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Que saudade de quem eu era quando não existia medo, sabe

Quando tudo que eu tinha pra oferecer era apenas eu do jeito que eu era e custe o que
custar
Eu acho que voltar pra quem eu era, hoje em dia custaria muito
E eu não sei se eu consigo pagar o preço dessa felicidade
Onde já se viu me permitir ser um pouco feliz
Num mundo desse, sabe, numa vida dessas
A alegria é um prato culposo demais pra se comer quando todo mundo ainda passa fome
Então eu não sei se eu me permito voltar pra quem eu era
Talvez também por medo de não sentir o que eu sentia, sabe, de tentar chegar em
alguém que já não existe mais
Porque, e se eu nem for mais quem eu costumava
Que decepção triste
Mas nesse meio tempo eu vivo meio feliz
Meio alegre
Meio eu
Que vontade maluca de por um instante só ser livre
No meio de pessoas presas nelas mesmas
Que vontade maluca de ser a única que se permite viver no meio desse bando
Mas é uma vontade que vai ficar só na vontade, eu acho
Ninguém merece ser tão feliz assim, não é?
Pelo menos não tanto

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