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Anais do XIX Congresso Brasileiro de Automática, CBA 2012.

UM MODELO LINEAR INTEIRO MISTO PARA O PLANEJAMENTO DA


OPERAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Rogério dos Reis Gonçalves∗, Raiane Piacente Alves†, Marcos J. Rider†



Universidade do Estado de Mato Grosso, UNEMAT
Departamento de Matemática
Sinop, Mato Grosso, Brasil

Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, UNESP - Universidade Estadual Paulista
Departamento de Engenharia Elétrica
Ilha Solteira, São Paulo, Brasil

Emails: rogerio@unemat-net.br, rpalves@aluno.feis.unesp.br, mjrider@dee.feis.unesp.br

Abstract— This paper presents a mixed integer linear programming model for the operation planning problem
of electrical distribution networks. The model defines the most appropriate adjustment of a set of control
variables, in order to minimize active power losses of the network. The generation of active and reactive power
of distributed generators, the number of modules in operation of capacitor banks and the steps number of tap
of the voltage regulator are considered as control variables. In the proposed formulation, the calculation of the
steady-state operation of the electrical distribution network is modeled mathematically using linear expressions.
The model was implemented in the mathematical modeling language AMPL and solved using the commercial
solver CPLEX. A test system of 34-nodes was used to show the accuracy of the mathematical model as well as
the efficiency of the proposed solution technique.

Keywords— Operation planning, electrical distribution networks, distributed generation, capacitor banks,
voltage regulators, mixed integer linear programming.

Resumo— Neste trabalho é apresentado um modelo de programação linear inteira mista para o problema de
planejamento da operação de redes de distribuição de energia elétrica. O modelo proposto define os ajustes mais
adequados, de um conjunto de variáveis de controle, de modo a minimizar as perdas de potência ativa da rede. A
geração de potência ativa e reativa dos geradores distribuı́dos, o número de módulos em operação dos bancos de
capacitores e o número de passos do tap do regulador de tensão são considerados como variáveis de controle. Na
formulação proposta, o cálculo do ponto de operação em regime permanente da rede de distribuição de energia
elétrica é modelado matematicamente usando expressões lineares. O modelo foi implementado na linguagem de
modelagem matemática AMPL e resolvido usando o solver comercial CPLEX. Um sistema teste de 34 nós foi
utilizado para mostrar a precisão do modelo matemático, assim como também a eficiência da técnica de solução
proposta.

Palavras-chave— Planejamento da operação, redes de distribuição de energia elétrica, geração distribuı́da,


bancos de capacitores, reguladores de tensão, programação linear inteira mista.

Notação Constantes:

A notação utilizada neste artigo é reproduzida Rij resistência do circuito ij (Ω).


abaixo para referência rápida. Xij reatância do circuito ij (Ω).
Conjuntos: Zij impedância do circuito ij (Ω).
Ωb conjunto de nós. D
Pi,d demanda de potência ativa no nó i no nı́vel
Ωl conjunto de circuitos. de demanda d (kW).
Ωd conjunto de nı́veis de demanda. QD demanda de potência reativa no nó i no
i,d
Ωgd conjunto de geradores distribuı́dos. nı́vel de demanda d (kVAr).
Ωgd
f p conjunto dos geradores distribuı́dos operando V magnitude mı́nima de tensão (kV).
no modo de fator de potência constante.
V magnitude máxima de tensão (kV).
bc
Ωc conjunto de bancos de capacitores chaveados. V nom magnitude de tensão nominal (kV).
Ωbc conjunto de bancos de capacitores fixos.
f I ij magnitude máxima do fluxo de corrente
Funções: no circuito ij (A).
Lgd função que associa um gerador distribuı́do αd número de horas da demanda d em um
a um nó do sistema. dia (h).
2
Lbcc função que associa um banco de capacitor R número de blocos de linearização de Pij,d e
2
chaveado a um nó do sistema. Qij,d .
Lbcf função que associa um banco de capacitor S número de discretização da variável Ve qrd .
j,d
V
fixo a um nó do sistema. △ tamanho do passo de discretização de Vej,d
qrd
.

ISBN: 978-85-8001-069-5 1529


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mSij,r inclinação do r-ésimo bloco de discretização Vej,d magnitude de tensão não regulada no nó
do fluxo de potência ativa e reativa no j no nı́vel de demanda d (kV).
circuito ij. Vej,d
qdr
quadrado de Vej,d .
S c
△ij limite superior dos blocos de discretização Vj,d,s variável de correção usada na linearização
△P
ij,r e △Q
ij,r . do produto tqdr Ve qdr .
ij,d j,d
gd gd
Pm limite superior de Pm,d . tij,d tap do regulador de tensão instalado no cir-
gd gd cuito ij no nı́vel de demanda d.
Qm limite superior de Qm,d .
gd gd tqdr
ij,d quadrado de tij,d
Qm limite inferior de Qm,d .
f pesp
m fator de potência especificado para o gerador Variáveis Discretas:
distribuı́do m. xj,d,s variável binária usada na discretização de
Qesp
n capacidade de potência reativa de cada módu- Vej,d
qrd
.
bcc
lo do banco de capacitor chaveado n (kVAr). nan,d número inteiro de módulos em operação do
bcc
nan número inteiro máximo de módulos do banco banco de capacitor chaveado n no nı́vel de
de capacitor chaveado n. demanda d.
bcf bcf
Qr capacidade máxima de potência reativa do na r variável binária associada à operação do
capacitor fixo r. banco de capacitor fixo r.
R% taxa de regulação do regulador de tensão. nt ij,d número inteiro de passos do tap do regula-

