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DOUTRINA

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- _ j q •. :; . . ;·.
ô· INDICIAMENTO COMO ATO
' -: ·: •i ". :. _ .. ~. · . DE POLICIA JUDICIÁRIA
• • : ,. ô
. _; . smGIO MARCOS DE M~RAES
1 ~-I-O-~-l:;L~--\-1--- ··-:.
•· :· - :.
PITOMBO
Advogado cm São Paulo

._·,..:/,.:;;;.,_-~~-
s:uiú'RÍO':
. ,, , ~c!e_~ t e ~
1. E&l~olor!Í!, do v~cábulo - z. Conceito de indiciameutó - 3.
~~º ~ .,_
.~_lllpót~ses,·,~ .,incàbencia - 5. Autoria. desconhecida. 00
-~• -:!,WJpeU~ e ..l'1diciado -:_ '1. Indlcla~nto. ,no ante-
: .. ,.Jll'!'Jet,o ele _qõclJó_j[o. Processo _Penal de 1981 - · 8. Proposta. "de lece · ·
,,;_::;iJ~'f:~_'\_./...:- . ,.. . . .. . . ..
o d~linqüente. ~ _preciso que alguém seja,
legitimamente. Indiciado para ·ser pro-
nunciado réu".•
.Vale .a!lrmar, .o exame de corpo de
. c;lelito te~de a evid~nclar a Infração _penal
os .indicias dem apo o Infrator ,s .
O caamento, que .se leva .a ,efeito
no inquérito policial, deve ser -o . resul-
tado .concreto .da. aludida ,convergência
de lndícl<>&, que assinalam Incriminando·
- ' .. , __ • -~ .. J çerta pessoa, . ou . .determina.das .. Mssoas
qual pratlca_ntes de ato OU ·de :atos havi
das pela leglslaçio penal como • típlc
antiJuridicos e · cu! áv , ·
M!is que pressupõe, o badicia.ml;lnto ne-
~ta., ~1:11 conseqüência., de suporte .fá-
t1co pos1tivQ da culpa P.Cnal, lato sensu.
Contém .uma :proposição, no sentido de
z.·.Colicelto ele iudicfamento guardar função declarativa de autoria
provável. Suscetlvel, é certo, de avaliar-
. Já, no Inquérito policial, o lndiclamen- se, ..depois, como verdadeira, ou logica-
&o ,há !litl ostenu,,r-~ wmo ato do proce- mente falsa. Consiste, pois, em rascunho
41m.ePto,, ~~-r.Jil!Sulta .do -e.ncontro de um de eventual_ acusação; do mesmo mOdo
1 .,
"~!llx~.--.de Jwµcios con'tergente&", .qué que as denuncias e queixas ·também
~P:0$.m •;º -~P96t.o faUtQ1?,. da ln.fração manifestam quais esboços da
penal ·
se
-sentl;lpça
' ,. ... : · ~-~ ~~ pois, .cfo /toco -tricrlmi-:
. 1 ~ ~-, - . . t.... . . . 3 . Conteúdo
;_.t;abe .recordar, .neste lanço, wnheclda
llç~: • •o corpo de ·c1eilto 1,0- _O lndrciar àlguém como Parece cl
e..,~
~ . prova,~ ,\:léµto, ~réin .não_:mostra ::~~:a.d~ ::1r1e
'
qglu:lml ato ~rbltrárlo~
0 - Na.o se funda,
314 RT-5'17 -
_) ( ~
NOVEMBRO DE 1983
, .DOUTRINA, <CRimN~) 3Ui

instaurado, u .lhe verificou a probabili- madu. com relação ao indiciado seriam


.. · -- ·. niente, acompe.nhadà tipl<:lda.dÚ.á- de- dade · de·,ser o ~ente.••· . - cablvels em se tratando do mero suspei~
também: ·nó ·us0··dé poder dlscrlcloOárl~ tiva, ãiítljuridicidade e culpa~d ~ 0
