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EXEMPLO 01 – MISTURA RÁPIDA

De acordo com Kawamura (1991), o produto GT na mistura rápida deve se encontrar na


faixa de 300 a 1600. Calcular o gradiente de velocidade em uma câmara de mistura
rápida de uma estação de tratamento de água que trata 4,5 m³/s. O volume da câmara
é de 9 m³ e a temperatura da água, 15ºC. A câmara dispõe de um misturador mecânico
que aplica à água uma potência de 6,5 kW. Verificar se o gradiente e o tempo de mistura
são satisfatórios.

Solução:
A 15ºC 𝟑 𝟐 (coeficiente de viscosidade)

𝑷𝒐𝒕
Aplicando a equação 𝝁∗𝑽
aos dados fornecidos, vem:

𝟏
𝟑
Volume
EXEMPLO 01 – MISTURA RÁPIDA (CONT.)

O tempo de mistura é:

Resultando , portanto, de acordo com as recomendações de


Kawamura.
EXEMPLO 02 – AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA

Uma amostra de água é dividida em três séries de porções contendo 20 mL, 75 mL e 500
mL, respectivamente. Cada porção é filtrada através de 5 membranas utilizando-se a
técnica das membranas filtrantes. Os resultados das contagens foram os seguintes:
 Porções de 20 mL: 10, 13, 11, 9, 12
 Porções de 75 mL: 46, 50, 52, 53, 51
 Porções de 500 mL: 450, 420, 430, 390, 440
Qual é o número de coliformes por 100 mL de amostra?
EXEMPLO 02 – AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA

Solução:

Os resultados das porções de 20 mL e 500 mL não serão considerados pelo critério que
estabelece como mais válidos os volumes de amostras que produzem entre 20 e 80
colônias nas placas de Petri. Assim, a média de coliformes encontrados nas porções de
75 mL é:

Portanto, o número de coliformes por 100 mL resulta:


 Água bruta
Figura – Clarificador em manto de lodos de fluxo ascendente
descarregada próximo
ao fundo;
 Fluxo ascendente da
água  Turbulência;
 Dissipação gradual da
turbulência no manto
de lodo;
 Sedimentação do
manto de lodo no
sentido descendente;
 Agregação dos flocos
por contato entre eles;
 Aporte de novas
partículas da água
bruta e de coagulante;
 Expansão do manto de
lodo, vertido para o
concentrador;
Fonte: RICHTER, 2009.
 Drenagem do lodo
periódica.
Figura – Esquema de um decantador de fluxo horizontal

Fonte: RICHTER, 2009.


EXEMPLO 03 – FLOTAÇÃO E COAGULAÇÃO (CLARIFICAÇÃO)

Um clarificador em manto de lodos opera com a vazão de 150 L/s e dispõe de um


concentrador de lodos com um volume de 10 m³. Qual a frequência e a duração da
purga se o lodo descarrega por uma canalização curta de 4” (100 mm) de diâmetro com
uma carga hidráulica de 3 m, para manter uma concentração de lodos de 15%, sendo a
dosagem de sulfato de alumínio 25 mg/L.

Solução:

1. Dados:

𝟏 𝟏

𝟎
O lodo em excesso acumula no concentrador com a taxa:
𝟔 𝟔 𝟏 𝟏
𝟎
𝟏𝟎
Sendo necessária, portanto, uma purga a cada
𝟐
2. A vazão de descarga pode ser estimada por:
𝒅 𝒅
Com:
𝒅
𝟑

𝟑 𝟏 𝟏
𝒅

A duração da descarga deverá ser, portanto, 10 / 2,2 = 4,5 min , ou, aproximadamente 5
min. Na prática, é preferível ter uma frequência maior de descargas com uma menor
duração para manter estável a altura do manto de lodos.

A perda de água com as purgas varia geralmente entre 0,5% a 2% e é determinada pela
relação q/Q. Os valores maiores correspondem a maiores dosagens e menores
concentrações e, inversamente, as menores perdas ocorrem com baixas dosagens e
maiores concentrações.
QUADRO – CRITÉRIOS BÁSICOS PARA DIMENSIONAMENTO DE DECANTADORES DE
FLUXO HORIZONTAL CONVENCIONAIS
Taxa de
Tempo de
escoamento Velocidade long.
Características da instalação detenção
superficial Máx. (cm/s)
(horas)
(m³/m².dia)
Instalações pequenas
20-30 0,2-0,4 3-4
Controle operacional precário
Instalações projetadas com nova
tecnologia 30-40 0,3-0,7 2,5-3,5
Controle operacional razoável
Idem. Controle operacional bom 35-45 0,6-0,9 2-3
Grandes instalações, uso de auxiliares de
coagulação
Controle operacional excelente 40-60 0,7-1,25 1,5-2,5

Fonte: RICHTER, 2009.


EXEMPLO 04 - DECANTAÇÃO

Dimensionar um decantador convencional para a vazão de 30 L/s.

Solução:

Trata-se de uma instalação de pequeno porte, podendo-se, portanto, tomar:


Taxa de escoamento superficial 𝑪𝑺 m³/m².dia
Velocidade longitudinal 𝟎 cm/s

1. A área superficial do tanque deverá ser:

Adotando uma relação


EXEMPLO 04

Resulta

A área da seção transversal do tanque será

E a altura útil,
EXEMPLO 04

2. Verificação do tempo de detenção:

3. Verificação do número de Froude avaliação da estabilidade do fluxo:

𝟕
𝒓

É desejável que o número de Froude seja da ordem de 10-5. Os decantadores


convencionais geralmente apresentam valores na seguinte faixa:
𝟕 𝟓
𝒓

Portanto, um fluxo de baixa estabilidade.


