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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

PIERRE LUÍS ALVES

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO


PÚBLICA DE ENSINO SUPERIOR BASEADA NA SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS E
NAS RECOMENDAÇÕES DAS NORMAS E LEGISLAÇÕES

DISSERTAÇÃO

CURITIBA
2018
PIERRE LUÍS ALVES

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO


PÚBLICA DE ENSINO SUPERIOR BASEADA NA SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS E
NAS RECOMENDAÇÕES DAS NORMAS E LEGISLAÇÕES

Dissertação de mestrado apresentada ao


Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Civil, da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná para obtenção do título de “Mestre em
Engenharia Civil”. Área de Concentração:
Construção Civil. Linha de Pesquisa: Sistemas
de Produção.

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Eduardo Catai.

CURITIBA
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
A474a Alves, Pierre Luís
2018 Avaliação pós-ocupação de uma edificação de uma instituição
pública de ensino superior baseada na satisfação dos
usuários e nas recomendações das normas e legislações
/ Pierre Luís Alves.-- 2018.

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Texto em inglês com resumo em português
Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Programa de Pós-graduação em Engenharia
Civil, Curitiba, 2018
Bibliografia: p. 95-101

1. Engenharia civil - Dissertações. 2. Sistemas de


produção. 3. Construção civil - Avaliação. 4. Iluminação.
5. Ruído. 6. Temperatura. 7. Satisfação de Usuários. 8.
Universidades e faculdades - Construção. 9. Construção
civil - Legislação. I. Catai, Rodrigo Eduardo, orient. II.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil, inst. III. Título.

CDD: Ed. 22 -- 624

Biblioteca Ecoville da UTFPR, Câmpus Curitiba


Bibliotecária Lucia Ferreira Littiere – CRB 9/1271
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

TERMO DE APROVAÇÃO DE DISSERTAÇÃO Nº 159

A Dissertação de Mestrado intitulada AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DE UMA


EDIFICAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO SUPERIOR BASEADA
NA SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS E NAS RECOMENDAÇÕES DAS NORMAS E
LEGISLAÇÕES, defendida em sessão pública pelo(a) candidato(a) Pierre Luís Alves, no dia
31 de agosto de 2018, foi julgada para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil, área
de concentração Construção Civil, e aprovada em sua forma final, pelo Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil.

BANCA EXAMINADORA:

Prof(a). Dr(a). Rodrigo Eduardo Catai - Presidente - UTFPR


Prof(a). Dr(a). Cezar Augusto Romano – UTFPR
Prof(a). Dr(a). Gutemberg Ribeiro – IFPR

A via original deste documento encontra-se arquivada na Secretaria do Programa, contendo a


assinatura da Coordenação após a entrega da versão corrigida do trabalho.

Curitiba, 31 de agosto de 2018.

Carimbo e Assinatura do(a) Coordenador(a) do Programa


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter dado condições para concretização deste
trabalho e principalmente por ter dado forças em não desistir nos obstáculos da vida.
Agradeço a minha esposa Eliete e meus filhos Francisco e Miguel pela compreensão na
minha ausência nesse período, eles sem dúvida são minha fortaleza e fonte de inspiração. Aos
meus pais Renato e Maria que souberam transmitir sobre caráter, princípios e valores.
Aos colegas do IFPR Nara e Tiago que fizeram as suas contribuíram neste trabalho.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UTFPR pelas
contribuições neste trabalho.
O meu orientador, Professor Dr. Rodrigo Eduardo Catai, pelo apoio, ajuda, dedicação e
competência na orientação deste trabalho.
Aos professores Eden e Paulo Yamamoto que me recomendaram ao PPGEC.
Agradeço ao Professor Zanatta que mesmo com uma missão enorme foi compreensivo
nesta reta final.
Ao professor Frederico que foi conselheiro nos momentos difíceis.
Agradeço a banca examinadora, pelo tempo e atenção em relação a esta dissertação.
E por fim, agradeço a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para o
desenvolvimento desta dissertação.
“Se você quer ser bem sucedido, precisa ter
dedicação total, buscar seu último limite e dar o
melhor de si.”
(Ayrton Senna da Silva)
RESUMO

ALVES, Pierre Luís. Avaliação Pós-Ocupação de uma Edificação de uma Instituição Pública
de Ensino Superior Baseada na Satisfação dos Usuários e nas Recomendações das Normas e
Legislações. 2018. 111 páginas. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Civil. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba,
2018.

No mundo globalizado e competitivo a busca pela excelência em processos se torna cada vez
mais uma obrigação por parte das empresas, como diferencial mercadológico, visto que existem
normas de desempenho que contribuem para produtos diferenciados, além de uma boa
avaliação da satisfação dos clientes. Desta forma, esta dissertação tem por objetivo a realização
de uma Avaliação Pós-Ocupação de uma edificação de uma instituição pública de ensino
superior baseada na satisfação dos usuários e nas recomendações das normas e legislações. Para
tanto foram utilizados dois métodos: análise comportamental, por meio de questionários, onde
o usuário expressa a sua opinião com relação à edificação que está sendo avaliada e avaliação
técnica, onde são avaliados os aspectos físicos arquitetônicos e de conforto. Na aplicação da
análise comportamental foi possível detectar a insatisfação dos usuários em alguns pontos como
conservação de louças e metais dos banheiros. Nos itens relacionados ao conforto ambiental,
os itens sensação térmica e ruído foram mal avaliados pelos usuários. Em instalações elétricas
o item quantidade de tomada foi o que apontou maior atenção. A aplicação da avaliação técnica
por meio de normas e legislações corroborou com a opinião dos usuários, além de apresentados
outros problemas. Os resultados finais foram apresentados de forma resumida em uma matriz
de descobertas e recomendações. Assim, pode-se concluir que é possível identificar uma certa
insatisfação dos usuários que podem ser decorrentes de falhas de projetos e especificações, mas
que poderiam ser reduzidas com avaliações periódicas, acompanhando as atualizações das
legislações e normas técnicas, contribuindo assim para projetos futuros e atendendo o propósito
para a qual a Avaliação Pós-Ocupação foi criada.

Palavras-chave: Avaliação Pós-Ocupação. Satisfação de Usuários. Iluminância. Ruído.


Temperatura.
ABSTRACT

ALVES, Pierre Luís. Post-Occupancy Assessment of a Public Institution of Higher Education


Based on the Satisfaction of the Users and the Recommendations of the Norms and Legislation.
2018. 111 pages. Dissertation (Master in Civil Engineering) - Graduate Program in Civil
Engineering. Federal Technological University of Paraná, Curitiba, 2018.

In the globalized and competitive world, the search for excellence in processes is becoming an
obligation on the part of companies, as a market differential, since there are performance
standards that contribute to differentiated products, as well as a good evaluation of customer
satisfaction. In this way, this dissertation aims at the realization of a Post-Occupancy
Assessment of a building of a public institution of higher education based on the satisfaction of
the users and in the recommendations of the norms and laws. For this, two methods were used:
behavioral analysis, through questionnaires, where the user expresses his opinion regarding the
building being evaluated and technical evaluation, where the physical and architectural aspects
of comfort are evaluated. In the application of the behavioral analysis it was possible to detect
the users' dissatisfaction in some points like conservation of chinaware and bathroom metals.
In the items related to environmental comfort, the thermal sensation and noise items were
poorly evaluated by the users. In electrical installations the item quantity of outlet was the one
that pointed out the most attention. The application of the technical evaluation through norms
and laws corroborated with the opinion of the users, besides presenting other problems. The
final results were summarized in an array of findings and recommendations. Thus, it can be
concluded that it is possible to identify a certain dissatisfaction among users that may be due to
project failures and specifications, but could be reduced with periodic evaluations,
accompanying updates of legislation and technical standards, thus contributing to future
projects and serving the purpose for which the Post-Occupancy Assessment was created.

Keywords: Post-occupation evaluation. User Satisfaction. Ilumination. Noise. Temperature.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Retroalimentação para futuros projetos ................................................................ 21


Figura 2 - Estrutura de avaliação pós-ocupação .................................................................... 23
Figura 3 - Campo de trabalho retangular .............................................................................. 38
Figura 4 - Malha de medição da iluminância das salas de aula .............................................. 49
Figura 5 - Luxímetro digital modelo LD-300 da Instrutherm ................................................ 50
Figura 6 - Vista do banheiro com a porta aberta ................................................................... 56
Figura 7 - Box comum com porta abrindo para o interior ..................................................... 57
Figura 8 - Área livre existente .............................................................................................. 57
Figura 9 - Boxe comum com porta abrindo para o exterior ................................................... 58
Figura 10 - Acabamento comum de válvula ......................................................................... 59
Figura 11 - Acabamento válvula de descarga........................................................................ 60
Figura 12 - Dispenser de papel higiênico .............................................................................. 60
Figura 13 - Vaga exclusiva para PcD ................................................................................... 63
Figura 14 - Acesso do estacionamento ao passeio ................................................................. 63
Figura 15 - Barra de apoio e válvula de descarga .................................................................. 64
Figura 16 - Válvula PcD ...................................................................................................... 64
Figura 17 - Torneira no banheiro PcD .................................................................................. 65
Figura 18 - Torneira para PcD .............................................................................................. 65
Figura 19 - Pontos de leitura em "r" ..................................................................................... 72
Figura 20 - Pontos de leitura em "q" ..................................................................................... 73
Figura 21 - Pontos de leitura em "t"...................................................................................... 74
Figura 22 - Pontos de leitura em "p" ..................................................................................... 75
Figura 23 - Vista do interior da sala...................................................................................... 77
Figura 24 - Layout das salas de aula ..................................................................................... 82
Figura 25 - Distribuição de tomadas nas salas de aula .......................................................... 82
Figura 26 - Proposta de tomadas .......................................................................................... 84
Figura 27 - Comando da iluminação das salas de aula .......................................................... 85
Figura 28 - Iluminação de emergência desligada .................................................................. 88
Figura 29 - Matriz de descoberta das salas de aula do bloco analisado .................................. 88
Figura 30 - Matriz de descoberta dos banheiros do bloco analisado ...................................... 89
Figura 31 - Matriz de descoberta quanto a acessibilidade dos banheiros do bloco analisado . 89
Figura 32 - Matriz de descoberta da biblioteca do bloco analisado........................................ 90
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Dados demográficos ........................................................................................... 53


Gráfico 2 - Dimensões de salas de aula e biblioteca.............................................................. 54
Gráfico 3 - Quantidade de banheiros, sanitários e lavatórios ................................................. 55
Gráfico 4 - Privacidade e dimensões dos sanitários .............................................................. 56
Gráfico 5 - Conservação de louças, metais e acessórios dos banheiros .................................. 58
Gráfico 6 - Acessibilidade no bloco analisado ...................................................................... 62
Gráfico 7 - Sensação térmica no período de inverno e verão nas salas de aula e biblioteca ... 66
Gráfico 8 - Sensação térmica no inverno .............................................................................. 68
Gráfico 9 - Sensação térmica no verão ................................................................................. 68
Gráfico 10 - Ventilação das salas de aula e biblioteca ........................................................... 69
Gráfico 11 - Iluminância das salas de aula e biblioteca ......................................................... 70
Gráfico 12 - Ruídos nas salas de aula e biblioteca ................................................................ 76
Gráfico 13 - Tempo de reverberação - situação atual ............................................................ 79
Gráfico 14 - Tempo de reverberação - simulação 1............................................................... 80
Gráfico 15 - Tempo de reverberação - simulação 2............................................................... 81
Gráfico 16 - Instalações elétricas .......................................................................................... 81
Gráfico 17 - Instalações de prevenção e combate contra incêndios ....................................... 85
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Vantagens de aplicação de APO ......................................................................... 22


Quadro 2 - Classe do conforto térmico ................................................................................. 29
Quadro 3 - Níveis aceitáveis de ruído ambientes de acordo com o uso ................................. 31
Quadro 4 - Tempo de reverberação em segundo por ambiente .............................................. 32
Quadro 5 - Coeficiente de absorção ...................................................................................... 34
Quadro 6 - Índice de refletância média ................................................................................. 35
Quadro 7 - Iluminância por classe de tarefas visuais ............................................................. 36
Quadro 8 - Fatores de iluminância adequada ........................................................................ 36
Quadro 9 - Tarefas e atividades com a especificação da iluminância .................................... 37
Quadro 10 - Teste de confiabilidade ..................................................................................... 52
Quadro 11 - Dados construtivos das salas de aula ................................................................. 70
Quadro 12 - Dados construtivos da biblioteca ...................................................................... 70
Quadro 13 - Levantamento de dados e leitura das iluminâncias ............................................ 71
Quadro 14 - Leituras em "r" ................................................................................................. 72
Quadro 15 - Leituras em "q" ................................................................................................ 73
Quadro 16 - Leituras em "t" ................................................................................................. 74
Quadro 17 - Leituras em "p" ................................................................................................ 75
Quadro 18 - Características geométricas ............................................................................... 77
Quadro 19 - Materiais, superfícies e coeficientes de absorção .............................................. 78
Quadro 20 - Média dos coeficientes de absorção .................................................................. 78
Quadro 21 - Características geométricas da sala simulada .................................................... 79
Quadro 22 - Coeficiente de absorção do forro ...................................................................... 80
Quadro 23 - Critério para quantificação de tomadas ............................................................. 83
Quadro 24 - Quadro de recomendações para salas de aula e banheiros ................................. 91
Quadro 25 - Quadro de recomendações para os acessos, sanitários acessíveis e biblioteca .... 92
LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


APO Avaliação Pós-Ocupação
CUB Custo Unitário Básico
IBRAOP Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
PAC Programa de Aceleração do Crescimento
PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat
TCU Tribunal de Contas da União
SINDUSCON Sindicato da Indústria da Construção Civil
UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná
SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custo e Índice da Construção Civil
SUS Sistema Único de Saúde
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 16
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA .................................................................................. 18
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 18
1.2.1 Objetivo geral................................................................................................ 18
1.2.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 18
1.3 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA .......................................................................... 18
1.4 JUSTIFICATIVAS ................................................................................................... 19
1.5 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO ...................................................................... 20
2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................... 21
2.1 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO ............................................................................ 21
2.1.1 Walkthrough ................................................................................................. 23
2.1.2 Avaliação técnica funcional ........................................................................... 24
2.1.3 Mapa comportamental ................................................................................... 24
2.1.4 Poema dos desejos......................................................................................... 25
2.1.5 Questionário .................................................................................................. 25
2.1.6 Matriz de descobertas .................................................................................... 26
2.1.7 Quadro de recomendações ............................................................................. 26
2.2 QUALIDADE DO AMBIENTE ESCOLAR ............................................................ 27
2.2.1 Conforto térmico ........................................................................................... 27
2.2.1.1 Índice de temperatura resultante ............................................................. 28
2.2.1.2 Ventilação .............................................................................................. 29
2.2.2 Conforto acústico .......................................................................................... 30
2.2.2.1 Conforto acústico no ambiente escolar .................................................... 32
2.2.3 Conforto lumínico ......................................................................................... 34
2.3 INSTALAÇÕES DE PREVENÇÃO E COMBATE CONTRA INCÊNDIOS ........... 38
2.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES........................................................................ 39
2.5 ESTUDO DE VIABILIDADE .................................................................................. 40
2.6 ANTEPROJETO ...................................................................................................... 41
2.7 PROJETO BÁSICO ................................................................................................. 41
2.8 DEFINIÇÃO DE OBRA PÚBLICA ......................................................................... 42
3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 43
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ......................................................................... 43
3.2 LOCAL DA REALIZAÇÃO DA PESQUISA .......................................................... 44
3.3 MÉTODO DE LEVANTAMENTO DE DADOS ..................................................... 44
3.4 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA .................................................................................. 44
3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ......................................................... 45
3.6 VALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO ....................................................................... 46
3.7 FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DE DADOS .................................................... 46
3.8 ARQUITETURA...................................................................................................... 47
3.9 ACESSIBILIDADE.................................................................................................. 47
3.10 ANÁLISE DA TEMPERATURA............................................................................. 47
3.11 ANÁLISE DO RUÍDO ............................................................................................. 48
3.12 ANÁLISE DA VENTILAÇÃO ................................................................................ 48
3.13 ANÁLISE DA ILUMINAÇÃO ................................................................................ 49
3.13.1 Avaliação da iluminância ....................................................................... 50
3.14 ANÁLISE DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ....................................................... 51
3.15 ANÁLISE DAS INSTALAÇÕES DE PREVENÇÃO E COMBATE CONTRA
INCÊNDIOS ...................................................................................................................... 51
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 52
4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES ............................................................................. 52
4.2 ARQUITETURA...................................................................................................... 53
4.3 QUANTIDADE DE BANHEIROS, SANITÁRIOS E LAVATÓRIOS ..................... 54
4.4 PRIVACIDADE NOS BANHEIROS E DIMENSÕES DOS SANITÁRIOS ............ 55
4.5 CONSERVAÇÃO DE LOUÇA, METAIS E ACESSÓRIOS NOS BANHEIROS .... 58
4.6 ACESSIBILIDADE.................................................................................................. 61
4.7 SENSAÇÃO TÉRMICA .......................................................................................... 66
4.7.1 Conforto térmico ........................................................................................... 67
4.8 VENTILAÇÃO DOS AMBIENTES......................................................................... 69
4.9 ILUMINÂNCIA ....................................................................................................... 70
4.9.1 Medições ....................................................................................................... 71
4.9.2 Tratamento dos dados.................................................................................... 72
4.10 RUÍDO ..................................................................................................................... 76
4.10.1 Tempo de reverberação com as condições atuais ........................................... 77
4.10.2 Simulação 1 - Tempo de reverberação com redução de volume ..................... 79
4.10.3 Simulação 2 - Tempo de reverberação com rebaixamento do forro ................ 80
4.11 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ................................................................................. 81
4.11.1 Quantidade de tomadas.................................................................................. 82
4.11.2 Critério para quantificação de tomadas .......................................................... 84
4.11.3 Comando de iluminação ................................................................................ 84
4.12 INSTALAÇÕES DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS .................................. 85
4.13 MATRIZ DE DESCOBERTA .................................................................................. 88
4.14 RECOMENDAÇÕES GERAIS ................................................................................ 90
5 CONCLUSÕES ........................................................................................................... 93
5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..................................................... 94
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 95
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA .......................................................... 102
APÊNDICE B – CARACTERIZAÇÃO METEOROLÓGICA DO PERÍODO DE INVERNO
DE 2017, SEGUNDO A FONTE OFICIAL (INMET) ....................................................... 105
APÊNDICE C – CARACTERIZAÇÃO METEOROLÓGICA DO PERÍODO DE VERÃO
DE 2017, SEGUNDO A FONTE OFICIAL (INMET) ....................................................... 108
APÊNDICE D – TABELA DE AMOSTRAS CAUSAIS SIMPLES PARA NÍVEL DE
CONFIANÇA 95,5%, HIPÓTESE P=50%......................................................................... 111
16

