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Universidade Zambeze Faculdade de Ciências E Tecnologias Curso de Mestrado em Engenharia E Gestão de Água
Universidade Zambeze Faculdade de Ciências E Tecnologias Curso de Mestrado em Engenharia E Gestão de Água
BEIRA
Setembro, 2022
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
BEIRA
Setembro, 2022
ÍNDICE
II
RESUMO
Os microrganismos que escapam nos tratamentos de águas residuais por meios primários
e secundários devem ser removidos por tecnologias de tratamentos de águas residuais do
terceiro nível, no entanto uma das tecnologias largamente aplicados para este efeito é a
desestabilização das partículas coloidais por meio da coagulação seguido da floculação e
demais processos de separação de misturas como decantação, flotação ou filtração. No
entanto por meio de uma revisão bibliográfica, realiza-se a descrição da tecnologia de
coagulação de tratamento de aguas afluentes, tendo em conta caracterização da tecnologia
de coagulação para tratamento de afluentes, descrição do princípio de funcionamento da
tecnologia de coagulação para tratamento de afluentes, descrição dos requisitos da
tecnologia de coagulação para tratamento de afluentes, descrição do dimensionamento da
tecnologia de coagulação para tratamento de afluentes, descrição do processamento de
lodo na tecnologia de coagulação para tratamento de afluentes e descrição das vantagens
e desvantagens da tecnologia de coagulação para tratamento de afluentes, Podendo chegar
concluir que tecnologia de coagulação para tratamento de águas residuais permite
desestabilizar as partículas coloidais que se encontram suspensas nas águas residuais, que
são agregados por meio da floculação, possibilitando assim a remoção ou captação destas
partículas por métodos de separação de mistura a citar decantação, flotação ou filtração
onde o método de coagulação para tratamento de aguas residuais não pode ser aplicada
de forma separada, isto é, somente se torna possível o tratamento de aguas residuais
atendendo a combinação com a floculação e um dos métodos de separação de misturas
homogenias ou heterogenias e a eficiência de remoção de partículas coloidais é maior
com o uso de coagulantes.
III
ABSTRACT
IV
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1: Variação com a distância da energia de interação entre partículas (ALVES,
2010).………………………………………………………………………………….…4
Figura 1.5: Formação de agregados polímeros – partículas por pontes. (MONTE et all,
2016)……………………………………………………………………………………..7
V
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.3: Valores típicos de G para instalações de mistura, adaptado. (BRITO et all,
2010).……………………………………………………………………...……………12
Tabela 1.4: Valores típicos de G para instalações de mistura, adaptado. (BRITO et all,
2010)…………………………………………………………………………………....15
VI
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURA
AR – Água Residual
SS –Sólidos Sedimentáveis
VII
INTRODUÇÃO
1
Estrutura do trabalho
2
CAPITULO I: MARCO TEÓRICO
1.0 Introdução
Este capitulo cinge-se essencialmente nos conceitos fundamentais de caracterização da
tecnologia de coagulação para tratamento de afluentes, descrição do princípio de
funcionamento da tecnologia de coagulação para tratamento de afluentes, descrição dos
requisitos da tecnologia de coagulação para tratamento de afluentes, descrição do
dimensionamento da tecnologia de coagulação para tratamento de afluentes, descrição do
processamento de lodo na tecnologia de coagulação para tratamento de afluentes e
descrição das vantagens e desvantagens da tecnologia de coagulação para tratamento de
afluentes.
3
baixa, inferior a 10−8 m/s (ver tabela 1.1), originando suspensões estáveis, de remoção
gravítica praticamente impossível.
Tabela 1.1: Velocidade de sedimentação de partículas de diferente dimensão, adaptado (ALVES, 2010).
Conforme MONTE et all (2016), as partículas coloidais tendem a desenvolver uma carga
elétrica à sua superfície, geralmente negativa, o que constitui um fator determinante da
estabilidade da sua manutenção em suspensão na água. Efetivamente, da existência de
cargas elétricas negativas à superfície da partícula resulta que as forças de repulsão
eletrostática (Er) entre partículas são superiores às forças de atração – forças de van der
Waals (Ea), pelo que as partículas se mantêm em suspensão de forma estável, não tendo
tendência para se agregarem. Quando as partículas se aproximam as forças de repulsão
são as predominantes até se ultrapassar a distância crítica (P), após a qual se vence a
barreira de energia que impede a aproximação, passando as forças atrativas a
prevalecerem, conforme representado na Figura 1.1.
