Você está na página 1de 11

Atupele Baptista Ntengula

Belmiro Samuel Matias

Bonofacio Mutapara

IMPACTO SOCIOECÓNOMICO DA PRODUÇÃO E PROCESSAMENTO DE


MORANGOS NA PROVÍNCIA DO NIASSA

(Licenciatura em Agro-pecuária)

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2024
Atupele Baptista Ntengula

Belmiro Samuel Matias

Bonofacio Mutapara

IMPACTO SOCIOECÓNOMICO DA PRODUÇÃO E PROCESSAMENTO DE


MORANGOS NA PROVÍNCIA DO NIASSA

(Licenciatura em Agro-pecuária)

Trabalho de pesquisa do Curso de


Licenciatura em Agro-pecuária, á ser
entregue para fins avaliativos.

Docente: Ciana Aquino, MSc

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2024
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1

1.1. Generalidade .............................................................................................................. 1

1.2.Objectivos ................................................................................................................... 2

1.2.1.Geral ........................................................................................................................ 2

1.2.2.Específicos ............................................................................................................... 2

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 3

2.1. Impacto da produção de morango em Niassa ............................................................ 3

2.2. Processamento de morango ....................................................................................... 4

2.3. Cadeia de valor (Produtiva) do Morango .................................................................. 5

III. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 7

IV. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 7


INTRODUÇÃO

1.1. Generalidade
O morangueiro (Fragaria L.) é uma cultura de elevada importância económica que se
adapta a diferentes condições ambientais (Hancock, 1999). O interesse no consumo do
morango e o aumento nas áreas cultivadas estão associados ao seu sabor agradável,
aroma, coloração e textura como também aos seus nutrientes, minerais, vitaminas e
compostos antioxidantes (Qin, et al., 2008; Galli et al., 2015).

O morangueiro cultivado é originário do Chile e dos Estados Unidos da América, e só


começou a ser cultivado para consumo na Europa, a partir do século XIV, na corte de
Carlos V, em França. No século seguinte, a cultura expandiu-se para Inglaterra, sendo
largamente difundida por toda a Europa até finais do século XIX (Observatório dos
Mercados Agrícolas e das Importações Agro-Alimentares, 2011). O morango faz parte
da alimentação de milhões de pessoas espalhadas pelo mundo. Conhecido pelo seu
delicioso sabor e pela sua riqueza em vitaminas, o morango é cultivado pelo mundo
desde o Ártico até aos Trópicos (Hancock, 1999).

O morangueiro é uma planta que se adapta a uma grande variedade de climas. Já as


flores são muito sensíveis, sendo destruídas a temperaturas inferiores a 0⁰C. A
temperatura óptima de crescimento é de 23⁰C (Palha et al, 2005).

Foi possível analisar a distribuição da produção de morango pelos continentes, no ano


2014, através de dados recolhidos na FAOSTAT. O continente asiático (3,96 milhões de
toneladas) domina quase metade da produção total (8,11 milhões de toneladas). Logo a
seguir temos as Américas e a Europa que apresentam maior produção, com 2,06
milhões de toneladas e 1,60 milhões de toneladas, respectivamente. Tanto a Oceânia
como África têm produções pouco significativas (FAOSTAT, 2017). O maior produtor
de morango do mundo é a China, seguido de EUA, México, Turquia.

A produção e processamento de morangos na província do Niassa, em Moçambique,


apresenta um potencial significativo para gerar impactos socioeconómicos que podem
influenciar positivamente o desenvolvimento local e regional. Este estudo visa analisar
esses impactos e compreender como a actividade afecta diversos aspectos da vida das
comunidades, bem como a economia da região.

1
A introdução desta análise começa contextualizando a importância da agricultura para a
subsistência e o crescimento económico em regiões como Niassa, onde a actividade
agrícola desempenha um papel fundamental na sustentação das comunidades locais. Em
seguida, destaca-se o papel específico da produção e processamento de morangos como
uma actividade agrícola emergente na região, trazendo novas oportunidades e desafios.

