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SETEMBRO
2007
DOSSIÊ TÉCNICO
Sumário
1. INTRODUÇÃO 02
2. DIAGNÓSTICO VISUAL DE DEFICIÊNCIA EM ALGUMAS CULTURAS DE FLORES 03
2.1.Crisântemo 03
2.2. Roseira 04
2.3. Gladíolos 06
2.4.Cravos 08
2.5. Antúrio 09
2.6. Orquídea 10
2.7. Banana Ornamental (Musa velutina H. Wendl. & Drude). 11
3. PRINCÍPIOS DA ANÁLISE DE PLANTAS E DIAGNOSE FOLIAR 12
3.1 Procedimento de Amostragem 13
3.2 Relacionamento da produtividade com a concentração de nutrientes nas folhas 13
4. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS 14
5. SISTEMA INTEGRADO DE DIAGNOSE E RECOMENDAÇÃO (DRIS) 15
6. ASPECTOS PRÁTICOS DA DIAGNOSE FOLIAR 16
7. CUIDADOS COM A AMOSTRAGEM 17
8. IMPORTÂNCIA DAS ANÁLISES 17
9. MÉTODO PARA COLETAR AS AMOSTRAS 18
10.SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES 18
11.REMESSA PARA O LABORATÓRIO 19
12. MONITORAMENTO NUTRICIONAL 19
Conclusões e recomendações 20
Referencias 21
Título
Assunto
Floricultura
Resumo
A floricultura é uma atividade que tem como características principais o uso intensivo do solo,
altíssima produtividade e um elevado nível de qualidade de seus produtos, estas condições
somente serão satisfeitas com uma oferta constante e equilibrada de nutrientes para as
plantas, chamados de macro (N, P, K, S, O, C e H) e micro nutrientes (Fe, Ca, Mg, Mn, Mo, Cl,
I, entre outros). As quantidades bem como a freqüência de aplicação dos nutrientes serão
determinadas através do estado nutricional das culturas, avaliado através da diagnose foliar,
testes bioquímicos, medição indireta da clorofila, do fósforo, nitrogênio e potássio ou análise
de outros órgãos.
Palavras chave
Conteúdo
1 INTRODUÇÃO
Identificar os elementos mais importantes para cada cultura, suas dosagens mais eficientes e
econômicas bem como reconhecer todos os sintomas que a carência de um determinado
nutriente pode acarretar, torna-se fator decisivo para o estabelecimento de um cultivo rentável.
A idéia de se usar o teor mineral de plantas como critério para avaliar o estado nutricional de
plantas é bastante atraente. Este princípio foi posto em prática inicialmente por LAGATU &
MAUME (1934) e seguido por muitos outros desde então.
Trabalhos importantes foram publicados por LUNDERGARDH (1945), GOODALL & GREGORY
(1947) e CHAPMAN (1966). Atualmente, muitas publicações relatam aplicações e experiências
para plantas cultivadas.
Destacam-se o livro editado por WALSH & BEATON (1973), os Anais dos Colóquios
internacionais sobre o Controle da Alimentação de Plantas Cultivadas, a publicação FAO
(1980) sobre Análise de Solo e Plantas, o trabalho editado por MARTIN-PREVEL et al. (1987),
o de BENTON JONES et al. (1991), o de BERGMANN (1992), BATAGLIA et al. (1992), o de
MILLS & BENTON JONES (1996) e MALAVOLTA et al. (1997).
Fonte: Malavolta
A diagnose consiste em comparar o aspecto da amostra com o padrão. Na maior parte dos
casos compara-se o aspecto de um órgão, geralmente a folha.
2.1 Crisântemo
Observa-se uma faixa muito variável quanto à exigência nutricional entre os muitos cultivares
existentes de crisântemos. Para o cultivar Golden Polaris, pôde-se observar os seguintes
sintomas de deficiência mineral:
Em termos de absorção de nutrientes, pode-se dizer que nas hastes e nas folhas da planta, as
concentrações de nutrientes são instáveis e variavam em função da idade da planta. Já nas
folhas, a concentração dos nutrientes é sempre superior às das hastes.