1 INTRODUÇÃO

Para Tookaloo e Smith (2015), as instituições de ensino quando pretendem construir


uma nova edificação devem verificar se está inserida no Plano Diretor da unidade, respeitando
as legislações vigentes. O projeto deve ser elaborado dentro de um programa de necessidades
com informações necessárias para atender as necessidades do público alvo. No entanto, existem
casos em que o edifício não funciona como o esperado, apesar de tais diretrizes de projeto. As
instituições têm enfrentado questões de mal desempenho das edificações e lidando com
problemas semelhantes repetidamente, levando ao desperdício de recursos para reparar. A
avaliação pós-ocupação é uma das ferramentas utilizadas por gestores para mapear e avaliar o
comportamento das edificações.
Os estudos que utilizam a técnica de avaliação pós-ocupação tem como propósito a
melhoria da qualidade de vida, além de produzir conhecimento sobre os ambientes, em razão
de analisar o ambiente construído ocupado a partir de múltiplas óticas, contribuindo para a
retroalimentação dos projetos com a mesma tipologia e controle da qualidade do ambiente
durante sua vida útil, mesmo assim a funcionalidade dos ambientes escolares tem sido pouco
estudada no âmbito nacional quanto aos aspectos de adequação dos espaços e equipamentos às
atividades previstas pela metodologia de ensino adotada, levando em conta apenas o indicador
a área por aluno como fator de funcionalidade.
Segundo Kowaltowski (1980), o nível de satisfação relativo ao desempenho do
ambiente físico é um fator importante, uma vez que existem dados que correlacionam
sentimentos de satisfação com aumento de produtividade em várias atividades, inclusive no
rendimento escolar.
A satisfação é o julgamento formado durante o uso ou consumo de produtos ou serviço
de determinado fornecedor, ou depois dele; portanto constitui uma reação ou sentimento em
relação a uma expectativa (SOLOMON, 2002).
De acordo com Womack e Jones (1998):

“O valor só pode se definido pelo cliente final. E só é significativo


quando expresso em termos de um produto específico (um bem ou um
serviço e, muitas vezes, ambos simultaneamente) que atenda às
necessidades do cliente a um preço específico em um momento
específico.”
17

Atingir níveis de qualidade aceitáveis na construção de edificações há muito tem sido


debatido no setor da construção civil. Os problemas nas edificações públicas estão relacionados
em princípio, a falhas executivas, projetos e fiscalização. As falhas construtivas podem estar
associadas ao uso de materiais, equipamentos ou técnicas inadequadas, além da mão-de-obra
não qualificada. Outro aspecto extremamente relevante é a deficiência de projetos básicos, bem
como a ausência de fiscalização para exigir o que foi especificado. Outros aspectos, entretanto,
estão também relacionados ao significado mais abrangente de qualidade da edificação, como
por exemplo desperdícios de materiais, tempo e mão-de-obra aumentando os custos de
produção, planejamento e gestão ineficientes acarretando atraso no cumprimento do
cronograma de obra e informações incompletas quanto ao uso e manutenção da edificação
reduzindo seu tempo de vida útil e contribuindo para sua inadequação. Tais problemas hoje são
vistos como motivo de preocupação por parte daqueles que pretendem adquirir um imóvel e
impõem às empresas construtoras o desafio de sobreviverem em um mercado mais exigente.
O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) foi criado
em 1988 com a finalidade de difundir os novos conceitos de qualidade, gestão e organização da
produção que estão revolucionando a economia mundial, indispensáveis à modernização e
competitividade das empresas brasileiras.
Embora os sistemas de gestão de qualidade auxiliem as construtoras, a fim de se obter
um produto com melhor qualidade e menor desperdício e consequentemente menor custo, em
se tratando de uma obra pública, onde historicamente os órgãos optam pelo tipo menor preço,
existe uma impossibilidade na legislação em se exigir que os licitantes tenham certificação de
qualidade, primeiramente por uma questão isonômica, conforme Art. 3º da Lei nº 8.666, e
segundo pelo fato de que na seção II – da habilitação da referida Lei, que vai dos art. 27º ao
33º, trata especificamente de todos os documentos que podem ser exigidos dos licitantes, não
levando em consideração esse tipo de certificação, além de ser também entendimento do
Tribunal de Contas da União, conforme Acórdão 2215/2008- Plenário:

“9.5.2 não exijam, como requisito para habilitação das licitantes, a


apresentação de certificados de qualidade e outros documentos que não
integram o rol da documentação exigida por lei para comprovação de
capacidade técnica, nos termos do inciso II c/c p §1º do Art. 30 da lei
8.666/93, abstendo-se, em especial, de exigir certificado do Programa
Brasileiro de Qualidade e produtividade de Habitat (PBQPH), por falta
de amparo legal”.
18

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

Esta pesquisa visa ampliar o conhecimento sobre o tema: avaliação pós-ocupação,


fazendo uma aplicação prática de métodos avaliativos da arquitetura e conforto ambiental para
medir o nível de satisfação dos usuários de edificações de ensino pública e tem como questão
central:
Avaliações periódicas e a retroalimentação dos projetos novos poderiam reduzir a
insatisfação dos usuários de edificações públicas?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral desta pesquisa foi a realização da APO (Avaliação Pós-Ocupação) de


uma edificação de uma instituição pública de ensino superior, tendo como base o valor
percebido pelos usuários, coletando os aspectos positivos para que possam ser incorporados em
novos projetos e subsídios para corrigir possíveis falhas por meio de normas e legislações

1.2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos foram:


• Avaliar o grau de percepção dos usuários de um bloco didático de uma
instituição de ensino superior;
• Analisar a satisfação dos usuários do bloco didático de uma edificação pública
de ensino superior;
• Analisar aspectos arquitetônicos;
• Avaliar o conforto ambiental como temperatura, ruído e iluminância.

1.3 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

Em razão da existência de várias abordagens sobre o tema de pesquisa proposto no setor


privado, nesta pesquisa optou-se em restringir por uma edificação pública de ensino superior
19

construída no ano de 2010, o que difere de qualquer empreendimento do setor privado em razão
de legislação específica na contração e execução. A delimitação da pesquisa se justifica por que
a “Administração Pública é o grande construtor de obras que determinarão o desenvolvimento
do Brasil” (NOGUEIRA, 2008).

1.4 JUSTIFICATIVAS

O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades


Federais - REUNI foi implementado pelo governo federal por meio do Decreto nº. 6.096, de 24
de abril de 2007, que conforme art. 1º, tem como objetivo criar condições para a ampliação do
acesso e permanência na educação superior, no nível de graduação, pelo melhor aproveitamento
da estrutura física e de recursos humanos existentes nas universidades federais.
Em razão desse decreto, várias instituições de ensino superior na cidade de Curitiba
receberam dezenas de milhões de reais em orçamento da União para investimento em estrutura
física, fracionados entre os anos de 2008 e 2010, sendo possível viabilizar diversas obras.
Atualmente o país vive uma crise política e financeira, tendo como reflexos a redução
drástica de investimentos, principalmente na área da educação, sendo que diversos programas
vêm sendo extintos como foi o caso do Ciências sem Fronteiras. Por essa razão as instituições
estão tendo dificuldades para honrar com os compromissos assumidos e tendo que descobrir
soluções para redução de gastos.
Por essa razão e primando pelo Princípio Constitucional da Eficiência, Art. 37º, “a
administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência”, tendo o interesse público acima do privado, essa pesquisa
propõe apontar o grau de satisfação dos usuários de uma edificação pública de ensino, apontar
os itens observados pelos usuários que necessitaram de intervenção e propor soluções.
20

1.5 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO

Esta dissertação está estruturada e apresentada da seguinte maneira:


No Capítulo 1 foi definido o tema em questão, o problema da pesquisa, os objetivos,
delimitação da pesquisa, justificativa e a estrutura da dissertação.
No Capítulo 2 apresenta-se a base teórica para o trabalho, na qual foi realizado um
levantamento sobre os temas: avaliação pós-ocupação e conforto ambiental.
No Capítulo 3 são apresentadas as escolhas metodológicas desta dissertação,
caracterização do objeto de estudo, método de levantamento de dados, definição de amostras
instrumento de coleta de dados e ferramentas para análise de dados.
No Capítulo 4 foi realizada a tabulação dos dados coletados e a análise, buscando uma
resposta do problema de pesquisa.
No Capítulo 5 foram apresentadas as conclusões a respeito da pesquisa realizada e
sugestões para futuros trabalhos.
21

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO

Meira e Oliveira (1998) definem avalição pós-ocupação (APO) como uma ferramenta
eficaz de avaliação sistemática do ambiente construído, incluindo o usuário nesse processo.
A APO pode ser definida como um conjunto de métodos e técnica de avalição de
desempenho aplicado no decorrer do uso de qualquer ambiente construído, visando aferir e
estabelecer diagnósticos que levem em consideração o nível de satisfação dos usuários finais,
de forma a subsidiar não somente as intervenções como melhorias nos programas de
manutenção, além de realimentar diretrizes para projetos semelhantes conforme a Figura 1
(ABIKO; ORNSTEIN 2002).

AVALIAÇÃO
PÓS-OCUPAÇÃO

CONSTRUÇÃO/
PROGRAMAÇÃO PROJETO
USO

Figura 1 - Retroalimentação para futuros projetos


Fonte : Brasil (2006a)

A APO tem por objetivo diagnosticar problemas na obra para que os mesmos sejam
corrigidos, construir banco de dados para alimentar outros projetos de mesma tipologia e
desenvolver conhecimento acadêmico (ORNSTEIN; ROMÉRO, 1992), trazendo a informação
para melhoria do espaço construído, fazendo recomendações e diretrizes, incorporando
aspectos positivos em projetos semelhantes ao avaliado (LAY; REIS, 1993), além de apurar o
índice satisfação e percepção dos usuários, avaliações técnicas e observações dos
empreendimentos.
Segundo Ornstein e Roméro (1992), ocorreram no Brasil a repetição de vários
empreendimentos pouco satisfatório para os usuários, principalmente as edificações públicas.
22

Para Sanoff (2007), existem três níveis de APO, a indicativa, a investigativa e a


diagnóstica; a utilização depende da profundidade do desenvolvimento da pesquisa, da
finalidade, dos prazos e dos recursos disponíveis, conforme Quadro 1.

Prazos Vantagens
Identificação e solução dos problemas nos equipamentos;
Melhoria na utilização dos espaços e consequentemente melhoria no desempenho do
edifício;

Curto Entendimento das implicações dos cortes orçamentários sobre o desempenho do


edifício;
Melhoria no entendimento sobre as consequências de projeto.
A significativa economia de custos na construção do edifício bem como através do
ciclo de vida;
Médio Facilidade para adaptação de equipamentos visando mudanças organizacionais e
ampliação ao longo do tempo que incluem a reciclagem de equipamentos para novos
usos.
Melhoria de longo prazo no desempenho do edifício;
Melhoria nos bancos de dados que alimentam os projetos;
Longo
Critérios e literatura de referência;
Melhoria na mensuração de desempenho dos edifícios através da quantificação.
Quadro 1 - Vantagens de aplicação de APO
Fonte: Preiser, Rabinowitz e White, apud Villa (2008)

Segundo Rheingantz (1997), de acordo com os objetivos do cliente e do tempo


necessário, a APO possibilita a adoção de melhorias a curto, médio e longo prazo:

a) Melhorias de curto prazo: a possibilidade de identificar e solucionar e problemas


nos diversos sistemas/serviços, otimizar o uso do espaço interno e feedback da
performance do edifício, otimizar as atitudes dos ocupantes do edifício, através
do seu envolvimento efetivo no processo de avaliação, conhecer a influência das
modificações ditadas pela redução dos custos na performance do edifício,
informar decisões tomadas e melhorar a compreensão das consequências das
decisões projetuais na performance do edifício.
b) Melhorias de médio prazo: flexibilidade e facilidade de adaptação às
modificações organizacionais e crescimento contínuo, incluindo reciclagem de
serviços/sistemas para novos usos; redução significativa nos custos de
23

construção e de manutenção do ciclo vital do edifício; acompanhamento


permanente da performance do edifício, por profissionais e usuários;
c) Melhorias a longo prazo: aperfeiçoamentos na performance a longo prazo do
edifício; otimizar dados de projeto, padrões, critérios, e produção de literatura
técnica; otimizar e quantificar as medições de performance do edifício.
Os principais métodos de pesquisa em APO são divididos em avaliação técnica e análise
comportamental. O primeiro grupo são levados em consideração aspetos físicos e funcionais,
dentre eles: walkthrough, avaliação técnico funcional, mapa comportamental e poema dos
desejos. No segundo grupo são analisados as percepções, utilizando questionários.
Os resultados obtidos nos dois grupos são apresentados em conjunto e recorrem à matriz
de descobertas e ao quadro de recomendações, sendo desenvolvidos conforme a estrutura
apresentada na Figura 2.

Figura 2 - Estrutura de avaliação pós-ocupação


Fonte: O autor (2016).

2.1.1 Walkthrough

O walkthrough é um procedimento exploratório inicial da APO, entendido como um


percurso dialogado complementado por fotografia, croquis gerais e gravação de áudio e de
vídeo, abrangendo todos os ambientes, na qual os aspectos físicos servem para articular as
reações dos participantes em relação ao ambiente (ORNSTEIN, BRUNA, ROMÉRO, 1995).
24

A vantagem de deste método é a rapidez e a facilidade, porém os resultados obtidos são


superficiais e necessitam de investigação mais profunda. A partir das características positivas e
negativas identificadas nesta etapa o pesquisado pode redefinir os objetivos da pesquisa e os
métodos e técnicas a serem utilizados posteriormente. É desejável a presença de pelo menos
um usuário com grande conhecimento experiencial do ambiente (ex: zeladores, supervisores de
manutenção, chefes de departamentos) para complementar as observações e esclarecer
possíveis dúvidas dos pesquisadores. O registro dos resultados pode ser feito de diversas
maneiras (mapas, plantas, check-lists, gravações de áudio e vídeo, fotografias, desenhos,
diários, fichas, etc) (RHEINGANTZ, 2009) e os instrumentos podem ser previamente
estruturados.

2.1.2 Avaliação técnica funcional

Conhecida como vistoria técnica, trata-se de avaliação profissional de aspectos


construtivos e funcionais (como superestrutura, pisos, alvenaria, esquadrias,
impermeabilizações, instalações, cobertura, área construída e área útil, circulações,
adensamento, layout, acessibilidade, conforto ambiental e outros), que pode acontecer apenas
em termos perceptivos ou ser complementada pelo uso de instrumentos de medição como
luxímetros, decibelímetros, termômetros, etc). No que se refere aos resultados, sempre que
possível a avaliação técnica deve compará-los com normas e diretrizes de literatura técnica
nacional e internacional, de forma a orientar a tomada de decisões (ORNSTEIN, BRUNA,
ROMÉRO, 1995).

2.1.3 Mapa comportamental

Técnica de observação do comportamento, os mapas comportamentais são registros


gráficos das atividades dos usuários em um determinado ambiente, que possibilitam verificar
usos, arranjos espaciais, fluxos, interações, movimentações e distribuição das pessoas no
ambiente (RHEINGANTZ, 2009).
De acordo com a literatura (ORNSTEIN, BRUNA, ROMÉRO, 1995; SOMMER,
SOMMER, 2002; PINHEIRO, ELALI, FERNANDES, 2008), o mapa comportamental
identifica atividades e comportamentos padrão que se repetem no tempo e no espaço, e o
formato gráfico dos resultados facilita a utilização dos dados na formulação das diretrizes de
projeto. De modo geral, o mapeamento pode ser centrado no ambiente lugar ou centrado na
25

pessoa. O primeiro enfoca no ambiente construído e como os usuários se distribuem e se


comportam, sendo seu registro feito em instrumento específico e em intervalos regulares de
tempo (exemplo de 15 em 15 minutos). O segundo enfoca os usuários e as atividades
desenvolvidas por eles enquanto permanecem no local, sendo o registro feito em instrumento
específico, e o número de participantes definido de acordo com o fluxo geral de pessoas naquele
lugar. O desenvolvimento dos mapas comportamentais demanda grande disponibilidade de
tempo para pesquisa, pois as observações necessárias devem abrange uma variedade
considerável de dias e horários, e o pesquisador deve evitar interferências no ambiente durante
o período de permanência (ELALI, 2006).

2.1.4 Poema dos desejos

Trata-se de um instrumento método que permite que os usuários possam declarar, por
meio de um conjunto de sentenças escritas ou desenho que exprimem as necessidades,
sentimento e desejos relativos ao edifício ou ambiente analisado. É um instrumento que busca
a espontaneidade das respostas, geralmente, produz resultados ricos e representativos das
necessidades e expectativas dos usuários (RHEINGANTZ, 2009). De acordo com Sanoff
(2001), o Poema dos Desejos é uma abordagem que sugere que os respondentes fantasiam sobre
a possibilidade de ter o ambiente dos sonhos, sempre a partir da frase “Eu gostaria que
(ambiente) fosse...”.

2.1.5 Questionário

O questionário é o método mais utilizado para obter informações sobre percepção


ambiental, comportamentos e atributos, os questionários buscam a obtenção de respostas
relativas a um conjunto de questões definidas pelo pesquisador em função do tema investigado
(ORNSTEIN, BRUNA, ROMÉRO, 1995; ROMÉRO, ORNSTEIN, 2003).
Para Moreira e Silva (2017), os questionários são instrumentos de coleta de dados
utilizados para comparação das respostas de um mesmo grupo de perguntas com a obtenção de
regularidades para um número representativo e significativo de respondentes.
Na elaboração o questionário deve refletir o objetivo da pesquisa, ser adequado ao
vocabulário do respondente (a fim de coletar sua opinião, independentemente de sua habilidade
ou treinamento anterior) e, se necessário, recolher informações sociodemográficas que
permitam identifica o grupo à qual pertence (GUNTHER, 2008).
26

A aplicação do questionário é simples, podendo ocorrer de modo presencial ou não


presencial (telefone, correio, internet), sendo fundamental que haja possibilidade para o
esclarecimento de dúvidas sem influenciar os respondentes. Em geral a tabulação das respostas
gera resultados quantitativos, de acordo com uma escala de valor. E, quando a amostra está
estatisticamente calculada e o número de respondentes é superior a 30, os questionários são
uma fonte de informações bastante confiável (ROMÉRO, ORNSTEIN, 2003).
Os questionários são elaborados com perguntas fechadas, permitindo perceber como o
usuário se comporta e utiliza os espaços, as satisfações e insatisfações, bem como as
deficiências e potencialidades do projeto em termos funcionais, espaciais e ambientais (VILLA;
SARAMAGO; GARCIA, 2015).
Segundo Moreira e Silva (2017), os questionários podem revelar a satisfação dos
usuários com relação a diversos aspectos funcionais e comportamentais do ambiente construído
em questão.

2.1.6 Matriz de descobertas

Definida por Rheingantz (2009), como o instrumento de análise que permite identificar
e comunicar graficamente as descobertas da APO, especialmente aquelas decorrentes de falhas
de projeto ou de execução, bem como à incompreensão e ao desconhecimento de tipo de
usuários, a matriz de descoberta é um instrumento de análise que permite identificar e
comunicar graficamente os achados da pesquisa, especialmente as relacionadas à
funcionalidade do dia-a-dia. A utilização da matriz de descobertas para apresentação dos
resultados facilita a leitura e o entendimento dos resultados por clientes e usuários leigos.

2.1.7 Quadro de recomendações

Matriz que determina as intervenções necessárias ao enfrentamento dos principais


problemas detectados na APO, indicando soluções (projetuais ou ligadas ao uso) a serem
implementadas a curto, médio e longo prazo (ORNSTEIN, 1992).
Ornstein e Roméro (1992) delimitaram tempos médios para essas ações, que seriam:
Curto prazo, 6 a 12 meses: Prazo médio, 13 a 24 meses; e Longo prazo, 25 a 48 meses. Contudo,
os próprios autores esclarecem que esses prazos não são absolutos e podem variar de acordo
com questões relacionadas ao investimento financeiro necessário para realizar a intervenção e
a disponibilidade institucional para fazê-lo, além de verem considerar situações que
27

representem eventual risco de vida aos usuários ou risco de degradação acelerada de elementos
construtivos.

