Você está na página 1de 7

Machine Translated by Google

Revista Brasileira de Ciências Agrárias

ISSN: 1981-1160

agrarias.prppg@ufrpe.br
Universidade Federal Rural de
Pernambuco
Brasil

Mascarenhas de Souza, Cintia Luiza; Oliveira de Souza, Manuela; de Oliveira, Ronaldo Simão; Neves do

Nascimento, Marilza; Pelacani, Claudinéia Regina Características biométricas de frutos


e caracterização fisiológica de sementes de espécies de Physalis (Solanaceae)

Revista Brasileira de Ciências Agrárias, vol. 12, num. 3, 2017, pp. 277-282 Universidade Federal
Rural de Pernambuco

Pernambuco, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=119052986003

como citar

Problema completo
Sistema de Informação Científica
Mais informações sobre este artigo
Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal
Página inicial da revista em redalyc.org Projeto académico sem fins lucrativos, desenvolvido no âmbito da iniciativa de acesso aberto
Machine Translated by Google

Agrária - Revista Brasileira de Ciências Agrárias


ISSN (on line) 1981-0997
v.12, n.3, p.277-282, 2017
Recife, PE, UFRPE. www.agraria.ufrpe.br
DOI:10.5039/agraria.v12i3a5447
Protocolo 5447 - 25/04/2016 • Aprovado em 16/05/2017

Características biométricas de frutos e caracterização fisiológica


de sementes de espécies de Physalis (Solanaceae).
Cintia Luiza Mascarenhas de Souza1 , Manuela Oliveira de Souza2 , Ronaldo Simão de Oliveira3 ,
Marilza Neves do Nascimento3 , Claudinéia Regina Pelacani3

1 Instituto Federal do Sertão Pernambucano, BR 232, km 508, Zona Rural, CEP 56000-000, Salgueiro-PE, Brasil. E-mail: timluiza@gmail.com
2 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, Rua Rui Barbosa, 710, Centro, CEP 44300-000, Cruz das Almas-BA, Brasil.
E-mail: manuelasouza@ufrb.edu.br
3 Universidade Estadual de Feira de Santana, Av. Prof. Transnordestina, s/n, Novo Horizonte, CEP 44036-900, Feira de Santana-BA, Brasil. Caixa Postal 294. E-mail:
claudineiapelacani@gmail.com, ronaldo@agronomo.eng.br; marilzaagro@hotmail.com

ABSTRATO

O gênero Physalis inclui espécies com uso nutracêutico e é tipicamente identificado por características morfológicas. No Brasil e no
mundo, as espécies mais conhecidas são P. angulata, P. peruviana e P. ixocarpa despontando mais na produção de frutas utilizadas para
diversos fins. Nesse cenário, as características físico-químicas de frutos maduros e sementes são de extrema importância, principalmente
para fins comerciais, bem como a separação e identificação de genótipos promissores. Análises biométricas de frutos maduros, medindo
o o Brix, análises de sementes foram realizadas e comparadas quatro espécies potenciais de Physalis cultivadas em Feira de Santana,
Bahia, Brasil. A análise de componentes principais mostrou duas das dez características analisadas que representam cerca de 98% da
variância total observada entre as espécies, a saber: °Brix e E15 (Emergência aos 15 dias após a semeadura). Frutos de P. ixocarpa se
destacaram em relação às demais espécies, alcançando a maior média para os dados biométricos.

Palavras-chave: o Brix; emergência; Physalis ixocarpa; P. peruviana; P. angulata

Características biométricas de frutos e caracterização fisiológica


de sementes de espécies de Physalis (Solanaceae)

RESUMO

O gênero Physalis inclui espécies com usos nutracêuticos e são identificados principalmente por características morfológicas. No Brasil e
no mundo as espécies mais conhecidas são P. angulata, P. ixocarpa e P. peruviana despontando mais na produção de frutos utilizados
para diversas barbatanas. Neste cenário, as características físico-químicas dos frutos maduros e sementes são extremamente importantes,
especialmente para fins comerciais, bem como na separação e identificação de genótipos promissores. Análises biométricas de frutos
maduros, a medição do Brix , análises de sementes foram realizadas e comparadas entre quatro espécies potenciais de Physalis,
cultivadas em Feira de Santana, Bahia, Brasil. Análises de componentes principais apreciadas duas das dez características passageiros
que representam cerca de 98% da variância total observada entre as espécies, a saber: °Brix e E15 (Emergência em 15 dias após a
semeia). Frutos de P. ixocarpa se destacaram em relação às outras espécies, atingindo as maiores médias para os dados biométricos.

