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PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Justificativa Técnica

Introdução
A dinâmica das zonas urbanas mudou, levantando novas indagações que vão se
refletir diretamente no planejamento das cidades numa perspectiva cosmopolita.
Atualmente, as cidades com suas metamorfoses requerem com um olhar estratégico,
um olhar coeso para superação das questões relativas à preservação do patrimônio, à
moradia, ao trabalho, à relação porto-cidade, dentre outros aspectos.
Torna-se necessária a construção de cidades compactas, amigáveis, com diversidade
de usos onde moradia e trabalho estejam mesclados de modo a garantir o equilíbrio
sustentável nas diversas áreas do município.
A região central de Santos ainda guarda vestígios da segregação de usos, com
concentração de atividades comerciais e de prestação de serviços em detrimento ao
uso residencial, desestimulado inclusive por imposição do próprio planejamento
urbano.
A partir dos anos 90, foram estabelecidos estudos, projetos e programas para a
revitalização do centro histórico santista, culminando com equipamentos restaurados e
com a formulação do programa Alegra Centro em 2003. Porém, independentemente
desses esforços, a área central permaneceu com entraves que representam um
desafio para seu desenvolvimento sustentável, inclusivo e redistributivo.
Esses entraves culminaram em um contínuo processo de esvaziamento da região,
agravado pelo avanço da rede de comunicação mundial – internet que permite a
realização de negócios à distância. Associa-se a esse processo o boom imobiliário que
a cidade assistiu, vinculado à descoberta de petróleo no pré-sal da bacia de Santos.
Estes fatores provocaram uma competição desigual para a região central do
município, uma vez que outras áreas da cidade passaram a contar com significativos
investimentos no comércio, estabelecimento de escritórios, consultórios e serviços
públicos próximos das moradias que proporcionaram maior conforto aos usuários.
Serviços típicos da região central, a exemplo dos relacionados à alfândega, Receita
Federal e até mesmo da Polícia Federal (emissão de passaportes), extravasaram os
limites do centro.
Acrescenta-se ainda que, nos últimos anos, à exceção da Vila Mathias, a área central
não recebeu empreendimentos de natureza residencial, que tem o condão de fixar a
população e manter o comércio e serviços básicos como extensão natural das
moradas. Por sua vez, o empreendimento hoteleiro Ibis Santos Valongo e
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empreendimentos empresariais, como a torre da Petrobrás e o condomínio Tribuna


Square, ainda não consolidaram o cenário de confiança necessário para novos
investimentos de porte na área.
A criação do programa Alegra Centro foi marcado pela implantação de equipamentos
vinculados à gastronomia, à cultura, ao lazer com casas de shows em sua área de
abrangência. Porém, com o passar do tempo, esse processo foi desacelerado em
função de questões de acessibilidade e segurança, esta última especialmente
vinculada à obtenção do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros).
Diante desse panorama complexo de desafios, a Prefeitura Municipal de Santos, por
meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, estabeleceu um ciclo de estudos
sobre a legislação urbanística municipal, que levou à aprovação da Lei Complementar
n.º 1.005, de 16 de julho de 2018, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento e
Expansão Urbana do Município de Santos e da Lei Complementar n.º 1.006, de 16 de
julho de 2018, que disciplina o ordenamento do uso e da ocupação do solo na área
insular do Município de Santos.
Estas duas legislações estabeleceram novas diretrizes e estratégias para impulsionar
o repovoamento e consequente revitalização da área central da cidade com a criação
das Zonas Especiais de Renovação Urbana do Valongo e do Paquetá (ZERU Valongo
e ZERU Paquetá), localizadas estrategicamente nos limites oeste e leste da área que
abriga a maior parte do patrimônio histórico e cultural santista.
Não menos importante, foi a criação da Área de Adensamento Sustentável – AAS 1 –
Norte, onde é permitido incrementar a densidade construtiva, demográfica,
habitacional com incentivos às habitações de Interesse Social (HIS) e de Habitação de
Mercado Popular (HMP). Trata-se de área localizada ao longo do futuro trajeto do
sistema de transporte coletivo de média capacidade de carregamento, conhecido
como VLT (2a Fase). Essas ações visam privilegiar o transporte público e, neste
sentido, veio a desobrigação de vagas para estacionamento tanto nas AAS 1 – Norte,
bem como nas Áreas de Proteção Cultural 1 e 2. São estas últimas áreas que abrigam
os Corredores de Proteção Cultural (CPC), com acervo de bens imóveis que se
pretende proteger e, para tanto, houve a ampliação dos incentivos fiscais à
recuperação e preservação do conjunto existente, por meio de instrumentos
urbanísticos, a exemplo da Transferência do Direito de Construir – TDC.
O ciclo de estudos avançou e sua continuidade passa pela revisão do Programa
Alegra Centro, um programa que já conta com mais de 15 anos de existência (Lei
Complementar n.º 470, de 05 de fevereiro de 2003 e alterações posteriores). Embora
esta legislação urbanística abrigue aspectos de amplo espectro, tornou-se, na prática,
uma consolidação das questões relativas ao patrimônio, muitas vezes vista pela
sociedade como burocrática e muitas vezes dogmática.
Assim, esta revisão se faz necessária para compatibilizá-la às novas diretrizes e
estratégias traçadas tanto pelo Plano Diretor como pela legislação que disciplina o uso
e ocupação do solo. Adequá-la passa pela necessidade de criar ferramentas para
garantir a inclusão e fixação da população de média e baixa rendas residentes no
local, bem como incentivar: o estabelecimento de novos empreendimentos
residenciais, a criação de áreas peatonais, a ampliação do uso do bonde como
transporte público, a ocupação dos armazéns 1 a 8 (Parque Valongo), associados à
implementação de incentivos fiscais com o propósito de se criar um novo centro, o
Novo Centro Velho.
Pretende-se que esta legislação, além de atender esses desafios, venha a ser factível
em todos os seus aspectos, promovendo uma mudança do perfil da área central da
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cidade, para que os desequilíbrios e polarizações ainda existentes sejam efetivamente


enfrentados.
Em especial, torna-se imperativo combater o esvaziamento da área central, com
incentivos para a retomada da requalificação urbana, fortalecendo a sua própria
identidade com valores da vitalidade urbana, onde o coletivo prevaleça sobre o
particular, em harmonia com a segurança e a conservação do patrimônio.
Ademais, objetiva-se que a paisagem urbana resgate os vínculos dos valores cívicos e
coletivos que estão historicamente relacionados à cidade. Para tanto, é necessário
reconhecer e discriminar nos testemunhos de outrora os elementos que ainda
permanecem vivos.
Assim, a proposta do projeto de lei complementar levou ainda em conta a história
como herança cultural em constante transformação, integrada ao presente e à
melhoria de qualidade de vida, passando o bem cultural a ser encarado como uma
representação múltipla de vários passados.

Aspectos gerais
Inicialmente, foi estabelecido o recorte espacial da área de abrangência do programa,
em conformidade com a legislação que disciplina o ordenamento do uso e da
ocupação do solo na área insular do Município de Santos, a Lei Complementar n.º
1.006, de 16 de julho de 2018. Essa área inclui os bairros do Valongo, Chinês, Centro,
Paquetá, Vila Nova e Vila Mathias, além do Porto Valongo e do Porto Paquetá que
integram a Macrozona Centro e se encontram representados na figura abaixo.

Diante desse quadro, foram selecionadas diretrizes e elaborado o Plano Mestre para
Macrozona Centro cujas premissas estão retratadas nas figuras abaixo.
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As premissas e o Plano Mestre levaram em conta que a área de abrangência do


programa abriga um centro de comércio varejista especializado, centro educacional,
moradias, sistema viário, praças e irá receber a segunda fase do VLT, que deverá
estar integrado aos demais modais de transporte, conforme conjunto de figuras
abaixo.
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Na área de abrangência do programa, deve-se destacar ainda a presença das Áreas


de Proteção Cultural 1 e 2, áreas representadas na figura abaixo com seus símbolos
de identidade. Elas abrigam os Corredores de Proteção Cultural (CPC), com acervo de
bens imóveis que se pretende proteger, por meio da ampliação de incentivos fiscais
vinculados à recuperação e preservação do conjunto existente. Para tanto, faz-se
necessária a utilização de instrumentos urbanísticos, a exemplo da Transferência do
Direito de Construir – TDC.

Determinante também é a presença da Zona Especial de Renovação Urbana Valongo,


onde se pretende consolidar essa renovação com uso misto, priorizando o
habitacional. Por outro lado, na Zona Especial de Renovação Urbana Paquetá,
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pretende-se a requalificação e renovação urbana com adensamento sustentável,


diversificação do uso residencial e incentivo ao uso misto.
Tendo em vista que estas zonas estão no limite físico dos extremos da APC 1,
pretende-se aí estimular a consolidação de centro empresarial e hoteleiro.

Neste contexto, deve-se ainda mencionar a Área de Adensamento Sustentável 1 -


Norte onde se prevê incrementar a densidade construtiva, demográfica, habitacional
com incentivos às habitações de Interesse Social (HIS) e de Habitação de Mercado
Popular (HMP).
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Objetivos
O presente projeto de lei complementar prevê para o Programa de Revitalização e
Desenvolvimento Urbano da Macrozona Centro, "Novo Centro Velho" os seguintes
objetivos:
- reverter os processos de esvaziamento da área de abrangência do programa;
- promover a preservação e recuperação do meio ambiente construído, do patrimônio
cultural, histórico, artístico e paisagístico de forma integrada à renovação do espaço,
da paisagem e do desenho urbano;
- promover o adensamento sustentável e a renovação urbana nos bairros periféricos
às Áreas de Proteção Cultural e ao longo das linhas de transporte público;
- garantir a transição harmônica entre as Zonas Especiais de Renovação Urbana e as
Áreas de Proteção Cultural;
- promover a revitalização urbana em sinergia com o aprimoramento das relações de
cidadania;
- propor a ampliação e a melhoria da rede de serviços públicos na área de
abrangência do programa, especialmente os de caráter social, a exemplo de
educação, saúde, cultura, esportes, transportes públicos e assistência social;
- promover e consolidar a área de abrangência do programa como polo de
desenvolvimento educacional, tecnológico, de inovação e de economia criativa;
- desenvolver as potencialidades locais de modo a dinamizar as vocações do Centro
Histórico de Santos para que se consolide como destino turístico e cultural no âmbito
metropolitano, estadual, federal e internacional;
- desenvolver um olhar consciente sobre a realidade da Macrozona Centro que leve às
fontes necessárias para a emergência e mobilização de energias criativas, tornando as
pessoas visíveis e recuperando a plenitude dos sentidos com novas práticas de
planejamento e de gestão democrática, includente, redistributiva e sustentável.
Estratégias
Como estratégias do Programa de Revitalização e Desenvolvimento Urbano da
Macrozona Centro, "Novo Centro Velho" deve-se mencionar:
- a recuperação da paisagem urbana e a restauração, preservação, recuperação ou
conservação de imóveis de interesse cultural, destinados ao uso em conformidade
com a legislação urbanística vigente;
- a promoção de intervenções urbanas na área de abrangência do programa visando
melhoria na paisagem urbana e a qualificação dos espaços públicos, praças e áreas
verdes;
- o incentivo à renovação urbana nos bairros Valongo e Paquetá;
- o desenvolvimento de planos e ações de modo a reorganizar e potencializar:
a) as atividades econômicas, especialmente de economia criativa e de turismo
histórico, cultural, religioso, gastronômico, de negócios, portuário, dentre outras
modalidades;
b) a geração de trabalho e renda, priorizando o recrutramento de mão de obra local;
c) a estrutura dos deslocamentos não motorizados com a implantação de calçadões,
ciclovias, rotas acessíveis às pessoas com mobilidade reduzida e vias alternativas aos
demais deslocamentos não motorizados;
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d) a integração entre os diferentes modais de transporte a exemplo de ônibus, bonde,


barcas, Veículo Leve sobre Trilhos - VLT, bicicletas;
e) a criação e requalificação de parques e áreas livres, especialmente o Parque
Valongo;
f) o processo de embutimento das redes aéreas;
g) a provisão habitacional visando a atração de novas habitações e a solução para os
cortiços, assegurando a permanência e a inclusão social com qualidade de vida para a
população local;
h) o incentivo à reabilitação dos imóveis de uso residencial plurihabitacional precário
aos parâmetros mínimos de habitabilidade, previstos em legislação específica, a partir
de um plano de ação que vise à permanência da população local e melhoria de sua
qualidade de vida;
i) a criação de incentivos fiscais para a diversificação do uso residencial, para criação
de novas unidades, por meio de reabilitação ou novas edificações de uso habitacional;
j) a consolidação do parque universitário e tecnológico com foco em pesquisa e
desenvolvimento;
l) a integração porto-cidade, com a implementação de complexo turístico-cultural.
m) o disciplinamento e padronização do comércio informal em via pública de forma a
não interferir em áreas de valor histórico, mormente nas Áreas de Proteção Cultural;
n) o apoio à realização de eventos diversos buscando estimular a frequência de
munícipes e turistas na área de abrangência do programa;
o) o fortalecimento do comércio e a prestação de serviços de extensão natural das
residências;
p) o apoio e fomento aos distritos criativos (D-CRI) na área de abrangência do
programa, especialmente os Distritos Criativos Valongo, Paquetá, Mercado e outros
que vierem a ser criados;
q) a criação de incentivos fiscais para investidores privados interessados em restaurar,
preservar, recuperar ou conservar os imóveis tombados ou classificados como NP1 e
NP2, instalados na área de abrangência do programa;
r) a criação de incentivos fiscais para estimular a economia criativa;
s) a implementação dos instrumentos urbanísticos de incentivo à promoção de
programas de desenvolvimento econômico, habitacional, de revitalização urbana e
conservação do patrimônio ambiental construído.

