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DIA 1 / 1

ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES


 Orgânico Estrutura do estado
Limitativos Direitos fundamentais – limitam atuação
estatal
Constituição Federal: art. 1-4
LINDB Sócioideológico Equilíbrio entre ideias liberais e sociais ao
Código Processo Civil: art. 1° - 25 longo da CF.
Código Penal: art. 1° - 19 De estabilização Asseguram solução de conflitos
Código Processo Penal: art. 1° - 68 institucionais e protegem a integridade
da Constituição e do Estado

Formais de Interpretação e aplicação da Constituição
aplicabilidade
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Tabelas feitas com base nas aulas do professor Marcello Novelino e Livro do Pe- CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
dro Lenza.
CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO Constituição material: possui apenas
conteúdo constitucional.
Lassalle
QUANTO AO
Soma dos fatores reais de poder. Constituição formal: além de possuir
CONTEÚDO
“Mera folha de papel” matéria constitucional, possui outros
Sociológica Para Lassale, coexistem em um Estado duas assuntos. Não importa o seu conteú-
Constituições: uma real, efetiva, do, mas a forma por meio da qual foi
correspondente à soma dos fatores reais de aprovada.
poder que regem este país; e outra, escrita, Constituição escrita: é um documen-
que consistiria apenas numa “folha de papel”. to formal, solene.
Schimtt OBS: Todas as Constituições brasilei-
Decisão política fundamental. QUANTO À FORMA ras foram escritas.
Diferenciava Constituição de lei
constitucional. Constituição não-escrita (costumei-
ra, consuetudinária ou histórica):
Política Constituição: decisão política fundamental.
fruto dos costumes da sociedade.
Lei constitucional: pode ou não representar
a Constituição, não dizendo respeito à Constituição dogmática: fruto de
decisão política fundamental. um trabalho legislativo específico. Re-
A Constituição seria fruto da vontade do QUANTO AO MODO flete os dogmas de um momento es-
povo, titular do poder constituinte ; por isso DE ELABORAÇÃO pecífico da história.
mesmo é que essa teoria é considerada OBS: Todas as Constituições brasilei-
DECISIONISTA ou VOLUNTARISTA. ras foram dogmáticas.
Kelsen Constituição histórica: fruto de uma
Norma hipotética fundamental. lenta evolução histórica.
Sentido lógico-jurídico: fundamento
Jurídica transcendental de sua validade. Norma Constituição promulgada (demo-
hipotética fundamental. crática ou popular): feita pelos re-
Sentido jurídico-positivo: serve de presentantes do povo. Brasil: CF-
fundamento para as demais normas. A 1891, CF-1934, CF-1946 e CF-1988.
Constituição é o pressuposto de validade Constituição outorgada (ou carta
de todas as leis constitucional): impostas ao povo
Michele Ainis pelo governante. Brasil: CF-1824
Culturalista Fato cultural, tomando por base os direitos (Dom Pedro I), CF-1937 (Getúlio Var-
QUANTO À ORIGEM
fundamentais pertinentes à cultura gas), CF-1967 (regime militar).
Peter Haberle Constituição cesarista (plebiscitária
Aberta Pode ser interpretada por qualquer do povo, ou bonapartista): feita pelo gover-
não só pelos juristas nante e submetida a apreciação do
Pluralista Gustavo Zagrebelsky povo mediante referendo.
Princípios universais
Constituição pactuada (contratual
Konrad Hesse ou dualista): fruto do acordo entre
Resposta à concepção sociológica de Lassale. duas forças políticas de um país.
A constituição escrita, por ter um elemento Ex: Constituição Francesa de 1791.
Força Normativa normativo, pode ordenar e conformar a
Da Constituição realidade política e social, ou seja, é o Constituição sintética (breve, sumá-
resultado da realidade, mas também interage ria, sucinta, resumida, concisa): tra-
com esta, modificando-a, estando aí situada ta apenas dos temas principais. Ex:
a força normativa da Constituição. Constituição dos EUA.
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QUANTO À EXTENSÃO Constituição analítica (longa, volu- nominal. É Constituição sem valor ju-
mosa, inchada, ampla, extensa, rídico cujas normas, na maior parte,
prolixa, desenvolvida, larga): entra são ineficazes.
em detalhes de certas instituições. Ex:
Constituição normativa: são aquelas,
CF-1988.
que possuem valor jurídico, cujas nor-
Constituição ortodoxa (ou monis- mas dominam o processo político, lo-
ta): fixa uma única ideologia estatal. grando submetê-lo à observação e
Ex: Constituição chinesa, Constituição adaptação de seus termos; é aquela,
QUANTO À IDEOLOGIA da ex-URSS. na qual, há uma adequação entre o
texto e a realidade social, o seu texto
Constituição eclética (ou compro-
traduz os anseios de justiça dos cida-
missória): permite a combinação de
dãos, sendo condutor dos processos
ideologias diversas.
de poder.
Constituição garantia (negativa ou ATENÇÃO: Pedro Lenza afirma que a
abstencionista): limita-se a fixar os Constituição brasileira está caminhan-
direitos e garantias fundamentais. É do da Constituição nominal para a
uma carta declaratória de direitos. normativa. Contudo, a posição majo-
ritária é de que a constituição bra-
Constituição dirigente (ou progra-
QUANTO À FUNÇÃO sileira é normativa.
mática): além de prever os direitos e
J.J.CANOTILHO
garantias fundamentais, fixa metas Constituição heterônoma (ou hete-
estatais. Ex: art. 196, CF; art. 205, CF; roconstituição): feita em um país
art. 7º, CF; art. 4º, parágrafo único, CF. QUANTO À ORIGEM para vigorar em outro país.
DE SUA DECRETAÇÃO
Constituição unitária (codificada, Constituição autônoma (homo-
JORGE MIRANDA
reduzida ou orgânica): formada por constituição ou autoconstituição):
um único documento. feita em um país para nele vigorar. É
a regra geral.
Constituição variada (legal, inorgâ-
Ex: Constituição brasileira.
nica ou esparsa): formada por mais
de um documento. Constituição expansiva: além de
Art. 5º, § 3º, CF: Os tratados e conven- ampliar temas já tratados, trata de
QUANTO À
ções internacionais sobre direitos hu- novos temas.
SISTEMATIZAÇÃO
manos que forem aprovados, em Ex: CF-1988.
cada Casa do Congresso Nacional, em CLASSIFICAÇÃO DE
Constituição plástica: permite sua
2 turnos, por 3/5 dos votos dos res- RAUL MACHADO
ampliação por meio de leis infracons-
pectivos membros, serão equivalentes HORTA
titucionais (segundo a lei, nos termos
às emendas constitucionais.
da lei, etc.).
ATENÇÃO: A CF/88 nasce como uma
Ex: CF-1988.
Constituição unitária, mas vem pas-
sando por um processo de descodifi- Constituição-lei: a constituição é tra-
cação. tada como uma lei qualquer. Dá am-
pla liberdade ao legislador ordinário.
Constituição principiológica: possui
mais princípios do que regras. Constituição-fundamento (consti-
Paulo Bonavides entende que é o tuição total ou ubiquidade consti-
QUANTO AO SISTEMA caso da CF/1988. tucional): a constituição tenta disci-
plinar detalhes da vida social. Dá uma
Constituição preceitual: possui mais QUANTO À ATIVIDADE
pequena liberdade ao legislador ordi-
regras do que princípios. LEGISLATIVA
nário.
Constituição semântica: é a Consti-
Constituição-moldura (Canotilho:
tuição cujas normas foram elaboradas
Constituição-quadro): como a mol-
para a legitimação de práticas autori-
dura de um quadro, a constituição
tárias de poder; geralmente decorrem
fixa os limites de atuação do legisla-
QUANTO À ESSÊNCIA da usurpação do Poder Constituinte
(CRITÉRIO ONTOLÓGICO) dor ordinário.
do povo. Ex: CF-1937, CF-1967.
KARL É a constituição cujo simbolismo é
LOEWENSTEIN Constituição nominal (ou nomina-
maior que seus efeitos práticos.
http://www.ambito-juridico.com.br/site/ lista): quando não há uma concor-
index.php? Para Marcelo Neves, a CF/88 é sim-
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id= dância, absoluta, entre as normas
bólica por ter um elevado número de
7593
constitucionais e as exigências do
normas programáticas e dispositivos
processo político, estas não se adap-
de alto grau de abstração.
tando àquelas, isto é, se a dinâmica
Marcelo Neves afirma que a constitu-
do processo político não se adaptar
cionalização simbólica tem como ob-
às normas da Constituição, esta será
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jetivos confirmar determinados va- controle de constitucionalidade.