Palavras-chave: o Brix; emergência; Physalis ixocarpa; P. peruviana; P. angulata


Machine Translated by Google
278 Características biométricas de frutos e caracterização fisiológica de sementes de espécies de Physalis (Solanaceae).

Introdução parâmetros de diferenciação intraespecífica. O objetivo deste estudo foi


comparar o desempenho do potencial de quatro espécies de Physalis
O gênero Physalis inclui cerca de 100 espécies e são reconhecidas por meio de características quantitativas do fruto e avaliar a capacidade
na família Solanaceae devido à presença de cálice permanente e inflado germinativa das sementes dessas espécies.
no fruto que pode tornar-se amarelo ou laranja quando maduro (Whitson
& Manos 2005; Silva et al. 2016a) e conter uma grande número de
sementes, considerado o principal meio de propagação. As sementes
Métodos
apresentam alta viabilidade (Rufato et al. 2008; Souza 2015) e podem
ser conservadas por muitos anos em condições adequadas de baixa As espécies avaliadas neste estudo foram Physalis peruviana, P.
umidade e controle de temperatura (Souza et al., 2014). angulata, P. ixocarpa e P. pubescens. As sementes foram semeadas em
abril de 2013, em recipientes plásticos de 200 ml preenchidos com
Muitas espécies de Physalis são nativas das Américas e estão substrato Plantmax® e terra vegetal peneirada (relação 1:3), e mantidas
distribuídas desde os Estados Unidos até a América do Sul, incluindo as em casa de vegetação por 45 dias. Após esse período, as mudas foram
ilhas das Antilhas (Vargas-Ponce et al., 2011). A taxonomia do gênero transplantadas para o campo na Estação Experimental Arboreto da
pode ser confusa, e muitas espécies não são facilmente distinguíveis, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Feira de Santana,
mesmo por especialistas, e muitas foram identificadas erroneamente Bahia, Brasil, onde permaneceram até o início das análises. Apenas P.
(Kindscher et al., 2012). Caracteres morfológicos são comumente usados peruviana foi transplantada para vasos plásticos com capacidade para 5
para identificar espécies de Physalis (Vargas-Ponce et al., 2011), mas o kg, preenchidos com o mesmo substrato anterior, permanecendo em
conhecimento aprofundado sobre as diferenças interespecíficas entre os casa de vegetação durante todo o período experimental. Para cada
gêneros, principalmente pela inclusão e avaliação de parâmetros espécie foram utilizados 50 frutos coletados de 15 plantas.
produtivos e reprodutivos, pode ser mais uma ferramenta para sua
identificação. diferenciação. Os frutos foram colhidos maduros, com base no padrão de coloração
Embora botanicamente este gênero tenha sido difícil de identificar, dos frutos para cada espécie e levados ao Laboratório de Germinação
características florais e frutíferas contribuíram para estabelecer este da UEFS para realização das análises biométricas. A coloração varia do
grupo e diferentes espécies ou mesmo subgrupos de plantas. Com amarelo-alaranjado (P. peruviana) ao verde (P. ixocarpa). Como o
relação ao desenvolvimento das plantas, as características físico- amadurecimento dos frutos se mostrou gradual e diferente em cada
químicas dos frutos maduros e os dados biométricos dos frutos e espécie, a diferença entre a primeira e a última coleta levou em média
sementes, são de extrema importância, principalmente para fins 30 dias. Em laboratório, os frutos foram separados dos cálices e lavados