2nt número máximo de passos do regulador de dor de tensão instalado no circuito ij no


tensão. nı́vel de demanda d.
Variáveis Contı́nuas: Pij,d variável auxiliar não negativa usada para
obter |Pij,d |.
Vi,d magnitude de tensão no nó i no nı́vel de −
Pij,d variável auxiliar não negativa usada para
demanda d (kV).
qrd
obter |Pij,d |.
Vi,d quadrado de Vi,d . Q+ij,d variável auxiliar não negativa usada para
Iij,d magnitude do fluxo de corrente no circuito obter |Qij,d |.
ij no nı́vel de demanda d (A). Q−ij,d variável auxiliar não negativa usada para
qdr
Iij,d quadrado de Iij,d . obter |Qij,d |.
Pij,d fluxo de potência ativa no circuito ij no
1 Introdução
nı́vel de demanda d (kW).
Qij,d fluxo de potência reativa no circuito ij no O problema de planejamento da operação de
redes de distribuição de energia elétrica (RDEE)
nı́vel de demanda d (kVAr).
S
tem como objetivo determinar o ajuste ótimo de
Pi,d fluxo de potência ativa fornecida pela subes- um conjunto de variáveis de controle existente
tação ao nó i no nı́vel de demanda d. numa RDEE para que uma determinada função
QSi,d fluxo de potência reativa fornecida pela su- objetivo seja minimizada, por exemplo, perdas de
potências ativa, desvio da magnitude de tensão
bestação ao nó i no nı́vel de demanda d.
c
e/ou custos totais de operação. Dentre as variá-
Pj,d,s variável de correção usada na linearização veis (contı́nuas e inteiras) de controle, pode-se des-
do produto Vej,d
qdr qdr
Iij,d . tacar: a injeção de potências ativa e reativa dos
△P
ij,d,r bloco de discretização do fluxo de potência geradores distribuı́dos (GDs), o número de módu-
ativa no circuito ij. los em operação dos bancos de capacitores (BCs) e
o número de passos do tap do regulador de tensão
△Q
ij,d,r bloco de discretização do fluxo de potência (RT). Assim, o problema de planejamento da ope-
reativa no circuito ij. ração de RDEE é um problema de programação
gd
Pm,d injeção de potência ativa do gerador distri- não linear inteiro misto.
Os GDs são fontes de potência ativa e reativa,
buı́do m no nı́vel de demanda d (kW).
gd
podendo estar ou não conectados na rede, apresen-
Qm,d injeção de potência reativa do gerador dis- tando grande influência na operação das RDEE,
tribuı́do m no nı́vel de demanda d (kVAr). alterando a distribuição do fluxo e, consequente-
bcc
Qn,d injeção de potência reativa do capacitor mente, as perdas de potência ativa. Os capacitores
são fontes de potência reativa e têm a finalidade
chaveado n no nı́vel de demanda d (kVAr).
de melhorar o perfil de tensão na RDEE. A inje-
Qrbcf injeção de potência reativa do capacitor ção de potência reativa na rede alivia o fluxo de
fixo r (kVAr). potência reativa nos circuitos e reduz as perdas

ISBN: 978-85-8001-069-5 1530


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~k,d
V ~i,d
V ~j,d
V tema de distribuição são representadas como po-
Pki,d , Qki,d , I~ki,d Pij,d , Qij,d , I~ij,d tência ativa e reativa constantes; (b) no circuito ij
o nó i está mais próximo da subestação; (c) as per-
(Rki , Xki , Zki , I ki ) (Rij , Xij , Zij , I ij ) das de potência ativa e reativa no circuito ij estão
concentradas no nó i; (d) o sistema de distribuição
k i j
2 2 2 2 é balanceado e representado por um equivalente
Rki Iki,d +jXki Iki,d Rij Iij,d +jXij Iij,d
D D monofásico. As hipóteses acima são mostradas na
S S
Pk,d +jQk,d Pi,d +jQi,d D
Pj,d +jQD
j,d Figura 1, em que para cada nı́vel de demanda d,
tem-se que V ~i,d , I~ij,d , Rij I 2 e Xij I 2 denotam,
Figura 1: Sistema de distribuição de três nós ij,d ij,d
respectivamente, o fasor da tensão no nó i, o fasor
do fluxo de corrente no circuito ij e as perdas de
de potência ativa. Adicionalmente, os capacitores potências ativa e reativa no circuito ij.
ajudam a corrigir o fator de potência da rede. Da Figura 1, a queda de tensão no circuito ij
Existem dois tipos de BCs, fixos e chaveados. é definida pela equação (1).
Os fixos são formados por um ou mais módulos de ~i,d − V
~j,d = I~ij,d (Rij + jXij )
capacitores e permanecem conectados em todos V
os nı́veis de demanda, enquanto que os chaveados ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (1)
são formados por um ou mais módulos e podem
ser parcialmente ou totalmente chaveado em cada em que I~ij,d pode ser determinada na equação (2).
nı́vel de demanda. !∗
O RT tem como objetivo melhorar o perfil da Pij,d + jQij,d
I~ij,d = ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (2)
magnitude de tensão da rede, aumentando ou re- ~j,d
V
duzindo a magnitude de tensão regulada do RT
através da mudança do número de passos do tap, Substituindo (2) em (1), obtém-se a equação
com a finalidade de manter a magnitude de tensão (3).
dos nós da rede dentro dos limites permitidos.  
~i,d − V
V ~j,d V~ ∗ = (Pij,d −jQij,d) (Rij +jQij,d )
Na literatura especializada existem diversos j,d

