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ARQUIMEDES LOPES DA SILVA

CLOVES FERREIRA JÚNIOR


JOÃO BATISTA JOSÉ PEREIRA
KELIAS DE OLIVEIRA
MARCO AURÉLIO CAMPOS PAIVA
MARCOS ANTÔNIO CARDOSO DE LIMA
(autores)

COLETÂNEA DA PÓS-
GRADUAÇÃO EM
TELECOMUNICAÇÕES:
PRÉDIOS INTELIGENTES
Vol. 1

Goiânia – Go
Kelps, 2022
COLETÂNEA DA PÓS-GRADUAÇÃO EM TELECOMUNICAÇÕES: PRÉDIOS INTELIGENTES

Copyright © 2022 by Arquimedes Lopes da Silva, Cloves Ferreira Júnior, João Batista José Pereira,
Kelias de Oliveira, Marco Aurélio Campos Paiva, Marcos Antônio Cardoso de Lima

Editora Kelps
Rua 19 nº 100 — St. Marechal Rondon- CEP 74.560-460 — Goiânia — GO
Fone: (62) 3211-1616 - Fax: (62) 3211-1075
E-mail: kelps@kelps.com.br / homepage: www.kelps.com.br
SUMÁRIO
Diagramação: Marcos Digues
mcdigues@hotmail.com

CIP - Brasil - Catalogação na Fonte


PROTÓTIPO DE SISTEMA DE CONTROLE
DARTONY DIOCEN T. SANTOS - CRB-1 (1ª Região) 3294 DE ILUMINAÇÃO VIA WI-FI...................................................................7
S586 | Silva, Arquimedes Lopes da.
Alex Paulo de Souza Jesus
Coletânea da Pós-Graduação em Telecomunicações: Prédios Arquimedes Lopes da Silva, Dr.
Inteligentes. Vol. 1. - Arquimedes Lopes da Silva, Cloves Ferreira Júnior, João
Batista José Pereira, Kelias de Oliveira, Marco Aurélio Campos Paiva, Marcos INDICADOR DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA
Antônio Cardoso de Lima - Goiânia / Kelps, 2022. PARA AUXÍLIO NA GESTÃO DE INSTITUIÇÕES
244 p.: (livro eletrônico, ebook)
PÚBLICAS DE ENSINO........................................................................ 33
ISBN:978-65-5370-345-2 Hugo Ferreira Ginu
1. Tecnologia. 2. Prédio. 3. INfraestrutura. 4. Telecomunicação. I. Título.
Prof. Dr. Arquimedes Lopes da Silva

CDU:621,3 PRÉDIOS INTELIGENTES - TELHADOS VERDES


COM APROVEITAMENTOS DAS ÁGUAS DE CHUVA
NO MEIO URBANO................................................................................. 65
O conteúdo da obra e sua revisão são de total responsabilidade do autor. Leonardo Valle Pinheiro
Prof. Me. Cloves Ferreira Júnior

DIREITOS RESERVADOS
CONTROLE E AUTOMAÇÃO DE SISTEMA
É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio, sem a DE ILUMINAÇÃO UTILIZANDO CELULAR................................... 79
autorização prévia e por escrito dos autores. A violação dos Direitos Autorais (Lei nº 9.610/98) é Lucas Henrique Pires Martins
crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
Cloves Ferreira Jr., MSc
Impresso no Brasil APLICANDO CONTROLE DE ACESSO AO
Printed in Brazil
2022
PABX UTILIZANDO BIOMETRIA....................................................102
Weslley Gusthavo Tavares Dias Lage
João Batista José Pereira (Dr)

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PRÉDIOS INTELIGENTES E INTERNET


DAS COISAS – ESTUDO DE CASO DE SOLUÇÃO....................121
Edson José Oliveira da Silva
João Batista José Pereira, Dr

APLICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REDE


PROTÓTIPO DE SISTEMA DE
NA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL....................................................143
Denise Ribeiro Machado CONTROLE DE ILUMINAÇÃO VIA WI-FI
Dr. João Batista José Pereira

SISTEMA DE ANTENAS DISTRIBUÍDAS EM


PRÉDIOS INTELIGENTES................................................................169
Oscar Ferreira de Aquino
Prof. Dr. Kelias de Oliveira Alex Paulo de Souza Jesus
allex1810@hotmail.com
PROPOSTA DE UM INTERRUPTOR INTELIGENTE
UTILIZANDO ARDUINO.....................................................................191
Arquimedes Lopes da Silva, Dr.
Wesley Ferreira Albuquerque
Prof. Drº. Kelias De Oliveira arquimedes.silva@ifg.edu.br

FECHADURA BASEADA EM LEITURA BIOMÉTRICA


VIA DISPOSITIVOS MÓVEIS COM ANDROID............................213 Resumo
Hudson Henrique de Souza Lopes,
Prof. Dr. Marco Aurelio Campos Paiva Este artigo tem como objetivo apresentar um protótipo de sistema
MELHORIAS NOS PROCESSOS DE AUTOMAÇÃO de controle de iluminação do tipo Liga-Desliga, capaz de ser ope-
DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA rado em um dos dois modos, manual ou automático, via rede sem
ELÉTRICA DO ESTADO DE GOIÁS: fio, através de uma página com interface gráfica. Visando oferecer
PROJETO TELECONTROLE.............................................................241 conforto, praticidade, economia energética e tecnologia, os siste-
Julyana Pereira Saraiva mas de controle de iluminação têm grande participação dentre os
Marcos Antônio Cardoso de Lima, PhD ramos da automação residencial. A estratégia de funcionamento
do sistema aqui proposto procura atender essas vantagens e, para
facilitar o seu entendimento, o artigo traz as informações técnicas
dos seus componentes e esquematiza a interligação dos mesmos.
Dentre os principais componentes, o protótipo é composto por
um microcontrolador que possui Wi-Fi integrado, um sensor de

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movimento para detecção de presença, um sensor de luminosidade Visando encontrar uma solução para proporcionar
para informar o quão iluminado o ambiente está, um relé e uma maior comodidade, conforto e economia energética, o tra-
lâmpada led. Os componentes para acesso ao sistema são todos balho proposto contempla um protótipo para controle e au-
aqueles que possuem interface Wi-Fi e um navegador que permita tomação de um sistema de iluminação via Wi-Fi de forma
o acesso a outros dispositivos através do endereço IP. que o usuário, optando entre os modos manual e automático,
Palavras-chave: Automação, Controle, Iluminação, Conforto, consiga operar o acionamento da lâmpada, supervisionar a
Praticidade, Economia, IP. intensidade luminosa do ambiente e monitorar a detecção
de presença de movimento no ambiente, através de dispo-
1 Introdução sitivos que possuam Wi-Fi integrado e que estão sempre
Pode-se considerar a automação residencial subdividida presentes na vida dos consumidores, como smartphones,
em grupos que, por si só, proporcionam inteligência para as tablets e computadores.
residências, tais como: Sistemas de controle de iluminação, sis-
temas de controle de temperatura, controle de acesso e outros. 2 Fundamentação Teórica
Todos estes, integrados, favorecem ainda mais para o conceito
de residência inteligente. 2.1 Controle de Iluminação – Um grande passo para a eco-
Individualmente, o controle de iluminação é o sistema que nomia energética
mais vem tendo solicitações de consumidores. Muitos deles ini- De acordo com Sinopoli (2010, p. 47), “estima-se que a
ciam a experiência de automatizar seus lares com o controle de iluminação é responsável por 30 a 40% do uso de eletricida-
iluminação. De acordo com a Aureside (Associação Brasileira de e custos em um edifício típico”. Dessa forma, a iluminação
de Automação Residencial e Predial), em pesquisa feita em em momentos sem utilidade nenhuma acaba se tornando um
2017 com integradores de Automação Residencial, o controle grande desperdício.
de iluminação foi considerado o mais pedido entre os demais A necessidade de iluminação de um cômodo ou edifício
sistemas. (AURESIDE, 2017) depende de fatores como a hora do dia e a ocupação do local.
Ter o “controle” em mãos traz facilidade, extinguindo a Com isso, é possível de se definir estratégias em um sistema de
necessidade de ir até um interruptor sempre que quiser acender controle que envolvam variáveis como a luz do dia e a detecção
ou apagar a luz. Além disso, com o uso de sensores, é possível de presença por meio de sensores de ocupação. Isso aumenta
de se monitorar o quanto o ambiente está iluminado e de de- significativamente a funcionalidade, a flexibilidade e a inteligên-
tectar presença de movimento no ambiente. Com essas infor- cia do sistema de iluminação. (SINOPOLI, 2010)
mações pode-se fazer com que o sistema, em modo automático, Com estratégias para alcançar os objetivos deste trabalho,
atue visando evitar o desperdício de energia. é possível de se desenvolver um sistema de controle que atenda

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esses objetivos considerando, na lógica de sua programação e os dispositivos inteligentes são movidos à bateria e preza-se a
em sua implementação, critérios como os acima mencionados. conservação da energia, a tecnologia ZigBee é a melhor opção.
Já o Bluetooth, destaca-se por ser o recurso mais econômico.
2.2 Implementação do Sistema de Controle de Iluminação (ELINOFF, 2017)
A essência para a implementação de um controle de ilu- Considerando as vantagens da conectividade sem fio, a
minação provém tipicamente de um servidor interligado a aproximação da tecnologia Wi- Fi com dispositivos bastante
outras instalações, uma estação de trabalho com GUI (Graphi- usados diariamente pelos consumidores, e a possível implanta-
cal User Interface – Interface Gráfica de Usuário) e software ção do acesso pela internet, se torna ideal o desenvolvimento de
cliente para comandar o sistema. O sistema em rede permi- um sistema de controle de iluminação via Wi-Fi, o qual possua
te que o controle de iluminação seja operado por qualquer uma interface gráfica capaz de ser acessada através do IP do
usuário autorizado através da rede ou de um navegador web. dispositivo de controle.
(SINOPOLI, 2010)
Em um sistema de controle de iluminação conta-se com 3 Materiais e Métodos
um controlador interligado a sensores, os quais captam infor- Pode-se considerar o desenvolvimento do protótipo pro-
mações do ambiente e, de acordo com essas informações, com posto particionado em 3 etapas, conforme Figura 1:
as solicitações do cliente e com a lógica definida na programa-
Figura 1 – Etapas para desenvolvimento do protótipo
ção, executa ações visando controlar o acionamento de uma
lâmpada, que também é interligada ao controlador. O cliente
comunica com o servidor e, com uma interface gráfica, monito-
ra e comanda as ações para controle da iluminação conforme
desejar.
De acordo com Sinopoli (2010, p. 16), a conectividade
sem fio substitui a conectividade por cabo. Ainda que não traga
a mesma largura de banda que uma conexão a cabo, a tecno-
logia sem fio pode fornecer mobilidade e é uma alternativa de Como componentes tem-se o microcontrolador ESP8266,
instalação em prédios já construídos, nos quais os caminhos que assume o papel de servidor; Como sensores, conta-se com
para passagens de cabos podem não estar disponíveis. um sensor para monitoramento da presença e um sensor de
Para controle de uma casa inteligente, pode-se contar com luminosidade; Como atuadores, conta-se com um relé para
as tecnologias sem fio: Bluetooth, Wi-Fi e ZigBee. Para controle acionamento da lâmpada; E, como cliente, tem-se o acesso por
à distância, é ideal a utilização da tecnologia Wi-Fi. Quando smartphones, tablets, ou demais dispositivos.

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Nesta seção são apresentados os componentes utilizados, Figura 2 – Placa de desenvolvimento NodeMCU ESP8266.
os métodos e as etapas que juntas culminam no desenvolvimen-
to do sistema como um todo.

3.1 O ESP8266
O ESP8266, que neste trabalho assume o papel de ser-
vidor, é um microcontrolador que possui Wi-Fi integrado, o
que permite a conexão com outros dispositivos que também
possuam essa interface de comunicação sem fio. Por si só,
o ESP8266 é um chip. Porém, visando facilitar o seu uso,
foram fabricadas placas de desenvolvimento que incluem
o ESP8266, como a chamada NodeMCU. Além do chip, o
NodeMCU contempla um regulador de tensão 3,3V e uma A programação do microcontrolador pode ser desenvol-
interface USB (Universal Serial Bus – Barramento Serial Uni- vida utilizando a IDE do Arduino, que é um microcontrolador
versal) que, através de um conector micro-USB, possibilita a comumente utilizado, fazendo as devidas configurações para
transferência da programação, monitoramento e a alimentação adaptá-la ao ESP8266.
do controlador.
Para este trabalho, faz-se o uso do NodeMCU ESP-12E 3.2 IDE do Arduino
V3 que possui a disposição dos pinos conforme a Figura 2.
O NodeMCU pode ser programado fazendo-se o uso do
Dentre todos os pinos, deve-se atentar onde se encontram os
mesmo software que se utiliza para programar o Arduino e da
pinos digitais de entrada/saída (de D0 a D8), o terra (GND), a
mesma linguagem de programação (THOMSEN, 2016).
tensão de 3,3 V para trabalhar as entradas e saídas do ESP,
O ambiente de desenvolvimento da programação do Arduino
o pino para recebimento de informação analógica de tensão
é conhecido como IDE (Integrated Development Environment - Am-
(A0) e o pino VU, onde se tem uma tensão de saída de 5V
biente de Desenvolvimento Integrado). A linguagem de programa-
quando a placa estiver sendo alimentada pelo cabo USB.
ção naturalmente utilizada para seu funcionamento é a linguagem
Na Figura 2, estão em destaque os pinos que se utiliza para
C++, que é bastante tradicional e conhecida (CHAVIER, 2018).
este trabalho.
A IDE do Arduino é um software livre e pode ser baixada
na página do Arduino, que está disponível nas referências bi-
bliográficas deste trabalho.

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Para que a placa NodeMCU possa ser programada utili- detecção e outro para variar o tempo em que a saída permane-
zando a IDE do Arduino, é necessário que o software esteja ins- cerá em nível lógico alto quando o sensor identificar movimento.
talado e seja configurado para atuar com dispositivos ESP8266. Além disso, tem-se a indicação dos pinos para utilização do sen-
Com isso, algumas configurações na IDE precisam ser feitas, sor: o pino para alimentação (5 a 20 V), o pino que encaminha
de modo que o ESP8266 seja habilitado para utilização no o sinal de saída (3,3 V) e o terra (GND).
ambiente de desenvolvimento.
Figura 3 – Definições técnicas do Sensor PIR HC-SR501
3.3 O Sensor de presença PIR HC-SR501
Dentre os diversos sensores de movimento, tem-se o
sensor PIR (Passive Infrared Sensor – Sensor Infravermelho
Passivo) que detecta radiação, ou seja, energia liberada pelos
corpos. É considerado passivo pois apenas aceita radiação in-
fravermelha, não emite (SINOPOLI, 2010).
Utilizando os princípios de detecção por irradiação in-
fravermelha, o sensor PIR é capaz de detectar quando algum
corpo se movimentar na sua área de detecção que varia de 3
a 7 metros, dependendo do ajuste do potenciômetro existente 3.4 Fonte: adaptado de (ROBOCORE)Sensor de Luminosi-
no módulo (MADEIRA, 2017). dade LDR
O sensor PIR pode ser alimentado por tensões entre 5 e
20 V em corrente contínua, o que possibilita que a alimentação
do ESP8266 pelo cabo USB seja capaz de fornecer a sua ten- O sensor de luminosidade LDR (Light Dependent Resistor
são necessária para operação, através do pino VU, que oferece – Resistor Dependente de Luz) nada mais é que um resistor
uma tensão de 5V. A saída do sensor, que vai para nível lógico variável, que sofre a variação da sua resistência de acordo com
alto quando detecta presença, fornece, nesse estado, uma ten- a variação da intensidade luminosa que incide sobre ele. Quan-
são de 3,3 V que é a tensão de operação dos pinos digitais do to maior a intensidade luminosa menor a resistência e quanto
ESP8266. Com isso, a saída do sensor PIR pode ser conside- menor a intensidade luminosa, maior a resistência. O LDR é um
rada uma entrada digital do ESP sem que seja necessária uma sensor de baixo custo e bastante empregado quando se deseja
conversão ou amplificação de sinal. monitorar a luz ambiente. Visando fazer a leitura da variação
A Figura 3 traz a vista inferior do PIR. Nota-se a presença de luminosidade, o sensor LDR, geralmente, é montado em um
de dois potenciômetros, sendo um para variar a distância de divisor de tensão (SOUZA, 2014).

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A Figura 4 apresenta o sensor LDR. Quando colocado 3.6 Montagem do circuito


em um circuito, em um divisor de tensão, ele encaminha a in- Visando atender o objetivo de desenvolver um sistema de
formação de luminosidade sob forma de um sinal de tensão. controle de iluminação via Web Server, utilizam-se os compo-
Figura 4 – Sensor de luminosidade LDR nentes mencionados e monta-se o circuito, conforme a Figura 6,
criada fazendo-se o uso do software Fritzing, que é um software
livre para download e seu link está mencionado nas referências
bibliográficas deste artigo. A elaboração de um projeto no Frit-
zing facilita o entendimento da relação entre os componentes e
auxilia no momento de realizar a montagem física do circuito.

Figura 6 – Projeção para montagem do circuito

3.5 Módulo Relé


Para que uma tensão de 5V em corrente contínua seja
capaz de comandar o acionamento da lâmpada, em uma tensão
de 220 V em corrente alternada, faz-se o uso de um módulo
relé, cuja tensão de operação é de 5V.
A Figura 5 ilustra o módulo relé de 1 canal. O módulo
opera em 5VDC e permite controlar cargas de 220 VAC de até
10 A, utilizando a pinagem que ele disponibiliza: Normalmente
Aberto, Normalmente Fechado e Comum (ARDUINOLANDIA,
2018).

Figura 5 – Módulo Relé 5V – 1 Canal

Tem-se na protoboard, conectados ao NodeMCU ESP-


-12E V3, o sensor LDR (em um divisor de tensão), para moni-
toramento da intensidade luminosa e encaminhamento dessa
Fonte: Fritzing informação para o pino A0 do microcontrolador; O sensor PIR,

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para detecção de presença no ambiente; Um módulo relé ar- PIR com informação digital quando detectar presença
duino e uma lâmpada a ser acionada pelo módulo relé através de movimento e o sensor LDR com informação analó-
do pino digital D2 do NodeMCU. gica da intensidade luminosa;
A Figura 6 traz a vista superior dos componentes, incluin- - Apresentar, ao usuário que estabelecer acesso ao
do o sensor PIR, que não está fisicamente acoplado à proto- ESP8266, uma interface gráfica, com atualização
board, apenas os seus pinos foram direcionados às devidas automática dos dados, que o permita visualizar as in-
conexões com a placa, sendo o “cabo” vermelho proveniente formações de detecção de presença, intensidade lu-
da alimentação de 5V, o “cabo” preto conectado ao GND e o minosa, status da lâmpada (se ligada ou desligada) e
“cabo” amarelo para encaminhar a informação digital, quando que também o permita operar em um dos dois modos:
for detectado movimento, ao pino D1. manual ou automático. A Figura 7 esquematiza o que
cada modo traz ao usuário na interface.
3.7 Desenvolvimento da programação
Com o protótipo montado e com o ambiente do software Figura 7 – Acesso à interface: Operação do Sistema pelos
preparado para uso com a placa NodeMCU, desenvolve-se a modos Manual/Automático
programação, direcionando a sua lógica para a obtenção do ob-
jetivo aqui proposto e seguindo os padrões da linguagem que se
utiliza para se programar um Arduino, que é baseada em C++.

3.7.1 Definições e elaboração da lógica


Com os componentes pertencentes ao protótipo, a pro-
gramação deve ser feita visando:

- Determinar um IP (Internet Protocol – Protocolo de


Internet) local fixo para o microcontrolador ESP8266;
- Estabelecer uma conexão com o roteador local via Wi-
-Fi, utilizando o nome da rede e sua senha;
Enquanto no modo manual o usuário tem livre arbí-
- Possibilitar o acesso ao microcontrolador por dispo-
trio para ligar e desligar a lâmpada, no modo automático a
sitivos que, por Wi-Fi, se conectem a mesma rede e
lâmpada somente é ligada quando a intensidade luminosa
acessem o seu IP;
medida pelo sensor LDR é inferior a um valor fixo pré-de-
- Receber as informações dos sensores, sendo o sensor

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terminado (setpoint) na programação, o que indica baixa da programação em HTML traz as informações sob forma de
luminosidade e, além disso, o sensor de movimento indi- texto para visualização dos status das variáveis e a parte em
que presença de algum indivíduo no ambiente. Quando o CSS apresenta e estiliza os botões para acesso do usuário ao
sensor para de atuar, indicando ausência de movimento, a sistema.
lâmpada é desligada após um tempo pré-determinado con- A IDE do arduino permite o desenvolvimento da página
forme ajuste no potenciômetro do sensor PIR e definição em HTML/HTML5 e de forma integrada, trazendo todo o código
na programação. para o ESP8266 em um único arquivo.
A programação é desenvolvida definindo os sensores
como entrada e o relé que aciona a lâmpada como saída e 3.7.3 Comunicação Cliente – Servidor via TCP/IP
atribuindo-os a variáveis. Essas variáveis é que armazenam Aliada à linguagem HTML, que fornece aos navegado-
as informações que são trocadas entre o microcontrolador e o res instruções referentes a como a página deve ser exibida,
dispositivo que estabelece comunicação com o sistema. Demais a comunicação entre cliente e servidor ocorre fazendo-se
variáveis também são criadas visando auxiliar na obtenção da o uso do protocolo HTTP (HyperText Transfer Protocol –
lógica pretendida. O código desenvolvido está disponível no Protocolo de Transferência de Hipertexto), que é um proto-
Apêndice 1. colo de nível de aplicativo e especifica como as mensagens
são formatadas e transmitidas. Com ele, o cliente envia as
3.7.2 Página em HTML5 e CSS informações para o servidor Web e, baseado nessas infor-
O HTML (HyperText Markup Language – Linguagem de mações, o servidor responde de uma maneira adequada.
Marcação de Texto) é uma linguagem de marcação ou, em ou- Todas as transações de HTTP ocorrem no protocolo de
tras palavras, de apresentação, que possibilita a adição de texto, TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Proto-
imagens e outros elementos. O HTML5 é a mais recente evo- col - Protocolo de Controle de Transmissão/Protocolo de
lução do HTML, já o CSS é uma linguagem capaz de estilizar Internet) (SCRIMGER, 2002).
uma apresentação escrita em HTML (HTML, 2018). Para que duas máquinas se comuniquem usando o pro-
Para que o usuário consiga supervisionar e operar o sis- tocolo TCP/IP, elas precisam ter um endereço de IP diferente,
tema é apresentada uma interface gráfica amigável com botões pois é este endereço que identifica cada máquina (BRANDINO,
gráficos para realizar os acionamentos e com campos de texto 1998).
que trazem as informações instantâneas dos sensores, prove- Os endereços IP são formados por duas partes: uma que
nientes do microcontrolador. identifica a rede e outra que identifica o host. Para que se es-
Cria-se uma página em HTML5 e em CSS (Cascading tabeleça comunicação TCP/IP em uma mesma rede, a parte
Style Sheets – Folhas de Estilo em Cascata) na qual a parte dos endereços conhecida como ID de rede ou NetID deve ser

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igual para todos os hosts. O que os diferencia é apenas a parte outros, conforme já mencionado. Considerando a integração
do endereço denominada ID de Host ou HostID. desses componentes, a Figura 9 apresenta a composição
Na programação, as definições de rede para o micro- total do sistema, esquematizando-o para facilitar a sua com-
controlador são feitas como mostra a Figura 8, que traz jus- preensão.
tamente essa parte do código. Constata-se a declaração do
Figura 9 – Composição Total do Sistema
nome e da senha da rede com a qual o microcontrolador
estabelece a conexão. Logo mais abaixo, são atribuídos o
IP 192.168.1.1 do roteador, como o gateway da rede, e a
máscara de sub-rede. Além disso, atribui-se ao ESP8266 o
IP 192.168.1.254 levando-se em conta que possui o mesmo
ID de rede do roteador e diferente ID de host, sendo este
de número 254, o que é ideal visto que é o último endereço
válido na faixa 192.168.1.XXX, deixando livres os demais
endereços para hosts que recebem IP de forma automática
ao se conectarem à rede. Isso tende a evitar conflitos de IP
entre cliente e servidor.

Figura 8 – Parte do código com as definições de rede para o


microcontrolador

4 Resultados
O protótipo físico montado na protoboard é mostrado
na Figura 10. Nota-se a presença de componentes mencio-
nados no decorrer do trabalho e as interligações entre eles.
A alimentação da placa NodeMCU e, consequentemente, dos
3.8 Composição Total do Sistema Proposto - Controle do demais componentes, é proveniente da tensão fornecida por
Acionamento da Iluminação via Web Server um carregador universal que fornece 5 V através de um cabo
Para o funcionamento do sistema proposto, conta-se USB/micro USB.
com a participação de um roteador e dispositivos com aces-
so Wi-Fi, tais como smartphones, tablets e computadores e

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Figura 10 – Protótipo montado na protoboard Nota-se a presença de componentes de baixo custo e, vi-
sando ressaltar a ideia de economia, faz-se o uso de uma lâm-
pada led que atualmente se destaca pela sua economia energé-
tica e pela sua vida útil. Aliada ao bom emprego do sistema de
controle de iluminação aqui proposto, tem-se uma considerável
redução de gasto energético desnecessário.
O acesso ao sistema é feito estabelecendo a comunicação
de um dispositivo Wi-Fi com a rede do roteador e, com o uso de
um navegador, como o Google Chrome, que geralmente vem
disponível para dispositivos como os mencionados anterior-
mente, insere-se o IP do microcontrolador que é determinado
na programação como 192.168.1.254, conforme mencionado
A Tabela 1 traz a relação de custos com material para o
anteriormente, e como mostra a Figura 11.
desenvolvimento do protótipo, sem contar o tempo gasto para
desenvolver a lógica, a montagem do circuito e o trabalho como Figura 11 – Acesso ao IP do microcontrolador pelo
um todo. navegador do dispositivo móvel

Tabela 1 – Orçamento do protótipo


Valor
Seq. Componente Qtd. Valor total
unitário
1 NodeMCU Módulo Wi-Fi ESP8266 ESP-12E R$ 48,50 1 R$ 48,50
2 Sensor infravermelho de movimento PIR p/ Arduino R$ 21,50 1 R$ 21,50
3 Sensor de Luminosidade LDR R$ 2,00 1 R$ 2,00
4 Módulo Relé 1 canal p/ Arduino R$ 14,80 1 R$ 14,80
5 Protoboard (Valor estimado) R$ 15,00 1 R$ 15,00
6 Roteador Wi-Fi (Valor estimado) R$ 70,00 1 R$ 70,00
7 Kit Cabos Jumper Macho x Fêmea c/ 10 unid. R$ 4,50 2 R$ 9,00
8 Lâmpada Led 4,9W 220 V R$ 7,50 1 R$ 7,50
9 Carregador Universal Usb-Micro Usb (Valor estimado) R$ 30,00 1 R$ 30,00
10 TOTAL GERAL R$ 218,30

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A partir daí tem-se o acesso à página que é desenvolvida luminosidade, traz o acionamento da lâmpada, o que aumenta
e salva no ESP8266. A Figura 12 mostra a página com a inter- a luminosidade do ambiente. Quando não mais se detecta mo-
face gráfica ao ser acessada. Do lado esquerdo, em seu estado vimento, a lâmpada permanece ligada por um período, que é
inicial (no modo manual e com a lâmpada desligada) e, ajustável na programação e no potenciômetro do sensor PIR.
do lado direito, ao se pressionar o botão ON/OFF, tem-se a Para este protótipo, considera-se um intervalo de 10 segundos,
lâmpada acionada e com a informação do quanto o ambiente conforme consta na programação (Apêndice 1). Após esse in-
está iluminado em valor percentual. tervalo, a lâmpada é desligada, voltando ao seu estado anterior.

Figura 12 – Página de acesso ao sistema (Modo Manual) Figura 13 – Página de acesso ao sistema (Modo Automático)

Durante o dia, o ambiente que possui recursos como


janelas, portas e outros, para o aproveitamento da luz natural,
é iluminado sem que haja a necessidade de acionamento da
lâmpada. Desta forma, no modo automático, tem-se aí uma
maior economia de energia sem que seja necessária a interven-
ção humana, propriamente dita. Basta definir na programação
qual o nível de luminosidade ideal para o ambiente e habilitar
A Figura 13 mostra a página no modo “Automático” em o modo automático. A Figura 14 mostra a parte do código
quatro situações. Tem-se, a princípio, a situação em que não que determina o valor de 35% como a luminosidade mínima
se constata movimento nas imediações do sensor. Posterior- para que o ambiente permaneça sendo iluminado apenas pela
mente, há a detecção de presença e, com o ambiente com baixa luz natural. Quando a luminosidade está menor que 35%, e

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se detecta presença de movimento, ocorre o acionamento da Define-se na programação que a página é atualizada automati-
lâmpada. camente de 1 em 1 segundo. Desta forma, é possível de se visualizar
a variação da intensidade luminosa, o status de detecção de pre-
Figura 14 – Definição do acionamento da lâmpada no modo
sença e o status de acionamento da iluminação, instantaneamente.
automático
Os resultados trazem um protótipo que possibilita o con-
trole de iluminação de acordo com as expectativas do traba-
lho. O uso dos sensores, controlador e atuador, a interligação
entre eles e o desenvolvimento da programação seguindo as
A Figura 15 mostra o monitoramento do ambiente fazen- estratégias do trabalho, propiciam para a obtenção dos objeti-
do-se o uso página durante o dia, em que o ambiente está com vos propostos. Além disso, para realizar os procedimentos de
uma luminosidade de 42% devido a presença da luz natural. controle e supervisão do sistema, a criação de uma interface
Nota-se que, ainda que com a detecção de presença, não é rea- gráfica usando recursos de programação em HTML5 extingue
lizado o acionamento da lâmpada. a necessidade do uso de um aplicativo pronto, já disponível.
Ou seja, tem-se aqui um estilo próprio, com os componentes
Figura 15 – Detecção de presença em ambiente iluminado -
desejados, sejam eles botões, textos, suas cores e dimensões e
Modo Automático
as variáveis consideradas ideais para serem mostradas em tela.
Alcança-se aqui a praticidade e o conforto para realizar
o acionamento de um sistema de iluminação seja pelo modo
manual ou pelo modo automático e, se bem empregado, acar-
reta em economia energética, evitando o gasto desnecessário
de energia quando não se tem nenhuma utilidade em perma-
necer a luz acesa. Dentre todas as maravilhas relacionadas ao
bem-estar que um consumidor que opta por automatizar sua
residência conquista, a economia energética é um dos fatores
mais atrativos na tomada de decisão do consumidor para im-
plementar um sistema de automação residencial.

5 Conclusões
Tem-se aqui um protótipo simples, mas que traz bons
resultados a um público voltado à tecnologia e às alternativas

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que proporcionam inteligência ao ambiente residencial e eco- Referências Bibliográficas


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O sistema de iluminação aqui proposto traz um controle vel em: https://www.arduino.cc/en/Main/Software. Acesso em 21
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automática, por dispositivos que tenham acesso sem fio via
ARDUINOLANDIA. Módulo Relé 5V. 2018. Disponí-
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vel em: https://www.arduinolandia.com.br/modulo-rele-5v. Acesso
sistema através do seu endereço IP. em 22 jul. 2018.
Ao contrário de outros sistemas de controle de iluminação
AURESIDE. Pesquisa com integradores de automação residen-
que possuem aplicativos já prontos para acesso ao servidor do
cial. 2017. Disponível em: http://www.aureside.org.br/_pdf/pesqui-
sistema, aqui é desenvolvida uma página em HTML5 como in-
sa_2017.pdf. Acesso em 23 ago. 2018.
terface gráfica para o usuário. A interface traz os componentes
julgados como ideais para o protótipo aqui proposto. Além do BRANDINO, W. L. Apostila TCP/IP. 1998.
controle, são apresentados os principais parâmetros relacio- Disponível em: http://grsecurity.com.br/apostilas/TCP/training-
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Os componentes para o desenvolvimento do protótipo já Disponível em: https://www.circuitar.com.br/tutoriais/programacao-
são conhecidos no mercado, logo não parte do ineditismo, po- -para-arduino-primeiros-passos/. Acesso em 21 jul. 2018.
rém tem-se a elaboração de uma lógica própria visando atingir ELINOFF, G. Bluetooth vs Wi-Fi vs Zigbee. 2017. Disponível em:
os objetivos propostos. Além disso, a interface gráfica é desen- https://www.electronicproducts.com/Computer_Peripherals/Commu-
volvida conforme desejado, com formatações, disposições dos nication_Peripherals/B luetooth_vs_Wi_Fi_vs_ZigBee.aspx. Acesso
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A comunicação via Wi-Fi é realizada em uma rede local, FRITZING. Fritzing - Electronics made easy
entre um dispositivo cliente (smartphone, tablet, computador) – Download. Disponível em: http://fritzing.org/downloa-
e o dispositivo servidor (microcontrolador ESP8266). Se bem d/?donation=0. Acesso em 23 jul. 2018.
empregado, o sistema proposto até aqui é capaz de atender os
HTML. HTML. 2018. Disponível em: https://developer.mozilla.org/
objetivos esperados. Já é capaz de trazer retorno ao usuário, pt-BR/docs/Web/HTML. Acesso em 30 jul. 2018.
proporcionando economia energética, conforto e praticidade
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que são grandes vantagens das aplicações relacionadas à au-
vel em: https://www.instructables.com/id/NodeMCU-With-LDR/.
tomação e inteligência residencial.
Acesso em 22 jul. 2018.

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MADEIRA, D. Sensor de presença PIR |


HC-SR501. 2017. Disponível em: https://portal.vidadesilicio.
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O presente trabalho apresenta uma análise quantitativa dos
THOMSEN, A. Como programar o NodeMCU com IDE Arduino. dados de medição de potência instantânea e consumo de ener-
Disponível em: https://www.filipeflop.com/blog/programar-nodemcu- gia elétrica dos aparelhos de ar condicionado de um centro de
-com-ide-arduino/. Acesso em 21 jul. 2018. aulas, de uma instituição de ensino superior, visando estabele-
cer a correlação deste com as variáveis temperatura ambiente
e umidade relativa do ar. Buscou-se desenvolver um indicador
de consumo de energia elétrica diário e um indicador de po-
tência instantânea para auxiliar o gestor de energia elétrica
no controle e monitoramento do consumo de energia elétrica
pelos aparelhos de ar condicionado. O objetivo para o desen-

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volvimento do indicador é criar um modelo matemático que O consumo em edificações públicas está vinculado aos
consiga apontar o consumo de energia pelos aparelhos de ar padrões tecnológicos e de eficiência energética dos diversos
condicionado e possibilitar que haja uma estimativa do gasto sistemas e equipamentos instalados, às suas características
com energia elétrica durante determinado período, seja ele por construtivas e arquitetônicas, ao clima local, à atividade a que se
hora-aula, seja ele diário. De posse do indicador de consumo, o destina, à orientação geográfica e hábitos dos usuários quanto
gestor público poderá estabelecer contratos de demanda mais ao uso racional dos recursos.
eficazes e contratos de locação de salas com uma previsão mais As instituições de ensino possuem especificidades no uso
eficaz do gasto com energia elétrica diferenciando períodos do da energia elétrica. Por atuarem no ensino, na pesquisa e na
ano pela temperatura externa e pela umidade relativa do ar. extensão, existem em um mesmo ambiente diversos tipos de
Fez- se uso da análise estatística dos dados e construiu-se os tecnologias e padrões de uso diferentes que podem influenciar
indicadores através da regressão linear múltipla a qual apre- no consumo de energia.
sentou como produto um plano que aponta o consumo diário e Somado aos fatores inerentes aos prédios públicos, existe
a potência instantânea para as variáveis em estudo. a ausência de ferramentas de previsão de consumo para am-
bientes com variações tão grandes de modo de uso.
Palavras-chave: Consumo de Energia Elétrica. Indicador. Re- Serão analisados os impactos dos fatores temperatura e
gressão Linear Múltipla. Previsão de consumo. Potência Ins- umidade do ar no consumo de energia elétrica dos aparelhos de
tantânea. ar condicionado de uma unidade de ensino público federal e suas
correlações para que se possa desenvolver um indicador de con-
1 Introdução sumo de energia elétrica e um indicador de potência instantânea.
De acordo com o boletim Balanço Energético Nacional Este indicador será de grande importância no auxílio de
do Ministério de Minas e Energia (Brasil, 2018) publicado pela propostas de políticas de eficiência energética e campanhas
Empresa de Pesquisa Energética em 2018, o setor público é para redução do consumo de energia elétrica, tornando os pré-
responsável por 8,2% do consumo de eletricidade no país. dios públicos mais inteligentes e eficazes no gasto público, além
O governo federal ocupa, aproximadamente, 62% dos pré- de propor uma ferramenta para a melhor gestão de contratos
dios públicos existentes no país e os gestores públicos, a des- que fazem uso da energia elétrica dentro da instituição.
peito dos programas e incentivos governamentais, para agirem MORALES, C., 2007, define indicadores de consumo ou
efetivamente na conservação e na eficiência destas edificações, indicadores energéticos como resultado do cruzamento de infor-
têm demonstrado pouca preocupação com este problema, da- mações físicas ou administrativas, com as grandezas elétricas
dos os crescentes aumentos nos gastos com a conta de energia medidas/registradas ou custos/gastos da energia de determi-
elétrica, beirando, inclusive, o desperdício (SOUZA et al., 2012). nado país, região, ramo de atividade, unidade ou usos finais.