As concentrações dos elementos nitrogênio, magnésio e enxofre diminuem nos órgãos com a
idade da planta, o teor de cálcio, embora diminua nas hastes durante o tempo de cultivo,
aumenta nas folhas.
O fósforo, apesar de apresentar pequena variação no teor foliar, é o único macro nutriente a
aumentar a concentração nas hastes das plantas, durante o ciclo da cultura.
Quanto aos micro nutrientes manganês, ferro, zinco, boro e cobre, durante o ciclo da cultura do
cultivar Golden Polaris, pôde-se observar que a concentração de Fe (ferro) diminui, a de Mn
(manganês) aumenta enquanto que B (boro) , Zn (zinco) e Cu (cobre) não apresentaram
tendências características. Os valores obtidos nas hastes e folhas do Golden Polaris ao final do
ciclo foram de: 11,0 mg de Mn; 7,0 mg de Fe; 3,0 mg de Zn; 1,3 mg de B e 1,0 mg de Cu.
2.2 Roseira
Em estudo feito na região de Atibaia, SP, com plantas de roseira do cultivar Super Star, foram
analisadas plantas de meio, um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito e nove anos de idade.
As principais conclusões deste estudo foram:
• A roseira cresceu rapidamente até os 4 anos, continuando a crescer até os 9 anos, mas de
modo mais lento;
• Com exceção feita ao nutriente fósforo, as folhas apresentaram concentrações mais
elevadas dos nutrientes do que o caule e os ramos;
• Aos sete anos de idade, a roseira extraiu, em grama: 7,8 de N; 1,68 de P ; 29 de K; 2,1 de
Ca; 0,8 de Mg e 0,4 de S;
• Aos sete anos de idade, a roseira continha, em miligrama: 0,2 de B; 4,7 de Cu; 81,1 de Fe;
51,6 de Mn e 15,7 de Zn.
Tabela 2 - Porcentagem e PPM (parte por milhão) de nutrientes nas folhas inferiores
P 0,09 0,14%
Cu 5 6 PPM
K 0,77 2,21%
Fe 87 191 PPM
Ca 1,06 2,08%
Mn 43 95 PPM
Mg 0,16 0,31%
Zn 26 44 PPM
S 0,09 0,17%
Fonte: Carlos AM Severino
Admitindo-se uma população de 20.000 plantas por ha., as quantidades de nutrientes extraídas
em kg, para o macro nutriente, e em g, para o micro nutriente seriam:
Tal sintomatologia ocorreu no estudo da variedade Happiness, mas, segundo os autores, não
deveriam ser essa a sintomatologia típica da carência de Ca e sim, o inicio da carência de N
(nitrogênio). Também não houve formação de botões florais.
• Potássio: sua sintomatologia foi facilmente reconhecida por um matizado das folhas,
seguido por uma necrose marginal das folhas mais velhas. Não houve formação de botões
florais;
• Enxofre: as folhas mostraram-se de tamanho normal, sendo que, somente algumas das
mais novas, apresentavam-se com coloração amarelada. Também não houve formação de
botões florais;
• Zinco: as plantas apresentaram ramos muito finos e de crescimento reduzido enquanto que
as folhas mais novas mostravam-se pequenas, delicadas e de coloração verde clara, os botões
florais foram muito pequenos resultando, também, em flores muito pequenas;
• Fósforo: embora sendo um macro nutriente, foi o último elemento a mostrar sintomas de
carência: folhas mais velha de coloração verde púrpura, passando por um amarelecimento
posterior das margens até caírem. Não houve formação de botões florais.
2.3 Gladíolos
As exigências minerais pela cultura do gladíolo foram determinadas por diversos autores mas
os resultados destes estudos são, na maioria das vezes, contraditórios, talvez, por tratar-se de
variedades diferentes e cultivos sob condições climáticas e edáficas (e condições do solo)
diversas. Entretanto, segundo WOLTZ (1955), o Nitrogênio é o elemento responsável pelo
número de hastes florais produzidos e pelo número de botões florais por haste, enquanto o
potássio influência, diretamente, o comprimento da haste.