trabalhos sobre o problema de alocação de GDs, ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (3)


BCs e/ou RTs (Alves, 2012), (Bo and Ka, 2011) ~i,d = Vi,d 6 θi,d , V~j,d =
Considerando que V
(Franco and Romero, 2010), (Haffner et al., 2009).
Vj,d 6θj,d e θij,d = θi,d − θj,d , em que θi,d é o
Em contrapartida, poucos trabalhos abordam o
ângulo de fase no nó i no nı́vel de demanda d,
problema de planejamento da operação de RDEE,
a equação (3) pode ser reescrita como mostra a
o que motivou o estudo sobre o tema neste traba-
equação (4).
lho.
2
Neste trabalho apresenta-se um modelo de Vi,d Vj,d (cos θij,d + jsenθij,d ) − Vj,d =
programação linear inteiro misto (equivalente ao (Pij,d −jQij,d ) (Rij +jXij ) ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (4)
modelo não linear inteiro misto) para o problema
de planejamento da operação de RDEE. O mo- Igualando as partes real e imaginária de am-
delo proposto define a geração de potência ativa e bos os membros da equação (4), obtém-se as equa-
reativa dos GDs, o número de módulos em opera- ções (5) e (6).
ção dos BCs e o número de passos do tap do RT 2
Vi,d Vj,d cosθij,d = Vj,d + (Rij Pij,d + Xij Qij,d )
de modo a minimizar as perdas de potência ativa
da rede. O cálculo do ponto de operação em re- ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (5)
gime permanente da rede de distribuição de ener- Vi,d Vj,d senθij,d = Xij Pij,d − Rij Qij,d
gia elétrica é modelado matematicamente usando ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (6)
expressões lineares. O modelo proposto foi imple-
Tomando a soma dos quadrados das equações
mentado na linguagem de modelagem matemática
(5) e (6) e aplicando a identidade trigonométrica,
AMPL (Fourer et al., 2003) e resolvido usando o
cos2 θij,d + sen2 θij,d = 1, segue a equação (7).
solver comercial CPLEX (ILOG, 2008). Este mo-
delo foi testado num sistema teste de 34 nós. 2
Vi,d 2 2
−2 (Rij Pij,d +Xij Qij,d )−Zij 2
Iij,d −Vj,d =0
2 Planejamento da Operação de Redes ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (7)
de Distribuição de Energia Elétrica
em que o quadrado da magnitude do fluxo de cor-
2
2.1 Ponto de Operação em Regime Permanente rente Iij,d é dado por (8).
de um Sistema de Distribuição Radial 2
2
Pij,d + Q2ij,d
Iij,d = 2 ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (8)
Na análise da operação em regime permanente Vj,d
de um sistema de distribuição radial de energia Em (7) a expressão da diferença angular entre
elétrica, as seguintes hipóteses são normalmente as tensões é eliminada e é possı́vel obter a mag-
consideradas; (a) as demandas das cargas no sis- nitude de tensão Vj,d do último nó em termos da

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gd
Vi Pm,d Vi
Qgd
m,d
Qrbcf

nabcf
r
i = Lbcf (r)
i = Lgd (m) m Qr
bcf

Figura 2: Gerador m conectado no nó i Figura 4: Banco de capacitores fixos conectado no


nó i
Vi
bcc
Qn,d Vi,d Vej,d Vj,d
tij,d
bcc
Pij,d , Qij,d , Iij,d
1 2 nanbcc nan,d
i = Lbcc (n) 
Qnesp Rij , Xij , Zij , I ij
··· i j
2 2
Rij,d Iij,d +jXij,d Iij,d D
Pj,d +jQD
j,d
Figura 3: Banco de capacitores chaveados conec- Pi,d + jQi,d
tado no nó i
Figura 5: Circuito ij com regulador de tensão

magnitude Vi,d do nó inicial, do fluxo de potên-


cia ativa Pij,d , do fluxo de potência reativa Qij,d , a mesma capacidade. Assim, para cada BC cha-
da magnitude de corrente Iij,d e dos parâmetros veado n conectado no nó i = Lbcc (n), as equações
elétricos do circuito ij. As equações de balanço (13)-(15) devem ser satisfeitas.
de carga convencional são mostradas nas equações
(9) e (10), conforme Figura 1.
bcc
Qn,d = nabcc esp
n,d Qn ∀n ∈ Ωbc
c , ∀d ∈ Ωd (13)

