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Importação

MATERIAL COMPLEMENTAR
CURSO IMPORTAÇÃO

Este material tem por objetivo dar apoio, abordar outros tópicos e atuar de forma
complementar às videoaulas. Além disto, fontes de consulta serão sugeridas para ampliar
suas opções de pesquisa e estudo.

Bom trabalho!

O mundo hoje é um grande shopping center e você empresário tem a oportunidade de fazer
suas compras em todas estas lojas. O que é necessário para isto? Aprender o que é, como
funciona e como se faz uma importação.

Podemos não perceber, mas uma grande parte do que consumimos em nosso dia a dia é
importado. Partes e peças dos nossos carros, muitas das roupas que usamos, muitos dos
alimentos que consumimos, a música que ouvimos e muito do nosso modelo cultural é
proveniente de outros países.

Não acredita nisto? Comece a olhar a etiqueta das roupas, dos produtos eletrônicos, as caixas
dos alimentos nos supermercados, etc. Garanto que você vai se surpreender com a quantidade
de produtos importados que consumimos. É importante frisar que mesmo os produtos
“nacionais” usam em sua formulação algum insumo importado ou é beneficiado em alguma
máquina importada ou pelo menos projetada em outro país.

Bem vindo ao século XXI! Era da informação, do conhecimento e do acesso ao mundo.

Antes de irmos adiante, vamos entender o que é importar. Importar, em linhas gerais, é
quando você (Pessoa Física ou Jurídica, cada uma obedecendo a legislação específica)
traz para o país um produto ou serviço proveniente de outro país.

Alguns poderão perguntar. Não é muito mais fácil comprar estes produtos aqui mesmo no
Brasil? Por que uma empresa decide importar?

Sem sombra de dúvida é muito mais fácil comprar no mercado interno do que importar.
Então, se é mais fácil comprar no mercado interno, por que algumas empresas optam por
fazer importações?

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NÃO HÁ UMA RESPOSTA SIMPLES OU PRONTA PARA ESTA PERGUNTA.
CONTUDO, ELENCAMOS ABAIXO ALGUNS ARGUMENTOS DE EMPRESAS
QUE JÁ SE UTILIZAM DE IMPORTAÇÃO:

• Porque busca produtos (insumos, bens de consumo ou de capital, etc.)


com preços mais acessíveis e/ou com maior qualidade.

• Porque busca uma tecnologia inexistente ou pouco desenvolvida no país.

• Porque não encontrou fornecedores adequados no mercado interno.

• Porque surgiu um contexto econômico favorável à importação (câmbio).

• Porque busca ter mais opções de compras.

• Porque busca um diferencial em relação ao mercado interno.

• Porque quer evitar o risco de desabastecimento.

O medo impede que um número ainda maior de empresas realize importações. Medo do
desconhecido, de não saber como fazer, de não receber o que comprou, de ser enganado,
etc. Ao longo deste trabalho vamos tentar acabar com estes medos, ou pelo menos reduzi-
los significativamente. Para isto precisamos do seu comprometimento, atenção e tempo para
planejar e estudar suas ações.

Falando em planejamento, a falta deste é a principal causa dos problemas enfrentados pelas
empresas que decidem importar, que aliada ao despreparo são responsáveis, por vezes,
por expressivos prejuízos. Dentre os principais problemas que ocorrem em um processo de
importação, podemos citar alguns como:

• Erro na classificação fiscal do produto (NCM).

• Erro na estimativa dos custos de importação.

• Falta de critério e método na escolha de fornecedores no exterior.

• Falta de visão de longo prazo sobre o cenário econômico (câmbio), o que faz
com que não tenham um Plano B.

• Falta de análise sobre as variáveis incontroláveis no processo (infraestrutura


logística, órgãos anuentes, RFB, política externa brasileira, etc.)

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Como se evita estes erros? A resposta a esta pergunta está no
trinômio TEMPO, INFORMAÇÃO E DINHEIRO. A empresa deve
investir TEMPO para se apropriar das INFORMAÇÕES necessárias
se quiser ganhar dinheiro. Para se ter INFORMAÇÃO de qualidade,
deve-se investir TEMPO na pesquisa, caso contrário pode-se
perder DINHEIRO nas operações. DINHEIRO é resultado direto das
INFORMAÇÕES de qualidade, adquiridas com muito TEMPO de
pesquisa.