CONSTITUIÇÃO lores sociais, desejando-se apenas
Constituição transitoriamente flexí-
SIMBÓLICA uma vitória legislativa e fortalecer a
vel: é a Constituição flexível por al-
confiança do cidadão no governo ou
gum período, findo o qual se torna
no Estado, por meio da legislação
uma Constituição rígida.
álibi, por meio da qual se esvaziam
pressões políticas e apresentam o Es- Constituição semirrígida (ou semi-
tado como sensível a expectativas dos flexível): parte dela é rígida e parte é
cidadãos, porém sem efetividade. Por flexível.
fim, teria como terceiro objetivo adiar
Constituição fixa (ou silenciosa): é
a solução de conflitos sociais, por
aquela que nada prevê sobre sua
meio de compromissos dilatórios,
mudança formal, sendo alterável so-
postergando-se a verdadeira decisão
mente pelo próprio poder originário.
para o futuro.
Constituição super-rígida: é a Cons-
Constituição liberal: possui apenas
tituição rígida que possui um núcleo
direitos individuais ou de 1 a dimensão
imutável.
(ex: vida, liberdade, propriedade). O
Estado tem o dever principal de não Idealizada pelo jurista italiano Gusta-
QUANTO AO fazer. CONSTITUIÇÃO vo Zagrebelsky (constituzione mite).
CONTEÚDO Ex: CF-1824, CF-1891. DÚCTIL É aquela que não define ou impõe
IDEOLÓGICO (CONSTITUIÇÃO uma forma de vida, mas assegura
Constituição social: além de direitos
ANDRÉ RAMOS SUAVE) condições possíveis para o exercí-
individuais, prevê direitos sociais ou
TAVARES cio dos mais variados projetos de
de 2a dimensão (ex: saúde, educação,
vida. Reflete o pluralismo ideológico,
moradia, alimentação). O Estado tem
moral, político e econômico existente
o dever principal de fazer.
na sociedade.
Ex: CF-1934, CF-1946, CF-1967, CF-
1988. CONSTITUIÇÃO Rechaça a ideia de existência de um
UNITEXTUAL OU bloco de constitucionalidade, visto
Constituição provisória (ou pré-
ORGÂNICA que a Constituição seria disposta em
constituição): possui duração reduzi-
uma estrutura documental única.
da, até que seja elaborada a constitui-
SEGUNDO ção definitiva. Constituição subconstitucional admi-
JORGE MIRANDA te a constitucionalização de temas
Constituição definitiva: possui prazo
excessivos e o alçamento de deta-
indeterminado de duração.
lhes e interesses momentâneos ao
Ex: CF-1988.
patamar constitucional.
CONSTITUIÇÃO Periodicamente elabora-se uma cons- Para Uadi Lammêgo Bulos, citando
BALANÇO OU tituição, fazendo uma análise do CONSTITUIÇÃO Hild Krüger, as constituições só de-
REGISTRO avanço social ocorrido nos anos ante- SUBCONSTITUCIONAL vem trazer aquilo que interessa à
riores. sociedade como um todo, sem de-
talhamentos inúteis. Esse excesso
CONSTITUIÇÃO EM Não prevê regras e limites para o
de temas forma as constituições
BRANCO exercício do poder constituinte deri-
substitucionais, que são normas que,
vado reformador.
mesmo elevadas formalmente ao
Constituição imutável (permanen- patamar constitucional, não o são,
te, granítica ou intocável): não pode porque encontram-se limitadas nos
ser alterada, pretendendo-se eterna e seus objetivos.
fundando-se na crença de que não
É um "instrumento de governo defi-
haveria órgão competente para pro-
nidor de competências, regulador
ceder à sua reforma. Pode estar rela-
CONSTITUIÇÃO de processos e estabelecedor de li-
cionada a fundamentos religiosos.
PROCESSUAL, mites à acção política" (Canotilho).
QUANTO À RIGIDEZ Ex: a CF-1824 foi imutável nos primei-
INSTRUMENTAL OU Seu objetivo é definir competên-
OU ESTABILIDADE ros 4 anos (limitação temporal).
FORMAL cias, para limitar a ação dos Pode-
Constituição rígida: possui um pro- res Públicos, além de representar
cesso de alteração mais rigoroso que apenas um instrumento pelo qual se
o destinado às outras leis. eliminam conflitos sociais.
Ex: CF-1988.
CONSTITUIÇÃO CHA- O intuito principal da Constituição é
Constituição flexível: possui o mes- PA BRANCA tutelar interesses e até mesmo pri-
mo processo de alteração que o des- vilégios tradicionalmente reconhe-
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bits-
tinado às outras leis. Os países de tream/handle/10438/10959/ cidos aos integrantes e dirigentes
constituição flexível não possuem o Resiliencia_constitucional.pdf? do setor público.
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A Constituição é fundamentalmente que se torna protagonista da Cons-


