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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA Laboratório de


Termodinâmica e Transferência de Calor

Maxsuel Rangel da Silva


Samuel Tadeu Alves Lopes

PRÁTICA 9 – Trocador de Calor em Motor

Belo Horizonte
2023
INTRODUÇÃO :
O sistema de arrefecimento desempenha um papel crucial no funcionamento
adequado dos motores e equipamentos que geram calor durante sua operação.
Ele é projetado para dissipar o excesso de calor gerado pela combustão interna
e pelos componentes internos do motor, garantindo que a temperatura seja
mantida dentro do limite projetado.
O sistema de arrefecimento do motor é composto por diversos componentes
essenciais para controlar a temperatura do motor e dissipar o calor gerado
durante o funcionamento. Os principais componentes incluem:

• Bomba de água: Responsável por circular o líquido de arrefecimento pelo


sistema de arrefecimento
• Líquido de arrefecimento: É uma mistura de água desmineralizada e
etileno glicol. Na qual a água desmineralizada é usada para evitar a
formação de depósitos minerais dentro do sistema de arrefecimento e o
etileno glicol ele é adicionado na água para elevar o ponto de ebulição da
água.
• Mangueiras: São tubos flexíveis para permitir o fluxo do líquido entre os
componentes de arrefecimento, ela tem que ser capaz de suportar o calor
e a pressão gerada pelo líquido de arrefecimento.
• Radiador: É o trocador de calor do sistema de arrefecimento, é composto
por uma série de tubos finos e aletas em alumínio afim de aumentar a área
de contato exposta ao fluxo de ar.
• Sensor de temperatura: O sensor de temperatura é responsável por
monitora a temperatura do líquido de arrefecimento. Ele é responsável por
enviar sinal para acionar a ventoinha do radiador para aumentar a troca
térmica do fluido de arrefecimento.
• Válvula Termostática: Ela é responsável por bloquear ou permitir o fluxo
do líquido de arrefecimento, ou seja, ela controla se o líquido passara
somente no motor, ou no motor e no radiador. Por tanto ela ajuda o motor
a manter a temperatura ideal de funcionamento do motor.
Por tanto esses componentes trabalham em conjunto para garantir que o motor
mantenha a temperatura adequada de operação, evitando o superaquecimento.

Materiais:
• Motor 1.3 firefly da montadora fiat.

Procedimento Experimental:
Na prática, tivemos o motor 1.3 firefly como objeto de estudo, desmontando-o e
realizando sua montagem para entender seu funcionamento de maneira mais
aprofundada.
Durante o processo de desmontagem, podemos examinar as diferentes partes
do motor e compreender suas funções individuais. Desde o bloco do motor até
a cabeça dos cilindros, e principalmente compreender o funcionamento do
trocador de calor existente no motor.

Tratamento dos dados:


de calor existente partir da compreensão do funcionamento do motor, foi
disponibilizado os parâmetros técnicos do motor, e seus respectivos gráficos
necessários para cálculo da troca térmica existente no motor.
Figura 1 - Dados Experimentais do Motor

Rotação Fluxo gases Potência


D[mm] C[mm] Ae [m²] nº Cilindros PCI [Mj/Kg] Fc Fr
[RPM] [Kg/s] [Kw]
1000 1,02 0,013 10,0
1500 1,03 0,021 16,9
2000 1,04 0,028 24,5
2500 1,05 0,036 32,4
3000 1,06 0,044 40,5
3500 1,07 0,051 48,3
4000 80 89 0,005027 4 44 0,075 1,08 0,059 55,6
4500 1,09 0,066 62,2
5000 1,10 0,073 68,0
5500 1,11 0,080 72,8
6000 1,12 0,086 76,6
6500 1,13 0,092 79,4
7000 1,14 0,098 81,1

Fonte: Autoria do Autor

Figura 2 – Gráfico da temperatura média do gás por Fr

Fonte: Autoria do Autor


Pelo gráfico de temperatura média por Fr, fizemos a interpolação de Fr, dados
existentes do motor, para acharmos a temperatura em determinada rotação.
Figura 3 – Tabela da temperatura média do gás pela rotação

Rotação Temperatura
[RPM] Média do Gás [°C]
1000 575
1500 550
2000 525
2500 500
3000 490
3500 475
4000 460
4500 445
5000 430
5500 420
6000 410
6500 400
7000 390

Fonte: Autoria do Autor

Com a temperatura média do gás, interpolamos para encontramos tanto a


viscosidade média do gás e a sua condutividade.
Figura 4 – Gráfico da Viscosidade média do gás pela temperatura média do gás

Fonte: Autoria do Autor


Figura 5 – Tabela da temperatura média do gás pela viscosidade.