Em suma, não há como estruturar uma operação de importação se não houver por parte da
empresa uma dedicação de tempo para realizar pesquisas e buscar informações. Sendo assim,
sugerimos que este trabalho não fique nas mãos de uma única pessoa. Forme um pequeno
comitê, composto por um mínimo de duas e um máximo de quatro pessoas para organizar o
Projeto Importação. Assim, as informações são compartilhadas e ninguém fica sobrecarregado
com o trabalho.

Perceberam que importar não é uma tarefa tão simples assim. Portanto sua preparação é
fundamental para que não ocorram sobressaltos ou imprevistos ao longo do processo. A seguir
daremos alguns passos dentro de um sequenciamento lógico para lhe auxiliar nesta preparação.

A primeira coisa a fazer é localizar o exportador, ou seja, aquela empresa que produz o que
você deseja importar. Por sorte, hoje em dia há várias opções de ferramentas de pesquisa
que acabam tornando esta tarefa relativamente simples. Contudo, alguns cuidados devem ser
tomados, tais como:

• Sempre que possível opte por exportadores conhecidos, por empresas indicadas
ou com marcas conhecidas.

• Se tiver alguma dúvida sobre a idoneidade da empresa exportadora, consulte


a embaixada brasileira no país do exportador e a embaixada do país do
exportador aqui no Brasil. Normalmente as embaixadas possuem informações
sobre empresas que agiram indevidamente.

• Quando possível, pesquise por mais de um potencial exportador. Assim você


poderá comparar os preços, condições de pagamento, tempo de entrega, entre
outros pontos relevantes. Além obviamente de você também ter opções de
fornecimento.

Após identificar os potenciais exportadores, entre em contato com eles para iniciar a etapa de
negociação. Ao término desta, tendo certeza que o exportador entendeu a sua demanda, solicite

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para ele a Proforma Invoice. Esta corresponde no mercado interno ao orçamento. Em suma,
constará nela a síntese do processo de negociação entre as partes (quantidade, valor, peso
líquido, peso bruto, modalidade de pagamento, Incoterm, etc.), a estrutura básica do processo
de importação.

De posse da Proforma Invoice, inicia-se outra etapa de pesquisa, desta vez para ver a correta
classificação fiscal do produto e seu correto enquadramento na Nomenclatura Comum do
Mercosul – NCM. Desde janeiro de 1995, os países que compõem o Mercosul adotam a NCM
como sistema de classificação fiscal. Esta segue os princípios do Sistema Harmonizado (SH),
que é um sistema internacional utilizado em grande parte dos países. Assim, dos oito dígitos
que formam a NCM, os seis primeiros são formados pelo SH e dos dois últimos correspondem
a desdobramentos específicos do Mercosul. Por conta disto, pode ser que na Proforma o
exportador lhe fornece uma classificação fiscal próxima à sua. Contudo, é aconselhável que o
importador sempre faça a conferência desta, em caso de erro a responsabilidade é do importador
que não orientou corretamente o exportador.

A correta classificação fiscal é a base para a pesquisa das obrigações sobre o produto importado.
Como por exemplo:

• Definirá os tributos a serem pagos, permitindo que o importador se programe


financeiramente.

• Evitará que o importador acabe pagando uma multa por desclassificação da


mercadoria ou pela necessidade de Licença de Importação (LI) pré-embarque.

• Indicará se o produto importado está sujeito ao estabelecimento de direitos de defesa


comercial (antidumping, compensatórios e salvaguarda).

• Apontará ainda a incidência de Tratamento Administrativo sobre o produto que está


sendo importado, informando se este está subordinado a algum órgão anuente e qual
o procedimento deve ser adotado. Para fins de consulta acesse o site da Receita
Federal do Brasil (https://www4.receita.fazenda.gov.br/tratamento/private/pages/
consulta_tratamento.jsf)

Para você classificar corretamente o seu produto vai precisar da descrição completa e detalhada
deste. Se for uma máquina ou equipamento é aconselhável que tenha o catálogo para lhe auxiliar.

O próximo passo é definir o modal a ser utilizado, ou seja, a modalidade de transporte que
será usado no transporte da carga. Os principais modais são: rodoviário, ferroviário, aéreo e
aquaviário. Normalmente o exportador já faz uma sugestão, tendo por base as características
do produto, o valor e a distância a ser percorrida. Se você for fazer uma cotação, o agente de
carga lhe solicitará o volume da carga a ser transportada, o peso bruto, a NCM do produto, a

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origem do embarque e o destino. Sugerimos que sejam feitas pelo menos três cotações para
fins de controle e comparação de valores.