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Os indicadores podem ser definidos e classificados de vá- 2 Fundamentação Teórica


rias formas, como ANEEL/ANP (1999, P.246), que define os
indicadores, baseados em alguns critérios como sendo “... ins- 2.1 Fatores Externos que Influenciam no Consumo de Ener-
trumentos de comunicação de informações quantitativas sobre gia Elétrica
a sustentabilidade de sistemas energéticos para tomadores de
Sabendo que o equipamento que mais consome energia
decisão e o grande público...”.
elétrica no setor público são os equipamentos de climatização
SCHIPPER et. al. (2001), em um trabalho de comparação
de ar, deseja-se estudar as influências ambientais (umidade e
de vários seguimentos de uso da energia em vários países, com
temperatura do ar) no consumo de energia elétrica dos apa-
relação à emissão de CO2, define que os indicadores da ener-
relhos de ar condicionado do Centro de Aulas Engenharia da
gia descrevem as ligações entre o uso da energia e a atividade
Escola de Engenharia da Universidade Federal de Goiás. Para
humana em uma estrutura desagregada. São essencialmente
isso é preciso estudar o comportamento individual de cada va-
medidas do consumo de energia e dos fatores subjacentes que
riável no consumo de energia.
dirigem esse consumo. Cita ainda que as relações de energia
consumida por unidade de uma dada atividade são utilizadas
2.1.1 Temperatura Ambiente
a fim de detectar as mudanças na eficiência da energia e que o
cálculo das intensidades da energia desagregada requer dados O trabalho de MAGHADDAS-TAFRESH, 2008, reconhe-
detalhados da atividade realizada. ce que o padrão de carga é fortemente dependente da tempe-
Para FERNANDES, 2004, o indicador tem a tarefa básica ratura e encontra uma função linear entre consumo de energia
de expressar, de forma simples, uma determinada situação que elétrica e temperatura.
se está avaliando. Dessa forma, os indicadores mostram a real (Souza, et al. 2013) afirma que a temperatura influencia
situação do problema em questão. Ele auxilia a definir priori- diretamente a curva de consumo de energia elétrica de uma
dades e estabelecer metas auxiliando na tomada de decisão unidade consumidora de maneira inelástica e elástica. No es-
sobre um determinado tópico de interesse. tudo elaborado os autores concluíram que existem zonas de
No presente estudo de caso será estudado o prédio do temperaturas em que existe uma maior correlação entre o con-
Centro de Aulas Engenharia da Escola de Engenharia da Uni- sumo de energia elétrica e a temperatura o que traz um fator
versidade Federal de Goiás e serão utilizados os dados coleta- complicador na previsão de consumo e na elaboração de um
dos de consumo de energia elétrica diário, potência instantânea, indicador.
temperatura externa e umidade relativa do ar e o indicador A temperatura externa influencia no aumento da resis-
será desenvolvido através do modelo estatístico de Regressão tência dos cabos elétricos da instalação, no aumento do tra-
Linear Múltipla. balho térmico executado pela condensadora na troca de calor,

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aumento das perdas térmicas em equipamentos eletrônicos Um fator de aumento das perdas térmicas acontece tam-
entre outros. bém na incidência solar direta no condensador e nas linhas de
A resistência dos materiais condutores de eletricidade gás e líquido em alta pressão.
varia com a temperatura de acordo com a expressão pela equa- A temperatura ambiente, portanto, é uma variável impor-
ção (2.1): tante no consumo de energia elétrica pelos equipamentos de
𝑹𝒕 = 𝑹𝟎[𝟏 + 𝜶(𝒕𝟐 − 𝒕𝟏)] (2.1)
ar condicionado e deve ser considerada como uma variável na
elaboração do indicador.
no qual:
Rt = a resistência na temperatura t em Ω; 2.1.2 Umidade do Ar
R0 = a resistência a 0°C em Ω;
A refrigeração do ar depende diretamente de sua tem-
α = coeficiente de temperatura em °C-1; t2 e t1 = tempera-
peratura e umidade. O calor trocado no sistema é usualmen-
turas final e inicial em °C.
te dividido em calor sensível (calor trocado com o ar se este
Sabendo que a potência elétrica é diretamente proporcio-
estiver idealmente seco) e o calor latente (relacionado com a
nal a resistência do material e ao quadrado da corrente, con-
mudança de estado da água contida no ar). Se ar úmido é res-
forme equação (2.2 existirá um aumento da potência devido ao
friado, parte da água contida nele na forma de vapor mudará de
aumento das perdas dado o aumento da temperatura ambiente.
estado, aumentando a energia necessária para o resfriamento
𝑷 = 𝑹𝒕𝑰𝟐 (2.2) (CREDER, 2004)
A Umidade Relativa é a relação aproximada entre as mas-
Além do aumento da resistência interna dos materiais con-
sas de vapor d’água presente num volume e a massa de vapor
dutores, o aumento da temperatura irá afetar os aparelhos de ar
que saturaria aquele volume, a mesma temperatura e pressão
condicionado, aumentando o seu consumo de energia elétrica.
total.
Quanto maior a diferença entre a temperatura externa e
A Entalpia é uma variável termodinâmica de posição ou
a temperatura interna de um ambiente, maior será o trabalho
de quantidade. De uma maneira geral trabalha-se com diferen-
demandado do motor elétrico responsável pela compressão do
ças de entalpias. Esta diferença corresponde à quantidade de
gás refrigerante para que a temperatura interna atinja a tem-
calor trocado pelo ar (mistura ar-vapor), entre duas posições
peratura desejada pelo usuário e consequentemente maior o
(CREDER 2004).
consumo de energia elétrica.
O sistema de refrigeração de ar trabalha a partir da pri-
Existem perdas de calor durante o processo de refrigera-
meira lei da termodinâmica, na qual o sistema recebe calor,
ção. Perdas essas que ocorrerão no condensador, nas linhas
conforme equação (2.3).
de transmissão e em frestas no ambiente.

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𝑸 − 𝝎 = 𝜟𝒉 + 𝜟𝒆𝒄 + 𝜟𝒆𝑷 (2.3) 2.2 Indicadores e Seus Usos no Setor Público


No qual: De acordo com o Guia Referencial para Medição de De-
𝑄= calor; sempenho e Manual para Construção de Indicadores (2009),
𝜔 = trabalho; existem 6 etapas para construção de um indicador (Figura 1).
𝛥ℎ = variação da entalpia;
Figura 1 - Modelo para Construção de Indicadores
𝛥𝑒𝑐 = variação da energia cinética;
𝛥𝑒𝑃 = variação da energia potencial.
O ar atmosférico é considerado um gás ideal formado
basicamente por ar seco e vapor de água e por estar submetido
a pressão atmosférica na região da serpentina da evaporadora,
a pressão absoluta no sistema de troca de calor serpentina/ar
pode ser considerada constante (CREDER, 2004)
No resfriamento do ar, próximo a serpentina da eva-
poradora, quando se atinge a curva de umidade relativa
máxima (100%), tem-se o ponto de orvalho. O resfriamento Fonte: Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual para
Construção de Indicadores, 2009.
desse ar moverá o ponto de estado sobre a linha de satu-
ração, ocorrendo condensação de parte do vapor d’água A primeira etapa se refere ao objeto de mensuração.
presente no ar. Consequentemente, a razão de umidade Para isto, é definido o nível, a dimensão e a subdimensão
diminuirá. Processo esse que está simplificado na Erro! do objeto.
Fonte de referência não encontrada. e Erro! Fonte de A segunda etapa é definir como o objeto em questão será
referência não encontrada.. medido. De acordo com Rocha et al (2010), é necessário cuidar
Erro! Fonte de referência não encontrada. para que o indicador não seja grande demais atrapalhando ou
Portanto, quanto maior a umidade relativa do ar em de- confundindo o entendimento, nem tão reduzido, a ponto de não
terminada região e época do ano, menor será a diferença entre possibilitar uma visão sistêmica e a tomada de decisão.
a umidade ambiente e o ponto de orvalho. Logo, a entalpia do O terceiro passo é a referente à coleta de dados. É nessa
processo e o consumo de energia elétrica pelo compressor devi- etapa que se define a sistemática da coleta de informação uti-
do a troca de calor na serpentina do evaporador serão menores, lizada para alimentação do indicador.
indicando que esta deve ser uma variável a ser estudada. A quarta etapa é a mensuração do indicador, ou seja, o
desenvolvimento efetivo do indicador e sua aplicação.

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A quinta etapa é a análise e interpretação dos dados obti- O resultado dessa equação, considerando duas variáveis
dos pelo indicador. Nessa etapa ocorre a avaliação do indicador, independentes, será um hiperplano, onde os dados se apresen-
observando se há correlação entre os dados reais e os dados tam dispersos em torno do plano.
apresentados pelo indicador.
O sexto passo é a comunicação do desempenho da insti- 2.3.1 Inferências sobre o Coeficiente Ângular do Plano de
tuição de acordo com o indicador para todos os níveis da orga- Regressão
nização. É importante destacar que este último passo não será Essa restrição tem por objetivo a verificação das situações
executado no desenvolvimento deste trabalho. onde as variáveis são relacionadas ou não, ou seja, testar se os
parâmetros não são nulos.
2.3 Regressão Linear Múltipla Para:
Para a análise desse trabalho será utilizada a Regressão
• 𝐵i = 0: Hipótese nula, deve-se rejeitar a regressão
Linear Múltipla (RLM). Essa técnica conta a presença de duas
• 𝐵i ≠ 0: Hipótese alternativa, aceita-se a regressão.
ou mais variáveis independentes. Um maior número de variá-
veis independentes faz com que haja uma melhor capacidade
de predição. Desse modo, quando se deseja saber os efeitos que 2.3.2 Coeficientes de Correlação
as variáveis independentes causam na variável dependente, a Pode-se dizer que significa co-relacionamento. Avalia o
RLM se torna a técnica mais adequada. grau de relação entre as variáveis independentes e a depen-
De modo geral, a RLM segue a equação (2.4 (FILHO, dente. É medido através da disposição dos pontos referentes
2002): as variáveis independentes e dependentes.
𝑦 = 𝑎 + 𝑏1𝑥1 + 𝑏k𝑥k + 𝜀 (2.4)
2.3.3 Coeficientes de Determinação
Onde 𝑦 é o fenômeno em estudo (variáveis dependentes
métricas), a representa o intercepto (constante), 𝑏k (1, 2, 3, ..., A capacidade explicativa do modelo é analisada pelo
n) são os coeficientes de cada variável (coeficientes angulares), 𝑟 da regressão, conhecido por coeficiente de ajuste ou de
2

𝑥k são as variáveis explicativas e 𝜀 é o termo do erro (diferença explicação. Esta medida mostra o quanto o comportamento
entre o valor real de 𝑦 e o valor previsto de 𝑦 por meio do mo- das variáveis 𝑥 explicam a variação de 𝑦 e não justifica uma
delo para cada observação). relação de causalidade da variável 𝑦 pelo vetor de variáveis
O erro 𝜀, também conhecido por resíduo, representa pos- 𝑥. Ou seja, mensura a relação entre a variável dependente e
síveis variáveis 𝑥 que não foram inseridas no modelo e que as independentes.
seriam boas candidatas a explicativas da variável 𝑦. Sendo que:

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• 𝑟2 = 1: as variações de 𝑦 são 100% explicadas pelas em que 𝜀 tem distribuição normal com média 0, variância cons-
variações de 𝑥. Ou seja, não há desvios em torno da tante e não autocorrelacionado.
função estimada.
• 𝑟2 = 0: as variações de 𝑦 são exclusivamente aleatórias. 3 Metodologia
Ou seja, as variáveis 𝑥 não possuem informação sobre Na construção do indicador, utilizou-se cinco etapas, sen-
a variação de 𝑦. do elas: o que mensurar, como mensurar, coleta de informações,
mensuração e análise dos dados.
2.3.4 Coeficientes de Determinação Ajustado
3.1 O Que Mensurar
Simbolizado por ̅𝑟̅2̅, expressa o coeficiente de determi-
nação em termos de variância, levando em conta o número de Para definir o objeto de mensuração é necessário primei-
variáveis e o tamanho da amostra. Ele expressa o número de ro definir para qual nível da administração pública se deseja
graus de liberdade. modelar o indicador. Como o trabalho proposto analisa um
Sendo que, a cada nova variável, perde-se um grau de edifício da Escola de Engenharia da Universidade Federal de
liberdade. Pode-se dizer que esse coeficiente serve como uma Goiás individualmente, ou seja, uma unidade de organização,
medida de compensação para cada nova variável adicionada o nível a ser mensurado é o nano.
que não tenha grande influência na variável dependente. Quanto Uma vez definido o nível de mensuração é preciso definir
menor a representatividade da variável, menor o coeficiente o objeto de mensuração. O objeto de mensuração pode ser defi-
ajustado. nido como o consumo de energia elétrica nos equipamentos de
condicionamento de ar. Desse modo a dimensão é o consumo
2.3.5 Multicolinearidade de energia elétrica em kWh e a subdimensão é consumo-efe-
tividade, ou seja, a relação entre o consumo real e o ideal dos
A multicolinearidade, segundo Matos (2000), é a correla-
edifícios públicos da universidade para que cumpram com o
ção entre duas variáveis independentes, incluídas na equação
seu papel na sociedade.
de um modelo.
Segundo Vasconcellos e Alaves (2000), o teste de Dur- 3.2 Como Mensurar
bin-Watson é um dos mais utilizados para a verificação dos
resíduos, a partir do qual é verificado se 𝜌 é igual a zero na A mensuração do consumo de energia elétrica com os
equação (2.5) a seguir: equipamentos de condicionamento de ar da IES é dada me-
diante a formulação de um indicador que relacione as variáveis
𝜀𝑡 = 𝜌. 𝜀𝑡−1 + 𝜇𝑡 (2.5)
consumo de energia elétrica com ar condicionado, umidade do

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ar e temperatura. Para tal, aplicou-se o método de Regressão 3.4 Mensuração


Linear Múltipla, onde a variável dependente seria o consumo A fim de diminuir à variância das medições optou-se por
de energia elétrica dos equipamentos de climatização de ar do se fazer a compatibilização e adequação dos dados coletados.
Centro de Aulas Engenharia e as variáveis independentes se- Para diminuir a variação dos dados optou-se pela eli-
riam a umidade do ar e a temperatura de bulbo seco ambiente minação das medidas fora dos horários de aula, restando as
externa. medições que ocorreram de 07:00 as 22:00, período este que
Utilizou-se como parâmetro de consumo de energia elé- efetivamente há atividades acadêmicas no Centro de Aulas.
trica dos aparelhos de ar condicionado, a potência instantânea Em segunda análise, levou-se em consideração os dias
(kW) medida a cada 15 minutos e o consumo de energia elétrica da semana nos quais ocorrem aulas no Centro de Aulas Enge-
diária (kWh). nharia e segundo agenda de aulas da unidade as aulas no refe-
A regressão foi desenvolvida no Software IBM SPSS Sta- rido edifício ocorrem de segunda a sexta feira, portanto foram
tistics 23 Base, um software estatístico empregado para auxiliar eliminados os dados de medição dos dias de final de semana.
na tomada de decisão devido a facilidade de sua utilização para Em terceira análise realizou-se a exclusão das medições
aplicações analíticas e estatísticas. dos dias não constantes como dia letivos no calendário aca-
dêmico dos referidos anos de medição pela resolução CON-
3.3 Coleta das Informações
SUNI UFG n° 1554R/2017 que estabelece o período letivo
Utilizou-se os dados de potência instantânea (kW) dos de 2018 para primeiro semestre o intervalo de 13/03/2018 a
aparelhos de ar condicionado do Centro de Aulas Engenharia 17/07/2018, já o segundo semestre letivo foi estabelecido de
da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Goiás 15/08/2018 a 21/12/2018 conforme Tabela 1.
com intervalos de medição de 15 minutos. O período de medi- Em quarta análise, optou-se por eliminar os dados dos
ção teve início no dia 17/09/2018 e finalizou dia 12/11/2019. dias de feriados e recessos acadêmicos, conforme Tabela 2.
Utilizou-se também as medições de consumo diário (kWh)
dos aparelhos de ar condicionado para o mesmo período re- 3.4.1 Medições do Consumo de Energia Elétrica pelos Apa-
ferenciado. relhos de Ar Condicionado do Centro de Aulas Enge-
Utilizou-se também os dados de temperatura e umidade nharia da UFG
da estação meteorológica instalada na Escola de Engenharia Em análise de possíveis erros de medição de potência
disponível no seguinte endereço eletrônico: https://sites.google. instantânea, verificou-se a existência de 4 medições com valores
com/site/sfvemcufg/weather-station, cujo intervalo de medição muito elevados nos dias 15/10/2018, 25/10/2018, 16/04/2019
é de 1 minuto. e 09/07/2019 e por este motivo foram eliminados do conjunto

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de dados por se tratar de possíveis erros de medições ou insta- 3.4.2 Medições de Umidade e Temperatura
bilidades momentâneas da rede. As medições fora do intervalo estabelecido de 15 minutos
Após os inúmeros ajustes dos dados coletados, a amostra dos foram eliminadas a fim de seguir o mesmo padrão de intervalo
dados de medição de potência instantânea dos aparelhos de ar con- de tempo das medições de consumo de energia elétrica nos
dicionado foi de 12411 medições, os quais apresentam valor máximo aparelhos de ar condicionado.
de 18,2 kW, um valor mínimo de 0 kW e um valor médio de 2,63 kW. Posteriormente, os dias não constantes nas medições de
A Figura 2 mostra a distribuição dos dados de potência consumo de energia elétrica pelos aparelhos de ar condicionado
instantânea por horário de medição após todos os procedimen- foram eliminados.
tos de compatibilização dos dados. Após os inúmeros ajustes dos dados coletados, os dados
de medição da estação meteorológica apresentam para tempe-
ratura valor máximo de 38,79°C, valor mínimo de 13,73°C, um
valor médio de 27,23°C e mediana de 27,22°C.
Já para as medições de umidade do ar os dados coletados
apresentam valor máximo de 99,99%, valor mínimo de 12,79%,
valor médio de 54,50% e mediana de 53,04%.
Em segunda análise utilizou-se as medições máximas diá-
rias de umidade e temperatura, as quais estão representadas
nas Figura 4 e Figura 5.

Figura 4 - Medição de Temperatura Máxima por Dia Figura


Em segundo momento utilizou-se os consumos diários 5 - Medição de Umidade Máxima do Ar por
(kWh) com ar condicionado do Centro de Aulas Engenharia e
as distribuições dos dados após a compatibilização seguindo os
mesmos procedimentos das medições de potência instantânea
estão indicadas na Figura 3.
Após os inúmeros ajustes dos dados coletados, obteve-se
duzentas medições e os dados de medição dos aparelhos de ar
condicionado por dia apresentam valor máximo de 560,5 kWh,
um valor mínimo de 17,1 kWh, um valor médio de 174,16 kWh
e mediana de 169,4 kWh. Fonte: Autor

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Para os dados máximos diários temos como valor máxi-


mo de 38,79°C, valor mínimo de 21,74°C, um valor médio de
32,32°C e mediana de 32,26°C.
Já para as medições de umidade do ar os dados coleta-
dos de máxima diária apresentam valor máximo de 99,99%,
valor mínimo de 36,20%, valor médio de 80,40% e mediana
de 84,42%.

4 Resultados Fonte: Autor

A composição de dados de temperatura ambiente, potên- A Tabela 3, resultado do relatório produzido pelo software
cia instantânea (kW), e umidade relativa do ar que pode ser dis- SPSS, após o procedimento de desenvolvimento da regressão
tribuída nos eixos x, y e z respectivamente e está representado linear, na qual são destacadas as variáveis independentes tem-
na Figura 6. Pretende-se traçar um plano que consiga indicar o peratura (B1 [°C]) e umidade relativa do ar (B2 [% URA]) e a
consumo de energia elétrica nos aparelhos de ar condicionado. variável dependente (potência instantânea em kW).
Figura 6 - Distribuição Tridimensional das Medições Outra informação importante obtida no relatório é o grau
de relação entre as variáveis dependente e independentes, sen-
do demonstrado a partir dos valores dos coeficientes de corre-
lação e determinação.
Conforme observado na Tabela 4,o valor do coeficiente
de correlação é indicado pelo valor de R de 0,518, enquanto o
valor do coeficiente de determinação é obtido através do valor
R ao quadrado, que no caso foi de 0,269, o que significa que
o conjunto de variáveis explica 26,9% da variância de Y (po-
tência instantânea). Nota-se que há um ponto de atenção para
multicolinearidade dos resíduos, já que a estatística de Durbin
Fonte: Autor Watson é 0,214.
Pela Tabela 5 (ANOVA), é possível verificar que o mo-
A Figura 7 e Figura 8 mostram a distribuição dos dados de delo proposto apresenta significância estatística, ou seja, pelo
medição de potência instantânea pelas medições de umidade e menos uma das variáveis explicativas incluídas inicialmente é
temperatura e a respectiva equação de regressão linear. significante para explicar o comportamento de Y.

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O valor de F indicado na Tabela 5, é obtido na Tabela Figura 9 - Distribuição dos Dados de Medição com o Plano
de distribuição F de Fisher- Snedecor com a utilização dos de Regressão Linear
valores do grau de liberdade. Tal informação será importan-
te para determinar a rejeição ou não da regressão, no caso
F=2278,142 e o valor do F de significância é 0,000, dessa
forma a regressão é aceita, pois a F de significância é menor
que o F determinado.
As Tabela 6 e Tabela 7 fornecida no relatório do software
apresentam os parâmetros da equação obtida com a realização
da regressão linear múltipla. Fonte: Autor
A partir da Tabela 6, tem-se que a constante da equação é
A Figura 10 mostra o histograma dos resíduos, no qual podemos
-13,784 com um erro de 0,278, enquanto coeficiente relaciona-
observar uma distribuição dos resíduos a esquerda, comprovando a
do a temperatura é 0,473 e o coeficiente relacionado a umidade
não normalidade dos resíduos e a rejeição do teste de Durbin Watson.
relativa do ar é 0,061.
A Figura 11 mostra a representação gráfica da curva es-
Acrescentando os valores encontrados na regressão li-
perada versus a curva real de resíduos para os dados analisa-
near, fornecidos na Tabela 6, tem-se a equação (4.1).
dos. O modelo ideal apresenta resíduos próximos a zero e a
𝑦 = -13,588 + 0,472𝑥1 + 0,061𝑥2 + 1,996 (4.1) coincidência da reta observada e a esperada. Quanto maior o
onde: descolamento das duas representações maior os resíduos e
𝑦: Potência instantânea em kW; consequentemente maior o erro.
Figura 10 - Histograma de Resíduos Figura 11 - Regressão Residual versus
𝑥1: Temperatura ambiente em °C; Medição
𝑥2: Umidade relativa do ar em %.
A equação (4.1) encontrada pode ser representada por
um plano, conforme Figura 9, no qual o eixo y é o consumo de
energia elétrica, o eixo x é a temperatura ambiente e o eixo z é
a umidade relativa do ar.

Fonte: Software SPSS.

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Prosseguiu-se com a regressão linear para as medições de con- Após devido tratamento e padronização dos insumos ire-
sumo diárias e para as medições dos valores de máxima temperatura mos realizar a inserção dos mesmos no software estatístico
diária e umidade máxima diária. Após tratamento do banco de dados SPSS e realizaremos a função Analisar Regressão Linear.
teremos a distribuição dos dados coletados conforme Figura 12. Realizamos o procedimento de regressão linear e os resul-
tados apresentados estão representados na Tabela 8 e Tabela 9.
Figura 12 - Distribuição de Dados de Medição Diária
Conforme observado na Tabela 9, o valor do coeficiente
de correlação é indicado pelo valor de R de 0,528, enquanto o
valor do coeficiente de determinação é obtido através do valor
R ao quadrado, que no caso foi de 0,279, o que significa que
o conjunto de variáveis explica 27,9% da variância de Y (con-
sumo). Nota-se que há problemas de multicolinearidade dos
resíduos, já que a estatística de Durbin Watson é 0,716.
O qual nos dá a equação (4.2).
𝑦 = -681,305 + 21,266𝑥1 + 2,091𝑥2 (4.2)

Fonte: Autor Onde:


𝑦: Consumo diário em kWh;
Na Figura 13 e na Figura 14 são apresentados os cortes
𝑥1: Temperatura ambiente diária máxima em °C;
em duas dimensões das medições do consumo diário em função
𝑥2: Umidade relativa do ar diária máxima em %.
da temperatura diária máxima e da umidade relativa diária má-
xima. Vê-se também as retas de regressão dos dados coletados Figura 15 - Representação Gráfica da Equação da Regressão
para cada variável. Linear

Fonte: Autor
Fonte: Autor

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A equação (4.3) do indicador de consumo de energia elétri- O conjunto de variáveis utilizados na regressão linear
ca encontrada pelo Método de Regressão Linear Múltipla pode apresentou uma explicação de 27,9 a 52,8% da variância do
ser representada por um plano conforme Figura 15. consumo diário e de 26,9 a 51,9% da potência instantânea para
A distribuição dos resíduos apresenta uma aproximação a janela de medição de 15 minutos. Concluindo que as variáveis
de uma distribuição normal conforme apresentado na Figura temperatura e umidade para os dois cenários apresentam uma
16 e na Figura 17. boa correlação com o consumo de energia.
Por se tratar de séries temporais, que se repetem em inter-
Figura 16 - Histograma dos Resíduos Figura 17 - Regressão Residual versus valos de tempo as medições de consumo e potência instantânea
Medição não podem ser penalizadas pelo teste de Durbin Watson por
se esperar uma correlação dos dados em períodos repetidos.
A equação encontrada através da regressão linear múltipla
para potência instantânea, equação (4.1), nos mostra que a variável
temperatura explica 47,2% da potência instantânea e a variável
umidade relativa do ar explica 6,1% desta com um erro de 1,996
e tal explicação pode ser vista na Figura 18 e na Figura 19.

Fonte: Software SPSS

Análise dos dados


A partir da regressão linear múltipla combinou-se os da-
dos coletados com duas variáveis dependentes e uma variável
independente. Chegou-se a duas equações do plano que indi-
cam uma previsão do consumo de energia elétrica pelos apare- Fonte: Autor
lhos de ar condicionado. Uma equação relaciona-se a potência Já a equação encontrada através da regressão linear múlti-
instantânea para um período de coleta de 15 minutos e outra pla para consumo de energia elétrica, equação (4.2), nos mostra
equação se refere ao consumo diário. que a variável temperatura explica 21,27% do consumo e a

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variável umidade relativa do ar explica 2,091% desta, os quais Portanto, por ser um evento comportamental e físico, o
estão representados na Figura 20 e na Figura 21. consumo de energia elétrica deve levar em consideração aspec-
tos de uso e aspectos físicos para cobrir melhor a variância dos
dados e minimizar o erro entre o consumo real e o indicado. O
indicador de consumo é uma ferramenta que apresenta poten-
cial de uso, mas deve ser aprimorado por novas ferramentas
matemáticas e variáveis de comportamento e uso.

Referências Bibliográficas
ANEEL/ANP. Eficiência Energética: Integrando Usos e Reduzindo
Disperdícios. Brasília, 1999. BRASIL. MINISTÉRIO DE MINAS E
ENERGIA. EMPRESADE PESQUISA ENERGÉTICA.
Fonte: Autor
Balanço Energético Nacional. 2018.
Verificou-se que o indicador estabelecido para as medições de
CARRIER, W.H. Modern Air Conditioning, Heating and Ventila-
consumo instantâneo apresentou um erro médio de -1276% e um ting. Pittman Publishing Coorporation, New York.
erro mínimo de -10486% em relação a medição real. Já o indicador
CREDER, H. Instalações de Ar Condicionado. 6ª Edição. LTC.
de consumo diário apresentou um erro médio de -54%, um erro
2004.
mínimo de -1140% e um erro máximo de 158% para a medição real.
FERNANDES, DJAIR. Uma Contribuição sobre a Construção de
5 Conclusões Indicadores e sua Importância para a Gestão Empresarial. Revista
FAE, vol. 7, n. 1. Curitiba, 2004.
Conforme esperado pelo conhecimento teórico o consumo
de energia apresentou uma correlação negativa com a variável FERREIRA, J. J.; FERREIRA, T. J. Economia e Gestão da Energia.
umidade do ar, logo são inversamente relacionadas. Já o con- Lisboa: Texto, 1994. 156p.
sumo de energia está relacionado diretamente com o aumento Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual para
do consumo de energia pelos aparelhos de ar condicionado. Construção de Indicadores.
Devido à grande variância dos dados e a sua distribuição, Brasília, 2009. Disponível em <https://goo.gl/YmDucf>. Acessado
o modelo de regressão linear apresenta um erro considerável e em 04/05/2017.
que poderia ser minimizado utilizando-se modelos de heurística
MATOS, Orlando Carneiro de. Econometria básica: teoria e apli-
moderna ou outros modelos matemáticos que apresentem uma
cações. 3ª edição. São Paulo: Atlas, 2000.
abordagem estatística mais abrangente.

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MOGHADDAS-TAFRESHI, S.M; FARHADI, M. A Linear Regres- Anexo A - Tabelas Tabelas de Datas


sion-Based Study for Temperature Sensitivity Analysis of Iran
Electrical Load. IEEE. 2008. Tabela 1 - Tabela resumo de dias letivos de 2018 e 2019
MORALES, C. Indicadores de Consumo de Energia Elétrica como Fer-
Início Fim
ramentas de Apoio à Gestão: Classificação por Prioridades de Atuação
2018/1 13/03/2018 17/07/2018
na Universidade de São Paulo. Dissertação de Mestrado. 2007.
2018/2 15/08/2018 21/12/2018
PROCEL, ELETROBRAS. Sistemas de Ar Condicionado, Manual 2019/1 13/03/2018 18/07/2018
Prático. 2011. 2019/2 18/08/2019 21/12/2019

RIBEIRO, B. O. G.; SILVA, K. A. Indicador de Eficiência Energética Fonte: Resolução CONSUNI/UFG n° 1554R/2017
para Auxiliar a Tomada de Decisão de Investimentos em Projetos
de Eficiência Energética em Instituições de Ensino. Trabalho de Tabela 2 - Feriados e recessos acadêmicos de 2018 e 2019
Conclusão de Curso. 2018.
12/10/2018 24/10/2018 02/11/2018
SAIDEL, M. A., KANAYAMA, P. H., CARVALHO, C. E., ALVAREZ, 2018
15/11/2018
A. L. M., UDAETA, M. E. M. A
19/04/2019 01/05/2019 20/06/2019
2019
Conservação de Energia. Energia elétrica para o desenvolvimen- 21/06/2019 28/10/2019 15/11/2019
to sustentável. São Paulo: EDUSP - Editora da USP. pp. 197-235. Fonte: Resolução CONSUNI/UFG n° 1554R/2017
2000.
SCHIPPER, L.; UNANDER, F.; MURTISHAW, S.; TING, M. Indica-
Regressão Linear Múltipla para Potência Instantânea
tors of Energy Use and Carbon Emissions: Explaing The Energy
Economy Link. Annu. Rev. Energy Environ. USA, 2001. 38p.
Tabela 3 - Relatório do Software Variables Entered/Removeda
SOUZA, ANDREA; SILVA, CHRISTIAN; KRÜGER, EDUARDO;
GUERRA, JORGE. Gestão da Eficiência Energética em Edificações Variables Variables
Model Method
Entered Removed
das Instituições Públicas de Ensino: Um Estudo Aplicado ao Sis-
B1[°C],
tema de Iluminação da UTFPR Sob a Ótica Técnica e Econômica. 1 . Enter
B2[% URA]b
Revista de Gestão Social e Ambiental. 2012.
a. Dependent Variable: Y[kW]
SOUZA, L. F. S et. Al. A Influência da Temperatura no Compor-
b. All requested variables entered.
tamento da Carga Elétrica de Curto Prazo e na Precisão da sua
Previsão. Fortaleza–Ceará. XI SBAI–Simpósio Brasileiro de Auto- Fonte: Software IBM SPSS Statistics, 2018
mação Inteligente. 2013.

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Tabela 4 - Grau de Relação entre as Variáveis Model Intervalo de Confiança de 95%


Modelo
Summaryb Mínimo Máximo
(Constant) -14,112 -13,064
Adjusted R Std. Error of the 1 B1 [°C] ,457 ,486
Model R R Square Durbin-Watson B2 [% URA] ,058 ,063
Square Estimate
1 ,518a ,269 ,268 1,99606 ,214 Fonte: Software IBM SPSS Statistics, 2018
a. Predictors: (Constant), B1[°C], B2[%]
b. Dependent Variable: Y [kW] Regressão Linear Múltipla para Consumo Diário
Fonte: Software IBM SPSS Statistics, 2018
Tabela 8 - Relatório do Software SPSS
Tabela 5 - Análise ANOVA ANOVAa
Model Variables Entered Method
Model Sum of Squares df Mean Square F Sig. 1 Umid, Tempb Enter
Regression 18153,356 3 9076,678 2278,142 ,000b
1
Residual 49436,529 12408 3,984 Fonte: Software IBM SPSS Statistics, 2018 Tabela 9 - Grau
Total 67589,885 12410 de Relação Entre as Variáveis
a. Dependent Variable: Y
b. Predictors: (Constant), B1, B2 Model Summaryb
Fonte: Software IBM SPSS Statistics, 2018
Adjusted R Std. Error of the
Model R R Square Durbin-Watson
Square Estimate
Tabela 6 - Relatório dos Coeficientes 1 ,528a ,279 ,272 91,92385 ,716

Unstandardized Standardized a. Predictors: (Constant), Umid, Temp


Mode Coefficients Coefficients t Sig. b. Dependent Variable: Geral(kWh)
B Std. Error Beta Fonte: Software IBM SPSS Statistics, 2018
(Constant) -13,588 0,267 -50,813 ,000
B1 [°C] ,472 ,007 ,837 65,083 ,000 Tabela 10 - Relatório dos Coeficientes
B2 [% URA] ,061 ,001 ,534 41,531 ,000
Standardized
Fonte: Software IBM SPSS Statistics, 2018 Tabela 7 - Coeficientes Míni- Unstandardized Coefficients
Model Coefficients t Sig.
mos e Máximos
B Std. Error Beta
(Constant) -681,305 103,324 -6,594 ,000
1 Temp 21,266 2,436 ,614 8,730 ,000
Umid 2,091 ,468 ,314 4,466 ,000

a. Dependent Variable: Geral(kWh)


Fonte: Software IBM SPSS Statistics, 2018

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Tabela 11 - Relatório dos Coeficientes – Intervalo de


Confiança de 95%

95,0% Confidence Interval for B Collinearity Statistics


Model
PRÉDIOS INTELIGENTES - TELHADOS
Lower Bound Upper Bound Tolerance VIF

(Constant) -885,069 -477,541


VERDES COM APROVEITAMENTOS DAS
ÁGUAS DE CHUVA NO MEIO URBANO
1 Temp 16,462 26,070 ,741 1,350

Umid 1,168 3,015 ,741 1,350

Fonte: Software IBM SPSS Statistics, 2018

Leonardo Valle Pinheiro


Prof. Me. Cloves Ferreira Júnior
cloves.jr@ifg.edu.br

RESUMO
Objetivo geral da pesquisa é mostrar Prédios Inteligentes usan-
do telhados verdes com lodo e ou plantas adequadas para cada
região e drenagem desse solo em que as plantas estão inseridas,
pode reduzir a temperatura, poluição, consumo de agua e con-
sumo de energia e ainda criar um ambiente bonito e agradável,
melhorando a qualidade de vida da comunidade.
ABSTRACT
Overall aim of the research is to show Smart Buildings using
green roofs with sludge and or plants suitable for each region
and drainage of that soil in which the plants are inserted, can
reduce temperature, pollution, water and energy consumption
and also create a beautiful and pleasant environment, improving
the quality of life of the community.