um conjunto normativo “destinado tituição de 1988, em razão da ampli-
a assegurar posições de poder a ação e da intensificação do controle
corporações e organismos estatais de constitucionalidade e da incum-
ou paraestatais. É a visão da Consti- bência de implementar o projeto
tuição “chapa-branca”, no sentido de constitucional mediante aplicação de
uma “Lei Maior da organização admi- métodos “abertos” de interpretação.
nistrativa”. Apesar da retórica relacio-
nada aos direitos fundamentais e das
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
normas liberais e sociais, o núcleo
duro do texto preserva interesses Jurídico/ Ernerst Fosthoff
corporativos do setor público e es- Hermenêutico Identidade entre Constituição e Leis.
tabelece formas de distribuição e Clássico Utiliza critérios de Savigny
de apropriação dos recursos públi- Tópico Theodor Viehweg
cos entre vários grupos.
problemático Problema-norma.
Leitura socialmente pessimista da
Estudo da norma através de um problema
Constituição que insiste na continui-
dade da visão estatalista-patrimoni- Hesse
alista da Constituição e na centrali- Hermenêutico Norma-problema.
dade do Poder Executivo em detri- Concretizador Parte-se de pré-compreensões para se
mento tanto da promessa demo- chegar ao sentido da norma.
crática como da tutela judicial dos Interpretação concretizadora.
direitos individuais. Constituição tem força para compreender e
alterar a realidade.
CONSTITUIÇÃO Onipresença das normas e valores
UBÍQUA constitucionais no ordenamento ju- Frederic Muller
rídico. Normativo Parte-se do direito positivo para se chegar à
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bits-
tream/handle/10438/10959/
Parte-se da constatação de que os Estruturante norma.
Resiliencia_constitucional.pdf? conflitos forenses e a doutrina jurídica Colhe elementos da realidade social para
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foram impregnados pelo direito cons- se chegar à norma
titucional. A referência a normas e va- Ruldof Smend
lores constitucionais é um elemento
Não utiliza-se apenas valores consagrados na
onipresente no direito brasileiro pós- Científico Constituição, mas também valores extra-
1988. Essa “panconstitucionalização” Espiritual constitucionais, como a realidade social e
deve-se ao caráter detalhista da
cultura do povo.
Constituição, que incorporou uma in- Interpretação sistêmica.
finidade de valores substanciais, prin-
cípios abstratos e normas concretas Concretista da Peter Haberle
em seu programa normativo. Constituição Interpretação por todo o povo, não apenas
Aberta pelos juristas
CONSTITUIÇÃO Objetiva preponderantemente ga-
LIBERAL-PATRIMONIALISTA rantir os direitos individuais, preser- Comparação Peter Haberle
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bits- vando fortes garantias ao direito de Comparar com as diversas Constituições.
tream/handle/10438/10959/
Resiliencia_constitucional.pdf?
propriedade e procurando limitar a
sequence=3&isAllowed=y intervenção estatal na economia. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
CONSTITUIÇÃO Leitura da Constituição de 1988 com Toda interpretação constitucional se
PRINCIPIOLÓGICA E base nas seguintes características: assenta no pressuposto da
JUDICIALISTA 1) importância crucial dos direitos superioridade jurídica da Constituição
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bits-
tream/handle/10438/10959/
fundamentais, incluindo os sociais, sobre os demais atos normativos no
Resiliencia_constitucional.pdf?
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sendo a Constituição de 1988 um tex- âmbito do Estado. Assim, em razão da
to denso exigente, limitando a liber- Princípio da supremacia constitucional, nenhum
dade do legislador e impondo sua Supremacia da ato jurídico ou manifestação de
implementação; Constituição vontade pode subsistir validamente se
2) centralidade dos princípios cons- for incompatível com a Lei
titucionais que se multiplicam e ad- Fundamental.
quirem relevância prática e aplicabili- Em razão da superlegalidade formal
dade imediata, desde que sejam ado- (Constituição como fonte primária da
tados métodos de interpretação aber- produção normativa, identificando
tos, evolutivos e desvinculados da competências e procedimentos para a
textualidade das regras, em particular elaboração dos atos normativos
a ponderação de princípios e/ou va- inferiores) e material da Constituição
lores; (subordina o conteúdo de toda a
3) importância do Poder Judiciário atividade normativa estatal à
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conformidade com os princípios e valores afins; precede e condiciona a