A absorção dos nutrientes foi lenta, até os 15 dias iniciais de cultivo, mas o nitrogênio e o
potássio foram absorvidos intensamente nos períodos subseqüentes; os demais nutrientes
Sobre a influência dos nutrientes, a principal interferência do fósforo foi sobre a precocidade de
produção do nitrogênio sobre a produção de bulbos, bulbilhos e no maior comprimento de
haste floral e a do potássio em proporcionar maior peso de bulbos e bulbilhos, além de tender a
concentrar mais a produção em curto período da colheita. Em outro estudo, também com o
cultivar Perusi, visando verificar os efeitos de três épocas de aplicação de fertilizantes
nitrogenados (plantio, 15 e 35 dias após brotação; 15 e 35 dias após brotação e 10, 30 e 40
dias após a brotação), três localizações e duas fontes de nitrogênio, na produção de flores,
bulbos e bulbilhos, pode-se concluir que não houve influência do nitrogênio aplicado por
ocasião do plantio.
Quanto à localização (em cobertura, aplicação em faixa de 20 cm, em ambos os lados da fileira
e, em sulco profundidade, construído a 10 cm de ambos os lados da fileira de plantas), aquela
em sulcos próximos ao sistema radicular favoreceu a maior produção de bulbos e bulbilhos.
Em relação às fontes de nitrogênio estudadas – nitrato de sódio (16% N), aplicado na dosagem
de 18,8 g/m linear de fileira de plantas e sulfato de amônio (20% N) aplicado 15,0 g/m linear de
fileira de plantas – a fonte amoniacal proporcionou um melhor aproveitamento do nitrogênio,
influindo na produção das hastes e maior número de peso de bulbos. Também essa fonte de
nitrogênio tendeu a concentrar o período de colheita. Já o nitrato de sódio acarretou uma maior
dispersão da colheita de hastes florais.
Verificou-se que ocorreu um efeito desse parcelamento sobre o número e peso de bulbos e
bulbilhos e sobre o comprimento da haste floral, da seguinte maneira: para obtenção de maior
número de bulbos, recomendou-se aplicar nitrogênio aos 45 dias de idade das plantas
enquanto que nitrogênio + potássio, aos 30 e 45 dias, influenciaram no maior número de
bulbilhos.
Bulbos mais pesados foram obtidos com potássio ou com potássio + nitrogênio, aplicados aos
45 dias de idade das plantas e a cobertura com adubo nitrogenado e potássico resultou em
hastes florais mais compridas. O tamanho do bulbo utilizado para o referido estudo foi o de
número (aproximadamente 3,5 cm de diâmetro) e a adubação de plantio, no fundo dos sucos
por metro linear, foi: 15 g de sulfato de amônio, 45 g de superfosfato simples e 10 g de cloreto
de potássio. Já as adubações de cobertura testadas foram:
2.4 Cravo
Mesmo assim o cravo ainda é uma flor muito procurada pelos consumidores e maiores
conhecimentos sobre técnicas de cultivos são fundamentais para um novo impulso da cultura e
seu conseqüente progresso.
Em termos nutricionais, o cravo pode ser considerado uma planta exigente em nutrientes,
especialmente em K, Ca e Mg. O teor percentual dos nutrientes, na matéria seca, oscilou em
torno de:
• 2% para nitrogênio;
• 0,2% - 0,8% para fósforo;
• 2% a 4% para o potássio;
• 1% para o cálcio;
• 0,3% para o magnésio;
• 0,2% para o enxofre.
Aos 115 dias de idade, uma planta de cravo continha, no estudo em questão:
• 581 mg de nitrogênio;
• 82 mg de fósforo;
• 1026 mg de potássio;
• 348 mg de cálcio;
• 90 mg de magnésio;
• 55 de enxofre.
2.5 Antúrio
O antúrio é uma espécie cuja comercialização tem aumentado muito, tanto em termos de
plantas (para uso em jardinagem) como de flores para corte. Um dos poucos trabalhos
realizados no Brasil sobre a nutrição mineral da espécie, obteve o quadro de sintomas das
carências nutricionais de N, P, K, Ca, Mg, S e B e determinou a quantidade de nutrientes
extraídos pela planta no 1º, 2º e 3º ano de idade. Os principais sintomas de deficiência
nutricional evidenciados foram:
• N% - 1,56 e 1,25;
• P% - 0,37 e 0,24;
• K% - 3,37 e 0,53;
• Ca% - 1,44 e 0,65;
• Mg% - 0,37 e 0,28;
• S% - 0,18 e 0,16;
• B ppm – 86 e 47.