P P  0 ≤ nabcc bcc
n,d ≤ nan ∀n ∈ Ωbc
c , ∀d ∈ Ωd (14)
2 S D
Pji,d − Pij,d +Rij Iij,d +Pi,d = Pi,d nabcc ∀n ∈ Ωbc
ji ∈ Ωl ij ∈ Ωl n,d inteiro c , ∀d ∈ Ωd (15)

∀i ∈ Ωb , ∀d ∈ Ωd (9) Considerando-se os BCs fixos, tem-se que a


P P 
Qji,d − 2
Qij,d +Xij Iij,d +QSi,d = QD
i,d
injeção de potência reativa é constante em todos
ji ∈ Ωl ij ∈ Ωl os nı́veis de demanda d. Na Figura 4, para cada
∀i ∈ Ωb , ∀d ∈ Ωd (10) nı́vel de demanda d, a contribuição de potência
reativa fornecida pelo BC fixo r conectado no nó
O sistema de equações não lineares (7)-(10) i = Lbcf (r) é denotado por Qrbcf . Assim, para
representa a operação em regime permanente de cada BC fixo r conectado no nó i = Lbcf (r), as
um sistema de distribuição radial e é frequente- equações (16) e (17) devem ser verificadas.
mente utilizado nos métodos de FC de varredura
bcf
(Cespedes, 1990) e (Shirmohammadi et al., 1988) Qrbcf = nabcf
r Qr ∀r ∈ Ωbc
f (16)
e no FC ótimo de um sistema de distribuição ra-
nabcf
r binário ∀r ∈ Ωbc
f (17)
dial (Segura et al., 2010).

2.2 Geradores Distribuı́dos 2.4 Reguladores de Tensão

A Figura 2 representa o modelo de um gerador A maioria dos RTs contém uma chave que
m conectado em um nó i, em que as variáveis con- permite uma taxa de regulação de ±R% respei-
gd
tı́nuas Pm,d e Qgd
m,d representam, respectivamente,
tando a magnitude de tensão de referência e o
a potência ativa e reativa fornecida pelo gerador número máximo de passos 2nt. As equações
m no nı́vel de demanda d. Os limites dessas po- (18)-(21) mostram o modelo matemático do RT
tências são dados pelas equações (11) e (12). considerando-o conectado no nó j do circuito ij,
conforme Figura 5.
gd gd
0 ≤ Pm,d ≤ Pm ∀m ∈ Ωgd , ∀d ∈ Ωd (11) Vj,d = tij,d Vej,d ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (18)
gd gd gd ntij,d
Qm ≤ Qm,d ≤ Qm ∀m ∈ Ωgd , ∀d ∈ Ωd (12) tij,d = 1 + R% ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (19)
nt
−nt ≤ ntij,d ≤ nt ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (20)
2.3 Bancos de Capacitores
ntij,d , inteiro ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (21)
A Figura 3 ilustra o modelo de um BC chave-
ado conectado no nó i. Neste trabalho é conside- em que Vej,d denota a magnitude de tensão não
rado que todos os módulos de capacitores possuem regulada (antes do RT) e Vj,d é a magnitude de

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Anais do XIX Congresso Brasileiro de Automática, CBA 2012. xj,d,1 = 1

xj,d,2 = 1
tensão regulada (depois do RT). O tap do RT é
representado por tij,d e ntij,d denota o número xj,d,s = 1

inteiro de passos do tap no circuito ij no nı́vel de xj,d,s+1 = 1


demanda d. Note que ntij,d tem 2nt passos e, da
xj,d,S = 1
equação (19), tij,d varia na faixa de regulação de
[1 − R%, 1 + R%], em intervalos discretos em que
··· ···
cada passo tem tamanho R%/nt. V2 V 2 +∆
V
V 2 +s∆
V
V 2 +S∆
V
V
2

2.5 Formulação Não Linear Inteira Mista para o V 2


V −V 2
∆ =
Problema de Planejamento da Operação de S+1

Redes de Distribuição de Energia Elétrica


Figura 6: Discretização do quadrado da magni-
O problema de planejamento da operação de tude de tensão não regulada
RDEE pode ser formulado como um problema
de programação não linear inteira mista como
mostrado em (22)–(39). função objetivo (22) representa as perdas diárias
P P de energia. As equações (23)-(26) representam o
qdr
min αd Rij Iij,d (22) estado de operação em regime permanente de um
d∈Ωd ij ∈ Ωl
sistema de distribuição radial, considerando, para
s.a.
P P  qdr

S
cada nı́vel de demanda, a presença de GDs, BCs
Pji,d − Pij,d + Rij Iij,d + Pi,d + (chaveados e fixos) e RTs. Estas restrições são
ji ∈ Ωl ij ∈ Ωl
P uma extensão das equações (7)-(10). As equações
gd D
Pm,d = Pi,d ∀i ∈ Ωb , ∀d ∈ Ωd (23) (27)-(29) são uma extensão de (18)-(20). A equa-
m∈Ωgd ção (30) representa a restrição dos limites do qua-
/i=Lgd (m)