Figura 1.1: Variação com a distância da energia de interação entre partículas (ALVES, 2010).
4
Segundo MONTE et all (2016), as partículas coloidais podem apresentar diversas formas
– esféricas, cilíndricas, elipsoidais, espirais mais ou menos enroladas, etc. – o que
condiciona as propriedades elétricas das partículas e a sua interação com o solvente.
Segundo MONTE et all (2016), a dimensão das partículas, juntamente com a sua
quantidade, forma e interações com o solvente, são os fatores que determinam as
caraterísticas da suspensão coloidal e os métodos mais apropriados para a sua remoção.
Segundo MONTE et all (2016), do ponto de vista da interação entre as partículas coloidais
e a água, as partículas coloidais podem classificar-se em hidrófilas (como o amido,
resinas, proteínas, polieletrólitos) e hidrófobas (como hidróxidos e sulfuretos metálicos),
consoante existe tendência para atração ou para repulsão eletrostática entre a partícula
coloidal e as moléculas de água.
Para MONTE et all (2016), quando a partícula coloidal desenvolve carga elétrica à sua
superfície (geralmente negativa) passa a constituir um núcleo rodeado de uma dupla
camada de iões, pois a partícula coloidal atrai iões de carga contrária, os quais aderem à
sua superfície por forças de atração eletrostática e de van der Waals, formando a chamada
5
camada fixa ou de Stern, em torno da qual se forma uma camada de iões mais difusa,
conforme representado na Figura 1.3.
Figura 1.3: Partícula coloidal – modelo da dupla camada (MONTE et all, 2016).
6
Neutralização das cargas superficiais da partícula coloidal, reduzindo as forças de
repulsão entre partículas;
Compressão da dupla camada, pela redução da espessura da camada difusa, pois
a presença de mais iões em solução diminui o volume da camada difusa,
diminuindo as forças de repulsão;
Aprisionamento das partículas num precipitado – inclusão dos coloides numa rede
formada pela rápida precipitação do coagulante, sendo o que acontece, por
exemplo, com a formação do precipitado de Fe(OH)3 por adição do coagulante
FeCl3 .
Adsorção e formação de pontes entre as partículas – este mecanismo ocorrem
quando se utiliza um polímero sintético de cadeia linear fortemente ramificada,
com grupos de átomos capazes de interagir com a superfície da partícula coloidal,
conforme representado na Figura 1.5.
Figura 1.5: Formação de agregados polímeros – partículas por pontes. (MONTE et all, 2016).
7
1.2.3.1 pH da água
Conforme MONTE et all (2016), o pH da AR que recebe o coagulante pode ser o fator
mais importante na eficiência do processo de coagulação. Quando a coagulação não
ocorre na zona de pH ótima para o coagulante a eficiência de coagulação é reduzida, o
que geralmente resulta num desperdício de reagentes e inferior qualidade do efluente.
Conforme MONTE et all (2016), os sais metálicos usados como coagulantes originam
um abaixamento de pH, parcialmente compensado pela alcalinidade da AR. Conforme
ilustrado na figura 1.6, o intervalo de pH favorável à precipitação de Al3+ Varia entre 5 a
cerca de 7, sendo o pH = 6 o correspondente à solubilidade mínima do precipitado. Para
o precipitado de Fe3+ a solubilidade mínima ocorre a pH = 8, no intervalo entre 7 a 9.
Fora destes intervalos, ou seja para:
Conforme MONTE et all (2016), os iões destes metais mantêm-se em solução, não
formando precipitado de hidróxido, perdendo-se a ação de aprisionamento das partículas
coloidais.
Figura 1.6: Diagramas de equilíbrio de solubilidade em água dos hidróxidos de a) alumínio e b) ferro. (MONTE et all,
2016).