Temperatura Média do Viscosidade


Gás [°C] [Kg/s.m]
575 0,00003270
550 0,00003260
525 0,00003255
500 0,00003250
490 0,00003253
475 0,00003256
460 0,00003259
445 0,00003260
430 0,00003265
420 0,00003271
410 0,00003276
400 0,00003279
390 0,00003280

Fonte: Autoria do Autor

Figura 6 – Gráfico da condutividade média do gás pela temperatura média do gás

Fonte: Autoria do Autor


Figura 7 – Tabela da condutividade média do gás pela temperatura média do gás

Temperatura Média Condutividade Média


do Gás [°C] do Gás [W/m².K]
575 0,05280
550 0,05270
525 0,05265
500 0,05260
490 0,05262
475 0,05266
460 0,05269
445 0,05270
430 0,05275
420 0,05280
410 0,05285
400 0,05290
390 0,05300

Fonte: Autoria do Autor

𝜇𝑔̇
Com o fluxo dos gases e com a área do pistão, jogamos na fórmula 𝐺 = 𝐴 , como
𝑝
precisávamos de G para cada rotação optamos por utilizar o excel, onde
obtivemos os seguintes valores:
Figura 8 – Tabela para encontrarmos o valor de G.

Rotação Fluxo gases


Ae [m²] G
[RPM] [Kg/s]
1000 0,013 2,586
1500 0,021 4,178
2000 0,028 5,570
2500 0,036 7,162
3000 0,044 8,754
3500 0,051 10,146
4000 0,059 0,005027 11,738
4500 0,066 13,130
5000 0,073 14,523
5500 0,080 15,915
6000 0,086 17,109
6500 0,092 18,303
7000 0,098 19,496

Fonte: Autoria do Autor

Com o valor de G, da condutividade média do gás e da viscosidade média do gás


0,75
ℎ∙𝐷 𝐺∙𝐷
jogamos na fórmula = 10,4 ( 𝜇 ) , na qual encontramos o valor de entalpia
𝐾𝑔 𝑔
para cada rotação requerida do motor.
Figura 9 – Tabela para encontrarmos o valor de h.

Rotação Viscosidade Condutividade Média do Gás


D[m] G h
[RPM] [Kg/s.m] [W/m².K]
1000 2,586 0,00003270 0,05280 4869,5527
1500 4,178 0,00003260 0,05270 6980,2397
2000 5,570 0,00003255 0,05265 8662,8761
2500 7,162 0,00003250 0,05260 10461,8515
3000 8,754 0,00003253 0,05262 12157,2614
3500 10,146 0,00003256 0,05266 13581,6846
4000 0,08 11,738 0,00003259 0,05269 15148,2474
4500 13,130 0,00003260 0,05270 16476,4566
5000 14,523 0,00003265 0,05275 17766,8596
5500 15,915 0,00003271 0,05280 19021,7056
6000 17,109 0,00003276 0,05285 20077,9497
6500 18,303 0,00003279 0,05290 21125,1077
7000 19,496 0,00003280 0,05300 22186,9955

Fonte: Autoria do Autor

Com o valor de entalpia calculado encontramos a taxa de calor que é absorvida


pelo líquido de arrefecimento para cada rotação pela fórmula 𝑄𝑒̇ = ℎ ∙
𝐴𝑝 (𝑇𝑔 − 𝑇𝑒 ). Logo em seguida geramos o gráfico 𝑄𝑒̇ 𝑥 𝑛.
Figura 10 – Tabela para encontrarmos o valor de Qe.