2.2 QUALIDADE DO AMBIENTE ESCOLAR

O conforto ambiental está diretamente relacionado à produtividade de trabalho e ao


rendimento escolar e depende do projeto da edificação e de suas adequações para as atividades
de seus usuários. Itens como qualidade do ar interno, temperatura e umidade, condições de
ventilação e de iluminação e acústica têm grande influência no aprendizado dos alunos
(GRAÇA; KOWALTOWSKI; PETRECHE, 2006, ORNSTEIN; ONO, 2005).
A interdisciplinaridade requerida para o projeto de espaços escolares é uma realidade
extremamente complexa, deve haver visões psicológicas, pedagógicas, arquitetônicas, alguém
que tenha uma visão do espaço, da cor, da relação entre o que compõe o espaço e o usuário
(PIZARRO, 2005).
A interferência do ambiente natural ou construído desempenha um importante papel no
comportamento e na saúde de seus usuários (FRANÇA, 2011).
O ensino público brasileiro vem sendo constantemente questionado, por meio de
avaliações de desempenho, o que demonstra a grande importância social na preparação do
indivíduo para a vida e construção social. No entanto, as ações tomadas não colaboram para
melhorar a qualidade do ensino e a vivência dos alunos e profissionais da educação no ambiente
escolar (KOWALTOWISK, 2011).
Dentro da qualidade ambiental existe o conceito de conforto ambiental e os parâmetros
utilizadas para mensurar são: conforto térmico, acústico e lumínico. Estes parâmetros buscam
a satisfação dos usuários, bem como a definição das condições mínimas para o bem-estar na
edificação (ORNSTEIN, 1990).

2.2.1 Conforto térmico

O conforto térmico, junto com outros elementos como o ruído, a qualidade do ar e a


luminosidade, constituem o conforto ambiental, uma área de investigação, onde se procura
compreender de que forma as condições do meio influenciam, positiva ou negativamente na
percepção de conforto humano (GONÇALVES, 2007).
28

Segundo ANSI/ASHRAE 55 (2004), conforto térmico é a satisfação que a mente


expressa em relação ao ambiente térmico. Essa definição enfatiza que o julgamento de conforto
térmico é um processo que envolve fatores físicos, fisiológicos e psicológicos.
No mesmo sentido Fanger (1970), quando um indivíduo não prefere nem mais calor
nem mais frio em relação ao ambiente em que se encontra é denominado neutralidade térmica,
ou seja, o corpo humano está em equilíbrio com o ambiente, uma vez que trocando todo calor
gerado é trocado em proporção igual.
Para Ruas (2002), o corpo humano é um sistema termodinâmico que gera calor em
consonância com o ambiente para obter o equilíbrio térmico essencial à vida. Desta forma,
existe uma constante troca de calor entre o corpo e o meio, regidos pelas leis da física e
influenciados por mecanismos de adaptação fisiológica, por condições ambientais e fatores
individuais. Portanto, a sensação de conforto térmico está relacionada ao esforço realizado pelo
organismo para manter o equilíbrio térmico.
Existem dois grupos de variáveis que influenciam no conforto térmico: as de natureza
ambiental e as de natureza pessoal, sendo que as de natureza ambiental são: temperatura
radiante média, umidade relativa do ar e velocidade do vento. No entanto as de natureza pessoal
são: atividades físicas e o tipo de vestimentas (RUAS, 1999).

2.2.1.1 Índice de temperatura resultante

Criado por Missernard em 1948, na França, este índice considera em sua equação os
efeitos da umidade e do movimento do ar em indivíduos com ou sem vestuário, conforme
Equação 1 (CARVALHO, 2006).

= − 0,4( − 10)(1 − ) (Eq.1)

Em que,
= temperatura resultante (ºC);
= temperatura do ar (bulbo seco) (ºC);
= umidade relativa do ar (%).
29

A classificação foi realizada por comparação das faixas de sensação térmica conforme
Quadro 2, desenvolvido por Funari (2006).

Resultado Sensação térmica Grau de estresse fisiológico


dos índices
<13 Muito frio Extremo estresse ao frio

13 – 16 Frio Tremer

16 – 19 Frio moderado Ligeiramente resfriamento do corpo

19 – 22 Ligeiramente frio Vasoconstrição

22 – 25 Confortável Neutralidade térmica

25 – 28 Ligeiramente quente Ligeiro suor e vasodilatação

28 -31 Quente moderado Suando

31 – 34 Quente Suor em profusão

>34 Muito quente Falha na termorregulação

Quadro 2 - Classe do conforto térmico


Fonte: Funari (2006).

2.2.1.2 Ventilação

A ventilação é o processo de renovação de ar de um ambiente; a troca do ar pode


controlar a temperatura e a umidade do ambiente (COSTA, 2005).
Segundo Nicol (2004), o impacto da ventilação em ambientes permite a tolerância de
temperaturas do ar até 4º C mais elevadas e se houver a utilização de ventiladores, a sensação
pode ser alterada em 2º C com velocidades do ar de 0,25m/s e temperaturas a 25º C.
Para Fleury (1990) a movimentação do ar pode produzir sensação de conforto sob
temperaturas acima de 30º C.
O critério para o dimensionamento de abertura para ventilação natural, utilizado pelos
códigos de obras no Brasil, baseia-se na fração da área de piso dos ambientes internos, para
garantir a renovação de ar, com objetivo de assegurar a qualidade do ar respirável e o conforto
térmico dos usuários (TOLEDO, 2001).
30

2.2.2 Conforto acústico

Segundo Hirashima e Assis (2017), o conforto acústico depende do nível sonoro, mas
também de variáveis subjetivas que estão relacionadas aos aspectos psicológicos e fisiológicos.
Conforto acústico está relacionado ao fato de ouvir sem interferência que causem
estresses, ou distorções das atividades desempenhadas (OCHOA, 2010).
Para Eniz e Garavelli (2006), os ruídos estão presentes no cotidiano no ambiente de
trabalho e escolas, podendo trazer prejuízos as relações sociais, à comunicação, ao rendimento
escolar e saúde.
Ochoa (2010), destaca que o ruído pode ser perturbador ou prejudicial, dependendo do
tempo de exposição e distância da fonte.
No mesmo entendimento, Ribeiro e Câmara (2006) ressaltam que o tempo de exposição
do ruído pode ocasionar efeitos à saúde como estresse, irritabilidade, hipertensão arterial e estar
associada a outras situações de riscos. Neste sentido no Brasil existe a Norma Regulamentadora
(NR 9) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na qual classifica os agentes de risco
ocupacionais em grupos: em relação a natureza, danos que pode causar a saúde do trabalhador,
intensidade e tempo de exposição.
Segundo Losso (2003), a perda da audição pode ocorrer em função de longa exposição
a alto níveis de ruídos, ou ainda, pelo envelhecimento dos indivíduos que podem perder
progressivamente a capacidade auditiva ao longo da vida.
Os edifícios brasileiros não oferecem conforto acústico aos seus usuários, uma vez que
estudos sobre avaliação pós-ocupação, comumente retratam a insatisfação dos usuários quanto
a perturbações sonoras. As edificações escolares também estão inseridas nesse contexto, onde
a preocupação com os aspectos acústicos é praticamente nula (OCHOA, 2010).
No Brasil, a NBR 10152 atribui os intervalos adequados de ruído para ambientes de
acordo com a finalidade características do recinto conforme Quadro 3.
31

LOCAIS Nível de ruído ambiente dB (A)

HOSPITAIS

Apartamentos, enfermarias, berçários e centro cirúrgicos 35 – 45

Laboratórios, área para uso do público 40 – 50

Serviços 45 – 55

ESCOLAS

Bibliotecas, salas de música, salas de desenho 35 – 45

Salas de aula, laboratórios 40 – 50

Circulação 45 – 55

HOTÉIS

Apartamentos 35 – 45

Restaurantes, salas de estar 40 – 50

Portaria, recepção, circulação 45 – 55

RESIDÊNCIAS

Dormitórios 35 – 45

Salas de estar 40 – 50

AUDITÓRIOS

Salas de concertos, teatros 30 – 40

Salas de conferências, cinemas, salas de uso múltiplo 35 – 45

RESTAURANTES 40 – 50

ESCRITÓRIOS

Salas de reunião 30 – 40

Salas de gerência, salas de projeto e de administração 35 – 45

Salas de computadores 45 – 65

Salas de mecanografia 50 – 60

IGREJAS E TEMPLOS MEDITATIVOS 40 – 50

LOCAIS PARA ESPORTE, PAVILHÕES FECHADOS 45 – 60


PARA ESPETÁCULOS E ATIVIDADES ESPORTIVAS
Quadro 3 - Níveis aceitáveis de ruído ambientes de acordo com o uso
Fonte: ABNT (1987).
32

2.2.2.1 Conforto acústico no ambiente escolar

Em ambientes escolares, os altos níveis de ruído de fundo podem interferir na


comunicação, podendo ser um agravante para o aprendizado. São várias as fontes de ruídos,
tanto internas, quanto externas, que podem contribuir no desconforto acústico dos ambientes,
segundo Losso (2003), os ruídos externos podem ser produzidos pelo tráfego de veículos que
circulam em vias próximas da edificação, além de que outros fatores podem potencializar o
ruído como volume de veículos, o tipo de pavimento da via e a velocidade, além de ruídos
produzidos por indústrias, feiras e obras.
No caso de fontes internas, estas podem ser produzidas pelas áreas de circulação,
atividades esportivas, espaços recreativos, ambientes como refeitórios e locais em que são
manipuladas a alimentação e que não possuem um bom isolamento acústico em razão do
material cerâmico de revestimento das paredes, pois esses têm propriedades que contribuem
para os altos índices de reverberação acústica (SCHIMD; THIBAULT, 2001).
O tempo de reverberação influencia na qualidade acústica do ambiente. É definido como
o intervalo de tempo, em segundos, que o nível de pressão sonora leva para decair 60 decibéis
(dB) a partir da interrupção da fonte em um ambiente fechado (KUTTRUFF, 1979).
Segundo Bistafa (2005), o tempo de reverberação é o único índice objetivo de qualidade
sonora e pode ser calculado a partir de dados construtivos da sala.
O tempo de reverberação varia em função do volume do recinto e as características dos
materiais empregados. No mesmo entendimento, Silva (2005) comenta que a medida que se
aumenta o volume dos recintos, são incrementados os tempos de reverberação.
Segundo ANSI 1 S12.60/2010, os valores do tempo de reverberação para salas de aula
devem permanecer entre 0,4 e 0,6 segundos, conforme Quadro 4.

Tipo de ambiente Tempo adequado de reverberação em segundos

Salas de aula De 0,4 a 0,6

Salas para ensaios musicais De 0,6 a 1,1

Lanchonetes De 0,8 a 1,2

Auditórios De 1,0 a 1,5

Ginásios De 1,2 a 1,6

Quadro 4 - Tempo de reverberação em segundo por ambiente


Fonte: Adaptado de SEEP , 2000 apud FRANÇA, 2011.
33

Por meio de estudos analíticos, o tempo de reverberação foi relacionado com o volume
e características de absorção do ambiente, Sabine (1896) estabeleceu condições acústicas
satisfatórias e desenvolveu uma equação matemática para o cálculo do tempo de reverberação,
conforme Equação 2.

= 0,161 = 0,161 (Eq. 2)

Em que,
= tempo de reverberação (s);
= volume do recinto (m³);
= superfície dos materiais (m²);
= coeficiente de absorção materiais;

Segundo a NBR 12.179, a fórmula de Sabine deve ser empregada quando o coeficiente
de absorção médio for menor ou igual a 0,30 (ABNT, 1992a).
Para ambientes com superfícies altamente absorventes Eyring (1930) apresentou a
fórmula alterada para corrigir a fórmula de Sabine, conforme Equação 3 (SILVA, 2005).

,
= (Eq. 3)
!," #$%( &)

Em que,
= tempo de reverberação (s);
= volume do recinto (m³);
= área total das superfícies interiores do recinto (m²);
'= coeficiente médio de absorção;

Segundo a NBR 12.179, a fórmula de Eyring deve ser utilizada quando o coeficiente
médio de absorção for maior que 0,3 (ABNT, 1992a).
34

Coeficiente absorção sonora α 125 250 500 1 kHz 2 kHz 4 kHz


Hz Hz Hz
Parede de tijolos rebocada caiada 0,018 0,02 0,03 0,03 0,03 0,03

Placas de gesso (parede ou teto) 0,25 0,15 0,08 0,06 0,04 0,04

Laje nervurada 0,01 0,01 0,015 0,015 0,02 0,02

Laje de concreto aparente 0,29 0,39 0,43 0,52 0,60 0,70

Forro em fibra lenhos, espessura 0,25 0,30 0,30 0,40 0,55 0,60
20mm
Janela simples fechada 0,04 0,04 0,03 0,02 0,02 0,02

Porta madeira pintada 0,20 0,15 0,10 0,10 0,09 0,11

Piso vinílico 0,02 0,03 0,04 0,05 0,05 0,10

Piso parquet madeira 0,04 0,04 0,06 0,12 0,10 0,15

Tablado emborrachado 0,02 0,03 0,04 0,05 0,05 0,10

Tablado madeira 0,09 0,08 0,08 0,09 0,10 0,10

Quadro negro de madeira, espessura 0,28 0,20 0,10 0,10 0,08 0,08
3 mm
Cortina PVC 0,06 0,06 0,17 0,17 0,03 0,03

Cortina jeans 0,06 0,08 0,10 0,10 0,10 0,10

Carteira de fórmica 0,01 0,01 0,02 0,02 0,03 0,03

Carteira de madeira 0,02 0,05 0,05 0,05 0,04 0,03

Cadeiras de fórmica 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02

Cadeiras de madeira 0,02 0,05 0,05 0,05 0,04 0,03

Cadeira estofada 0,41 0,50 0,56 0,58 0,54 0,46

Quadro 5 - Coeficiente de absorção


Fonte: Zannin; Ferreira; Sant´ Ana (2009).

2.2.3 Conforto lumínico

O sistema de iluminação pode ser dividido em natural e artificial com o objetivo de


fornecer luz para prática de tarefas visuais, proporcionando um conforto visual mais adequado
aos usuários, ocupantes dos postos de trabalho (GHISI, 1997).
Para Lamberts (1997), conforto visual é entendido com a existência de um conjunto de
condições em um ambiente, na qual o usuário pode desenvolver suas atividades visuais com o
máximo de atenção e precisão visual e com menor esforço, assim reduzindo riscos de acidentes.
35

A iluminância é a grandeza mais comum e de fácil medição, na qual é medida a


quantidade de luz emitida por uma fonte que incide sobre uma superfície, iluminando-a, por
unidade de área. Sua unidade no sistema internacional é lm/m² ou lux (lx) (PEREIRA; SOUZA,
2005).
Segundo Souza (2005), o sistema de iluminação artificial consiste em fontes como
lâmpadas, reatores, refletores, componentes de proteção, difusão e luminárias.
As luminárias fazem o controle da distribuição da luz emitida pelas lâmpadas, “uma
luminária eficiente otimiza o desempenho do sistema de iluminação artificial. Ao avaliar uma
luminária, sua eficiência e suas características de emissão são de considerável importância”
(LAMBERTS, 1997).
Para Souza (2005), as luminárias utilizam materiais de alta refletância com objetivo de
ter uma melhor distribuição de luz e assim ampliar o espaço entra as luminárias proporcionando
um conforto visual, ressalta-se que as cores influenciam no rendimento do sistema de
iluminação, pois, possuem propriedade de reflexão, o Quadro 6, indica o índice de reflexão
média de algumas cores.

Cor Refletância (%)

Branco teórico 100

Amarelo 70

Verde limão 60

Amarelo ouro 60

Rosa 60

Laranja 50

Azul claro 50

Cinza neutro 30

Vermelho 20

Azul turquesa 15

Violeta 05

Preto 03

Quadro 6 - Índice de refletância média


Fonte: Pereira e Souza (2005).

No Brasil a norma que tratava sobre iluminância era a NBR 5413 - Iluminância de
interiores, que tinha por objetivo, estabelecer os valores de iluminância média mínimos em
36

serviço para iluminação artificial em interiores, onde se realiza atividades de comércio,


indústria, ensino esporte e outra, conforme Quadro 7 (ABNT, 1992a).

Tipo de ambiente LUX


Escolas

Salas de aula 200 300 500

Quadros negros 300 500 750

Bibliotecas

Sala de leitura 300 500 750

Recinto das estantes 200 300 500

fichário 200 300 500

Quadro 7 - Iluminância por classe de tarefas visuais


Fonte: ABNT (1992a).

A norma estabelece procedimento na escola dos valores das iluminâncias constantes no


Quadro 7, sendo determinado pelo somatório de três fatores: idade, velocidade e precisão e
refletância do fundo e os valores dos pesos são determinados conforme Quadro 8.

Peso

Características da tarefa e do observador -1 0 +1

Idade Inferior a 40 anos 40 a 55 anos Superior a 55 anos

Velocidade e precisão Sem importância Importante Crítica

Refletância do fundo Superior a 70% 30 a 70% Inferior a 30%

Quadro 8 - Fatores de iluminância adequada


Fonte: ABNT (1992a).

Usar a iluminância inferior do grupo, quando o valor for igual a -2 ou -3; a iluminância
superior, quando a soma +2 ou +3; e a iluminância média nos demais casos.
A partir de 2013 a NBR 5413 foi substituída pela NBR 8995 que passou a estabelecer a
iluminância média por ambiente, tarefa ou atividade, conforme Quadro 9.
37

Tipo de ambiente, tarefa ou atividade (' () *) + , -

Bibliotecas

Estantes 200 19 80

Área de leitura 500 19 80

Bibliotecárias 500 19 80

Construções educacionais

Salas de aula, salas de aula particulares 300 19 80

Salas de aula noturnas, classe e educação de adultos 500 19 80

Quadro 9 - Tarefas e atividades com a especificação da iluminância


Fonte: ABNT (2013).

Conforme Nota Técnica n.º 224/2014 do Ministério do trabalho “a NBR ISO/CIE


8995-1/2013 não deixa clara a forma que dever ser realizadas as avaliações em ambientes de
trabalho, os níveis de iluminamento a serem observados devem ser contidos na NBR 5413/92,
devendo ser utilizada para fins de avaliação o disposto na NBR 5382/85.
Segundo NBR 5382 – Verificação de iluminância de interiores, fixa o modo pelo qual
se faz a verificação da iluminância de interiores de área retangulares, através da iluminância
média sobre um plano horizontal, proveniente da iluminação geral (ABNT, 1985).
A iluminância média é determinada pela Equação 4.

(/ )(0 )12(/ )13(0 )14


.' = /0
(Eq. 4)

Onde:
5 = número de luminárias por fila
6= número de filas

A mesma norma estabelece que R, Q, T e P, sejam as médias das leituras, r1, r2, r3,
r4, r5, r6, r7 e r8, q1, q2, q3 e q4, t1, t2, t3 e t4, p1 e p2, respectivamente e as leituras ocorrerão
conforme Figura 3.
38

Figura 3 - Campo de trabalho retangular


Fonte: ABNT (1985).