Paisagem urbana
A paisagem urbana é tida como um elemento fundamental nesta proposta de
legislação e foi considerada como o conjunto integrado e organizado de componentes
naturais, edificados ou produzidos pelo homem no espaço externo, a exemplo de
prédios, edificações, ruas, praças, sinalização de trânsito e outros elementos que
podem ser apreendidos pelo olhar e resultam num cenário característico.
Neste sentido, são considerados alguns elementos arquitetônicos e urbanos que a
compõem, que foram protegidos por esta proposta e passam a ser discriminados a
seguir.
Níveis de Proteção
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Os imóveis de interesse cultural, em decorrência de sua representatividade, do seu


estado de conservação e da sua localização, ficam enquadrados em um dos 05 (cinco)
Níveis de Proteção - NP, assim especificados:
- Nível de Proteção 1 - NP1: proteção aos imóveis a serem preservados interna e
externamente, incluindo os seus elementos construtivos e decorativos;
- Nível de Proteção 2 - NP2: proteção parcial aos imóveis a serem preservados
externamente, incluindo os seus elementos construtivos e decorativos;
- Nível de Proteção 3a - NP3a: livre opção de projeto, mantendo-se prioritariamente o
gabarito e os recuos dos imóveis lindeiros ou a predominância dos gabaritos ou recuos
dos imóveis NP1 e NP2 existentes na testada da quadra em que estiver inserido;
- Nível de Proteção 3b - NP3b: livre opção de projeto, porém respeitando-se o gabarito
máximo de 45,00m (quarenta e cinco metros) de altura contados a partir da calçada
fronteiriça ao imóvel;
- Nível de Proteção 4 - NP4: livre opção de projeto, respeitando os índices urbanísticos
da zona em que se situar o imóvel gravado.
Os níveis de proteção dos imóveis da área de abrangência do programa estão
delimitados e identificados em decreto, cuja revisão já se encontra em análise e
deverá ser publicada em até 90 (noventa) dias, contados a partir da aprovação e
publicação deste projeto de lei complementar.
Os imóveis poderão ter mais de um Nível de Proteção em função de sua localização,
arquitetura, ambiência ou inserção na paisagem urbana.
Por sua vez, os imóveis gravados como NP2, localizados nas Zonas Especiais de
Renovação Urbana - ZERU, poderão, mediante projeto específico, com parecer
favorável do Escritório Técnico Novo Centro Velho e do Conselho de Defesa do
Patrimônio Cultural de Santos - Condepasa, preservar somente as fachadas.
Os projetos de imóveis com Nível de Proteção 3a, independe do gabarito admitido
para a edificação, deverão garantir a continuidade das fachadas para a manutenção
da ambiência e da harmonia com o entorno.
Todos os imóveis, independentemente do Nível de Proteção deverão obedecer às
exigências da Lei Federal nº 13.146, de 06 de julho de 2.015, que trata da
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou de mobilidade reduzida.
Fachadas
A restauração, preservação ou conservação das fachadas dos imóveis gravados com
Nível de Proteção 1 e/ou 2, localizados na área de abrangência do programa deverá
priorizar a recuperação ou manutenção de seus aspectos originais, cor, vãos,
esquadrias, acabamentos e elementos decorativos.
Elementos construtivos externos em granito, mármore, azulejo e massa raspada que
compõem as fachadas dos imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2,
localizados na área da abrangência do programa, não poderão ser pintados ou
envernizados.
Para orientar a concepção dos projetos de restauração, preservação ou conservação
das fachadas dos imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2, a Prefeitura
Municipal de Santos disponibilizará registros históricos existentes em seu banco de
dados. No entanto, em caso de inexistência ou insuficiência de registros históricos,
poderão ser estabelecidas diretrizes específicas pelo Escritório Técnico Novo Centro
Velho e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - Condepasa.
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Nos imóveis gravados com Nível de Proteção 2 serão ainda admitidas adequações
nos vãos do pavimento térreo de modo a garantir acessibilidade ou a reabilitação da
fachada. Ainda que não constem do projeto original, serão também admitidas as
adequações nos vãos do pavimento térreo executadas de forma legal e anteriormente
à gravação do Nível de Proteção do imóvel, conforme registros históricos
disponibilizados pelo Escritório Técnico Novo Centro Velho.
Porém, independentemente das adequações dos vãos, os demais elementos
arquitetônicos e decorativos restantes deverão ser restaurados, preservados,
recuperados ou conservados, de acordo com o projeto original.
Nos imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2, as esquadrias deverão ser
prioritariamente preservadas ou recuperadas, conforme modelo original, respeitando-
se os materiais utilizados. No caso de esquadrias em imóveis gravados com Nível de
Proteção 2, estas poderão ser modernizadas, reabilitadas ou readequadas.
Em relação à pintura das fachadas dos imóveis gravados com Nível de Proteção 1
e/ou 2, localizados na área de abrangência do programa, deve-se priorizar o uso das
cores originais, identificadas mediante pesquisa ou prospecção. Nos imóveis nos quais
seja comprovada a inexistência de registros históricos da cor original, deverão receber
cor que seja harmoniosa com o conjunto arquitetônico, observando: frisos e ornatos
pintados em tons mais claros que os fundos das paredes; gradis, portas de ferro e
elementos de serralheria pintados com cores mais escuras que as das esquadrias, em
preto, grafite, marrom escuro ou verde colonial; esquadrias com tons mais claros ou
contrastantes com o fundo das fachadas.
Os edifícios de arquitetura colonial deverão ser pintados na cor branca. Também não
será permitida a utilização de cores fosforecentes, refletivas, agressivas ou em
desarmonia com o conjunto arquitetônico, em qualquer imóvel localizado nas Áreas de
Proteção Cultural 1 e 2.
Por fim, para orientar a manutenção e conservação das fachadas dos imóveis
gravados com Nível de Proteção 2, a Prefeitura Municipal de Santos disponibilizará
paleta de cores admissíveis para execução desses serviços, conforme ilustrado nas
figuras abaixo apresentadas. A utilização de cores diversas somente será permitida
excepcionalmente, mediante parecer favorável do Escritório Técnico Novo Centro
Velho e do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - Condepasa.
A seguir, pode-se constatar algumas situações com exemplos de fachadas a serem
recuperadas nos moldes desta proposta de legislação.
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As empenas cegas deverão respeitar a cor da fachada principal ou a utilização de


cores harmoniosas ao conjunto arquitetônico. No entanto, dentro da área de
abrangência do programa, fica permitida, nas empenas cegas, a execução de murais
artísticos ou paredes verdes, desde que haja parecer favorável do Escritório Técnico
Novo Centro Velho e do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos -
Condepasa.

Telhados
Os imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 deverão, prioritariamente, buscar
a recomposição do telhado de acordo com o projeto ou estado original, ou seja, telhas
de barro, tipo "francesa" ou "capa-e-canal". Porém, serão admitidas a manutenção dos
telhados, conforme registros históricos existentes no momento do gravamento,
disponibilizados pelo Escritório Técnico Novo Centro Velho.
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Os imóveis gravados com Nível de Proteção 2 poderão, mediante projeto específico,


com parecer favorável do Escritório Técnico Novo Centro Velho e do Conselho de
Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - Condepasa, ocupar total ou parcialmente os
telhados ou coberturas para: implantação de terraços e telhados verdes; fossos de
ventilação e iluminação, torres de circulação vertical e equipamentos de infraestrutura
a exemplo de ar-condicionado, painel solar, dentre outros elementos. Tal ocupação,
deverá prever que os novos elementos arquitetônicos garantam a ambiência e a
harmonia com os imóveis do entorno e fiquem invisíveis sob uma linha reta imaginária
a partir de pontos com 1,75 m (um metro e setenta e cinco centímetros) de altura,
localizados nos alinhamentos prediais de passeios públicos opostos às fachadas da
edificação.
Para o uso de terraço é obrigatório que as platibandas ao redor do edifício tenham,
pelo menos, 1,30 m (um metro e trinta centímetros) de altura em relação ao nível do
piso acabado da laje superior.
Nas edificações situadas em praças, esquinas ou pontos de grande visibilidade, as
adequações aqui tratadas deverão contar com estudo específico de modo a garantir a
ambiência e a harmonia com o entorno.
A seguir, são apresentadas algumas situações estudadas para as coberturas de
imóveis com Nível de Proteção 1 e 2.
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Elementos de interferência na fachada - anúncios


Anúncios são elementos justapostos à arquitetura e essenciais às atividades
desenvolvidas em um determinado imóvel. No entanto, em função de sua interferência
na paisagem urbana, foram criados regramentos de modo a proteger a ambiência do
conjunto urbano.
A área total de exposição dos anúncios, no imóvel, não poderá exceder 10% (dez por
cento) da área da fachada frontal, com seu cálculo limitado ao nível do pavimento
térreo ou a altura máxima de 7,50 m (sete metros e cinquenta centímetros). Mesmo
nas edificações com mais de 01 (um) estabelecimento situados no pavimento térreo e
com entradas independentes, deverá ser respeitada a área de 10% (dez por cento) da
fachada de forma proporcional para cada um deles.
Anúncio indicativo poderá ser fixado na fachada frontal ou ocupar os vãos de portas e
janelas. No entanto, os anúncios fixados na fachada frontal não poderão sobrepor
elementos arquitetônicos e vãos de portas e janelas nem exceder aos limites da
fachada, exceto nos seguintes casos:
- para anúncio indicativo colocado paralelamente ao plano da fachada em imóvel com
ou sem recuo frontal, desde que não exceda ao limite de 20,00 cm (vinte centímetros)
da face externa da edificação até a face externa do anúncio, observada a altura livre
de passagem de, no mínimo, 2,40 m (dois metros e quarenta centímetros);
- para anúncio indicativo posicionado perpendicularmente ao plano da fachada em
imóvel com ou sem recuo frontal, observada a espessura de, no máximo, 20,00 cm
(vinte centímetros), sem exceder o limite de 80,00 cm (oitenta centímetros) da face
externa da edificação e respeitada a altura livre de passagem de, no mínimo, 2,40 m
(dois metros e quarenta centímetros).
No caso de postos de combustíveis ou em edificações de uso exclusivo para
estacionamento de veículos, a área total de exposição dos anúncios não poderá
exceder a 8% (oito por cento) da área resultante da multiplicação da testada do lote
por 7,50 m (sete metros e cinquenta centímetros).
Na parte externa do imóvel com atividade cultural, como cinema, teatro e similar,
poderá ser colocado anúncio contendo as divisões nele exploradas, em local
adequado sob a forma de cartazes substituíveis, harmoniosos, ilustrados ou não,
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fixados em quadros envidraçados e emoldurados ou aplicados no interior de


mostruários embutidos, envidraçados e com acabamento estético.
Não será permitida a instalação de anúncio provisório na fachada do imóvel, exceto se
estiver adesivado, em vitrine ou vidro das portas e janelas. Por sua vez, as decorações
de fachadas ou vitrines de estabelecimentos comerciais poderão ser feitas por ocasião
de comemorações cívicas, atividades culturais, shows e eventos e festividades
tradicionais, desde que não constem, nas mesmas, quaisquer referências comerciais,
salvo a denominação do estabelecimento.
A aprovação do anúncio ficará condicionada à recuperação da fachada principal do
imóvel. A recuperação da fachada do imóvel deverá ser providenciada quando da
retirada do anúncio, observadas as disposições da Lei Municipal nº 3.531, de 16 de
abril de 1968, no que concerne à preservação estética e à conservação do edifício.
Os anúncios em calçadões ou vias com largura reduzida deverão garantir uma
passagem com pelo menos 4,00 m (quatro metros), em seu eixo, para veículos
emergenciais ou de serviços.
Anúncios e/ou painéis verticais (totens) fixados diretamente ao solo, deverão estar
localizados no recuo frontal do lote, sendo permitida a utilização de toda a estrutura do
mesmo como espaço publicitário. Porém, nas Áreas de Proteção Cultural 1 e 2, é
vedada a instalação desses elementos.
Em particular, os anúncios indicativos paralelos às fachadas de imóveis gravados
como NP1 e NP2 deverão ainda estar encaixados nos vãos das portas, janelas e
bandeiras, faceando a parte inferior das vergas, sem se projetar além do alinhamento
da fachada, guardar altura livre mínima de 2,10 m (dois metros e dez centímetros),
medida do piso à face inferior do letreiro quando se tratar de portas; não ultrapassar a
dimensão máxima de 60,00 cm (sessenta centímetros) no sentido da altura; não
ocultar os elementos construtivos que façam parte da morfologia original da fachada,
tais como: colunas, gradis, portas de madeira, vergas em cantaria, dentre outros e
estarem localizada no pavimento térreo.
Anúncio indicativo “tipo adesivo” ou similar, interno e visível na fachada do imóvel só
será admitido quando estiver localizado sobre vidro, nos vãos de abertura da fachada,
limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do total das áreas de caixilho.
A instalação de anúncio indicativo perpendicular à fachada em imóveis gravados com
Nível de Proteção 1 e/ou 2 deverá ainda respeitar os seguintes critérios: possuir área
máxima de 0,40 m² (quarenta décimos de metro quadrado), sendo que a largura ou
altura não poderá ultrapassar a dimensão de 80,00 cm (oitenta centímetros); guardar
um espaçamento máximo de 15,00 cm (quinze centímetros) do alinhamento da
fachada; permitir uma distância livre de 50,00 cm (cinquenta centímetros) do meio-fio
da calçada, quando se tratar de via de tráfego de veículos; estar localizado no
pavimento térreo; estar fixado na parede ou diretamente ao solo, em base própria de
sustentação localizada no recuo frontal do lote, no caso de imóvel recuado em relação
ao alinhamento predial, não sendo permitida a utilização de tal base enquanto espaço
publicitário.
A instalação de anúncio indicativo pintado ou com letras em relevo “tipo caixa” sobre a
fachada, em imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2, deverá ainda respeitar
os seguintes critérios: estar localizada acima da verga da bandeira da porta ou acima
da verga da porta, quando da reabilitação ou inexistência de bandeira, sem interceptar
elementos decorativos; ocupar, no sentido da altura, a dimensão máxima de 60,00 cm
(sessenta centímetros), incluindo todo o texto e logotipo/ logomarca; ocupar, no
sentido da largura, a dimensão máxima delimitada pelas ombreiras das extremidades
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das portas existentes, incluindo todo o texto e logotipo/ logomarca; possuir espessura
máxima de 10,00 cm (dez centímetros), no caso de letras em relevo;
A instalação de iluminação em anúncio indicativo paralelo ou perpendicular em
imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2, deverá estar em harmonia com o
entorno e não obstruir os elementos decorativos da fachada.
A localização de anúncio indicativo em imóveis gravados com Nível de Proteção 1
e/ou 2, deverá ser autorizada, mediante parecer favorável do Escritório Técnico Novo
Centro Velho e do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - Condepasa.
Excepcionalmente, serão admitidas a instalação de forma diferente à esta proposta de
legislação, em função de especificidades dos imóveis, devendo contar com parecer
favorável do Escritório Técnico Novo Centro Velho e do Conselho de Defesa do
Patrimônio Cultural de Santos - Condepasa.
As telas de proteção para obras em imóveis tombados e gravados com Nível de
Proteção 1 e/ou 2, poderão reproduzir a imagem da fachada do bem, sendo admitida a
utilização de até 20% (vinte por cento) da área para espaço publicitário voltado à
veiculação do patrocinador da revitalização do edifício.
As figuras abaixo retratam a situação atual (superior) em contraste às situações
propostas por meio do presente projeto de lei complementar (meio e inferior).