Ao decidir importar, dedique especial atenção ao modal que será utilizado. Tenha claro os seus
prazos e a possibilidade de eventuais atrasos decorrentes de variáveis incontroláveis. Por isto,
tenha sempre um Plano B, em algum momento ele lhe salvará.

Na Proforma será informado o Incoterm (International Commercial Terms / Termos


Internacionais de Comércio) proposto pelo exportador. É extremamente importante que você
dedique tempo na pesquisa e análise dos Incoterms para entender quais são as responsabilidades
das partes (exportador e importador) e como estes impactam no seu custo de importação.

Os Incoterms servem para definir os direitos e obrigações das partes envolvidas no processo de
importação (exportador e importador). Os Incoterms definem por exemplo: onde a carga será
entregue pelo exportador, quem paga o frete interno, quem paga o frete internacional, quem é
responsável pela contratação do seguro internacional, etc.

Os Incoterms são um conjunto de regras imparciais, criados pela Câmara de Comércio Exterior
de Paris em 1936, com o objetivo de uniformizar as operações de comércio exterior e hoje
constituem a base dos negócios internacionais. Cabe ressaltar que os Incoterms não impõem,
mas propõem critérios que facilitam o entendimento entre importadores e exportadores.

As regras propostas para os Incoterms são válidas apenas para os exportadores e importadores,
não se aplicam aos demais envolvidos no processo, tais como: despachantes, seguradoras e
transportadores.

HOJE CONTAMOS COM 11 INCOTERMS

Contudo, tendo por base o nível básico da capacitação, vamos apresentar apenas os mais
utilizados, que são: Ex Works, FOB, CIF e FCA.

EXW – Ex Works (...named place)

O exportador disponibiliza a mercadoria acabada, devidamente embalada para exportação


em seu estabelecimento, que pode ser sua fábrica ou armazém, conforme definido por este.
Cabe ressaltar que a mercadoria não estará desembaraçada e que a responsabilidade e os
riscos do carregamento cabem ao importador. Neste Incoterm há o mínimo de envolvimento
por parte do exportador.

Este Incoterm é multimodal e determina que toda a responsabilidade pelo transporte da


origem até o destino cabe ao importador. Por conta disto, é aconselhável que o mesmo
contrate um bom prestador de serviço para assessorá-lo.

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FOB – Free on Board (...named port of shipment)

Este é um dos Incoterms mais conhecidos no comércio exterior. No Brasil muitos utilizam
ele para designar de quem é a responsabilidade pelo pagamento do frete no mercado
interno. Contudo, cabe ressaltar que tal utilização é uma distorção da aplicação original
deste termo, que na verdade deve ser utilizado exclusivamente para o transporte
aquaviário, jamais para o rodoviário. Chamamos a atenção para este fato para que erros
de interpretação não ocorram no seu processo de importação.

As obrigações do exportador se encerram quando este disponibiliza a carga dentro do


navio no porto de origem. Sendo assim, é responsabilidade do exportador todo o transporte
interno, desembaraço da mercadoria e pagamento dos custos portuários na origem. A
partir deste ponto, a responsabilidade e as despesas correm por conta do importador,
sendo ele o responsável por perdas e danos. Por este motivo sugerimos, de forma enfática,
a contratação de seguro internacional para resguardá-lo.

CIF – Cost, Insurance and Freight (...named port of destination)

Assim como ocorre com o FOB, este é outro Incoterm muito utilizado no comércio exterior
e igualmente distorcido no mercado interno. O CIF – Cost, Insurance and Freight (custo,
seguro e frete) também é de uso exclusivo do modal aquaviário. Assim como ocorre com
o FOB a responsabilidade pela carga é transferida ao importador quando a carga estiver
desembaraçada a bordo. Contudo, caberá ainda ao exportador contratar o frete e o seguro
internacional até o porto de destino negociado. A partir deste ponto os custos correrão por
conta do importador.

Atenção ao fato de que o seguro pago pelo exportador tem cobertura mínima, de
modo que compete ao importador avaliar se há a necessidade de efetuar seguro
complementar. Assim como ocorre no FOB, este termo é usado exclusivamente
para transporte aquaviário (marítimo, fluvial ou lacustre).

FCA – Free Carrier (...named place)

Caberá ao exportador entregar a mercadoria desembaraçada aos cuidados do


transportador internacional. Neste momento suas obrigações se encerram e iniciam-se
as responsabilidades do importador, que a partir deste ponto responderá pelas despesas
decorrentes do processo, por eventuais avarias e/ou extravio. Por determinação do
importador, poderá o exportador entregar a mercadoria a um terceiro que não seja o
transportador internacional. De qualquer forma no momento desta entrega encerram-se
as obrigações do exportador.