regras da Constituição), surge o controle positivação jurídica, inclusive de âmbito
de constitucionalidade (judicial review), constitucional; e, ainda, enquanto
que nada mais é do que uma técnica de princípio geral do direito, serve de regra
atuação da supremacia da Constituição. de interpretação para todo o
ordenamento jurídico.
a) Não sendo evidente a
Princípio da Tal princípio exige a tomada de decisões
inconstitucionalidade, havendo dúvida
proporcionalidade racionais, não abusivas, e que respeitem
ou a possibilidade de razoavelmente
ou razoabilidade os núcleos essenciais de todos os
se considerar a norma como válida,
direitos fundamentais. Como parâmetro,
Princípio da deve o órgão competente abster-se da
é possível destacar a necessidade de
presunção de declaração de inconstitucionalidade.
preenchimento de 3 importantes
constitucionalidade b) Havendo alguma interpretação
elementos:
das leis e dos atos possível que permita afirmar-se a
a) Necessidade/exigibilidade: a
do Poder Público compatibilidade da norma com a
adoção da medida que possa restringir
Constituição, em meio a outras que
direitos só se legitima se indispensável
carreavam para ela um juízo de
para o caso concreto e não se puder
invalidade, deve o intérprete optar
substituí-la por outra menos gravosa.
pela interpretação legitimadora,
b)Adequação/pertinência/idoneidade:
mantendo o preceito em vigor.
o meio escolhido deve atingir o objetivo
O princípio da presunção de
perquirido.
constitucionalidade das leis e dos atos
c) Proporcionalidade em sentido
do Poder Público (presunção juris
estrito: sendo a medida necessária e
tantum) é uma decorrência do princípio
adequada, deve-se investigar se o ato
geral da separação dos Poderes e
praticado, em termos de realização do
funciona como fator de autolimitação da
objetivo pretendido, supera a restrição a
atividade do Judiciário que, em
outros valores constitucionalizados.
reverência à atuação dos demais
Podemos falar em máxima efetividade e
Poderes, somente deve invalidar os atos
mínima restrição.
diante de casos de inconstitucionalidade
flagrante e incontestável. Também chamado de princípio da
Princípio da máxima eficiência ou da interpretação efetiva.
Diante de normas plurissignificativas ou
efetividade Deve ser entendido no sentido de a
Princípio da polissêmicas (que possuem mais de uma
norma constitucional ter a mais ampla
interpretação interpretação), deve-se preferir a
efetividade social.
conforme a exegese que mais se aproxime da
Constituição Constituição (ainda que não seja a que Os aplicadores da Constituição, entre as
mais obviamente decorra de seu texto) interpretações possíveis, devem adotar
e, portanto, que não seja contrária ao aquela que garanta maior eficácia,
texto constitucional. Princípio da força aplicabilidade e permanência das
normativa normas constitucionais, conferindo-
A Constituição deve ser sempre
lhes sentido prático e concretizador, em
interpretada em sua globalidade, como
clara relação com o princípio da máxima
Princípio da unidade um todo, e, assim, as aparentes
efetividade ou eficiência.
da Constituição antinomias deverão ser afastadas.
As normas deverão ser vistas como O STF, ao concretizar a norma
preceitos integrados (interpretação constitucional, será responsável por
sistêmica) em um sistema unitário de estabelecer a força normativa da
regras e princípios. Princípio da justeza Constituição, não podendo alterar a
ou da conformidade repartição de funções
Na resolução dos problemas jurídico-
(exatidão ou constitucionalmente estabelecidas
constitucionais deve dar-se primazia aos
correção) funcional pelo constituinte originário, como é o
Princípio do efeito critérios ou pontos de vista que
caso da separação de poderes, no
integrador ou da favoreçam a integração política e
sentido de preservação do Estado de
eficácia integradora social e o reforço da unidade política,
Direito.
ou seja, as normas constitucionais
O seu intérprete final não pode chegar
devem ser interpretadas com o objetivo
a um resultado que subverta ou
de integrar política e socialmente o
perturbe o esquema organizatório-
povo de um Estado Nacional
funcional constitucionalmente
Consubstancia uma pauta de natureza estabelecido.
axiológica que emana diretamente das
Partindo da ideia de unidade da
ideias de justiça, equidade, bom senso,
Constituição, os bens jurídicos
prudência, moderação, justa medida,
Princípio da constitucionalizados deverão coexistir
proibição de excesso, direito justo e
concordância de forma harmônica na hipótese de
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prática ou eventual conflito ou concorrência NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO


harmonização entre eles, buscando, assim, evitar o
O preâmbulo situa-se no DOMÍNIO DA
sacrifício (total) de um princípio em
POLÍTICA, sem relevância jurídica (STF).
relação a outro em choque. O
ATENÇÃO: apesar de o preâmbulo não
fundamento da ideia de concordância
TESE DA possuir força normativa, ele traz as
decorre da inexistência de hierarquia
IRRELEVÂNCIA intenções, o sentido, a origem, as
entre os princípios.
JURÍDICA justificativas, os objetivos, os valores e os
ideais de uma Constituição, servindo de
PREÂMBULO vetor interpretativo. Trata-se, assim, de
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia um referencial interpretativo-valorativo
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, da Constituição.
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e indivi-
duais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvi- O preâmbulo tem a mesma eficácia
mento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma TESE DA PLENA jurídica das normas constitucionais,
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na EFICÁCIA sendo, porém, apresentado de forma não
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacio- articulada.
nal, com a solução pacífica das controvérsias , promulgamos, TESE DA Ponto intermediário entre as duas, já que,
sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLI- RELEVÂNCIA muito embora participe "das características
CA FEDERATIVA DO BRASIL. JURÍDICA jurídicas da Constituição'', não deve ser
INDIRETA confundido com o articulado
• O preâmbulo da CR/88 NÃO PODE, por si só, servir
de parâmetro de controle da constitucionalidade de uma TÍTULO I
norma. Dos Princípios Fundamentais
• O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os funda-
PRINCÍPIOS REGRAS
mentos filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, des-
sa forma, norteia a interpretação do texto constitucional. Normas mais amplas, abstratas, Normas mais específicas,
• Em termos estritamente formais, o Preâmbulo consti- genéricas. delimitadas, determinadas.
tui-se em uma espécie de introdução ao texto constitucional,
Alexy: princípios são Alexy: são MANDADOS DE
um resumo dos direitos que permearão a textualização a se-
MANDAMENTOS DE DEFINIÇÃO.
guir, apresentando o processo que resultou na elaboração da
OTIMIZAÇÃO, que devem ser Devem ser cumpridas
Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação.
cumpridos na maior intensidade integralmente (all or
• O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/
possível. nothing).
88 constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior e
Dworkin: princípios são
garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos
mandamentos normativos
listados em seguida e até então não dotados de força normati-
aplicados na DIMENSÃO DE
va constitucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o
PESO ou DE IMPORTÂNCIA.
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segu-
rança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça. Em caso de colisão, resolve-se Em caso de colisão, resolve-se
• Nos moldes jurídicos adotados pela CF/88, o preâm- pela PONDERAÇÃO. pela DIMENSÃO DE
bulo se configura como um elemento que serve de manifesto à VALIDADE.
continuidade de todo o ordenamento jurídico ao conectar
Ex: dignidade da pessoa Ex: eleição para Presidente da
os valores do passado - a situação de início que motivou a co-
humana. República.
locação em marcha do processo legislativo - com o futuro - a
exposição dos fins a alcançar -, descrição da situação que se as-
pira a chegar. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união in-
• A invocação à proteção de Deus NÃO TEM força dissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
normativa. constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
• O preâmbulo constitucional situa-se no domínio da FUNDAMENTOS (SO-CI-DI-VA-PLU):
política e reflete a posição ideológica do constituinte . Logo, I - a SOberania;
não contém relevância jurídica, não tem força normativa, II - a CIdadania
sendo mero vetor interpretativo das normas constitucionais, III - a DIgnidade da pessoa humana;
não servindo como parâmetro para o controle de constituciona- IV - os VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
lidade (STF). V - o PLUralismo político.
• Não tem força normativa, embora provenha do Parágrafo único. TODO O PODER EMANA DO POVO, que o exer-
mesmo poder constituinte originário que elaborou toda a ce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
constituição; desta Constituição.
• É destituído de qualquer cogência (MS 24.645
MC/DF); PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES – art. 1°, CF
• NÃO INTEGRA o bloco de constitucionalidade;
PRINCÍPIO REPUBLICANO “A República”
• Não cria direitos nem estabelece deveres;
• Seus princípios não prevalecem diante do texto PRINCÍPIO FEDERATIVO “Federativa do Brasil, formada
expresso da constituição; pela união indissolúvel dos Es-
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DIA 1 / 7

