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Análise de Circuitos em

Corrente Alternada
Análise de Circuitos em
Corrente Alternada

1
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

2
Rômulo Oliveira Albuquerque

Análise de Circuitos em
Corrente Alternada

2ª Edição

São Paulo
Editora Érica Ltda.

3
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Albuquerque, Rômulo Oliveira


Análise de circuitos em corrente alternada / Rômulo Oliveira Albuquerque. --
São Paulo: Érica, 2012.

Bibliografia.
ISBN 978-85-365-0967-9

1. Circuito elétricos - Análise 2. Circuitos elétricos - Corrente alternada 3. Correntes elétricas alternadas I.
Título.

12-02685 CDD-621.3192

Índices para catálogo sistemático:


1. Análise de circuitos em corrente alternada: Engenharia elétrica 621.3192
2. Circuitos em corrente alternada: Análise: Engenharia elétrica 621.3132

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Eduardo Cesar A. Cruz Capa: Maurício S. de França
Salomão Choeri Júnior Editoração e Finalização: Risolene Coutinho de S. Machado
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Conteúdo adaptado ao Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em execução desde 1o de janeiro de 2009.
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4
Dedicatória
A Jonas.
Agora que você chegou, Jonas, continue conosco e com todo nosso amor.

E serei vosso pai e vós sereis meus filhos e minhas filhas,


diz o Senhor Todo-poderoso.
2 Coríntios - 6,18

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Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Agradecimentos
Aos colegas Eduardo e Paulo pelo incentivo de sempre.

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Sobre o Material Disponível na Internet
O material disponível no site da Editora Érica contém a solução dos exercícios
propostos do livro.
A simulação de alguns exercícios pode ser feita utilizando o software MicroCap 9,
conforme descrito na página 8.

Arquivos

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CCAexerResolvidosIII.exe - 151 Kb CCAexerResolvidosIV.exe - 138 Kb

CCAexerResolvidosV.exe - 241 Kb

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dos arquivos disponíveis pode ser feita de duas formas:
• Por meio do módulo pesquisa. Localize o livro desejado, digitando palavras-
-chave (nome do livro ou do autor). Aparecem os dados do livro e o arquivo
para download. Com um clique os arquivos executáveis são transferidos.
• Por meio do botão “Download”. Na página principal do site, clique no
item “Download”. É exibido um campo no qual devem ser digitadas palavras-
-chave (nome do livro ou do autor). Aparecem o nome do livro e o arquivo
para download. Com um clique os arquivos executáveis são transferidos.

Procedimento para Descompactação


Primeiro passo: após ter transferido os arquivos, verifique o diretório em que
se encontram e dê um duplo clique neles. Aparece uma tela do programa WinZip
Self - Extractor que conduz ao processo de descompactação. Abaixo da opção Unzip
to Folder há um campo que indica o destino dos arquivos que serão copiados para o
disco rígido do seu computador.

C:\Corrente Alternada
Segundo passo: prossiga a instalação, clicando no botão Unzip, o qual se encar-
rega de descompactar os arquivos. Logo abaixo dessa tela aparece a barra de status, que
monitora o processo para que você acompanhe. Após o término da descompressão,
outra tela de informação surge, indicando que os arquivos foram descompactados com
sucesso e estão no diretório indicado. Para sair dessa tela, clique no botão OK. Para
finalizar o programa WinZip Self-Extractor, clique no botão Close.

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Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Software MicroCap9
Acessando o site www.spectrum-soft.com, é possível fazer o download da
versão gratuita para estudantes do MicroCap9 para a simulação de alguns exer-
cícios propostos.
Consulte as informações de utilização desse simulador no site do fabricante.

Nota
• A versão para estudantes (Student Version) estava disponível
para download até a data do lançamento deste livro.
• Os arquivos e as informações do MicroCap9 são de inteira
responsabilidade do fabricante, podendo, eventualmente, ser
alterados ou extintos a qualquer momento.

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Sumário
Capítulo 01 - Números Complexos...................................................................13
1.1 Representação dos Números Complexos......................................................13
1.2 Operações com Números Complexos...........................................................23
Exercícios Propostos...................................................................................28

Capítulo 02 - Sinais Senoidais...................................................................... 29


2.1 Introdução..................................................................................................29
2.2 Análise Gráfica e Matemática do Sinal Senoidal.............................................30
2.3 Diagrama Fasorial.......................................................................................38
2.4 Representação com Números Complexos.....................................................42
2.5 Operações com Diagrama Fasorial e Números Complexos.............................. 44
2.6 Circuitos Resistivos em CA............................................................................... 48
2.7 Valor Eficaz................................................................................................51
Exercícios Propostos...................................................................................56

Capítulo 03 - Dispositivos Eletromagnéticos...................................................61


3.1 Transformador................................................................................................. 61
3.2 O Relé.......................................................................................................63
Exercícios Propostos...................................................................................64

Capítulo 04 - Análise de Circuitos Indutivos.................................................. 65


4.1 Indutor.......................................................................................................65
4.2 Indutor Ideal em Corrente Alternada.............................................................68
4.3 Circuito RL Série........................................................................................74
4.4 Circuito RL Paralelo....................................................................................89
Exercícios Propostos.........................................................................................96

Capítulo 05 - Análise de Circuitos Capacitivos............................................ 101


5.1 Capacitor.................................................................................................101
5.2 Capacitor em Corrente Alternada..............................................................112

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Análise de Circuitos em Corrente Alternada

5.3 Circuito RC Série......................................................................................117


5.4 Circuito RC Paralelo.................................................................................126
Exercícios Propostos.................................................................................131

Capítulo 06 - Aplicações dos Circuitos RL e RC.......................................... 137


6.1 Decibel....................................................................................................137
6.2 Filtros Passivos.........................................................................................141
6.3 Integrador e Diferenciador.........................................................................160
Exercícios Propostos.................................................................................163

Capítulo 07 - Circuitos RLC...........................................................................165


7.1 Circuito RLC Série....................................................................................165
7.2 Circuito RLC Paralelo...............................................................................176
7.3 Correção do Fator de Potência..................................................................183
Exercícios Propostos.................................................................................189

Capítulo 08 - Circuitos Mistos..................................................................... 193


8.1 Associação de Impedâncias........................................................................193
8.2 Análise de Circuitos Mistos........................................................................195
Exercícios Propostos.................................................................................200

Capítulo 09 - Sistemas Trifásicos................................................................ 203


9.1 Sistema Monofásico..................................................................................203
9.2 Sistema Trifásico......................................................................................205
9.3 Ligação Estrela.........................................................................................207
9.4 Ligação Triângulo.....................................................................................214
9.5 Potência em Sistemas Trifásicos.................................................................216
Exercícios Propostos.................................................................................223

Apêndice A - Respostas dos Exercícios Propostos........................................ 225

Bibliografia................................................................................................. 235

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Prefácio
O principal objetivo da obra é analisar fundamentalmente o comportamento
dos circuitos resistivos, indutivos e capacitivos em corrente alternada pelo trata-
mento matemático (domínio temporal e números complexos) e gráficos (domínio
temporal e diagrama fasorial), como também analisar as diversas aplicações dos
circuitos resistivos, indutivos e capacitivos (RL, RC, RLC e mistos). Aborda sinais
senoidais, dispositivos eletromagnéticos e os sistemas trifásicos.
O conteúdo é apresentado com uma linguagem simples e didática, exemplos
explicados passo a passo e exercícios propostos para fixação do aprendizado.
É uma edição revisada e atualizada do livro Circuitos em Corrente Alternada,
oitava edição. Foram feitas algumas modificações e novos temas inseridos, como
o princípio de funcionamento de relé de corrente contínua, de grande aplicação
em eletrônica; os principais tipos de capacitores, explicação de como realizar a
leitura do valor da capacitância e atualização do valor mínimo do FP de acordo
com a Resolução ANEEL 456/2000.
É uma leitura indispensável para estudantes de cursos técnicos e de engenharia
das áreas de eletrônica, automação, mecatrônica e eletrotécnica.

O autor

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Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Sobre o Autor
Engenheiro eletrônico formado pela Escola de Engenharia Mauá de São
Caetano do Sul.
Ex-diretor da FATEC de São Bernardo do Campo, onde implantou o curso
de Tecnologia em Automação Industrial.
Atualmente é professor na FATEC de São Bernardo do Campo.
Autor dos livros: Análise de Circuitos em Corrente Contínua, Análise de
Circuitos em Corrente Alternada, Circuitos em Corrente Alternada, Análise e
Simulação de Circuitos no Computador EWB 5, Análise e Simulação de Circuitos
no Computador multiSIM e Utilizando Eletrônica com AO, SCR, TRIAC, UJT,
PUT, CI 555, LDR, FET, IGBT.
Mestre pela Escola Politécnica da USP na área de microeletrônica.
Desenvolveu, juntamente com a Minipa, o KIT Eletricidade Básica.
E-mail: romulo@fatecsbc.edu.br ou roa2@ig.com.br.

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Capítulo 1
Números Complexos

Este livro trata fundamentalmente do comportamento de circuitos elétricos em


corrente alternada, cujos dispositivos básicos são resistor, indutor e capacitor.
A resolução de circuitos elétricos consiste basicamente no cálculo de corren-
tes, tensões e potências, portanto necessitamos de instrumentos matemáticos
que tornem possível a melhor compreensão deste assunto.
Sendo assim, primeiramente vamos estudar a teoria do número complexo,
que será o instrumento matemático vital para a resolução de circuitos em corrente
alternada, em seguida estudaremos o diagrama fasorial, que é importante para a
análise e visualização dos fenômenos elétricos em corrente alternada.

1.1 Representação dos Números Complexos


O conceito de número complexo ou número imaginário foi introduzido
com o intuito de representar raízes quadradas de números negativos, cujos resul-
tados não fazem parte do conjunto dos números reais.

 Exemplos

−4 ; −9 ; −10

Consideremos a seguinte definição:


Denomina-se unidade imaginária o número j, tal que:

j = −1 ou j2 = −1

13
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

É possível representar a raiz quadrada de um número negativo pelo número


imaginário da seguinte forma:

−x = j2 ⋅ x = j x

 Exemplos

1) −4 = j2 ⋅ 4 = j 4 = j2

2) −9 = j2 ⋅ 9 = j 9 = j3

3) −10 = j2 ⋅ 10 = j 10

Da definição de unidade imaginária, j2 = −1 , pode-se deduzir também que:

• j3 = j2 j = (−1) j = − j

• j4 = j2 j2 = (−1) (−1) = 1

• j5 = j2 j2 j = (−1) (−1) j = j

• j6 = j2 j2 j2 = (−1) (−1) (−1) = −1

e assim por diante.


Um número complexo possui três formas diferentes de representação:
• Forma cartesiana
• Forma polar
• Forma trigonométrica
Cada uma dessas formas pode ser utilizada, dependendo das operações ma-
temáticas envolvidas nos cálculos, como será visto mais adiante.

Forma Cartesiana
Genericamente, todo número complexo z pode ser representado na forma
cartesiana por:

z = a + jb

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Capítulo 1 - Números Complexos

Sendo: a e b números reais


j representa a unidade imaginária
O plano cartesiano utilizado para representar um número complexo z é
formado por um eixo real (abcissa), onde se localiza a quantidade a, e um eixo
imaginário (ordenada), onde se localiza a quantidade b, conforme a Figura 1.1.

Figura 1.1 - Plano cartesiano para números complexos.

 Exemplos

Representar os números complexos a seguir no plano cartesiano:


• z1 = 4 + j4 • z5 = - 5
• z2 = 7 (não tem parte imaginária) • z6 = - 4 - j3
• z3 = j3 (não tem parte real) • z7 = - j4
• z4 = -3 + j2 • z8 = 4 - j3
No plano cartesiano, estes números ficam representados da seguinte forma:

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Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Forma Polar
Seja o número complexo z = a + jb representado no plano cartesiano,
conforme a Figura 1.2.

Figura 1.2 - Forma polar do número complexo.

Na forma polar, o segmento de reta oz = Z representa o módulo do número


complexo z e φ (letra grega fi) representa o argumento (ângulo ou fase) de z,
tomando como referência a parte positiva do eixo real.
Assim, a forma polar de representar um número complexo é a seguinte:

z=Z φ

Observações

• D
e uma forma geral, um número complexo genérico é representado por
uma letra minúscula (z), sendo o seu módulo representado por uma
letra maiúscula (Z), salvo algumas exceções. Isso ocorre porque, como
será visto mais adiante, os números complexos servem para representar
grandezas que variam em função do tempo, sendo esta a representação
usual. Nas exceções, como também será visto mais adiante, tanto o número
complexo quanto seu módulo são representados por letras maiúsculas.

• Alguns autores representam o número complexo desta forma: Z = Z φ .

16
Capítulo 1 - Números Complexos

Conversão entre Graus e Radianos


O ângulo φ pode ser dado em graus (°) ou em radianos (rd). A conversão
de uma unidade em outra é feita por uma simples regra de três, tomando como
referência que π rd corresponde a 180°.

 Exemplos

Converter 45° em radianos e p/6 rd em graus.

π → 180° π → 180
φ (rd) → 45° π / 6 → φ (°)
45 ⋅ π π
φ=
(π / 6) ⋅ 180 = 30°
φ= = rd
180 4 π

Transformação da Forma Cartesiana em Polar


Para transformar a forma cartesiana em polar, valem as expressões:

b

Z = a 2 + b2 e φ = arctg
a

Dependendo do quadrante em que está localizado o segmento oz, o cálculo do


ângulo φ precisa ser corrigido para que o seu valor tenha como referência sempre
a parte positiva do eixo real.

 Exemplos

1) Segmento oz no 2º quadrante:
2
φ′ = arctg = 34°
3

Logo:
φ′ = 180 - φ′ = 180 - 34 = 146°

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Análise de Circuitos em Corrente Alternada

2
2) Segmento oz no 3º quadrante: φ′ = arctg = 34°
3
Logo:
φ′ = 180 - φ′ = 180 + 34 = 214 ou
φ′ = φ′ - 180 = 34 -180 = - 146°

2
3) Segmento oz no 4º quadrante φ′ = arctg = 34°
3
Logo:
φ = 360 - φ′ = 360 - 34 = 326° ou
φ = - φ′ = 34°

Sabendo as expressões do módulo e da fase de um número complexo e


orientando-se pelo plano cartesiano para a devida correção da fase, pode-se fazer
a transformação da forma cartesiana em polar.

18
Capítulo 1 - Números Complexos

 Exemplos

Transformar os números seguintes complexos da forma cartesiana em polar,


representando-os no plano cartesiano:

a) z1 = 4 + j4

Z1 = 4 2 + 4 2 = 4 2
4
φ1 = arctg = 45°
4
∴ z1 = 4 2 45°

b) z 2 = 7 (não tem parte imaginária)


Z2 = 7
φ2 = 0°
∴ z 2 = 7 0°

c) z 3 = j3 (não tem parte real)


Z3 = 3
φ3 = 90°
∴ z 3 = 3 90°

Poderíamos represar também por: z 3 = 3 −270°

d) z 4 = −3 + j2

(−3)
2
Z4 = + 22 = 13 ≅ 3,6
2
φ′4 = arctg ≅ 34°
3
logo, φ4 = 180 − 34 = 146°
∴ z 4 = 3,6 146°

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Análise de Circuitos em Corrente Alternada

e) z 5 = −5
Z5 = 5
φ′5 = 180°
∴ z 5 = 5 180°

f) z 6 = −4 − J3

(−4) + (−3) = 5
2 2
Z6 =
3
φ′6 = arctg ≅ 37°
4
logo, φ6 = 180 + 37 = 217°
∴ z 6 = 5 217°

g) z 7 = − j4
Z7 = 4
φ7 = 270° ou φ7 = −90°
∴ z 7 = 4 270° ou z 7 = 4 −90°

h) z 8 = 4 − j3

Z8 = 4 2 + (−3) = 5
2

3
φ′8 = arctg ≅ 37°
4
logo, φ8 = 360 − 37 = 323°
∴ z 8 = 5 323° ou z 8 = 5 −37°

20
Capítulo 1 - Números Complexos

Transformação da Forma Polar em Cartesiana


Da Figura 1.3 obtêm-se por trigonometria as expressões de a e b:
a = Z ⋅ cos φ e b = Z ⋅ sen φ

Figura 1.3 - Forma trigonométrica do número complexo.

Estas expressões podem ser utilizadas para transformar a forma polar em


cartesiana.
Portanto, um número complexo pode também ser representado na forma
trigonométrica como segue:

z = Z ⋅ (cos φ + jsen φ)

 Exemplos

Transformar os seguintes números complexos da forma polar em cartesiana,


representando-os no plano cartesiano:

a) z1 = 10 60°
a = 10 ⋅ cos60° = 10 ⋅ 0,5 = 5
b = 10 ⋅ sen60° = 10 ⋅ 0,866 = 8,66
∴ z1 = 5 + j8,66

21
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

b) z 2 = 20 120°
a = 20 ⋅ cos120° = 20 ⋅ (−0,5) = −10
b = 20 ⋅ sen120° = 20 ⋅ 0,866 = 17,32
∴ z 2 = −10 + j17,32

c) z 3 = 50 −30°
a = 50 ⋅ cos(−30°) = 50 ⋅ 0,866 = 43,30
b = 50 ⋅ sen(−30°) = 50 ⋅ (−0,5) = −25
∴ z 3 = 43,30 − j25

d) z 4 = 100 180°
a = 100 ⋅ cos180° = 100 ⋅ (−1) = −100
b = 100 ⋅ sen180° = 100 ⋅ (0) = 0
∴ z 4 = −100

e) z 5 = 6 −90°
a = 6 ⋅ cos(−90°) = 6 ⋅ (0) = 0
b = 6 ⋅ sen(−90°) = 6 ⋅ (−1) = −6
∴ z 5 = − j6

f) z 6 = 20 240°
a = 20 ⋅ cos240° = 20 ⋅ (−0,5) = −10
b = 20 ⋅ sen240° = 20 ⋅ (−0,866) = −17,32
∴ z 6 = −10 − j17,32

22
Capítulo 1 - Números Complexos

g) z 7 = 30 45°
a = 30 ⋅ cos45° = 30 ⋅ 0,707 = 21,21
b = 30 ⋅ sen45° = 30 ⋅ 0,707 = 21,21
∴ z 7 = 21,21 − j21,21

1.2 Operações com Números Complexos


As quatro operações matemáticas básicas podem ser realizadas com nú-
meros complexos de modo bastante simples, conforme veremos a seguir.

Soma e Subtração
Para somar ou subtrair dois números complexos, utiliza-se a forma
cartesiana, somando ou subtraindo as partes real e imaginária correspondentes.
Assim, considerando os seguintes números complexos genéricos:
z1 = a1 + jb1 e z2 = a2 + jb2
as operações soma z1 + z2 e subtração z1 - z2 podem ser realizadas conforme
segue:

Soma: z1 + z2 = (a1 + a2) + j(b1 + b2)


Subtração: z1 - z2 = (a1 - a2) + j(b1 - b2)

 Exemplos

Considere os seguintes números complexos:

z1 = 10 + j10 z2 = 5 + j4 z3 = -5 + j15 z4 = -10 - j20

Obter:
a) z1 + z2 = (10 + 5 ) + j(10 + 4) = 15 + j14

b) z3 + z4 = [-5 + (-10)] + j[15 + (-20)] = -15 - j5

23
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

c) z1 = z4 = [10 + (-10)] + j[10 + (-20) = -j10

d) z2 + z3 = [5 + (-5) + j(4 + 15) = j19

e) z1 - z2 = (10 - 5) + j(10 - 4) = 5 + j6

f) z2 - z1 = (5 - 10) + j(4 - 10) = -5 - j6

g) z3 - z4 = [-5 - (-10)] + j[15 - (-20)] = 5 + j35

h) z4 - z3 = [-10 - (-5)] + j(-20 - 15) = -5 - j35

i) z2 - z3 = [5 - (-5)] + j(4 - 15) = 10 - j11

j) z3 - z2 = (-5 - 5) + j(15 - 4) = -10 + j11

Multiplicação e Divisão
Para multiplicar ou dividir dois números complexos, utiliza-se a forma
polar da seguinte maneira:
• Multiplicação: multiplicam-se os módulos e somam-se os argumentos
(ângulos).
• Divisão: dividem-se os módulos e subtraem-se os argumentos (ângulos).
Assim, considerando os seguintes números complexos genéricos:

z1 = Z1 φ1 e z 2 = Z 2 φ2

as operações multiplicação z1.z2 e divisão z1/z2 podem ser realizadas conforme


segue:

Multiplicação: z1 ⋅ z 2 = Z1 ⋅ Z2 φ1 + φ2

Divisão: z1 Z1
= φ1 − φ2
z2 Z2

24
Capítulo 1 - Números Complexos

 Exemplos

Considere os seguintes números complexos:

z1 = 4 + j4 = 4 2 45° z 2 = 5 + j8,66 = 10 60°


z 3 = − j4 = 4 −90° = 4 270° z 4 = −5 + j8,66 = 10 120°

Obter:

a) z1 ⋅ z 2 = 4 2 45° ⋅ 10 60° ⇒
z1 ⋅ z 2 = 4 2 ⋅ 10 45° + 60° = 56,6 105°

b) z 2 ⋅ z 3 = 10 60° ⋅ 4 −90° = 10 ⋅ 4 60° − 90° = 40 −30° ou


z 2 ⋅ z 3 = 10 60° ⋅ 4 270° = 10 ⋅ 4 60° + 270° = 40 330°

c) z 3 ⋅ z 4 = 4 −90° ⋅ 10 120° = 4 ⋅ 10 −90° + 120° = 40 30°

d) z1 ⋅ z 4 = 4 2 45° ⋅ 10 120° = 40 2 165°

4 2 45° 40 2
e) z1 / z 2 = = 45° − 60° = 0,4 2 −15°
10 60° 10

10 60° 10
f) z2 / z3 = = 60° − 45° = 1,25 2 135°
4 2 45° 4 2

4 2 45° 4 2
g) z1 / z 3 = = 45° − (−90°) = 2 135°
4 −90° 4

4 −90° 4
h) z3 / z2 = = −90° − 60° = 0,4 −150°
10 60° 10

25
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

10 120° 10
i) z 4 / z2 = = 120° − 60° = 1 60°
10 60° 10

10 120° 10
j) z 4 / z3 = = 120° − (−90°) = 2,5 210°
4 −90° 4

É possível também realizar as operações de multiplicação e divisão com a


forma cartesiana, todavia o processo é um pouco mais trabalhoso.
Multiplicação: aplica-se a propriedade distributiva e somam-se as partes
reais e imaginárias resultantes.

 Exemplo

Usando a forma cartesiana, realizar a operação z1.z2, conforme o item (a) do


exemplo anterior, e comparar os resultados:
z1 ⋅ z 2 = (4 + j4) ⋅ (5 + j8,66) ⇒
z1 ⋅ z 2 = (4 ⋅ 5) + (4 ⋅ j8,66) + ( j4 ⋅ 5) + ( j4 ⋅ j8,6
66) ⇒
z1 ⋅ z 2 = 20 + j34,64 + j20 + j2 34,64 ⇒
z1 ⋅ z 2 = 20 + j54,64 − 34,64 = −14,64 + j54,64

Convertendo o resultado na forma polar, tem-se:

(−14,64) + (54,64) = 56,6


2 2
Z1 ⋅ Z2 =
54,64
φ′ = arctg ≅ 75°
14,64
logo, φ = 180 − 75 = 105° e, portanto, z1 ⋅ z 2 = 56,6 105°

Para realizar a operação de divisão entre dois números complexos na forma


cartesiana, é necessário utilizar o conceito de conjugado.

26
Capítulo 1 - Números Complexos

Conjugado de um Número Complexo


Dado um número complexo genérico z = a + jb ou z = Z φ , o seu conjugado
z* é definido como:

z ∗ = a − jb ou z∗ = Z − φ

Figura 1.4 - Conjugado de um número complexo.

A multiplicação de um número complexo pelo seu conjugado tem a qualidade


de eliminar a parte imaginária do número, pois:
z ⋅ z*= (a + jb) ⋅ (a - jb) = a2 + b2 (resultado somente com parte real)
A divisão entre dois números complexos na forma cartesiana pode ser rea-
lizada como segue:
Divisão: acha-se o conjugado (z*) do denominador, multiplica-se pelo nume-
rador e pelo denominador, e realizam-se as operações necessárias para simplificar
o resultado.

 Exemplo

Usando a forma cartesiana, realizar a operação z4/z2 conforme o item (i) do


exemplo visto anteriormente e comparar os resultados:

z 4 / z2 =
(−5 + j8,66) ⋅ (5 − j8,66) = −25 + j43,3 + j43,3 + 75 ⇒
(5 + j8,66) ⋅ (5 − j8,66) 52 + 8,662
50 + j8,66
z 4 / z2 = = 0,5 + j0,866 = 1 60°
100

27
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Exercícios Propostos
Representação dos Números Complexos

1.1 Converter os seguintes números complexos na forma polar:


a) z1 = 20 - j10 e) z5 = 5
b) z2 = 10 + j15 f) z6 = -15
c) z3 = -50 + j30 g) z7 = j25
d) z4 = -6 - j12 h) z8 = -j9
1.2 Converter os seguintes números complexos na forma cartesiana:
a) z1 = 50 30° e) z 5 = 45 −90°
b) z 2 = 100 150° f) z 6 = 220 0°

c) z 3 = 10 −30° g) z 7 = 3,56 45°


d) z 4 = 25 90° h) z 8 = 67 180°

Operações com Números Complexos

1.3 Dados os números complexos z1, z2, z3 e z4, efetuar as seguintes operações,
deixando as respostas na forma cartesiana:
z1 = 40 − j100 z 2 = 50 30° z 3 = 5 + j8,66 z 4 = −20 − j40

a) z1 + z2 f) z3 - z4
b) z1 + z4 g) z23
c) z2 + z4 h) z1 ⋅ z3
d) z1 - z2 i) z4 / z1

e) z2 - z3
j)
(
z1 ⋅ z 2 + z 3 )
z4

1.4 Efetuar as operações dos itens (g), (h), (i) e (j) do Exercício Proposto 1.3
usando a forma cartesiana.

28
Capítulo 2
Sinais Senoidais

2.1 Introdução
Os circuitos elétricos trabalham com tensões e correntes contínuas e
alternadas.
Em diversos dispositivos, a forma de onda da corrente depende da forma de
onda da tensão neles aplicada, além da natureza dos dispositivos, ou seja, se são
resistivos, indutivos ou capacitivos.
Este capítulo aborda o estudo gráfico e matemático da forma de onda senoidal,
que é a mais importante para a análise de circuitos em corrente alternada.

Sinal Contínuo (CC ou DC)


O sinal contínuo (CC - Corrente Contínua ou DC - Direct Current) tem
sempre a mesma polaridade, e seu valor pode ser constante ou variável. A
Figura 2.1(a) mostra um resistor alimentado por uma fonte de tensão contínua e
constante, bem como as formas de onda da tensão (b) e da corrente (c).

(a) Circuito (b) Tensão contínua (c) Corrente contínua


Figura 2.1 - Formas de onda da tensão e corrente contínuas.

29
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Sinal Alternado (CA ou AC)


O sinal alternado (CA - Corrente Alternada ou AC - Alternate Current) varia
de polaridade e valor ao longo do tempo e, dependendo de como essa variação
ocorre, há diversas formas de sinais alternados (senoidal, quadrada, triangular etc.).
Dessas formas de onda, a mais importante para o estudo é a senoidal, que
será abordada daqui em diante.

2.2 Análise Gráfica e Matemática do Sinal Senoidal


Representação Gráfica
Uma tensão senoidal pode ser representada graficamente de duas formas:
nos domínios temporal e angular, como indica a Figura 2.2.

(a) Domínio temporal

(b) Domínio angular

Figura 2.2 - Gráficos da tensão senoidal.

30
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

Valor de Pico e Valor de Pico a Pico

A amplitude máxima, positiva ou negativa, que a tensão senoidal pode atingir


é denominada tensão de pico Vp e a amplitude total, entre os valores máximos
positivo e negativo, é denominada tensão de pico a pico Vpp, sendo:

Vpp = 2.Vp

Período e Frequência

O tempo que a função necessita para completar um ciclo chama-se período


(T) e o número de vezes que um ciclo se repete por segundo chama-se frequência
(f), sendo a relação entre eles a seguinte:

1
f=
T

Sendo: [T] = s ⇒ segundo


[f] = Hz ou c/s ⇒ hertz ou ciclos/segundo

Representação Matemática
Matematicamente, os gráficos da tensão senoidal nos domínios temporal e
angular podem ser representados, respectivamente, por:

v(t) = Vp . senwt e v(θ) = Vp . senθ

Sendo: v(t) =v(θ) = valor da tensão no instante t ou para o ângulo θ (em V)


Vp = valor de pico ou amplitude máxima da tensão (em V)
ω = frequência angular (em rd/s)
θ = ângulo (em rd)

31
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Frequência Angular

A frequência angular ou velocidade angular, representada pela letra grega


ω (ômega), corresponde à variação do ângulo θ do sinal em função do tempo.
Das expressões matemáticas anteriores tem-se a relação θ = ωt.
Pelos gráficos da Figura 2.2, quando θ = 2π, tem-se que t = T. Assim, é válida
a relação 2π = ω.T. Portanto, a frequência angular ω pode ser calculada por:


ω= ou ω = 2π.f
T

 Exemplo

Analisemos o seguinte sinal senoidal:

Tensão de pico: Vp = 5V
Tensão de pico a pico: Vpp = 10V
Como um ciclo completo se repete a cada 0,25s, seu período vale T = 0,25s.
Em 1s são completados quatro ciclos, isto é, a frequência vale f = 4 ciclos/s =
4Hz.