2.3 INSTALAÇÕES DE PREVENÇÃO E COMBATE CONTRA INCÊNDIOS

As regulamentações desenvolveram-se com a promulgação da Constituição Federal em


1988, em que atribuindo a responsabilidade ao Corpo de Bombeiros de cada Estado, em razão
desse processo, foi implantado diversas normativas em cada Estado (FERNANDES, 2010).
Segundo NPT 003, sinalização de emergência é definia como o conjunto de sinais
visuais que indicam, de forma rápida e eficaz, a existência, a localização e os procedimentos
referentes a saídas de emergência, equipamentos de segurança contra incêndios e riscos
potenciais de uma edificação ou áreas relacionadas a produtos perigosos (PARANÁ, 2014a).
Segundo Brentano (2010), a sinalização de emergência deve ser disposta de tal forma
que os usuários possam visualizar facilmente e orientar de forma rápida e segura a evacuação
em uma situação de incêndio, tendo como finalidade reduzir o risco de ocorrência de incêndio,
alertando para os riscos existentes e garantir que sejam adotadas ações adequadas à situação de
risco, que orientem as ações de combate e facilitem a localização dos equipamentos e das rotas
de saída para abandono seguro da edificação em caso de incêndio (PARANÁ, 2014c).
As saídas de emergência devem ser dimensionadas, para que a população possa
abandonar a edificação, em caso de incêndio ou pânico, completamente protegida em sua
integridade física, e permitir o acesso de guarnições de bombeiros para o combate ao fogo ou
retirada de pessoas (PARANÁ, 2016).
39

A NPT 003, define saída de emergência, rota de fuga, rota de saída ou saída:

“caminho contínuo, devidamente protegido e sinalizado, proporcionado


por portas, corredores, “halls”, passagens externas, balcões, vestíbulos,
escadas, rampas, conexões entre túneis paralelos ou outros dispositivos
de saída, ou combinações desses, a ser percorrido pelo usuário em caso
de emergência, de qualquer ponto da edificação, recinto de evento ou
túnel, até atingir a via pública ou espaço aberto (área de refúgio), com
garantia de integridade física (PARANÁ, 2014a).

Salas com capacidade acima de 200 pessoas e nas rotas de saída de locais de reunião
com capacidade acima de 200 pessoas, as portas de comunicação com os acessos, escadas e
descargas devem ser dotadas de ferragem do tipo antipânico (PARANÁ, 2016). A barra
antipânico é um dispositivo de destravamento da folha de uma porta, na posição de fechamento,
acionado mediante pressão exercida no sentido de abertura, em uma barra horizontal fixada na
face da folha (PARANÁ, 2014a).
Para Brentano (2011), a iluminação de emergência tem a função de substituir a
iluminação artificial dos ambientes, em caso de falha no sistema elétrico ou em caso de
incêndio, devendo permanecer em funcionamento, mantendo um mínimo de iluminância
permitindo a evacuação da edificação com rapidez e segurança.

2.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O Programa de Necessidades corresponde à determinação das exigências de caráter


prescritivo ou de desempenho, verificando as necessidades e expectativas dos usuários.
Segundo Altounian (2009), é preciso otimizar as demandas sociais em todas as áreas
(social, saúde, educação, desenvolvimento) com a previsão da receita, trabalhando com a
hipótese de que não haja recursos suficientes para o atendimento a todas as necessidades.
No mesmo entendimento, Baeta (2013), apresenta que um bom plano de necessidade
deve considerar a área de influência do empreendimento, a população atingida e a região
beneficiada.
O órgão interessado na obra terá a incumbência da definição do programa de
necessidades da coletividade, apresentando um organograma funcional da obra pretendida,
acompanhada de fluxograma, desenhos esquemáticos, memoriais com as recomendações de
caráter geral e as planilhas contendo a relação dos ambientes, usuários, atividades,
equipamentos e mobiliários (BONATTO, 2012).
40

O Tribunal de Contas da União – TCU, em algumas fiscalizações de obras, detectou


falhas e superdimensionamentos nos planos de necessidades elaborados por alguns órgãos.
Havendo desperdício de recurso público na ordem de milhões de reais, uma vez que foram
construídos vários pavimentos de uma edificação com área superdimensionada para as reais
necessidades do órgão (BAETA, 2013).

2.5 ESTUDO DE VIABILIDADE

Etapa responsável pelas análises técnicas e econômicas promovendo a seleção das


alternativas para a concepção dos projetos, permitindo verificar o atendimento ao programa do
ponto de vista legal, econômico e social, analisando os benefícios com a implantação e prejuízos
pela ausência do empreendimento, sendo o órgão da Administração responsável pela
elaboração do estudo de viabilidade.
Para Baeta (2012), elaborar uma estimativa de custos é uma atividade bem diferente de
elaborar um orçamento, pois pode fazer uma avaliação com base em custos históricos, índices,
gráficos, estudos de ordem de grandeza, correlações ou comparação com projetos similares.
Um dos índices específicos é o custo unitário básico – CUB que indica o custo por metro
quadrado de uma edificação em razão de sua característica, conforme art. 54 da Lei 4.591/64,
os sindicatos estaduais da indústria da construção civil ficam obrigados a divulgar
mensalmente, até o dia 5 de cada mês, O CUB não considera, em sua composição, uma série
de itens de custo presentes na maioria das obras, tais como, fundações especiais, elevadores e
instalações especiais como água quente, ar condicionado e outras (TCU, 2013).
Toda e qualquer obra envolve dois tipos de custos: diretos e indiretos, sendo que os
custos diretos são os insumos (materiais e mão de obra) que ficam agregados fisicamente à obra
(SILVA, 2006).
Segundo Art. 102º da Lei nº 12.708:

“O custo global das obras e dos serviços de engenharia contratados e


executados com recursos dos orçamentos da União será obtido a partir
de composições de custos unitários, previstas no projeto, menores ou
iguais à mediana de seus correspondentes no Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI, mantido e
divulgado, na internet, pela Caixa Econômica Federal e pelo IBGE, e,
no caso de obras e serviços rodoviários, à tabela do Sistema de Custos
de Obras Rodoviárias - SICRO, excetuados os itens caracterizados
como montagem industrial ou que não possam ser considerados como
de construção civil.”
41

O preço de referência das obras e dos serviços de engenharia será o custo de diretos
acrescido do percentual do BDI, sendo composto por taxas correspondentes ao lucro, aos
encargos financeiros, às despesas de administração central, aos tributos, seguros, riscos e
imprevistos (ALTOUNIAN, 2009).
No caso de obras públicas é necessário aplicar sobre o custo direto total o BDI aplicando
a fórmula apresentada no acórdão nº 325/2007- TCU e as taxas do acórdão 2409/2011 – TCU.
Obtém-se, assim, uma ordem de grandeza do orçamento referente a cada
empreendimento, para se estimar a dotação orçamentária necessária. Nessa etapa, ainda não é
possível a definição precisa dos custos envolvidos na realização da obra, mas é preciso obter
uma noção adequada dos valores envolvidos, que é fundamental para priorizar as propostas
(TCU, 2013)

2.6 ANTEPROJETO

O anteprojeto é o esboço ou croqui composto por plantas baixas, cortes e elevações,


desenvolvidos a partir dos estudos técnicos preliminares e das determinações do cliente
estabelecidas no programa de necessidades, apresentando a melhor solução técnica, definindo
diretrizes a serem adotadas na elaboração do projeto básico, levando em consideração os
estudos de viabilidade técnica e econômica, sendo que esta fase possibilita um melhor
conhecimento do empreendimento, refinando os valores a serem investidos (BRAÜNERT,
2010).

2.7 PROJETO BÁSICO

Segundo art. 6º, inciso IX da Lei 8.666/93, projeto básico é definido como:

“conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão


adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou
serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos
estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o
adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que
possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do
prazo de execução”.
42

No mesmo sentido o IBRAOP – OT – IBR 001/2006, define projeto básico como:


“(...) conjunto de desenhos, memoriais descritivos, especificações técnicas, orçamento,
cronograma e demais elementos técnicos necessários e suficientes à precisa caracterização da
obra a ser executada, atendendo às Normas Técnicas e à legislação vigente(...)”
O objetivo principal do legislador foi garantir aos interessados em participar da licitação
o conhecimento de todas as informações necessárias para a preparação de propostas, sem que
houvesse benefício quando da contratação a qualquer dos concorrentes, como aditivos em
serviços com preços elevados, supressão de serviços com subpreço, alteração de especificação
de serviços, ou antecipação do cronograma físico-financeiro (ALTOUNIAN, 2009).

2.8 DEFINIÇÃO DE OBRA PÚBLICA

Obra pública é considerada toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou


ampliação de bem público. Ela pode ser realizada de forma direta, quando a obra é feita pelo
próprio órgão ou entidade da Administração, por seus próprios meios, ou de forma indireta,
quando a obra é contratada com terceiros por meio de licitação (TCU, 2013).
43

3 METODOLOGIA

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A natureza da pesquisa desta Dissertação pode ser classifica como aplicada, pois
segundo Silva e Menezes (2001), objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos
à solução de problemas específicos.
Segundo a forma de abordagem do problema, enquadra-se como quantitativa, ao
traduzir em números as opniões e as informações obtidas através dos questionários, e
qualitativa, ao viabilizar a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados às
informações obtidas através das entrevistas propostas.
Do ponto de vista de seus objetivos, a pesquisa foi classificada como exploratória e
descritiva, pois busca maior familiaridade com o problema de forma a torná-los mais explícitos
ou construir hipóteses (GIL, 2002), e ao buscar descrever as características da população em
estudo, bem como as relações entre suas variáveis e intervenientes (SILVA e MENEZES,
2001).
De acordo com Lakatus e Marconi (2010), o objetivo da pesquisa exploratória é
desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou
fenômeno, modificar e clarificar conceitos. Ainda, estudos exploratório-descritivos combinados
são estudos exploratórios que têm por objetivo descrever completamente determinado
fenômeno, registrando a maneira que ocorre e obtendo interpretações e avaliações na aplicação
de determinados fatores. Os autores destacam que nos estudos exploratório-descritivos podem
ser encontradas descrições de natureza qualitativas e quantitativa e ainda, informações
detalhadas obtidas por intermédio da observação do participante.
O método de procedimento técnico desta dissertação é classificado com estudo de caso.
Segundo Prodanov e Freitas (2013), estudo de caso é um tipo de pesquisa qualitativa e/ou
quantitativa, entendido como uma categoria de investigação que tem como objeto o estudo de
uma unidade de forma aprofundada, podendo tratar-se de um sujeito, de um grupo de pessoas,
de uma comunidade. São necessários alguns requisitos básicos para sua realização, entre os
quais, severidade, objetivação, originalidade e coerência.
No mesmo sentido, Yin (2005), apresenta que a principal tendência do tipo de estudo
de caso é a que ela tenta esclarecer uma decisão ou conjunto de decisões: o motivo pela qual
foram tomadas, como foram implementadas e quais os resultados.
44

3.2 LOCAL DA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

Esta pesquisa foi realizada em uma edificação pública brasileira de ensino superior com
área construída de cerca de 5000 m².
Por se tratar de um órgão público, a contratação dessa obra foi por meio de licitação,
seguindo todas as exigências da Lei 8.666/93, na modalidade concorrência pública, uma vez
que o valor estimado pela Administração pública ultrapassou o limite de R$ 1.500.000,00,
sendo que o critério de julgamento foi o de menor preço, com regime de execução foi
empreitada por preço global.

3.3 MÉTODO DE LEVANTAMENTO DE DADOS

Segundo Hair (2010), há diversas abordagens para o levantamento de dados, os quais


podem ser classificados como pessoais, auto aplicados ou telefônicos. Nesta pesquisa foi optado
pela abordagem auto aplicada, por não ter interferência do pesquisador e garantir o anonimato
das respostas.
Porém, este tipo de abordagem minimiza a flexibilidade do tipo de perguntas, há altos
índices de não resposta, bem como pode haver erros de resposta; a lentidão na aquisição de
dados, pela falta de um entrevistador, pode gerar enganos com perguntas e instruções.

3.4 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA

Para Prodanov e Freitas (2013), amostra é parte da população ou universo, selecionada


de acordo com uma regra ou um plano. No mesmo sentido, para Gil (2002), na maioria dos
casos, os levantamentos abrangem um universo de elementos tão grande que inviabiliza a sua
consideração na totalidade, seleciona-se, mediante procedimentos estatísticos, uma amostra
significativa de todo o universo, que é tomada como objeto de investigação. As conclusões
obtidas com base nessa amostra são projetadas para a totalidade do universo, levando em
consideração a margem de erro, que é obtida mediante cálculos estatísticos. De acordo com
Lakatus e Marconi (2010), a utilização de tratamento estatístico, que possibilita a compensação
45

de erros amostrais e outros aspectos relevantes para a representatividade e significância da


amostra.
A população de 364 alunos desta pesquisa foi definida por meio do registro acadêmico
dos alunos matriculados nos cursos de engenharia civil, a partir do 3º período, que utilizam a
edificação em questão. No entanto, a amostra da população foi obtida por meio do APÊNDICE
D, considerando a porcentagem para o nível de confiança de 95,5% e margem erro de 5%
conforme (ORNSTEIN e ROMÉRO 1992).
Portanto, por meio das faixas populacionais entre 351 e 400 pessoas, ficou definida uma
amostra mínima de 200 respondentes.

3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

A pesquisa foi realizada com entrevistas de campo juntos a alunos, abordando aspectos
como funcionalidade, acabamento e reclamações, sendo subdividida em duas fases:
a) Fase exploratória - a partir da validação da adaptação proposta ao indicador da
satisfação dos usuários, identificou-se um conjunto de atributos valorizados
pelos usuários pesquisados e que possui um considerável grau de insatisfação,
possibilitando visualizar os pontos fracos.
b) Fase quantitativa - a análise dos pontos fracos, identificada pelos usuários e pelo
pesquisador na fase de diagnóstico, contribuiu para a elaboração do instrumento
de coleta de dados da avaliação; nesse levantamento de campo foram utilizados
questionários detalhados e observações, através de visitas in-loco.
Como instrumento de coleta de dados foi elaborado um questionário com perguntas com
respostas escalonadas de múltipla escolha, nas quais as opções são destinadas a captar a
intensidade das respostas dos entrevistados (PRODANOV; FREITAS, 2013), composto por 34
perguntas, conforme APÊNDICE A.
Segundo Vieira (2009), a mensuração é um processo de atribuir números de forma
sistemática a objetos e pessoas, com a finalidade de indicar as diferenças que existem entre eles
com relação a variável que está sendo medida, por outro lado as escalas são instrumentos de
medição validados.
O instrumento de coleta de dados desta pesquisa utilizou o método de avaliação do nível
de satisfação da escala de Likert de 1 a 7, sendo: (1) muito insatisfeito; (2) insatisfeito; (3)
46

levemente insatisfeito; (4) nem insatisfeito nem satisfeito; (5) levemente satisfeito; (6)
satisfeito; (7) muito satisfeito e não sei opinar.

3.6 VALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO

Após o processo de elaboração dos instrumentos de pesquisa foi necessário a realização


de um pré-teste, aplicando o questionário em uma pequena amostra de informantes, com o
objetivo de identificar possíveis falhas (PRODANOV; FREITAS, 2013), como: inconsistência
ou complexidade das questões; ambiguidade ou linguagem inacessível; perguntas supérfluas ou
que causem embaraço ao informante (MARCONI; LAKATOS, 2010)

3.7 FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DE DADOS

A fidedignidade dos atributos utilizados nesta pesquisa foi testada por meio do cálculo
do coeficiente Alfa Cronbach que mede a confiabilidade interna do teste, ou seja, é o grau de
consistência de uma variável ou conjunto de variáveis que se pretende medir (HAIR, 2005).
Segundo Litwin (1995), o teste de confiabilidade é imperativo e mede o desempenho de
um instrumento em uma população evitando o agrupamento de questões relevantes.
Assim este teste foi utilizado para informar a medida de confiabilidade ou consistência
do questionário, conforme Equação 5, criado para esta pesquisa.

7 9:; ∑> ;
=?@ 9=
= [ ] (Eq.5)
7 9:;

Onde BC! é a variância de cada coluna de X, ou seja, é a variância relacionada à cada


questão de X, e BD! é a variância da soma de cada linha de X, ou seja, é a variância da soma das
respostas de cada participante. Também deve ser observado que k e n devem ser maior do que
1 para que não haja zero no denominador no cálculo do BC! e BD! .
47

3.8 ARQUITETURA

Para verificação do tamanho das salas de aula e biblioteca foi utilizado, legislações que
pudessem auxiliar e a Resolução 318/2002 da Secretária de Estado da Saúde do Estado Paraná
traz índices de referência de metro quadrado por aluno.
No caso das salas de aula era aplicação direta do índice, para a biblioteca o cálculo foi
inverso, ou seja, com a área total da biblioteca se chegou ao número máximo de alunos que
poderiam ser atendidos por turno.
Para avaliar a quantidade de banheiros e sanitários, foi utilizada a referência da
Resolução 318/2002 que estabelece um conjunto completo de sanitário e lavatório para cada 40
alunos.
No caso de privacidade e dimensões dos sanitários foi utilizada a NBR 9050 no que diz
respeito a área livre que estabelece um diâmetro de 0,60 m entre o vaso sanitário e o raio de
curvatura da porta.
Para os metais foram comparadas referencias que tratavam sobre o tema de ações
humanas nas instalações.

3.9 ACESSIBILIDADE

Para analisar questões de acessibilidade foi buscado legislações municipais e normas.


No caso dos acessos ao bloco analisado, foi utilizada a NBR 9050 que traz algumas definições
e recomendações, e para completar foi utilizada o código de obras do município do bloco
analisado que estabelece as dimensões e a sinalização da vaga para PcD, além de trazer uma
proporção de vagas de PcD.
Quanto a quantidade de sanitários acessíveis, foi comparado com a relação de 5% que a
NBR 9050 estabelece.
A parte de metais dos sanitários acessíveis foi comparado os efetivamente instalados
com o que recomenda a NBR 9050.

3.10 ANÁLISE DA TEMPERATURA

As questões que abordaram o tema de temperatura no período de inverno e verão foram


analisadas utilizando a Equação 1 que fornece a temperatura resultante em (ºC) e os dados para
48

efetuar os cálculos foram obtidos no banco histórico do INMET, conforme APÊNDICES B e


C.
Os resultados da temperatura resultante foram tabulados em relação as datas e elaborado
gráficos com as faixas de sensação térmica, conforme Quadro2, desenvolvido por Funari
(2006).

3.11 ANÁLISE DO RUÍDO

As questões sobre ruído foram analisadas utilizando os parâmetros de tempo de


reverberação da NBR 12.179, fazendo um levantamento das características geométricas e
revestimentos do ambiente, como piso, janelas, cortinas, portas, carteiras e cadeiras, com
objetivo de classificar os coeficientes de absorção, conforme Quadro 5.
Para classificar a equação a ser utilizada foi calculada a média dos coeficientes de
absorção para todas as frequências.
Na primeira situação foi calculado o tempo de reverberação com a situação encontrada
no ambiente com a intenção de verificar se atende a referência de 0,4 a 0,6 segundos para salas
de aula conforme ANSI 1 S12.60/2010.
Num segundo momento foi realizada uma simulação considerando a redução do
volume, alterando o pé-direito. Em razão de não ter atingindo o tempo de referência, foi
proposto uma segunda simulação com a mesma redução do pé-direito instalação de um foro
mineral.

3.12 ANÁLISE DA VENTILAÇÃO

Para analisar a ventilação, foi utilizado o código de obras do município do bloco


analisado que estabelece área mínima para as aberturas de 1/10 em relação ao piso e
profundidade máxima de 3 vezes em relação ao pé-direito, além de determinar que as aberturas
deverão estar voltadas para as áreas externas da edificação, exceto banheiros, dispensas,
depósitos e circulação interna, sendo tolerada ventilação zenital.
49

3.13 ANÁLISE DA ILUMINAÇÃO

Primeiramente foi necessário um levantamento das características físicas das salas de


aula do bloco analisado. O método para quantificar os pontos de leitura da iluminância foi por
meio de malhas, conforme recomenda a NBR ISO/CIE 8995-1/2013 e o tamanho da malha foi
calculado por meio da Equação 6.
E = 0,2 5#$%@H I (Eq.6)

Onde:
E é o tamanho da malha em metros;
J é a maior superfície de referência em metros.

