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ÁGUA DE VIDRO

APLICAÇÃO NA HORTICULTURA
PARA REDUÇÃO DOS
EFEITOS DE
ESTRESSES AMBIENTAIS
Bruna Lopes Caon
Ana Cláudia Moreira Guerra
Mariana Rodrigues Almeida
D.Sc. Ana Paula Cândido Gabriel Berilli
D.Sc. Luiz Flávio Vianna Silveira
D.Sc. Sávio da Silva Berilli
D.Sc. Victor Dias Pirovani

ÁGUA DE VIDRO

APLICAÇÃO NA HORTICULTURA
PARA REDUÇÃO DOS
EFEITOS DE
ESTRESSES AMBIENTAIS

Vitória, ES 2023
Editora do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Espírito Santo
R. Barão de Mauá, nº 30 – Jucutuquara
29040-689 – Vitória – ES
www.edifes.ifes.edu.br | editora@ifes.edu.br

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Conselho Editorial
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Zamborlini Saiter * Gabriel Domingos Carvalho * Jamille Locatelli * Marcio de Souza Bolzan * Mariella
Berger Andrade * Ricardo Ramos Costa * Rosana Vilarim da Silva * Rossanna dos Santos Santana
Rubim * Viviane Bessa Lopes Alvarenga.

Revisão de texto: Maurício Novaes Souza, Otacílio José Passos Rangel


Capa: Bruna Lopes Caon

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)


(Biblioteca do Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Venda Nova do Imigrante)

A282 Caon, Bruna Lopes

Água de vidro [recurso eletrônico] : aplicação na horticultura para redução dos efeitos
de estresses ambientais / Bruna Lopes Caon ... [et al.]. – Vitória, ES : Edifes
Acadêmico, 2023.

18 p. : il.

Vários autores.
ISBN: 978-85-8263-670-1 (e-book).

1. Ecologia agrícola - Manuais, guias, etc. 2. Horticultura. 3. Plantas - Doenças e


pragas - Controle. I. Caon, Bruna Lopes. II. Instituto Federal do Espírito Santo. III.
Título.
CDD: 631.8

Bibliotecária: Eliana Bedim Teodoro Moulin Zampirolli CRB6-ES no 799


DOI:10.36524/978-85-8263-670-1

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Brasil.
ÁGUA DE VIDRO
APLICAÇÃO NA HORTICULTURA
PARA REDUÇÃO DOS
EFEITOS DE
ESTRESSES AMBIENTAIS

Autores
Bruna Lopes Caon, mestranda do Programa de Pós-
Graduação em Agroecologia do Instituto Federal do Espírito
Santo - Campus de Alegre, ES. E-mail:
brunaroots47@gmail.com; Ana Cláudia Moreira Guerra,
mestranda do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia
do Instituto Federal do Espírito Santo - Campus de Alegre, ES.
E-mail: anacmg.bio@gmail.com; Mariana Rodrigues Almeida,
mestranda em Agroecologia pelo Programa de Pós-Graduação
em Agroecologia do Instituto Federal do Espirito Santo -
Campus de Alegre, ES. E-mail: mamarianarod@gmail.com;
D.Sc. Ana Paula Cândido Gabriel Berilli, professora doutora do
Programa de Pós-Graduação em Agroecologia do Instituto
Federal do Espírito Santo – Campus de Alegre, ES. E-mail:
ana.berilli@ifes.edu.br; D.Sc. Luiz Flávio Vianna Silveira,
professor doutor do Instituto Federal do Espírito Santo –
Campus de Alegre, ES. E-mail: luiz.silveira@ifes.edu.br; D.Sc.
Sávio da Silva Berilli, professor doutor do Programa de Pós-
Graduação em Agroecologia do Instituto Federal do Espírito
Santo – Campus de Alegre, ES. E-mail:
savio.berilli@ifes.edu.br; D.Sc. Victor Dias Pirovani, professor
doutor do Instituto Federal do Espírito Santo – Campus de
Alegre, ES. E-mail: victor.irovani@ifes.edu.br

Vitória, ES 2023
ÁGUA DE VIDRO

Olá agricultor (a)!

Esta cartilha tem o objetivo de orientar você,


envolvido (a) com a agricultura e produção
de alimentos, que busca possibilidades para
o controle de doenças e conservação das
plantas de sua horta.
Para isso, vamos explicar aqui sobre o
preparo e a utilização da Água de Vidro.

01
Sobre a água de vidro:

Água de vidro é o nome


popular dado ao produto à
base de silicatos solúveis,
compostos de silício. Estes
compostos são abundantes
no planeta e estão
presentes em cristais,
rochas e chifres de animais.

O silício é um dos
elementos mais
abundantes na crosta
terrestre mas apesar disso,
não é considerado
essencial para o
desenvolvimento das
plantas, sendo considerado
elemento benéfico.

02
A relação da Água de Vidro
com a transpiração das
plantas

Nas plantas, a maior concentração do


silício se encontra no caule e nas
folhas.
Assim, o acúmulo deste elemento nas
folhas pode diminuir a transpiração da
planta, seja em ambientes de calor
extremo; ou mesmo contra geadas,
formando uma camada protetora,
podendo diminuir o ponto de
congelamento.