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INTRODUÇÃO reduzir o som em 40 decibéis e uma de 20 cm pode reduzir o


De acordo com o conceito de Prédios Inteligentes, “um som em 46 a 50 decibéis. Ao drenar a água da chuva para rea-
edifício inteligente pode ser definido como aquele capaz de proveitá-la, o sistema acaba filtrando a polução dessas águas.
oferecer um ambiente produtivo, e com uma relação custo be- Importante citar também que diminuindo a temperatura no
nefício ótima pela otimização dos seus sistemas, estruturas, ambiente interno diminui a necessidade de refrigeração e com
serviços, gerenciamento e manutenção pelo seu tempo de vida isso reduz o gasto no consumo de energia. Os telhados verdes
útil”. Com a crescente e descontrolada urbanização metropo- nas coberturas de prédios nas grandes cidades embelezam a
litana surge a necessidade da volta do verde em meio as cida- edificação quebrando o cinza e a poluição no dia a dia, com
des grandes. [1]Através da instalação de telhados verdes nas isso esse ambiente volta a parecer natural e acaba atraindo
coberturas pode-se diminuir o calor gerado pela poluição das pássaros e borboletas das mais diversas espécies, aumentando
cidades podendo assim reduzir em até seis graus a sua tem- assim a biodiversidade e melhorando a qualidade de vida de
peratura. Além da diminuição da temperatura, nível de ruído, todos em volta.[2] Em Recife, no Pernambuco, lei aprovada em
embelezamento da edificação pode-se ainda captar água da 2015 torna obrigatório o plantio de gramas, hortaliças, arbus-
chuva, obtida através de drenagem com o envio dessa água tos ou árvores de pequeno porte nas lajes dos edifícios, bem
para um reservatório de acúmulo. Essa água será utilizada como a construção de reservatórios para captação da água da
para irrigar as plantas ou lavar calçadas e carros por exemplo. chuva em novos imóveis residenciais e comerciais que tenham
O reservatório de retardo ajuda a drenagem da cidade, para 25% ou mais do terreno impermeabilizado. Grandes cidades
diminuir alagamentos nas ruas e minimizar o custo com água, como Goiânia e Aparecida de Goiânia se beneficiariam muito
tanto de uso doméstico como de uso comercial. A vegetação da aprovação de uma lei como esta. O uso de indicadores que
plantada nessas coberturas de prédios diminui a poluição e apresentem os benefícios da instalação de telhados verdes em
melhora a qualidade do ar das cidades. As plantas absorvem construções pode alavancar este processo, contribuindo assim
as substâncias tóxicas e liberam oxigênio na atmosfera com- com a melhoria da qualidade de vida e preservação do meio
batendo assim o efeito de ilhas de calor comuns em grandes ambiente nas áreas urbanas.
cidades, além disso protegem contra as altas temperaturas no
PROBLEMATIZAÇÃO
verão e mantém a temperatura interna no inverno. As plantas
absorvem os ruídos isolando assim o barulho da grande me- Os Prédios Inteligentes tem diferentes recursos para re-
trópole. O solo, as plantas e o ar possuem o efeito de isolante solver ou amenizar problemas do dia a dia, melhorando assim a
ao som. O substrato tende a bloquear frequências de som mais qualidade de vida, otimizando, economizando e gerando susten-
baixas e as plantas as frequências mais altas. Um telhado verde tabilidade no seu tempo de vida útil. O uso de telhados verdes
com uma camada de substrato de 12 cm de profundidade pode nas coberturas de edifícios inteligentes pode resolver problemas

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como de poluição, ruído, calor e ainda melhorar a paisagem A lei também prevê a construção de reservatórios para captação
urbana com o verde inserido no meio da selva de pedra. Ainda de água da chuva, em novos imóveis sejam eles comerciais ou
pode-se coletar água das chuvas e diminuir o uso de energia residenciais, que tenham área de solo com mais de 500 metros
elétrica dos aparelhos de ar condicionado já que com o verde quadrados e que tenham vinte e cinco por cento do terreno im-
inserido consegue-se diminuir a temperatura. permeabilizado.[5] A água da chuva captada no reservatório de
acumulo pode ser usada para regar plantas ou lavar calçadas
DESENVOLVIMENTO e carros. Esse reservatório de retardo diminuirá o alagamento
Telhados verdes, também chamados de cobertura vegetal das ruas já que ajuda na drenagem da cidade. Um exemplo de
ou jardim suspenso, é um sistema construtivo que tem uma telhado verde em Recife é o Telhado Eco Produtivo - Semean-
cobertura vegetal feita com grama ou plantas. É instalado em do novos horizontes, realizado pela ONG da Comunidade dos
lajes ou em telhados comuns e consiste em camadas de imper- Pequenos Profetas, organização não governamental no bairro
meabilização e de drenagem. Além de melhorar a aparência das de São José no centro de Recife Pernambuco. A idéia foi fazer
construções com um excelente efeito estético, eles funcionam um jardim com cunho social transformando o teto da entidade
como isolantes térmicos, contribuem para minimizar as ilhas em uma horta comunitária para beneficiar 1,5 mil pessoas. [6]
de calor, diminuir ruídos, coletar águas das chuvas e melhorar A diminuição da temperatura com a instalação do telhado ver-
a qualidade do ar.[3] Na França, que enfrenta problemas com de é comprovada nos locais onde foi instalado. A redução da
altos níveis de poluição atmosférica, foi aprovada uma lei que temperatura do ar se deve a evapotranspiração da vegetação
obriga os prédios a terem telhados verdes ou placas solares. Os existente na cobertura do telhado verde. Quase toda água que
telhados verdes diminuem o calor e ruído, reduzindo a necessi- a planta usou é perdida através da transpiração e uma fração
dade de aparelhos de ar condicionado durante o calor e também menor é usada pelo seu metabolismo. Juntos esses processos
bloqueiam as partículas de poeira, purificando a ar, retendo são referidos como evapotranspiração, ela esfria o ar, usando
água da chuva, reduzindo os escoamentos durante os períodos calor presente do ar para evaporar a água disponível no meio.
fortes de chuvas. [4] Aderindo a esta ideia, foi sancionada a Lei As consequências deste processo são justamente um au-
Municipal 18.112/2015 em Recife PE que obriga novos prédios mento na umidade relativa do ar pela evaporação da água, e
residenciais, com mais de 4 pavimentos e com área coberta com uma redução na temperatura do ar pela captura da energia tér-
mais de 400 metros quadrados a implantarem telhados verdes. mica do meio. [7]O aproveitamento de água de chuva no telhado
Essa Lei prevê o plantio de gramas, hortaliças, arbustos e árvo- verde da cobertura do edifício é um sistema que compreende
res de pequeno porte nas coberturas dos prédios com objetivo basicamente a coleta da agua pluvial colhida no telhado sendo
de aumentar as áreas verdes e diminuir os efeitos do calor com direcionada através de calhas e condutores para o armazena-
uma temperatura em até seis graus mais baixa que seu entorno. mento em reservatórios de acumulação.

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Um telhado verde pode ser conjugado a um sistema de filtro separando os poluentes. Ela é basicamente constituída
aproveitamento de água da chuva desde que observados os de seixos, brita e argila expandida e pode ter a espessura de 5
aspectos: a 10 cm.
O solo e o substrato devem ser férteis para o desenvolvi-
• Volume passível a ser captado (quantidade): profundi-
mento das plantas.
dade do substrato, capacidade de evapotranspiração
A camada filtrante retêm as partículas que seriam trans-
da vegetação, intervalo de chuvas, área de captação.
portadas pela água da chuva.
• Relativo à quantidade da água passível a ser captada:
É necessário o uso de uma membrana de proteção contra
composição do substrato, vazão do escoamento, tipo
raízes para controlar o crescimento das raízes que podem estra-
de vegetação, tempo de estabelecimento.
gar o sistema. A escolha das plantas vai depender do quanto a
A estrutura e composição do telhado verde, geralmente é estrutura de cada edificação poderá receber de carga e objetivo
composto por 5 camadas, conforme descritas na figura 1. do telhado. Deve se dar preferencia para plantas nativas para
ter uma manutenção mais fácil
Figura 1 - Corte esquemático de telhado verde extensivo,
adaptado de Zinco (2000) apud Araújo (2007). [8] O Lodo gerado nas estações de tratamento de efluen-
tes pode ser enquadrado como resíduo solido perigo-
so (ABNT,2004), sua disposição é dispendiosa e pode
afetar a características ambientais de uma região caso
seja disposto indevidamente, pensando nisso, um pro-
jeto em Recife viabilizou a instalação de um telhado
verde com a utilização desse lodo no Edifício Charles
Darwin. O telhado nesse prédio conta com 2.800 m²
de área e capacidade de armazenar 95 mil litros de
água. [9] A camada drenante é composta de resíduos da
construção e demolição (RDC) e o lodo de uma estação
de tratamento de efluentes que compõe a camada de
A camada impermeabilizante tem a função de proteger a
substrato em conjunto com solo vegetal. O laudo físico-
laje contra infiltrações, pode ser usado diversos materiais para
-químico do lodo foi analisado e mostrou que o mesmo
impermeabilizar a estrutura como sintéticos e betuminosos.
possui potencial fertilizante e atende as exigências da
A camada drenante tem a função de drenar a água da
Resolução N.375 do CONAMA (2006).
chuva dando vazão ao excesso de água e também serve como

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Diante dos resultados obtidos, observa-se a eficácia do Figura 3 – Sistema com Derivação
lodo, tornando o projeto ainda mais sustentável, e trazendo
benefícios econômicos e ambientais para toda sociedade.
No desenvolvimento de novos sistemas de captação para
estocar água destacam-se as seguintes formas:

• [10] Sistema de Fluxo Total, toda chuva coletada pelo


telhado (superfície de captação) é direcionada ao re-
servatório de armazenamento, passando antes por um
filtro, a chuva que extravasa do reservatório é direcio-
nada ao sistema de drenagem, conforme figura 2. • [10]Sistema com volume adicional de Retenção, nesse
Figura 2 – Sistema Fluxo total sistema, constrói-se um reservatório maior, capaz de
armazenar o volume de chuva necessário para o supri-
mento da demanda e capaz de armazenar um volume
adicional com o objetivo de evitar inundações. Nesse
sistema, uma válvula regula a saída de água correspon-
dente ao volume adicional de retenção para o sistema
de drenagem, conforme figura 4.

Figura 4 – Sistema com Volume Adicional de Retenção

• [10] Sistema com Derivação, nesse sistema uma deri-


vação é instalada na tubulação vertical de descida da
água da chuva, com o objetivo de descartar a primeira
chuva, direcionando-a ao sistema de drenagem. É um
sistema auto-limpante, conforme figura 3.

• [10]Sistema com Infiltração no solo, neste sistema toda


água da chuva coletada é direcionada ao reservatório

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de armazenamento, passando antes por um filtro ou com trepadeiras e eras, corredores de plantas, arbustos pertos
uma tela, mas o volume de chuva que extravasa do das janelas e principalmente telhados verdes, são barreiras
reservatório é direcionado a um sistema de infiltração acústicas naturais.
de água no solo, conforme figura 5. A vegetação nos telhados verdes pode ajudar a diminuição
da poluição do ar nas grandes cidades uma vez que a qualidade
Figura 5 – Sistema com Infiltração no Solo.
do ar é melhorada com a interceptação do material particulado
e absorção de poluentes gasosos pelas plantas. A contribuição
da vegetação na atenuação da poluição atmosférica também
pode ocorrer de forma indireta como exemplo do O3, devido a
redução da temperatura. Durante a transpiração da vegetação
ocorre a diminuição da temperatura e aumento da umidade rela-
tiva do ar, diminuindo a emissão de hidrocarbonetos. [11]Além
das formas diretas como absorção do próprio O3 e do NO2. No
Qualquer que seja a técnica, os componentes principais do Brasil podemos utilizar inúmeras espécies e tipos de plantas
sistema de aproveitamento das águas das chuvas são: a área de nativas para compor um telhado verde, usa-se plantas resisten-
captação, telas ou filtros para remoção de materiais como folhas tes tanto ao clima seco quanto ao clima úmido. Uma opção é a
e galhos, tubulações para a condução da água e o reservatório grama esmeralda, que tem crescimento rápido e necessita de
de armazenamento. poda e consome muitos nutrientes. Alguns exemplos abaixo:
O teto verde diminui a reverberação ao absorver e isola
ruídos. O trânsito é um dos causadores de poluição sonora mais Figura 6 - Nome científico: Zoyzia japonica. Nome popular:
críticos, na vida de uma metrópole. [11]Diariamente, ficamos Grama esmeralda.
expostos a barulhos que chegam a, pelo menos 80 decibéis,
acima dos 55 decibéis, ruído máximo que não prejudica a saúde,
segundo a organização Mundial da Saúde (OMS). Uma forma
eficaz de diminuir o impacto da poluição sonora numa metró-
pole é o uso de telhados verdes para que a vegetação isole
as fontes de emissão do barulho e seus possíveis receptores.
As plantas, muito mais do que decoração, ajudam a diminuir
o barulho dentro de casa. Plantas e arbustos amortecem os
ruídos com a absorção das ondas sonoras pelas folhas. Muro

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Figura 7 - Nome científico: Arachis repens. Nome popular: CONCLUSÃO


Grama amendoim. Os telhados verdes instalados nas metrópoles impactam
diretamente sobre a qualidade de vida da comunidade, prin-
cipalmente as que tem acesso a essas áreas, eles aumentam
a umidade relativa, absorvem dióxido de carbono, produzem
oxigênio, ajudam a retirar a poeira e a filtrar a poluição. Trazem
de volta o verde a locais onde não é possível cultivar arvores
sobre o solo. É possível se cultivar de tudo sobre um telhado
Figura 8 - Nome científico: Tulbaghia violacea. Nome verde, hortaliças, legumes, folhagens, frutas e até mesmos grãos
popular: Alho social. de grandes culturas como trigo, milho e feijão, sendo produzi-
dos na cobertura de um edifício no meio da cidade. Também
deve-se lembrar do efeito estético que é talvez o benefício mais
aparente no uso do telhado verde. Telhados verdes acessíveis
oferecem espaço de lazer sem que haja a necessidade de ocupar
o disputado solo das cidades.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Jornal da Cidade.Net http://www.jornaldacidade.net/morar-bem-
-leitura/88202/telhado-verde-e-solucao-ideal-para-reduzir-calor.html#.
Figura 9 - Nome científico: Russelia equisetiforme. Nome Vyay7EfF7o0
popular: Russelia. htttp://www.hypeness.com.br/2015/04/ recife-aprova-lei- que-obri-
ga- qualquer-predio-com-mais-de-4-pavimentos-tenha-telhado-verde/
http://www.hypeness.com.br/2015/04/ nova-lei-obriga- predios-co-
merciais-a-terem-telhado-verde-ou-placa-solar-na-franca/
http://revistacasaejardim.globo.com/CasaJardim/Dicas/Sustentabili-
dade/noticia/2015/04/telhado-verde-e-obrigatorio-para-predios-com-
-mais-de-4-pavimentos-em-recife.htm
[2] CAETANO, Fernando D. N.; TIBIRIÇÁ, Antônio C. G.; SAN-
TOS, Gláucio L. A. A.

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Sistema de cobertura verde para uma edificação na área de saú-


de numa IFES. XIII Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente
Construído, Canela, out. 2010.
[3] OLIVEIRA, T.A & RIBAS, O.T. Sistemas de Controle das
Condições Ambientais de Conforto, L Série Saúde & Tecnologia – CONTROLE E AUTOMAÇÃO DE SISTEMA
Textos de Apoio à Programação Física dos Estabelecimentos Assis-
DE ILUMINAÇÃO UTILIZANDO CELULAR
tenciais de saúde - Sistemas de Controle das Condições Ambientais
de Conforto. – Brasília, Ed. Brasília,1995. 92 p. bvsms.saude.gov.br/
publicações/sistemas_conforto.pdf.
[4] ANNECCHINI, K. P. Aproveitamento da Água da Chuva Para
Fins Não Potáveis na Cidade de Vitória (ES). Dissertação apresentada Lucas Henrique Pires Martins
ao Programa de Pós- Graduação em Engenharia Ambiental, como lucasmecatronico.eng@gmail.com
requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre. Universidade
Federal do Espírito Santo – UFES, 2005. Cloves Ferreira Jr., MSc
[5] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. cfj@ifg.edu.br
NBR 10004. Resíduos sólidos: classificação. Rio de Janeiro, 2004.
[6] CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Telecomunicações:
nº 375, de 29 de agosto de 2006: define critérios e procedimentos, Prédios inteligentes IFG – Instituto Federal de Educação,
para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tra- Ciência e Tecnologia de Goiás – Campus Goiânia
tamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras
providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Bra-
Resumo
sília, 2006.
[7] Sistemas de captação de aguas - HERRMANN & SCH- Este artigo tem como objetivo apresentar uma proposta
MIDT(1999) apud ANNECHINI(2005) para o controle e automação de um pequeno sistema de ilu-
minação controlado por um celular. Propiciando facilidade,
http://www.amplitudeacustica.com.br/blog/usando-a-natureza-como-
flexibilidade e futuras melhorias. Essa implementação pro-
-aliada-para-di minuir-a-poluicao-sonora/
porcionará o controle individual de cada lâmpada, o que tor-
nará o sistema flexível a aplicações individualizadas, como
por exemplo em instituições que funcionários trabalham em
horários diferenciados. Outra meta, será a facilidade de o ope-

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rador não necessitar se deslocar para desligar a iluminação. é implementar um sistema simples de controle e automação
E ainda, a iluminação em um horário extremo desligar-se-á inicialmente voltado para a iluminação predial, utilizando ce-
de forma automática. lular. Como citado anteriormente em prédios governamentais
Palavras-chave: controle, automação, comunicação, ce- ou estabelecimentos de grande porte, a iluminação é controla-
lular. da através de interruptores ou quadros de comando elétrico.
Com isso, existe a necessidade de deslocamento diário de um
Abstract funcionário habilitado para ligar e desligar esses componen-
tes. O controle e automação de sistema de iluminação com o
This article aims to present a proposal for the control
uso de celular visa colaborar para a melhoria dessas questões
and automation of a small lighting system controlled by a cell
comentadas acima.
phone. Providing ease, flexibility, and future improvements.
Essa proposta justifica-se pelo fato de colaborar com
This description provides individual control of each lamp, which
melhoria na logística dos funcionários eletricistas que não
breaks the flexible system to individualized applications, such
precisaram desligar pessoalmente a iluminação, os mesmos,
as working at different times. Another goal is to make it easier
utilizarão os celulares para tal tarefa, isso irá propiciar uma
for the operator not to have to move to turn off an illumination.
atividade a menos para executarem, poupando-lhes tempo e
And yet, a lighting in a time-off automatically.
esforço. Quanto economia de energia, isso será perceptível,
Key words: control, automation, communication, cellular. pois o tempo de deslocamento de um quadro a outro poderá
ser extinto e ainda com a implementação de um temporizador,
1 Introdução em um horário limite, a questão de esquecimento de algum
Atualmente os estabelecimentos governamentais possuem interruptor ou quadro ou falha na comunicação também será
iluminação que utiliza painéis elétricos ou dispositivos chama- solucionada.
dos interruptores. O trabalho proposto, consiste em controlar Essa solução não é inédita, conforme Curvello (2015), em
e automatizar um sistema de iluminação simples e em formato novembro de 2015 a Intel Brasil apresentou uma aplicação de
de protótipo, aplicando o uso de celular. Solucionando assim internet das coisas com a integração de Python, Java e C# com
algumas questões de logística e pessoal especializado que ne- o Telegram e uma placa controladora da Intel Edison. Em seu
cessitam se deslocar para esses painéis ou interruptores para artigo Curvello apresenta todo o seu desenvolvimento e aplica-
que possam ligá-los ou desligá-los bilidade de sua solução.
Em prédios administrativos ou governamentais, existe Nesse trabalho será apresentado uma outra forma de de-
uma questão de diferença de horários de trabalho dos cola- senvolvimento dessa solução com outras ferramentas e outras
boradores, tendo em vista essa questão a proposta do projeto sugestões.

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2 Fundamentação Teórica que é utilizada para editar códigos que serão aplicados e com-
Esse tópico será dedicado a revisão de todas as ferramen- pilados no microcontrolador. Essa IDE utiliza a linguagem de
tas e componentes utilizadas no trabalho. Itens que compõem programação C que possibilita controlar de comandar disposi-
todo o funcionamento físico, digital e lógico serão apresentados tivos que tenham acesso ao microcontrolador.
e descritos de maneira detalhada. Essa interface precisa ser instalada em um computador
e a partir da instalação será possível iniciar o desenvolvimento
2.1 Composição Física dos códigos que irão controlar o sistema em questão.

Tabela 1: Itens da composição física do protótipo. 2.2.2 Spyder


Componente físico Quantidade Descrição O Spyder é outra IDE que será utilizada em nosso trabalho
Microcontrolador 1 Arduino UNO R3 e esse item é um componente do pacote da Anaconda que é uma
Protoboard 1 Placa de ensaio
plataforma de desenvolvimento de dados em código Python.
LED 2 LED vermelho
Resistor 2 220 ohms - Anaconda é a principal plataforma de ciência de dados
Jumper 7 Macho-Macho aberta em potencial Python. A versão open source do
Relé 1 srd-05vdc-sl-c. Anaconda é uma distribuição de alto desempenho de
Timer 1 Timer Digital Bivolt [TMD-101] Python e inclui mais de 100 dos mais populares pacotes
Lâmpada 1 Lâmpada LED 5W Python, R e Scala para ciência de dados (ANACONDA,
Que possua sistema: Android, iOS, 2016).
Windows Phone ou possua sistema
Celular 1 compatível com a instalação do
Essa IDE será de vital importância, pois será responsável
aplicativo
Telegram. por estabelecer comunicação entre a parte física do sistema
Fonte: desenvolvimento próprio. com a parte virtual que será integrada com a internet.

2.2.3 Telegram
2.2 Composição Digital
As características do Telegram, seu conceito e para que
serve, será descrita a seguir conforme a (MANNARA, 2015).
2.2.1 IDE Arduino
Segundo a Arduino e Genuino Products (2017), a IDE - O Telegram é um aplicativo mensageiro rival do What-
(Integrated Development Environment – Ambiente de Desen- sApp que permite trocar recados de forma privada ou
volvimento Integrado) é uma interface em formato de software em grupo. O recurso é gratuito e tem compatibilidade

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com celulares Android, iOS, Windows Phone, além de 2.3.3 Pyserial


versões para computador e web. A seguir a Pyserial (2015) detalha o conceito do Pyserial.
O Telegram terá o papel de ser a interface de comandos, - Este módulo encapsula o acesso para a porta serial.
com ele enviar-se-á mensagens que irão comandar o funciona- Ele fornece back-ends para Python rodando no Windo-
mento de nosso sistema. ws, OSX, Linux, BSD (possivelmente qualquer sistema
compatível com POSIX) e IronPython. O módulo deno-
2.3 Composição virtual
minado “serial” seleciona automaticamente o backend
apropriado.
2.3.1 Telepot

- Telepot ajuda a construir aplicações para Telegram Bot 2.3.4 Bot


API. Ele funciona em Python 2.7 e Python 3. Ele tam- Conforme Telegram bots (2016) é exemplificado o con-
bém tem uma versão assíncrona baseada em asyncio ceito de bots.
e Python 3.5+.
- Os bots são aplicativos de terceiros que são executados
dentro do Telegram. Os usuários podem interagir com
2.3.2 Virtualvenv os bots, enviando-lhes mensagens, comandos e pedidos
Conforme Guide to Python (2016) é apresentado informa- em linha. Controla-se os bots usando HTTPS pedidos
ções sofre o virtualvenv que será descrita a seguir. para o nosso bot API.

- Um Ambiente Virtual é uma ferramenta para manter


as dependências requeridas por diferentes projetos em 3 Materiais e Métodos
locais separados, criando ambientes virtuais Python para Nesta seção são apresentadas as principais atividades
eles. Ele resolve o dilema “O Projeto X depende da ver- para a prototipagem do sistema de controle e automação de
são 1.x, mas o Projeto Y precisa de 4.x” e mantém seu sistema de iluminação com uso do celular. Será descrito de
diretório global de pacotes de sites limpo e gerenciável. forma sucinta a montagem, os teste e execução das atividades
- Virtualenv é uma ferramenta para criar ambientes Py- de composição.
thon isolados. Virtualenv cria uma pasta que contém
todos os executáveis necessários para usar os pacotes 3.1 Instalação de IDE, Programas e Aplicativos.
que um projeto Python precisaria. O primeiro passo para o desenvolvimento do controle e

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automação de um sistema de iluminação será a instalação de Figura 1 – Prompt de comando com comando pyserial
todos os programas, aplicativos e componentes que auxiliaram
no controle e comando de todo o sistema.

3.1.1 Python
Nessa etapa será apresentado os itens relacionados ao
Python que serão necessários ser instalados.

1.1.1.1 Python 3.5


Primeiramente será necessário acessar o site do python.
org e baixar a versão do python 3.5, após baixar será necessário Fonte: desenvolvimento próprio.

instalá-lo.
1.1.1.3 Telepot
1.1.1.2 Virtualvenv
Telepot é um item que auxiliará o Telegram junto com
Em seguida será necessário abrir o CMD, e digite “c:\ o Python, ou seja, um framework que promove integração de
Python34\python.exe pip install virtualenv”. várias funcionalidades de vários projetos. Digite “pip install
telepot”, semelhante à figura 2.
1.1.1.2 Pyserial
Figura 2 – Prompt de comando com comando telepot
Em relação ao Pyserial, essa biblioteca será útil na co-
municação com o Arduino. Será preciso digitar: “pip install
pyserial”, aparecerá algo similar a figura 1.

Fonte: desenvolvimento próprio.

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1.1.1.4 Anaconda - Spyder Figura 3 – Acesso ao BotFather.


O próximo item a ser instalado será o software Spyder do
conjunto da Anaconda que pode ser encontrado nas referências.
Após baixar, será necessário instalá-lo.

3.1.2 Arduino
No Arduino e Genuino Products (2017) também é pos- Fonte: desenvolvimento próprio.
sível baixar a IDE que será utilizada para editar o código do
microcontrolador que irá comandar todas as atividades de ação O próximo passo será digitar o comando “/newbot”, pois
e comunicação do sistema de iluminação. Após baixar, será como é um comando novo é preciso criá-lo. O que pode ser
necessário instalá-lo. visto na figura 4.

Figura 4 – New bot.


3.1.3 Telegram
O Telegram é um aplicativo utilizado em smarphones que
possui a função de envio e recebimento de mensagens, chama-
das, arquivos, etc. No Diretório do Telegram 2017 é possível
baixar esse aplicativo tanto para celular, como para computa-
dor. Após baixar, será necessário instalá-lo.

3.1.3.1 Bot
Nessa etapa será apresentado a instalação do Bot do Te-
legram que será o responsável pelos comandos e acionamentos
de nosso sistema.
O primeiro passo é ir a barra de pesquisa do Telegram e Fonte: desenvolvimento próprio.
digitar: @BotFather. E em seguida clicar em iniciar ou digitar
Após essa etapa, será nomeado o título do bot. O Bot só
o comando: “/start”. Conforme a figura 3.
poderá ser criado se for dado um nome ou título ao mesmo.
Essa etapa é executada conforme a figura 5.

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Figura 5 – Nomeando o bot Figura 7– Bot criado.

Fonte: desenvolvimento próprio. Fonte: desenvolvimento próprio.

Em seguida será exibido, conforme a figura 6, uma men-


sagem que conclui a criação do bot e é gerado um token de 3.2 Montagem do sistema
acesso htttp API. Esse endereço será importantíssimo, pois
Após a instalação de todos programas e aplicativos neces-
com se terá o endereço do bot que será utilizado no código de
sários para o funcionamento do sistema, será montado a parte
programação.
física do trabalho.
Figura 6 – Passo concluído.
3.2.1 Protoboard
A primeira montagem que será executada será na proto-
board, pois a inicialização do sistema começará nela. Na figura
8 é apresentado um esquemático do circuito na protoboard.

Figura 8 – circuito na protoboard.

Fonte: desenvolvimento próprio.

Após executar todas essas etapas será possível visualizar


o bot criado, como se segue na figura 7. E a partir de então será
possível começar a fazer as integrações do sistema.
Fonte: desenvolvimento próprio.

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O notebook ou computador envia a programação para o 3.2.3 Timer


arduino que receberá todos os comandos que serão utilizados. Em paralelo a lâmpada e a fonte 220 v será colocado o
O celular ou smartphone enviará o comando para o ardui- Timer (interruptor automático com temporizador programável)
no, esse comando será recebido pelo microcontrolador através que será um dispositivo utilizado numa eventual falha de co-
de um sinal wifi. Em seguida o arduino receberá o comando e municação ou perda de sinal. O sistema só irá inicializar, após
acionará o primeiro led. o horário mínimo estabelecido no timer. Posteriormente será
O primeiro led ligará e ficará piscando, isso significa que possível controlar a iluminação com o uso do Telegram. No
o sistema está inicializando, quando parar, significará que o horário máximo, independente das lâmpadas estarem ligadas
sistema estará apto para funcionar. Ao receber um comando de ou não, o temporizador será acionado e desligará o sistema, o
ligar, o segundo led irá acender, e posteriormente a lâmpada. que é uma vantagem caso ocorra um eventual esquecimento
ao desligar as lâmpadas.
3.2.2 Arduino – Rele – Lâmpada
A segunda etapa da montagem do sistema será entre o micro- 3.3 Comandos no bot
controlador, relé e lâmpada, como pode ser observado na figura 9. Os comandos são parte importante do sistema, pois os
Figura 9 – Arduino, rele e lâmpada. mesmos serão importantes no envio das mensagens que con-
trolarão o ligar ou desligar das lâmpadas do nosso sistema de
iluminação.
O primeiro comando será o comando de ligar, na figura
10 é apresentado esse comando que pode ser digitado como:
“ligar led”.

Figura 10 – Comando para ligar a lâmpada.

Fonte: adaptado (RO-BOT DRAGÃO SEM CHAMA, 2016).

No item Comunicação serial da figura 9, acima será co-


locado um cabo serial/USB que estará em conexão com com-
putador ou notebook. Fonte: desenvolvimento próprio.

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Após digitar o comando ligar, o bot envia uma mensagem A importância do python está relacionada com a parte
de “Ligando Lamp”, o que significa que o sistema recebeu o co- virtual de nosso trabalho, onde serão processadas as informa-
mando. Posteriormente é apresentado outra mensagem, “arduino: ções, dados e comando.
LAMP ligada com sucesso”, essa mensagem é recebida pelo bot Quanto ao “C”, será relacionado a parte física, no controle
do arduino, essa mensagem ocorrerá quando a lâmpada for ligada. e acesso de sinais elétricos que irão comandar sinais de led e
O segundo comando será o de desligar. A figura 11 apre- o ligamento ou desligamento da lâmpada.
senta esse comando que pode ser digitado como: “desligar led”.
3.4.1 Código fonte: teste5.py
Figura 11 – Comando para desligar a lâmpada.
Esse primeiro código encontra-se disponível no Apêndice
A, e sua função é ser a central de comunicação entre o arduino,
telegram, os comandos e todas as atividades que estão relacio-
nadas a nosso sistema.

3.4.2 Código: main.py


Esse código possui uma função específica, ele estabele-
Fonte: desenvolvimento próprio. ce comunicação entre o token, que é o endereçamento do bot
utilizado no telegram, com o código teste5.py. Este código está
Após digitar o comando desligar, o bot envia uma men- disponível no Apêndice B.
sagem de “Desligando Lamp”, o que significa que o sistema
recebeu o comando. Posteriormente é apresentado outra men- 3.4.3 Código: Arduino.py
sagem, “arduino: LAMP desligada com sucesso”, essa mensa-
Esse terceiro código possui a função de estabelecer comu-
gem é recebida pelo bot do arduino, essa mensagem ocorrerá
nicação serial entre o arduino e o computador ou notebook. A
quando a lâmpada for desligada.
comunicação entre ambos é feita por uma porta virtual especi-
fica do arduino que é chamada de ‘COM4’. Todo o desenvolvi-
3.4 Lógica da Programação
mento desse código está descrito no Apêndice C.
Um dos pilares desse trabalho é a lógica da programa-
ção, juntamente com as linguagens. A importância desse item 3.4.4 Código: Arduino.ino
é muito significativa, pois as interconexões físicas e virtuais
Esse código já é um código que será usado no arduino.
dependem dessa ferramenta. Nesse protótipo foram utilizadas
Seu sufixo se encerra com o termo “. ino”, diferentemente dos
duas linguagens de programação: o “python” e o “C”.

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anteriores que terminam com “.py”, essa diferença ocorre por FB) (Fio Branco) – Fonte/Lâmpada: é o fio de energia
que nesse código a implementação é para uma especificidade que liga a fonte que no caso provem do timer para a lâmpada.
física, ou seja, é aqui que haverá o envio de sinais elétricos para FB) (Fio Branco) – Lâmpada/Relé: é o fio de energia que
o ligar e desligar da lâmpada. Todo o “script” estará descrito liga a lâmpada ao relé. FB) (Fio Branco) – Fonte/Relé: é o fio
no Apêndice D. de energia que liga a fonte ao relé;
FV) (Fio Vermelho) – Serial: estabelece comunicação do
3.5 Composição Total do Sistema arduino com relé. FC) (Fio Cinza) – GND: Ground ou terra do
Na figura 12 é apresentado um esboço de como ficou o relé.
formato final do protótipo do controle e automação do sistema FP) (Fio Preto) – 5V: Alimentação 5V do relé com a placa
de iluminação com o uso de celular. de ensaio (protoboard) FR) (Fio Roxo) – 5 V: Alimentação da
1) Timer ou temporizador; 2) Lâmpada LED de 5W; 3) protoboard com o arduino.
Protoboard: placa de ensaio; 4) Arduino Uno R3 (Microcontro- FAM) (Fio Amarelo) – GND: Ground ou terra do arduino.
lador); 5) Celular (Smartphone); 6) Relé; 7) Notebook. FL) (Fio Laranja) – GND: Ground ou terra do arduino.
FAZ) (Fio Azul) – 5 V: Alimentação do arduino com a
Figura 12: Ilustração do controle e automação do sistema de protoboard. Usb/Serial – Conecta o notebook ao arduino.
iluminação com uso de celular
Figura 13: Ilustração dos fios de energia e comunicação.

Fonte: Desenvolvimento próprio Fonte: Desenvolvimento próprio.

Na figura 13 é exibido um esquemático da ligação de fios Na figura 14, é possível visualizar o fluxograma com a
de energia e comunicação do nosso sistema. integração dos componentes utilizados no trabalho.

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Figura 14: fluxograma de integração de componentes do boa resposta aos comandos solicitados. Por se tratar de um pro-
protótipo tótipo a quantidade de recursos devido a custos foram reduzidos
o que não impede posteriormente de aumentar a quantidade de
tarefas a serem executadas, afinal o sistema apresentou uma
boa flexibilidade e boa capacidade de implementação.
Por outro lado, o sistema exige boa capacidade no funcio-
Fonte: desenvolvimento próprio namento da rede wifi e de um estudo mais aprofundado na parte
de interferência eletromagnética, como o protótipo foi aplicado
Como é possível notar, existe toda uma sequência para a um conceito mais simplificado não houveram problemas de
o funcionamento do protótipo, primeiramente será enviado o interferência, pois para um sistema de iluminação não há tantos
comando pelo usuário, em seguida esse comando no Telegram problemas de compatibilidade eletromagnética. Entretanto a
será enviado para a internet e posteriormente processado pela medida que o sistema se tornar mais complexo e robusto uma
integração: Python, Pyserial e API Telegram. Até aqui toda essa análise de compatibilização eletromagnética será necessária.
integração e processamento utiliza a linguagem Python. Outra questão foi quanto ao uso de sinal 3G. O sistema
Em seguida após os dados terem sido processados, os em si precisa estar funcionando localmente com o uso de wifi,
mesmos são enviados ao microcontrolador que terá a função mas comandos podem ser dados externamente tanto com sinal
de controlar o acionamento físico do sistema. A linguagem uti- wifi, como no 3G. Todavia, com o sinal 3G ocorreu um pequeno
lizada nessa etapa foi a linguagem “C”. delay (atraso) no envio e no recebimento do comando, mas nada
Após o acionamento o microcontrolador envia a condição que para essa aplicação seja algo relevante.
atual em que se encontra a lâmpada, isso é novamente proces-
sado, em seguida enviado a internet, transmitido ao celular 5 Conclusões
e finalmente, será exibido na tela, a condição atualizada do
Os resultados não são inéditos, mas com certeza são
sistema.
promissores, afinal com o avanço da tecnologia e das opções
de produtos disponíveis no mercado é possível aprimorar um
4 Resultados ou Discussão
sistema que nesse trabalho é voltado apenas para iluminação,
Após todas as peças reunidas, foi possível iniciar a mon- comunicação e comando.
tagem e a execução do protótipo e em seguida os testes de fun- Com a flexibilidade do sistema será possível futuramente
cionamento. Com o sistema já montado e ligado os resultados integrar outras aplicações de controle e automação e comando
foram satisfatórios. para automação residencial e não apenas isso, mas em demais
O sistema demostrou possuir um bom rendimento, e uma aplicações relacionadas a prédios inteligentes.

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Em propostas futuras uma integração com computação TELEGRAM BOTS; Bots: An introduction for developers. 2016.
flexível e inteligência artificial será plenamente possível e siste- Disponível em: https://core.telegram.org/bots. Acesso em 23 de ja-
mas não só de iluminação, mas todas as atividades prediais que neiro de 2017.
envolvam energia, comunicação, comando controle e automação. TELEPOT; Python framework for Telegram Bot API. 2016. Dis-
ponível em: http://telepot.readthedocs.io/en/latest/#. Acesso em 25
Referências Bibliográficas de janeiro de 2017.
ANACONDA; Get superpowers with Anaconda. 2016.
Disponível em: https://www.continuum.io/downloads. Acesso em
23 de janeiro de 2017.
ARDUINO & GENUINO PRODUCTS; Arduino Uno e Genuino
Uno.2017. Disponível em: https://www.arduino.cc/en/Main/Ardui-
noBoardUno. Acesso em 20 de janeiro de 2017.
CURVELLO A.; Criando um bot com Telegram na Intel Edison.
2015. Disponível em: https://www.embarcados.com.br/bot-com-tele-
gram-na-intel-edison/. Acesso em 25 de Fevereiro de 2017.
GUIDE TO PYTHON; Virtual Environments. 2016. Disponível em:
http://docs.python- guide.org/en/latest/dev/virtualenvs/. Acesso em
23 de janeiro de 2017.
MANNARA B.; Como usar o Telegram? 2015.
Disponível em: http://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/no-
ticia/2015/11/como-usar-o- telegram-veja-dicas-e-aproveite-opcoes-
-que-o-app-oferece.html. Acesso em 23janeiro
de 2017.
PYSERIAL; Welcome to pySerial’s d o c u m e n t a -
tion. 2015. Disponível em: https://pythonhosted.org/pyserial/.
Acesso em 23 de janeiro de 2017.
RO-BOT DRAGÃO SEM CHAMA; Assistente pessoal usando Tele-
gram e Arduino 2.0. 2016. Disponível em: http://dragaosemchama.
com.br/2016/02/ro-bot/. Acesso em 03 de jun. de 2016.