8
antes ou conjuntamente com a adição do coagulante, o que requer a adição de um álcali,
como a cal ou a soda cáustica, ou de ácidos, como o ácido sulfúrico, consoante seja
necessário elevar ou baixar o pH da AR, respetivamente. Na tabela 1.2 indicam-se os
intervalos de valores de pH ótimos para a coagulação com os coagulantes de ferro e de
alumínio mais utilizados.
Tabela 1.2: ph ótimo para coagulantes metálicos adaptado. (MONTE et all, 2016).
Coagulantes pH
Sulfato de alumínio 4,0 – 7,0
Sulfato ferroso ≥ 8,5
Sulfato ferroso clorado 3,5 – 6,5 e ≥ 8,5
Cloreto férrico 3,5 – 6,5 e ≥ 8,5
Sulfato férrico 3,5 – 7,0 e ≥ 8,5
9
caraterísticas da AR. Assim, na seleção do coagulante há que atender às caraterísticas
químicas da AR, nomeadamente o pH e a alcalinidade, a variação diária e sazonal da
temperatura, mas também à disponibilidade do reagente no mercado e ao seu custo, bem
como ao tipo de operação de separação dos SS previsto após a coagulação-floculação. Os
sais de ferro, como o cloreto férrico (FeCl3), cujo intervalo de pH ótimo é bastante
alargado, são mais utilizados como coagulantes no tratamento da fase líquida das AR,
sendo os polímeros orgânicos atualmente muito utilizados no tratamento de lamas.
MONTE et all (2016), acrescenta ainda além da seleção do coagulante é também muito
importante selecionar a dose de reagente a adicionar à água, pois o uso de quantidade
excessiva de coagulante tem um efeito contraproducente, visto provocar a inversão das
cargas elétricas da dupla camada das partículas coloidais, continuando estas a repelir-se.
A seleção do tipo e da dose de coagulante, do pH ótimo e do grau de agitação, deve ser
efetuada experimentalmente em ensaios laboratoriais, conhecidos como ensaios de jar-
test (ver figura 1.7).
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do primeiro grupo o calcário pulverizado, a bentonite e a sílica e certas argilas, e os
polieletrólitos do segundo grupo.
MONTE et all (2016), acrescenta ainda que a manutenção das instalações de mistura
consiste na realização das ações de lubrificação dos equipamentos eletromecânicos e
outras recomendadas pelos fornecedores dos equipamentos e na limpeza periódica dos
recipientes (condutas, canais, cuvas) onde se realiza a mistura, para o que é indispensável
dispor de mangueira de água pressurizada junto da instalação de mistura.
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1.4 Dimensionamento de misturadores da tecnologia de coagulação para tratamento
de afluentes.
Conforme MONTE et all (2016), a realização do processo de coagulação requer uma
unidade que englobe instalações para: armazenamento dos reagentes; preparação das
com a AR ou as lamas.
Para MONTE et all (2016), a dose de coagulante é determinada pelos resultados de jar-
test, que também indica a velocidade de agitação que deve ser adotada na mistura dos
reagentes e a dose de corretor do pH, embora esta também possa ser determinada
estequiometricamente, com base no conhecimento da alcalinidade da AR ou das lamas.
Segundo MONTE et all (2016), o valor de G varia entre 500 e 6 000 1/s, consoante o grau
de agitação pretendido, que é mais elevado quando o objetivo é a mistura de reagentes.
Tabela 1.3: Valores típicos de G para instalações de mistura, adaptado. (BRITO et all, 2010).
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1.4.2 Dimensionamento de misturadores em linha estáticos.
Segundo MONTE et all (2016), em misturadores de linha estática, o grau de mistura está
relacionado com a perda de carga. Assim, o gradiente de velocidade para misturadores
em linha estáticos é calculado pela expressão 1.1.
g×h
G = √ υ×tL (1.1)
Onde:
V2
hL ≈ K × 2×g ≈ k sm × V 2 (1.2)
Onde:
Para MONTE et all (2016), os valores típicos para K SM variam entre 1 a 4,0, sendo 2,5 o
valor típico para aplicações no tratamento de AR. Geralmente para cada tipo de
misturador o fabricante fornece gráficos que ajudam a estimar a perda de carga. Deste
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modo, a potência dissipada para cada tipo de misturador estático é calculada pela
expressão 1.3.
