Trabalho de Governo Eletrónico Governante

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Cobrança do Imposto em sistema Electrónico

Nome: Joana Tiago Elísio


Código: 708206376

Curso de Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Governo Electrónico e Globalização
2º Ano
Docente: Dr. Nelito Fernando

Quelimane, Maio de 2021


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problema)
Introdução  Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 1.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico 3.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada,
coerência/coesão
Análise e discussão textual)
 Revisão
bibliográfica 2.0
nacional e
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos
práticos 2.0
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
gerais Formatação parágrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em citações das 4.0
bibliográficas e bibliografia citações/referências
bibliográficas
Folha para recomendação de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice

1. Introdução................................................................................................................................3

1.1. Objectivos.............................................................................................................................4

1.1.1. Geral...................................................................................................................................4

1.1.2. Específicos.........................................................................................................................4

1.2. Metodologia..........................................................................................................................4

2. Cobrança do Imposto em sistema Electrónico.........................................................................5

2.1. Conceitos do Imposto...........................................................................................................5

2.2. Cobrança Electrónica............................................................................................................6

2.3. Tipos de Imposto..................................................................................................................7

2.3.1. Emissão de facturas ou documentos equivalentes.............................................................8

2.4. Nova economia digital..........................................................................................................8

2.4.1. O futuro da tributação.......................................................................................................10

2.5. Desafio de tributar localmente rendas cada vez mais globais..............................................11

3. Conclusão................................................................................................................................13

4. Bibliografia.............................................................................................................................14
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1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Governo Electrónico e Globalização, enquadra-se no âmbito


das cadeiras curriculares do curso de licenciatura e administração pública.

Os impostos desempenham um papel importante no crescimento de qualquer economia do


mundo, os governos com as suas políticas fiscais fazem a colecta dos impostos que
representam grande parte do Orçamento do Estado. Este Orçamento é usado para responder as
necessidades colectivas dos indivíduos ou, da sociedade, dai que, com os recursos arrecadados
via tributação, os governos conseguem financiar – se e promover gratuitamente bens públicos
a população em troca do recebimento dos impostos.

Um dos impostos que maior relevância ocupa na carteira fiscal nos dias que correm, dentro do
designado tributação sobre as despesas é o Imposto sobre o Valor Acrescentado, como indica.
No ordenamento jurídico fiscal Moçambicano, o IVA foi promulgado em 1998 e introduzido
em 1999, e hoje representa mais da metade do colectado em receitas fiscais. É percepção das
autoridades ligadas a colecta de impostos, que a maior fatia de transacções sujeitas ao IVA,
não são cobradas, ou, se o são, os respectivos valores não são canalizados aos cofres do
Estado.
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1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Compreender cobrança do Imposto em sistema de Electrónico

1.1.2. Específicos

 Identificar os tipos de Imposto


 Explicar a emissão de facturas ou documentos equivalentes
 Descrever os desafios de tributar localmente rendas cada vez mais globais

1.2. Metodologia

Segundo Marconi & Lakatos (2000 p.44) “método é o caminho pelo qual se chega a
determinado resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo
reflectido e deliberado”.

Os métodos usados para a elaboração deste trabalho foram:

 Consultas em fontes bibliográficas;

 Pesquisas pela Internet.


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2. Cobrança do Imposto em sistema Electrónico

2.1. Conceitos do Imposto

Falar sobre imposto é imprescindível visto que, o foco da pesquisa norteia o imposto e a sua
classificação, por ser a chave de todos os conceitos e teorias levantadas ao longo do capítulo,
e, que serve de guia ao estudo, ora vejamos o que referenciam alguns autores sobre o assunto:

Segundo Pereira (s/d), define imposto como sendo a prestação coactiva, patrimonial,
definitiva e unilateral, estabelecida por lei, sem carácter de sanção e a favor do Estado. Com
definição similar Ibraimo (2002), afirma que o Imposto é uma prestação coactiva, pecuniária,
definitiva e unilateral, estabelecida por lei, sem carácter de sanção, a favor do Estado para a
realização de fins públicos.