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dados e informações sobre o processo de funcionamento foi


desenvolvido um protótipo utilizando Arduino, uma placa de
rede Ethernet e um sensor biométrico para fazer um controle
de acesso em um servidor Asterisk.
APLICANDO CONTROLE DE ACESSO AO Palavras-chave: biometria, controle de acesso, PBX vir-
PABX UTILIZANDO BIOMETRIA tual, Asterisk.

1. Introdução
Tanto em centrais telefônicas convencionais como em
Weslley Gusthavo Tavares Dias Lage centrais PBX IP (Private Branch Exchange Internet Protocol -
Email: weslley.cefet@gmail.com Troca Automática de Ramais Privados Protocolo de Internet),
o controle de acesso é uma das principais facilidades destas
João Batista José Pereira (Dr) centrais. Ela restringe o acesso a ligações originadas a pessoas
Email: jb@ifg.edu.br pré-definidas. A forma mais conhecida para o controle de acesso
é por meio de senhas numéricas, sendo o único meio disponível
de oferecer segurança e controle ao usuário.
Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Telecomunicações Porém, esse método apresenta vulnerabilidades e desvan-
– Prédios Inteligentes IFG – Instituto Federal de Goiás tagens. Por exemplo, para que a senha cadastrada apresente
segurança é necessário que ela possua uma considerável quan-
Resumo tidade de dígitos (6 a 8 dígitos). Isso traz transtornos aos usuá-
rios, pois caso haja erros durante a digitação poderão ocorrer
Este artigo tem como objetivo demonstrar as vantagens
desperdício de tempo e custo devido à ligações não completadas
da utilização da biometria como ferramenta para o controle de
ou ligações para destinos indesejáveis.
acesso de ramais de um PBX (Private Branch Exchange – Troca
Ocorrem casos em que o usuário passa a senha para ou-
de Ramais Privados) virtual. Este controle atualmente realizado
tro usuário de forma inocente ou até mesmo anota a senha em
por meio de senhas numéricas apresentam transtornos devido
algum local não seguro, possibilitando o acesso não autorizado
à memorização dos números envolvidos e a possibilidade de
de terceiros.
descoberta da senha. Será utilizado o processo de biometria
Em decorrência da complexidade do método de utilizar
com a intenção de aumentar o nível de segurança do contro-
senhas, muitos usuários preferem deixar alguns ramais sem
le de acesso e prover facilidades ao usuário. Para a coleta de

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esse recurso, deixando o seu sistema vulnerável ao acesso não Tratando-se de um sistema VoIP, este protocolo provê a
autorizado. sinalização das chamadas como ocorre num sistema telefônico
Os cybers ataques tem apresentado um crescimento con- tradicional, exceto o tom de linha.
siderável nos últimos anos, impulsionado pelo avanço da tec- Para a sinalização de chamadas o protocolo SIP classifica
nologia de rede nos dispositivos. A tecnologia VoIP (Voice over 6 métodos distintos por nomes para requisições e 6 classes
Internet Protocol – Voz sobre Protocolo de Internet) tem sido distintas por números para respostas.
uma das grandes vítimas desses ataques. Quando o ataque é Para compreender melhor os métodos e as classes do
bem sucedido, o invasor consegue efetuar ligações em ramais SIP, considere um exemplo de chamada de um telefone SIP
que estão liberados [PEREIRA JUNIOR,2014]. para outro na rede.
Ao realizar uma chamada o telefone do usuário envia uma
2. Fundamentação Teórica mensagem do tipo SIP INVITE (convite para inicio de sessão)
para o servidor SIP Proxy (Asterisk). Esta mensagem contém
2.2. Protocolo SIP em seu campo de dados o protocolo SDP (Session Description
Protocol – Protocolo de Descrição de Sessão) que informa:
O protocolo SIP (Session Initiation Protocol – Protocolo
de Iniciação de Sessão) é um protocolo particular da arquitetura a. O tipo de mídia que será transmitida
SIP. Foi criado em março de 1999 e padronizado em 2002 com b. O protocolo de transporte desta mídia
a RFC2543. Pertencente à camada de aplicação do modelo c. As portas que serão usadas na comunicação entre os
TCP/IP (Transport Control Protocol –Protocolo de Controle pontos envolvidos
de Transporte) e baseado nos protocolos HTTP (The Hypertext d. O tempo máximo que a sessão poderá estar ativa
Transfer Protocol - Protocolo de Transferência de Hipertexto) e. O tipo de codificação que o receptor deve suportar.
e SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de trans-
O SIP Proxy através do campo <To> presente no cabe-
ferência de correio simples) [SOARES,2007].
çalho da mensagem SIP INVITE verifica em seus registros o
Suas principais funções são de iniciar, modificar e termi-
status do usuário receptor. Se estiver ausente o próprio SIP
nar sessões multimídia.
Proxy informa o status para o chamador, mas se presente o
Este protocolo também faz localização de usuários (con-
servidor envia uma mensagem do tipo SIP 100 Trying ao cha-
verte nomes em endereços IPs), transfere requisições para
mador indicando que a solicitação está em andamento. Quando
início de sessão para outro endereço, proporciona conferência
o destino recebe a mensagem SIP INVITE do SIP Proxy, ele
entre usuários, negocia parâmetros de configuração da sessão
envia uma mensagem do tipo “SIP 100 Trying” ao SIP Proxy.
multimídia a ser iniciada e altera estes parâmetros de configu-
Caso as configurações de parâmetros indicados pelo SDP
ração quando isto demandar.

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da mensagem INVITE não forem suportadas pelo destino, este registra o usuário no SIP Proxy Server alterando seu status de
envia uma mensagem do tipo SIP 404 ao chamador por inter- off-line para on-line. Outro exemplo é uma requisição do tipo
médio do SIP Proxy. Esta mensagem contêm as configurações SIP OPTIONS que solicita ao servidor ou à estação SIP infor-
suportadas pelo destino, assim o chamador produz nova mensa- mações sobre quais métodos e extensões suportam.
gem SIP INVITE com os parâmetros de configuração no SDP As classes de respostas são as que tratam de redireciona-
suportados por ambos lados emissor e receptor. mento de requisições (301- 399), erros no servidor (501-599)
Depois que o destino envia a mensagem SIP 100 Trying , ou erros globais na rede (601-699) sendo que cada situação
ele envia outra mensagem só que o do tipo SIP 180 Ringin,in- pode ser representada dentro do intervalo numérico da classe
dicando que o telefone destino está tocando. Se o destino não que pertence.
atender, o chamador envia uma mensagem do tipo SIP CAN- O endereçamento de requisições e repostas SIP são rea-
CEL para cancelar o pedido de inicio de sessão da mensagem lizadas nos campos <To> e
SIP INVITE. <From> presentes no cabeçalho do protocolo, utilizando
Uma mensagem de cancelamento de requisições INVITE uma forma similar de endereços de
é enviada somente quando a sessão não for estabelecida, ou emails. Exemplos: to:<sip:8003@192.168.15.100> ;
seja, o destino não atendeu ao telefone ou o chamador finalizar from:<sip:8001@192.168.15.101>.
a chamada durante o estabelecimento de conexão. Cabe relembrar que apesar do campo <To> referir-se ao
Quando o destino atende ao telefone, ele envia uma men- destino da mensagem, o que realmente ocorre é que o endere-
sagem do tipo SIP 200 OK ao chamador por intermédio do SIP ço IP deste campo é o do SIP Proxy Server que verificará em
Proxy e o chamador envia uma mensagem de reconhecimento seus registros o status do usuário, no exemplo usuário 8003, e
SIP ACK diretamente ao destino informando que a sessão está encaminhará a requisição para este usuário.
estabelecida e a partir deste ponto a troca de mensagens mul- O inicio de uma sessão sendo estabelecida utilizando o
timídia é feita diretamente entre as estações envolvidas sem protocolo SIP é ilustrado na figura 1.
intermédio do SIP Proxy.
Quando alguma das estações deseja encerrar a sessão ela
envia uma mensagem do tipo SIP BYE ao ponto de destino que
responde com uma mensagem do tipo SIP 200 OK e por fim a
estação que solicitou o encerramento da sessão envia um SIP
ACK para confirmar o fim da sessão.
Outros tipos de requisições e respostas podem ser gera-
das, por exemplo, uma mensagem do tipo SIP REGISTER que

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Figura 1. Sessão estabelecida utilizando protocolo SIP possuem o mesmo Call ID.
[PEREIRA JUNIOR,2014]. - CSeq: (campo de sequência), ordena em sequência o
número de sessões abertas para que as mensagens per-
tencentes a uma sessão seja distinta das mensagens
de outra sessão da mesma aplicação. O campo <Call
ID> cria identidade das mensagens entre 2 hosts que
se comunicam enquanto <CSeq> identifica as sessões
abertas entres estes 2 hosts.
- Allow: informa ao SIP Proxy e à estação destino os
métodos suportados pelo chamador
- Content-Type: informa o tipo de conteúdo dos dados
que o protocolo SIP carrega. Se o protocolo for uma
mensagem do tipo SIP INVITE ou SIP 404 o conteúdo
na área de dados é o protocolo SDP, caso não seja ne-
nhuma destas duas mensagens o protocolo não possui
área de dados.
- Content-Length: informa o tamanho em bytes do campo
de dados da mensagem SIP [LAGE,2011].

2.3. Servidor de Banco de Dados MySQL


Quanto aos outros campos de cabeçalho do protocolo SIP
MySQL é um servidor de Banco de Dados confiável, fácil
tem-se:
de usar e extremamente rápido. E tem um conjunto de recursos
- Via: contém o endereço IP do SIP Proxy Server. muito práticos desenvolvidos com a cooperação dos próprios
- Max-Forwards: limita o número de saltos para men- usuários.
sagens SIP no caso de redes complexas com vários O Servidor MySQL foi desenvolvido para trabalhar com
servidores SIP. bancos de dados muito grandes de maneira muito mais rápida
- Contatct: informa ao destino a localização do chamador. que as soluções existentes, e tem sido usado em ambientes de
- Call ID: contém um identificador para a sessão. Todas produção de alta demanda por vários anos de maneira bem su-
as requisições e repostas referentes a mesma sessão cedida. A conectividade, a velocidade de resposta, e segurança

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tornam o MySQL altamente adaptável para acessar bancos de usada principalmente para identificação e controle de acesso,
dados na Internet. ou para identificar indivíduos que estão sob vigilância. A pre-
O MySQL é um Sistema de Gerenciamento de Bancos missa básica da autenticação biométrica é que todos são únicos
de Dados relacional. Um banco de dados relacional armazena e um indivíduo pode ser identificado por seus traços físicos ou
dados em tabelas separadas em vez de colocar todos os dados comportamentais intrínsecos.
em um só local proporcionando velocidade e flexibilidade. SQL Existem dois tipos principais de identificadores biomé-
(Structured Query Language - Linguagem de Consulta Estru- tricos:
turada) é a linguagem padrão mais comum usada para acessar
· Características fisiológicas: a forma ou composição do
bancos de dados e é definida pelo Padrão ANSI/ISO SQL. (O
corpo.
padrão SQL vem evoluindo desde 1986 e existem diversas ver-
· Características comportamentais: o comportamento
sões disponibilizadas).
de uma pessoa.
Esse sistema é um software cujo código fonte é aberto.
Código fonte aberto significa dizer que é possível para qualquer Exemplos de características fisiológicas utilizadas para au-
um usar e modificar o programa. O MySQL usa a GPL (GNU tenticação biométrica incluem impressões digitais; DNA (Deo-
General Public License - Licença Pública Geral GNU) http:// xyriboNucleic Acid - Ácido DesoxirriboNucléico); características
www.fsf.org/licenses, para definir o que se pode e não pode de rosto, mão, retina ou ouvido; e odor. As características com-
fazer com o software em diferentes situações. Esse sistema portamentais estão relacionadas ao padrão do comportamento
suporta diferentes plataformas, tais como: Windows, Linux, de uma pessoa, como ritmo de digitação, marcha, gestos e voz.
FreeBSD, Unix, entre outros. Certos identificadores biométricos, como o monitoramento de
O MySQL possuí suporte a múltiplos processadores. O teclas ou a marcha em tempo real, podem ser usados para for-
Programa de Banco de Dados MySQL é um sistema cliente/ser- necer autenticação contínua em vez de uma única verificação
vidor que consiste de um servidor SQL multitarefa que suporta de autenticação única.
acessos diferentes, diversos programas clientes e bibliotecas, A biometria tem-se tornado a mais efetiva e grande candi-
ferramentas administrativas e diversas APIs (Application Pro- data a fazer parte do futuro de todos os utilizadores que neces-
gramming Interface - Interfaces de Programação de Aplicação) sitam de uma autenticação, como por exemplo, rede de compu-
(QUESADA, 2001). tadores e ao acesso a um determinado local (ROUSE, 2017).

2.4. Biometria 3. Desenvolvimento


A biometria é a medição e análise estatística das caracte- Para o desenvolvimento deste experimento foi utilizado
rísticas físicas e comportamentais das pessoas. A tecnologia é um dispositivo Arduino Uno, um módulo SHIELD EHTERNET

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ENC28J60, um módulo biométrico FPM10A, um servidor com Figura 2. Módulo Ethernet ENC28J60 e FPMA10A
o Sistema Operacional Linux instalado. [FILIPEFLOP, 2017] [ARDUINOLANDIA, 2017].
Para a execução deste procedimento é necessário efetuar
a instalação do Software Asterisk em um servidor Linux e de
um Banco de Dados MySQL e Apache. A distribuição Linux
utilizada foi a Debian e para auxiliar na configuração do Banco
de dados foi utilizado o software Xampp que por sua vez utiliza
o software PHPMyAdmin.
No banco de dados foi criada uma tabela que possui iden-
tificação e informação. Nele estarão contidos os dados sobre a Tabela1. Conexão do módulo ENC28J60 no Arduino
permissão de um ramal específico. [UEL,2017.].
No protótipo do Arduino foi configurada uma digital no
Pino ENC28J60 Pino Arduino Pino ENC28J60 Pino Arduino
módulo Biométrico FPM 10A. A essa digital foi atribuída uma
identificação. Após o protótipo detectar a digital cadastrada, CS D10 RESET RESET
através da identificação, o Arduino que envia uma informação
SI D11 INV D2
específica ao servidor do Banco de Dados através do módulo
de rede. O banco de Dados recebe a informação e modifica a SO D12 VCC 3V3
permissão do ramal específico. SCK D13 GND GND
Por fim, foi configurado o plano de discagem do Asterisk
para acessar ao Banco de Dados e verificar a informação da A Figura 3 ilustra a conexão dos módulos ENC28J60 e o
permissão do ramal específico. Se a informação indicar permis- módulo FPM10A(Módulo Biométrico)
são, a ligação é completada, se a informação indicar bloqueio, a Figura 3. Módulo Ethernet ENC28J60 e Modulo
ligação é desligada. A conexão do módulo Ethernet ENC28J60 Biométrico conexões [USINAINFO, 2016].
foi feita conforme mostrado na Figura 2.

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O protótipo da solução é mostrado na Figura 4. Figura 5. Telas do Banco de Dados [PROPRIO AUTOR].

Figura 4. Protótipo da solução [PROPRIO AUTOR].

A tabela do banco de dados que será consultada pelo As-


terisk é ilustrada na Figura 6.

Figura 6. Tabela do Banco de Dados [PROPRIO AUTOR].

Para auxiliar na criação do banco de dados foi utilizado


o software Xampp conforme mostra a Figura 5.

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3.1. Manipulação do Banco de Dados pelo protótipo proposto Figura 9. Comandos de Consulta Asterisk ao Banco de
As Figuras 7, 8, 9 e 10 mostram os comandos para libera- Dados sem permissão [PROPRIO AUTOR].
ção e bloqueio de acesso, Consulta Asterisk ao Banco de Dados
sem e com permissão.

Figura 7. Comandos de liberação de acesso [PROPRIO


AUTOR].

Caso a digital inserida não esteja cadastrada no sistema,


o programa avançará para a próxima etapa. Como é mostrado
na Figura 11.

Figura 10. Comandos de Consulta Asterisk ao Banco de


Figura 8. Comandos de bloqueio de acesso [PROPRIO Dados com permissão [PROPRIO AUTOR].
AUTOR].

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Figura 11. Monitor do Arduino enquanto a digital ve um aumento considerável na segurança, impedindo a quebra
cadastrada não for inserida [PROPRIO AUTOR]. de segurança por meio de ataques de tentativa de decifrar login
e senha de um ramal que está com acesso liberado.
Outro benefício foi a facilidade de bloqueio e desbloqueio
de um ramal, evitando a memorização de longas senhas ou
utilização de códigos antes da discagem, que tornam bastante
árduo o processo de originar uma ligação.
É possível utilizar essa ferramenta para outros tipos de
controle de acesso em um PBX, sendo apenas necessário reali-
zar um novo processo de programação do protótipo em questão
e algumas adaptações.

4. Custo de Implementação Referências Bibliográficas

Para implementação desta solução se adquirir: Um Mó- ADA, Lady. Adafruit Optical Fingerprint Sensor. Adafruit Indus-
dulo Ethernet ENC28J60 – R$29,90 tries. 2007. Disponível em https://cdn-learn.adafruit.com/downloads/
pdf/adafruit-optical-fingerprint- sensor.pdf, Acessado dia 11/09/2017.
Uma Placa Uno R3 + Cabo USB para Arduino – R$44,90
Um Módulo Biométrico Óptico FPM10A – R$180,90 ARDUINO, PORTAL. 2016. Disponível em https://ardudino.wordpress.
com/2016/12/03/modulo-ethernet-enc28j60/, Acessado dia 05/11/2017.
5. Conclusão - ARDUINOLANDIA, PORTAL 2017. Disponível em https://www.
Com o objetivo de implementar maior segurança e faci- arduinolandia.com.br/leitor-biometrico-impressao-digital, Acessado
lidade no controle de acesso de um PBX IP, foi desenvolvido dia 05/11/2017
um protótipo para demonstrar a utilização da biometria como FILIPEFLOP, PORTAL. Disponível em https://www.filipeflop.com/
ferramenta para realização deste o controle. produto/modulo- ethernet-enc28j60/, Acessado dia 01/10/2017.
O protótipo proposto requereu a utilização de um scanner FUTURE ELECTRONICS, PORTAL. 2017. D i s p o -
biométrico e um módulo de rede para manipular um banco de nível em http://www.fut- electronics.com/wp-content/plugins/
dados presente em um servidor. Este banco de dados seria a fe_downloads/Uploads/Ethernet-Module-ENC28J60- Arduino.pdf,
base de informações para permitir ou recusar o fluxo de cha- Acessado dia 10/09/2017.
madas do ramal em questão.
- KELLER, Alexandre. Asterisk – Guia de Configuração. Novatec
Os testes com o protótipo foram bem sucedidos, pois hou- Editora. São Paulo 2009.

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Estudo Comparativo Entre Asterix e 3CX OS. IFG. Goiânia.
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with SPI Interface, 2006-2012. Disponível em http://ww1.microchip. PRÉDIOS INTELIGENTES E INTERNET
com/downloads/en/DeviceDoc/39662e.pdf, Acessado dia 10/09/2017 DAS COISAS – ESTUDO DE CASO DE
PEREIRA JUNIOR, Paulo Jarbas. VoIP I: Estudo da Tecnologia e SOLUÇÃO
Caso Prático. 2014. Disponível em http://www.teleco.com.br/tuto-
riais/tutorialvoipcp1/pagina_3.asp, Acessado dia 02/11/2017.
- QUESADA, Aparecido; TOSTA, Adriana; DOURADO, Eder Mou-
ra; SANTOS, Simone Leal dos; RIBEIRO, Thyago Akira de Morais;
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edsonoliveira75@gmail.com
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www.telecentros.sp.gov.br/saber/apostilas/antigas/apostila_sql.pdf.
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Acessado dia 04/09/2017.
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http://searchsecurity.techtarget.com/definition/biometrics. Acessa-
do dia 01/09/2017. Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Telecomunicações
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SINFIC, PORTAL. Disponível em http://www.sinfic.pt/SinficWeb/
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SIP. 2007. Disponível em http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutoria- Resumo
lh323xsip/pagina_3.asp , Acessado dia 02/11/2017. O conceito de Prédios inteligentes engloba edificações
UEL, PORTAL. How to Connect ENC28J60 Module with Arduino and com foco na eficiência por meio da utilização de modernas
Code. 2017. Disponível em http://www.uel.edu.vn/Resources/Docs/Sub- tecnologias, que contribuem para diminuir custos. A Internet
Domain/qlkh/VanBan/ENC28J60- example.pdf, Acessado dia 10/09/2017. das Coisas estruturada na junção de sensores (coisas), redes
USINAINFO, PORTAL. 2016. Disponível em http://blog.usinainfo. (intranet ou internet) e aplicações/aplicativos, mapeia acessos,
com.br/leitor- biometrico-arduino-sistema-de-cadastramento-e-leitu- analisa os dados e os apresenta de forma consolidada, pode
ra-de-digitais/, Acessado dia 02/11/2017. tomar decisões com pouca ou nenhuma interferência humana.

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A união dos conceitos de Prédios Inteligentes e Internet das acarreta a elevação dos custos, com diversos sistemas para a
Coisas tem como objetivo tornar mais eficientes as respostas às gestão, manutenção e operação dos serviços e sistemas.
necessidades dos usuários e dos elementos de uma edificação, A inclusão do conceito de prédios inteligentes permute a
fornecendo soluções rápidas e precisas de forma automática, redução dos custos de construção e do gerenciamento indivi-
por meio da análise de dados. dual, prevendo um documento de construção unificado e con-
Palavras-chave: Internet das Coisas, IoT, Prédios Inteli- sistente, que especifica todos os sistemas e aborda elementos
gentes, eficiência, sensores. comuns integrando-os, por meio de um gerenciamento centra-
lizado, conforme apresentado na Figura 2. (SINOPOLI, 2009)
1. Introdução A integração da construção e dos sistemas e a inclusão do
gerenciamento centralizado possibilitam a redução dos custos
É comum em uma edificação o arquiteto desenvolve o
operacionais da edificação.
projeto, o engenheiro de estruturas lançar e calcular a estrutura
e os engenheiros de instalações (elétrica, hidráulica e teleco- Figura 1 - Gerenciamento Individual dos Sistemas/Serviços
municações) elaboram os projetos de sua especialidade, cada
profissional realiza o trabalho segundo a sua percepção, sem
trocar informações com os demais integrantes do processo de
criação. Surgem incompatibilidades de projeto, que surgem na
fase de execução da obra. (NASCIMENTO, 2015)
Os custos para atender às necessidades das instala-
ções, incluem a construção civil, os sistemas de iluminação,
ar condicionado, serviços de telecomunicações, controle de
acesso e segurança em geral, o consumo de energia, água,
manutenção da instalação e de seus sistemas e serviço. Esses
custos tendem a se elevar com o tempo, o que faz necessário,
a existência de um gerenciamento destes serviços para uma
melhor eficiência.
Uma abordagem tradicional na construção de uma edifica-
ção é a descentralização da instalação, operação e do gerencia-
mento individual dos serviços e sistemas do prédio (SINOPOLI, Fonte: Adaptado de (SINOPOLI, 2009)
2009), conforme ilustrada na Figura 1, esta descentralização

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Figura 2 – Gerenciamento Centralizado de Sistemas/ 2. Revisão Bibliográfica


Serviços
2.1. Prédios Inteligentes
Prédios Inteligentes são edificações que desde seu projeto
utilizam e fornecem a seus usuários e proprietários as melhores
tecnologias, com uso de controles automáticos, gerenciamento
centralizado e vários dispositivos, para minimizar custos, tornar
mais eficientes os serviços disponíveis e os ambientes mais
agradáveis para seus usuários.
Também possuem capacidade de incorporar os atuais e
futuros dispositivos que integram sistemas/serviços existentes
ou oferecidos como sistemas de iluminação, ar condicionado,
aquecimento e ventilação, gerenciamento do uso e consumo de
energia, controle de acesso, elevando a eficiência e a sustenta-
bilidade da edificação e o melhor bem- estar de seus usuários.
Prédios Inteligentes também são definidos como as edi-
ficações que incorporam o uso de sistemas avançados e inte-
Fonte: Adaptado de (SINOPOLI, 2009) grados de tecnologia de construção, que incluem automação,
telecomunicações, sistemas para usuários e gerenciamento das
Além da redução dos custos da construção e de operação instalações, refletindo os avanços tecnológicos e a convergência
dos sistemas e serviços da edificação, o gerenciamento centra- dos sistemas de construção e as funcionalidades adicionais que
lizado aumenta a eficiência dos sistemas/serviços oferecidos, os sistemas integrados fornecem. (SINOPOLI, 2009)
assim como o conforto e a eficiência. O Instituto Europeu de Prédios Inteligentes define como
O gerenciamento centralizado é possível com o uso de a edificação que cria um ambiente que maximiza a eficácia
modernos dispositivos sensores que coletam informações das dos ocupantes do edifício, ao mesmo tempo que permite um
condições operacionais da instalação e em conjunto com dis- gerenciamento eficiente dos recursos com um custo mínimo
positivos de análise auxiliam proprietários e usuários de forma da vida útil das instalações. (CHAN e SO, 2012)
pró-ativa, com o máximo de eficiência. (OVIDIU VERMESAN, O Instituto Japonês de Prédios Inteligentes define como
2013) a edificação que dispõe os melhores serviços administrativos

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com o menor custo, bem como flexibilidade e economia para Figura 3 - Inter-relação entre os elementos de um Prédio
mudanças. (BRAD e MURAR, 2014) Inteligente
O Instituto Americano de Prédios Inteligentes define como
uma edificação que oferece ambientes produtivos e econômicos
por meio da otimização de quatro elementos básicos, Estrutura,
Sistema, Serviços e Gerenciamento. (CHAN e SO, 2012)

a) A Estrutura deve ser flexível e garantir a edificação a


capacidade de adequar-se a novos desafios, impostos
por novas tecnologias que os usuários desejam possuir
em sua instalação, com o menor custo.
b) Os Sistemas de iluminação, aquecimento, ventilação e
ar condicionado, controle de acesso, alarme de incên-
dio, segurança e controle de acesso.
c) Os Serviços como acesso à internet, serviços de tele-
Fonte: Adaptado de (CHAN e SO, 2012)
fonia.
d) O Gerenciamento oferece informações do funcionamen- O uso de sensores nos sistemas e serviços de uma edifica-
to dos sistemas, serviços e até da estrutura, integrando- ção permite o aumento da eficiência, fornecendo dados para o
-os e ampliando a eficiência dos serviços oferecidos e gerenciamento e o uso de atuadores automatizados, agregando
a redução dos custos do funcionamento dos sistemas. inteligência à instalação, uma vez que não há necessidade da
Esta inter-relação reduz os custos e eleva a eficiência, ação humana no processo.
suprindo necessidades de proprietários e usuários, que é um A Automação predial junto com o gerenciamento a cada
dos objetivos de um prédio inteligente, conforme ilustrado na dia eleva a eficiência das instalações, trazendo mais comodi-
Figura 3. dade aos usuários e proprietários, criando um novo conceito
o BAS - Building Automation System (Sistema de Automação
de Edifícios) inseriu o gerenciamento centralizado, integrando
todos os sistemas e marcou uma evolução no conceito, com
redução de custos.
A tendência à convergência de tecnologia nas edificações,
focado principalmente em redes IP – Internet Protocol (Proto-

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colo de Internet), torna os sistemas mais robustos, com mais Figura 4 – Evolução das redes
dispositivos conectados, porém não menos eficientes.
Um novo conceito surge desta convergência o BIoT –
Building Internet of Things (Internet das Coisas do Edifício),
a convergência para uma rede IP, conectando, monitorando,
analisando e controlando todos os serviços da edificação sem
intervenção humana. (PELUFFO, 2015)
O IoT – Internet of Things (Internet das Coisas) consis-
te na presença do ambiente uma variedade de coisas/objetos
(sensores) conectado a redes (Bluethooth, IP, ZiggBee e etc.),
com ou sem fio, podendo interagir uns com os outros, criando
novas aplicações ou serviços. Este conceito aplicado a Prédios
o BIoT, incrementando a eficiência, a flexibilidade do sistema,
o uso de redes sem fio e o acesso remoto por meio da internet.
(OVIDIU VERMESAN, 2013)

2.2. IoT – Internet das Coisas


Fonte: (CARVALHO, 2016)
Kevin Ashton, introduziu o termo IoT em uma apresen-
tação para Procter & Gamble (P&G) em 1999, como forma de
chamar a atenção dos executivos da empresa para a inovação Fases da evolução das Redes:
do uso do RFID - Radio-Frequency Identification (Identificação
por Rádio Frequência) e Internet (BUYYA e DASTJERDI, 2016) - 1ª fase (Computação “fixa”) marcada por dispositivos
Uma característica do IoT que a difere das redes de senso- fixo conectavam pessoas, por e-mail, sites, etc., pouco
res comuns é a inteligência integrada a um objeto e inteligência processamento e baixa taxa de dados, comunicação
da rede. (BUYYA e DASTJERDI, 2016) P2P – People to People (Pessoa à Pessoa).
O Conceito de IoT - Internet of Things (Internet das Coi-
sas) é a 3ª Fase da evolução das redes, representa pela integra- - 2ª fase (Mobilidade) marcada por dispositivos móveis,
ção de dispositivos sensores a rede, o que aumenta considera- o BYOD - Bring Your Own Device (Traga seu Próprio
velmente o número de dispositivos conectados de 200 milhões Dispositivo) uso da tecnologia Wireless, GSM e 3G, fo-
parar 10 bilhões, conforme ilustrada na Figura 4. cado na mobilidade de pessoas e dispositivos, agregan-

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do a comunicação P2M – People to Machine (Pessoa O IoE é a definição dada pela empresa de Telecomunica-
à Máquina) à rede. ções Cisco para expandir o conceito de IoT onde basicamente,
- 3ª fase (IoT) marcada pelo processamento dos dados se refere a interação entre dispositivos IoT, pessoas, locais,
e aumento da velocidade das redes, incluindo a rede objetos, e tudo o que possa ser conectado a um sensor e à rede,
a comunicação M2M – Machine to Machine (Máquina fornecendo informações do sistema, do processo ou da rede.
à Máquina), e uma maior quantidade de dispositivos (BUYYA e DASTJERDI, 2016)
conectados. A coleta de dados para análise e atuação nos diversos sis-
temas, utilizam redes IP como, por exemplo, as IPv6 – Internet
4ª Fase IoE – Internet of Everything – (Internet de todas
Protocol version 6 – (Protocolo de Internet versão 6), as redes
as Coisas) marcada pela interatividade entre pessoas, proces-
4G e outras, que permitam a inserção de grandes quantidades
sos, coisa e dados, conforme apresentado na Figura 5, este
de dispositivos sensores e atuadores, a computação em nebli-
conjunto de pilares que incrementa a eficiência de processos
na e em nuvem, tornam o sistemas e serviços mais eficientes,
e pessoas, com uso de dados obtidos das mais variadas coisas
automatizados e com capacidade de serem monitorados re-
(sensores).
motamente.
Figura 5 – Pilares do IoE, em aplicação Esta comunicação M2M permite que os dispositivos e ser-
viços em rede troquem informações e executem uma ou mais
ações sem interferência humana. (DAS e TUNA, 2015)

2.3. RFID
A tecnologia de identificação por radiofrequência usa on-
das de rádio para identificar objetos de forma automática, sejam
seres vivos ou objetos inanimados. Outra definição descreve
RFID como um sistema de identificação automática, que faz
uso da eletrônica para armazenar informação e transportá-la
através de ondas de rádio. (DE SOUSA , 2010)
Estudos apresentam como a energia de RF pode ser uti-
lizada para identificar objetos remotamente, base fundamental
da tecnologia, que captura de forma automática, dados para
identificação de objetos por meio de dispositivos eletrônicos,
Fonte: (CISCO, 2014) chamados tags (etiquetas inteligentes com chips), que emitem

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sinais de radiofrequência para leitores que captam estas infor- Figura 7 – Tag Ativa
mações. (DE SOUSA , 2010)
Aplicada em varias áreas como logística, varejo, farma-
cêutica, segurança, indústrias entre outras aplicações, o RFID
superou os códigos de barras devido as suas capacidades nestas
áreas por reduzir interferência humana nos processos.
Uma tag de RFID é um dispositivo que pode armazenar e
transmitir dados para uma leitora sem a necessidade de conta-
to, usando ondas de rádio. Usualmente, a tag também é
identificada como transponder, derivado dos termos em Fonte: (GODOY, 2011)
inglês transmitter e responder (transmissor e respondedor),
Os leitores são considerados como o sistema nervoso da
possuem um chip que armazena dados e uma antena, acopla-
parte de hardware de um sistema RFID, são capazes de ler e
do ao próprio material da etiqueta (tag passivas), conforme
escrever dados em tags compatíveis aos seus protocolos de co-
apresentada na Figura 6, ou integrada ao circuito receptor
municação, também agem gerenciando eventos em baixo-nível
(tag ativas), conforme ilustrada na Figura 7, esse circuito é o
e os enviando a software de controle.
responsável pela transmissão das informações, respondendo
Leitores podem ser classificados como leitores fixos e mó-
aos sinais enviados pelos leitores.
veis, conforme ilustrado na Figura 8, pelo fato de serem móveis
Figura 6 – Tag Passiva esses devem ser aproximados das tags para leitura.

Figura 8 – Leitores Móveis e Fixos

Fonte: (THECNOLOGIES INC., 2017)

As Antenas podem ser fixas nos leitores móveis ou sepa-


radas fisicamente nos leitores fixos, normalmente um leitor fixo
Fonte: (DE SOUSA , 2010) suporta de 4 a 8 antenas em suas portas.

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As antenas apresentam duas formas de conexão com o 3.1. A Edificação


leitor, a RX para receber informações do leitor para a antena A Companhia de Defesa Química, Biológica Radiológica
e a conexão TX para enviar informações da antena para o lei- e Nuclear (Cia DQBRN), localizada no interior do Comando de
tor, alguns leitores possuem ainda antenas internas, uma das Operações Especiais (COpEsp), é uma instalação adaptada a
vantagens do uso das antenas é a possibilidade de serem posi- partir de uma garagem de viaturas e um posto de combustíveis
cionadas de várias formas, conforme Figura 9. para servir de aquartelamento da Cia DQBRN, com seções,
Figura 9 – Aplicações de Antenas RFID auditório, sala de reuniões, alojamentos e pelotões, conforme
a Figura 10.

Figura 10 – Vista da área da Cia DQBRN

Fonte: (GODOY, 2011)

3. Proposta de solução de IOT para Prédios Inteligentes


O uso de tag RFID para o controle de estoques o que
minimiza custos, na gestão de estoques, minimizando a dife-
rença entre os valores registrados no sistema de informação
e o número de ativos físicos nos depósitos, devido a percas
como, subtração de produtos, retirada constantes de mate- Fonte: Google Earth
riais e a localização de difícil acesso e contagem. (CABRAL
A edificação possui um servidor de aplicação e infraestru-
RIBEIRO, SOARES BENTO DA SILVA e FERNANDES
tura de voz, dados e acesso à internet e poucos elementos de
FREITAS, 2016)
um prédio inteligente.
A Cia DQBRN é responsável por prover segurança contra
agentes QBRN que possam ser utilizados por elementos hostis

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ou que sejam liberados em acidentes envolvendo esses agen- 3.2. O Projeto


tes perigosos, para cumprir essas missões está dotada com O projeto baseado no uso da tecnologia RFID para contro-
equipamentos de detecção, identificação e de monitoramento. le e identificação dos ativos da Companhia, tem a infraestrutura,
O controle desses materiais é realizado de forma manual, conforme Figura 12.
livro de cautelas do encarregado pelo material, onde o militar
assina se responsabilizando pelo material. A separação, a conta- Figura 12 – Modelo da Infraestrutura
gem e a identificação do responsável pelo material tem um custo
de tempo, devido ao elevado custo de alguns dos equipamentos,
os quais, custam de milhares de Reais, conforme apresentado
na Figura 11, o controle do destino destes materiais necessita
de um certo grau de eficiência, onde uma solução é o controle
informatizado que atende a necessidade de controle eficiente,
permitindo uma rápida identificação dos materiais no interior
e fora do depósito do encarregado de material.

Figura 11 – Equipamentos da Cia DQBRN

Fonte: adaptado de (WILTGEN JUNIOR, 2010)

A infraestrutura RFID tem como base o uso etiquetas


RFID para identificar e reter os dados destes ativos, antenas
RFID para captação dos dados das etiquetas, um leitor de RFID
Fonte: (GLOBO.COM, 2014)
para receber os dados das Antenas RFID e transmiti-los ao
servidor de aplicação, onde os dados são processados e dispo-
nibilizados aos usuários.
No projeto serão instaladas 6 (seis) antenas RFID, confor-
me Figura 13, dispostas da seguinte forma: uma na entrada da
reserva e outra dentro da reserva do encarregado de material da
Companhia, uma na entrada de cada um dos três dos pelotões
Fonte: (SCIENTIFIC, 2016) da Companhia e uma no portão de entrada da Companhia.