Toldos
Levando em conta a tradição da utilização de toldos como elementos necessários à
garantia do conforto ambiental e ao resguardo da caixilharia, este projeto de lei
complementar trata de disciplinar sua instalação em função da harmonia da paisagem
urbana.
Desta forma, será permitida a instalação de toldos sobre as calçadas, desde que
fixados na fachada frontal da edificação e em balanço, de imóveis com construções
aprovadas no alinhamento do lote, atendidas às seguintes exigências: não apresentar,
quaisquer de seus elementos, altura inferior a 2,40 m (dois metros e quarenta
centímetros) em relação ao nível da calçada para passagem de pedestres; não
exceder 2/3 (dois terços) da largura da calçada, respeitado o balanço máximo de 1,20
m (um metro e vinte centímetros) para toldos instalados no pavimento térreo; não
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exceder o balanço máximo de 60,00 cm (sessenta centímetros) para toldos instalados


em pavimentos acima do térreo; não prejudicar a arborização, a iluminação pública, a
visibilidade de sinalização de trânsito, numeração de imóveis, denominação de
logradouros e outras indicações de interesse público.
Em calçadões ou vias com largura reduzida, deverá ser garantida uma passagem com
pelo menos 4,00 m (quatro metros), em seu eixo, para veículos de emergência e
serviços.
Em imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2, os toldos deverão ser
instalados imediatamente abaixo das vergas das portas, janelas ou bandeiras
ocupando os vãos internos das ombreiras de portas e janelas.
Em imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2, será admitida a redução da
altura disposto no inciso I deste artigo para 2,10 m (dois metros e dez centímetros).
Nas Áreas de Proteção Cultural - APC deverá ser utilizada cor harmoniosa com o
conjunto arquitetônico, e deverá contar com parecer favorável do Escritório Técnico
Novo Centro Velho e do Conselho de Defesa do Patrimônio de Santos - Condepasa.
Será admitida a colocação de anúncio indicativo na bambinela, limitado à altura
máxima de 20,00 cm (vinte centímetros).
A instalação de toldos sobre as calçadas depende de licença do Município, conforme
orientação do artigo 274, da Lei 3.531, de 16 de abril de 1968. Os toldos já instalados
deverão atender aos requisitos previstos neste projeto de lei complementar, para fins
de sua aprovação e deverão ser mantidos em perfeito estado de conservação, sob
pena de cassação da licença. Nas Áreas de Proteção Cultural – APC, fica vedada a
instalação de toldos verticais (estores) no passeio público.
A seguir, são apresentadas algumas figuras que exemplificam a colocação de toldos.
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Equipamentos
Um dos desafios na preservação de edificações de interesse cultural/histórico é
adequá-los frente às necessidades tecnológicas contemporâneas. Nesta seara, é
importante delinear as formas de intervenção que visem tais adequações.
Assim, a instalação de equipamentos de ar condicionado, em imóveis gravados com
Nível de Proteção 1 e/ou 2, somente será permitida se o aparelho for colocado de
forma a não interferir no visual da fachada, devendo priorizar a seguinte ordem de
possibilidades de instalação: 1. lajes, telhados e nos recuos ou fossos internos dos
imóveis; 2. dentro de balcões, atrás de elementos em argamassa, concreto, cantaria e
de serralheria, carpintaria e marcenaria; 3. atrás de bandeiras e gradis de ferro; 4. nos
vãos existentes de portas e janelas, na parte superior, devendo, caso haja mais de um
aparelho no imóvel, estar alinhado com o(s) outro(s), tanto horizontal quanto
verticalmente.
A instalação de equipamentos de energia, telecomunicações, casas de máquinas e
demais equipamentos de infraestrutura, em imóveis com Nível de Proteção 1, 2 e/ou
3a, deverão garantir o mínimo de interferência visual na fachada e na volumetria,
sendo sua aprovação condicionada ao parecer favorável do Escritório Técnico Novo
Centro Velho e do Conselho de Defesa do Patrimônio de Santos - Condepasa.

Marquises
As marquises não aprovadas pela Prefeitura ou construídas em desacordo com o
projeto original, em imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2, deverão ser
demolidas.

Elementos de interferência na paisagem urbana


Embutimento da fiação aérea
As empresas prestadoras de serviços públicos, concessionárias, permissionárias ou
de utilidade pública a elas equiparadas, que operam com distribuição de energia
elétrica e telecomunicações na área de abrangência do programa, ficam obrigadas a
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providenciar a substituição das suas respectivas redes de distribuição aéreas por


subterrâneas, conforme legislação específica, de forma a ordenar e otimizar a
ocupação das vias, preservar a paisagem urbana e a segurança ambiental. Para tanto,
deverão ser priorizados os locais de interesse histórico, comercial e turístico, os
planos, projetos e ações específicas de revitalização e requalificação urbanas da
Prefeitura Municipal de Santos para a Macrozona Centro.
A Prefeitura Municipal de Santos, anualmente, disponibilizará, por meio de decreto, a
lista de logradouros que serão objeto de intervenções de revitalização e requalificação
urbanas da Macrozona Centro, para orientar as ações de embutimento de
cabeamentos das empresas prestadoras de serviços públicos, concessionárias,
permissionárias ou equiparadas.
As figuras abaixo demonstram a situação atual de via pública na área central da
cidade e como deverá ficar quando do embutimento das redes aéreas.

Instalações em vias públicas


Para conferir e assegurar à paisagem urbana das Áreas de Proteção Cultural
características originais, estéticas e funcionais dos logradouros públicos, serão
necessárias as seguintes ações:
I - redução das obstruções visíveis como postes, fios, anúncios, bancas de jornal e de
comércio ambulante, contentores de lixo, expositores e mostruários;
II - concepção e instalação esteticamente harmoniosa com o ambiente, a ser
observada pelas novas estátuas, hermas e quaisquer outros monumentos escultórios
a serem instalados;
III - composição do mobiliário urbano de forma harmoniosa com o ambiente;
IV - ajardinamento e arborização urbana com espécies adequadas de modo a não
criar barreira visual aos edifícios com relevância arquitetônica.
A execução, padronização e manutenção das calçadas fronteiriças aos imóveis
localizados na área de abrangência do programa deverá atender à legislação vigente,
especialmente a Lei Complementar nº 980, de 15 de setembro de 2017.
A instalação, localização e funcionamento das bancas de jornais e revistas ou livros
usados e/ou religiosos em logradouros públicos situados na área de abrangência do
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programa, fica condicionada às seguintes exigências, sem prejuízo dos demais


dispositivos previstos na legislação vigente:
I - observar os modelos aprovados pela Prefeitura;
II - apresentar bom aspecto construtivo;
III - não exceder a medida de 18,00 m² (dezoito metros quadrados) de área, exceto
nas Áreas de Proteção Cultural que não pode ultrapassar os 9,00 m² (nove metros
quadrados) de área;
IV - ocupar exclusivamente os locais que lhes forem fixados pela Prefeitura;
V - estar localizada de forma a não prejudicar a paisagem e estética do logradouro e o
livre trânsito do público nos passeios;
VI - guardar distância superior a 30,00 m (trinta metros) de edifícios tombados ou com
Nível de Proteção 1;
VII - a publicidade poderá ser explorada em até 50% (cinquenta por cento) da área
total de fachadas da banca, sendo proibida a utilização da cobertura ou parte dela.
A critério da Prefeitura Municipal de Santos poderá ser autorizada a instalação de
mesas e cadeiras nos passeios e vias públicas localizadas na área de abrangência do
programa.
A seguir, são apresentadas figuras de vias que são ou poderão ser transformadas em
áreas peatonais.
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Incentivos fiscais
Paralelamente às estratégias de intervenção nas edificações, a municipalidade
entende que é necessário criar incentivos que ajudem viabilizar financeiramente os
objetivos deste projeto de lei complementar por parte dos agentes privados.
Os incentivos fiscais compreenderão a isenção total ou parcial de tributos nas
seguintes situações:
I – para imóveis gravados com Nível de Proteção 1, 2 e/ou 3a na área de abrangência
do programa, isenção total sobre o Imposto Sobre Transmissão de Bens Intervivos -
ITBI, nos termos da Lei n.º 634, de 28 de dezembro de 1989;
II – para imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 na área de abrângência do
programa, isenção total sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza da
obra - ISS da obra, nos termos do artigo 106, da Lei Complementar n.º 1.006, de 16 de
julho de 2018;
III – para imóveis restaurados ou preservados e em bom estado de conservação,
gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2, na área de abrangência do programa,
isenção total sobre o Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana - IPTU;
IV – para imóveis reabilitados e em bom estado de conservação, gravados com Nível
de Proteção 1 e/ou 2, na área de abrangência do programa, isenção parcial de 50%
(cinquenta por cento) sobre o Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU.
Para a obtenção dos incentivos acima mencionados, o interessado deverá obter a
Certidão de Restauração/Preservação/Reabilitação/Conservação do Imóvel, a ser
expedida pelo Escritório Técnico Novo Centro Velho da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Urbano mediante processo específico com todos os documentos do
imóvel e do proprietário juntamente com relatório fotográfico datado e atualizado do
imóvel.
Essa Certidão terá validade de 5 (cinco) anos e poderá ser cassada a qualquer
momento pelo órgão expedidor mediante qualquer irregularidade, descaracterização,
patologia agravante ou descumprimento de dispositivos do presente projeto de lei
complementar.
Para a renovação dos benefícios, o interessado deverá juntar cópia da Certidão de
Restauração/Preservação/Reabilitação/Conservação do Imóvel, vigente, expedida
pelo Escritório Técnico Novo Centro Velho da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Urbano, e cópia de Alvará de Localização e Funcionamento.

Patrocínio
Fica instituído o incentivo fiscal para a realização de patrocínio a serviços ou obras de
restauração/preservação/reabilitação/conservação, a ser concedido a pessoa física ou
jurídica inscrita no cadastro de contribuintes do Município. O incentivo fiscal consistirá
no recebimento, pelo patrocinador, de Certificados de Compensação de Patrocínio de
Restauração, Preservação, Reabilitação ou Conservação, correspondente ao valor do
patrocínio de qualquer projeto de restauração, preservação, reabilitação ou
conservação de imóvel gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2, localizado na área
de abrangência do programa, devendo o valor ser atualizado pelo IPCA-IBGE.
Caberá ao Escritório Técnico Novo Centro Velho a análise e aprovação final de
Patrocínio de Restauração, Preservação, Reabilitação ou Conservação.
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Isenções para o uso habitacional


Para imóveis destinados à implantação de novos empreendimentos habitacionais,
localizados na ZERU Valongo e na ZERU Paquetá, será concedida isenção total do
Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis Intervivos - ITBI, nos termos da Lei nº
634, de 28 de dezembro de 1989 e que atendam às seguintes condições:
- ser a primeira aquisição do imóvel após aprovação e publicação deste projeto de lei
complementar;
- constar do título transmissivo a intenção de implantar novo empreendimento
habitacional;
- firmar Termo de Compromisso no prazo de 01 (um) ano, após aprovação e
publicação deste projeto de lei complementar;
- executar o empreendimento habitacional no prazo de 03 (três) anos, contados a
partir da adesão ao Termo de Compromisso.
Para a primeira aquisição de cada unidade autônoma oriunda de novos
empreendimentos acima mencionados, será concedida isenção total do Imposto Sobre
Transmissão de Bens Imóveis Intervivos - ITBI, nos termos da Lei 634, de 28 de
dezembro de 1989.
Será concedida ainda isenção total do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU,
durante a implantação desses empreendimentos, limitado a 03 (três) anos, contados a
partir da assinatura do Termo de Compromisso. Haverá também isenção total do
Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU, para o primeiro adquirente de cada
unidade autônoma, limitado a 05 (cinco) anos, contados a partir da lavratura do título
transmissivo, definitivo ou não.
Para imóveis destinados aos novos empreendimentos habitacionais ou à reabilitação
(retrofit) para uso habitacional, localizados na APC1 e APC 2, isenção total do Imposto
Sobre Transmissão de Bens Imóveis Intervivos - ITBI, nos termos da Lei nº 634, de 28
de dezembro de 1989 e que atendam às seguintes condições:
- ser a primeira aquisição do imóvel após aprovação e publicação deste projeto de lei
complementar;
- constar do título transmissivo a intenção de implantar novo empreendimento
habitacional ou de promover processo de reabilitação (retrofit) para uso habitacional;
- firmar Termo de Compromisso no prazo de 1 (um) ano, após aprovação e publicação
deste projeto de lei complementar;
- executar o novo empreendimento habitacional ou a reabilitação (retrofit) no prazo de
03 (três) anos, contados a partir da adesão ao Termo de Compromisso.
Para a primeira aquisição de cada unidade autônoma oriunda de empreendimentos
acima mencionados, isenção total do Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis
Intervivos - ITBI, nos termos da Lei 634, de 28 de dezembro de 1989. Também será
concedida isenção total do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU, durante a
implantação desses empreendimentos, limitado a 03 (três) anos, contados a partir da
assinatura do Termo de Compromisso.
Será concedida isenção total do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU, para o
primeiro adquirente de cada unidade autônoma de empreendimento acima
mencionado, limitado a 05 (cinco) anos, contados a partir da lavratura do título
transmissivo, definitivo ou não.
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Refinanciamento de débitos tributários e não tributários


