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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

DIVISÃO DE AGRICULTURA

MESTRADO EM AGROECOLOGIA

Disciplina: Seminário II

Análise da Responsabilidade Socioeconómico e Ambiental da Empresa Mozambique Leaf


Tabaco no cultivo de tabaco para a sustentabilidade ambiental e redução da pobreza no
distrito de Macanga-Tete

Estudante: Faruque Feliciano Firmino

Docente: Profrº Dtrº: Gamelas

Lionde, Setembro de 2023


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

DIVISÃO DE AGRICULTURA

MESTRADO EM AGROECOLOGIA

Disciplina: Seminário II

Análise da Responsabilidade socioeconómico e ambiental da Empresa Mozambique Leaf


Tabaco no cultivo de tabaco para a sustentabilidade ambiental e redução da pobreza no
distrito de Macanga-Tete.

Estudante: Faruque Feliciano Firmino

Docente: PhD. Raimundo Gamela

Lionde, Setembro, 2023


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Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................. 5

1.1.Contextualização ............................................................................................................... 5

1.1.1.Problematização................................................................................................................. 6

1.1.2. Objectivos ......................................................................................................................... 7

1.1.3.Objectivo Geral .............................................................................................................. 7

1.1.4.Objectivos Específicos ............................................................................................... 7

1.1.5.Justificativa ........................................................................................................................ 8

1.1.6.Hipóteses ........................................................................................................................... 9

CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................. 10

2.1.Cultura de Tabaco ........................................................................................................... 10

2.1.1.Origem e distribuição taxionómica do tabaco .......................................................... 10

2.1.2.Taxonomia e Descrição ............................................................................................ 10

1.1.3.Producao de tabaco................................................................................................... 10

2.1.4.Responsabilidade Socioeconómico da Empresa Mozambique Leaf Tabaco no cultivo . 11

2.1.5.Responsabilidade Socioeconómico ................................................................................. 12

2.1.6.Responsabilidade na dimensão sociais ............................................................................ 13

2.1.7.Agricultura familiar (AF) ................................................................................................ 14

2.1.8.Responsabilidade Ambiental da Empresa Mozambique Leaf Tabaco no cultivo de


tabaco ........................................................................................................................................ 15

2.2.Sustentabilidade ambiental ................................................................................................. 16

2.2.1.Redução da pobreza ......................................................................................................... 17

CAPITULO III:METODOLOGIA ........................................................................................... 20

3.1.Descrição da área de estudo ............................................................................................ 20

3.2 Tipo de Pesquisa.......................................................................................................... 20

3.3.Pesquisa bibliográfica ................................................................................................. 20

3.3.1. Pesquisa Documental .............................................................................................. 20

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3.3.2. Técnicas de recolha de dados .................................................................................. 20

3.4. Universo ............................................................................................................................ 21

3.4.1. Amostra .......................................................................................................................... 22

3.4.2. Procedimento para análise dos dados ......................................................................... 22

4.Cronograma de Actividades ........................................................................................... 22

4.1. Quadro de Orçamento ................................................................................................ 22

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 23

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CAPITULO I: INTRODUÇÃO

1.1.Contextualização
Moçambique é um dos países em via de desenvolvimento (PVD) com muitos recursos
naturais, onde o seu desenvolvimento está profundamente ligado ao sector agrário, cerca de
70% da população na área rural e 45% desta vive abaixo da linha da pobreza (Borras, 2010).
Nas últimas décadas crescem insatisfações das famílias produtoras diante do modelo
tradicional de cultivo de tabaco para desenvolvimento sustentável, caracterizado pelo
crescimento económico e pela ideia de progresso, aliadas ao reconhecimento acerca do
esgotamento dos recursos naturais, à preocupação com o meio ambiente e com diversos
problemas sociais.

A adopção de estratégias voltadas à sustentabilidade ambiental e redução da pobreza, expõem


as famílias de Macanga a cultivar a cultura de tabaco aumentando a sua satisfação que é
premente ao compromisso na formalização do vínculo entre empresa e o agricultor no sentido
de compartilhar os pilares sobre a sustentabilidade da cadeia de suprimentos, (Almeida,
2005). A redução da pobreza no distrito de Macanga assente num crescimento económico
sustentável e abrangente, que constitui a principal finalidade do Governo distrital e a nível de
Moçambique na actualidade, este modesto labor está implementado tanto nas áreas urbanas
como nas áreas rurais de Moçambique. As famílias produtoras de tabaco implementam
iniciativas de diversificação e analisar a dinâmica destas mudanças da região de Macanga, que
pretende-se verificar as motivações e alternativas de produção de tabaco no distrito de
Macanga na Província de Tete as políticas públicas mobilizara. A renda das famílias
envolvidas no cultivo de tabaco, de fato, não lhes confere grande autonomia financeira, além
de exigir muita mão-de-obra durante sua safra, (Almeida, 2005).

Vale ressaltar que a saúde das famílias camponesas que cultivam o tabaco é sistematicamente
agredida de diversas formas: pelo uso de agro-tóxicos, pelo contacto directo com a planta
húmida (que libera nicotina, sendo absorvida pela pele) e pelo cheiro das folhas durante a
secagem nas estufas. Importa ressaltar que as empresas do tabaco exercem controlo sobre
todos os processos do cultivo da cultura do tabaco, sem arcar com quaisquer riscos sobre o
produtor preocupando-se em obter lucro, (Boeira e Guivant 2003).