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A finalidade de cada uma das antenas é a seguinte: O Servidor de Aplicação garante a análise e o acesso às
informações dos usuários cadastrados no sistema, da quantida-
- Entrada da reserva de material - fazer o controle dos
de de ativos em cada dependência da Companhia, data e hora
materiais que saem/entram na reserva;
de entrada/saída do material de forma rápida e segura.
- Dentro da reserva - para controle dos ativos nas prate-
O controle da responsabilidade sobre o material poderá
leiras;
ser garantido, por meio de cautela, dado que para abertura
- Nos pelotões – para localização dos ativos dentro da
de processo administrativo por danos ao material do erário, é
Companhia; e
necessário um documento que materialize a responsabilidade
- Na entrada da Companhia – para controle dos ativos
pelo material. O uso da informatização permite uma identifica-
que saem da companhia.
ção autenticada de cada usuário com objetivo de vincular esse
ao material cautelado, cumprindo requisito para um processo
Figura 13 – Dependências monitoradas
administrativo em caso de dano ao material.

4. Conclusão
Soluções IoT apresentam-se como as soluções, capazes de
dotar uma instalação de automação em seus serviços, o uso de
sensores, atuadores e redes em um sistema centralizado para
atender as necessidades dos usuários, com a maior eficiência
dos processos e conforto aos usuários.
Prateleiras Entrada da Reserva As Soluções IoT podem ser desenvolvidas em arquiteturas
abertas, como o Raspberry Pi e Arduíno, que dão suporte para solu-
ções abertas IoT, sendo de baixo custo, porém não menos eficientes.
A implementação da solução IoT na edificação da Cia
DQBRN, dará a edificação uma inteligência quanto ao Gerencia-
mento dos ativos que nela se encontram e estejam catalogados
no sistema, uma vez que com pouca interferência humana, se
tem um controle da quantidade e da localização dos ativos. O
que reduz sobremaneira o tempo no processo de quantificar e
Entrada da Companhia
determinar a localização dos ativos, além de disponibilizar os
Fonte: O Autor dados aos usuários cadastrados de maneira rápida e segura.

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le/10183/25602/000754630.pdf?sequence=1>. Acesso em: 23 março por exemplo, acionar diversas tarefas como desligar todas as
2017. lâmpadas da casa, desligar os aparelhos de TV e outros apare-
lhos eletroeletrônicos e reproduzir som de chuva para o sono.
O sistema tem como objetivo a comodidade na execução de
tarefas dentro do ambiente doméstico, não somente no aciona-

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mento como também no controle dos equipamentos. Os hard- atividades do dia-a-dia e pode ser vista como um apoio a
wares e softwares estudados e apresentados foram utilizados idosos e pessoas com deficiência visual, por exemplo), age
em conjunto para teste e implementados em um apartamento no bem-estar humano (pela satisfação proporcionada) e age
cujos moradores são: um homem de 25 anos, sua companheira até mesmo no racionamento de energia elétrica. Dentre as
e seu filho de 3 anos de idade. Durante o estudo ideias surgiram tarefas foco da área, pode-se citar: a) Controle de ar-condicio-
para novas possibilidades, que também são discorridas nes- nado; b) Irrigação do jardim: molhar as plantas em horários
te projeto. O sistema funciona em harmonia e percebe-se que programados; c) Controle de cenários de iluminação: com-
quanto mais equipamentos são adicionados, maior é a abran- binações de luzes para refeições, leitura, assistir TV, etc; d)
gência da automatização. Integração no home theater;
Palavras-chave: Automação residencial, Domótica, Rotina, e) Monitoramento da porta: a câmera pode ser checada
Cenário. por smartphone ou tablet; f)

1 Introdução Preparação de banheiro: acionar e/ou controlar por wire-


less o aquecimento da água; entre outros.
As múltiplas tarefas exercidas pelas pessoas, no trabalho
Por comando de voz (no idioma inglês), aciona-se o
ou em casa, fazem com que busquem o auxílio da tecnologia
Google home que, por sua vez, reproduz aplicativos como
para agilizar a execução destas. A praticidade do sistema su-
Spotify e YouTube em eletroeletrônicos de áudio e de vídeo.
gerido está na ideia de comandar e controlar aplicativos e dis-
A reprodução engloba acionar determinada música/vídeo,
positivos sem qualquer esforço, reduzindo assim o tempo de
alterar o volume, entre outros. O controle da luz, também
execução das atividades, mesmo aquelas consideradas simples.
realizado por comando de voz através do Google home, tan-
De acordo com Muratori e Dal Bó (2013, p. 70), automa-
ge não somente comandos de ligar/desligar como também
ção residencial “é o conjunto de serviços proporcionados por
intensidade e tipo de cor.
sistemas tecnológicos integrados como o melhor meio de sa-
O objetivo deste artigo é apresentar opções que pro-
tisfazer as necessidades básicas (...) de uma habitação”. Ainda
porcionem agilidade, comodidade e simplicidade às pessoas
segundo os autores, o termo ‘domótica’ é mais abrangente, pois
que poderão utilizar smartphone e/ou comando de voz para
engloba sistemas de comunicação e sonorização. A evolução da
controlar sistemas explorados na automação residencial.
domótica é fascinante, permitindo sempre imaginar e aplicar
Ao longo deste artigo são identificados os componentes uti-
novas possibilidades.
lizados e são apresentadas as possibilidades na execução
Além da comodidade, a domótica proporciona melhora
das tarefas.
na qualidade de vida (uma vez que facilita a execução de

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2 Fundamentação Teórica 2.2 Equipamentos e Dispositivos


Para o estudo foram utilizados dispositivos existentes no
2.1 Automação e Domótica mercado que integram com aplicativos e executam tarefas por
A linha do tempo da automação demonstra o grande comandos do usuário. Os comandos são por voz, comandos no
avanço tecnológico nas últimas duas décadas causado pela touch do smarthphone e até mesmo por adesivos (aproximando
necessidade em desenvolver ações de forma ágil e simples. o celular), como será descrito neste projeto.
O pontapé inicial foi dado no ano de 1930, com os chamados
interruptores tree-way (acionamento de uma lâmpada por dife- 2.2.1 Google Home Mini
rentes interruptores). Todas as evoluções a partir desse período O assistente Google Home Mini representa o ponto central
demonstram a necessidade de tornar automático algo que é do sistema. Seu projeto é estacionário, com conexão contínua
usado cotidianamente, mas que demanda esforço ou manobras, à rede WI-FI. O usuário efetua comandos de voz ou comandos
como controlar uma porta que é aberta e fechada várias vezes via aplicativo no celular e o aparelho os reproduz em sua caixa
ao dia (MOURÃO, 2016). de som integrada, atendendo às ações solicitadas. Há a opção
O termo “domótica” é a junção da palavra “domus” (casa) do idioma português para os menus do aplicativo, todavia os
com a palavra “robótica” (controle automatizado). O grande comandos de voz são no idioma inglês e devem-se iniciar com
foco da domótica na atualidade é adequar o sistema de au- “OK, Google!” (para este caso, também há opções dos idiomas:
tomação residencial ao ambiente doméstico, permitindo ao Alemão, Francês, Espanhol e
usuário adequar as funções as suas próprias necessidades Japonês). A Internet é uma condição obrigatória para qual-
(ESTUDIO HOME, 2017). Outra característica é a possibili- quer ação do aparelho. Se não se dispor de uma conexão estável
dade de integrar diferentes elementos (de dados, voz ou ima- e de qualidade, podem ocorrer atrasos ou até mesmo erros no
gem) de forma sistêmica e poderá ser visto neste projeto que seu funcionamento. Quando isso acontece, ele próprio avisa
o sistema fica mais ilimitado em possibilidades à proporção sobre a impossibilidade de execução da tarefa.
que se adicionam mais dispositivos e que se garante uma boa O design do Google Home Mini pode ser visto da Figura
conexão com a Internet. Elementos eletrônicos e informáticos 1. Sua peça central, chamada de Speaker, é responsável pela
operam em conjuntos na automação residencial, integrando os interação com o usuário e as luzes indicam seu funcionamento.
dispositivos do ambiente de forma a proporcionar satisfação, Não possui bateria, isto é, precisa estar sempre conectado à
agilidade e diversão. energia através de sua fonte. O touch (diretamente no Speaker)
funciona somente para ajuste do volume (CANALTECH, 2017).

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Figura 1 – Design Google Home Mini mandos como “volume 5” como “meio volume acima/abaixo”,
“aumente o volume ao máximo”, etc, são entendidos perfei-
tamente. Já possui Chromecast de áudio embutido e realiza
integração com serviços de música como Spotify, Google
Play Music ou Deezer.
Seria ideal a instalação de uma peça Google Home Mini
em cada ambiente da casa, estando todos conectados entre si.
Tornando-se assim, possível o usuário efetuar comandos em to-
dos os cômodos: criar lembrete enquanto lava as louças, acionar
música enquanto está no banho, pedir um alarme ao se deitar,
realizar pesquisa no escritório, etc. Pelo aplicativo no celular,
pode-se juntar mais de um aparelho (ou até mesmo todos os
Fonte: X-CITE, 2018. aparelhos da casa) em um grupo. Assim é possível tocar uma
mesma música em vários Google Homes Mini ao mesmo tempo.
O aparelho se trata de um “ouvido” remoto da Goo-
Exemplificando, o grupo “Festa” é composto pelos aparelhos da
gle, sincronizado à sua conta. É possível inserir lembretes
varanda e da sala, o que significa que ao ativar certa música em
(que são executados também via celular), fazer pesquisas,
“Festa”, ambos aparelhos tocarão a mesma música de maneira
iniciar músicas, marcar compromissos na agenda ou criar
sincronizada (CANALTECH, 2017).
alarmes com o comando “Ok, Google! Wake me up at 6 am”
(que significa: Me acorde às 06h da manhã). As funções de
2.2.2 Sonoff
pesquisa da Google são integradas ao Home, o que abre
campo para obter respostas da sua base de conhecimentos. O dispositivo Sonoff trata-se de um interruptor inteligente
Como exemplo, biografias: se o usuário pergunta “Quem foi inserido nos equipamentos que se pretende acionar (TV, lâm-
Princesa Isabel?” O aparelho consegue responder com base padas, cafeteira, etc) e possui tecnologia WI- FI permitindo o
na Internet. usuário controlar sua casa via celular (através de aplicativo
Seus microfones possuem sensibilidade à voz huma- eWeLink) mesmo estando fora da mesma, desde que o disposi-
na mesmo com certa distância ou com outros ruídos como tivo de comando esteja conectado à Internet. A Figura 2 mostra
trânsito fora da casa, áudio da televisão, crianças chorando o dispositivo. (LOJA ARDUINO, 2018)
ou músicas, sendo externas ou reproduzidas pelo próprio
aparelho. Na sua função de tocador de som (comandado por
voz ou pelo celular) também se mostra inteligente: tanto co-

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Figura 2 – Dispositivo interruptor WI-FI Sonoff potência. Sua temperatura varia de 1700 a 6500K, significando
que pode ir de cores bem frias até cores bem quentes. Possui 16
milhões de cores, controladas através de aplicativo. A Xiaomi
desenvolveu um aplicativo oficial, Mi Home, através do qual
é possível controlar todos os equipamentos da marca que o
usuário possui em casa. Outro aplicativo desenvolvido para
controle das lâmpadas é o próprio Yeelight.
É possível, através da interação com o Google Home, al-
ternar cores e intensidade por comando de voz, o que já pode
ser feito pelo touch do celular. Não é necessário utilizar Sonoff
Fonte: LOJA ARDUINO, 2018. para comandar lâmpadas Yeelight: basta deixar o interruptor
ligado e aciona-las pelo aplicativo ou voz. Este projeto visa custo-
Para este projeto, o Sonoff foi conectado à luminárias co-
mização, isto é, todas as lâmpadas de um ambiente conectadas
muns, cafeteira e outros equipamentos e comandado via Google
para criar um cenário: assistir a um jogo de futebol, simular
Home. Na utilização da cafeteira, por exemplo, basta deixa-la
um jantar a luz de velas ou dar uma festa (YOUTUBE, 2018).
ligada: por comando de voz aciona-se o Google Home Mini, que
por sua vez envia comando para o Sonoff para enfim ativar a Figura 3 – Design lâmpada Yeeligth
cafeteira e realizar a tarefa. O aplicativo Google Home conecta
diretamente (por comando de voz) ao aplicativo eWelink, para
realizar a interação Sonoff - Google Home Mini.

2.2.3 Yeeligth
A empresa chinesa de produtos eletrônicos Xiaomi desen-
volveu lâmpadas inteligentes com conexão ao WI-FI. Yeeligth
é uma lâmpada que se conecta à rede da casa do usuário, para
então, através do aplicativo, poder ser controlada pelo celular
dentro e fora de casa. Seu design pode ser visto na Figura 3
(YOUTUBE, 2018).
Algumas de suas características técnicas mostram que
a Yeelight é uma lâmpada LED comum: 220V, 50Hz, 9W de Fonte: LIMITED RESULTS, 2018.

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2.2.4 Adesivo Figura 4 – Exemplos de Tags NFC


O suporte NFC (Near Field Communication - Comunica-
ção de Campo Próximo) está presente em muitos smartphones
e trata-se de uma tecnologia sem fio que permite a conexão
do celular com Tag NFC simplesmente aproximando ambos.
Tag NFC é um adesivo com um sensor interno que executa
um conjunto de ações pré-programado. A Figura 4 mostra
exemplos de Tags NFC. O usuário confere, nas especifica-
ções de seu aparelho, se há o suporte NFC e então habilita
o mesmo para poder utilizar os adesivos. Não é necessário
acionar botões, digitar senhas ou realizar comando de voz,
sendo viável, por exemplo, em casos onde há bebês dormindo
Fonte: AMAZON, 2016.
na casa (ALECRIM, 2017).
Possui um aplicativo próprio (NFC Tools) onde são ‘es-
critas’ todas as configurações/atividades que a Tag será res- 2.2.5 Chromecast
ponsável por executar. Para exemplificar a ideia: o usuário No significado geral, Chromecast é um dispositivo
insere a Tag NFC no carro com funções de abrir o Mapa com Google que converte TV para Smart TV, permitindo aces-
destino ao local de trabalho, aumentar o brilho na tela e o sar Netflix, Youtube, Spotify e outros aplicativos controlados
volume ao máximo (para visualizar e ouvir melhor o traje- diretamente pelo celular. Um exemplo que diverge deste uso
to) e desativar o WI-FI do aparelho celular (por estar saindo geral é quando o dispositivo é acoplado a um projetor, o que
de casa). Para o projeto foi utilizado, complementarmente, o permite a reprodução de filmes e vídeos da Internet, transfor-
aplicativo IFTTT (If This Then That - Se Acontecer Isso, Faça mando o ambiente em cinema. Para o projeto, foi utilizado
Aquilo) que é responsável pela leitura das ações, de forma em uma Smart TV pois a mesma não interage com o Goo-
mais integralizada. Não é necessário interagir com os aplica- gle Home, visto que comandos de liga/desliga somente são
tivos pela tela do celular, ao fazer a aproximação, automati- possíveis graças ao Chromecast. Além disso, o dispositivo
camente envia-se comando para um site e executa-se a tarefa reproduz programas ao vivo e com certas opções que a TV
(CANALTECH, 2016). não é capaz: O aplicativo Premiere FC transmite jogos HD
somente pelo Chromecast; o Globosat Play (um conjunto de
filmes e programas que inclui SporTV, Multishow, Universal,

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GloboNews) pode ser reproduzido ao vivo devido à presença Figura 6 – Aplicativos do projeto
do Chromecast.
O principal objetivo do Chromecast neste projeto é ser
usado como ponte entre os comandos de voz e os aplicativos
possíveis na Smart TV, não sendo necessário a instalação de
Sonoff nestes equipamentos. Vale a pena pontuar a vantagem
de usar o dispositivo quando se fala em integração com os apli-
cativos Netflix e Youtube através do Google Home: é possível
retornar um filme ou um vídeo de onde os mesmos foram para-
dos na última interação, exemplo: o usuário dispara o comando
“Hey, Google! play Lost In Space” (Hey, Google! Inicialize “Lost
In Space”) e a Smart TV retorna exatamente na temporada,
episódio e cena que a série foi finalizada da última vez.

Figura 5 – Chromecast A intenção deste projeto é operar todos os equipamentos


por voz através do aplicativo Google Home, porém vale dis-
correr a respeito dos aplicativos próprios uma vez que são as
opções de configurações destes que possibilitam comandar
àqueles. É o aplicativo Google Home que conecta aos outros
(centralizando-os em si mesmo) e comandos através dele não
anulam a utilização dos aplicativos próprios.

2.3.1 Google Home


Este é o aplicativo de controle do hardware central, o
Fonte: MERCADO LIVRE, 2018. Google Home Mini, bem como dos demais dispositivos Google
(como o Chromecast). As informações básicas a serem inseri-
das são do trabalho e da casa do usuário. É um recurso inteli-
2.3 Aplicativos Próprios
gente responsável por toda a integração do sistema. Registra
Os dispositivos utilizados possuem aplicativos próprios características do usuário, de forma a ter um banco de dados
com funções pré- programadas. A Figura 6 mostra aplicativo importante para as rotinas diárias, como exemplo o horário de
utilizados neste projeto. se deitar (CANALTECH, 2017).

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A partir das informações iniciais, outras podem ser inse- O NFC Tools não integra com o IFTTT, mas integra com
ridas com o tempo: algum apelido pelo qual o usuário prefere o celular e a Internet. O IFTTT integra com o celular, com a
ser chamado, dados do cartão de crédito, entre outros. Se é Internet e com os aplicativos de automação. Para desligar as
perguntado ao Google Home quanto tempo de casa ao trabalho, lâmpadas a sequência é a seguinte:
o mesmo é capaz responder, solicitar um motorista através
1. Cria-se um website de comando pelo IFTTT, por um
do aplicativo Uber e ainda informar em quanto tempo o carro
de seus adicionais ‘Webhooks’.
chegará.
2. No IFTTT, configura-se uma ação (apagar todas as lâm-
2.3.2 EWeLink padas da casa, no eWeLink) a ser executada quando a
página Web (criada pelo Webhooks) for acessada. Isto
EWeLink é o aplicativo utilizado para o controle remoto é, eWeLink e IFTTT são integrados.
do Sonoff. Pode controlar produtos de diferentes tipos e mar- 3. Com o comando criado, configura-se uma Tag NFC
cas de hardware (LOJA ARDUINO, 2018). É um aplicativo de através do NFC Tools, de modo a ‘escrever’ o comando
controle que permite o acionamento de tomadas inteligentes, de acessar a página Web.
lâmpadas LED, ventilador, entre outros aparelhos. Seu servidor
é o servidor global da Amazon AWS. Através deste aplicativo, O resultado desta sequência de passos é: quando o usuário
o usuário pode simular o horário que deseja que o dispositivo aproximar o celular à Tag NFC, a página Web de comando é
seja acionado ou desacionado, pois é capaz de efetuar agenda- aberta no navegador do aparelho, o IFTTT recebe o comando
mentos e temporizadores. via Web e, pela integração junto ao eWeLink, desliga todas as
lâmpadas associadas a ele.
2.3.3 Aplicativos do Adesivo
2.3.4 Yeelight
Os aplicativos usados para configurar e controlar as Tags
NFC são IFTTT e NFC Tools. O NFC Tools ‘escreve’ na Tag O aplicativo das lâmpadas Yeelight recebe o mesmo nome.
as configurações que o celular pode adotar. São exemplos: ha- Através do mesmo é possível realizar comandos de ligar e desli-
bilitar e desabilitar (modo silencioso, WI-FI, Bluetooth, redes gar mesmo estando fora de casa, com conexão de dados móveis
móveis, etc), aumentar e diminuir (brilho, som, etc), ligar para do celular. O aplicativo possui várias cenas pré-definidas para
um contato específico, abrir um aplicativo, abrir um site pré- criar o ambiente que o usuário desejar, bem como a opção de
-definido, dentre outros comandos simples. O IFTTT é utiliza- configurar uma cena com as definições que se desejar, conforme
do como complemento para funções mais complexas, mais de mostra a Figura 7. (YOUTUBE, 2018)
forma adaptativa.

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Figura 7 – Aplicativo Yeelight (a) Cenas pré-definidas lâmpada da cozinha e nas luzes da árvore de natal, na sala.
do aplicativo (b) Ícones para configuração de nova cena Três Tags NFC estão em utilização: cabeceira da cama, cartei-
definida pelo usuário ra e carro do usuário. Algumas atividades foram colocadas em
prática e funcionam em harmonia, algumas foram imaginadas
como forma de ampliação. Nesta seção, ambas atividades são
tratadas.

Figura 8 – Disposição dos dispositivos no ambiente


residencial de estudo

É possível inserir temporizador, interagir com músicas (as


lâmpadas alternam cores e intensidade de acordo com o ritmo),
controlar cor e intensidade na paleta de cores, entre outros. Se
o usuário possui um salão de festas com várias lâmpadas, ele
acompanha pelo aplicativo sua “sala de iluminação” com as
lâmpadas disponíveis, situação (ativada/desativada), podendo
aciona-las e controla-las. (YOUTUBE, 2018)

3 Materiais e Métodos
Todos os dispositivos expostos foram instalados em um
apartamento de 54m² e a disposição dos mesmos no ambiente 3.1 Atividades
residencial de estudo pode ser vista na Figura 8. A interação
Algumas possibilidades foram imaginadas com os equi-
entre os equipamentos e seus aplicativos, permite que o sistema
pamentos descritos, que funcionam em conjunto com os apli-
execute ações voltadas às necessidades do usuário. O Google
cativos e conectados à rede. Alguns comandos podem ser exe-
Home Mini está instalado na sala, ao lado da televisão, que é
cutados sem Internet, na rede interna, mas a integralidade das
onde fica instalado o Chromecast. As duas lâmpadas Yeelights
funções é atingida com conexão à Internet.
ficam na sala e no quarto 1. Os Sonoffs estão na cafeteira e na

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São atividades atuais do sistema: vo diz “Good Night, Thyago” e inicia um som de chuva;
b) Com o comando “bom dia” (good morning), o Google
a) Ativar e desativar no celular: Bluetooth, WI-FI, dados
Home avisa a temperatura, calcula o tempo gasto no
móveis;
trânsito indo de casa ao local de trabalho e ativa pro-
b) Desligar e ligar: luzes, TV, dispositivos Bluetooth (JBL);
dução de café;
Netflix; c) Com o comando “deixar casa“ (leave home), o sistema
desliga a TV, as luzes da casa e lembra o usuário “não
c) Acionar e controlar conteúdo escolhido a ser reprodu-
esqueça sua carteira”;
zido no Youtube, Spotify,
d) Quando houver jogo do time de preferência do usuário,
d) Ativar produção de café na cafeteira;
é enviado um alerta e aciona-se a TV no canal de espor-
e) Controlar lâmpadas Yeeligth em cor/intensidade e de-
tes pré-programado, no horário do jogo em questão;
finir cenários próprios do aplicativo ou criados;
e) O Google Home informa o usuário quando há previsão
f) Lembrar o usuário a relação de ações a fazer (lista “TO
de chuva e alerta o mesmo a sair de casa com um guar-
DO”);
da-chuva.
g) Realiza compras pela Internet (pagamento pelo seu
cartão de crédito do usuário), efetua reservas de voo e
hospedagem. 3.3 Cenários
Quando a Rotina modifica um ambiente para um estado
3.2 Rotinas pré-definido, trata-se de um “Cenário”. Criar uma cena é o mes-
mo que criar Rotinas, porém aplicando a um local específico.
As possíveis ações em conjunto acionadas através de um
São Cenários atuais do sistema:
único comando de voz são chamadas de “Rotina”. São criadas
duas ou mais ações para um único comando de voz e ficam a) Com o comando “ver jogo”, o Google Home muda as
salvas no Google Home. cores das lâmpadas Yeelight para verde e ativa o Chro-
São rotinas atuais do sistema: mecast no canal de esportes desejado;

a) O comando “dormir” (bed time) é criado e, através do b) Com o comando “HOHOHO”, as luzes da árvore de
mesmo, o Google Home pergunta que horário o usuá- Natal são ligadas e músicas com temas natalinos são
rio quer acordar (para o alarme ser configurado), as tocadas pelo tempo pré-programado de 40 minutos;
luzes da casa são apagadas, aparelhos eletroeletrônicos c) Quando o usuário envia comando informando que há
como TV e aparelho de som são desligados, o dispositi- crianças na casa, o sistema ativa imagens infantis na

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tela da TV, através do Youtube e o Google Home, lite- novos surgem de forma dinâmica para serem adicionados ao
ralmente conta histórias literárias infantis. sistema e melhorar o mesmo. Como forma ampliação deste pro-
jeto, estas possibilidades foram expostas de modo a serem estu-
dadas e talvez aplicadas futuramente, com os recursos certos.
3.4 Possibilidades
Somente com a interação entre Google Home e Smart TV, 4 Discussão
não é possível mudar as configurações de brilho, contraste, mo-
O usufruto das tecnologias que possibilitam tornar auto-
dos, comandar o Video Game, dentre outras limitações, sendo
mático o conjunto, ou parte dele, das ações domésticas torna
essas ações possíveis somente pelo controle remoto próprio
o dia-a-dia prático e ágil. O sistema implementado utilizou dis-
dos eletroeletrônicos. O Broadlink Mini é um dispositivo inte-
positivos já existentes no mercado, e aplicativos desenvolvidos
ligente compatível com Google Home que torna dispensável o
pelas empresas desses equipamentos e outras. A Tabela 1 apre-
uso do controle da TV ou aparelho de som para mudar funções
senta a quantidade de itens adquiridos para o projeto, o custo
dos mesmos. Inicialmente o usuário realiza a conexão entre
individual e o custo total. O que foi apresentado neste projeto
Broadlink e o controle remoto, e a partir de então o primeiro
é viável, acessível e longe de se dizer complexo, basta ter certa
consegue enviar comandos ao segundo e esse, por sua vez,
intimidade com o smartphone.
para a Smart TV.
O Broadlink Mini possui configuração mais voltada para Tabela 1 – Custos do sistema
cenário (no aplicativo controla-se cenário 1, cenário 2, etc). Com Dispositivo
Quantidade
Valor unitário (R$) Valor total (R$)
(unidade)
o dispositivo, a rotina “ver jogo” se torna mais divertida: pode-se Google Home
1 200,00 200,00
imaginar o Google Home mudando a configuração do modo de Mini
Sonoff 3 20,00 60,00
imagem da TV para “futebol”, ativando a pipoqueira, aumen- Yeelight 2 80,00 160,00
tando o volume da TV para 70%, além das ações já utilizadas Tag NFC 5 - 23,00
Chromecast 1 210,00 210,00
(mudar as cores das lâmpadas Yeelight de modo a criar um Custo total do sistema 653,00
cenário propício e ativar o canal do jogo).
Além da praticidade adquirida por execução de atividades
A ausência de alguns recursos faz com que as ideias que
rotineiras através de comandos de voz, o ambiente divertido e
surgem fiquem no plano da imaginação. A partir da aquisição
elegante que as tecnologias de automação residencial fornecem
de um bebedouro Smart, por exemplo, pode-se criar a rotina
é algo bastante interessante. As sensações causadas por ilumi-
“beber água” que envia comando para ascender a luz da cozinha
nação e músicas destacam o mobiliário, valorizam o espaço e
e ativar o bebedouro. A automação está em constante cresci-
remetem à modernidade. Tudo é possível graças a Internet: é
mento e refinamento de tal forma que dispositivos e aplicativos
esta quem faz toda a interligação do sistema e usuário.

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O Google Home Mini é a peça central do sistema de au- didos. Além dos comandos de voz dentro de casa, também é
tomação proposto, mas isso não significa que os aparelhos e possível enviar comandos via aparelho celular, o que permite
dispositivos são conectados ao mesmo. O que acontece é que a ao usuário pode preparar seu lar para sua chegada. São outras
voz é enviada ao Google Home, que se conecta à Internet, onde possibilidades, não aplicadas a este sistema, mas opções de
estão todos os aplicativos dos aparelhos (TV, Sonoff, Yeelight) ampliação: aquecimento de banheira, acionamento aparelho
e todos ficam conectados entre si. Os comandos pelo celular de ar condicionado, entre outros.
também não acionam os aparelhos diretamente: o aplicativo A tendência do ramo de automação residencial é ampliar
conecta à Internet, onde está conectado o aparelho, conforme em alcance e possibilidades. As atualizações dos sistemas
mostra a Figura 9. ocorrem de forma muito veloz tornando um dispositivo ou um
software ultrapassado em um curto prazo a partir de seu lança-
Figura 9 - Conexão dos aparelhos possível graças à
mento no mercado. Também tende a se tornar menos oneroso e
Internet
mais acessível, como se observa nas tecnologias que depreciam
de acordo com sua maior popularização.
Os ganhos do projeto são vistos na rotina simplificada e
no ambiente harmonioso. As pessoas carregam uma grande
gama de informações e responsabilidades no trânsito, trabalho,
estudos e relações interpessoais e, devido a isso, prezam acima
de tudo o bem- estar e calmaria. Nada melhor que estas últimas
serem aplicadas ao lar, símbolo de porto seguro e válvula de
escape para a grande maioria.

5 Conclusões
Este artigo apresentou os recursos que podem ser im-
plementados em um ambiente residencial, seus aplicativos de
controle e parte de seu funcionamento. Trata-se de um conjunto
de itens de automação que, operando juntos, formam um sis-
tema prático, simples e de fácil acesso, aquisição e controle.
Para este projeto foi utilizado somente um aparelho Goo- Este sistema contribui em peso nas ações cotidianas, na moder-
gle Home Mini em ponto central da casa: na sala, onde coman- nização do ambiente e no bem-estar do usuário. O sistema do
dos vindos também da cozinha, quartos e varanda são enten- projeto apresentado é limitado pois ainda está em construção

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e estudo, porém já permite pensar em ampliação do que já é ção residencial (1145). 2018. Disponível em: https://www.lojaardui-
utilizado e das ideias já implementadas. Foram apresentadas no.com.br/sonoff/sonoff-basic-interruptor-wifi- automacao-residen-
todas as opções instaladas na casa estudada, bem como a inte- cial-1145/. Acesso em 02 dez. 2018.
ração dos componentes e aplicativos de forma a fornecer mais YOUTUBE, PORTAL. As lâmpadas mais inteligentes da Xiaomi!
opções ao usuário. Yeelight Unboxing!. 2018. Disponível em: https://www.youtube.com/
A aquisição dos equipamentos de automação e o interes- watch?v=PxsHL5x3bMI. Acesso em 02 dez. 2018.
se pelo desenvolvimento das atividades que os mesmos são LIMITED RESULTS, PORTAL. Pwn the Y e e -
capazes de realizar são os únicos passos que separam o usuá- light. 2018. Disponível em: https://limitedresults.com/2018/10/
rio da elegância e praticidade de possuir sua casa inteligente. pwn-the-yeelight-dirty/. Acesso em 02 dez. 2018.
Trata-se de tecnologia tangente à comodidade, segurança e
AMAZON, PORTAL. NFC Smart Tags Stickers. 2016. Disponível
agilidade. Isto é, a automação residencial facilita as atividades
em: https://www.amazon.co.uk/NFC-Smart-Tags-Stickers-Water-
com programação de horários, lembretes, ausência de esforço proof/dp/B01EHPZWOC. Acesso em 02 dez. 2018.
físico; ajuda na segurança da casa com o controle remoto de
M E R C A D O L I V R E , P O R T A L . Google Chromecast2.
câmeras e alarmes; e torna a execução de ações mais rápidas
2018. Disponível em: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-
do que se executadas manualmente.
-1147073604-google-chromecast-2-hdmi-1080p- original-lacrado-fre-
Com a informatização, as pessoas adquiriram inúmeras
te-gratis-_JM?quantity=1. Acesso em 02 dez. 2018.
funções a serem executadas durante o dia. Quando chegam
em suas casas, nada melhor que possuir um sistema voltado MOURÃO, Leonardo; CURY Ana Paula; JUNIOR, Manoel Vitorino.
às suas necessidades, sem precisar de desgaste por parte do Automação residencial: sem fio, controlada por celular e mais
barata. 2016. Disponível em: https://casa.abril.com.br/materiais-
usuário. Automação já é algo bastante implantado em empresas,
-construcao/automacao-residencial-sem-fio-controlada- por-celular-
indústrias e casas de alto nível financeiro, porém com os recur-
-e-mais-barata. Acesso em 02 out. 2018.
sos adequados pode ser aplicada em casas ou apartamentos
comuns, utilizados mesmo por pessoas que não possuem alto ESTUDIO HOME, PORTAL. Domótica, conheça os conceitos da
nível aquisitivo. automação residencial. 2017. Disponível em: https://www.estudioho-
me.com.br/blog/domotica-conheca-os-conceitos-da- automacao-resi-
Referências Bibliográficas dencial. Acesso em 01 nov. 2018.

X-CITE, PORTAL. Google Home Mini Personal Assistant. 2018. MURATORI, José Robert; DAL BÓ, Paulo Henrique. Automação
Disponível em: https://www.xcite.com/google-home-mini-personal- Residencial – Conceitos e Aplicações. 2013. Disponível em: http://
-assistant.html. Acesso em 02 dez. 2018. www.osetoreletrico.com.br/wp- content/uploads/2011/04/Ed62_fasc_
automacao_capI.pdf. Acesso em 18 nov. 2018.
LOJA ARDUINO, PORTAL. Sonoff basic interruptor wifi automa-

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CANALTECH, PORTAL. Google Home Mini [Análise / Review].


2017. Disponível em: https://canaltech.com.br/video/analise-de-produ-
to/google-home-mini-analise-review- 9758/. Acesso em 10 nov. 2018.
CANALTECH, PORTAL. O que é NFC? Entenda na prática. 2016.
Disponível em: https://canaltech.com.br/video/dicas-e-tutoriais/o-que- SISTEMA DE ANTENAS DISTRIBUÍDAS
-e-nfc-entenda-na-pratica-5206/. Acesso em 02 dez. 2018.
EM PRÉDIOS INTELIGENTES
ALECRIM, Emerson. O que é NFC (Near Field Communication)?.
2017. Disponível em: https://www.infowester.com/nfc.php. Acesso
em 15 nov. 2018.

Oscar Ferreira de Aquino


oscarferreira_770@hotmail.com

Prof. Dr. Kelias de Oliveira


kelias.oliveira@ifg.edu.br

Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Telecomunicações:


Prédios Inteligentes IFG - Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Goiás

Resumo
Com a finalidade de garantir a comunicação sem fio em
toda área construída de um Prédio Inteligente, este artigo visa
descrever como o método DAS (Distributed Antenna System
– Sistema de Antenas Distribuídas) pode ser benéfico em um
prédio inteligente. Atualmente um dos grandes desafios das
operadoras de celular é eliminar as “zonas mortas” de cobertu-
ra, onde o sinal tem baixa qualidade ou é inexistente. Esta de-
ficiência afetam locais públicos e privados com alta densidade,

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como centros comerciais, edifícios de escritórios, edifícios resi- Com o objetivo de melhorar o desempenho dos serviços
denciais, estádios, hospitais, aeroportos e instalações similares. móveis de telecomunicações será apresentado neste artigo à
Palavras-chave: prédio inteligente, sistema de antenas oportunidade de realizar as implantações de extensões das es-
distribuídas. tações rádio base nos prédios inteligentes. As pequenas antenas
suportam serviços 2G, 3G e 4G, com o pré requistito de serem
Abstract conectadas ao roteador da respectiva operadora de telecomu-
nicações.
In order to ensure wireless communication in every built
area of an Intelligent Building, this article aims to describe how 2. Sistemas de Antenas Distribuídas
the Distributed Antenna System (DAS) method can be benefi-
cial in a smart building. Currently one of the major challenges Em 2015 foi homologado pela ANATEL (Agência Nacio-
for mobile operators is to eliminate the “dead zones” of cove- nal de Telecomunicações) o primeiro produto com possibilidade
rage, where the signal has poor quality or is non-existent. This de implantar no Brasil uma solução multiponto digital e esca-
deficiency affects high-density public and private places such lável com o objetivo de trafegar os sinais de rádio frequência
as shopping centers, office buildings, residential buildings, sta- de qualquer origem para qualquer destino com abrangência e
diums, hospitals, airports and similar facilities. capacidade de atender redes internas e externas.
Atualmente os usuários de telefonia celular são atendidos
Key-words: smart building, Distributed Antenna System. por ERBs (Estações Rádio Base) instaladas em diversas loca-
lidades. Estas ERBs trata-se de uma estação fixa no qual os
1. Introdução
terminais móveis se comunicam. As ERBs possuem roteadores
O DAS é um conjunto de componentes ativos e passivos que conectam a uma CCC (Central de Comutação e Controle)
interligados com o objetivo de potencializar o desempenho dos que tem as interconexões com o STFC (Serviço Telefônico Fixo
sinais de multioperadoras de serviços de telecomunicações Comutado), outras CCCs e roteadores, permitindo chamadas
móveis. É usado para distribuir os sinais de RF (Rádio Fre- entre celulares, de celulares com os telefones fixos e conexão
quência) uniformemente, distribuindo o sinal da estação base dos celulares com Internet.
em múltiplas antenas internas. As maiorias das ERBs em operação no Brasil estão im-
Entre várias características que definem os Prédios Inte- plantadas nas áreas externas, ou seja, em terrenos ou nos pavi-
ligentes umas das principais é tornar o edifício capaz de ofe- mentos de cobertura dos edifícios. As ERBs são compostas por
recer um ambiente produtivo. A possibilidade das operadoras alguns equipamentos de telecomunicações, como: roteadores,
fornecerem cobertura sem fio contínua, perfeita e robusta em antenas, rádios, entre outros. Esta característica, dos equipa-
um edifício transforma esta característica em realidade. mentos instalados na área externa, tem como consequência

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alguns obstáculos que dificultam o atendimento aos clientes utilizarão os rádios transmissores e receptores, pois os sinais
de serviços móveis de telecomunicações em ambientes fecha- RF serão transmitidos por antenas instaladas em locais estra-
do, como prédios e edifícios. Diante deste obstáculo o DAS se tégicos dos prédios inteligentes.
mostrou como uma solução viável para atender as capacidades O POI-BTS é o ponto de interconexão das operadoras que
de comunicação dentro de prédios e edifícios. tem o interesse de usufruir do sistema de antenas distribuídas
Um sistema de antenas distribuídas refere-se geralmente a de um edifício. Neste ponto são combinados os sinais de RF
uma arquitetura de acesso via rádio que compreende um núme- oriundos das BTS de cada operadora.
ro considerável de antenas distríbuidas em uma área desejada, De acordo com um case da Comba Telecom (BRITO,
e são conectadas a um ponto central. 2014), a “MOU converte os sinais de RF, de um conjunto de
O sistema de antenas distribuídas é composto pelos se- POI-BTS, em sinais ópticos”. Deste modo, a partir deste ponto
guintes elementos: os sinais das respectivas operadoras utilizam o mesmo meio
de transmissão óptico.
- Grupo BTS (Base Transceiver Station - Estação Base
As redes ópticas que serão utilizadas para distribuição dos
de Transmissão e Recepção);
sinais ópticos de RF, provenientes da MOU, são denominadas
- POI-BTS (Point of Interconnect Base Transceiver
de OFN. Dessa forma é possível realizar o transporte dos si-
Station - Ponto de Interconexão da Estação Base de
nais de todas as operadoras por uma mesma rede óptica sem
Transmissão e Recepção);
qualquer prejuízo.
- MOU (Master Optical Unit - Unidade Óptica Mestre);
A RRU recebe os sinais ópticos provenientes da rede OFN
- OFN (Optical Feeder Network - Rede Óptica de Alimen-
para convertê-los em sinais de RF e distribuídos ao sistema
tação);
irradiante (BRITO, 2017).
- RRU (Remote Radio Unit - Unidade de Rádio Remota);
Para complementar o Sistema de Antenas Distribuídas
- SI (Sistema Irradiante);
existem outros dois sistemas essenciais, são eles: Sistema Ir-
- SE (Sistema de Energia).
radiante e Sistema de Energia. O SI é constituído por uma
A função da BTS é prover a conexão para a estação móvel antena ou um conjunto de antenas para atendimento em uma
(celular). São compostas basicamente de rádios transmisso- determinada área. O SE é composto por cabos, no-break, sis-
res e receptores TRX, Processador de Sinal, Equipamentos temas de aterramento e outros elementos importantes para o
de Controle, Antenas e Feeders Cables (Cabos Alimentadores) bom funcionamento do sistema elétrico.
(SILVA, 2017). Portanto a BTS é responsável por disponibilizar Para colaborar com o entendimento dos conceitos apre-
o sinal que viabiliza aos usuários utilizarem os serviços de voz sentados, a Figura 1 ilustra os equipamentos que compõem o
e/ou dados. No sistema de antenas distribuídas as BTSs não Sistema de Antenas Distribuídas.