comerciais bem como a separação e identificação de genótipos em água corrente. Para cada fruto foram realizadas as seguintes
promissores. Uma vez que o ambiente, assim como a interação genótipo medidas: peso (g), comprimento e diâmetro (mm), determinação de
x ambiente, pode interferir no desempenho relativo dos genótipos (Borém sólidos solúveis totais (expressos em Brix), número e peso de sementes
& Miranda, 2013) levanta-se a hipótese de que no ciclo de desenvolvimento por fruto. Para a obtenção dessas medidas, foram utilizados os seguintes
da Physalis , as características biométricas e físico-químicas dos frutos equipamentos: balança digital, paquímetro digital e refratômetro manual.
sofrem alteração devido à região de cultivo, regime hídrico, temperatura, Para a realização dos testes de germinação, umidade e emergência, as
luz espectral e outros fatores bióticos. sementes foram agrupadas por espécie, formando um pool, e
selecionadas quanto à presença de material embrionário por meio de
Estudos de densidade de plantio e qualidade espectral de luz foram estereomicroscópio. As sementes foram lavadas e deixadas para secar
realizados para avaliar o potencial e o sucesso do cultivo em áreas em incubadora saturada com solução de cloreto de cálcio a 20 °C por 24
subtropicais brasileiras com P. peruviana (Moura et al., 2016a, 2016b; horas até
Silva et al., 2016a, 2016b). A qualidade dos frutos produzidos em equilíbrio de umidade e em seguida armazenados em geladeira até o
sistemas de área aberta e plantios adensados resultou em melhor momento dos experimentos.
qualidade de massa fresca, antocianinas, vitamina C, sólidos solúveis e Para a análise da germinação, as sementes de cada espécie foram
açúcares como sacarose e glicose (Moura et al., 2016a). separadas em quatro repetições de 25 sementes e colocadas em placas
de Petri (5,5 cm de diâmetro) contendo duas folhas de papel germitest
As características nutracêuticas e ornamentais dos frutos e o umedecidas com água destilada, equivalente a 2,5 vezes o peso do
potencial medicinal de partes das plantas fazem com que esta cultura substrato. Estes foram colocados em câmara de crescimento com
seja explorada comercialmente (Rufato et al., 2008), como a P. peruviana, fotoperíodo de 12/12 horas e temperaturas alternadas de 20/30 °C. As
que tem sido considerada a mais importante economicamente nas regiões avaliações foram realizadas diariamente, considerando como germinadas
subtropicais ( Silva et al., 2016a), e suas condições de cultivo e aquelas sementes que se projetavam da radícula (1 mm). O teor de
produtividade estão sendo investigadas por diversos grupos de pesquisa umidade das sementes foi medido pelo método descrito por Brasil (2009),
no Brasil. Ainda pouco conhecida e utilizada no Brasil, a espécie P. em estufa a 105 °C por 24 horas, com quatro repetições de 100
ixocarpa apresenta considerável importância agrícola devido à qualidade sementes. Para a análise de emergência, as sementes foram semeadas
e diversidade dos frutos produzidos, sendo bastante consumida no em bandejas de isopor, mantidas em casa de vegetação, contendo
México, considerado o grande centro distribuidor. Plantmax® e terra vegetal peneirada (relação 1:3) como substrato,
utilizando-se quatro repetições de 25 sementes. Análises de emergência
Apresentar a variabilidade entre as espécies e a importância deste foram realizadas considerando o aparecimento dos cotilédones acima da
gênero como fonte alimentar e medicinal precisa identificar linha do solo