visto que ine:rlst.e a Jl()$lbllidade Jeg ~ u s i v o . E tal con:- Ineid.ste;· em nosso sistema, .razão lógi- to:-~ . enquanto mandava que a au-
de escolher entre tndiclAr ou nio. A ques- Juntõ que o mcnmma. ca ou j~dica _.lµlpedltlva de &_autorida- Wlidade P,O.Uc1al ouvisse em · lnterroga-
tão situa-se na.. legalidade do ato. · A ftft.:~ tfplca afl-0ra anUJurldica. A
de inquirir E-Obre delito, mesmo faltante tórlo tanto o Jndiclado como o suspeito,
o suspeito., sobre o qual se reunlU pro- ....,_, tlt 1 a Imputação. Nem se há de arredar a o· -; ,n~proJéio 'estatlÍfa fo.5Se ordenada a
v~ da autoria iia tntraçãi>, tem que .ser tipicidade, entretanto, não com u a conwctura de, ·.ao t~t do lnquérito : e Jdentltlcl!,Çáo, pelo· processo "datlloscópico,
Indiciado. Já aquele que con~ si ~ antUurldlcldade, mas tão-só a exibe, me- inobs.tant.e -demonstrada · a materlalldade do .tndicla.do, sem mencionar também o
frágeis indícios, ou outro melo de_prova diante os elemento& sen.sivels da tnn~- dá !lnfráçãÔ, não Jogt;~ a ·autorl~e in-. · aµspe1to: Pàrá esse ~eito, cumpre se faça,
esgarçado, não pode Rr tndlc~o. Man~ çãD, ou por via de indfclos.tt . díckis áútlclentes para. o apontamento ~ • na .prãtlca, a dlstlrição, já de praxe na
tém-se ele como é : to. A.wm, em face do agir que não se qua- . . âüiona, abstração . . feita da diversidade- . PoUcla Federal qué átingiu elevado grau
mera suspeita não va1 a dra, em tese, ao modelo Jurfdlco-penal · de . 4.IISJ>elt06._ . de . técnicá; :·efl~léncla. e correção. Dai a

~i~e/J.!=-1~~::-~~; =~~~:e:11;:i!uriac~~~~ rere::: .i- •:· ·-· 1··,.t ·-~· ._·~, .,-. 1. expressão •mdici!lr ", surgida na prática
1 f ;. S.iiQeHó é ,:h!:dlclado po~clal; significando atribuir a alguém _
~ftil~ sf.s6s,inão~ jMlg'lqu,il ~m-
dos pela Instrução, por coagir lncUcia- .. . • • • , ; .: , : 1.. ·.- r1 • J
:- Bá, •· p0rtanto;;; e:;cala de menos para
: ~ .• . . _ a ··.condição não de · simples suspeito da
bras; não p0&511em estrutura para dar mento emerge llepl . . prática- de in!ração penal, mas de· seu
rw ..• nr"""·-~ aiitm-1,~ ~ anro- A demonstração au!lclente, no inquê-;
mais,·-~ :e]ajo · à. -~ção ' averiguada provável autor".11
dii, .it.:qtotja; .a~, iiaber:·. á.u.spélto, lndicla.do
~~~P~if~\NÇ~~~pênas rito policla.l, da existência de causa de e rêli •penal. : .:'l- , ,, '.";-.; ' · : .
importam à slmptes.~'lhvestigação poli- exclusão da crlmlnalldade (&m. 19, 20 e 't. lndiciamento no anteprojeto de Có-
clal. ·· · ' •·. .,, ·, · :. 21 do CP) faz a conduta perqlllrtda do
··nat' .- . :..,;/,t.,, ---=áf1tma.i - com
.. •.. .. , ..~ ~'1';".•·-, ~ - • •li • I '
nnntua.11-
· ~ -• • : Ci,,"'." , ,, -. digo do Processe, Penal de · 1981 .