P P  qdr
 drado da magnitude de tensão nos nós, enquanto
Qji,d − Qij,d + Xij Iij,d + QSi,d + que (31) os limites do quadrado da magnitude do
ji ∈ Ωl ij ∈ Ωl
P P P fluxo de corrente nos circuitos. As equações (32)
Qgd
m,d + Qbcc
n,d + Qbcf
r = QD
i,d e (33) representam, respectivamente, os limites de
m∈Ωgd n∈Ωbc
c r∈Ωbc
f injeções de potências ativa e reativa dos GDs. A
/i=Lgd (m) /i=Lbcc (n) /i=Lbcf (r)
equação (34) representa as injeções de potência re-
∀i ∈ Ωb , ∀d ∈ Ωd (24) ativa pelos BCs chaveados. A equação (35) repre-
qdr 2 qdr senta a injeção de potência reativa dos BCs fixos
Vi,d − 2 (Rij Pij,d + Xij Qij,d ) − Zij Iij,d
e a equação (36) representa o limite máximo de
−Vej,d = 0
qdr
∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (25) módulos em operação de cada BC chaveado.
Vej,d
qdr qdr 2
Iij,d = Pij,d +Q2ij,d ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (26) No modelo (22)–(39) é possı́vel considerar di-
qdr ferentes modos de operação dos GDs. Em parti-
Vj,d = tqdr e qdr
ij,d Vj,d ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (27)
cular, se o GD m estiver operando no modo de
 2
ntij,d 2 ntij,d fator de potência (FP) constante, a restrição (40)
tqdr
ij,d = 1 + 2R% + (R%) deve ser adicionada no modelo.
nt nt
∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (28) gd gd 
Qm,d = Pm,d tan cos−1 (f pesp
m )
−nt ≤ ntij,d ≤ nt ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (29)
2 qdr 2 ∀m ∈ Ωgd
f p , ∀d ∈ Ωd (40)
V ≤ Vi,d ≤V ∀i ∈ Ωb , ∀d ∈ Ωd (30)
qdr 2
0 ≤ Iij,d ≤ I ij ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (31) No modelo (22)-(39) as restrições (26), (27) e
gd gd (28) são não lineares, pois possuem termos qua-
0 ≤ Pm,d ≤ Pm ∀m ∈ Ωgd , ∀d ∈ Ωd (32) dráticos e/ou produto de duas variáveis. Com o
gd
Qm gd
≤ Qm,d ≤ Qm
gd
∀m ∈ Ωgd , ∀d ∈ Ωd (33) objetivo de poder utilizar ferramentas de otimiza-
ção de programação linear inteira mista é desejável
obter expressões lineares para estas restrições.
bcc
Qn,d = nabcc esp
n,d Qn ∀n ∈ Ωbc
c , ∀d ∈ Ωd (34)

Qrbcf = nabcf
bcf
∀r ∈ Ωbc 3 Linearização
r Qr f (35)
0 ≤ nabcc bcc
∀n ∈ Ωbc Em (Alves, 2012) é apresentada a lineariza-
n,d ≤ nan c , ∀d ∈ Ωd (36)
ção do membro esquerdo da equação (26). Pri-
nabcc
n,d inteiro ∀n ∈ Ωbc
c , ∀d ∈ Ωd (37)
meiro discretiza-se Vej,d
qdr
usando as variáveis biná-
nabcf
r binário ∀r ∈ Ωbc
f (38) rias xj,d,s ∀s = 1 . . . S, em que xj,d,s = 1 se, e
V
ntij,d inteiro ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (39) somente se, Vej,dqdr
é maior que V 2 + s∆ , como
qdr qdr e qdr
ilustra na Figura 6. Esta condição é modelada
em que Iij,d , Vi,d , Vj,d e tqdr
ij,d denotam, respec- nas equações (41)-(43) mostrando como as variá-
tivamente, as variáveis I , V 2 , Ve 2 e t2 . A
2
ij,d i,d j,d ij,d veis xj,d,s são calculadas.