Os débitos de natureza tributária e não tributária incidentes sobre os imóveis
localizados na ZERU Valongo, ZERU Paquetá, APC 1 e APC 2, inscritos na Dívida
Ativa até 31 de dezembro de 2017, independentemente da data de sua constituição,
poderão ser pagos com os seguintes descontos:
- 100% (cem por cento) de desconto do valor da multa moratória e 50% (cinquenta por
cento) de desconto do valor dos juros de mora incidentes sobre o valor da obrigação
principal e respectiva atualização monetária, para pagamento em prestação única até
o último dia útil do segundo mês subsequente após aprovação e publicação deste
projeto de lei complementar;
- 80% (oitenta por cento) de desconto do valor da multa moratória e 40% (quarenta por
cento) de desconto do valor dos juros de mora incidentes sobre o valor da obrigação
principal e respectiva atualização monetária, para pagamento em até 12 (doze)
prestações mensais e consecutivas de modo que a quitação se dê integral e
impreterivelmente até o vencimento da última parcela;
- 60% (sessenta por cento) de desconto do valor da multa moratória e 30% (trinta por
cento) de desconto do valor dos juros de mora incidentes sobre o valor da obrigação
principal e respectiva atualização monetária, para pagamento em até 30 (trinta)
prestações mensais e consecutivas, desde que a quitação se dê integral e
impreterivelmente até o dia 30 de dezembro de 2020, data limite para vencimento da
última parcela.
A adesão ao parcelamento deverá ser efetuada até o último dia útil do segundo mês
subsequente ao da após aprovação e publicação deste projeto de lei complementar.
Para os débitos que se acham com parcelamento em curso, o desconto incidirá,
exclusivamente, sobre os juros e a multa remanescentes no saldo de parcelamento.
Na hipótese de débito ajuizado, fica o devedor obrigado ao recolhimento prévio das
custas judiciais, facultado o parcelamento dos honorários advocatícios. O
procedimento para o refinanciamento obedecerá, no que couber, às disposições da Lei
Complementar nº 1.001, de 30 de maio 2018.

Conclusão
A proposta de revitalização e desenvolvimento aqui apresentada visa resgatar a
historicidade do Centro de Santos, desvelar o imaginário urbano presente em cada
momento de forma a permitir a identificação da reserva de memória coletiva, povoada
por descontinuidades, desejos e sonhos.
Por sua vez, o clamor da preservação e da renovação deve encontrar ressonância na
sociedade para o desenvolvimento de um olhar consciente sobre a realidade urbana.
Essa aproximação leva às fontes necessárias para a emergência e mobilização de
energias criativas para tornar as pessoas visíveis, recuperando a plenitude dos
sentidos de pertencimento para a construção da identidade local onde a cultura,
educação, comércio, lazer e turismo venham a convergir para melhoria da qualidade
de vida.
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PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR

CRIA E DISPÕE SOBRE O ORDENAMENTO E


DISCIPLINAMENTO DO PROGRAMA DE
REVITALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
URBANO DA MACROZONA CENTRO - "NOVO
CENTRO VELHO", E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Capítulo I - Dos Princípios Básicos
Art. 1º Esta Lei Complementar cria e dispõe sobre o Programa de Revitalização e
Desenvolvimento Urbano da Macrozona Centro - "Novo Centro Velho".
Art. 2º O Programa de Revitalização e Desenvolvimento Urbano "Novo Centro Velho"
será regido por esta Lei Complementar, em conformidade com a Lei Orgânica do
Município, com as diretrizes estabelecidas no Plano Diretor de Desenvolvimento e
Expansão Urbana do Município, na legislação que disciplina o Uso e Ocupação do
Solo da Área Insular de Santos, observadas, no que couber, as disposições da
legislação federal e estadual pertinentes.
Art. 3º O Programa de Revitalização e Desenvolvimento Urbano "Novo Centro Velho",
abrange os bairros Valongo, Chinês, Centro, Paquetá, Vila Nova, Vila Mathias, Porto
Valongo e Porto Paquetá da Macrozona Centro, estabelecidos e delimitados na
legislação que disciplina o Uso e Ocupação do Solo da Área Insular de Santos, Lei
Complementar n.º 1.006, de 16 de julho de 2018.
Capítulo II - Das Definições
Art. 4º Para efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:
I - anúncio: qualquer veículo de comunicação visível na paisagem urbana, composto
por área de exposição e estrutura, luminoso ou não, iluminado ou não;
II - anúncio indicativo: é aquele que veicula mensagem inserida no próprio local da
atividade, contendo apenas informações sobre o respectivo estabelecimento;
III - anúncio provisório: é aquele constituído por estrutura e mensagem transitórias,
temporárias, de caráter comercial ou informativo, a exemplo de faixas e banners;
IV - área de proteção cultural - APC: área de interesse cultural, contendo os
Corredores de Proteção Cultural – CPC, com acervo de bens imóveis que se pretende
proteger, ampliando os incentivos à recuperação e preservação do conjunto existente;
V - bandeira: caixilho fixo ou móvel situado na parte superior de portas e janelas;
VI - caixilho: armação de metal, madeira, alumínio, aço ou PVC que faz parte da
esquadria, com rebaixo em todo o seu perímetro, onde são encaixadas e presas as
placas de vidro ou outro material translúcido ou transparente de janelas ou de certos
tipos de portas;
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VII - conservação: conjunto de ações estabilizadoras para impedir que se deteriorem


com o tempo objetos de valor, como edificações, praças, monumentos, dentre outros
elementos;
VIII - distrito criativo, D-CRI: território destinado ao incentivo e ao desenvolvimento
de atividades econômicas que compõem a economia criativa;
IX - economia criativa: ciclo de criação, produção e distribuição de bens e serviços
que utilizam a sustentabilidade, a criatividade, a inovação, a habilidade e o talento de
indivíduos ou grupos como insumos primários, de modo a produzir riqueza, gerar
emprego e distribuir renda;
X - empena cega: parede lateral de um edifício, sem aberturas (janelas ou portas);
XI - estado de conservação: situação física do bem em função de sua manutenção
ou da ação do tempo, cujo estado influencia diretamente na constituição da paisagem
urbana e na sua utilização;
XII - fachada: cada uma das faces externas do edifício;
XIII - gabarito: altura da edificação medida a partir do nível mais elevado do meio fio
até o ponto mais alto da cobertura, incluindo a caixa d'água ou qualquer outro
elemento construtivo;
XIV - imóvel degradado: imóvel que apresenta patologias relevantes ou cujas
condições precárias de habitabilidade, conservação e salubridade causam impacto à
paisagem urbana;
XV - marquise: cobertura, em geral estreita e em balanço, formando saliência externa
ao corpo da edificação, frequentemente sobre o pavimento térreo;
XVI - massa raspada: mistura de areia, cal, cimento e corante resistente às
intempéries que substitui a pintura, penteada com uma escova após a aplicação;
XVII - paisagem urbana: conjunto integrado e organizado de componentes naturais,
edificados ou produzidos pelo homem no espaço externo, a exemplo de prédios,
edificações, ruas, praças, sinalização de trânsito e outros elementos que podem ser
apreendidos pelo olhar e resultam num cenário característico;
XVIII - patrimônio cultural: bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, incluídos os
conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico, nos termos do artigo 216 da Constituição
Federal;
XIX - patrocinador: pessoa física ou jurídica, inscrita no cadastro de contribuintes do
Município de Santos, contribuinte de Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU ou
Imposto Sobre Serviços de Qualquer natureza - ISSQN, que destine recursos
financeiros para custear diretamente a realização de serviços e obras de restauração
ou recuperação;
XX - parede verde: estrutura vertical com utilização de espécies vegetais, dotadas ou
não de infraestrutura de irrigação e drenagem, instalada em muros ou empenas cegas;
XXI - platibanda: espécie de mureta, cheia ou vazada, construída na parte mais alta
das paredes externas de uma construção, para proteger e esconder as águas dos
telhados, coroando a fachada do prédio;
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XXII - preservação: conjunto de ações que visam à garantia das características


significativas e das condições de integridade de uma edificação ou de um espaço
urbano de caráter contínuo;
XXIII - reabilitação (retrofit): conjunto de ações de intervenção para preparar um
edifício, ou parte dele, às novas tecnologias e/ou aos novos usos, sem perder suas
características principais e a harmonia estética e arquitetônica do mesmo;
XXIV - recuperação: conjunto de ações que visam o restabelecimento das condições
ideais de uso ou habitabilidade de edificações ou espaços urbanos, por meio de ações
pontuais e restritas que garantam a recomposição da totalidade do conjunto;
XXV - renovação: conjunto de ações que visam intervenções de maior vulto e
impliquem em melhorias ou modernização dos elementos arquitetônicos e urbanos,
com vistas a assegurar vitalidade urbana;
XXVI - renovação urbana: conjunto de ações urbanísticas que visam à transformação
e modernização do espaço construído por meio de um novo modelo de ocupação;
XXVII - requalificação: conjunto de ações que visam à atribuição de novas qualidades
aos espaços públicos urbanos, com atenção ao patrimônio edificado;
XXVIII - restauração: conjunto de ações que visam ao restabelecimento de uma
edificação à concepção original ou de intervenções significativas na sua história;
XXIX - revitalização: conjunto de ações de práticas projetuais e socioespaciais que
visam à melhoria da qualidade geral de um determinado espaço;
XXX - telhado verde: estrutura horizontal ou inclinada com utilização de espécies
vegetais, dotada ou não de infraestrutura de irrigação e drenagem, instalada em lajes
impermeabilizadas;
XXXI - toldo: cobertura ou resguardo feito com estrutura e material leve, destinada ao
abrigo do sol ou da chuva, disposta principalmente em portas e janelas;
XXXII - vedo transparente ou vitrine: qualquer vedação do imóvel construído,
constituída por material transparente, atrás da qual são expostas mercadorias
destinadas à venda;
XXXIII - verga de porta ou janela: viga flexível, ou seja, peça horizontal do
guarnecimento de um vão, que é apoiada nas ombreiras de uma porta ou janela.
Capítulo III - Dos Objetivos
Art. 5º São objetivos do Programa de Revitalização e Desenvolvimento Urbano da
Macrozona Centro, "Novo Centro Velho":
I - reverter o processo de esvaziamento na área de abrangência do Programa;
II - promover a preservação e recuperação do meio ambiente construído, do
patrimônio cultural, histórico, artístico e paisagístico de forma integrada à renovação
do espaço, da paisagem e do desenho urbano;
III - promover o adensamento sustentável e a renovação urbana nos bairros periféricos
às Áreas de Proteção Cultural e ao longo das linhas de transporte público;
IV - garantir a transição harmônica entre as Zonas Especiais de Renovação Urbana e
as Áreas de Proteção Cultural;
V - promover a revitalização urbana em sinergia com o aprimoramento das relações de
cidadania;
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VI - propor a ampliação e a melhoria da rede de serviços públicos na área de


abrangência do Programa, especialmente os de caráter social, a exemplo de
educação, saúde, cultura, esportes, transportes públicos e assistência social;
VII - promover e consolidar a área de abrangência do Programa como polo de
desenvolvimento educacional, tecnológico, de inovação e de economia criativa;
VIII - desenvolver as potencialidades locais de modo a dinamizar as vocações do
Centro Histórico de Santos para que se consolide como destino turístico e cultural no
âmbito metropolitano, estadual, federal e internacional;
IX - desenvolver um olhar consciente sobre a realidade da Macrozona Centro que leve
às fontes necessárias para a emergência e mobilização de energias criativas, tornando
as pessoas visíveis e recuperando a plenitude dos sentidos com novas práticas de
planejamento e de gestão democrática, includente, redistributiva e sustentável.
Capítulo IV - Das Estratégias
Art. 6º São estratégias do Programa de Revitalização e Desenvolvimento Urbano da
Macrozona Centro, "Novo Centro Velho":
I - a recuperação da paisagem urbana e a restauração, preservação, recuperação ou
conservação de imóveis de interesse cultural, destinados ao uso em conformidade
com a legislação urbanística vigente;
II - a promoção de intervenções urbanas na área de abrangência do Programa visando
melhoria na paisagem urbana e a qualificação dos espaços públicos, praças e áreas
verdes;
III - o incentivo à renovação urbana nos bairros Valongo e Paquetá;
IV - o desenvolvimento de planos e ações de modo a reorganizar e potencializar:
a) as atividades econômicas, especialmente de economia criativa e de turismo
histórico, cultural, religioso, gastronômico, de negócios, portuário, dentre outras
modalidades;
b) a geração de trabalho e renda, priorizando o recrutramento de mão de obra local;
c) a estrutura dos deslocamentos não motorizados com a implantação de calçadões,
ciclovias, rotas acessíveis às pessoas com mobilidade reduzida e vias alternativas aos
demais deslocamentos não motorizados;
d) a integração entre os diferentes modais de transporte a exemplo de ônibus, bonde,
barcas, Veículo Leve sobre Trilhos - VLT, bicicletas;
e) a criação e requalificação de parques e áreas livres, especialmente o Parque
Valongo;
f) o processo de embutimento das redes aéreas;
g) a provisão habitacional visando à atração de novas habitações e a solução para os
cortiços, assegurando a permanência e a inclusão social com qualidade da população
local;
h) o incentivo à reabilitação dos imóveis de uso residencial plurihabitacional precário
aos parâmetros mínimos de habitabilidade, previstos em legislação específica, a partir
de um plano de ação que vise a permanência da população local e melhoria de sua
qualidade de vida;
i) a criação de incentivos fiscais para a diversificação do uso residencial, para criação
de novas unidades, por meio de reabilitação ou novas edificações de uso habitacional;
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j) a consolidação do parque universitário e tecnológico com foco em pesquisa e