Além disso, fornece uma visão geral do estado actual da produção e processamento de
morangos em Niassa, abordando aspectos como áreas cultivadas, métodos de cultivo e
infra-estrutura de processamento existente.

1.2.Objectivos

1.2.1.Geral
Abordar acerca do impacto socioecónomico da produção e processamento de
morangos na província do Niassa.

1.2.2.Específicos
Analisar o Impacto da produção de morango em Niassa;
Caracterizar o Processamento de morango;
Descrever a Cadeia de valor (Produtiva) do Morango.

2
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Impacto da produção de morango em Niassa


Segundo o Jornal o Pais (2018), diz que nos últimos anos, o noroeste de Moçambique
(posição geográfica de Niassa) tem se lançado no cultivo do morango. O senhor Mateus
é um dos agricultores de referência no distrito de Lichinga, com uma área total de 8
hectares. Em períodos de pico colhe até 200 kg por dia. No período de colheita e venda
existem clientes que levam do aeroporto para Maputo, o resto vende-se no mercado
central. Cada quilo custa por 100 meticais”.

O rendimento até podia ser superior. Todavia, as técnicas que os agricultores usam são
tradicionais. “Com as técnicas melhoradas o rendimento seria de 30 toneladas por
hectare. Da maneira que eles produzem apenas conseguem 25 toneladas por hectare e
eles vendem o quilo a 100 meticais. Falando de 30 toneladas estaríamos nos 3 milhões
de meticais”, explica a directora de Actividades Económicas no distrito de Lichinga
(Ema Saíde, 2018).

Tanto o feijão como o morango não têm certificação e muito menos processamento
industrial no Niassa, o que logo limita o acesso aos grandes supermercados e até mesmo
ao exterior. A Fundação Malonda até iniciou com o processamento, empacotamento e
estampagem do selo “Feijão do Niassa”. Em 2015 quando se inaugurou a unidade, o
recém-substituído governador provincial Arlindo Chilundo via um caminho para
eliminar o que mais desgraça Niassa: “ diz que nós temos que produzir mais, porque
isso vai-nos ajudar também a combater a pobreza. Não só nos nossos lares, mas também
ao nível da província”.

A província com um enorme potencial está a braços com a pobreza. Os números do


último Inquérito ao Orçamento Familiar (IOF 2014/15) do Instituto Nacional de
Estatísticas falam por si: Niassa é a província que mais gasta com produtos alimentares
por pessoa (estimou-se em 686 meticais); apenas 4,7% dos agregados familiares têm
acesso a fontes de água canalizada para beber e 88% dos agregados familiares vivem em
casas com cobertura de capim.

3
Figura 1: Caracterização da produção de morango em Niassa.

2.2. Processamento de morango


Segundo MADER (2020), diz que na província do Niassa carece de tecnologias de agro-
processamento de morangos. O Instituto de Investigação Agrária de Moçambique
através do Projecto Trilateral de apoio ao Centro de Investigação e Transferência de
Tecnologias Agrárias de Umbeluzí (CITTAU) em coordenação com o Serviço Distrital
de Actividades Económicas do distrito de Namaacha, realizou de 03 a 04 de Dezembro
de 2020, um treinamento em matéria de tecnologias de pós colheita e processamento de
morangos e manga.

A capacitação visava treinar os membros da Associação APIMONA e produtores do


Distrito em conhecimento teórico e prático sobre tecnologias de agro- processamento de
morangos e manga, por forma a contribuir para o desenvolvimento local, bem como
demonstrar o processamento transformacional e mínimo do morangos e manga
(minimização de perdas pós colheita do produto e agregação de valor) e noções de
agronegócio. Esta actividade aconteceu como forma de dar resposta à solicitação da
Associação de Produtores de Morangos da Namaacha (APIMONA). Durante o
treinamento foram seguidos os seguintes aspectos: pré-avaliação; exposição do
conteúdo; discussão; partilha das experiências dos participantes; demonstração; prática;
e avaliação participativa.