tados e Municípios e do Distri- estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da


to Federal” data da publicação e do último dia do prazo, entrando em
vigor no dia subsequente à sua consumação integral.
PRINCÍPIO DO ESTADO “constitui-se em Estado Demo-
§ 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utili-
DEMOCRÁTICO DE DIREITO crático de Direito”
zar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número
de) dias de sua publicação oficial’
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en-
tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vi-
gor até que outra a modifique ou revogue [PRINCÍPIO DA
Art. 3º Constituem OBJETIVOS fundamentais da República Fede-
CONTINUIDADE OU PERMANÊNCIA]
rativa do Brasil (regra do verbo):
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente
I - CONSTRUIR uma sociedade livre, justa e solidária;
o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule
II - GARANTIR o desenvolvimento nacional;
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
III - ERRADICAR a pobreza e a marginalização e REDUZIR as
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais
desigualdades sociais e regionais;
a par das já existentes, NÃO REVOGA NEM MODIFICA a lei an-
IV - PROMOVER o bem de todos, sem preconceitos de origem,
terior.
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discrimi-
nação.
REVOGAÇÃO TOTAL Ab-rogação
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações REVOGAÇÃO PARCIAL Derrogação
internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
§ 3o Salvo disposição em contrário , a lei revogada NÃO SE
II - prevalência dos direitos humanos;
RESTAURA por ter a lei revogadora perdido a vigência. (RE-
III - autodeterminação dos povos;
PRISTINAÇÃO)
IV - não-inter venção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz; Repristinação Efeito Repristinatório/
VII - solução pacífica dos conflitos; Repristinação Oblíqua ou
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; Indireta
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani- É um fenômeno legislativo no É a reentrada em vigor de nor-
dade; qual há a entrada novamente ma aparentemente revogada,
X - concessão de asilo político. em vigor de uma norma efe- ocorrendo quando uma norma
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a inte- tivamente revogada, pela re- que a revogou é declarada in-
gração econômica, política, social e cultural dos povos da vogação da norma que a re- constitucional.
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino- vogou. STF: “A declaração de incons-
americana de nações. A repristinação deve ser ex- titucionalidade em tese en-
pressa dada a dicção do artigo cerra um juízo de exclusão,
DECRETO-LEI Nº 4.657 - LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS 2º, § 3º da LICC que, fundado numa competên-
DO DIREITO BRASILEIRO cia de rejeição deferida ao STF,
consiste em remover do orde-
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em namento positivo a manifesta-
todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada. ção estatal inválida e descon-
§ 1o § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei bra- forme ao modelo plasmado na
sileira, quando admitida, se inicia 3 meses depois de oficialmente Carta Política, com todas as
publicada. consequências daí decorrentes,
inclusive a plena restauração
ENTRADA EM VIGOR
de eficácia das leis e das nor-
BRASIL ESTADO ESTRANGEIRO mas afetadas pelo ato decla-
rado inconstitucional”
45 dias, salvo disposição em 3 meses
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
contrário
o
§ 3 Se, antes de entrar a lei em vigor , ocorrer nova publicação Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não
de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos pa- a conhece [PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA NORMA]
rágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor CONSIDERAM-SE Art. 4 o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
LEI NOVA. com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