Agrária, Recife, v.12, n.3, p.277-282, 2017


Machine Translated by Google
CLM de Souza e cols. 279

aos 5 (E5), 10 (E10) e 15 (E15) dias após a semeadura (DAS). De Os dados biométricos dos frutos mostraram que P. ixocarpa se
todos os dados coletados foi feita a média aritmética e análise de destacou em relação às demais espécies, atingindo as maiores
dissimilaridade e componente principal usando os programas médias para os parâmetros comprimento e diâmetro dos frutos, 33,6
estatísticos Genes (Cruz, 1998) e R (R Development Core Team, e 41,1 mm respectivamente (Figura 2A e 2B). Esses dados estão de
2012). Os parâmetros germinabilidade (G%), tempo médio (Ta), acordo com os obtidos por Rodríguez-Burgos (2010) que trabalhou
velocidade média (Sa), índice de velocidade de germinação (GSI) e com cinco variedades de P. ixocarpa, obtendo em média 32,4 mm
coeficiente de uniformidade de germinação (GUC) foram analisados de comprimento e 38,4 mm de diâmetro nos frutos. Segundo Ponce
quanto à normalidade e homogeneidade, sendo transformados com Valerio et al. (2012), a dinâmica agrícola de P. ixocarpa,
arco seno quando necessário, e analisados por Teste de Tukey a principalmente no México, exige cultivares melhoradas que atendam
0,05 de probabilidade no Sisvar (Ferreira, 2011). às exigências dos mercados nacional e internacional.
Entre as características melhoradas desejadas estão o hábito de
Resultados e discussão crescimento, rendimento, cor, forma e tamanho do fruto. A Physalis
peruviana apresentou comprimento médio de 14,0 mm e diâmetro
A análise de componentes principais mostrou duas das dez de 13,4 mm e é considerada uma baga quase redonda. Para P.
características analisadas respondendo por cerca de 98% da angulata e P. pubescens, que tinham 13,9 mm de diâmetro, esse
variância total observada entre as espécies, a saber: °Brix e E15 (Tabelavalor
1). foi próximo aos dados relatados por Ligarreto et. al (2005), que
Ligarreto et ai. (2005) trabalhando com a análise de componentes relatou que os frutos de ambas as espécies possuem diâmetro
principais em P. peruviana e P. philadelphica observaram que há médio de 13 mm.
uma significativa dispersão separando essas espécies, demonstrada O peso dos frutos seguiu o mesmo padrão obtido pela biometria
em diferenças agronômicas e morfológicas. Segundo os autores, dos frutos (Figura 2C), com destaque para P. ixocarpa, que atingiu
isso se deve possivelmente ao fato de as espécies terem evoluído média de 34,5 g. Este valor também está de acordo com Rodríguez-
em habitats diferentes, separados por barreiras que impediram sua Burgos (2010), que apresentou uma média de 30,5 g para as
interação. Assim, a diferença encontrada entre as espécies também variedades testadas. Angulo (2005), trabalhando com mudas de P.
pode ser devida à forma de dispersão das mesmas. peruviana em duas condições diferentes, casa de vegetação e
Os resultados da análise de agrupamento permitiram separar as campo aberto, observou que o peso do fruto dessa espécie varia
espécies em dois grupos distintos (Figura 1), com base na análise
visual e estabelecimento do ponto de corte da mudança abrupta dos
ramos do dendrograma. O grupo 1 é formado apenas pela espécie
P. ixocarpa, enquanto o grupo 2 é formado pelas demais espécies
(P. angulata, P. pubescens e P. peruviana). P. ixocarpa se destaca
e difere das demais espécies testadas na maioria dos caracteres
quantitativos avaliados neste experimento. Segundo Trillos Gonzalez
et al. (2008), trabalhando com uma coleção de P. peruviana em
Antioquia (Colômbia), a seleção de progenitores deve ser feita com
base não apenas em caracteres morfológicos qualitativos, mas
também quantitativos, levando em conta demandas específicas de
criadores, agricultores e consumidores.
A avaliação dessas características deve ser realizada em diversos
sistemas de produção, pois os atributos quantitativos podem
apresentar grande interação com o ambiente, o que irá refletir na
qualidade do produto final (Trillos Gonzalez et al., 2008). Figura 1. Dendrograma gerado a partir de uma distância euclidiana média entre
quatro espécies de Physalis. Feira de Santana, Bahia, Brasil.

Tabela 1. Estimativa da variância percentual cumulativa (ÿ%), explicada pelos componentes principais (CPi) e os conjuntos de autovetores associados a cada
componente principal expressando a importância relativa de 10 caracteres quantitativos em 4 espécies de Physalis . Feira de Santana, Bahia, Brasil.
Variância ÿi Conjunto de autovetores associados
CPi
(%) FL FD FW NSF WSF Brix MC E5 0,361 0,361 0,360 -0,159 -0,163 -0,169 -0,019 -0,015 -0,006 0,114 E10 E15
CP1 71,4223 0,358 -0,047 -0,039 0,532 -0,233 -0,234
0,361 0,006 0,491 0,392 -0,029 -0,029
0,354 -0,029 -0,017 -0,676
-0,364 0,183 0,734 0,152 0,212 0,13
CP2 98,1730 -0,180 0,273 0,290 - 0,723 0,116 0,086 0,061
-0,162 -0,010 0,527 0,500 0,57
CP3 99,9999 -0,063 -0,004 0,717 0,547 0,306 -0,245 -0,17
CP4 99,9999 -0,132 0,091 -0,317 -0,270 0,735 -0,337 -0,36
CP5 99,9999 0,617 -0,398 -0,129 0,210 0,087 0,012 0,02
CP6 99,9999 0,002 -0,002 -0,457 0,596 0,159 0,082 0,10
CP7 99,9999 -0,029 -0,029 0,020 0,068 0,023 0,718 -0,69
CP8 99,9999 0,017 0,003 -0,036 0,040 0,011 0,011 0,01
CP9 99,9999 -0,294 -0,790 0,166 -0,268 -0,027 -0,053 -0,06
CP10 100,0000 0,592 -0,227 0,031 -0,137 0,142 -0,081 -0,09

FL: comprimento do fruto, FD: diâmetro do fruto, FW: peso do fruto, NSF: número de sementes/fruto, WSF: Peso das sementes/fruto, Brix: Graus Brix, MC: Teor de umidade, E5, E10 e E15: Emergência em 5, 10 e 15 dias após a
semeadura, respectivamente.