32
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

1 1
Matematicamente, tem-se, portanto: f
= = = 4 Hz
T 0,25
A frequência angular vale w = 2p.f = 2p.4 = 8p rd/s
Como essa tensão está representada graficamente no domínio do tempo,
sua expressão é:
v(t) = Vp.senwt ⇒ v(t) = 5.sen8pt
Para sabermos o valor da tensão num determinado instante t, por exemplo,
em t = 0,6s, basta substituirmos este valor na sua expressão matemática:
v(t) = 5.sen(8p.0,6) = 2,94V

Fase Inicial

Nos circuitos elétricos, nem sempre um sinal senoidal inicia o seu ciclo no
instante t = 0 s. Neste caso, dizemos que o sinal possui uma fase inicial θ0.
Assim sendo, a expressão completa para representar o sinal senoidal deve
incluir essa fase inicial, conforme segue:

v(t) = Vp.sen(wt + θ0)

33
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Se o sinal inicia o seu ciclo adiantado, θ0 é positivo. Se o sinal inicia o seu


ciclo atrasado, θ0 é negativo, conforme a Figura 2.3.

(a) Sinal adiantado

(b) Sinal atrasado

Figura 2.3 - Representação gráfica da fase inicial.

 Exemplo

Representar graficamente os seguintes sinais senoidais:


v1(t) = 10.sen(20kpt + p / 3) (V)
v2(t) = 15.sen(8kpt - 30°) (V)

34
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

ω 20kπ
A frequência de v1(t) vale f = = = 10kHz
2π 2π
1 1
Portanto, seu período é de T = = = 01
, ms = 100µs
f 10k

O sinal inicia o seu ciclo adiantado de p/3rd, e para t = 0, tem-se:


p
v1(0) = 10.sen = 8,66V
3

ω 8kπ
A frequência de v2(t) vale: f = = = 4 kHz
2π 2π
1 1
Portanto, seu período é de: T = = = 0,25ms = 250µs
f 4k
O sinal inicia o seu ciclo atrasado de 30° (ou p/6 rd), e para t = 0, tem-se:
v2(0) = 15.sen(-30°) = -7,5V

35
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Defasagem

Num circuito elétrico, é muito comum a análise de mais de um sinal senoidal,


sendo necessário, às vezes, conhecer a diferença de fase entre eles.
A diferença de fase ∆θ entre dois sinais de mesma frequência é denomi-
nada defasagem, a qual é medida tomando-se um dos sinais como referência.

 Exemplos

Qual a defasagem entre os seguintes sinais:


a) v1(t) = 10.sen(wt + p /2) (V)
v2(t) = 5.sen wt (V)
Observe em seguida a representação gráfica.
Verifique que v1 está adiantado de π / 2rd em relação a v2 ou v2 está atrasado
de π / 2rd em relação a v1. Isso significa que a defasagem de v1 em relação a
v2 é de ∆θ = π / 2rd ou a defasagem de v2 em relação a v1 é de ∆θ = −π / 2rd.

b) v1(t) = 18.sen(wt - p / 4) (V)


v2(t) = 12.sen(wt - p / 4) (V)

36
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

Graficamente, tem-se:

Portanto, v1 e v2 iniciam o ciclo atrasados em p / 4rd, mas a defasagem entre


eles é nula (Dθ = 0), isto é, os sinais estão em fase ou em sincronismo.
c) v1(t) = 12.sen(wt + p / 4) (V)
v2(t) = 8.sen(wt - p / 2) (V)
Graficamente, tem-se:

Em relação a v1, tem-se:


π π 3π
∆θ = θ02 − θ01 = − − =− rd
2 4 4

Portanto, v2 está atrasado de 3p / 4rd em relação a v1.

37
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Em relação a v2:
π  π  3π
∆θ = θ01 − θ02 = − −  = rd
4  2 4

Portanto, v1 está adiantado de 3p / 4rd em relação a v2.

2.3 Diagrama Fasorial


Outra forma de representar um sinal senoidal é através de um fasor ou vetor
girante de amplitude igual ao valor de pico (Vp) do sinal, girando no sentido
anti-horário com velocidade angular w. A esse tipo de representação dá-se o
nome de diagrama fasorial, como indica a Figura 2.4.

Figura 2.4 - Diagrama fasorial de um sinal senoidal.

A projeção do segmento OP = Vp no eixo vertical é uma função seno, repro-


duzindo, portanto, a tensão senoidal v(t) ou v(θ):

v(t) = Vp.senwt ou v(θ) = Vp.senθ

38
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

A Figura 2.5 mostra o diagrama fasorial e os valores instantâneos de tensão


para vários valores de θ ou ωt:

Figura 2.5 - Valores instantâneos de um sinal senoidal.

Os valores instantâneos podem ser calculados facilmente por:


θ = 0 ⇒ v(θ) = Vp.sen0° = 0
θ = 30° ⇒ v(θ) = Vp.sen30° = 0,5.Vp
θ = 60° ⇒ v(θ) = Vp.sen60° = 0,866.Vp
θ = 90° ⇒ v(θ) = Vp.sen90° = Vp
θ = 120° ⇒ v(θ) = Vp.sen120° = 0,866.Vp
e assim por diante para quaisquer outros valores de θ.
Se no instante t = 0 o vetor OP formar um ângulo θ0 com a referência do
diagrama fasorial (parte positiva do eixo horizontal), significa que o sinal possui
uma fase inicial e, portanto, o valor instantâneo da tensão será dado por:

v(t) = Vp.sen(wt + θ0)

39
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Se o sinal inicia o seu ciclo adiantado, θ0 é positivo. Se o sinal inicia o seu


ciclo atrasado, θ0 é negativo, como na Figura 2.6.
Na Figura 2.6, V0 é a tensão no instante t=0.

(a) Sinal adiantado (b) Sinal atrasado

Figura 2.6 - Representação fasorial da fase inicial.

 Exemplo

Representar os seguintes sinais senoidais graficamente e através do diagrama


fasorial correspondente:
v1(t) = 10.sen(100pt + p / 3) (V)
v2(t) = 15.sen(20pt - 30°) (V)
ω 100π
A frequência de v1(t) vale f = = = 50Hz
2π 2π
1 1
Portanto, seu período é de T= = = 20ms
f 50
O sinal inicia o seu ciclo adiantado de p / 3rd, e para t = 0:
π
v1(0) = 10. sen = 8,66 V
3

40
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

ω 20π
A frequência de v2(t) vale f = = = 10Hz
2π 2π
1 1
Portanto, seu período é de T= = = 100ms
f 10
O sinal inicia o seu ciclo atrasado de 30° (ou π / 6 rd), e para t = 0:
v2(0) = 15.sen(-30°) = -7,5V

A defasagem Dθ entre dois sinais senoidais de mesma frequência pode


também ser visualizada num diagrama fasorial.

 Exemplo

Representar os seguintes sinais senoidais graficamente e através do diagrama


fasorial correspondente, determinando a defasagem entre eles:
v1(t) = 5.sen(100pt + p / 3) (V)
v2(t) = 8.sen(100pt -p / 6) (V)
Pelas expressões, as representações gráfica e fasorial desses sinais são as
seguintes:

41
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Assim, tanto pelo diagrama fasorial como pelo gráfico, é possível verificar que
a defasagem entre os sinais é de π / 2 rd ou 90°, sendo que v1 está adiantado
em relação a v2.

2.4 Representação com Números Complexos


Como foi visto no Capítulo 1, um número complexo tem um módulo e fase,
como na representação fasorial. Isso sugere a possibilidade de representar um
sinal senoidal também por um número complexo, sendo a amplitude e a fase
inicial do sinal correspondentes, respectivamente, ao módulo e ao ângulo do
número complexo.
Nomenclaturas utilizadas matematicamente:
Expressão trigonométrica: v(t) = Vp.sen(wt + θ0)
v(t) ⇒ tensão instantânea (variável) ⇒ letra minúscula
Vp ⇒ tensão de pico (valor fixo) ⇒ letra maiúscula
Expressão em número complexo:
v = Vp θ0 = Vp . cosθ0 + jVp . senθ0

v ⇒ tensão complexa (variável) ⇒ letra minúscula


Vp ⇒ tensão de pico (valor fixo) ⇒ letra maiúscula

 Exemplo

Representar as tensões v1(t) e v2(t) a seguir na forma de números complexos:

Forma Trigonométrica Número Complexo

v1(t) = 10.senwt (V) v1 = 10 0°V

v2(t) = 15.sen(wt + 60°) (V) v 2 = 15 60°V

42
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

Observações

• No caso de tensões, correntes e potências elétricas representadas por
números complexos, os módulos podem ser dados tanto por valores de
pico quanto por valores eficazes. Este último conceito será estudado mais
adiante neste capítulo.
Por que quatro formas de representação de um sinal senoidal?
• Forma de onda: representa visualmente o sinal tal como ele é e como
aparece no osciloscópio, durante a análise de um circuito. Ele pode estar
no domínio temporal v(t) ou angular v(θ).
• Diagrama fasorial: representa o fenômeno graficamente de forma mais
simplificada que a forma de onda, permitindo, inclusive, operações de
soma e subtração de vários sinais.
• Expressão trigonométrica: matematicamente é a função com todos os
seus detalhes, como amplitude, frequência angular e fase inicial, além de
permitir o cálculo de valores instantâneos.
• Número complexo: matematicamente é a função de forma mais simplifi-
cada que a expressão trigonométrica, informando apenas a amplitude e a
fase inicial, facilitando, porém, operações de soma, subtração, multiplicação
e divisão de vários sinais.

 Exemplo

Vejamos as quatro formas diferentes de representar uma tensão senoidal:


Forma de onda

43
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Diagrama fasorial

Expressão trigonométrica: v(t) = 12.sen(wt + 60°) (V)


Número complexo: v = 12 60°V ou v = 6 + j10,39 V

2.5 Operações com Diagrama Fasorial e


Números Complexos
Para a resolução de circuitos elétricos em corrente alternada, são necessárias
diversas operações matemáticas entre tensões, correntes e potências.
As operações de adição e subtração podem ser realizadas tanto com diagrama
fasorial como através dos números complexos, embora este último processo seja o
mais indicado, devido à facilidade e, principalmente, à precisão dos resultados. Já
as operações de multiplicação, divisão, potenciação e raiz quadrada devem ser rea-
lizadas somente com números complexos, dadas as limitações do digrama fasorial.

Adição e Subtração
Já vimos no Capítulo 1 como as operações de adição e subtração podem ser
feitas com números complexos. Obviamente, vale também quando os números
complexos representam tensões, correntes e potências.
Com o diagrama fasorial tais operações podem ser realizadas por um processo
gráfico denominado método do paralelogramo.
É necessário conhecer uma propriedade da representação por diagrama
fasorial, como segue:

44
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

Número Negativo (ou Multiplicado por -1)

Num diagrama fasorial, dado um fasor, o seu negativo corresponde ao deslo-


camento do fasor em 180°. Nos números complexos, corresponde a:
Forma polar
Somar ou subtrair 180° na fase.
Forma cartesiana
Trocar os sinais das partes real e imaginária.

 Exemplos

Dadas as tensões seguintes, obter v1 + v2 e v1 - v2 por diagrama fasorial e


por números complexos, representando o resultado graficamente:

a) v1 = 20 0°V e v 2 = 5 0°V

v1 + v 2 = 20 0° + 5 0° = 20 + 5 = 25 = 25 0°V

45
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

v1 + v 2 = 20 0° − (5 0°) = 20 0°+ 5 180° ⇒



v1 + v 2 = 20 − 5 = 15 = 15 0°V

b) v1 = 20 0°V e v 2 = 12 −90°V
v1 + v 2 = 20 0° + 12 −90° = 20 − j12 = 23,32 −30,96°V

v1 + v 2 = 20 0° − (12 −90°) = 20 0° + 12 −90° + 180° ⇒



v1 + v 2 = 20 0° + 12 90° = 20 + j12 = 23,32 30,96°V

46
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

c) v1 = 20 60°V e v 2 = 10 −30° V
v1 + v 2 = 20 60° + 10 −30° = 10 + j17,32 + 8,66 − j5 ⇒
v1 + v 2 = 18,66 + j12,32 = 22,36 33,43° V

v(V)
v1+v2
v 22,36
20
v1


v1 v2
v 1+ 10
v2
º 3º
60
33,4
180º 360º
30º 0 t
v2

-10

-20
-22,36

v1 − v 2 = 20 60° − (10 −30°) ⇒



v1 − v 2 = 20 60° + 10 −30° + 180° ⇒

v1 − v 2 = 10 + j17,32 − 8,66 + j5 = 1,34 + j22,32 ⇒

v1 − v 2 = 22,36 86,56° V

47
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

v(V)
v
v1+v2
 22,36
20
v1-v2 v1

v1 10
v2
86,56º
-v2 180º
0 t
360º
-v2
-10

-20
-22,36

Multiplicação e Divisão
Para realizar operações de multiplicação e divisão que envolvem tensões,
correntes e potências complexas, basta utilizar a forma polar, conforme foi visto
no Capítulo 1, uma vez que por diagrama fasorial tais operações seriam extrema-
mente complicadas.

2.6 Circuitos Resistivos em CA


A resistência elétrica, quando submetida a uma tensão alternada, produz
uma corrente elétrica com a mesma forma de onda, mesma frequência e
mesma fase da tensão, porém com amplitude que depende dos valores da tensão
aplicada e da resistência, conforme a Primeira Lei de Ohm, que pode agora ser
generalizada para sinais alternados senoidais.

Tensão e Corrente na Resistência Elétrica


Considere o circuito seguinte no qual uma fonte de tensão senoidal v(t)
alimenta um resistor R:
Sendo: v(t) = Vp.sen(wt+θ0)
Pela Primeira Lei de Ohm tem-se:

i(t) = v(t) ⇒ i(t) = p .sen(wt + θ0) ⇒ i(t) = Ip.sen(wt + θ0)


V
R R
Vp
sendo Ip = o valor de pico da corrente.
R

48
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

Figura 2.7 - Circuito resistivo em CA.

A forma de onda da tensão e da corrente, bem como a representação fasorial


desses sinais, está na Figura 2.8.

(a) Diagrama fasorial (b) Formas de onda


Figura 2.8 - Tensão e corrente CA num resistor.

Como se vê, o resistor não provoca nenhuma defasagem entre tensão e


corrente, portanto a resistência elétrica pode ser representada por um número
complexo com módulo R e fase nula (na forma polar) ou composto apenas pela
parte real R (na forma cartesiana), isto é:

Forma polar: R = R 0° = R
Forma cartesiana: R = R + j0 = R

Representando a Primeira Lei de Ohm com números complexos:


v = Vp θ0 e R = R 0°

v Vp θ0 Vp
i= = = θ − 0° ⇒ i = I p θ0
R R 0° R 0

49
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Potência Dissipada pela Resistência Elétrica


Vejamos agora o que acontece com a potência elétrica numa resistência
submetida a uma tensão alternada senoidal.
A potência instantânea p(t) dissipada por uma resistência elétrica R pode ser
obtida pelo produto, ponto a ponto, entre v(t) e i(t), ou em função de R, isto é:

v 2 (t)
p ( t ) = v ( t ).i( t ) ou p( t ) = R . i2 ( t ) ou p( t ) =
R

A Figura 2.9 mostra como fica a forma de onda da potência:

Figura 2.9 - Tensão, corrente e potência CA num resistor.

Como resultado, a potência elétrica consumida é pulsante e sempre


positiva, pois num mesmo instante a tensão e a corrente são ambas positivas ou
negativas, o que prova que, independente da polaridade da tensão ou do sentido
da corrente, a resistência comporta-se sempre como um receptor, consumindo a
potência fornecida pela fonte, que se comporta sempre como um gerador.
Além disso, nota-se que a frequência da forma de onda da potência é o dobro
da frequência da tensão e da corrente.
Neste caso, Pp representa a potência de pico e vale:

Pp=Vp.Ip

50
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

Pela Figura 2.9 percebe-se também que, enquanto a corrente e a tensão


têm valores médios iguais a zero, a potência média P dissipada pelo resistor é
a metade da potência de pico, ou seja:

Pp Vp . I p
P= =
2 2

Como será visto a seguir, a potência média é a que interessa na análise da


potência nos circuitos em corrente alternada.

2.7 Valor Eficaz


Para sinais alternados senoidais, existe um conceito muito importante deno-
minado valor eficaz ou rms.
O valor eficaz Vef ou Vrms de uma tensão alternada corresponde ao valor
de uma tensão contínua que, se aplicada a uma resistência, faria com que ela
dissipasse a mesma potência média caso fosse aplicada essa tensão alternada.
As medidas de tensão e de corrente alternadas realizadas por multímetros são
dadas sempre em valores eficazes.
Matematicamente, para uma tensão alternada senoidal, a tensão eficaz
Vrms pode ser calculada a partir do valor de pico Vp ou de pico a pico Vpp com
as seguintes expressões:

Vp Vpp
V=
rms
= 0,707.Vp ou Vrms =
2 2 2

Observações

• A sigla rms significa root mean square ou raiz média quadrática.
• O conceito de valor eficaz é aplicado também à corrente elétrica.
• As tensões da rede elétrica são dadas em valores eficazes (110 Vrms e
220 Vrms).

51
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Para compreender melhor o significado físico desse valor, consideremos um


sinal senoidal com tensão de pico Vp alimentando um resistor R, conforme a
Figura 2.10:

(a) Circuito (b) Sinais


Figura 2.10 - Sinais senoidais num circuito resistivo.

A tensão e a corrente eficazes no resistor valem respectivamente:


Vp Ip Vp
=Vrms = e I rms onde : I p =
2 2 R

A potência dissipada pelo resistor, calculada em função dos valores eficazes


de corrente e tensão, é equivalente à potência média P analisada no tópico
anterior, ou seja:
Vp Ip Vp . I p
P = Vrms . I rms = . =
2 2 2

Desta forma, para sinais alternados senoidais é muito mais fácil trabalhar
em função de valores eficazes, uma vez que a potência resultante nos cálculos já
corresponde à potência média P.

52
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

Essa mesma potência seria dissipada caso fosse aplicada ao resistor uma tensão
CC de valor igual ao da tensão eficaz, conforme indica a Figura 2.11.
i(t) Icc=Irms

Vp
v(t)=Vp.sent Vcc=Vrms =
R  2
R

Figura 2.11 - Correspondência entre Vrms e Vcc.

A potência pode ser calculada por uma das seguintes expressões:


2
Vrms
P = Vrms . I rms ou P = ou P = R . I2rms
R

Apenas para finalizar, já vimos que as tensões e correntes alternadas senoi-


dais num circuito podem ser representadas por números complexos. Daqui em
diante, os seus módulos podem ser expressos em valores de pico ou eficazes,
e neste último caso, suas grandezas ou unidades devem vir acompanhadas da
sigla rms para que não sejam confundidas, isto é:

Em valores eficazes: v rms = Vrms θ0 e i rms = I rms θ0


Em valores de pico:   v = Vp θ0 e i = I p θ0

 Exemplos

1) Uma fonte CA com tensão de pico Vp = 100V alimenta um resistor de


valor R = 100Ω. Qual a tensão CC que, aplicada a esse resistor, faz com
que ele dissipe a mesma potência?
A tensão eficaz vale:
Vp 100
V=
rms
= = 70,7V
2 2
A potência dissipada pelo resistor vale:
(70,7)
2 2
Vrms
P= = ≅ 50W
R 100

53
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Assim, a mesma potência seria dissipada se fosse ligada ao resistor de


100Ω uma tensão contínua de 70,7V.
2) No Brasil, as residências recebem pela rede elétrica as tensões de 110Vrms
e 220Vrms, as duas com frequência de 60Hz. Determinar para 110Vrms
e 220Vrms:
a) O período:
É o mesmo para ambos os sinais:
1 1
T= = ≅ 16,67ms
f 60

b) A frequência angular:
É a mesma para ambos os sinais:

ω = 2π . f = 2π . 60 = 120π ≅ 377rd / s

c) Valores de pico e de pico a pico:


Vrms = 110V
Vp = 2 .Vrms = 2 .110 ≅ 156 V

Vp p = 2 2 .Vrms = 2 2 .110 ≅ 311V


Vrms = 220V
Vp = 2 .Vrms = 2 2 .220 ≅ 311V

Vp p = 2 2 .Vrms = 2 2 .220 ≅ 622V



d) Expressões matemáticas:
Vrms = 110V
v ( t ) = Vp . sen ωt ⇒ v ( t ) = 156 . sen377t( V )
Vrms = 220V
v ( t ) = Vp . sen ωt ⇒ v ( t ) = 311 . sen377t( V )

54
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

3) Um chuveiro elétrico residencial tem o circuito interno e as especificações


a seguir:

Alimentação: 220Vrms
Potência inverno: 3500W
Potência verão: 2500W

a) Qual o valor das resistências R1 e R2?


Na posição inverno, apenas a resistência R1 é alimentada. Assim sendo,
seu valor pode ser calculado da seguinte forma:
2
Vrms 2202
Pi = ⇒ R1 = ⇒ R1 ≅ 13,83Ω
R1 2500

Na posição verão, as duas resistências ficam associadas em série. Então,
o valor de R2 pode ser calculado da seguinte forma:
2
Vrms 2202
Pv = ⇒ R1 + R 2 = ⇒ R1 + R 2 ≅ 19,36Ω
R1 + R 2 2500
∴ R 2 = 19,36 − R1 ⇒ R 2 = 19,36 − 13,83 ⇒ R 2 = 5,53Ω

b) Qual o valor dos fusíveis que devem ser utilizados para proteção da ins-
talação elétrica?
A corrente é mais intensa quando o chuveiro está na posição inverno:
Pi 3500
I rms = ⇒ I rms = ⇒ I rms = 15,91A
Vrms 220

O valor de pico dessa corrente vale:

I p = 2 . I rms ⇒ I p = 2 .15,91 ⇒ I p = 22,5 A



Assim, os fusíveis devem ser dimensionados para uma corrente maior
que 22,5A. Comercialmente existe, por exemplo, fusível de 30A.

55
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Exercícios Propostos
Análise Gráfica e Matemática do Sinal Senoidal

2.1 Dado o gráfico das tensões senoidais em seguida, pedem-se para ambos os
sinais:

v1(V)

12

t (ms)
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

-12

v2(V)

16

0 t (ms)
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

-16

a) Valor de pico e valor de pico a pico;

b) Período, frequência e frequência angular;

c) Fase inicial e defasagem entre eles;

d) Expressão matemática.

56
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

2.2 Uma tensão senoidal tem frequência de 100Hz, valor de pico 10V e inicia
o ciclo com atraso de p / 3rd. Pedem-se:

a) Período e frequência angular;

b) Expressão matemática;

c) Representação gráfica.

Diagrama Fasorial

2.3 Represente os sinais do Exercício Proposto 2.1 por diagrama fasorial.

Representação com Números Complexos

2.4 Represente os sinais do Exercício Proposto 2.1 por números complexos.

Operações com Diagrama Fasorial e Números Complexos

2.5 Dadas as tensões v1 =30 0° V e v 2 (t)=20 . sen(ωt + π/2) (V), pedem-se os


sinais:

a) v3 = v1 + v2 fasorialmente;

b) v3 = v1 + v2 matematicamente através de números complexos;

c) v3 = v1 + v2 matematicamente através das expressões trigonométricas;

d) v3 = v1 + v2 graficamente (soma ponto a ponto);

e) v4 = v1 − v2 fasorialmente;

f) v4 = v1 − v2 matematicamente através de números complexos;

g) v4 = v1 − v2 matematicamente através das expressões trigonométricas;

h) v4 = v1 − v2 graficamente (subtração ponto a ponto).

57
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Circuitos Resistivos em CA

2.6 Dado o circuito seguinte, determine:

a) Expressões de v(t) e i(t) nas formas trigonométrica e complexa;

b) Formas de onda e representações fasoriais de v(t) e i(t);

c) Expressões de v1(t) e v2(t) nas formas trigonométrica e complexa;

d) Formas de onda e representações fasoriais de v1(t) e v2(t);

e) P
 otências de pico e média fornecida pelo gerador e dissipada por cada
resistor;

f) Formas de onda das potências do item anterior.


2.7 Dado o circuito seguinte, determine:

a) Expressões de v(t) e i(t) nas formas trigonométrica e complexa;

b) Formas de onda e representações fasoriais de v(t) e i(t);

c) Expressões de i1(t) e i2(t) nas formas trigonométrica e complexa;

58
Capítulo 2 - Sinais Senoidais

d) Formas de onda e representações fasoriais de i1(t) e i2(t);

e) P
 otências de pico e média fornecidas pelo gerador e dissipadas por cada
resistor;

f) Formas de onda das potências do item anterior.

Valor Eficaz

2.8 Um aquecedor elétrico para torneira tem o seguinte circuito:

a) Qual a potência média e de pico dissipadas pelo aquecedor em cada


posição?
b) Q
 ual a corrente eficaz e de pico consumidas pelo aquecedor em cada
posição?

59
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Anotações

60
Capítulo 3
Dispositivos Eletromagnéticos

3.1 Transformador
É um dispositivo que permite modificar a amplitude de uma tensão alternada,
aumentando-a ou diminuindo-a.
Ele consiste essencialmente em duas bobinas isoladas eletricamente, montadas
em um mesmo núcleo de ferro (usado para concentrar as linhas de campo), como
exibe a Figura 3.1.

(a) Aspecto construtivo (b) Símbolo elétrico


Figura 3.1 - Transformador.

A bobina que recebe a tensão a ser transformada (VP) denomina-se primário,


e a outra que fornece a tensão transformada (VS) chama-se secundário.

Observação

• Não confundir VP, que é tensão no primário do transformador, com ten-
são de pico, principalmente porque, normalmente, as tensões VP e VS do
transformador são dadas em valores eficazes (rms).
A tensão alternada VP aplicada ao primário faz circular por suas espiras
uma corrente alternada IP, originando um fluxo magnético alternado no núcleo
de ferro. Esse fluxo variável corta as espiras do secundário, induzindo nele uma
tensão alternada VS.

61
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

O núcleo é de ferro laminado para diminuir as perdas causadas pelas correntes


de Foucault (correntes induzidas no ferro pelo fluxo variável) e para aumentar o
acoplamento magnético entre as duas bobinas.
Em um transformador ideal (que não possui perdas), a potência PP entregue
ao primário é igual à potência PS que o secundário entrega à carga, ou seja, PS = PP
Sendo: PP = VP . IP ⇒ potência no primário
PS = VS . IS ⇒ potência no secundário

Figura 3.2 - Transformador ideal.

Num transformador ideal, tem-se, portanto: VP . IP = VS . IS

Considerando o número de espiras do primário (NP) e do secundário (NS),


valem as seguintes relações:

VP NP IS NP
= e =
VS NS IP NS

Por outro lado, em um transformador real, devido às perdas de potência


por efeito Joule (correntes de Foucault e resistência das bobinas) e por dispersão
de fluxo magnético no acoplamento, a potência do secundário é menor que a do
primário, isto é, PS < PP.
Um transformador só pode ser usado com corrente alternada, uma vez que
nenhuma tensão será induzida no secundário, se não houver variação do fluxo de
indução magnética.
Se uma tensão contínua é aplicada ao primário, só haverá indução de tensão
no secundário no instante do fechamento ou abertura do circuito primário, pois
é somente nesses instantes que a intensidade do campo magnético (portanto, o
fluxo) varia.
Uma das principais vantagens de um transformador, além de transformar uma
tensão, é acoplar dois circuitos sem interligá-los eletricamente.

62
Capítulo 3 - Dispositivos Eletromagnéticos

 Exemplos

Um transformador ideal tem 200 espiras no primário e 800 espiras no se-


cundário. Aplicando uma tensão de 10Vrms no primário, determinar:

a) Tensão induzida no secundário


Pela relação de espiras:
VP NP 10 200 10.800
= ⇒ = ⇒ VS = ⇒ VS = 40Vrms
VS NS VS 800 200

b) Corrente no primário e no secundário, quando o transformador alimenta
uma carga resistiva de 100Ω
A corrente no secundário vale:
VS 40
IS = ⇒ IS = ⇒ I S = 0,4 A
RL 100

Como o transformador é ideal:
40.0,4
VP . I P = VS . I S ⇒ I P = ⇒ I P = 1,6 A
10

3.2 O Relé
É um dispositivo eletromecânico que permite controlar uma corrente de gran-
de valor a partir de uma pequena corrente. São constituídos de uma bobina e um
sistema de contatos que podem ser abertos (ou fechados) quando uma corrente
(contínua ou alternada) passar pela bobina. A Figura 3.3 a seguir mostra, de forma
simplificada, um relé para CC na condição de repouso (ausência de corrente na
bobina).