γ×Q×hL
P= (1.3)
η
Onde:
Q: Caudal (m³/s).
η: eficiência de agitação.
P = k × ρL × N 3 × d5pás (1.4)
Onde:
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Tabela 1.4: Valores típicos de G para instalações de mistura, adaptado. (BRITO et all, 2010).
Tipo de agitador 𝐤
Hélice com veio quadrado e 3 pás 0,32
Hélice com veio de 2 ou 3 pás 1,00
Turbina com 6 pás planas 6,30
Turbina com 6 pás curvas 4,80
Roda de pás com duas lâminas 1,70
Para MONTE et all (2016), a configuração dos agitadores rotativos é variável no que se
refere ao número e dimensão das pás, das anteparas, o que determina proporções variáveis
entre as dimensões do agitador e do tanque de mistura. Por exemplo, pode ser conveniente
colocar o agitador mais ou menos perto do fundo ou ter um tanque mais profundo.
Figura 1.8: Dimensões típicas do tanque misturador com turbina. (McCabe, 1993).
DE = 1,3 √L × W (1.5)
Onde:
15
L: Comprimento das pás do agitador
Tabela 1.5: Parâmetros de dimensionamento de tanques de mistura com agitador rotativo, adaptado. (METCALF e EDDY, 2003).
16
Resolução do exemplo pratica 1:
V = Q × tr (1.6)
t r = 30 s
V=0,3993 m³=0,4 m³
Onde:
Q: Caudal (m³/s)
π×D2T
V= ×h (1.7)
4
4 × 0,4 𝑚3
h= = 0,5 m
π × 1 𝑚2
Onde:
Considerando G = 900 1/s (tabela 1.5) e utilizando a expressão 1.8, calcula-se a potência
do agitador.
P
G = √μ×V (1.8)
P = μ × V × G2 (1.9)
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Onde:
s 1 2
P = 1,139 × 10−3 N. × 0,4 m3
× 9002
( ) = 369,04 W
m2 s
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1.6 Vantagens e desvantagens da tecnologia de coagulação para tratamento de
afluentes.
Conforme MONTE et all (2016), a inclusão de coagulação química antes da operação de
decantação primária pode aumentar extraordinariamente a eficiência de remoção de SS,
CBO e CQO no tratamento primário, conforme se compara na tabela 1.6. Por outro lado,
o inconveniente da inclusão da coagulação química antes da decantação primária resulta
no aumento da produção de lamas primárias, de difícil desidratação e no consequente
aumento de custos de operação. Este aumento de produção de lamas deve ser considerado
no dimensionamento dos decantadores e/ou dos digestores.
Tabela 1.6: ph Aumento da eficiência de remocao de poluentes com coagulação química, adaptado. (MONTE et all,
2016).
Conforme MONTE et all (2016), os coagulantes não devem ser tóxicos para o Homem
nem para o meio ambiente, não devendo danificar as instalações, por corrosão ou
incrustação. Existem coagulantes orgânicos, como os polieletrólitos (iónicos ou não
iónicos), de que são exemplo as poliacrilamidas e coagulantes inorgânicos, como os sais
de alumínio e ferro.
MONTE et all (2016), acrescenta ainda que os Polieletrolitos (ver figura 1.7), podem ser
utilizados isoladamente como coagulantes ou como floculantes.
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Conforme MONTE et all (2016) os sais de Al e de Fe têm sido mais usados na clarificação
de águas para abastecimento público e industrial. No tratamento de AR têm sido
utilizados principalmente na remoção de fósforo, mas também de SSV. Deste tipo de
coagulantes, o mais utilizado em AR é o cloreto férrico, pela amplitude do intervalo de
pH ótimo (ver tabela 1.2) e por ser compatível com a presença de sulfureto de hidrogénio
na água.
Para MONTE et all (2016), O cloreto férrico reage como um ácido na água, reduzindo a
alcalinidade da solução, de acordo com a expressão a seguir.
20
CONCLUSÃO
21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
22
ANEXO I: Variação de características físicas da água com a temperatura, adaptado
(VENNARD e STREET, 1975).
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