03
Como a Água de Vidro atua na
planta?

Ela tem ação preventiva, com


funções de proteção para a
planta, principalmente contra o
desenvolvimento de doenças.

Atua enrijecendo, endurecendo


principalmente a superfície das
folhas e aumentando a camada
externa, formando uma barreira
protetora para a planta, o que
auxilia a mesma contra o ataque
de fungos, bactérias e insetos,
pois dificulta a entrada desses
patógenos.

A Água de Vidro também pode


promover o aumento da
capacidade de resistência das
plantas, principalmente contra
as mudanças de temperatura.

04
Utilização e preparo:

Esses compostos são


utilizados na agricultura,
especialmente em aplicações
via foliar, tendo como
finalidade nutrir, controlar e
prevenir os efeitos de estresse
nas plantas.

A melhor forma de prepará-la


é utilizando cinzas e, dentre
estas, a melhor é a de casca
de arroz, pois a palha da
casca de arroz possui mais de
90% de compostos de silício.

Outro material interessante é a


cinza de bambu, com a
utilização do colmo já seco
para ser queimado.

05
Utilize materiais da sua região!

Se você tem acesso apenas à cinza de


fogão a lenha, também pode ser utilizada,
mas é importante saber a origem da
madeira, pois a queima de madeira tratada
não é indicada para a utilização, por conta
dos resíduos químicos ali presentes.

Use cinzas!
Serve casca de
arroz, bambu ou do
fogão a lenha.

06
Vamos para a
receita!

Você vai precisar de:

Cinza

Cal

Água

Balde

Peneira

Recipiente
de vidro
07
COMO PREPARAR:

Utilize um copo de vidro de


Lembre de
200 ml como medida! usar óculos
e luvas.

Use sempre os
equipamentos de proteção
individual, luvas, óculos,
máscara.

Em um balde, misture 1
copo de cal (virgem ou
hidratada) e 4 copos de
cinzas (arroz ou bambu ou
fogão a lenha) a seco até
ficar bem homogêneo.

Adicione 1 litro de água


quente para solubilizar a
cinza, e mexa bem.

Deixar esfriar.

08
DEPOIS DE ESFRIAR...

Adicione 19 litros de água


em temperatura ambiente.
A mistura vai ficar
translúcida.

Coar a mistura com


peneira e pano limpo, para
filtrar os grãos de cinza.

Utilize frascos de vidro


para armazenar. Assim,
poderá ser armazenado
por até 1 ano.

*Não guarde em garrafas


PET ou outros plásticos,
pois o produto é corrosivo.
09
COMO APLICAR?
Você vai utilizar 250 ml de Água
de Vidro para cada 20 litros de
água (sem cloro, de
preferência)!

*Obs: Em maiores proporções


poderá queimar as plantas.

Agora é só
pulverizar!
Com regador ou
pulverizador.

A aplicação deve ser feita


sempre em horários mais
frescos do dia, de
preferência no começo da
manhã, ou fim da tarde .

10
ONDE E QUANDO APLICAR?

Pulverize na parte aérea das


plantas, cobrindo bem a
superfície das folhas.

Você pode utilizar a Água de


Vidro a cada 15 dias,
dependendo da necessidade de
aplicação!

Pode usar em
hortaliças,
anuais
e perenes.

11
APÓS A UTILIZAÇÃO, O QUE
ACONTECE NAS PLANTAS?

Aumenta o vigor das


plantas;

Tem ação preventiva


contra ataque de insetos;

Proporciona uma melhor


conservação no pós-
colheita das hortaliças;

Diminui danos causados


por pragas e doenças;

Reduz a perda de água por


evapotranspiração.

12
BIBLIOGRAFIA COLSULTADA:
ADATIA, M. H.; BESFORD, R. T. The effects of silicon on cucumber plants grown in
recirculating nutrient solution. Annals of Botany, London, v. 58, p. 343-351, 1986.

EXLEY, C. Silicon in life: a bioinorganic solution to bioorganic essentiality. Journal of


Inorganic Biochemistry, New York, v. 69, p. 139-144, 1998.

FEBA, L. T.; et al. SILÍCIO PROMOVE MELHOR CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DA


ALFACE – UNOESTE, Agronomia, Presidente Prudente, SP. Colloquium Agrariae, vol.
13, n. Especial, Jul–Dez, 2017, p. 189-195.

GONG, H. J.; et al. Efeitos do silício no crescimento do trigo sob seca. J. Plant Nutr. 26,
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SANTOS, L. C.; et al. The role of silicon in plants. Research, Society and Development,
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Acesso em: 20 ago. 2022.

SAVANT, N. K.; SNYDER, G. H.; DATNOFF, L. E. Silicon management and sustainable


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T.; KUMAZAWA, K.; ISHII, R.; ISHIHARA, K.; HIRATA, H. (Ed.). Science of the
rice plant: physiology. Tokyo: Food and Agriculture Policy Research Center, 1995.
cap. 5, p. 420- 433.

13
REALIZAÇÃO:

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