Rotação Temperatura Média Temperatura Média do


Ae [m²] h Qe [W]
[RPM] do Gás [°C] Arrefeciemento[°C]
1000 4869,5527 575 11871,37
1500 6980,2397 550 16139,80
2000 8662,8761 525 18941,80
2500 10461,8515 500 21560,67
3000 12157,2614 490 24443,62
3500 13581,6846 475 26283,56
4000 0,005027 15148,2474 460 90 28173,06
4500 16476,4566 445 29400,99
5000 17766,8596 430 30364,03
5500 19021,7056 420 31552,46
6000 20077,9497 410 32295,29
6500 21125,1077 400 32917,78
7000 22186,9955 390 33457,20

Fonte: Autoria do Autor


Figura 11 – Gráfico do calor de entrada pela rotação

Fonte: Autoria do Autor

Para gerarmos o gráfico 𝑄𝑒̇ 𝑥𝑄𝑖𝑛


̇ , primeiramente precisamos encontrar a massa
de combustível para cada rotação, utilizando a fórmula 𝑄𝑒̇ = 𝑚̇ ∙ 𝐶𝑝 (𝑇𝑔 − 𝑇𝑒 ), para
̇ , pela fórmula 𝑄𝑖𝑛
em seguida encontrar o 𝑄𝑖𝑛 ̇ = 𝑚̇ ∙ 𝑃𝐶𝐼.
Figura 12 – Tabela para encontrarmos a vazão mássica de combustível.

Rotação Temperatura Média Temperatura Média


Qe [W] Cp [J/Kg] m [Kg/s]
[RPM] do Gás [°C] do Arrefeciemento[°C]
1000 11871,37 575 5,56296E-07
1500 16139,80 550 7,97421E-07
2000 18941,80 525 9,89645E-07
2500 21560,67 500 1,19516E-06
3000 24443,62 490 1,38884E-06
3500 26283,56 475 1,55157E-06
4000 28173,06 44000000,00 460 90 1,73053E-06
4500 29400,99 445 1,88227E-06
5000 30364,03 430 2,02968E-06
5500 31552,46 420 2,17303E-06
6000 32295,29 410 2,2937E-06
6500 32917,78 400 2,41333E-06
7000 33457,20 390 2,53464E-06

Fonte: Autoria do Autor


Figura 13 – Tabela para encontrarmos o valor de Qin..

Rotação
m [Kg/s] Cp [J/Kg] Qin [W]
[RPM]
1000 5,56296E-07 24,48
1500 7,97421E-07 35,09
2000 9,89645E-07 43,54
2500 1,19516E-06 52,59
3000 1,38884E-06 61,11
3500 1,55157E-06 68,27
4000 1,73053E-06 44000000,00 76,14
4500 1,88227E-06 82,82
5000 2,02968E-06 89,31
5500 2,17303E-06 95,61
6000 2,2937E-06 100,92
6500 2,41333E-06 106,19
7000 2,53464E-06 111,52

Fonte: Autoria do Autor

Figura 14 – Gráfico do Qe/Qin

Fonte: Autoria do Autor

Para encontrarmos a vazão mássica de água no sistema de arrefecimento,


utilizamos a seguinte formula 𝑄𝑒̇ = 𝑚̇ ∙ 𝐶𝑝 (𝑇𝑔 − 𝑇𝑒 ), e por fim geramos o gráfico
vazão mássica de água pela rotação.
Figura 15 – Tabela para encontrarmos a vazão mássica de água.

Rotação Temperatura Média do Temperatura Média do


Qe [W] Cp [J/Kg] m h2o [Kg/s]
[RPM] Gás [°C] Arrefeciemento[°C]
1000 11871,37 575 0,00585
1500 16139,80 550 0,00838
2000 18941,80 525 0,01040
2500 21560,67 500 0,01256
3000 24443,62 490 0,01460
3500 26283,56 475 0,01631
4000 28173,06 4186,00 460 90 0,01819
4500 29400,99 445 0,01978
5000 30364,03 430 0,02133
5500 31552,46 420 0,02284
6000 32295,29 410 0,02411
6500 32917,78 400 0,02537
7000 33457,20 390 0,02664

Fonte: Autoria do Autor

Figura 16 – Gráfico da vazão mássica de água pela rotação.

Vazão Mássica de Água x Rotação


0,03000

0,02500

0,02000
m [ Kg/s]

0,01500

0,01000

0,00500

0,00000
800 1800 2800 3800 4800 5800 6800
Rotação [Rpm]

Fonte: Autoria do Autor


Discussão de resultados:
O sistema de arrefecimento é de extrema importância para o funcionamento
adequado e a longevidade de motores de veículos e equipamentos que geram
calor como resultado de sua operação. Contudo pela prática vimos o seu
funcionamento e como é feito o dimensionamento do sistema de arrefecimento
pelos cálculos acima.

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