Agrária, Recife, v.12, n.3, p.277-282, 2017


Machine Translated by Google
280 Características biométricas de frutos e caracterização fisiológica de sementes de espécies de Physalis (Solanaceae).

Todas as espécies apresentaram elevado número de sementes por


fruto (Figura 2E) e as espécies com menores valores foram P. pubescens
(138) e P. peruviana (138). P. angulata, apesar de apresentar valores
inferiores para biometria e peso do fruto, apresentou média de 197
sementes/fruto. Para P. peruviana o valor obtido (138) está abaixo de
241 sementes/fruto, número encontrado por Lagos et al.
(2008). No entanto, os mesmos autores, trabalhando em casa de
vegetação, obtiveram um número máximo de 123 sementes/fruto.
P. ixocarpa apresentou os maiores valores para ambas as
características, observando que além de produzir o maior número de
sementes por fruto (261), esta espécie apresentou as maiores sementes,
o que se refletiu no peso da semente/fruto (510,35 mg) (Figura 2E ).
Rodríguez-Burgos (2010) encontrou resultados semelhantes para duas
variedades de P. ixocarpa (queretaro e mahone) com 0,555 g e 0,515 g,
respectivamente. Embora P. angulata esteja entre as espécies com maior
número de sementes, apresentou valores semelhantes a P. pubescens
e P. peruviana quanto ao peso da semente/fruto com 117,4 mg, 117,7
mg e 112,9 mg, respectivamente. Isso pode ser explicado pelo pequeno
tamanho das sementes dessa espécie, uma das menores observadas
conforme observado por Souza et al. (2010).
Figura 2. Comprimento (A), diâmetro (B), peso dos frutos (C), o Brix (D), número (E) e O teor de umidade das sementes mostrou que todas as espécies
peso das sementes (F) dos frutos de seis diferentes espécies de Physalis cultivadas no
testadas apresentaram teores variando de 5,3% (P. peruviana) a 7,6%
Experimental Arboreto da Estação da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS),
Feira de Santana, Bahia, 2014. (P. angulata), sugerindo que estas podem ser classificadas como
sementes ortodoxas. No entanto, estudos relacionados à conservação
com o clima, porém, sem sofrer grandes influências se cultivado em casa devem ser desenvolvidos para testar o período e a melhor forma de
de vegetação ou campo aberto, sendo apenas ligeiramente superior armazenamento dessas sementes. Como o protocolo de conservação
neste último. O autor relatou valores de 5,7 g e 5,4 g para campo aberto de sementes é espécie-específico, deve ser desenvolvido para cada espécie separad
e casa de vegetação, respectivamente, para mudas plantadas na Experimentos foram conduzidos visando o armazenamento em diferentes
Colômbia, superiores a 1,6 g encontrados neste estudo, no semiárido de ambientes com sementes de P. angulata (Souza et al., 2014).
Feira de Santana - Bahia, Brasil. Estudos relacionados à fisiologia da germinação de sementes em
A medida em grau Brix é a quantidade em gramas de sólidos solúveis espécies de Physalis têm mostrado que essas sementes apresentam
existentes em 100 ml de solução. Em geral, representa uma medida da alta germinabilidade (Pérez Camacho et al., 2008; Rufato, 2008; Souza
concentração de açúcares e outros sólidos diluídos no suco ou polpa da et al., 2014). Neste trabalho, a germinabilidade foi o único parâmetro de
fruta e é considerado um indicador de qualidade, pois fornece dados germinação que não foi significativamente diferente entre as espécies
sobre as características organolépticas das frutas (Silva et al., 2002; (Tabela 2). Verificou-se que todas as espécies testadas apresentaram
Leão et .al., 2006). mais de 95% de germinação (Figura 3), o que segundo Pérez Camacho
O maior valor de sólidos solúveis totais foi observado nos frutos maduros et al. (2008) é um nível aceitável do comércio de sementes.
de P. peruviana, com 13,6 °Brix (Figura 2D). Este valor está de acordo
com o valor encontrado por Galvis et al. (2005), em que o fruto maduro No entanto, a cinética de germinação foi diferente entre as espécies
de uchuva (P. peruviana) apresentou entre 13,0 e 15,0 °Brix. Ainda estudadas, fato demonstrado pelo tempo necessário para que ocorra a