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Por último, cabe lembrar que este Incoterm se aplica a qualquer modal.

Outro ponto de grande relevância e que preocupa muito os importadores é a modalidade


de pagamento. Ou seja, como vou pagar pela importação? O importador deve ter
claro que em todas as modalidades de pagamento há um percentual de risco para as
partes. A depender da modalidade escolhida este risco é maior para o importador ou
para o exportador. Aconselhamos que o importador estude detalhadamente as principais
modalidades de pagamento existentes para entender a que riscos está exposto e como,
na medida do possível, evita-los ou minimizá-los.

Cabe enfatizar que a modalidade de pagamento é determinada basicamente por dois fatores.
São eles:

1º Confiança entre as partes

2º Práticas de mercado

As principais modalidades de pagamento utilizadas no comércio exterior são:

Pagamento antecipado

Remessa direta de documentos

Cobrança documentária

Carta de crédito

A seguir detalharemos cada uma delas.

Pagamento antecipado

O pagamento é efetivado antes do embarque da mercadoria no exterior. Ou


seja, o importador realiza o pagamento confiando que o exportador efetivará
o embarque. Este pagamento poderá ser realizado até 180 dias antes da data
estimada de embarque. Cabe ressaltar a importância de se ter referências a
respeito do exportador antes de efetivar este pagamento, pois uma vez pago,
fica o importador na total dependência do exportador.

Para realizar este pagamento, o importador deverá encaminhar ao banco a Fatura Proforma
(Proforma Invoice) ou o contrato comercial onde deverá constar de forma clara o valor a ser
pago, a condição de pagamento antecipado e o prazo de entrega da carga. Se a mercadoria a
ser importada estiver sujeita a Licença de Importação pré-embarque, o número desta deverá ser
apresentado neste momento.

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Remessa Direta de Documentos

Também conhecida por Remessa sem Saque, esta modalidade de pagamento


é mais utilizada por empresas do mesmo grupo ou coligadas. Basicamente
consiste no oposto do Pagamento Antecipado, ou seja, o exportador envia a
mercadoria e os documentos originais para o importador, que em uma data
pactuada entre as partes realizará o pagamento. Assim como na modalidade
anterior o importador não tinha garantias sobre o recebimento da mercadoria,
nesta o exportador não tem garantias quanto ao recebimento do valor a ser
pago. Por esta razão, os exportadores utilizam esta modalidade de pagamento
entre empresas pertencentes ao mesmo grupo empresarial.

Cobrança Documentária

Na cobrança documentária o exportador embarca a mercadoria, notifica o


importador e encaminha os documentos originais via banco, com uma carta
de instruções e de um saque ou cambial (o equivalente a uma promissória no
mercado interno). Através de seus correspondentes, no país do importador, o
banco entrará em contato com este para informá-lo da chegada dos documentos.
Neste momento o importador deverá dirigir-se ao banco para assinar este saque
e retirar os documentos originais.

Cabe frisar que o saque assinado pelo importador é um título executável, sendo assim, se o
importador não efetuar o pagamento na data acordada, o banco correspondente vai acioná-lo.

Carta de Crédito

A Letter of Credit – L/C ou Carta de Crédito é uma das modalidades mais


conhecidas e utilizadas no comércio exterior. Nesta modalidade o pagador
não é o importador e sim o banco por ele nomeado. Para que o importador
possa abrir uma Carta de Crédito junto ao banco, ele deverá ter garantias para
apresentar a este. Cabe ressaltar ainda que o banco cobra uma taxa para a
abertura de uma L/C que muda de banco para banco e dependerá também do
seu relacionamento com a instituição financeira e seu gerente.

O exportador poderá solicitar esta forma de pagamento por ser uma das mais igualitárias entre
as parte, ou seja, que melhor protege importador e exportador. Contudo, caberá ao importador
identificar na Carta de crédito a relação de documentos necessários para o desembaraço
da mercadoria, minimizar os riscos e, se julgar necessário, atestar sua qualidade. Lembrando

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sempre que a solicitação de atestado, inspeções e outros documentos fora dos padrões normais
de comércio poderão acarretar em custos extras não previstos anteriormente.

Após definirmos a modalidade de pagamento proposta pelo exportador, o próximo passo


antes de definirmos se devemos ou não efetivar a importação é a análise dos custos desta.