63
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

(a) (b) (c)

Figura 3.3 - (a) Relé na condição de repouso,


(b) relé energizado e (c) simbologia.

O princípio de funcionamento é baseado no eletromagnetismo. Quando uma


corrente percorre uma bobina, ela se transforma em um eletroímã, que atrairá uma
peça metálica do relé denominada armadura. Na ausência de corrente não existirá
força magnética, o que faz a mola manter o contato aberto (NA). Existem relés com
operação inversa, isto é, o contato é normalmente fechado, e quando a bobina é
energizada, o contato abre. Existem relés que podem ter os dois tipos de contato.

Exercícios Propostos
Transformador

3.1 Um transformador tem 500 espiras no primário, no qual é aplicada uma


tensão de 110Vrms. Qual o número de espiras do secundário para que sua
tensão seja de 12Vrms?
3.2 Por que é usado núcleo de ferro laminado num transformador?
3.3 Por que um transformador não funciona em CC?
3.4 Qual deve ser a relação de espiras num transformador abaixador de tensão
de 110Vrms para 24Vrms? Qual a corrente no primário, se o secundário
fornece 1A para uma carga resistiva?

64
Capítulo 4
Análise de Circuitos Indutivos

4.1 Indutor
Um indutor ou bobina consiste em um fio enrolado helicoidalmente sobre
um núcleo, que pode ser de ar, ferro ou ferrite. A Figura 4.1 apresenta os três
principais tipos de indutores e seus respectivos símbolos:

(a) Núcleo de ar (b) Núcleo de ferro (c) Núcleo de ferrite

Figura 4.1 - Tipos de indutores e seus símbolos.

Indutor em Corrente Contínua


Consideremos um indutor alimentado por uma fonte de tensão contínua E,
como apresenta a Figura 4.2.

(b) Corrente CC
(a) Circuito

Figura 4.2 - Fechamento do circuito indutivo.

65
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Quando a chave é fechada (t=0), uma corrente i começa a circular pelo indu-
tor. Essa corrente, ao passar por uma espira (uma volta do fio), origina um campo
magnético cujas linhas de campo cortam as espiras subsequentes, induzindo nelas
uma tensão e, denominada força eletromotriz autoinduzida (f.e.m.).
De acordo com a Lei de Lenz, a tensão induzida se opõe, através de i’, à causa
que a originou (aumento da corrente i). Como resultado da oposição, a corrente
leva um certo tempo Dt = t1 para atingir o valor de regime I, imposto apenas pela
resistência ôhmica do fio do indutor.
Estando a corrente em valor de regime, se a chave é aberta no instante t2, a
corrente tende a diminuir, como indica a Figura 4.3.

(a) Circuito (b) Corrente CC

Figura 4.3 - Abertura do circuito indutivo.

A variação do campo magnético devido à diminuição da corrente i induz


uma f.e.m. e com polaridade contrária, originando uma corrente i’ que se opõe
a essa diminuição.
Desta forma, mesmo sem a alimentação E, a corrente leva um certo tempo
Dt = t3 - t2 para ser eliminada.
Assim, três conclusões muito importantes podem ser tiradas em relação ao
comportamento do indutor:
I - Um indutor armazena energia na forma de campo magnético.
II - Um indutor se opõe a variações de corrente.
III - Num indutor, a corrente está atrasada em relação à tensão.

Observação

• Pela Figura 4.3(a) nota-se que, na abertura da chave, a polaridade da tensão
induzida (e) é tal que se soma com a tensão da fonte (E), de forma que

66
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

entre os terminais da chave aberta aparece uma tensão E + e. Se a f.e.m.


induzida for alta (dependendo do valor da corrente i e das características
físicas e elétricas do indutor), pode aparecer um arco de corrente entre os
contatos da chave, o que pode ser perigoso para o operador.

Indutância L
Colocando um núcleo de ferro na bobina e repetindo a experiência da Figura
4.2, a oposição oferecida pelo indutor à variação da corrente será maior, con-
forme indica a Figura 4.4.

(a) Circuito (b) Corrente CC

Figura 4.4 - Comportamento do indutor com núcleo de ferro.

Uma bobina ou indutor é caracterizado por sua indutância. A indutância


L depende das dimensões do indutor (comprimento e diâmetro do enrolamento),
do material de que é feito o núcleo (ar, ferro ou ferrite) e do número de espiras.
Quando um núcleo de ferro é colocado na bobina, a sua indutância L aumenta.

Indutância
A indutância L é a medida da capacidade do indutor de armazenar energia
na forma de campo magnético. A unidade de medida da indutância é o Henry [H].

Observação

• A
unidade de medida de indutância [H] é em homenagem ao físico norte-
-americano Joseph Henry (1797 - 1878) que descobriu diversos fenômenos
eletromagnéticos e criou o telégrafo magnético.
A oposição às variações de corrente num indutor é análoga à oposição à
passagem de corrente num resistor.

67
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

No indutor, a tensão é diretamente proporcional à variação de corrente, sendo


L a constante de proporcionalidade, que é dada por:

di( t )
v(t) = L .
dt

Sendo: v(t) ⇒ tensão no indutor


L ⇒ indutância
di(t) / dt ⇒ variação da corrente em função do tempo
Como esta expressão depende de conceitos de matemática avançada (função
derivada), ela será tratada de forma bem mais simples a partir do próximo tópico.

4.2 Indutor Ideal em Corrente Alternada


O tópico anterior mostrou que quando uma tensão contínua é aplicada a um
indutor, a corrente sofre um atraso até atingir o valor de regime.
Se a tensão aplicada a um indutor ideal (resistência ôhmica nula) for senoidal,
a corrente (também senoidal) fica atrasada 90° em relação à tensão, conforme
a Figura 4.5, considerando que a tensão aplicada tem fase inicial nula (θ0 = 0°).

(a) Circuito (b) Diagrama fasorial

68
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

(c) Formas de onda

Figura 4.5 - Corrente e tensão senoidais num indutor ideal.

Neste caso:
v ( t ) = Vp . senωt ou v = Vp 0°

i( t ) = I p . sen(ωt − 90°) ou i = I p −90°

Reatância Indutiva XL
A medida da oposição que o indutor oferece à variação da corrente é dada
pela sua reatância indutiva XL.
O valor (em módulo) da reatância indutiva é diretamente proporcional à
indutância L e à frequência f da corrente (ou de sua frequência angular ω), sendo
calculada por:

XL = 2p.f.L ou XL = w.L

Sendo: XL ⇒ módulo da reatância indutiva em ohm [Ω]


L ⇒ indutância da bobina em henry [H]
f ⇒ frequência da corrente em hertz [Hz]
ω ⇒ frequência angular da corrente em radianos/segundo [rd/s]
Pela expressão da reatância indutiva percebe-se que quanto maior a indutância
L e a frequência f (ou ω), maior é a reatância XL do indutor.

69
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Conclusão

O indutor ideal comporta-se como um curto-circuito em corrente


contínua e como uma resistência elétrica em corrente alternada. Para uma
frequência muito alta, o indutor comporta-se como um circuito aberto.

Primeira Lei de Ohm para o Indutor Ideal


A Primeira Lei de Ohm pode ser usada num circuito em corrente alternada,
substituindo a resistência elétrica pela reatância indutiva, isto é:
v
XL =
i
Considerando as variáveis em questão na forma de números complexos,
tem-se:
v V 0°
XL = = = X L 90° = jX L
i I −90°

Neste caso, V e I podem ser valores de pico, pico a pico ou eficazes.


Assim, é possível representar a reatância indutiva por:

X L = ω. L 90° ou X L = jω. L

Percebe-se, portanto, que a reatância indutiva de um indutor ideal tem fase


sempre igual a 90° (forma polar) ou tem somente parte imaginária positiva
(forma cartesiana).
A fase da reatância indutiva, que corresponde à defasagem entre a tensão e
a corrente no indutor, denomina-se φ.
Se a tensão possui fase inicial θ0, a corrente no indutor passa a ter fase
(θ0 − 90°), de forma que a fase da reatância indutiva continua sendo φ = 90°.

Observação

• A fase φ de uma reatância, como será visto mais adiante, é muito im-
portante para a análise da potência em circuitos reativos (indutivos e/ou
capacitivos).

70
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

 Exemplos

1) Sobre uma bobina de 200mH é aplicada uma tensão de 110Vrms/60Hz.


Considerando a bobina ideal e fase inicial da tensão nula, pedem-se:

a) Reatância da bobina em módulo e em número complexo. Cálculo de XL


em módulo:
X L = 2π . f . L = 2π .60.200.10 −3 = 75,4 Ω

Em número complexo:
X L = j75,4 Ω ou X L = 75,4 90°Ωs

b) Valor eficaz da corrente na bobina
Vrms 110
=
I rms = = 1,46 A
XL 75,4

c) Gráficos da tensão e corrente na bobina

I p = 2 . I rms = 2 .1,46 = 2A

= Vp = 2 .Vrms 2 .110 = 156 V

71
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

2) Em que frequência uma bobina de 100mH tem 150Ω de reatância?


150
X L = 2π . f . L ⇒ 150 = 2π . f .100.10 −3 ⇒ f = ⇒ f = 239Hz
2π . 01
,

3) Em um circuito indutivo alimentado com 110Vrms/60Hz, deseja-se que


a corrente seja limitada em 200mA. Qual deve ser o valor da indutância
da bobina?
Sendo a corrente de pico na bobina igual a 200mA, seu valor eficaz é:
Ip 200.10 −3
I rms = = = 141,42mA
2 2

Vrms 110
A reatância da bobina vale X L = = = 777,82Ω
I rms 141,42 .10 −3

Portanto, a indutância da bobina deve valer:


XL 777,82
L= = = 2,06H
2π . f 2π .60

4) Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Expressão da corrente na forma polar e em função do tempo


Calculando a reatância do indutor:
XL = w.L = 2p.60.50.10-3 = 18,85Ω
Assim, X L = j18,85Ω ou X L = 18,85 90°Ω
A corrente na forma polar vale:
v 30 60°
i= = = 1,6 −30°A
X L 18,85 90°

72
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

Transformando a expressão da corrente no domínio do tempo:


i(t) = 1,6.sen(wt -30°) (A) ou i(t) = 1,6.sen(377t -p / 6) (A)
b) Diagrama fasorial

Potência em um Indutor Ideal


Com a expressão p(t)=v(t).i(t) pode-se levantar o gráfico da potência ins-
tantânea em um indutor ideal, como mostra a Figura 4.6.

Figura 4.6 - Potência em um indutor ideal.

73
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Em um circuito puramente indutivo (sem resistência ôhmica), não há


dissipação de energia.
Observando o gráfico da potência instantânea, verifica-se que a potência é
ora positiva ora negativa, de forma que sua potência média é zero.
Quando a potência é positiva, significa que o indutor está recebendo energia
do gerador, armazenando-a na forma de campo magnético.
Quando a potência é negativa, significa que o indutor comporta-se como
um gerador, devolvendo a energia armazenada ao circuito.
A sequência se repete duas vezes em cada ciclo da tensão do gerador. Desta
forma, a energia é sempre trocada entre o gerador e o indutor, não havendo
dissipação de potência (perdas).

Potência Ativa

Num circuito reativo, a potência média (dissipada) é denominada potência


ativa P (ou real), sendo calculada por:

P = Vrms.Irms.cos φ [W]

A fase φ é a defasagem entre a tensão e a corrente, que corresponde à fase


da reatância.
Como no indutor ideal φ = 90°, tem-se que:
P = Vrms.Irms.cos90° = Vrms.Irms.0 = 0W (potência média nula)

4.3 Circuito RL Série


Na prática, um indutor apresenta indutância e resistência elétrica (devido
à resistividade do fio do indutor), portanto a corrente elétrica, ao percorrer um
indutor, encontra dois tipos de oposição: a reatância indutiva e a resistência
ôhmica do fio.
Quando uma tensão alternada é aplicada a um circuito RL série, a corrente
continua atrasada em relação a ela, só que de um ângulo menor que 90°, pois
enquanto a indutância tende a defasá-la em 90°, a resistência tende a colocá-la
em fase com a tensão.

74
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

A Figura 4.7(a) apresenta um circuito RL série, no qual a resistência R re-


presenta o equivalente de todas as resistências em série com o indutor (inclusive a
resistência ôhmica do fio do indutor). Por simplicidade, a corrente foi considerada
com fase inicial nula.

(a) Circuito (b) Diagrama fasorial

(c) Formas de onda

Figura 4.7 - Circuito RL série.

75
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Pelo diagrama fasorial vê-se que a corrente i no indutor (que é a mesma no


resistor) está atrasada 90° em relação à tensão vL. Como tensão e corrente num
resistor estão sempre em fase (como foi visto no Capítulo 2), vR e i estão repre-
sentadas no mesmo eixo.
A tensão v do gerador é a soma vetorial de vL com vR, resultando numa
defasagem φ menor que 90° em relação à corrente.

Impedância Indutiva ZL
A oposição que o indutor real oferece à passagem da corrente elétrica depende
de R e de XL. Essa combinação é denominada impedância indutiva ZL, dada
em [Ω], e pode ser representada por um único símbolo, como indica a Figura 4.8.

Figura 4.8 - Impedância indutiva.

v
Aplicando a Primeira Lei de Ohm, tem-se Z L =
i
Do diagrama fasorial da Figura 4.7(b), vL, vR e i podem ser representados na
forma de números complexos:
v L = VL 90°

v R = VR 0°

i = I 0°

vL VL 90°
A reatância indutiva XL vale X L = = = X L 90° = jX L
i I 0°
vR VR 0°
A resistência R vale R= = = R 0° = R
i I 0°

76
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

Como v = vR + vL (soma vetorial), dividindo ambos os lados da igualdade


por i, tem-se:
v vR vL
= +
i i i

Assim, a impedância indutiva ZL vale:

Z L = R + jX L ou Z L = R + jω. L

A impedância indutiva pode ser também representada na forma polar como


segue:

Módulo: Z L = R 2 + X 2L ou Z L = R 2 + (ω. L )2

XL ω. L
Fase: φ = arctg ou φ = arctg
R R

VR
VR I = R ⇒ R
ou ainda: cosφ = = φ = arccos
V V ZL ZL
I

No plano cartesiano, a impedância indutiva fica como segue:

(a) Simbolicamente (b) Graficamente

Figura 4.9 - Representação da impedância indutiva.

Em geral, a resistência do enrolamento de uma bobina é baixa (de unidades


a centenas de ohms), portanto em muitos casos ela pode ser desprezada, sendo
o indutor considerado ideal.

77
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

 Exemplos

1) Uma bobina, quando ligada a uma fonte CC de 10V, consome 100mA


e, quando ligada a uma fonte CA de 10Vrms/500Hz, consome 20mArms.
Calcular:
a) Resistência da bobina
Quando a bobina é ligada à fonte CC, só existe o efeito da resistência
ôhmica, pois sendo a tensão constante, a reatância indutiva é nula.
Portanto:
V 10
R= = = 100Ω
I 100.10 −3

b) Reatância e indutância da bobina


Quando a bobina é ligada à fonte CA, além da resistência ôhmica, há o
efeito da reatância indutiva. Assim, o módulo da impedância indutiva é:
V 10
ZL = = = 500Ω
I 20.10 −3

Como Z L = R 2 + X 2L , o valor da reatância indutiva é:

X L = Z2L − R 2 = 5002 − 1002 = 490Ω


78
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

XL 490
Portanto, a indutância vale: L = = = 156mH
2π . F 2π . 500

c) Impedância complexa da bobina e sua representação gráfica

Z L = R + jX L = 100 + j490Ω

Para a representação na forma polar, é necessário calcular a fase
XL 490
φ = arctg = arctg = 78,5°
R 100

Portanto, Z L = Z L φ = 500 78,5°Ω


d) Diagrama fasorial do circuito CA (considerando fase inicial da tensão da
fonte nula)
Tem-se v rms = 10 0°V
Como a corrente i está atrasada de φ = 78,5° em relação à tensão, seu
valor na forma complexa é i rms = 20 −78,5°mA
As tensões vR e vL valem:
v Rrms = R.i = 100.0,02 −78,5°= 2 −78,5°V

v Lrms = X L . i = 490 90° . 0,02 −78,5°= 9,8 11,5°V

79
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

2) Dado o circuito a seguir, determinar:

a) Impedância do circuito e o valor de L


A impedância na forma cartesiana vale ZL = 30 + j40Ω
Na forma polar:

Módulo Z L = R 2 + X 2L = 302 + 402 = 50Ω


XL 40
Fase φ = arctg = arctg = 53°
R 30

Portanto, Z L = 50 53°Ω
Pela reatância indutiva, tira-se L:
40
X L = 2π . f . L ⇒ L = = 106mH
2π . 60

b) Corrente no circuito
v 110 90°
i= = = 2,2 37° A rms
ZL 50 53°

80
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

c) Diagrama fasorial e formas de onda


Para o diagrama fasorial:
v = 110 90°Vrms e i = 2,2 37°A rms

Calculando vL e vR:
v L = X L . i = 40 90° . 2,2 37° = 88 127° Vrms

v R = R . i = 30 0° . 2,2 37° = 66 37° Vrms

Portanto,

Para as formas de onda:

v ( t ) = 110. 2 . sen(2π . f . t + 90°) = 156 . sen(377t + 90°)( V )

v L ( t ) = 88 . 2 . sen(377t + 127°) = 124,5 . sen(377t + 127°)( V )



v R ( t ) = 66 . 2 . sen(377t + 37°) = 93,3 . sen(377t + 37°)( V )

i( t ) = 2,2 . 2 . sen(377t + 37°) = 31


, . sen(377t + 37°)( A )

81
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Portanto,

3) Para o circuito seguinte, calcular:

82
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

a) A tensão no indutor e a corrente do circuito


XL
Cálculo de vL com a fórmula do divisor de tensão: v L = .v
R + XL
Tem-se R = 100Ω e v = 110 48°Vrms

X L = jω. L = j2π . f . L = j2π .100.0,2 = j125,7 = 125,7 90° Ω



Z L = R + X L = 100 + J125,7 = 160,6 51,5° Ω

Logo:
125,7 90°
vL = .110 45° = 86,1 83,5° Vrms
160,6 51,5°

A corrente do circuito pode ser calculada por:
v 110 45°
i= = = 0,68 −6,5° A rms
Z L 160,6 51,5°

b) Diagrama fasorial

Potência em Circuitos Indutivos


Para a análise da potência num circuito indutivo formado por um resistor e
um indutor ligados em série, consideremos o circuito da Figura 4.10(a). Repre-
sentando os fasores das tensões envolvidas (em Vrms) na forma de um triângulo,
tem-se a Figura 4.10(b).

83
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

(a) Circuito (b) Triângulo de tensões

(c) Triângulo de potências

Figura 4.10 - Potência em circuitos indutivos.

Note que a fase φ corresponde tanto à fase da impedância equivalente quanto


à defasagem entre tensão e corrente do gerador.
Multiplicando os lados do triângulo de tensões pela corrente i do circuito,
obtém-se o triângulo de potências, como na Figura 4.10(c).
A base do triângulo é a potência ativa P (ou real), dada em watt [W], que
pode ser obtida por uma das seguintes expressões:

P = VRrms.Irms ou P = Vrms.Irms.cosφ

A hipotenusa do triângulo representa a potência aparente PAp cuja unidade


é volt-ampère [VA] e dada pela expressão:

PAp = Vrms.Irms

A altura do triângulo é a potência reativa PR (neste caso, potência reativa


indutiva PRI). A potência reativa tem como unidade volt-ampère reativo [VAR]
e dada por uma das seguintes expressões:

PR = VLrms.Irms ou PR = Vrms.Irms.senφ

84
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

Como mostra a Figura 4.11, essas três potências se relacionam da seguinte


forma:
P2Ap = P2 + P2R

Figura 4.11 - Triângulo de potências.

Fator de Potência - FP

A relação entre a potência real P e a potência aparente PAp é denominada


fator de potência FP, cuja expressão pode ser retirada da Figura 4.11.

P
FP = = cosφ
PAp

Portanto, o fator de potência pode ser calculado diretamente pela fase φ da


impedância.

Observação

• É muito comum chamar o fator de potência de cosseno fi devido à sua
expressão.
O fator de potência dá uma medida do aproveitamento da energia for-
necida pelo gerador à carga.
Em circuitos formados por resistores e/ou indutores, três situações são
possíveis:
 e a carga for puramente resistiva, não há potência reativa, portanto
-S
PAp = P, ou seja, FP = 1. Neste caso, a carga aproveita toda a energia
fornecida pelo gerador (dissipa potência por efeito Joule).
 e a carga for puramente indutiva (ou reativa), não há potência ativa,
-S
portanto PAp = PR, ou seja, FP = 0. Neste caso, a carga não aproveita

85
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

nenhuma energia fornecida pelo gerador, ou seja, não dissipa potência,


mas apenas troca energia com o gerador.
 e a carga for indutiva (impedância reativa indutiva), há potência ativa
-S
e reativa, portanto P2Ap = P2 + P2R, ou seja, 0 ≤ FP ≤ 1. Neste caso, a
carga aproveita somente uma parte da energia fornecida pelo gerador, ou
seja, somente a parte resistiva da carga dissipa potência por efeito Joule.

 Exemplos

1) Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Leitura dos aparelhos


X L = j2π . f . L = j2π . 60.01
, = j37,7Ω

Z L = 50 + j37,7 = 62,6 37°Ω

v 110 0°
i= = = 1,76 −37° A rms (o amperímetro indica 1,76 Arms)
Z L 62,6 37°

v1 = R . i = 50 0° . 1,76 −37° = 88 −37° Vrms (V1 indica 88 Vrms)

v 2 = X L . i = 37,7 90° .1,76 −37° = 66,4 53°Vrms (V2 indica 66,4 Vrms)

b) Fator de potência
FP = cos φ = cos37° = 0,799
c) Potência ativa dissipada pelo circuito
P = Vrms.Irms.cos φ = 110.1,76.0,799 = 154,7W

86
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

d) Potências aparente e reativa do circuito


PAp = Vrms.Irms = 110.1,76 = 193,6VA
PR = Vrms.Irms.sen φ = 110.1,76.sen37° = 116,5VAR
e) Diagrama fasorial

Observação

• Embora o resistor esteja em série com o indutor, devido à fase das tensões
nesses dispositivos serem diferentes, a soma de suas tensões (medidas
pelos voltímetros) não é igual à tensão fornecida pelo gerador. Essa soma
só é válida se feita vetorialmente, já que as tensões são valores complexos.
• De toda potência que o gerador entrega à carga, somente uma parte é
consumida (154,7W). A outra parte (potência reativa) não é usada para
realizar trabalho útil, sendo constantemente trocada entre a carga e o ge-
rador. Um wattímetro conectado ao circuito mediria apenas essa potência
ativa de 154,7W.
• Se a potência reativa aumentar, sem aumento na potência ativa, a potência
aparente aumenta, causando aumento no consumo de corrente e impli-
cando numa fiação de bitola maior, portanto num aumento de custo. Por
isso a concessionária de energia elétrica controla o fator de potência (cosφ)
dos usuários, estipulando um valor mínimo, que é de 0,92, abaixo do qual
os usuários pagam multa. Na prática, quando o FP cai abaixo do mínimo
estabelecido (0,92), é possível fazer a correção, introduzindo capacitores
no circuito (assunto que será abordado no Capítulo 7).

2) A potência consumida (ativa) por uma instalação elétrica é de 2400W.


Se a tensão de alimentação é de 220Vrms, calcular a potência aparente
e a corrente consumida quando:

87
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

a) FP = 0,9
P 2400
PAp = = = 2667VA
cosφ 0,9
P 2400
I rms = = = 1212
, A
Vrms . cosφ 220.0,9

b) FP = 0,6
P 2400
PAp = = = 4000VA
cosφ 0,6
P 2400
I rms = = = 18,18 A
Vrms . cosφ 220.0,6

Observação

• Apesar de a potência consumida útil ser a mesma, a corrente consumida
aumentou com a diminuição do fator de potência da instalação elétrica.

3) Calcular o fator de potência de um circuito RL série cujo amperímetro


indica 10A, o voltímetro ligado ao gerador indica 220V e o wattímetro
indica 2000W.
Como os instrumentos medem valores eficazes:
PAp = Vrms.Irms = 220.10 = 220VA
P 2000
Portanto, =
FP = = 0,91
PAp 2200
4) No circuito a seguir, a leitura dos instrumentos V = 220V, I  =  55A e P  = 10kW.
Calcular:

88
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

a) Impedância do circuito
V 220
ZL = = = 4Ω (em módulo)
I 55
b) Resistência e indutância
P 10.103
P = R . I2 ⇒ R = = 3,3Ω
I2 552
Z2L = X 2L + R 2 ⇒ X L = Z2L − R 2 = 4 2 − 3,32 = 2,26Ω

XL 2,26
X L = 2π . f . L ⇒ L = = 6mH
2π . f 2π . 60

c) Potências aparente e reativa


PAp = Vrms . I rms = 220.55 = 121
, kVA

2 − P 2 = (121
PR = PAp , .103 )2 − (10.103 )2 = 6,8kVAR

d) Fator de potência
P 10.103
=
FP = = 0,826
, .103
PAp 121

4.4 Circuito RL Paralelo


Para a análise desse tipo de circuito, considera-se que o indutor é ideal.
No circuito RL paralelo, a tensão no gerador (v) é a mesma no resistor (vR)
e no indutor (vL). Porém, a corrente fornecida pelo gerador (i) é a soma vetorial
das correntes no resistor (iR) e no indutor (iL), como indica a Figura 4.12.

(a) Circuito (b) Circuito equivalente

89
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

(c) Formas de onda

(d) Diagrama fasorial


Figura 4.12 - Circuito RL paralelo.

Do diagrama fasorial da Figura 4.12(d) tem-se que I2 = I2R + I2L.

90
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

No diagrama, vê-se também que a corrente no indutor está atrasada 90°


em relação à tensão, enquanto a corrente no resistor está em fase com a tensão.
A impedância equivalente do circuito é calculada com a mesma expressão
para o cálculo da resistência equivalente de dois resistores em paralelo, isto é:

1 1 1 jω. L . R
= + ou ZL =
Z L R jX L R + j . ω. L

Módulo da impedância equivalente:

ω. L. R
ZL =
R2 + (ω. L )2

Fase da impedância equivalente:

90° R
φ= = 90° − arctg(ω. L / R ) ⇒ φ = arctg
arctg(ω. L / R ) ω. L

ou, ainda:
V ZL
cosφ =
IR
= R = ZL ⇒ φ = arccos
I V R R
ZL

 Exemplos

1) Dado o circuito a seguir, pedem-se:

91
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

a) Impedância equivalente

Módulo: Z = ω. L. R 80.60
L
= = 48Ω
R 2 + (ω. L )2 602 + 802

Fase: φ = arctg(R/w.L) = arctg(60/80) = 37°


Portanto, Z L = 48 37°Ω
b) Expressão da corrente i(t)
v 110 0°
i= = = 2,3 −37°A rms
Z L 48 37°

Portanto, i(t) = 2,3.√2.sen(377t - 37°) = 3,25.sen(377t - 37°) (A)
c) Fator de potência
FP = cosφ = cos37° = 0,799
d) Diagrama fasorial e formas de onda
Tem-se v = 110 0°Vrms e i = 2,3 −37°A rms
Calculando as correntes nos dispositivos:
v 110 0°
iL = = = 1,37 −90°A rms
X L 80 90°

v 110 0°
iR = = = 1,83 0°A rms
R 60 0°

Portanto,

92
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

Para as formas de onda:

v ( t ) = 110 . 2 . sen2π . f . t = 156 . sen377t( V )

i( t ) = 3,25 . sen(377t − 37°)( A )


i L ( t ) = 1,37. 2 . sen(377t − 90°) = 1,94 . sen(377t − 90°)( A )

i R ( t ) = 1,83 . 2 . sen377t = 2,59 . sen377t( A )

Portanto,

2) Dado o circuito a seguir, pedem-se:

93
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

a) Tensão do gerador
A impedância equivalente do circuito:
ω. L . R 120.160
Módulo: Z = = = 96Ω
R 2 + (ω. L )2 1202 + 1602
Fase: φ = arctg(R/w.L) = arctg(120/160) = 37°
Portanto, Z L = 96 37°Ω
A tensão no gerador vale:
v = Z L . i = 96 37° . 1,5 30° = 144 67°Vrms

b) Correntes nos dispositivos
v 144 67°
iR = = = 1,2 67°A rms
R 120 0°
v 144 67°
iL = = = 0,9 −23°A rms
X L 160 90°

c) Potências aparente, ativa e reativa
PAp = Vrms.Irms = 144.1,5 = 216VA
P = PAp.cosφ = 216.cos37° = 172,5W
PR = PAp.senφ = 216.sen37° = 130VAR
d) Fator de potência

FP = cosφ = cos37° = 0,799

e) Diagrama fasorial

94
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

3) Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Diagrama fasorial

b) Correntes nos dispositivos a partir do diagrama fasorial


A partir do diagrama fasorial, tem-se:
IR = I.cos45° = 0,5.0,707 = 353,5mA
IL = I.sen45° = 0,5.0,707 = 353,5mA

Portanto,
i R = 353,5 0°mA

i L = 353,5 −90°mA

c) Impedância equivalente do circuito
v 10 0°
ZL = = = 20 45°Ω
i 0,5 −45°

95
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

d) Valor do resistor e da indutância


V 10
R= = = 28,3Ω
I R 0,3535

V 10
XL = = = 28,3Ω
I L 0,3535

28,3
X L = 2π . f . L ⇒ L = = 45mH
2π .100

Exercícios Propostos
Indutor Ideal em Corrente Alternada

4.1 Uma bobina ideal tem 50Ω de reatância quando ligada num gerador cuja
tensão é v(t) = 20.sen(5.102t + 90°) (V).
Pedem-se:
a) Expressão da corrente em função do tempo e na forma polar;
b) Valor eficaz da tensão e da corrente;
c) Valor da indutância;
d) Diagrama fasorial.
4.2 Uma bobina ideal tem a reatância X L = 250 90°Ω . Ela é percorrida pela
corrente i(t) = 100.sen(103t + 45°) (mA). Pedem-se:
a) Expressão da tensão em função do tempo e na forma polar;
b) Valor eficaz da tensão e da corrente;
c) Valor da indutância;
d) Diagrama fasorial.