A relação entre pobreza e o cultivo tabaco não acaba aqui. Há muitas formas pelas quais o
tabaco aumenta a pobreza nos níveis individual, familiar e nacional. Nos níveis individuais e

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familiar, o dinheiro gasto em tabaco possui um custo de oportunidade muito elevado. Para os
desbastados, o dinheiro gasto em tabaco é dinheiro que não é gasto em necessidades básicas,
como comida, moradia, educação e saúde. Muitos agricultores, ao invés de tornarem-se ricos
com a cultura, com frequência se encontram endividados com as empresas do tabaco.

O tabaco também contribui para a pobreza dos indivíduos e de suas famílias já que os
usuários de tabaco se encontram em muito maior risco de vir a adoecer e morrer
prematuramente de cânceres, ataque cardíaco, doenças respiratórias ou outras doenças de
tabagismo relacionadas, privando famílias de recursos muito necessários e impondo custos
adicionais com a saúde.

1.1.1.Problematização
A partir de finais da década de 90, a produção e o processamento de folha de tabaco para
exportação expandiu-se rapidamente em Moçambique principalmente na Região de Macanga
Província de Tete, (Ash, 2010). No Distrito de Macanga, maior parte da população depende
directamente dos recursos provenientes da produção de tabaco para a sua sobrevivência. O
uso do trabalho infantil nas plantações de tabaco é uma prática comum no distrito, e tem sido
mostrado que o seu uso promove o aparecimento de tuberculose (TBC), além de impactar
negativamente a degradação da floresta, desmatamento para obtenção lenha para fumegar o
tabaco virgínia (TV) são principais tipos de alteração de vegetação associada a perda da
biodiversidade, suas consequências prolifera doença que, predominantemente afecta os
produtores, que algumas literaturas aponta que o tabagismo causa a mortes por tuberculose
nas famílias produtoras (Erdmann e Pinheiro, 1998). Levando em conta a problemática
exposta sobre a cadeia produtiva do tabaco, se torna instigante o fato de, por um lado, o
cultivo do tabaco ser considerado uma “boa e praticamente insubstituível” alternativa de
renda para o camponês e, por outro, haver famílias que vem realizando actividades de
diversificação das suas propriedades para, com isso, terem alternativas de renda e melhor
qualidade de vida.

O estado moçambicano tem limitado o seu papel à arbitragem de procura entre produtores e
empresas (PE), com esse desonesto do estado a família produtora de tabaco enfrentam
impactos económicos negativos como: sanitários, socioeconómico e ambientais causados pelo
cultivo do Tabagismo, os efeitos positivos de maiores rendimentos da EML estão

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geograficamente concentrados das práticas de exploração, têm-se verificado uma capacidade
de multiplicação limitada e são insustentáveis a longo prazo.

Os produtores de tabaco devem ser apoiados no desenvolvimento da subsistência familiar e


assistência sanitário por parte da EML representativas capazes de defender os seus interesses
de forma independente, e que isso não existe actualmente que nenhuma organização apoia os
interesses dos produtores, o que reforça a desproporcionalidade da posição de cada produtor
individualmente enfraquecer a venda de tabaco, (Erdmann e Pinheiro, 1998). As alternativas
devem ser encanelado sob os princípios da promoção do desenvolvimento sustentável e da
erradicação da pobreza, reforçando a capacidade dos produtores em gerir os recursos naturais
de forma sustentável, com menores impactos ambientais, aumentando a eficiência dos
recursos e reduzindo a produção de resíduos. Diante deste eixo de reflexão, formula-se a
seguinte questão:

 Que responsabilidade socioeconómica e ambiental da Empresa Mozambique Leaf


Tabaco (EMLT) pode trazer no cultivo de tabaco para a sustentabilidade ambiental
para redução da pobreza no distrito de Macanga-Tete?

1.1.2. Objectivos

1.1.3.Objectivo Geral

 Analisar as acções da responsabilidade socioeconómico e ambiental da Empresa


Mozambique Leaf Tabaco (EMLT) no cultivo de tabaco para a sustentabilidade
ambiental e redução da pobreza no distrito de Macanga-Tete.

1.1.4.Objectivos Específicos

 Identificar as acções da responsabilidade socioeconómico e ambiental da Empresa


Mozambique Leaf Tabaco (EMLT) no cultivo de tabaco para a região de Macanga;
 Entender o funcionamento do Sistema Integrado do Cultivo de Tabaco na Empresa
Mozambique Leaf Tabaco (EMLT);
 Descrever o contributo socio ambiental e económico da cultura dentro da agricultura
familiar em Macanga;

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 Compreender a cadeia produtiva do tabaco no mundo, em Moçambique e,
particularmente no Distrito de Macanga.