• N – 434 mg;
• P – 61 mg;
• K – 324 mg;
• Ca – 327 mg;
• Mg – 224 mg;
• S – 45 mg;
• B – 2434 ug;
• Cu – 204 ug;
• Fe – 7851 ug;
• Mn – 7842 ug;
• Zn – 2798 ug.
• N – 51 mg;
• P – 8 mg;
• K – 57 mg;
• Ca – 39 mg;
• Mg – 22 mg;
• S – 4 mg;
• B – 312 ug;
• Cu – 45 ug;
• Fe – 327 ug;
• Mn – 990 ug;
• Zn – 237 ug.
2.6 Orquídea
Apesar dos poucos estudos de nutrição mineral realizados com as orquídeas, sabe-se,
Visando determinar o teor de macro e micro nutrientes nas folhas, pedúnculo, flor, pseudobulbo
e raízes, além de quantificar e extração de nutrientes por estes órgãos, foi feito um estudo com
as espécies Cattleua Loddigesii, C. intermédia, Laelia crispilabia. L flava e L cinnabarina.
Cattleva (TAB. 5) :
A Banana ornamental (Musa velutina H. Wendl. & Drude) é uma espécie da família Musaceae.
É um arbusto perene, de textura herbácea, ereta, entouceirada, rizomatosa, folhas largas,
verdes brilhantes, lisas com pecíolos longos com uso ornamental. Sua inflorescência é ereta,
curta, disposta no ápice do pseudocaule, com brácteas róseas também de uso ornamental
(Lorenzi & Melo Filho, 2001).
As folhas são consideradas como o foco das atividades fisiológicas dentro das plantas.
Alterações na nutrição mineral são refletidas nas concentrações dos nutrientes nas folhas. A
utilização da análise foliar como critério diagnóstico baseia-se na premissa de existir relação
entre o suprimento de nutrientes e os níveis dos elementos, e que aumentos ou decréscimos
nas concentrações se relacionam com produções mais altas ou mais baixas, respectivamente.
O teor de nutriente dentro da planta é um valor integral de todos os fatores que interagiram
Além dos sintomas característicos de uma ou outra desordem, que só se manifestam em casos
graves, a identificação do estado nutricional da planta somente é possível pela análise química
da mesma.
A utilização da análise foliar como critério diagnóstico baseia-se na premissa de existir uma
relação bem definida entre o crescimento e a produção das culturas e o teor dos nutrientes em
seus tecidos. A diagnose foliar tem sido utilizada nas seguintes situações (Martinez et al.,
1999):
Deve-se salientar que o uso da análise de tecidos torna-se mais importante no caso dos micro
nutrientes, considerando a carência de valores de referência para interpretar seus teores no
solo e a falta de padronização dos métodos analíticos empregados para sua determinação no
solo.
A amostra deve ser representativa da planta toda e o órgão de controle mais freqüentemente
escolhido é a folha, pois a mesma é a sede do metabolismo e reflete bem, na sua composição,
as mudanças na nutrição. A amostragem deve ser realizada em talhões homogêneos, em
época apropriada, retirando-se folhas de posições definidas na planta.
A amostragem é a fase onde ocorrem os erros que mais dificultam a interpretação dos
resultados da análise foliar. Há necessidade de padronização para minimizar os efeitos dos
diversos fatores que afetam a composição das folhas. A maior precisão é obtida por meio de
amostras compostas, onde plantas distribuídas pela área são amostradas e as folhas são
juntadas.
Nível crítico: o nível crítico corresponde à concentração na folha abaixo da qual a taxa de
crescimento, a produção ou a qualidade são significativamente diminuídas. O termo
significativamente pode ter interpretação diversa. Por exemplo, ULRICH & HILLS (1967)
estabeleceram que o nível crítico para diversas culturas corresponde a uma produção de 95%
da ótima (FIG.2) enquanto GALLO et al. (1965) estabeleceram níveis críticos para milho com
base numa produção relativa de 80%.