96
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

4.3 Em relação ao circuito a seguir, pedem-se:

a) Expressão da corrente em função do tempo e na forma polar;


b) Valor eficaz da tensão e da corrente;
c) Valor da reatância;
d) Diagrama fasorial.

Circuito RL Série

4.4 Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Impedância complexa (módulo e fase);


b) Valor da indutância;
c) Expressão da corrente em função do tempo e na forma polar;
d) vR e vL (forma polar);
e) Diagrama fasorial.

97
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

4.5 No circuito a seguir, vR(t) = 10.sen(wt - 30°) (V)

Determinar:
a) i(t) e v(t);
b) Diagrama fasorial.
4.6 No circuito a seguir, v = 42,4 0°V e v L = 30 45°V.
Determinar:

a) Impedância complexa;
b) Valor de R.
4.7 Com relação ao circuito a seguir, pedem-se:

a) Defasagem entre tensão e corrente fornecidas pelo gerador;


b) Fator de potência;
c) Potências ativa, reativa e aparente.

98
Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

4.8 Um circuito consome uma corrente de 25A. Sabendo-se que f = 60Hz,


FP = 0,75 e a tensão no circuito é 220 0°Vrms , pedem-se:
a) Potências aparente, ativa e reativa;
b) Valor da resistência e da indutância do circuito.
4.9 Uma instalação elétrica consome uma potência de 5kW. Sabendo-se que a
potência reativa é de 3kVAR e a tensão é de 220Vrms, pedem-se:
a) Fator de potência;
b) Corrente consumida.
c) R;
d) XL.

Circuito RL Paralelo

4.10 Para o circuito a seguir, pedem-se:

a) Impedância complexa;
b) Expressões i(t), iR(t) e iL(t);
c) Valor da indutância;
d) Fator de potência e potência ativa;
e) Diagrama fasorial.

99
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

4.11 Em um circuito RL paralelo, a defasagem entre tensão e corrente é 30°.


Sabendo-se que a tensão e a corrente consumidas são, respectivamente,
10Vrms e 100mArms, que a fase da tensão é 0° e que a frequência é de
60Hz, pedem-se:
a) Expressões de i(t) e iL(t);
b) ZL, R e L;
c) Diagrama fasorial.
4.12 Dado o circuito a seguir, pedem-se:

Observação

• Considerar fase de V zero.

a) Tensão do gerador na forma polar e o valor de R;


b) Potências aparente, ativa e reativa;
c) Fator de potência;
d) Diagrama fasorial.

100
Capítulo 5
Análise de Circuitos Capacitivos

5.1 Capacitor
Um capacitor ou condensador é um dispositivo que armazena cargas elétri-
cas. Ele consiste basicamente em duas placas metálicas paralelas, denominadas
armaduras, separadas por um isolante, chamado material dielétrico.
A Figura 5.1 apresenta os detalhes construtivos e o símbolo genérico de um
capacitor:

(a) Detalhes construtivos (b) Símbolo genérico

Figura 5.1 - Capacitor.

Capacitância
A capacitância C é a medida da capacidade do capacitor de armazenar
cargas elétricas, isto é, armazenar energia na forma de campo elétrico. A unidade
de medida de capacitância é o farad [F] e seu valor depende principalmente das
dimensões do capacitor e do tipo de dielétrico.

101
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Observação

• A unidade de medida de capacitância [F] é em homenagem ao físico inglês
Michael Faraday (1791 - 1867) que estudou diversos fenômenos relacio-
nados às cargas elétricas.

Capacitância

Consideremos um capacitor alimentado por uma fonte de tensão contínua


E, como mostra a Figura 5.2.

Figura 5.2 - Capacitor em C.C.

Quando a chave é fechada (t = 0), o capacitor começa a armazenar cargas


até atingir um valor Q. A quantidade de cargas que um capacitor pode armazenar
depende de sua capacitância C e da tensão V entre seus terminais, isto é:

Q = V.C

Sendo: Q ⇒ quantidade de cargas em coulomb [C]


V ⇒ tensão entre os terminais em volt [V]
C ⇒ capacitância em farad [F]

 Exemplo

Num capacitor de 100µF é aplicada uma tensão de 10V. Determinar a carga


elétrica total armazenada no capacitor e a quantidade de elétrons que se desloca-
ram de uma placa para outra.
Q = V.C = 10.100.10-6 = 10-3 = 1mC

102
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

Como Q = n.qe, em que n representa o número de elétrons (em excesso ou


em falta) e qe = 1,6.10-19C (carga elementar de um elétron), tem-se:
Q 10 −3
n= = − 19
= 6,25.1015 elétrons
q e 1,6.10

Significa que a placa superior está com 6,25.1015 elétrons em falta e a inferior
tem um excecsso de 6,25.1015 elétrons, ou seja, os elétrons da placa superior se
dirigiram para a placa inferior através da fonte de alimentação.

Tensão e Corrente no Capacitor


Aplicada uma tensão E no capacitor, inicialmente a corrente i (fluxo de cargas)
é mais intensa, diminuindo à medida que o capacitor se carrega, até parar (i=0).
Por outro lado, a tensão v no capacitor (potencial associado às cargas elétricas)
começa em zero e cresce até atingir o valor da tensão de alimentação (v = E).
O tempo necessário para que o capacitor seja carregado totalmente (situação
em que a tensão atinge o valor máximo e a corrente vale zero) depende das resis-
tências do circuito. Num circuito puramente capacitivo, esse tempo é extremamente
pequeno, isto é, o capacitor carrega-se quase instantaneamente, comportando-se,
a partir daí, como um circuito aberto.
Assim, três conclusões muito importantes podem ser tiradas em relação ao
comportamento do capacitor:
I - Um capacitor armazena energia na forma de campo elétrico.
II - Um capacitor comporta-se como um circuito aberto em tensão
contínua, mas permite a condução de corrente para tensão variável.
III - Num capacitor, a corrente está adiantada em relação à tensão.
O fato de o capacitor permitir a condução de corrente quando a tensão apli-
cada é variável, não significa que a condução ocorra sem oposição. Só que no
caso do capacitor, ao contrário do que ocorre no indutor, quanto mais rápida é a
variação da tensão, menos oposição existe à passagem da corrente.

103
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

No capacitor a corrente é diretamente proporcional à variação de tensão,


sendo esta constante proporcionalmente à capacitância C, que é dada por:

dv ( t )
i( t ) = C .
dt

Sendo: i(t) ⇒ corrente no indutor


C ⇒ capacitância
dv(t) / dt ⇒ variação da tensão em função do tempo
Da mesma forma que para o indutor, esta expressão depende de conceitos
de matemática avançada (função derivada), a qual é tratada de forma bem mais
simples a partir do próximo tópico.

Tipos e Aplicações de Capacitores


Capacitores são usados em circuitos temporizadores, na construção de filtros,
em fontes de alimentação, amplificadores, transmissores etc.
Existe uma variedade de tipos de capacitores que são diferenciados pela forma
como são construídos. Dentre os principais temos:
• Capacitores de poliéster, eletrolíticos, tântalo, cerâmica, polipropileno e
mica. Cada um deles tem uma característica que permite que sejam usados
para uma determinada aplicação. Por exemplo, os capacitores eletrolíticos
são os que possuem maior valor de capacitância, por isso mesmo são
largamente usados em fontes de alimentação. Os capacitores cerâmicos
por não terem internamente estruturas no formato de bobinas, são usados
em altas frequências.
A informação relativa ao valor pode vir escrita ou codificada como no caso
de resistores. Nos eletrolíticos que têm polaridade, o valor vem escrito (100µF,
470µF etc.). Capacitores cerâmicos têm a informação do valor escrito como
103, que significa 10x103pF = 0,01µF (os dois primeiros números representam
os algarismos significativos e o último, a potência, o resultado é em pF). Caso
tenha uma letra, ela representa a tolerância (M = ±20%, K = ±10%, J = ±5%,
G = ±2%, F = ±1%).

104
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

O Código de Cores em Capacitores


É usado principalmente para capacitores de poliéster. Os números do código
são os mesmos usados para o código de cores de resistores.

• Tolerância: Preto(± 20%), Branco (± 10%), Verde (± 5%), Vermelho


(± 2%), Marrom (± 1%).
• Máxima tensão: Marrom (100V), Vermelho (250V), Amarelo (400V).
Por exemplo: 1
 ª Faixa (Amarelo), 2ª Faixa (Violeta), 3ª Faixa (Laranja),
4ª Faixa (Preto), 5ª Faixa (Vermelho).
Amarelo = 4, Violeta = 7, Laranja = 3, Preto = 20%, Vermelho = 200V
Valor Nominal = 47000pF = 0,047µF

Circuito RC Série em Corrente Contínua


O comportamento do circuito RC série alimentado por uma fonte de tensão
contínua é muito importante, já que os conceitos envolvidos serão de grande uti-
lidade no projeto de circuitos temporizados.

Carga do Capacitor

Se o capacitor for conectado a uma fonte de tensão contínua E através de um


resistor R, como na Figura 5.3(a), ele leva um certo tempo para carregar totalmente.

105
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

(a) Circuito aberto (b) Circuito fechado

(c) Capacitor carregando (d) Capacitor carregado

Figura 5.3 - Circuito RC em CC.

Na Figura 5.3(a), o capacitor encontra-se inicialmente descarregado. No


instante t=0, a chave é fechada, conforme a Figura 5.3(b). De acordo com a se-
gunda lei de Kirchhoff, tem-se:
vR(t) + vC(t) = E = constante
Em t=0, o capacitor está descarregado, ou seja, VC(0) = 0. Assim,VR(0) = E.
E
Portanto, a corrente inicial é máxima e vale i(0)= I= .
R
Do ponto de vista físico, não existe corrente através do capacitor, mas uma
movimentação de elétrons, como indica a Figura 5.3(c).
Como a carga q do capacitor começa a aumentar, a tensão no capacitor vC(t)
também aumenta, diminuindo a tensão no resistor vR(t) e a corrente i(t) do circuito.
Após um determinado tempo, o capacitor carrega completamente com car-
ga máxima Q, fazendo com que sua tensão atinja o valor da fonte (VC = E) e a
corrente no circuito seja nula, como na Figura 5.3(d).
Conclui-se, portanto, que durante um certo intervalo de tempo, a tensão no
capacitor aumenta e a corrente no circuito diminui. Os gráficos da Figura 5.4 mos-
tram o comportamento das tensões e da corrente no circuito ao longo do tempo.

106
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

(a) Tensões

(b) Corrente

Figura 5.4 - Tensões e corrente num circuito RC em CC.

Como se vê pelos gráficos, a curva de vC(t) é uma exponencial crescente,


enquanto vR(t) e i(t) são exponenciais decrescentes cujas expressões são:


t  −
t 
Carga do capacitor: v C (t) = E − E . e R .C ou v C ( t ) = E . 1 − e R .C 
 
 

t

Tensão no resistor: v R (t) = E . e R .C

t t
E − R .C −
Corrente no circuito: i( t ) = .e ou i( t ) = I . e R .C
R

107
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Observação

• Nestas expressões e é o algarismo neperiano e vale aproximadamente
2,718.
Pelas expressões percebe-se que quanto maior o valor do resistor e do ca-
pacitor, mais tempo leva para que o capacitor carregue totalmente. A medida
da velocidade de crescimento da tensão no capacitor é dada pela constante de
tempo t (letra grega tau) do circuito, definida como:

τ = R.C

Sendo: R ⇒ resistência em ohm [Ω]


C ⇒ capacitância em farad [F]
τ ⇒ constante de tempo em segundo [s]
Na expressão de vC(t), considerando t = τ = R.C, obtém-se:
vC(t) = E.(1 - e-1) ≅ 0,63.E
Isso significa que, passado um tempo t igual a uma constante de tempo τ, a
tensão no capacitor atinge aproximadamente 63% da tensão da fonte E.
Na expressão de vC(t), considerando o tempo dado em constantes de tempo τ,
o gráfico da carga do capacitor fica como o da Figura 5.5.

Figura 5.5 - Carga do capacitor em função de t.

108
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

Do gráfico anterior conclui-se que, do ponto de vista prático, o capacitor pode


ser considerado totalmente carregado, ou seja, Vc ≅ E, passado um tempo t > 4.t
ou 4> 4.R.C pois nesta condição a sua tensão é maior que 98% da tensão da fonte.

Descarga do Capacitor

Estando o capacitor totalmente carregado, com VC = E, e desligando a fonte


de tensão, ele permanece neste estado por muito tempo, já que a resistência do
dielétrico é muito elevada (isolante). Assim, a descarga só pode ocorrer caso haja
resistência de fuga entre as placas do capacitor, ou se no lugar da fonte for colocado
um fio, curto-circuitando os terminais do resistor e do capacitor.
Considerando este último caso, como na Figura 5.6(a), inicialmente o capacitor
encontra-se com vC(0) = E. O mesmo ocorre com o resistor, porém com polaridade
invertida, ou seja, VR(0) = - E.

(a) Circuito

(b) Tensões

109
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

(c) Corrente

Figura 5.6 - Descarga do capacitor.

Assim, o capacitor descarrega pelo resistor com a mesma constante de


tempo t = R.C, até que, passado um tempo t ≥ 4.t ou t ≥ 4.R.C, ele pode ser
considerado totalmente descarregado, como mostra a Figura 5.6(b). Observe que
a curva da tensão no resistor tem o mesmo aspecto que a do capacitor, mas sua
polaridade é contrária.
Com a corrente acontece algo semelhante, como se vê na Figura 5.6(c).
Inicialmente ela é máxima, mas no sentido contrário ao da carga do capacitor.
Conforme diminui a tensão no capacitor e no resistor, sua intensidade também
diminui até zerar.
As expressões das tensões e corrente no circuito, durante a descarga do
capacitor, são as seguintes:

t

Descarga do capacitor: v C (t) = E . e R .C

t

Tensão no resistor: v R ( t ) = −E . e R .C

t t
E − −
Corrente no circuito: i( t ) = − . e R .C ou i( t ) = − I . e R .C
R

110
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

 Exemplo

No circuito seguinte, considerando que o capacitor encontra-se inicialmente


descarregado, determinar:

a) Constante de tempo do circuito


t = R.C = 1003.100-6 = 1ms
b) Com a chave na posição 2, expressões de vC(t), vR(t) e i(t)

 −
t   −
t 
Carga do capacitor: v C ( t ) = E . 1 − e R .C  = 10 . 1 − e 10−3  ( V )
   
   
t t
− −
Tensão no resistor:   v R ( t ) = E . e R .C = 10 . e 10 −3 ( V )

t t t
E − 10 − −
Corrente no circuito: i( t ) = . e R .C = 3 . e 10 −3 = 10 . e 10−3 ( mA )
R 10

c) Após t = 10.t, com a chave na posição 3, expressões de vC(t), vR(t) e i(t)


Passado o tempo t = 10.t, pode-se considerar que o capacitor encontra-
-se totalmente carregado com VC = E = 10V. Portanto:
t t
− −
Descarga do capacitor: v C ( t ) = −E . e R .C = 10 . e 10 −3 (V)
t t
− −
Tensão no resistor: v R ( t ) = −E . e R .C = −10.e 10 −3 (V)
Corrente no circuito:
t t t
E − 10 − −
i( t ) = − . e R .C = − 3 . e 10−3 = −10. e 10−3 ( mA )
R 10

111
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

d) Esboço da curva de vC(t), baseado nos itens (b) e (c)

5.2 Capacitor em Corrente Alternada


O tópico anterior mostrou que, quando uma corrente contínua é aplicada a
um capacitor, a tensão leva um certo tempo para atingir o valor máximo. Por-
tanto, no capacitor, a corrente está adiantada em relação à tensão.
Se a tensão aplicada a um capacitor é senoidal, a corrente (também senoidal)
fica adiantada de 90° em relação à tensão.
A Figura 5.7 mostra o diagrama fasorial e as formas de onda da tensão e da
corrente num capacitor, considerando que a tensão aplicada tem fase inicial nula
(θ0 = 0°).

(a) Circuito (b) Diagrama fasorial

112
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

(c) Formas de onda

Figura 5.7 - Corrente e tensão senoidais num capacitor.

Neste caso:

v ( t ) = Vp . sen ωt ou v = Vp 0°

i( t ) = I p . sen(ωt + 90°) ou i = I p 90°

Reatância Capacitiva XC
A medida da oposição que o capacitor oferece à variação da corrente é dada
pela sua reatância capacitiva XC.
O valor (em módulo) da reatância capacitiva é inversamente proporcional
à capacitância C e à frequência f da corrente (ou de sua frequência angular ω), o
qual é calculado por:

1 1
XC = ou XC =
2π . f . C ω.C

Sendo: XC ⇒ módulo da reatância capacitiva em ohm [Ω]


C ⇒ capacitância do capacitor em farad [F]
f ⇒ frequência da corrente em hertz [Hz]
ω ⇒ frequência angular da corrente em radianos/segundo [rd/s]

113
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Pela expressão da reatância capacitiva percebe-se que quanto maior a capa-


citância C e a frequência f (ou ω), menor é a reatância XC do capacitor.

Conclusão

O capacitor comporta-se como um circuito aberto em corrente contínua e


como uma resistência elétrica em corrente alternada. Para uma frequência
muito alta, o capacitor comporta-se como um curto-circuito.

Primeira Lei de Ohm para o Capacitor


A Primeira Lei de Ohm pode ser usada para o cálculo da reatância capacitiva
como segue:
v
XC =
i

Considerando as variáveis em questão na forma de números complexos,


tem-se:
v V 0° 1 1
XC = = = X C −90° = − j =
i I 90° ω.C jω.C

Neste caso, V e I podem ser valores de pico, pico a pico ou eficazes.


Assim, pode-se representar a reatância capacitiva por:

1 1 1
XC = −90° ou XC = −j ou XC =
ω.C ω.C jω.C

Percebe-se, portanto, que a reatância capacitiva de um capacitor tem fase


sempre igual a -90° (forma polar) ou somente parte imaginária negativa
(forma cartesiana).
A fase da reatância capacitiva, que corresponde à defasagem entre a tensão
e a corrente no capacitor, chama-se φ.
Se a tensão possui fase inicial θ0, a corrente no capacitor passa a ter fase
(θ0 = +90°), de forma que a fase da reatância capacitiva continua sendo φ = -90°.

114
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

 Exemplos

1) Calcular a reatância de um capacitor de 4,7µf nas frequências de 60Hz


e 400Hz.
1 1
Para f = 60Hz: XC = = = 564 Ω
2π . f . C 2π . 60.4,7.10 −6

1 1
Para f = 400Hz: XC = = = 85Ω
2π . f . C 2π .400.4,7.10 −6

Portanto, quanto maior a frequência menor a reatância capacitiva.


2) Qual a intensidade da corrente no circuito a seguir e como fica o dia-
grama fasorial?

A reatância vale:
1 1
XC = = = 5,6Ω
2π . f.C 2π .60.0,47.10 −6

Portanto, a intensidade da corrente é de:


V 110
=I = = 19,6mA rms
X C 5,6.103

Como a fase da tensão é de 120°,
a corrente tem fase de 210°, pois
está adiantada em 90°. Assim, o
diagrama fasorial fica como mos-
trado ao lado:

115
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

3) Em que frequência a corrente no circuito a seguir vale 0,5Arms?

Se I = 0,5A, então:
V 110
XC = = = 220Ω
I 0,5

Portanto, a frequência deve ser de:


1 1 1
XC = ⇒f= = = 15,4 kHz
2π . f .C 2π . X C .C 2π .220.47.10 −9

Potência num Capacitor


Com a expressão p(t)=v(t).i(t) pode-se levantar o gráfico da potência ins-
tantânea num capacitor, que fica como o da Figura 5.8.

Figura 5.8 - Potência num capacitor.

116
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

Em um circuito puramente capacitivo não há dissipação de energia.


Observando o gráfico da potência instantânea, verifica-se que a potência é
ora positiva ora negativa, de forma que sua potência média é zero.
Quando a potência é positiva, o capacitor recebe energia do gerador,
armazenando-a na forma de campo elétrico nas suas armaduras.
Quando a potência é negativa, o capacitor comporta-se como um gerador,
devolvendo a energia armazenada ao circuito.
Esta sequência se repete duas vezes em cada ciclo da tensão do gerador. Desta
forma, a energia é sempre trocada entre o gerador e o capacitor, não havendo
dissipação de potência (perdas).

Potência Ativa

Num circuito reativo capacitivo, a potência média (dissipada) é denominada


potência ativa P (ou real), calculada por:

P = Vrms . I rms .cos φ [W]

A fase φ é a defasagem entre a tensão e a corrente, que corresponde à fase


da reatância capacitiva.
Como no capacitor φ = −90°:
P = Vrms.Irms.cos(-90°) = Vrms.Irms.0 = 0W (potência média nula)

5.3 Circuito RC Série


Quando uma tensão alternada é aplicada a um circuito RC série, a corrente
continua adiantada em relação a ela, só que de um ângulo menor que 90°, pois
enquanto a capacitância tende a defasá-la em 90°, a resistência tende a colocá-la
em fase com a tensão, como indica a Figura 5.9.

117
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

(a) Circuito (b) Diagrama fasorial

(c) Formas de onda

Figura 5.9 - Circuito RC série.

Pelo diagrama fasorial vê-se que a corrente i no capacitor (que é a mesma


no resistor) está adiantada 90° em relação à tensão vC. Como tensão e corrente
num resistor estão sempre em fase, vR e i estão representadas no mesmo eixo.
A tensão v do gerador é a soma vetorial de vC com vR, que resulta numa
defasagem φ menor que 90° em relação à corrente.

118
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

Impedância Capacitiva ZC
A oposição que o capacitor oferece à passagem da corrente elétrica depende
de R e de XC. Essa combinação é denominada impedância capacitiva ZC, dada
em [Ω], e pode ser representada por um único símbolo, conforme a Figura 5.10.

Figura 5.10 - Impedância capacitiva.

Aplicando-se a Primeira Lei de Ohm: Z = v


C
i
Do diagrama fasorial da Figura 5.9(b), vC, vR e i podem ser representados na
forma de números complexos:
v C = VC 0°
v R = VR 90°
i = I 90°

A reatância capacitiva XC vale:


vC VC 0°
XC = = = X C −90° = − jX C
i I 90°

A resistência R vale:
vR VR 90°
R= = = R 0° = R
i I 90°

Como v = vR + vC (soma vetorial), dividindo ambos os lados da igualdade


por item-se:
v vR vC
= +
i i i

119
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Assim, a impedância capacitiva ZC vale:

1 1
ZC = R − jX C ou ZC = R − j ou ZC = R +
ω.C jω.C

A impedância capacitiva também pode ser representada na forma polar como


segue:

1
Módulo: ZC = R 2 + X 2C ou ZC = R 2 +
(ω.C )2

XC 1
Fase: φ = arctg ou φ = arctg
R ω. C . R

ou ainda:
VR
VR I = R ⇒ R
cosφ = = φ = arccos
V V ZC ZC
I
No plano cartesiano, a impedância capacitiva fica como segue:

(a) Simbolicamente (b) Graficamente

Figura 5.11 - Representação da impedância capacitiva.

Potência em Circuitos Capacitivos


Para a análise da potência num circuito capacitivo formado por um resistor e
um capacitor ligados em série, consideremos o circuito da Figura 5.12(a). Repre-
sentando os fasores das tensões envolvidas (em Vrms) na forma de um triângulo,
tem-se a Figura 5.12(b).

120
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

(a) Circuito (b) Triângulo de tensões

(c) Triângulo de potências

Figura 5.12 - Potência em circuitos capacitivos.

Multiplicando os lados do triângulo de tensões pela corrente i do circuito,


como na Figura 5.12(c), obtém-se o triângulo de potências, formado por:
Potência aparente PAp [VA]:

PAp = Vrms.Irms

Potência ativa P [W]:

P = VRrms.Irms ou P = Vrms.Irms.cosφ

Potência reativa PR [VAR]:

PR = VCrms.Irms ou PR = Vrms.Irms.senφ

A potência reativa, neste caso, recebe o nome de potência reativa


capacitiva PRC.
A relação entre essas três potências é:

P2Ap = P2 + P2R

121
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Fator de Potência - FP

A relação entre a potência real P e a potência aparente PAp é denominada


fator de potência FP, cuja expressão pode ser retirada da Figura 5.12(c).

P
FP = = cosφ
PAp

O fator de potência pode ser calculado diretamente pela fase φ da impedância,


mesmo que ela seja negativa, pois cosφ = cos(-φ).
Em circuitos formados por resistores e/ou capacitores, três situações são
possíveis:
• Se a carga é puramente resistiva, não há potência reativa, portanto
PAp = P, ou seja, FP = 1. Neste caso, a carga aproveita toda energia
fornecida pelo gerador (dissipa potência por efeito Joule).
• Se a carga é puramente capacitiva (ou reativa), não há potência ativa,
portanto PAp = PR, ou seja, FP = 0. Neste caso, a carga não aproveita
nenhuma energia fornecida pelo gerador, ou seja, não dissipa potência,
apenas troca energia com o gerador.
• Se a carga é capacitiva (impedância reativa capacitiva), há potência ativa
e reativa, portanto P2Ap = P2 + P2R, ou seja, 0 ≤ FP ≤ 1. Neste caso, a
carga aproveita somente uma parte da energia fornecida pelo gerador, ou
seja, somente a parte resistiva da carga dissipa potência por efeito Joule.

 Exemplos

1) Dado o circuito a seguir, pedem-se: adotando f = 60Hz

122
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

a) Impedância complexa nas formas cartesiana e polar


Forma cartesiana: ZC = R - jXC = 40 - j30Ω
Forma polar:
XC −30
ZC = 402 + 302 = 50Ω e φ = arctg = arctg = −37°
R 40
Portanto, ZC = 50 −37°Ω
b) Corrente, tensão no resistor e tensão no capacitor
v 100 0°
i= = = 2 37°A rms
ZC 50 −37°

VR = R . i = 40 0° . 2 37° = 80 37° Vms

VC = X c . i = 30 −90° . 2 37° = 60 −53° Vms

c) Valor da capacitância
1 1
C= = = 88µF
2π . f. X C 2π .60.30

d) Potências aparente, ativa e reativa
PAp = Vrms.Irms = 100.2 = 200VA
P = VRrms.Irms = 80.2 = 160W
PR = VCrms.Irms = 60.2 = 120VAR
e) Diagrama fasorial

123
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

2) Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Valor de R
Pelo triângulo de tensões:

VC = V 2 − VR2 = 802 − 502 = 62,4 Vrms



A reatância capacitiva vale:
1 1
XC = = = 56,4Ω
2π . f . C 2π .60.47.10 −6

VC 62,4
Valor da corrente: =I = = 11
, A rms
X C 56,4
V 50
Portanto, o resistor vale R= R = = 45,5Ω
I 11
,
b) Impedância complexa
ZC = R − jX C = 45,5 − j56,4Ω ou ZC = 72,5 −511
, °Ω

c) Expressões de v(t), vR(t) e vC(t)

v ( t ) = 80. 2 . sen(ωt + 8,9°) = 11314


, . sen(ωt + 8,9°)( V )

v R ( t ) = 50. 2 . sen(ωt + 60°) = 70,71. sen(ωt + 60°)( V )



VC ( t ) = 62,4 2 . sen(ωt − 30°) = 88,25. sen(ωt − 30°)( V )

124
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

d) Diagrama fasorial

3) Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Impedância, corrente e tensões complexas


A reatância capacitiva vale:
1 1
XC = = = 120,6Ω
2π . f . C 2π .60.22.10 −6

Impedância:
ZC = R − jX C = 100 − j120,6Ω ou ZC = 156,7 −50,3°Ω

Corrente:
v 110 0°
i= = = 0,7 50,3° A rms
ZC 156,7 −50,3°

Tensão vR: v R = R . i = 100 0° .0,7 50,3° = 70 50,3° Vrms
Tensão vC:
v C = X C . i = 120,6 −90°. 0,7 50,3° = 84,4 −39,7° Vrms

125
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

b) Fator de potência do circuito


Da impedância, φ = -50,3°. Portanto, FP = cos50,3° = 0,639
c) Expressões matemáticas da corrente e das tensões

i( t ) = 0,7. 2 . sen(ωt + 50,3°) = 1. sen(ωt + 50,3°) ( A )

v R ( t ) = 70. 2 . sen(ωt − 50,3°) = 99. sen(ωt + 50,3°) ( V )



v C ( t ) = 84,4. 2 . sen(ωt − 39,7°) = 119,4. sen(ωt − 39,7°) ( V )

v ( t ) = 110. 2 . senωt = 155,6. senωt( V )

d) Diagrama fasorial

5.4 Circuito RC Paralelo


No circuito RC paralelo, a tensão do gerador (v) é a mesma no resistor (vR)
e no capacitor (vC), mas a corrente fornecida pelo gerador (i) é a soma vetorial
das correntes no resistor (iR) e no capacitor (iC), como indica a Figura 5.13.