Su.spelta.-se de pessoas, de colsu, de . agente ~ostrar-~ &elJ1- ~~açãf_.Upica da.de, .qiiet i,ía ';'tecnlca, se . teservam as ' -
expre.ssõea "réu": ;para o mJelto em • face A própria exiBtência de graduação, no
ta.tos. ~uspel~~ •. ~ - ~ •• -- ~ ~- ~. ,, porl.ânto;_a ~ r ·,re~~~ento.11
~ CJ.UeJ!l é -~~~ -,a ação penal ·e •1n11- tocante à autoria, põe à luz a lmportàn-
tànc~.,o-~ . olb!i,A.Q,a.lto,-COI),- .,, '. '.. A 'cuipa~llliiajJe· _~ J m -f~ 00Je- éíàdó~ ·1 'pesooa': bbjeto de , lnveaitgaçao,
Jectura, ::4tlSC<>~,cP.®'!lt,,.J:l!ve ~ . - tlvo . dil, reprov!'Ção :~ .:,º rl.'rp_duzir ~ C:la. do lndiciamento, como foi aqul divl-
durante· a fase de inquérito.is Objeto no .sado.u _ _ ·
aubJet~Vf,.;& . t . ~.,~ ·ptijeto. a\!Çel~ ; .. vónta.de do agente. Ora,· a -~~~~ia.çao senUdó ·ae 'que' o tndJcfadó, . em 'sf, cons- . o indiclameoto Implica certa qualifi·
é, supondo, war de duvld05& a pessoa, clara e manifesta de causa·· de exclusão t1tu1:.ae·.em melo de ·prova. · ·
a ootaa ou o fat.o. _ da culpabilidade (a.rts. 18, 19, 22, . ~ e cação jurídica, ou. melhor, categoria de-
-o· precedent,e'.ab.tepl'ojeto de Código -do terminante de conseqüê0clas próprias, no
Diferem, , &e~o ... ª.~~--~--.~~ 24 do CP), a. quàl ;óstentá oerto ,compor- Próceuo1·Pênâ1;'éiãliórado pelo Prof. J~ Am.bito do procedimento JnquJsltlvo, pre-
dó iauspe!fô; e' 'do :~~1,,do:·-~ ~~~1~. ta.mento necessárlo, OÍ:1 oçt,._~l~C? .- ~~~-
exist.eriV do1s 'juú:ÓS. 'qúan~:-~ ~~~~: :~r.
d<>.' nas c ~ ' n c ~ ·- bá _à e' ·at~ âr,_ Preíiêrlco -MerQUé$ ·.e -revisto por: .subco- váiêceiltemerité restritlva.s de direlto8. o
mwão··constitufda ·-pelos Profs. J<isé Car.;. indlclado afiançado, p. ex., não se ausen-
f~ p r ~ n . ~.. da _~!"\1!w ~,"::;. 1guá1, o aludido ~~ ~e .,«>Ucla J~~c.~ . _ loo' Moreira ;Aives;'·Benjamin de M:oraes ta., nem muda de residêncla.. sem aviso e
~!.5•.~~~-•«:°·-_1~t,L~~~~~ Màb que tudo, descabe lndlc~~7~ : o Pllho·.e JOSé J 5algado •.Ma.rtins,H no ·tft. pei-mis..~o~· tendo-lhe, pois, restrita a. li-
.-,~~º-· ,. , ~- .C'? ---. --~ .. ,ni:,;!:. L~-_-- wposto agente em lnqUê~~. ~esIDO. que m ;'-,.. Daa :~ "-, c~p. -·n. "Do réu ou berdade de 'ir e vir (arts; 322 e 328 do
gl~~ entê~· nló ·•6·:CC?D~~l>·-i,~ . pro~o O fa~. se.a punibilida~e Já_se acu.sado", . âeçã~ ,.n, "Do .suspeito e do
~m' -motlvos-forw P,í:ó 911 ~~ "'!!""• encontrá extinta, mercê de .causa que a indlclado~ •., J)ÓMUfa o- disposttlvo seguin-
CPP). Pode ainda, sofrer a.preensão e
~~·-n4:,atr&;J;:a_ss!fD::.é ~~1-~.~ -~'n~ lei materlal aponta (ài-t. •os do_~>.11 seqüestro de bem, providências cautela-
te: -_"Art.. J05?~~ de: ~~ta. ·a ação .