LC 95/98. Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma ex- Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que
pressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se ela se dirige e às exigências do bem comum.
tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vi-
gor na data de sua publicação" para as leis de pequena re- Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados
percussão. o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que
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DIA 1 / 8

§ 1º Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO o já consumado se- § 1 o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e de-
gundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. pendendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as
§ 2º Consideram-se ADQUIRIDOS assim os direitos que o seu ti- peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrín-
tular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo co- secos do ato.
meço do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré- § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. lugar em que residir o proponente.
§ 3º Chama-se COISA JULGADA ou caso julgado a decisão judici-
al de que já não caiba recurso. Art. 10. A SUCESSÃO POR MORTE OU POR AUSÊNCIA obede-
ce à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desapare-
Art. 7 o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as cido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será
capacidade e os direitos de família regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos fi-
lhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
Estatuto pessoal: Pressupõe compatibilidade interna, chamada
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capa-
de filtragem constitucional. Somente é possível aplicar a lei do
cidade para suceder.
domicílio se houver compatibilidade com o ordenamento
interno.
LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO DA Começo e fim da
o PESSOA personalidade
§ 1 Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei
brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formali- Nome
dades da celebração.
Capacidade
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante au-
toridades diplomáticas ou consulares DO PAÍS DE AMBOS os nu- Direitos de família
bentes.
Penhor
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de in-
validade do matrimônio a lei do 1° domicílio conjugal. LEI DO PAÍS DA SITUAÇÃO Qualificar os bens e regular
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do DOS BENS as relações a eles concernen-
país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diver- tes
so, a do 1° domicílio conjugal.
LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO DO Bens móveis que ele trouxer
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode,
PROPRIETÁRIO ou se destinarem a transporte
mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no
para outros lugares
ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo
a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os LEI DO PAÍS ME QUE SE Qualificar e reger as obriga-
direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. CONSTITUÍREM ções
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro , se um ou ambos os Sucessão por morte ou por
LEI DO PAÍS EM QUE
cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois
DOMICILIADO O DEFUNTO OU ausência
de 1 ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida
O DESAPARECIDO
de separação judicial por igual prazo, caso em que a homolo-
gação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabe-
lecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Supe- Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo,
rior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, pode- como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado
rá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferi- em que se constituírem.
das em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de § 1o Não poderão, entretanto, ter no Brasil filiais, agências ou es-
divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os tabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados
efeitos legais. pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família § 2 o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de
estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam
do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á do- bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação.
miciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se en- § 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade
contre. dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáti-
cos ou dos agentes consulares.
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concer-
nentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira , quan-
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o propri- do for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumpri-
etário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se destina- da a obrigação.
rem a transporte para outros lugares. § 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pes- das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
soa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. § 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exe-
quatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as dili-
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do gências deprecadas por autoridade estrangeira competente, ob-
país em que se constituírem. servando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.
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DIA 1 / 9

Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se § 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão cele-
pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produ- brar a separação consensual e o divórcio consensual de brasi-
zir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei leiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e ob-
brasileira desconheça. servados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar
da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao
quem a invoca prova do texto e da vigência. acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro
ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no es- § 2o É INDISPENSÁVEL a assistência de advogado, devidamen-
trangeiro, que reúna os seguintes requisitos: te constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, jun-
a) haver sido proferida por juiz competente; tamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verifi- outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que
cado à revelia; a assinatura do advogado conste da escritura pública.
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades ne-
cessárias para a execução no lugar em que foi proferida; Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo an-
d) estar traduzida por intérprete autorizado; terior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do De-
e) ter sido homologada pelo STJ. creto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfa-
çam todos os requisitos legais.
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver
de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no
sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado reno-
var o pedido dentro em 90 dias contados da data da publicação
A TEORIA DO REENVIO, também conhecida como TEORIA DO desta lei.
RETORNO ou DA DEVOLUÇÃO é uma forma de interpretação
de normas do Direito Internacional Privado, de forma que Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não
haja substituição da lei nacional pela lei estrangeira, de se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que
modo pelo qual seja desprezado o elemento de conexão da or- sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
denação nacional, dando preferência ao apontado pelo ordena- Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a
mento jurídico alienígena. adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, con-
Esse instituto é utilizado sempre que ocorrer problemas nas trato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em
interpretações de ordem internacional, servindo como meio face das possíveis alternativas.
importante de resolução de conflitos, e sempre que for neces-
sário que o juiz aplique direito estrangeiro. Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controlado-
O reenvio é uma interpretação que desconsidera a norma mate- ra ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste,
rial da regra de conexão e aplica o direito internacional privado processo ou norma administrativa deverá indicar de modo ex-
estrangeiro para chegar à nova norma material, geralmente de presso suas consequências jurídicas e administrativas.
âmbito nacional. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo
O reenvio pode ser dividido em 3 graus: deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a re-
1° grau: consiste em dois países, onde o primeiro remete uma gularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem
legislação ao segundo país, que por sua vez reenvia ao primeiro; prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos su-
2° grau: compõe-se por três países, onde o primeiro envia sua jeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiarida-
legislação ao segundo que a reenvia ao terceiro; des do caso, sejam anormais ou excessivos.
3° grau: formado por quatro países, no qual o primeiro remete a
legislação ao segundo, que por sua vez encaminha ao terceiro e Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, se-
finalmente reenvia ao quarto. rão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do ges-
Nesse sentido, o artigo 16 da LINDB proíbe o juiz nacional de tor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem pre-
aplicar o reenvio, cabendo apenas a aplicação do Direito Inter- juízo dos direitos dos administrados.
nacional Privado brasileiro para determinar o direito material ca- § 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de
bível, ficando a cargo de estrangeiro, se houver, a aplicação do ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão
reenvio. consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, li-
mitado ou condicionado a ação do agente.
*http://sabendoodireito.blogspot.com/2013/12/reenvio-artigo-16.html?m=1
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quais- a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem
quer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e atenuantes e os antecedentes do agente.
os bons costumes. § 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na
dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autorida- mesmo fato.
des consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os
mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que
nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nasci- estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de
do no país da sede do Consulado. conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicio-
namento de direito, deverá prever regime de transição quando
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DIA 1 / 10