(a) Circuito (b) Circuito equivalente

126
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

(c) Formas de onda

(d) Diagrama fasorial

Figura 5.13 - Circuito RC paralelo.

No diagrama fasorial da Figura 5.13(d) observa-se: I2 = I2R + I2C. Vê-se também


que a corrente no capacitor está adiantada 90° em relação à tensão, enquanto a
corrente no resistor está em fase com a tensão.

127
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

A impedância equivalente do circuito é calculada utilizando a mesma ex-


pressão para o cálculo da resistência equivalente de dois resistores em paralelo,
isto é:

1 1 1 R
= + ou ZC =
ZC R X C 1 + jω. C . R

Módulo da impedância equivalente:

R
ZC =
1 + (ω. C . R )2

Fase da impedância equivalente:



φ= = 0° − arctgω. C . R ⇒ φ = −arctgω. C . R
arctgω. C . R

ou ainda:
VR
ZC
cosφ =
IR
= R = ZC ⇒ φ = − arccos
I V R R
ZC

 Exemplos

1) Dado o circuito a seguir, determinar se a frequência do gerador é 60Hz:

a) Impedância complexa
Módulo
R 150
ZC = = = 130,6Ω
1+ (2π . f . C . R )2 1 + (2π .60.10.10 −6.150)2

128
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

φ = -arctg w.C.R = -arctg 2p.60.10.10-6.150 = -29,5°


Fase
Portanto,
ZC = 130,6 −29,5°Ω ou ZC = 113,7 − j64,3Ω

b) Módulo e fase da corrente fornecida pelo gerador
v 110 0°
i= = = 0,84 29,50°A rms
ZC 130,6 −29,5°

c) Expressões de i(t), iR(t) e iC(t)

i( t ) = 0,84. 2 . sen(ωt + 29,50°) = 119


, . sen(ωt + 29,50°) ( A )
v 110 0°
iR = = = 0,73 0°A rms
R 150 0°
i R ( t ) = 0,73. 2 . senωt = 1,03. sen ωt ( A )
1 1
XC = = = 265,3Ω
2π.f.C 2π.60.10.10 −6
v 110 0°
iC = = = 0,41 90°A rms
X C 265,3 −90°
i C ( t ) = 0,41. 2 . sen(ωt + 90°) = 0,58. sen(ωt + 90°) ( A )

d) Diagrama fasorial

129
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

2) Dado um circuito RC paralelo formado por R = 25Ω e XC = 20Ω,


tem-se f = 60Hz e i R = 5 30°A rms . Calcular:

a) Tensão do gerador e corrente no capacitor


v = R . i R = 25 0° . 5 30° = 125 30° Vrms

v 125 30°
iC = = = 6,25 120° A rms
X C 20 −90°

b) Corrente no gerador
i = i R + i C = 5 30°+ 6,25 120°⇒

i = 4,33 + j2,5 − 3125
, + j5,413 = 1,205 + j7,913
i = 8 81,3°A rms

c) Impedância complexa
v 125 30°
ZC = = = 15,63 −51,3°Ω
i 8 81,3°

d) Diagrama fasorial

130
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

e) Fator de potência
FP = cosφ = cos51,3° = 0,625
f) Potências aparente, ativa e reativa:
Potência aparente PAp = Vrms.Irms = 125.8 = 1kVA
Potência ativa P = PAp.cosφ = 1000.0,625 = 625W
Potência reativa PR = PAp.senφ = 1000.sen51,3° = 780VAR

Exercícios Propostos
Capacitor

5.1 No circuito seguinte, no qual é aplicada uma tensão retangular, a tensão no


capacitor vale VC(0) = 0V. Determinar:

a) Constante de tempo do circuito e período da tensão retangular;


b) Expressões de vC(t), vR(t) e i(t) para os intervalos 0  t < 5s e 5  t < 10s;
c) Esboço das formas de onda de vC(t), vR(t) e i(t) para as condições do item b.
5.2 Qual o valor mínimo do resistor que deve ser ligado em série com um
capacitor de 1000µF, para que ele demore no mínimo uma hora para
carregar?

131
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Capacitor em Corrente Alternada

5.3 Em que frequências um capacitor de 33µF possui reatâncias de 10Ω e 1kΩ?

5.4 Qual a intensidade da corrente no circuito seguinte, e como fica o diagrama


fasorial?

5.5 Em que frequências a corrente no circuito a seguir vale 10mArms e 1A?

Circuito RC Série

5.6 O ângulo de defasagem entre tensão e corrente em um circuito RC série


é de 60°. Calcular os valores de R e C, sabendo-se que ZC = 200Ω (em
módulo) e que f = 500Hz.

132
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

5.7 Para o circuito seguinte pedem-se:

a) Corrente e impedância complexas;


b) Tensões complexas no resistor e no capacitor;
c) Diagrama fasorial.

5.8 Em um circuito RC série, v C = 80 0°Vrms , VR = 80Vrms e I = 0,2Arms. Se


a frequência do gerador é 60Hz, pedem-se:
a) Tensão do gerador e impedância complexas;
b) Expressões de v(t), vR(t) e vC(t);
c) Diagrama fasorial.

5.9 No circuito seguinte, deseja-se um FP = 0,8. Qual deve ser o valor de C?

133
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

5.10 No circuito a seguir, deseja-se que VC = VR/3. Determinar:

a) VC e VR;
b) Valor de C;
c) Ângulo φ.

5.11 Em um circuito RC série, o ângulo de defasagem entre tensão e corrente é


30°. A tensão de alimentação é 110 0°Vrms / 60Hz e a corrente consumida
é 5Arms. Calcular:
a) VC e VR;
b) ZC e i (complexas);
c) Potências ativa, reativa e aparente.

Circuito RC Paralelo

5.12 Para o circuito a seguir pedem-se:

a) Impedância complexa;
b) Corrente complexa e sua expressão em função do tempo;
c) Diagrama fasorial.

134
Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

5.13 
Em um circuito RC paralelo, são dados IC = 3Arms, i = 5 60°A rms e
R = 10Ω. Determinar:

a) Corrente complexa no resistor;

b) Tensão complexa do gerador;

c) Impedância complexa;

d) Ângulo φ;

e) Potências ativa, reativa e aparente;

f) Diagrama fasorial.

5.14 A impedância complexa de um circuito RC paralelo vale ZC = 50 −30°Ω .


Sabendo-se que v = 110 0° Vrms / 60Hz , pedem-se:

a) Valor de C;

b) Expressão de i(t);

c) Diagrama fasorial.

135
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Anotações

136
Capítulo 6
Aplicações dos Circuitos RL e RC

O estudo de circuitos indutivos e capacitivos em corrente alternada é neces-


sário para fazer a análise de diversos circuitos elétricos. Existem vários circuitos
muito simples formados apenas por resistores, indutores e capacitores, mas são
de grande importância, principalmente para a eletrônica.
Neste capítulo veremos as primeiras aplicações para os circuitos RL e RC.
Trata-se dos filtros passivos e dos circuitos integrador e diferenciador.
Só que para isso é preciso estudar inicialmente o significado do decibel, muito
utilizado para a medida de determinados parâmetros de um circuito.

6.1 Decibel
É uma forma de medir a relação entre duas grandezas físicas iguais. Ele é
muito utilizado nas curvas de resposta em frequência de circuitos eletrônicos.
O conceito de decibel [dB] está ligado aos sentidos, em especial à audição.
O ouvido humano não responde de forma linear aos estímulos que lhes são im-
postos (potência sonora), mas de forma logarítmica. Por exemplo, se a potência
sonora sofre uma variação de 1W para 2W, a sensação sonora não dobra. Para
que a sensação dobre, a potência associada a ela deve ser multiplicada por dez.
Uma relação entre duas grandezas iguais denomina-se ganho, que será re-
presentado por A. Como se trata de uma relação, o ganho pode ser maior, menor
ou igual a 1. Quando ele é maior que 1, denomina-se amplificação; quando ele
é menor que 1, denomina-se atenuação.
O bel [B] relaciona dois níveis de potência P1 e P2 através da expressão:

P2
A P = log [B]
P1

137
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Sendo: AP ⇒ ganho de potência


P2 /P1 ⇒ relação entre as potências
Se P2 = 10.P1, o ganho de potência vale AP = 1B, isto é, P2 está 1 bel acima
de P1, ou seja, a potência foi amplificada em 1 bel.
Para os fenômenos elétricos, a unidade bel é muito grande. Por isso, a uni-
dade mais comum é o decibel [dB], fazendo com que a expressão do ganho de
potência fique da seguinte forma:

P2
A P = 10. log [ dB]
P1

Logo, se P2 = 1000.P1, o ganho de potência vale AP = 30dB, isto é,


P2 está 30dB acima de P1, ou seja, a potência foi amplificada em 30dB. Já, se
P2 = 0,001.P1, o ganho de potência vale AP = -30dB, isto é, P2 está 30dB abaixo
de P1, ou seja, a potência foi atenuada em 30dB.
O ganho de potência pode ser referenciado a um determinado nível. É co-
mum tomar como referência P1=1mW (com impedância de 600Ω associada a
essa potência). Neste caso, costuma-se usar a notação dBm.
Consideremos um quadripolo representando um circuito elétrico qualquer,
com resistência de entrada RE, ligado a uma carga RL, conforme a Figura 6.1.

Sendo:
VE ⇒ tensão de entrada
VS ⇒ tensão de saída
PE ⇒ potência de entrada
PS ⇒ potência de saída
Figura 6.1 - Quadripolo.

As potências de entrada e saída podem ser calculadas por:


VE2 VS2
PE = e PS =
RE RL

138
Capítulo 6 - Aplicações dos Circuitos RL e RC

Assim, o ganho de potência em dB é dado por:


PS VS2 / R L VS2 . R E
A p = 10. log = 10. log = 10.log ⇒
PE VE2 / R E VE2 . R L
2
V  R V R
A p = 10. log S  + 10. log E = 20. log S + 10. log E
V  RL VE RL
 E

Da expressão anterior conclui-se que o ganho de tensão do quadripolo


(AV=VS/VE) pode ser dado em dB por:

VS
A V ( dB ) = 20. log
VE

Observe que se RE = RL, os ganhos de potência e tensão são iguais:


AP(dB) = AV(dB).

 Exemplos

1) Um quadripolo tem um ganho de tensão de 10dB. Se a tensão de entrada


é 1V, qual é a tensão de saída?

VS VS
A V ( dB ) = 20. log ⇒ 10 = 20. log ⇒
VE 1

logVS = 0,5 ⇒ VS = 100,5 ⇒ VS = 3162


, V

139
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

2) No exemplo anterior, considere que RE = 1kΩ e RL = 100Ω. Qual o ganho


de potência em dB?
VS RE 1000
A p ( dB ) = 20. log + 10. log = 10 + 10. log = 20dB
VE RL 100

Ou então:
VE2 12
=
PE = = 1mW
R E 1000

VS2 3162
, 2
=
PS = = 100mW
RL 100

PS 100
A p ( dB ) = 10. log = 10. log = 20dB
PE 1

3) Qual o ganho de potência em dB quando a relação entre P2 e P1 é 1/16,
1/8, 1/4, 1/2, 1, 2, 4, 8, 16 ?

P2 / P1 10.logP2/P1
1/16 -12dB
1/8 -9dB
1/4 -6dB
1/2 -3dB
1 0dB
2 3dB
4 6dB
8 9dB
16 12dB

Os resultados obtidos permitem concluir que, se o ganho de potência varia


de um fator igual a 2, o ganho de potência em dB varia de 3dB.

140
Capítulo 6 - Aplicações dos Circuitos RL e RC

4) Qual o ganho de potência em dB quando a relação entre P2 e P1 é 1/100,


1/10, 1, 10, 100, 1000?

P2/P1 10.logP2/P1
0,01 -20dB
0,1 -10dB
1 0
10 10dB
100 20dB
1000 30dB
Os resultados obtidos permitem concluir que, se o ganho de potência varia
de um fator igual a 10, o ganho de potência em dB varia de 10dB.

6.2 Filtros Passivos


O filtro é um circuito que permite a passagem de sinais apenas em determi-
nadas frequências. Ele pode ser classificado em:
• Filtro Passa-Baixas (FPB)
• Filtro Passa-Altas (FPA)
• Filtro Passa-Faixa (FPF)
• Filtro Rejeita-Faixa (FRF)
Os filtros são considerados passivos quando formados apenas por dispositi-
vos passivos, como os resistores, capacitores e indutores. Outra característica dos
filtros passivos é o fato de o ganho de tensão ser sempre menor ou igual a 1 (ou
0dB), já que não possuem nenhum dispositivo ativo capaz de amplificar os sinais.
Este tópico trata dos filtros passa-baixas e passa-altas, já que os demais podem
ser implementados a partir da composição destes.

Filtro Passa-Baixas - FPB


Um filtro passa-baixas (FPB) ideal tem uma curva de resposta em frequência,
como a exibida na Figura 6.2.

141
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Figura 6.2 - Curva de resposta em


frequência do filtro passa-baixas ideal.

Para frequências abaixo da frequência de corte (ωc) o ganho é igual a um,


isto é, a tensão de saída é igual à tensão de entrada. Para frequências acima da
frequência de corte, o ganho é zero, isto é, a tensão de saída é nula.
Na prática, não é possível construir um filtro com um corte tão brusco na
resposta em frequência.

Filtro Passa-Baixas com Circuito RL

O circuito RL série, como o da Figura 6.3, funciona como um filtro passa-


-baixas, pois nas baixas frequências o indutor comporta-se como uma resistência
baixa (XL << R), fazendo com que a maior parte da tensão recaia sobre o resistor
de saída.
Já, nas altas frequências, o indutor comporta-se como uma resistência alta
(XL >> R), fazendo com que a tensão no resistor de saída seja muito pequena.

Figura 6.3 - Filtro passa-baixas com circuito RL.

Nesse circuito a expressão da tensão de saída VS (tensão no resistor) em


função da tensão de entrada VE é dada por:
R
VS = .V
R + jω. L E

142
Capítulo 6 - Aplicações dos Circuitos RL e RC

Desta forma, o ganho de tensão desse filtro é:


VS R
AV = =
VE R + jω.L

Dividindo o numerador e o denominador por R, tem-se:

1
AV =
ω.L
1+ j
R

A expressão do ganho de tensão desse filtro pode ser apresentada em função


de sua frequência de corte, como segue:
Ganho de tensão Frequência de corte

1 R
AV = ωC =
ω L
1+ j
ωC

Como se vê, o ganho de tensão é um número complexo, portanto possui


módulo e fase. Assim, o ganho de tensão será representado genericamente por
um número complexo na forma A V = A V α .
As expressões do módulo e da fase do ganho de tensão em função da
frequência são dadas por:
Módulo Fase

1 ω
AV = α = −arctg
2 ωc
ω
1+ 
ω 
 c

143
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

A partir da expressão do módulo do ganho em função da frequência, pode-se


esboçar a curva de resposta em frequência AV x w desse filtro, considerando que:
w = 0 ⇒ AV = 1
1
ω = ωc ⇒ A V = = 0,707
2
w → ∞ ⇒ AV → 0

Figura 6.4 - Resposta em frequência do FPB (módulo).

Observação

• A frequência de corte é também conhecida como frequência de meia po-
tência, pois nessa frequência a potência de saída é a metade da potência
de entrada.

A partir da expressão da fase do ganho em função da frequência, pode-se


esboçar o gráfico α x ω, considerando que:
w = 0 ⇒ a = -arctg 0 = 0°
w = wc ⇒ a = -arctg 1 = -45°
w → ∞ ⇒ a → -90°

Figura 6.5 - Resposta em frequência do FPB (fase).

A curva de resposta em frequência (módulo) desse filtro também pode ser


dada em decibel (dB), calculando o módulo do ganho de tensão por:

AV(dB) = 20.logAV

Assim:
w = 0 ⇒ AV(dB) = 20.log1 = 0dB
1
ω = ωc ⇒ A V ( dB ) = 20. log = −3dB
2

144
Capítulo 6 - Aplicações dos Circuitos RL e RC

1 1
ω = 10. ωc ⇒ A V ( dB ) = 20. log ≅ 20. log = −20dB
 10. ωc 
2 100
1+
 ω 
 c 

1 1
ω = 100. ωc ⇒ A V ( dB ) = 20. log ≅ 20. log = −40dB
2 1002
 100. ωc 
1+ 
 ω
 c 

Então, é possível esboçar a curva de resposta em frequência (módulo)


AV(dB) x w:

Figura 6.6 - Resposta em frequência do FPB (módulo em dB).

Pelos resultados obtidos, percebe-se que, a partir da frequência de corte ωc,


cada vez que a frequência aumenta de um fator igual a 10, o ganho diminui em
20dB.

Diagrama de Bode

Uma forma simples e prática de representar a curva de resposta em frequência


de um filtro é através do diagrama de Bode (pronuncia-se Bôde). Esse diagrama
representa o módulo do ganho AV(dB) em função da frequência, fazendo a apro-
ximação por trechos de retas (assíntotas).

145
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

A Figura 6.7 mostra o diagrama de Bode do filtro passa-baixas analisado.

Figura 6.7 - Diagrama de Bode do FPB.

Dos gráficos das Figuras 6.6 e 6.7 conclui-se que:


a) A escala do ganho de tensão é linear, mas a escala da frequência é loga-
rítmica. O gráfico deve ser feito em papel monolog.
b) Na frequência de corte, o ganho de tensão é -3dB em relação ao patamar.
c) Acima da frequência de corte, o ganho diminui à taxa de 20dB por década.
d) Usando a aproximação de retas (diagrama de Bode), o maior erro cometido
é de 3dB na frequência de corte.

 Exemplo

Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Frequência de corte em rd/s e em Hz


R 1.103
ωc = = = 104 rd / s
L 100.10 −3

146
Capítulo 6 - Aplicações dos Circuitos RL e RC

ωc 104
fc = = = 1592Hz
2π 2π

b) Expressão complexa do ganho


1 1 1
AV = = =
ω. L ω.01
, ω
1+ j 1+ j 3 1+ j 4
R 10 10

c) Expressão do módulo do ganho


1 1
AV = =
2 2
ω  ω 
1+  1+ 4 
ω   10 
 c

d) Esboçar o gráfico do módulo do ganho em dB em função da frequência

e) A frequência quando a diferença de fase entre a entrada e a saída é -45°


ω ω ω
α = −arctg ⇒ −45° = −arctg 4 ⇒ tg45° =
ωc 10 104

ω
1= ⇒ ω104 rd / s = ωc
104

147
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Filtro Passa-Baixas com Circuito RC

O circuito RC série, conforme a Figura 6.8, funciona como um filtro passa-


-baixas, pois nas baixas frequências, o capacitor de saída comporta-se como uma
resistência alta (XC >> R), fazendo com que a maior parte da tensão recaia sobre ele.
Já, nas altas frequências, o capacitor comporta-se como uma resistência baixa
(XC << R), fazendo com que a tensão na saída seja muito pequena.

Figura 6.8 - Filtro passa-baixas com circuito RC.

Nesse circuito, a expressão da tensão de saída VS (tensão no capacitor) em


função da tensão de entrada VE é dada por:
− jX C
VS = .VE
R − jX C

Desta forma, o ganho de tensão do filtro é:


1
VS − jX C jω.C
AV = = =
VE R − jX C 1
R+
jω.C

Dividindo o numerador e o denominador por R e simplificando a expressão:

1
AV =
1 + jω. R.C

A expressão do ganho de tensão desse filtro pode ser apresentada em função


de sua frequência de corte, como segue:

148
Capítulo 6 - Aplicações dos Circuitos RL e RC

Ganho de tensão Frequência de corte


1 1
AV = ωc =
ω R.C
1+ j
ωc

Como o ganho de tensão é um número complexo, ele pode ser representado


genericamente na forma A V = A V α .
As expressões do módulo e da fase do ganho de tensão em função da fre-
quência são dadas por:
Módulo Fase
1 ω
AV = α = −arctg
ω
2 ωc
1+ 
ω 
 c

Como se vê, estas expressões são iguais às do filtro passa-baixas com circuito
RL analisado anteriormente, com a ressalva de que as frequências de corte são
calculadas de formas diferentes, pois elas dependem dos dispositivos utilizados
nos filtros (RL ou RC).
O esboço das curvas de resposta em frequência (módulo: AV x ω e fase:
α x ω) desse filtro tem o mesmo aspecto que as do filtro anterior, como mostra a
Figura 6.9.

(a) Módulo (b) Fase

Figura 6.9 - Resposta em frequência do FPB.

A curva de resposta em frequência (módulo) desse filtro também pode ser


dada em decibel (dB), calculando o módulo do ganho de tensão por:

AV(dB) = 20.logAV

149
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

É possível esboçar a curva de resposta em frequência (em módulo) AV(dB) x w,


na forma normal e como diagrama de Bode:

(a) Normal (b) Diagrama de Bode

Figura 6.10 - Resposta em frequência do FPB (módulo em dB).

 Exemplo

Projetar um filtro passa-baixas com fc = 1kHz.

Adotando R = 10kΩ, tem-se:


1 1 1
fc = ⇒C= = = 16nF
2π. R.C 2π. R.fc 2π.10.103.1.103

Usando o valor comercial mais próximo C = 15nF, a frequência de corte


sofre uma pequena alteração, porém insignificante diante das tolerâncias dos
dispositivos, como pode ser observado a seguir:
1 1
fc = = = 1,061kHz
2π. R.C 2π.10.103.15.10 −9

150
Capítulo 6 - Aplicações dos Circuitos RL e RC

Filtro Passa-Altas - FPA


Um filtro passa-altas (FPA) ideal tem uma curva de resposta em frequência,
como indica a Figura 6.11.

Figura 6.11 - Curva de resposta em


frequência do filtro passa-altas ideal.

Para frequências abaixo da frequência de corte (ωc), o ganho é zero, isto é,


a tensão de saída é nula. Para frequências acima da frequência de corte, o ganho
é igual a um, isto é, a tensão de saída é igual à tensão de entrada.
Na prática, não é possível construir um filtro com um corte tão brusco na
resposta em frequência.

Filtro Passa-Altas com Circuito RL


O circuito RL série, conforme a Figura 6.12, funciona como um filtro passa-
-altas, pois nas baixas frequências, o indutor de saída comporta-se como uma re-
sistência baixa (XL << R), fazendo com que a tensão sobre ele seja muito pequena.
Já, nas altas frequências, o indutor comporta-se como uma resistência alta
(XL >> R), fazendo com que a tensão de saída seja muito alta.

Figura 6.12 - Filtro passa-altas com circuito RL.

151
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

No circuito, a expressão da tensão de saída VS (tensão no indutor) em função


da tensão de entrada VE é dada por:
jω. L
VS = .V
R + jω. L E

Desta forma, o ganho de tensão do filtro é:


VS jω.L
AV = =
VE R + jω.L

Dividindo o numerador e o denominador por R e simplificando a expressão:

1
AV =
R
1− j
ω.L

A expressão do ganho de tensão desse filtro pode ser apresentada em função


de sua frequência de corte, como segue:

Ganho de tensão Frequência de corte

1 R
AV = ωc =
ω L
1− j c
ω

Como o ganho de tensão é um número complexo, ele pode ser representado


genericamente na forma A V = A V α .
As expressões do módulo e da fase do ganho de tensão em função da fre-
quência são dadas por:

Módulo Fase

1 ωc
AV = α = arctg
2
ω  ω
1+ c 
ω

152
Capítulo 6 - Aplicações dos Circuitos RL e RC

A partir da expressão do módulo do ganho em função da frequência, pode-se


esboçar a curva de resposta em frequência AV x ω desse filtro, considerando que:
ωc
ω=0⇒ → ∞ ⇒ AV → 0
ω
1
ω = ωc ⇒ A V = = 0,707
2
ωc
ω→∞⇒ → 0 ⇒ AV → 1
ω

Figura 6.13 - Resposta em frequência do FPA (módulo).

A partir da expressão da fase do ganho em função da frequência, pode-se


esboçar o gráfico α x ω, considerando que:

ωc
ω=0⇒ → ∞ ⇒ α → 90°
ω
ω = ωc ⇒ α = arctg1 = 45°

ω → ∞ ⇒ α → 0°

Figura 6.14 - Resposta em


frequência do FPA (fase).

A curva de resposta em frequência (módulo) desse filtro também pode ser


dada em decibel (dB), calculando o módulo do ganho de tensão por:

AV(dB) = 20.logAV

153
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Assim:
ωc 1 1
ω= ⇒ A V ( dB ) = 20. log ≅ 20. log = −40dB
100 2 1002
 100.ωc 
1+ 
 ω
 c 
ωc 1 1
ω= ⇒ A V ( dB ) = 20. log ≅ 20. log = −20dB
100 2 100
 10. ωc 
1+
 ω 
 c 

1
ω = ωc ⇒ A V ( dB ) = 20. log = −3dB
2
1
ω = 10. ωc ⇒ A v ( dB ) = 20. log ≅ 20. log1 = 0dB
2
 ωc 
1+
 10. ω 
 c

Pelos resultados obtidos, pode-se perceber que, cada vez que a frequência
aumenta de um fator igual a 10, o ganho aumenta em 20dB até chegar à fre-
quência de corte ωc.
Pode-se então esboçar a curva de resposta em frequência (em módulo)
AV(dB) x w na forma normal e como diagrama de Bode:

(a) Normal (b) Diagrama de Bode

Figura 6.15 - Resposta em frequência do FPA (módulo em dB).

154
Capítulo 6 - Aplicações dos Circuitos RL e RC

 Exemplo

Dado o circuito seguinte, pedem-se:

a) Frequência de corte em rd/s e em Hz


R 10.103
ωc = = −3
= 106 rd / s
L 10.10
ωc 106
fc = = = 159,15kHz
2π 2π

b) Expressão complexa do ganho


1 1 1
AV = = =
R 10.10 3 106
1− j 1− j 1 − j
ω. L ω.10.10 −3 ω

c) Expressão do módulo do ganho


1 1
AV = =
2 2
ω   106 
1+ c  1+ 
ω  ω 

d) A tensão de saída para VE = 5 0° ( V ) e ω = 1,5. ωc

1 1
Módulo do ganho: AV = = = 0,83
2 2
 ωc   1 
1+  1+ 
 1,5.ω   1,5 
 c

ωc 1
Fase do ganho: α = arctg = arctg = 33,7°
1,5 . ωc 1,5

155
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Para w = 1,5.wc: A V = 0,83 33,7°


Portanto, a tensão de saída nessa frequência vale:
VS = A V .VE = 0,83 33,7°. 5 0° = 4,15 33,7°V

e) Esboçar o gráfico do módulo do ganho em dB em função da frequência

Filtro Passa-Altas com Circuito RC


O circuito RC série, como o da Figura 6.16, funciona como um filtro passa-
-altas, pois nas baixas frequências, o capacitor comporta-se como uma resistência
alta (XC >> R), fazendo com que a tensão sobre o resistor de saída seja muito
pequena.
Já, nas altas frequências, o capacitor comporta-se como uma resistência baixa
(XC << R), fazendo com que a tensão de saída seja muito alta.

Figura 6.16 - Filtro passa-altas com circuito RC.