No entanto, para Waty (2002), o imposto é uma prestação coactiva, patrimonial, positiva, não
sinalagmática, sem carácter de sanção, estabelecida por lei, a favor de uma entidade pública
ou com funções pública para a satisfação das necessidades públicas e redistribuição de
riquezas, independentemente de qualquer vínculo anterior.

Os dois primeiros autores acima citados comungam a mesma ideia acerca do conceito sobre
imposto, no entanto, Waty, veio acrescentar um novo aspecto que e a redistribuição da
riqueza, onde ele referencia que o fim ultimo da cobrança dos impostos é a provisão de bens
em beneficio da comunidade. Sendo assim se pode concluir que o imposto é uma parcela paga
em dinheiro pelos contribuintes ou agente passivo de carácter imperativo e obrigatório, sem
retribuição, imposta a favor da entidade pública, para a realização das despesas públicas em
benefício da sociedade.

Os conceitos acima podem ser discernida da seguinte forma, segundo cita Pereira (s/d):
Prestação coactiva: imposta pelo Estado, isto é, imperativo;

Prestação pecuniária ou patrimonial: avaliável em dinheiro;

Prestação definitiva: sem direito a restituição, reembolso, retribuição ou indemnização;

Prestação unilateral ou não sinalagmática: sem contraprestação específica, individual,


imediata e directa (ao contrario da taxa, não dá ao devedor o direito de exigir qualquer
contraprestação imediata);

Prestação estabelecida por lei: de acordo com o princípio da legalidade, isto é, todos os
impostos devem ser estabelecidos por lei através da Assembleia da República, para o caso de
Moçambique;
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Prestação sem carácter de sanção: sem fins sancionatórios

Prestação a favor do Estado: em sentido muito amplo, equivalente aqui a qualquer entidade
que exerça funções públicas;

Prestação para realização de fins públicos: regra geral, o imposto pago pelos contribuintes
é usado para a materialização das despesas públicas.

Convenhamos que nos dias actuais é preferível realizar serviços bancários de forma
totalmente on-line, certo? Receber facturas por e-mail ou aplicativos e realizar pagamentos
através da internet, seja em um computador doméstico, do escritório e até mesmo pelo próprio
smartphone é muito mais simples.  

Para as organizações não é diferente, dispor de métodos e recursos modernos para manter o
controle sobre as finanças é vantajoso também para quem recebe. Mas todas essas facilidades
não seriam possíveis sem a ajuda e o avanço da tecnologia que tem inovado o sistema de
pagamentos e recebimentos que estamos acostumados.

A cobrança electrónica de títulos pode ser uma excelente solução para que sua empresa
automatize o controle dos recebíveis. Pensando nisso, elaboramos este artigo com todos os
termos envolvidos para você entender de vez esse processo.

2.2. Cobrança Electrónica

É necessário saber antes que além das empresas, pessoas físicas podem emitir boletos
bancários. Para passar a contar com este serviço é necessário que a pessoa possua uma conta
bancária e manifeste o interesse junto a instituição financeira a qual pertence que, através de
contrato firmado com o beneficiário, fica responsável pelo controle da cobrança. 

O processo de activação do produto de cobrança com o banco se dá através da aquisição de


uma carteira digital. A carteira define o modo como o boleto será tratado pelo banco,
adquirindo uma, a empresa notifica todos os boletos de pagamentos que foram gerados no seu
negócio por ela. Sobre os títulos encaminhados, os bancos geralmente cobram uma taxa para
registo, independentemente de ele ser pago ou não. Na carteira também podem ser
adicionados outros serviços que são opcionais, como: protesto automático em caso de não
cumprimento do pagamento, por exemplo.
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A abertura uma carteira é  acompanhada por um processo de homologação. É possível


homologar mais de uma conta bancária no mesmo banco. Para exemplificar como o processo
funciona, usaremos um fluxo simples utilizando a emissão de boletos de cobrança:

 A empresa emissora dos boletos envia um arquivo remessa contendo todas as


instruções de cobrança por meio da plataforma disponibilizada pelo banco;

 O banco regista a cobrança e autoriza o envio dos boletos;

 Os clientes recebem os boletos para efetuar o pagamento;

 A empresa verifica diariamente no internet banking a existência de arquivos retorno


para download – esses  arquivos contém o status dos títulos foram enviados para
cobrança;

 A empresa captura o arquivo baixado no site do banco e faz o upload no software de


controle financeiro. Ao ler o arquivo e processar, o software faz a baixa dos boletos
que foram liquidados, deixando pendente os demais.