Chamamos muita atenção para este ponto. O importador jamais deverá realizar uma
importação se não tiver recursos além do necessário. Isto porque a importação está
sujeita a variação cambial até o momento do desembaraço da carga. Ou seja, uma
importação orçada inicialmente em R$ 10.000,00 (dez mil reais) poderá até o final
custar mais ou menos, a depender da variação da moeda negociada. Sendo assim,
evite sustos ou problemas de última hora, sempre tenha uma reserva de emergência.
Como exemplo, podemos citar paralisações parciais ou totais da Receita Federal do
Brasil, greve dos operadores portuários, catástrofes naturais, multas, etc.

No que se refere a créditos tributários há uma diferença de tratamento entre as empresas que
são enquadradas no lucro real e presumido e aquelas enquadradas no simples. Recomendamos
que esta análise seja realizada junto com o contador da empresa ou consulte apoio técnico, pois
haverá um impacto direto no que se refere aos créditos tributários.

Se o seu planejamento vislumbra importações regulares, recomendamos que analise muito bem
o câmbio e suas perspectivas. Neste caso, um fornecedor no mercado interno para lhe socorrer,
caso necessário.

Contrate um despachante aduaneiro ou uma empresa de assessoria para lhe auxiliar no processo
de importação. O despachante aduaneiro é o representante legal da empresa junto à autoridade
aduaneira, ou seja, será ele ou seu preposto que representará a empresa junto a RFB por ocasião
do desembaraço da mercadoria. Além disto, ele será o responsável pelo registro da Declaração
de Importação (DI) no Siscomex.

A contratação do despachante aduaneiro não é obrigada por lei, podendo o importador


representar-se junto à Receita. Contudo, é altamente recomendável que a empresa contrate
este profissional por conta da sua experiência e familiaridade com a legislação aduaneira e os
trâmites da RFB.

Como regra geral cabe lembrar que tudo que for lícito pode ser importado. No entanto, sempre
recomendamos que a NCM seja consultada antes da efetivação da importação, para evitar

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problemas com algum órgão anuente ou com a Receita Federal.

Produtos usados (bens de capital) também podem ser importados. Há uma legislação específica
a qual deve ser consultada previamente a importação.

É importante que o importador perceba que quanto mais tempo ele investir na pesquisa, análise
e estudo das informações mais ele reduzirá o risco de eventuais problemas na operação e
incidência de multa no processo.

Muitos a esta altura poderão se questionar. Só posso importar produtos ou posso importar
serviços também?

Sim, também posso importar serviços. Neste caso, o procedimento é totalmente


diferente daquele adotado para a importação de produtos. Para classificar o serviço
a ser importado devo fazer uso da Nomenclatura Brasileira de Serviços (NBS), e a
operação deverá ser registrada no Siscoserv, ao invés do Siscomex.

Caso necessite importar algum serviço, recomendamos que pesquise previamente os


procedimentos que devem ser adotados de acordo com a legislação brasileira.

Após realizar todas as análises e estudos sugeridos aqui e tendo optado por efetivar a importação,
a empresa antes de efetivá-la deve habilitar-se no Registro e Rastreamento de Atuação dos
Intervenientes Aduaneiros (RADAR). A Instrução Normativa (IN) nº 1603 de 15/12/2015 é quem
instrui sobe como proceder a esta habilitação. Para mais informações consulte o site http://idg.
receita.fazenda.gov.br/interface/entrega-de-documentos-digitais/servicos-e-documentacao-
necessaria-para-entrega-de-documentacao-digital/3-comercio-exterior/3-comercio-exterior-
habilitacao. Da mesma forma informações complementares relevantes poderão ser encontradas
no site da Receita Federal do Brasil (http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/
manuais/habilitacao/Habilitacao).

A leitura da legislação antes da habilitação é primordial, uma vez que esta deverá ser compatível
com o perfil de sua empresa e das operações que serão realizadas. Em caso de dúvida, não
deixe de procurar ajuda.

Relembrando mais uma vez: não realize o embarque se não estiver habilitado no RADAR, isto
vai lhe gerar sérios problemas por ocasião da chegada da mercadoria no território nacional. Se
você possui RADAR e não importa há muito tempo, antes de determinar o embarque verifique
para ver se este permanece ativo.

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Agora vamos organizar e sintetizar as ações que deverão ser tomadas após a efetiva decisão
de importar.