156
Capítulo 6 - Aplicações dos Circuitos RL e RC

Nesse circuito, a expressão da tensão de saída VS (tensão no resistor) em


função da tensão de entrada VE é dada por:
R
VS = .V
R − jX C E

Desta forma, o ganho de tensão do filtro é:


VS R R
AV = = .
VE R − jX C 1
R+
jω.C

Dividindo o numerador e o denominador por R e simplificando a expressão:

1
AV =
1
1− j
ω. R . C

A expressão do ganho de tensão desse filtro pode ser apresentada em função


de sua frequência de corte, como segue:

Ganho de tensão Frequência de corte

1 1
AV = ωc =
ω R .C
1− j c
ω

Como o ganho de tensão é um número complexo, ele pode ser representado


genericamente na forma A V = A V α .
As expressões do módulo e da fase do ganho de tensão em função da fre-
quência são dadas por:

Módulo Fase

1 ωc
AV = α = arctg
ω 
2 ω
1+ c 
ω

157
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Como se vê, estas expressões são iguais às do filtro passa-altas com circuito
RL analisado anteriormente, com a ressalva de que as frequências de corte são
calculadas de formas diferentes, pois elas dependem dos dispositivos utilizados
nos filtros (RL ou RC).
Desta forma, o esboço das curvas de resposta em frequência (módulo:
AV x ω e fase: α x ω) desse filtro tem o mesmo aspecto que as do filtro anterior,
de acordo com a Figura 6.17.

(a) Módulo

(b) Fase

Figura 6.17 - Resposta em frequência do FPA.

A curva de resposta em frequência (módulo) desse filtro também pode ser


dada em decibel (dB), calculando o módulo do ganho de tensão por:

AV(dB) = 20.logAV

Pode-se então esboçar a curva de resposta em frequência (em módulo)


AV(dB) x ω na forma normal e como diagrama de Bode:

158
Capítulo 6 - Aplicações dos Circuitos RL e RC

(a) Normal (b) Diagrama de Bode

Figura 6.18 - Resposta em frequência do FPA (módulo em dB).

 Exemplo

Projetar um filtro passa-altas com fc = 200Hz.

Adotando C = 0,1µF:
1 1 1
fc = ⇒R= = = 8 kΩ
2π . R . C , .10 −6.200
2π . C . fc 2π .01

Usando o valor comercial mais próximo R = 8k2Ω, a frequência de corte


sofre uma pequena alteração, porém insignificante diante das tolerâncias dos
dispositivos, como pode ser observado a seguir:
1 1
fc = = = 194 Hz
, .10 −6
2π . R . C 2π .8,2 .103.01

159
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

6.3 Integrador e Diferenciador


Os circuitos integradores e diferenciadores são muito utilizados para gerar
formas de onda muito específicas como a triangular e a impulsiva, a partir de uma
onda quadrada. Tais formas de onda têm muitas aplicações na eletrônica.
Pelo nome desses circuitos verifica-se que o integrador e o diferenciador exe-
cutam eletricamente, respectivamente, as funções integral e derivada nos sinais de
entrada. Tais funções matemáticas são objeto de estudo de matemática avançada.
Esses circuitos são analisados neste tópico de forma bem mais simples, sem
necessidade de utilizar as funções.

Integrador
O integrador é um filtro passa-baixas que opera numa frequência muito maior
que a frequência de corte. Desta forma, a função de saída representa a integral
da função de entrada.
Caso a função de entrada seja uma onda quadrada com frequência f >> fc,
a saída do integrador apresenta uma onda praticamente triangular, como indica
a Figura 6.19.

(a) Circuito (b) Formas de onda.


Figura 6.19 - Integrador.

160
Capítulo 6 - Aplicações dos Circuitos RL e RC

O funcionamento é bastante simples. Considerando o capacitor inicialmente


descarregado vC(0) = 0, em t = 0 é aplicada uma tensão positiva na entrada com
amplitude vE(0) = E.
O capacitor começa a carregar com uma constante de tempo t = R.C. Como
a frequência da onda quadrada é muito maior que a frequência de corte do filtro,
ou seja, T << t, antes de o capacitor carregar completamente a tensão de entrada
muda seu valor para vE(T/2) = -E. Então, o capacitor, que se encontrava com a
tensão vC(T/2) = VC, passa a descarregar com a mesma constante de tempo até
atingir o valor negativo vC(T) = -VC em t = T e assim sucessivamente.
Já foi estudado no Capítulo 5 que a carga do capacitor não é linear. Portanto,
quanto maior for a constante de tempo do circuito em relação ao período da tensão
de entrada, mais a forma de onda no capacitor se aproxima da onda triangular,
pois maior é a linearidade, embora a sua amplitude seja menor.

 Exemplo

Dado o filtro passa-baixas apresentado em seguida, qual deve ser a frequência


da onda quadrada de entrada para que o circuito funcione como um integra-
dor, ou seja, para que a forma de onda no capacitor seja aproximadamente
uma onda triangular?

1 1
fc = = = 226Hz
2π . R . C 2π .1,5.103.0,47.10 −6

Para funcionar como integrador, a frequência de entrada tem de ser muito


maior que fc. Na prática, isso é possível considerando a frequência pelo menos
dez vezes maior que a frequência de corte, isto é, f ≥ 2,26kHz.

Diferenciador
É um filtro passa-altas que opera numa frequência muito menor que a frequência
de corte. Desta forma, a função de saída representa a derivada da função de entrada.

161
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Caso a função de entrada seja uma onda quadrada com frequência


f << fc, a saída do diferenciador apresenta uma onda praticamente impulsiva,
conforme a Figura 6.20.

(a) Circuito (b) Formas de onda

Figura 6.20 - Diferenciador.

Neste caso, o princípio de funcionamento é baseado no fato de que o ca-


pacitor é um curto-circuito para variações muito bruscas de tensão, o que ocorre
nos instantes em que a tensão de entrada varia de -E para E e vice-versa, fazendo
com que essas variações apareçam na saída do circuito, ora na forma de impul-
sos positivos ora de impulsos negativos. A partir das variações, como a tensão
de entrada permanece constante por um tempo T/2, ele atua como um circuito
aberto. Sendo T >> t, o capacitor descarrega rapidamente, o que fica semelhante
ao exibido na Figura 6.20(b).

162
Capítulo 6 - Aplicações dos Circuitos RL e RC

 Exemplo

Dado o filtro passa-altas a seguir, qual deve ser a frequência da onda quadrada
de entrada para que o circuito funcione como um diferenciador?

1 1
fc = = = 4,823kHz
2π . R . C 2π .3,3 .103.10.10 −9

Para funcionar como diferenciador, a frequência de entrada tem de ser muito


menor que fc. Na prática, isso é possível considerando a frequência pelo menos
dez vezes menor que a frequência de corte, isto é, f ≤ 482,3Hz.

Exercícios Propostos

Filtros Passivos

6.1 Projete um FPB com circuito RL de forma que a frequência de corte seja de
3kHz. Dado: R = 1,5kΩ.
6.2 Para o circuito a seguir, pedem-se:

163
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

a) Frequência de corte em rd/s e Hz;


b) Expressão complexa do ganho;
c) Expressão do módulo do ganho;

d) Tensão complexa na saída para v E = 10 0°V e ω = 2 . ωc .


6.3 Projete um FPB com circuito RC de forma que a frequência de corte seja de
2kHz. Dado C = 4,7nF.
6.4 Esboce a curva de resposta em frequência AV x ω do circuito a seguir:

6.5 Projete um FPA com circuito RL de forma que a frequência de corte seja de
500Hz. Dado L = 500mH.
6.6 Esboce a curva de resposta em frequência AV x ω do circuito a seguir:

Integrador e Diferenciador

6.7 Uma onda quadrada tem f = 1kHz, sendo aplicada na entrada de um FPB.
Calcule R e C para que esse filtro funcione como um integrador, ou seja,
para que a forma de onda da saída seja aproximadamente triangular.
6.8 A mesma onda do exercício anterior é aplicada na entrada de um FPA.
Calcule R e C para que o filtro funcione como um diferenciador, ou seja,
para que se obtenham impulsos em sua saída.

164
Capítulo 7
Circuitos RLC

Neste capítulo vamos analisar o comportamento dos circuitos RLC série e


paralelo, que permitem estudar os circuitos ressonantes e fazer a correção do fator
de potência de circuitos indutivos.

7.1 Circuito RLC Série


O circuito RLC série é formado por um resistor, um indutor e um capacitor
ligados em série, Figura 7.1, cuja corrente foi considerada arbitrariamente com
fase inicial nula.

(a) Circuito (b) Diagrama fasorial

Figura 7.1 - Circuito RLC série.

Em um circuito RLC série, a tensão total aplicada é a soma vetorial das tensões
no resistor, capacitor e indutor, isto é:
v = vR + vL + vC

165
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Com relação ao diagrama fasorial, sabe-se que:


• A tensão no resistor está em fase com a corrente.
• A tensão no indutor está adiantada 90° em relação à corrente.
• A tensão no capacitor está atrasada 90° em relação à corrente.
As tensões vL e vC estão defasadas 180° entre si, e a soma vetorial delas é
a diferença entre seus módulos. Para obter a tensão total v, o resultado da soma
vetorial de vL com vC é somado vetorialmente com vR, Figura 7.2.
Por exemplo, considerando que VL > VC:
v L + v C = ( VL − VC ) 90°

A Figura 7.2 mostra o diagrama de tensões obtido a partir do diagrama fasorial


da Figura 7.1(b) e o respectivo diagrama de impedância, considerando que VL > VC.

(a) Diagrama de tensões (b) Diagrama de impedâncias

Figura 7.2 - Tensões e impedâncias no circuito RLC série.

Da Figura 7.2(a) pode-se obter o módulo da tensão total aplicada pelo


gerador:

V = VR 2 + ( VL − VC )2

Como VL > VC, a defasagem φ da tensão do gerador em relação à corrente


é positiva, porém menor que 90° devido à influência do resistor. Isso significa que
a fase da impedância é também positiva, caracterizando um circuito indutivo, no
qual a reatância indutiva predomina sobre a capacitiva.

166
Capítulo 7 - Circuitos RLC

No circuito RLC série, a impedância complexa equivalente do circuito


pode ser calculada por:

 1 
Z = R + j( X L − X C ) ou Z = R + j ω. L − 
 ω.C 

O módulo da impedância equivalente do circuito vale:

2
 1 
( )
2
Z= R2 + XL − XC ou Z = R2 +  ω.L − 
 ω.C 

A fase da impedância equivalente do circuito vale:

 1 
 ω. L −
(X − XC ) ω.C 
φ = arctg L ou φ = arctg 
R R

O fator de potência do circuito pode ser obtido do diagrama de impedância


da Figura 7.2(b) e vale:

R
FP = cosφ =
Z

De tudo o que foi visto até aqui, é possível tirar algumas conclusões gerais:
• Caso XL > XC, ⇒ o circuito é indutivo (φ > 0°).
• Caso XL < XC, ⇒ o circuito é capacitivo (φ < 0°).
• Caso XL = XC, ⇒ o circuito é resistivo (φ = 0°).
Esta última condição (XL = XC) chama-se ressonância, assunto que será
aprofundado em seguida.

167
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Circuito Ressonante
Um circuito ressonante é aquele que apresenta a menor oposição pos-
sível (RLC série) à passagem de corrente elétrica numa determinada frequência fo,
denominada frequência de ressonância do circuito.
Isso significa que as frequências maiores e menores que fo encontrarão maior
oposição por parte do circuito ressonante.
A Figura 7.3 mostra um circuito ressonante série no qual é aplicada uma
tensão alternada numa determinada frequência.

Figura 7.3 - Circuito ressonante série.

Quando a frequência da tensão é tal que XL = XC, a reatância indutiva é


anulada pela reatância capacitiva, já que estão defasadas 180°. Isso significa que
o circuito comporta-se como se fosse uma resistência pura.
A frequência de ressonância fo, na qual esse fenômeno ocorre, pode ser
determinada da seguinte forma:

1 1 1
X L = X C ⇒ ωo . L = ⇒ ωo 2 = ⇒ ωo =
ωo . C L .C L .C

Como wo = 2p.fo, tem-se que:

1
fo = ⇒ frequência de ressonância do circuito
2π L . C

Os gráficos da Figura 7.4 (Z = f(w) e i = f(w)) mostram o comportamento do


circuito ressonante série em função da frequência.

168
Capítulo 7 - Circuitos RLC

(a) Gráfico da impedância (b) Gráfico da corrente

Figura 7.4 - Comportamento do circuito ressonante série.

Da figura é possível tirar as seguintes conclusões:


• Na frequência de ressonância ω0, o circuito é puramente resistivo e a
oposição à corrente é mínima, resultando uma corrente máxima IM.
• Abaixo da frequência de ressonância, a impedância é capacitiva (XC >
XL) e a corrente está adiantada em relação à tensão aplicada.
• Acima da frequência de ressonância, a impedância é indutiva (XL > XC)
e a corrente está atrasada em relação à tensão aplicada.

Largura de Faixa (LF) e Fator de Qualidade (Q)

Define-se largura de faixa (LF) ou banda de frequência como:

LF = fcs - fci

Sendo: fcs ⇒ frequência de corte superior


fci ⇒ frequência de corte inferior
Na frequência de corte, o valor da corrente é aproximadamente 70,7% da
corrente de ressonância IM, como apresenta o gráfico da Figura 7.5.

169
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Figura 7.5 - Largura de faixa do circuito ressonante.

Este valor 70,7% corresponde a IM / √


2 ou a uma queda de 3dB na corrente
máxima.
A largura de faixa depende da qualidade da bobina. Uma bobina ideal tem
resistência ôhmica nula, porém, na prática, o fio da bobina possui resistência.
O fator de qualidade QL de uma bobina é definido como:

X Lo
QL =
RB

Sendo: XLo = 2p.fo.L ⇒ reatância da bobina na frequência de ressonância


RB ⇒ resistência ôhmica da bobina
O fator de qualidade Q do circuito é dado por:

X Lo
QL =
RT

Sendo: RT ⇒ resistência ôhmica total do circuito


A largura de faixa do circuito está relacionada com o fator de qualidade pela
expressão:
fo
LF =
Q

170
Capítulo 7 - Circuitos RLC

Portanto, quanto maior for a qualidade da bobina, menor a largura de faixa


ou mais aguda é a curva i = f(f), isto é, melhor é o circuito ressonante, pois ele se
torna mais seletivo, como indica a Figura 7.6.

Figura 7.6 - Qualidade do circuito ressonante.

 Exemplos

1) Em um circuito RLC série, tem-se R = 100Ω, L = 1mH e C=0,1µF. Se a


tensão do gerador é 10 0°V , pedem-se:

a) Frequência de ressonância do circuito


1 1
fo = = = 15,915kHz
2π L.C 2π 10 −3.10 −7

171
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

b) Corrente fornecida pelo gerador na frequência da ressonância


Na ressonância, o circuito é somente resistivo, portanto:
Z = R = 100Ω.
V 10
=
I = = 100mA
Z 100

c) Ângulo de defasagem entre tensão do gerador e corrente na ressonância


Na ressonância, o circuito é somente resistivo, portanto o ângulo de defa-
sagem é zero (φ = 0).
d) Corrente e defasagem se f = 20kHz

X L = 2π.f.L = 2π .20.103.10 −3 = 125,7Ω



1 1
XC = = = 79,6Ω
2π.f.C 2π.20.103.10 −7

1
Z = R + jω. L − j = 100 + j125,7 − j79,6 ⇒
ω.C

Z = 100 + j46,1Ω = 110 24,7°Ω



v 10 0°
Portanto, i = = = 90,9 −24,7°mA
Z 110 24,7°

Como XL > XC, nessa frequência o circuito é indutivo (20kHz > fo).
e) Corrente e defasagem se f = 10kHz
XL = 2p.f.L = 2p.10.103.10-3 = 62,8Ω
1 1
XC = = = 159,2Ω
2π.f.C 2π.10.103.10 −7

1
Z = R + jω. L − j = 100 + j62,8 − j159,2 ⇒
ω.C

Z = 100 − j96,4 Ω = 138,9 −43,9° Ω


172
Capítulo 7 - Circuitos RLC

v 10 0°
Portanto, i = = = 72,3 43,9 mA
Z 138,4 −43,9°

Como XC > XL, nessa frequência o circuito é capacitivo (10kHz < fo).
2) E m um circuito RLC série, tem-se V R =6V; V C =20V; V L =12V e
i = 10 0°mA . Pedem-se:

a) Impedância complexa:
VR 6
R= = = 600Ω
I 10.10 −3

VL 12
XL = = = 1,2kΩ ∴ X L = j1,2kΩ
I 10.10 −3

VC 20
XC = = = 2kΩ ∴ X C = − j2kΩ
I 10.10 −3

1
Z = R + jω.L − j = 0,6 + j1,2 − j2 = 0,6 − j0,8kΩ = 1 −53°kΩ
ω.C

b) Tensão aplicada no circuito

v = Z.i = 1 −53°.10 0°= 10 −53° V

173
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

c) Diagrama fasorial

3) Dado o circuito ressonante a seguir, pedem-se:

a) Frequência de ressonância
1 1
fo = = = 212,68kHz
2π L.C 2π 100.10 −6.5,6.10 −9

174
Capítulo 7 - Circuitos RLC

b) Fator de qualidade da bobina

X Lo = 2π.fo . L = 2π.212,68.103.100.10 −6 = 133,63Ω



X Lo 133,63
=
QL = = 16,7
RB 8

c) Fator de qualidade do circuito
X Lo 133,63
QL = = = 7,42
RT 10 + 8

d) Largura de faixa do circuito
fo 212,68.103
=
LF = = 28,66kHz
Q 7,42

e) Valor de R para que a largura de faixa seja 10% da frequência de ressonância


fo 212,68.103
LF = ⇒ 21,268.103 = ⇒ Q = 10
Q Q

X Lo 133,63
Q= ⇒ 10 = ⇒ R = 5,363Ω
R + RB R+8

175
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

7.2 Circuito RLC Paralelo


O circuito RLC paralelo é formado por um resistor, um indutor e um capa-
citor ligados em paralelo, como mostra a Figura 7.7, cuja tensão foi considerada
arbitrariamente com fase inicial nula.

a) Circuito (b) Diagrama fasorial

Figura 7.7 - Circuito RLC paralelo.

Em um circuito RLC paralelo, a corrente total fornecida pelo gerador é a


soma vetorial das correntes no resistor, capacitor e indutor, isto é:
i = iR + iL + iC
Com relação ao diagrama fasorial, sabe-se que:
• A corrente no resistor está em fase com a tensão.
• A corrente no indutor está atrasada 90° em relação à tensão.
• A corrente no capacitor está adiantada 90° em relação à tensão.
As correntes iL e iC estão defasadas 180° entre si, e a soma vetorial delas é
a diferença entre seus módulos, com fase igual à da corrente de maior módulo.
Por exemplo, considerando que IC > IL:
i C + i L = ( I C − I L ) 90°

176
Capítulo 7 - Circuitos RLC

A Figura 7.8 mostra o diagrama de correntes obtido a partir do diagrama


fasorial da Figura 7.7(b) e o respectivo diagrama de impedância, considerando
que IC > IL.

(a) Diagrama de correntes (b) Diagrama de impedâncias

Figura 7.8 - Correntes e impedâncias no circuito RLC paralelo.

Da Figura 7.8(a) pode-se obter o módulo da corrente total fornecida pelo


gerador:

I = I R 2 + ( I C − I L )2

Como IC > IL, a defasagem φ da corrente do gerador em relação à tensão é


positiva, porém menor que 90°, devido à influência do resistor. Isso significa que
a fase da impedância é negativa, caracterizando um circuito capacitivo, no qual a
reatância capacitiva predomina sobre a indutiva.
No circuito RLC paralelo, a impedância complexa equivalente do circuito
pode ser calculada por:
1 1 1 1
= + +
Z R jX L − jX C

Desenvolvendo esta expressão, obtém-se a impedância complexa:

R . XL . XC ω. R . L
Z= ou Z =
X L . X C + jR .( X L − X C ) ω. L + jR (ω2 . L . C − 1)

177
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

O módulo da impedância equivalente do circuito vale:

R . XL . XC ω. R . L
Z= ou Z=
( X L . X C )2 + R 2 .( X L − X C )2 (ω. L )2 + R 2 .(ω2 . L . C − 1)2

A fase da impedância equivalente do circuito vale:

R .( X L − X C ) R.(ω2 . L . C − 1)
φ = −arctg ou φ = −arctg
XL . XC ω. L

O fator de potência do circuito pode ser obtido do diagrama de impedância


da Figura 7.8(b) e vale:
1
R⇒ Z
FP = cosφ = FP =
1 R
Z
Neste caso, as conclusões que podem ser tiradas são as seguintes:
• Caso XL > XC, ⇒ o circuito é capacitivo (φ < 0°).
• Caso XL < XC, ⇒ o circuito é indutivo (φ > 0°).
• Caso XL = XC, ⇒ o circuito é resistivo (φ = 0°).
Esta última condição também corresponde à ressonância do circuito.
Para o circuito RLC paralelo valem também as expressões da frequência de
ressonância (ωo ou fo), isto é:

1 1
ωo = ou fo =
L .C 2π L . C

Mas neste caso, como os dispositivos estão em paralelo, os gráficos da impe-


dância e da corrente (Z = f(w) e i = f(w)) são como os da Figura 7.9.

178
Capítulo 7 - Circuitos RLC

(a) Gráfico da impedância

(b) Gráfico da corrente

Figura 7.9 - Comportamento do circuito ressonante paralelo.

Da figura tiram-se as seguintes conclusões:


• Na frequência de ressonância ω0, o circuito é puramente resistivo e a
oposição à corrente é máxima, resultando numa corrente mínima Im.
• Abaixo da frequência de ressonância, a impedância é indutiva (XC > XL).
• Acima da frequência de ressonância, a impedância é capacitiva (XL > XC).

179
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

 Exemplos

1) Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Corrente complexa em cada componente e corrente total


v 20 0°
iR = = = 20 0° = 20mA
R 103

v 20 0°
iC = = = 40 90° = j40mA
X C 500 −90°

v 20 0°
iL = = = 100 −90° = − j100mA
X L 200 90°

i = i R + i C + i L = 20 + j40 − j100 = 20 − j60 = 63,25 −71,6° mA

b) Impedância complexa
v 20 0°
Z= = = 316,2 71,6°Ω
i 63,25.10 −3 −71,6°

180
Capítulo 7 - Circuitos RLC

c) Diagrama fasorial

2) Dado o circuito seguinte, pedem-se:

181
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

a) Impedância complexa
V 110
R= = = 22Ω
IR 5

V 110
XL = = = 27,5Ω ∴ X L = j27,5Ω
IL 4

V 110
XC = = = 11Ω ∴ X C = − j11Ω
IC 10

Módulo:
R . XL . XC 22.27,5.11
Z= = = 14 Ω
( X L . X C )2 + R 2 .( X L − X C )2 (27,5.11)2 + 222.(27,5 − 11)2

Fase:
R.( X L − X C ) 22.(27,5 − 11)
φ = −arctg = −arctg = −50°
X L .X C 27,5.11

b) Corrente complexa fornecida pelo gerador
v 110 0°
iR = = = 5 0° = 5A
R 22 0°

v 110 0°
iL = = = 4 −90° = − j4 A
X L 27,5 90°

v 110 0°
iC = = = 10 90°= j10 A
X C 11 −90°

i = i R + i L + i C = 5 − j4 + j10 = 5 + j6 = 7,8 50° A

182
Capítulo 7 - Circuitos RLC

c) Diagrama fasorial

7.3 Correção do Fator de Potência


Uma instalação elétrica industrial, na maioria dos casos, é formada por cargas
indutivas (motores elétricos, transformadores). Existem dois tipos de energia elétrica
consumida por esses equipamentos: a energia ativa e a reativa, sendo a primeira
responsável pela conversão de energia elétrica em energia útil.
O fator de potência é definido como a relação entre a energia útil e a energia
total.
A legislação determina que o fator de potência deve ser mantido o mais pró-
ximo possível de 1, permitindo um valor mínimo de 0,92. Se o fator de potência
cair abaixo deste valor, a conta da energia elétrica sofre um acréscimo (Resolução
ANEEL 456/2000), calculado da seguinte forma:
0,92
Multa = valor da fatura .( − 1)
FPmedido

Quanto maior for o consumo de energia reativa, para o mesmo consumo de


energia ativa, mais baixo será o fator de potência.

183
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

 Exemplo

Seja um circuito que consome uma potência aparente de 12kVA quando a


alimentação é 220Vrms. A corrente consumida vale:
PAP 12.103
=I = = 54,55 A rms
V 220

Se o circuito é só resistivo, toda a potência consumida é igual à potência ativa


(real), sendo o FP igual a 1, isto é:
P = V. I . cosφ = 220.54,55.1 = 12kW

Porém, se o circuito é indutivo com FP = 0,5, nestas condições, a potência


ativa vale:
= =
P 220.54,55.0,5 6kW

Se o FP aumentar para 0,85, com a mesma potência aparente, a potência


ativa será:
= =
P 220.54,55.0,85 10,2kW

Como a potência ativa é a responsável pela transformação de energia elétrica


em energia útil, concluímos que o aumento no FP implica no aumento da
potência útil sem aumento de corrente.

Existem várias formas de aumentar o FP de uma instalação elétrica, mas só


será analisada a correção do fator de potência com a utilização de capacitores.
Já foi visto que um indutor atrasa a corrente em relação à tensão. Como
o capacitor adianta a corrente em relação à tensão, a ligação adequada de um
capacitor num circuito pode compensar o atraso da corrente, reduzindo o ângulo
de defasagem e, consequentemente, aumentando o fator de potência.
Por razões econômicas e práticas, basta manter o FP acima de 0,92, que é o
valor mínimo estipulado pelas concessionárias de energia elétrica, abaixo do qual
os usuários pagam multa.
O cálculo do capacitor de correção é feito levando em conta um circuito com
impedância Z cujo ângulo de fase é φ1, como mostra a Figura 7.10.

184
Capítulo 7 - Circuitos RLC

(a) Circuito (b) Diagrama fasorial

Figura 7.10 - Circuito sem correção de FP e seu diagrama fasorial.

O objetivo é diminuir esse ângulo para φ2.


A colocação do capacitor em paralelo com a carga diminui o ângulo de fase
de φ1 para φ2, o que significa um aumento no FP do circuito, como indica a Figura
7.11.

(a) Circuito (b) Diagrama fasorial

Figura 7.11 - Circuito com correção de FP e seu diagrama fasorial.

185
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Quando a correção é feita (com a colocação do capacitor), a potência ativa


do circuito não altera, somente a potência aparente. Assim, a colocação do ca-
pacitor não muda o valor de iR, já que ela está relacionada à componente resistiva
da carga, que é a responsável pela potência ativa.
Na Figura 7.11(b) identificamos os triângulos 0AC e 0BC e obtemos:

AC = 0C . tgφ1 e BC = OC . tgφ2

Do mesmo diagrama obtemos:

AB=0D=AC − BC = 0C . tgφ1 − 0C . tgφ2 = 0C.( tgφ1 − tgφ2 )

P P
= I=
Como 0C R
= 0=
eAB D I C , resulta que I C = .( tgφ1 − tgφ2 ).
V V
V
Por outro lado, I C = = V. ω.C
XC
Igualando as duas expressões de IC, temos:

P P
.( tgφ1 − tgφ2 ) = V. ω.C ⇒ C= .( tgφ1 − tgφ2 )
V ω.V 2

Este é, portanto, o valor do capacitor necessário para corrigir o fator de po-


tência do circuito de φ1 para φ2.

 Exemplos

1) Um motor consome uma potência de 5kW em 220Vrms com um FP = 0,6.


Calcular o valor do capacitor que aumenta o FP para 0,9 (f = 60Hz).

cosφ1 = 0,6 ⇒ φ1 = 53° ⇒ tgφ1 =1,33


cosφ2 = 0,9 ⇒ φ2 = 26° ⇒ tgφ2 =0,49
P 5.103
C= .( tgφ1
− tgφ 2
) = .(1,33 − 0,49) = 230µF
ω.V 2 377.2202

186
Capítulo 7 - Circuitos RLC

2) Uma carga indutiva dissipa uma potência real de 1kW, consumindo uma
corrente de 10Arms / f=60Hz com um ângulo de defasagem de 60°. Calcular:
a) Valor do capacitor que corrige o FP para 0,85
Situação antes da correção:

P = V.I.cosφ ⇒ 1000 = V.10.cos60° ⇒ V = 200Vrms


tgφ1 = tg60° = 1,73
cosφ2 = 0,85 ⇒ φ2 = 31,8° ⇒ tgφ2 = 0,62
P 1000
C= 2
.( tgφ1 − tgφ2 ) = .(1,73 − 0,62) = 74µF
ω.V 377.2002

b) Corrente total fornecida pelo gerador após a correção do FP


Após a correção:

187
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

No diagrama fasorial, observamos que a soma vetorial de i1 com iC resulta


em i2.
Tem-se i'1 ⇒ componente reativa da corrente i1.
I'1 = I1.sen60° = 10.0,866 = 866Arms
Tem-se iR ⇒ componente ativa da corrente na carga.
IR = I1.cos60° = 10.0,5 = 5Arms
A corrente ativa na carga deve ser a mesma, antes e após a correção.
A corrente fornecida pelo gerador após a correção passa a ser de:
IR 5
I2 = = = 5,88 A rms
cosφ2 0,85

Portanto, a corrente fornecida pelo gerador diminui de 10A para 5,88A,
sem diminuir a potência real na carga.
c) Potência aparente após a correção do FP
PAp = V.I2 = 200.5,88 = 1,176kVA
Antes da correção do FP, a potência aparente era:
PAp = V.I1 = 200.10 = 2kVA

188
Capítulo 7 - Circuitos RLC

Exercícios Propostos

Circuito RLC Série

7.1 Num circuito RLC série, o ângulo de defasagem entre tensão do gerador e
corrente é 60°. Sendo f = 60Hz Z = 200Ω e XC = 2.XL, determine:

a) Se o circuito é indutivo ou capacitivo;

b) Valor de R, L e C;

c) Diagrama fasorial.