2.3. Tipos de Imposto

Para melhor compreender o tema foi necessário trazer conceitos que exploram as palavras-
chave abordados no estudo, como o caso do imposto e sua classificação. Ora Waty (2007),
demonstra que os impostos podem ser classificados de acordo com vários critérios,
nomeadamente:

a) Segundo a natureza do sujeito activo

Impostos estaduais - Considera - se o estado como o sujeito activo, e esses podem ser
Impostos sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRPS), Imposto sobre o Rendimento
das Pessoas Colectivas (IRPC) e o Imposto sobre o Valor acrescentado (IVA), que constitui o
foco deste estudo, uma vez que a pesquisa abordou sobre o envolvimento do consumidor na
redução da evasão fiscal desse imposto.

Impostos não estaduais - Aqueles que tem por sujeito activo pessoas colectivas de natureza
diferentes como o caso de regiões autónomas, autarquias locais e instituições públicas, como
por exemplo o imposto sobre veículo, taxas radiofusão.
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b) Segundo o âmbito territorial

Impostos nacionais - São todos aqueles aplicáveis no território nacional, como o caso do
IRPC e o IVA.

Impostos continentais - Aplicáveis apenas no continente como Imposto de Turismo, esse


imposto verifica se não âmbito nacional, portanto não e objecto de estudo analisar nesse
âmbito.

Impostos locais - Aplicáveis apenas a uma parcela específica do território nacional como as
regiões autónomas, autarquias locais, zonas turísticas, o exemplo desses impostos e o SISA e
os Impostos de Jogo.

2.3.1. Emissão de facturas ou documentos equivalentes

Segundo o número 27 do artigo 32 da lei nº 32/2007, de 31 de Dezembro estabelece que o


sujeito passivo é obrigado a emitir uma factura por cada transmissão de bem e/ou prestação de
serviços que realizar, bem como por qualquer pagamento antecipado relativa a transmissão de
bem e/ou prestação de serviço a realizar posteriormente, no prazo de cinco dias úteis seguintes
ao momento em que o imposto é devido.

Em caso de devolução de bens, a factura é substituída por guia ou nota de devolução, até o
quinto dia útil seguinte à data da devolução. Relacionando com o estudo, é comum observar
nos estabelecimentos comerciais contribuintes que não emitem a factura ou documento
equivalente nas suas vendas, criando assim oportunidades de fuga ao fisco ou evasão fiscal,
visto que as vendas não estão sendo declaradas.

2.4. Nova economia digital

Há uma verdadeira revolução em andamento. A indústria, economia e sociedade


transformam-se em ritmo acelerado. A tecnologia está modificando profundamente a maneira
como vivemos, nos comunicamos, trabalhamos, geramos riqueza, consumimos e nos
relacionamos (SCHWAB, 2016).

A digitalização mudou a forma de fazer negócios, bem assim de criar, circular e gerir
riquezas. Deu ensejo a modelos empresariais até recentemente desconhecidos, novas formas
de comércio e de relacionamento entre empresas e consumidores, ao tempo em que
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paulatinamente tornou obsoletos modelos tradicionais. Está alterando também a natureza do


trabalho e a maneira como Poder Público e sociedade comunicam-se. Governo e instituições
jurídicas precisam adaptar-se aos tempos actuais para lidar com necessidades e demandas
emergentes (e.g. acesso à internet) e administrar canais e instrumentos sem precedentes.