1.1.5.Justificativa
A motivação da escolha do tema e da área de estudo encontra-se na experiência pessoal do
conhecimento das mudanças que se opera na produção de tabaco. Deste modo, o presente
estudo pretende analisar a relação que se estabelece entre a Responsabilidade Socioeconómico
e Ambiental da Empresa Mozambique Leaf Tabaco no cultivo de tabaco para a
sustentabilidade ambiental e redução da pobreza no distrito de Macanga-Tete. Este trabalho
foram os vários contributários publicado dos órgãos de comunicação social televisão radio e
jornais com matérias relacionadas com produção do tabaco, jornal noticias, 03/03/2023,
TVM,Jornal Nacional 25/04/2023.Algum artigos defendem que, a carências alimentar em
algumas zonas deve-se a produção de tabaco, nessa áreas pelo sector familiar, outros
defendem que a mesma situação tem exclusivamente, a ver com a situação climáticas, como é
o caso de quedas irregular de chuvas, graça o director DPADR de Tete que se as famílias
deixarem de produzir cereais e outras culturas alimentares e incidirem os seus esforços na
produção de tabaco e, se os produtores industriais desta cultura de rendimento não
observarem as medidas de rotação, a segurança alimentar na províncias de Tete poderá ficar
ameaçada. Alguns estudos feitos acerca dos efeitos da produção de culturas de rendimento no
sistema de produção do sector familiar mostram claramente efeitos negativos
(Isacman,1996,Hedges,1993).

Uma alternativa para superar esta situação de baixo rendimentos na produção agrícola, tem
sidos a produção de culturas que para além, de contribuírem para o sustento da família, podem
gerar rendimentos monetários aos camponeses, como são os casos de diversificação de cultura
e uso de culturas de rendimento de tabaco. A produção de tabaco tem sido uma alternativa
para algumas zonas de Moçambique de acordo com as condições climáticas e a situação da
qualidade do solo, oportunidade do solo, oportunidade de venda, disponibilidade de mão-de-
obra, transporte e via de acesso.

A principal motivação para o cultivo do tabaco é o aspecto económico. Os produtores, de


maneira geral, desenvolvem o cultivo do tabaco pela renda que ele apresenta, alegando que
não o fazem por gostar ou por “saber”. Planta-se: “pela renda”, é a principal renda que se tem
naquela família produtora, o cultivo do tabaco emprega uma estratégia de relações públicas

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que desvia a atenção do verdadeiro impacto dos danos ambientais, obscurece soluções
genuínas, prejudica as estratégias de diversificação.

É necessário que essa discussão seja repercutida no meio académico para divulgar a realidade
empírica vivida por milhares de agricultores familiares do norte de Macanga e contribuir para
a compreensão da complexidade que envolve o caso.

1.1.6.Hipóteses
 H1: A principal motivação da família produtora de tabaco, esta ao retornos financeiros
que são proporcionadas pelo cultivo, ainda que esse retorno financeiro submeta os
famílias à condição de dependência da EMLT.
 Ho: A EMLT aplica medidas restritivas imprevistas que configura acções ambíguas
e/ou antagónicas no cultivo de tabaco para a sustentabilidade ambiental e redução da
pobreza no distrito de Macanga.

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CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1.Cultura de Tabaco
O tabaco é uma cultura de capital importância a nível global, o seu produto manufacturado é
hoje consumido na mais larga escala, apesar dos problemas de saúde devido ao seu consumo.

2.1.1.Origem e distribuição taxionómica do tabaco


Em conformidade com Lucas (1990),o desenvolvimento da indústria do tabaco comercial
começou nas Américas. O uso do tabaco para fumar e mastigar era aparentemente difundido
entre os nativos da América, antes do seculo XVI. O primeiro registo de uso tabaco foi no
México. Por seu turno Almeida (1930),realça que dentre as várias espécies do género
Nicotina, diferenciadas pelos seus caracteres botânicos são a Nicotina tabacum aquela que era
mais cultivada.

2.1.2.Taxonomia e Descrição
O tabaco (Nicotina tabacum) é uma planta tropical de origem Americana, pertencente a
família solanácea que inclui a batata reno, tomate, pimenta. O tabaco pertence ao género
Nicotina, é anual, de caule erecto e ramoso, cilíndrico, com uma altura que vai de 0,8 a 1m,
50,com forte raiz aprumada, sendo o caule provido de folhas alteradas, simples ovais e gudas,
alternadas na base, não pecioladas inteiras pubescentes e mais ou menos viscosas, tanto na
páginas superior como na inferior (Almeida,1930).

O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotiana tabacum, da família das Solanáceas
da qual é extraída uma substância alcaloide básica, líquida e de cor amarela, chamada
nicotina, assim chamada em homenagem Jean Nicot, diplomata francês em Lisboa (Portugal)
que difundiu no século XVI o uso do tabaco na Europa. As suas folhas são colhidas e curadas
(secas) em estufas. Com as folhas secas são produzidos charutos, rapé, cachimbos e,
principalmente cigarros.

A produção de tabaco, mesmo nas grandes propriedades, é realizada basicamente através do


emprego do trabalho manual, com pouco emprego de maquinaria no cultivo e na colheita, fato
vinculado à baixíssima remuneração dos trabalhadores agrícolas.