ISBN: 978-85-8001-069-5 1533


Anais do XIX Congresso Brasileiro de Automática,
2 CBA 2012.
Pij,d
PS V V
2
V + s=1 xj,d,s ∆ ≤ Vej,d
qdr 2
≤V +∆ + h S i2
PS V 4 ∆ij
s=1 xj,d,s ∆ ∀j ∈ Ωb , ∀d ∈ Ωd (41)
xj,d,s ≤ xj,d,s−1 ∀j ∈ Ωb , s = 2 . . . S (42) mSij,2 = 3∆Sij
xj,d,s ∈ {0, 1} ∀j ∈ Ωb , s = 1 . . . S (43)
h i
S 2
O produto Vej,d
qdr qdr
Iij,d é calculado multiplicando ∆ij h i
S 2
5
o ponto médio do primeiro intervalo de discreti- 6 ∆ij |Pij,d |
zação do quadrado da magnitude de tensão não 0 S
∆ij 2∆ij
S
regulada pelo quadrado da magnitude do fluxo de 2
corrente, mais as correções sucessivas de potên- Figura 7: Ajuste linear de Pij,d para os dois pri-
c qdr V meiros subintervalos
cia Pj,d,s que dependem de Iij,d , xj,d,s e ∆ , de
acordo com as equações (44)-(46). S
2
Pij,d + Q2ij,d = 65 ∆ij ∆P
ij,d,1 +
 V
 P PR S P 5 S Q
Vej,d + Ss=1 Pj,d,s r=2 mij,r ∆ij,d,r + 6 ∆ij ∆ij,d,1 +
qdr qdr qdr
Iij,d = V 2 + 21 ∆ Iij,d c
PR S Q
∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (44) r=2 mij,r ∆ij,d,r ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (49)
V V 2 + −
0≤∆ qdr
Iij,d c
− Pj,d,s ≤ ∆ I ij (1 − xj,d,s ) Pij,d − Pij,d = Pij,d ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (50)
∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd , s = 1 . . . S (45) Q+
ij,d − Q−
= Qij,d
ij,d ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (51)
V 2 + − P R
c
0 ≤ Pj,d,s ≤∆ I ij xj,d,s , ∀ij ∈ Ωl Pij,d + Pij,d = r=1 ∆Pij,d,r
∀d ∈ Ωd , s = 1 . . . S (46) ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (52)
+ − PR Q
Qij,d + Qij,d = r=1 ∆ij,d,r
A equação (44) é a aproximação linear do pro- ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (53)
duto Vej,d
qdr qdr
Iij,d e as equações (45)-(46) definem os S
c
valores de Pj,d,s , para todo ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd e 0 ≤ ∆P
ij,d,r ≤ ∆ij
s = 1 . . . S. Se xj,d,s = 0, então Pj,d,s c
= 0 e ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd , r = 1 . . . R (54)
qdr 2 qdr V S
0 ≤ Iij,d c
≤ I ij , caso contrário, Pj,d,s = ∆ Iij,d , 0 ≤ ∆Q
ij,d,r ≤ ∆ij
V 2
em que ∆ I ij proporciona um grau suficiente de ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd , r = 1 . . . R (55)
c +
liberdade para Pj,d,s (Alves, 2012). 0 ≤ Pij,d ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (56)
Na linearização do membro direito da equa- 0≤ −
Pij,d ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (57)
2
ção (26), observa-se que Pij,d é uma função par
e, portanto, na sua linearização, a variável inde- 0≤ Q+ij,d ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (58)
pendente Pij,d n será tomada na forma |Po ij,d |. As- 0≤ Q− ∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (59)
S S S ij,d
sim, seja PP = 0, ∆ij , 2∆ij , . . . , R∆ij uma par-
  em que
tição do intervalo fechado e limitado 0, V I ij .
S V I ij
Aplicando o caso contı́nuo do método dos mı́ni- ∆ij = ∀ij ∈ Ωl
mos quadrados, R
2
  a aproximação linear da função
Pij,d : 0, V I ij −→ R, restrita ao r-ésimo subin- S
h S S
i mSij,r = (2r−1) ∆ij ∀ij ∈ Ωl , r = 2 . . . R
tervalo (r−1) ∆ij , r∆ij , é da forma:
+ −
são parâmetros constantes. Pij,d e Pij,d são va-
1   S 2 riáveis auxiliares não negativas para obter |Pij,d |;
Lij,r (|Pij,d |) = −6r2 + 6r − 1 ∆ij + Q+ −
ij,d e Qij,d são variáveis auxiliares não negati-
6
S vas para obter |Qij,d |. As equações (49)-(59) são
(2r−1) ∆ij |Pij,d | (47) formadas por um conjunto de expressões linea-
res do membro direito de (26). As expressões
5 S P
PR 5 S Q
A aproximação linear para r = 1 é dada em S P
6 ∆ij ∆ij,d,1 + r=2 mij,r ∆ij,d,r e 6 ∆ij ∆ij,d,1 +
(48). PR S Q
5 S r=2 mij,r ∆ij,d,r são aproximações lineares de
Lij,1 (|Pij,d |) = ∆ij |Pij,d | (48) 2
Pij,d e Q2ij,d , respectivamente. As equações (50)
6
e (53) afirmam que |Pi,j,d | e |Qi,j,d | são iguais a
2
Dessa forma, uma linearização de Pij,d pode soma dos valores em cada bloco da discretização,
ser obtida a partir das equações (47) e (48), como respectivamente. As equações (54) e (55) definem,
mostrada na Figura 7. Uma linearização de Q2ij,d respectivamente, os limites superiores e inferiores
2
pode ser realizada de forma análoga. Portanto, a da contribuição de cada bloco de Pij,d e Q2ij,d .
linearização do membro direito de (26) está defi- De modo análogo à linearização de Vej,d
qdr qdr
Ij,d , o
nida nas equações (49)-(59). membro direito de (27) é linearizado como mostra

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Anais do XIX Congresso Brasileiro de Automática, CBA 2012.
BC 2

nas equações (60)-(62).