indispensável para que o novo dever ou condicionamento de CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e efi-
ciente e sem prejuízo aos interesses gerais.
PARTE GERAL
LIVRO I
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou ju-
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS
dicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou
TÍTULO ÚNICO
norma administrativa cuja produção já se houver completado
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS
levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado
PROCESSUAIS
que, com base em mudança posterior de orientação geral, se
CAPÍTULO I
declarem inválidas situações plenamente constituídas.
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpreta-
Art. 1 o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado
ções e especificações contidas em atos públicos de caráter geral
conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos
ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ain-
na Constituição da República Federativa do Brasil, obser-
da as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo
vando-se as disposições deste Código.
conhecimento público.

Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situ- FPPC369. (arts. 1º a 12) O rol de normas fundamentais previsto
ação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no no Capítulo I do Título Único do Livro I da Parte Geral do CPC
caso de expedição de licença, a autoridade administrativa po- não é exaustivo
derá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após re- FPPC370. (arts. 1º a 12) Norma processual fundamental pode ser
alização de consulta pública, e presentes razões de relevante inte- regra ou princípio
resse geral, celebrar compromisso com os interessados , obser-
vada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve
sua publicação oficial. por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo:
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou le-
e compatível com os interesses gerais; são a direito.
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou § 1o É PERMITIDA A ARBITRAGEM, na forma da lei.
condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral; § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução con-
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o sensual dos conflitos.
prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução
de descumprimento. consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, ad-
vogados, defensores públicos e membros do Ministério Públi-
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, contro- co, inclusive no curso do processo judicial.
ladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios
indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do Súmula 485-STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos
processo ou da conduta dos envolvidos. que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas sua edição.
previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o
caso, seu valor.
FPPC371. (arts. 3, §3º, e 165). Os métodos de solução consensual
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebra-
de conflitos devem ser estimulados também nas instâncias
do compromisso processual entre os envolvidos.
recursais
FPPC485. (art. 3º, §§ 2º e 3º; art. 139, V; art. 509; art. 513) É cabí-
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas
vel conciliação ou mediação no processo de execu-
decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grossei-
ção, no cumprimento de sentença e na liquidação de senten-
ro.
ça, em que será admissível a apresentação de plano de
cumprimento da prestação.
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normati-
vos por autoridade administrativa, salvo os de mera organização FPPC573. (arts.3º,§§2ºe3º;334) As Fazendas Públicas devem dar
publicidade às hipóteses em que seus órgãos de Advocacia Pú-
interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifes-
blica estão autorizados a aceitar autocomposição.
tação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a
FPPC618. (arts.3º, §§ 2º e 3º, 139, V, 166 e 168; arts. 35 e 47 da
qual será considerada na decisão
Lei nº 11.101/2005; art. 3º, caput, e §§ 1º e 2º, art. 4º, caput e
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o
§1º, e art. 16, caput, da Lei nº 13.140/2015). A conciliação e a
prazo e demais condições da consulta pública, observadas as nor-
mediação são compatíveis com o processo de recuperação
mas legais e regulamentares específicas, se houver.
judicial.
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a
segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a so-
de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. lução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste arti-
go terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade Princípios da primazia da solução integral de mérito, executivi-
a que se destinam, até ulterior revisão. dade dos provimentos jurisdicionais e duração razoável do pro-
cesso.

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