1.1.3.Producao de tabaco
A produção do tabaco divide-se em duas partes principais:

 Trabalho de viveiro;
10
 Trabalho de campo.
a) Trabalho de viveiro

Começa a partir do mês de Setembro os trabalhos dos viveiros para transplantar com as
primeiras chuvas, em algumas regiões iniciam em Outubro e nas outras em Dezembro,
(Leitão, 1969).

b) Instalação dos viveiros

Os viveiros constituem a base principal da cultura, consequentemente deve haver o maior


cuidado na escolha do local instalados e o viveiro será instalado prementemente no mesmo
local ou se o viveiro será deslocado de época (Garner,1951), Segundo Taylor (1924), diz que
os cuidados a ter na estalação do viveiro os mais importantes podemos salientar:

i. Escolha do local

Os viveiros devem estar virados para o norte de modo a que as plantinhas possam beneficiar-
se do local do sol da manha, dada a importância que este tem sobre o crescimento devem
estabelecer-se em terrenos pouco inclinados evitando deste modo os estragos provocar por
chuvas de forte o que pode provocar um atraso de plantas para transplante; o solo do local,
deve ser de aluvião, bem drenado, rico em húmus, leve e fértil.

ii. Preparação do terreno e sementeira

Após de limpar o local, é necessário permitir que o terreno esteja exposto a acção do sol, a
fim de exterminar qualquer raiz que tenha ficado e também para desinfestar o terreno caso
esteja infestado por pragas. Segundo Almeida (1964), a semente deve ser de boa qualidade,
limpa, cilibrada,desinfectada e de poder germinativo superior a 90%.Nestas condições, a
quantidade da semente a usar é 0,7 a 0,9 gramas por 10m2 de canteiro e a densidade ideal de
plantas no viveiro, de 60 por 900cm2 um quadrado de 30cm, de lado.

2.1.4.Responsabilidade Socioeconómico da EMLT no cultivo


De uma maneira geral, o conceito de agricultura familiar reporta ao uso da pequena
propriedade rural tendo, essencialmente, como mão-de-obra o núcleo familiar, portanto, esse é
o cenário observado na região de Macanga com os plantadores de Tabaco na região estudada,
composto integralmente por agricultores familiares.

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2.1.5.Responsabilidade Socioeconómico
O conceito de Responsabilidade Social Empresarial passou a incorporar alguns anseios e a ser
entendido não apenas como geração de empregos, pagamento de impostos e geração de
lucros, mas também como o cumprimento de obrigações legais referentes a questões
trabalhistas (Tenório, 2004, p.17).

Responsabilidade Socioeconómico da Empresa, diz respeito à participação de empresas em


acções comunitário e ambiental, com o objectivo de minorar os possíveis danos sociais e ao
meio ambiente decorrente do tipo de actividade que exerce.

Caso o agricultor opte por outros insumos que não os fornecidos pela empresa, corre o risco
de não ter sua produção comprada pela empresa, que prima pela qualidade do produto.

A principal motivação para o cultivo do tabaco é o aspecto económico. Os produtores, de


maneira geral, desenvolvem o cultivo de tabaco pela renda que ele apresenta, alegando que
não o fazem por gostar ou por “saber”. Planta-se pela renda, por gostar ninguém plantaria
mais”, é a principal renda que se tem na região de Macanga. O aspecto económico do cultivo
do tabaco é fortemente argumentado, tanto os agentes de desenvolvimento quanto os
produtores percebem o cultivo como importante fonte de renda e por isso de difícil
substituição.

Devem ser reconhecidos e abordados na dimensão económica, no contexto das estratégias


nacionais de desenvolvimento sustentável, a importância da assistência técnica e financeira
para auxiliar a transição económica dos produtores agrícolas e trabalhadores cujos meios de
vida sejam gravemente afectados em decorrência dos programas de controlo do tabaco, nas
Partes que sejam países em desenvolvimento, e nas que tenham economias em transição. [...]
Apoio a actividade alternativas economicamente viáveis: as Partes, em cooperação entre si e
com as organizações intergovernamentais, internacionais e regionais competentes
promoverão, conforme proceda, alternativas economicamente viáveis para os produtores da
cultura de tabaco e trabalhadores, eventualmente, os varejistas de pequeno porte.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o objectivo é buscar alternativas


produtivas e geradoras de renda na família produtora de tabaco, com foco na qualidade de
vida e na sustentabilidade económica, social, ambiental e cultural entre as famílias
agricultoras (MDA, 2012).

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Acredita-se que o principal motivo pelo qual essas empresas escolhem trabalhar com
agricultores familiares seja de cunho económico. É mais barato para uma EMLT pagar para
produzir o tabaco e controlar a qualidade do produto do que arcar com custos de produção,
pois envolve grande quantidade de terra e mão-de-obra. Por outro lado, sabe-se que os
pequenos agricultores são mais vulneráveis a riscos (naturais, flutuações no mercado
económico).

2.1.6.Responsabilidade na dimensão sociais


Conceito da Responsabilidade ambiental (RA) deriva do termo Responsabilidade Social
Empresarial (RSE) ou Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e deve ser entendida como
parte integrante desse conceito. No livro Responsabilidade Social Empresarial, Tenório
(2004) apresenta alguns conceitos, de autores distintos, para Responsabilidade Social. Dentre
os principais está o conceito de D’ambrósio e Mello (1998 apud Tenório, 2004, p. 32):

A Responsabilidade Social de uma empresa consiste na sua decisão de participar mais


directamente das acções comunitárias na região em que está presente e minorar
possíveis danos ambientais decorrentes do tipo de actividade que exerce.