seja' o :hóíilJé.J.ifa; ~ --é. i'>_o.RfYci ~
âeja.!••~ -'. ~ ~•~···· ,-.. _;---··-- - te do:::u~to
O..0A

·;~~ :J,l!O~m. é.•O. v ~ ~. A~- lei mas a revelação que .ulUma, ,por de-
_ que a autoridade presiden-
pollclal não ln~erpreta a
peD'al,· 'deDi!Jmfiiá« ·• suspeito• aquele a
res, éoarctantes dos dlreltos de posse e
propriedade (arts. 6.0 , n, 127 e 240 do
queaue póssâ" atribuir, a práUca da in- CPP) • . No plano tttico, padece -llmita-
fração penal~ e · •in~clàdo• o que -desta
ma~. da·ve~det sem. nec~~~nte, - • d.e offcio .. da conduta humana, por ções, 'eCOnômlca.s, como o cerceamento do·
·1 yerdádefro -Parte de razões robustas, ver • " . . • -. • seja" ·<? , ~•~t ·.autor". . Ctédfto.~ - -
ser · ,._ b· .. ·-te melo da norma penal. Tais conceitos diferenciantes _ provi- A condição de Indiciado, entretanto, dá
porém ainda não decl-qvas.. Now ...,..., x.lsUncla. não -do ato de lndlc:la·
nham do art.· 104 de outro anteprojeto
- suficientes, senão ll&r& Imputar• Surge. -
a~eutral, a,sstm: ·é provãvel
.seja. o homicida, por causa. """ me os
de prova colhldos, maa talvez não seja..
que_..~~'F :i:i~i:~~:e·
Ae . oulad lmpossui a marca

.,..,
tura do inqu.,. ,to, no
emº're1açã.o à sorte tu-
Jufzo penal
·
elaborado pelo -·mesmo autor ,n
Não passaram, entretantó, para ó pro-
jeto de -lel 633/751• e, lgwümente, para
alguns -dlreitos. qual o de requerer dill- -
-gêncla3, para esclarecimento da verdade
crlmlnal (art. H do CPP), bem a.ES!m
ao silénclo, quando inqulrido <arts. 6.0 ,
Deve, portanto, &er lndlcl.ado.•
5. Autoria desconbeelda eu lodetermJ-
l o projeto de lei 1.268/79.11 V, 186 e 191 do CPP). Ter, ainda., quan-
Indicia.do, as.sim, é aquele sobre quem O nov1sslmo anteprojeto-.. também nã.'.> do menor, curad-Or, nomes.do pela auto-
recatam. no correr do inquérito pollclal, návd f 06 recebe, posto que, nesse pas..~, orienta-
ridade policial cart. 15 do ·- \
os lndicios, ou outro& meios de prova,
ba.stantes P,&nL acuar em jul1.o, ~e haver
Tirantes a.s bipó~ de flagrante de- i
(
re pelo aludido projeto de Lei 633/75.
Na doutrina e na. prática do processo '
ploma.).
o indic:lamento, como Instituto Jurídi-
perpetrado _uma. Infração penal, cuja vlslial lito da.s quais emerge a relativa certeza penal, çontudo, apartam-se as idéias de co, deverá. emergir configurado em ato
émténcl11. sê à.cha suficientemente _evl- tlva.s deoulndfolàmento,u presumida. da autoria, lmposl-
no inquérito, ta.l
suspeito, Indicia.do e acusado, ou réu, formal de
denclada..• admitam-se ou não, na lei, conceftott: "A ao surge •ele rotineiro, ou de tarifa,
ato há de resultar de Investigações afir- dl&Unção (legal) embora tenha sido alvo porque implicativo de mudança de es-
4. m~~ c1e ~~~
. .... -; ·•· •• ,,. : -· Á ' ) •
ma.Uvas. Em outra.s pe.lavras, a pessoa
5UEpeita. da prf.Uca de infração penal 1 de. critlca.s e tenha aldo eliminada, não
ê ·de.splclenda._É que nem tôdas as pro-
ta.do, no inquérito policial, com todos o.s
seus óbvios resultados
(v. ~ . 93-95; a.rt.
A eéonduià do suspeito, se,
l àutorl- passa 'a figurar como Jndlclada a contar vid~clas que devem ou podem .ser for- m, v, vn, VIII, IX e x ; ainda <> 1 4.0 ;
da'CÍé"i'pó11cla('. não :ile · revela; objetiva- do Instante em que, no inquérito pollclal


• .
316 RT-5'17 - NOVEMBRO DE 1983 I

226; li 1.º e 2.º; 230, § 3.0 ; 234, § 1.0 ; S. Cf. Joaquim Canu10 Mcndts de Alméld••
l'rlnclploo Fuad1mental1 do P . - Pea• I, SiQ.