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Figura 1 – Diagrama Geral do Sistema DAS cações estão cada vez mais atentas aos avanços tecnológicos
com o objetivo de fornecer aos usuários novos e melhores
serviços.
Os prédios inteligentes possuem diversas definições, den-
tre tantos conceitos, a empresa BRW Tecnologia apresentou
uma definição clara de prédios inteligente, “um edifício inte-
ligente é aquele que reúne condições que visem otimizar as
nossas relações com o próprio meio em que vivemos ou tra-
balhamos. É um edifício equipado com a infraestrutura de te-
lecomunicações que habilita-o a, continuamente, responder e
adaptar-se a condições de mudança, permitindo um uso mais
eficiente de recursos, além de aumentar o conforto e a segu-
Fonte: Business Case – Solução DAS rança de seus ocupantes.”
O conceito apresentado no parágrafo anterior é evidencia-
do que a infraestrutura de telecomunicações é uma característi-
3. Prédios Inteligentes ca importante para um edifício inteligente. Essa infraestrutura
Desde que o homem se tornou sedentário que as habita- interfere diretamente na disponibilidade dos serviços de um
ções foram usadas como meio de abrigo e de proteção. Com prédio inteligente. Os principais serviços relacionados à inteli-
os avanços da civilização surgiram os edifícios onde grupos de gência de um edifício são:
pessoas se reúnem e comunicam, onde são estabelecidas rela-
- Serviços de comunicação do edifício;
ções de colaboração formais e informais, onde são realizadas
- Serviços de comunicação de dados;
tarefas em grupo e onde são mantidos repositórios de infor-
- Serviços de sistema de vídeo;
mação. Os edifícios tornaram-se, assim, o cerne das atividades
- Serviços interativos;
de negócio e constituem hoje a base da vida urbana (NUNES;
- Serviços de sistema de telecomunicações;
SÊRRO, 2016).
- Sistemas de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicio-
Os edifícios são estruturas físicas com finalidade de aten-
nado;
der as atividades humanas, tanto na vida pessoal quanto na
- Aproveitamento da água da chuva;
vida profissional. Atualmente edifícios comportam moradias,
- Aproveitamento de energia de fonte limpa;
escritórios, consultórios, comércio, escolas, faculdades, sho-
- Gestão Energética.
ppings, entre outros. As construtoras responsáveis pelas edifi-

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No serviço de comunicação do edifício são envolvidos o usuários estão em busca de qualidade e robustez nos serviços
gerenciamento de utilização de energia e controle, e os sistemas móveis de telecomunicações.
de segurança. O serviço de comunicação de dados engloba as
Figura 2 - Acessos SMP (Serviço Móvel Pessoal) por
redes LAN (Local Area Network – Rede de Área Local), MAN
Tecnologia
(Metropolitan Area Network – Rede de Área Metropolitana) e
WAN (Wide Area Network – Rede de Área de longa distância),
e a conectividade a redes públicas de telefonia e roteamento
entre redes. O serviço de sistema de vídeo relaciona a distri-
buição de TV e serviços interativos, como vídeo conferência,
e processamento de imagens para monitoração e tomadas de
decisão. Os serviços de telecomunicações tem a finalidade de
oferecer o suporte às conexões a redes públicas de serviços de
telefonia, a provedores de serviços diversos de telecomunica-
ções, conexão a redes MAN e WAN (MARIN, 2017).
Fonte: adaptado de ANATEL, 2017
4. Sistemas de Antenas Distribuídas em Prédios Inteligentes
Em sistemas de comunicações móveis via rádio a confi-
Os serviços telecomunicações móveis é uma solução viá- guração irregular natural do terreno, os diversos tipos de es-
vel para atender alguns serviços dos prédios inteligentes, além truturas arquitetônicas, as mudanças atmosféricas e a troca
de ser acessível a qualquer pessoa que tenha celular, smartpho- das condições de folhagens das árvores tornam a predição das
ne, tablet, desktop, notebook, entre outros dispositivos. perdas de propagação uma tarefa difícil (YACOUB, 1993).
Na Figura 2 nota-se que desde o mês de julho de 2016 até Mesmo com as dificuldades de determinar as perdas de
o início de 2017 houve um aumento superior a 50% de acessos propagação dos sinais via rádio em um prédio inteligente, de-
através da tecnologia LTE (Long Term Evolution – Evolução vido às estruturas físicas do próprio prédio, é possível realizar
de Longo Prazo) comercialmente divulgada como 4G. Este um planejamento antecipado com a finalidade de amenizar
dado demonstra o interesse do usuário brasileiro em utilizar tais carências. Em alguns casos não é viável reduzir as per-
dados nos serviços móveis de telecomunicações. Na Figura 2 das, porém com um estudo preliminar é possível amplificar
também é possível verificar que no mesmo período houve uma os sinais que atende determinada área afetada pela perda na
queda nos acessos utilizando a tecnologia GSM (Global System propagação.
for Mobile Comunication – Sistema Global para Comunicação Muitos dos resultados gerais de alguns modelos de pre-
Móvel), essa mudança é justificada pelo mesmo fato, isto é, os dição diferem em função da topologia considerada: estruturas

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feitas pelo homem, áreas abertas, suburbanas e urbanas, ter- Observando 68% dos valores obtidos por meio desses
renos sobre planícies, montanhas e lagos e por fim áreas sobre modelos dentro de um desvio padrão de 6 a 8 dB dos valo-
vegetação (STUBER, 1991; MACARIO, 1991). res medidos correspondentes, pode-se considerar que os
O planejamento para implantação de antenas com a modelos utilizados são bons. No entanto, não é recomen-
finalidade de atender os usuários dos serviços móveis de- dável a utilização de tais modelos em projetos de sistemas
pende diretamente das características da respectiva região. de comunicação celular, devido ao alto grau de incerteza de
Projetos realizados pelas operadoras para atender clientes predição (LEE, 1992).
em um setor residencial é distinto de um projeto para aten- O modelo empírico apesar de ser usual em alguns plane-
der uma região empresarial, com indústrias e escritórios. jamentos das operadoras de telecomunicações móveis não é o
Diante deste fato, um benefício para prédios inteligente é ideal para análise da propagação de sinal de comunicação de
definir e implementar as tecnologias e equipamentos que celular. Atualmente, em todo o planeta, existem diversos tipos
irão atender a contento todos os usuários de serviços móveis de obstáculos que causam interferência direta nas comunica-
de telecomunicações. ções via celular, este empecilho não pode ser desconsiderado
Muitos modelos tradicionais comumente usados em pro- no momento do planejamento.
jetos de sistema de macro células são empíricos e consideram De acordo com Alencar (2004), “visto que a dependência
a atenuação do sinal de rádio, entre a estação rádio base e a sobre a frequência, altura das antenas das estações rádio base
estação móvel, com curvas de perdas de propagação por per- e estações móveis, altura dos edifícios e extensão de rodovias
curso. Diferentemente desses modelos empíricos, os modelos são explicitamente analíticos, os modelos são aplicados para
analíticos explicam a perda de percurso em determinados am- sistemas de comunicação celular em ambientes de macro ou
bientes como um resultado da redução do sinal devido à perda microcélulas”. Isto significa, que o modelo analítico, ao con-
de propagação em espaço livre aliado a espalhamentos, difra- trário do modelo empírico, considera valores reais para serem
ções múltiplas em superfície dura e áspera, como em áreas de utilizados nos projetos de sistemas de comunicação via celular.
sombra (ALENCAR, 2004). Este é um aspecto importante para definir a estrutura que irá
Alguns modelos de predição empíricos, encontrados na compor o sistema de antenas distribuídas em um prédio inte-
literatura provêm geralmente de uma predição de área, que ligente, pois não basta instalar várias antenas sem conhecer
não leva em conta as particularidades do terreno. Dessa forma, o espaço que irá propagar os sinais de RF dos sistemas de
se a perda de propagação é obtida a partir da cartografia de comunicação móvel.
um terreno montanhoso implica em discrepância entre o valor O projeto de sistema de antenas distribuídas em prédios
medido e o valor correspondente à curva de predição esperada inteligentes se inicia com o planejamento para implantação dos
(LEE, 1991). equipamentos necessários para este sistema. Conforme descrito

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no início desta seção existem alguns equipamentos necessários Tabela 1 – Temas com piores avaliações de telefonia móvel
para este sistema, e parte desta solução é responsabilidade do Ranking Tema
próprio edifício. Dessa forma a qualidade da transmissão dos
1° Resolução de problema na internet 3G/4G pela operadora
sinais de comunicação móvel na área dos prédios fica inde-
2° Resolução de problema nas ligações pela operadora
pendente das operadoras. Apesar de este fato gerar um custo,
se consegue um benefício considerável, pois é a qualidade dos 3° Tempo de espera para falar com o atendente

sinais que gera os maiores índices de reclamações dos usuários 4° Resolução de problema de recarga pela operadora
dos serviços móveis. 5° Velocidade de navegação
Na Figura 3 nota-se que as operadoras mais atuantes no Fonte: adaptado de ANATEL– Pesquisa de Satisfação e Qualidade Perce-
país não conseguiram atingir a meta Anatel de 0,200 reclama- bida Pag. 23
ções por cada 1000 assinantes em 2016.
De acordo com a Tabela 1, conclui-se que os usuários
Figura 3 – Ranking de Reclamações na Central de identificam problemas na Internet 3G/4G e nas ligações reali-
Atendimento da ANATEL zadas pelas redes de comunicação móvel e a resolução destes
problemas não são atendidas pelas operadoras a contento. O
transtorno referente à Internet e ligações nas redes de teleco-
municações móveis normalmente são gerados pela má qualida-
de dos sinais de RF. Com o sistema de antenas distribuídas sob
a responsabilidade do prédio pode-se evitar estes aborrecimen-
tos, pois o administrador terá o controle das zonas atendidas
ou não pelos sinais de RFs na área do respectivo prédio.
Primeiramente o prédio deve disponibilizar uma área para
as operadoras implantarem as BTSs, conforme evidenciado na
Fonte: TELECO – Qualidade Celular-Reclamações Figura 4. Nesta área deve considerar espaço suficiente para a
instalação de armários de telecomunicações de cada operadora
Complementando este ranking de reclamações, a ANA- móvel da região. Além deste espaço é importante considerar
TEL também listou os temas com as piores avaliações. A Tabela que cada operadora irá instalar no local um relógio medidor de
1 informando estes temas: energia, portanto o custo com a energia proveniente da BTS
será responsabilidade de cada operadora. Atualmente as BTSs
das operadoras móveis são conectadas à rede externa por cabos
de fibras ópticas. Dessa forma, o prédio deve atentar-se para

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disponibilizar para as operadoras: espaço e infraestrutura para Outra etapa é realizar uma análise da planta do edifício
passagem de cabos elétricos e ópticos da rede externa para o para identificar pontos essenciais para comunicação móvel ou
interior do edifício. É recomendado que esta sala técnica tivesse pode-se considerar que o serviço móvel deve ser disponibilizado
acesso restrito para evitar qualquer problema inesperado. em 100% da área do edifício. Depois dessa definição é preciso
Na sala técnica serão instalados dois equipamentos para analisar se o prédio possui cabeamento óptico próprio, pois
o sistema de antenas distribuídas: POI-BTS e a MOU. As BTS com o cabo óptico é possível realizar o transporte dos sinais
de cada operadora serão conectadas por fibra óptica ao POI- das operadoras sem perda de qualidade e com robustez. A rede
-BTS que irá combinar todos os sinais de comunicação móvel. OFN será conectada em uma MOU e a outra ponta na POI-BTS
Logo este POI-BTS é conectado ao MOU que tem a função de conforme solução apresentada na Figura 4.
realizar o transporte em sinais ópticos da comunicação móvel O planejamento antes da execução é essencial para atin-
em um ou mais cabos ópticos. A unidade MOU não precisa gir o melhor benefício do sistema de antenas distribuídas. Na
necessariamente ser instalada na sala técnica, esta definição solução da Figura 4 foi indicada a instalação de MOU em cada
depende de uma análise prévia da planta do edifício. Na solução pavimento, entretanto dependendo do edifício pode-se insta-
aplicada na Figura 4, trata-se de um prédio vertical com vários lar uma MOU apenas nos andares ímpares e implantar uma
ambientes em cada andar, portanto é indicado que tenha uma RRU em cada andar. Esta definição será realizada através de
unidade MOU em cada pavimento. um estudo que envolve as possíveis interferências no edifício,
como: materiais utilizados na estrutura do prédio, proximidade
Figura 4 – Solução DAS aplicada em um edifício
com elevadores, sinais de RF oriundos do próprio edifício ou
da área externa, entre outros aspectos. No estudo também é
considerado o custo com os componentes do sistema de ante-
nas distribuídas.
A partir das RRUs são implantados os sistemas irradian-
tes para transmissão dos sinais RFs. O sistema irradiante pode
ser atendido por cabos coaxiais ou cabos ópticos. Consideran-
do que este sistema irradiante será implantado em um prédio
inteligente o ideal é utilizar cabos ópticos para interligar as
RRUs às antenas.
É importante o administrador do empreendimento anali-
sar algumas características das antenas no momento da aqui-
Fonte: adaptado de GRAUER GROUP – DAS, 2017
sição, afim de oferecer o melhor serviço aos usuários:

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- Antenas inteligentes; - Menor custo com implantação e manutenção;


- Funcionalidade de concentrar onde preferir a energia - Menor impacto visual;
na emissão dos sinais; - A cada novo serviço é necessário à atualização do sis-
- Funcionar no modo multibanda; tema de antenas;
- Gerenciamento remoto. - Reduz custo com equipamento;
- Aumenta a expectativa do período de confiabilidade do
Um sistema de antenas inteligentes consiste de uma rede
sistema.
de antenas combinada com um processamento de sinal no es-
paço e no tempo. A funcionalidade de concentrar onde preferir Os cabos irradiantes podem contribuir diretamente com o
a energia significa que se uma ou mais antenas não consegue sistema de antenas distribuídas, pois são indicados para serem
disponibilizar o sinal móvel com qualidade em um determina- usados em ambientes extensos, como: prédios corporativos,
do espaço, o administrador pode concentrar a transmissão da aeroportos, parques de exposições, shoppings centers, entre
energia para aquele local. O modo multibanda é essencial para outros. Todos os ambientes citados anteriormente podem ser
conseguir a transmissão e recepção dos sinais das operadoras definidos como prédios inteligentes de acordo com suas ca-
atuantes na região e também de fornecer as tecnologias atuais racterísticas. Portanto essa solução mista envolvendo cabos
de comunicação móvel. O gerenciamento remoto fornece um irradiantes e o sistema de antenas distribuídas pode ser im-
apoio técnico em caso de falhas no sistema irradiante ou até plantado, pois a partir da RRU é permitido definir o sistema
mesmo no sistema de antenas distribuídas. irradiante de acordo com a natureza do ambiente.
Uma solução de cobertura bastante usual em áreas pe- O sistema de antenas distribuídas em um prédio pode
quenas são as antenas omnidirecionais, entretanto existem trazer diversos benefícios para os usuários do respectivo edi-
situações que justificam um sistema de cobertura irradiante fício. O destaque é a comunicação sem fio, pois diminui a
mais sofisticado, principalmente quando o objetivo é atender necessidade de intervenção na infraestrutura de um prédio
uma área maior. Para estes casos é indicado o uso de cabos para aperfeiçoar a comunicação. Um exemplo deste cenário
irradiantes que podem partilhar o sinal RF por várias aberturas é um edifício com interesse em implantar câmeras de vigi-
ao logo de sua extensão, conforme representação na Figura lância interna, se o prédio não foi planejado para tal, será
4. Este sistema permite ampliar a área de cobertura, multipli- necessário providenciar infraestrutura para ativação destas
cando o sinal de RF oriundo de uma única fonte de sinal. Os câmeras. Mas se o prédio possuir o DAS em perfeito funciona-
cabos irradiantes são ideais para aplicações corporativas, como mento, à comunicação com os servidores poderá ser via rede
exemplo, é a aplicação desta tecnologia em alguns aeroportos de telecomunicação móvel, sem necessidade de adequação
do país. Seguem algumas vantagens do uso de cabos irradiantes da infraestrutura existente. Além de garantir a comunicação
em relação às antenas: sem fio nas câmeras, o DAS também aumenta a segurança

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e controle de um ambiente, pois garante a comunicação de - 17 km de fibra óptica;


sensores, controladores e atuadores. - 213 antenas Wi-Fi;
- Capacidade para chamada de voz: 352mil (Chamadas
7. Case de Sucesso com duração média de 2,4 minutos em um período de
Um case de sucesso do sistema de antenas distribuídas no 1 hora);
Brasil, foi na infraestrutura instalada para atender um grande - Conexões simultâneas de dados: 43 mil. (adaptado de
evento esportivo, o Torneio Mundial de Futebol 2014. BRITO,2017)
As maiores operadoras do Brasil (Vivo, TIM, Claro, Oi e
Nextel) se uniram para superar o desafio de prover aos seus Arena de São Paulo - SP
clientes uma experiência robusta de voz e dados através da - Capacidade para 62.000 pessoas;
Cobertura Indoor realizada nos estádios, palcos da Copa das - 337 antenas de telefonia e 22 antenas externas;
Confederações 2013 e do Torneio Mundial de Futebol 2014. - 12 km de fibra óptica;
Seja falando, publicando conteúdo ou interagindo nas redes - Capacidade para chamada de voz: 458mil (Chamadas
sociais, uma boa solução de sistema irradiante é fundamental com duração média de 2,4 minutos em um período de
para o sucesso do evento (BRITO, 2017). 1 hora);
Neste sistema foram desenvolvidos projetos específicos - Conexões simultâneas de dados: 12mil. (adaptado de
para cada estádio, considerando os seguintes pontos em des- BRITO,2017)
taque: tamanho, forma, capacidade de público e quantidade de
pisos. O objetivo foi atender todas as áreas dos estádios, isto é: Arena Castelão – CE (Ceára)
arquibancadas, camarotes, corredores, vestiários, passarelas,
- Capacidade para 60.000 pessoas;
praça de acesso e estacionamentos internos.
- 292 antenas de telefonia e 9 antenas externas;
A empresa Comba Telecom Brasil foi responsável pela
- 10 km de fibra óptica;
implantação do sistema de antenas distribuídas em oito dos
- Capacidade para chamada de voz: 308mil (Chamadas
doze estádios utilizados para o Torneio Mundial de Futebol
com duração média de 2,4 minutos em um período de
no Brasil. Seguem os números sobre o alcance deste sistema
1 hora);
utilizado nos três estádios com maior capacidade deste torneio:
- Conexões simultâneas de dados: 11 mil. (adaptado de
Estádio Nacional Mané Garrincha – DF BRITO,2017)
- Capacidade para 69.000 pessoas; A solução DAS utilizada neste projetos citados fora um
- 401 antenas de telefonia e 10 antenas externas; sucesso, pois proporcionou aos atletas, espectadores, jorna-

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listas, entre outros visitantes, a melhor cobertura sem fio nas 5G que ainda não está disponível no Brasil. Considerando o
tecnologias 2G, 3G, 4G e Wi-Fi. DAS apresentado neste artigo, seria necessário a atualização
dos hardwares das antenas e um novo estudo a respeito das
6. Conclusão aréas de abrangência destas respectivas antenas afim de dis-
Diante do objetivo de melhorar o desempenho dos ser- ponibilizar a tecnologia 5G.
viços móveis de telecomunicações nos prédio inteligentes foi
apresentada a solução de sistema de antenas distribuidas. Atra- 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
vés dos dados apresentados fica claro que os serviços móveis ALENCAR, Marcelo Sampaio de. Telefonia Celular Digital. 1 ed.
de dados e voz se tornaram essenciais para a sociedade atual. São Paulo: Érica, 2004. ANATEL, Agência Nacional de Telecomu-
Devido às altas taxas de reclamações dos usuários deste serviço nicações. Telefonia Móvel – Acessos. Disponível em:<
a solução DAS implantada pelo próprio edificio pode garantir http://www.anatel.gov.br/dados/component/content/article?id=283>.
maior qualidade e integridade na comunicação móvel. Acesso em 27 de fevereiro de 2017.
O sistema de antenas distribuidas garante a um edifício ANATEL, Pesquisa de Satisfação e Qualidade Percebida, Dispo-
que em caso de mudança de layout de alguma sala ou de um nível em: < http://www.anatel.gov.br/Portal/verificaDocumentos/do-
andar fica garantido o nível de qualidade dos sinais móveis de cumentoVersionado.asp?numeroPublicacao=340586&documento-
comunicação, pois nos prédios inteligentes uma sala de almo- Path=340586.pdf&Pub=&URL=/Portal/verificaDocumentos/docu-
xarifado pode ser tornar uma sala de reuniões em um futuro mento.as p>, Acesso em 03 de março de 2017.
próximo. Os usuários do prédio com o sistema de antenas dis-
BRW Tecnologia. Artigos Científicos – Edifícios Inteligentes. Dis-
tribuidas não são reféns de alguma operadora neste espaço, ponível em: <http://www.brw.com.br/br/artigo_02.html>. Acesso em
já que as antenas têm como função transmitir os sinais com a 21 de fevereiro de 2017.
mesma propriedade.
BRITO, Johnny. Business Case – Solução DAS. Disponível em:
O sistema de antenas distríbuidas é uma solução eficaz,
e que em curto prazo será implantada em diversas situações. < http://www.comba-telecom.com.br/solucoes/pdf/das-br-pt-2014-07.
É importante destacar que trata-se de uma solução que utiliza pdf>. Acesso em 04 de março de 2017.
conceitos existentes no setor de comunicação móvel. GRAUER GROUP, DAS, Disponível em:
Com a popularização da tecnologia IoT (Internet of Things <http://www.grauer.com.br/DAS.php>. Acesso em 07 de julho de
- Internet das Coisas) o ambiente com o sistema de antenas 2017.
distribuidas está preparado para suportar esta solução, pois
LEE, William C.Y. Mobile Communications Design Fundamentals.
oferece conectividade à Internet sem fio no espaço abordado.
New York: John Wiley & Sons, 1991.
Entretanto a tecnologia ideal para aplicações IoT é a tecnologia

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LEE, William C.Y. Mobile Cellular Telecomunications. New York:


McGraw-Hill Book, 1992.
MACARIO, R. Modern Personal Radio Systems. The Institution of
Eletrical Engineers, London, 1991.
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wesleyiss@hotmail.com
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MARTINS, Vergílio Antonio. Tutorial ERB, 2009. Disponível em:
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agosto de 2016. Após a revolução industrial, o impacto da atividade huma-
na sobre o meio ambiente, acompanhado do desenvolvimento
TELECO, Qualidade Celular – Reclamações, 2017, Disponível em:
econômico, tornou-se expressivo.
<http://www.teleco.com.br/qsmc_reclamacoes.asp>. Acesso em 03 O crescimento populacional implicou em aumento e con-
de março de 2017.
sumo, originando problemas ambientais cuja solução tornou-se
YACOUB, M.D. Foundations of Mobile Radio Engineering, 2. Ed. o grande desafio deste inicio de século para pesquisadores,
C. 3, pp. 156- 181. CRC Press, 1993. ambientalistas, governos, organizações não governamentais e
comunidades do mundo inteiro.

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Tornou-se essencial a conquista da qualidade de vida sem nagerial and behavioral character, that aim to reduce energy
o comprometimento da integridade do planeta, ou seja, são consumption, and the main one to reduce costs.
necessárias atitudes sustentáveis. What will be addressed in the work is a case study and
Um programa de conservação e uso racional de energia application of an experimental prototype with existing technolo-
consiste em uma série de ações e medidas de caráter técnico, gies. The advantages, disadvantages and the result of using this
gerencial e comportamental, que visam diminuir o consumo de type of technology, aiming at saving energy comfort and safety.
energia, e o principal reduzirem custos. Key words: Arduino, Switch, Economy, USB, ATMEGA.
O que será abordado no trabalho é um estudo de caso e
aplicação de um protótipo em nível experimental com tecnolo- 1. Introdução
gias existentes. As vantagens, desvantagens e o resultado de
Sempre há necessidade de automação dos diversos processos
se usar este tipo de tecnologia, visando economia de energia,
seja no meio comercial ou residencial. Praticamente em todos os
conforto e segurança são apresentadas.
dispositivos eletro-eletrônicos existe algo a ser aferido ou controlado,
Palavras-chave: Arduíno, Interruptor, Economia, USB,
para que uma determinada ação seja executada, como o controle
ATMEGA.
da temperatura do ambiente, ou o acionamento de uma carga o
Abstract controle de grandezas físicas que necessitam serem medidas.
Inevitavelmente, temos algo sendo controlado na maioria
After the industrial revolution, the impact of human ac- desses processos, como um controle de luminosidade que atua
tivity on the environment, accompanied by economic develop- ao detectar uma pessoa.
ment, became expressive. Todos esses processos requerem controladores de alta
Population growth has led to an increase in consump- confiança e alto custo? Não, em várias ocasiões podemos aplicar
tion, leading to environmental problems whose solution soluções de baixo custo, ao utilizarmos dispositivos microcon-
has become the great challenge of the beginning of this trolados.
century for researchers, environmentalists, governments, O Arduíno proporciona o desenvolvimento rápido de so-
non- governmental organizations and communities around luções que podem ser facilmente embarcadas e aplicadas em
the world. processos simples ou complexos.
It has become essential to achieve quality of life without Este dispositivo pode ser amplamente utilizado em solu-
compromising the integrity of the planet, that is, sustainable ções de pequeno porte? Sim, como pequenas empresas, escri-
attitudes are needed. tórios, comércio, além de ser uma excelente solução para as
A program of conservation and rational use of energy aplicações de automação e instrumentação residencial.
consists of a series of actions and measures of a technical, ma-

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No mercado existem inúmeras soluções prontas, como Quanto maior o desperdício de energia, mais você e o meio
sensores de presenças que ao detectarem movimento e calor ambiente pagam por ela. Ao usar a energia elétrica de maneira
corporal acionam as cargas, porém ele é temporizado e desliga correta, você economiza na conta de luz e ainda ajuda o país
assim que não detecta o movimento, para áreas de circulação a preservar as reservas ecológicas e conseqüentemente a vida
é um ótimo equipamento, mas para áreas como ambientes fe- do planeta. A iluminação representa de 15% a 25% do valor da
chados de trabalho não funcionam, seu uso é indicado apenas sua conta de energia (http://www.cpfl.com.br).
para áreas de circulação como corredores de acesso. Uma operadora de telefonia X está buscando uma ma-
Já o protótipo que será apresentado é funcional para am- neira de diminuir os custos de operação, já tomaram algumas
bientes de trabalho, como sala de aula, banheiro e outros, pois medidas realizando desligamentos programados, e até mesmo
ele detecta e faz um controle contabilizando a quantidade de remanejando os operadores para outras seções para centrali-
pessoas que entram e saem destes ambientes, ligando e des- zar a quantidade de pessoas em um só ambiente de trabalho
ligando essas cargas de acordo com sua demanda, gerando e desligar outros.
economia de energia no ambiente a ser implantado, que será A implantação de energia solar acaba se tornando um alto
mostrado mais adiante no decorrer do trabalho. custo para determinadas edificações, automatizar a edificação
com sistemas proprietários esta fora de questão, pois, a em-
2. Problematização presa esta buscando como diminuir custos sem ter de gastar
O uso de dispositivos microcontroladores como o Arduí- muito, e com retorno em longo prazo.
no já é bastante difundido seja como passatempo ou mesmo Então o uso de sistemas que usam microcontroladores
aplicação profissional. como o Arduíno se torna relativamente uma ótima solução para
A ideia do projeto é diminuir custos de consumo de ener- diversos projetos de automação, como ligar e desligar a ilumi-
gia elétrica, nos dias atuais praticamente encontram-se dis- nação pela quantidade de pessoas do local, pois a demanda de
positivos e exemplos de sistemas que foram automatizados colaboradores da edificação é bastante mista e em horários
ou que precisam de automatização para ganhar padronização, diferenciados, então ligando os equipamentos de ar condicio-
organização e melhoria no seu desempenho. nado e iluminação de segunda a domingo das 05h30min às
A busca por implantar inteligência em equipamentos para 23h30min, um temporizador automático de controle de carga
reduzir custos, como por exemplo, uma sala onde todas as lâm- resolveria essa questão, mas havendo ou não havendo mais
padas são esquecidas ligadas geram um custo maior na conta colaboradores o sistema desligaria do mesmo jeito, mas o que
de energia, um ar condicionado ligado ou um laboratório de acontece no decorrer da semana é que esses ambientes ficam
informática com todos os computadores ligados sem uso se vazios, com isso havendo um consumo maior e o desperdício
torna um desperdício de energia elétrica para uma edificação. de energia.

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3. Desenvolvimento do protótipo. Um sistema microcontrolado na maioria das vezes baseia-


A idéia do trabalho veio após verificar a quantidade de -se em um projeto para cada aplicação, a qual depende também
lâmpadas ligadas e sem nenhuma pessoa ocupando o ambiente de um projeto eletrônico específico para que as entradas e saí-
de trabalho, e porque não automatizar essa iluminação não com das sejam conectadas ao microcontrolador.
um sensor de presença, mas sim com um sensor inteligente O Arduíno é um dispositivo microcontrolado criado em 2005
que identifica quantas pessoas existem nesse local, acionando na Itália, compõe de um protótipo de hardware e software, de fonte
e desligando essa iluminação. aberta (Open source) o que significa que pode-se criar projetos,
O protótipo basicamente será composto por quatro ele- sem precisar pagar direitos autorais aos criadores, sendo possível
mentos: sensores, Arduíno, atuador e processo. obter informações e detalhes gratuitamente na internet ou em
livros com pessoas que fornecem projetos criados (JUNIOR, 2015).
Ø Os sensores são dispositivos responsáveis por monito-
rar grandezas físicas e convertê-las em um sinal pro- Figura 1 – Arduino UNO.
porcional a grandeza monitorada, como a temperatura,
tensão, corrente, volume.
Ø Os controladores, por sua vez, são os elementos res-
ponsáveis pelo controle do processo, recebem um sinal
eletrônico intermediário e é um equipamento progra-
mável capaz de realizar diversos tipos de algoritmos e
lógicas matemáticas.
Ø Atuador é um dispositivo com a função de produzir
movimento, recebe comandos manuais ou automáticos
do controlador, modificam o ambiente com ações. O
relé funciona como um atuador, pois é acionado pelo
microcontrolador.
Ø Processo é o sistema a ser controlado ou automati- Fonte: McRoberts (2011).
zado.
O Arduíno UNO é a versão mais disseminada, por contar
O microcontrolador é um circuito integrado incorpora- com um microcontrolador de entrada, ter bons recursos e um
do em um chip, composto por processador, entradas, saídas número de interfaces suficientes para muitos projetos simples.
e memória como mostra a figura 1, um Arduino UNO e seus Existem outros com mais funcionalidades e mais potentes,
principais componentes. porém não será abordado neste trabalho.

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O Arduíno UNO e uma placa baseada no microcontrolador O arquivo em que é programado a linguagem C/C++ é
ATMEGA 328, a qual possui 14 pinos de entrada/saída digital, conhecido como sketch (McRoberts, pág. 29, 2011).
seis entradas analógicas, um cristal oscilador clock de 16MHz.
Figura 2 – IDE do Arduíno.
Internamente, ele possui um oscilador de 32KHz que pode
ser usado, por exemplo, em situações de baixo consumo.
Possui uma conexão USB utilizada como porta serial, ou
também pode ser utilizada para alimentar o circuito eletrônico.
A alimentação, quando não realizada pela USB, é feita por uma
fonte externa, preferencialmente entre 7 e 12 volts contínua (DC).
Uma das grandes vantagens deste dispositivo é o modo de
programação, realizada pelo próprio microcontrolador auxiliar
que faz a interface com o computador através da serial USB.
Os requisitos básicos necessários para um primeiro con-
tato com o Arduíno são: um computador com a ferramenta de
programação instalada, uma placa Arduíno e um cabo USB.
Fonte: McRoberts, (2011).
A ferramenta de programação a ser instalada é gratuita
e está disponível no endereço eletrônico do Arduíno (http:// Os sensores ultrassónicos são aqueles que permitem uma
arduino.cc/en/Main/Software). forma de medida que não invade o meio, sendo utilizados em
Alternativamente, linguagens de alto nível, como a lin- campo de controle de processos ou na eletro-medicina. A figura
guagem C/C++, propiciam que diversas funções já estejam 3 mostra o formato de um sensor ultrassónico HC-SR04.
pré-programadas na linguagem de máquina, de modo transpa-
Figura 3 – Sensor HC-SR04.
rente ao programador, facilitando e acelerando o processo de
desenvolvimento da programação, o que justifica claramente
sua utilização.
O software IDE do Arduíno aberto pela primeira vez como
mostra a figura 2, em primeira instância, é uma ferramenta de
edição de linguagem de alto nível (C/C++): mas em segunda
instância, é quem compila o código nessa linguagem e o con-
verte para Assembly, para que ele possa converter em código
binário e transferir o código para o Arduíno. Fonte: JUNIOR, 2015.

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Como principais benefícios, os sensores ultrassónicos O código fonte do projeto esta disponível em uma platafor-
eliminam o risco de contaminação dos elementos que são alvo ma chamada Github no seguinte endereço https://github.com/
da medida, também não interferem com o meio. Wesleytox/TCC/projects.
O sensor ultrassónico HC-SR04 funciona como um detec- O Github é um serviço web que oferece diversas funciona-
tor de objetos e permite medir distâncias mínimas de 2 centíme- lidades extras aplicadas ao Git que é um sistema de controle de
tros, podendo chegar a distância máxima de 450 centímetros versão de arquivos. Através dele pode-se desenvolver projetos
com uma precisão de 3 milímetros. nas quais diversas pessoas podem contribuir simultaneamente
Para a ativação, necessitam de um gatilho (trigger) de pelo no mesmo, editando e criando novos arquivos e permitindo
menos 10 microssegundos de nível alto e enviam 8 pulsos de que os mesmos possam existir sem o risco de suas alterações
40KHz é automaticamente detecta se houve retorno de algum serem sobrescritas, resumindo, você poderá usar gratuitamente
pulso. Se houver um sinal de retorno a partir dos disparos, o o Github para hospedar seus projetos pessoais.
nível de saída e modificado (Junior, 2015). Além disso, quase todos os projetos/frameworks/biblio-
Os Shields são placas de circuito impresso que utiliza a tecas sobre desenvolvimento open source estão no Github, e
padronização geométrica e de pinos para alimentar e se comu- você pode acompanhá-los através de novas versões, contribuir
nicar com os periféricos adicionados, aumentando as funcio- informando falhas ou até mesmo enviando códigos e correções.
nalidades disponíveis.
O Shield relé apresentado na figura 4 possibilita o controle 4. Economia com o interruptor inteligente.
de até4 relés, porém são várias as possibilidades no comércio, De acordo com a proposta do projeto, o local foi monitora-
desde placas de expansão com apenas um relé, quanto a placas do por uma semana e foi constatado que o sistema conseguirá
com até 8 relés, que são encontradas facilmente. reduzir os custos com energia em média de 3 horas por dia por
Figura 4 – Shield de relés. ambiente levando em consideração que são 7 dias por semana.
No local contém 120 luminárias de 2x40watts de potência
totalizando 9.600watt/hora de potência total, convertendo isso
em KW/hora com a equação (1):

P(kWh) = P(W)× t(hr.) / 1000 (1)

Então:

9,6(kWh) = 9.600(W)×1(hr.) / 1000


Fonte: JUNIOR, 2015.