O que vivemos hoje pode ser apenas o início de transformações mais radicais ainda em curso.
Há quem afirme que o mundo estaria à beira da quarta revolução industrial, com impactos
económicos e sociais evidentes e consequências imprevisíveis no longo prazo (SCHWAB,
2016, p. 11), inclusive quanto ao funcionamento do Estado. Inteligência artificial (IA), big
data, criptomoedas, robótica, impressoras 3D, internet das coisas (IoT) e nanotecnologia –
apenas para citar alguns exemplos – tendem a impactar radicalmente economia e sociedade,
tornando obsoleta boa parte das regras e instituições jurídicas hoje vigentes.

Schwab sustenta que a nota mais típica desse cenário e da chamada quarta revolução
industrial seria a fusão entre os mundos digitais, físicos e biológicos. O Presidente Executivo
do Fórum Económico Mundial sintetiza que a nova era das máquinas é “caracterizada por
uma internet mais ubíqua e móvel, por sensores menores e mais poderosos que se tornam
mais baratos e pela inteligência artificial e aprendizagem automática (ou aprendizado de
máquina) ” (SCHWAB, 2016, p. 16).

Segundo a OCDE, ao menos quatro características definem o que se convencionou chamar de


“economia digital”:

 A acentuada dependência de intangíveis;


 O uso maciço de dados, especialmente os de carácter pessoal dos usuários e
consumidores;
 A frequente adopção de modelos de negócios multilaterais; e
 A dificuldade de determinar a jurisdição na qual a criação de valor ocorre,
notadamente em razão da marcante mobilidade dos activos e “estabelecimentos”
(OECD, 2015, p. 16).

A economia compartilhada e das plataformas digitais expande-se, e seu tamanho ainda não
está devidamente mensurado. Além das vantagens fiscais, outros factores parecem contribuir
para esse crescimento, como o emprego de activos, muitas vezes, subutilizados em poder de
particulares – como no caso dos aplicativos de locação de imóveis ou de transporte – e
também a utilização de demanda ainda reprimida por diferentes padrões de trabalho (em
tempo parcial, temporário ou adicional) ainda pouco explorados. Do ponto de vista do
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consumidor, a praticidade do uso, o baixo custo e a facilidade e velocidade busca, aquisição e


pagamento electrónicos certamente são peças importantes desse quadro (OCDE, 2019, p. 11).

2.4.1. O futuro da tributação

Os impactos económicos da revolução digital afectam também a tributação. As


transformações em curso nas relações sociais e económicas reclamam tributos diferentes e
outras formas de cobrança, quer no nível interno, quer no nível internacional. Os sistemas
tributários em vigor não parecem plenamente capazes de dar conta dos desafios postos pela
nova economia digital. As bases, estabelecidas no início do século XX, caminham para
tornarem-se rapidamente obsoletas – inaptas para lidar com novas práticas comerciais e novos
modelos de negócios.

Os reflexos afectam tanto a política tributária quanto administração. Se, por um lado, as novas
tecnologias de informação, comunicação e inteligência abrem enormes oportunidades para
que os fiscos cobrem, arrecadem e fiscalizem os tributos com mais eficiência e agilidade; por
outro, esses mesmos determinantes técnicos ou tecnológicos tornam obsoletos, inadequados e
até inoportunos muitos dos impostos desenhados e cobrados em uma economia que não era
digital. Esse paradoxo contemporâneo não tem sido muito enfrentado na literatura, nem
mesmo na internacional, que raramente encara as duas questões ou desafios ao mesmo tempo.
Aliás, o mais comum é analisar os ganhos para a administração fazendária e ignorar os riscos
de não se modernizar a política fiscal.

A verdade é que, enquanto perdurar o descompasso entre a nova economia e


os velhos tributos, ganharão sobretudo as empresas de tecnologia e de comércio electrónico
em detrimento de seus concorrentes tradicionais. O cenário fiscal é especialmente favorável
ao crescimento desse segmento económico. Aproveitando-se de lacunas na legislação em
vigor, empresas de tecnologia e comércio electrónico expandem seus lucros muito acima do
patamar alcançado pelos negócios tradicionais, com uma grande ajuda do fisco. Calcula-se
que negócios por trás de aplicativos e plataformas digitais, em geral, paguem muito menos
impostos que os tradicionais, observada a taxa média de 8,5% em actividades domésticas a
10,15% em internacionais, no primeiro caso, comparadas com os 20,9% a 23,2%,
respectivamente, nos modelos antigos de negócios (AFONSO; PORTO, 2018).