desenvolvimento;
l) a integração porto-cidade, com a implementação de complexo turístico-cultural;
m) o disciplinamento e padronização do comércio informal em via pública de modo a
não interferir em áreas de valor histórico, mormente nas Áreas de Proteção Cultural;
n) o apoio à realização de eventos diversos buscando estimular a frequência de
munícipes e turistas na área de abrangência do Programa;
o) o fortalecimento do comércio e a prestação de serviços de extensão natural das
residências;
p) o apoio e fomento aos distritos criativos (D-CRI) na área de abrangência do
Programa, especialmente os Distritos Criativos Valongo, Paquetá, Mercado e outros
que vierem a ser criados;
q) a criação de incentivos fiscais para investidores privados interessados em restaurar,
preservar, recuperar ou conservar os imóveis tombados ou classificados como NP1 e
NP2, instalados na área de abrangência do Programa;
r) a criação de incentivos fiscais para estimular a economia criativa;
s) a implementação dos instrumentos urbanísticos de incentivo à promoção de
programas de desenvolvimento econômico, habitacional, de revitalização urbana e
conservação do patrimônio ambiental construído.
TÍTULO II
DA PAISAGEM URBANA
Art. 7º Este Título estabelece as diretrizes e os regramentos que visam potencializar a
identidade característica da paisagem urbana na área de abrangência do Programa.
Art. 8º Qualquer tipo de intervenção (obra, serviço ou instalação) na área de
abrangência do Programa, inclusive as passíveis de simples comunicação, deverá ser
objeto de parecer favorável do Escritório Técnico Novo Centro Velho e do Conselho de
Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - Condepasa.
Capítulo I - Das Edificações
Seção I - Dos Níveis de Proteção
Art. 9º Os imóveis de interesse cultural, em decorrência de sua representatividade, do
seu estado de conservação e da sua localização, ficam enquadrados em um dos 05
(cinco) Níveis de Proteção - NP, assim especificados:
I – Nível de Proteção 1 - NP1: proteção aos imóveis a serem preservados interna e
externamente, incluindo os seus elementos construtivos e decorativos;
II – Nível de Proteção 2 - NP2: proteção parcial aos imóveis a serem preservados
externamente, incluindo os seus elementos construtivos e decorativos;
III – Nível de Proteção 3a - NP3a: livre opção de projeto para edifícios, mantendo-se
prioritariamente o gabarito e os recuos dos imóveis lindeiros ou a predominância dos
gabaritos ou recuos dos imóveis NP1 e NP2 existentes na testada da quadra em que
estiver inserido;
IV – Nível de Proteção 3b - NP3b: livre opção de projeto para os edifícios, porém
respeitando-se o gabarito máximo de 45,00m (quarenta e cinco metros) de altura
contados a partir da calçada fronteiriça ao imóvel;
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SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

V - Nível de Proteção 4 - NP4: livre opção de projeto, respeitando os índices


urbanísticos da zona em que se situar o imóvel gravado.
Parágrafo único. Os níveis de proteção dos imóveis da área de abrangência do
Programa estão delimitados e identificados em decreto, cuja revisão deverá ser
publicada em até 90 (noventa) dias, contados a partir da vigência desta Lei
Complementar.
Art. 10. Os imóveis poderão ter mais de um Nível de Proteção em função de sua
localização, arquitetura, ambiência ou inserção na paisagem urbana.
Art. 11. Os imóveis gravados como NP2, localizados nas Zonas Especiais de
Renovação Urbana - ZERU, poderão, mediante projeto específico, com parecer
favorável do Escritório Técnico Novo Centro Velho e do Conselho de Defesa do
Patrimônio Cultural de Santos - Condepasa, preservar somente as fachadas.
Art. 12. Os projetos em imóveis com Nível de Proteção 3a - NP3a, lindeiros à imóveis
com diferentes níveis de proteção, deverão respeitar prioritariamente o gabarito do
imóvel com maior Nível de Proteção.
Parágrafo único. Os projetos, independentemente do gabarito total admitido da
edificação, deverão garantir a continuidade das fachadas para a manutenção da
ambiência e da harmonia com o entorno.
Art. 13. Os imóveis com Nível de Proteção deverão obedecer às exigências da Lei
Federal nº 13.146, de 06 de julho de 2.015, que trata da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou de mobilidade reduzida.
Seção II - Das Fachadas de Imóveis na Área de Abrangência do Programa
Art. 14. A restauração, preservação ou conservação das fachadas dos imóveis
gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2, localizados na área de
abrangência desta Lei Complementar, deverá priorizar a recuperação ou manutenção
de seus aspectos originais, cor, vãos, esquadrias, acabamentos e elementos
decorativos.
Art. 15. Para orientar a concepção dos projetos de restauração, preservação ou
conservação das fachadas dos imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 -
NP1 e/ou NP2, a Prefeitura Municipal de Santos disponibilizará dados e registros
históricos existentes em seu banco de dados.
Parágrafo único. Em caso de inexistência ou insuficiência de registros históricos
poderão ser estabelecidas diretrizes pelo Escritório Técnico Novo Centro Velho e pelo
Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - Condepasa.
Art. 16. Elementos construtivos externos em granito, mármore, azulejo e massa
raspada que compõem as fachadas dos imóveis gravados com Nível de Proteção 1
e/ou 2 - NP1 e/ou NP2, localizados na área da abrangência desta Lei Complementar,
não poderão ser pintados ou envernizados.
Art. 17. Nos imóveis gravados com Nível de Proteção 2 - NP2 serão ainda admitidas
adequações nos vãos do pavimento térreo de modo a garantir acessibilidade ou a
reabilitação da fachada.
§ 1º Serão admitidas as adequações nos vãos do pavimento térreo, legalmente
executadas anteriormente à gravação do Nível de Proteção do imóvel, conforme
registros históricos disponibilizados pelo Escritório Técnico Novo Centro Velho.
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SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

§ 2º Independentemente das adequações dos vãos, os demais elementos


arquitetônicos e decorativos restantes deverão ser restaurados, preservados,
recuperados ou conservados.
Art. 18. Nos imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2, as
esquadrias deverão ser prioritariamente preservadas ou recuperadas, conforme
modelo original, respeitando-se os materiais utilizados.
Parágrafo único. As esquadrias em imóveis gravados com Nível de Proteção 2 - NP2
poderão ser modernizadas, reabilitadas ou readequadas.
Art. 19. A pintura das fachadas dos imóveis localizados na área de abrangência do
Programa, gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 /ou NP2, deve priorizar o
uso das cores originais, identificadas mediante pesquisa ou prospecção, atendidas as
condições estabelecidas neste artigo.
§ 1º Os imóveis nos quais seja comprovada a inexistência de registros históricos da
cor original, deverão receber cor que seja harmoniosa com o conjunto arquitetônico,
observando-se o seguinte:
a) os frisos e ornatos deverão ser pintados em tons mais claros que os fundos das
paredes;
b) os gradis, portas de ferro e elementos de serralheria devem ser pintados com cores
mais escuras que as das esquadrias, em preto, grafite, marrom escuro ou verde
colonial;
c) as esquadrias podem manter tons mais claros ou contrastantes com o fundo das
fachadas.
§ 2º Os edifícios de arquitetura colonial deverão ser pintados na cor branca.
Art. 20. Não será permitida a utilização de cores fosforecentes, refletivas, agressivas
ou em desarmonia com o conjunto arquitetônico, em qualquer imóvel localizado nas
Áreas de Proteção Cultural.
Art. 21. Para orientar a manutenção e conservação das fachadas dos imóveis
gravados com Nível de Proteção 2 - NP2, a Prefeitura Municipal de Santos
disponibilizará paleta de cores admissíveis para execução desses serviços.
Art. 22. A utilização de cores diversas das determinadas nesta seção somente será
permitida excepcionalmente, mediante parecer favorável do Escritório Técnico Novo
Centro Velho e do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - Condepasa.
Art. 23. As empenas cegas deverão respeitar a cor da fachada principal ou a utilização
de cores harmoniosas ao conjunto arquitetônico.
Parágrafo único. Independentemente da aplicação de impermeabilizantes nas
paredes externas da edificação, o disposto no caput deste artigo deve ser atendido.
Art. 24. Fica permitida, nas empenas cegas de imóveis localizados nas áreas de
abrangência do Programa, a execução de murais artísticos ou paredes verdes, desde
que haja parecer favorável do Escritório Técnico Novo Centro Velho e do Conselho de
Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - Condepasa.
§ 1º Os murais artísticos ou paredes verdes poderão permanecer nas empenas cegas
desde que apresentem bom estado de conservação.
§ 2º A qualquer tempo, a Prefeitura Municipal de Santos poderá notificar o responsável
pela edificação para que o espaço retorne à situação anterior à execução das referidas
intervenções.
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§ 3º Paredes verdes instaladas no limite do lote deverão contar com a anuência do


proprietário do lote confrontante.
Seção III - Dos Telhados e Volumetria dos Imóveis Gravados como NP1 e NP2
Art. 25. Os imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2
deverão, prioritariamente, buscar a recomposição do telhado de acordo com o projeto
ou estado original, ou seja, telhas de barro, tipo "francesa" ou "capa-e-canal" porém,
serão admitidas a manutenção dos telhados, conforme registros históricos existentes
no momento do gravamento, disponibilizados pelo Escritório Técnico Novo Centro
Velho.
Art. 26. Os imóveis gravados com Nível de Proteção 2 - NP2 poderão, mediante
projeto específico, com parecer favorável do Escritório Técnico Novo Centro Velho e
do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - Condepasa, ocupar total ou
parcialmente os telhados ou coberturas para:
I - implantação de terraços e telhados verdes;
II - fossos de ventilação e iluminação, torres de circulação vertical e equipamentos de
infraestrutura, a exemplo de ar-condicionado, painel solar, dentre outros elementos.
§ 1º Os novos elementos arquitetônicos deverão garantir a ambiência e a harmonia
com os imóveis do entorno e ficarem invisíveis em linha reta imaginária a partir de
pontos com 1,75 m (um metro e setenta e cinco centímetros) de altura, localizados nos
alinhamentos prediais de passeios públicos opostos às fachadas da edificação.
§ 2º Para o uso de terraço é obrigatório que as platibandas ao redor do edifício
tenham, pelo menos, 1,30 m (um metro e trinta centímetros) de altura em relação ao
nível do piso acabado da laje superior;
§ 3º Nas edificações situadas em praças, esquinas ou pontos de grande visibilidade,
as adequações tratadas neste artigo deverão contar com estudo específico de modo a
garantir a ambiência e a harmonia com o entorno.
Art. 27. Os imóveis gravados com Nível de Proteção 1 - NP1, excepcionalmente
poderão, mediante projeto específico, fazer adequações técnicas e/ou intervenções
arquitetônicas em elementos desta seção, desde que haja parecer favorável do
Escritório Técnico Novo Centro Velho e do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural
de Santos - Condepasa.
Seção IV - Dos Elementos de Interferência na Fachada
Subseção I - Dos Anúncios na Área de Abrangência do Programa
Art. 28. A área total de exposição dos anúncios, no imóvel, não poderá exceder 10%
(dez por cento) da área da fachada frontal, com seu cálculo limitado ao nível do
pavimento térreo.
§ 1º Na conceituação de pavimento térreo, fica respeitada a altura máxima de 7,50 m
(sete metros e cinquenta centímetros);
§ 2º Para efeitos do limite disposto no caput deste artigo, o anúncio compreenderá a
soma de todas as suas áreas.
§ 3º Na edificação com mais de 01 (um) estabelecimento, situados no pavimento
térreo e com entradas independentes, deverá ser respeitada a área de 10% (dez por
cento) da fachada de forma proporcional para cada um deles.
§ 4º Excluem-se da área total, os anúncios sobre pedestais ou estruturas
independentes das fachadas.
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Art. 29. O anúncio indicativo somente poderá ser fixado na fachada frontal ou ocupar
os vãos de portas e janelas.
Parágrafo único. Os anúncios fixados na fachada frontal não poderão sobrepor
elementos arquitetônicos e vãos de portas e janelas.
Art. 30. O anúncio indicativo não poderá exceder aos limites da fachada, exceto nos
seguintes casos:
I - para anúncio indicativo colocado paralelamente ao plano da fachada em imóvel com
ou sem recuo frontal, desde que não exceda ao limite de 20,00 cm (vinte centímetros)
da face externa da edificação até a face externa do anúncio, observada a altura livre
de passagem de, no mínimo, 2,40 m (dois metros e quarenta centímetros);
II - para anúncio indicativo posicionado perpendicularmente ao plano da fachada em
imóvel com ou sem recuo frontal, observada a espessura de, no máximo, 20,00 cm
(vinte centímetros), sem exceder o limite de 80,00 cm (oitenta centímetros) da face
externa da edificação e respeitada a altura livre de passagem de, no mínimo, 2,40 m
(dois metros e quarenta centímetros).
Parágrafo único. A fixação de anúncio indicativo conforme o disposto no caput deste
artigo limita-se ao pavimento térreo ou à altura máxima de 7,50 m (sete metros e
cinquenta centímetros).
Art. 31. A área total de exposição dos anúncios em postos de combustíveis ou em
edificações de uso exclusivo para estacionamento de veículos, não poderá exceder a
8% (oito por cento) da área resultante da multiplicação da testada do lote por 7,50 m
(sete metros e cinquenta centímetros).
§ 1º Ficam excluídas da aferição da área prevista no caput deste artigo as informações
gerais internas e as normas de segurança afetas aos postos de combustíveis,
adotando-se as legislações federal, estadual e municipal.
§ 2º Para os demais usos do mesmo lote, com atividade para postos de combustíveis,
a exemplo das lojas de conveniências, será observado o disposto nos artigos 28, 29 e
30 desta Lei Complementar.
Art. 32. Na parte externa do imóvel com atividade cultural, como cinema, teatro e
similar, poderá ser colocado anúncio contendo as divisões nele exploradas, em local
adequado sob a forma de cartazes substituíveis, harmoniosos, ilustrados ou não,
fixados em quadros envidraçados e emoldurados ou aplicados no interior de
mostruários embutidos, envidraçados e com acabamento estético.
Art. 33. Não será permitida a instalação de anúncio provisório na fachada do imóvel,
exceto se estiver adesivado em vitrine ou vidro das portas e janelas.
Parágrafo único. As decorações de fachadas ou vitrines de estabelecimentos
comerciais poderão ser feitas por ocasião de comemorações cívicas, atividades
culturais, shows e eventos e festividades tradicionais, desde que não constem, nas
mesmas, quaisquer referências comerciais, salvo a denominação do estabelecimento.
Art. 34. A aprovação do anúncio ficará condicionada à recuperação da fachada
principal do imóvel.
§ 1º Durante o período de utilização do anúncio, a fachada principal do imóvel deverá
ter regular manutenção.
§ 2º A recuperação da fachada do imóvel deverá ser providenciada quando da retirada
do anúncio, observadas as disposições da Lei Municipal nº 3.531, de 16 de abril de
1968, no que concerne à preservação estética e à conservação do edifício.
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Art. 35. Será permitida a colocação de anúncios nas telas de proteção para obras,
exclusivamente para identificação da empresa responsável e demais elementos
exigidos por legislação específica.
Art. 36. Os anúncios em calçadões ou vias com largura reduzida deverão garantir uma
passagem com pelo menos 4,00 m (quatro metros), em seu eixo, para veículos
emergenciais ou de serviços.
Art. 37. Anúncios e/ou painéis verticais (totens) fixados diretamente ao solo, deverão
estar localizados no recuo frontal do lote, sendo permitida a utilização de toda a
estrutura do mesmo como espaço publicitário.
§ 1º A estrutura e a área total dos elementos tratados no caput deste artigo não
poderão exceder a 5,00 m (cinco metros) de altura.
§ 2º Cada face dos elementos tratados no caput deste artigo não poderá exceder a
2,00 m² (dois metros quadrados).
§ 3º Os anúncios tratados no caput deste artigo, poderão ser interativos ou luminosos,
desde que não prejudiquem o trânsito local, as sinalizações do sistema viário ou
causem incômodo e desconforto às edificações vizinhas.
§ 4º É vedada a instalação de elementos tratados no caput deste artigo nas APC 1 e
APC 2, bem como em imóveis com Nível de Proteção 1 e 2 – NP 1 e NP 2.
Subseção II - Dos Anúncios em Imóveis Gravados como NP1 e NP2
Art. 38. A instalação de anúncio em imóveis com Nível de Proteção, além de
respeitarem os artigos 28 a 37 desta Lei Complementar, deverão seguir o disposto
nesta subseção.
Art. 39. A instalação de anúncio indicativo paralelo à fachada em imóveis gravados
com Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2, deverá ainda respeitar os seguintes
critérios:
I – encaixar nos vãos das portas, janelas e bandeiras, faceando a parte inferior das
vergas, sem se projetar além do alinhamento da fachada;
II – guardar altura livre mínima de 2,10 m (dois metros e dez centímetros), medida do
piso à face inferior do letreiro quando se tratar de portas;
III – não ultrapassar a dimensão máxima de 60,00 cm (sessenta centímetros) no
sentido da altura;
IV – não ocultar os elementos construtivos que façam parte da morfologia original da
fachada, tais como: colunas, gradis, portas de madeira, vergas em cantaria, dentre
outros;
V – estar localizada no pavimento térreo.
Art. 40. A instalação de anúncio indicativo “tipo adesivo” ou similar, interno e visível na
fachada do imóvel, somente será admitida quando estiver localizada sobre vidro, nos
vãos de abertura da fachada, limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do total das
áreas de caixilho.
Art. 41. A instalação de anúncio indicativo perpendicular à fachada em imóveis
gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2 deverá ainda respeitar os
seguintes critérios:
I – possuir área máxima de 0,40 m² (quarenta décimos de metro quadrado), sendo que
a largura ou a altura não poderá ultrapassar a dimensão de 80,00 cm (oitenta
centímetros);
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II – guardar um espaçamento máximo de 15,00 cm (quinze centímetros) do