340; "37, V e VI; 441, 452, I-V, e outros P• alo, Ed. Revista dos TribWlals, . 19n, t .J7, pp. . . :• ~ :· ~ :- .
do anteprojeto de 1981). Parece Inexistir 41 e 42,. e Rogério Lauria Tuccl, Do Corpo .de
a men'o r ca.bência em, a pretexto de que Ddllo no Direito processual Pcoal Bnsllcln>; Sio-
Paulo, Saraiva, 1978, § 411, pp. 196 e 197. · •
é Inútil apartar o suspeito do indicbdo, 6. CC. Rogério Lauria Tua:!, "lndlcluleoto .e
p. ~it .. sujeitá-lo aos mesmoi: Onus e obrl- qu•llflc• çio Indireta ;_ Fase de inv~11 . µlo
ge,çôes lmpo.stas ao segundo. Identificá- minai - Dlstlnçlo", RT 5111291. O autor u.enta . .. ~ J :-
tal conclUilo em José Frederico Marqúéi;·•TN!lldo
ló .e, . ainda, pregressá.~lo. Determinar-lhe de Direito l'roceauat-: Pmal, YD!, l,-lt7t•10. , 17i,
qúe se submeta a reprodução slm~lada São Paulo, Saraiva,. 1980, I 111, . i; ,..
M. de Mortes Pilombo, · •o ·lndlclamealOr;· · 'J<lf•
cm ~lo
dÔS - fatos investigados. UI do Advot• do, Slo Paulo; · ano 'VU(,;" Janmo .
i.. · afirmação de que o · lndlciamento de 1982, p. 20. . .. .• ,. , • • .,, . ':, ~, ~ ~. . .: ..
possui -legitimação lmpliclta, ou tatica- 1. Cf. Luiz C.tlo1 de Azevedo • Ac6rdJo 2.389. .:>-: : _:~):; r:· . •. ..
mente ostensiva. também não satisfaz.
no Proceeo Plsclplln.ar 5.90J•, DOE ..9.2.ll, p. · AUTO-ACUSAÇÃO FALSA
Tal pc,5lclonamento tende ao subJetlvls-
Sl. O autor traz à colação · • 'fótmúla'•"dii llllpe-
rador Trajano: •Neque de svspccloaJbus ~ ,-·. -._ ....
mo lncompatfvel e cal para o . arbftrlo. allqucm damnare: utlu1 eulm · aoe:·1mpunlhllo. 1:
. _.•.
rellnqul faclnus noccntls quam . lnnoceuds danula· ARTHUR COGAN
Eis ·o dado da experiência, de todos co- re•: · "N~ . se con~el)~·· nlnaupn.· ·só Jl'?l'~~ ÍJ\S; Procurador da Justiça cru São . Paulo
nhecido. é melhor delur liópunc -um lafr• for :ili, que•.con-
denu um Inocente• (Dlcetto 43, 11, .. s•.,~.)",. '
. a. Cf. Sérglp M. de Moraes .J'.uo,nt,o, Do .. 5e_
8 . Proposta "de tece ferenda" q ~ no·. Proccuo 'Peà• I llnslfc!rc>, ~ .'P• li!o.
·'6m$1é o'i-fetito de auto-acusação ial• pre esclareceu as clrcun.stãncias e não se
áa-' em:·âcfuar~se ·aÍguém, 'p eranté a' aúto-
Busbit,ky, 1973. § 39, ·pp. : 134 e 135_-. • ·
Ato mandamental, ou ordem da auto- 9; A ,cmelhari_ç a do art. 2sr cló ·CPP ~ & . auto-acusou•. Diz, ainda, o referido acór-
ridade pre.."'1dente do inquérito, •há de que conceitua ,&r1üldo. .. . ·.. . , ., : . ., . . . rldade; de crime inexistente ou pratica- dão que ."o réu não . comunicou por es-
precedê-lo. 10. ct .. Miguel Reale íúnlor, . AadJàddl!:láde crito à autoridade. Não prestou declara-
Coac1eta; · Slo Paulo, BushalSl:1, ··lffl, pp. 'ló do pór ·outrem. . , · ·
o mencionado ato, que deve exsurglr e 5J. . ·: · , .. , .. ,· .. · ções chamando a sl a responsabilidade,
por razão determinante - o encontro .da li, Cf•. M!ilJel Reale (dnlor, A.a!lfurl4k:Wade, .. , CaP,f~l!,do ~o a~. 341 ·do CP, a pena nem tez qualquer confissão à autoridade.