As regras internacionais em vigor mostram-se insuficientes para conter a erosão da base


tributária das corporações, diante da intensa e fácil mobilidade dos capitais. A tributação do
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comércio electrónico transnacional permanece como um desafio tão complexo quanto actual.
Os tratados internacionais, estruturados principalmente para evitar a dupla tributação
internacional, podem servir de biombos para reduzir, por meio de panejamentos tributários
“agressivos”, a carga fiscal das corporações transnacionais.

As legislações internas, por outro lado, também não estão integralmente adaptadas às novas
estruturas de negócios e geração de valor. Materialidades tradicionais – e.g. telefonia e
combustíveis – perdem espaço para novas manifestações de riqueza ainda sem tratamento
tributário adequado, como no caso dos intangíveis. Conceitos como “valor agregado” e
“circulação de mercadorias” perdem relevância diante de operações multilaterais,
propriedades imateriais e novos serviços colocados à disposição no mercado. Outras bases
tributárias ainda necessitam serem estabelecidas.

A revolução digital deve ser acompanhada também de revolução tributária, isto é, do


desenvolvimento de uma tecnologia tributária capaz de alcançar manifestações de riqueza
antes irrelevantes e agora em ascensão, sem prejuízo de aperfeiçoarem-se também os meios e
procedimentos de aplicação das leis tributárias em vigor. Em suma, é necessário rever os
tributos vigentes e a forma de cobrá-los. Renda, trabalho e consumo foram directamente
impactados pelas transformações já em curso e decerto sofrerão repercussões ainda mais
profundas nos próximos anos. O sistema tributário precisa adaptar-se aos novos tempos, e a
mudança, na verdade, já começou.

2.5. Desafio de tributar localmente rendas cada vez mais globais

No quadro actual, ainda que a base tributária renda não tenha se tornado, em si mesma,
obsoleta, é perceptível a tendência de redução do espaço nacional autónomo para ampliação
da tributação do lucro das corporações.

As causas desse fenómeno são diversas, embora interconectadas. A intensificação do processo


de globalização, a facilidade de fluxo de capitais e a alta mobilidade das empresas
multinacionais, especialmente as de tecnologia, são elementos a serem considerados. A
computação em nuvem (“cloud computing”), por exemplo, retira o carácter local dos negócios
constituídos. Afinal, o que está em nuvem não mais pertence a espaço nacional específico,
embora esteja disponível para os usuários a qualquer momento e em qualquer canto do
planeta.
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Reunidos, esses factores criam condições favoráveis à adopção de medidas de planejamento


tributário internacional para transferência de lucros para localidades com pouca ou nenhuma
carga fiscal, fazendo da tributação da renda um desafio complexo, a demandar atuação
internacional coordenada. Essa tendência não é propriamente novidade no debate
internacional. Os efeitos da globalização e também da tecnologia em relação à tributação da
renda das corporações já despertam, há algumas décadas, a atenção de nações e organismos
internacionais. A matéria é debatida no âmbito da OCDE ao menos desde o final dos anos
1990, tanto no que se refere à estrutura necessária à tributação do comércio eletrônico
(OECD, 1998) quanto no que diz respeito ao uso de planejamento tributário internacional para
eludir a cobrança de imposto sobre o lucro das corporações multinacionais (OCDE, 2013).