Os aspectos sociais, elenca sobre a relação do agricultor e EMLT, o sucesso do cultivo de


tabaco, em Macanga, é devido ao fato de a produção ser desenvolvida em um sistema de
integração vertical entre EMLT e a família produtora de tabaco (Boeira,2002). Um dos
aspectos social negativo é não prestar assistência técnica que a EMLT não oferece a sua
responsabilidade quanto em troca da venda integral da produção com exclusividade.

De acordo com literatura sustenta, que os produtores não se comprometem moralmente, o seu
cultivo, sendo esta uma forma encontrada pelas EMLT para manterem o controlo produtivo
em suas mãos desde o início do cultivo do tabaco e não apenas no momento da venda final. A
produção de tabaco, no distrito de Macanga, é uma actividade que pode ser associada à perda
de autonomia da família produtora de tabaco.

A chegada das EMLT deu-se por volta dos década 90, e a consolidação do sistema de
produção integrada foi inicialmente vista como uma oportunidade para se alcançar níveis de
vida mais elevados, especialmente ao se considerar as garantias de compra da produção
oferecidas por essas empresas. Actualmente, a actividade parece ser vista como uma ocupação
que já não oferece a compensação esperada e justa.

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Com esta abordagem o pesquisador percebe-se que os produtores são integrados a produção
por não possuírem condições financeiras de plantar sem o vínculo com a empresa, os
agricultores não podem cultivar o tabaco por conta própria, em consequência, os agricultores
sentem-se angustiados e o lucro proporcionado com o cultivo do tabaco é decrescente, há um
sentimento entre os agricultores e suas famílias de uma grande dependência em relação às
EMLT. Tal dependência é geralmente ilustrada pela reclamação dos agricultores por não
haver negociação com a empresa, única opção do plantador é vender a produção ao preço
proposto, mesmo que ele não seja satisfatório nem corresponda às expectativas da família
(Mascarenhas, 2006).

No Instituto “Ethos”, organizou sete temas ou Indicadores de Responsabilidade Social de uma


Empresa, que são: valores; transparência e governança; público interno; consumidores e
clientes; comunidade; governo; sociedade e meio ambiente.

2.1.7.Agricultura familiar (AF)


Considera agricultor familiar e empreendedor familiar rural, aquele que pratica actividade no
meio rural, atendendo, simultaneamente, aos seguintes requisitos:

 Não detenha, a qualquer título, área maior;


 Utiliza predominantemente mão-de-obra da própria família nas actividades
económicas do seu estabelecimento ou empreendimento;
 Tenha renda familiar predominantemente originada de actividades económicas
vinculadas ao próprio estabelecimento ou empreendimento;
 Dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família (Brasil, 2006).

Agricultura familiar (AF), em Moçambique se refere a um amplo guarda-chuva conceitual,


que abriga distintos tipos e situações, não apenas entre a região de Macanga, mas dentro de
cada País, de cada estado, de cada território ou localidade. Conhecer e compreender as
especificidades de uma dada situação concreta torna-se imprescindível para todos os
envolvidos em processos de desenvolvimento sustentável. Além de bases teóricas sobre
características comuns, estratégias globais e princípios gerais ao conjunto da produção
familiar, é fundamental a valorização do conhecimento dos agricultores e a reflexão sobre as
particularidades de cada local (Altafin, 2008, p. 15).

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2.1.8.Responsabilidade Ambiental da Empresa Mozambique Leaf Tabaco no cultivo de
tabaco
A Empresa Mozambique Leaf Tabaco não impõe a responsabilidade no cultivo de tabaco,
visto que a prática da cultura de tabaco gera a uma fonte de desmatamento (May et al. 2011).
A produção de tabaco aumentou drasticamente em 2000, a área de produção de tabaco se deu
pela conversão das áreas anteriormente usadas para as culturas tradicionais (p.e. tabaco e
algodão), mas também a conversão de áreas florestais.

Importa realçar que os efeitos indirectos da produção de tabaco que impõem uma pressão
adicional sobre as florestas, tal como é o caso das queimadas utilizadas para abertura de novas
machambas, particularmente nas áreas de agricultura itinerante. Estes factos sugerem uma
forma de causas combinadas da agricultura com uso de queimadas no desmatamento.

A Empresa Mozambique Leaf Tabaco devia atrelar a responsabilidade na área do meio


ambiente, como plantio de árvores, limpeza, etc., são expostos como um meio de desviar a
atenção de questões reais. Tabaco para o meio ambiente, como a promoção do “plantio de
árvores”, abafam as verdadeiras soluções para proteger o meio ambiente e restaurar o
ecossistema, ao mesmo tempo em que divulgam suas supostas “práticas sustentável”.

A Empresa Mozambique Leaf Tabaco deverá colocar a responsabilidade sobre os


consumidores, a responsabilidade pelo produto ao longo de seu ciclo de vida. Na cadeia
produtiva do tabaco, utilizam-se agro-tóxicos desde os canteiros de mudas às lavouras,
deixando o agricultor e sua família expostas durante praticamente todo o ano. Além disso, o
cultivo causa problemas ambientais como o envenenamento em mananciais, a redução da vida
microbiana, entre outros. Por isso, percebe-se no cultivo de tabaco certa pressão sobre os
recursos locais (Lima et al. 2005; Sequinato, 2007; Rheinheimer et al. 2003).