Faixas de concentração: para a maioria das culturas, geralmente, não existe um determinado
ponto de ótima produção, mas sim uma determinada faixa, porque o aumento de produção
obtido com doses crescentes de nutrientes é sempre associado a um erro. O mesmo é
verdadeiro em relação à concentração adequada ou nível crítico. Por isso, às vezes é
conveniente se recomendar níveis de adubação suficientes para manter as concentrações de
nutrientes um pouco acima do nível crítico, numa faixa de suficiência. Em princípio, as faixas
de concentração são divididas em cinco níveis:
• Deficiência aguda;
• Deficiência latente;
• Níveis adequados;
• Níveis altos;
• Níveis tóxicos.
As delimitações entre cada uma dessas faixas (TAB. 7) pode ser feita de acordo com as
considerações apresentadas por COTTENE, 1980,
Nas publicações já citadas podem ser encontradas tabelas contendo faixas de concentração de
nutrientes equivalentes a teores baixos, suficientes e altos para mais de uma centena de
plantas, abrangendo culturas agronômicas. Deve-se lembrar que as calibrações não são
universais, por isso é conveniente sempre ter valores de referência locais.
Para o cálculo dos índices do DRIS, após a definição de uma população padrão ou de
referência, constituída por indivíduos de alta produtividade, estabelecem-se as relações entre
nutrientes, com suas médias e respectivos desvios. Para um nutriente Y hipotético utiliza-se a
seguinte fórmula para o cálculo do índice (IY):
onde:
onde:
O DRIS, além da interpretação dos valores relativos da importância de cada nutriente, permite
trabalhar com o conceito de balanço de nutrientes.
A FIG. 3 mostra a seqüência de procedimentos para uma análise foliar para fins de avaliação
do estado nutricional das plantas.
É bom verificar que se trata de uma seqüência onde cada fase compromete o sucesso do
processo como um todo. Não adianta executar a análise no melhor laboratório do mundo se a
amostragem for mal feita ou a amostra deteriorar-se no caminho para o laboratório. Da mesma
forma, o laboratório precisa ter qualidade como garantia para resultados confiáveis.
Algumas recomendações são básicas e devem ser observadas para qualquer cultura:
A Embrapa Agropecuária Oeste, atendendo à demanda dos Estados de Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso e Regiões Noroeste do Paraná e Oeste de São Paulo, está recebendo amostras
de terra, tecido vegetal e calcário para a realização das análises, conforme QUAD. 1:
Matéria orgânica
Granulometria
Quadro 1 - Análises por material de amostra
Fonte: Embrapa Agropecuária Oeste
• Terra: através da análise de solo, o agricultor ou pecuarista pode saber como está à
fertilidade do solo e obter indicações corretas sobre o tipo e a quantidade de calcário e adubo a
serem aplicados em cada gleba de sua propriedade;
• Tecido Vegetal: a análise foliar fornece informações sobre o estado nutricional da cultura,
ou seja, permite verificar se o adubo aplicado supriu as necessidades da planta e se existe
deficiência ou toxidez de algum nutriente. Com base nas informações fornecidas pela análise
foliar, o agricultor pode definir qual o melhor tipo de adubo que deve ser aplicado na próxima
safra;
• Calcário: fornece informações sobre a qualidade do calcário a ser adquirido. Permite
conferir se a garantia dada ao produto está correta.
Terra: no sistema convencional de preparo do solo, deve-se coletar 20 subamostras por gleba,
nas profundidades de 0 a 20 e 20 a 40 cm, colocando-as em baldes limpos e separados. Após
misturar as subamostras, deve-se retirar cerca de 500g de amostra composta por
profundidade, identificá-las de forma mais completa possível e enviá-las o quanto antes ao
laboratório.
Nos três primeiros anos de implantação do SPD - Sistema Plantio Direto, a coleta de solo deve
seguir o mesmo procedimento adotado para o sistema convencional. A partir do quarto ano,
quando as alterações na dinâmica dos nutrientes no solo tornam-se mais expressivas, deve-se
coletar também 20 subamostras por gleba, porém de forma mais estratificada, nas
profundidades de 0 a 10 e 10 a 20 cm.