As preocupações justificam-se especialmente pelo crescimento, nas últimas décadas, da


utilização de estratégias de panejamento tributário para escapar à cobrança do imposto de
renda por meio da utilização de tratados internacionais de bitributação. Valendo-se de regras
formuladas, a princípio, com o objectivo de remediar a bitributação internacional – e, assim,
evitar distorções comerciais e entraves ao crescimento económico – empresas multinacionais
conseguem escapar, no todo ou em parte, à incidência do imposto de renda, alcançando
significativa vantagem competitiva em relação às concorrentes locais em prejuízo da
arrecadação tributária. Em outras palavras, se, por um lado, “as empresas têm instado a
cooperação bilateral e multilateral entre os países a fim de remediar as discrepâncias entre
regimes fiscais que resultam em dupla tributação”, por outro, “elas próprias se aproveitam das
discrepâncias que provocam a dupla não tributação” (OCDE, 2013, p. 36).
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3. Conclusão

Chegado a este ponto conclui-se que a tributação é a principal fonte de arrecadação de receitas
do Estado.

A cobrança electrónica é um processo que as empresas podem usar para receber pagamentos
de forma rápida, prática e segura, sem perder tempo com digitação. Além disso optimiza a
conferência dos pagamentos, sendo uma solução completa para o envio de cobrança e de
pagamentos por arquivos digitais que envolvem o sistema de controle financeiro, o sistema
bancário e clientes em uma plataforma de linguagem comum.

A cobrança através de arquivos melhora a eficiência e economiza tempo da equipe, além de


reduzir as taxas de erro, pois tudo passa pela auditoria dos sistemas bancários. A cobrança
electrónica ainda conta com a emissão de boletos pagamentos pelo sistema financeiro e você
pode enviá-los por e-mail aos clientes. Tudo isso ainda pode ser integrado ao sistema vendas.
A economia digital implica desafios e perplexidades ainda não articulados. Muda a forma
como nos comunicamos, consumimos e trabalhamos. Surgem novos negócios e formas de
comércio. Aumenta o fluxo de capital. Ganham importância crescente os bens intangíveis.

O sistema tributário precisa também mudar: adaptar-se aos desafios impostos pela revolução
digital. Crescem os indícios de que muitos dos actuais tributos vão se tornar em breve
obsoletos, diante do dinamismo do comércio electrónico e da nova economia. Renda,
consumo e emprego foram profundamente afectados pelos novos valores, formas de negócio e
de trabalho actuais. Os três pilares da tributação do século XX foram abalados pela revolução
digital em curso. Embora haja muita literatura e discussão sobre como as modificações
estruturais afectarão cada uma dessas variáveis macroeconómicas e mesmo sobre como
modernizar a cobrança de tributos, permanece incipiente o debate sobre as mudanças
necessárias nos sistemas tributários.
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4. Bibliografia

AFONSO, José Roberto R. et al. ICMS: crise federativa e obsolescência. Revista Direito GV,
v. 14, n. 3, set-dez, 2018, p. 987-1018.

AFONSO, José Roberto; COELHO, Isaias. O tsunami pode estar a caminho do Brasil.
Revista Conjuntura Económica, Abril, 2017.

AFONSO, José Roberto; PORTO, LAÍS K. Tributos sem Futuro. Conjuntura Económica
(RIO DE JANEIRO), v. 72, p. 32-35, 2018.

AUTORIDADE TRIBUTARIA DE MOÇAMBIQUE - Direcção da Área Fiscal de Lichinga


(2013). Relatório das actividades desenvolvidas pela Direcção da Área Fiscal de Lichinga.

FRANCO, A. L. S. (2010). Finanças Publicas e Direito Financeiro (4ª. Edição.). Coimbra,


Portugal: Medina Editora, Vol I e II.

Fumo, G., & Magane, I. (2004). Código do IVA comentado (1ª. Edição.). Maputo,
Moçambique: Moçambique editora Lda.

Legislação

Decreto nº 19/2005, de 22 de Março (Regulamento do Procedimentos de Fiscalização


Tributaria).

Decreto nº 46/2002, de 26 de Dezembro (Regime de Infracções Tributaria).

Decreto nº 7/2008, de 16 de Abril (Regulamento do código do Imposto Sobre o Valor


Acrescentado).

Lei nº 32/2007, de 31 de Dezembro (Regulamento do Código do Imposto Sobre o Valor


Acrescentado).

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