autoria - ao elevar o suspeito à cate- c11., pp. 52 e 53. · . · · ·. C!)~~ii~ .é .de. !fe~nção, de trêa meses
12. V. o decidido 'j,elo TAPJt, a 13. 12.19: •o Atípico, portanto, o crime ·que lhe foi
goria de Indiciado, necessita aflorar m(!- lrljlc&menlO : do , lnquúllO. ·•wU!:l&l, ~ :. l!CI". Orl!C• -..,. 4,o~,;¼os,:,ôu multa, de CT$ 2.O00,oó a Imputado" .1 Anotando o acórdão·, Celso
tlvado. · · nado quando,_ pcla 111a .do &.bc8I .COfP!ll,·.i . p01• Cr$::1q.ooo,oo, - . Delma.nto diz que "é necessário que a
ilvel . !•rl!lcat-se ' que º.·· r.~ , que ·· ele·· PRWid~
Na motivação da ordem c!e indiciamen- apurar. J.t. r01 alcançado .l)Cla . pie,crlçlo •. ~-"que, A:·obJetivldade Jurldlca é evitar que, auto-acusação falsa seja feita por· melo
Co se lhe vai descobrir a causa, mos- lnlJIOSllbllllada . ·a rcalluçAo -l!<! ·dl~IO. «-.Pl!ll\r
~9.0;;'0 a.cu. pron~gúl m~pipj , ~ ,a có~
por·-·:1antasta ou • pára proteger terceiro, de comunicação escrita à autoridade, em
trando ou não a substancial legalidade. e,o
tl1Ulr ··1:0n1tr• nglmento ·t(epl, ;J>ISOlvef· de · ~n- o ágente possa -~dar-re como autor de declarações ou conti~.são toma.da por ter-
Sugere-se, pois, de ·Íeg-e ferenda, a in-: · trolc Jurlldlc!onat: ,linedlàto~,~(.;;.d 1;J<NI! Annandó cr1ille .'1nexlstentil'; :ou assumir a respon-· mo e assinada; não basta a feita em Bo-
clusão, no Código do Proce~o Penal, de da , Cosi •, · , Fuodamcn!Of de · -~'1i!da · J• .lld'rla, aâb!Uda:de ·d e· delito que não praticou, pre- letim de Ocorrência, se depoLs o agente
Rio, Forense; . 1982, pp. 129 e IJO). . .. Judlcàndo o bom andamento do apare- a corrigiu"., · ·.
dlspOSltlvo que determine o indJciamento ' •ü . ct: Sirsto· M . de ·t,(oraes Pl\ombõ, ··• J)a
do suspeito _apeou mediante ordem fun- pr!Jio· em •fiagranre-, cm 1.ronia1 · • ·.U.-opdo lhamento policial ou Judiciário. Temos para nós que tntormação presta-·
damentada da autoridade policial e tanto
que verificada. a autoria. .. . .
69/ll, S.lo Paulo, · abril ~ -;-1980.•·· · · ' . •· .