EXEMPLO 05 – COAGULAÇÃO
Uma estação de tratamento de água antiga será reativada em uma unidade de pesquisa
sobre o tratamento da água. A vazão de entrada será 0,044 m³/s. Uma unidade de
coagulação com ferro foi concebida para reduzir a turbidez. A unidade tem as seguintes
especificações:
t0 de mistura rápida = 10 s Temperatura da água = 18º C
Calcule as dimensões do tanque de mistura rápida.
Solução:
a) Cálculo do volume do tanque
Volume do tanque V = Q ∙ td
V = volume do reator (m³)
Q = vazão (m³/s)
td = tempo de detenção (s)
V = 0,044 ∙ 10 = 0,44 m³
EXEMPLO 05 (CONT.)
Vmax = Volume máximo adotada no prática = 8 m³ Verificação: V ≤ Vmax OK!
Logo, prevendo-se manutenções e paradas operacionais no sistema, adota-se:
2 tanques, cada um com capacidade para V = 0,44 m³, utilizados alternadamente.
b) Cálculo das dimensões do tanque
Adota-se uma relação profundidade:diâmetro (ou largura) de 0,75
Profundidade = 0,75 ∙ diâmetro
Como em um cilindro V = (π ∙ d² / 4 ) ∙ Profundidade, temos:
0,44 = (π ∙ d² / 4 ) . (0,75 . d)  d= 0,907 m
Área superficial do tanque A = (π ∙ d² / 4 )
A = (π ∙ d² / 4 ) = (π ∙ 0,907² / 4 ) = 0,65 m²
Profundidade (P):
P = volume / área superficial = 0,44 / 0,65 = 0,68 m
EXEMPLO 05 (CONT.)
O diâmetro deve ser arredondado para valores comerciais, assim adota-se:
d = 1,0 m
P = 0,75 m
Recalculando com os valores adotados:
Volume = (π ∙ d² / 4 ) . Profundidade
Volume = (π ∙ 1² / 4 ) . 0,75 = 0,59 m³ 0,59 ≥ 0,44 OK!
Tempo de detenção:
pq ?
t = 0,59 m³ / 0,044 m³/s = 13,4 s
Este tempo de detenção está dentro do valor sugerido.
EXEMPLO 06 – FILTRAÇÃO RÁPIDA
Como parte de uma nova estação de tratamento de água, o engenheiro responsável
planeja utilizar a filtração rápida em areia após a etapa de sedimentação. Dois conjuntos
de filtros serão instalados. O leito de cada filtro mede 3 m x 2 m. A vazão de projeto em
cada conjunto de filtros é 0,044 m³/s, enquanto a velocidade de alimentação é 150
m³/dia.m². Calcule o número de leitos em cada bateria de filtros e a taxa de aplicação
quando um filtro for desativado.
Solução:
Área superficial necessária A = vazão / taxa de aplicação
A = Q / Va = (0,044) . (86400 s/dia) / 150 = 25,34 m²
Sendo a área superficial máxima de um tanque 6 m², o número de filtros necessários será:
N = 25,34 / 6 = 4,22 unidades
Arredonda-se para um número inteiro e par de filtros:
Nesse caso, proporemos 4 filtros e avaliaremos o risco da velocidade de alimentação
ultrapassar os valores sugeridos.
EXEMPLO 06 (CONT.)
Nesse caso, proporemos 4 filtros e avaliaremos o risco da velocidade de alimentação
ultrapassar os valores sugeridos.
Recalculando a velocidade de alimentação, temos:
va = Q / As = (0,044 . 86400) / (4 filtros . 6 m²/filtro) = 158,4 m/dia
va máximo = 235 m / dia
va < va máximo OK!
Portanto, é necessário construir um conjunto com quatro filtros.
EXEMPLO 07 – DESINFECÇÃO DA ÁGUA
Uma estação de tratamento de água foi concebida para tratar 0,1 m³/s de água. O cloro
será usado como desinfetante. O valor de CT necessário na temperatura e no pH da água
é 200 mg . min / L. O valor de t10 na câmara de contato é 100 min. A relação de t10 para t0
é 0,7. Qual é o volume do tanque? Calcule a concentração de cloro média.
Solução:
t10 /t0 = 0,7  100 min / t0 = 0,7  t0 =142 min ou cerca de 145 min
O volume do tanque pode ser calculado por:
t0 = V / Q  V = t 0 . Q  V = 145 . 0,1 . (60 s/min)  V = 870 m³
A concentração média de cloro pode ser calculada com base no valor de CT:
CT = 200 mg . min . L-1
T = 100 minutos, logo
C = 200 mg . min . L-1 / 100 min = 2,0 mg/L
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

RICHTER, C. A. Água: métodos e tecnologia de tratamento. São Paulo: Blucher, 2009.

SECKLER, S. Tratamento de Água: Concepção, projeto e operação de estações de


tratamento. 1.ed. GEN LTC, 2020.

DAVIS, M. Tratamento de águas para abastecimento e residuárias: princípios e práticas.


GEN LTC, 2017.

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