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Um consumidor trifásico A1 de acordo com a tabela Cel- A foto da entrada do ambiente é mostrada na figura 5, no
g-Go 2016 disponível em: https://www.celg.com.br/arquivos/ qual há apenas uma porta e a saída de emergência e a foto da
paginas/institucional/tarifa_2016.pdf paga em média R$0,64 parte interna do ambiente conforme mostra a figura 6.
de demanda, isso faz com que o consumo total seja de 9.6KW/
Figura 5 – Foto da entrada do ambiente.
hora X 19 que é o total horas de funcionamento X 30 dias X
R$ 0,64 totalizando R$3.502,08/mês, como são 7 ambientes
R$ 24.514,56/mês total.
Já com o protótipo instalado a conta fica assim: 9,6KW/
hora X 3 horas de economia X 30 dias X R$ 0,64 totalizando
R$ 552,96 X 7 ambiente R$ 3.870,72. A economia ainda seria
maior com melhorias futuras no projeto, e instalação de maior
quantidade de placas separando também os ambientes, pois
os locais são divididos, porém existe somente uma entrada, no
qual será instalado o protótipo e algumas ficam vazias por muito
mais tempo que outras. A tabela 2 mostra o resumo dos cálcu-
los. A tabela 1 ilustra esses cálculos mostrando a economia.
O consumo do protótipo é muito baixo ficando na faixa
de centavos durante o mês o cálculo fica assim: 5V X 0,180A Figura 6 – Parte interna do ambiente.
= 0,9 Wh. Esses 0,9Wh X 24 horas X 30 dias = 648 W/mês,
convertendo para kWh, 648/1000 = 0, 648 kWh X R$ 0,64
totalizando R$ 0,41 kWh/mês.

Tabela 1 – Comparativo dos gastos de energia e a economia


proporcionada.

Sem o protótipo Com o protótipo Economia


Consumo diário (Kwh) 9,6 9,6 --
Custo (R$) 0,64 0,64 --
Consumo (h) 19 16 3
Custo por local (R$) 3.502,08 2.949,12 552,96
Custo Mensal (R$) 24.514,56 20.643,84 3.870,72

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Para fins de análise da viabilidade econômica do projeto, Figura 8 – Foto do protótipo usado como teste.
foi feito o levantamento dos preços dos componentes do pro-
tótipo, que foram:

Ø Kit Arduíno UNO R$ 30,00.


Ø Sensor ultrassónico HC-SR04 R$ 12,00.
Ø Shield de reles R$ 16,00.
Ø Pront-on-board 840 pinos R$ 18,00.
Ø Outros insumos led´s, cabos e resistores R$ 10,00.
Ø Total R$ 86,00.
Ø Data de compra Março de 2017, local https://www.
mercadolivre.com.br

Considerando o sistema ser um protótipo funcional, ele


é um sistema muito barato se comparado com os sistemas de
automação proprietários já difundidos no mercado, é susten-
tável e simples de se entender e programar.
Como ficou evidente pelos custos apresentados, ele au-
tomaticamente se pagará no primeiro mês de uso, pois as 7
placas sairão no total, de R$602,00, seus custos se elevariam
um pouco se fossem projetadas placas de circuito impresso, e 5. Conclusões
um hardware mais robusto, mas a proposta é criar um protótipo Em relação ao projeto a redução de consumo energéti-
para testes e não um produto final. ca alcançada é em de torno 28,8 kW/dia x 30 dias 864KW/
O projeto é bem simples não envolve nada complexo, em mês por ambiente, ou 6.048MW/mês dos 7 ambientes, isso
caso de defeito os interruptores funcionam normalmente, pode em valores reais são R$ 3.870,42, diminuindo valor da conta
ser melhorado em alguns aspectos como monitoramento via de R$ 24.514,80 para R$ 20.644,38 ou a redução de 15,79%
rede IP em tempo real, e um relógio tempo real, mas isso será de consumo.
tratado em uma próxima pesquisa porque devem ser levadas O consumo do protótipo: 5V X 0,180A = 0,9 Wh esses 0,9
outras questões como segurança das redes de comunicações, X 24 horas X 30 dias = 648 W mês, convertendo 648/1000 =
custos e confiabilidade, a figura 8 mostra a foto do protótipo. 0,648 kW X R$ 0,64 totalizando R$ 0,41 kWh/mês X 7 = R$
2,87.

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Há uma maior facilidade de se implementar um protótipo com pequenas e grandes automações residenciais o Arduíno
nesta escala na edificação, pelo fato das instalações elétricas é um ótimo microcontrolador, porém ele também tem suas li-
serem bem antigas para se instalar outros tipos de projetos de mitações de Hardware sendo necessários para projetos mais
automação, elevariam muitos os custos de implantação, dife- complexos outros tipos de microcontroladores.
rente do protótipo que já foi pensado especificamente para a
edificação. 6. Referências Bibliográficas
Desde que o Arduíno Project teve inicio em 2005, mais LUIZ ESTEVAM JUNIOR, Sergio; ADAMSHUK SILVA, Rodrigo.
de 150.000 placas Arduíno foram vendidas em todo o mundo. Automação e instrumentação industrial com arduíno: teoria e
O número de placas-clone não oficiais sem dúvida supera o de projetos. São Paulo: Erica, 2015.
placas oficiais, assim, e provável que mais de 500 mil placas McRoberts, Michael. Arduíno Básico. São Paulo: Novatech, 2011.
Arduíno e suas variantes tenham sido vendidas. Sua populari-
Utilização inteligente de energia elétrica e equipamentos eficientes.
dade não para de crescer, e cada vez mais pessoas percebem
Disponível em: http://www.cpfl.com.br/energias-sustentaveis/eficien-
o incrível potencial desse maravilhoso projeto de fonte aberta
cia-energetica/uso-consciente/dicas-de- consumo/Paginas/default.
para criar projetos interessantes de forma rápida e facilmente,
aspx
com uma curva de aprendizagem relativamente pequena.
A maior vantagem do Arduíno sobre outras plataformas Tabelas de tarifas Celg 2016 disponível em: https://www.celg.com.
de desenvolvimento e outros microcontroladores é a facilidade br/arquivos/paginas/institucional/tarifa_2016.pdf
de sua utilização; pessoas que não são da área técnica podem, Código fonte do projeto disponível em: https://github.com/Wesleytox/
rapidamente, aprender o básico e criar seus próprios projetos TCC/projects
em um intervalo de tempo relativamente curto. Artistas, mais
especificamente, parecem considerá-lo a forma perfeita de criar 6. Anexo (código fonte)
obras de arte interativas rapidamente, e sem conhecimento
// --- Mapeamento de Hardware ---
especializado em eletrônica.
Há uma grande comunidade de pessoas utilizando Arduí- #define lamp 13 //Controle da lâmpada no pino digital 13
no, compartilhando seus códigos e diagramas de circuito para #define trig19 //Pino d9 do Arduino será a saída de trigger do sensor
que outros os copiem e modifiquem. A maioria dessa comuni- 1 #define echo18 //Pino d8 do Arduino será a entrada de echo do
dade também esta muito disposta a auxiliar outros desenvol- sensor 1 #define trig2 7 //Pino d7 do Arduino será a saída de trigger
vedores. do sensor 2 #define echo2 6//Pino d6 do Arduino será a entrada de
Então para quem busca um meio de criar projetos susten- echo do sensor 2 #define LED1 5//LED para monitorar sensor 1
táveis e econômicos, integrando inteligência e sustentabilidade ligado no pino d5

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#define LED2 4//LED para monitorar sensor 2 ligado no pino d4 digitalWrite(LED2, LOW); //Desliga LED2 flag1 = 0x00; //Limpa flag1
// --- Definição de Constantes --- flag2 = 0x00; //Limpa flag2 Serial.begin(9600)} //end setup
#define door 6 //Largura determinada para a porta em centímetros // --- Loop Infinito --- void loop() {
// --- Protótipo das Funções Auxiliares --- readSensor(); //Chama Função para ler sensores testSensor(); //Cha-
ma Função para testar sensores
Void trigPulse(); //Função que gera o pulso de trigger
if(counter == 0x00) digitalWrite(lamp, LOW); //Se counter igual a
Void readSensor(); //Função para leitura dos sensores uiltrassônicos
zero, mantém lâmpada desligada elsedigitalWrite(lamp, HIGH);
Void testSensor(); //Função para teste dos sensores
//Senão, mantém lâmpada ligadas
// --- Variáveis Globais ---
} //end loop
float pulse1; //Armazena o tempo de duração do echo do sensor 1
// --- Desenvolvimento das Funções Auxiliares --- voidreadSensor()
float dist_cm1; //Armazena o valor da distância em centímetros //Leitura dos sensores de ultrassom
do sensor 1 float pulse2; //Armazena o tempo de duração do echo
{
do sensor 2
// -- Lê Sensor 1 (Sensor de porta externo) --
float dist_cm2; //Armazena o valor da distância em centímetros do
sensor 2 int counter = 0x00; //Armazena o número de pessoas que trigPulse(); //Aciona o trigger do módulo ultrassônico
entraram pela porta boolean flag1, flag2; //Flags auxiliares
pulse1 = pulseIn(echo1, HIGH); //Mede o tempo em que o pino de
// --- Configurações Iniciais --- void setup() echo fica em nível alto dist_cm1 = pulse1/58.82; //Valor da dis-
tância em centímetros
{
delay(60); //Aguarda 60ms (tempo sugerido no datasheet do HC-
pinMode(lamp, OUTPUT); //Saída para controle da lâmpada pinMo-
-SR04
de(trig1, OUTPUT); //Pino de trigger1 será saída digital pinMode(e-
cho1, INPUT); //Pino de echo1 será entrada digital pinMode(trig2, // -- Lê Sensor 2 (Sensor de porta interno) --
OUTPUT); //Pino de trigger2 será saída digital pinMode(echo2,
trigPulse(); //Aciona o trigger do módulo ultrassônico
INPUT); //Pino de echo2 será entrada digital pinMode(LED1, OU-
TPUT); //Saída para LED1 pulse2 = pulseIn(echo2, HIGH); //Mede o tempo em que o pino de
echo fica em nível alto dist_cm2 = pulse2/58.82; //Valor da dis-
pinMode(LED2, OUTPUT); //Saída para LED2 digitalWrite(trig1,
tância em centímetros
LOW); //Saída trigger 1 inicia em nível baixo digitalWrite(trig2, LOW);
//Saída trigger 2 inicia em nível baixo digitalWrite(LED1, LOW); // delay(60); //Aguarda 60ms (tempo sugerido no datasheet do HC-SR04
Desliga LED1 } //endreadSensor

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voidtestSensor() //Função para teste dos sensores {


{ readSensor(); //Lê sensores
if(dist_cm1 <door) //Distânca externa lida é menor que a largura if(dist_cm1 <door) //Distância externa lida é menor que a largura
da porta? da porta?
{ //Sim... { //Sim...
digitalWrite(LED1, HIGH); //Liga LED1 digitalWrite(LED2, LOW); counter--; //Decrementa contador de pessoas flag2 = 0x00;
//Desliga LED2 flag1 = 0x01; //seta flag1 //Limpa a flag2 para sair do loop Serial.println(counter);
while(flag1) //Loop finito } //end if
{ } //end while
readSensor(); //Lê sensores while(dist_cm1 <door) readSensor(); //Segura o código até que a
porta esteja liberada
if(dist_cm2 <door) //Distância interna lida é menor que a largura
da porta? } //end if1
{ //Sim... digitalWrite(LED1, LOW); //Desliga LED1 digitalWrite(LED2, LOW);
//Desliga LED2
counter++; //Incrementa contador de pessoas flag1 = 0x00;
//Limpa a flag1 para sair do loop Serial.println(counter); } //endtestSensor
} //end if voidtrigPulse() //Função para gerar pulso de trigger para os sensores
} //end while {
while(dist_cm2 <door) readSensor(); //Segura o código até que a digitalWrite(trig1, HIGH); //Pulso de trigger em nível alto digital-
porta esteja liberada Write(trig2, HIGH); //Pulso de trigger em nível alto delayMicrose-
conds(10); //duração de 10 micro segundos digitalWrite(-
} //end if1
trig1, LOW); //Pulso de trigger em nível baixo digitalWrite(trig2,
if(dist_cm2 <door) //Distânca interna lida é menor que a largura LOW); //Pulso de trigger em nível baixo
da porta?
} //end trig Pulse
{ //Sim... digitalWrite(LED1, LOW); //Desliga LED1 digitalWri-
/*
te(LED2, HIGH); //Liga LED2 flag2 = 0x01; //seta flag2
Cálculo utilizado para o Sensor de Ultrassom Velocidade do Som:
while(flag2) //Loop finito
340m/s =34000cm/s Regra de 3 simples: 100000 us - 17000 cm/s

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x us - 1cm
1E6
x = -----
17E3*/
FECHADURA BASEADA EM LEITURA
BIOMÉTRICA VIA DISPOSITIVOS
MÓVEIS COM ANDROID

Hudson Henrique de Souza Lopes,


Prof. Dr. Marco Aurelio Campos Paiva
marco.paiva@ifg.edu.br.

Resumo-- Visando garantir o controle de acesso e a se-


gurança da propriedade privada, este artigo tem como objetivo
apresentar o desenvolvimento de um sistema que acione uma fe-
chadura eletrônica através da autenticação por leitura biométrica
via dispositivos móveis, visto que, as fechaduras convencionais
possuem falhas por não identificarem os usuários que as utilizam.
Nas seções do artigo são tratadas questões relativas à construção
do circuito de ativação, ao desenvolvimento do aplicativo Android
que fará a autenticação da impressão digital, o gerenciamento e o
controle de acesso das fechaduras por um usuário administrador.
O processamento da autenticação é realizado no smartphone que
possua sensores de leituras biométricas e que se comunica com
um circuito de ativação através de Bluetooth.
Palavras chaves--. Controle de acesso, Biometria, Dis-
positivo móvel.

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Abstract-- In order to guarantee the access control and the sociedade, pois não depende de energia elétrica, simples e rá-
security of private property, this article aims to present the de- pido a sua utilização, porém, o conceito é baseado na ideia de
velopment of a system that activates an electronic lock through que o portador da chave está autorizado a entrar, sem tentar
authentication by biometric reading via mobile devices, since, identificar quem é o portador da chave, o que pode gerar pro-
conventional locks have failures for not identifying the users blemas, por exemplo, caso a chave seja roubada ou perdida [1].
who use them. In the sections of the article are discussed issues Outro modelo de fechadura são as fechaduras inteligentes,
regarding the construction of the activation circuit, the develo- diferentemente das convencionais seu acionamento pode ser
pment of the Android application that will perform fingerprint realizado através de sistemas computacionais. Essa classe de
authentication, management and access control of locks by an fechadura permite que vários tipos de chaves sejam utilizados,
administrator user. Authentication processing is performed on tais como: cartões magnéticos, senhas ou biometria.
the smartphone that has biometric readout sensors and commu- Dentre as técnicas de identificação biométricas, a leitura
nicates with an activation circuit via Bluetooth. de impressão digital é a mais estudada, sendo empregada na
Keywords--. Access control, Biometrics, Mobile device. área de segurança desde o século XIX. As impressões digitais
são únicas para cada indivíduo e consideradas segundo Pinhei-
I. Introdução ro (2008), o tipo biométrico mais seguro para determinar a
identidade depois do teste de DNA [2].
Os crescentes índices de roubo de imóveis intensificam
Neste método é realizado um escaneamento do dedo para
a busca das pessoas por privacidade, proteção e integrida-
capturar, com legibilidade, de detalhes chamados de minúcias,
de da sua propriedade, diante dessa realidade surge a ideia
tais como terminações, bifurcações de sulcos, arcos e voltas
de realizar segurança a partir do controle de acesso, sendo
que se apresentam no dedo.
sua principal função garantir um ambiente seguro e livre de
O conceito de fechaduras inteligentes ainda está relaciona-
acessos não autorizados. Nesse trabalho é demonstrada uma
do à sua capacidade de tomada de decisão, ou seja, tem o poder
proposta para a segurança de acessos a locais físicos utilizan-
de autorizar a entrada baseado em alguma lógica programada
do sistemas computacionais que hoje é amplamente aplicada
e realizar outras tarefas a partir da abertura da porta [2].
no cotidiano.
Este trabalho tem como objetivo desenvolver um sistema
Uma solução convencional para o controle de acesso são
para acionamento de fechaduras eletrônicas ativadas através
as fechaduras mecânicas que impendem mecanicamente o seu
da leitura de impressão digital, sendo composto de hardware
movimento, o trancamento por uma fechadura convencional
embarcado que fará a simulação da abertura de uma fechadu-
limita o acesso aos locais físicos ao portador de uma chave
ra, um aplicativo para dispositivos móveis portador de sistema
específica, a utilização de chaves ainda é bastante aceito pela
operacional Android.

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O hardware controla o estado da fechadura eletrônica, leitura e autenticação de impressões digitais no Android. Na
cujo comando de ativação é enviado através de sinal de rá- seção III, são mostrados os matérias e métodos utilizados no
dio segundo padrão Bluetooth que tem suas características projeto. Na seção IV, é apresentada a arquitetura do sistema
padrão descrita no Apêndice B. Por sua vez, a aplicação para proposto integrando o aplicativo (app) Android com o Ardui-
smartphones Android tem como tarefa realizar a captura da no via Bluetooth. Na seção V, são apresentados os resultados
impressão digital do usuário, executar o reconhecimento do das simulações. Finalmente, na seção VI, são apresentadas as
padrão cadastrado e se comunicar com o circuito da fechadura principais conclusões, bem como possíveis trabalhos futuros
informando o resultado da identificação que resultará ou não a serem desenvolvidos.
na autorização ao portador do aparelho.
Atualmente, os desbloqueios biométricos quantificam seu I. Leitura Biométrica no Android
desempenho com duas métricas de Machine Learning- Aprendi- O sistema operacional Android é um kernel Linux perso-
zagem de Máquina: Taxa de aceitação falsa – False Acceptance nalizado, a parte instalável pelo usuário são os aplicativos que
Rate (FAR) que avalia com que frequência um determinado são desenvolvidos geralmente na linguagem de programação
sistema reconhece como legítimo um usuário falso, e a Taxa de Java, esses aplicativos interagem com a estrutura do Android
rejeição falsa – False Reject Rate (FRR) mede a frequência com chamando os “serviços do sistema”.
que classifica a biometria do usuário legítimo como incorreta. Os aplicativos não podem executar qualquer operação
Além dessas medidas, em [3] os engenheiros de segu- sensível diretamente, eles têm que enviar um pedido para um
rança do Android propõem novas métricas: Taxa de Aceitação serviço de sistema em execução, que verifica se o aplicativo tem
de Imparidade (SAR) e Taxa de Aceitação de Impostor (IAR). a permissão necessária para executar a operação solicitada.
Como os nomes sugerem, essas métricas medem a facilidade A partir do Android 6, permissões classificadas como pe-
com que um invasor pode ignorar um esquema de autenticação rigosas precisam ser especificamente aprovado pelo usuário.
biométrica. Outras permissões são automaticamente concedida a qualquer
Para categorizar os mecanismos de autenticação biomé- aplicativo que os exija, mas mesmo assim o desenvolvedor da
trica como fortes ou fracos é considerado uma porcentagem aplicação precisa solicitá-la em seu arquivo de manifest.xml no
de 7% em conforme os dados amostrados, menos de 7% são código fonte. A permissão USE_FINGERPRINT concede ao
fortes, e qualquer coisa acima de 7% é fraca. À medida que os usuário a capacidade de usar o sensor de leitor de impressões
sensores biométricos e os métodos de classificação melhoram, digitais.
esse limite pode ser potencialmente diminuído no futuro. Um TEE é um ambiente isolado projetado para executar
No desenvolvimento do que é proposto, apresenta-se código com mais isolamento do que o fornecido por padrão
a seguinte ordem: Na seção II, discorre sobre o processo de pelo sistema operacional, uma instância do TEE chamado de

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TrustZone é um Kernel confiável em conjunto de aplicações que a chave gerada é utilizável somente após um usuário legítimo
confiáveis são executadas no modo seguro e isoladas. Dois ter tocado o sensor do leitor de impressões digitais [8].
serviços oferecidos pelas aplicações confiáveis são relevantes Chamando o método de autenticação, um aplicativo ativa
para a autenticação por impressões digitais, que é o foco deste a impressão digital e o sensor de leitura. Dois parâmetros desse
trabalho: método são importantes: a chave criptográfica que é desblo-
queada se um usuário legítimo tocar o sensor e uma lista de
· Keymaster: Permite criar chaves criptográficas e ar-
funções de retorno chamadas após o sensor ser tocado. o méto-
mazena-las dentro de um local seguro e usá-las para
do onAuthenticationSucceeded é chamado quando um usuário
criptografar, descriptografar e verificar os dados pro-
legítimo toca o sensor, enquanto outras funções de retorno de
venientes do mundo não confiável.
chamada são chamados em caso de condições de erro.
· Fingerprintd: Lida com o armazenamento de dados de
impressões digitais adquiridos do sensor e verifica se I. Materiais e Métodos
quando o dedo tocar o sensor corresponde a qualquer
impressão digital previamente registrada. A metodologia aqui empregada tem como base um estu-
do teórico e experimental. Na parte teórica foi realizada uma
Em particular, em vez de apenas reconhecer que o usuá- análise bibliográfica em obras nacionais e internacionais e pes-
rio legítimo tocou o sensor de impressão digital, um aplicativo quisas detalhadas do que já foi desenvolvido acerca do projeto
deve usar essa leitura de impressão digital para desbloquear proposto. Na composição da parte experimental o projeto foi
uma chave criptográfica protegida pelo TEE. Em outras pala- dividido em três partes.
vras, utilizando tanto o keymaster quanto a impressão digital A primeira parte consistiu em fazer um estudo sobre as
da TrustZone, esse método pode garantir que até mesmo um principais Interfaces de Programação de Aplicativos (API) do
invasor com privilégio de root não possa usar a chave cripto- Android para realização da leitura biométrica e comunicação
gráfica sem a impressão digital certa. via Bluetooth, foi realizado o desenvolvimento do aplicativo
Um aplicativo pode gerar uma chave criptográfica ou um utilizando o framework AndroidStudio que ao compilar os có-
par de chaves pública ou privada usando o método de iniciali- digos fonte gera um arquivo „.apk‟ para instalação no Android.
zação da classe KeyGenerator. No software desenvolvido além da interface de leitura e comu-
Os desenvolvedores devem especificar as propriedades da nicação, também foi criada uma interface com acesso restrito
chave gerada. Entre os vários aspectos que um desenvolvedor pode para ativar, desativar, gerenciar as fechaduras cadastradas e
controlar sobre um chave gerada, a mais importante neste contexto visualizar os registros de log de acesso.
é chamando método setUserAuthenticationRequired passando Na segunda parte foi realizada a programação da plata-
true para seu parâmetro obrigatório, fazendo isso pode-se garantir forma de hardware embarcada para realizar a comunicação

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via Bluetooth, o software consiste em receber as mensagens Os componentes utilizados para a montagem do circuito
enviadas pelo aplicativo e acionar o circuito de ativação. No foram:
software para Arduino foi utilizada a linguagem de programação
· Resistências de 220Ω;
C e uma IDE disponibilizada pela própria fabricante do Arduino
· Módulo Bluetooth HC-05;
que nos permite desenvolver e fazer o upload do aplicativo para
· Fios e conectores;
a memória do microcontrolador.
· Aparelhos com sensores de leitura biométrica e sistema
A terceira parte desenvolvida está relacionada ao circuito
operacional Android; Protoboard.
elétrico de ativação, foi realizado um esquemático utilizando uma
protoboard que é uma placa com orifícios e condutores. Para o
Figura 2. Esquemático do circuito utilizando o Arduino
desenho do circuito foi utilizado o software Proteus que permite o
Uno e Módulo Bluetooth HC-05
desenho e simulação de circuitos eletrônicos com o ambiente Isis.

II. DESENVOLVIMENTO DA ARQUITETURA DO SISTEMA


PROPOSTO
Um exemplo de estrutura bem próxima da adotada no
presente trabalho pode ser visto em [1]. Nesta publicação, os
autores criaram uma aplicação para dispositivos Android que
controla uma fechadura elétrica baseada em reconhecimento
facial. Porém neste modelo devem-se levar em consideração as
mudanças que o rosto sofre no decorrer do tempo.
A arquitetura proposta para o sistema é mostrada na Figura 2.

1. Os dados recebidos no circuito são enviados ao mi-


crocontrolador que tem a tomada de decisão sobre a
ativação da fechadura elétrica.
A. Circuito de Ativação
O sistema tem seu controle baseado na plataforma de
O Dispositivo HC-05 é o módulo utilizado neste projeto
hardware open source Arduino Uno revisão 3 que tem suas ca-
para conversão da porta serial para Bluetooth, como possui a
racterísticas padrão descrita no Apêndice A, a maneira padrão
flexibilidade de ser configurado como mestre ou como escra-
que os conectores e pinos são expostos, permite a interligação
vo, neste trabalho será adotado como um dispositivo mestre,
a outros módulos expansivos.

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podendo ser pareado como qualquer dispositivo que queira se B Software Embarcado na plataforma Arduino
comunicar com ele.
O software foi implementado para a plataforma Arduino,
A comunicação entre o módulo Bluetooth HC-05 e o Ar-
utilizando a linguagem de programação C++ uma linguagem
duino ocorre por transferência serial de dados, apesar de o
de mais baixo nível própria para comunicação com hardware,
Arduino possuir um canal de comunicação por hardware no
para transferência serial de dados foi realizado a implemen-
padrão UART nos pinos digitais 0 e 1, devido a alguns erros
tação por software através da biblioteca SoftwareSerial, para
estranhos que acontece ao utilizar esses pinos foi realizado a
simulação do acionamento da fechadura foi utilizado o led do
implementação por software utilizando outros pinos digitais,
próprio Arduino no pino 13, caso o led esteja acesso represen-
8 como Receptor (Rx) e 9 como Transmissor (Tx) através da
ta a fechadura aberta, e se o led estiver apagado representa a
biblioteca SoftwareSerial do Arduino.
fechadura fechada.
O pino Rx do dispositivo Bluetooth trabalha com uma ten-
Foi realizadas as configurações iniciais definindo os pinos
são de aproximadamente 3.3 V, como o pino digital do Arduino
de entrada e saída. Além dos pinos do Arduino, também foi uti-
fornece um sinal Transistor-Transistor Logic TTL de 5 V foi
lizado uma variável auxiliar de controle “flag” para representar
necessário realizar um divisor de tensão com as resistências
o estado da fechadura, aberto ou fechada.
de 220 Ω , foi colocado o primeiro resistor de 220 Ω e dois
O programa que é executado em laço infinito tem como
resistores pull down de 220 Ω em série resultando uma resis-
principal objetivo de identificar um sinal em um socket aberto
tência de 440 Ω, pela fórmula do divisor de tensão, a tensão de
que se comunica com o módulo Bluetooth. Executa em modo
saída é de aproximadamente 2,5 V. Os outros pinos do módulo
servidor aguardando que seja iniciada uma conexão, uma vez
de comunicação: Vcc, GND e TX (pinos 2, 3 e 4) são ligados
que a conexão é iniciada é armazenada a mensagem recebi-
diretamente ao processador. Os dois outros pinos restantes 1
da em um buffer, em seguida é verificado se o buffer é uma
e 6, não precisam ser conectados para este projeto, conforme
mensagem de ativação. A ativação ocorre colocando o pino 13
mostra a Figura 2.
do Arduino em nível alto e é enviada uma mensagem para o
Figura 1. Arquitetura de controle de fechadura para usuário informando que a porta está aberta.
dispositivos móveis usando Bluetooth Ao receber a mensagem de ativação e o pino esteja em
nível alto é informado para o usuário que a porta já está aberta
e caso for enviado outra solicitação a porta será fechada, colo-
cando o pino 13 em nível baixo.

C Comunicação Android via Bluetooth

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A comunicação deste sistema é baseada em uma rede ra consiste basicamente no módulo Bluetooth como servidor e
Wireless Personal Area Networks (WPAN) que são conduzi- o app como cliente, no desenvolvimento da aplicação foi imple-
das pelo Grupo de Trabalho do Institute of Electrical and Elec- mentado uma classe para gerenciar a conexão, e recebe como
tronics Engineers (IEEE) 802.15.1 [4], pois permite conectar parâmetro o endereço de Media Access Crontrol (MAC) que é
dispositivos diversos a computadores através de redes sem fio usado para criar uma conexão com o respectivo dispositivo ou
em curtas distâncias, segura e de baixo custo. consultar informações sobre ele.
O módulo utilizado neste projeto corresponde a um dis- É estabelecida uma conexão Bluetooth não seguro sem
positivo de classe 2 conforme mostra a Tabela 1, tendo seu senha de confirmação, dois dispositivos são considerados co-
alcance limitado a 10 metros, o que é muito interessante para nectados quando compartilham um objeto BluetoothSocket.
este trabalho, pois força o usuário estar próximo ao circuito de O sistema executa uma busca utilizando o protocolo de
ativação [5]. descoberta de serviço Service Discovery Protocol (SDP) no dis-
positivo remoto para coincidir o identificador universal exclusivo
Tabela 1. Potência e área de cobertura por classe
Universally Unique IDentifier (UUID) . Se o dispositivo remoto
Classe Potência máxima (mW) Potência máxima Área de cobertura
aceitar a conexão, ele irá compartilhar o seu canal Radio frequen-
(Dbm) estimada
cy communication (RFCOMM) que é um protocolo que permite
1 100 20 100 m
2 2.5 4 10 m
aplicações legadas operarem sobre os protocolos de transporte
3 1 0 1m Bluetooth emulando uma porta serial convencional [6].
Na transferência de dados bidirecional para que ocorra
Para utilização do Bluetooth no Android foram feitas al- a operação de envio de mensagem é utilizado o método con-
gumas configuração de permissões no código fonte, informan- nect.write(“L\n”.getBytes()) para que seja enviado um pedido
do que será utilizado o adaptador para iniciar as conexões e de acionamento da fechadura. A letra “L” concatenado com a
transferir os dados. string “\n” representa o dado a ser transmitido.
No Android a classe que representa o dispositivo Blue- Para leitura dos dados recebidos a thread entra em um
tooth local contém métodos que realizam ações fundamentais loop infinito na qual espera por algum dado vindo do outro lado
como criar socktes, e descoberta de dispositivos. Antes de ten- da conexão, a mensagem recebida é armazenada em um buffer
tar realizar a conexão é feito algumas validações para garantir e mostrada na tela do app.
que o aparelho suporte a funcionalidade Bluetooth e esteja em
pleno funcionamento. D Desenvolvimento do app Android
O módulo HC-05 e o sistema operacional Android fazem o
Inicialmente foram identificados os requisitos e funcio-
gerenciamento da pilha de comunicação Bluetooth, a arquitetu-
nalidades do software, os fluxogramas sequenciais têm com

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objetivo organizar os requisitos que possam ser executados de · O usuário registrou pelo menos uma impressão digital
forma simples pelo usuário. O sistema provê meios de geren- no dispositivo;
ciar os usuários, fechaduras e os acessos solicitados, a figura 3
O usuário protegeu sua tela de bloqueio, impressões digi-
mostra o fluxo sequencial que deverá ser seguido pelo usuário
tais só podem ser registradas quando o usuário tiver protegido
em geral e o administrador que possui um acesso restrito por
sua tela de bloqueio com um PIN, padrão ou senha, garantindo
senha.
que a tela de bloqueio esteja segura antes de prosseguir.
A popularização das aplicações de software (app) para
Se todas as condições forem atendidas, é criada uma ins-
dispositivos móveis tem mostrado um grande crescimento de
tância da classe que coordena o acesso ao hardware de impres-
soluções inteligentes voltados à segurança e controle de acesso.
são digital, da classe para bloquear e desbloquear o teclado, do
A complexidade no processo de desenvolvimento do envolve a
acesso ao armazenamento de chaves criptográficas do Android
experiência do criador, além das especificações do hardware
gerando uma chave secreta e simétrica especificando que a
e às plataformas que vão operar, o mercado vem apresentando
autenticação do usuário é necessária.
plataformas e essas vêm se aperfeiçoando diariamente.
O último passo foi criar a classe para começar a ouvir a
O app desenvolvido é considerado nativo, pois funciona
autenticação de impressão digital e obter uma resposta se o
exclusivamente em uma plataforma específica, isto é, a aplica-
usuário concluiu a ação com êxito ou não.
ção criada para sistema operacional Android não ira funcionar
A interface desse aplicativo possui três telas, na figu-
em aplicações para IOS.
ra 4 é mostrada a tela de início, onde é feito a escolha da
A aplicação tem como principal objetivo ser a interface
fechadura que está ativa e foi cadastrada pelo administra-
de interação com a fechadura, ele deve ser capaz de fazer todo
dor, após escolher a fechadura é feito a tentativa de conexão
o processo de leitura biométrica, para isso foram utilizadas as
Bluetooth pelo endereço MAC do dispositivo selecionado, a
bibliotecas disponíveis para versões do SDK 23 ou superior,
classe que realiza esta conexão executa em uma thread em
junto com o sistema de armazenamento de chaves.
segundo plano.
Antes de realizar a autenticação por impressão digital é
Após a conexão ter sido realizada com o dispositivo Blue-
verificado se o dispositivo tem o hardware, o software e as con-
tooth o programa fica disponível para realizar a leitura biomé-
figurações necessárias. Segue as validações realizadas:
trica pelo sensor do aparelho, ao colocar o dedo que foi cadas-
· O possui o hardware, o software e as configurações trado a impressão digital no sensor e a autenticação ocorra com
necessárias para oferecer suporte à impressão digital sucesso é apresentado à mensagem de retorno do Arduino na
autenticação; tela do dispositivo.
· O usuário concedeu ao seu aplicativo permissão para No menu superior direito contêm alguns botões, sendo
acessar o sensor de impressão digital; o primeiro para o acesso de administrador que ao ser clicado

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pedirá uma senha numérica e redirecionará para outra tela, o Figura 5. Painel com cadastro e gerenciamento de
outro é para sair do aplicativo. fechaduras
Este usuário administrador é um acesso que está cadas-
trado em uma tabela no banco de dados do aplicativo.
A figura 5 mostra a tela de acesso restrito, possui um
formulário para cadastro de fechaduras inserindo o nome e o
endereço MAC, além de um painel gerencial com as fechadu-
ras cadastradas com opção para ativar, desativar e excluir os
registros. Todos os registros estão armazenados no SQlite que
é um banco de dados voltado para aplicações nativas, por ser
simples e leve.
A terceira tela lista todas as tentativas de acesso realizado
com os log de acesso conforme mostrado na figura 6, esses Figura 6. Tela com o log de acesso das fechaduras
registros estão armazenados em uma tabela no banco de da-
dos e são informados em uma tabela com acesso restrito pelo
administrador

Figura 4. Tela inicial do app Android

I. Resultados e discussões
Para a avaliação dos resultados foram realizados alguns
testes com o protótipo desenvolvido, o circuito de ativação con-
sistiu em verificar se o led do Arduino respondia caso o sinal
fosse alterado entre nível alto e baixo simulando o acionamento

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da fechadura, o led respondeu com sucesso a estes sinais, a I. Considerações finais


figura 7 mostra o protótipo do sistema. Diante dos testes realizados com o sistema para aciona-
Figura 7. Sistema de acionamento de fechadura eletrônica mento da fechadura eletrônica, foi possível concluir que os re-
sultados foram satisfatório, como protótipo foi possível alcançar
com êxito o proposito de realizar controle de acesso utilizando
leitura biométrica.
O desenvolvimento utilizando a IDE do Arduino foi fácil,
pois o framework possibilitou muitas implementações, corre-
ções de código e testes em pouco tempo, da mesma forma o
desenvolvimento do aplicativo Android utilizando o AndroidS-
tudio acelerou o projeto, pois com um elevado conhecimento
das ferramentas, o desenvolvimento dentro delas é rápido.
Para projetos futuros pode-se pensar em utilizar uma pla-
taforma Web para gerenciamento de um sistema distribuído
de dispositivos Bluetooth, podendo realizar o gerenciamento
das fechaduras eletrônicas cadastradas, bem como o acesso
remoto pelo administrador e o relatório de acesso online de
No caso do software embarcado do Arduino e a comuni- todas as fechaduras.
cação via Bluetooth, para os testes foi utilizado um aplicativo Pode-se também alterar o hardware da plataforma em-
simples para celular que permite realizar uma conexão com um barcada, de forma a suportar vários dispositivos Bluetooth para
dispositivo Bluetooth e enviar uma mensagem pelo terminal de controle de mais de uma fechadura, além de uma placa de cir-
comando requerendo a abertura ou fechadura, a figura 8 mostra cuito impresso e uma infraestrutura robusta de conexão entre
as mensagens de retorno obtidas. os dispositivos.
O funcionamento do softwares desenvolvidos atenderam O sistema pode ser utilizado para suprir uma necessi-
aos objetivos esperados, sendo que tanto o app Android como dade de controle de entrada e saída, visto que a utilização de
o a programação do Arduino estão funcionando de maneira sensores baratos podem-se reduzir os gastos e o processo de
adequada e comunicando entre si sem que haja perca dos da- ativação pode ser realizado por qualquer aparelho que possua
dos durante a troca de informações. Este sistema mostra o alto sistema operacional Android com hardware compatível com
nível de proteção contra fraudes e falsificações, a liberação de leitura biométrica e que possua a tecnologia Bluetooth.
acesso acontece somente quando autorizado.