O tamanho da malha calculado pelo comprimento é de 0,99 m e pela largura 0,80m,


com o objetivo de deixar o número de malhas uniforme, foi adotado 0,985m para o
comprimento o que resultou em 10 pontos e 0,794 m para largura dando 9 pontos, num total de
90 pontos de leitura, conforme Figura 4.

Figura 4 - Malha de medição da iluminância das salas de aula


Fonte: O autor (2018).

A medição da iluminância nas salas de aula foi realizada no período noturno, utilizando
um luxímetro digital, modelo LD-300 da marca Instrutherm conforme Figura 5.
50

Figura 5 - Luxímetro digital modelo LD-300 da Instrutherm


Fonte: Instrutherm (2018).

3.13.1 Avaliação da iluminância

A primeira análise foi realizada utilizando NBR 5413, uma vez que a construção ocorreu
antes da revogação da norma. Primeiramente foi necessário realizar o somatório dos fatos
conforme Quadro 7, com objetivo de determinar a faixa de iluminância a ser utilizada, a norma
estabelece que para salas de aula os fatores tem o valor de -1 para idade, pois a maioria dos
usuários tem idade inferior a 40 anos, velocidade e precisão 0, pois é classificado como
importante e o valor 0 para refletância do fundo, por que é classificada de 30 a 70%, fazendo
a somatória dos três fatores o valor final fica em +1, portanto a norma recomenda a utilização
de iluminância média.
Portanto, a faixa média no Quadro 8, tem-se a iluminância média de 300 (lux) para salas
de aula e 500 (lux) para bibliotecas.
Ressalta-se que a NBR 8995 é a norma em vigor e atribui a iluminância média de 500
(lux) para salas de aula e manteve o mesmo valor da norma anterior bibliotecas, conforme
Quadro 9.
51

3.14 ANÁLISE DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Primeiramente foi realizado um levantamento da situação in-loco do quantitativo de


tomadas e comparado com os parâmetros da NBR 5410 que estabelece alguns critérios para
quantificar o número mínimo de tomadas, no caso de salas de aula é definido uma tomada para
cada fração de 5,0 m de perímetro, depois foi simulado utilizando a referência de banheiros que
utiliza a fração de 3,5 m de perímetro e apresentado uma proposta.
No caso dos comandos da iluminação, apenas foi verificado se estão paralelos a lousa.

3.15 ANÁLISE DAS INSTALAÇÕES DE PREVENÇÃO E COMBATE CONTRA


INCÊNDIOS

Para o item identificação do sistema de prevenção contra incêndios, primeiramente foi


realizada a classificação do risco em função da ocupação da edificação, no caso educacional E
– 1, utilizando a NPT 014 – Carga de incêndio nas edificações e área de risco. Para realizar a
verificação da identificação do sistema de prevenção contra incêndios foi necessária a utilização
da NPT 020 – Sinalização de emergência.
No caso das saídas de emergências, foi utilizada a NPT 011 – Saídas de emergência; foi
analisada a existência de duas escadas externas metálicas que tem essa função, além do acesso
central por meio de uma escada em concreto armado. As barras antipânico também são
analisadas por esta NPT.
A iluminação de emergência, foi analisada utilizando a NPT 018 – Iluminação de
emergência e feita uma compatibilização com o projeto elétrico por essa NPT estabelece que a
iluminação deve ficar conectada na rede elétrica e testa periodicamente, por meio de botão de
teste.
52

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos por meio da coletada de dados do
questionário voltado aos usuários do bloco analisado.
O instrumento de coleta de dados foi um questionário físico para uma amostra de 202
indivíduos, sendo que as repostas dos questionários foram tabuladas e depois calculou-se o
coeficiente alfa de Cronbach (índice de precisão) com objetivo de estimar a confiabilidade do
instrumento de pesquisa. O Quadro 10 demonstra os valores do índice de precisão calculados
para cada dimensão, evidenciando um nível de confiabilidade aceitável do questionário
utilizando.

Alpha Cronbach Nº de itens


0,89 29

Quadro 10 - Teste de confiabilidade


Fonte: O autor (2018).

4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES

No Gráfico 1, estão representadas as perguntas sobre os dados demográficos, em uma


amostra de 202 participantes. Com relação a origem dos pesquisados, 55,4% são alunos
oriundos da rede particular, contra 44,6% de instituição pública, sendo 112 de colégios privados
e 90 da rede pública, respectivamente, demonstrando um equilíbrio relativo entre alunos de
colégios públicos e privados, ou seja, respeitando o art. 1º, da Lei 12.711/12:

“As instituições federais de educação superior vinculadas ao


Ministério da Educação reservarão, em cada concurso seletivo para
ingresso nos cursos de graduação, por curso e turno, no mínimo 50%
(cinquenta por cento) de suas vagas para estudantes que tenham cursado
integralmente o ensino médio em escolas públicas”.

Em relação à faixa etária dos pesquisados, 14,9% possuíam até 20 anos, 63,4% entre 21
a 25 anos, 15,3% entre 26 a 30 anos, 3,5% entre 31 a 35 anos, 0,5% entre 36 a 40 anos e 1,0%
entre 41 a 45 anos e 1,5% acima de 46 anos, pode se constatar que a maior parte dos alunos
estão na faixa dos 21 aos 25 anos, o que representa 128 respondentes. No que diz respeito ao
período matriculado no curso de engenharia, o maior número de alunos estão nos 5º e 8º
53

períodos, com uma faixa de 20,3% e 18,3% respectivamente, o que representa 41 e 37 alunos
respectivamente. Percebe-se que nenhum aluno do 1º e 2º períodos participou da pesquisa,
conforme proposta que seriam apenas alunos a partir do 3º período.

Gráfico 1 - Dados demográficos


Fonte: O autor (2018).

4.2 ARQUITETURA

O Gráfico 2 apresenta os resultados sobre as dimensões das salas de aula e biblioteca do


bloco analisado, sendo que o tamanho das salas foi bem avaliada na visão dos usuários, uma
vez que 20,5% dos participantes estão levemente satisfeitos, 36,0% insatisfeitos e 31,5% muito
satisfeitos, o que representa um total de 88,0%. A biblioteca também foi bem avaliada pelos
usuários, pois, 23,6% dos participantes estão levemente satisfeitos, 19,1% satisfeitos e 10,1%
muito satisfeitos, o que representa um total de 52,8%. Ressalta-se que 21,1% manifestaram
neutralidade para a questão biblioteca.
54

Gráfico 2 - Dimensões de salas de aula e biblioteca


Fonte: O autor (2018).

Embora na avaliação dos usuários as dimensões de salas de aula e biblioteca terem tido
uma avaliação positiva, existem algumas considerações.
Segundo a Resolução SESA 318/2002, que estabelece exigências mínimas para
instituições de ensino fundamental, médio e superior no Estado do Paraná e no caso específico
de salas de aula, é recomendado o espaço de 1,20 m² por aluno, incluindo a área de circulação
e do professor, e como as salas em questão tem capacidade para 44 alunos, a área mínima
deveria ser 52,80 m². Portanto, nesse item as salas estão atendendo as recomendações, pois a
área projetada é de 70,43 m².
Para a biblioteca a Resolução 318/2002 recomenda uma área de 1,80 m² por aluno, por
turno, com área mínima de 75,00 m². Considerando que a biblioteca em questão tem uma área
de 422,51 m², ou seja, a biblioteca deve atender 235 alunos por turno.

4.3 QUANTIDADE DE BANHEIROS, SANITÁRIOS E LAVATÓRIOS

No Gráfico 3 são apresentados os resultados sobre quantidade de banheiros, sanitários


e lavatórios no bloco analisado, sendo que os usuários avaliaram estarem satisfeitos com a
quantidade banheiros neste bloco, uma vez que 14,4% dos participantes estão levemente
satisfeitos, 28,4% satisfeitos e 41,3% muito satisfeitos, o que representa um total de 84,1% de
avaliações positivas. No caso do quantitativo de sanitários e lavatórios, na visão dos usuários
estes estão bem atendidos, pois, 20,8% dos participantes estão levemente satisfeitos, 24,8%
satisfeitos e 24,8% muito satisfeitos, representando um total de 70,4% de avaliações positivas.
55

Gráfico 3 - Quantidade de banheiros, sanitários e lavatórios


Fonte: O autor (2018).

Nessa questão específica a Resolução SESA 318/2002 não estabelece quantidade


mínima de banheiros, mas fixa que as instalações sanitárias deverão ter um conjunto completo
(vaso sanitário e lavatório) para cada 40 alunos do gênero feminino e um conjunto completo
para cada 40 alunos do gênero masculino. Considerando que no bloco analisado existem 28
conjuntos para instalações femininas, ou seja, são atendidas 1120 alunas por turno e para as
instalações masculinas existem 20 conjuntos, sendo atendidos 800 alunos por turno, logo são
atendidos 1920 alunos por turno apenas no bloco analisado, logo o número de sanitários está
superdimensionado, uma vez que o bloco possui de 16 salas de aula com capacidade para 44
alunos, atendendo um total de 704 alunos por turno.

4.4 PRIVACIDADE NOS BANHEIROS E DIMENSÕES DOS SANITÁRIOS

No Gráfico 4 são ilustrados os resultados referentes à privacidade nos banheiros e


dimensões dos sanitários sobre quantidade de banheiros, sanitários e lavatórios do bloco
analisado, sendo que grande parte dos usuários avaliaram estarem satisfeitos com a privacidade
nos banheiros deste bloco, uma vez que 14,9% dos participantes estão levemente satisfeitos,
19,3% satisfeitos e 14,4% muito satisfeitos, o que representa um total de 48,6% de avaliações
positivas. Ressalta-se o número expressivo de neutros, o que representa um total de 24,8%. Para
o tamanho dos sanitários na visão dos usuários estão bem atendidos, pois 16,9% dos
participantes estão levemente satisfeitos, 25,4% satisfeitos e 11,9% muito satisfeitos, o que
representa um total de 54,2% de avaliações positivas.
56

Gráfico 4 - Privacidade e dimensões dos sanitários


Fonte: O autor (2018).

A Figura 6 ilustra a questão de privacidade quando a porta de acesso principal está


aberta.

Figura 6 - Vista do banheiro com a porta aberta


Fonte: O autor (2018).

A resolução não trata sobre a privacidade, apenas do tamanho mínimo do box, que deve
conter dimensões mínimas de 0,80 x 1,10 m. Já a NBR 9050 acrescenta que os boxes comuns
deverão ter portas com vão livre mínimo de 0,80 m e conter uma área livre com no mínimo 0,60
de diâmetro, conforme Figura 7.
57

Figura 7 - Box comum com porta abrindo para o interior


Fonte: NBR 9050 (2015).

No caso de edificações existentes, na norma admite-se portas com vão livre de no


mínimo 0,60 m. No caso dos sanitários em questão a área livre tem um diâmetro de 0,13m,
conforme Figura 8.

Figura 8 - Área livre existente


Fonte: O autor (2018).

A norma recomenda que as portas abram para fora conforme Figura 9, com intuito de
facilitar o socorro à pessoa, se necessário. Desta alterando o sentido de abertura da porta para
fora, o requisito de área livre estaria atendido.
58

Figura 9 - Boxe comum com porta abrindo para o exterior


Fonte: NBR 9050 (2015).

4.5 CONSERVAÇÃO DE LOUÇA, METAIS E ACESSÓRIOS NOS BANHEIROS

No Gráfico 5 estão os resultados referentes à opinião dos usuários quanto ao estado de


conservação de louças, metais e acessórios como toalheiro, dispenser de papel higiênico e
sabonete do bloco analisado. Na visão da maioria dos usuários esse item foi mal avaliado, uma
vez que 26,7% dos participantes estão levemente insatisfeitos, 19,3% insatisfeitos e 8,9% muito
insatisfeitos, o que representa um total de 54,9% de avaliações negativas. No caso de acessórios
como toalheiro, dispenser de papel higiênico e sabonete, a avaliação negativa foi ainda mais
expressiva, pois 16,8% dos participantes estão levemente insatisfeitos, 24,8% insatisfeitos e
43,1% muito satisfeitos, o que representa um total de 84,7% de avaliações negativas.

Gráfico 5 - Conservação de louças, metais e acessórios dos banheiros


Fonte: O autor (2018).

Os metais como válvula de descarga, registros de gaveta e torneiras de bancada


encontrados in-loco são todos componentes comuns, conforme ilustrado na Figura 10, para
instalações escolares em razão do uso intenso, recomenda-se metais com maior durabilidade e
qualidade.
59

Figura 10 - Acabamento comum de válvula


Fonte: O autor (2018).

Segundo Leal (2008), os materiais como torneiras, registros devido ao fato de possuir
peças metálicas com fácil desmonte, podem sofrer ação de rápida deterioração, o que poderia
ser solucionado com componentes que só podem ser retirados com ferramentas especiais, que
são sistemas que ficando totalmente embutido dificultando a deterioração por ação humana das
peças.
No mesmo sentido, Lima (2015) o uso de materiais embutidos na estrutura reduz
drasticamente a possibilidade de danos e são recomendadas especificamente para usos ao
público.
A Figura 11 ilustra a situação encontrada com relação aos acabamentos das válvulas de
descarga.
60

Figura 11 - Acabamento válvula de descarga


Fonte: O autor (2018).

Quanto aos acessórios como toalheiros, dispenser de papel higiênico e sabonete líquido,
estes têm um uso intenso e são fabricados em PVC, por essa razão a grande maioria encontra-
se quebrado, conforme a Figura 12.

Figura 12 - Dispenser de papel higiênico


Fonte: O autor (2018).

Outro problema extremamente comum é a fixação do dispenser de papel higiênico com


adesivo direto sobre superfície do granito. Por se tratar de uma superfície lisa e a próprio bobina
61

ser pesada é extremamente comum encontrar sanitários sem o dispenser e o local que havia sido
fixado estar cheio de adesivo.

4.6 ACESSIBILIDADE

No Gráfico 6 são ilustrados os resultados referentes ao acesso, quantidade de sanitários


para PcD e metais para PcD do bloco analisado. Na visão dos usuários houve uma tendência
negativa para essa questão, pois 19,5% dos participantes estão levemente insatisfeitos, 15,9%
insatisfeitos e 7,9% muito insatisfeitos, o que representa um total de 43,3% de avaliações
negativas; ressalta-se o número expressivo de neutros nessa questão, que representa um total de
26,5%. Na visão dos usuários a quantidade de sanitários para PcD está bem atendida, sendo que
16,6% dos participantes estão levemente satisfeitos, 20,4% satisfeitos e 15,3% muito satisfeitos,
o que representa um total de 52,2% de avaliações positivas; novamente deve ser salientado o
alto número de usuários que se manifestaram neutros nessa questão, representando 18,5%. A
última questão que envolveu acessibilidade foi a avaliação dos metais para PcD nos banheiros.
Nesta questão houve uma pequena tendência negativa, uma vez que 16,7% dos participantes
estão levemente insatisfeitos, 11,4% insatisfeitos e 11,4% muito insatisfeitos, o que representa
um total de 39,4% de avaliações negativas, contra 34,1% positivas; novamente ressalta-se o
alto índice de neutros 26,5%.
62

Gráfico 6 - Acessibilidade no bloco analisado


Fonte: O autor (2018).

Com relação aos acessos ao bloco analisado, a NBR 9050 recomenda que as áreas de
qualquer espaço ou edificação de uso público devem ser servidas de uma ou mais rotas
acessíveis e define como rota acessível um trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que
conecta os ambiente externo e internos de espaços e edificações, e que pode ser utilizada de
forma autônoma e segura por todas as pessoas. A rota acessível externa incorpora
estacionamentos, calçadas, faixas de travessias de pedestres (elevado ou não), rampas, escada,
passarelas e outros elementos de circulação. A rota acessível interna incorpora corredores,
pisos, rampas, escada, elevadores e outros elementos da circulação.
O código de obras do município do bloco analisado, estabelece que as vagas de
estacionamento para pessoas com deficiência devem possuir dimensões mínimas 3,50 x 5,00
m, demarcadas próxima da entrada da edificação e com pavimentação acessível. Por meio da
Figura 13 pode perceber que existe uma sinalização visual vertical indicando o local, mas o
piso é de saibro compactado, necessitando de uma atenção maior.
63

Figura 13 - Vaga exclusiva para PcD


Fonte: O autor (2018).

A área de transição entre o passeio e o estacionamento não possui guias adequadamente


rebaixadas conforme demonstrado na Figura 14, o que dificulta o acesso de pessoas com
deficiência.
Com relação ao número de vagas para pessoas com deficiência o código de obras do
município do bloco analisado estabelece a previsão de uma vaga para pessoas com deficiência
para cada conjunto de 25 vagas.

Figura 14 - Acesso do estacionamento ao passeio


Fonte: O autor (2018).

Quanto à quantidade de sanitários acessíveis, a NBR 9050 estabelece que as edificações


de uso público a ser construída deve possuir 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo
um para cada sexo em cada pavimento, onde houver sanitário, considerando que existe um
sanitário PcD masculino e um feminino por pavimento, o bloco analisado neste quesito atende
à norma.
No que diz respeito aos metais para PcD, a NBR 9050 estabelece que as barras de apoio
devem ser confeccionadas em material com resistência à corrosão, no caso das barras de apoio
deve ser instalada em “L” a uma altura de 0,75 do piso acabado. No caso da válvula de descarga
deve ser instalada no máximo 1,00 m do piso acabado e centralizada no vaso e o seu
64

acionamento deve ocorrer preferencialmente por sensores eletrônicos. A Figura 15 ilustra a


situação do sanitário acessível do bloco analisado.

Figura 15 - Barra de apoio e válvula de descarga


Fonte: O autor (2018).

Percebe-se que o sanitário acessível atende à norma no que diz respeito a barra de apoio,
mas necessita de adequação da válvula de descarga, a Figura 16, ilustra um modelo de válvula
PcD comercializada.

Figura 16 - Válvula PcD


Fonte: O autor (2018).
65

Para os lavatórios a norma estabelece que devem ser equipados com torneiras acionadas
por alavancas, com esforço máximo de 23 N, e instaladas entre 0,78 e 0,80 m. No entanto, os
sanitários acessíveis do bloco analisado possuem dispositivo comum conforme Figura 17.

Figura 17 - Torneira no banheiro PcD


Fonte: O autor (2018).

Portanto, percebe-se que as torneiras instaladas nos sanitários acessíveis necessitam de


adequação, a Figura 18 ilustra um modelo comercializado que atende os requisitos da NBR
9050.

Figura 18 - Torneira para PcD


Fonte: O autor (2018).
66

4.7 SENSAÇÃO TÉRMICA

Nesta questão são apresentados os resultados referentes à sensação térmica nas salas de
aula e biblioteca no período de inverno e verão.

Gráfico 7 - Sensação térmica no período de inverno e verão nas salas de aula e biblioteca
Fonte: O autor (2018).

