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Resumo - Mec Solos II - Carlos Eduardo X T - 20190111713
Resumo - Mec Solos II - Carlos Eduardo X T - 20190111713
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
São Luís – MA
2021
CARLOS EDUARDO XAVIER TEIXEIRA
São Luís – MA
2021
Resumo
𝜏𝑓 = 𝑓(𝜎) (1)
Essa função representada denota uma linha curva, entretanto, para a maioria dos
problemas de mecânica dos solos, é possível aproximá-la a uma linha reta, resultando na
equação conhecida como “Critério de ruptura Mohr-Coulomb”, demonstrada abaixo.
𝜏𝑓 = 𝑐 + 𝜎 ⋅ 𝑡𝑔𝜙 (2)
Onde: c = coesão
𝜏𝑓 = 𝑐′ + 𝜎′ ⋅ 𝑡𝑔𝜙′ (3)
Para a aplicação dessa expressão, é importante mencionar que o valor de c’ para areia e silte
inorgânico é zero, assim como para argilas normalmente adensadas. Por outro lado, argilas
sobreadensadas têm valores de c’ maior que zero. Já no que diz respeito ao ângulo de atrito, a
tabela a seguir apresenta os valores típicos para areia e silte.
A equação 3 pode ser explicada a partir de duas imagens, onde uma mostra uma massa
elementar de solo submetida às tensões (normal e de cisalhamento), enquanto a outra imagem
representa a envoltória de ruptura (reta) da referida equação, como pode ser observado abaixo.
A ruptura ocorrerá quando a tensão de cisalhamento atingir o valor proposto pela eq. 3. Esse
colapso irá ocorrer sobre um plano de inclinação 𝜃 em relação ao plano principal maior,
podendo ter seu ângulo encontrado a partir do círculo de Mohr e relações trigonométricas,
como demonstrado abaixo.
𝛽 = 180 − 2𝜃
∴ 𝛽 = 180 − 2𝜃 = 90 − 𝜙
𝜙
𝜃 = 45 +
2
𝜙′ 𝜙′
𝜎1′ = 𝜎3′ ⋅ 𝑡𝑔2 (45 + ) + 2𝑐 ′ ⋅ 𝑡𝑔 (45 + )
2 2
Essa expressão pode se apresentar também em função da tensão principal maior total:
𝜙 𝜙
𝜎1 = 𝜎3 ⋅ 𝑡𝑔2 (45 + ) + 2𝑐 ⋅ 𝑡𝑔 (45 + )
2 2
Para a determinação da coesão (c), ângulo de atrito (𝜙), além do c’ e 𝜙′, é necessário a
realização de ensaios laboratoriais, dentre os quais se destacam:
- ensaio triaxial;
- ensaio de cisalhamento simples;
Dentre esses, os mais utilizados na prática são o ensaio de cisalhamento direto e o ensaio triaxial,
detalhados mais adiante.
Consiste em uma caixa de metal dividida horizontalmente em duas metades, onde é colocado o
corpo de prova, que pode ser quadrado ou circular em planta. Dá-se prosseguimento ao ensaio
aplicando uma força normal no topo da caixa, de até 1050 𝑘𝑁/𝑚2 , juntamente com uma força
horizontal, movendo-se uma metade da caixa em relação a outra, para, com isso, efetuar o
cisalhamento.
Esses ensaios são importantes, pois permite o desenvolvimento de gráficos que relacionam a
tensão de cisalhamento e altura do corpo de prova com o deslocamento proporcionado, como
se observa a seguir.
𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑠𝑎𝑙ℎ𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝜏=
Á𝑟𝑒𝑎
- Na areia fofa, a tensão cisalhante aumenta com o respectivo deslocamento até que a tensão
de ruptura seja atingida. Após esse ponto, a tensão de cisalhamento permanece constante para
qualquer aumento no deslocamento.
- A areia compacta tem um mesmo comportamento inicial à areia fofa, ou seja, a tensão
cisalhante aumenta juntamente com seu respectivo deslocamento até que se atinja a tensão de
ruptura. Porém, depois disso, diferentemente do que ocorre com a areia fofa, aqui, a tensão de
cisalhamento passa a diminuir com o aumento do deslocamento.
Os ensaios de cisalhamento direto são repetidos com vários valores de tensão normal e,
consequentemente, tensão de cisalhamento, que como foi visto inicialmente, um pode ser
descrito em função do outro. Essa variação de valores é feita para que seja possível o
desenvolvimento de um gráfico que possibilite a obtenção dos parâmetros de resistência ao
cisalhamento.
Para a areia seca, onde c=0 e 𝜎 = 𝜎′, foi feito tal procedimento e obtido o gráfico abaixo.
A equação para a obtenção dessa reta, que representa a linha média entre os pontos, é dada
por:
𝜏𝑓 = 𝜎 ′ ⋅ 𝑡𝑔𝜙′
Nesse ensaio, o corpo de prova, envolvido por uma membrana de borracha, é colocado
numa câmara preenchida por água ou glicerina. Prossegue-se com a compressão triaxial
por meio da compressão de confinamento proporcionada pelo fluido. Para que ocorra a
ruptura, o corpo de prova deve ser submetido, no seu topo, a uma carga (axial) adicional,
chamada de tensão desviadora.
Nesse ensaio, como o próprio nome já diz, ocorre o adensamento e a drenagem do corpo
de prova saturado. Então, como a poropressão é totalmente dissipada, a tensão efetiva é
igual à tensão total.
𝜏𝑓 = 𝜎 ′ ⋅ 𝑡𝑔𝜙′
Na argila normalmente adensada, bem como na areia fofa, a poropressão aumenta com a
deformação, emquanto na areia compacta e argila sobreadensada, a poropressão aumenta
com a deformação somente até um certo limite, a partir do qual ela diminui, podendo se
tornar até negativa.
O mesmo processo feito para se obter a envoltória no ensaio adensado drenado é feito
aqui, com a diferença diferentes Círculos de Mohr para a tensão total e efetiva:
𝜏𝑓 = 𝜎 ⋅ 𝑡𝑔𝜙
𝜏𝑓 = 𝑐 + 𝜎 ⋅ 𝑡𝑔𝜙
Aqui, a drenagem não é permitida em nenhuma etapa, e por isso o ensaio é realizado
rapidamente.
𝜏𝑓 = 𝑐
𝑞𝑢 𝑖𝑛𝑑𝑒𝑟𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜
𝑆𝑡 =
𝑞𝑢 𝑎𝑚𝑜𝑙𝑔𝑎𝑑𝑜
Nos tópicos precedentes foi dado maior atenção aos solos saturados, porém faz-se
necessário o conhecimento da equação para a obtenção da tensão de cisalhamento para
solos coesivos não saturados, a saber:
𝜏𝑓 = 𝑐 ′ + [𝜎 − 𝑢𝑎 + 𝑥( 𝑢𝑎 − 𝑢𝑤 )]𝑡𝑔𝜙′
Portanto, o respectivo capítulo teve como objetivo detalhar sobre a tensão cisalhante no
solo, bem como os ensaios necessários para a obtenção dos parâmetros da resistência ao
cisalhamento (coesão, ângulo de atrito, coesão em função da tensão efetiva, ângulo de
atrito em função da tensão efetiva).
Foi dado destaque ao ensaio de cisalhamento direto e o ensaio triaxial, que são os mais
utilizados na prática. Além disso, foi comentado sobre importantes fenômenos dos solos,
principalmente dos argilosos, como a tixotropia e anisotropia. Todos conceitos essenciais para,
como dito inicialmente, analisar problemas de estabilidade do solo.