alinhamento da fachada;
III – permitir uma distância livre de 50,00 cm (cinquenta centímetros) do meio-fio da
calçada, quando se tratar de via de tráfego de veículos;
IV – estar localizada no pavimento térreo;
V – estar fixada na parede ou diretamente ao solo, em base própria de sustentação,
localizada no recuo frontal do lote, no caso de imóvel recuado em relação ao
alinhamento predial, não sendo permitida a utilização de tal base enquanto espaço
publicitário.
Art. 42. A instalação de anúncio indicativo pintado ou com letras em relevo “tipo caixa”
sobre a fachada em imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou
NP2, deverá ainda respeitar os seguintes critérios:
I – estar localizada acima da verga da bandeira da porta ou acima da verga da porta,
quando da reabilitação ou inexistência de bandeira, sem interceptar elementos
decorativos;
II – ocupar, no sentido da altura, a dimensão máxima de 60,00 cm (sessenta
centímetros), incluindo todo o texto e logotipo/ logomarca;
III – ocupar, no sentido da largura, a dimensão máxima delimitada pelas ombreiras das
extremidades das portas existentes, incluindo todo o texto e logotipo/logomarca;
IV – possuir espessura máxima de 10,00 cm (dez centímetros), no caso de letras em
relevo;
§ 1º Os anúncios indicativos a que se refere o caput deste artigo poderão ser
executados somente no pavimento térreo dos edifícios.
§ 2º Não será permitida a instalação de anúncio indicativo pintado sobre cantaria ou
massa raspada.
Art. 43. A instalação de iluminação em anúncio indicativo paralelo ou perpendicular
em imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2, deverá estar
em harmonia com o entorno e não obstruir os elementos decorativos da fachada.
Art. 44. A localização de anúncio indicativo, em imóveis gravados com Nível de
Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2, deverá ser autorizada, mediante parecer favorável
do Escritório Técnico Novo Centro Velho e do Conselho de Defesa do Patrimônio
Cultural de Santos - Condepasa.
Parágrafo único. Excepcionalmente, será admitida a instalação de forma diferente a
esta Lei Complementar em função de especificidades dos imóveis, devendo contar
com parecer favorável do Escritório Técnico Novo Centro Velho e do Conselho de
Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - Condepasa.
Art. 45. As telas de proteção para obras em imóveis tombados e gravados com Nível
de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2, poderão receber a reprodução da imagem da
fachada do bem, sendo admitida a utilização de até 20% (vinte por cento) da área para
espaço publicitário voltado à veiculação do patrocinador da revitalização do edifício.
Subseção III – Dos Toldos na Área de Abrangência do Programa
Art. 46. Será permitida a instalação de toldos sobre as calçadas de imóveis com
construções aprovadas no alinhamento do lote, atendidas às seguintes exigências:
I - estar fixada na fachada da edificação e em balanço;
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II - não apresentar, quaisquer de seus elementos, altura inferior a 2,40 m (dois metros
e quarenta centímetros) em relação ao nível da calçada para passagem de pedestres;
III - não exceder 2/3 (dois terços) da largura da calçada, respeitado o balanço máximo
de 1,20 m (um metro e vinte centímetros) para toldos instalados no pavimento térreo;
IV - não exceder o balanço máximo de 60,00 cm (sessenta centímetros) para toldos
instalados em pavimentos acima do térreo;
V - não prejudicar a arborização, a iluminação pública, a visibilidade de sinalização de
trânsito, numeração de imóveis, denominação de logradouros e outras indicações de
interesse público;
VI - em calçadões ou vias com largura reduzida, deverá ser garantida uma passagem
com pelo menos 4,00 m (quatro metros), em seu eixo, para veículos de emergência e
serviços;
VII - em imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2, os toldos
deverão ser instalados imediatamente abaixo das vergas das portas, janelas ou
bandeiras ocupando os vãos internos das ombreiras de portas e janelas.
§ 1º Em imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2, será
admitida a redução da altura disposto no inciso I deste artigo para 2,10 m (dois metros
e dez centímetros).
§ 2º Nas Áreas de Proteção Cultural - APC deverá ser utilizada cor harmoniosa com o
conjunto arquitetônico, e deverá contar com parecer favorável do EscritórioTécnico
Novo Centro Velho e do Conselho de Defesa do Patrimônio de Santos - Condepasa.
§ 3º Será admitida a colocação de anúncio indicativo na bambinela, limitado à altura
máxima de 20,00 cm (vinte centímetros).
Art. 47. A instalação de toldos sobre as calçadas depende de licença do Município,
conforme orientação do artigo 274, da Lei 3.531, de 16 de abril de 1968.
Parágrafo único. Os toldos já instalados deverão atender aos requisitos estabelecidos
nesta Lei Complementar, para fins de sua aprovação.
Art. 48. Os toldos deverão ser mantidos em perfeito estado de conservação, sob pena
da cassação da licença.
Art. 49. Nas Áreas de Proteção Cultural - APC fica vedada a instalação de toldos
verticais (estores) no passeio público.
Subseção IV - Dos Equipamentos em Imóveis na Área de Abrangência do
Programa
Art. 50. A instalação de equipamentos de ar condicionado, em imóveis gravados com
Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2, somente será permitida se o aparelho for
colocado de forma a não interferir no visual da fachada, devendo priorizar a seguinte
ordem de possibilidades de instalação:
I - lajes, telhados e nos recuos ou fossos internos dos imóveis;
II - dentro de balcões, atrás de elementos em argamassa, concreto, cantaria e de
serralheria, carpintaria e marcenaria;
III - atrás de bandeiras e gradis de ferro;
IV - nos vãos existentes de portas e janelas, na parte superior, devendo, caso haja
mais de um aparelho no imóvel, estar alinhado com o(s) outro(s), tanto horizontal
quanto verticalmente.
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Art. 51. A instalação de equipamentos de ar-condicionado, nos demais imóveis,


deverá, prioritariamente, não interferir no visual da fachada ou do conjunto
arquitetônico do edifício, devendo anteferir a seguinte ordem de possibilidades de
instalação:
I - lajes, telhados, marquises e nos recuos de fundos e laterais ou em fossos internos
dos imóveis;
II - dentro de varandas e sacadas priorizando paredes opostas à fachada principal;
III - atrás de lambris, gradis, peitoris e guarda-corpos;
IV - acima ou abaixo dos peitoris de janelas, perfilados e centralizados em relação ao
vão das esquadrias, devendo, caso haja mais de um aparelho no imóvel, estar
alinhado com o(s) outro(s), tanto horizontal quanto verticalmente.
Art. 52. A instalação de equipamentos de energia, telecomunicações, casas de
máquinas e demais equipamentos de infraestrutura, em imóveis com Nível de
Proteção 1, 2 e/ou 3a - NP1, NP2 e/ou NP3a, deverão garantir o mínimo de
interferência visual na fachada e na volumetria, sendo sua aprovação condicionada à
parecer favorável do Escritório Técnico Novo Centro Velho e do Conselho de Defesa
do Patrimônio de Santos - Condepasa.
Subseção V - Das Marquises em Imóveis Gravados como NP1 e NP2
Art. 53. As marquises não aprovadas pela Prefeitura ou construídas em desacordo
com o projeto original, em imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1
e/ou NP2, deverão ser demolidas, nos termos da legislação vigente.
Capítulo II - Dos Elementos de Interferência na Paisagem Urbana
Seção I - Do Disciplinamento das Instalações de Distribuição de Energia Elétrica
e Telecomunicações
Art. 54. As empresas prestadoras de serviços públicos, concessionárias,
permissionárias ou de utilidade pública a elas equiparadas, que operam com
distribuição de energia elétrica e telecomunicações na área de abrangência do
Programa, ficam obrigadas a providenciar a substituição das suas respectivas redes
de distribuição aéreas por subterrâneas, conforme legislação específica, de forma a
ordenar e otimizar a ocupação das vias, preservar a paisagem urbana e a segurança
ambiental.
Art. 55. Para os fins dispostos nesta seção deverão ser priorizados os locais de
interesse histórico, comercial e turístico, os planos, projetos e ações específicas de
revitalização e requalificação urbanas da Prefeitura Municipal de Santos para a
Macrozona Centro.
Art. 56. A Prefeitura Municipal de Santos, anualmente, disponibilizará, por meio de
decreto, a lista de logradouros que serão objeto de intervenções de revitalização e
requalificação urbanas da Macrozona Centro, para orientar as ações de embutimento
de cabeamentos das empresas prestadoras de serviços públicos, concessionárias,
permissionárias ou equiparadas.
Seção II - Das Instalações em Vias Públicas
Art. 57. Para conferir e assegurar à paisagem urbana das Áreas de Proteção Cultural
características originais, estéticas e funcionais dos logradouros públicos, será
necessária a implantação das seguintes ações:
I - redução das obstruções visíveis como postes, fios, anúncios, bancas de jornal e de
comércio ambulante, contentores de lixo, expositores e mostruários;
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II - concepção e instalação esteticamente harmoniosa com o ambiente, a ser


observada pelas novas estátuas, hermas e quaisquer outros monumentos escultórios
a serem instalados;
III - composição do mobiliário urbano de forma harmoniosa com o ambiente.
IV - ajardinamento e arborização urbana com espécies adequadas de modo a não
criar barreira visual aos edifícios com relevância arquitetônica.
Art. 58. A execução, padronização e manutenção das calçadas fronteiriças aos
imóveis localizados na área de abrangência desta Lei Complementar deverão atender
à legislação vigente, especialmente a Lei Complementar nº 980, de 15 de setembro de
2017.
Art. 59. A instalação, localização e funcionamento das bancas de jornal e revistas ou
livros usados e/ou religiosos em logradouros públicos situados na área de abrangência
desta Lei Complementar, fica condicionada às seguintes exigências, sem prejuízo dos
demais dispositivos previstos na legislação vigente:
I - observar os modelos aprovados pela Prefeitura;
II - apresentar bom aspecto construtivo;
III - não exceder a medida de 18,00 m² (dezoito metros quadrados) de área, exceto
nas Áreas de Proteção Cultural que não pode ultrapassar os 9,00 m² (nove metros
quadrados) de área;
IV - ocupar exclusivamente os locais que lhes forem fixados pela Prefeitura;
V - estar localizada de forma a não prejudicar a paisagem e estética do logradouro e o
livre trânsito do público nos passeios;
VI - guardar distância superior a 30,00 m (trinta metros) de edifícios tombados ou com
Nível de Proteção 1 - NP-1;
VII - a publicidade poderá ser explorada em até 50% (cinquenta por cento) da área
total de fachadas da banca, sendo proibida a utilização da cobertura ou parte dela.
Art. 60. A critério da Prefeitura Municipal de Santos poderá ser autorizada a instalação
de mesas e cadeiras nos passeios e vias públicas localizadas na área de abrangência
desta Lei Complementar.
TÍTULO III - DOS INCENTIVOS
Capítulo I - Dos Incentivos para a Paisagem Urbana
Seção I - Das Isenções para a Paisagem Urbana
Art. 61. Os incentivos fiscais compreenderão a isenção total ou parcial de tributos nas
seguintes situações:
I – para imóveis gravados com Nível de Proteção 1, 2 e/ou 3a - NP1, NP2 e/ou NP3a
na área de abrangência do Programa, isenção total sobre o Imposto Sobre
Transmissão de Bens Intervivos - ITBI, nos termos da Lei n.º 634, de 28 de dezembro
de 1989;
II – para imóveis gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2 na área de
abrangência do Programa, isenção total sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza da obra - ISS da obra, nos termos do artigo 106, da Lei Complementar n.º
1.006, de 16 de julho de 2018;
III – para imóveis restaurados ou preservados e em bom estado de conservação,
gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2, na área de abrangência do
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Programa, isenção total sobre o Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana -


IPTU;
IV – para imóveis reabilitados e em bom estado de conservação, gravados com Nível
de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2, na área de abrangência do Programa, isenção
parcial de 50% (cinquenta por cento) sobre o Imposto Predial e Territorial Urbano -
IPTU.
§ 1º Para a obtenção dos incentivos mencionados nos incisos deste artigo, o
interessado deverá obter a Certidão de
Restauração/Preservação/Reabilitação/Conservação do Imóvel, a ser expedida pelo
Escritório Técnico Novo Centro Velho da Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Urbano mediante processo específico com todos os documentos do imóvel e do
proprietário juntamente com relatório fotográfico datado e atualizado do imóvel.
§ 2º A Certidão mencionada no parágrafo primeiro deste artigo terá validade de 5
(cinco) anos e poderá ser cassada a qualquer momento pelo órgão expedidor
mediante qualquer irregularidade, descaracterização, patologia agravante ou
descumprimento de dispositivos desta Lei Complementar.
§ 3º Para a renovação dos benefícios mencionados nos incisos deste artigo, o
interessado deverá juntar cópia da Certidão de
Restauração/Preservação/Reabilitação/Conservação do Imóvel, vigente, expedida
pelo Escritório Técnico Novo Centro Velho da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Urbano, e cópia de Alvará de Localização e Funcionamento.
§ 4º Fazem jus à isenção do inciso IV deste artigo os imóveis, gravados com Nível de
Proteção 2 - NP2, com fachadas, esquadrias e/ou telhados reabilitados, ou com
pintura conservada conforme orientação do artigo 19 desta Lei Complementar,
mediante parecer favorável do Escritório Técnico Novo Centro Velho e do Conselho de
Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - Condepasa.
§ 5º Os imóveis que optarem pela manutenção da cobertura descaracterizada,
conforme registros históricos existentes no momento do gravamento e os imóveis
reabilitados conforme disposto no parágrafo primeiro do artigo 17 desta Lei
Complementar, não terão direito às isenções do inciso IV deste artigo.
§ 6º Poderá ser antecipada a isenção total ou parcial do Imposto Predial e Territorial
Urbano - IPTU, conforme incisos III e IV deste artigo, mediante Termo de
Compromisso firmado entre a Prefeitura Municipal de Santos e o proprietário do imóvel
para obras de restauro ou reabilitação de imóveis gravados com Nível de Proteção
1e/ou 2 - NP1 e/ou NP2.
§ 7º O não cumprimento do Termo de Compromisso mencionado no parágrafo sexto
deste artigo implicará na suspensão da isenção e os valores, eventualmente não
tributados, deverão receber novo lançamento corrigido.
Art. 62. No caso de imóveis com existência de dois ou mais sublotes ou com
lançamentos fiscais diferentes, os benefícios previstos nesta seção somente serão
concedidos caso todas as unidades satisfaçam os preceitos desta Lei Complementar.
Art. 63. Os imóveis que apresentarem a baixa de licença de obra de preservação,
reabilitação ou conservação ficam desobrigados de apresentar o Alvará de
Localização e Funcionamento para a renovação dos benefícios desta seção para o
exercício subsequente da data da baixa.
§ 1º Fica limitada a 02 (dois) anos consecutivos a dispensa da apresentação do Alvará
mencionado no caput deste artigo.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

§ 2º Terminado o prazo estabelecido no parágrafo primeiro deste artigo, a renovação


dos benefícios será realizada de acordo com o parágrafo 3º do artigo 61 desta Lei
Complementar.
Art. 64. A obtenção das isenções discriminadas nesta seção fica condicionada ao
parecer favorável do Escritório Técnico Novo Centro Velho e do Conselho de Defesa
do Patrimônio de Santos - Condepasa.
Seção II - Do Patrocínio para a Paisagem Urbana
Art. 65. Fica instituído o incentivo fiscal para a realização de patrocínio a serviços ou
obras de restauração/preservação/reabilitação/conservação, a ser concedido a pessoa
física ou jurídica inscrita no cadastro de contribuintes do Município.
§ 1º O incentivo fiscal referido no caput deste artigo consistirá no recebimento, pelo
patrocinador, de Certificados de Compensação de Patrocínio de Restauração,
Preservação, Reabilitação ou Conservação, correspondente ao valor do patrocínio de
qualquer projeto de restauração, preservação, reabilitação ou conservação de imóvel
gravados com Nível de Proteção 1 e/ou 2 - NP1 e/ou NP2, localizado na área de
abrangência desta Lei Complementar, devendo o valor ser atualizado pelo IPCA-IBGE.
§ 2º No caso de imóveis com existência de dois ou mais sublotes ou com lançamentos
fiscais diferentes, o Patrocínio de Restauração, Preservação, Reabilitação ou
Conservação só será concedido para obra em todas as unidades, sendo vedada a
emissão do certificado para obras em unidades individualizadas.
§ 3º Os portadores de Certificados de Compensação de Patrocínio de Restauração,
Preservação, Reabilitação ou Conservação poderão utilizá-los para obtenção de
isenção parcial do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN, ou do
Importo Predial e Territorial Urbano - IPTU, no valor expresso no Certificado até o
limite de 50% (cinquenta por cento) do valor do imposto devido por ano.
§ 4º O valor do Certificado de Compensação de Patrocínio de Restauração,
Preservação, Reabilitação ou Conservação poderá ser utilizado na compensação de
créditos tributários vencidos do seu portador.
§ 5º Em se tratando de créditos inscritos na Dívida Ativa, serão respeitados os
seguintes critérios:
I - o valor do Certificado de Compensação de Patrocínio de Restauração,
Preservação, Reabilitação ou Conservação somente poderá ser utilizado para a
extinção total do débito, respeitado o limite do parágrafo 3º deste artigo;
II - para a utilização do Certificado de Compensação de Patrocínio de Restauração,
Preservação, Reabilitação ou Conservação, o devedor deverá recolher o valor
correspondente às custas e demais despesas do processo judicial;
III - estando o débito em processo de parcelamento, o Certificado de Compensação de
Patrocínio de Restauração, Preservação, Reabilitação ou Conservação poderá ser
utilizado para compensação do valor correspondente ao saldo remanescente, desde
que sejam liquidadas completamente as parcelas vencidas, na proporção do parágrafo
3º deste artigo.
Art. 66. Caberá ao Escritório Técnico Novo Centro Velho a análise e aprovação final
de Patrocínio de Restauração, Preservação, Reabilitação ou Conservação.
§1º Para obtenção do Certificado de Compensação de Patrocínio de Restauração,
Preservação, Reabilitação ou Conservação, o patrocinador deverá apresentar cópia do
projeto de restauro ou conservação, explicitando os objetivos e recursos financeiros e
humanos envolvidos, para fins de fixação do valor do incentivo e fiscalização posterior.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

§2º Aprovada a solicitação de Patrocínio de obra de Restauração, Preservação,


Reabilitação ou Conservação, o Poder Executivo providenciará a autorização para o
patrocinador destinar os recursos financeiros para os serviços e obras de restauração,
preservação, reabilitação ou conservação, por meio de publicação no Diário Oficial do
Município.
§3º Finalizados os serviços ou obras e efetivada a baixa na licença junto à Prefeitura
Municipal de Santos, deverá ser providenciada pela Secretaria Municipal de Finanças,
a emissão do Certificado de Compensação de Patrocínio de Restauração,
Preservação, Reabilitação ou Conservação.
§4º O Certificado de Compensação de Patrocínio de Restauração, Preservação,
Reabilitação ou Conservação poderá ser emitido a partir da assinatura de Termo de
Compromisso firmado entre a Prefeitura Municipal de Santos, o patrocinador e o
proprietário do imóvel para obras de restauro/preservação/reabilitação/conservação.
§5º O Certificado de Compensação de Patrocínio de Restauração, Preservação,
Reabilitação ou Conservação será válido para utilização no(s) exercício(s) posterio(es)
ao da emissão.
§6º O não cumprimento do Termo de Compromisso implicará na suspensão da
isenção e dos certificados emitidos e os valores, eventualmente não tributados,
deverão receber novo lançamento corrigido.
Capítulo II - Das Isenções para o Uso Habitacional
Art. 67. Serão concedidos incentivos fiscais para o uso habitacional na área de
abrangência do Programa de Revitalização e Revitalização e Desenvolvimento da
Macrozona Centro, "Novo Centro Velho", conforme disposto neste Capítulo.
Art. 68. Para imóveis destinados à implantação de novos empreendimentos
habitacionais, localizados na ZERU Valongo e na ZERU Paquetá, isenção total do
Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis Intervivos - ITBI, nos termos da Lei nº
634, de 28 de dezembro de 1989 e que atendam às seguintes condições:
I - ser a primeira aquisição do imóvel após a publicação desta Lei Complementar;
II - constar do título transmissivo a intenção de implantar novo empreendimento
habitacional;
III - firmar Termo de Compromisso no prazo de 01 (um) ano, contado a partir da
publicação desta Lei Complementar;
IV - executar o empreendimento habitacional no prazo de 03 (três) anos, contados a
partir da adesão ao Termo de Compromisso.
Art. 69. Para a primeira aquisição de cada unidade autônoma oriunda de novos
empreendimentos tratados no artigo 68 desta Lei Complementar, isenção total do
Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis Intervivos - ITBI, nos termos da Lei 634,
de 28 de dezembro de 1989.
Art. 70. Isenção total do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU, durante a
implantação de empreendimentos tratados no artigo 68 desta Lei Complementar,
limitado a 03 (três) anos, contados a partir da assinatura do Termo de Compromisso.
Art. 71. Isenção total do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU, para o primeiro
adquirente de cada unidade autônoma oriunda de empreendimentos tratados no artigo
68 desta Lei Complementar, limitado a 05 (cinco) anos, contados a partir da lavratura
do título transmissivo, definitivo ou não.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Art. 72. Para imóveis destinados a novos empreendimentos habitacionais ou à


reabilitação (retrofit) para uso habitacional, localizados na APC1 e APC 2, isenção total
do Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis Intervivos - ITBI, nos termos da Lei nº
634, de 28 de dezembro de 1989 e que atendam às seguintes condições:
I - ser a primeira aquisição do imóvel após a publicação desta Lei Complementar;
II - constar do título transmissivo a intenção de implantar novo empreendimento
habitacional ou de promover processo de reabilitação (retrofit) para uso habitacional;
III - firmar Termo de Compromisso no prazo de 1 (um) ano, contado a partir da
publicação desta Lei Complementar;
IV - executar o novo empreendimento habitacional ou a reabilitação (retrofit) no prazo
de 03 (três) anos, contados a partir da adesão ao Termo de Compromisso.
Art. 73. Para a primeira aquisição de cada unidade autônoma oriunda de
empreendimentos tratados no artigo 72 desta Lei Complementar, isenção total do
Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis Intervivos - ITBI, nos termos da Lei 634,
de 28 de dezembro de 1989.
Art. 74. Isenção total do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU, durante a
implantação de empreendimentos tratados no artigo 72 desta Lei Complementar,
limitado a 03 (três) anos), contados a partir da assinatura do Termo de Compromisso.
Art. 75. Isenção total do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU, para o primeiro
adquirente de cada unidade autônoma oriunda de empreendimentos tratados no artigo
72 desta Lei Complementar, limitado a 05 (cinco) anos, contados a partir da lavratura
do título transmissivo, definitivo ou não.
Capítulo III - Do Refinanciamento de DébitosTributários e Não Tributários
Art. 76. Os débitos de natureza tributária e não tributária incidentes sobre os imóveis
localizados na ZERU Valongo, ZERU Paquetá, APC 1 e APC 2, inscritos na Dívida
Ativa até 31 de dezembro de 2017, independentemente da data de sua constituição,
poderão ser pagos com os seguintes descontos:
I - 100% (cem por cento) de desconto do valor da multa moratória e 50% (cinquenta
por cento) de desconto do valor dos juros de mora incidentes sobre o valor da
obrigação principal e respectiva atualização monetária, para pagamento em prestação
única até o último dia útil do segundo mês subsequente ao da publicação desta Lei
Complementar;
II - 80% (oitenta por cento) de desconto do valor da multa moratória e 40% (quarenta
por cento) de desconto do valor dos juros de mora incidentes sobre o valor da
obrigação principal e respectiva atualização monetária, para pagamento em até 12
(doze) prestações mensais e consecutivas de modo que a quitação se dê integral e
impreterivelmente até o vencimento da última parcela;
III - 60% (sessenta por cento) de desconto do valor da multa moratória e 30% (trinta
por cento) de desconto do valor dos juros de mora incidentes sobre o valor da
obrigação principal e respectiva atualização monetária, para pagamento em até 30
(trinta) prestações mensais e consecutivas, desde que a quitação se dê integral e
impreterivelmente até o dia 30 de dezembro de 2020, data limite para vencimento da
última parcela.
§ 1º A adesão ao parcelamento de que tratam os incisos II e III do caput deste artigo
deverá ser efetuada até o último dia útil do segundo mês subsequente ao da
publicação desta lei complementar.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