O Gráfico 7 apresenta uma avaliação negativa pelos usuários no quesito sensação


térmica no período de verão tanto paras as salas, na qual 20,8% dos participantes estão
levemente insatisfeitos, 25,7% insatisfeitos e 12,4% muito insatisfeitos, o que representa um
total de 58,9%. Para a biblioteca a tendência negativa no período de verão permanece, pois
20,3% dos participantes estão levemente insatisfeitos, 15,3% insatisfeitos e 9,4% muito
insatisfeitos, o que representa um total de 45,0%, levando em consideração que 10,9% declaram
que não sabiam opinar e 22,3% manifestaram neutralidade para essa questão na biblioteca.
No caso da avaliação no período de inverno a tendência continuou negativa para a
sensação térmica nas salas de aula, pois 19,8% dos participantes estão levemente insatisfeitos,
21,8% insatisfeitos e 17,3% muito insatisfeitos, o que representa uma tendência negativa um
total de 58,9%. Na avaliação da sensação térmica na biblioteca no período de inverno o
67

resultado foi o seguinte: 21,3% dos participantes estão levemente insatisfeitos, 11,9%
insatisfeitos e 11,9% muito insatisfeitos, o que representa uma tendência negativa total de
45,0%. Ressalta-se que 8,9% declararam que não sabiam opinar e 21,8% manifestaram
neutralidade para essa questão na biblioteca.

4.7.1 Conforto térmico

Para avaliar a opinião dos usuários quanto à sensação térmica no inverno e no verão nas
salas de aula e biblioteca, foi calculado o índice de temperatura resultante, conforme Equação
1.
A classificação da sensação térmica foi conforme Quadro 2, desenvolvido por Funari
(2006).
Os dados utilizados para calcular a temperatura resultante no período de inverno e verão
foram extraídos dos dados históricos do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e
organizados nos APÊNDICES B e C e a classificação da sensação térmica dos usuários foi
realizada conforme Quadro 5 desenvolvido por Funari (2006)
O Gráfico 8 ilustra os resultados das temperaturas resultantes máxima, média e mínima
do período de inverno do ano de 2017, representada pelas linhas azul, laranja e cinza,
respectivamente.
Considerando que os dados do INMET apresentam como temperatura máxima o horário
das 18h, período como maior contingente de usuários, optou-se em utilizar a temperatura
resultante máxima para análise.
Analisando a linha máxima pode-se observar que a sensação térmica até o dia 23 de
agosto foi ligeiramente fria com algumas oscilações para fria próximo dos dias 5, 19 de julho e
confortável nos dias 9 e 13 de agosto. Após o dia 23 de agosto a sensação térmica oscilou em
confortável e ligeiramente quente, exceto nos dois primeiros dias do mês de setembro em que
a sensação térmica ficou em frio moderado.
68

Sensação térmica no inverno


35,0
30,0
25,0
20,0
T (ºC)

15,0
10,0
5,0
0,0
21/6 28/6 5/7 12/7 19/7 26/7 2/8 9/8 16/8 23/8 30/8 6/9 13/9 20/9

Máx. Méd. Mín.


Frio Frio moderado Ligeiramente frio
Confortável Ligeiramente quente Muito quente

Gráfico 8 - Sensação térmica no inverno


Fonte: O autor (2018).

Os dados utilizados para calcular a temperatura resultante no período de verão também


foram extraídas dos dados históricos do INMET e estão demonstrados no Gráfico 9, fazendo a
mesma consideração do horário das 18hs como temperatura máxima.
Analisando a linha máxima pode-se observar que a sensação térmica no período do
verão foi entre confortável e ligeiramente quente, com pequenas oscilações para quente
moderado nos dias 25 de janeiro e 1º de março, e ligeiramente frio nos dias 9 e 10 de janeiro e
nos dias 12 e 13 de fevereiro.

Sensação térmica no verão


35,0
30,0
25,0
T (ºC)

20,0
15,0
10,0
5,0
0,0

Máx Méd. Mín.


Quente Quente moderado Ligeiramente quente
Confortável Ligeiramente frio

Gráfico 9 - Sensação térmica no verão


Fonte: O autor (2018).
69

4.8 VENTILAÇÃO DOS AMBIENTES

Neste item são apresentados os resultados da opinião dos usuários sobre a ventilação
nas salas de aula e biblioteca.

Gráfico 10 - Ventilação das salas de aula e biblioteca


Fonte: O autor (2018).

O Gráfico 10 apresenta uma avaliação positiva para ventilação natural nas salas de aula,
na qual, 22,3% dos participantes estão levemente satisfeitos, 18,3% satisfeitos e 5,4% muito
satisfeitos, o que representa um total de 46,0%. Para a biblioteca houve uma tendência negativa
para a ventilação natural, pois 20,3% dos participantes estão levemente insatisfeitos, 13,4%
insatisfeitos e 7,4% muito insatisfeitos, o que representa um total de 41,0%. Ressalta-se que
9,9% declaram não saber opinar e 22,3% manifestaram neutralidade para essa questão na
biblioteca. No caso da ventilação mecânica houve uma tendência negativa, uma vez que 20,3%
dos participantes estão levemente insatisfeitos, 21,8% insatisfeitos e 17,8% muito insatisfeitos,
o que representa um total de 59,9%.
O código de obras do município do bloco analisado, estabelece que a área mínima das
aberturas para o lado externo deve possuir a relação 1/10 da área do piso do ambiente a ser
analisado e profundidade de 3 vezes o pé-direito.
70

Ambiente Área do piso (m²) Área de iluminação (m²) Área de ventilação (m²) Profundidade (m)

SALA 70,42 13,16 9,40 7,15

Quadro 11 - Dados construtivos das salas de aula


Fonte: O autor (2018).

Analisando os dados construtivos das salas de aula, a área de mínima de ventilação


deveria ser 7,04 m² e uma profundidade máxima de 9,75 m; fazendo a verificação in-loco,
conforme Quadro 15, percebe-se que a sala de aula atendeu os dois parâmetros do código de
obras.

Ambiente Área do piso (m²) Área de iluminação (m²) Área de ventilação (m²) Profundidade (m)

Biblioteca 422,51 65,80 47,00 8,83

Quadro 12 - Dados construtivos da biblioteca


Fonte: O autor (2018).

No caso da biblioteca a área de mínima de ventilação deveria ser 42,25 m² e uma


profundidade máxima de 9,75 m; fazendo a verificação in-loco, conforme Quadro 16, percebe-
se a biblioteca está atendendo os parâmetros do código de obras.

4.9 ILUMINÂNCIA

Neste item são apresentados os resultados da opinião dos usuários sobre a iluminância
nas salas de aula e biblioteca.

Gráfico 11 - Iluminância das salas de aula e biblioteca


Fonte: O autor (2018).

O Gráfico 11, no quesito iluminação em geral, teve avaliação positiva pelos pesquisados
no que diz respeito a iluminância das salas 15,8% dos participantes estão muito satisfeitos,
71

37,6% satisfeitos e 16,8% levemente satisfeitos. Para a biblioteca 13,9% dos participantes estão
muito satisfeitos, 35,6% satisfeitos e 23,3% levemente satisfeitos.

4.9.1 Medições

Com o objetivo de analisar a iluminância medida in-loco com os referenciais em norma,


primeiramente foi calculada uma malha, utilizando a Equação 6, o que gerou 90 pontos de
leitura de acordo com a Figura 4, os resultados foram organizados conforme Quadro 13.

Sala de aula
Largura (m) 7,15 Comprimento (m) 9,85
Largura da malha (m) 0,794 Comp. da malha (m) 0,985
Pé direito (m) 3,25 Número de pontos 90
Altura do posto de trabalho (m) 0,75 Altura da luminária (m) 2,90
Ponto E (lux) Ponto E (lux) Ponto E (lux) Ponto E (lux)
E-1 294 E-24 315 E-47 324 E-70 371
E-2 258 E-25 312 E-48 338 E-71 340
E-3 293 E-26 310 E-49 370 E-72 345
E-4 303 E-27 309 E-50 345 E-73 385
E-5 310 E-28 324 E-51 304 E-74 371
E-6 315 E-29 343 E-52 338 E-75 362
E-7 321 E-30 302 E-53 378 E-76 339
E-8 325 E-31 315 E-54 367 E-77 329
E-9 350 E-32 348 E-55 325 E-78 348
E-10 330 E-33 377 E-56 323 E-79 398
E-11 320 E-34 355 E-57 315 E-80 377
E-12 333 E-35 330 E-58 330 E-81 285
E-13 365 E-36 338 E-59 361 E-82 369
E-14 350 E-37 325 E-60 351 E-83 326
E-15 353 E-38 338 E-61 330 E-84 365
E-16 368 E-39 365 E-62 353 E-85 324
E-17 352 E-40 325 E-63 389 E-86 310
E-18 366 E-41 344 E-64 390 E-87 398
E-19 393 E-42 361 E-65 362 E-88 293
E-20 361 E-43 393 E-66 360 E-89 359
E-21 313 E-44 380 E-67 350 E-90 320
E-22 335 E-45 349 E-68 353
E-23 339 E-46 321 E-69 393
Quadro 13 - Levantamento de dados e leitura das iluminâncias
Fonte: O autor (2018).
72

4.9.2 Tratamento dos dados

O cálculo para determinar a iluminância média seguiu os preceitos da NBR 5382,


conforme Equação 4, sendo R, Q, T e P as médias das leituras conforme Figura 3. A Figura 19
ilustra os pontos de medição “r” na malha da sala de aula.

Figura 19 - Pontos de leitura em "r"


Fonte: O autor (2018).

O Quadro 14 apresenta o resumo das leituras “R” e as distâncias de cada ponto até a
parede para cada ponto, sendo a iluminância média R é 345,75 (lux).

Ponto Iluminância Distâncias das paredes (cm)


(lux) A B C D

r1 330 443 278

r2 355 345 278

r3 393 246 357

r4 380 345 357

r5 338 278 246

r6 325 278 345

r7 321 357 443

r8 324 357 345

Quadro 14 - Leituras em "r"


Fonte: O autor (2018).
73

A Figura 20 representa os pontos de medição “q” na malha da sala de aula.

Figura 20 - Pontos de leitura em "q"


Fonte: O autor (2018).

O Quadro 15 apresenta o resumo das leituras “q” e as distâncias de cada ponto até a
parede para cada ponto, sendo a iluminância média “Q” é 361,00 (lux).

Ponto Iluminância Distâncias das paredes (cm)


(lux) A B C D

q1 361 148 357

q2 348 148 278

q3 370 357 148

q4 365 278 148

Quadro 15 - Leituras em "q"


Fonte: O autor (2018).
74

A Figura 21 representa os pontos de medição “t” na malha da sala de aula.

Figura 21 - Pontos de leitura em "t"


Fonte: O autor (2018).

O Quadro 16 apresenta o resumo das leituras “t” e as distâncias de cada ponto até a
parede para cada ponto, sendo a iluminância média “T” é 363,25 (lux).

Ponto Iluminância Distâncias das paredes (cm)


(lux) A B C D

t1 371 345 191

t2 362 443 191

t3 368 191 443

t4 352 191 345

Quadro 16 - Leituras em "t"


Fonte: O autor (2018).
75

A Figura 22 representa os pontos de medição “p” na malha da sala de aula.

Figura 22 - Pontos de leitura em "p"


Fonte: O autor (2018).

O Quadro 17 apresenta o resumo das leituras “p” e as distâncias de cada ponto até a
parede para cada ponto, sendo a iluminância média “P” é 369,00 (lux).

Ponto Iluminância Distâncias das paredes (cm)


(lux) A B C D

p1 345 148 191

p2 393 191 148

Quadro 17 - Leituras em "p"


Fonte: O autor (2018).

Fazendo uso da Equação 4, chegou-se a iluminância média da sala de aula de 354,42


(lux). Ressalta-se que o projeto luminotécnico do bloco analisado foi elaborado seguindo os
parâmetros da NBR 5413, na qual estabelece o índice de iluminância de 300 (lux) para salas de
aula e 500 (lux) para bibliotecas.
Portanto, com base na NBR 5413, a iluminância média medida no ambiente atende as
recomendações da norma de iluminância de interiores.
Segundo Hara (2015), foi encontrada a iluminância média de 326,1 (lux) para área de
leitura na biblioteca. Portanto, sugere-se a elaboração de um projeto luminotécnico com
lâmpada LED.
76

4.10 RUÍDO

Neste item são apresentados os resultados sobre as questões relacionadas a ruídos nas
salas de aula e biblioteca.

Gráfico 12 - Ruídos nas salas de aula e biblioteca


Fonte: O autor (2018).

O Gráfico 12 apresenta os resultados dos três questionamentos realizados aos usuários


do bloco analisado e que estão relacionados a ruído. O primeiro questionamento foi sobre ruído
proveniente da parte externa e nesta questão houve uma tendência negativa, pois 23,3% dos
participantes estão levemente insatisfeitos, 16,3% insatisfeitos e 8,9% muito insatisfeitos, o que
representa um total de 48,5% de pessoas que apresentara alguma insatisfação.
No caso do isolamento acústico entre as salas, esse item também foi mal avaliado pelos
participantes, sendo que 20,3% dos participantes estão levemente insatisfeitos, 21,8%
insatisfeitos e 17,8% muito insatisfeitos, o que representa um total de 59,9% de usuários.
Dentro do item ruído foi questionado sobre a acústica da biblioteca e novamente o item
teve uma tendência negativa, pois 16,8% dos participantes estão levemente insatisfeitos, 17,3%
insatisfeitos e 15,3% muito insatisfeitos, representando um total de 49,4% de usuários; ressalta-
se que 21,8% não soube opinar ou se demonstrou neutro.
77

Para analisar as possíveis causas apontadas pelos usuários foi necessário um


levantamento físico do ambiente e análise dos parâmetros acústicos.

Figura 23 - Vista do interior da sala


Fonte: O autor (2018).

As salas do bloco analisado são moduladas e projetas com capacidade para 44 alunos
de acordo com a Figura 23 e tem as características geométricas conforme Quadro 18.

Sala Dimensões LxCxA (m) Área (m²) Volume (m³)

Sala 7,15x9,85x3,25 70,42 228,89

Quadro 18 - Características geométricas


Fonte: O autor (2018).

4.10.1 Tempo de reverberação com as condições atuais

A ANSI S12.60/2010 definiu que o tempo de reverberação para salas de aula deve ser
entre 0,4 e 0,6 segundos.
Segundo Bistafa (2005), além das características geométricas do ambiente, os materiais
de revestimento também influenciam diretamente no tempo de reverberação. Portanto, foi
necessário o levantamento de todos os dados construtivos, como o tipo de piso, elementos de
vedação interno e externo, teto, cortinas, portas, janelas, lousa, carteira e cadeira. Os dados
foram organizados em função da área de superfície de influência e coeficientes de absorção de
cada material para cada frequência, conforme Quadro 19.
78

Sala Material Área 125 250 500 1 kHz 2 kHz 4 kHz


(m²) Hz Hz Hz
Parede externa Alvenaria (tijolo) 42,09 0,018 0,02 0,03 0,03 0,03 0,03
rebocada
Paredes internas Drywall (gesso) 46,75 0,25 0,15 0,08 0,06 0,04 0,04

Piso Vinílico 70,42 0,02 0,03 0,04 0,05 0,05 0,10

Teto Laje alveolar pintada 70,42 0,29 0,39 0,43 0,52 0,60 0,70

Porta Madeira compensada 4,50 0,20 0,15 0,10 0,10 0,09 0,11

Janela Vidro simples 13,16 0,04 0,04 0,03 0,02 0,02 0,02

Lousa Madeira 6,00 0,28 0,20 0,10 0,10 0,08 0,08

Carteira Fórmica 13,71 0,01 0,01 0,02 0,02 0,03 0,03

Cadeira Estofada 5,51 0,41 0,50 0,56 0,58 0,54 0,46

Cortina Tecido 13,16 0,06 0,08 0,10 0,10 0,10 0,10

Quadro 19 - Materiais, superfícies e coeficientes de absorção


Fonte: O autor (2018).

A NBR 12.179 apresenta duas fórmulas para o cálculo do tempo de reverberação, e a


escolha do modelo matemático a ser utilizado está vinculada a média do coeficiente de
absorção.

Frequências 125 250 500 1 kHz 2 kHz 4 kHz


Hz Hz Hz
Coeficiente médio 0,13 0,115 0,09 0,08 0,065 0,09

Quadro 20 - Média dos coeficientes de absorção


Fonte: O autor (2018).

O Quadro 20 apresentou coeficiente médio menor que 0,3 para todas as frequências.
Portanto, segundo a NBR 12.179, a Equação 2 pode ser utilizada para calcular o tempo de
reverberação.
79

Tempo de reverberação
1

0,9 0,908
0,842 0,833
0,8
0,733
0,7
Tr (s)

0,673
0,6
0,567
0,5

0,4

0,3
125 250 500 1000 2000 4000
Frequência (Hz)

Gráfico 13 - Tempo de reverberação - situação atual


Fonte: O autor (2018).

O Gráfico 13 ilustra os tempos de reverberação para cada frequência, na situação atual


encontrada e somente próximo de 4 kHz o tempo de reverberação recomendado segundo a
ANSI para salas de aula é atingido, mas ressalta-se que a NBR 12179 recomenda que a análise
seja feita utilizando a frequência de 500 Hz para salas de aula, ou seja, o tempo de reverberação
na frequência em questão é 0,833 segundo. Portanto, a sala não atende o recomendado, embora
fique como sugestão que esta avaliação seja restrita das outras formas também.

4.10.2 Simulação 1 - Tempo de reverberação com redução de volume

Conforme exposto por Silva (2005), o aumento de volume está diretamente ligado ao
tempo de reverberação; para fins demonstrativos, foi simulado um ambiente com características
geométricas conforme Quadro 21 e sendo mantidas as propriedades.

Sala Dimensões LxCxA (m) Área (m²) Volume (m³)

Sala 7,15x9,85x2,90 70,42 204,24

Quadro 21 - Características geométricas da sala simulada


Fonte: O autor (2018).
80

Tempo de reverberação com redução de volume


0,9

0,8 0,8106
0,751 0,744
0,7
0,654
Tr (s)

0,6 0,601

0,5 0,506

0,4

0,3
125 250 500 1000 2000 4000
Frequência (Hz)

Gráfico 14 - Tempo de reverberação - simulação 1


Fonte: O autor (2018).

O Gráfico 14 apresenta os resultados da simulação considerando que a laje estaria no


mesmo nível das luminárias, ou seja, a uma altura de 2,90m, os valores comprovam a afirmação
de Silva (2005), pois na simulação proposta houve uma redução do tempo de reverberação em
todas as frequências, mas mesmo assim o valor 0,744 segundos para uma frequência de 500
(Hz), o valor ficou acima, sendo necessário uma intervenção maior.

4.10.3 Simulação 2 - Tempo de reverberação com rebaixamento do forro

Na simulação 2 foi considerado o rebaixamento do teto com aplicação de forro com


propriedade de isolamento acústico, mantendo as características geométricas do Quadro 21 e
acrescentado o coeficiente de absorção do forro conforme Quadro 22.

Sala Material Área 125 250 500 1 kHz 2 kHz 4 kHz


(m²) Hz Hz Hz
Forro Fibra mineral 70,42 0,25 0,30 0,30 0,40 0,55 0,10

Quadro 22 - Coeficiente de absorção do forro


Fonte: O autor (2018).
81

Tempo de reverberação com rebaixamento do


forro
0,65

0,6
0,565
0,55

0,5 0,507 0,503


Tr (s)

0,45
0,419
0,4

0,35 0,352

0,3 0,307
125 250 500 1000 2000 4000
Frequência (Hz)

Gráfico 15 - Tempo de reverberação - simulação 2


Fonte: O autor (2018).