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Figura 8. Fluxograma sequencial do processo para o Agradecimentos


Administrador e Usuário do app Em primeiro lugar a Deus que sempre me deu forças para
continuar. À minha família pelo apoio e incentivo no desenvol-
vimento do projeto. À minha filha que fará parte de todas as
minhas conquistas.
A todos os professores do curso de Especialização em
Telecomunicações que compartilharam seus conhecimentos.
Ao meu orientador pelo apoio ao projeto. Por fim, a todos que
incentivaram, apoiaram e contribuíram de alguma forma para
a realização deste trabalho.

Referências
[1] Arthur, Gusmão; Agostinho, Castro; Ronaldo, Zampolo. “Fe-
chadura Baseada em Reconhecimento Facial Via Dispositivos Mó-
veis Android”. artigo científico. Pará: XXXIV Simpósio Brasileiro de
Telecomunicações - SBrT2016, 2016.
Figura 9 Tela de mensagem de retorno do Arduino [2] Pinheiro, José Mauricio. Biometria nos Sistemas Computa-
cionais: Você é a senha. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna,
2008.
[3] Android. Disponível em: <https:// https://
android- developers.googleblog.com/2018/06/better-biometrics-in-
-android- p.html>. Acessado em 15/10/2018.
Bluetooth SIG. Disponível em: <https://www.bluetooth.com>.
Acessado em 15/10/2018.
[4] HC-05. Datasheet. Disponível em: <https://cdn.makezine.com/
uploads
/2014/03/hc_hc-05-user-instructions-bluetooth.pdf />. Acessado em
18/10/2018.

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Gregório, André. Tecnologia Bluetooth e Aspectos de Segurança. USB, o fusível irá automaticamente interromper a ligação até
Disponível em: <http://www.ic.unicamp.br/~ducatte/mo401/1s2009 que o curto ou a sobrecarga seja eliminada [7] .
/T2/079779-t2.pdf>. Acessado em 15/10/2018. O comprimento e largura máximos da placa são 2,7″
[5] ARDUINO. Arduino Uno. Disponível em: (68,50 mm) e 2,1″ (53,34 mm) respectivamente, com o conector
USB de alimentação pode ir um pouco além destas dimensões.
<http://www.arduino.cc/en/main/arduino BoardUno>. Acessado em
15/10/2018.
Quatro furos de fixação permitem a montagem da placa numa
superfície.
Antonio Bianchi; et al. Broken Fingers: On the usage of the Finger-
print API in Android. Disponível em: < https:// Alimentação
www.cs.ucsb.edu/~vigna/publications/2018_NDSS_BrokenFing ers.
pdf>. Acessado em 06/11/2018. O Arduino pode ser alimentado pela ligação USB, uma
fonte externa ou uma bateria, a placa funciona com uma ali-
[6] BLUETOOTH. Bluetooth SIG. Disponível
mentação de 6 a 20 volts, porém a recomendada é de 7 a 12
em:
volts. A fonte pode ser ligada com um plugue de 2,1 mm (centro
<https://www.bluetooth.com>. Acessado em 15/10/2018 positivo) no conector de alimentação.
Os pinos de alimentação são:
Apêndice A – Características e Funcionalidades do Arduino
a) VIN – Quando o Arduino for alimentado por uma fonte
Uno
externa, pode-se fornecer alimentação por este pino;
O seu microcontrolador é baseado no Atmega328, a placa b) 5V – Este pino fornece 5 volts regulado pelo regulador
possui 14 pinos de entrada e saída digitais, dos quais 6 saídas de tensão da palca;
são Pulse Width Modulation (PWM), 6 entradas analógicas, c) 3,3V – Alimentação de 3,3 volts fornecida pelo regula-
um cristal oscilador de 16 MHz, uma conexão USB tipo B, dor de tensão na placa;
uma entrada de alimentação, uma conexão In Circuit Serial d) GND – Pino terra;
Programming. (ICSP) e um botão reset. Contém todos os com- e) IOREF – Este pino fornece a referência de tensão com
ponentes necessários para suportar o microcontrolador e possui que o microcontrolador opera.
linguagem de programação baseada em C/C++ [7].
O Arduino UNO tem um fusível que protege a porta USB
Memória
contra curto-circuito. Apesar da maioria dos computadores pos-
suírem proteção interna própria, o fusível proporciona uma O microcontrolador Atmega328 tem 32 KB de memória
proteção extra. Se mais de 500 mA foram aplicados na porta flash para armazenar código dos quais 2 KB são utilizados pelo

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bootloader, além de 2 KB de Static Random Access Memory


(SRAM) e 1 KB de Electrically Erasable Programmable Read
Only Memory (EEPROM), que pode ser lida e escrita através
da biblioteca EEPROM [7].

Entrada e Saída
Os pinos digitais do Arduino podem ser utilizados como
entrada ou saída, eles trabalham com 5 volts. Cada pino pode
fornecer ou receber no máximo 40 mA e tem uma resistência in-
terna de 20-50 kΩ, com exceção da saída de 3,3 V, que permite
correntes máximas de 50 mA, os pinos digitais são numerados Há ainda mais alguns pinos na placa como o pino AREF
de 0 a 13 alguns têm funções específicas, como: que faz a referência de tensão para entradas analógicas, e o
pino Reset que envia um valor baixo para efetuar o Reset ao
a) Serial: 0 (RX) e 1 (TX): São usados para receber e trans-
microcontrolador.
mitir dados em série;
b) Interrupções externam: 2 e 3 estes pinos podem ser
Comunicação
configurados para ativar interrupção por um baixo va-
lor; No Arduino UNO a comunicação com um computador, ou
c) PWM: 3, 5, 6, 9, 10 e 11 fornecem uma saída analógica com outros microcontroladores é simplificada. O Atmega328
PWM de 8 bits; permite comunicação em série no padrão Universal Asynchro-
d) SPI: 10 (SS), 11 (MOSI), 12 (MISO), 13 (SCK) estes nous Receiver/Transmitter (UART) (5V), que está nos pinos
pinos suportam comunicação SPI; digitais 0 e 1. Um chip Atmega16U2 na placa encaminha esta
e) LED: existe um LED já ligado ao pino digital 13, que comunicação em série através do USB e os drivers padrão for-
ascende quando o valor está em alto e apaga quando o necem uma porta COM virtual para o software do computador.
valor está em baixo. O Arduino IDE possui um monitor série que permite que dados
simples de textos sejam enviados para placa de Arduino.
O Arduino possui também 6 entradas analógicas que são A UART é um protocolo utilizado para implementar
numeradas de A0 a A5, cada um delas tem uma resolução de uma comunicação serial. No envio de dados, a UART cria um
10 bits, por padrão elas possuem de 0 a 5 volts, alguns pinos pacote de dados acrescentando bits pareados e sincronizados
têm funcionalidades específicas, como os pinos A4 (SDA) e A5 e os envia para a linha Tx com um tempo preciso, segundo a
(SCL) que suportam comunicação I2C usando a biblioteca wire;

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taxa de transmissão (baud rate). No recebimento dos dados, dispositivo industriais, científicos e médicos. O tipo de conexão
a UART amostra a linha Rx em taxas de acordo com a taxa é o salto de frequência de espalhamento espectral.
de transmissão estabelecida, pega os bits sincronizados e A definição do protocolo Bluetooth abrange tanto dados
obtém o dado. como voz e é dividido em três classes, onde a variação se dá na
potência máxima e na área de cobertura estimada.
Apêndice B – Rede de comunicação sem fio BLUETOOTH A arquitetura Bluetooth pode ser composta por oito dis-
A Tecnologia Bluetooth começou a ser desenvolvida em positivos sendo um nó mestre e até sete nós escravos ativos.
1994, pela Ericsson com o intuito de desenvolver uma tecno- Podem haver até 255 nós na rede, colocados em estado sus-
logia que permitisse a comunicação entre celulares e acessó- penso pelo nó mestre, a fim de economizar bateria. O conjunto
rios utilizando sinais de rádio de baixo custo ao invés de cabos dos dispositivos interconectados é chamado de piconet, pois
tradicionais. forma uma pequena rede de comunicação entre eles. A arqui-
O Bluetooth inseriu no mercado de forma gradativa, em tetura mestre-escravo facilita a redução de custo e economia
1998 foi criado o consórcio Bluetooth SIG (Special Interest de bateria, uma vez que o mestre controla a comunicação entre
Group), formado pelas empresas Ericsson, Intel, IBM, Toshiba os escravos.
e Nokia, essa diversidade de empresas no ramo das telecomuni-
cações foi utilizada para permitir o desenvolvimento de padrões
que garantissem o uso e a interoperabilidade da tecnologia nos
mais variados dispositivos.
O nome Bluetooth é o apelido em homenagem a um rei
dinamarquês chamado Harald Blatand do século X que unificou
a Dinamarca e a Noruega, fazendo referência ao fato da tec-
nologia proporcionar a unificação de variados dispositivos [9].
Bluetooth é uma especificação industrial para as redes
pessoais Personal Area Networks (PAN) que foram concebidas
para conectar dispositivos diversos a computadores através de
redes sem fio em curtas distâncias, segura e de baixo custo.
O Bluetooth utiliza a faixa de frequência de 2.4 GHz dividi- Caso um dos nós escravos seja configurado em modo brid-
da em 79 portadoras espaçadas de 1 MHz e a taxa de dados é de ge e permitir a interligação de uma ou mais piconets, forma-
aproximadamente 1 Mbps, Essa banda de frequência, chamada -se uma scatternet. Assim, a scatternet é a rede formada pela
de ISM, foi reservada por acordo internacional para o uso de interconexão de diversas piconets, esta tecnologia é utilizada

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tanto para as comunicações ponto-a-ponto como para as comu-


nicações ponto-a-multiponto. [9].
A camada básica de comunicação utilizam os protoco-
los de transporte responsável por localizar os dispositivos e
gerenciar os links físicos e lógicos entre eles, são elas: Rádio MELHORIAS NOS PROCESSOS
Frequência (RF), Baseband, Link Manager e o Logical Link
DE AUTOMAÇÃO DA REDE DE
Control and Adaptation (L2CAP) [9].
Na camada de Middleware inclui os protocolos de ter-
DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
ceiros e padrões industriais que permitem que aplicações já DO ESTADO DE GOIÁS: PROJETO
existentes e novas aplicações operem sobre o link Bluetooth, TELECONTROLE
outros protocolos desenvolvidos pelo próprio SIG também fo-
ram incluídos como o RFComm, que permite aplicações lega-
das operarem sobre os protocolos de transporte Bluetooth e
o Service Discover Protocol (SDP) que permite dispositivos
Julyana Pereira Saraiva
obterem informações sobre serviços disponíveis de outros dis-
julyanapsaraiva@gmail.com
positivos [6].
A camada de aplicação consiste das próprias aplicações
Marcos Antônio Cardoso de Lima, PhD
que utilizam links Bluetooth, estas podem incluir aplicações
marcos.lima@ifg.edu.br
legadas ou aplicações orientadas a Bluetooth [9].

Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Telecomunicações:


Prédios Inteligentes IFG - Instituto Federal de Goiás

Resumo
Desde a última década, as operadoras das redes de distri-
buição de energia elétrica têm migrado para as redes de distri-
buição automatizadas. Os sistemas de automação das redes de
distribuição permitem localizar faltas, isolar defeitos, reconfi-
gurar e restaurar rapidamente a rede elétrica de forma autôno-
ma. Estes sistemas aumentam a eficiência operacional da rede

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e reduzem os custos de operação para atender às demandas possible to locate faults, isolate defects, quickly reconfigure and
dos consumidores por um serviço de fornecimento de energia restore the power grid independently. These systems increase
econômico e confiável. Entretanto, a implantação dessas tecno- the operational efficiency of the network and reduce operating
logias tem custo alto e exigem mão-de-obra especializada. Este costs to attend to consumer demands for an economical and
artigo enfatiza as melhorias nos processos de automação utili- reliable power supply service. However, the implementation of
zadas no Projeto Telecontrole, implementado na rede elétrica these technologies is expensive and requires specialized labor.
de média tensão do Estado de Goiás, e fornece uma relação cus- This article emphasizes the improvements in the automation
to-benefício para a distribuidora. Foram utilizados conectores processes used in the Projeto Telecontrole, implemented in the
estribo e Grampos de Linha Viva para economizar com tipo de medium voltage electrical network in the State of Goiás, Brazil,
equipe na instalação de equipamentos. A antiga técnica de con- and provides a cost-benefit ratio for the distributor. Staple con-
cretagem da base de postes foi substituída por engastamento, nectors and Live Line Clamps were used to save on labor team
que é mais rápida e de menor custo. Foram celebrados novos type when installing equipment. The old technique of concre-
contratos para serviços de manutenção e comissionamento de ting the base of posts was replaced by crimping, which is faster
equipamentos telecomandados, com equipe especializada, já and less costly. New contracts were signed for maintenance and
que anteriormente eram aproveitados contratos de empresas commissioning services for remote controlled equipment, with
de construção. As técnicas demonstraram resultados eficientes, a specialized team, since previously contracts from construction
considerando a parte financeira da companhia, reduzindo cus- companies were used. The techniques demonstrated efficient
tos de execução sem afetar o desempenho esperado do Projeto results, considering the financial part of the company, reducing
Telecontrole aos clientes, que já colaborou para a redução do execution costs without affecting the expected performance of
tempo de interrupções emergenciais de energia nos últimos the Telecontrole Project to customers, which has already colla-
três anos. Desta forma, é possível melhorar continuamente os borated to reduce the time of emergency power interruptions in
processos sem afetar o benefício às unidades consumidoras. the last three years. In this way, it is possible to continuously im-
Palavras-chave: automação, redes de distribuição, Projeto prove processes without affecting the benefit to consumer units.
Telecontrole, grampo de linha viva, base engastada. Keyword: automation, distribution networks, Projeto Te-
lecontrole, live line clamp, crimped base.
Abstract
Since the last decade, companies of electricity distribution 1 Introdução
networks have migrated to automated distribution networks. Os sistemas de automação das redes de distribuição ofe-
The automation systems of the distribution networks make it recem um conjunto abrangente de recursos que melhoram a

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confiabilidade da rede, aumentam a eficiência operacional e re- construção, instalação, comissionamento e manutenção dos
duzem os custos de operação. Estes sistemas combinam prote- equipamentos telecomandados, com destaque para:
ção rápida com controle flexível de automação e comunicações.
a) Conector estribo e Grampo de Linha Viva (GLV);
De forma simplificada, as redes telecontroladas são for-
b) Base engastada nos postes;
madas por religadores e chaves seccionadoras, em conjunto
c) Revisões de contrato de comissionamento e manuten-
com suas respectivas proteções. São projetadas para identificar
ção de religadores e chaves seccionadoras com empre-
rapidamente os defeitos na rede, isolá-los e realizar manobras
sa especializada.
remotamente, minimizando a quantidade de clientes afetados
(GUTH et al, 2013). Neste trabalho são apresentadas as soluções técnicas que
Ao reduzir o tempo de recomposição da energia por meio resultaram em ganho de eficiência para o Projeto Telecontrole
de manobras, estas redes evitam gastos com deslocamento de bem como uma análise da relação custo benefício projetada
equipes de emergência. Teixeira et al (2016) ressaltam a re- para o período de 2020 a 2024.
dução no tempo de recomposição na cidade do Rio de Janeiro
após a automação das redes de distribuição por meio de chaves 2 Fundamentação Teórica
seccionadoras e religadores.
Em Goiás, as longas extensões das redes rurais, geral- 2.1 Indicadores de continuidade DEC e FEC
mente de difícil acesso, colaboram para os elevados tempos de
As distribuidoras de energia elétrica são obrigadas a man-
restabelecimento de energia aos clientes. A principal distribui-
ter padrões de qualidade de energia quando assumem a con-
dora de Goiás possui 215.000 quilômetros de rede de Média
cessão temporária de uma área. O órgão responsável por fisca-
Tensão em 337.000 km² de área de concessão (DIAS, 2018).
lizar e regular esta qualidade é a Agência Nacional de Energia
Visando manter os padrões de qualidade de serviço e
Elétrica (ANEEL), autarquia vinculada ao Ministério de Minas
minimizar os prejuízos causados aos clientes devido às inter-
e Energia.
rupções no fornecimento de energia elétrica, a concessionária
Por meio do controle das interrupções de energia, do cál-
de Goiás implantou em 2017o Projeto Telecontrole, que apre-
culo e da divulgação dos indicadores de continuidade de servi-
sentou como meta a instalação no Estado de Goiás de mais de
ço, as distribuidoras, os consumidores, as centrais geradoras
8 mil equipamentos telecomandados até 2023, estabelecendo
e a ANEEL podem avaliar a qualidade do serviço prestado e o
para 2020 a execução de 2 mil instalações (DIAS, 2018).
desempenho do sistema elétrico.
Adicionalmente à melhoria dos indicadores de qualidade
Os principais índices de continuidade de energia de uma
da energia fornecida, durante a execução do Projeto Telecon-
distribuidora são a Duração Equivalente de Interrupção por
trole foram aprimorados diferentes conhecimentos técnicos de

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Unidade Consumidora (DEC) e a Frequência Equivalente de As concessionárias devem obedecer aos critérios de quali-
Interrupção por Unidade Consumidora (FEC), calculados por dade do fornecimento de energia elétrica definidos pela agência
meio das equações [1] e [2]: reguladora, usando como parâmetros os indicadores de conti-
nuidade de serviço e os tempos de atendimento a ocorrências
emergenciais.
[1]
Os limites destes parâmetros são determinados pela
ANEEL, guiados pelo documento “Procedimentos de Distribui-
ção de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional”, também
conhecido como PRODIST, em seu módulo 8, responsável por
[2] regular a qualidade da energia elétrica. Segundo este módulo,
as distribuidoras enviam suas bases de dados geográficas à
Cc = número total de unidades consumidoras faturadas agência, que analisa as características físico-elétricas da rede,
do conjunto no período de apuração, atendidas em baixa tensão seleciona propriedades importantes e realiza análise compa-
(BT) ou média tensão(MT); rativa com um período anterior, determinando o desempenho
DIC(i) = Duração de Interrupção Individual por Unidade da concessionária.
Consumidora, em horas, excluindo-se as centrais geradoras; Sempre que houver transgressões nestes limites, as con-
FIC(i) = Frequência de Interrupção Individual por Unidade cessionárias são obrigadas a ressarcir os clientes. Segundo a
Consumidora, excluindo-se as centrais geradoras. ANEEL: “A compensação é automática, e deve ser paga em até
sendo os índices DIC e FIC determinados pelas equações [3] 2 meses após o mês de apuração do indicador (mês em que
e [4], respectivamente: houve a interrupção)” (ANEEL, 2020).
Conforme relatório da agência reguladora, em 2019, no
estado de Goiás foram pagos R$ 103.234.012,73 de compen-
[3] sações financeiras por violações nos índices de continuidade.

1.2 Investimentos e Revisão Tarifária


FIC= n [3]
As despesas de empresas são divididas na área econômi-
onde: ca em duas taxonomias: Capital Expenditures (Despesas de
n = número de interrupções em uma unidade consumi- capital, ou CAPEX) e OperationalExpenditures(Despesas ope-
dora em um período; t(k) = tempo de duração da interrupção racionais, ou OPEX). CAPEX se refere aos investimentos que
em horas; a companhia faz com intuito de incrementar sua base de ativos

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e infraestrutura. OPEX se refere principalmente aos custos telecomandados, facilitando manobras ou manutenção da rede.
de manutenção e reparo de tal base de ativos e infraestrutura, A atuação automática dos religadores recompondo rapida-
assim como pagamento de multas, indenizações e afins (FER- mente a rede, principalmente nos casos em que a sobrecorrente
NÁNDEZ e STOL, 2015). tenha como origem efeitos transitórios, evita a necessidade de
Os investimentos em CAPEX efetivamente necessários deslocamento de equipe técnica para atendimento, reduzin-
que as concessionárias realizam são utilizados como base de do significativamente o tempo de interrupção do serviço aos
remuneração pela ANEEL para revisão periódica de tarifas das clientes.
faturas de energia elétrica. Os principais métodos para definição Um modelo de um religador trifásico está ilustrado na
desta base são: custo histórico de investimentos (controle sob Figura 1. Estes equipamentos geralmente são instalados nos
responsabilidade da concessionária), custo corrente dos inves- troncos de alimentadores de redes de Média Tensão.
timentos (custo histórico atualizado com defasagem), custo de
Figura 1. Religador trifásico.
reposição dos investimentos, preço mínimo de venda e preço
pago no leilão de privatização.
Com esta regulação por incentivos, a agência reguladora
garante que as redes de distribuição de energia elétrica não
fiquem defasadas, e que o retorno à concessionária e o fatura-
mento das tarifas aos consumidores ocorram de forma justa
(GUTH et al, 2013) e (ANEEL, 2016).

1.3 Religadores
Religadores são equipamentos com capacidade de consta-
tar e agir rapidamente nas situações de sobrecorrente na rede,
interrompendo o circuito por um tempo pré- configurado e o
religando, restabelecendo o fornecimento de energia elétrica.
Nos casos em que persistir a sobrecorrente, o equipa- Fonte: (SCHNEIDER ELETRIC)
mento executa o mesmo processo por um número limitado de
vezes e, caso não volte à normalidade, interrompe o circuito e
1.4 Seccionadoras
impede o religamento por questão de segurança (GUTH et al,
2013) e (CRISPINO et al, 2000). As chaves seccionadoras podem trabalhar em conjunto
Adicionalmente ao autocontrole, os religadores podem ser com os religadores para abrir os contatos da rede caso recebam

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o comando do religador, que está situado à montante, a fim de a) Unidade Periférica (UP), responsável pela aquisição
isolar o defeito. de dados e comunicação com o Sistema de Controle,
Podem também atuar de forma independente nos casos Supervisão e Aquisição de Dados;
de curto-circuito ou b) Detector de Falha Direcional e de Ausência de Ten-
subcorrente e transferir trechos através de manobras te- são (RGDAT), responsável pela medição de variáveis
lecomandadas para atingir o menor número de consumidores elétricas e comunicação de anomalias à UP, além de
possível (GUTH et al, 2013), (CRISPINO et al, 2000) e (TEI- acionamento da IMS. É comumente utilizado quando
XEIRA et al, 2016). a IMS está configurada como Normalmente Fechada;
O Projeto Telecontrole utiliza um tipo especial de chave c) e Transformador de Potencial (TP), responsável pela
seccionadora, chamada IMS (Interruptor de manobra/Seccio- conversão MT/BT para alimentação da UP (DIAS,
nador), ilustrada na Figura 2. 2018).

Figura 2. Interruptor de manobra/Seccionador (IMS).


3 Melhorias implementadas no Projeto Telecontrole
Durante a fase de execução do Projeto Telecontrole foram
aprimorados diferentes conhecimentos técnicos de construção,
instalação, comissionamento e manutenção dos equipamentos
telecomandados. O uso destas técnicas tem resultado em ganho
de eficiência para a concessionária e redução nos tempos de
interrupção de fornecimento de energia.

1.1 Conector Estribo e Grampo de Linha Viva (GLV)


Conectores do tipo estribo são utilizados para derivar a
alimentação dos cabos da rede para equipamentos instalados
em postes como transformadores, religadores e chaves sec-
cionadoras.
Grampos de Linha Viva (GLV) são acessórios instalados
O equipamento pode ser classificado como dispositivo de nos cabos de derivação dos equipamentos para viabilizar esta
proteção e manobra, seccionando manual e automaticamente as conexão (NASCIMENTO, 2018).
redes de MT. Atua juntamente com outros três equipamentos: Para executar a instalação do conector estribo, não é ne-

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cessário que a rede esteja desenergizada. Assim que a equipe Figura 4. Exemplo de GLV para conexão de seccionadora à
de Linha Viva especializada em trabalhos com rede energizada, rede.
finaliza a conexão do estribo, a equipe de Linha Morta executa
o acoplamento dos equipamentos ao poste como é feito usual-
mente e energiza-os com uma vara de manobra conectando o
GLV no cabo do equipamento ao estribo na rede, ilustrados
nas Figuras 3 e 4.

Figura 3. Estribo e GLV instalado sobre cabo.

Fonte: Enel (2020)

Nos procedimentos anteriores, era pago à equipe de Li-


nha Viva, geralmente de custo maior, o tempo de espera para
instalação do equipamento pela Linha Morta para que pudes-
sem em seguida conectar o equipamento à rede energizada.
Na proposta atual a equipe de Linha Viva é dispensada após a
conexão do estribo, economizando o valor pago pelo tempo de
disponibilidade.
As instalações dos equipamentos de telecontrole à rede
utilizando GLV estão previstas para os meses de agosto a outubro
de 2020. Para o cumprimento da meta do telecontrole nestes
meses, serão realizadas 477 instalações no estado de Goiás.

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1.2 Base engastada de postes A profundidade do engastamento, para qualquer tipo de


Foi apresentado no Projeto Telecontrole uma nova forma poste, deve ser calculada de acordo com a equação [5]:
de fixar o poste ao solo. Ao invés de cavar um furo na terra, en-
caixar o poste e completar o restante do furo com concreto, são [5]
aplicadas quatro placas de estai de concreto, sendo duas na base
do poste e duas na parte superior, tendo camada de terra com-
onde:
pactada entre as duas camadas, conforme ilustrado na Figura 5.
A aplicação de apenas duas placas de concreto na base E = engastamento, expresso em metros, com valor mínimo
não é adequada pois, em cenário de ocorrência com duplo en- de 1,5 m;
cabeçamento de rede, poderia haver resultante de força em L = comprimento do poste, expresso em metros. (ENEL,
ambas as direções. 2019)

Figura 5. Base engastada de postes com placas de concreto O padrão de postes empregados na construção de estru-
paralelas. turas de telecontrole em Goiás é circular com resistência no-
minal de 600 daN e 12 metros de altura. A camada de terra
compactada deverá ser de 1,8 m. As placas de estai de concreto
utilizadas possuem 100 cm de comprimento, 20 cm de largura
e 10 cm de espessura.
O procedimento para instalação do poste segue os se-
guintes passos:

– Cavar um furo na terra com 80 cm de diâmetro e 180


cm de profundidade;
– Colocar a primeira placa de estai, bem rente à parede;
– Suspender o poste e içá-lo para o acomodar na cava,
no centro do furo e de forma justa à placa;
– Colocar a segunda placa de estai, paralela a que já
está implantada, ajustando a cava com auxílio de uma
alavanca, sempre garantindo que as placas fiquem
justas em relação ao poste, conforme ilustrado na
Fonte: Enel (2019) Figura 6;

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– Colocar terra e compactá-la de vinte em vinte centíme- instalação com base concretada habitualmente empregada, pois
tros (usando como primeira referência a cobertura das não requer a espera de secagem do concreto.
placas). Repetir por nove vezes;
– Repetir o segundo e o quarto passo para aplicação das 1.3 Revisão de contrato para serviços de comissionamento
outras duas placas de estai e socar a terra até cobrir Em dois anos, o Projeto Telecontrole viabilizou a instala-
essas placas. ção de milhares de equipamentos telecomandados na rede de
Média Tensão do estado de Goiás.
Figura 6. Duas placas de concreto na base durante instalação Entretanto, para viabilizar a comunicação e automação
do poste. destes equipamentos, foram utilizados contratos de empresas
de construção ou contratos de emergência para execução do
serviço de comissionamento. Todavia, as empresas que atuaram
neste contexto não possuem experiência ou conhecimento téc-
nico suficiente para operação destes equipamentos. Isto tem
gerado ônus à concessionária devido aos recorrentes treina-
mentos e aos erros provocados pela falta de expertise.
A elaboração de um novo contrato, que entrará em
vigor a partir do mês de Setembro de 2020, específico para
seleção de empresa especializada na área, possibilitará dois
ganhos:

a) ganho em qualidade de serviço: a empresa deve possuir


expertise comprovada em soluções de telecontrole;
b) telecomunicações e no manuseio de equipamentos de
Fonte: Enel (2019)
ganho na redução de custos: contrato elaborado para
As instalações de postes com a base engastada começa- atender a um projeto abrangente possui premissas es-
ram no mês de maio de 2020 e estão atualmente vigentes na pecíficas que garantam a capilaridade do contrato, redu-
região da cidade goiana de Rio Verde. Até o mês de outubro, ção de custos de logística e, por fim, ofertas de preços
serão 191 estruturas com esta base. adequados especificamente às atividades de automação
Ainda nesse novo modelo, o tempo necessário para insta- e comunicação.
lação dos postes é cerca de 67% menor que o necessário para

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4 Resultados dos Projetos de Automação Em destaque estão dois projetos planejados e estruturados em
Diversos projetos de automatização da rede de energia elé- parceria com centros de pesquisa em 2010: “Desenvolvimento de
trica foram introduzidos no Brasil ao longo das últimas décadas, Modelo Funcional Smart Grid através de integrações sistêmicas
trazendo significativos resultados nos indicadores de qualidade. de soluções inteligentes para automação da rede de distribuição,
No Pará, ações intensivas de combate às perdas e automação infraestrutura avançada de medição e participação do consumidor”
da rede reduziram o DEC em 79% nos últimos dez anos, con- e “Plataforma de Testes de Conformidade e Interoperabilidade de
forme ilustrado na Figura 7, retirando a concessionária local da dispositivos ‘SmartMetering’ e Automação de Rede baseada em
posição de pior distribuidora do Brasil em 2012 e elevando-a solução Segura de Comunicação Híbrida WMAN-WiMAX”. Os
para a segunda posição do ranking nacional em 2019 (EQUA- resultados obtidos levaram ao desenvolvimento de especificações
TORIAL, 2020). As compensações pagas por transgressão dos técnicas de novos sistemas e equipamentos, que fornecem suporte
limites de continuidade reduziram de R$ 82.039.528,92 em ao plano de desenvolvimento das redes de distribuição inteligentes
2010 para R$ 16.220.767,57 em 2019. no estado. Destaque no cenário nacional, a rede de distribuição de
Minas Gerais mantém os melhores índices de qualidade do país,
Figura 7. Evolução histórica do DEC no estado do Pará. conforme ilustrado na Figura 14 (CEMIG, 2020).

Figura 14. Evolução histórica do DEC na maior parte do


estado de Minas Gerais.

Fonte: ANEEL (2020)

Em Minas Gerais encontram-se exemplos de projetos de


smart grids, impulsionados pelo programa “Cidades do Futuro”.
Fonte: ANEEL (2020)

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Na região metropolitana do Rio de Janeiro foi implementado o Segundo as metas previstas, serão instalados no es-
Projeto Telecontrole, no período de 2014 a 2018, com a instalação tado de Goiás 8.113 equipamentos, no período de 2017 a
de religadores automáticos e chaves IMS. O projeto tem demons- 2023, conforme ilustrado na Figura 9. Ao término do projeto,
trado bons resultados, contribuindo para redução de 52% no DEC serão em média 380 unidades consumidoras por equipamento
nos últimos cinco anos, junto com outros investimentos de melho- telecomandado.
ria da rede e combate às perdas, conforme ilustrado na Figura 8
Figura 9. Quantidade de equipamentos instalados previstos
(DIAS, 2018). As compensações financeiras pagas diminuíram de
por ano no Estado de Goiás.
R$ 55.212.555,28 em 2015 para R$ 30.325.351,34 em 2019.

Figura 8. Evolução histórica do DEC na região metropolitana


do Rio de Janeiro.

Fonte: Enel (2020)

Os novos equipamentos já contribuem para a melhoria dos


indicadores de qualidade na rede de distribuição de Goiás.Em
Fonte: ANEEL (2020)
2017, ano em que a rede foi privatizada, a distribuidora goiana
O Projeto Telecontrole também está sendo implementado possuía o título de pior do Brasil. Da mesma forma como
na rede elétrica de média tensão do Estado de Goiás. Teve início no Rio de Janeiro,
em 2017 com a instalação exclusiva dos religadores, devido à juntamente com pesados investimentos em melhoria da
dificuldade de se importar chaves seccionadoras do tipo IMS. rede e combate às perdas, o Projeto Telecontrole colaborou
Somente em Junho de 2018 as chaves IMS começaram a ser para a redução de 29% do DEC apurado nos últimos três anos
instaladas (DIAS, 2018). em Goiás, conforme ilustrado na Figura 10.

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Figura 10. Evolução histórica do DEC no estado de Goiás Figura 11. Evolução histórica dos indicadores de qualidade
nos últimos períodos chuvosos.

Os resultados parciais do Projeto Telecontrole em Goiás


Fonte: ANEEL (2020)
podem ser constatados analisando também os indicadores
de continuidade nos períodos chuvosos. Habitualmente os No projeto Telecontrole, a estimativa de redução do DEC
fortes ventos entre os meses de setembro e março ocasio- para cada 1000 equipamentos telecomandados, é de 28 minutos
nam ocorrências emergenciais de grande porte. Na rede de a partir de 2020, e de 11 minutos por ano no período de 2021
distribuição de Goiás, nos três últimos períodos chuvosos, o a 2025, conforme ilustrado na Figura 12.
índice DEC foi reduzido em mais de 10 horas e o FEC teve
uma redução de aproximadamente 50%, conforme ilustrado
na Figura 11.

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Figura 12. Estimativa de redução do DEC por ano (em pago pelo tempo de espera da equipe de Linha Viva
minutos a cada 1000 pontos instalados) com o Projeto para fazer a conexão à rede com cesto aéreo. Além
Telecontrole Goiás. do menor custo, ele também se encaixa na taxonomia
de CAPEX, representando um investimento que retor-
nará à concessionária na próxima revisão tarifária da
ANEEL (mesmo com o custo atual estando dentro de
uma obra de investimento, a ANEEL não permite que
tempo de espera seja capitalizado).
b) O custo do serviço de instalação de base engastada
nos postes do telecontrole representa, em média, 69%
do custo anterior do serviço de instalação com base
concretada. Esta economia será em CAPEX e poderá
ser aproveitada pela companhia em outro projeto de
melhoria da rede.
c) O novo contrato de comissionamento e manutenção de
religadores e chaves seccionadoras gerará economia
5 Relação Custo Benefício em OPEX de manutenções de 18% e em CAPEX de
comissionamento de 13% do orçamento para o ano
Especialmente para as concessionárias de energia elétri-
de 2020. A partir de 2021, essas economias serão de
ca, os gastos em CAPEX são revertidos em faturamento.
66% e 43% respectivamente, com equipamentos para
Gastos em OPEX devem ser minimizados pois, além de
comissionar até 2023, conforme ilustrado na Figura
não remunerarem na revisão tarifária da ANEEL, altas despe-
13.
sas com manutenção indicam parque de ativos defasado ou
mal dimensionado.
Além do ganho operacional as melhorias apresentadas no
Projeto Telecontrole resultaram em ganho financeiro:

a) O custo de instalação do estribo e do GLV pela equipe


de Linha Viva para depois a equipe de Linha Morta
fazer a conexão do equipamento à rede com a vara
telescópica representa 18% do valor anteriormente

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Figura 13. Economia em manutenções e comissionamento fibra ótica e secundária de rádio ponto-a-ponto com sistema
de equipamentos telecomandados em comparação ao atual de repetidora em linha.
orçamento disponível. Além dos benefícios aos clientes que a automatização de
redes de distribuição traz, como a redução de interrupções de
energia, este trabalho também demonstra que é possível otimi-
zar processos para reduzir custos e beneficiar as companhias
sem afetar os resultados esperados, comprovando a melhoria
contínua do processo.

Agradecimentos
Agradeço a Deus, que me tem amparado sempre, à minha
família, que me apoiou por toda a vida e deu o máximo de si
para que eu pudesse alcançar uma educação de qualidade.
Agradeço aos professores que me proporcionaram o co-
nhecimento necessário para o desenvolvimento deste trabalho
desde o início do curso.
6 Conclusão Agradeço aos profissionais e colegas de trabalho que me
disponibilizaram o material e conhecimento necessário para a
O Projeto Telecontrole, iniciado em 2017 em Goiás,
escrita deste trabalho.
apresentou uma ousada proposta de redução do DEC, e
Agradeço, por último, aos meus amigos que me apoiaram
tem conseguido cumprir as metas definidas para os 4 pri-
durante toda esta jornada.
meiros anos de execução. Além do ganho de qualidade dos
Juntos chegamos mais longe!
serviços oferecidos aos consumidores de energia elétrica,
os investimentos do projeto também ocasionam vantagens
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redes de comunicação redundantes, como rede principal de Disponível em:

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