4
Constituiu o Plano do trabalho, uma avaliação dos conteúdos feita a parte teórica sobre
a importância económica de agro – processamento de morango e manga; noções de
agronegócio tendo em conta o uso dos produtos processados pelos formandos através da
prova de sabor acompanhada de uma apreciação geral da formação pelos formandos;
produção da réplica, formando outros, como forma de difundir os conhecimentos
adquiridos.

2.3. Cadeia de valor (Produtiva) do Morango


Para a cultura do morango, a cadeia produtiva é a soma total das operações de produção
e distribuição de suprimentos agrícolas, as operações de produção nas unidades
agrícolas, o armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens
produzidos com eles. Englobando ainda, fornecedores de insumos, distribuidores,
produtores agrícolas e instituições intervenientes. Enfim, essa cadeia de produção
apresenta de forma definida três segmentos básicos: antes da porteira, dentro da porteira
e depois da porteira.

1.Antes da Porteira: segmento composto por empresas que dão suporte para os
agricultores com serviços indispensáveis, como revenda de mudas matrizes,
fornecedores de máquinas e equipamentos, de venda e distribuição de insumos diversos.

2.Dentro da Porteira: neste segmento encontram-se todas as actividades utilizadas


para a produção do fruto ou para outros serviços como o de agro-turismo. Para tanto, os
agricultores por meio do emprego de seus esforços, uso de tecnologias de produção, de
pós-colheita, utilizando os recursos internos e os oriundos dos fornecedores (máquinas,
equipamentos e insumos), transformam tudo isso em produtos de consumo para a
sociedade, de forma directa ou para serem empregados e transformados em outros
segmentos de bens e serviços (industrialização).

3.Depois da Porteira: segmento composto pelas empresas que estão envolvidas na fase
de comercialização, incluindo pelo menos algumas das etapas: armazenagem,
distribuição, industrialização (se for o caso), comercialização no mercado interno ou
externo. Aqui estão incluídos os atacadistas, indústrias, agro-indústrias, associações e
cooperativas que fazem o processo de industrialização e logística, até a disponibilização
do produto aos consumidores finais.

5
Buscando uma visão detalhada da riqueza das contribuições de cada segmento da cadeia
produtiva, sobre o padrão de qualidade do morango, realizou-se uma pesquisa
envolvendo os principais atores dos elos, com a finalidade de ter conhecimento sobre as
práticas exercidas por estes e das contribuições para o desenvolvimento da cultura. Com
isso, se identificou as principais contribuições de cada um, gerando informações,
visando a melhoria do produto e do processo de produção do morango.

6
III. CONCLUSÃO
Após a realização do trabalho o grupo constatou que nos últimos anos, na posição
geográfica de Niassa tem se lançado no cultivo do morango com rendimentos superiores
para alguns produtores, a pesar das técnicas que os agricultores usam serem tradicionais.
E espera-se um rendimento de 25 toneladas por hectare e eles vendem o quilo a 100
meticais. E quanto ao aspecto processamento do morango a província do Niassa carece
de tecnologias de agro- processamento de morangos.

7
IV. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GALLI, V. et al. (2015). Validation of reference genes for accurate normalization of
gene expression for real time-quantitative PCR in strawberry fruits using different
cultivars and osmotic stresses. Gene, California.

JORNAL O PAIS (2018). Produção de morango. Província de Niassa.

HANCOCK, J. F. (1999). Morangos. CABI Publishing, Wallingford, Reino Unido.

QIN, Y. et al. (2008). Transgenic strawberry: State of the art for improved traits.
Biotechnology Advances, New York.

Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), (2020). Treinamento


dos extensionistas e produtores de Namaacha. SUSTENTA Moçambique.

Você também pode gostar