O gráfico 15 ilustra os resultados da segunda simulação, onde foi rebaixado o teto e


utilizando um forro com propriedades acústicas; nessa simulação percebe-se que o tempo de
reverberação foi atendida, pois as quatro primeiras frequências ficaram dentro da faixa de 0,4 a
0,6 segundos.

4.11 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Nesta seção as perguntas foram relacionadas às instalações elétricas, quanto à


quantidade de tomadas e os comandos da iluminação nas salas de aula.

Gráfico 16 - Instalações elétricas


Fonte: O autor (2018).
82

4.11.1 Quantidade de tomadas

No gráfico 16, no que diz respeito a quantidade de tomadas, existe uma tendência
negativa para esse item, onde mais de 81% dos pesquisados demonstraram alguma insatisfação,
uma vez que 36,1% dos participantes estão muito insatisfeitos, 27,7% insatisfeitos e 17,3%
levemente insatisfeitos. Ressalta-se que estas salas foram projetadas para uma capacidade de
44 alunos conforme Figura 25 que representa o layout das salas do bloco analisado.

Figura 24 - Layout das salas de aula


Fonte: O autor (2018).

Verificando in-loco foi constatado que existem apenas 6 tomadas de uso geral por sala
de aula, conforme Figura 25.

Figura 25 - Distribuição de tomadas nas salas de aula


Fonte: O autor (2018).
83

Ressalta-se que das 6 tomadas encontradas em cada sala, 5 são baixas e uma alta para o
Projetor e das 5 tomadas disponíveis, duas ficam embaixo da lousa para uso do professor,
portanto são apenas 3 tomadas disponíveis para uma sala projetada para 44 alunos.
A NBR 5410 estabelece critérios para quantificação mínima de tomadas por ambiente e
equipamentos conforme Quadro 23.

Ambiente Critério
Cômodos ou dependência com área ≤6 m² Pelo menos uma.

Pelo menos uma cada 5 m ou fração de perímetro,


Cômodos ou dependência com área > 6 m² instaladas em loca adequado e espaçadas tão
uniformemente quanto possível.
Pelo menos uma cada 3,5 m ou fração de perímetro, sendo
Cozinha, copas, copas-cozinhas e área de serviço que acima de cada pia deve ser prevista pelo menos uma
tomada.
Subsolos, varandas, garagens ou sótãos Pelo menos uma tomada

Pelo menos uma tomada, junto ao lavatório, com uma


Banheiros
distância de 60 cm do limite do boxe.
Quando não for possível a instalação no próprio local, esta
Varandas
deve ser instalada próximo a seu acesso.
Quadro 23 - Critério para quantificação de tomadas
Fonte: O autor (2018).

As salas do bloco analisado são moduladas com dimensões 9,85x7,15m e com um


perímetro.
Portanto, sugere-se a instalação de outras tomadas. Analisando os critérios da norma
vigente com as que foram canceladas, percebe-se que justamente o item 9.5.2.2.1 que trata do
número de tomadas não sofreu alteração nas revisões da norma.
Cabe salientar que a primeira edição da NBR 5410 foi publicada em 1980 e depois
passou por revisões em 1997 e 2004, portanto, os critérios estabelecidos para quantificação de
tomadas são da década de 80 em que se utilizava outros modelos pedagógicos de ensino, “as
novas tecnologias surgem com a necessidade de especializações dos saberes, um novo modelo
surge na educação, com ela pode-se desenvolver um conjunto de atividades com interesses
didático-pedagógica” (LEOPOLDO, 2004).
84

4.11.2 Critério para quantificação de tomadas

Utilizando tomadas apenas em paredes, pode-se adotar como critério uma tomada a cada
dois alunos, ou seja, nas salas do bloco analisado, seriam 9 tomadas para os alunos, uma para o
professor e outra para o projetor, adotando a mesma fração 3,5m para cozinhas, nas salas, com
um perímetro de 34m, seriam 10 tomadas o número mínimo, como o projetor ficará suspenso
o número total fica em 11 tomadas, conforme modelo Figura 26.
Portanto, o critério para salas de aula seria uma tomada a cada fração 3,5m,
acrescentando uma para o projetor.

Figura 26 - Proposta de tomadas


Fonte: O autor (2018).

4.11.3 Comando de iluminação

No Gráfico 16, o item comando de iluminação teve avaliação positiva pelos


pesquisados, uma vez que 8,9% dos participantes estão muito satisfeitos, 15,3% satisfeitos e
17,8% levemente satisfeitos. Os comandos estão paralelos a lousa o que permite o desligamento
parcial, levando em consideração o uso do projetor, a Figura 27, ilustra os comandos das
luminárias das salas de aula.
85

Figura 27 - Comando da iluminação das salas de aula


Fonte: O autor (2018).

4.12 INSTALAÇÕES DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS

Neste item foram avaliadas as instalações de prevenção e combate contra incêndios do


bloco analisado.

Gráfico 17 - Instalações de prevenção e combate contra incêndios


Fonte: O autor (2018).
86

O Gráfico 17 apresenta os resultados na visão dos usuários com relação às instalações


de prevenção e combate contra incêndios do bloco analisado. Na opinião dos usuários a
identificação do sistema de prevenção contra incêndios teve uma tendência negativa, pois,
19,3% dos participantes estão levemente insatisfeitos, 13,9% insatisfeitos e 4,5% muito
insatisfeitos, representando um total de 37,6%, ressaltando que 19,3% do total de participantes
da pesquisa se demonstraram neutros para essa questão. Quando questionados sobre a
identificação das saídas de emergência, os usuários demostraram estar satisfeitos com relação
esse item, uma vez que, 15,3% dos participantes estão levemente satisfeitos, 21,3% satisfeitos
e 11,4% muito satisfeitos, o que representa um total de 48,0%, levando em consideração que
23,3% manifestaram neutralidade para a questão de identificação das saídas de emergência.
No caso do funcionamento da barra antipânico, os participantes avaliaram esse item
positivamente, pois 14,9% dos participantes estão levemente satisfeitos, 19,8% satisfeitos e
9,4% muito satisfeitos, o que representa um total de 44,1% de participantes que avaliaram,
ressalta-se que 37,1%, dos participantes responderam que não sabiam opinar ou se mostraram
neutros. O último item do questionário foi avaliação sobre o funcionamento da iluminação de
emergência no bloco analisado, os usuários se manifestaram da seguinte forma: 7,4% dos
participantes se manifestaram estarem levemente insatisfeitos, 9,9% insatisfeitos e 11,9% muito
insatisfeitos, representando um total de 29,2%, nesta questão o que chama atenção é que 41,1%
dos participantes manifestaram que não sabiam opinar e 15,8% eram neutros.
No caso da identificação do sistema de prevenção e combate contra incêndios, a NPT
014 - Carga de incêndio nas edificações e área de risco do Estado do Paraná classifica o bloco
analisado, como E-1, por ter ocupação educacional e cultural.
Em função da classificação, área e altura são definidas as medidas de segurança contra
incêndios a serem adotadas para o PSCIP – Projeto de Segurança Contra Incêndio de Pânico,
tais como: saídas de emergência, extintores, alarmes, hidrantes, devendo serem sinalizadas de
acordo com a NPT 020 – Sinalização de emergência.
Algumas premissas estabelecidas na NPT 020 são de que toda sinalização deve permitir
que qualquer ocupante/usuário da edificação consiga abandonar a mesma, em segurança, em
caso de sinistro, pelo caminho mais curto possível, e de qualquer ponto da edificação.
Para tanto, a sinalização deve ser distribuída em quantidade, posições e tamanhos
compatíveis com a visualização das mesmas, livre de obstruções, conforme anexo A da NPT
020.
Analisando a sinalização presente no bloco analisado, verifica-se que a mesma atende à
finalidade proposta, orientando as pessoas às saídas de emergência.
87

Quanto às saídas de emergência, a NPT 011 – Saídas de emergência versa sobre as


características que devem ser adotadas nas edificações no que se refere às saídas de emergência.
Através da classificação da edificação E–1 e da população da mesma, é possível calcular
o número de unidades de passagem (item 5.4) que interfere nas larguras mínimas de portas,
corredores e escadas, de modo a possibilitar a saída dos ocupantes em caso de sinistro. Além
disso, no anexo B da NPT 011 são estabelecidas, em função das características da edificação,
distâncias máximas de caminhamento para que todas as pessoas atinjam a porta de saída da
edificação.
Observa-se que no bloco analisado, em função de suas características, foram adotadas
escadas internas, em concreto armado, com largura de 3,16 m localizada de maneira
centralizada à edificação, bem como escadas em aço ao final dos corredores, de modo a
compatibilizar o número de pessoas que precisariam deixar a edificação com as distâncias
máximas de caminhamento que as mesmas precisariam percorrer em caso de sinistro.
No item barra antipânico, em razão do número de ocupantes na edificação, faz-se
necessário a adoção de barras antipânico nas saídas de emergência (item 5.5.4.6 da NPT 011)
em conformidade com a NBR 11785. Nota-se que as barras instaladas nas portas no final dos
corredores do bloco analisado atendem aos requisitos propostos na NBR 11785, cumprindo
assim sua função, desde que a passagem não esteja obstruída.
Para o item iluminação de emergência a NPT 018 – Iluminação de emergência
estabelece critérios como autonomia, distâncias e materiais que devem ser respeitados pelo o
sistema de iluminação de emergência.
A iluminação de emergência deve possibilitar a visualização das pessoas do caminho a
ser percorrido para abandono da edificação, em caso de queda de energia elétrica. Para tanto,
toda luminária de emergência deve estar ligada a uma tomada, devidamente dimensionada e
executada segundo os parâmetros da NBR 5410 e NBR 10898.
Devem ser executados ainda, periodicamente, testes nas luminárias existentes, através
do acionamento do botão teste e/ou remoção do plug da tomada.
No bloco analisado observa-se que algumas luminárias não estão instaladas em tomadas
conforme Figura 24, ou estão queimadas, comprometendo assim o funcionamento do sistema
de iluminação de emergência, e consequentemente o abandono da edificação em ocasiões onde
venha a falta energia elétrica, podendo gerar pânico nas pessoas que precisem sair da edificação.
88

Figura 28 - Iluminação de emergência desligada


Fonte: O autor (2018).

4.13 MATRIZ DE DESCOBERTA

Para facilitar a visualização dos resultados da pesquisa encontradas após a APO, foi
elaborada uma matriz de descoberta para cada ambiente, com objetivo de apresentar
visualmente os resultados gerais da pesquisa, contemplando os aspectos relativos à percepção
dos usuários e dados técnicos, sendo a matriz de descoberta um produto síntese que reuniu as
impressões resumidas em uma de gráfica. A Figura 29 representa os resultados das salas de
aula.

Figura 29 - Matriz de descoberta das salas de aula do bloco analisado


Fonte: O autor (2018).
89

A Figura 30 apresenta os resultados dos questionários e do levantamento técnico


sintetizados dos banheiros.

Figura 30 - Matriz de descoberta dos banheiros do bloco analisado


Fonte: O autor (2018).

A Figura 31 apresenta os resultados dos acessos, estacionamento e sanitários acessíveis


do bloco analisado.

Figura 31 - Matriz de descoberta quanto a acessibilidade dos banheiros do bloco analisado


Fonte: O autor (2018).
90

A Figura 32 apresenta os resultados sintetizados da biblioteca.

Figura 32 - Matriz de descoberta da biblioteca do bloco analisado


Fonte: O autor (2018).

4.14 RECOMENDAÇÕES GERAIS

Por meio da elaboração das matrizes de descoberta foi possível perceber o grau de
exigência dos usuários e assim condensando os resultados da avaliação e mapeando cada
ambiente. A avaliação dos ambientes foi complementada pela utilização da técnica funcional.
As duas avaliações permitiram a elaboração do quadro de recomendações com as
adaptações e improvisações necessárias para cada ambiente e situação de forma sintética.
O Quadro 24 apresenta as recomendações simplificadas de curto prazo para salas de
aula e banheiros.
91

Ambiente Tópico Descoberta Recomendações

Sensação térmica no verão e Instalação de brises para controlar


• Temperatura inverno. a incidência de luz.

Rebaixamento do teto e instalação


Sala de aula

• Acústica Tempo de reverberação. de forro mineral.

Quantificar o número de tomadas


• Elétrica Pontos de tomadas. utilizando a fração de 3,5 m do
perímetro.

Acabamentos de metais como Trocar por metais embutidos


válvulas de descarga, registros e retirados com ferramentas
torneiras. especiais.

Dispenser de papel higiênico e Trocar os dispenser de PVC por


sabonete líquido. metais e de preferência fixados
diretamente na alvenaria por meio
de buchas e parafusos.
Banheiros

Instalar um painel na entrada dos


• Arquitetônico banheiros, de tal forma que não
Privacidade. seja possível visualizar pelo lado
de fora.

Área livre. Mudar sentido de abertura da porta


para fora

Quadro 24 - Quadro de recomendações para salas de aula e banheiros


Fonte: O autor (2018)
92

O Quadro 25 apresenta as recomendações de curto prazo para os acessos, sanitários


acessíveis e biblioteca.

Ambiente Tópico Descoberta Recomendações

Vagas para PcD. Fazer a pavimentação da área de


Acessos e sanitários acessíveis

• Estacionamento. estacionamento destinada para


PcD com Paver e demarcar com
sinalização horizontal e vertical.
Sem acessos para PcD. Executar guias rebaixadas.
• Acessos.
Metais como válvulas de descarga Substituição dos metais conforme
• Metais. e torneiras dos sanitários NBR 9050.
acessíveis.
Sensação térmica no verão e Instalação de brises para controlar
• Temperatura. inverno. a incidência de luz.

Ventilação. Instalar ventilador de teto para


• Ventilação contribuir na renovação de ar.

Instalação de cortinas e vidro


Biblioteca

• Acústica Ruídos provenientes da parte duplo na face voltada para a


externa. avenida com maior fluxo de
veículos.
Refazer projeto luminotécnico
• Iluminância Iluminância. mantendo as luminárias e troca as
lâmpadas fluorescentes por LED.

Verificar a possibilidade de
• Arquitetura Área. ampliar o espaço da biblioteca até
o miniauditório.

Quadro 25 - Quadro de recomendações para os acessos, sanitários acessíveis e biblioteca


Fonte: O autor (2018)
93

5 CONCLUSÕES

Nesta pesquisa foram aplicados os procedimentos de APO para analisar um bloco


didático de uma instituição pública de ensino superior, baseada na satisfação dos usuários, onde
foram avaliadas as questões de arquitetura, acessibilidade, conforto ambiental, instalações
elétricas e prevenção contra incêndios.
A avaliação técnica funcional permitiu uma avaliação mais detalhada do conforto
ambiental como temperatura, ruído e iluminância e por meio do cálculo da temperatura
resultante foi possível detectar que os ambientes apresentam índices de desconforto tanto no
período de inverno quanto no verão, corroborando com a opinião dos usuários. Uma medida de
curto prazo seria a instalação de um sistema que permita o controle da incidência de luz.
No caso da avaliação feita para o ruído, pode se concluir que os ambientes estão
inadequados quanto ao tempo de reverberação, pois apresentaram valores acima dos
recomendados, contudo neste caso somente o rebaixamento do teto e a instalação de um forro
mineral, por exemplo, já seria possivelmente suficiente para reduzir o tempo de reverberação.
A avaliação de iluminância, as salas de aula apresentaram a iluminância média dentro
dos parâmetros estabelecidos com a norma vigente na época da elaboração dos projetos, porém,
no caso da biblioteca, sugere-se a elaboração de um projeto luminotécnico mantendo as
luminárias, trocando apenas as lâmpadas fluorescente por LED.
No caso das instalações elétricas, recomenda a instalação de outras tomadas, uma vez
que que a norma passou por várias revisões, mas justamente o texto que trata da quantificação
do número mínimo de tomadas é o mesmo da versão da década de 1980, ou seja, a norma não
acompanhou a evolução dos métodos de ensino, para esta situação em razão das instalações
serem todas aparentes, com extrema facilidade de ampliação dos pontos de tomadas, pode-se
utilizar a fração de 3,5 m do perímetro.
Avaliado a arquitetura utilizando as normas e legislações pertinentes foi possível
concluir que as salas de aula estão com a área mínima acima do que recomenda a legislação.
No caso da biblioteca neste caso poderá ser verificado a possibilidade de ampliação dos espaços
até o miniauditório. Com relação aos banheiros o bloco avaliado está com a relação aluno para
cada conjunto de sanitário e lavatório acima do recomendado corroborando com a opinião dos
usuários, recomenda-se a abertura das portas para fora.
No item acesso e acessibilidade, foi avaliado o estacionamento, acesso e os sanitários
acessíveis, sugere-se adequação do pavimento e guias rebaixadas. No caso dos sanitários
94

acessíveis, recomenda-se a substituição dos acabamentos de válvulas e torneias para os modelos


acessíveis.
Pode-se concluir que os objetivos da pesquisa foram atendidos uma vez que foi possível
realizar avaliação por meio da percepção dos usuários, o nível de satisfação, os aspectos
arquitetônicos e o conforto ambiental dos ambientes.
O método de avaliação comportamental apresentou o grau de percepção dos usuários da
edificação avaliada e conclui-se que a insatisfação é decorrente de falhas de projetos e
especificações que poderiam ser amenizadas, conforme apresentada na avaliação técnica.
Por fim, em razão da constante atualização das legislações e normas técnicas, as
edificações públicas de ensino precisam passar por um processo de avaliação rotineiro com o
objetivo de adaptar suas instalações e verificar os anseios e necessidades dos usuários. Portanto,
pode-se concluir que avaliação periódica vai apontar itens que estão gerando insatisfação dos
usuários e permitir a elaboração de um plano de correção e alimentar projetos futuros.

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Em complementação ao trabalho realizado, outras propostas poderiam ser trabalhadas,


dentre elas:

• Medições acústicas em biblioteca de projeto padrão;


• Proposta de quantificação de tomadas levando em consideração os métodos de
ensino atuais.
95

REFERÊNCIAS

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habitação de interesse social. São Paulo: FAUUSP, 2002. (COLETÂNEA HABITARE/
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Vinicios Vilaça. 2. ed. ver. e ampl., 1ª reimpressão. Belo Horizonte: Fórum, 2009.

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ANSI/ASHRAE Standard 55. Thermal envirommental conditions for human accupancy.


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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Tratamento acústico em recintos


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BAETA, A. P. Orçamento e controle de preços de obras públicas. São Paulo; Pini, 2012.

______. Regime diferenciado de contratações públicas: aplicado às licitações e contratos


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BONATTO, H. Licitações e contratos de obras e serviços de engenharia; prefácio de Edgar


Guimarães. 2. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2012.

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União (República Federativa do Brasil). Poder Legislativo, Brasília.
96

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e execução da Lei Orçamentária de 2013 e dá outras providências. Brasília, 17 ago. 2012.
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102

APÊNDICE A – Questionário de pesquisa

TERMO DE CONSENTIMENTO

Você está sendo convidado(a) a participar da pesquisa: AVALIAÇÃO PÓS-


OCUPAÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO
SUPERIOR BASEADA NA SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS E NAS RECOMENDAÇÕES
NAS NORMAS E LEGISLAÇÕES.
Essa pesquisa tem caráter exclusivamente acadêmico, os dados coletados serão
mantidos em sigilo e utilizados apenas no âmbito da pesquisa desenvolvida junto ao Programa
de Pós-Graduação de Engenheira Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Esclarecemos que sua participação no estudo é voluntária e, portanto, o(a) senhor(a) não
é obrigado(a) preencher todos os itens. Caso decida não participar do estudo, o formulário
poderá ser entregue em branco.