segundo esses autores, os frutos dessa espécie, quando imaturos, germinação (Figura 3). P. ixocarpa apresentou alta porcentagem de

apresentam altos teores de amido, que é hidrolisado durante o processo germinação no segundo dia de avaliação, atingindo valores acima de

de amadurecimento, aumentando o teor de sólidos solúveis. A maior 80% e tempo médio de germinação de 2,1 dias (Tabela 2). Sementes de
P. angulata apresentaram atraso na germinabilidade quando comparadas
parte do açúcar é composta por sacarose, e seu teor chega a ser 2,5
a P. ixocarpa, necessitando de duração média de 3,8 dias. Entretanto,
vezes maior que o da glicose e da frutose (Galvis et. al, 2005).
foi a única espécie que atingiu 100% de germinação, dados que estão
de acordo com os obtidos por Souza et al. (2014). Este período foi quase
Tanto P. angulata quanto P. pubescens apresentaram valores
metade do tempo necessário para P. pubescens (6,2 dias) para atingir
próximos aos obtidos para P. peruviana, com respectivamente 11,5 e
10,4 °Brix (Figura 2D). O teor médio de sólidos solúveis encontrado por
Oliveira et al. (2011) para P. angulata foi de 12 °Brix, corroborando o Tabela 2. Germinabilidade (G), Tempo Médio (Ta), Índice de Velocidade de Germinação
valor encontrado neste trabalho. Frutos maduros de P. ixocarpa, ao (GSI) e Coeficiente de Uniformidade de Germinação (CUG) de quatro espécies de Physalis.
contrário de outros parâmetros avaliados, apresentaram o menor valor Espécie G (%) Ta (dias-1) GSI CUG
entre todas as espécies testadas (4,98 °Brix), sendo a única espécie a P peruviana 95ns P. 8,27D 2,98D 0,42B 4,15C 0,44B
pubescens 96ns P. angulata 6,19C 6,90B 1,47B 12,15A 8,50A
apresentar resultado abaixo de 5,0 °Brix. Como a maioria dessas
100ns P. ixocarpa 99ns 3,81B Médias seguidas da mesma
espécies é utilizada para consumo, muitas vezes in natura, esse 2,11A letra não diferem pelo teste

parâmetro tem alta relevância para a comercialização. de Tukey, p ÿ 0,05, ns= não significativo.

Agrária, Recife, v.12, n.3, p.277-282, 2017


Machine Translated by Google
CLM de Souza e cols. 281

Figura 3. Frequência relativa e cumulativa de germinação de quatro espécies de Physalis cultivadas no Arboreto da Estação Experimental da Universidade Estadual
de Feira de Santana (UEFS), Feira de Santana, Bahia, Brasil, 2014.

