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Em 1792, quando os jacobinos sobem ao poder, Napoleão é um Robespierrista, no

entanto, quando o poder deles decai, este passa a ser adepto do Diretório.

Passados 10 anos do início da revolução, a França estava longe da estabilidade política,


económica e social desejada. A ordem era perturbada por pressões populares que
exigiam medidas para acabar com a pobreza e a miséria; a burguesia via os seus
negócios sucumbirem em função das constantes crises económicas e políticas,
cobrando mudanças no governo; por fim, vários países europeus conspiravam e
guerreavam para pôr fim ao regime revolucionário em França.

Napoleão Bonaparte, nascido na Córsega, depois de alcançar fama pelos êxitos de


combate, representava uma alternativa política ideal para solucionar os problemas
franceses, pois era visto como um herói.

No dia 9 de novembro de 1799, Napoleão comandou um golpe de estado contra o


Diretório e tomou o poder, ficando conhecido como o Golpe de Estado do 18 de
Brumário.

Napoleão assumiu o poder e entrou em vigor uma nova constituição, sendo criado o
Consulado. O Consulado substituía o Diretório e era constituído por 3 cônsules, sendo
que Napoleão acabou por se tornar cônsul vitalício.

No poder, Napoleão procurou restabelecer a ordem interna, reorganizar a


administração pública e reduzir a inflação. Normalizou as relações com a igreja Católica
e criou um novo código civil (Código Napoleónico), reunindo princípios do direito
romano, das ordens reais e da legislação civil e criminal vigente durante a revolução.

No plano externo conseguiu estabelecer a paz por meio de vitórias militares e de


negociações diplomáticas. Em 1802 assinou um acordo de paz com o governo britânico
que pôs fim a anos de conflito.

Em 1804 é coroado e auto consagra-se Imperador, consagrando também a imperatriz


Josefina

Bonaparte era um realista político e apresenta-se como o gestor da herança


revolucionária e como homem que vai acabar com aquilo que a revolução tem de mais
utópico e anárquico, começando a verdadeira história da revolução, aproveitando o
que é possível de uma ordem “ordeira” e estabilizadora, que dê à França um lugar no
Concerto das Nações europeias. Depois de 10 anos de instabilidade política, Napoleão
vem como salvador da França – uma reconciliação.

O bonapartismo enquanto ideologia política, é uma ideologia de ambição pessoal que


quer reconciliar os franceses em torno de uma ideia de uma França estabilizada e
organizada. É simultaneamente revolucionário e conservador – quer disciplinar a
governação, mas não nega algumas ideias revolucionárias. Por isso, o bonapartismo é
um projeto civil e também militar, porque é através das campanhas militares que ele
vai conciliar a sua França. O bonapartismo é uma ordem conservadora, sendo um meio
termo entre o Antigo regime (que Napoleão não quer) e a revolução (da qual quer
aproveitar apenas o mais proveitoso).
Napoleão é o “Luís XVI num estado militar”, sendo quase como um Rei-Sol de um
estado tentativamente democrático, já que governa diretamente a nação francesa e
com ela comunga os ideias de salvar a França, apesar de ter tido algumas
aproximações de um regime ditatorial para o conseguir. É um monarca, não tendo esse
título, quer praticamente construir uma dinastia.

Os primeiros anos de Consulado são de paz, no entanto Napoleão imperador era um


homem de guerra, uma vez que a sua figura política iria sempre depender dos seus
feitos militares. Para Napoleão, o dia em que ele perdesse seria o seu fim, visto que
subiu ao poder não por direito divino ou sangue, mas sim pelos seus êxitos de guerra.

Em 1806 o exército francês vence as forças russas e austríacas na Batalha de Austerlitz.


Em pouco tempo Napoleão varreu toda a Europa, vencendo todos os seus grandes
adversários e dominando a Europa: venceu militarmente a “Alemanha” (Sacro império
Romano-Germânico ao qual Napoleão constituiu a Confederação do Reno para
substituir), a Prússia e a Áustria. Em 1806 assina a Paz de Tilsit com a Rússia, dividindo
a Europa entre ambas.

Faltava apenas derrotar o Reino Unido, algo bastante difícil devido à forte capacidade
naval e à sua localização geográfica. Napoleão já o tinha tentado, mas sem sucesso na
Batalha de Trafalgar. Uma vez que militarmente era praticamente impossível derrotar
o Reino Unido, Napoleão decreta um Bloqueio Continental, fechando os portos
europeus ao comércio britânico, na tentativa de vencer economicamente para
posteriormente ganhar no campo militar.

O bloqueio continental não prejudicava apenas o Reino Unido, mas também os outros
estados europeus, sendo que os portos que sofreram mais com o bloqueio foram os de
Vigo e Lisboa. Napoleão deixou Portugal num dilema devido à velha aliança com o
Reino Unido: ou fechava os portos e entrava em guerra com o Reino Unido, ou não
aderia ao bloqueio continental e entrava em guerra com a França.

Portugal não adere ao bloqueio continental, dando-se as invasões Francesas.


Contudo, a primeira derrota do exército napoleónico na Europa foi precisamente em
Portugal, no Vimeiro em 1808 devido à ajuda inglesa e ao general Wellington.

É com o caso Ibérico que o Império perde força, sendo que Napoleão perde milhões de
homens, começando o fim das “Europas de Napoleão”. Posto isto, devido á
necessidade de reafirmação, Napoleão envia todo o exército á Rússia em 1812, com o
objetivo de derrotar os russos e fechar as rotas inglesas, no entanto é derrotado por
dois generais: a “general distância” e o “general inverno. Em 1813 perde na batalha de
Leipzig, sendo que em 1814 abdica e é exilado para a ilha de Elba.

Vive exilado apenas uns meses, conseguindo fugir e voltar a França, restaurando o seu
poder e reconstruindo um império que durou 100 dias. Napoleão perde finalmente na
Batalha de Waterloo contra a Inglaterra e a Prússia, sendo derrotado novamente pelo
general Wellington. É exilado novamente para a ilha de Santa Helena onde acaba por
morrer em 1821.

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