7.2 Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Impedância complexa;

b) Frequência de ressonância;

c) Corrente complexa.

7.3 O circuito de sintonia de um rádio AM tem uma bobina de L = 100mH.


Quais os limites de um capacitor variável para que o rádio sintonize de
530kHz a 1600kHz?

189
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Circuito RLC Paralelo

7.4 Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) C
 orrente complexa em cada
componente e no gerador;

b) Impedância complexa;

c) Fator de potência.

7.5 Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Frequência de ressonância;

b) Corrente fornecida pelo gerador na ressonância.

Correção do Fator de Potência

7.6 Uma instalação elétrica tem as seguintes características: 10kVA/220Vrms/


60Hz e cosφ = 0,5 (indutivo). Determine:

a) Corrente total consumida;

b) Potências ativa e reativa;

c) Valor do capacitor que aumenta o FP para 0,85;

190
Capítulo 7 - Circuitos RLC

d) Valor da corrente consumida após a correção;

e) Potências aparente e reativa após a correção.

7.7 Dado o circuito a seguir, calcule:

a) Valor de Rv para que o FP seja 0,85 e as correntes iR, iL e iT nesta condição;

b) F
 P quando Rv = 0Ω. Há necessidade de correção do fator de potência
(FP > 0,85)? Se há, qual deve ser o valor do capacitor?

c) S
 e Rv = 100Ω, há necessidde de correção do FP? Se há, qual deve ser o
valor do capacitor?

7.8 Uma instalação elétrica alimentada por um gerador de 220Vrms/60Hz tem


uma potência de 20kVA. Calcule a potência real consumida pela instalação
para os seguintes valores de FP:

a) FP = 1 b) FP = 0,6 c) FP = 0,2

7.9 As características de um motor monofásico são: V  =  120Vrms, I  =  10Arms,


cosφ  =  0,8. Determine as seguintes características do seu enrolamento:

a) Resistência ôhmica;

b) Reatância indutiva;

c) Impedância.

191
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Anotações

192
Capítulo 8
Circuitos Mistos

Os circuitos mistos são formados por associações série e paralela de resistores,


indutores e capacitores.

8.1 Associação de Impedâncias


Os indutores e os capacitores podem ser substituídos por seus equivalentes
quando estão associados em série ou em paralelo.

Associação de Indutores
Os indutores equivalentes nas associações série e paralela podem ser calcu-
lados conforme as expressões a seguir:

Leq = L1 + L2 + ... + Ln

(a) Associação série

1 1 1 1
= + + ... +
L eq L1 L 2 Ln

(b) Associação paralela

Figura 8.1 - Associação de indutores.

193
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Associação de Capacitores
Os capacitores equivalentes nas associações série e paralela podem ser
calculados conforme as expressões apresentadas em seguida:

1 1 1 1
= + + ... +
C eq C1 C2 Cn

(a) Associação série

Ceq = C1 + C2 + ... + Cn

(b) Associação paralela

Figura 8.2 - Associação de capacitores.

Associação de Impedâncias
Os resistores, indutores e capacitores, quando combinados, formam as impe-
dâncias. Independente de suas naturezas, as impedâncias equivalentes nas asso-
ciações série e paralela podem ser calculadas conforme as expressões seguintes:

Zeq = Z1 + Z2 + ... + Zn

(a) Associação série

194
Capítulo 8 - Circuitos Mistos

1 1 1 1
= + + ... +
Z eq Z1 Z2 Zn

(b) Associação paralela

Figura 8.3 - Associação de impedâncias.

8.2 Análise de Circuitos Mistos


O procedimento para a resolução de circuitos mistos é semelhante ao adotado
para circuitos resistivos.

 Exemplos

1) Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Impedância complexa

195
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Z1 = 50 + j20 = 53,9 21,8°Ω


Z2 = 50 + j80 = 94,3 58°Ω
Z1. Z2 53,9 21,8°. 94,3 58°
Z = Z1 / / Z2 = = ⇒
Z1 + Z2 (50 + j20) + (50 + j80)
5083 79,8° 5083 79,8°
Z= = = 36 34,8°Ω
100 + j1
100 141 45°

b) i, i1 e i2
v 110 0°
i= = = 31
, −34,8° A
Z 36 34,8°
v 110 0°
i1 = = = 2 −21,8° A
Z1 53,9 21,8°
v 110 0°
i2 = = = 1,2 −58° A
Z2 94,3 58°

c) Diagrama fasorial

196
Capítulo 8 - Circuitos Mistos

2) Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Impedância complexa

Z1 = 4 + j3 = 5 36,9°Ω
Z2 = 3 − j4 = 5 −531
, °Ω
Z1.Z2 5 36,9°. 5 −531
, °
Z = Z1 / / Z2 = = ⇒
Z1 + Z2 (4 + j3) + (3 − j4 )
25 −16,2° 25 −16,2°
Z= = = 3,54 −8,1°Ω
7 − j1 7,07 −8,1°

(carga capacitiva)
b) Fator de potência
FP = cosφ = cos8,1° = 0,99
c) i, i1 e i2
v 110 90°
i= = = 31 98,1° A
Z 3,54 −8,1
v 110 90°
i1 = = = 22 53,1
1° A
Z1 5 36,9°
v 110 90°
i2 = = = 22 1431
, °A
Z2 5 −531 , °

197
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

d) Diagrama fasorial

3) Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Impedância complexa

Z1 = 10 + j5 = 11,2 26,6°Ω

Z2 = 8 − j5 = 9,4 −32°Ω

Z3 = j10 − j5 = j5 = 5 90°Ω

198
Capítulo 8 - Circuitos Mistos

Z2 .Z3 9,4 −32°. 5 90°


Z 4 = Z2 / / Z3 = = ⇒
Z2 + Z3 (8 − j5) + j5

47 58°
Z4 = , + j5Ω
= 5,9 58° = 31
8

Z = Z1 + Z 4 = (10 + j5) + (31


, + j5) = 131
, + j10 = 16,5 37,4°Ω

(carga indutiva)
c) i1, i2 e i3
v 110 0°
i1 = = = 6,7 −37,4°A
Z 16,5 37,4°

v 4 = Z 4 .i1 = 5,9 58°.6,7 −37,4° = 39,5 20,6°V

Como v4 = v2 = v3:
v2 39,5 20,6°
i2 = = = 4,2 52,6° A
Z2 9,4 −32°

v3 39,5 20,6
i3 = = = 7,9 −69,4°A
Z3 5 90°

199
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Exercícios Propostos

Análise de Circuitos Mistos

8.1 Dado o circuito a seguir, determine:

a) Impedância complexa;

b) i1, i2 e i3;

c) Potência ativa dissipada pelo circuito.

8.2 Determine a tensão do gerador no seguinte circuito:

8.3 Determine i1 e a tensão do gerador no circuito seguinte:

200
Capítulo 8 - Circuitos Mistos

8.4 Determine a expressão vX(t) no circuito:

8.5 Determine v1 no circuito:

8.6 Calcule o fator de potência e as potências ativa, reativa e aparente do


seguinte circuito:

201
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

8.7 Dado o circuito, pedem-se:

a) Frequência de ressonância;

b) Diagrama fasorial para f = 10kHz.

8.8 Como se comporta o circuito seguinte em 1kHz (indutivo, capacitivo ou


resistivo)? Justificar.

202
Capítulo 9
Sistemas Trifásicos

Em eletricidade, além dos sistemas monofásicos analisados até o momento, é


muito comum a utilização de sistemas trifásicos, particularmente quando as cargas
envolvidas são indutivas e dissipam grandes potências, como os motores elétricos.

9.1 Sistema Monofásico


A Figura 9.1(a) mostra o princípio de funcionamento de um gerador
monofásico. Ele é baseado na indução de uma tensão em uma espira, quando
ela gira imersa em um campo magnético.

(a) Funcionamento

203
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

(b) Detalhes construtivos

(c) Gerador monofásico

Figura 9.1 - Sistema monofásico.

O circuito externo (carga) é conectado à espira (ou enrolamento) através de


anéis coletores e escovas, como indicado na Figura 9.1(b).
Para gerar a mesma tensão, a espira pode ficar fixa, enquanto o campo
magnético gira, conforme a Figura 9.1(c).

204
Capítulo 9 - Sistemas Trifásicos

9.2 Sistema Trifásico


Em um gerador trifásico existem três enrolamentos separados fisicamente
120° entre si, resultando em três tensões induzidas defasadas de 120°. A
Figura 9.2 mostra simplificadamente um gerador trifásico.

(a) Gerador trifásico

(b) Enrolamentos (c) Formas de onda


Figura 9.2 - Sistema trifásico.

Os três enrolamentos são estáticos e têm o mesmo número de espiras. Essa


parte do gerador é denominada estator. Os pontos A, B e C representam uma
das extremidades de cada enrolamento e os pontos X, Y e Z, respectivamente, a
outra extremidade.

205
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

O campo magnético é girante e produzido por outro enrolamento energizado


a partir de uma fonte CC independente, ou a partir da retificação da própria tensão
obtida no gerador (autoexcitação).
Sejam v1(t), v2(t) e v3(t) as tensões induzidas, respectivamente, nos enrola-
mentos AX, BY e CZ. Matematicamente tem-se:
v1 ( t ) = Vp . senωt ou v1 = Vp 0° = Vp
 1 3
v 2 ( t ) = Vp . sen(ωt − 120°) ou v 2 = Vp −120° = Vp .  − − j 
 2 2 

 1 3
v 3 ( t ) = Vp . sen(ωt + 120°) ou v 3 = Vp 120° = Vp .  − + j 
 2 2 

O gráfico das três tensões e o respectivo diagrama fasorial estão na Figura 9.3.

Figura 9.3 - Representação gráfica do sistema trifásico.

Se cada fase do gerador for conectada a circuitos separados, o sistema trifá-


sico é chamado de não interligado, necessitando de seis fios para a conexão da
carga trifásica, como indica a Figura 9.4.

206
Capítulo 9 - Sistemas Trifásicos

Figura 9.4 - Sistema trifásico não interligado.

Esse método não é econômico e não é usado na prática. Existem dois mé-
todos comuns para interligar as fases em um sistema trifásico, sendo as ligações
estrela (Y) e triângulo (∆).

9.3 Ligação Estrela


Na ligação estrela, os pontos X, Y e Z são interligados entre si, formando
um ponto comum chamado neutro (N), o qual é ligado ao neutro da carga. A
Figura 9.5 representa esse tipo de ligação.

Figura 9.5 - Ligação estrela.

207
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

A corrente no fio neutro é a soma vetorial das correntes de fase, isto é:

iN = iA + iB + iC

Tensões de Fase e de Linha


As tensões medidas entre os terminais do gerador (pontos A, B e C) e o neutro
(N) denominam-se tensões de fase (vA, vB e vC) ou, genericamente, vF.
As tensões medidas entre dois terminais do gerador (pontos AB, BC e CA)
são chamadas de tensões de linha (vAB, vBC e vCA) ou, genericamente, vL.
Na Figura 9.5 as setas das tensões dão a orientação positiva (arbitrária),
podendo-se equacioná-las do seguinte modo:
vAB = vA - vB vBC = vB - vC vCA = vC - vA
Estas três expressões significam que, em cada instante, as tensões de linha
(vAB, vBC e vCA) são iguais às diferenças entre os valores instantâneos das respec-
tivas tensões de fase (vA, vB e vC).
As tensões de fase podem ser escritas como:
v A ( t ) = Vp . sen ωt ou v A = VF 0° = VF
 1 3
20° = VF .  − − j
v B ( t ) = Vp . sen(ωt − 120°) ou v B = VF −12 
 2 2 

 1 3
v C ( t ) = Vp . sen(ωt + 120°) ou v C = VF 120° = VF .  − + j 
 2 2 

As tensões de linha podem ser escritas como:


 1 3 3 3  3 1
v AB = v A − v B = VF − VF .  − − j  = VF .  + j  = 3 .VF .  +j 
 2 2  2 2   2 2 
  

Portanto, v AB = 3 .VF 30°

208
Capítulo 9 - Sistemas Trifásicos

 1 3  1 3
v BC = v B − v C = VF .  − − j
 2  − VF .  − + j
2 
( )
 = VF . − j 3 = −j 3.VF
2 
  2

Portanto, v BC = 3 .VF −90°

 1 3  3 3  3 1
v CA = v C − v A = VF .  − + j  − VF = VF .  − + j  = 3 .VF .  − +j 
 2 2   2 2   2 2 
  

Portanto, v CA = 3 .VF 150°

Assim, conclui-se que a relação entre os módulos das tensões de linha vL e


de fase vF é dada:

VL = 3.VF

Observação

• Cuidado, pois as tensões de linha e de fase são normalmente apresentadas
em valores eficazes.

 Exemplo

A tensão de linha num sistema trifásico cuja tensão de fase é de 220Vrms vale:

VL = 3 .VF = 3 .220 ≅ 381Vrms

209
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

A Figura 9.6 mostra o diagrama fasorial das tensões de fase e de linha num
sistema trifásico em ligação estrela.

Figura 9.6 - Diagrama fasorial na ligação estrela.

Cargas Balanceada e Desbalanceada


Num sistema trifásico, a carga é balanceada quando Z1, Z2 e Z3 são iguais
em módulo e fase.
Neste caso, as defasagens entre tensão e corrente em cada fase são iguais,
isto é, φA = φB = φC = φ, como apresenta a Figura 9.7.

210
Capítulo 9 - Sistemas Trifásicos

Figura 9.7 - Diagrama fasorial com carga balanceada.

A carga é desbalanceada quando Z1, Z2 e Z3 possuem módulos ou fases


diferentes, caso em que as defasagens entre tensão e corrente em cada fase são
também diferentes, isto é, φA ≠ φB ≠ φC.

Correntes de Fase e de Linha


A corrente que percorre cada fase chama-se corrente de fase, designada
genericamente como iF. A corrente que passa na linha que liga o gerador à carga
é chamada de corrente de linha, designada genericamente como iL. No caso da
ligação estrela, iL = iF.

211
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Se a carga é balanceada, a corrente no fio neutro é zero, isto é, iN = 0.


Se a carga é desbalanceada, a corrente no fio neutro é diferente de zero, isto
é, iN ≠ 0 ou, caso não haja o fio de retorno (neutro), as tensões nas cargas são
diferentes.

 Exemplos

1) Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Tensões de fase e de linha


VF = 120V
=VL =
3 .VF 3 .120 = 208 V

b) Correntes de fase, de linha e no fio neutro
120
I=
F
I=
L
= 12A
10

Como a carga é resistiva, as correntes de linha estão em fase com suas


tensões, porém defasadas 120° entre si, isto é:

212
Capítulo 9 - Sistemas Trifásicos

i A = 12 0°= 12A
i B = 12 −120°= −6 − j10,39 A
i C = 12 120° = −6 + j10,39 A

Portanto,
i N = i A + i B + i C = 12 + ( −6 − j10,39) + ( −6 + j10,39) = 0 A

2) Dado o circuito a seguir, pede-se a corrente no fio neutro:

120 0°
iA = = 12 0° = 12A
10
120 −120°
iB = = 10 −120° = −5 − j8,66 A
12
120 120°
iC = = 6 120° = −3 + j5,2 A
20

Portanto,
i N = i A + i B + i C = 12 + ( −5 − j8,66) + ( −3 + j5,2) ⇒

i N = 4 − j3,46 = 5,29 −40,9° A

213
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

9.4 Ligação Triângulo


Na ligação triângulo (ou delta), as extremidades dos enrolamentos do
gerador são interligadas de modo a formar um triângulo, como na Figura 9.8.

Figura 9.8 - Ligação triângulo.

Tensões e Correntes de Fase e de Linha


Nessa ligação, vAB, vBC e vCA correspondem às tensões de fase vF e de linha
vL, ou seja:

vF = vL

Já as correntes de fase nas cargas iF (iAB, iBC, iCA) são diferentes das correntes
de linha iL (iA, iB, iC), que podem ser calculadas por:
iA = iAB - iCA
iB = iBC - iAB
iC = iCA - iBC
No caso de carga balanceada, as defasagens entre tensão e corrente em
cada fase são iguais, isto é, φA = φB = φC = φ, conforme a Figura 9.9.

214
Capítulo 9 - Sistemas Trifásicos

Figura 9.9 - Diagrama fasorial com carga balanceada.

Quando a carga é desbalanceada, as defasagens entre tensão e corrente


em cada fase são diferentes, isto é, φA ≠ φB ≠ φC.
As tensões de linha ou de fase podem ser escritas como:
v AB ( t ) = Vp . senωt ou v AB = VL 0° = VL
 1 3
v BC ( t ) = Vp . sen(ωt − 120°) ou v BC = VL −120° = VL .  − − j 
 2 2 

 1 3
v CA ( t ) = Vp . sen(ωt + 120°) ou v CA = VL 120° VL .  − + j 
 2 2 

A relação entre os módulos das correntes de linha iL e de fase iF pode ser
determinada da mesma maneira feita com as tensões de linha e de fase na ligação
estrela, obtendo-se:

I L = 3. I F

215
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

 Exemplo

Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a) Corrente de fase em cada carga


v AB 380 0°
i AB = = = 19 0° = 19 A
Z1 20 0°
v BC 380 −120°
i BC = = = 19 −120° = −9,5 − j16,45A
Z2 20 0°
v CA 380 120°
i CA = = = 19 120° = −9,5 + j16,45A
Z3 20 0°

b) Correntes de linha
i A = i AB − i CA = 19 − ( −9,5 + j16,45) = 28,5 − j16,45 = 32,9 −30° A
i B = i BC − i AB = ( −9,5 − j16,45) − 19 = −28,5 − j16,45 = 32,9 −150° A
i C = i CA − i BC = ( −9,5 + j16,45) − ( −9,5 − j16,45) = j32,9 = 32,9 90° A

9.5 Potência em Sistemas Trifásicos


Em um sistema monofásico, a potência ativa (real) é dada por P = VF.IF.cosφ (W),
em que VF e IF são, respectivamente, a tensão e a corrente de fase eficazes e φ o
ângulo de defasagem entre eles.

216
Capítulo 9 - Sistemas Trifásicos

Em um sistema trifásico balanceado, as potências ativas em cada fase


são iguais, de forma que a potência ativa total é a soma das potências ativas
nas fases, isto é:

P = 3.VF.IF.cosφ (W) (VF e IF em valores eficazes)

Na ligação estrela, tem-se que IF = IL e VF = VL /√3. Substituindo estes


valores na expressão da potência ativa, resulta:
VL
P = 3. . I L . cosφ ⇒ P = 3.VL .IL .cos φ[ W ]
3
Na ligação triângulo, tem-se que VF = VL e IF = IL /√3. Substituindo estes
valores na expressão da potência ativa, resulta:
IL
P = 3.VL . . cosφ ⇒ P = 3.VL .IL .cos φ[ W ]
3
Conclui-se que a expressão para a potência ativa total é a mesma para as
ligações estrela e triângulo, mas as potências são diferentes.
Usando o mesmo raciocínio, é possível determinar as potências reativa e
aparente totais no sistema trifásico para ambas as ligações, considerando os sis-
temas balanceados.
A potência reativa total na carga trifásica é:

PR = 3.VF . I F . senφ[ VAR ] ou PR = 3 .VL . I L . senφ[ VAR ]

A potência aparente total na carga trifásica é:

PAp = 3.VF . I F [ VA ] ou PAp = 3 .VL . I L [ VA ]

Caso os sistemas trifásicos não sejam balanceados, as potências totais cor-


respondem às somas das potências dissipadas pelas cargas.

217
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

 Exemplos

1) Dado o circuito, pedem-se:

a) Tensões de fase e de linha


VF = 220Vrms

=VL =
3 .VF 3 .220 = 381Vrms

b) Correntes de fase, de linha e no fio neutro
VF 220
I=
L
I=
F
= = 22A rms
R 10

Como a carga é balanceada, IN = 0A.


c) Potência ativa dissipada na carga trifásica

P = 3 .VF . I F . cosφ = 3.220.22.1 = 14,52kW


ou
P = 3 .VL . I L . cosφ = 3 .381.22.1 = 14,518kW

Os dois resultados devem ser iguais. A diferença se deve aos arredonda-
mentos.

218
Capítulo 9 - Sistemas Trifásicos

2) A potência de um motor trifásico é 8kW quando ligado a uma tensão de


linha de 380Vrms. Calcular a corrente de linha, sendo o fator de potência
0,85.

P = 3 .VL . I L . cosφ ⇒ 8.103 = 3 .380. I L .0,85 ⇒ I L = 14,3A rms



3) Um aquecedor trifásico é constituído de três resistências de 20Ω ligadas
em estrela. Calcular a corrente de linha e a potência ativa total, sendo a
tensão de linha 220Vrms.

VL 220
=
VF = = 127Vrms
3 3

VF 127
Assim: I =
L
I=
F
= = 6,35 A rms
Z 20

Portanto, P = 3 .V . I . cosφ = 3 .220.6,35.1 = 2,42kW


L L

219
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

4) Os enrolamentos de um motor têm resistência de 6Ω e reatância indutiva


de 8Ω. Sabendo-se que o motor é ligado em estrela e a tensão de linha é
220Vrms, calcular:

a) Correntes de linha e de fase:


Tem-se: Z = 6 + j8Ω

Assim: Z = 62 + 82 = 10Ω
VL 220
A tensão de fase vale: =
VF = = 127Vrms
3 3
VF 127
Portanto, I=
F
I=
L
= = 12,7A rms
Z 10
b) Potências ativa e aparente:
R 6
cosφ = = = 0,6
Z 10
P = 3 .VL . I L . cosφ = 3 .220.12,7.0,6 = 2,9kW

PAp = 3 .VL .I L = 3 .220.12,7 = 4,84 kVA


220
Capítulo 9 - Sistemas Trifásicos

5) Idem ao exercício anterior, porém considerando o motor ligado em triângulo.

a) Correntes de linha e de fase


VF = VL = 220Vrms
VF 220
IF = = = 22A rms
Z 10
I L = 3 . I F = 3 .22 = 38,1A rms

b) Potências ativa e aparente

P = 3 .VL . I L . cosφ = 3 .220.38,1.0,6 = 8,71kW



PAp = 3 .VL . I L = 3 .220.38,1 = 14,52kVA

Conclusão Importante

Na carga triângulo, a corrente de linha é três vezes maior que na carga


estrela, quando ligadas na mesma tensão. Como consequência, a potência
também é três vezes maior.

221
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

6) O circuito seguinte mostra o secundário de um transformador liga-


do em triângulo, com uma tensão de linha de 127Vrms. A carga é
constituída de um motor trifásico de 5kW com FP = 0,85 e três motores
monofásicos de 2kW e FP = 0,8, cada um ligado a uma fase. Determinar:

a) Potências ativa, aparente e reativa da instalação


Motor trifásico:
P = 5kW
P 5000
PAp = = = 5,882kVA
cosφ 0,85
cosφ = 0,85 ⇒ φ = 31,8°
PR = PAp.senφ = 5882.sen31,8° = 3,099kVAR
Motores monofásicos:
P = 2kW (de cada motor)
P 2000
PAp = = = 2,5kVA
cosφ 0,8

Como os motores são iguais, a potência aparente dos três motores mo-
nofásicos é:
= PAp 3=.2500 7,5kVA

cosφ = 0,8 ⇒ φ = 36,9°
A potência reativa dos três motores é:
PR = PAp.sen36,9° = 7500.0,6 = 4,5kVAR
A potência ativa total é:
PT = 5000 + 3.2000 = 11kW

222
Capítulo 9 - Sistemas Trifásicos

A potência reativa total é:


PRT = 3099 + 4500 = 7,599kVAR
A potência aparente total é:

PApT = PT2 + PRT


2 = 112 + 7,5992 = 13,37kVA

b) Corrente total de linha
13370
PApT = 3 .VL . I L ⇒ = 60,78 A rms
3 .127

c) Fator de potência da instalação


PT 11
PT = PApT . cosφ T ⇒ cosφ T = = = 0,823
PApt 13,37

Exercícios Propostos

Ligação Estrela

9.1 A tensão de linha de um sistema trifásico ligado em estrela é 220Vrms. Cada


fase tem 20 lâmpadas de 100W. Calcule cada corrente de fase.

Ligação Triângulo

9.2 Um aquecedor trifásico tem uma potência de 9kW quando ligado em triângulo.
Sabendo-se que a tensão de linha é 220Vrms, calcule a corrente de linha.

Potência em Sistemas Trifásicos

9.3 Um wattímetro ligado a uma carga trifásica constituída só de lâmpadas indica


13,2kW. A carga é equilibrada e ligada em triângulo com uma tensão de linha
de 220Vrms. Sabendo-se que cada lâmpada consome 0,5A, qual o número
total de lâmpadas?

223
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Anotações

224
Apêndice A
Respostas dos
Exercícios Propostos

Neste apêndice, constam apenas as respostas solicitadas nas formas de valores


numéricos e expressões matemáticas, visto que os gráficos e diagramas fasoriais
são representações correspondentes.