seu reservatório máximo de germinação. Já P. peruviana só iniciou a Cruz, CD Programa GENES: Aplicativo computacional em genética e
germinação após seis dias e o tempo médio foi de 8,3 dias (Figura 3), estatística. Genetics and Molecular Biology, v. 21, n.1, 1998. https://
o maior atraso na germinação demonstrado neste trabalho. As doi.org/10.1590/S1415-47571998000100022.
sementes de P. ixocarpa novamente se destacaram entre as demais
espécies não só por germinarem em menor tempo como também por Ferreira, DF Sisvar: um sistema computacional de análise estatística.
apresentarem maior vigor, o que se refletiu no alto coeficiente de Ciência e Agrotecnologia v. 35, n. 6 p. 1039-1042, 2011. https://
uniformidade. doi.org/10.1590/S1413-70542011000600001.
Galvis, JA; Fischer, G.; Godillo, OP Cosecha y poscosecha de La
uchuva. In: Fischer G; Miranda, D.; Piedrahita W.; Romero, J.
Conclusão
(eds). Avances en cultivo, poscosecha y exportación de la uchuva
(Physalis peruviana L.) en Colombia. Colômbia. Bogotá: Unibiblos,
Observou-se que as espécies estudadas são distintas para a
2005. p. 165-188.
maioria das características analisadas e E15 e o Brix podem se tornar
Kindscher, K.; Longo, Q.; Corbett, S.; Bosnak, K.; Loring, H.; Cohen,
uma importante ferramenta para diferenciação de espécies de Physalis.
M.; Timmermann, BN A etnobotânica e etnofarmacologia de
Ainda de forma complementar, os resultados de germinabilidade e
emergência refletem a necessidade de monitoramento da semente tomatillos selvagens, Physalis longifolia Nutt., e espécies de
Physalis relacionadas: uma revisão.
quando se visa a conservação de espécies ou genótipos de interesse.
Botânica Econômica, v. 66, n. 3 p. 298–310, 2012. https://doi. org/
Isso pode ser explicado porque o cultivo da Physalis geralmente ocorre
10.1007/s12231-012-9210-7.
onde as condições ambientais são mais favoráveis e uma boa
Lagos, TCB; Vallejo Cabrera, FA; Crioulo Escobar, H.; Muñoz Flórez,
conservação a curto ou médio prazo são fundamentais para garantir o vigor
JE Biología reproductiva de la uchuva.
Acta Agronómica Colombiana, v. 57, n. 2, pág. 81-87, 2008. http://
Literatura citada www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_
abstract&pid=S0120-28122008000200001&lng=es&nrm =iso. 05
Angulo, R. Crecimiento, desenvolvimento e produção da chuva em abr. 2016.
condições de inverno e campo aberto. In: Fischer G; Miranda, D; Leão, DS; Peixoto, JR; Vieira, JV Teor de licopeno e de sólidos solúveis
Piedrahita, W; Romero J (eds.). Avances en cultivo, poscosecha y totais em oito cultivares de melancia.
exportación de la uchuva (Physalis peruviana L.) na Colômbia. Bioscience Journal, v. 22, n.3, p. 7-15, 2006. http://www.seer.ufu.br/
Bogotá: Unibiblos, 2005. p.111-128. index.php/biosciencejournal/article/viewArticle/6629. 22 mar. 2016.

Borém, A.; Miranda, GV Melhoramento de plantas. Viçosa: UFV, 2013. Ligarreto, GA; Lobo, M.; Correa, A. Recursos genéticos do gênero
523 p Brasil. Physalis na Colômbia. In: Fischer, G.; Miranda D; Piedrahita, W.;
Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de Romero, J. (eds). Avanços no cultivo, poscosecha e exportação da
sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 2009. 399p. uchuva (Physalis peruviana L.) na Colômbia. Bogotá: Unibiblos,
2005. p. 9-26.

Agrária, Recife, v.12, n.3, p.277-282, 2017


Machine Translated by Google
282 Características biométricas de frutos e caracterização fisiológica de sementes de espécies de Physalis (Solanaceae).

Moura, PHA; Coutinho, G.; Pio, R.; Bianchini, FG; Curi, PN Cobertura Silva, DF da; Pio, R.; Soares, JDR; Nogueira, PV; Peche, PM; Villa, F. A
plástica, densidade de plantio e poda na produção de groselha-do- produção de Physalis spp. mudas cultivadas sob malhas de
cabo (Physalis peruviana L.) em região subtropical. Revista Caatinga, sombreamento de diversas cores. Acta Scientiarum.
v. 29, n.2, p. 367-374, 2016b. https://doi.org/ Agronomia, v. 38, n.2, p. 257-263, 2016a. https://doi. org/10.4025/
10.1590/1983-21252016v29n213rc. actasciagron.v38i2.27893.
Moura, PHA; Pio, R.; Curi, PN; Rodrigues, LC de A.; Bianchini, FG; Bisi, Silva, DF da; Pio, R.Soares, JDR; Elias, HES; Vila, F.; Vila Boas. EV de
RB Cobertura plástica e densidade de plantio na qualidade das frutas B. Espectro de luz na qualidade de frutos de espécies physalis em
de Physalis peruviana L. Revista Ceres, v.63, n.3, p.334-339, 2016a. área subtropical. Bragantia, v.75, n.3, p.371-376. 2016b. https://
https://doi. org/10.1590/0034-737X201663030009. doi.org/10.1590/1678-4499.463.