Tecido Vegetal: o procedimento para a amostragem de folhas é específico para cada cultura.
Na soja, por exemplo, deve-se coletar o terceiro trifólio, no estágio de floração plena. No milho,
a folha a ser coletada é aquela localizada abaixo e oposta à primeira espiga, sem a nervura
central, quando 50 a 75% das plantas apresentarem inflorescência feminina "embonecamento".
Já no algodoeiro, a folha a ser coletada é a quinta a partir do ápice da haste principal, no
estágio de floração. Em quaisquer das culturas, deve-se amostrar cerca de 30 plantas por
gleba.
Calcário: em lotes a granel, de até 100 t, coletar no mínimo dez subamostras ao acaso,
formando uma amostra composta de 1,0kg. Para lotes com quantidades superiores, o número
de subamostras que formarão a amostra composta deverá ser aumentado em cinco unidades
para cada lote adicional de 100 t ou fração. Ou seja, deve-se coletar 15 ou 20 subamostras,
para lotes de até 200 ou 300 t, respectivamente.
Análise de solo
Matéria orgânica % - - - 10 -
Granulometria (areia, % - - - 10 -
silte e argila)
N, P, K, Ca, Mg, S % - - - 10 -
A título de exemplo, caso os resultados da análise de solo sejam expressos, ainda, em meq
100cm-3, os valores devem ser multiplicados pelos fatores 1 ou 10, para transformação nas
unidades cmolc dm-3 e mmolc dm-3, respectivamente. A conversão de um teor de K no solo
expresso em meq 100cm3 ou cmolc dm-3, para ppm ou mg dm-3, deve ser feita pela
multiplicação do valor por 391. Na análise de tecido vegetal, resultados expressos em % ou
ppm devem ser multiplicados por 10 e 1, respectivamente, para conversão em g kg-1 e mg kg-1.
Os resultados de saturação por bases (V%) e por alumínio (m%) continuam expressos em
percentagem (%), porém o cálculo da necessidade de calagem deve levar em consideração a
unidade adotada (QUAD. 3).
A identificação da amostra deve ser feita de forma clara para evitar confusão no laboratório.
Remessa: as amostras devem chegar ao laboratório o mais rápido possível, não devem
ultrapassar 48 horas. As amostras podem ser armazenadas em refrigerador por alguns dias se
houver necessidade. É bom evitar remessa em finais de semana, quando correios e
laboratórios podem não estar operando.
12 MONITORAMENTO NUTRICIONAL
Conclusões e recomendações
Toda atividade econômica, além de capital para investimento, requer outros fatores,
especialmente na floricultura, indica-se atentar para:
Planejamento, para orientar a atividade, é preciso definir objetivos e reunir os recursos
necessários para empreitada que se segue;
Disciplina, sem este fator não se consegue um bom resultado em floricultura profissional,
através dela é que se consegue aplicar o planejamento, executando as exigências da técnica
nos momentos adequados e também o uso racional das tecnologias;
Informação Complementar:
BATAGLIA, O.C.; DECHEN, A.R.; SANTOS, W.R. Diagnose visual e análise de plantas. In:
DECHEN, A.R; BOARETTO, A.E.; VERDADE, F.C. Adubação, Produtividade e Ecologia.
Campinas: Fundação Cargill, 1992. p.369-393.
BENTON JONES, J.; WOLF, B.; MILLS, H.A. Plant analysis handbook; apractical sampling,
preparation, analysis, and interpretation guide. MICROMACRO Publ., 1991. 213p.
CARVALHO, J.G.; Lopes, A.S.; Brasil, E.; Reis Junior, R.A. Diagnose da fertilidade do solo e
do estado nutricional de plantas. 1ª Ed. Lavras, UFLA/FAEPE. 2001, 95 p.
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1966.
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M.C.P.; Raij, B.; Abreu, C.A. Micronutrientes e elementos tóxicos na agricultura. Jaboticabal:
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Data de finalização
27 set. 2007