Capítulo 1 - Números Complexos

Representação dos Números Complexos


1.1 a) Z1 = 22,3 −26,5° e) Z5 = 5 0°
b) Z2 = 18 56,3° f)   Z6 = 15 180°
c) Z3 = 58 149° g) Z7 = 25 90°
d) Z 4 = 13,4 −116,5° h) Z8 = 9 −90°

1.2 a) Z1 = 43,3 + j25 e) Z5 = -j45


b) Z2 = -86,6 + j50 f)  Z6 = 220
c) Z3 = 8,66 - j5 g) Z7 = 2,52 + j2,52
d) Z4 = j25 h) Z8 = - 67

Operações com Números Complexos


1.3 a) Z1 + Z2 = 83,3 - j75 f)  Z3 - Z4 = 25 + j48,66
b) Z1 + Z4 = 20 - j140 g) Z23 = - 50 + j86,6
c) Z2 + Z4 = 23,3 - j15 h) Z1 ⋅ Z3 = 1066 - j153,6
d) Z1 - Z2 = -3,3 - j125 i) Z4 / Z1 = 0,275 - j0,31
e) Z2 - Z3 = 38,3 + j16,34 Z .( Z + Z3 )
j) 1 2 = 16,5 + j140,6
Z4
225
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

1.4 Mesmas respostas do Exercício Proposto 1.3.

Capítulo 2 - Sinais Senoidais

Análise Gráfica e Matemática dos Sinais Senoidais


2.1 a) Vp1 = 12V, Vpp1 = 24V, Vp2 = 16V, Vpp2 = 32V
b) T1 = T2 = 40ms, f1 = f2 = 25Hz, w1 = w2 = 157rd/s
c) θ1 = -45°, θ2 = 90°, Dθ = θ2 - θ1 = 135°
d) v1(t) = 12.sen(157t - p/4) (V), v2(t) = 16.sen(157t + p/2) (V)

2.2 a) T = 10ms, w = 628rd / s


b) v(t) = 10.sen(628t - p/3) (V)

2.4 v1 = 12 −45° = 8,48 − j8,48 V


v 2 = 16 90° = j16 V

2.5 b) v3 = 30 + j20 c) v3(t) = 36.sen(wt + 33,7°) (V)


f)  v4 = 30 - j20 g) v4(t) = 36.sen(wt - 33,7°) (V)

Circuitos Resistivos em CA
2.6 a) v = 12 90° V = 12. sen(ωt + 90°) ( V )
i = 2,4 90° mA = 2,4. sen(ω + 90°) ( mA )
c) v1 = 4,8 90° V = 4,8. sen(ωt + 90°) ( V )
v 2 = 7,2 90° V = 7,2. sen(ωt + 90°) ( V )
e) Pp = 28,8mW; P = 14,4mW
Pp1 = 11,52mW; P1 = 5,76mW
Pp2 = 17,28mW; P2 = 8,64mW

226
Apêndice A - Respostas dos Exercícios Propostos

2.7 a) v = 12 90° ( V ) = 12. sen(ωt + 90°)( V )


i = 10 90( mA ) = 10. sen(ωt + 90°)( mA )
c) i1 = 6 90°( mA ) = 6. sen(ωt + 90°)( mA )
i2 = 4 90°( mA ) = 4. sen(ωt + 90°)( mA )
e) Pp = 120mW P = 60mW
Pp1 = 72mW P1 = 36mW
Pp2 = 48mW P2 = 24mW

Valor Eficaz
2.8 a) Posição 1: P = 1210W Pp = 2420W
Posição 2: P = 605W Pp = 1210W
Posição 3: P = 402,6W Pp = 802W
b)
Posição 1: Irms = 11A Ip = 15,5A
Posição 2: Irms = 5,5A Ip = 7,75A
Posição 3: Irms = 3,66A Ip = 5,16A

Capítulo 3 - Dispositivos Eletromagnéticos

Força Eletromotriz Induzida


3.1 Observador olhando de cima, corrente no sentido horário.
3.2 Ponto B com potencial maior que o do ponto A.

Transformador
3.3 NS = 54,5 espiras
3.4 Para reduzir a perda de potência por efeito Joule devido às correntes
de Foucault e para melhorar o acoplamento magnético entre primário e
secundário, reduzindo a perda por dispersão de fluxo magnético.
3.5 Porque a corrente contínua gera um fluxo de indução magnética constante.
3.6 NP / NS = 4,6 e IP = 0,22A

227
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Capítulo 4 - Análise de Circuitos Indutivos

Indutor Ideal em Corrente Alternada


4.1 a) i( t ) = 0,4. sen5.102 t( A ), i = 0,4 0°( A )
b) V = 14,1Vrms, I = 0,28Arms
c) L = 100mH
4.2 a) v ( t ) = 25. sen(103 t + 135°)( V ), v = 25 135° ( V )
b) V = 17,7Vrms, I = 70,7mArms
c) L = 250mH
4.3 a) i( t ) = 4. sen(104 t − 180°)( mA ), i = 4 −180° ( mA )
b) V = 14,2Vrms, I = 2,83mArms
c) XL = 5000Ω

Circuito RL Série
4.4 a) Z L = 20 + j40 = 44,7 63,4°Ω
b)  L = 106mH
c) i( t ) = 447. sen(377.t + 26,6°)( mA ), i = 447 26,6°mA
d) VR = 8,95 26,6° V, VL = 17,88 116,6° V

4.5 a) i(t) = 0,1.sen(wt - 30°) (A), v(t) = 11,5.sen(wt - 0,5°) (V)

4.6 a) Z L = 30 + j30 = 42,4 45°Ω b) R = 30Ω

4.7 a) φ = 56°
b) FP = 0,56
c) P = 369W, PR = 558VAR, PAp = 671VA

4.8 a) PAp = 5500VA, P = 4125W, PR = 3637VAR


b) R = 6,6Ω, L = 15,4mH

228
Apêndice A - Respostas dos Exercícios Propostos

4.9 a) FP = 0,857 b) I = 26,5Arms


c) R = 7,1Ω
d) XL = 4,27Ω

Circuito RL Paralelo
4.10 a) Z L = 144,19 + j192 = 24015 , °Ω
, 531
b) i(t) = 0,416.sen(wt - 53,1°) (A)
iR(t) = 0,25.sen(wt) (A)
iL(t) = 0,333.sen(wt - 90°) (A)
c) L = 795mH
d) FP = 0,6, P=12,48W
4.11 a) i(t) = 141.sen(wt - 30°) (mA), iL(t) = 72.sen(wt - 90°) (mA)
b) Z L = 100 30°Ω, R = 116,3Ω, L = 520mH

4.12 a) v = 68 0°Vrms , R = 21,8Ω


b) PAp = 245VA, P = 212W, PR = 122,4VAR
c) FP = 0,86

Capítulo 5 - Análise de Circuitos Capacitivos

Capacitor
5.1 a) t = 1ms, T = 10ms
b) Para v(t) = 10V: Para v(t) = 0V:
−t −t

v C ( t ) = 10.(1 − e 10 −6 ) (V) v C ( t ) = 10. e 10 −6 (V)


−t −t

v R ( t ) = 10. e 10 −6 (V) v R ( t ) = −10. e 10 −6 (V)


−t −t

i( t ) = 10. e 10 −6 ( mA ) i( t ) = −10. e 10 −6 ( mA )

5.2 R ≥ 900K

229
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Capacitor em Corrente Alternada


5.3 f = 482Hz, f = 4,82Hz

5.4 i = 01
, 30°mA rms

5.5 f = 0,26Hz ; f = 26,5Hz

Circuito RC Série
5.6 R = 100Ω, C = 1,8mF
5.7 a) i = 28,3 + j45 = 53,2 57,8°mA rms
ZC = 100 − j159 = 188 −57,8°Ω

b) v R = 5,32 57,8°Vrms
v C = 8,45 −32,2°Vrms

5.8 a) v = 112,8 45° Vrms , ZC = 564 −45°Ω
b) v(t) = 159.sen(wt + 45°) (V),
vR(t) = 112,8.sen(wt + 90°) (V)
vC(t) = 112,8.sen wt (V)
5.9 C = 42,4mF
5.10 a) VC = 34,8V, VR = 104,3V
b) C=159µF
c) φ = 18,46°
5.11 a) VC = 55V, VR = 95,4V
b) ZC = 22 −30 (Ω) = 19 − j11
i = 5 +30A = 4,3 + j2,5 A
c) P = 476W, PR = 275VAR, PAp = 550VA

Circuito RC Paralelo
5.12 a) ZC = 510 - j500Ω
b) i = 18,8 + j67,4mA i(t) = 98,7.sen(wt + 74,4°) (mA)

230
Apêndice A - Respostas dos Exercícios Propostos

5.13 a) i R = 4 23°A

b) v = 40 23°V
c) ZC = 8 −37°Ω
d) φ ≅ - 37°
e) P = 160W, PR = 120VAR, PAp = 200VA
5.14 a) C = 26,5mF
b) i(t) = 3,1.sen(wt + 30°) (A)

Capítulo 6 - Aplicações dos Circuitos RL e RC

Filtros Passivos
6.1 L = 79,6mH
6.2 a) wc = 47000rd / s, fc = 7.484Hz
1
b) A V =
 ω 
1 + j 
 47.103 
1
c) A V =
2
 ω 
1+ 
 47.103 
d) v S = 4,47 −63,4° V
6.3 R = 16940Ω
6.5 R = 1570Ω

Integrador e Diferenciador
6.7 R = 1kΩ, C = 1,6mF, fc = 100Hz
6.8 R = 10kΩ, C = 1,6nF, fc = 10KHz

231
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Capítulo 7 - Circuitos RLC

Circuito RLC Série


7.1 a) capacitivo
b) R = 100Ω, C = 7,66mF, L = 459mH

7.2 a) Z = 300 − j168 = 343 −29°(Ω)


b) fo = 225Hz
c) i = 145 29°( mA rms )
7.3 99pF ≤ C ≤ 900pF

Circuito RLC Paralelo


7.4 a) i R = 5,5 0° A, i L = 2,75 −90°A,
i C = 5,5 90°A, i = 6,15 26,5°A
b) Z = 17,88 −26,5°Ω
c) FP = 0,89
7.5 a) fo = 503kHz
b) i = 1 0°mA

Correção do Fator de Potência


7.6 a) I = 45,45A
b) P = 5kW, PR = 8,66kVAR
c) C = 305µF
d) I = 26,73A
e) PAp = 5,88kVA, PR = 3,1kVAR
7.7 a) RV = 26,7Ω, IL = 2,91A, IR = 4,71A, IT = 5,53A
b) cosφ = 0,966 - sem necessidade de correção
c) cosφ = 0,532 - com correção para cos φ = 0,85 com C = 21,5µF

232
Apêndice A - Respostas dos Exercícios Propostos

7.8 a) P = 20kW b) P = 12kW c) P = 4kW


7.9 a) R = 9,6Ω b) XL = 7,2Ω c) Z = 12Ω

Capítulo 8 - Circuitos Mistos

Análise de Circuitos Mistos


8.1 a) Z = 22,36 −26,56°Ω
b) i1 = 2 + j1 = 2,24 26,5°A
i2 = 1 − j2 = 2,24 −63,5°A
i3 = 1 + j3 = 317
, 71,5°A
c) P = 100,5W
8.2 v = 299 − j199 = 358 −33,6°V
8.3 i1 = 6,67 − j3 = 7,31 −24,2°A
v = 82,4 − j37,6 = 90,5 −24,5°V
8.4 vx(t) = 31,5.sen(wt + 206,6°) (V)
8.5 v1 = 49,17 36°V
8.6 FP = 0,698, P = 525W, PR = 547VAR, PAp = 756VA
8.7 a) fo = 15923Hz
8.8 Indutivo

Capítulo 9 - Sistemas Trifásicos


9.1 IF = IL = 15,6A
9.2 IL = 23,5A
9.3 120 lâmpadas

233
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Anotações

234
Bibliografia

Bibliografia

BURIAN Jr., Y. Circuitos Elétricos. Rio de Janeiro: Almeida Neves.


FERRARA, A. A. P; MÁRIO, E.; CARDOSO, J. R. Eletricidade Básica. São
Paulo: Ciência e Tecnologia, 1980.
KUZNETSOV, M. Fundamental of Eletrical Engineering. Moscou: Peace
Publishers.
GUSSOW, M. Eletricidade Básica. São Paulo: Shaum McGraw-Hill,1985.
MARKUS, O. Circuitos Elétricos: Corrente Contínua e Corrente Alternada:
Teoria e Exercícios. São Paulo: Érica, 2005.

235
Análise de Circuitos em Corrente Alternada

Marcas Registradas

MicroCap 8 é marca registrada da Spectrum Software.


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236
Projetos de Fontes Chaveadas - Teoria e Prática
Autor: Luiz Fernando Pereira de Mello
Código: 3370 • 288 páginas • Formato: 17,5 x 24,5 cm • ISBN: 978-85-365-0337-0 • EAN: 9788536503370
Destinado a estudantes e profissionais da área, o livro aborda os fundamentos básicos para projetos de fontes chaveadas. Abrange
o funcionamento de cada conversor para a condição de estado estável, equações para dimensionamento e projeto dos converso-
res, criação de um modelo para a chave PWM, influências que perturbações externas podem causar no conversor, além de fornecer
soluções para melhorar a sua performance.
Explica conceitos de estabilidade de sistemas realimentados por meio de um projeto de circuito de controle passo a passo, utili-
zando o software MATLAB 7.0. Para verificar o funcionamento do conversor projetado, é usado o simulador eletrônico PSIM 9.0
para cada tipo de fonte projetada.
Esclarece o funcionamento dos transistores e diodos utilizados como chave e indica como projetar os componentes magnéticos
usados em fontes chaveadas.

Elementos de Lógica Programável com VHDL e DSP - Teoria e Prática


Autores: Cesar da Costa, Leonardo Mesquita e Eduardo Pinheiro
Código: 3127 • 296 páginas • Formato: 20,5 x 27,5 cm • ISBN: 978-85-365-0312-7 • EAN: 9788536503127
De forma didática a obra apresenta os conceitos básicos para saber projetar e configurar sistemas digitais simples e complexos
com processamento de sinais DSP (Digital Signal Processing), dispositivos lógicos programáveis (PLDs - Programmable Logic
Device), como FPGA (Field Programmable Gate Array), CPLD (Complex Programmable Logic Device) e lógica programável com
VHDL (VHSIC Hardware Description Language).
Aborda aspectos teóricos, tipos de dispositivos lógicos programáveis, arquiteturas, metodologias de projetos de circuitos digitais,
ferramentas de software EDA (Electronic Digital Automation), linguagens de descrição de hardware utilizadas em projetos com
lógica programável, circuitos sequenciais, contadores e registradores, simulação de circuitos e testes com os softwares Quartus II
v.9 e Quartus II v.10/ModelSim v.10, projetos de sistemas sequenciais, processamento digital de sinais e muito mais.
Em modelagens, testes e simulações dos projetos com DSP foram usados Matlab 7.9, Simulink 7.4, DSP Builder v.10, Quartus II
v.10 e o ModelSim v.10 na simulação do arquivo gerado em VHDL.
Para exemplificar a parte prática, foi utilizado o kit de desenvolvimento DE2 (Development and Education Board), que usa o
FPGA EP2C35F672C6 da família Cyclone II.

Eletrônica Digital - Teoria e Laboratório


Autores: Paulo Alves Garcia e José Sidnei Colombo Martini
Código: 109X • 184 páginas • Formato: 17 x 24 cm • ISBN: 978-85-365-0109-3 • EAN: 9788536501093
Este livro é um guia para o aprendizado da eletrônica digital básica no laboratório. É direcionado aos alunos e professores dos
cursos de Engenharia e Tecnologia Elétrica e de Computação, priorizando a sua interação com o laboratório, aliado ao embasa-
mento teórico necessário para a realização da parte experimental. Apresenta dez experiências com abordagem teórica, prática
e exercícios. Aborda famílias lógicas TTL e CMOS, circuitos combinacionais e aritméticos, multiplexadores e demultiplexadores,
flip-flops, registradores e contadores, circuitos sequenciais síncronos, memórias e suas aplicações, e finalmente conversores
digital/analógico e analógico/digital.

Eletricidade Aplicada em Corrente Contínua - Teoria e Exercícios


Autor: Eduardo Cruz
Código: 0840 • 264 páginas • Formato: 17 x 24 cm • ISBN: 978-85-365-0084-3 • EAN: 9788536500843
Esta é uma edição reestruturada do livro Eletricidade - Circuitos em Corrente Contínua e foi adaptada para atender ao
componente curricular de eletricidade nos cursos de Eletrônica, Eletrotécnica, Eletroeletrônica, Telecomunicações, Mecatrônica
e Automação Industrial.
Com linguagem didática, exercícios resolvidos e propostos e textos em inglês técnico, o livro relaciona conceitos teóricos e aplica-
ções práticas. Sempre que possível, utiliza especificações reais de diversos dispositivos, como resistor, potenciômetro, capacitor,
indutor e relé.
Aborda os princípios de eletrostática e de eletrodinâmica, resistência elétrica, potência e energia elétricas, Leis de Kirchhoff, asso-
ciação de resistores, análise de circuitos resistivos, teoremas da Superposição, de Thévenin e de Norton, análise de circuitos pelo
Método de Maxwell, especificações e aplicações do capacitor e do indutor.

Análise de Circuitos em Corrente Alternada


Autor: Eng. Rômulo Oliveira Albuquerque
Código: 143X • 240 páginas • Formato: 17 x 24 cm • ISBN: 978-85-365-0143-7 • EAN: 9788536501437
Leitura indispensável para estudantes de cursos técnicos e de engenharia das áreas de eletrônica, automação, mecatrônica e
eletrotécnica, esta publicação apresenta a análise e o projeto de circuitos em corrente alternada de forma simples e didática.
É uma edição revisada e atualizada do livro Circuitos em Corrente Alternada, oitava edição. Aborda números complexos, sinais
senoidais com análises gráfica e matemática, dispositivos eletromagnéticos, análise de circuitos indutivos e capacitivos (RL Série
e RL Paralelo), aplicações dos circuitos RL e RC, circuitos RLC Série e Paralelo, associação de impedâncias e análise de circuitos
mistos e sistemas monofásicos e trifásicos. Traz exemplos e exercícios práticos.

Eletrônica
Utilizando Eletrônica com AO, SCR, TRIAC, UJT,
PUT, CI 555, LDR, LED, FET e IGBT
Autores: Rômulo Oliveira Albuquerque e Antonio Carlos Seabra
Código: 2465 • 208 páginas • Formato: 17 x 24 cm • ISBN: 978-85-365-0246-5 • EAN: 9788536502465
Este livro é destinado a estudantes e profissionais das áreas de eletrônica, automação industrial, mecatrônica, eletroeletrônica
e aficionados da área. Descreve o amplificador operacional, dispositivo de larga aplicação em todos os campos da eletrônica,
apresenta o CI 555 e o componente UJT, os tiristores e suas aplicações, os principais dispositivos optoeletrônicos, além de dois
componentes importantes na eletrônica industrial de potência: o IGBT e o FET, e traz alguns exercícios resolvidos e propostos com
solução. É importante conhecer diodos, transistores e leis de circuito para acompanhar o estudo do livro.

Elementos de Eletrônica Digital


Autores: Francisco Gabriel Capuano e Ivan Valeije Idoeta
Código: 0193 • 544 páginas • Formato: 16 x 23 cm • ISBN: 978-85-7194-019-2 • EAN: 9788571940192
Esta atualização do livro Elementos de Eletrônica Digital objetiva principalmente atender às recentes inovações tecnológicas dessa
área. Conserva uma abordagem didática, simples e objetiva e a apresentação dos conceitos adequada à atual realidade de ensino.
Descreve sistemas de numeração, funções e portas lógicas, álgebra de Boole e simplificação de circuitos lógicos, circuitos combi-
nacionais, flip-flop, registradores e contadores, conversores, famílias de circuitos lógicos. Possui exercícios resolvidos e propostos
reformulados e suas respostas.

Eletrônica Aplicada
Autores: Eduardo Cesar Alves Cruz e Salomão Choueri Jr.
Código: 1505 • 304 páginas • Formato: 17 x 24 cm • ISBN: 978-85-365-0150-5 • EAN: 9788536501505
Aborda diversos dispositivos eletrônicos como diodos (retificador, LED, Zener e Schockley), transistores (bipolar, JFET, MOSFET e
UJT), tiristores (SCR, TRIAC, DIAC, SUS e SBS), termistores (NTC e PTC), optoeletrônicos (LDR, fototransistor e optoacoplador) e
circuitos integrados lineares (amplificador operacional, temporizador, regulador de tensão e amplificador de áudio).
Analisa e desenvolve projetos de fontes de alimentação, amplificadores, multivibradores, aplicações de amplificador operacional e
circuitos de acionamento, de controle de potência e de sensores.
Destinado a profissionais, estudantes e professores de cursos técnicos, tecnológicos e de engenharia da área industrial.

Projetos de Circuitos Digitais com FPGA


Autor: Cesar da Costa
Código: 2397 • 208 páginas • Formato: 17 x 24 cm • ISBN: 978-85-365-0239-7 • EAN: 9788536502397
Esta obra apresenta e discute os princípios e as técnicas de projeto de circuitos digitais com dispositivos de lógica programável
FPGA. Mostra o emprego de novas ferramentas computacionais no desenvolvimento de projetos por meio de exemplos e casos
práticos do dia a dia do projetista de circuitos digitais.
Abrange teoria básica da eletrônica digital, ambiente de software EDA, laboratório de circuitos digitais com FPGA e revisão de
controladores digitais. Traz procedimentos que ilustram a utilização de lógica programável em sistemas digitais com base em CLP
e aplicações práticas.
Destina-se a estudantes, professores, técnicos, autodidatas e profissionais da área.
Para acompanhamento da parte prática do livro são necessários os softwares Quartus II Web Edition, versão 9.0, do fabricante
Altera Co. (www.altera.com) e o kit de desenvolvimento FPT1 da empresa Leap Electronic Co. (www.leap.com.tw).

Eletrônica de Potência - Conversores de Energia CA/CC - Teoria, Prática e Simulação


Autores: Prof. Dr. Devair Aparecido Arrabaça e Prof. Dr. Salvador Pinillos Gimenez
Código: 3714 • 336 páginas • Formato: 17,5 x 24,5 cm • ISBN: 978-85-365-0371-4 • EAN: 9788536503714
Traz um estudo detalhado dos conceitos de eletrônica de potência, de forma qualitativa e quantitativa, quanto aos conversores de
energia CA/CC não controlados (diodos) e controlados (tiristores, SCRs). Destina-se a estudantes de escolas técnicas, de gradua-
ção em tecnologia e engenharia e de cursos de pós-graduação em eletrônica, eletrotécnica, energia, mecatrônica, automação e
controle, automação industrial e robótica.
Rico em exercícios resolvidos e propostos, laboratórios de simulação e procedimento experimental, aborda as principais classes de
conversores estáticos, transformador trifásico com enfoque em retificadores industriais (monofásico, trifásico e hexafásico), efeitos
da comutação simples, dispositivos semicondutores, circuito integrado (IC) usados em circuitos de disparo

Eletrônica
Máquinas Elétricas - Teoria e Ensaios - Edição Revisada
Autor: Geraldo Carvalho
Código: 126X • 264 páginas • Formato: 17 x 24 cm • ISBN: 978-85-365-0126-0 • EAN: 9788536501260
De forma simples e direta, esta obra apresenta a teoria de funcionamento, características, a execução de ensaios e análises em
máquinas elétricas, proporcionando aos estudantes, profissionais e aficionados de eletrotécnica, eletroeletrônica e eletrônica uma
fonte de informações práticas a respeito das máquinas mais empregadas na indústria atual, tais como transformadores, motores
e geradores.
Destaca de modo especial os motores de passo e servomotores, além de apresentar uma lista de exercícios de fixação e ensaios
para facilitar o aprendizado.
Nesta quarta edição, a apresentação de alguns temas e equações foi melhorada, com referência a normas, alguns comentários e
maior profundidade, conforme sugestões.

Energia Elétrica para Sistemas Automáticos da Produção


Autor: Alexandre Capelli
Código: 1543 • 320 páginas • Formato: 17 x 24 cm • ISBN: 978-85-365-0154-3 • EAN: 9788536501543
Atualmente, muitos são os desafios para obtenção de eficiência energética. Impactos ambientais, legislações mais rígidas, custos,
falta de investimentos em infraestrutura levam os profissionais da indústria de manufatura à busca constante de melhor aproveita-
mento da energia elétrica utilizada no parque fabril. A proposta desta publicação é ajudar a alcançar este objetivo.
Detalha o cenário energético brasileiro, sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, correção do fator de
potência, qualidade da energia elétrica, aterramento elétrico segundo a NBR 5410, interferência eletromagnética nos sistemas
automáticos de produção e eficiência energética. Por meio de casos reais em campo propõe soluções práticas para os problemas
mais comuns da energia elétrica na automação industrial.

Gerenciamento de Energia
Ações Administrativas e Técnicas de Uso Adequado da Energia Elétrica
Autores: Benjamim Ferreira de Barros, Reinaldo Borelli e Ricardo Luis Gedra
Código: 3110 • 176 páginas • Formato: 17 x 24 cm • ISBN: 978-85-365-0311-0 • EAN: 9788536503110
Apresenta a estudantes e profissionais os aspectos essenciais para gerenciar instalações elétricas de forma eficiente e com
baixo custo.
Aborda aspectos administrativos, como as faturas de energia elétrica em baixa e alta tensão. O conhecimento das regras do
mercado livre de energia elétrica possibilita analisar a conveniência de um consumidor migrar para esse ambiente de contratação.
Esclarece aspectos técnicos, dúvidas relacionadas com o fator de potência, a eficiência energética e a certificação ambiental de
edificações. Descreve ainda os conceitos gerais do setor elétrico e os principais números da matriz energética brasileira.

Distúrbios da Energia Elétrica


Autor: Edson Martinho
Código: 2311 • 144 páginas • Formato: 17 x 24 cm • ISBN: 978-85-365-0231-1 • EAN: 9788536502311
O objetivo do livro é fornecer uma visão dos diversos distúrbios que a energia elétrica pode produzir ou sofrer e dos impactos que
eles causam, bem como mostrar conceituação do fenômeno, equacionamento, efeitos, algumas soluções e formas de tratar cada
um dos assuntos com exemplos práticos e linguagem acessível. Traz também as principais considerações e órgãos que regula-
mentam as práticas e o monitoramento da qualidade de energia.
Conteúdo indispensável a estudantes, profissionais da área e todos que buscam conhecimentos atualizados sobre qualidade
de energia.

Cabine Primária - Subestações de Alta Tensão de Consumidor - Edição Revisada e Atualizada


Autores: Benjamim Ferreira de Barros e Ricardo Luis Gedra
Código: 2618 • 192 páginas • Formato: 17 x 24 cm • ISBN: 978-85-365-0261-8 • EAN: 9788536502618
Traz informações necessárias aos profissionais que atuam em projeto, construção, manutenção e operação de cabine primária.
Mostra as etapas de funcionamento do sistema elétrico do Brasil, as subestações de consumidores, o pedido de ligação de uma
subestação de consumidor, com detalhes da construção, testes, tarifação e cobrança da conta de energia de alta tensão, além dos
equipamentos utilizados nas subestações de alta tensão de consumidor.
Enfoca a proteção das instalações elétricas e aspectos de segurança, destacando os requisitos da NR-10. Aborda planejamento,
operação e manutenção de uma subestação.
A segunda edição inclui alterações decorrentes de atualizações de normas. Contempla a nova Resolução 414, de 09/09/10, da
ANEEL, em substituição à Resolução 456. A Resolução 505 da ANEEL foi substituída pelo Módulo 8 do Procedimento de Distri-
buição (PRODIST). Os dados do Balanço Energético Nacional também foram atualizados com as informações mais recentes do
documento emitido em 2010 com dados de 2009.

Eletrotécnica
Acionamentos Elétricos
Autor: Claiton Moro Franchi
Código: 1499 • 256 páginas • Formato: 17 x 24 cm • ISBN: 978-85-365-0149-9 • EAN: 9788536501499
Destinado a técnicos, tecnólogos e engenheiros que atuam nas áreas de automação, mecatrônica e eletrotécnica, além de profis-
sionais que desejam manter-se atualizados.
Aborda motores elétricos de indução monofásicos, trifásicos e síncronos, assim como conceitos relativos à potência e fator de
potência. Apresenta descrição dos dispositivos utilizados em chaves de partida e comando: contatores, fusíveis, disjuntores, relés
de sobrecarga, inversores de frequência e soft-starters.
Traz um conjunto de exercícios para fixação do conteúdo, dois apêndices com os principais diagramas elétricos utilizados na prática
e a descrição da simbologia adotada por normas nacionais e internacionais.

Inversores de Frequência - Teoria e Aplicações


Autor: Claiton Moro Franchi
Código: 2106 • 192 páginas • Formato: 17 x 24 cm • ISBN: 978-85-365-0210-6 • EAN: 9788536502106
Técnicos, tecnólogos e engenheiros que atuam nas áreas de automação, mecatrônica e eletrotécnica, além de profissionais que
desejam manter-se atualizados, podem beneficiar-se deste livro.
Com uma linguagem clara e objetiva abrange os conceitos básicos dos inversores de frequência, seus princípios de funcionamento,
controles escalar e vetorial, características de instalação, aplicações e uma descrição detalhada dos seus parâmetros.
Exercícios são propostos ao final de cada capítulo para facilitar a compreensão e a fixação dos assuntos abordados. Fornece um
apêndice que mostra os transdutores de velocidade, fundamentais para o controle de velocidade com inversores de frequência.

Instalações Elétricas - Princípios e Aplicações


Autor: Norberto Nery
Código: 3028 • 368 páginas • Formato: 17,5 x 24,5 cm • ISBN: 978-85-365-0302-8 • EAN: 9788536503028
Princípios e aplicações das instalações elétricas são fornecidos neste livro prático, cuja linguagem é clara e objetiva. Destinado a
estudantes e a profissionais da área que desejam aperfeiçoar conhecimentos.
Apresenta os aspectos essenciais das instalações e do fornecimento de energia elétrica, os critérios e o dimensionamento dos equi-
pamentos de uma instalação predial, introdução à luminotécnica, instalação de motores elétricos de indução, sistema de proteção
contra descargas atmosféricas em estruturas, além de orientações gerais sobre fornecimento de energia elétrica em média tensão,
sua forma de tarifação e detalhes sobre cabeamento estruturado.

Instalações Elétricas - Fundamentos, Prática e Projetos em Instalações Residenciais e Comerciais


Autores: Eduardo Cesar Alves Cruz e Larry Aparecido Aniceto
Código: 3318 • 432 páginas • Formato: 20,5 x 27,5 cm • ISBN: 978-85-365-0331-8 • EAN: 9788536503318
Ricamente ilustrado, com linguagem objetiva e explicações passo a passo, este livro aborda conceitos de eletricidade, geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica, normas e resoluções sobre instalações elétricas, segurança em eletricidade, sim-
bologia, circuitos terminais básicos e especiais, instalação de rede de eletrodutos, de condutores, dispositivos e equipamentos,
quadros de distribuição, luminotécnica, previsão de carga, demanda e dimensionamento do padrão de entrada e de condutores,
dispositivos de eletrodutos, sistemas de aterramento e de proteção contra descargas elétricas atmosféricas e muito mais.

Iluminação - Teoria e Projeto


Autor: Délio Pereira Guerrini
Código: 1802 • 136 páginas • Formato: 17 x 24 cm • ISBN: 978-85-365-0180-2 • EAN: 9788536501802
Voltada aos profissionais das áreas de engenharia e arquitetura e aos alunos de cursos técnicos e superiores, esta publicação
destaca os temas essenciais da iluminação com uma linguagem simples e objetiva.
Conceitua luz e espectro eletromagnético, visão e iluminação. Traz uma abordagem da cor, incluindo sua temperatura e o índice
de reprodução e define a física da luz. Apresenta as fontes artificiais da luz com as últimas inovações, como LEDs e indução
magnética, além de diagramas fotométricos.
A iluminação pública garante a segurança do tráfego e do pedestre, já a iluminação por projetores destina-se a edifícios, monumen-
tos, obras de arte, campos desportivos, entre outros locais, sendo ambas estudadas no livro. Trata inclusive da iluminação a partir
de lâmpadas de quartzo halógenas e fornece exemplos para aprimorar o aprendizado.

Eletrotécnica

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