igarapé espera reduzir os casos de dengue
na cidade, que estão altos em relação ao mesmo período do ano passado.

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