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UFRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

PROBLEMAS ESPECIAIS DE FUNDAÇÕES E OBRAS SUBTERRÂNEAS

PROFESSORES: JOSÉ LUIZ COUTO E WAGNER NAHAS

3º TRABALHO PRÁTICO

Lucas Nascimento Leite DRE: 115043543

Rio de Janeiro
Julho, 2022
1. Introdução
O trabalho propõe a realização e apresentação dos resultados de uma Prova de Carga
Estática Vertical Rápida à Compressão em uma Estaca Hélice Contínua, executada no
Velódromo construído no Parque Olímpico do Rio de Janeiro. O trabalho utilizará os
procedimentos estabelecidos pelas Normas Brasileiras NBR 6122, NBR 12131, MB 51 e MB
3472.
A estaca testada tem as seguintes características:
 Estaca: E 5GH (c)
 Tipo: Hélice Contínua
 Seção do Fuste: 700mm
 Comprimento do Fuste: 20,70m
 Comprimento Total: 21,50m
 Altura do Bloco de Coroamento: 0,80m
 Furo de Sondagem mais próximo: SP6-PBS
E as seguintes cargas de projeto:
 Carga de Trabalho: 200tf (2.000kN)
 Carga de Ensaio Prevista: 400tf (4.000kN)
 Carga Máxima Ensaiada: 394,3tf (3.943kN)

2. Dados da Prova de Carga


Utilizando um conjunto de Macaco aferido (MP 118), foram aplicadas as cargas e
medidos os deslocamentos verticais. Os dados da Prova de Carga foram os seguintes:
 Tipo de Ensaio: Compressão – Rápida
 Tipo de Reação: Cordoalhas 8 x 4 Ø 12,7mm CP 190 RB
 Inícios (data e hora): 30/10/2014 - 19:30h
 Términos (data e hora): 31/10/2014 - 03:18h
 Carga máxima atingida no ensaio: 394,3tf (3.943kN)
 Recalques totais: 26,62mm
 Recalques permanentes: 12,46mm
 Macaco Hidráulico: Nº 118 capacidade 5000kN
 Bomba Hidráulico: Nº 18 da Rudloff
 Manômetro: Man 510 capacidade 1000kgf/cm² com divisão de 10kgf/cm²
 Placa de Transmissão: Aço Ø 80cm x 2,54cm

3. Dimensionamento dos elementos de reação


Para o dimensionamento dos elementos de reação, inicialmente, definimos o tipo de
carapaça a ser utilizada, foi escolhida então a carapaça ilustrada abaixo que aceita até 8
ancoragens.
O sistema de reação utilizado está esquematizado no croqui abaixo:
Agora avalia-se os elementos de reação propostos, sendo fios de Ø 8mm – CP 150 RB
ou cordoalhas de Ø 12,7mm – CP 190 RB. Analisando a tensão admissível para cada alternativa
e considerando um Fator de Segurança de 1,5 por ser estrutura provisória, temos:

σ adm, f =( 150 ×0 , 9 ) ÷ 1, 5=90 kgf /mm ²

σ adm, c =( 190 ×0 , 9 ) ÷ 1 ,5=114 kgf /mm ²

2
f adm ,f =90 × π × 4 =4523 , 89 kgf =45 , 24 kN /fio
2
f adm ,c =114 × π ×6 , 35 =14441 , 2 kgf =144 , 41 kN /cordoalha

Considerando que a carga máxima de ensaio é 4000kN, podemos dimensionar a


quantidade de fios ou cordoalhas:

Nº de fios=4000÷ 45 ,24=88 , 4 ≈ 89 fios


Nº de cordoalhas=4000÷ 144 , 41=27 , 7 ≈ 28 cordoalhas
De modo a melhor acomodar as cordoalhas nos 8 pontos de ancoragem da carapaça sem
criar excentricidade, o número de cordoalhas subirá para 32, que é o próximo número múltiplo
de 8.
4. Plano de Carregamento e Descarregamento
O plano de carregamento e descarregamento foram executados de acordo com o boletim
a seguir:
5. Resultados do Ensaio
Após a realização do ensaio, chegamos à seguinte tabela:
Pressão
Duração do Estágio Recalque do Estágio Recalque Total
Estágio Carga Aplicada (kN) Manométrica
(h:mm) (mm) (mm)
(kg/cm²)
CARREGAMENTO
0 0,00 0 00:00 0,0000 0,0000
1 205,72 30 00:00 0,0505 0,0505
1 205,72 30 00:10 0,0850 0,0850
2 411,43 60 00:00 0,0775 0,1675
2 411,43 60 00:10 0,1600 0,2450
3 582,86 85 00:00 0,0750 0,3675
3 582,86 85 00:10 0,1975 0,4425
4 788,58 115 00:00 0,1400 0,6550
4 788,58 115 00:10 0,3525 0,7950
5 960,01 140 00:00 0,2000 0,9750
5 960,01 140 00:10 0,3800 1,1750
6 1165,72 17 00:00 0,2975 1,3650
6 1165,72 170 00:10 0,4875 1,6625
7 1371,44 200 00:00 0,2700 2,0450
7 1371,44 200 00:10 0,6525 2,3150
8 1577,15 230 00:00 0,4175 2,8075
8 1577,15 230 00:10 0,9100 3,2250
9 1782,87 260 00:00 0,3175 3,7550
9 1782,87 260 00:10 0,8475 4,0725
10 1954,30 285 00:00 0,2800 4,4950
10 1954,30 285 00:10 0,7025 4,7750
11 2160,01 315 00:00 0,3800 5,3450
11 2160,01 315 00:10 0,9500 5,7250
12 2365,73 345 00:00 0,3450 6,4575
12 2365,73 345 00:10 1,0775 6,8025
13 2537,16 370 00:00 0,3150 7,5100
13 2537,16 370 00:10 1,0225 7,8250
14 2742,88 400 00:00 0,5300 8,9225
14 2742,88 400 00:10 1,6275 9,4525
15 2948,59 430 00:00 0,4500 10,3950
15 2948,59 430 00:10 1,3925 10,8450
16 3154,31 460 00:00 0,6575 12,3775
16 3154,31 460 00:10 2,1900 13,0350
17 3325,74 485 00:00 0,7200 14,5750
17 3325,74 485 00:10 2,2600 15,2950
18 3531,45 515 00:00 0,6575 17,7275
18 3531,45 515 00:10 3,0900 18,3850
19 3737,17 545 00:00 0,9875 20,8025
19 3737,17 545 00:10 3,4050 21,7900
20 3942,88 575 00:00 2,1925 24,4225
20 3942,88 575 00:10 4,8250 26,6150
Pressão
Duração do Estágio Recalque do Estágio Recalque Total
Estágio Carga Aplicada (kN) Manométrica
(h:mm) (mm) (mm)
(kg/cm²)
DESCARREGAMENTO
1 3428,60 500 00:00 -0,1125 26,5025
1 3428,60 500 00:10 -0,4100 26,2050
2 2948,59 430 00:00 -0,4100 25,7950
2 2948,59 430 00:10 -0,9100 25,2950
3 2468,59 360 00:00 -0,7475 24,5475
3 2468,59 360 00:10 -1,1125 24,1825
4 1954,30 285 00:00 -0,5700 23,6125
4 1954,30 285 00:10 -1,1175 23,0650
5 1440,01 210 00:00 -1,1025 21,9625
5 1440,01 210 00:10 -2,0700 20,9950
6 960,01 140 00:00 -1,0550 19,9400
6 960,01 140 00:10 -2,1675 18,8275
7 480,00 70 00:00 -1,2125 17,6150
7 480,00 70 00:10 -2,5025 16,3250
8 0,00 0 00:00 -1,7500 14,5750
8 0,00 0 00:10 -3,8625 12,4625

6. Gráfico Carga x Recalque


A partir da tabela acima foi possível elaborar um gráfico carga x recalque, representado
abaixo:

Carga Aplicada (kN)


0,00 19:30 500,00 1000,00 1500,00 2000,00 2500,00 3000,00 3500,00 4000,00 4500,00
0 19:40
19:50 20:00
19:30 19:40 20:10
19:50 20:00 20:20
20:10 20:30
20:20
20:30 20:40
20:40
20:50
20:50 21:00
21:00 21:10
5
21:10
21:20
21:20
21:30
21:30

21:40 21:40

10 21:50 21:50

22:00 22:00
03:10
02:10
Recalque Total (mm)

22:10
22:10
15
02:00
02:00 22:20

22:20
01:50 01:50
22:30
20 22:30
01:40 01:40

01:30 01:30 22:40

01:20
22:40
01:20
01:10
25 01:10
01:00
01:00 22:50
00:50 00:50

30
Podemos, então, elaborar o gráfico de deslocamento elástico e plástico e verificar se a
ancoragem atende a norma.

7. Conclusão
Após a realização do ensaio e da elaboração do gráfico carga x recalque, podemos
comparar a curva do ensaio com a reta do item 7.2.2.3 da NBR 6122/1996, indicada a seguir:
Pr × L D
∆ r= +
A × E 30
∆ r=recalque de ruptura convencional

Pr =carga de ruptura convencional

L=comprimento da estaca
A=área da seção transversal da estaca
E=modulo de elasticidade do material da estaca
D=diametro do circulo circunscrito a estaca
Adotando:
L=21500 mm
2
A=384845 mm
E=16905 MPa
d=700 mm
Fazendo a reta, chegamos ao seguinte gráfico comparativo:
Carga Aplicada (kN)
0,00 19:30 500,00 1000,00 1500,00 2000,00 2500,00 3000,00 3500,00 4000,00 4500,00
19:40 19:50
0 20:00
20:10 20:20
19:30 19:40 19:50 20:00 20:30
20:10
20:20 20:40
20:30
20:40 20:50
21:00
20:50
21:10
5 21:00
21:10 21:20
21:20 21:30
21:30
21:40
21:40
10 21:50
21:50

22:00 22:00
03:10
02:10
22:10 22:10
15
02:00 02:00
22:20
22:20
Recalque Total (mm)

01:50
01:50
22:30
20 01:40 22:30
01:40

01:30
01:30 22:40
01:20
22:40
01:20 01:10
25
01:10 01:00
01:00 22:50
00:50 00:50

30

35

40

Pode-se observar que a reta de ruptura citada na norma não cruza com a curva do
ensaio, indicando que a carga de ruptura é ainda maior do que a carga máxima ensaiada, que já
é duas vezes maior que a carga de trabalho. Com isso, conclui-se que a estaca está OK.
8. Anexos
a. Aferição do Conjunto Macaco Hidráulico x Bomba
b. Boletim de sondagem a percussão

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