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O Circo

Na Idade Média, vários artistas saltimbancos vagueavam pelas cidades demonstrando suas habilidades ao ar
livre em troca de algumas contribuições. O primeiro a sistematizar a ideia do circo como um show de variedades
assistido por um público pagante foi o inglês Philip Astley. Em 1768, ele criou um espaço onde, acompanhado
por um tocador de tambor, apresentava um número de acrobacia com cavalos. Nesse período, o crescimento das
populações urbanas garantiu um bom número de espectadores ao seu espetáculo.

Com a expansão de seu empreendimento, Astley passou a contar com vários outros artistas. Dado o sucesso de
suas atrações, sua companhia passou a apresentar-se em Paris. Nessa época, o domador Antoine Franconi
ingressou na companhia de Astley. A instabilidade causada com os arroubos da Revolução Francesa, em 1789,
forçou Astley a abandonar a França. Com isso, Franconi se tornou um dos maiores circenses da França. Com o
passar do tempo, a tradição itinerante dos artistas circenses motivou a expansão das companhias de circo.
No século XIX, o primeiro circo atravessou o oceano Atlântico e chegou aos Estados Unidos. O equilibrista
britânico Thomas Taplin Cooke chegava com seu conjunto de artistas na cidade de Nova Iorque. Com o passar
dos anos, sua companhia transformou-se em uma grande família circense que, ao longo de gerações,
disseminou o circo pelos Estados Unidos.

A grande estrutura envolvendo o espetáculo circense trouxe o desenvolvimento de novas tecnologias ao


mundo do circo. As constantes mudanças de cidade em cidade incentivaram a criação de técnicas logísticas que
facilitavam o deslocamento dos espetáculos. Tais técnicas, devido sua grande eficácia, chegaram a despertar o
interesse dos altos escalões militares que se preparavam para os conflitos da Primeira Guerra Mundial.

Na Europa, até metade do século XX, o circo sofreu um período de grande retração. As guerras mundiais,
ambas protagonizadas em solo europeu, e as crises econômicas da época impuseram uma grande barreira às
artes circenses. Ao mesmo tempo, o aparecimento do rádio e da televisão também inseriu uma nova
concorrência no campo do entretenimento.

Mesmo com o advento das novas tecnologias, o circo ainda preserva a atenção de multidões. Reinventando
antigas tradições e criando novos números, os picadeiros espalhados pelo mundo provam que a criatividade
artística do homem nunca estará subordinada ao fascínio exercido pelas máquinas. Talvez, por isso, podemos
dizer que “o show deve continuar”.
O circo chegou!!! Trouxe com ele artistas da arte

circense. Mas pare, repare e pense! Que circo é

esse com toda essa gente? Tem figurinos

diferentes de tecidos fosforescentes. Tem

cenários, luzes, sons, efeitos especiais... Será

que é uma arte recente? Venha saber mais desse

circo, com formas e cores fenomenais!


Cirque du Soleil
Em 1984, haveria um grande evento no cidade de Québec em comemoração pelos 450 anos

da descoberta do Canadá, e programaram um evento que chegasse para alegrar todas as

províncias daquele lugar. Então Guy Laliberté sugeriu à apresentação de um espetáculo

chamado Cirque du Soleil, e assim surgiu o nome Cirque du Soleil, e desde então nunca

mais parou de fazer suas grandiosas e espetaculares apresentações, direcionadas a um

público de todas as idades e classes sociais. O Cirque du Soleil nasceu graças a uma

concessão pública de US $ 900.000 e subsídios recebidos até 1992.


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Cena do espetáculo OVO, do Cirque du Soleil .


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Artes que se integram

A palhaçaria, a acrobacia, o malabarismo, o ilusionismo e


tantas outras modalidades das artes circenses nasceram em um
espaço muito especial chamado circo. Essas artes surgiram há
muito tempo e vêm se transformando. São muitas e abrangem
várias linguagens. Por essa razão, o circo também é conhecido
como uma das artes integradas. Isso significa que, ao ir ao
circo ou ao assistir a algum espetáculo que use a linguagem
circense, é muito provável que você aprecie ao mesmo tempo as
linguagens das artes visuais, do teatro, da dança e da música.
Em espetáculos atuais de circo também é provável que você
perceba o uso de tecnologias na criação de efeitos de imagem,
luz e som. Linguagens artísticas e tecnologias, tudo junto e
Acrobatas do Cirque du Soleil em apresentação do espetáculo
misturado!
OVO, em Sydney, Austrália. Foto de 2012.
Você recebeu um convite! Quem será

que convidou? Alguém tem um palpite?