  P 24 23 22 21 20 19

tqdr e qdr = tqdr V 2 + 1 ∆V + S V c


V 14
ij,d j,d ij,d 2 s=1 j,d,s 15 16
18 29
30
BC 3 25
∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (60) 13
17 28
27
2 V V 26
(1 − R%) ∆ (1 − xj,d,s ) ≤ tqdr c
ij,d ∆ − Vj,d,s SE RT 4−5

1 2 3 4 5 6 7 8
2 V
≤ (1 + R%) ∆ (1 − xj,d,s )
∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd , s = 1 . . . S (61) 12 11 10 9

GD
31
2 V c
BC 1
(1 − R%) ∆ xj,d,s ≤ Vj,d,s
32
2 V 34 33
≤ (1 + R%) ∆ xj,d,s
∀j ∈ Ωb , ∀d ∈ Ωd , s = 1 . . . S (62) Figura 8: Sistema de distribuição de 34 nós

Assim como na equação (44), o produto


tqdr e eqdr é calculado usando o ponto médio do As restrições (41)-(43), (61)-(62) e (65) represen-
ij,d Vj,d
primeiro intervalo de discretização do quadrado tam a linearização da equação (27). A restrição
da magnitude de tensão não regulada multiplicado (63) representa a linearização da equação (28).
pelo quadrado do tap do RT mais as correções su- No modelo linear proposto a função objetivo
c
cessivas da tensão (Vj,d,s ) que dependem de tqdr
ij,d ,
representa as perdas diárias de energia. As equa-
V ções (23)-(25), (41)-(43), (45)-(46), (50)-(59) e
xj,d,s e ∆ . A equação (60) é uma aproximação
(64) representam o estado de operação em regime
linear do produto tqdr e eqdr e as equações (61) e
ij,d Vj,d permanente de um sistema de distribuição radial.
c
(62) definem os valores de Vj,d,s , ∀j ∈ Ωb , ∀d ∈
c
Ωd , s = 1 . . . S. Se xj,d,s = 0, então Vj,d,s = 0, 4 Testes e Resultados
V
caso contrário, c
Vj,d,s = tqdr
ij,d ∆ . Em ambos os A fim de testar a metodologia proposta,
2 2
casos tem-se (1 − R%) ≤ tqdr
ij,d ≤ (1 + R%) . utilizou-se um sistema de 34 nós, ilustrado na
A equação (28) é não linear devido ao termo Figura 8 e cujos dados são apresentados em
ntij,d 2
quadrático ( nt ) e este termo será aproximado (Segura, 2006). Foram considerados três nı́veis
pela função constante y = a. Aplicando o de demanda, classificados como demanda máxima,
caso contı́nuo do método dos mı́nimos quadrados, média e mı́nima, com uma duração de 4, 16 e
obtém-se a = 41 e, portanto, a equação (28) é li- 4 horas, respectivamente, sendo que a demanda
nearizada conforme equação (63). máxima e mı́nima correspondem a 170% e 60%
ntij,d 1 2 da demanda média, respectivamente. Adicional-
tqdr
ij,d = 1 + 2R% + (R%) mente, foram consideradas magnitudes de tensão
nt 4
∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (63) máxima e mı́nima de 11,00 kV e 10,23 kV, respec-
tivamente. O objetivo é analisar o desempenho do
3.1 Formulação Linear Inteira Mista para o Pro-
sistema considerando a presença de GD, BC e RT.
blema de Planejamento da Operação de Re-
O GD está localizado no nó 31, com uma ca-
des de Distribuição
pacidade de potência ativa de 300 kW, uma ca-
O problema de planejamento da operação de pacidade de potência reativa de -40 kVAr a 180
redes de distribuição pode ser formulado como kVAr e operando com um fator de potência cons-
um problema de PLIM, como segue: tante de 0,92. Os BCs chaveados possuem quatro
módulos, cada módulo tem uma capacidade de 60
min (22) kVAr, e dois BCs chaveados estão localizados nos
nós 11 e 23. O BC fixo está localizado no nó 26
s.a. (23)-(25), (29)-(39), (41)-(43), (45)-(46), (50)-
e tem uma capacidade de 100 kVAr. O RT está
(59), (61)-(63).
localizado no circuito 4 − 5, cujos taps ajustáveis
  possuem 32 passos, com uma taxa de regulação de
V qdr PS
V 2 + 21 ∆ Iij,d c
+ s=1 Pj,d,s = ±10%.
5 S P
P R S P A metodologia proposta apresenta boa pre-
6 ∆ij ∆ij,d,1 + r=2 mij,r ∆ij,d,r + cisão comparado com o modelo de programação
5 S Q PR Q
6 ∆ij ∆ij,d,1 +
S
r=2 mij,r ∆ij,d,r
não linear. Na resolução do modelo não linear,
∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (64) foi considerado as injeções de potências ativa e re-
  P ativa pelos GDs e BCs determinadas no modelo
qdr qdr 2 1 V S c
Vj,d = tij,d V + 2 ∆ + s=1 Vj,d,s linear. Para as magnitudes de tensão o erro má-
∀ij ∈ Ωl , ∀d ∈ Ωd (65) ximo é aproximadamente zero, enquanto que para
as perdas anuais de energia é inferior a 0, 12%. Em
As restrições (41)-(43), (45)-(46), (50)-(59) e relação aos taps do RT, o modelo não linear deter-
(64) representam a linearização da equação (26). minou os valores 6, 3 e 1, nos nı́veis de demanda