Oliveira, JAR de; Martins, LH da S; Vasconcelos, MAM; Pena, R.S; Silva, J.; Silva, ES; Silva, PSL Determinação da qualidade e do teor de
Carvalho, AV Caracterização física, físico-química e potencial sólidos solúveis em diferentes partes do fruto da pinheira (Annona

tecnológico de frutos de camapu (Physalis angulata L.). Revista squamosa L.). Revista Brasileira de Fruticultura, v. 24, n. 2, pág.

Brasileira de Tecnologia Agroindustrial v. 5, n. 2, pág. 573-583, 2011. 562-564, 2002. https://doi. org/10.1590/S0100-29452002000200057.

https://doi. org/10.3895/S1981-36862011000200009.
Souza, CLM; Souza, MO; Oliveira, MF; Oliveira, l.
M.; Pelacani, CR Morfologia de sementes e desenvolvimento pós-
Pérez Camacho, I.; González Hernández, VA; Molina Moreno, JC; Ayala
seminal de Physalis angulata L. Acta Botanica Brasilica, v. 24, n. 4,
Garay, JO; Peña Lomelí, A. Efeito de desarrollo y secado de semillas
pág. 1082-1085, 2010. https://doi. org/10.1590/
de Physalis ixocarpa Brot en germinación, vigor y contenido de
S0102-33062010000400023.
azucares.
Souza, CLM armazenamento de sementes e caracterização
Interciência, v. 33, n. 10, pág. 762-766, 2008. http://www.scielo.org.ve/
morfofisiológica de espécies do gênero Physalis. Feira de Santana:
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0378-18442008001000011. 12
Universidade Estadual de Feira de Santana, 2015. 91p. Tese
de abril 2016.
Doutorado. http://rgv.web2207.uni5.net/ dissertacoes/79.pdf. 05 abr.
Ponce Valério, JJ; Peña–Lomeli, A.; Rodríguez–Pérez, JE; Mora–Aguilar,
2016.
R.; Castro–Brindis, R.; Magaña Lira, N. Densidad y poda en tres
Souza, MO; Souza, CLM; Barroso, NS; Pelacani, CR
variedades de tomate de cáscara (Physalis ixocarpa Brot. ex Horm.)
Pré-condicionamento de Physalis angulata L. para manutenção da
cultivado en invernadero. Revista Chapingo. Série Horticultura, v.
viabilidade de sementes. Acta Amazônica, v. 44, n. 1, pág. 153-156,
18, n.3, p. 325-332, 2012. https://doi.org/10.5154/r. rchsh.2010.08.028.
2014. https://doi.org/10.1590/S0102-33062010000400023.
Trillos González, O.; Cotes Torres, JM; Medina Cano, C.
EU.; Lobo Arias, M.; Navas Arboleda, AA Caracterização morfológica
Equipe Núcleo de Desenvolvimento R. Linguagem e Ambiente para de cuarenta e seis acessos de uchuva (Physalis peruviana), em
Computação Estatística. R Foundation for Statistical Computing, Antioquia (Colômbia). Revista Brasileira de Fruticultura v. 30, n. 3,
Viena: R Foundation, 2012. pág. 708-715, 2008. https://doi.org/10.1590/S0100-29452008000300025.
Rodríguez-Burgos, A.; Ayala-Garay, JO; Livera, AH; Leal-León VM;
Cortez-Mondaca, E. Desarrollo de fruto y semilla de cinco variedades Vargas-Ponce, O.; Perez-Alvarez, LF; Zamora-Tavares, P.; Rodriguez,
de tomate de cáscara en Sinaloa. Revista Mexicana de Ciencias A. Avaliação da diversidade genética em espécies de tomate com
Agrícolas v. 2, n. 5, pág. 673-687, 2011. http://www.scielo.org.mx/ casca mexicana. Plant Molecular Biology Reporter, v. 29, n. 3, pág.
scielo. php?script=sci_arttext&pid=S2007-09342011000500004. 733-738, 2011. https://doi.org/10.1007/s11105-010-0258-1.

21 de abril 2016. Whitson, M.; Manos, PS Untangling Physalis (Solanaceae) dos


Rufato, L.; Rufato, A. De R; Schlemper, C.; Lima, CS Physaloids: A Two-Gene Phylogeny of the Physalinae. Botânica
M; Kretzschmar, AA Aspectos técnicos da cultura da physalis. Sistemática, v. 30, n. 1, pág. 216-230, 2005. https://doi.org/
Pelotas: UFPel, 2008. 100p. 10.1600/0363644053661841.

Agrária, Recife, v.12, n.3, p.277-282, 2017

Você também pode gostar