Inclui gargalhar e se divertir. Quem

consegue resistir? Venha conhecer o

universo circense! Venha aprender

palhaçaria, a arte da alegria!

O Circo Zanni valoriza a apresentação de espetáculos


circenses sob a lona. Além da arte da palhaçaria, os números
contam com performances, acrobacias, números aéreos e de
Pág. 62 mágica e, ainda, com uma banda que toca música ao vivo.
Foto de 2017.
A arte do palhaço
Fazer rir é uma profissão muito antiga, é o ofício do
palhaço, a arte de palhaçar! Mas como surgiu a arte
deste personagem do riso, o palhaço? Na China
antiga temos notícias de atores cômicos que
pintavam o rosto para divertir a plateia. Com o
surgimento da comédia romana, na Antiguidade,
atores também pintavam os rostos ou usavam
máscaras e figurinos exagerados. Na Idade Média
surgem atores andarilhos, que viviam de cidade em
cidade e ganhavam a vida contando histórias Pág. 64
engraçadas. No início do século XVI surge uma
forma popular de teatro na Itália, denominada
Commedia dell’arte (Comédia da arte), também
chamada de Commedia all’improvviso (Comédia de
improviso), com personagens e situações cômicas. Ao
olhar para a história, encontramos muitos vestígios
da arte do palhaço – arte antiga que continua viva em
nossa época. Observe as imagens
Rir faz bem!
Você já ouviu dizer que rir é o melhor remédio? Essa frase popular
tem fundamento científico. Várias pesquisas médicas afirmam que
dar boas risadas aumenta a oxigenação das células, melhora a
circulação, a pressão arterial, o funcionamento dos pulmões,
aumenta a resistência ao desenvolvimento de doenças e, além de
outros benefícios, também nos proporciona bem-estar! Muitas
iniciativas levaram ao ambiente de hospitais a figura do palhaço e
as contagiantes gargalhadas. A “terapia do riso” é uma proposta Pág. 68
inovadora de tratamento de saúde surgida na segunda metade do
século XX. O médico estadunidense Hunter Doherty Adams
(1945-), também conhecido por “Patch Adams”, foi um dos
pioneiros desse tipo de proposta de tratamento em hospitais. A
vontade de atuar com uma plateia diferente da dos palcos, mesmo
em condições tristes, inspirou vários dos Doutores da Alegria, que
espalham gargalhadas.
Um lugar para palhaçar!
Mesmo sendo um personagem muito antigo, o palhaço está
presente no trabalho de vários artistas brasileiros atuais. Para
aprender a ser palhaço é preciso muito estudo. Geralmente, são
os artistas mais experientes que ensinam o que sabem às novas
gerações de palhaços. Mas hoje também temos escolas de
palhaçaria espalhadas mundo afora e também no Brasil,
garantindo que essa antiga arte se atualize e se mantenha viva.
Em Florianópolis, Santa Catarina, há um lugar especial para
aprender e apreciar a arte dos palhaços: a Casa do Palhaço
Produções. Na mesma tradição de circos familiares, esse
ambiente de arte e cultura conta com a participação de vários
artistas, que se reúnem para realizar apresentações de peças de
teatro, shows com palhaços, música, oficinas e festivais de
palhaçaria, entre outras artes circenses.
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A arte da palhaçaria
Já vimos que a palhaçaria é apenas uma entre as
várias artes circenses. Cada artista desenvolve seu
jeito cômico de ser, roupas engraçadas para compor
seu figurino, estilo e maquiagem, diálogos e
bordões. A figura do palhaço recebeu vários nomes
ao longo da história, em diferentes idiomas: bobo
da corte, bufão, clown, arlequim, gleeman,
jongleur... Há palhaços que se tornaram grandes
nomes da arte da palhaçaria, como Piolin,
Torresmo, Arrelia, Carequinha e Picolino II.
Mestres da palhaçaria brasileira, esses artistas
inspiram muitos palhaços atuais. A arte da
palhaçaria estuda a história e a poética dos
palhaços e, assim, mantém viva essa arte!

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