Peça a cotação (Proforma Invoice) para o importador. Caso tenha pedido esta Proforma
há muito tempo, faça novo contato e peça uma atualizada para ter certeza que os termos
comerciais e os valores não sofreram nenhuma alteração. Se não fizer tanto tempo
assim, envie um email ao exportador informando que você dará andamento ao processo
de importação, com base em determinada Proforma (informar número e data). Antes de
efetivar qualquer pagamento ou ação, aguarde a resposta dele. A clareza na comunicação
e as confirmações são vitais para o bom andamento do processo de importação.

Ao receber a nova Proforma, analise a modalidade de pagamento e os Incoterms. Se


estiver de acordo com suas expectativas, vá em frente. Caso contrário, entre em contato
com o exportador e negocie. Não se esqueça que o negócio deve ser bom para os dois. É
passível de entendimento que é o exportador que define a modalidade de pagamento e o
preço do produto a ser exportado. Por conta disto, no começo deste material, sugerimos
que o importador pesquisasse por mais de um exportador, para que tivesse opções de
fornecimento e de negociação.

Uma vez definido o ponto anterior, e tendo certeza da correta classificação fiscal do produto
(NCM) e da inexistência de restrições, o importador deverá cotar os custos de importação,
tendo sempre por base os valores constantes na Proforma Invoice e a origem do produto.
Com base nestes custos e as condições de pagamento, avaliando o transit time (tempo
de trânsito) entre a origem e o destino, o tempo de produção, a qualidade e outros fatores
você terá condições de escolher aquele exportador que melhor atende à sua demanda. Ao
fazer esta avaliação não se esqueça de considerar os acordos comerciais (ACE) existentes
entre o país do exportador e o Brasil. Tais acordos poderão lhe trazer vantagens financeiras
interessantes.

Após definido o exportador e encerrada a negociação, combine com o exportador o


embarque. Vamos relembrar que a responsabilidade pela contratação do frete internacional
dependerá do Incoterm negociado entre as partes. Se for a primeira vez que você está
importando aconselhamos fazer uso de uma assessoria ou pedir ajuda para o seu
despachante aduaneiro.

Se houver necessidade de algum documento específico para liberação da mercadoria junto


à aduana brasileira ou algum ajuste de embalagem ou formulação, é responsabilidade do
importador informar tais especificidades ao exportador. Caso isto não ocorra ele não poderá
ser responsabilizado por eventuais problemas. Ressaltamos que toda a comunicação entre as
partes deverá ser feita formalmente através de email, evite conversas por Skype. Se isto ocorrer,
logo em seguida envie um email registrando o que foi conversado e reforçando o que ficou

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combinado.

Logo que embarcar a mercadoria, o exportador deverá enviar cópias dos documentos ao
importador, o qual assim que recebê-los os encaminhará ao responsável escolhido e previamente
habilitado, que de posse destes documentos fará a Declaração de Importação (DI) no Sistema
Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). Este será o documento base para o despacho de
importação.

Despacho de importação é todo o processo de nacionalização de mercadoria que é conduzido


junto à Receita Federal do Brasil (RFB) e o ato que determina seu início é o registro da Declaração
de Importação no Siscomex.

De forma aleatória o Siscomex seleciona as DIs registradas para um dos canais existentes de
conferência aduaneira. São eles:

Verde: liberação imediata

Amarelo: conferência documental

Vermelho: conferência física e documental

Cinza: Conferência documental, análise física da mercadoria e aplicação de procedimento


especial de controle aduaneiro, para verificar se há indícios de fraude, inclusive no que se
refere ao preço declarado da mercadoria.

Nas primeiras importações o importador deve ter especial atenção com o tempo de liberação,
ou seja, deve planejar-se com maior antecedência. Isto porque há uma maior probabilidade
de conferência no processo de despacho, o que certamente demandará mais tempo para a
liberação da mercadoria.

Ao término do despacho, a mercadoria estará disponível para a coleta da empresa, a qual


deverá emitir a Nota Fiscal de entrada para realizar o transporte desta até suas instalações, bem
como para dar entrada em seu estoque.

Para concluir, chamamos atenção quanto à guarda dos documentos de importação. Toda a
documentação de importação deverá ser guardada pelo prazo mínimo de cinco anos e é de
total responsabilidade do importador, inclusive sua boa conservação. Cópias digitalizadas não
substituem documentos originais.

Cumpridas todas estas etapas o processo de importação está concluído.

Agora que você já tem uma boa noção de como importar produtos e serviços de forma
rentável e segura, minimize os riscos elaborando um bom planejamento e, vá em frente!

Em caso de dúvidas, informe-se e procure apoio técnico.

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