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Referências
Tabela 1: Resumo dos resultados obtidos para o
sistema de 34 nós Alves, R. P. (2012). Alocação ótima de regula-
Demanda Máxima Média Mı́nima dores de tensão em sistemas de distribuição
RT 4−5 (tap) 6 2 1 de energia elétrica radiais usando uma for-
GD 31 (kW) 300,0 300,0 300,0 mulação linear inteira mista, Dissertação de
GD 31 (kVAr) 127,8 127,8 127,8 mestrado, Faculdade de Engenharia de Ilha
BC 11 (kVAr) 240,0 240,0 240,0 Solteira (FEIS) - Universidade Estadual Pau-
BC 23 (kVAr) 240,0 240,0 240,0 lista - UNESP.
BC 26 (kVAr) 100,0 100,0 100,0
Bo, W. and Ka, L. (2011). Analysis of the dis-
tributed generation system and the influence
11,00
on power loss, Power and Energy Engineering
Magnitude de Tensão (kV)

10,90
Conference (APPEEC) .
10,80

10,70 Byrd, R. H., Nocedal, J. and Waltz, R. A. (2006).


10,60 Knitro: An integrad package for nonlinear
10,50
optimization, Large-Scale Nonlinear Optimi-
10,40
demanda máxima zation pp. 35–59.
10,30 demanda média
demanda mı́nima
10,23
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34
Cespedes, R. (1990). New method for the analysis
Número de Nós of distribution networks, IEEE Transactions
Figura 9: Perfil da magnitude de tensão Power Del. 5(1): 391–396.
Fourer, R., Gay, D. M. and Kernighan, B. W.
máxima, média e mı́nima, respectivamente. Para (2003). AMPL: A modeling language for
o teste foi considerado S = 8 e R = 20. Ambos mathematical programmin, CA: Brooks/Cole
os modelos foram implementados na linguagem de - Thomson Learning, Pacific Grove, 2nd Ed.
modelagem matemática AMPL. O modelo não li-
ner foi resolvido usando o solver comercial KNI- Franco, J. F. and Romero, R. A. (2010). Plane-
TRO (Byrd et al., 2006) e o modelo linear foi re- jamento da operação de sistemas de distri-
solvido usando o solver comercial CPLEX; ambos buição considerando a alocação ótima de ca-
solvers foram chamados com suas opções padrões. pacitores e reguladores de tensão, Simpósio
Brasileiro de Sistemas Elétricos .
Na Tabela 1 é mostrado um resumo dos resul-
tados obtidos pelo modelo proposto. As perdas Haffner, S., Pereira, L. A., Gasperin, L. V. and
diárias de energia são de 5, 15 MWh. Note que os Barreto, L. (2009). Alocação de bancos de ca-
GDs injetam sua máxima capacidade de potência pacitores em redes de distribuição de energia
ativa e uma potência reativa menor que sua ca- visando eliminar violações de tensão, SBA:
pacidade máxima, determinada pelo FP. Os BCs Controle Automação - Sociedade Brasileira
chaveados operam na sua capacidade máxima em de Automática 20: 546 – 563.
todos os nı́veis de demanda e o BC fixo está ope-
rando no sistema. O tap do RT no nı́vel de de- ILOG (2008). CPLEX Optimization subroutine
manda máxima é maior, com relação aos outros library guide and reference, version 11.0, In-
nı́veis, para obter um melhor perfil da magnitude cline Village, NV, USA.
de tensão mostrada na Figura 9. Segura, S. (2006). Alocação ótima de bancos de
capacitores em sistemas de distribuição ra-
5 Conclusões
dial, Dissertação de mestrado, Faculdade de
Foi apresentada uma formulação linear inteira Engenharia de Ilha Solteira (FEIS) - Univer-
mista para o problema de planejamento da ope- sidade Estadual Paulista - UNESP.
ração de redes de distribuição radial de energia
elétrica. O modelo proposto define a geração de Segura, S., Romero, R. and Rider, M. J. (2010).
potência ativa e reativa dos GDs, o número de Efficient heuristic algorithm used for optimal
módulos em operação dos BCs e o número de pas- capacitor placement in distribution systems,
sos do tap do RT de modo a minimizar as perdas International Journal of Electrical Power
diárias de energia da rede. O ponto de operação and Energy Systems 32(1): 71–78.
em regime permanente do sistema foi modelado Shirmohammadi, D., Hong, H. W., Semlyen, A.
por meio de expressões lineares. O uso de um mo- and Luo, G. X. (1988). A compensation-
delo de programação linear inteira mista garante based power flow method for weakly
a convergência para a solução ótima usando fer- meshed distribution and transmission
ramentas de otimização clássica existentes. Um networks, IEEE Transactions Power Sys-
sistema teste de 34 nós foi utilizado para mostrar tems 3(2): 753–762.
a eficiência do modelo matemático.

ISBN: 978-85-8001-069-5 1536

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