Além das problemáticas ambientais no cultivo de tabaco, é amplamente discutida a relação da


EMLT com o produtor, uma vez que o sistema de integração utilizado acaba por deixar o
agricultor dependente da empresa. Também se questiona a renda gerada, uma vez que estudos
têm evidenciado o endividamento dos produtores, além de, conforme (DESER,2009).

Diante dessa problemática, durante o período do cultivo de tabaco os agricultores em


elencadas algumas temáticas, dentro do aspecto ambiental, a serem analisadas pelo governo
do distrito. Dentre elas, destacam-se os agro-tóxicos, seu uso, e destino das embalagens, os
cuidados e trato com os solos, a existência de mata nativa, os recursos hídricos, o uso de
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queimadas e a adubação adoptada. De acordo com informações da EMLT, nos últimos 10
anos o uso de agro-tóxicos no cultivo de tabaco vêem degradando o solo, actualmente utiliza-
se agro-tóxico NPK, uso excessivo dos fertilizantes pode gerar problemas dos recursos
pedológicos, dano ambiental ou desperdício de insumos. Os agro-tóxicos são utilizados em
larga escala na produção de tabaco.

A produção do tabaco geralmente está localizada em solos marginais, declivosos e com


muitos problemas de manutenção da capacidade produtiva. O cultivo de tabaco é responsável
pela degradação do ecossistema natural através do uso intensivo do solo (Sequinatto, 2007).

Os indicadores são de suma importância para mensurar o desempenho socio ambiental das
empresas. De acordo com Demajorovic (2003, p.180), sustenta que a variedade de usuários
interessados nos indicadores de performance ambiental, prolifera uma infinidade de formas
diferenciadas de avaliar esse desempenho e que, excepto por um conjunto de normas e
padrões que é similar em alguns países, não apresentam um padrão definido de indicadores
que permita a comparação entre empresas, visto que elas são de diferentes ramos.

Neste estudo apontamos alguns indicadores socio ambientais, não seguindo um padrão:
segurança na produção, investimentos sociais na comunidade, geração de resíduos sólidos,
educação ambiental e compromisso com princípios e direitos nas relações de trabalho. Esses
indicadores foram escolhidos para atender aos objectivos da pesquisa e para facilitar o
processo de análise da RSA das três empresas: Universal Leaf Tabacos (EULT) e
Mozambique Leaf Tabaco (EMLT).

De acordo com Demajorovic (2003 p. 166-167), revela que…

Os recentes debates sobre a Responsabilidade Sócio ambiental das empresas põem em cheque
a visão do desempenho organizacional, centrado exclusivamente nos indicadores financeiros
tradicionais, como lucratividade, participação no mercado e nível de investimentos. Não se
trata de uma tarefa simples, uma vez que a incorporação dos problemas ambientais é algo
relativamente novo tanto para as empresas quanto para a teoria organizacional.

2.2.Sustentabilidade ambiental
A EMLT não configura no campo da responsabilidade que elenca as preocupações com a
sustentabilidade ambiental, representa a possibilidade de garantir mudanças sociopolíticas que
não comprometam os sistemas ecológicos e sociais que sustentam as comunidades.

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A sustentabilidade implica uma contribuição adequada para a manutenção do crescimento e
do capital, bem como o uso eficiente dos recursos naturais.

O processo de desenvolvimento tem feito com que o consumo dos recursos finitos da natureza
seja cada vez maior, causando uma série de impactos. O desenvolvimento como sinónimo de
crescimento já não serve mais, pois a crise ambiental, social e económica colocam em xeque
esta generalizada noção. Para tanto, no século XX, esgota-se a força norteadora desta ideia e
começa-se a agregar a palavra sustentável ao conceito de desenvolvimento.

A sustentabilidade é futura, uma visão de longo prazo, e deve estabelecer mudanças nos
padrões de consumo, nos métodos de uso da terra, na preservação da produtividade
(qualidade) do solo, entre outras. A sustentabilidade é a prova de que se está evoluindo,
refere-se sempre a uma medida posterior, pois a avaliação está no futuro (Gliessman, 2005).

Hoje se está mais consciente do que antigamente” (agente prefeitura). A visão do agente rural,
representante do cultivo de tabaco, vai além de considerar que o cultivo de tabaco,
actualmente, não é mais rentável, ele ainda apresenta problemas ambientais e para a saúde
humana.

Com a perspectiva do autor clarifica que uma Empresa é sustentável quando ele assegura a
melhoria das condições de vida económica, social e ambiental das populações a que se dirige
e, ao mesmo tempo, não põe em causa a capacidade futura da região e das suas populações em
desenvolver novos projectos sustentáveis. As famílias que têm a produção de tabaco
integrados em suas propriedades acabam sem tempo para se dedicarem a outras actividades
devido à intensa demanda de mão-de-obra exigida nesse sistema de produção.

2.2.1.Redução da pobreza
Concomitantemente é fácil concordar a redução da pobreza ou promoção do bem-estar dos
menos favorecidos deve ser objectivados de política pública, mas haver desacordo sobre o que
significa pobreza, isto resulta do facto de que a pobreza é um fenómeno complexo,
multidimensional e com diversas características, a seguir são apresentadas algumas definições
deste fenómeno.