§ 2º Para os débitos que se acham com parcelamento em curso, o desconto incidirá,


exclusivamente, sobre os juros e a multa remanescentes no saldo de parcelamento.
§ 3º Na hipótese de débito ajuizado, fica o devedor obrigado ao recolhimento prévio
das custas judiciais, facultado o parcelamento dos honorários advocatícios nos
mesmos moldes dos incisos II e III, do caput deste artigo.
Art. 77. O procedimento para o refinanciamento previsto no artigo 76 desta Lei
Complementar obedecerá, no que couber, às disposições da Lei Complementar nº
1.001, de 30 de maio 2018.
TÍTULO IV - DA GESTÃO, PENALIDADES E SANÇÕES
Capítulo I - Da Gestão
Art. 78. A gestão do Programa de Revitalização e Desenvolvimento da Macrozona
Centro - "Novo Centro Velho" - será de competência da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Urbano - Sedurb.
Art. 79. Caberá ao Escritório Técnico Novo Centro Velho, da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Urbano, a operacionalização do Programa em sua área de
abrangência, incluindo:
I - analisar os projetos de investimentos e propostas de intervenções públicas ou
privadas, emitindo parecer e encaminhando-os aos órgãos competentes para
aprovação;
II - manter articulação com os demais órgãos públicos ou privados, assim como com a
sociedade civil, para a execução de ações destinadas à revitalização da Macrozona
Centro;
III - promover e estimular ações conjuntas entre diversos agentes econômicos e
sociais da cidade para estimular o desenvolvimento da área;
IV - apresentar e encaminhar propostas de regulamentação dos temas de que trata a
presente Lei Complementar;
V - verificar a restauração de imóveis gravados com Níveis de Proteção, expedindo a
respectiva Certidão de Restauração, Preservação, Reabilitação ou Conservação de
Imóvel;
VI - verificar anualmente a conservação e o uso dos imóveis beneficiados com as
isenções previstas nesta Lei Complementar, expedindo a Certidão de Preservação ou
Conservação de Imóvel;
VII - intensificar o acompanhamento à fiscalização quanto à localização e
funcionamento regulares do comércio, prestadores de serviços ou atividades
profissionais instaladas na área de abrangência;
VIII - intensificar o acompanhamento à fiscalização das obras particulares realizadas
nos imóveis localizados na área de abrangência do Programa;
IX - manifestar-se quanto ao licenciamento dos elementos que interfiram na paisagem
urbana dentro da área de abrangência;
X - emitir parecer sobre a concessão de benefícios, isenções ou patrocínio em imóveis
com níveis de proteção dentro da área de abrangência;
XI - exercer atividades correlatas, a critério do Secretário Municipal de
Desenvolvimento Urbano.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Art. 80. As demais secretarias municipais atuarão em colaboração com a Secretaria


Municipal de Desenvolvimento Urbano na gestão do Programa de Revitalização e
Desenvolvimento da Macrozona Centro, "Novo Centro Velho".
Art. 81. O Poder Executivo submeterá anualmente à Câmara Municipal, com a
proposta orçamentária, o valor das isenções previstas nesta Lei Complementar, que
não poderá ultrapassar 0,5% (meio por cento) da receita sobre o Imposto Sobre
Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN, sobre o Imposto Sobre Transmissão de Bens
Imóveis Intervivos - ITBI e sobre o Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU.
Capítulo II - Das Penalidades e Sanções
Art. 82. O descumprimento das condições estabelecidas para o gozo de qualquer dos
incentivos fiscais previstos nesta Lei Complementar implicará na extinção dos
benefícios concedidos, devendo ser recolhidos aos cofres públicos os valores
equivalentes aos incentivos concedidos, com os acréscimos legais.
Art. 83. Sem prejuízo das demais sanções previstas em lei, a infração a qualquer
dispositivo desta Lei Complementar sujeitará o infrator às seguintes penalidades:
I – multa correspondente a 5% (cinco por cento) do valor venal no caso de infração a
qualquer dispositivo previsto desta Lei Complementar;
II – cassação da licença de localização e funcionamento;
III – extinção dos incentivos fiscais.
Art. 84. As multas poderão ser aplicadas cumulativamente com as demais sanções
previstas no artigo anterior, incidindo em dobro no caso de reincidência.
§ 1º Lavrada a multa, o infrator será intimado a sanar a irregularidade no prazo de 30
(trinta) dias, sob pena de multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) pelo não atendimento
ao prazo.
§ 2º A permanência da infração será considerada reincidência para os efeitos do caput
deste artigo.
§ 3º O valor da multa deverá ser recolhido aos cofres da Prefeitura Municipal de
Santos no prazo de 30 (trinta) dias contados da data da notificação, sob pena de
inscrição na Dívida Ativa do Município e cobrança judicial.
§ 4º O pagamento da multa não exonera o infrator do dever de cumprir a exigência
que a tiver determinado.
§ 5º Os valores das multas serão revertidos ao Fundo de Desenvolvimento Urbano do
Município de Santos - Fundurb, instituído pela Lei 2.956, de 26 de dezembro de 2013.
Art. 85. A cassação da licença de localização e funcionamento de estabelecimento
comercial, industrial, prestador de serviços e similares, instalados em imóvel localizado
na área de abrangência desta Lei Complementar, bem como a extinção dos incentivos
fiscais eventualmente concedidos serão efetivados mediante decisão do Prefeito
Municipal, assegurada a oportunidade de ampla defesa e do contraditório.
§ 1º Cassada a licença, o estabelecimento comercial, industrial, prestador de serviço
ou similar deverá encerrar as suas atividades imediatamente, sob pena de multa diária
de R$ 500,00 (quinhentos reais), facultando-se a requisição do auxílio de força policial
para fazer cumprir o preceito legal.
§ 2º A extinção dos incentivos fiscais observará o disposto no artigo 82 desta Lei
Complementar.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Art. 86. Aplicada qualquer penalidade prevista nesta Lei Complementar, o infrator terá
o prazo de 30 (trinta) dias, a contar do recebimento da notificação, para apresentar
defesa, por meio de requerimento, junto ao Protocolo Geral da Prefeitura Municipal de
Santos.
TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 87. Durante as obras deverá ser fixado, na fachada do imóvel, placa indicativa da
participação no Programa de Revitalização e Desenvolvimento da Macrozona Centro -
"Novo Centro Velho", conforme padrão estabelecido pela Prefeitura Municipal de
Santos e a instalação de tapumes deverá atender as prescrições estabelecidas pelo
Código de Edificações do Município.
Art. 88. Nos imóveis que obtiverem os incentivos fiscais previstos nesta Lei
Complementar deverão ser fixados, em seu interior e em local visível e iluminado,
placa indicativa, conforme padrão fornecido pela Prefeitura, da participação do mesmo
no Programa de Revitalização e Desenvolvimento da Macrozona Centro - "Novo
Centro Velho", assim como de apoio institucional da Prefeitura Municipal de Santos.
Art. 89. Os imóveis inseridos na área de abrangência do Programa de Revitalização e
Desenvolvimento Urbano da Macrozona Centro - "Novo Centro Velho" deverão
respeitar os seguintes prazos máximos, contados a partir da data da publicação desta
Lei Complementar:
I – 90 (noventa) dias para adequações dos elementos de interferência na fachada,
como toldos, anúncios e equipamentos;
II – 120 (cento e vinte) dias para apresentar projeto de adequação, de preservação,
conservação e manutenção das calçadas, coberturas e fachadas, como pintura e
demolição de marquises construídas em desacordo com o projeto original;
§ 1º Excetuam-se das regras previstas nos incisos I e II do caput deste artigo, os
imóveis localizados na ZERU Paquetá, ZERU Valongo, APC 1 e APC 2, cujos prazos
para obtenção dos incentivos são regidos pelo Título III, Capítulo II desta Lei
Complementar.
§ 2º Os imóveis que não respeitarem os prazos previstos nesta Lei Complementar
serão automaticamente enquadrados nas penalidades e sanções previstas no Capítulo
II, do Título IV desta mesma.
Art. 90. As concessionárias, empresas estatais, permissionárias, empresas privadas e
prestadoras de serviços que operam com fiação ou cabeamento deverão substituir
suas respectivas redes de distribuição aérea por subterrânea num prazo máximo de
05 (cinco) anos, contados a partir da disponibilização da lista de logradouros públicos
referidas no artigo 56 desta Lei Complementar.
Parágrafo único. O não cumprimento das exigências previstas no caput deste artigo
sujeitará o infrator à multa de R$ 5.000,00 (mil reais) por metro de rede não embutida.
Art. 91. Fica alterado o inciso VIII do artigo 11, da Lei nº 3.750, de 20 de dezembro de
1971, com a seguinte redação: "VIII - poderá ser parcialmente isento do imposto, os
imóveis reabilitados e/ou em bom estado de conservação, com Nível de Proteção NP1
ou NP2, na área de abrangência do Programa de Revitalização e Desenvolvimento
Urbano da Macrozona Centro - "Novo Centro Velho", conforme disposto na legislação
específica, após manifestação dos órgãos competentes.".
Art. 92. Fica acrescentado o inciso XII ao artigo 11, da Lei nº 3.750, de 20 de
dezembro de 1971, com a seguinte redação: "XII - os imóveis localizados na ZERU
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Valongo, na ZERU Paquetá, na APC1 e na APC2, nos casos previstos nos artigos 70,
71, 74 e 75 da Lei Complementar instituidora do Programa de Revitalização e
Desenvolvimento da Macrozona Centro - "Novo Centro Velho".
Art. 93. Fica alterado o parágrafo 5º, do artigo 11, da Lei nº 3.750, de 20 de dezembro
de 1971, que passa a vigorar com a seguinte redação: "§ 5º - Para que as edificações
sejam enquadradas conforme o item III, do caput deste artigo, será ouvido o Conselho
de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - CONDEPASA e o Escritório Técnico
Novo Centro Velho para imóveis dentro da área de Abrangência do Programa de
Revitalização e Desenvolvimento Urbano da Macrozona Centro - "Novo Centro
Velho"."
Art. 94. Fica alterado o parágrafo 6º, do artigo 11, da Lei nº 3.750, de 20 de dezembro
de 1971, que passa a vigorar com a seguinte redação: "§ 6º - A isenção recai sobre as
edificações de interesse histórico e arquitetônico se as mesmas forem submetidas às
necessárias obras de restauração, preservação e conservação, no sentido de
preservar a integridade dos elementos arquitetônicos, sejam eles estruturais ou
ornamentais, e ocorrerá no exercício em que for dada baixa de licença nas obras de
restauração, preservação ou conservação.".
Art. 95. Fica alterado o parágrafo 8º, do artigo 11, da Lei nº 3.750, de 20 de dezembro
de 1971, que passa a vigorar com a seguinte redação: "§ 8º - O benefício que
contempla as edificações de interesse histórico e arquitetônico poderá ser renovado,
anualmente, mediante solicitação do interessado, e após manifestação do Conselho
de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos - "Condepasa" e do Escritório Técnico
Novo Centro Velho para imóveis dentro da área de Abrangência do Programa de
Revitalização e Desenvolvimento Urbano da Macrozona Centro - "Novo Centro Velho",
quanto ao cabal enquadramento da edificação nas disposições do inciso III, e
parágrafos 5º, 6º e 7º deste artigo.".
Art. 96. Fica alterado o parágrafo 2º, do artigo 53, da Lei nº 3.750, de 20 de dezembro
de 1971, que passa a vigorar com a seguinte redação: "§ 2.º - Para que as edificações
sejam enquadradas como de interesse histórico e arquitetônico conforme inciso XIV
deste artigo, será ouvido o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos -
“Condepasa” e o Escritório Técnico Novo Centro Velho para imóveis dentro da área de
Abrangência do Programa de Revitalização e Desenvolvimento Urbano da Macrozona
Centro - "Novo Centro Velho"."
Art. 97. Fica alterado o parágrafo 1º, do artigo 4º, da Lei nº 634, de 28 de dezembro
de 1989, que passa a vigorar com a seguinte redação:
"§ 1º - Ficam isentos do imposto os imóveis adquiridos:
I - classificados como NP1, NP2 e NP3a, conforme disposto no Programa de
Revitalização e Desenvolvimento Urbano da Macrozona Centro - Novo Centro Velho,
após manifestação dos órgãos competentes;
II - localizados na ZERU Valongo, na ZERU Paquetá, na APC 1 e na APC 2, nos
casos previstos no artigo 68, 69, 72 e 73, da lei instituidora do Programa de
Revitalização e Desenvolvimento da Macrozona Centro - Novo Centro Velho".
Art. 98. Ficam revogados os parágrafos 2º e 3º, do artigo 4º, da Lei nº 634, de 28 de
dezembro de 1989.
Art. 99. Fica alterado o inciso VIII, do artigo 11, da Lei nº 3.750, de 20 de dezembro de
1971, que passa a vigorar com a seguinte redação: "VIII - poderá ser parcialmente
isento do imposto, o contribuinte que patrocinar serviços e obras de restauração em
imóveis classificados com Nível de Proteção NP1, NP2 ou tombados, conforme
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

disposto no Programa de Revitalização e Desenvolvimento Urbano da Macrozona


Centro - "Novo Centro Velho", após manifestação dos órgãos competentes.".
Art. 100. Ficam revogadas as leis complementares n.º 470, de 05 de fevereiro de
2003, n.º 526, de 17 de março de 2005 e n.º 640, de 18 de novembro de 2008.
Art. 101. O Poder Executivo deverá regulamentar a presente Lei Complementar no
prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data da sua publicação.
Art. 102. Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua publicação.

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