l<f. N'ote-se o aresto do TJMT: -A lllitauraçio ' :ct~~iQ é.'1rerl,étjco, Óu a conscien- seja, da em Boletim de Ocorrênclà. que, coni.o
regra, ·também é assinado pela autorida--
de lnqu6rlto policial para veffflcaçlo · de posslvcl1 ç1,a-,-q~ _.tew ~ agen_te de que está assu-
. l'als lí1'Elãsnão-na:seem- ão- Iõf uxo --de JnCf'• l'ÕCI penais ·deve•. icr: ~ ··.te-' cuidadOS nilndo a: pàtemlda.de de delito lneidsten- de policial perante o qual é elaborado ·
par• IÓ 11erem consideradas lndlcl• du ,pc:11011.q~e te ou que não praticou. · pode caracterizar o delito, desde ·que '. ~
mero formalismo burocratizante, ma.s J>Or· tenham reaímen1e contra 11 .lndlc)ol ,!e ..aut9rt• v~
ta.tal a.catamento à liberdade do indi- crllDe cuJa materialidade· deve UI.V COtDPl'O'l'•da QÍijÍÍqÜêr 'ni~IÓ cápaz de traur ao co- agente, delibera.damente, falseie a verda-·
viduo, J)06to que é, no processo penal, (llT . 562/366). . .. -: de. "Não se exige - escreve Heleno Cláu-
. .IS,· a , Fernando da Çoita ··-Tourinho filho, nhé~_e nto~ de •autoridade auto-acusação
ela o eixo. dio Frag<>EO - _que a :-a·ç ão seja prii.ilêa-·- - · · ·
PtoeellO Penal, Ci.~ ed., vol. l.•1238 ·e- 2l9, Sli> talsi t · válido para que re concretize a
· Paulo; 'Saraiva, 1982. · •· · Infração. Pode-se verbalmente relatar à da na presença da autoridade, como po-
J6. DOU 10.5 .74, suplemeoto ao a. 118• . d~rla supor-se pelo emprego da prepost-
17. DOU 29 .6.70, supl(mento -ao D• • 88. - autoridade delito que não houve ou que çao "perante": pode a auto-acusação ser
NOTAS 18. D"rlo do Congresso N• doaal de ll.6.15. não' se · praticou, auto-acusar-se em de-
auplemcnto ao n. 61, Mensagem do Podtt Exc- i clarações prestadas em procedimento po- feita verbalmente ou por escrito, e ser, 1n.
1. CC. loão Pedro M•chado. DlcloMrlO Etlmo- cútl vo 159175. ' ;· cluslve, anônima ou mediante nome 'SU-
lóclco da U111u • Portusucsa, J.• ed ., vol. 11/verb. .. 19. CAmara do• Deputados, 29. 5.79, Dep • .Str• licial ou Judiciário e, ainda, através de posto, desde que seja dirigida à auto-•
•Eadez•, e vol. Ili, verb. "Indicio•, Lisboa, Ho- 110 Murllo. carta -endereçada a estas autoridades.
1.onte, 1971. 20. DOU de 27 . 5 .81, suplemento ao 11. 97. rida.de".•
2 . Cf. Joio Pedro Machado. ob. cil., vol . IV, 21. ct. J~ Barcelos de Souza Teoria e · Pr,- ó Tribunal de Justiça de São Paulo, A disposição legal exige que a auto-
verb. "Mento•. lka da Açlo Penal, São Paul!), Saraiva, 19~9. aprecfanilo feito em que o réu ter-se-ia -BCU.."&Ção seja feita à autoridade. Esta
J. J. Rlvero, com outro ncop0, citando de- pp. JO e :JI. Em oentldo CODlririo: JOflC Allierto
clslo do Conselho de Estado fr~n~s, de 28.3.45, Romdro, •sub,ldlos par• o (úturo C6dl&CI do- acusado falsamente em Boletim de Ocor- pode ser tanto a autoridade policial, que
alude a falsccau d'ladlccs conYCqeats, Idéia que Processo Penal", Revista Utll -1/141, RJo; . 1974, rência, absolveu-o porque "o Boletim de poderá ser levada a erro na teltUra do
se aproveita, para tentar conceituar lndlclamento
(Droll AdmldlstntlC, 7.• ed., Paris, Dalloz, 1975,
uo 1.
22. V. 01. 2 e 3, 1t1pn.
. . • ·. . oeori-êncla. pode ter-se referido ao réu Inquérito, como o Juiz perante O qual cor--
p. • 252). . . · 2l . ct. Ricardo Antunes , Alldrcucd • e Waldlr como sendo o condutor do automóvel re procedimento Judicial. Julgando aci-
. 4., ct. J~ulm JOK C• etuo Pereira e Sousa, TIODCOfO Peret, Do IACI~, lópk:o .de · lm- iifnlst.rado, mas, de Jogo, quando ouvido dente de trânsito, o Tribunal de Justiça
PrimdrN Unbu l<!brc o P.roccuo Cdmlual, 4.• pc1taçlo de ordem de ~ corpa,. lmO ~ 1 0 . pelo'·Dr. Delegado de Policia, o réu aem•
~ ;; lbbOa, lmpreuio Ugla, 1831, 1 Sl, p. 52. 1974,. pp. 4 e 5. • · · · · de São Paulo decidiu que "para a tlplfi•.

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