Para Ravallion (1992), considera que a pobreza está associada ao facto de, numa determinada
sociedade, as pessoas não serem capazes de atingir o nível material e de bem-estar assumido
como o mínimo razoável nessa sociedade. No entanto, lembra-se que a produção para o
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autoconsumo desempenha um importante papel, como produtora de autonomia na agricultura
familiar, por garantir às famílias das necessidades vitais, que é a alimentação, reduzindo a
dependência do mercado (Leite, 2003; Grisa, 2007).

Entende-se como pobre, todo aquele que vive numa situação de privação permanente da
satisfação das suas necessidades básicas, bem como as do seu agregado familiar, tais como
saúde, segurança alimentar, habitação, saneamento básico, água potável, etc., e ainda de
acesso à educação, à informação, à participação social e a um rendimento que confere a si e
ao seu agregado familiar um modo de vida durável” (ACEP, 2000,p.38).

O plano de acção para Redução do problema absoluta (PARPA,2001-2005),define a pobreza


como a incapacidade dos indivíduos de assegurar para si e aos seus dependentes um conjunto
de condições básicas mínimas para a sua subsistências e bem-estar, segundo as normas da
sociedade, o mesmo documento, distingue três tipos de pobrezas:

 Pobrezas absolutas ou extrema em termos de rendimentos;


 Pobreza relativa;
 Pobreza Humana.
a) Pobrezas absolutas ou extrema em termos de rendimentos

Falta de rendimentos necessários para satisfazer necessidades alimentares básicas, ou


requerimentos calóricos mínimo.

b) Pobreza relativa

Falta de rendimento suficiente para satisfazer necessidades alimentares e não alimentares


essências de acordo com rendimento médio dos pais.

c) Pobreza Humana

Falta de capacidade humanas básicas, como analfabetismo, ma nutrição, esperanças de vida


reduzida, saúde materna fraca, incidência de doenças preveníeis com medidas indirectas tais
como acesso a bens, serviços e infra-estruturas necessárias para atingir capacidades humanas
básicas saneamento, aguas potável, educação, comunicação e energias, etc.

Segundo relatório Anual da pobreza (RAP) (G20 2004),as percepções sobre o que é a pobreza
por parte dos cidadãos são agrupadas em 4 grupos:

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 A pobreza derivada de não satisfação das necessidades vitais: não ter comodas,
não ter casa, não ter nada, não ter condições de sobrevivências, viver nos pais de
calamidades;
 A pobreza derivados das causas para o baixo rendimento: não ter emprega, não ter
dinheiro, não ter possibilidade, não ter meios de produção, não ter terra;
 Pobreza relacionada com as disparidades estruturais ou questões sociais: não ter
saúde, ter deficiências física ou mental e ser marginalizado, não ter forca para
trabalhar, ser órfão, abandonado, viúva ou não ter dono;
 A pobreza derivada da situação politica: viver num pais com guerra, não ter amparo
do estado, viver de esmola. Não obstante, os aspectos mais mencionados como
caracterizado o nível social pobre ou rico foram entre outros os seguintes: posse de
cabeça de gado, emprego (em especial trabalho para outrem),posse de bicicleta, posse
de automóvel, posse de vestuário e sua qualidade, casa e suas condições, posse de
dinheiro, acesso a crédito e bens para vender, posse de loja ou banca, acesso a
alimentos (quantidade e qualidade).

Segundo Kurien (s/d) citado por Chambers 1983, a pobreza é um fenómeno socioeconómico
por meio do qual os recursos de que uma sociedade dispõe são utilizados por satisfazer os
desejos de alguns enquanto muitos não vêem satisfeitas as suas necessidades básicas. Esta
conceitualização exprime o ponto de vista que a pobreza é essencialmente um fenómeno
social e apenas secundariamente um fenómeno material ou físico.

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CAPITULO III:METODOLOGIA
Um trabalho de investigação obedece a uma sequência de procedimentos distintos, mas
interligados, que começa com a revisão da literatura, a recolha de dados e a análise e
discussão dos resultados. Em cada um desses momentos foram usados métodos específicos
qualitativos e/ou quantitativos, pelo que não se seguiu uma única metodologia mas, antes,
recorreu-se a diferentes metodologias adequadas aos objectivos e às temáticas tratadas.

3.1.Descrição da área de estudo


A pesquisa será desenvolvida concretamente na Empresa Mozambique Leaf Tabaco (EMLT),
distrito de Macanga que percorre 171km da cidade de Tete, à EN 222 Cruzamento de Matema
- Furancungo.
Limites:
 A norte com o Malawi;
 A noroeste e oeste com o distrito de Chifunde;
 A sul com o distrito de Chiuta;
 A sudeste com o distrito de Tsangano;
 Leste com o distrito de Angónia.

3.2 Tipo de Pesquisa

3.3.Pesquisa bibliográfica
Consistiu no levantamento bibliográfico a partir das referências teóricas já analisadas e
publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros e revistas com vista a obter
informações em torno do assunto.

3.3.1. Pesquisa Documental


De acordo com Cellard (2008, p.63), o documento é uma declaração escrita, oficialmente
reconhecida que serve de prova de um acontecimento, facto ou estado. É qualquer objecto que
comprove, elucide, prove ou registe um facto ou acontecimento. É arquivo de dados gerado
por processadores de texto.