Você concordar em participar: Sim ☐ Não ☐

1. Dados demográficos

1.1 Período matriculado no curso:____

1.2 Turno: ☐ Matutino ☐ Vespertino ☐ Noturno

1.3 Faixa etária:

☐Até 20 anos ☐ de 21 a 25 ☐ de 26 a 30 ☐ de 31 a 35☐ de 36 a 40 ☐ de


41 a 45 ☐ acima de 46 anos

1.4 Oriundo de colégio: Público ☐ Particular ☐


103

SATISFAÇÃO

Não sei opinar


Muito Nem insatisfeito Muito
Insatisfeito Nem satisfeito Satisfeito
↓ ↓ ↓
1 2 3 4 5 6 7
2. Arquitetura
2.1. Avalie as dimensões das salas de aula
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
2.2. Avalie as dimensões da biblioteca da sede
Ecoville ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
2.3. Avalie a quantidade de banheiros
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
2.4. Avalie a privacidade nos banheiros
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
2.5. Avalie a quantidade de sanitários e lavatórios
nos banheiros ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
2.6. Avalie as dimensões dos sanitários
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
2.7. Avalie a conservação dos banheiros, com
relação a louças e metais, vaso sanitário,
mictórios, lavatórios, torneiras, válvula de ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
descarga e registros
2.8. Avalie a funcionalidade de acessórios como
toalheiro, dispenser de papel higiênico e ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
sabonete

3. Acessibilidade
3.1. Avalie os acessos para PcD, quanto a guia
rebaixa e sinalização em geral ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
3.2. Avalie a quantidade de sanitários para PcD
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
3.3. Avalie os metais como torneiras, válvulas de
descarga e barras de apoio para PcD nos ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
banheiros

4. Conforto térmico
4.1. Avalie a sensação térmica nas salas de aula no
período de verão ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
4.2. Avalie a sensação térmica na biblioteca do no
período de verão ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
4.3. Avalie a sensação térmica nas salas de aula do
no período de inverno ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
4.4. Avalie a sensação térmica na biblioteca do no
período de inverno ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐

5. Ventilação
5.1. Avalie a ventilação natural nas salas de aula do
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
5.2. Avalie a ventilação natural na biblioteca
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
5.3. Avalie a ventilação mecânica nas salas de aula
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
104

6. Iluminação
6.1. Avalie a iluminação nas salas de aula
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
6.2. Avalie a iluminação na Biblioteca
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐

7. Ruído
7.1. Avalie a intensidade de ruídos provenientes da
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
parte externa
7.2. Avalie o isolamento acústico entre as salas de
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
aula
7.3. Avalie a acústica da biblioteca ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐

8. Instalações Elétricas
8.1. Avalie a quantidade e distribuição de tomadas
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
nas salas de aula
8.2. Avalie os comandos das luminárias (teclas dos
interruptores estão comandando as linhas de
luminárias paralelas a lousa) das salas de aula ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐

9. Instalações de prevenção contra incêndios


9.1. Avalie a identificação do sistema de prevenção
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
contra incêndios
9.2. Avalie a identificação de saídas de emergência
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
9.3. Avalie as barras antipânico instaladas no final
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
dos corredores
9.4. Avalie o funcionamento da iluminação de
☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
emergência no interior

Observações:

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_______________

Agradecemos a sua colaboração!


105

APÊNDICE B – Caracterização meteorológica do período de inverno de 2017, segundo a


fonte oficial (INMET)

Data T máx. T min. T med. UR Prec. Vv (m/s)


(ºC) (ºC) (ºC) (%) (mm)
21/06/2017 15,9 10,0 12,9 91,0 0,0 2,5
22/06/2017 20,4 12,6 15,4 87,8 0,1 2,9
23/06/2017 20,7 12,0 14,9 87,0 0,0 1,8
24/06/2017 22,3 9,4 14,5 85,5 0,0 1,1
25/06/2017 21,6 12,4 14,6 86,3 0,2 1,5
26/06/2017 22,1 8,2 13,7 78,8 0,0 1.7
27/06/2017 23,2 11,5 15,2 81,0 0,0 1.3
28/06/2017 21,5 9,5 14,2 75,5 0,2 1,7
29/06/2017 22,5 9,2 15,3 73,0 0,0 1,9
30/06/2017 23,3 12,9 17,2 69,5 0,0 2,1
01/07/2017 20,3 11,8 14,5 83,3 0,0 1,7
02/07/2017 14,7 9,4 10,5 84,5 0,3 1,6
03/07/2017 13,9 9,1 10,9 83,3 0,2 2,5
04/07/2017 14,9 9,5 11,9 85,3 0,7 4,1
05/07/2017 19,2 7,2 12,0 83,0 0,0 2,1
06/07/2017 18,8 8,0 12,2 84,3 0,0 1,0
07/07/2017 19,0 8,5 12,4 89,0 0,2 1,2
08/07/2017 19,4 10,4 14,0 85,8 0,0 1,8
09/07/2017 21,1 11,6 14,8 85,5 0,0 1,5
10/07/2017 23,6 11,9 16,1 79,5 0,0 1,3
11/07/2017 24,8 9,9 16,3 81,3 0,0 0,9
12/07/2017 23,3 9,9 14,5 81,8 0,0 1,3
13/07/2017 23,2 10,7 15,1 80,0 0,0 1,9
14/07/2017 23,3 11,0 15,6 77,3 0,0 1,5
15/07/2017 22,7 9,9 15,6 73,0 0,2 2,5
16/07/2017 23,7 12,2 17,5 60,3 0,0 3,0
17/07/2017 24,1 10,6 14,7 73,5 0,0 2,8
18/07/2017 12,2 2,2 5,0 72,0 6,2 1,3
19/07/2017 13,6 -0,5 7,4 83,5 0,0 1,6
20/07/2017 19,8 9,1 13,1 77,3 0,0 1,9
21/07/2017 20,8 5,6 12,3 71,8 0,0 1,7
22/07/2017 21,3 6,2 12,1 82,5 0,0 3,0
23/07/2017 22,9 10,2 14,9 78,8 0,0 2,2
24/07/2017 23,8 8,5 15,1 67,3 0,0 1,8
25/07/2017 25,1 7,8 15,7 59,5 0,0 1,3
26/07/2017 24,8 7,0 14,7 72,5 0,0 1,0
27/07/2017 22,4 8,0 13,8 79,3 0,0 1,6
106

28/07/2017 19,9 10,0 14,0 81,5 0,0 2,0


29/07/2017 23,8 9,8 14,9 80,0 0,0 1,7
30/07/2017 22,9 11,8 15,9 76,8 0,0 1,5
31/07/2017 23,9 12,1 16,8 67,0 0,0 1,1
01/08/2017 22,8 10,2 16,0 58,8 0,0 1,4
02/08/2017 23,7 15,2 18,6 61,3 0,0 1,9
03/08/2017 19,4 13,8 15,1 80,3 7,6 4,2
04/08/2017 15,7 8,1 11,5 82,3 0,0 1,7
05/08/2017 15,9 10,0 12,1 76,8 0,0 1,9
06/08/2017 18,2 8,8 12,3 78,0 0,0 2,8
07/08/2017 23,1 6,3 13,7 75,8 0,0 2,2
08/08/2017 27,1 10,5 18,2 65,0 0,0 1,8
09/08/2017 16,1 16,6 19,0 78,5 0,0 2,2
10/08/2017 18,7 12,9 14,3 87,8 0,0 2,3
11/08/2017 20,0 9,1 13,9 83,8 0,0 3,3
12/08/2017 22,4 12,7 15,7 84,5 0,0 3,5
13/08/2017 26,6 13,6 18,3 78,3 0,0 3,0
14/08/2017 22,3 11,4 14,2 71,5 15,8 2,3
15/08/2017 15,8 11,7 13,4 91,8 3,9 1,3
16/08/2017 19,2 12,6 14,6 87,8 0,0 1,0
17/08/2017 18,1 11,2 13,6 90,8 0,1 1,7
18/08/2017 17,0 11,3 13,8 88,3 1,0 2,0
19/08/2017 16,9 13,6 15,0 95,8 0,1 1,2
20/08/2017 16,7 12,5 13,4 97,0 34,6 1,3
21/08/2017 12,9 7,0 8,3 79,0 30,6 3,1
22/08/2017 15,6 6,2 11,2 89,5 0,2 3,8
23/08/2017 19,8 11,8 14,7 89,3 0,0 2,2
24/08/2017 24,8 13,2 16,3 84,3 0,0 1,8
25/08/2017 20,8 11,9 15,2 84,5 0,0 2,8
26/08/2017 26,5 12,4 18,1 70,5 0,0 1,9
27/08/2017 28,1 13,2 18,0 77,5 0,0 1,8
28/08/2017 26,4 13,0 17,4 76,5 0,0 1,5
29/08/2017 29,6 12,6 19,8 73,8 0,0 1,0
30/08/2017 31,1 14,2 22,0 64,8 0,0 1,8
31/08/2017 24,6 13,1 15,6 91,8 0,0 3,4
01/09/2017 18,3 13,0 14,5 85,3 0,0 3,1
02/09/2017 18,2 12,7 14,4 86,0 0,0 2,5
03/09/2017 26,7 11,4 17,3 74,0 0,0 1,0
04/09/2017 27,2 10,1 18,9 62,8 0,0 1,6
05/09/2017 28,5 11,9 19,3 67,8 0,0 2,2
06/09/2017 27,6 14,6 17,8 77,0 0,0 2,0
07/09/2017 28,2 12,5 18,7 71,8 0,0 1,9
08/09/2017 28,7 13,0 19,5 71,8 0,0 1,7
107

09/09/2017 29,6 14,3 19,2 70,8 0,0 2,1


10/09/2017 29,1 12,9 20,6 63,0 0,0 3,1
11/09/2017 30,7 14,1 21,6 61,0 0,0 1,7
12/09/2017 29,4 16,4 20,5 73,0 0,0 2,7
13/09/2017 29,4 12,8 20,7 62,5 0,0 3,0
14/09/2017 31,0 14,8 23,8 44,3 0,0 3,9
15/09/2017 32,1 17,1 21,3 67,3 0,0 2,1
16/09/2017 31,1 16,2 21,2 68,8 0,0 2,1
17/09/2017 29,5 16,8 20,0 73,3 0,0 2,4
18/09/2017 25,7 14,9 18,2 81,8 0,0 2,5
19/09/2017 30,8 14,6 20,4 69,3 0,0 1,5
20/09/2017 27,8 15,0 19,0 73,5 0,0 2,1
21/09/2017 30,7 11,7 19,9 68,3 0,0 2,2
Fonte : INMET
108

APÊNDICE C – Caracterização meteorológica do período de verão de 2017, segundo a


fonte oficial (INMET)

Data T máx. T min. T med. UR Prec. Vv (m/s)


(ºC) (ºC) (ºC) (%) (mm)
21/12/2017 23,4 18,7 20,9 84,0 6,5 1,4
22/12/2017 29,9 18,1 22,4 78,5 2,0 1,9
23/12/2017 26,4 20,3 22,5 85,0 11,0 3,7
24/12/2017 26,2 20,6 22,5 84,3 4,0 3,4
25/12/2017 21,7 16,8 18,0 91,3 39,6 1,9
26/12/2017 22,9 16,0 19,3 87,3 0,2 2,0
27/12/2017 26,7 18,6 21,8 81,8 4,4 1,4
28/12/2017 26,8 19,1 21,4 84,5 0,0 2,9
29/12/2017 21,4 17,9 18,9 94,8 16,6 1,7
30/12/2017 24,5 17,1 20,2 91,5 18,2 0,8
31/12/2017 28,2 18,8 21,9 82,8 4,7 2,8
01/01/2018 29,8 18,6 23,1 77,3 26,5 2,5
02/01/2018 25,5 19,9 21,8 76,5 5,6 3,9
03/01/2018 28,5 19,2 21,8 72,0 0,0 3,3
04/01/2018 29,0 14,4 21,0 64,5 0,0 3,1
05/01/2018 29,8 14,8 21,4 66,5 0,0 2,7
06/01/2018 29,6 17,6 21,6 70,8 0,0 3,4
07/01/2018 23,6 16,7 18,5 86,5 3,0 2,8
08/01/2018 19,7 16,2 17,1 87,3 1,5 2,1
09/01/2018 21,6 15,8 18,6 93,8 0,0 1,1
10/01/2018 22,4 17,8 19,7 91,8 8,2 1,4
11/01/2018 23,6 18,4 20,5 82,0 3,9 2,6
12/01/2018 25,1 17,6 21,0 86,5 3,7 2,9
13/01/2018 27,1 18,7 21,3 80,5 17,5 2,4
14/01/2018 27,0 19,0 21,7 82,0 2,8 2,9
15/01/2018 28,2 19,4 22,5 77,3 9,2 3,7
16/01/2018 27,7 20,0 22,1 83,3 0,2 2,8
17/01/2018 26,9 19,4 21,5 83,8 40,6 1,6
18/01/2018 28,6 19,2 23,7 72,8 3,2 4,6
19/01/2018 26,7 18,6 20,8 92,3 3,8 2,1
20/01/2018 24,0 18,3 19,8 93,3 94,2 1,4
21/01/2018 28,2 17,9 20,9 86,8 17,2 1,9
22/01/2018 30,4 19,3 23,8 74,5 7,4 3,1
23/01/2018 30,6 19,1 23,2 77,0 20,6 2,3
24/01/2018 26,0 18,6 21,0 84,3 3,8 2,4
25/01/2018 21,0 17,4 18,5 90,3 2,4 2,3
26/01/2018 22,1 15,6 18,2 82,3 1,1 2,5
109

27/01/2018 28,1 17,4 22,1 80,0 0,2 2,4


28/01/2018 26,7 17,5 19,9 85,8 38,7 2,6
29/01/2018 22,8 16,4 18,6 76,0 10,0 2,1
30/01/2018 26,6 16,6 19,8 81,0 2,2 2,5
31/01/2018 25,9 15,6 19,3 81,0 1,2 2,3
01/02/2018 27,2 16,0 20,3 79,0 0,2 1,8
02/02/2018 26,4 13,8 19,3 70,0 0,0 2,7
03/02/2018 24,2 16,2 18,7 79,0 2,1 2,4
04/02/2018 25,4 15,6 18,7 80,3 0,5 1,6
05/02/2018 26,4 14,5 19,7 72,0 0,3 1,4
06/02/2018 27,6 15,7 20,5 78,8 0,0 1,0
07/02/2018 29,0 17,6 22,2 76,3 15,1 2,0
08/02/2018 30,5 19,3 24,0 67,0 0,0 2,0
09/02/2018 27,9 20,8 24,2 67,3 0,0 2,6
10/02/2018 27,6 21,0 23,1 85,0 1,1 2,0
11/02/2018 23,2 15,2 18,0 93,5 25,9 2,3
12/02/2018 18,8 14,5 15,9 92,0 37,5 2,5
13/02/2018 19,0 14,8 16,1 86,3 0,5 2,8
14/02/2018 20,8 14,6 17,5 85,0 0,5 2,7
15/02/2018 20,2 15,1 17,4 87,8 0,0 1,3
16/02/2018 23,7 15,2 18,5 86,0 0,4 2,1
17/02/2018 24,0 17,2 19,9 81,0 0,0 1,7
18/02/2018 25,3 18,3 21,0 86,0 0,0 2,7
19/02/2018 26,0 17,8 21,1 79,8 8,3 2,8
20/02/2018 27,6 18,2 22,0 81,8 1,8 2,8
21/02/2018 27,9 18,0 21,2 77,3 1,4 2,9
22/02/2018 26,3 16,7 19,9 76,0 0,0 2,5
23/02/2018 25,8 17,5 19,8 78,3 0,0 2,5
24/02/2018 26,0 16,6 19,9 77,0 0,0 3,7
25/02/2018 28,3 15,1 20,5 74,5 0,0 1,8
26/02/2018 27,1 15,7 20,3 79,3 0,0 1,9
27/02/2018 29,2 17,4 21,9 75,5 0,0 1,5
28/02/2018 30,6 19,0 23,0 79,8 0,6 1,9
01/03/2018 28,3 19,6 22,3 81,8 7,0 1,5
02/03/2018 29,3 19,4 21,9 83,0 0,8 1,8
03/03/2018 26,6 18,6 21,6 86,8 71,5 1,3
04/03/2018 29,8 19,9 23,4 78,3 0,4 2,2
05/03/2018 28,4 19,5 22,2 83,5 1,3 1,1
06/03/2018 24,8 18,5 19,9 88,5 17,8 1,8
07/03/2018 22,4 16,4 18,5 85,0 7,8 2,0
08/03/2018 26,3 16,7 20,5 80,3 0,0 1,9
09/03/2018 27,8 18,7 20,8 81,0 0,2 0,5
10/03/2018 29,9 18,6 23,7 64,0 16,6 1,7
110

11/03/2018 30,3 19,0 22,9 74,8 0,0 3,2


12/03/2018 30,4 18,6 23,2 76,8 0,6 2,2
13/03/2018 29,4 19,6 22,4 88,5 0,0 1,8
14/03/2018 28,4 17,6 21,5 77,5 67,7 4,5
15/03/2018 28,8 16,8 21,4 79,8 1,5 1,9
16/03/2018 28,0 19,6 22,5 83,3 0,0 1,9
17/03/2018 31,9 19,3 23,8 76,0 0,0 2,2
18/03/2018 30,3 21,0 25,0 74,3 0,4 1,9
19/03/2018 29,5 16,8 20,0 73,3 0,0 2,4
Fonte : INMET
111

APÊNDICE D – Tabela de amostras causais simples para nível de confiança 95,5%,


hipótese p=50%

POPULAÇÃO MARGEM DE ERRO (E) - %


DE A 1 2 3 4 5 10
100 80 50
101 1500 109 60
151 200 133 67
201 250 154 72
251 300 203 172 75
301 350 225 187 78
351 400 244 200 80
401 450 320 261 212 82
451 500 315 279 222 83
501 550 368 295 232 85
551 600 484 390 300 240 86
601 650 516 410 319 245 87
651 700 547 430 330 255 88
701 750 577 448 342 261 88
751 800 606 465 353 267 89
801 850 635 482 360 272 89
851 900 662 497 369 277 90
901 950 688 512 377 282 90
951 1.000 714 527 385 286 91
1.001 1.100 784 553 399 295 92
1.101 1.200 811 577 411 300 92
1.201 1.300 855 599 422 306 93
1.301 1.400 898 620 432 311 93
1.401 1.500 1.304 938 639 441 316 94
1.501 1.600 1.379 976 656 450 320 94
1.601 1.700 1.453 1.012 672 457 324 94
1.701 1.800 1.526 1.047 687 461 327 95
1.801 1.900 1.597 1.080 701 470 332 95
1.901 2.000 1.667 1.111 714 476 333 95
2.001 2.500 2.000 1.250 769 500 345 96
2.501 3.000 2.300 1.364 811 517 353 97
3.001 3.500 2.593 1.458 843 530 359 97
3.501 4.000 2.857 1.538 870 541 364 98
4.001 4.500 3.101 1.607 891 549 367 98
4.501 5.000 3.334 1.667 909 556 370 98
5.001 6.000 3.750 1.765 938 565 375 98
6.001 7.000 4.118 1.842 949 571 378 99
7.100 8.000 4.445 1.905 976 580 381 99
8.100 9.000 4.737 1.957 980 584 383 99
9.100 10.000 5.000 2.000 1.000 586 383 99
11.000 15.000 6.000 2.143 1.034 600 390 99
16.000 20.000 6.667 2.222 1.053 606 390 100
Fonte : Ornstein e Homero (1992)

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