Para esta fonte de colecta de dados o pesquisador irá acompanhar com a pesquisa
bibliográfica com o objectivo de confrontar as ideias obtidas com outros autores.

3.3.2. Técnicas de recolha de dados


Para a obtenção dos dados inerentes ao tema em estudo irá-se aplicar as seguintes técnicas:

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 Questionário

Esta técnica consistirá na recolha da informação numa condição face à face entre o
observador e o observado, através de um questionário previamente elaborado pelo
pesquisador de forma a ter mais informações referentes a análise da Responsabilidade
socioeconómico e ambiental da Empresa Mozambique Leaf Tabaco (EMLT) no cultivo de
tabaco para a sustentabilidade ambiental e redução da pobreza no distrito de Macanga-Tete.

A escolha desta técnica, deve-se ao facto de as respostas às questões serem colocadas que não
estarão tão sujeitas a interpretações duvidosas, e irá possibilitar uma maior sistematização dos
resultados obtidos, tornando-se mais fácil automatizar o processo de análise e tratamento dos
dados.

 Observação directa

Esta técnica irá consistir na observação das actividade a ser realizadas pelas famílias
produtoras sem interferência durante a realização das mesmas, o que permitirá, colher
informações ricas e detalhadas sobre a análise da responsabilidade socioeconómico e
ambiental da Empresa Mozambique Leaf Tabaco no cultivo de tabaco para a sustentabilidade
ambiental e redução da pobreza, as actividades como: a preparação do solo, sementeira,
colheita e a até a comercialização o observador estará presente em tempo real.

 A entrevista

Para possibilitar a tabulação dos dados irá permitir que o pesquisador compreender a analisar
a responsabilidade socioeconómico e ambiental da Empresa Mozambique Leaf Tabaco no
cultivo de tabaco para a sustentabilidade ambiental e redução da pobreza no distrito de
Macanga-Tete.

3.4. Universo
Na concepção de Richardson (1989,p. 49), universo é entendido como "o conjunto de
fenómenos, todos os factos apresentando uma característica comum".

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3.4.1. Amostra
Segundo Gil (2009,p. 56), "amostra é uma parte do universo escolhida segundo algum critério
de representatividade".

3.4.2. Procedimento para análise dos dados


Depois da recolha de dados, irá possibilitar a organização das informações e representações
gráficas, que irá auxiliar a compreensão dos resultados. A análise dos dados, por sua vez, será
confrontada com a base da fundamentação teórica.

4.Cronograma de Actividades
Período de Execução (Meses) 2023
Nº ACTIVIDADES Set Out. Nov. Dez. J. Fev.
01 Fase preparatória, elaboração do projecto
02 Recolha de informações e dados secundários
03 Recolha de dados primários
04 Colecta de dados
05 Análise e discussão dos resultados
06 Compilação do relatório
07 Discussão com supervisor
Fonte: Autor (2023).

4.1. Quadro de Orçamento


Nº Material Quantidade Valor Unitário Valor total
01 Resma A4 1 500,00Meticais 500,00Meticais
02 Esferográficas 2 50,00Meticais 100,00Meticais
03 Régua 5 100,00Meticais 300,00Meticais
04 Bloco de notas 1 100,00Meticais 100,00Meticais
05 Impressões 4 Versões 500,00Meticais 2000,00Meticais
06 Crédito e Internet (MEGAS) 3 1600,00Meticais 4800,00Meticais
07 Transportes 6 Vezes 2000,00Meticais 6000,00Meticais
Total 13800,00Meticais
Fonte: Autor (2023).

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5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
1. Almeida, Guilherme Eidt Gonçalves de. (2005).Fumo: servidão moderna e violações
dos direitos humanos. Curitiba: Terra de Direitos.
2. Altafin, Iara Guimarães (2007).Reflexões sobre o conceito de agricultura familiar.
Brasília: CDS/ UnB.
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4. ASH (Action on Smoking and Health) (2010) BAT’s African Footprint. Report 2010.
5. Boeira, S. L. (2002).Atrás da cortina de fumaça: tabaco, tabagismo e meio ambiente:
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6. Brasil (2006). Estabelece as directrizes para a formulação da Política Nacional da
Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Disponível em: Acesso
em 29 fev 2012.
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primeiros.Ed.ADRA, Luanda Angola, pp.253.
8. Demajorovic, Jacques (2003).Sociedade de risco e responsabilidade socio ambiental:
perspectivas para a educação corporativa. São Paulo.
9. Departamento de Estudos Socioeconómicos Rurais. DESER (2009). Cadeia produtiva
do fumo. Boletim Especial Deser, dez. Disponível em:
<http://www.deser.org.br/pub_read.asp?id=145>. Acesso em 10 de ago. de 2010.
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11. Gliessman, S. R. (2005).Agroecologia: processos ecológicos em agricultura
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Rio Grande do Sul. 2007. 200f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Rural).
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Colonialismo, 1930-1961, vol.3.ed. Departamento de Letras-EU Maputo,pp.295.
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16. Jornal Noticias (25/04/2023). Aumenta de Producao de tabaco mobiliza o Governo e
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17. Jornal Novo Hamburgo (201).Universal Leaf Tabacos anuncia acordo com Philip
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Atlas.
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28. Chimarila, A. (2003). Consumo de tabaco é um problema de saúde. Jornal Noticia.
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